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6 INTRODUÇÃO O planejamento só é ético quando visa um crescimento que possa se traduzir em melhor qualidade da vida coletiva, um cenário melhor para a vida de todos, e só é democrático quando procura incorporar todos os envolvidos no processo de planejar. João Caramez O Plano Municipal de Assistência Social, essencial para a efetividade do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, é um instrumento de gestão e ferramenta de planejamento técnico e financeiro, tendo como parâmetro o diagnóstico social, os desenhos dos serviços de proteção social básica e especial de média e alta complexidade, devendo prever resultados e impactos sobre as situações de vulnerabilidade e risco sociais identificados nos territórios. Nesse sentido, o Plano Municipal de Assistência Social de Maceió, traz em sua estrutura o diagnóstico social, visualizado nas análises dos condicionantes de vulnerabilidade social e da população demandatária da Política de Assistência Social. Quanto a gestão do SUAS em Maceió configura-se neste Plano, o gerenciamento municipal, os serviços socioassistenciais ofertados pela Secretaria Municipal de Assistência Social SEMAS, inclusive adaptados à nova nomenclatura da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS Nº 109, de 11 de novembro de 2009), bem como o financiamento dos respectivos serviços pisos específicos e PPA Municipal 2010-2013. E por fim, a exposição dos objetivos e metas para o quadriênio 2010-2013, segundo os eixos: gestão e controle social, proteção social básica e proteção social especial, enunciando nossas intenções e propostas para os desafios identificados. O processo de formulação deste Plano Municipal de Assistência Social (2010- 2013) foi conduzido de forma participativa, conforme princípio orientador do Sistema

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INTRODUÇÃO

O planejamento só é ético quando visa um crescimento que possa se traduzir em melhor qualidade da vida coletiva, um cenário melhor para a vida de todos, e só é democrático quando procura incorporar todos os envolvidos no processo de planejar.

João Caramez

O Plano Municipal de Assistência Social, essencial para a efetividade do

Sistema Único de Assistência Social - SUAS, é um instrumento de gestão e

ferramenta de planejamento técnico e financeiro, tendo como parâmetro o

diagnóstico social, os desenhos dos serviços de proteção social básica e especial de

média e alta complexidade, devendo prever resultados e impactos sobre as

situações de vulnerabilidade e risco sociais identificados nos territórios.

Nesse sentido, o Plano Municipal de Assistência Social de Maceió, traz em

sua estrutura o diagnóstico social, visualizado nas análises dos condicionantes de

vulnerabilidade social e da população demandatária da Política de Assistência

Social.

Quanto a gestão do SUAS em Maceió configura-se neste Plano, o

gerenciamento municipal, os serviços socioassistenciais ofertados pela Secretaria

Municipal de Assistência Social – SEMAS, inclusive adaptados à nova nomenclatura

da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS Nº 109, de

11 de novembro de 2009), bem como o financiamento dos respectivos serviços –

pisos específicos e PPA Municipal 2010-2013. E por fim, a exposição dos objetivos e

metas para o quadriênio 2010-2013, segundo os eixos: gestão e controle social,

proteção social básica e proteção social especial, enunciando nossas intenções e

propostas para os desafios identificados.

O processo de formulação deste Plano Municipal de Assistência Social (2010-

2013) foi conduzido de forma participativa, conforme princípio orientador do Sistema

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Único de Assistência Social – SUAS. Esta participação deu-se por meio de oficinas

fundamentado na metodologia de planejamento estratégico, com grupos de trabalho

para os três eixos estratégicos: gestão e controle social, proteção social básica e

proteção social especial, envolvendo diretores, coordenadores dos Centros de

Referência de Assistência Social – CRAS e do Centro de Referência Especializado

de Assistência Social – CREAS, coordenadores dos demais serviços

socioassistenciais, assessoria técnica às instâncias de controle social, trabalhadores

e usuários. Partindo da análise do diagnóstico social de Maceió, os grupos de

trabalho identificaram os problemas e formularam metas para o Plano.

Considerando as conferências um espaço democrático para avaliação da

assistência social, definição de diretrizes para a política e identificação dos

avanços e desafios postos em um determinado espaço temporal; o presente

Plano Municipal de Assistência Social insere ainda as metas elencadas na V

Conferência Municipal de Assistência Social “Participação e Controle Social no

SUAS” de Maceió, realizada nos dias 05 e 06 de agosto de 2009, precedida de 06

pré-conferências (08 a 16 de julho), realizadas nos territórios de abrangências dos

CRAS, que garantiu uma ampla participação dos usuários, trabalhadores do

SUAS, associações e entidades beneficentes de assistência social. As metas

construídas foram compatibilizadas com as metas contidas no Plano Plurianual do

Município de 2010 a 2013 e as metas do Plano Decenal, definidas na V

Conferência Nacional de Assistência Social.

Em fim, este Plano é o documento-referência para a execução,

monitoramento, avaliação e gestão do SUAS - Maceió, no quadriênio 2010-2013,

expressando o compromisso político-institucional da gestão em qualificar os

serviços socioassistenciais, superando as ações descontínuas; bem como os

esforços partilhados pelos atores sociais envolvidos – coordenadores,

trabalhadores e usuários – para concretização de novos resultados de impacto

social no município de Maceió.

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1. DIRETRIZES E PRINCÍPIOS ORIENTADORES

O Plano Municipal de Assistência Social de Maceió para o quadriênio 2010-

2013 fundamenta-se nos princípios orientadores da proteção social ofertada pelo

Sistema Único de Assistência Social – SUAS:

1 - Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de

rentabilidade econômica;

2 - Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação

assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;

3 - Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e

serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se

qualquer comprovação vexatória de necessidade;

4 - Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer

natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;

5 - Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais,

bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua

concessão;

6 - Respeito aos Direitos Humanos e às características sócio-territoriais locais na

implantação e execução de programas, serviços e projetos.

As diretrizes seguem a mesma orientação e se baseiam na territorialização;

na participação da população nas decisões e no controle social da execução da

política; na primazia do município na condução da Política Municipal de Assistência

Social, através da SEMAS; na matricialidade sociofamiliar e na intersetorialidade

com as demais políticas públicas.

Esses princípios e diretrizes implicam no compromisso de introduzir e

construir uma política municipal de assistência social que seja norteada pela lógica

de gerenciamento e controle das ações no modelo de proteção social trazido pelo

SUAS. Significando que, a partir de um diagnóstico socioterritorial, a oferta dos

serviços - com foco na matricialidade sociofamiliar – organizados de forma

intersetorial e com a participação da população, será possível romper com os

modelos anteriores de gestão assistencialistas e fragmentados.

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Além destes princípios, o Plano Municipal de Assistência Social busca

fundamentar suas propostas nas garantias da proteção social de Assistência Social

preconizadas na Norma Operacional Básica/SUAS: a segurança de acolhida; a

segurança social de renda; segurança do convívio ou vivência familiar, comunitária e

social; a segurança do desenvolvimento da autonomia individual, familiar e social; a

segurança de sobrevivência a riscos circunstanciais.

Por fim, o Plano Municipal de Assistência Social definido como instrumento de

gestão, baseia-se nas normas legais de financiamento e operacionalização dos

serviços socioassistenciais do SUAS; além de encontrar-se em conformidade com o

Plano Decenal aprovado na VI Conferência Nacional de Assistência Social; com a

Lei de Diretrizes Orçamentárias e com o Plano Plurianual (2010-2013) do governo

municipal.

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2. REALIDADE E DESAFIOS DE MACEIÓ

A Política Nacional de Assistência Social de 2004 – PNAS (2004: 10) em sua

análise situacional aponta a assistência social brasileira dentro de uma nova

situação, em que para significar a garantia a todos, que dela necessitam, e sem

contribuição prévia a provisão dessa proteção, significaria aportar quem, quantos,

quais e onde estão os brasileiros demandatários de serviços e atenções de

assistência social. No entanto, essa nova situação, não dispõe de imediato e pronto

a análise de sua incidência. Logo, afirma a PNAS/2004, “a opção que se construiu

para exame da política de assistência social na realidade brasileira parte então da

defesa de um certo modo de olhar e quantificar a realidade, a partir de:

Uma visão social de proteção, o que supõe conhecer os riscos, as vulnerabilidades sociais a que estão sujeitos, bem como os recursos com que conta para enfrentar tais situações com menor dano pessoal e social possível. Isto supõe conhecer os riscos e as possibilidades de enfrentá-los. Uma visão social capaz de captar as diferenças sociais, entendendo que as circunstâncias e os requisitos sociais circundantes do indivíduo e dele em sua família são determinantes para sua proteção e autonomia. Isto exige confrontar a leitura macro social com a leitura micro social. (PNAS: 2004: 10)

Nessa perspectiva, para uma oferta qualificada dos serviços

socioassistenciais, a gestão do SUAS em Maceió requer a construção de uma

análise dos condicionantes de vulnerabilidade do seu território, de forma que

possamos visualizar a população em vulnerabilidade social, a quem se destina o

direito de acesso à Política de Assistência Social, impondo-nos desafios e

compromissos.

2.1 ANÁLISE SÓCIO-HISTÓRICA

A importância do Plano de Assistência Social na implementação do SUAS

justifica a qualificação das informações do território para cobertura dos serviços

socioassistenciais, de forma que, tornou-se imprescindível mostrar as relações

existentes na dimensão espaço-temporal de Maceió.

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A formação histórica de Maceió, fundada em 1609, ("Maçayó" ou "Maçaio-k",

denominação tupi que significa "o que tapa o alagadiço") enquanto núcleo urbano

encontra-se inserida no processo econômico de expansão da cana-de-açúcar,

partindo do norte para o sul de Alagoas, ritmo da ocupação territorial de Alagoas.

Maceió, que nasce de um povoado sustentado pelo engenho de açúcar, tem

na construção de um forte no porto de Jaraguá – em 1673 pelo Visconde de

Barbacena – para evitar o comércio ilegal do pau-brasil, um propulsor do seu

comércio e um motivo para o desmembramento da Vila das Alagoas (hoje Marechal

Deodoro) em 05 de dezembro de 1815, através do Alvará Régio de D. João VI.

No entanto, uma maior projeção de Maceió, se deu no processo bastante

tumultuado de transferência de capital da Província, iniciado com a emancipação

política de Alagoas, em 1817 – sob a gestão do primeiro governador Sebastião de

Mélo e Póvoas; tendo o desfecho em 16 de dezembro de 1839 quando Maceió é

elevada à capital da Província de Alagoas. A partir daí, Maceió consolidou seu

desenvolvimento administrativo e político, tendo início uma nova fase no comércio.

Cabral (2005: 24, 25) torna compreensível esse desenvolvimento

socioeconômico de Maceió em sua categorização da historia econômica de Alagoas

em três fases: fase escravocrata – a partir do povoamento até 1888, apogeu do ciclo

do açúcar e totalmente voltado para exportação; fase de integração ao modo de

produção capitalista periférico e liberal – 1888 a 1933, instalação das usinas e, a

fase de integração ao modo de produção capitalista periférico, regulado

nacionalmente – 1933 a 1959, migração de trabalhadores do semi-árido para zona

da mata.

A partir dos anos 60, segundo Cabral (2005: 25), Alagoas teve três períodos

em seu processo de desenvolvimento: período de formação da infra-estrutura

econômica e estruturação do setor público estadual – 1960 a 1974; período de

crescimento econômico – 1975 a 1985 e, crise e estagnação da economia alagoana

– 1986 a 1999.

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Vieira (2003: 54) enriquece essa análise histórica, quando caracteriza a

cidade de Maceió, quanto à sua estrutura urbana, à localização entre a orla lagunar

e a orla marítima. A orla marítima é apresentada em duas paisagens: na porção

norte, “caracterizada pela grande beleza paisagística, localiza-se os bairros de

classe média e a atividade turística”, enquanto que, a porção central e do sul,

concentra “uma população de renda média e baixa, e as vazões dos dejetos

urbanos”.

Na orla lagunar, afirma Vieira (2003: 54), “se localizam bairros da baixa renda,

e se desenvolvem atividades de subsistência, como a pesca artesanal e a coleta de

moluscos.” Esse ambiente construído de Maceió, segundo a autora, resultado “não

só da intensa migração rural, mas também da ação deliberada do Estado que

promove as maiores modificações por que passou o espaço urbano nas décadas de

50 até os anos 80”.

As fases históricas de desenvolvimento econômico, mencionadas por Cabral

(2005) e, a localização e estrutura urbana de Maceió, destacadas por Vieira (2003)

permitem situar o contexto socioeconômico e político da formação social de

desigualdade e pobreza em Maceió, acompanhando o complexo processo sócio-

histórico de Alagoas, e determinando a configuração da ocupação sócio-espacial de

sua população, advinda do fluxo populacional de outros municípios em busca de

melhores condições de vida.

Geograficamente, Maceió tem uma posição bastante estratégica devido a sua

localização litorânea central. Localizado na parte central da faixa litorânea do

Estado, banhada pelo Oceano Atlântico; ocupando uma extensão territorial de

510,66 Km². Sua economia é baseada nas atividades do comércio, prestação de

serviços públicos e turismo.

Integra a microrregião da Grande Maceió com os municípios de Barra de

Santo Antônio, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Marechal Deodoro, Paripueira,

Pilar, Rio Largo e Santa Luzia. A área do município está dividida em 08 regiões

administrativas, compreendendo 50 bairros (Tabela 01).

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Tabela 01: Bairro por Região Administrativa

RA 1 RA 2 RA 3 RA 4 RA 5 RA 6 RA 7 RA 8

Poço Centro Farol Bom Parto Jacintinho Benedito Bentes

Santos Dumont

Cruz das Almas

Jaraguá Pontal da Barra Pitanguinha Mutange Barro

Duro Antares Cidade Universitária

Jacarecica

Ponta da Terra

Trapiche da Barra Pinheiro Bebedouro Serraria Santa Lúcia Guaxuma

Pajuçara Prado Gruta de Lourdes

Chã de Bebedouro

São Jorge

Tabuleiro

dos Martins

Garça Torta

Ponta Verde Levada Canaã Petrópolis Feitosa Clima Bom Riacho Doce

Jatiúca Vergel

do Lago

Santo Amaro

Chã da Jaqueira

Pescaria

Mangabeiras Ponta

Grossa

Jardim Petrópolis

Santa Amélia

Ipioca

Ouro Preto Fernão Velho

Rio Novo

Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento, 2009.

