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Introdução A primeira diferença fundamental entre live-CDs, como o Kurumin e o Slax e distribuições "tradicionais", como o Mandriva, Fedora e Slackware, é a forma como o sistema é instalado. Tradicionalmente, os CDs de instalação contém pacotes individuais de instalação dos programas junto com um programa de instalação. Durante a instalação, você pode escolher quais pacotes quer instalar e o instalador se encarrega de "montar" o sistema, instalando individualmente os pacotes marcados, como neste screenshot do instalador do Mandriva: Esta abordagem permite um controle maior sobre o que será instalado, mas possui também algumas desvantagens: -Torna a instalação mais complexa e confunde os usuários iniciantes (e muitas vezes também os avançados), já que pouca gente conhece a função de cada pacote e não sabe bem quais instalar. Nem sempre as descrições dos pacotes dão uma visão clara sobre sua função e importância. Para amenizar isso, os instaladores adotam um "meio termo", onde você inicialmente escolhe entre algumas categorias, como "Ferramentas de escritório", "Programação", "Servidores", etc., e acessa a tela de seleção manual de pacotes apenas se quiser personalizar a instalação.

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Introdução

A primeira diferença fundamental entre live-CDs, como o Kurumin e o Slax e distribuições "tradicionais", como o Mandriva, Fedora e Slackware, é a forma como o sistema é instalado.

Tradicionalmente, os CDs de instalação contém pacotes individuais de instalação dos programas junto com um programa de instalação. Durante a instalação, você pode escolher quais pacotes quer instalar e o instalador se encarrega de "montar" o sistema, instalando individualmente os pacotes marcados, como neste screenshot do instalador do Mandriva:

Esta abordagem permite um controle maior sobre o que será instalado, mas possui também algumas desvantagens:

-Torna a instalação mais complexa e confunde os usuários iniciantes (e muitas vezes também os avançados), já que pouca gente conhece a função de cada pacote e não sabe bem quais instalar. Nem sempre as descrições dos pacotes dão uma visão clara sobre sua função e importância. Para amenizar isso, os instaladores adotam um "meio termo", onde você inicialmente escolhe entre algumas categorias, como "Ferramentas de escritório", "Programação", "Servidores", etc., e acessa a tela de seleção manual de pacotes apenas se quiser personalizar a instalação.

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-Aumenta muito o trabalho dos desenvolvedores, que precisam se preocupar em checar as dependências de cada pacote, etc. para manter a instalação consistente, independentemente do que o usuário escolher.

-Neste caso o sistema pode ser apenas instalado, não roda direto do CD.

Nos live-CDs temos um sistema "base", já configurado que roda diretamente do CD. O instalador limita-se a copiar este sistema para o HD e fazer as alterações necessárias para que ele se adapte ao novo ambiente.

A instalação no HD mantém as configurações feitas durante o boot. Por isso, primeiro teste o sistema rodando a partir do CD e certifique-se que o vídeo está corretamente configurado, as placas de som e rede estão funcionando, etc. antes de iniciar a instalação.

Se você não tem espaço suficiente no HD para criar várias partições, ou não quer arriscar seus arquivos mexendo no particionamento do HD (lembre-se: Só Jesus salva, o homem faz backup! ;), você pode ainda treinar usando o VMware Player, um virtualizador que permite instalar as distribuições dentro de máquinas virtuais, que abordo aqui: http://www.guiadohardware.net/tutoriais/116/.

Opções de boot no Kurumin

Um dos principais atrativos do Kurumin e outros live-CDs é o fato do sistema rodar diretamente a partir do CD-ROM, sem necessidade de alterar o que está instalado do HD e detectar o hardware da máquina no boot, dando-lhe um desktop funcional em poucos minutos.

Mas, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, detectar todo o hardware de uma máquina atual e configurar o sistema para trabalhar sobre ele sem ficar perguntando, não é uma tarefa nada fácil.

Algumas placas-mãe mal projetadas podem travar durante o processo de detecção do ACPI, SCSI ou RAID, pode ser que a placa de vídeo não tenha um driver específico, ou que use um código de identificação diferente do padrão, pode ser que o mouse tenha scroll ou outro recurso especial que não seja possível detectar automaticamente e assim por diante. Além disso, o sistema simplesmente não tem como adivinhar que resolução de tela e taxa de atualização que você prefere usar, pode no máximo tentar "adivinhar" baseado nas características do monitor.

Logo no início do boot você verá uma tela gráfica que apresenta algumas opções de boot. Estas opções permitem alterar o comportamento padrão do sistema, fazendo com que ele dê boot em placas problemáticas ou que utilize a resolução de vídeo de sua preferência, entre outras configurações, que podem ser usadas em casas onde o sistema de detecção não dê conta do recado.

O Kurumin é capaz de dar boot diretamente em uns 90% dos micros, enquanto as opções permitem que ele funcione na maior parte dos 10% restantes. É raro um PC em que realmente não exista como fazer o Kurumin funcionar. Muitas destas opções são

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válidas também no Knoppix e nos outros live-CDs derivados dele, como o Kanotix e Mephis e também nos live-CDs derivados do Kurumin, como o Kalango e o Kurumin Games. A única mudança é que neles ao invés das opções começarem com "kurumin", começam com "knoppix", "kalango", ou o nome da distro.

Existem opções de boot para especificar a configuração do vídeo, para desabilitar a detecção de determinados componentes, opções para copiar a imagem do Kurumin para o HD e dar boot com o drive de CD livre, dar boot a partir de um arquivo .ISO salvo no HD e até algumas opções específicas, que variam de uma distribuição para outra.

No canto inferior da tela aparece um prompt (boot:) para digitar as opções. Se você apenas pressionar Enter, ou esperar 30 segundos, o sistema inicializa no modo default, tentando detectar tudo sozinho. As opções de boot permitem modificar o comportamento padrão do sistema, desabilitando algum recurso que está fazendo o micro travar no boot, alterar a resolução do vídeo e assim por diante.

No screenshot acima, estou usando como exemplo uma opção bem longa para configurar vídeo, especificando a resolução, taxa de atualização e o driver de vídeo e desabilitar o ACPI.

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Basta digitar a opção desejada e pressionar Enter. Os parâmetros devem ser digitados exatamente como descritos abaixo, sempre em minúsculas. Todos estes parâmetros são opcionais, eles foram desenvolvidos para serem usados em casos de problemas.

Opções de vídeo

As opções mais usadas são as referentes à resolução e taxa de atualização do monitor. Por default, o Kurumin tenta detectar automaticamente a sua placa de vídeo e utiliza uma resolução compatível com seu monitor, detectada via DCC.

A configuração do monitor é composta por três parâmetros:

1- O driver de vídeo 2- A resolução e profundidade de cor 3- A taxa de atualização.

O driver de vídeo é o que permite que o sistema se comunique com a placa de vídeo e, conseqüentemente, envie as imagens para o monitor. Cada placa de vídeo tem um conjunto próprio de recursos e se comunica numa linguagem diferente. O driver de vídeo é o "intérprete" que permite que o sistema converse com a sua.

O software responsável por mostrar imagens na tela (o "servidor gráfico" falando em linguagem mais técnica) é o X.org. É ele quem contém os drivers para todas as placas de vídeo suportadas pelo sistema. Nas versões atuais do X.org temos um conjunto relativamente pequeno de drivers, um para cada fabricante (e não um para cada placa de vídeo como antigamente).

O driver "sis", por exemplo, dá suporte a todas as placas de vídeo da SiS, o driver "nv" dá suporte a todas as placas da nVidia e assim por diante. Temos ainda dois drivers genéricos, o "vesa" e o "fbdev" que funcionam com quase todas as placas de vídeo. Eles podem ser usados, por exemplo, quando você tiver alguma placa de vídeo muito recente, que ainda não seja suportada.

