CDU 001.81:378

. ORIENTAÇÃO À PESQUISA BIBLIOGRÁFICA EM CURSOS DE MESTRADO

~iUSANA se E-HDT

Professor AssistenteI::EPART»rENTO DE BIBLIOTECONOMIA ;..;.'U .·F .PE

Rela-co de experiência. de orientação acurse de põs-graduação sobre como elabo-rar trabalhos cLeut If í.coa, Sugere maiorentroSéUllento entre bibliotecários de sistemas de bibliotecas universitárias eusuários a uIveI de graduação e de pôs-graJuação. Aponta'necessidade de estudosaval.La t ivos sobre o produto de cursos para usuários. -

1•.Introdução

o presente trabalho tem como objetivo apresenta.r um rela-.to sobre a atividade desenvolvida por um bibliotecário junto a cursos

'de pGrgraduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte nos

anos de 1979 e 1980 •.

2 '.llistói ico

Uma pergunta fez-se nece ssàr La ao tratarmo.s -do '. assunto ,

ou seja: porque somente a uIveI de mestrado o aluno começa a interes-

sar-se e procurar a' bibliô'tec.a para r~lização de seus' trabal~s'aca-

dêmicos? Parece que o ent ro samer.t;o entre 'o bí.bl iotecãrio e os corpos

. docente e d Lscent e- está sendo' iniciado' ç~Fpartir de uma demanda ex agr-:

da. pelos cursos de mestrado. Lcgicamente, est.a ação integrada está se

iniciando pelo topo da pirâmidE, enquanto que a base carece de um tr~

balho conjunto. Acontece que pr at Lcament.e durante toda sua esco'l.ar Ida"

de o aluno não foi preparado ncn solicitado a u,sar nigularmente bibfiE,

tecas, de qualquer tipo, e con.'e1~eni:emente fazer uso dos recur 80S bi '" -

bliogrãf icos dLspon'Iveis para fXecuç~~od~ suas nar ef as , ,Não cabe aqui.,

no entanto, tratar gas defid,êTH.:ias ,~scola/biblioteca a uivel de 19 e

29 graus.

Por que entao surge a valorização e procura de biblioteca

e bibliotecários pelos cursos de mestrado? Urras das razões talvez se-

20 Ca.d.. B-lbUoteeon. ~ re.i.~tle~ (4) : 198120-2~, dez.t ": ;-~

r8 ja a metodologia de trabalho desenvoIvido a niveI de pôs'-: graduação,

commaLore's exigências ind'ividuais emtermos de leitura, pesquisas e

apresentação de trabalho cLentIf Ico, induindo neste caso a própria

dissertação final para obt ençao de grau.

'E

Dentro desta nova atitude. em 1979~ a Universidade Fede -

1'a1do Rio' Grande do Norte," atraves de sua Bibl ioteca Central r deu....

inleio a um trabalho inédito a nivel daquela instituição. Tratava- se

de um serviço personalizado de orientação ã pesquisa i.~bibliográficaofereci.do aos cursos de pôs-graduação ate então existentes. Emtermos

:. -" ~concretos isto queria dizer, a indicaçao de um bibliotecàrio-profes -

s~r para atender os alunos, seja através de cursosn~ m:ln~o de '15h ouentão através de acompanhamentoindividual dos trabalhos. At~ aquela

.data estas atividades eram atendidas pela Divisão de Documentação da

Biblioteca Central ou então, por docentes de alguns cursos, na disci-

plina chamadaMetodologia da Pesquisa.

Tendo emvista a defasagem anterior o aluno de .~estradomostra-se completa desorieniaç"~oe' san habilidade "para d~rigir. -".seus

'próprios estudos diante ~as"~ig~~~ias que lhe são impostas por um

mitôdod"eensino ã base de seminários, discussões, resumo de leitu -ras, etc.

a

. Comvista li m{niiIiizar estes hiatos algumas .experiências

têm sido desenVolvidas p'orUn"iversidadasbrasileiras numa' tentativa,

inclusive de institucionalizar" está orientação dentro dos curriculosde pÕs7graduação~

t:s

s. .