2.2 ANÁLISE DOS CONDICIONANTES DE VULNERABILIDADE SOCIAL

Para reforçar a análise de contexto social do território de intervenção da

Assistência Social em Maceió é interessante dispor da leitura integrada dos

aspectos demográficos, de trabalho e renda, de habitação e saneamento, de saúde,

de educação e segurança pública, além de outros, considerando-os como

condicionantes de vulnerabilidade social da população maceioense.

2.2.1 DEMOGRAFIA A população de Maceió, estimada para o ano de 2007 (IBGE), é de 941.300

habitantes dentre os quais é possível identificar uma proporção de 53% de mulheres

(496.971 hab.) e 47% de homens (444.329 hab.) (Tabela 2). Esse total representa

30,4% da população estadual.

Tabela 02: População residente estimada, por localização e sexo, e área total – 2007.

P O P U L A Ç Ã O R E S I D E N T E

ÁREA TOTAL (Km2)

Total Urbana Rural Homens Mulheres

510,66

941.300

938.993

2.307

444.329

496.971

Fonte: Anuário Estatístico, 2008.

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No período 1991-2000, o município teve uma taxa média de crescimento

anual de 2,7%, passando de 629.041 para 797.759 habitantes. No mesmo período,

a taxa de urbanização passou de 92,74% para 99,75%, o que significa dizer que há

concentração elevada da população na zona urbana e, apenas, 2,25% reside na

zona rural da cidade.

Tabela 03: População residente total, por grupo de idade – 2007.

Faixa Etária

Masculino Feminino Total

Freq. % Freq. % Freq. %

Menor 1 9.291 2,0 8.998 1,8 18.289 1,9

1 a 4 37.209 8,3 36.822 7,3 74.031 7,8

5 a 9 45.574 10,2 46.013 9,2 91.587 9,7

10 a 14 43.997 9,92 44.010 8,8 88.007 9,3

15 a 19 44.135 9,96 45.135 9,0 89.270 9,4

20 a 29 87.698 19,7 96.750 19,4 184.448 19,5

30 a 39 68.090 15,3 80.595 16,1 148.685 15,7

40 a 49 50.162 11,3 61.159 12,2 111.321 11,8

50 a 59 31.746 7,1 39.473 7,9 71.219 7,5

60 a 69 15.584 3,5 22.082 4,4 37.666 4,0

70 a 79 6.936 1,5 11.960 2,4 18.896 2,0

80 ou mais 2.687 0,6 5.188 1,0 7.875 0,8

Total 443.109 100,0 498.185 100,0 941.294 100,0 Fonte: Anuário Estatístico, 2008.

A Tabela 03 apresenta a população estratificada por faixa etária e sexo,

estimada para 2007 e mostra que quase a metade do contingente populacional

(47%) está concentrada na faixa etária de 20 a 49 anos. Os menores de 1 ano

representam somente 1,9% do total e a população abaixo de 15 anos abarca quase

um terço (29%) da população. Os maiores de 60 anos residentes no município já

correspondem 6,8%, do total, sendo que 60,8% das pessoas nesta faixa etária são

mulheres.

Ao compararmos as pirâmides que representam a estrutura etária da

população nos anos censitários (Fig.01), percebemos na estrutura etária

maceioense, alteração significativa na sua forma, característica do processo de

transição demográfica.

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Figura 01 - Pirâmides etárias da população 1991-2008.

1991 2008

-7.0 -6.0 -5.0 -4.0 -3.0 -2.0 -1.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80+

Masc. Perc. Fem.

Id

ad

e

Piramide Percentual sobre o Total da População. Maceió-1991.

Fonte: DATASUS. Proc. Coord. de Análise da SMS de Maceió

-7.0 -6.0 -5.0 -4.0 -3.0 -2.0 -1.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80+

Masc. Perc. Fem.

Id

ad

e

Piramide Percentual sobre o Total da População. Maceió-2008.

Fonte: DATASUS. Proc. Coord. de Análise da SMS de Maceió

Fonte: SIM/SINASC/IBGE/Coordenação de Informação/DDS/SMS de Maceió, 2009.

Essa transição é decorrente da queda da mortalidade, mas também da

redução da queda de fecundidade. No município, o número médio de filhos por

mulher passou de 2,5 em 1991, para 2,2 em 2000. As alterações ocorridas também

se refletem no comportamento da expectativa de vida ao nascer e do índice de

envelhecimento. A esperança de vida ao nascer aumentou de 63,16 em 1991 para

65,03 anos em 2000, o que representou um ganho de 1,87 anos no período.

Tabela 04: IDH por Capitais no Nordeste – 2000.

MUNICÍPIO IDH

Salvador – BA 0,805

Recife – PE 0,797

Aracajú – SE 0,794

Natal – RN 0,788

Fortaleza – CE 0,786

João Pessoa – PB 0,783

São Luís – MA 0,778

Teresina-PI 0.766

Maceió-AL 0,739 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2002.

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O Índice de Desenvolvimento Humano representa uma medida do

desenvolvimento, que mede a qualidade de vida através da avaliação do

rendimento, educação e longevidade, sendo o mais adequado para avaliar as

condições de países, regiões ou núcleos sociais menores. Constata-se que no

ano de 2000, o município ocupou a última colocação em relação as

capitais do Nordeste, a primeira posição no Estado de Alagoas e dent ro

do ranking nacional está classificado em 2.164ª dos 5.560 municípios. (ATLAS DE

DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2002).

Tabela 05: Indicadores de Desenvolvimento Humano por Capitais no Nordeste

Município Renda Longevidade Educação

Aracaju 0,752 0,729 0,901

Fortaleza 0,729 0,744 0,884

João Pessoa 0,743 0,720 0,885

Maceió 0,715 0,667 0,834

Natal 0,746 0,730 0,887

Recife 0,770 0,727 0,894

Salvador 0,746 0,774 0,924

São Luis 0,696 0,737 0,901

Teresina 0,695 0,734 0,873

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2002.

Apesar de apresentar os menores valores de renda, longevidade e educação

(Tabela 05), o município está entre as regiões consideradas de médio

desenvolvimento humano, ou seja, IDH entre 0,5 e 0,8 (PNUD, 2003). No entanto,

se compararmos ao Índice de Gini, que avalia a desigualdade social via análise da

distribuição de renda, verifica-se que este desenvolvimento não beneficia todos os

segmentos populacionais, uma vez que o município tem alta concentração de renda,

onde 56,42% da renda concentra-se nas mãos dos 10% mais ricos e 1,4% da

renda com os 20% mais pobres. Estes dados nos revelam a situação de

desigualdade em que se encontra a população maceioense.

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Tabela 06: Índice de GINI 1991-2000

Capital Índice de GINI – 1991 Índice de GINI - 2000

Aracaju 0,62 0,64

João Pessoa 0,62 0,63

Maceió 0,62 0,68

Natal 0,64 0,64

Fortaleza 0,65 0,66

Recife 0,67 0,68

Salvador 0,65 0,66

São Luís 0,61 0,65

Teresina 0,63 0,65 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2002.

Quanto à concentração de renda, o Nordeste possui as capitais mais

desiguais do país. Ao lado de Recife, o índice de Maceió é o pior da região. É nesse

cenário que presenciamos uma maioria excluída, onde os ricos detêm a maior parte

da renda, enquanto os pobres, a menor. Nessa ótica, os dados confirmam a

seriedade da situação: Maceió é economicamente rica, mas socialmente pobre.

2.2.2 TRABALHO E RENDA

A estrutura econômica de Maceió corresponde predominantemente nos

setores de comércio, serviços e turismo, com uma menor participação de setores

como indústria e construção civil. Concentra 43,23% da economia do Estado e está

colocado em 51ª entre os municípios mais ricos do Brasil.

No entanto, segundo dados do censo IBGE (2000), o município possui um

total de 199.734 domicílios, dos quais 26.593, os chefes de família não possuem

nenhuma renda e que em 46.949 domicílios os chefes de família possuem uma

renda que varia entre menos de ¼ até 1 salário mínimo, totalizando 73.542

domicílios, ou seja, 37% de dos domicílios abrigam famílias com renda familiar

mínima. É possível ainda observar que os bairros das Regiões Administrativas 01 e

03 concentram as maiores faixas de rendimento, enquanto as menores faixas se

localizam nos bairros das RA 06 e 07.

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Tabela 07: Renda familiar da população por Bairro - 2000

Bairro Habitantes Renda Familiar

Antares 9.193 691,36

Barro Duro 10.597 938,82

Bebedouro 10.523 462,98

Benedito Bentes 67.964 357,52

Bom Parto 13.549 366,07

Canaã 4.187 354,24

Centro 3.710 1.130,60

Chã da Jaqueira 16.843 284,98

Chã de Bebedouro 11.469 297,61

Cidade Universitária 52.269 523,86

Clima Bom 47.858 409,30

Cruz das Almas 9.250 1.631,89

Farol 17.343 1.642,75

Feitosa 25.386 721,52

Fernão Velhão 5.655 331,57

Garça Torta 1,889 539,28

Gruta de Lourdes 13.687 2.021,82

Guaxuma 2.223 828,56

Ipioca 5.944 377,57

Jacarecica 5.093 1.137,99

Jacintinho 77.849 364,96

Jaraguá 4.219 724,65

Jardim Petrópolis 3.969 4.146,28

Jatiúca 33.758 1.917,35

Levada 10.582 444,01

Mangabeiras 3.952 1.732,93

Mutange 2.528 300,41

Ouro Preto 4.066 374,59

Pajuçara 3.229 1.805,16

Pescaria 2.115 299,79

Petrópolis 15.765 484,81

Pinheiro 19.667 1.265,92

Pitanguinha 5.053 1.205,91

Poço 20.195 994,99

Ponta da Terra 9.132 659,35

Ponta Grossa 24.186 506,46

Ponta Verde 16.361 3.916,06

Pontal da Barra 2.331 487,50

Prado 17.925 750,10

Riacho Doce 2.917 489,26

Rio Novo 5.743 287,19

Santa Amélia 8.236 1.008,22

Santa Lúcia 18.844 446,13

Santo Amaro 1.846 370,65

Santos Dumont 13.792 749,52

São Jorge 4.309 420,34

Serraria 16.170 1.118,98

Tabuleiro do Martins 55.818 505,47

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19

Trapiche da Barra 24.257 519,12

Vergel do Lago 32.307 351,91

Sem especificação 2.006 205,41 Fonte: Enciclopédia Municípios de Alagoas, 2008.

Em relação à População Economicamente Ativa – PEA, no período de

2000-2005, o município obteve um crescimento de 20,1%, passando de 43,3%

para 63,4% de população ocupada (Gráfico 01). Entretanto, a desigualdade na

distribuição de renda cresceu, segundo o índice de GINI, passou de 0,62 em 1991

para 0,68 em 2000 (Tabela 06).

Gráfico 01

Fonte: IPEDATA, 2000

A População Economicamente Ativa encontra-se assim distribuída nos três

setores da atividade econômica: 78% encontram-se no setor terciário, 20% no

secundário e 2% no primário. Em 2007, Maceió ocupava a 50ª posição no ranking

nacional na criação de postos de trabalho, no entanto caiu e, atualmente, não

consta na lista das 200 cidades a mais gerar emprego. (CAGED, 2007).

Tabela 08: Principais atividades econômicas desenvolvidas pela PEA

Setor primário Setor secundário Setor terciário

Pesca para comercialização e subsistência, cultivo, extração e comercialização da cana-de-açúcar, caju e coco, produção mineral, gás natural, calcário,

argila, água mineral e artesanato

Comércio, indústria

sucroalcooleira, construção civil,

metalurgia, atividades gráficas, indústria e

comércio de vestuário

Prestação de serviços -

área importante por ser a de maior crescimento na economia e geração de

emprego, setor imobiliário, cooperativas de

trabalhadores autônomos, ONG, OSCIP e o Serviço

Público.

Fonte: Secretaria de Estado de Trabalho e Renda, 2002.

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20

2.2.3 HABITAÇÃO E SANEAMENTO

Os dados mais recentes sobre a situação do saneamento básico em Maceió

são de 2000. Segundo informações do IBGE, o abastecimento de água pela rede

geral ocorre para 81% dos moradores da cidade. A instalação sanitária é garantida

na rede geral de esgoto em 24,6% dos domicílios. O lixo é coletado para 93,76%

dos moradores.

Tabela 09: Características do domicilio – 2000

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Índice de GINI - 2000 Via rede geral 163.202 81,7

Via poço ou nascente 13.340 6,6

Via outra forma 23.192 11,6

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Rede geral ou esgoto pluvial 49.327 24,6

Fossa séptica 44.607 22,5

Fossa rudimentar 89.044 44,5

Vala 5.038 2,5

Rio, lago ou mar 3.318 1,6

Outro tipo de escoadouro 1.507 0,8

Sem banheiro nem sanitário 6.893 3,5

DESTINO DO LIXO

Coletado 187.280 93,76

Não coletado

12.454 6,24 Fonte: GeoSUAS, 2006.

Em relação à adequação das moradias o Censo Demográfico do IBGE (2000)

indica que apenas 22% dos domicílios particulares permanentes apresentam-se em

condições adequadas. Compreendendo-se a condição adequada como aqueles

domicílios particulares permanentes com rede geral de abastecimento de água, com

rede geral de esgoto ou fossa séptica, coleta de lixo por serviço de limpeza e até 2

moradores por dormitório.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2000), Maceió

foi a cidade com a maior taxa de crescimento (21% ao ano) dos habitantes vivendo

em favelas no período 1980-2000, passando de 696 a 46.355 habitantes em

favelas, localizadas em áreas de alto risco. Nesse período, constata-se 186

aglomerações subnormais entre grotas, encostas e palafitas. Pessoas que vivem

sem a mínima proteção de moradia que, em sua maioria, são construídas com

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21

materiais de péssima qualidade, pois as famílias não possuem renda suficiente para

adquirir um imóvel digno, sujeitando-se a trabalhar em atividades informais. Essa

situação sub-humana de sobrevivência aumenta com os riscos de desabamentos e

de enchentes em períodos de chuva, além de contribuir para a proliferação de

doenças, e, muitas vezes, para o aumento da violência.

Nesse caso, não há dúvidas que Maceió necessita urgentemente de

implementação de políticas habitacionais, sociais e sanitárias que possibilitem

melhor qualidade de vida para a grande parcela de sua população.

2.2.4 SAÚDE

O município de Maceió possui a condição de gestão Plena, de acordo com a

Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS (2002), cuja Rede Básica de

Atenção à Saúde está organizada geograficamente em sete regiões sanitárias,

composta por: unidades básicas, intermediárias e especializadas, conforme tabela

abaixo.

