8
46 Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 Tratamento Multidisciplinar com Estética Imediata sobre Implante: Apresentação de Caso Clínico Tratamento Multidisciplinar Com Estética Imediata Sobre Implante: Apresentação de Caso Clínico 1 Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela ABO-BA; Professor do curso de Especialização em Ortodontia da ABO-BA 2 Clínica Privada de Implantodontia em Salvador, Bahia. Professor do curso de Especialização em Implantodontia da ABO-BA 3 Mestrando em Implantodontia pelo CPO São Leopoldo Mandic-SP; Professor do curso de Especialização de Implantodontia da APCD-DF Microparafuso Ortodôntico de Titânio Auto-perfurante (MPO): Novo Protocolo Cirúrgico e Atuais Perspectivas Clínicas Henrique Villela¹, Fábio Bezerra² e Marcos Laboissière Jr³ A ancoragem esquelética revolucionou os conceitos dos tratamentos ortodônticos, proporcionando movimentações dentárias, minimizando os efeitos indesejados nas unidades de reação. Dentre os dispositivos disponíveis, os microparafusos ortodônticos de titânio se destacam devido à sua grande aplicabilidade clínica aliada à simplicidade cirúrgica, baixo custo, boa aceitabilidade por parte dos pacientes, tornando os tratamentos mais eficientes e previsíveis. Este artigo tem como objetivo descrever as características dos microparafusos ortodônticos auto-perfurantes com o novo protocolo cirúrgico, mais simples e seguro, e as atuais perspectivas clínicas. Microparafuso ortodôntico, Mini-implante, Ancoragem absoluta, Ancoragem ortodôntica, Microparafuso auto-perfurante Unitermos: Resumo Self-drilling titanium orthodontic micro-screws: New surgical protocol and current clinical perspectives The skeletal anchorage has deeply changed the orthodontic treatment concepts, allowing teeth movements with less or no undesirable reciprocal effects in the reaction unit. Compared with other temporary anchorage devices, the titanium micro-screws have shown higher impact in the orthodontic planning and execution due to its clinical applicability for different cases, simplified surgical protocol, lower cost, high patient acceptance, and, as a result, improved predictability and efficiency of the orthodontic treatment. The aim of this study is to describe the main characteristics of the self-drilling orthodontic micro-screws, a new simpler and safer surgical protocol and the current status of its clinical indications and perspectives. Orthodontic micro-screws; mini-implant; Absolute Anchorage; Self-drilling orthodontic micro- screw Keywords: Abstract 2

Introdução Microparafuso Ortodôntico de Titânio Tratamento ... · 48 Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 49 apresentar

Embed Size (px)

Citation preview

46 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 47Volume 01 - Número 01 - Maio/2006

Tratamento Multidisciplinar com Estética Imediatasobre Implante: Apresentação de Caso Clínico

Tratamento Multidisciplinar Com Estética ImediataSobre Implante: Apresentação de Caso Clínico

1 Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela ABO-BA; Professor do curso de Especialização em Ortodontia da ABO-BA2 Clínica Privada de Implantodontia em Salvador, Bahia. Professor do curso de Especialização em Implantodontia da ABO-BA3 Mestrando em Implantodontia pelo CPO São Leopoldo Mandic-SP; Professor do curso de Especialização de Implantodontia da APCD-DF

Microparafuso Ortodôntico de TitânioAuto-perfurante (MPO): Novo ProtocoloCirúrgico e Atuais Perspectivas Clínicas

Henrique Villela¹, Fábio Bezerra² e Marcos Laboissière Jr³

A ancoragem esquelética revolucionou os conceitos dos tratamentos ortodônticos, proporcionandomovimentações dentárias, minimizando os efeitos indesejados nas unidades de reação. Dentre os dispositivosdisponíveis, os microparafusos ortodônticos de titânio se destacam devido à sua grande aplicabilidade clínicaaliada à simplicidade cirúrgica, baixo custo, boa aceitabilidade por parte dos pacientes, tornando ostratamentos mais eficientes e previsíveis. Este artigo tem como objetivo descrever as características dosmicroparafusos ortodônticos auto-perfurantes com o novo protocolo cirúrgico, mais simples e seguro, e asatuais perspectivas clínicas.

Microparafuso ortodôntico, Mini-implante, Ancoragem absoluta, Ancoragem ortodôntica,Microparafuso auto-perfuranteUnitermos:

Resumo

controle do movimento da unidade de ancora-gem ou de reação durante a movimentação den-tária é fundamental para o sucesso dos tratamen-

tos ortodônticos. Reações colaterais e reativas indeseja-das, podem causar efeitos negativos que comprometamo resultado final da correção das más oclusões .A utilização da ancoragem esquelética trouxe novas pers-pectivas para os tratamentos ortodônticos, viabilizandomaior eficiência da mecânica ortodôntica e conseqüente-mente resultado mais previsível. O sucesso da utilizaçãodos microparafusos como recurso de ancoragem, depen-de do correto planejamento interdisciplinar, envolvendoconhecimentos de ortodontia e cirurgia . Esta inter-relação deve ser feita da forma mais eficiente possívelfazendo-se necessários conhecimentos específicos sobreos microparafusos como: aplicação clínica, escolha dolocal de instalação, critérios de seleção, manejo cirúrgicoe clínico.

A aplicação clínica dos microparafusos é bastante diver-sificada devido à grande versatilidade deste dispositivo.A instalação dos microparafusos em osso basal ou alveo-lar, disponibiliza várias possibilidades de se obter umponto fixo na cavidade bucal (ponto de ancoragem), paraefetuar movimentações dentárias complexas ou simples,de forma mais previsível. Partindo desta premissa, a pos-sibilidade de instalação dos microparafusos, até mesmoentre raízes, faz com que as aplicações clínicas sejamilimitadas, podendo servir de ancoragem para diversostipos de movimentos dentários como intrusão, extrusão,retração, protração e verticalização .

A indicação do número e o provável local de instalaçãodos microparafusos são sugeridos pelo ortodontista, quelevará em consideração o tipo de movimentação dentáriadesejada. O conhecimento de biomecânica se faz neces-sário para planejar eficientemente o posicionamento dadireção da linha de ação de força em relação ao centro deresistência do dente ou dentes a serem movimentados. Alinha de ação de força é constituída pela união da origemda força (microparafuso) e do ponto de aplicação da for-ça (local no dente ou no arco onde é fixado o elemento de

1, 5, 6, 8, 11

1, 8, 11

2, 3, 6, 8, 11

Aplicação Clínica

Escolha do local de instalação dosmicroparafusos

Introdução

Self-drilling titanium orthodontic micro-screws:New surgical protocol and current clinical perspectives

The skeletal anchorage has deeply changed the orthodontic treatment concepts, allowing teeth movementswith less or no undesirable reciprocal effects in the reaction unit. Compared with other temporary anchoragedevices, the titanium micro-screws have shown higher impact in the orthodontic planning and execution dueto its clinical applicability for different cases, simplified surgical protocol, lower cost, high patient acceptance,and, as a result, improved predictability and efficiency of the orthodontic treatment. The aim of this study is todescribe the main characteristics of the self-drilling orthodontic micro-screws, a new simpler and safersurgical protocol and the current status of its clinical indications and perspectives.