A resolução determina a quantidade de pontos mostrados na tela. Os monitores sempre suportam várias resoluções diferentes, permitindo que você use a que achar mais confortável. Um monitor de 17", por exemplo, geralmente suportará de 640x480 a até 1280x1024.

O que muda ao usar resoluções diferentes é a taxa de atualização , que determina quantas vezes por segundo a imagem é atualizada no monitor.

O grande problema é que os monitores atuais utilizam células de fósforo para formar a imagem. Estas células não conservam seu brilho por muito tempo e por isso precisam ser realimentadas constantemente.

O ideal é usar uma taxa de atualização de 75 Hz (75 atualizações por segundo) ou mais. Usando menos que isso teremos um fenômeno chamado flicker, onde a tela fica instável, piscando, parecendo tremer, como se a tela do monitor fosse uma gelatina. É

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justamente o flicker que causa a sensação de cansaço ao se olhar para o monitor por muito tempo, e a médio prazo pode até causar danos à visão.

Outra coisa que ajuda e muito a diminuir o flicker é diminuir o brilho do monitor. O ideal é usar a tela o mais escura possível, dentro do que for confortável, naturalmente. Uma dica é deixar o controle de brilho no mínimo e ajustar apenas pelo contraste. Quanto maior for a taxa de atualização e quanto menor for a claridade da imagem menor será o flicker e menor será o cansaço dos olhos.

As taxas de atualização máximas dependem tanto da placa de vídeo quanto do monitor. Quanto mais baixa for a resolução de imagem escolhida, maior será a taxa de atualização suportada pelo monitor. A maioria dos monitores de 15" suportam 800x600 com 85 Hz de taxa de atualização ou 1024x768 a 70 Hz. Os monitores de 17" geralmente suportam 1024x768 a 85 Hz, enquanto os monitores mais caros, como os Flatron e Trinitron, de 17" (CRT) chegam a suportar 1600x1200 com 60 Hz.

A placas de vídeo também podem limitar a resolução máxima. Uma placa antiga, uma Trident 9680 por exemplo, não conseguirá trabalhar com mais de 70 Hz de refresh a 1024 x 768 (independentemente do monitor, é uma limitação da própria placa de vídeo). Muitas placas onboard são capazes de exibir 1024x768 com 85 Hz, mas apenas 70 Hz se você usar 1280x1024. Geralmente, apenas as placas de vídeo mais caras são capazes de trabalhar a 1600x1200 com 75 Hz de refresh ou mais, uma possibilidade que é suportada por alguns monitores de 19".

Tudo o que falei até agora sobre taxa de atualização e flicker se aplica apenas aos monitores de CRT (os grandões que ainda usam tubo de imagem). Hoje em dia temos um segundo tipo de monitores, os monitores de LCD, aqueles modelos fininhos e com tela 100% plana, usados desde sempre nos notebooks.

Nos monitores de LCD, cada ponto na tela é como uma lâmpada acesa, eles não possuem problemas com flicker, a imagem é sólida, independentemente da taxa de atualização usada. Em geral, os monitores de LCD suportam várias taxas de atualização, o mais comum é de 56 a até 75 Hz. Isto é feito para permitir que funcionem em conjunto com qualquer placa de vídeo e em várias configurações. Porém, neste caso, a taxa de atualização não afeta a qualidade da imagem.

Se você fica muito tempo na frente do micro ou, principalmente, se trabalha com um, os monitores de LCD são a opção ideal. Eles são mais caros, mas se você dividir a diferença de preço por 36 meses (a vida útil média de um monitor) vai ver que o custo mensal não é tão alto assim. Eles também consomem menos energia (35 watts em média, contra 100 watts ou mais de um monitor CRT) o que economizará alguns trocados todo mês na conta de luz, ajudando a amortizar a diferença de preço.

Mas, voltando à configuração do Kurumin, as opções de boot relacionadas com o vídeo permitem especificar a configuração que deseja usar e resolver os casos em que o sistema não consegue abrir o modo gráfico.

Basta digitar a opção desejada na tela de boot:

fb1024x768: Esta é uma espécie de opção à prova de falhas, que força a resolução de 1024x768 usando o driver fbdev (frame buffer). O frame buffer é um recurso suportado pelo kernel que permite exibir imagens manipulando diretamente o conteúdo da memória de vídeo. A grande vantagem é que não é preciso um driver de vídeo; este modo vai funcionar mesmo em placas de vídeo que não sejam oficialmente suportadas

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pelo Linux. O modo gráfico é aberto a 1024x768 usando 60 Hz de taxa de atualização, o que permite usar esta opção na grande maioria dos monitores de 14 e 15 polegadas. Funciona em cerca de 90% das placas de vídeo.

fb800x600: É uma variação da opção acima, que utiliza resolução de 800x600. Algumas placas de vídeo onboard e algumas placas antigas só funcionam usando esta opção.

kurumin xvrefresh=60: Esta opção força o sistema a utilizar uma taxa de atualização de apenas 60 Hz para o monitor. Ela é necessária em alguns monitores de LCD que não suportam taxas de atualização mais altas e em vários monitores antigos. O "60" pode ser substituído por qualquer outra taxa de atualização desejada, como em: kurumin xvrefresh=75. Você pode verificar qual é a configuração usada no Windows (ou no sistema atual) e especificar manualmente aqui.

kurumin xdepth=16: Esta opção complementa as outras, permitindo configurar a profundidade de cor. O "16" indica a quantidade de cores em bits. Lembre que 16 bits equivalem a 65 mil cores, 24 equivalem a 16 milhões de cores e 8 equivalem a apenas 256 cores. Em geral o Kurumin dá sempre boot usando 16 ou 24 bits de cor, de acordo com o suportado pela placa, mas caso você tenha um micro muito antigo, com uma placa de vídeo com apenas 1 MB, você pode preferir usar 256 cores para que a placa possa trabalhar a 1024x768.

kurumin desktop=fluxbox: Esta opção faz com que o Kurumin use o fluxbox como gerenciador de janelas ao invés do KDE. O Fluxbox é bem mais simples e menos amigável, mas permite usar o Kurumin em máquinas antigas, onde o KDE fica muito lento. Usando o Fluxbox o consumo de memória durante o boot (ao rodar do CD) cai quase pela metade, permitindo usar o sistema em micros com 64 MB de RAM.

Algumas remasterizações do Kurumin podem incluir outros gerenciadores de janelas, como o Gnome, IceWM ou o Blanes. Nestes casos, você pode usar esta opção para especificar qual gerenciador usar, como em "kurumin desktop=gnome".

kurumin screen=1280x1024: Esta opção é dedicada especialmente para quem usa monitores grandes, de 17" ou mais. É preciso que o monitor suporte 1280x1024 com 75 Hz de taxa de atualização.

kurumin screen=1024x768: Força o Kurumin a usar resolução de 1024x768. Este modo é diferente do "fb1024x768" pois neste a sua placa de vídeo é detectada e são ativados os recursos de aceleração de vídeo suportados por ela. Aqui você está especificando apenas a resolução e deixando que o sistema detecte o restante.

A opção "screen=" pode ser usada para especificar qualquer resolução suportada pelo monitor, mesmo que fora do padrão. Por exemplo, muitos notebooks usam telas wide, com resolução de 1280x800 ou 1280x768, por exemplo. Em muitos deles, o sistema detecta a resolução incorretamente e acaba abrindo sempre a 1024x768. Para que toda a área útil do monitor seja usada, basta especificar manualmente, como em: "kurumin screen=1280x800" no boot.

kurumin screen=1024x768 xvrefresh=60: Aqui estamos combinando as duas opções: resolução de 1024x768 e taxa de atualização de 60 Hz.