Tabela 10: Número de estabelecimentos de saúde, por tipo – 2007

NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE Hospitais

Clínica Especializada

Centro de Saúde/

Unidade Básica de Saúde

Geral

Especializado Dia

FE

DE

RA

L

ES

TA

DU

AL

MU

NIC

IPA

L

PR

IVA

DA

TO

TA

L

FE

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L

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DE

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L

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MU

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IPA

L

PR

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DA

TO

TA

L

1

1

0

10

12

0

4

1

20

25

0

0

0

3

3

1

4

8

91

104

0

2

54

2

58

Fonte: Anuário Estatístico, 2008.

Um dado que permite vislumbrar as condições socioeconômicas de Alagoas é

o de que 94% de sua população depende exclusivamente do Sistema Único de

Saúde – SUS, conforme o Plano Avança Saúde 2008-2011. Embora, tal fato

repecurta na população maceioense, que corresponde 30,4% da população

estadual, ainda assim, desde o ano de 2008, Maceió atingiu apenas, 25,8% de

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22

cobertura na Estratégia Saúde da Família - PSF com 72 equipes (DataSUAS,

2007), distribuídas nas unidades básicas e por distrito sanitário. Esse número de

equipes é considerado baixo diante da realidade maceioense, ou seja, que essa

cobertura é insuficiente para atender a população usuária e, conseqüentemente, o

acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família - PBF.

De acordo com Ministério do Desenvolvimento Social – MDS, o

acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família em Maceió

(junho/2008) apresentou 79.785 mil/famílias com perfil saúde, sendo que 13,60%

foram acompanhadas nesta condicionalidade, comprometendo, assim, o

recebimento deste benefício. Vale ressaltar que este acompanhamento não se

restringe apenas a dados antropométricos (estado nutricional), mas, ao acesso

das famílias a política de saúde e as atividades desenvolvidas, tais como:

vacinação, orientações nutricionais, pré-natal, ações educativas, entre outras. Fica

evidente, portanto, que a eficiência na política municipal de saúde é prejudicada em

função da insuficiência dos serviços de saneamento básico, tendo por base que

estes serviços influenciam na qualidade de vida da população.

Destarte, Maceió, nas últimas décadas, vem alcançando importantes avanços

na área da saúde: a queda da taxa de mortalidade infantil, a redução na mortalidade

proporcional das doenças infecciosas, apesar do aumento das doenças

cerebrovasculares, que determinaram reflexos positivos no aumento da expectativa

de vida (70,2). Destaca-se que a taxa de expectativa de vida do município equipara-

se a média nacional.

Tabela 11: Principais grupos de causas de morte – 2005.

GRUPOS DE CAUSA TOTAL %

Doenças do aparelho circulatório 1.284 25,52

Doenças do aparelho respiratório 444 8,83

Doenças do aparelho digestivo 296 5,88

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 290 5,76

Doenças infecciosas e parasitárias 289 5,74

Neoplasias 642 12,76

Doenças do sistema nervoso 83 1,65

Transtornos mentais 13 0,26

Causas externas 792 15,74

Demais causas 898 17,85

TOTAL 5.031 100,00 Fonte: Analise da Situação de Saúde do Plano Municipal de Saúde de Maceió, 2007.

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23

Em 2005, ocorreram 5.031 óbitos registrados por todas as causas,

equivalente a 33% do total de óbitos de Alagoas. Na análise das informações de

mortalidade do município, observa-se que a taxa bruta de mortalidade por mil

habitantes corresponde a 5,5%, contudo, e nesse mesmo período, a taxa bruta de

natalidade por mil habitantes, equivale a 17%, com crescimento populacional entre

0,5%, no período de 2006 a 2009.

Tabela 12: Principais grupos de internações – 2007.

GRUPOS DE CAUSA %

Doenças do aparelho respiratório 12,1

Algumas doenças infecciosas e parasitárias 9,4

Doenças do aparelho circulatório 6,8

Doenças do aparelho digestivo 6,8

Neoplasias (tumores) 6,7

Transtornos mentais e comportamentais 6,0

Fonte: DATASUS, 2009.

Embora, a redução de doenças infecciosas no perfil da mortalidade do

município seja significativa, ainda há um impacto importante da morbidade,

observado nos indicadores de internação hospitalar, equivalente a 9,4%.

Assim, dentre as tendências observadas, de modo geral, destacam-se a

redução da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias e o aumento das

causas crônico-degenerativas e agravos relacionados, principalmente, a violência.

Vale destacar que tais modificações não significaram a superação das doenças

transmissíveis enquanto problema relevante na população brasileira e que estas

tendências apresentam-se em um contexto de extrema complexidade e

desigualdade social.

2.2.5 EDUCAÇÃO

A educação qualifica politicamente a população, propiciando o saber pensar,

a autonomia e a aprendizagem. O baixo grau de escolaridade da população no

município restringe o nível de compreensão das informações, e conseqüentemente,

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as práticas de condução da família como promoção, prevenção e proteção são

influenciadas diretamente pelo nível educacional.

Em Maceió (Censo/IBGE, 2007), a taxa de analfabetismo de 10 a 15 anos

corresponde a 11,5% e acima de 15 anos, a 16,90%. Em relação as capitais

brasileiras, o município possui um índice elevado.

Tabela 13: Situação de Matricula por Região Administrativa

Região Administrativa

Ed. Infantil

Ens.

Fundamental em 8 anos

Ens. Fundamental

em 9 anos

EJA

TOTAL

Creche Pré escola 1ª a 4ª 5ª a 8ª 1º ao 5º 6º ao 9º 1º e 2º

Segmento

RA 1 - 217 236 - 1.409 491 200 2.553

RA 2 294 1.773 3.379 2.451 980 255 793 9.925

RA 3 - 566 503 87 1.283 649 247 3.335

RA 4 76 1.168 2.029 256 1.655 975 800 6.959

RA 5 47 573 5.819 3.495 1.827 463 1.728 13.952

RA 6 225 1.402 3.721 498 1.975 234 912 8.967

RA 7 362 2.093 7.325 2.778 4.688 2.078 2.861 22.185

RA 8 112 426 1.369 1.657 - - 223 3.787

TOTAL 1.116 8.218 24.381 11.222 13.817 5.145 7.764 71.663 Fonte: Censo Escolar/MEC/INEP, 2008.

Com dados do Censo Escolar/MEC/INEP (2008), visualiza-se o número de

matrículas por região administrativa no município em cada nível de ensino da

educação oferecida no município. Foram realizadas 71.663 matriculas na rede

pública municipal, nas 128 escolas, as quais trabalham 3.234 docentes.

Tabela 14: Número de alunos matriculados por dependência administrativa, 2007

Dependência administrativa Matriculados Federal 1.101

Estadual 110.923

Municipal 71.663

Privada 43.289

Total

226.976 Fonte: Anuário Estatístico, 2008.

Outro aspecto importante a destacar, ainda, é o crescimento populacional na

faixa etária escolar (Tabela 03). De 05 a 19 anos, o município possui 268.864

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25

habitantes. Nessa lógica, 41.888 desta população, ou seja, 15,6% encontram-se

fora da escola. Isto significa que os equipamentos sociais não acompanham o

crescimento populacional, ocorrendo, assim uma defasagem nos serviços oferecidos

aos maceioenses. Ressaltamos ainda que, este fato tem influenciado no

cumprimento das condicionalidades dos programas de transferência de renda e

eficácia dos serviços socioassistenciais, como Programa Bolsa Família, PETI,

Liberdade Assistida e PSC dentre outros.

2.2.6 SEGURANÇA PÚBLICA

O Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros (2008) apresenta a capital

alagoana liderando as capitais do Nordeste no número de óbitos com arma de fogo.

Em relação à média nacional, o município quase dobrou a média no número de

assassinatos, sendo considerada a quinta cidade mais violenta do país.

Tabela 15: Número de óbitos por arma de fogo, 2002-2006

Ranking Capitais do Nordeste

Taxa 2006

2002 2003 2004 2005 2006

1º Maceió 89,8 396 411 445 514 776

2º Recife 79,2 1.181 1.177 1.167 1.154 2.151

3º João Pessoa 39,8 210 237 211 246 264

4º Salvador 34,1 947 974 876 884 960

5º Aracaju 33,7 198 189 172 145 172

6º Natal 31,1 147 149 180 237 253

7º Fortaleza 26,0 399 430 427 572 622

8º Teresina 19,7 98 129 112 115 151

9º São Luiz 13,7 96 135 147 148 129 Fonte: Mapa da violência dos municípios brasileiros, 2008

Em números absolutos, mesmo estando longe em ser a mais populosa do

País, Maceió se encontra na sexta colocação nacional, com 899 assassinatos em

2006 (Tabela 16). É evidente que o número de mortes cresceu de forma

significativa. Em 2003, o número de assassinatos foi de 520. Em 2005, foi de 620,

ou seja, houve um crescimento de mais de 30% no ano seguinte.

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26

Tabela 16: Número de homicídios nas capitais do Nordeste.

Ranking Capital Homicídios 2006 Homicídios Juvenis 2006 População 2006 (mil)

1º Recife 1.375 636 1.512,800

2º Salvador 1.178 518 2.812,500

3º Maceió 899 428 864,300

4º Fortaleza 547 378 2.389,700

5º João Pessoa 325 130 663,500

6º Teresina 270 130 767,700

7º São Luis 262 117 943,300

8º Aracaju 235 97 510,300

9º Natal 161 68 763,500 Fonte: Mapa da violência dos municípios brasileiros, 2008

A taxa da mortalidade juvenil é também um dado preocupante. Em 2006, foram

428 jovens mortos na capital alagoana – 6º lugar geral no ranking dos municípios

onde se mais matam jovens no país, em números absolutos.

2.3 ANÁLISE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL

Segundo a Política Nacional de Assistência Social – PNAS, constitui-se

usuário da Assistência Social:

cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidades e riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social (2004, p. 27).

A vulnerabilidade social está relacionada com as condições de renda e

emprego, os níveis de educação, as condições de habitação e saneamento, o

acesso aos serviços de saúde, entre outros; não limitando o conceito, apenas, a

privação de renda. De acordo com o Dicionário de termos técnicos da assistência

social (2007), compreende-se por vulnerabilidade social a inacessibilidade à

“estrutura de oportunidades sociais, econômicas e culturais que provêm do

Estado, do mercado e da sociedade”.

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27

Nessa perspectiva, partindo das diferentes informações do contexto dos

condicionantes de vulnerabilidade social de Maceió, analisados acima, é possível

estabelecer um recorte especifico da população em situação de vulnerabilidade

social.

Para isso foi utilizado dados do GEOSUAS e do Cadastro Único para

Programas Sociais – CadÚnico, tendo como referência julho/2009. O CadÚnico é

um instrumento que permite a identificação e caracterização socioeconômica de

famílias de baixa renda. A inscrição neste cadastro possibilita a família participar de

programas sociais, dentre eles, o Programa Bolsa Família - PBF. No período

analisado, o total de famílias cadastradas é 106.753, sendo 364.310 indivíduos,

equivalente a 38,7% da população maceioense.

Em 2005, a Norma Operacional Básica - NOB/SUAS elencou as variáveis

que determinam a população vulnerável, como o conjunto de pessoas residentes

que apresentem pelo menos uma das características relacionadas, a seguir:

Tabela 17 A: Variáveis – NOB/SUAS, 2005 Variáveis

1. Famílias com serviços de infra-estrutura inadequados:

1.1. Abastecimento de água provenientes de poço ou nascente ou outra forma

1.2. Sem banheiro ou sanitário

1.3. Destino do lixo inadequado conforme legislação

1.4. Mais de 2 moradores por dormitório

2. Famílias com renda familiar per capita inferior ¼ salário mínimo:

3. Família com renda familiar per capita inferior ½ salário mínimo:

3.1. Com pessoas de 0 a 14 anos

3.2. Responsável com menos de 4 anos de estudo

4. Família no qual há um chefe de família mulher, sem cônjuge:

4.1. Com filhos menores de 15 anos

4.2. Ser analfabeta

5. Família no qual há uma pessoa com 16 anos ou mais,

5.1. Desocupada (procurando trabalho)

5.2. Com quatro ou menos anos de estudo

6. Família no qual uma pessoa com 10 a 15 anos trabalhe

7. Família o qual há uma pessoa com 4 a 14 anos que não estude

8. Família com renda familiar per capita inferior a ½ salário mínimo:

8.1. Com pessoa com deficiência

8.2. Com pessoa de 60 anos ou mais Fonte: NOB/SUAS, 2005.

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28

É a combinação destas variáveis que produzirá a Taxa de Vulnerabilidade

Social em cada território. Esta taxa está disponibilizada no GEOSUAS, a partir da

qual o MDS utiliza como um dos critérios para a realização da partilha e

distribuição de recursos, conforme mostram os dados, abaixo:

Tabela 17 B: Vulnerabilidade Social em Maceió

Variável Valor Porcentagem de pessoas de 65 anos ou mais que vivem sozinhas 9,13

Porcentagem de mulheres chefes de família s/ cônjuge e c/ filhos menores de 15 anos 6,88

Porcentagem de pessoas em famílias com razão de dependência maior que 75%

40,08

Porcentagem de crianças de 10 a 14 anos que trabalham 3,06

Porcentagem de pessoas pobres (renda per capita abaixo de ½ sm) 38,81

Porcentagem de crianças (até 14 anos) indigentes (renda domiciliar per capita abaixo de ¼ sm)

26,71

Porcentagem de crianças (até 14 anos) pobres (renda domiciliar per capita abaixo de ½ sm)

51,54

Fonte: GeoSuas, 2006

Com base nessa compreensão, a vulnerabilidade social de Maceió se

configura nos seguintes dados do CadÚnico, apresentando, assim, o retrato da

população destinatária da Assistência Social no município.

Tabela 18: Caracterização do Chefe de Família – faixa etária, sexo e escolaridade.

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de F

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Faixa etária Sexo Escolaridade

Ab

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0

0

0

Fonte: CadÚnico, julho/2009.

Conforme os dados do CadÚnico, 61,5% dos chefes de família encontram-

se na faixa etária de 21 a 40 anos, ou seja, na população economicamente ativa.

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29

Ao comparamos esta informação com inserção no mercado de trabalho (Tabela

19), 41,2% refere-se a autônomo sem previdência social, seguido de 32,6% de

chefes que não trabalham.

A baixa escolaridade é um fator que influi no mercado de trabalho.

Constata-se que 52,3% não concluíram o ensino fundamental e 14,6% são

analfabetos, ou seja, a escolaridade é baixa e o índice de analfabetismo é grande.