Orthodontic micro-screws; mini-implant; Absolute Anchorage; Self-drilling orthodontic micro-screwKeywords:

Abstract

Figura 02 As três partes do microparafuso: a)cabeça,b)perfil transmucoso e c)corpo (microparafusoproduzido pela SIN Sistema de Implante Nacional -São Paulo - Brasil)

Figura 01 Linha de ação de força constituídapela união da origem da força (microparafuso)com ponto de aplicação da força (gancho)

Figura 03 Dois tipos de microparafusos: paraencaixe de fio e para encaixe de mola ou elástico

Figura 04 Microparafuso sem perfil transmucosoe com perfil transmucoso de 1.0, 2.0 e 3.0 mm decomprimento

23

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdrsábado, 20 de maio de 2006 12:05:24

Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYKComposição Tela padrão

46 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 47Volume 01 - Número 01 - Maio/2006

Tratamento Multidisciplinar com Estética Imediatasobre Implante: Apresentação de Caso Clínico

Tratamento Multidisciplinar Com Estética ImediataSobre Implante: Apresentação de Caso Clínico

1 Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela ABO-BA; Professor do curso de Especialização em Ortodontia da ABO-BA2 Clínica Privada de Implantodontia em Salvador, Bahia. Professor do curso de Especialização em Implantodontia da ABO-BA3 Mestrando em Implantodontia pelo CPO São Leopoldo Mandic-SP; Professor do curso de Especialização de Implantodontia da APCD-DF

Microparafuso Ortodôntico de TitânioAuto-perfurante (MPO): Novo ProtocoloCirúrgico e Atuais Perspectivas Clínicas

Henrique Villela¹, Fábio Bezerra² e Marcos Laboissière Jr³

A ancoragem esquelética revolucionou os conceitos dos tratamentos ortodônticos, proporcionandomovimentações dentárias, minimizando os efeitos indesejados nas unidades de reação. Dentre os dispositivosdisponíveis, os microparafusos ortodônticos de titânio se destacam devido à sua grande aplicabilidade clínicaaliada à simplicidade cirúrgica, baixo custo, boa aceitabilidade por parte dos pacientes, tornando ostratamentos mais eficientes e previsíveis. Este artigo tem como objetivo descrever as características dosmicroparafusos ortodônticos auto-perfurantes com o novo protocolo cirúrgico, mais simples e seguro, e asatuais perspectivas clínicas.

Microparafuso ortodôntico, Mini-implante, Ancoragem absoluta, Ancoragem ortodôntica,Microparafuso auto-perfuranteUnitermos:

Resumo

controle do movimento da unidade de ancora-gem ou de reação durante a movimentação den-tária é fundamental para o sucesso dos tratamen-

tos ortodônticos. Reações colaterais e reativas indeseja-das, podem causar efeitos negativos que comprometamo resultado final da correção das más oclusões .A utilização da ancoragem esquelética trouxe novas pers-pectivas para os tratamentos ortodônticos, viabilizandomaior eficiência da mecânica ortodôntica e conseqüente-mente resultado mais previsível. O sucesso da utilizaçãodos microparafusos como recurso de ancoragem, depen-de do correto planejamento interdisciplinar, envolvendoconhecimentos de ortodontia e cirurgia . Esta inter-relação deve ser feita da forma mais eficiente possívelfazendo-se necessários conhecimentos específicos sobreos microparafusos como: aplicação clínica, escolha dolocal de instalação, critérios de seleção, manejo cirúrgicoe clínico.

A aplicação clínica dos microparafusos é bastante diver-sificada devido à grande versatilidade deste dispositivo.A instalação dos microparafusos em osso basal ou alveo-lar, disponibiliza várias possibilidades de se obter umponto fixo na cavidade bucal (ponto de ancoragem), paraefetuar movimentações dentárias complexas ou simples,de forma mais previsível. Partindo desta premissa, a pos-sibilidade de instalação dos microparafusos, até mesmoentre raízes, faz com que as aplicações clínicas sejamilimitadas, podendo servir de ancoragem para diversostipos de movimentos dentários como intrusão, extrusão,retração, protração e verticalização .

A indicação do número e o provável local de instalaçãodos microparafusos são sugeridos pelo ortodontista, quelevará em consideração o tipo de movimentação dentáriadesejada. O conhecimento de biomecânica se faz neces-sário para planejar eficientemente o posicionamento dadireção da linha de ação de força em relação ao centro deresistência do dente ou dentes a serem movimentados. Alinha de ação de força é constituída pela união da origemda força (microparafuso) e do ponto de aplicação da for-ça (local no dente ou no arco onde é fixado o elemento de

1, 5, 6, 8, 11

1, 8, 11

2, 3, 6, 8, 11

Aplicação Clínica

Escolha do local de instalação dosmicroparafusos

Introdução

Self-drilling titanium orthodontic micro-screws:New surgical protocol and current clinical perspectives

The skeletal anchorage has deeply changed the orthodontic treatment concepts, allowing teeth movementswith less or no undesirable reciprocal effects in the reaction unit. Compared with other temporary anchoragedevices, the titanium micro-screws have shown higher impact in the orthodontic planning and execution dueto its clinical applicability for different cases, simplified surgical protocol, lower cost, high patient acceptance,and, as a result, improved predictability and efficiency of the orthodontic treatment. The aim of this study is todescribe the main characteristics of the self-drilling orthodontic micro-screws, a new simpler and safersurgical protocol and the current status of its clinical indications and perspectives.