Fáltava no entanto familiarizar os alunos no uso dos re

cursos bibliográficos existentes nas Bibliotecas (CentralouSeto

:riais) e introduzi-Io emtecnicas de Pesquisa Bibliográficas e iiôrma-lização de trabalhos cientÍficos que facilitariam seus projetd"s" de

dissertação. UFPR.seIs".. 8lBLlOTEC"A

e

i, Emrelação ao programa, merecendosemprerefomulaçõ'es os

seguintes pontos erám abordados: normas brasileiras, obras de referên

cia básicas para cada curso, servi~o"sofeieéid~s pelas bibliotecas,, tecnicas de estudo, apresentação de trabalhos c ientificos, . pesquisa

bibliográfica propriamente dita. Paralelamente ã parte teorica os alu

nos eram' soliéitados a praticar exerclcios, tais como: redação de re-

e

Cad. Bibtioteeon., Reci6e, (4) 20-24, dez.1981 21

sumos, elaboração .de bibliografias. fichas de leituras, manuse ío de

obras de referência (Índices. abst r act s, periódicos de referência ),

fazer referências bibliograficas.

3.ExtensãO de atividades

Ainda no mesmoano, 1979, formou-se um grupo de trabalho

c~ bibliotecarios da área Biomêdicae de ',Biociêriciasque começoua mo~tar.pr.ogra}Il8,E!de treinamento de usuario para cursos de graduação e . que

posteriormente estendeu-se a professores interessados no assunto.

5

Conv~ .ressaLtar que~nesta area; já havia solicitações decursos ao s ca.Luno s .de graduaçao , nos quais atuavaa bibliotecários daque

Ias bibliotecas setoriais. Em1980, o grupo teve oportunidade de rea-

lizar pela Ia. vez um curso para docentes do Centro de Ciências da

SaÚdee de Biociências, atendendo solicitação dos respectivos cen-

t~os. Neste curso o enfoque maior recaiu sobre apresentação detraba-

;c;lhos,cientí.ficos, visando preencher a necessidade de pesquisadores e

~-;au~resde artigoscientlf iC0S.-A experiência foi- positiva de ambos

Os lados, tanto pa.raosbibliotecarios quanto' para a clientela,confo!.me ficou demonstrado pela procura e avaliação final.

Estes resulta40slevaram a Biblioteca Central a Incer ea-.s~r~se,~ formaçao de umnovo.grupo para atender as areas da.s C. Huma

- i.~-~·~"·S~·~iaise Exatas. No entanto, os trabalhos não chegaram a ' 'sêr

'concluI'dos ou realizado nenhumcurso. esperando-se que haja continui-

dade tio faturo.

·6 •

Para estudos e elaboração de programas focam' usados mate-

riais anteriormente preparados e utilizados por aquela':Ilniversidade etambémhouve a consulta a programas deserrvoIvIdos principaimente':' por

bibliotecas de sã'o Paulo, onde inclusive alguns cursos de PB, já ~s;tão

integrados aos currIculos de graduação e põs-graduação.

4.Experiências em outras Universidades. ;:', ";

Nos parece que falta umamaior divulgaçãO e ":"'conuinicação

entre os bibliotecários universitários no que diz respeito a.cursos

oferecidos sobre o assunto. Através de textos publicados (1,2,3,) tem

.se conhecimento de experiências várias nas Universidades de são Paulo•.

No âmbito da UÚ7VE' csidade T~'ederalde Pernambuco, por exem

22 2;;-24, de.z.1981

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exem

plo, o Departamento de Biblioteconomia atende a dísc Ip l.Lna Hetodologia

do Trabalho Cientlfico tambéma outros 'CUrsOSde graduação (Letras,

Geografia, Ciências Sociais). Por outro lado o Departamento tem rece-

bido solicitações dos cur sos de pôs-graduaçãoquanto ã orientação de

Pesquisa Bibliografica, elaboração de Monografias e Teses, dapropria

Un íversidade e tambémda Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Nestes casos um professor ê designado para lecionar, emgeral os cur-sos variam de 15 a 30 h aula;

5~AiTaI iação dos cur 50 s

Pouco.ou quase nada tem sido em. termos de uma avaliação

qualitativa, do efeito e resultado que esses cursos podemtrazer para

umanudança de comportamentode alunos e professores, emrelação ao

uso devido e ã importància da biblioteca no contexto educacional.