Em relação à renda familiar (Tabela 19), 68% sobrevive com a renda inferior

a ½ salário mínimo, seguidos de 28,9% inferior ¼ do salário mínimo e 11,8% de ½

salário mínimo a um salário mínimo. Em suma, a família maceioense, em sua

maioria, apresenta-se numa situação de pobreza e/ou extrema pobreza.

Tabela 19: Caracterização do Chefe de Família – mercado de trabalho e renda familiar.

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Mercado de trabalho Renda Familiar

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0

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Fonte: CadÚnico, julho/2009.

Em relação às famílias, cujo chefe de família é mulher, 66,1% declararam

que não contam com um cônjuge para dividir as responsabilidades de manutenção e

cuidado da família e 33,9% vivem com o cônjuge (Tabela 20). Constata-se que

77,5% destas chefes de famílias tem filhos menores de 15 anos. Assim,

visualizamos a variável da NOB-SUAS: Família no qual há um chefe de família

mulher, sem cônjuge: com filhos menores de 15 anos.

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30

Tabela 20: Chefe de Família Feminino Chefe de família

feminino Freqüência COM cônjuge SEM cônjuge Com filhos menores de 15 anos

Geral 96.922 32.854 64.068 75.139 Fonte: CadÚnico, julho/2009.

As chefes de família com ou sem filhos, além de seu papel estruturante no

âmbito familiar, com suas responsabilidades como dona de casa e/ou mãe de

família, têm se inserido crescentemente no mercado de trabalho informal.

Observa-se que a maior taxa de participação dessas mulheres no mercado de

trabalho, independente do número e da idade dos filhos. Tal característica expressa,

principalmente, a necessidade de sustento familiar, que, muitas vezes, é

exclusivamente dessas mulheres. Nesse sentido, se considerarmos as famílias com

filho menor de um ano de idade, é necessário a oferta de vagas em creches e pré-

escolas (educação infantil), a fim de fornecer alternativas adequadas para o cuidado

dessas crianças, garantindo direito sociais a essa população.

Nesse contexto, pensar em políticas sociais para atender a demanda da

realidade maceioense, em particular, a Assistência Social, é pensar conforme

Oliveira (2007):

[...] política social que, orientando-se por padrões de universalidade e justiça e não de

focalização, devolva a dignidade, a autonomia, a liberdade a todas as pessoas que se

encontram em situações de exclusão e abra possibilidades para que adquiram condições

de existir enquanto cidadãs (os).

Desse modo, a assistência social pode ser uma política social que reforça a

ótica da incorporação de uma cultura de direitos pela sociedade civil. Esses são

passos importantes para a efetivação da assistência social como política social que

deve ter a primazia do Estado na sua administração.

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31

3. GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS EM MACEIÓ

O Sistema Único de Assistência Social – SUAS tem como objetivo consolidar

um sistema descentralizado e participativo previsto na Lei Orgânica de Assistência

Social, aprovada em 1993. Consagrado na Política Nacional de Assistência Social

de 2004 e na NOB/SUAS de 2005, o SUAS integra e define as responsabilidades

compartilhadas entre os três entes federativos (União, Estados e Municípios e

Distrito Federal).

O Sistema Único de Assistência Social em Maceió é gerido pela Secretaria

Municipal de Assistência Social – SEMAS, que a partir da Lei Municipal N. 5.725 de

09 de dezembro de 2008, – regulamentada pelo Decreto N. 6.964 de 04 de maio de

2009, adaptou sua estrutura organizacional a fim de desenvolver os serviços

socioassistenciais conforme as novas mudanças trazidas pelo SUAS.

O processo de municipalização da Assistência Social em Maceió teve início

na década de 90. Foi criada em 1996 a Secretaria Municipal de Ação Social e nesse

mesmo período o Fundo Municipal de Assistência Social e o Conselho Municipal de

Assistência Social. Em 1997, passou a ser denominada Secretaria Municipal de

Cidadania e Assistência Social – SEMCAS.

Face à dinâmica institucional recente da Política Nacional de Assistência

Social de 2004, a Secretaria inicia o redesenho da estrutura organizacional em 2005,

para atender a exigência preconizada pela LOAS do comando único da Política em

cada esfera de governo.

Para tanto, foi constituída uma comissão que esboçou uma proposta de

reestruturação, tendo, como fato relevante, a extinção da Fundação Municipal de

Apoio à Criança e ao Adolescente – FUNACRIAD e a nova nomenclatura: Secretaria

Municipal de Assistência Social – SEMAS, estabelecida pela Lei nº 5.742 de 8 de

novembro de 2005 – regulamentada pelo Decreto nº 6.591 de 10 de novembro de

2005. Durante 13 anos de existência a Assistência Social sofreu descontinuidade

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32

constante na gestão e no período de 2007 a 2008 passou por um processo de

desabilitação.

Nos últimos anos, sobretudo com a construção do SUAS, a Política Nacional

de Assistência Social tem alcançado grandes avanços. Sua gestão tem exigido cada

vez mais profissionalização, diante desses avanços e do acirramento da exclusão

social (violência, desemprego, etc.). A maioria das capitais brasileiras tem

qualificado a estrutura da política de assistência social em seus territórios, porém

Maceió é a única capital que não se encontra habilitada em Gestão Plena.

No entanto, são inegáveis os avanços registrados a partir do processo de

desabilitação e habilitação da Assistência Social no município para recebimento dos

recursos federais. O maior avanço no processo de habilitação foi a ampliação do

quadro funcional efetivo da SEMAS, ainda que permaneça carências em algumas

áreas. Soma-se a este, a reestruturação da SEMAS com um novo organograma e

respectivas competências, a realização das pré-conferências nos territórios dos

CRAS, a organização do planejamento com a elaboração do PPA e LOA de acordo

com o desenho do SUAS, o acompanhamento e a execução do Plano Municipal de

Assistência Social 2008-2009, a definição dos fluxos de processos e, principalmente,

a transparência das contas do Fundo Municipal de Assistência Social.

3.1 ASPECTOS GERENCIAIS

A PNAS/2004 caracterizou os grupos territoriais de acordo com seu porte

demográfico associado a indicadores socioterritoriais, definindo assim, os municípios

como de pequeno, médio e grande porte e, metrópole. Segundo a Rede

SUAS/WEB, o município de Maceió encontra-se classificado no porte de metrópole,

gerando um aumento de aporte de recursos federais e, conseqüentemente, uma

oferta maior dos serviços socioassistenciais.

Conforme a NOB/SUAS (2005, p. 23), o SUAS comporta quatro tipos de

gestão: dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União. No caso da

Gestão Municipal, três níveis são possíveis: inicial, básica e plena. Nessa

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33

perspectiva, a Assistência Social no município de Maceió, única capital do país que

não alcançou a Gestão Plena, está habilitada na Gestão Básica, assumindo as

competências e responsabilidades do Sistema Único de Assistência Social – SUAS

no âmbito municipal, inclusive, o cadastramento do CadÚnico.

Ainda segundo a NOB-RH/SUAS (2006, p. 8), “o SUAS vem se consolidando,

e a gestão do trabalho na Assistência Social carece de uma atenção maior devido a

sua importância para a consolidação do Sistema.” Os dados de gestão de trabalho

da SEMAS apontam um total de 876 profissionais (Tabela 21).

Tabela 21 – Quantitativo de trabalhadores da SEMAS de Maceió

Trabalhadores da SEMAS de

Maceió

Vínculo funcional

Efetivos (1)

CLT (2)

COMARHP (3)

Outros (4)

Total

Advogado - 02 - - 02

Apoio Administrativo 46 15 01 02 64

Apoio Programador - 02 - - 02

Assistente Administrativo - - 02 - 02

Assistente Social 131 17 01 - 149

Auxiliar Administrativo 01 - 01 - 02

Auxiliar de Enfermagem 01 - - - 01

Berçarista - 07 - - 07

Cabo de Turma - - 01 - 01

Cadastrador - 55 - - 55

Contador 03 - - - 03

Coordenador - 06 - - 06

Coord. Administrativo - 10 - - 10

Coord. Núcleo - 16 - - 16

Coord. Pedagogia - 01 - - 01

Coord. Social - 02 - - 02

Coord. Esporte - 01 - - 01

Cozinheira - 03 - - 03

Digitador - 17 - - 17

Economista 02 - - - 02

Educador Recreativo - 15 - - 15

Eletricista (5) 01 - - - 01

Engenheiro - - 01 - 01

Facilitador de Artes - 05 - - 05

Facilitador de Esportes - 05 - - 05

Fisioterapeuta - 01 - - 01

Gerente Administrativo - 01 - - 01

Guarda Municipal - - - 01 01

Jornalista 01 - - - 01

Lavadeira - 01 - - 01

Médico (a) 01 01 - 02

Merendeira - 15 - - 15

Monitor - 82 - - 82

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34

Motorista 15 19 - 01 35

Nutricionista - 01 - - 01

Orientador - 43 - - 43

Orientador Social - 06 - - 06

Pedagogo (a) - 10 - - 10

Pedreiro - - 01 - 01

Procurador Municipal - - - 01 01

Professor (a) 75 - - - 75

Psicólogo (a) 34 15 01 - 50

Secretária - - 01 - 01

Secretária Executiva 01 - - - 01

Servente - - 17 - 17

Serviçal - - 03 - 03

Serviços Administrativos 27 - - - 27

Serviços Gerais 61 41 01 - 103

Serviços Operacionais 08 - - - 08

Supervisor - 02 - - 02

Técnico em Administração 01 - - - 01

Técnico em Contabilidade 01 - - - 01

Técnico em Recursos Humanos 01 - - - 01

Técnico em Enfermagem - 01 - - 01

Varredor - - 01 - 01

Vigilante - - 09 - 09

Sem função 01 - - - 01 Total 412 418 41 05 876

Cargos Comissionados (6) 42

Conselheiros tutelares (7) 19

Estagiários 29

I.A. 12 Fonte: Coordenação de Gestão do Trabalho e Educação Permanente em Assistência Social, 2010

(1) Levantamento de acordo com os contracheques relativos ao mês de Dez/09

(2) Levantamento da Tocqueville relativo ao mês de Fev/2010 (3) Levantamento da Gestão de Pessoas da COMARHP relativo ao mês de Dez/09 (4) Cedidos de outros órgãos municipais

(5) Cedido pela SIMA (6) 05 efetivos da SEMAS e 01 efetivo da SIMA (7) Os 19 conselheiros tutelares são administrativamente da SEMDISC

3.2 SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS

De acordo com a PNAS/2004 é função da assistência social, a proteção social

hierarquizada entre proteção básica e proteção especial, considerando a diversidade

e a complexidade de situações que configuram vulnerabilidades e riscos sociais. As

portas de entrada para o SUAS são: os Centros de Referência de Assistência Social

– CRAS, implantados em território de maior vulnerabilidade social e os Centros de

Referência Especializados da Assistência Social – CREAS.

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35

Por meio da proteção social básica e especial, a assistência social integra

serviços, programas e benefícios com o objetivo visando garantir a segurança de

acolhida; a segurança social de renda; a segurança do convívio ou vivência

familiar, comunitária e social; a segurança do desenvolvimento da autonomia

individual, familiar e social; a segurança de sobrevivência a riscos circunstanciais.

As ações desenvolvidas buscam articular a transferência de renda com os serviços

socioassistenciais.

Os serviços socioassistenciais ofertados na SEMAS de Maceió encontram-

se visualizados conforme a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais

(Resolução CNAS Nº 109, de 11 de novembro de 2009) por nível de proteção em

sua descrição, usuários, objetivos e unidade, ainda que, as referências pactuadas e

os atendimentos mencionados refiram-se às nomenclaturas anterior à Resolução

supracitada.

3.2.1 PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

A Proteção Social Básica (PSB) tem por objetivo prevenir situações de risco

por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de

vínculos familiares e comunitários.

A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, aprovada em

novembro de 2009, dispõe 03 tipos de serviços para a Proteção Social Básica:

Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família – PAIF, Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos (para crianças de até 6 anos; para crianças e

adolescentes de 6 a 15 anos; para adolescentes de 15 a 17 anos e, para idosos)

e o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com

Deficiência e Idosas.

Na SEMAS de Maceió são ofertados todos os elencados na Tipificação

Nacional: o Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família – PAIF, o Serviço de

Convivência e Fortalecimento de Vínculos – para adolescentes de 15 a 17 anos

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e, para idosos; e o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas

com Deficiência e Idosas. Oferta-se também os benefícios eventuais e o

benefício do Cartão de Passageiro Especial, além da gestão municipal do

Programa Bolsa Família.

Serviços Socioassistenciais de Proteção Social Básica, Benefícios e

Transferência de Renda ofertados pela SEMAS de Maceió

SERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, BENEFICIOS E TRANSFERÊNCIA DE

RENDA

1. Serviço de proteção e atenção integral à família – PAIF

2. Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para idosos (as)

3. Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para adolescentes e jovens de

15 a 17 anos

4. Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e

Idosas

5. Programa Bolsa Família – PBF

6. Benefícios Eventuais

7. Benefício do Cartão de Passageiro Especial

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1. Serviço de proteção e atenção integral à família – PAIF *

Descrição Serviço baseado no respeito à heterogeneidade dos arranjos familiares, aos valores,

crenças e identidades das famílias. Realiza ações com famílias que possuem

pessoas que precisam de cuidado, com foco na troca de informações sobre questões

relativas à primeira infância, o envelhecimento, deficiências a fim de promover

espaços para troca de experiências, expressão de dificuldades e reconhecimento de

possibilidades. Prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das

famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações

de caráter preventivo, protetivo e proativo. Estratégia privilegiada para oferta de

serviços a beneficiários de transferência de renda. Os Centros de Referência da

Assistência Social (CRAS), mais conhecidos como "Casas da Família" são espaços

físicos localizados estrategicamente em áreas de pobreza. O CRAS presta

atendimento socioassistencial, articula os serviços disponíveis em cada localidade,

potencializando a rede de proteção social básica.

Usuários - Famílias em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, do precário

ou nulo acesso aos serviços públicos, da fragilização de vínculos de pertencimento e

sociabilidade e/ou qualquer outra situação de vulnerabilidade e risco social residentes

nos territórios de abrangência dos CRAS, em especial:

- Famílias beneficiárias de programas de transferência de renda e benefícios

assistenciais;

- Famílias que atendem os critérios de elegibilidade a tais programas ou benefícios,

mas que ainda não foram contemplados;

- Famílias em situação de vulnerabilidade em decorrência de dificuldades vivenciadas

por algum de seus membros.