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Em alguns casos raros, pode ser que o problema seja com a detecção do driver de vídeo, como, por exemplo, o sistema tentando usar o driver "sis" para uma placa recente da SiS que ainda não é suportada por ele. Neste caso, você pode usar a opção "xmodule=vesa" para especificar o driver de vídeo a ser utilizado. Lembre-se de que o vesa é um curinga, um driver genérico que funciona com praticamente todas as placas de vídeo. Você pode combinar esta opção com as outras que já vimos, como em: kurumin screen=1024x768 xvrefresh=60 xmodule=vesa

É possível também combinar várias opções no mesmo comando, basta ir colocando-as em seqüência, sempre começando com "kurumin", como em: kurumin screen=1280x1024 xvrefresh=60 xmodule=vesa desktop=fluxbox.

A configuração do vídeo pode ser também alterada através da opção "Configurar Vídeo", que está disponível no "Centro de Controle do Kurumin > Suporte a Hardware > Configuração do Vídeo, Som, Teclado e Joystick".

Aqui você tem acesso às mesmas opções disponíveis na hora do boot. Se não marcar nenhuma opção, o vídeo simplesmente é redetectado automaticamente. As opções permitem forçar o uso das configurações desejadas. O utilitário gera o novo arquivo de configuração, permite que você teste a configuração, para ter certeza que está realmente funcionando e, no final, confirma se você quer usá-la.

Opções para solucionar problemas

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Além das opções relacionadas ao vídeo, existem as opções que solucionam problemas durante a detecção de dispositivos, que é a principal causa de problemas durante o boot do Kurumin. Como disse, muitas placas-mãe problemáticas travam durante a detecção de alguns periféricos, como as M810 (na detecção do ACPI) e algumas placas com RAID ou SCSI onboard.

Você pode simplesmente desativar estes recursos (sobretudo o suporte ACPI que é o mais problemático) no setup da própria placa-mãe. Mas, também é possível fazer isso na linha de boot do Kurumin:

As opções disponíveis são: acpi=off , noapic , noagp , noscsi , noapm , nodma , nopcmcia e nousb.

A opção acpi=off é uma das mais importantes. Muitas placas, especialmente as M810, M812 e outros modelos do mesmo "famoso" fabricante possuem implementações problemáticas do ACPI que funcionam de forma errática, fazendo com que a placa trave durante o boot caso o recurso não seja explicitamente desabilitado no setup ou nas opções de boot.

A opção noapic desabilita o realocamento de endereços de IRQ por parte do BIOS, deixando o serviço a cargo do sistema operacional. Algumas placas usam BIOS bugados que não gerenciam corretamente este recurso, fazendo que placas de som, rede e outros periféricos não sejam detectados no boot, embora perfeitamente suportados pelo sistema.

A opção noagp não desabilita placas de vídeo AGP, apenas o recurso de acesso à memória RAM que é quem pode causar problemas em alguns casos. Mesmo usando-o sua placa de vídeo AGP continuará sendo detectada normalmente. O mesmo se aplica à opção nousb, que faz com que mouses e teclados USB sejam reconhecidos pelo sistema como periféricos PS/2.

Você pode combinar várias opções na mesma linha, começando sempre com "kurumin". Você pode começar com a linha abaixo, que vai desativar a detecção de quase tudo e depois ir retirando algumas opções até descobrir qual é exatamente o problema com a sua placa, como em: kurumin noapic acpi=off noagp noscsi noapm nousb

A partir do Kurumin 4.0, existe uma opção nova, necessária em algumas placas-mãe e notebooks: kurumin pci=bios. Esta é uma opção de compatibilidade, destinada a burlar problemas com a controladora PCI da placa. Outras opções menos usadas são:

expert : Esta opção ativa um modo de inicialização alternativa, que vai perguntando passo a passo o que deve ser detectado ou não pelo sistema durante o boot. Esta opção permite detectar partes da detecção automática que fazem o sistema travar em algumas placas-mãe e também configurar manualmente sua placa de vídeo, som, mouse, teclado e placa SCSI. Esta opção faz com que o boot seja bem mais demorado; deve ser usada apenas para solução de problemas.

kurumin vga=normal: Desabilita o frame-buffer durante a primeira parte da inicialização (onde é detectado o hardware, etc.). Algumas placas de vídeo antigas não suportam o recurso, o que faz com que elas exibam uma mensagem de erro durante o boot. Isso não é problema, pois basta pressionar Enter ou esperar 30 segundos para

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que o boot prossiga normalmente. Mas, de qualquer forma, a opção permite desativar isso.

kurumin mem=32M: Esta é uma opção obsoleta, que permite especificar manualmente a quantidade de memória RAM instalada, mas que parece ser necessária em algumas placas mães antigas. Tive notícias de duas ou três placas para Pentium 1 e também casos de usuários de placas M810 que travavam no boot caso esta opção não fosse usada. O "32M" deve ser substituído pela quantidade de memória RAM presente no sistema, em megabytes (64M, 128M, etc.). O "M" deve ser sempre maiúsculo.

Rodando o Kurumin com o drive de CD livre

Outra limitação dos live-CDs é que depois do boot, o drive de CD-ROM fica ocupado, de forma que você não pode ouvir um CD de música ou assistir um DVD, por exemplo.

É possível evitar isso copiando os arquivos para uma partição do HD. Neste caso, o drive fica livre o desempenho do sistema fica melhor, já que passa a rodar a partir do HD, que é muito mais rápido. Para isso, use a opção:

kurumin tohd=/dev/hda1

Onde o "/dev/hda1" é a partição do HD para onde será feita a cópia dos arquivos. É importante lembrar que a partição não é formatada, o sistema cria apenas uma pasta "/knoppix" dentro da partição, com uma cópia do conteúdo do CD. Naturalmente, é preciso existir espaço livre suficiente para receber a cópia do conteúdo do CD.

Neste caso, o CD é usado apenas na etapa inicial do boot. Depois que o sistema é carregado a partir dos arquivos na partição, o CD pode ser ejetado. A cópia demora alguns minutos. Mas, depois de fazê-la pela primeira vez, você pode aproveitá-la nas inicializações seguintes, usando a opção "fromhd=", como em:

kurumin fromhd=/dev/hda1

Isso fará com que o Kurumin use a cópia já feita, sem precisar ficar copiando de novo a cada boot.

A grande limitação é que por enquanto a imagem de boot do Kurumin suporta apenas partições Windows formatadas em FAT16 ou FAT32 ou partições Linux, formatadas em EXT2, EXT3 ou ReiserFS, deixando de fora as partições NTFS do Windows XP, que ainda não possuem um driver seguro para escrita no Linux. Numa máquina com o Windows instalado, onde existe apenas uma partição NTFS ocupando todo o HD, ainda existe a opção de redimensionar a partição usando o gparted, criando uma pequena partição Linux no final do HD para fazer a cópia. Veja mais detalhes sobre como usar o gparted logo a seguir, no tópico sobre instalação do sistema.

Lembre-se de que você pode ver as partições existentes no seu HD e em qual sistema de arquivos cada uma está formatada abrindo o gparted ou o cfdisk. Se você tem o Windows instalado, então o drive C: será sempre a partição "/dev/hda1".

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É possível ainda usar a opção "bootfrom=", que permite dar boot diretamente a partir do arquivo ISO de uma nova (ou a mesma) versão do Kurumin, sem precisar queimar o CD. Esta opção funciona de forma muito similar à "fromhd", com a diferença de que ao invés de procurar pela pasta "knoppix/", o sistema procura pelo arquivo ISO dentro da partição.

Ao usar esta opção, é preciso indicar a partição e o nome arquivo ISO dentro dela, como em:

kurumin bootfrom=/dev/hda1/kurumin.iso

Note que esta dica funciona apenas entre versões do Kurumin que utilizam o mesmo Kernel, pois você está usando o Kernel incluído no CD para inicializar o sistema dentro do ISO. A versões 3.x usam o Kernel 2.4.25, as versões 4.x usam o Kernel 2.6.8, enquanto o 5.0 e 5.1 usa o 2.6.11. Você pode usar um CD do Kurumin 5.0 para dar boot usando o ISO do 5.1, por exemplo, mas não vai funcionar se você tentar usar um CD da série 4.x, por exemplo, que usa um Kernel diferente.