Orthodontic micro-screws; mini-implant; Absolute Anchorage; Self-drilling orthodontic micro-screwKeywords:

Abstract

Figura 02 As três partes do microparafuso: a)cabeça,b)perfil transmucoso e c)corpo (microparafusoproduzido pela SIN Sistema de Implante Nacional -São Paulo - Brasil)

Figura 01 Linha de ação de força constituídapela união da origem da força (microparafuso)com ponto de aplicação da força (gancho)

Figura 03 Dois tipos de microparafusos: paraencaixe de fio e para encaixe de mola ou elástico

Figura 04 Microparafuso sem perfil transmucosoe com perfil transmucoso de 1.0, 2.0 e 3.0 mm decomprimento

23

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdrsábado, 20 de maio de 2006 12:05:24

Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYKComposição Tela padrão

48 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 49Volume 01 - Número 01 - Maio/2006

apresentar dois tipos de corpo, os auto-rosqueantes e osauto-perfurantes. Os auto-rosqueantes têm o corpo ci-líndrico e necessitam de uma perfuração prévia antes dasua instalação, os auto-perfurantes dispensam esta fre-sagem inicial e apresentam o corpo cônico (Figura 05).Os comprimentos do corpo podem variar de 6,0 a 10,0mm, sendo que, em regiões com boa densidade óssea, ocomprimento de 8,0 mm proporciona boa estabilidadeaos microparafusos. Os comprimentos menores devemser utilizados em regiões com pouco espaço disponível, eos de comprimentos maiores devem ser utilizados em lo-cais com baixa densidade óssea, onde é necessária maiorárea de contato titânio/osso para incremento da estabili-dade do MPO (Figura 06).A seleção do diâmetro do corpo do MPO está relacionadacom espaço ósseo disponível para sua instalação. Os diâ-metros podem variar de 1,4 a 2,0 mm, sendo que osmenores são destinados a regiões com espaços reduzidos,como nos casos de áreas inter-radiculares, e os diâmetrosmaiores devem ser utilizados em locais com baixadensidade óssea ou com espaços disponíveis maiores(Figura 07).

O protocolo cirúrgico para instalação dos microparafu-sos auto-perfurantes é mais simples, reduz a possibilida-de de lesão de raízes e proporciona uma melhor estabili-dade primária em relação aos auto-rosqueantes . Esteprotocolo será dividido didaticamente através das se-guintes etapas: preparo do paciente, avaliação clínica dagengiva, avaliação radiográfica do espaço ósseo disponí-vel, anestesia, instalação do microparafuso propriamen-te dito, avaliação da estabilidade primária e avaliação ra-diográfica final.

Apesar da instalação do microparafuso auto-perfuranteser simples, nenhum cuidado inerente ao ato cirúrgicodeve ser negligenciado. A anamnese e o exame clínicodevem ser feitos cuidadosamente. Antes do ato cirúrgicoé feito bochecho com gluconato de clorexidina a 0,12%,durante um minuto, e anti-sepsia extra-bucal com solu-ção degermante de iodopolividona a 10%.

O local de eleição para a instalação do microparafuso de-ve ser, preferencialmente, em mucosa ceratinizada, pois,além da sua instalação, dispensar a necessidade de inci-

Protocolo cirúrgico para instalação dosmicroparafusos auto-perfurantes

3,4

Preparo do paciente

Avaliação clínica da gengiva

Figura 06 Microparafusos com comprimentos decorpo de 6.0, 8.0 e 10.0 mm

Figura 05 Microparafuso auto-perfurante àesquerda e auto-rosqueante à direita

Figura 07 Microparafusos com diâmetros decorpo de 1.4, 1.6 e 1.8 mm

Sonda milimetrada com cursor deborracha posicionado na sua extremidadeFigura 08a

força). A indicação precisa da localização do micropara-fuso será fundamental para a execução de uma movi-mentação dentária mais eficiente, e com menos efeitoscolaterais (Figura 01).O ortodontista deverá transmitir ao cirurgião informa-ções adicionais além do local de instalação, como o tipode movimentação dentária a ser executada, tipo de cabe-ça do microparafuso e uma segunda opção para o localde instalação do microparafuso. Estes tipos de informa-ções possibilitam ao cirurgião um entendimento melhorda necessidade para a utilização do microparafuso, viabi-lizando a instalação mais adequada possível. Se houveralguma intercorrência, que impossibilite o cirurgião ins-talar o microparafuso no local indicado pelo ortodontis-ta, como ausência de espaço suficiente para instalação doMPO, ou até mesmo a presença de algum reparo anatô-mico, a escolha de um novo local para instalação poderáser sugerida pelo próprio cirurgião com o conhecimentodas informações obtidas anteriormente.

O cirurgião mediante a solicitação do ortodontista,deverá analisar alguns fatores como, tipo e espessura damucosa presente no local da instalação do MPO, densi-dade óssea, espaço disponível e proximidade de estrutu-ras nobres, para definir qual o tipo de microparafuso quemelhor se adapta à estas condições . Para isto, faz-senecessário conhecer melhor o microparafuso, que podeser dividido em três partes: cabeça, perfil transmucoso ecorpo (Figura 02).A escolha do tipo de cabeça é feita pelo ortodontista, quedecidirá o desenho que melhor atenda suas necessidades.Os microparafusos podem ser classificados quanto àsua finalidade em dois tipos: para encaixe de fio e paraencaixe de mola ou elástico. Os microparafusos destina-dos ao encaixe de fio ortodôntico apresentam duas cana-letas em forma de cruz na extremidade de sua cabeça,com a finalidade de encaixar o fio ortodôntico. Os desti-nados ao encaixe de molas ou elásticos, apresentam re-tenções na extremidade da cabeça com objetivo de pren-der estes dispositivos geradores de força (Figura 03).A seleção do comprimento do perfil tansmucoso do mi-croparafuso dependerá do tipo e da espessura da muco-sa, podendo ter comprimentos variáveis de 1,0 a 3,0 mmou até mesmo não ter perfil transmucoso (Figura 04).A escolha do tipo, comprimento e diâmetro do corpo,dependerá do espaço ósseo disponível, da densidadeóssea e da técnica cirúrgica. Os microparafusos podem

1,2,6,11

2,3,8

Critérios de seleção dos microparafusosortodônticos

Figura 08c Seleção do perfil transmucoso maisadequado à espessura da mucosa medida atravésda sonda milimetrada

Figura 08b Perfuração da mucosa palatina coma sonda milimetrada para avaliar a sua espessura

Figura 09 Microparafuso instalado em região demucosa alveolar e conectado ao meio bucalatravés de um fio de amarrilho trançado

Figura 10a Guia cirúrgico, radiopaco, posicionadono possível local de instalação do microparafuso,construído com fio ortodôntico

24

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdrsábado, 20 de maio de 2006 12:05:26

Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYKComposição Tela padrão

48 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 49Volume 01 - Número 01 - Maio/2006

apresentar dois tipos de corpo, os auto-rosqueantes e osauto-perfurantes. Os auto-rosqueantes têm o corpo ci-líndrico e necessitam de uma perfuração prévia antes dasua instalação, os auto-perfurantes dispensam esta fre-sagem inicial e apresentam o corpo cônico (Figura 05).Os comprimentos do corpo podem variar de 6,0 a 10,0mm, sendo que, em regiões com boa densidade óssea, ocomprimento de 8,0 mm proporciona boa estabilidadeaos microparafusos. Os comprimentos menores devemser utilizados em regiões com pouco espaço disponível, eos de comprimentos maiores devem ser utilizados em lo-cais com baixa densidade óssea, onde é necessária maiorárea de contato titânio/osso para incremento da estabili-dade do MPO (Figura 06).A seleção do diâmetro do corpo do MPO está relacionadacom espaço ósseo disponível para sua instalação. Os diâ-metros podem variar de 1,4 a 2,0 mm, sendo que osmenores são destinados a regiões com espaços reduzidos,como nos casos de áreas inter-radiculares, e os diâmetrosmaiores devem ser utilizados em locais com baixadensidade óssea ou com espaços disponíveis maiores(Figura 07).