Objetivos - Fortalecer a função protetiva da família, contribuindo na melhoria da sua qualidade

de vida;

- Prevenir a ruptura dos vínculos familiares e comunitários, possibilitando a

superação de situações de fragilidade social vivenciadas;

- Promover aquisições sociais e materiais às famílias, potencializando o

protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades;

- Promover acessos a benefícios, programas de transferência de renda e serviços

socioassistenciais, contribuindo para a inserção das famílias na rede de proteção

social de assistência social;

- Promover acesso aos demais serviços setoriais, contribuindo para o usufruto de

direitos;

- Apoiar famílias que possuem dentre seus membros indivíduos que necessitam de

cuidados, por meio da promoção de espaços coletivos de escuta e troca de vivências

familiares.

Unidade Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)

Referências pactuadas (outubro/2009) 5.000 famílias referenciadas e 1.000 famílias

atendidas para cada CRAS

Centro de Referência de Assistência Social Atendimentos/famílias (2009)

06 CRAS 6.128

Centro de Referência de Assistência Social Regiões Administrativas

CRAS Terezinha Normande Região Administrativa 05

CRAS Sônia Sampaio Região Administrativa 05

CRAS Pitanguinha Região Administrativa 03

CRAS Denisson Menezes Região Administrativa 07

CRAS Cacilda Sampaio Região Administrativa 02

CRAS D. Adelmo Machado Região Administrativa 02

*Nomenclatura anterior: Programa de Atenção Integral à Família - PAIF

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2. Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para idosos (as) *

Descrição O serviço prevê o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de

envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no

fortalecimento dos vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de

situações de risco social. A intervenção social deve estar pautada nas características,

interesses e demandas dessa faixa etária e considerar que a vivência em grupo, as

experimentações artísticas, culturais, esportivas e de lazer e a valorização das

experiências vividas constituem formas privilegiadas de expressão, interação e

proteção social. Devem incluir vivências que valorizam suas experiências e que

estimulem e potencialize a condição de escolher e decidir.

Usuários Idosos (as) com idade igual ou superior a 60 anos, em situação de vulnerabilidade

social, em especial:

- Idosos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada;

- Idosos de famílias beneficiárias de programas de transferência de renda;

- Idosos com vivências de isolamento por ausência de acesso a serviços e

oportunidades de convívio familiar e comunitário e cujas necessidades, interesses e

disponibilidade indiquem a inclusão no serviço.

Objetivos - Contribuir para um processo de envelhecimento ativo, saudável e autônomo;

- Assegurar espaço de encontro para os (as) idosos (as) e encontros intergeracionais

de modo a promover a sua convivência familiar e comunitária;

- Detectar necessidades e motivações e desenvolver potencialidades e capacidades

para novos projetos de vida;

- Propiciar vivências que valorizam as experiências e que estimulem e potencializem

a condição de escolher e decidir, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia

e protagonismo social dos usuários.

Unidade Entidades de assistência social (vínculo - SUAS)

Entidades Referências pactuadas

(outubro/2009)

Associação das Donas de Casa da Chã de Bebedouro

70

30

Associação de Idosos Liberdade - ASSILI 250

Associação Fernãovelhense da Terceira Idade - ASFERTI 110

Associação Idosos de Alagoas - ASSIDAL 170

Associação Pestalozzi de Maceió 60

Centro Interparoquial Planalto do Jacutinga 140

Centro de Lazer e Terapia dos Idosos 90

Sociedade Beneficente Nossa Senhora Mãe dos Pobres 100

Fundação Brasil de Apoio ao Idoso 80

Lar São Domingos 60

* Nomenclatura anterior: Serviço de proteção social básica destinada a pessoa idosa – Idoso Conviver

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3. Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para adolescentes e jovens de 15 a 17 anos * Descrição O serviço é dedicado ao fortalecimento da convivência familiar e comunitária e para

o retorno ou permanência dos adolescentes e jovens na escola, por meio do

desenvolvimento de atividades que estimulem a convivência social, a participação

cidadã e uma formação geral para o mundo do trabalho. As atividades devem

abordar as questões relevantes sobre a juventude, contribuindo para a construção

de novos conhecimentos e formação de atitudes e valores que reflitam no

desenvolvimento integral do jovem.

Usuários - Adolescentes e Jovens pertencentes às famílias beneficiárias de programas de

transferência de renda;

- Adolescentes e Jovens egressos de medida socioeducativa de internação ou em

cumprimento de outras medidas socioeducativas em meio aberto, conforme

disposto na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do

Adolescente;

- Adolescentes e Jovens em cumprimento ou egressos de medida de proteção,

conforme disposto na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990;

- Adolescentes e Jovens do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI ou

Adolescentes e Jovens - egressos ou vinculados a programas de combate à

violência e ao abuso e à exploração sexual;

- Adolescentes e Jovens de famílias com perfil de renda de programas de

transferência de renda;

- Jovens com deficiência, em especial beneficiários do BPC;

- Jovens fora da escola.

Objetivos - Complementar as ações da família, escola e comunidade na proteção e

desenvolvimento de crianças e adolescentes e no fortalecimento dos vínculos

familiares e sociais;

- Criar condições para a inserção, reinserção e permanência do jovem no sistema

educacional;

- Assegurar espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social e o

desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo;

- Possibilitar a ampliação do universo informacional, artístico e cultural dos jovens,

bem como estimular o desenvolvimento de potencialidades, habilidades, talentos e

propiciar sua formação cidadã;

- Propiciar vivências para o alcance de autonomia e protagonismo social;

- Estimular a participação na vida pública do território e desenvolver competências

para a compreensão crítica da realidade social e do mundo contemporâneo;

- Possibilitar o reconhecimento do trabalho e da educação como direito de cidadania

e desenvolver conhecimentos sobre o mundo do trabalho e competências

específicas básicas.

Referências pactuadas (outubro/2009) 18 coletivos para os 06 CRAS. 25 jovens para cada coletivo.

* Nomenclatura anterior: Projovem Urbano

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4. Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e

Idosas *

Descrição O serviço tem por finalidade a prevenção de agravos que possam provocar o

rompimento de vínculos familiares e sociais dos usuários. Visa a garantia de

direitos, o desenvolvimento de mecanismos para a inclusão social, a equiparação

de oportunidades e a participação e o desenvolvimento da autonomia das pessoas

com deficiência e pessoas idosas, a partir de suas necessidades e potencialidades

individuais e sociais, prevenindo situações de risco, a exclusão e o isolamento.

O serviço deve contribuir com a promoção do acesso de pessoas com deficiência e

pessoas idosas aos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos e a toda a

rede socioassistencial, aos serviços de outras políticas públicas, entre elas

educação, trabalho, saúde, transporte especial e programas de desenvolvimento

de acessibilidade, serviços setoriais e de defesa de direitos e programas

especializados de habilitação e reabilitação. Desenvolve ações extensivas aos

familiares, de apoio, informação, orientação e encaminhamento, com foco na

qualidade de vida, exercício da cidadania e inclusão na vida social, sempre

ressaltando o caráter preventivo do serviço.

Usuários Pessoas com deficiência e/ou pessoas idosas que vivenciam situação de

vulnerabilidade social pela fragilização de vínculos familiares e sociais e/ou pela

ausência de acesso a possibilidades de inserção, habilitação social e comunitária,

em especial:

- Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada;

- Membros de famílias beneficiárias de programas de transferência de renda.

Objetivos - Prevenir agravos que possam desencadear rompimento de vínculos familiares e

sociais;

- Prevenir confinamento de idosos e/ou pessoas com deficiência;

- Identificar situações de dependência;

- Colaborar com redes inclusivas no território;

- Prevenir o abrigamento institucional de pessoas com deficiência e/ou pessoas

idosas com vistas a promover a sua inclusão social;

- Sensibilizar grupos comunitários sobre direitos e necessidades de inclusão de

pessoas com deficiência e pessoas idosas buscando a desconstrução de mitos e

preconceitos;

- Desenvolver estratégias para estimular e potencializar recursos das pessoas com

deficiência e pessoas idosas, de suas famílias e da comunidade no processo de

habilitação, reabilitação e inclusão social;

- Oferecer possibilidades de desenvolvimento de habilidades e potencialidades, a

defesa de direitos e o estímulo a participação cidadã;

- Incluir usuários (as) e familiares no sistema de proteção social e serviços públicos,

conforme necessidades,

inclusive pela indicação de acesso a benefícios e programas de transferência de

renda;

- Contribuir para resgatar e preservar a integridade e a melhoria de qualidade de

vida dos (as) usuários (as);

- Contribuir para a construção de contextos inclusivos.

Beneficiários (abril/2009 SUAS-WEB) 23.784

14.934 pessoas com deficiência

8.850 pessoas idosas

* Nomenclatura anterior: Benefício Prestação Continuada – BPC

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5. Programa Bolsa Família

Descrição É uma ação de transferência direta de renda com condicionalidades. Pauta-se na

articulação de três dimensões essenciais à superação da fome e da pobreza:

→ Promoção do alívio imediato da pobreza, por meio da transferência direta de

renda à família;

→ Reforço ao exercício de direitos sociais básicos nas áreas de Saúde e

Educação, por meio do cumprimento das condicionalidades, o que contribui para

que as famílias consigam romper o ciclo da pobreza entre gerações;

→ Coordenação de ações complementares, que têm por objetivo o

desenvolvimento de capacidades das famílias beneficiárias, de modo que consigam

superar a situação de vulnerabilidade e pobreza.

Usuários Famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$ 70 a R$

140) e extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$ 70)

Objetivos Assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança

alimentar e nutricional e contribuindo para a erradicação da extrema pobreza e para

a conquista da cidadania pela parcela da população mais vulnerável à fome.

Famílias beneficiadas (outubro/2009) 64.927

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6.Benefícios Eventuais *

Descrição Beneficio não contributivo de proteção social básica de caráter suplementar e

temporário que integra organicamente as garantias do Sistema Único de

Assistência Social - SUAS

Usuários - Cidadãos e famílias com impossibilidade de arcar por conta própria com o

enfrentamento de contingências sociais, cuja ocorrência provoca riscos e fragiliza a

manutenção do indivíduo, a unidade da família e a sobrevivência de seus membros

- Pessoa idosa

- Pessoa com deficiência

Objetivos - Garantir os benefícios nas formas prescritas pelo Sistema Único de Assistência

Social – SUAS:

Benefício eventual, na forma de auxílio-natalidade: constitui-se em uma

prestação temporária, não contributiva da assistência social, em pecúnia ou em

bens de consumo, para reduzir vulnerabilidade provocada por nascimento de

membro da família.

Benefício eventual, na forma de auxílio-funeral: constitui-se em uma prestação

temporária, não contributiva da assistência social, em pecúnia, por uma única

parcela, ou em bens de consumo, para reduzir vulnerabilidade provocada por morte

de membro da família.

Atendimentos/usuários (outubro/2009) 17.683 atendimentos

4.288 benefícios concedidos

* Nomenclatura anterior: Benefícios assistenciais

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7. Benefício do Cartão de Passageiro Especial

Descrição Beneficio não contributivo de acesso à gratuidade nos transportes coletivos

urbanos em Maceió (Cartão de Passageiro Especial).

Usuários - Pessoa idosa

- Pessoa com deficiência

- Pessoas com doenças crônicas graves para o tratamento de suas patologias

Objetivos - Garantir acesso ao Cartão de Passageiro Especial conforme previsto na Lei

Municipal 4.635 de 13/08/97 à pessoas com renda igual ou inferior a 4 salários

mínimos (este beneficio é concedido em parceria com a TRANSPAL e SMTT).

Atendimentos/usuários (dezembro/2009) 1.650 cartões concedidos (1ª via)

* Nomenclatura anterior: Benefícios assistenciais

3.2.2 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

A Proteção Social Especial oferecem serviços às famílias e indivíduos com

seus direitos violados cujos vínculos, familiar e comunitário, não foram rompidos.

Neste sentido, requer maior estruturação técnico-operacional e atenção

especializada e mais individualizada e/ou de acompanhamento sistemático e

monitorado.

Pela Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, aprovada em

novembro de 2009, são 09 os tipos de serviços de Proteção Social Especial. Os de

Média Complexidade são: Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a

Famílias e Indivíduos – PAEFI; Serviço Especializado em Abordagem Social; Serviço

Especializado para Pessoas em Situação de Rua; Serviço de Proteção Social a

Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida -

LA, e de Prestação de Serviços à Comunidade – PSC e, Serviço de Proteção Social

Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos (as) e suas Famílias. Quanto aos

serviços de Alta Complexidade são 04: Serviço de Acolhimento Institucional (para

crianças e adolescentes; para adultos e famílias; para mulheres em situação de

violência; para jovens e adultos com deficiência; para idosos (as); Serviço de

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Acolhimento em República; Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora; Serviço

de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.

a) Proteção Social Especial de Média Complexidade

Na Proteção Social Especial de Média Complexidade, a SEMAS de

Maceió oferta o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e

Indivíduos – PAEFI; Serviço Especializado em Abordagem Social; Serviço

Especializado para Pessoas em Situação de Rua; Serviço de Proteção Social a

Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida -

LA, e de Prestação de Serviços à Comunidade – PSC e, Serviço de Proteção Social

Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos (as) e suas Famílias. Oferta-se

também o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI.

Serviços socioassistenciais de Proteção Social Especial de Média

Complexidade ofertados pela SEMAS de Maceió

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

MÉDIA COMPLEXIDADE

1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI

2. Serviço Especializado em Abordagem Social

3. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua

4. Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida

Socioeducativa de Liberdade Assistida - LA, e de Prestação de Serviços à

Comunidade - PSC

5. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos(as) e

suas Famílias

6. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI

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1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI *

Descrição Serviço ofertado de forma continuada com a finalidade de assegurar atendimento

especializado para apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais

de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Compreende

atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o

fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais, fortalecendo a função

protetiva das famílias diante de um conjunto de condições que as vulnerabilizam.

Constitui−se numa unidade pública estatal, pólo de referência, coordenador e

articulador da proteção social especial de média complexidade, responsável pela

oferta de orientação e apoio especializados e continuados a indivíduos e famílias com

direitos violados, direcionando o foco das ações para a família, na perspectiva de

potencializar e fortalecer sua função protetiva.