A principal vantagem de usar estas opções é o desempenho do sistema, que melhora realmente de forma brutal. Num notebook HP nx6110, o boot pelo CD (Kurumin 5.1) demora 2:45 minutos, enquanto ao dar boot usando um ISO gravado no HD, demora apenas 55 segundos, 3 vezes menos! Outra vantagem é que o sistema não fica dando aquelas "travadinhas", causadas pelo modo de economia de energia do drive.

Fora isso, o sistema continua se comportando exatamente da mesma forma que ao dar um boot "normal" a partir do CD, você pode inclusive instalar a partir daí.

Salvando suas configurações

A partir do Kurumin 5.1 foram incluídas duas opções que permitem salvar arquivos e novos programas instalados, mesmo ao rodar o Kurumin do CD. Estas opções são destinadas principalmente a quem usa pendrives, mas você pode usar uma partição no HD, complementando a opção de copiar os arquivos do sistema para a partição.

A primeira opção salva os arquivos e configurações armazenados no diretório "/home/kurumin", enquanto a segunda permite salvar todas as alterações feitas no sistema (como novos programas instalados usando o UnionFS). Ambas utilizam um recurso especial do sistema, as famosas imagens de loopback, que são arquivos especialmente formatados, que podem ser armazenados em qualquer tipo de partição (mesmo uma partição FAT do Windows), mas são acessados pelo sistema como se fossem partições separadas.

Para salvar as configurações, criando as imagens de loopback, use as opções encontradas no Iniciar > Configuração do Sistema:

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O utilitário mostra as partições disponíveis (incluindo o pendrive, detectado pelo sistema como /dev/sda ou /dev/sdb) e o espaço disponível em cada uma, em qual partição o arquivo será criado e qual será seu tamanho. Ao salvar o home, é criado um arquivo "kurumin.img" e ao salvar as modificações no sistema é criado o arquivo "union.img".

Para usá-los no boot, use as opções:

kurumin home=/dev/hda1/kurumin.img (para o arquivo com o home), ou:

kurumin union=/dev/hda1/union.img (para o arquivo com a imagem do UnionFS)

Você pode também combinar as duas opções, como em:

kurumin home=/dev/hda1/kurumin.img union=/dev/hda1/union.img

Isto fará com que o arquivo seja montado no diretório apropriado, fazendo com que as configurações e arquivos salvos fiquem disponíveis. Todas as alterações feitas são salvas diretamente nos arquivos de imagem, permitindo que você instale novos programas e salve arquivos, de uma forma similar ao que faria com o sistema instalado no HD.

Instalação A opção de instalar o Kurumin está bem visível dentro da tela inicial do Painel de Controle, você pode também chamar o instalador usando o comando "sudo kurumin-install" num terminal. No Painel estão organizadas também outras funções que usamos para configurar o sistema.

O instalador é na verdade um script, localizado dentro da pasta "/usr/local/bin/". Você pode estuda-lo e até alterá-lo caso necessário, usando um editor de textos qualquer. Assim como o instalador, muitas ferramentas aparentemente complexas, são na verdade scripts relativamente simples, que trabalham executando em ordem os comandos de texto necessários para realizar cada tarefa. Uma característica

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importante no Linux é que apesar de todas as ferramentas gráficas, toda configuração do sistema pode ser feita através do terminal, desde que você saiba os passos necessários.

Antes de instalar, vamos revisar alguns passos importantes:

As partições no Linux

Temos duas interfaces IDE na placa-mãe, onde cada uma permite a conexão de dois HDs, configurados como master ou slave. O primeiro HD, conectado à interface IDE primária e configurado como master, é reconhecido pelo Linux como hda, o segundo HD, slave da IDE primária é reconhecido como hdb, enquanto os dois HDs conectados à IDE secundária são reconhecidos como hdc e hdd.

Caso você esteja usando um HD Serial ATA, então ele será visto como sda. Caso sejam dois, um será o sda e o outro sdb. O mesmo acontece ao usar HDs SCSI.

Ao mesmo tempo, cada HD pode ser dividido em várias partições. Podemos ter um total de 4 partições primárias ou três partições primárias e mais uma partição extendida, que pode englobar até 255 partições lógicas. É justamente a partição lógica que permite a nós dividir o HD em mais de 4 partições.

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Esta limitação das 4 partições primárias, é uma limitação que existe desde o primeiro PC, lançado em 1981. Os projetistas que escreveram o BIOS para ele, precisavam economizar memória e chegaram à conclusão que 2 bits (4 combinações) para o endereço das partições seriam suficientes, pois na época os HDs mais vendidos tinham apenas 5 MB e só existia um sistema operacional para PCs, o PC-DOS, de forma que era raro alguém precisar criar mais de uma partição. As coisas mudaram um pouco de lá pra cá, mas infelizmente esta limitação continua até os dias de hoje.

Para amenizar o problema, foi criado o recurso da partição estendida e das partições lógicas. A partição estendida contém uma área extra de endereçamento, que permite endereçar as 255 partições lógicas. É possível criar até 4 partições extendidas, de forma que (em teoria) é possível dividir o HD em até 1020 partições :).

A primeira partição primária, do primeiro HD (hda) é chamada de hda1. Caso o HD seja dividido em várias partições, as demais partições primárias são chamadas de hda2, hda3 e hda4. Porém, o mais comum ao dividir o HD em várias partições é criar apenas uma partição primária e criar as demais partições dentro de uma partição extendida. É isso que o particionador faz por default.

As partições extendidas recebem números de 5 em diante (hda5, hda6, hda7, etc.) mesmo que as partições hda2 e hda3 não existam:

Neste mapa temos a partição primária, montada no diretório raiz (/) e uma partição extendida, que engloba tanto a partição swap quanto a partição montada em /home.

Este é o esquema de particionamento mais usado no Linux: três partições, sendo uma a partição raiz, onde o sistema fica instalado, a partição swap e uma terceira partição (opcional), montada no diretório /home.

A idéia é a mesma de dividir o HD em C:\ e D:\ no Windows: simplesmente manter seus arquivos pessoais numa partição diferente da dos arquivos do sistema, para melhorar a segurança e permitir que você possa tranqüilamente reformatar a partição do sistema quando precisar reinstalá-lo, sem correr o risco de perder junto seus arquivos pessoais.

Se estiver com dúvidas sobre como o HD está particionado, abra o gparted, que você encontra no Iniciar > Sistema. Ele mostra um mapa do HD.

Instalando

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Ao começar a instalação propriamente dita, o primeiro passo é escolher em qual HD o sistema será instalado, caso você tenha mais de um:

O particionamento do HD pode ser feito através do cfdisk, um particionador de modo texto que lembra um pouco o fdisk do Windows 98, ou usando o gparted, um particionador gráfico com uma interface parecida com o Partition Magic.

O cfdisk é mais prático quando você simplesmente quer formatar o HD todo e criar novas partições, enquanto o gparted permite que você redimensione partições do Windows e outras distribuições Linux para liberar espaço para instalar o Kurumin.

Particionando com o cfdisk

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O cfdisk é um programa simples, de modo texto. Se você é iniciante, vai se sentir mais confortável usando o gparted, o Partition Magic (no Windows) ou o particionador oferecido durante a instalação do Mandriva. Basta dar boot com um CD do Mandriva, ou do Mandrake 9.0 em diante, seguir até o particionamento do disco e abortar a instalação depois de fazer o particionamento. Ele é bem fácil de usar e oferece a opção de redimensionar partições Windows.

Caso o HD já esteja particionado basta selecionar a opção "Quit" na janela do cfdisk, ou pressionar a tecla "q" para prosseguir com a instalação. Para alternar entre as opções dentro do cfdisk, use as setas para a esquerda e direita no teclado; para selecionar uma opção tecle Enter.