O protocolo cirúrgico para instalação dos microparafu-sos auto-perfurantes é mais simples, reduz a possibilida-de de lesão de raízes e proporciona uma melhor estabili-dade primária em relação aos auto-rosqueantes . Esteprotocolo será dividido didaticamente através das se-guintes etapas: preparo do paciente, avaliação clínica dagengiva, avaliação radiográfica do espaço ósseo disponí-vel, anestesia, instalação do microparafuso propriamen-te dito, avaliação da estabilidade primária e avaliação ra-diográfica final.

Apesar da instalação do microparafuso auto-perfuranteser simples, nenhum cuidado inerente ao ato cirúrgicodeve ser negligenciado. A anamnese e o exame clínicodevem ser feitos cuidadosamente. Antes do ato cirúrgicoé feito bochecho com gluconato de clorexidina a 0,12%,durante um minuto, e anti-sepsia extra-bucal com solu-ção degermante de iodopolividona a 10%.

O local de eleição para a instalação do microparafuso de-ve ser, preferencialmente, em mucosa ceratinizada, pois,além da sua instalação, dispensar a necessidade de inci-

Protocolo cirúrgico para instalação dosmicroparafusos auto-perfurantes

3,4

Preparo do paciente

Avaliação clínica da gengiva

Figura 06 Microparafusos com comprimentos decorpo de 6.0, 8.0 e 10.0 mm

Figura 05 Microparafuso auto-perfurante àesquerda e auto-rosqueante à direita

Figura 07 Microparafusos com diâmetros decorpo de 1.4, 1.6 e 1.8 mm

Sonda milimetrada com cursor deborracha posicionado na sua extremidadeFigura 08a

força). A indicação precisa da localização do micropara-fuso será fundamental para a execução de uma movi-mentação dentária mais eficiente, e com menos efeitoscolaterais (Figura 01).O ortodontista deverá transmitir ao cirurgião informa-ções adicionais além do local de instalação, como o tipode movimentação dentária a ser executada, tipo de cabe-ça do microparafuso e uma segunda opção para o localde instalação do microparafuso. Estes tipos de informa-ções possibilitam ao cirurgião um entendimento melhorda necessidade para a utilização do microparafuso, viabi-lizando a instalação mais adequada possível. Se houveralguma intercorrência, que impossibilite o cirurgião ins-talar o microparafuso no local indicado pelo ortodontis-ta, como ausência de espaço suficiente para instalação doMPO, ou até mesmo a presença de algum reparo anatô-mico, a escolha de um novo local para instalação poderáser sugerida pelo próprio cirurgião com o conhecimentodas informações obtidas anteriormente.

O cirurgião mediante a solicitação do ortodontista,deverá analisar alguns fatores como, tipo e espessura damucosa presente no local da instalação do MPO, densi-dade óssea, espaço disponível e proximidade de estrutu-ras nobres, para definir qual o tipo de microparafuso quemelhor se adapta à estas condições . Para isto, faz-senecessário conhecer melhor o microparafuso, que podeser dividido em três partes: cabeça, perfil transmucoso ecorpo (Figura 02).A escolha do tipo de cabeça é feita pelo ortodontista, quedecidirá o desenho que melhor atenda suas necessidades.Os microparafusos podem ser classificados quanto àsua finalidade em dois tipos: para encaixe de fio e paraencaixe de mola ou elástico. Os microparafusos destina-dos ao encaixe de fio ortodôntico apresentam duas cana-letas em forma de cruz na extremidade de sua cabeça,com a finalidade de encaixar o fio ortodôntico. Os desti-nados ao encaixe de molas ou elásticos, apresentam re-tenções na extremidade da cabeça com objetivo de pren-der estes dispositivos geradores de força (Figura 03).A seleção do comprimento do perfil tansmucoso do mi-croparafuso dependerá do tipo e da espessura da muco-sa, podendo ter comprimentos variáveis de 1,0 a 3,0 mmou até mesmo não ter perfil transmucoso (Figura 04).A escolha do tipo, comprimento e diâmetro do corpo,dependerá do espaço ósseo disponível, da densidadeóssea e da técnica cirúrgica. Os microparafusos podem

1,2,6,11

2,3,8

Critérios de seleção dos microparafusosortodônticos

Figura 08c Seleção do perfil transmucoso maisadequado à espessura da mucosa medida atravésda sonda milimetrada

Figura 08b Perfuração da mucosa palatina coma sonda milimetrada para avaliar a sua espessura

Figura 09 Microparafuso instalado em região demucosa alveolar e conectado ao meio bucalatravés de um fio de amarrilho trançado

Figura 10a Guia cirúrgico, radiopaco, posicionadono possível local de instalação do microparafuso,construído com fio ortodôntico

24

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdrsábado, 20 de maio de 2006 12:05:26

Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYKComposição Tela padrão

50 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 51Volume 01 - Número 01 - Maio/2006

isto servirá de alerta, obrigando o cirurgião a mudar oângulo de instalação do microparafuso ou a selecionaroutro local para sua instalação.