Usuários Grupos familiares e indivíduos que vivenciam situações de risco e violações de

direitos por ocorrência de:

- Violência física, psicológica, negligência grave;

- Violência sexual: abuso e/ou exploração sexual;

- Tráfico de pessoas;

- Cumprimento de medidas socioeducativas;

- Situação de rua e mendicância;

- Abandono;

- Vivência de trabalho infantil;

- Discriminação em decorrência de orientação sexual;

- Cumprimento de medida de proteção;

- Outras formas de submissão a situações que provocam danos e agravos a sua

condição de vida e os impedem de usufruir autonomia e bem estar;

- Descumprimento de condicionalidades do PBF e do PETI em decorrência de

violação de direitos.

Objetivos - Fortalecer a função protetiva da família

- Processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços

públicos, conforme necessidades

- Detectar necessidades e promover a indicação do acesso dos usuários a benefícios

e programas de transferência de renda

- Conhecer as dificuldades cotidianas das famílias para dar-lhes sustentabilidade, de

modo que consigam superar momentos críticos e experiências de insegurança social

- Contribuir para restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia dos

usuários

- Contribuir para romper com padrões violadores no interior da família

- Contribuir para a reparação de danos e de direitos violados

- Prevenir a reincidência de violações

Unidade Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)

Referências pactuadas (outubro/2009 80

Atendimentos/usuários (outubro/2009) 43

*Nomenclatura anterior: Serviços de Proteção Social a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência, Abuso e

Exploração Sexual e suas Famílias; e, Serviço de Orientação e Apoio Especializado a Indivíduos e Famílias Vítimas

de Violência desenvolvidos no Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS

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2. Serviço Especializado em Abordagem Social *

Descrição

Serviço ofertado de forma continuada com a finalidade de assegurar trabalho social de

abordagem e busca ativa, de forma continuada e programada, identificando nos

territórios a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes

e situação de rua e outras. Deverão ser consideradas as praças, entroncamento de

estradas, fronteiras, espaços públicos onde se realizam atividades laborais, locais de

intensa circulação de pessoas e existência de comércio, terminais de ônibus, trens,

metrô e outros. O Serviço deve encaminhar a resolução de necessidades imediatas,

promover a inserção na rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas

públicas na perspectiva da garantia dos direitos

Usuários

Crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos (as) e famílias que utilizam as ruas

como espaço de moradia e sobrevivência

Objetivos

- Construir o processo de saída das ruas e possibilitar condições de acesso à rede

socioassistencial;

- Identificar a natureza dos riscos e das situações de abandono, as condições em que

vivem as pessoas nas ruas, as causas de sua permanência, estratégias de

sobrevivência, procedências, aspirações, desejos e relações estabelecidas com as

instituições;

- Promover ações de sensibilização, principalmente nos locais ocupados pela

população, para divulgação do trabalho realizado, direitos e necessidades de inclusão

social e estabelecimento de parcerias;

- Promover ações para a reinserção familiar e comunitária.

Unidade Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)

Referências pactuadas (outubro/2009

200

Abordagens/usuários (outubro/2009) 189

* Nomenclatura anterior: Abordagem de Rua

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3. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua *

Descrição

Serviço ofertado de forma continuada para pessoas que utilizam as ruas como espaço

de moradia e sobrevivência. Tem a finalidade de assegurar atendimento com atividades

direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidades, na perspectiva de construção de

vínculos interpessoais e familiares que oportunizem a construção do processo de saída

das ruas. Promove o acesso a espaços de guarda de pertences, de higiene pessoal, de

alimentação e provisão de documentação civil. Proporciona endereço institucional para

utilização como referência do usuário (a). Realiza a alimentação de sistema de registro

dos dados de pessoas em situação de rua, permitindo a localização da/pela família,

parentes e pessoas de referência, assim como um melhor acompanhamento do trabalho

social.

Usuários

Crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos (as) e famílias que utilizam as ruas como

espaço de moradia e sobrevivência

Objetivos

- Possibilitar condições de acolhida na rede socioassistencial;

- Construir o processo de saída das ruas, respeitando-se as especificidades do

atendimento;

- Contribuir para restaurar e preservar a integridade e autonomia da população em

situação de rua;

- Promover ações para a reinserção familiar e comunitária

Atendimentos/usuários (outubro/2009)

321

* Nomenclatura anterior: Abordagem de Rua

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4. Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa

de Liberdade Assistida - LA, e de Prestação de Serviços à Comunidade – PSC *

Descrição O serviço tem por finalidade prover atenção socioassistencial no âmbito da proteção

social especial e o acompanhamento aos adolescentes e jovens sujeitos em

cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, de Liberdade Assistida e/ou

Prestação de Serviços à Comunidade, determinadas judicialmente. A medida de

Liberdade Assistida consiste no acompanhamento social ao adolescente pela equipe

técnica e orientadora, de forma sistemática, com freqüência mínima semanal para

acompanhamento do desenvolvimento do PIA. A medida de Prestação de Serviços à

Comunidade tem um caráter de responsabilização do adolescente pelo processo de

aprendizagem e não pela sua culpabilização.

Usuários - Adolescentes de 12 a 18 anos incompletos em cumprimento de medida socioeducativa

de Liberdade Assistida e/ou de Prestação de Serviços à Comunidade;

- Excepcionalmente, jovens de 18 a 21 anos em cumprimento de medida socioeducativa

de Liberdade Assistida, aplicada pela Justiça da Infância e da Juventude ou, na ausência

desta, pela Vara Civil correspondente

Objetivos - Oferecer acompanhamento social junto ao (a) adolescente para o cumprimento da

medida judicial de LA e/ou PSC e, igualmente, para a sua inserção na escola, na família

e em serviços e programas de cultura, lazer, esporte, profissionalização, trabalho e

renda;

- Criar condições para a construção de projeto de vida que vise à ruptura do adolescente

com a prática de ato infracional;

- Estabelecer contratos com o (a) adolescente e o (a) jovem sobre as possibilidades e

limites do trabalho a ser estabelecido e normas que regulem o período de permanência

na medida e no acompanhamento social;

- Fortalecer a convivência familiar e comunitária;

- Desenvolver vivências que favoreçam a autoconfiança e a capacidade de reflexão

sobre as possibilidades de construção de autonomia;

- Possibilitar acessos e oportunidades para a ampliação do universo informacional e

cultural e o desenvolvimento de habilidades e talentos, no próprio serviço ou da rede

socioassistencial;

- Avaliar sistematicamente o percurso do (a) adolescente e do (a) jovem, inclusive após o

cumprimento da medida.

Atendimentos/usuários (outubro/2009) 222

*Nomenclatura anterior: Medidas Sócio-educativas em Meio-aberto: Prestação de Serviços à Comunidade – PSC e

Liberdade Assistida – LA

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5. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos (as) e suas

Famílias

Descrição O serviço de apoio ao processo de reabilitação e habilitação tem por finalidade a

garantia de direitos, o desenvolvimento de mecanismos para a inclusão social, a

equiparação de oportunidades e a participação das pessoas com deficiência e pessoas

idosas, a partir de suas necessidades individuais e sociais. O serviço deve favorecer o

desenvolvimento de capacidades adaptativas para a vida diária e prática: aquisição de

habilidades, potencialização da capacidade de comunicação, socialização e locomoção

independente.

Usuários Pessoas com deficiência e/ou pessoas idosas que vivenciam situações de

vulnerabilidade, risco e violações de direitos ou pela ausência de acesso a

possibilidades de inserção, habilitação e reabilitação social.

Objetivo - Assegurar espaços de referência para desenvolvimento de sociabilidade,

independência e autonomia

- Prevenir a institucionalização e a segregação de pessoas com deficiência e pessoas

idosas com vistas a promover a sua inclusão social

- Sensibilizar grupos comunitários sobre direitos e necessidades de inclusão de pessoas

com deficiência e pessoas idosas buscando a desconstrução de mitos e preconceitos

- Desenvolver estratégias para estimular e potencializar recursos das pessoas com

deficiência e pessoas idosas, de suas famílias e a comunidade no processo de

reabilitação e inclusão social;

- Oferecer possibilidades de desenvolvimento de habilidades e potencialidades, a defesa

de direitos e o estímulo a participação cidadã;

- Incluir usuários (as) e familiares no sistema de proteção social e serviços públicos,

conforme necessidades, inclusive pela indicação de acesso a benefícios e programas de

transferência de renda;

- Contribuir para a reparação de danos e de direitos violados;

- Contribuir para restaurar e preservar a integridade e a melhoria de qualidade de vida

dos (as) usuários (as);

- Contribuir para a construção de contextos inclusivos.

Unidade Entidades de assistência social (vínculo – SUAS)

Entidades Referências pactuadas

(outubro/2009)

Associação de Amigos e Pais das Pessoas Especiais - AAPPE 30

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Maceió – APAE 77

114

Fundação Casa do Especial –FUNCAE 20

Centro de Atividades Especiais Lourdinha Vieira 70

Associação Pestalozzi de Maceió 60

* Nomenclatura anterior: Serviço da Habilitação e Reabilitação das Pessoas com Deficiência

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6. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI Descrição O Programa compreende um conjunto de ações articuladas em três eixos: atividades

socioeducativas ofertadas para as crianças e adolescentes afastadas do trabalho

precoce; transferência de renda para suas famílias e ações socioassistenciais com foco

na família, potencializando sua função protetiva e os vínculos familiares e comunitários.

Usuários Famílias que tenham filhos de 7 a 15 anos trabalhando em atividades perigosas,

penosas, insalubres e degradantes. Devem ser priorizadas as famílias com renda per

capita de até ½ salário mínimo, ou seja, aquelas que vivem em situação de

vulnerabilidade social. Cadastradas no CadÚnico.

Objetivos - Retirar crianças e adolescentes do trabalho perigoso, penoso, insalubre e degradante

- Possibilitar o acesso, a permanência e o bom desempenho de crianças e adolescentes

na escola

- Fomentar e incentivar a ampliação do universo de conhecimentos da criança e do

adolescente, por meio de atividades culturais, esportivas, artísticas e de lazer no período

complementar ao da escola, ou seja, na jornada ampliada

- Proporcionar apoio e orientação às famílias por meio da oferta de ações

socioeducativas

- Promover e implementar programas e projetos de geração de trabalho e renda para as

famílias.

Unidade Núcleos socioeducativos e de convivência

Referências pactuadas (novembro/2009) 2.068

Núcleo socioeducativo e de convivência Usuários (novembro/2009)

10 Núcleos socioeducativos 1.323

Área Lagunar 181

Bebedouro 115

Bela Vista 201

Benedito Bentes 94

Caic/Jorge de Lima 100

Fernão Velho 139

Jacintinho 99

Nosso Lar 132

Reginaldo 155

Tabuleiro 107

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b) Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Na proteção social especial de alta complexidade, a SEMAS de Maceió

oferta o Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes, para idosos,

para adultos e famílias e para mulheres em situação de violência e, Serviço de Proteção

em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.

Serviços socioassistenciais de Proteção Social Especial de Alta

Complexidade ofertados pela SEMAS de Maceió

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

ALTA COMPLEXIDADE

1. Serviço de acolhimento institucional para crianças e adolescentes

2. Serviço de acolhimento institucional para crianças e adolescentes – Acolher

3. Serviço de acolhimento institucional para crianças e adolescentes – Luzinete

Soares Almeida

4. Serviço de acolhimento institucional para crianças – Rubens Colaço

5. Serviço de acolhimento institucional para idosos (as)

6. Serviço de acolhimento institucional para adultos e famílias – Albergue

7. Serviço de acolhimento institucional para mulheres em situação de violência

8. Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências

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1. Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes – vínculo SUAS *

Descrição Acolhimento provisório e excepcional para crianças e adolescentes de ambos os

sexos, inclusive crianças e adolescentes com deficiência, sob medida de proteção1

e em situação de risco pessoal e social, cujas famílias ou responsáveis encontrem-

se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção.

Grupos de crianças e adolescentes com vínculos de parentesco – irmãos, primos

etc. – devem ser atendidos na mesma unidade. O acolhimento será feito até que

seja possível o retorno à família de origem ou colocação em família substituta.

Usuários Crianças e adolescentes de 7 a 18 anos de ambos os sexos

Objetivos - Acolher e garantir proteção integral;

- Contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência,

violência e ruptura de vínculos;

- Buscar restabelecer vínculos familiares e sociais;

- Possibilitar a convivência comunitária;

- Promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de

Garantia de Direitos e às demais políticas públicas;

- Favorecer o surgimento e desenvolvimento de aptidões, capacidades e

oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;

- Promover o acesso a programações culturais, de lazer, de esporte e ocupacionais

internas e externas, relacionando-as a interesses, vivências, desejos e

possibilidades do público.

- Preservar vínculos com a família de origem, salvo determinação judicial em

contrário.

Unidade Entidades de assistência social (vínculo – SUAS)

Entidades Referências pactuadas (outubro/2009)

Associação do Movimento de Amparo à Infância - AMAI 20

Associação Projeto e Vida – Projeto Thalita 15

Centro Educativo Deus Proverá 15

Lar da Menina 50

Lar Marcolina Batista Magalhães 26

Secretariado de Assistência Social Juvenópolis 30

* Nomenclatura anterior: Atendimento integral e institucional a criança e ao adolescente

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2. Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes – (Acolher) *

Descrição

Acolhimento provisório e excepcional para crianças e adolescentes, inclusive

crianças e adolescentes com deficiência, sob medida de proteção e em situação de

risco pessoal e social, cujas famílias ou responsáveis encontrem-se

temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção.

Grupos de crianças e adolescentes com vínculos de parentesco – irmãos, primos

etc. – devem ser atendidos na mesma unidade. O acolhimento será feito até que

seja possível o retorno à família de origem ou colocação em família substituta.

Usuários Crianças e adolescentes de 7 a 18 anos do sexo masculino

Objetivos

- Acolher e garantir proteção integral;

- Contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência,

violência e ruptura de vínculos;

- Buscar restabelecer vínculos familiares e sociais;

- Possibilitar a convivência comunitária;

- Promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de

Garantia de Direitos e às demais políticas públicas;

- Favorecer o surgimento e desenvolvimento de aptidões, capacidades e

oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;

- Promover o acesso a programações culturais, de lazer, de esporte e ocupacionais

internas e externas, relacionando-as a interesses, vivências, desejos e

possibilidades do público.

- Preservar vínculos com a família de origem, salvo determinação judicial em

contrário.

Unidade Abrigo institucional (Acolher)

Referências pactuadas (outubro/2009) 26

Atendimentos/usuários 26

* Nomenclatura anterior: Projeto Acolher

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3. Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes – (Luzinete

Soares Almeida) *

Descrição

Acolhimento provisório e excepcional para crianças e adolescentes, inclusive

crianças e adolescentes com deficiência, sob medida de proteção e em situação de

risco pessoal e social, cujas famílias ou responsáveis encontrem-se

temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção.