Dentro do cfdisk, use as setas para cima e para baixo para selecionar uma partição ou trecho de espaço livre e as setas para a direita e esquerda para navegar entre as opções, que incluem:

Delete: Deletar uma partição, transformando-a em espaço livre. Use esta opção para deletar partições já existentes no HD para poder criar novas.

Create: Cria uma partição usando um trecho de espaço livre. O assistente perguntará sobre o tamanho da partição, em megabytes. Você terá ainda a opção de criar uma partição primária e uma partição extendida.

Você pode criar no máximo de quatro partições primárias, uma limitação que vem desde o PC-XT. Mas, por outro lado pode criar até 255 partições extendidas. Todas as versões do Windows e do DOS exigem que sejam instaladas numa partição primária, mas no Linux não existe esta limitação.

Você pode criar quantas partições for necessário e instalar o Kurumin em qual delas preferir.

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Maximize: Redimensiona uma partição, para que ela ocupe todo o espaço disponível no HD. O processo não é destrutivo, pois o sistema simplesmente adiciona o espaço adicional no final da partição, sem mexer no que está gravado, mas de qualquer forma é sempre saudável fazer um backup.

Type: Altera o sistema de arquivos da partição (Linux, FAT, Linux Swap, etc.). Lembre-se de que você deve ter no mínimo uma partição Linux e outra Linux Swap.

Bootable: Esta é mais uma opção necessária para partições do Windows ou DOS, mas não para o Linux. Mas a regra básica é que ao usar várias partições, a partição onde o sistema operacional está instalado seja marcada com este atributo.

Write: Salva as alterações.

Quit: Depois de fazer as alterações necessárias e salvar, só falta sair do programa ;-).

Basicamente, ao usar o cfdisk, você deve criar duas partições, uma maior para instalar o sistema e outra menor, de 500 MB ou 1 GB para a memória swap. Ao deletar uma partição antiga você seleciona o trecho de espaço livre e acessa a opção Create para criar uma partição Linux para a instalação do sistema. Para criar a partição swap, você repete o procedimento, criando uma segunda partição Linux, mas em seguida você acessa a opção Type e pressiona Enter duas vezes para que o cfdisk a transforme numa partição swap. Criadas as duas partições, é só salvar e sair.

O cfdisk não oferece nenhuma opção para redimensionar partições. Para isso você deve usar o gparted, ou outro particionador com que tenha familiaridade, como o Partition Magic ou o particionador usado durante a instalação do Mandrake por exemplo (basta iniciar a instalação até chegar ao particionamento do disco, alterar o particionamento, salvar e em seguida abortar a instalação).

Lembre-se de que o cfdisk deve ser usado apenas se você deseja deletar ou criar partições no HD. Se você quer apenas instalar o Kurumin numa partição que já existe (mesmo que seja uma partição do Windows ou esteja formatada em outro sistema de arquivos qualquer), pode dispensar o cfdisk, basta sair sem fazer nada. A formatação propriamente dita é feita mais adiante durante a instalação.

Alguns programas de particionamento (como o do instalador do Mandrake) criam tabelas de partição que não são entendidas pelo cfdisk. Neste caso, ao abrir o cfdisk você receberá uma mensagem de erro sobre a tabela de partição. Isto não significa necessariamente que exista algo errado com o seu HD, apenas que o cfdisk não conseguiu entender a tabela de partição atual.

Isto é perfeitamente normal, basta pressionar Enter para fechar o cfdisk e prosseguir com a instalação. O único problema neste caso é que você terá que recorrer a outro programa para reparticionar o HD. Como disse acima, você pode usar um CD de instalação do Mandriva, prosseguir até a parte de particionamento do disco e depois abortar a instalação.

Se você quer apenas usar o cfdisk para reformatar o HD, sem se preocupar com os dados, você pode fazer o cfdisk eliminar a tabela de partição do HD, criando uma nova tabela em branco. Esta opção é perigosa (vai apagar todos os dados), por isso não foi incluída no instalador. Se você quiser usá-la, abra o Root Shell encontrado em Iniciar >

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Configuração do Sistema e chame o comando "cfdisk -z" e particione o disco a seu gosto. Lembre-se, esta opção vai destruir todos os dados do HD.

Particionando com o gparted

O gparted é um particionador gráfico, bem mais amigável. Ao usá-lo, é importante observar que todas as partições do HD devem estar desmontadas , ou seja, elas não devem estar em uso. Ao dar boot com o CD do Kurumin, todas as partições ficam por padrão desativadas. Elas são montadas quando você clica sobre os ícones das partições dentro do "Meu Computador" para ver os arquivos. Para desmontá-las, clique com o botão direito sobre o ícone e acione a opção "Desmontar".

Na tela principal, você verá um "mapa" do HD, com todas as partições disponíveis e pode criar, deletar e redimensionar partições a partir dele. Neste exemplo, tenho uma partição Windows de 6 GB, formatada em NTFS, onde apenas 1.4 GB estão usados (a parte que aparece em amarelo no "mapa"). É possível redimensionar a partição reduzindo seu tamanho para algo próximo do espaço ocupado, 2 ou 3 GB por exemplo.

Você pode usar o gparted para redimensionar a partição do Windows e liberar espaço para o Kurumin. Ele é capaz de redimensionar tanto partições FAT32 quanto partições em NTFS. A única exigência é que antes de redimensionar você deve primeiro desfragmentar a partição alvo (reinicie e use o defrag do próprio Windows). Caso a partição não esteja desfragmentada ele aborta a operação para evitar qualquer possibilidade de perda de dados.

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Para redimensionar, clique na partição e em seguida sobre a opção "Redimensionar/Mover", onde você pode ajustar o novo tamanho da partição.

As alterações não são feitas automaticamente. Depois de revisar tudo clique no "Aplicar" para que as modificações sejam aplicadas. O gparted utiliza vários outros programas para checar as partições e fazer o trabalho pesado. Clique no botão "Details" para ver os passos que estão sendo executados.

O gparted tem como principal objetivo evitar perda de dados, de forma que sempre que ele encontra algum problema na partição, a operação é abortada. O problema mais comum ao redimensionar partições Windows é o fato da partição estar fragmentada. O gparted não tenta mover arquivos dentro da partição, ele apenas altera seu tamanho. Se houver arquivos gravados no final da partição, ele se recusará a tentar redimensioná-la, para evitar que estes arquivos sejam perdidos. Para corrigir o problema, volte ao Windows e desfragmente a partição.

Depois de concluído, você ficará com um bloco cinza, que representa espaço livre, não particionado. Para criar uma nova partição, clique com o botão direito sobre ele e em seguida sobre o botão "Novo". Na tela seguinte você pode escolher o sistema de arquivos em que a partição será formatada, seu tamanho e também se ela deve ser criada como uma partição primária, ou uma partição lógica. Lembre-se de que você só pode criar quatro partições primárias, ou até três primárias e uma extendida, com várias partições lógicas dentro dela. Ao terminar, clique no "Adicionar" para concluir a alteração.

Note que as alterações são realmente aplicadas apenas ao clicar sobre o "Aplicar". Se mudar de idéia, basta usar o botão "Desfazer".

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Para instalar, você precisa de uma partição Linux, formatada em ReiserFS, EXT2 ou EXT3, e uma partição swap. A partição swap não é realmente obrigatória, você até pode passar sem ela se tiver 512 MB de RAM ou mais. Porém, mesmo com bastante memória RAM, é recomendável usar uma partição swap, pois ela permite que o sistema remova bibliotecas e arquivos que não estão sendo usados da memória, em caso de necessidade, deixando mais memória livre para rodar os aplicativos nos momentos em que você estiver rodando muita coisa ao mesmo tempo e o PC estiver sofrendo para acompanhá-lo :-).

Muita gente tem uma imagem errada do uso da memória swap por causa da forma burra como ela é gerenciada no Windows 98. Nele, mesmo com muita memória disponível, o sistema insiste em fazer swap, prejudicando o desempenho e tornando o sistema menos responsivo.