O processo de instalação pode ser dividido em 3 partes:escolha definitiva do local de instalação(a), perfuração damucosa(b) e instalação do MPO (c).a) A determinação do local de instalação pode ser confir-mada através da utilização de uma sonda milimetradaposicionada entre os dentes. O espaço disponível parainstalação do MPO entre raízes, normalmente, está posi-cionado no terço médio ou apical, sendo que, com a son-da faz-se uma marcação na gengiva e a conferência daaltura de instalação (Figura 12).b) Utiliza-se a sonda exploradora para efetuar a perfura-ção da gengiva por onde será instalado o MPO. Quandoo local de eleição for a gengiva inserida, não haverá ne-cessidade de incisão, pois a instalação é transmucosa(Figura 13).c) A instalação dos microparafusos deve ser feita, prefe-rencialmente, de forma manual utilizando a chave longa,evitando a instalação mecânica com o contra-ângulo. Ouso do contra-ângulo deve se reservar apenas aos casosonde a chave manual não tem acesso, como por exemplo,regiões posteriores do palato. O encaixe da chave com acabeça do microparafuso deve ser preciso, evitando mo-vimentos excêntricos durante a sua instalação e possibili-tando um fácil desencaixe após o assentamento para nãocomprometer a estabilidade primária do MPO.Durante o processo de inserção é necessário que o cirur-gião determine a angulação de instalação e mantenha amão firme, e lentamente introduza o microparafuso semmodificar esta angulação, sendo que as angulações deinstalação podem variar conforme as características dasdiferentes regiões. Na região posterior da mandíbula,normalmente se faz a instalação do MPO com angulaçãode 30 a 40° em relação ao longo eixo do dente, isto per-mite um maior aproveitamento da cortical externa, alémde evitar sobrecargas geradas pela força da mastigação.Na região posterior da maxila, a angulação de instalaçãodeve ser perpendicular em relação ao longo eixo do den-te, pois nesta área a cortical é bem delgada e não há gran-de incidência de forças da mastigação (Figura 14).Alguns autores propõem, nesta região, a instalação maisangulada do MPO, em torno de 30 a 40° em relação aolongo eixo do dente, com a justificativa de evitar o conta-to do corpo do parafuso com as raízes . Esta justifica-tiva parece ser infundada, pois nesta região as raízes ves-

Instalação do microparafuso auto-perfurante

5,9,10

Figura 11 Anestesia sub-perioteal aplicada nolocal exato da instalação do microparafuso

Figura 10b Radiografia periapical com o guiaposicionado

Figura 12 Utilização de uma sonda milimetradapara conferir o local de instalação domicroparafuso

Figura 13 Perfuração da mucosa ceratinizada coma sonda exploradora

são, proporciona uma boa condição de saúde dos tecidosperi-implantares, minimizando a ocorrência deinflamações .Para escolher o comprimento de perfil transmucosomais adequado, é necessário determinar a espessura dagengiva e, para tal, pode-se utilizar uma sonda milime-trada com um cursor de borracha em sua extremidade.Quando a sonda é introduzida na mucosa, o cursor irá sedeslocar, exibindo a espessura da gengiva. Conforme aespessura desta mucosa, o cirurgião fará a opção peloperfil transmucoso mais adequado (Figura 08). A mucosapalatina, normalmente apresenta espessuras que podemvariar de 1 a 3 mm . A mucosa vestibular superior einferior costumam ser mais delgadas, necessitando de umperfil transmucoso curto que pode variar entre 1 a 2 mm.Quando o local de eleição para instalação é a mucosaalveolar (não ceratinizada), torna-se necessário fazeruma incisão para a instalação do microparafuso semperfil transmucoso abaixo da mucosa, conectado àcavidade bucal através de um fio de amarrilho trançado(Figura 09).

Após a análise clínica do local de instalação do MPO éfeita uma radiografia periapical para avaliação do espaçoósseo disponível. Esta radiografia poderá ser feita comum guia cirúrgico radiopaco, construído com fio orto-dôntico em forma de alça (Figura 10). A utilização des-te guia servirá para orientar o cirurgião a escolher o me-lhor local para efetuar a instalação do MPO com o obje-tivo de evitar sua aproximação das raízes. Mediante aavaliação do espaço disponível, o cirurgião decidirá qualdiâmetro deverá usar. Esta opção deve levar em conside-ração a possibilidade da escolha de um diâmetro menor(1,4 mm) para áreas mais reduzidas, e preferencialmentenão utilizar o maior diâmetro como primeira opção emáreas maiores, para viabilizar a instalação de um micro-parafuso de emergência, nos casos de não conseguirestabilidade primária necessária.

A anestesia deve ser sub-periosteal no local de instalaçãodo microparafuso (Figura 11). Este tipo de conduta é su-ficiente para tornar o procedimento totalmente indolor.Deve-se evitar anestesia infiltrativa terminal, pois a sen-sibilidade dentária é uma arma valiosa para evitar qual-quer tipo de aproximação do MPO com a raiz de dente .Havendo aproximação do MPO com a lâmina dura ou li-gamento periodontal, o paciente relatará incômodo e

3,8

5

1,11

1

Avaliação radiográfica

Anestesia

Figura 14b Instalação do microparafuso namandíbula com angulação de 30 a 40 graus emrelação ao longo eixo do dente

Figura 14a Microparafuso encaixado na chavemanual em posição para efetuar a instalação

Instalação do microparafuso na maxilaperpendicular ao longo eixo do denteFigura 14c

Avaliação da estabilidade primária domicroparafuso com a extremidade da sondaexploradora

Figura 15

25

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdrsábado, 20 de maio de 2006 12:05:28

Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYKComposição Tela padrão

50 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 51Volume 01 - Número 01 - Maio/2006

isto servirá de alerta, obrigando o cirurgião a mudar oângulo de instalação do microparafuso ou a selecionaroutro local para sua instalação.

O processo de instalação pode ser dividido em 3 partes:escolha definitiva do local de instalação(a), perfuração damucosa(b) e instalação do MPO (c).a) A determinação do local de instalação pode ser confir-mada através da utilização de uma sonda milimetradaposicionada entre os dentes. O espaço disponível parainstalação do MPO entre raízes, normalmente, está posi-cionado no terço médio ou apical, sendo que, com a son-da faz-se uma marcação na gengiva e a conferência daaltura de instalação (Figura 12).b) Utiliza-se a sonda exploradora para efetuar a perfura-ção da gengiva por onde será instalado o MPO. Quandoo local de eleição for a gengiva inserida, não haverá ne-cessidade de incisão, pois a instalação é transmucosa(Figura 13).c) A instalação dos microparafusos deve ser feita, prefe-rencialmente, de forma manual utilizando a chave longa,evitando a instalação mecânica com o contra-ângulo. Ouso do contra-ângulo deve se reservar apenas aos casosonde a chave manual não tem acesso, como por exemplo,regiões posteriores do palato. O encaixe da chave com acabeça do microparafuso deve ser preciso, evitando mo-vimentos excêntricos durante a sua instalação e possibili-tando um fácil desencaixe após o assentamento para nãocomprometer a estabilidade primária do MPO.Durante o processo de inserção é necessário que o cirur-gião determine a angulação de instalação e mantenha amão firme, e lentamente introduza o microparafuso semmodificar esta angulação, sendo que as angulações deinstalação podem variar conforme as características dasdiferentes regiões. Na região posterior da mandíbula,normalmente se faz a instalação do MPO com angulaçãode 30 a 40° em relação ao longo eixo do dente, isto per-mite um maior aproveitamento da cortical externa, alémde evitar sobrecargas geradas pela força da mastigação.Na região posterior da maxila, a angulação de instalaçãodeve ser perpendicular em relação ao longo eixo do den-te, pois nesta área a cortical é bem delgada e não há gran-de incidência de forças da mastigação (Figura 14).Alguns autores propõem, nesta região, a instalação maisangulada do MPO, em torno de 30 a 40° em relação aolongo eixo do dente, com a justificativa de evitar o conta-to do corpo do parafuso com as raízes . Esta justifica-tiva parece ser infundada, pois nesta região as raízes ves-