Grupos de crianças e adolescentes com vínculos de parentesco – irmãos, primos

etc. – devem ser atendidos na mesma unidade. O acolhimento será feito até que

seja possível o retorno à família de origem ou colocação em família substituta.

Usuários Crianças e adolescentes de 7 a 17 e 11 meses anos do sexo feminino

Objetivos

- Acolher e garantir proteção integral;

- Contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência, violência

e ruptura de vínculos;

- Buscar restabelecer vínculos familiares e sociais;

- Possibilitar a convivência comunitária;

- Promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de

Garantia de Direitos e às demais políticas públicas;

- Favorecer o surgimento e desenvolvimento de aptidões, capacidades e

oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;

- Promover o acesso a programações culturais, de lazer, de esporte e ocupacionais

internas e externas, relacionando-as a interesses, vivências, desejos e

possibilidades do público.

- Preservar vínculos com a família de origem, salvo determinação judicial em

contrário.

Unidade

Casa de Passagem (Luzinete Soares de Almeida)

Atendimentos/usuários (outubro/2009) 89

* Nomenclatura anterior: Casa de Passagem Feminina Luzinete Soares Almeida

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4. Serviço de Acolhimento Institucional para crianças – (Rubens Colaço) *

Descrição

Acolhimento provisório e excepcional para crianças e adolescentes de ambos os

sexos, inclusive crianças e adolescentes com deficiência, sob medida de proteção e

em situação de risco pessoal e social, cujas famílias ou responsáveis encontrem-se

temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção.

Grupos de crianças e adolescentes com vínculos de parentesco – irmãos, primos

etc. – devem ser atendidos na mesma unidade. O acolhimento será feito até que

seja possível o retorno à família de origem ou colocação em família substituta.

Usuários Crianças e adolescentes de 0 a 7 anos de ambos os sexos

Objetivos - Acolher e garantir proteção integral;

- Contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência, violência

e ruptura de vínculos;

- Buscar restabelecer vínculos familiares e sociais;

- Possibilitar a convivência comunitária;

- Promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de

Garantia de Direitos e às demais políticas públicas;

- Favorecer o surgimento e desenvolvimento de aptidões, capacidades e

oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;

- Promover o acesso a programações culturais, de lazer, de esporte e ocupacionais

internas e externas, relacionando-as a interesses, vivências, desejos e

possibilidades do público.

- Preservar vínculos com a família de origem, salvo determinação judicial em

contrário.

- Desenvolver medidas para viabilizar o processo de adoção de crianças sob sua

guarda.

Unidade Abrigo institucional ( Rubens Colaço)

Atendimentos/usuários (novembro/2009) 48

* Nomenclatura anterior: Casa Adoção Rubens Colaço

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5. Serviço de Acolhimento Institucional para idosos (as) - Vínculo SUAS *

Descrição Acolhimento para pessoas idosas com 60 anos ou mais, de ambos os sexos,

independentes e/ou com diversos graus de dependência. É previsto para pessoas

idosas que não dispõem de condições para permanecer com a família, idosos em

situação de rua e de abandono, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos. É

também previsto para idosos (as) com vivência de situações de negligência familiar,

institucional, de autonegligência, abusos, maus tratos e outras formas de violência.

Usuários Pessoas idosas

Objetivos - Acolher e garantir proteção integral;

- Contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência,

violência e ruptura de vínculos;

- Buscar restabelecer vínculos familiares e sociais;

- Possibilitar a convivência comunitária;

- Promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de

Garantia de Direitos e às demais políticas públicas;

- Favorecer o surgimento e desenvolvimento de aptidões, capacidades e

oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;

- Incentivar o desenvolvimento do protagonismo e de capacidades para a realização

de atividades da vida diária;

- Desenvolver condições para a independência e o auto-cuidado;

- Promover a convivência mista entre os residentes de diversos graus de

dependência.

Unidade Entidade de assistencial social (vínculo - SUAS)

Entidades Referências pactuadas (outubro/2009)

Dependente Independente Abrigo São Vicente de Paulo 20 03

Casa do Pobre de Maceió 82 07

Sociedade Espírita Discípulos de Jesus 35 35

* Nomenclatura anterior: Instituições de Longa Permanência para Idosos (Abrigo Idoso)

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6. Serviço de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias *

Descrição

Acolhimento provisório com espaço para pernoite e estrutura para acolher com

privacidade pessoas do mesmo sexo ou grupo familiar, com ou sem crianças,

respeitando o perfil do usuário, bem como sua orientação sexual. É previsto para

pessoas em situação de rua e desabrigo, por abandono, migração, refúgio e ausência

de residência ou pessoas em trânsito e sem condições de auto-sustento.

Usuários Adultos de ambos os sexos e/ou famílias

Objetivos

- Acolher e garantir proteção integral;

- Contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência, violência e

ruptura de vínculos;

- Buscar restabelecer vínculos familiares e sociais;

- Possibilitar a convivência comunitária;

- Promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de Garantia

de Direitos e às demais políticas públicas;

- Favorecer o surgimento e desenvolvimento de aptidões, capacidades e oportunidades

para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;

- Promover o acesso a programações culturais, de lazer, de esporte e ocupacionais

internas e externas, relacionando-as a interesses, vivências, desejos e possibilidades

do público.

- Desenvolver condições para a independência e o auto-cuidado

Unidade Albergue (Manuel Coelho Neto)

Atendimentos/usuários 89

*Nomenclatura anterior: Albergue Coelho Neto

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7. Serviço de Acolhimento Institucional para Mulheres em Situação de Violência *

Descrição Acolhimento provisório para mulheres, acompanhadas ou não de seus filhos, em

situação de risco de morte ou ameaças em razão da violência doméstica e familiar,

causadora de lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano moral. Deve ser

desenvolvido em ambiente com características residenciais, em local sigiloso, estrutura

física adequada, funcionamento em regime de co-gestão e possibilidade de manter a

identidade das usuárias sob sigilo.

Usuários Mulheres em situação de violência e seus filhos menores de 14 anos.

Objetivos - Acolher e garantir proteção integral;

- Contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência, violência e

ruptura de vínculos;

- Buscar restabelecer vínculos familiares e sociais;

- Possibilitar a convivência comunitária;

- Promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de Garantia

de Direitos e às demais políticas públicas;

- Favorecer o surgimento e desenvolvimento de aptidões, capacidades e oportunidades

para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;

- Promover o acesso a programações culturais, de lazer, de esporte e ocupacionais

internas e externas, relacionando-as a interesses, vivências, desejos e possibilidades

do público

Proteger mulheres e prevenir a continuidade de situações de violência;

- Propiciar condições de segurança física e emocional e o fortalecimento de auto-

estima;

- Identificar situações de violência e suas causas e produzir dados para o sistema de

vigilância socioassistencial;

- Possibilitar a construção de projetos pessoais visando a superação da situação de

violência e o desenvolvimento de capacidades e oportunidades para o desenvolvimento

de autonomia pessoal e social.

Atendimentos/usuárias 45 usuárias

68 crianças e adolescentes de 33 usuárias

* Nomenclatura anterior: Casa Abrigo Viva a Vida

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8. Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências *

Descrição

O serviço promove apoio e proteção à população atingida por situações de emergência

e calamidade pública, com a oferta de alojamentos provisórios, atenções e provisões

materiais, conforme as necessidades detectadas. Assegura a realização de articulações

e a participação em ações conjuntas de caráter intersetorial para a minimização dos

danos ocasionados e o provimento das necessidades verificadas.

Usuários

Famílias e Indivíduos:

- Atingidos por situações de emergência e calamidade pública (incêndios,

desabamentos, deslizamentos, alagamentos, dentre outros) que tiveram perdas parciais

ou totais de moradia, objetos ou utensílios pessoais, e se encontram temporária ou

definitivamente desabrigados;

- Removidos de áreas consideradas de risco, por prevenção ou determinação do Poder

Judiciário.

Objetivos - Assegurar acolhimento imediato em condições dignas e de segurança;

- Manter alojamentos provisórios, quando necessário;

- Identificar perdas e danos ocorridos e cadastrar a população atingida;

- Articular a rede de políticas públicas e redes sociais de apoio para prover as

necessidades detectadas;

- Promover a inserção na rede socioassistencial e o acesso a benefícios eventuais.

Concessões/usuários 38

* Nomenclatura anterior: Benefícios Assistenciais

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3.3 FINANCIAMENTO DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS

É sabido que uma política pública ganha concretude por meio do

financiamento, logo, o planejamento das ações necessita de orçamentação

construída em processo participativo.

No novo modelo do Sistema Único de Assistência Social – SUAS os serviços

socioassistenciais são operacionalizados mediante pisos financeiros para os níveis

de proteção social básica e especial (de alta e média complexidade), a partir do

princípio do co-financiamento dos entes federados. Isso possibilita que, “os gestores

da Assistência Social organizem e planejem os serviços, programas e projetos

socioassistenciais, de acordo com as necessidades de proteção, que verifica e

reconhece em seus territórios.” (Bases do Modelo Brasileiro da Proteção Não

Contributiva, 2008: 51)

Os recursos financeiros para a Assistência Social advêm do Orçamento da

Seguridade Social e são remetidos ao Fundo Nacional de Assistência Social, que

repassa ao município por intermédio do Fundo Municipal de Assistência Social.

3.3.1 PISOS DE FINANCIAMENTO

Para tanto, dispomos neste Plano os pisos de financiamento dos serviços

socioassistenciais da SEMAS de Maceió, de acordo com a recente visualização da

Previsão de Financiamento 2009 do SUAS-WEB, embora, os serviços

socioassistenciais financiados pelos respectivos pisos ainda não se encontrem em

normativa especifica configurados conforme a Tipificação Nacional de Serviços

Socioassistenciais (Resolução CNAS Nº 109, de 11 de novembro de 2009).

Nessa perspectiva, a Proteção Social Básica encontra-se financiada por um

único piso, o Piso Básico Fixo.

- PISO BÁSICO FIXO: Financia o Serviço de Proteção e Atenção Integral à

Família – PAIF nos Centros de Referências da Assistência Social – CRAS e o

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Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos nos CRAS e/ou em

entidades de assistência social.

A Proteção Social Especial encontra-se financiada por cinco tipos de piso:

Piso Fixo de Média Complexidade; Piso de Transição de Média Complexidade; Piso

Variável de Média Complexidade e Piso de Alta Complexidade I e II.

- PISO FIXO DE MÉDIA COMPLEXIDADE: Financia o Serviço de Proteção

Social a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência, Abuso e Exploração Sexual

e suas Famílias nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social –

CREAS.

- PISO DE TRANSIÇÃO DE MÉDIA COMPLEXIDADE: Financia serviços

específicos de proteção social especial.

- PISO VARIÁVEL DE MÉDIA COMPLEXIDADE: Financia as ações

socioeducativas e de convivência para crianças e adolescentes em situação de

trabalho.

- PISO DE ALTA COMPLEXIDADE I: Financia serviços específicos de

proteção social especial.

- PISO DE ALTA COMPLEXIDADE II: Financia serviços específicos de

proteção social especial (população em situação de rua).

O Município também deve garantir recursos próprios em seu Orçamento para

co-financiar os serviços ofertados, consubstanciando os respectivos recursos

através dos três instrumentos disponibilizados em lei:

- LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias: Lei anual, que estabelece as metas

fiscais e as diretrizes para elaboração do orçamento (art.165, II,§2º, CF e art. 4º,

LRF).

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- PPA – Plano Plurianual: Elaborado no primeiro ano do mandato do chefe do

poder executivo para entrar em vigor no ano seguinte, com vigência para 04 anos

(art.165, I §1º CF).

- LOA – Lei Orçamentária Anual: Lei anual, que prevê as receitas e fixa as

despesas a serem realizadas visando atender as metas contidas na LDO e os

projetos e programas contemplados no PPA (art. 165, III, §5º, CF e art. 5º, LRF). A

LOA é composta pelo Orçamento Fiscal, Orçamento de Investimentos Estatais e

pelo Orçamento da Seguridade.

Ressaltamos ainda, que no intuito de socializar e democratizar os procedimentos

orçamentários, disponibilizamos em anexo, a previsão orçamentária no Plano Plurianual

2010-2013 de financiamento dos serviços socioassistenciais da SEMAS de Maceió.

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4. EIXOS, OBJETIVOS E METAS PLURIANUAIS

A compreensão da realidade e desafios de Maceió através de sua análise sócio-

histórica, dos condicionantes de vulnerabilidade, da população em situação de

vulnerabilidade, bem como a exposição da gestão municipal do SUAS, têm exigido o

esforço de conciliá-la à propositura de estratégias de gestão imprescindíveis à

concretização de uma política pública de qualidade, rompendo com a histórica

fragmentação de ações, incompatibilidade entre fins e meios e ineficiência financeira,

aspectos acentuados no caso da assistência social.

Nesse sentido, as estratégias construídas de forma participativa estão

estruturadas em três eixos – gestão e controle social; proteção social básica, benefícios e

transferência de renda; proteção social especial de média e alta complexidade – com

seus respectivos objetivos e metas.