No caso do Linux, principalmente ao usar uma distribuição recente, com o Kernel 2.6, o gerenciamento é feito de forma muito mais inteligente. O sistema leva vários fatores em conta na hora de decidir se usa swap ou não, usando-a apenas em casos de real necessidade, ou quando seu uso vai melhorar o desempenho do sistema.

Usar swap para melhorar o desempenho parece paradoxal. Afinal, a swap é centenas de vezes mais lenta que a memória RAM e tudo que é colocado nela demora muito tempo para ser reavido. Porém, quando você abre muitos aplicativos e a memória RAM começa a acabar, mover para a swap arquivos e bibliotecas que possuem pouca chance de serem usados novamente faz sentido, pois libera memória para uso dos aplicativos que você realmente está usando.

Outra coisa a levar em consideração é o cache de disco, espaços de memória que são usados para copiar informações que são freqüentemente lidas no HD, de forma a agilizar o acesso a elas. Você pode ver isso funcionando na prática: abra uma janela do OpenOffice ou o Firefox. Da primeira vez demora um pouco para carregar. Feche a janela e abra novamente. Da segunda vez já demorou bem menos, não é?

Isto acontece justamente porque na segunda abertura o sistema acessou boa parte das informações a partir do cache, ao invés de ter de ler tudo novamente a partir do HD ou CD. O cache de disco é um recurso que acelera absurdamente o tempo de

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carregamento dos programas e arquivos. Com mais memória disponível, o sistema pode fazer mais cache, melhorando perceptivelmente o desempenho.

A terceira questão é que sem swap o sistema não tem para onde correr em situações onde você precisa abrir muitos programas ou executar alguma tarefa que realmente use toda a memória disponível. Sem memória, o sistema vai começar a ficar lento e, em situações mais extremas, os aplicativos começarão a fechar por falta de memória.

Se você tiver bastante espaço disponível no HD, crie uma partição swap de 1 GB ou 2 GB. Se o espaço estiver racionado, crie uma partição menor, de 300 ou 500 MB. O ideal é que a partição swap seja maior em micros com pouca RAM e menor em micros com mais memória.

Para criar a partição swap no gparted, escolha "linux-swap" no campo "Sistema de Arquivos".

Uma dica é que o gparted também pode ser usado para criar partições FAT32 e NTFS do Windows. Ou seja, você pode usá-lo também para particionar um HD para a instalação do Windows ao invés daqueles ultrapassados disquetes de boot do Windows 98. Basta dar um boot com o Kurumin :).

Lembre-se de que o Kurumin ocupa cerca de 1.2 GB ao ser instado, mas você precisará de espaço para guardar seus arquivos e instalar outros programas. O ideal é reservar pelo menos 2 GB para o sistema e mais uns 500 MB (ou mais) de espaço para a partição swap.

Se você tiver mais espaço disponível, aproveite para criar também uma partição extra para armazenar o diretório /home, que veremos como configurar a seguir. Esta partição separada permitirá reinstalar o sistema posteriormente sem perder seus arquivos, que ficarão protegidos numa partição separada.

Em muitos micros é preciso reiniciar depois de modificar o particionamento do HD para que o sistema seja capaz de perceber as alterações. A limitação neste caso é o BIOS da placa-mãe, que em muitos casos só é capaz de ler a tabela de partições do HD durante o boot. Se o instalador reclamar que não existem partições Linux disponíveis, mesmo

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que você tenha feito tudo corretamente, é provável que seja este seu caso. Reinicie e comece novamente a instalação, dessa vez passando batido pela parte de particionamento.

Copiando os arquivos

Depois de particionar o HD, chegamos à parte mais crucial da instalação, que é a cópia dos arquivos propriamente dita. O instalador pergunta se você deseja usar uma partição swap e em qual partição o sistema deve ser instalado. Note que a lista inclui apenas partições formatadas em sistemas de arquivos do Linux, para evitar o clássico acidente de formatar por engano a partição do Windows. Lembre-se de que a sua partição C:\ do Windows é a "/dev/hda1" no Linux.

O Linux suporta vários sistemas de arquivos diferentes. A função do sistema de arquivos é organizar o espaço disponível no HD, criar estruturas que permitem gravar e ler arquivos de forma organizada. Os primeiros sistemas de arquivos suportados pelo Linux, bem no começo do desenvolvimento, eram o Minix e o EXT. Ambos possuíam limitações graves com relação ao desempenho e o tamanho máximo das partições, de forma que ambos foram substituídos pelo EXT2, que continua em uso até hoje.

O EXT2 é um sistema similar à FAT32 do Windows. Os arquivos são organizados de uma forma simples, com o HD dividido em vários clusters (que no EXT2 chamamos de blocos), onde cada cluster armazena um arquivo ou um fragmento de arquivo. Um índice no início do HD guarda uma tabela com os endereços de cada arquivo no HD.

Muita gente gosta desta simplicidade e por isso continua usando o EXT2 até hoje. O problema é que, assim como o FAT32, o EXT2 tem uma grande tendência a perder dados quando o micro é desligado incorretamente (o que num desktop é muito

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comum). Nestes casos entra em ação o fsck, que vasculha todos os arquivos da partição, de forma a detectar e corrigir erros, da mesma forma que o scandisk do Windows. Os dois problemas fundamentais com o fsck são que:

1- O teste demora muito. 2- Ele só corrige erros simples. Sempre que um problema mais grave é detectado, o carregamento do sistema é abortado e você cai num prompt de recuperação (herança da época em que o Linux era feio, estranho e complicado), onde você precisa conhecer e saber usar os comandos necessários para reparar os erros manualmente.

Ou seja, a menos que você tenha um nobreak e seu micro nunca seja desligado no botão, não use o EXT2. Ele é um sistema obsoleto, assim com o FAT32 no Windows.

Temos em seguida o EXT3, uma evolução do EXT2, que inclui um sistema de journaling. O journal (diário) consiste numa espécie de log, que armazena todas as alterações que são feitas nos arquivos e quando elas foram concluídas.

Quando o micro é desligado incorretamente, o fsck consulta este jornal para corrigir os erros, sem precisar executar o teste completo. Isso diminui bastante o problema, mas não o corrige completamente, pois o journal é na verdade um arquivo, que assim como os outros pode ser perdido. Quando isso acontece, o fsck precisa realizar o teste completo e, caso encontre algum problema, te joga novamente no estúpido prompt de recuperação. Um terceiro problema é que o journal precisa ser atualizado conforme as alterações são feitas, um trabalho extra que reduz o desempenho de leitura e gravação de dados em até 30% em relação ao EXT2.

Finalmente, temos o ReiserFS, que está para o EXT2 e o EXT3 da mesma forma que o NTFS está para o FAT32 no Windows. Ele é um sistema mais moderno, que inclui muitos recursos para a proteção dos dados e do próprio sistema de arquivos no caso de problemas diversos e desligamentos incorretos. O ReiserFS também aproveita melhor o espaço, agrupando arquivos pequenos, de forma que eles sejam gravados de forma contínua. Isso acaba fazendo uma grande diferença, pois no Linux temos uma quantidade muito grande de pequenos executáveis, bibliotecas e arquivos de configuração.

O ReiserFS é um sistema bastante robusto, bem melhor adaptado para suportar os maus-tratos típicos de um desktop, por isso é o sistema recomendado. Você pode ver uma descrição técnica dos recursos do sistema e alguns benchmarks no: http://namesys.com/.

- Corrigindo problemas em partições ReiserFS :

Problemas de corrupção de dados no ReiserFS são bastante raros. Mas, caso chegue ao ponto do sistema não dar boot por causa de um problema grave, causado por um desligamento no botão, é possível reparar a partição dando boot com um CD do Kurumin.