Instalação do microparafuso auto-perfurante

5,9,10

Figura 11 Anestesia sub-perioteal aplicada nolocal exato da instalação do microparafuso

Figura 10b Radiografia periapical com o guiaposicionado

Figura 12 Utilização de uma sonda milimetradapara conferir o local de instalação domicroparafuso

Figura 13 Perfuração da mucosa ceratinizada coma sonda exploradora

são, proporciona uma boa condição de saúde dos tecidosperi-implantares, minimizando a ocorrência deinflamações .Para escolher o comprimento de perfil transmucosomais adequado, é necessário determinar a espessura dagengiva e, para tal, pode-se utilizar uma sonda milime-trada com um cursor de borracha em sua extremidade.Quando a sonda é introduzida na mucosa, o cursor irá sedeslocar, exibindo a espessura da gengiva. Conforme aespessura desta mucosa, o cirurgião fará a opção peloperfil transmucoso mais adequado (Figura 08). A mucosapalatina, normalmente apresenta espessuras que podemvariar de 1 a 3 mm . A mucosa vestibular superior einferior costumam ser mais delgadas, necessitando de umperfil transmucoso curto que pode variar entre 1 a 2 mm.Quando o local de eleição para instalação é a mucosaalveolar (não ceratinizada), torna-se necessário fazeruma incisão para a instalação do microparafuso semperfil transmucoso abaixo da mucosa, conectado àcavidade bucal através de um fio de amarrilho trançado(Figura 09).

Após a análise clínica do local de instalação do MPO éfeita uma radiografia periapical para avaliação do espaçoósseo disponível. Esta radiografia poderá ser feita comum guia cirúrgico radiopaco, construído com fio orto-dôntico em forma de alça (Figura 10). A utilização des-te guia servirá para orientar o cirurgião a escolher o me-lhor local para efetuar a instalação do MPO com o obje-tivo de evitar sua aproximação das raízes. Mediante aavaliação do espaço disponível, o cirurgião decidirá qualdiâmetro deverá usar. Esta opção deve levar em conside-ração a possibilidade da escolha de um diâmetro menor(1,4 mm) para áreas mais reduzidas, e preferencialmentenão utilizar o maior diâmetro como primeira opção emáreas maiores, para viabilizar a instalação de um micro-parafuso de emergência, nos casos de não conseguirestabilidade primária necessária.

A anestesia deve ser sub-periosteal no local de instalaçãodo microparafuso (Figura 11). Este tipo de conduta é su-ficiente para tornar o procedimento totalmente indolor.Deve-se evitar anestesia infiltrativa terminal, pois a sen-sibilidade dentária é uma arma valiosa para evitar qual-quer tipo de aproximação do MPO com a raiz de dente .Havendo aproximação do MPO com a lâmina dura ou li-gamento periodontal, o paciente relatará incômodo e

3,8

5

1,11

1

Avaliação radiográfica

Anestesia

Figura 14b Instalação do microparafuso namandíbula com angulação de 30 a 40 graus emrelação ao longo eixo do dente

Figura 14a Microparafuso encaixado na chavemanual em posição para efetuar a instalação

Instalação do microparafuso na maxilaperpendicular ao longo eixo do denteFigura 14c

Avaliação da estabilidade primária domicroparafuso com a extremidade da sondaexploradora

Figura 15

25

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdrsábado, 20 de maio de 2006 12:05:28

Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYKComposição Tela padrão

52 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 53Volume 01 - Número 01 - Maio/2006

Orientações ao paciente

O paciente deve ser orientado a observar três importan-tes aspectos: higiene da cabeça do microparafuso,avaliação da estabilidade e sintomatologia dolorosa.

A manutenção de uma boa higiene do microparafuso émuito importante para garantir a saúde aos tecidos peri-implantares . Esta higiene deve ser feita com escovadental de cerdas macias embebidas em colutório bucal(Gluconato de clorexidine 0,12%). A falha neste contro-le da higiene pode comprometer o sucesso de todo oprocedimento, e deve ser avaliado rigorosamente peloortodontista.

O paciente deve ser orientado para avisar imediatamenteo cirurgião ou ortodontista se observar alguma mobili-dade do microparafuso, pois o mesmo deve apresentarboa estabilidade durante todo o período da sua presençana cavidade bucal.

Higiene da cabeça do microparafuso

Avaliação da estabilidade

1,2,3,7,8,11

Sintomatologia dolorosaEm nenhum momento o paciente deverá sentir dor, poisem condições normais, a instalação e o período pós-cirúrgico não geram desconfortos. Qualquer tipo derelato de dor pelo paciente, deve ser avaliado cuidadosa-mente e nunca deve ser subestimado. Caso necessário, opaciente poderá fazer uso de medicações analgésicas noperíodo pós-cirúrgico imediato e o cirurgião deverá ava-liar a causa em casos de dor persistente, já que a utiliza-ção dos MPOs não requer um protocolo de controle dedor durante o tratamento.

A introdução dos microparafusos auto-perfurantes paraancoragem esquelética em ortodontia trouxe novos con-ceitos de planejamento e tratamento, com protocolo ci-rúrgico mais simples e seguro, reduzindo drasticamente

Conclusão

Referências Bibliográficas

1. BEZERRA F, VILLELA H, LABOISSIÈRE JR M,DIAZ L. Ancoragem absoluta utilizando microparafusosortodônticos de titânio. Planejamento e protocolocirúrgico (Trilogia Parte I). Rev Implant News, v.1, n.6,p.469-475, 2004.

2. FORTINI A, CACCIAFESTA V, SFONDRINI M F,CAMBI S, LUPOLI M. Clinical Applications andEfficiency of Miniscrews for Extradental Anchorage.Orthodontics, v. 1, n. 2, p.1-12, 2004.