4.1 GESTÃO E CONTROLE SOCIAL

OBJETIVOS

1. Promover a eficiência na infra-estrutura, na gestão da SEMAS e unidades de proteção

social

2. Aprimorar a gestão e planejamento da Política Municipal de Assistência Social

3. Promover a eficiência da gestão de Recursos Humanos na efetivação da Política

Municipal de Assistência Social;

4. Qualificar a gestão administrativa, modernizando as práticas de controle financeiro;

5. Efetivar e fortalecer o exercício do controle social na Política Municipal de Assistência

Social

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METAS GESTÃO E CONTROLE SOCIAL

PERÍODO

1. Reordenar a estrutura organizacional da SEMAS para atender à

Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS

Nº 109, de 11 de novembro de 2009) e a legislação municipal atual

2010 - 2013

2. Criar 01 Sistema de Informações Gerenciais e Vigilância Social 2010 - 2013

3. Criar e implementar instrumentos de informação e socialização dos

serviços socioassistenciais para a população, garantindo ampla

divulgação e acesso da pessoa com deficiência, atendendo o disposto

na Lei Nº 10.098, de 19 de Dezembro de 2000 que estabelece normas

gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das

pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida; regulamentada

pelo Decreto Nº 5.296 de 2 de Dezembro de 2004

2010 - 2013

4. Elaborar a Programação das Ações Anuais com os serviços

socioassistenciais por nível de proteção social e programas de

transferência de renda

2010 – 2013

5. Monitorar e avaliar quadrimestralmente a execução das metas do Plano

através da Programação das Ações Anuais com os serviços

socioassistenciais por nível de proteção social e programas de

transferência de renda

2010 – 2013

6. Elaborar e emitir relatórios trimestrais pela Coordenação do

CADÚNICO por região administrativa para subsidiar a elaboração,

monitoramento e avaliação das metas das Programações das Ações

Anuais

2010 – 2013

7. Elaborar relatório conclusivo da Pesquisa: Diagnóstico Social das

Áreas de Abrangência dos CRAS para subsidiar com dados primários a

elaboração da Programação das Ações Anuais

2010

8. Estabelecer repasse mensal de um percentual dos recursos ordinários

para manutenção e recuperação da estrutura física da sede da SEMAS

e unidades de proteção social

2010 – 2013

9. Adquirir prédios próprios para o funcionamento da SEMAS; de 01

centro de formação/qualificação profissional, do programa Bolsa

Família e CADÚNICO e 05 unidades da proteção social

2010 – 2013

10. Adequar a estrutura física das 08 unidades próprias de proteção social

básica, garantindo o atendimento às necessidades das diversas faixas

etárias da população usuária e a acessibilidade às pessoas com

deficiência, atendendo o disposto na Lei Nº 10.098, de 19 de Dezembro

2010 – 2013

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de 2000 que estabelece normas gerais e critérios básicos para a

promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com

mobilidade reduzida; regulamentada pelo Decreto Nº 5.296 de 2 de

Dezembro de 2004

11. Definir Protocolos de atendimento para padronização da ação dos

CRAS e CREAS de acordo com a orientação da PNAS 2010-1013

12. Efetivar e socializar o fluxograma e instrução de processos com

controle orçamentário e financeiro, garantindo a agilidade da tramitação

e realização das ações que deram origem aos respectivos processos

2010 – 2013

13. Efetivar repasse mensal de 01 cota financeira para diretorias,

coordenações e Conselho Municipal de Assistência Social para

concretizar demandas com despesas emergenciais

2010 – 2013

14. Estruturar o setor de transporte da SEMAS para atender a demanda da

rede socioassistencial 2010 – 2013

15. Elaborar 01 plano administrativo com sistemática periódica de

aquisição, armazenamento e distribuição dos insumos necessários

para o suprimento de material dos serviços socioassistenciais

2010 – 2013

16. Equipar, conforme levantamento de necessidades, 70% dos setores da

SEMAS e unidades de proteção social

2010 – 2013

17. Criar 01 cota de repasse financeiro para viabilizar a participação dos

usuários nos Conselhos, fóruns, conferências, audiências Pública entre

outros

2010 – 2013

18. Efetivar o quadro de pessoal da SEMAS, através de concurso público,

para suprir as carências identificadas de acordo com

redimensionamento dos serviços e as orientações da NOB-RH

2010 - 2013

19. Implantar a Política de Gestão de Pessoas, em consonância com a

NOB - RH 2010 - 2013

20. Criar instrumentos de avaliação permanente de desempenho e

incentivo de produtividade 2010 - 2013

21. Elaborar e implementar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários

(PCCS), em consonância com a NOB - RH 2010 - 2013

22. Elaborar e implementar 01 Projeto voltado para saúde do trabalhador

do SUAS 2010 - 2013

23. Elaborar e implementar 01 Programa de Educação Permanente para

qualificar 800 profissionais (gestores, trabalhadores e conselheiros), em

consonância com o Plano Nacional e Estadual de Educação

Permanente

2010 - 2013

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24. Criar novos espaços de articulação, reflexão, formação e

implementação de ações voltadas para a temática da Política de

Assistência Social com organizações da sociedade civil e usuários

2010 - 2013

25. Equipar o Conselho Municipal de Assistência Social

2010 - 2013

26. Realizar 16 Pré-conferências e 02 Conferências Municipais de

Assistência Social 2011 - 2013

27. Estabelecer repasse mensal de percentual financeiro para garantir a

autonomia e funcionamento do Conselho Municipal de Assistência

Social

2010 - 2013

28. Acompanhar e fiscalizar 50% do atendimento das entidades

beneficente de Assistência Social pelo Conselho Municipal de

Assistência Social

2010 - 2013

29. Promover espaços de articulação intersetorial e intra-institucional para

estudo e reflexão sobre estruturação do desenho e implantação da

rede socioassistencial

2010 - 2013

30. Ampliar de 06 para 10 o número de CRAS, conforme área de maior

vulnerabilidade e risco social, observado o diagnóstico socioterritorial

do Município

2010 - 2013

31. Criar 10 Conselhos Gestores Locais no território dos CRAS

2010 - 2013

32. Efetivar a descentralização do cadastramento e revisão do CADÚNICO

para os CRAS 2010 - 2013

33. Ampliar de 01 para 02 o número de CREAS no município, de acordo

com o estudo de vulnerabilidade social 2010 - 2013

34. Dotar os serviços de média e alta complexidade de assessoria jurídica

específica 2010 - 2013

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4.2 PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, BENEFÍCIOS E TRANSFERÊNCIAS DE

RENDA

OBJETIVOS

1. Possibilitar o acesso aos serviços de Proteção Social Básica, oferecidos nos

CRAS para famílias e indivíduos em situação de risco e vulnerabilidade social

2. Promover a qualidade na gestão do CADÙNICO, PBF e de suas ações

complementares

3. Ofertar aos adolescentes das áreas de maior vulnerabilidade e risco social o

serviço socioeducativo do Projovem Adolescente

4. Contribuir com a melhoria da renda de idosos e pessoas com deficiência e de

suas famílias

5. Possibilitar inserção de indivíduos ao mercado de trabalho e geração de renda.

METAS PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, BENEFÍCIOS E

TRANSFERÊNCIAS DE RENDA

PERÍODO

1. Elaborar e executar 01 plano intersetorial e interinstitucional para

garantir o acesso aos documentos civis das pessoas em situação de

vulnerabilidade social

2010 - 2013

2. Elaborar 01 proposta em interface com a Política Municipal de

Educação para promover o acesso e permanência dos usuários da

assistência social na rede pública de ensino

2010 - 2013

3. Efetivar as ações socioassistenciais para o atendimento aos

usuários de álcool e outras drogas de acordo com a proposta

intersetorial elaborada junto à Secretaria Municipal de Saúde

2010 - 2013

4. Regulamentar e efetivar a concessão dos Benefícios Eventuais com

recursos ordinários e co-financiamento estadual, observando as

demandas dos CRAS e CREAS

2010 - 2013

5. Desenvolver ações socioeducativas com no mínimo 06 grupos

geracionais em cada CRAS 2010 - 2013

6. Implantar o Projovem Adolescente nos 10 CRAS 2010 - 2013

7. Mapear 100% os serviços da proteção social existentes nas regiões

administrativas para subsidiar a construção da rede

socioassistencial

2010 - 2013

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8. Definir a área de abrangência territorial de cada CRAS em

conformidade com a PNAS e a realidade local. 2010 - 2013

9. Elaborar e executar 01 plano intersetorial e interinstitucional para o

acompanhamento das condicionalidades do programa Bolsa Família 2010 - 2013

10. Elaborar anualmente o Plano de Execução Financeira dos recursos

do IGD 2010 - 2013

11. Acompanhar 25% dos beneficiários e suas famílias mantidas no

BPC 2010 - 2013

12. Monitorar 100% entidades beneficente de Assistência Social com

vínculo SUAS 2010 - 2013

13. Implementar 01 programa complementar priorizando ações de

qualificação profissional, geração de renda dos usuários dos

programas, serviços e projetos socioassistenciais

2010 - 2013

14. Realizar 01 estudo em parceria com o SINE e instituições do

sistema público de emprego e geração de renda sobre as demandas

do mercado e potencialidades de desenvolvimento econômico,

considerando-se o perfil dos usuários da rede socioassistencial

2010 - 2013

15. Estimular a formação de associações, cooperativas e Arranjos

Produtivos Locais e Sustentáveis com usuários inseridos nas ações

complementares de qualificação profissional e geração de renda

2010 - 2013

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4.3 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE

OBJETIVOS

1. Fortalecer a rede de defesa e promoção dos direitos da criança e do

adolescente, vítimas de violação de direitos, abuso e exploração sexual

2. Estruturar o desenvolvimento das ações socioeducativas do PETI e o

acompanhamento sociofamiliar

3. Atender famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social

temporária, priorizando crianças, idosos e pessoas com deficiência

4. Acompanhar os adolescentes e suas famílias em cumprimento de medidas

socioeducativa em meio aberto

5. Atender famílias e indivíduos em situação de rua

6. Qualificar os serviços de acolhimento institucional

Nº METAS

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE

PERÍODO

1. Inserir gradativamente o trabalho socioeducativo do PETI na

jornada escolar de tempo integral; 2010 - 2013

2. Revisar e construir coletivamente a Proposta Pedagógica do PETI

2010 - 2013

3. Manter alimentado em 100% o aplicativo do SISPETI e revisar o

cadastro das famílias sistematicamente 2010 - 2013

4. Elaborar e executar 01 Plano Municipal para Erradicação do

Trabalho Infantil em parceria com o Sistema de Garantia de

Direitos, a Delegacia Regional do Trabalho e demais políticas

públicas.

2010 - 2013

5. Elaborar e executar 01 plano intersetorial e interinstitucional

especializado de abordagem social 2010 - 2013

6. Elaborar e executar 01 plano intersetorial e interinstitucional para o

atendimento às pessoas em situação de rua 2010 - 2013

7. Realizar 01 mapeamento para identificar as áreas da população

em situação de rua 2010 - 2013

8. Elaborar e executar 01 plano municipal de promoção, proteção e

defesa do direito da criança e adolescente à convivência familiar e

comunitária

2010 - 2013

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9. Promover a inserção dos adolescentes socialmente vulneráveis

dos serviços socioassistenciais no Programa Menor Aprendiz do

Ministério do Trabalho

2010 - 2013

10. Elaborar e executar 01 plano de intervenção intersetorial para

garantir a proteção especial as vítimas de violência sexual,

negligência e maus tratos

2010 - 2013

11. Efetivar a parceria com o Sistema de Garantia de Direitos, através

de um plano de ação integrado, identificando as interfaces e

atribuições específicas de cada órgão

2010 - 2013

12. Elaborar o plano de acompanhamento e orientação a adolescentes

e famílias do serviço de Liberdade Assistida e de Prestação de

Serviços à Comunidade

2010 - 2013

13. Implementar o funcionamento diurno e noturno do Albergue

Municipal 2010 - 2013

14. Reordenar o funcionamento dos abrigos municipais, conforme as

“Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e

Adolescentes” (junho de 2009) e a Tipificação Nacional de

Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS Nº 109, de 11 de

novembro de 2009)

2010 - 2013

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5. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

O monitoramento do Plano Municipal de Assistência Social 2010-2013 será

realizado através das Programações Anuais, construídas em Oficinas de

Planejamento Estratégico, uma vez que, as metas apresentadas são macro-metas

para o quadriênio, exigindo, por isso, um detalhamento em ações e atividades,

consubstanciadas em planos operacionais, com procedimentos metodológicos,

dotação orçamentária e indicadores, de forma que, tais programações se configurem

em rotina de trabalho dos serviços socioassistenciais e setores administrativos da

Secretaria Municipal de Assistência Social.

O monitoramento e avaliação do Plano serão realizados quadrimestralmente

pela Coordenação Geral de Planejamento e Orçamento e pela Coordenação de

Monitoramento e Avaliação de Ações Socioassistenciais de Execução Direta,

disponibilizando orientações técnicas aos serviços socioassistenciais e setores

administrativos, responsáveis pela concretização do Plano, bem como, elaborando

relatórios parciais a cada quadrimestre, que constituirão o Relatório Anual de

Gestão.

A avaliação deve ser entendida como processo de verificação de alcance das

metas do Plano Municipal de Assistência Social em relação aos objetivos propostos

para os três eixos: gestão e controle social, proteção social básica e proteção social

especial de média e alta complexidade. Para isso, a avaliação deverá ser realizada a

partir dos indicadores estabelecidos, assinalando os avanços obtidos e as

dificuldades encontradas e propostas de soluções, constituindo-se em elemento

fundamental para instrumentalizar as decisões dos gestores nas intervenções

necessárias, mediante relatórios e orientações técnicas das metas acompanhadas.

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6. REFERÊNCIAS ALAGOAS. Secretaria de Estado de Trabalho e Renda. Principais atividades econômicas desenvolvidas pela PEA. Maceió: SETR, 2002.

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do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, 2004.

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Brasília: MDS, 2010. Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acesso em 23 fev. 2010.

CABRAL, Luiz Antônio Palmeira. Planos de desenvolvimento de Alagoas 1960-2000. – Maceió. EDUFAL: SEPLAN-AL: Fundação Manoel Lisboa, 2005.

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MACEIÓ. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Ação Social. Lei Nº 4.485 de 26 de fevereiro de 1996 – Cria o Conselho Municipal de Assistência Social e o Fundo Municipal de

Assistência Social e dá outras providências; Maceió – Alagoas.

MACEIÓ. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Ação Social. Lei Nº 4.501 de 18 de abril de 1996. Altera a Lei Nº 4.485/1996 e dá outras providências. Maceió – Alagoas.

MACEIÓ. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social. Decreto Nº 5.706 de 14 de outubro de 1997. Regulamenta o Fundo Municipal de Assistência Social. Maceió – Alagoas.

MACEIÓ. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Assistência Social. Relatório sobre famílias cadastradas no CADÚNICO. Maceió: SEMAS, 2009.

MACEIÓ. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Saúde. Plano Municipal de Saúde de Maceió 2006-2009. Maceió: SMS, 2009. MEC. Censo Escolar do município de Maceió. Disponível em: <

www.inep.gov.br/basica/censo/censo.asp> Acesso em 27 nov. 2009. OLIVEIRA, Iris Maria de. A política de assistência social e os limites para sua afirmação como direito: uma análise a partir da esfera municipal. Natal: UFRN, 2007.

ORGANIZAÇÃO ARNON DE MELLO. Enciclopédia Municípios de Alagoas. Maceió:

Gazeta de Alagoas, 2008.

PNUD/IBGE. Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em: < www.pnud.org.br/atlas/> Acesso em 20 nov. 2009.

VIEIRA, Maria do Carmo. Meio Ambiente - Nova cidadania ou utopia de poucos?

Maceió: EDUFAL, 2003

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ANEXO

(PPA 2010/2013)