Comece (a partir do CD) abrindo um terminal e logando-se como root, usando o comando "sudo su". A partir daí, rode o comando:

# reiserfsck --check /dev/hda1

Ele exibe um aviso: Do you want to run this program?[N/Yes] (note need to type Yes if you do):

Ou seja você precisa digitar "Yes" para continuar; caso apenas dê Enter ele aborta a operação Ele vai

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verificar toda a estrutura do sistema de arquivos e indicar os erros encontrados. O próximo passo é usar a opção " --fix-fixable":

# reiserfsck --fix-fixable /dev/hda1

Este segundo comando efetivamente corrige todos os erros simples, que possam ser corrigidos sem colocar em risco as demais estruturas do sistema de arquivos. Em 90% dos casos isto é suficiente.

Se for encontrado algum erro grave, ele vai abortar a operação. Estes erros mais graves podem ser corrigidos com o comando:

# reiserfsck --rebuild-tree /dev/hda1

Este comando vai reconstruir do zero todas as estruturas do sistema de arquivos, vasculhando todos os arquivos armazenados. Esta operação pode demorar bastante, de acordo com o tamanho e quantidade de arquivos na partição. Nunca interrompa a reconstrução, caso contrário você não vai conseguir acessar nada dentro da partição até que recomece e realmente termine a operação.

O --rebuild-tree vai realmente corrigir qualquer tipo de erro no sistema de arquivos. Ele só não vai resolver o problema caso realmente exista algum problema físico, como, por exemplo, um grande número de setores defeituosos no HD.

Outros sistemas "modernos" são o XFS e o JFS, que são otimizados para uso em servidores. Eles também são relativamente populares, mas não são usados no instalador para não aumentar muito o número de opções.

Depois de selecionar a partição e o sistema de arquivos, o instalador confirma mais uma vez se você realmente quer formatar a partição para instalar o sistema. Existe

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aqui uma opção de atualização escondida, que foi incluída a partir do Kurumin 4.2. Se você responder "Não", o instalador vai copiar os arquivos sem formatar a partição, atualizando uma versão anterior do Kurumin instalada, sem apagar seus arquivos e configurações.

Assim como no Windows, esta opção de atualização é mais propensa a problemas, pois é difícil preservar todos os programas instalados e todas as modificações que foram feitas. Embora a atualização funcione bem na maioria dos casos, alguns programas podem deixar de funcionar (o que pode ser resolvido simplesmente reinstalando-os). Os arquivos e configurações, que são o mais importante, são sempre preservados.

A cópia dos arquivos propriamente dita é muito rápida, de 4 minutos (num PC atual) a 12 minutos (num Pentium II com 128 MB e um CD-ROM de 32x). Embora o sistema fique carregado durante a cópia, nada impede que você navegue ou faça alguma outra coisa enquanto o sistema está sendo instalado. Os dados são copiados diretamente a partir do CD-ROM (que é somente leitura) para dentro da partição, de forma que a cópia não é perturbada mesmo que você crie ou modifique alguns arquivos durante a instalação,

Concluindo a instalação

Depois de copiar o sistema, o instalador faz algumas perguntas, usadas para concluir a configuração. A primeira é sobre a configuração da rede, onde você pode definir um nome para a máquina e depois a opção de configurar a rede automaticamente via DHCP ou especificar manualmente o endereço IP, gateway e servidor DNS.

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Uma observação importante é que o nome da máquina não pode conter espaços nem caracteres especiais. Usar um nome como "Dandão #$@" vai causar sérios problemas, pois o sistema não conseguirá atualizar o nome da máquina durante o boot e vários programas deixarão de funcionar corretamente. Use um nome simples, contendo apenas letras e números, ou mantenha o padrão.

Até o Kurumin 5.0, era perguntado se você queria configurar a rede durante a instalação. Se você conecta via ADSL com autenticação (Speedy, Velox, etc.) usando o pppoeconf, você deveria responder "Não" e deixar para configurar depois de concluída a instalação.

Para simplificar as coisas, a partir do 5.1, a configuração da rede passou a ser feita no primeiro boot depois da instalação, como parte do assistente de boas-vindas.

Claro, não poderíamos nos esquecer de escolher uma senha para o root e também para o usuário kurumin, que será usado depois de concluída a instalação. O instalador não aceita senhas em branco. É importante usar boas senhas ao acessar a internet, pois a senha é a última linha de proteção caso você mantenha o SSH ou outros servidores ativos. Senhas fáceis são a principal causa de invasões em sistemas Linux.

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O usuário kurumin (ou knoppix nas versões antigas) é uma espécie de power-user, criado com o objetivo de facilitar o uso do sistema para novos usuários. Ele tem acesso aos utilitários de configuração, permissão para instalar novos programas e configurar programas como o K3B, de modo que você não precise ficar toda hora fornecendo a senha de root.

O usuário kurumin possui privilégios suficientes para usar o sistema sem sobressaltos, mas sem abrir as várias brechas de segurança de usar o usuário root diretamente. É um meio termo entre segurança e praticidade. O Ubuntu adota um sistema similar, onde a conta de root é desativada e você usa o comando "sudo" (como no Kurumin) quando precisa executar comandos como root. A principal diferença é que o Ubuntu confirma a senha (da conta de usuário, não do root) periodicamente.

Se você é um usuário com mais experiência, pode preferir criar um novo usuário, este sim um usuário "comum", sem privilégios especiais. Para criar mais usuários depois da instalação, use o comando "adduser" (como root) como em "adduser joao". Os novos usuários aparecem automaticamente na tela de login.

Se preferir um utilitário gráfico, você pode usar o "users-admin", que pode ser executado pelo terminal, ou pelo ícone no "Iniciar > Sistema > Gnome System Tools". Ele pode ser encontrado também no Fedora (onde se chama "system-config-users") e no Mandriva (onde se chama "userdrake").

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Você pode ativar ou desativar o uso do sudo, que é o responsável pelos privilégios administrativos a qualquer momento, usando as opções dentro do painel dos ícones mágicos. Estas opções fazem as alterações necessárias no arquivo "/etc/sudoers" e a alteração passa a valer imediatamente. Não é preciso reiniciar o KDE.

Naturalmente, para ativar o sudo para um novo usuário, é preciso fornecer a senha de root.

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Configurando o Lilo

A última etapa da instalação é a configuração do Lilo, o gerenciador de boot usado para inicializar o sistema, e pode ser configurado para inicializar também o Windows e outras distribuições Linux instaladas no HD.

Você tem a opção de instalar o Lilo na trilha MBR do HD, fazendo com que o Kurumin passe a ser o sistema default (respondendo "Sim" à pergunta), ou instalar o Lilo na partição (respondendo "Não").

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Quando você liga o micro, o BIOS da placa-mãe detecta o HD, CD-ROM, disquete e outros periféricos instalados. Depois de terminar seu trabalho, o BIOS procura por algum sistema operacional para carregar, seja no HD, CD-ROM, disquete ou mesmo via rede, de acordo com o configurado no setup.

No caso do HD, o BIOS lê apenas os primeiros 512 bytes, que são justamente a trilha 0, ou trilha MBR do HD. Neste pequeno espaço vai a tabela de partição e o gerenciador de boot.

Cada sistema operacional utiliza um gerenciador de boot próprio. Como o espaço no MBR é muito reduzido, apenas um pode ser instalado no MBR de cada vez. Quando um sistema grava seu gerenciador no MBR, automaticamente apaga o do anterior.

Ao ter mais de um sistema instalado, a solução é gravar apenas um deles no MBR e gravar dos demais no primeiro setor da partição onde cada sistema está instalado. Com isso, o gravado na MBR pode ser configurado para carregar os demais.

Se o Kurumin for o único sistema instalado, basta responder Sim e seus problemas acabaram. Se por outro lado você está instalando o Kurumin em dual-boot com o Windows ou outra distribuição do Linux, siga os seguintes passos para configurar os dois sistemas em dual-boot:

1) Windows + Kurumin: Se o Windows já está instalado, responda "Sim" para que o lilo seja gravado na MBR. O Windows grava seu gerenciador de boot tanto na MBR quanto no primeiro setor da partição, por isso é o mais fácil de configurar. Por ser gravado na MBR, o lilo será carregado primeiro e oferecerá a opção de escolher entre carregar o Kurumin ou o Windows a cada boot.