3. HERMAN R, COPE J B. Miniscrew Implants: IMTECMini Ortho Implants. Seminars Orthodontics. V. 11,p.32-39, 2005.

4. KIM J W, AHN S J, CHANG Y I. Histomorphometricand mechanical analyses of the drill-free screw asorthodontic anchorage. Am. J. Orthod DentofacialOrthop. V.128, n.2, p.190-194, 2005.

5. KYUNG H M, PARK H S, BAE S M, SUNG J H, KIMI B. Development of Orthodontic Micro-Implant forIntraoral Anchorage. v. 37, n. 6, p.321-328, 2003.

6. LABOISSIÈRE JR M, VILLELA H, BEZERRA F,LABOISSIÈRE M, DIAZ L. Ancoragem absolutautilizando microparafusos ortodônticos. Protocolo paraaplicação clínica (Trilogia Parte II). Rev Implant News,v.2, n.1, p.37-46, 2005.

7. LABOISSIÈRE JR M, VILLELA H, BEZERRA F,LABOISSIÈRE M, DIAZ L. Ancoragem absolutautilizando microparafusos ortodônticos. Complicações efatores de risco (Trilogia Parte III). Rev Implant News,v.2, n.2, p.165-168, 2005.

8. MAINO B G, MURA P, BEDNAR J. MiniscrewImplants: The Spider Screw Anchorage System. SeminarsOrthodontics. V. 11, p.40-46, 2005.

9. PARK H S, KWON T G. Sliding Mechanics withMicroscrew Implant Anchorage. Angle Orthod, v.74, n.5,p.703710, 2004.

10. PARK H S, KWON T G, SUNG J H. NonextractionTreatment with Microscrew Implants. Angle Orthod,v.74, p.539549, 2004.

11. VILLELA H, VILLELA P, BEZERRA F,LABOISSIÈRE JR M, SOARES A P. Utilização de mini-implantes para ancoragem ortodôntica direta. RevInnovations Journal, v.8, n.1, p.5-12, 2004.

tibulares estão próximas à cortical vestibular, e indepen-dente da angulação de instalação, esta proximidade sem-pre vai existir.Os microparafusos auto-perfurantes apresentam o dese-nho do corpo cônico com uma ponta perfurante, dis-pensando o uso de fresa para efetuar a descorticalizaçãoinicial. A perfuração da cortical vestibular da maxila éfacilmente efetuada, devido ao osso cortical nesta regiãoser muito delgado. A região de palato oferece maior re-sistência, principalmente na linha média. Nestes casos,pode-se utilizar uma fresa de 1,0 mm de diâmetro, comvelocidade máxima de rotação de 300 RPM sob irrigaçãoprofusa para fazer a perfuração inicial. Esta fresagem ini-cial é feita com o intuito de facilitar a introdução doMPO, evitando uma possível fratura. Após a descortica-lização, faz-se a instalação do MPO utilizando o contra-ângulo com a velocidade média de 20 RPM. A corticalvestibular mandibular também poderá oferecer resistên-cia à perfuração inicial do MPO, devido a sua maior es-pessura, contudo a necessidade de descorticalizaçãocom fresa é menos freqüente.

Esta etapa apesar de simples é fundamental, pois a esta-bilidade primária é um dos requisitos mais importantespara o sucesso deste procedimento. A avaliação deve serfeita com o auxílio da sonda exploradora ou da sonda mi-limetrada, que deve exercer uma pressão na cabeça domicroparafuso com a finalidade de verificar a estabilida-de do mesmo (Figura 15). O microparafuso deverá resis-tir à pressão sem nenhum tipo de mobilidade. Em casosonde haja mobilidade, deve-se trocar o microparafusopor um de diâmetro maior para obter boa estabilidadeprimária ou escolher um novo leito cirúrgico. Isto pode-rá ocorrer devido à baixa densidade óssea ou falha noprocedimento de instalação do microparafuso. A instala-ção manual deve ser feita com cuidado e firmeza paraevitar a mudança de direção durante a introdução do mi-croparafuso no osso, evitando prejuízos na estabilidadedo mesmo.

A avaliação final deve ser feita com radiografias periapi-cais, levando-se em conta as distorções e superposiçõesde imagens comuns neste tipo de radiografia. Algumasvezes torna-se necessário mais de uma tomada radiográ-fica para a confirmação de que o microparafuso nãoatingiu raízes dentárias ou estruturas anatômicas vizi-nhas (Figura 16).

Avaliação da estabilidade primária

Avaliação radiográfica final

Aspecto clínico do microparafusoinstaladoFigura 16b

Figura 16a Radiografia periapical com omicroparafuso instalado

a necessidade de realização de osteotomia utilizando omotor e contra-ângulo. Este fato favorece ainda mais autilização da ancoragem esquelética nos planejamentosortodônticos atuais, estimulando os próprios ortodon-tistas efetuarem a instalação dos microparafusos e in-gressarem nesta nova vertente de forma definitiva. Mes-mo tratando-se de um procedimento simples, todos oscuidados inerentes ao procedimento cirúrgico devem seradotados de maneira efetiva. Apesar dos microparafusoortodônticos auto-perfurantes se mostrarem cada vezmais confiáveis clinicamente, faz-se necessário a execu-ção de estudos prospectivos longitudinais controladospara dar maior respaldo científico a este novodispositivo.

26

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdrsábado, 20 de maio de 2006 12:05:30

Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYKComposição Tela padrão

52 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 53Volume 01 - Número 01 - Maio/2006

Orientações ao paciente

O paciente deve ser orientado a observar três importan-tes aspectos: higiene da cabeça do microparafuso,avaliação da estabilidade e sintomatologia dolorosa.

A manutenção de uma boa higiene do microparafuso émuito importante para garantir a saúde aos tecidos peri-implantares . Esta higiene deve ser feita com escovadental de cerdas macias embebidas em colutório bucal(Gluconato de clorexidine 0,12%). A falha neste contro-le da higiene pode comprometer o sucesso de todo oprocedimento, e deve ser avaliado rigorosamente peloortodontista.

O paciente deve ser orientado para avisar imediatamenteo cirurgião ou ortodontista se observar alguma mobili-dade do microparafuso, pois o mesmo deve apresentarboa estabilidade durante todo o período da sua presençana cavidade bucal.