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Isso é feito adicionando duas linhas no arquivo de configuração do lilo, que explicam para ele que existe outro sistema instalado. A partir do Kurumin 5.0 esta configuração é feita automaticamente, nas versões antigas é necessário adicionar as linhas manualmente:

other = /dev/hda1 label = Windows

2) Kurumin + Outra distribuição Linux: Ao instalar o Kurumin em dual boot com outra distribuição, é necessário que você configure um para gravar na MBR e o outro para gravar na partição. Instale a outra distribuição primeiro, responda que não quer gravar o gerenciador de boot na MBR durante a instalação e, ao instalar o Kurumin, adicione as mesmas duas linhas na configuração do lilo, dizendo a partição onde a outra distribuição está instalada e dando um nome para ela, como em:

other = /dev/hda2 label = Mandriva

Uma observação importante: Os nomes não podem ter mais de 14 caracteres e não podem conter espaços ou caracteres especiais.

O arquivo de configuração do lilo é o "/etc/lilo.conf". O instalador lhe dá a chance de revisar a configuração do arquivo, onde você pode incluir as linhas caso necessário:

Os comentários no arquivo são auto-explicativos. Tudo o que você precisa fazer é retirar os comentários (#) das linhas referentes à partição onde está instalado o outro sistema operacional (caso ele não tenha sido detectado automaticamente pelo instalador) e salvar o arquivo.

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No screenshot abaixo, por exemplo, o Kurumin está sendo instalado em dual-boot com o Windows XP. O instalador detectou o dual-boot e colocou as linhas referentes ao Windows automaticamente. O único erro é que o label ficou "WinNT(hda1)", mas, fora a questão estética isso não faz diferença. Você pode mudar o label para "WinXP" ou qualquer coisa do gênero se quiser:

Depois de salvar o arquivo, basta fechar a janela para continuar a instalação.

A partir daí você tem a opção de escolher qual sistema operacional será carregado durante o boot. Você pode configurar o lilo do Kurumin para inicializar vários sistemas diferentes se for o caso, basta ir descomentando os pares de linhas correspondentes. Para modificar a configuração do lilo depois de concluída a instalação, abra o arquivo "/etc/lilo.conf" (como root) e, depois de salvar as alterações, execute o comando "lilo" (novamente como root) para que elas sejam gravadas no HD.

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Depois de instalado no HD, o desempenho do Kurumin fica melhor, pois o processador não precisa mais ficar descompactando os dados do CD, além de que um HD sempre oferece um tempo de busca bem menor.

Usando uma partição separada para o diretório /home

Desde o Kurumin 2.0, existe a opção de instalar o diretório "/home" numa partição separada do restante do sistema, opção que é dada no final da instalação. Naturalmente, para usar este recurso, é preciso que você tenha criada uma partição adicional ao particionar o HD.

O mais comum neste caso é criar uma partição menor, de 4 a 8 GB para instalar o sistema (de acordo com a quantidade de programas adicionais que você pretende instalar), uma partição swap de 1 ou 2 GB e uma partição maior, englobando o restante do HD, para ser usada como "/home". A partição home deve ser maior, pois é nela que serão guardados seus arquivos, músicas, e-mails, trabalhos, filmes, etc., coisas que normalmente ocupam bem mais espaço que os arquivos do sistema.

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Usar uma partição separada permite que você possa reinstalar o sistema sem perder seus arquivos e configurações, o que é especialmente interessante no caso do Kurumin, que é atualizado freqüentemente.

Usando um diretório home separado, as reinstalações tornam-se mais transparentes, você ainda precisa reinstalar os programas (o que não é tão complicado assim se você usar os ícones mágicos), mas todas as configurações dos aplicativos são preservadas.

Cada programa armazena suas configurações dentro de uma pasta oculta dentro do seu diretório de usuário, como ".mozilla", ".kde", etc. Mesmo ao reinstalar o sistema, estas pastas são reconhecidas e as configurações antigas preservadas. Basta tomar o cuidado de guardar também todos os seus arquivos dentro do diretório home e você não perderá quase nada ao reinstalar.

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O primeiro passo é indicar a partição que deseja usar. Como já vimos, no Linux as partições aparecem como dispositivos dentro do diretório /dev/, como "/dev/hda1" (para a primeira partição, o C: no Windows) ou "/dev/hda2". Em caso de dúvidas, você pode ver um mapa mostrando como o HD está formatado dentro do gparted.

Preste atenção quando o instalador perguntar se a partição já está formatada. A legenda nesse caso é auto-explicativa; responda que "sim" se você tem dados na partição e quer usá-la da forma como está, ou responda "não" apenas se você acabou de criar a partição e quer formatá-la para usar.

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Caso você esteja usando uma partição home de uma instalação anterior, responda "sim" e indique em qual sistema de arquivos a partição está formatada. O instalador suporta partições home formatadas em ReiserFS, EXT2 e EXT3. Lembre-se de que o ReiserFS é a opção recomendada.

Em seguida o instalador abre uma janela do kedit com o arquivo "/etc/fstab", onde vão as informações sobre todas as partições e outros sistemas de arquivos que são montados durante o boot. Esta janela é apenas "um extrato para simples conferência"; você não precisa se preocupar em alterar mais nada. As linhas adicionadas pelo instalador vão no final do arquivo, como em:

# Monta a partição /home, adicionado pelo instalador do Kurumin /dev/hda2 /home reiserfs notail 0 2

Veja que a sintaxe não é tão complicada assim. Traduzindo para o Português, a linha diz: "Monte a partição /dev/hda2 no diretório /home. Esta partição está formatada em ReiserFS e você deve montá-la usando a opção notail (que melhora o desempenho no acesso à partição)".

Ao reinstalar o sistema, você deve apenas repetir o processo, indicando a partição, dizendo que ela já está formatada e indicando o sistema de arquivos. O resto é automático.

Outra opção para usar o diretório home numa partição separada (que muitos acham mais simples) é simplesmente copiar a pasta home para dentro da outra partição e criar um link para ela, substituindo a pasta home do sistema.

Imagine que você tem o sistema instalado e algum tempo e agora quer reinstalar sem perder os arquivos do home. Você tem uma partição livre, a "/dev/hda2" disponível.

O primeiro passo seria montar a partição livre e em seguida copiar o home atual para ela. É importante fazer isso como root, usando o comando "cp -a", que faz uma cópia

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exata, mantendo todas as permissões dos arquivos. Se a sua pasta home é "/home/joao", o comando seria:

# cp -a /home/joao /mnt/hda2

Depois de reinstalar o sistema, crie novamente o usuário "joao" e edite o arquivo "/etc/fstab", para que a partição "/dev/hda2" (on de está o home) seja montada automaticamente durante o boot. A linha referente a ela ficará algo como "/dev/hda2 /mnt/hda2 reiserfs notail 0 2".

Monte a partição ou reinicie o micro para verificar se a configuração está correta. Se a partição estiver montando corretamente, falta apenas o último passo que é criar o link. Mova o home vazio criado ao cadastrar o usuário no sistema e o substitua por um link apostando para o home dentro da partição:

# mv /home/joao /home/joao-old # ln -s /mnt/hda2/joao /jome/joao

Embora possa ser um pouco mais trabalhosa, esta segunda receita tem um efeito similar à primeira. Você escolhe qual prefere usar ;).

Depois de reiniciar o micro, você tem a opção de configurar a conexão com a internet, atualizar a lista de pacotes do apt-get (apt-get update) e de ativar o firewall. Os dois passos são opcionais; atualizar a lista de pacotes do apt é necessário para poder instalar novos programas usando o apt-get ou os ícones mágicos, e ativar o firewall é sempre uma boa idéia se seu micro está diretamente conectado à internet