Higiene da cabeça do microparafuso

Avaliação da estabilidade

1,2,3,7,8,11

Sintomatologia dolorosaEm nenhum momento o paciente deverá sentir dor, poisem condições normais, a instalação e o período pós-cirúrgico não geram desconfortos. Qualquer tipo derelato de dor pelo paciente, deve ser avaliado cuidadosa-mente e nunca deve ser subestimado. Caso necessário, opaciente poderá fazer uso de medicações analgésicas noperíodo pós-cirúrgico imediato e o cirurgião deverá ava-liar a causa em casos de dor persistente, já que a utiliza-ção dos MPOs não requer um protocolo de controle dedor durante o tratamento.

A introdução dos microparafusos auto-perfurantes paraancoragem esquelética em ortodontia trouxe novos con-ceitos de planejamento e tratamento, com protocolo ci-rúrgico mais simples e seguro, reduzindo drasticamente

Conclusão

Referências Bibliográficas

1. BEZERRA F, VILLELA H, LABOISSIÈRE JR M,DIAZ L. Ancoragem absoluta utilizando microparafusosortodônticos de titânio. Planejamento e protocolocirúrgico (Trilogia Parte I). Rev Implant News, v.1, n.6,p.469-475, 2004.

2. FORTINI A, CACCIAFESTA V, SFONDRINI M F,CAMBI S, LUPOLI M. Clinical Applications andEfficiency of Miniscrews for Extradental Anchorage.Orthodontics, v. 1, n. 2, p.1-12, 2004.

3. HERMAN R, COPE J B. Miniscrew Implants: IMTECMini Ortho Implants. Seminars Orthodontics. V. 11,p.32-39, 2005.

4. KIM J W, AHN S J, CHANG Y I. Histomorphometricand mechanical analyses of the drill-free screw asorthodontic anchorage. Am. J. Orthod DentofacialOrthop. V.128, n.2, p.190-194, 2005.

5. KYUNG H M, PARK H S, BAE S M, SUNG J H, KIMI B. Development of Orthodontic Micro-Implant forIntraoral Anchorage. v. 37, n. 6, p.321-328, 2003.

6. LABOISSIÈRE JR M, VILLELA H, BEZERRA F,LABOISSIÈRE M, DIAZ L. Ancoragem absolutautilizando microparafusos ortodônticos. Protocolo paraaplicação clínica (Trilogia Parte II). Rev Implant News,v.2, n.1, p.37-46, 2005.

7. LABOISSIÈRE JR M, VILLELA H, BEZERRA F,LABOISSIÈRE M, DIAZ L. Ancoragem absolutautilizando microparafusos ortodônticos. Complicações efatores de risco (Trilogia Parte III). Rev Implant News,v.2, n.2, p.165-168, 2005.

8. MAINO B G, MURA P, BEDNAR J. MiniscrewImplants: The Spider Screw Anchorage System. SeminarsOrthodontics. V. 11, p.40-46, 2005.

9. PARK H S, KWON T G. Sliding Mechanics withMicroscrew Implant Anchorage. Angle Orthod, v.74, n.5,p.703710, 2004.

10. PARK H S, KWON T G, SUNG J H. NonextractionTreatment with Microscrew Implants. Angle Orthod,v.74, p.539549, 2004.

11. VILLELA H, VILLELA P, BEZERRA F,LABOISSIÈRE JR M, SOARES A P. Utilização de mini-implantes para ancoragem ortodôntica direta. RevInnovations Journal, v.8, n.1, p.5-12, 2004.

tibulares estão próximas à cortical vestibular, e indepen-dente da angulação de instalação, esta proximidade sem-pre vai existir.Os microparafusos auto-perfurantes apresentam o dese-nho do corpo cônico com uma ponta perfurante, dis-pensando o uso de fresa para efetuar a descorticalizaçãoinicial. A perfuração da cortical vestibular da maxila éfacilmente efetuada, devido ao osso cortical nesta regiãoser muito delgado. A região de palato oferece maior re-sistência, principalmente na linha média. Nestes casos,pode-se utilizar uma fresa de 1,0 mm de diâmetro, comvelocidade máxima de rotação de 300 RPM sob irrigaçãoprofusa para fazer a perfuração inicial. Esta fresagem ini-cial é feita com o intuito de facilitar a introdução doMPO, evitando uma possível fratura. Após a descortica-lização, faz-se a instalação do MPO utilizando o contra-ângulo com a velocidade média de 20 RPM. A corticalvestibular mandibular também poderá oferecer resistên-cia à perfuração inicial do MPO, devido a sua maior es-pessura, contudo a necessidade de descorticalizaçãocom fresa é menos freqüente.

Esta etapa apesar de simples é fundamental, pois a esta-bilidade primária é um dos requisitos mais importantespara o sucesso deste procedimento. A avaliação deve serfeita com o auxílio da sonda exploradora ou da sonda mi-limetrada, que deve exercer uma pressão na cabeça domicroparafuso com a finalidade de verificar a estabilida-de do mesmo (Figura 15). O microparafuso deverá resis-tir à pressão sem nenhum tipo de mobilidade. Em casosonde haja mobilidade, deve-se trocar o microparafusopor um de diâmetro maior para obter boa estabilidadeprimária ou escolher um novo leito cirúrgico. Isto pode-rá ocorrer devido à baixa densidade óssea ou falha noprocedimento de instalação do microparafuso. A instala-ção manual deve ser feita com cuidado e firmeza paraevitar a mudança de direção durante a introdução do mi-croparafuso no osso, evitando prejuízos na estabilidadedo mesmo.

A avaliação final deve ser feita com radiografias periapi-cais, levando-se em conta as distorções e superposiçõesde imagens comuns neste tipo de radiografia. Algumasvezes torna-se necessário mais de uma tomada radiográ-fica para a confirmação de que o microparafuso nãoatingiu raízes dentárias ou estruturas anatômicas vizi-nhas (Figura 16).

Avaliação da estabilidade primária

Avaliação radiográfica final

Aspecto clínico do microparafusoinstaladoFigura 16b

Figura 16a Radiografia periapical com omicroparafuso instalado

a necessidade de realização de osteotomia utilizando omotor e contra-ângulo. Este fato favorece ainda mais autilização da ancoragem esquelética nos planejamentosortodônticos atuais, estimulando os próprios ortodon-tistas efetuarem a instalação dos microparafusos e in-gressarem nesta nova vertente de forma definitiva. Mes-mo tratando-se de um procedimento simples, todos oscuidados inerentes ao procedimento cirúrgico devem seradotados de maneira efetiva. Apesar dos microparafusoortodônticos auto-perfurantes se mostrarem cada vezmais confiáveis clinicamente, faz-se necessário a execu-ção de estudos prospectivos longitudinais controladospara dar maior respaldo científico a este novodispositivo.

26

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

0

5

25

75

95

100

K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdrsábado, 20 de maio de 2006 12:05:30

Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYKComposição Tela padrão