Tambémhaveria necessidade de montar-se um esquema deacompanhamentopara saber em que medida ti ; ensino oferecido nesses

cursos favorece e auxilia o trabalho de professores ealuDos.

o quese tem ccmpnovado até então provénde observações .e

opi'niõ'es pessoais quando é possivel notar" grau de satisfação da cli

entela e uma nova átÍtude e valorização do bibliotecário e da .ajuda

que os serviços bibliotecários podemprestar ao usuário •

.6.Considerações Finais

Nota-se certa resistência ou descaso por parte da coorde-nação de alguns cursos de pos-graduaçãopara inclusão de cursos de

PesquisaSBibliogrãficas nos currlculos. A preocupação ou entao o .com-

promisso de carga horária cemdisciplinas especificas faz com . que

essa preparação do aluno fique relegada a segundo plano.

Apesar disto, os registros publicados de experiências em

pequena escala. seriam suficientes para provar que há aceitação e de-manda.

o que f<;lltar ia então? Talvez uma açao mais agressiVa e interna por parte dos Departamentos de Biblioteconomia e Biblioteca.s

Centrais no sentido de fazê-Ios sentir os benefIc Ios da integração bi

blioteca versus cursos de pos-graduação. Hâ necess ídade de se dissemi

nar de forma mais maciça a ~portância do .~pel do bibliotecário tra-

Ca.d.BibUote.c.on.// Re.ci~e, {4) : 20-24, de.z.1981 23

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pIo, o Departamento de Biblioteconomia atende a di s'ci.pl Lna HetodoIogia

do Trabalho Cient'l.fico tambema outros cursos de graduação (Letras,

Geografia, Ciências Sociais). Por outro lado o Departamento tem rece-

bido solicitações dos cursos de pôs-graduaçãoqu;:tnto à orientação de

Pesquisa Bibliografica, elaboração de Monografias e Teses, da propria

Univer sIdada e tambêm da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Nestes casos um professor ê designado para lecionar, em geral os cur-

sos variam de 15 a 30 h aula.

5~Avaliação dos cursos

Pouco ou quase nada tem sido em termos de uma avaliação

qualitativa, do efeito e resultado que esses cursos podem trazer para

umanudança de comportamento de alunos e professores, em relação ao

uso devido e ã importincia da biblioteca no contexto educacional.

Tambémhaveria necessidade de montar-se um esquema de

acompanhamento para saber em.que medida o ; ensino oferecido :nesses

cursos favorece e auxilia o trabalho de professores e alunos.

o que se tem comprovado ate então provem. de observações .e

opi'niõ'es pessoais quando ê possível notar o grau de satisfação da cli

entela e uma nova átitude e valorização do bibliotecário e da .ajuda

que os serviços bibliotecários podem prestar ao usuário.

.6.Considerações Finais

Nota-se certa resistência ou descaso por parte da coorde-

nação de alguns cursos de põs-graduação ,para inclusão de cur so s de

PesquisaSBibliogrãficas nos currlculos. A preocupaçao ou entao o com-

promisso de carga horária com disciplinas especificas faz com que

essa preparação do aluno fique relegada a segundo plano.

Apesar disto, os registros publicados de experiências em.

pequena escala, seriam suficientes para provar que há aceitação e de-

manda.

o que faLt.ar ia então? Talvez uma ação mais agressiVa e in

terna por parte dos Departamentos de Biblioteconomia e Bibliotecas

Centrais no sentido de fazê-los sentir os beneficios da integração bi

blioteca versus cursos de pos-graduação. Rã necessidade de se dissemi

nar de forma mais maciça a ~portância do .papel do bibliotecário tra-

Ca.d.Bi.bUotec.on., Recine., (4) : 20-24, de.z.1981 23

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l.AGUIARI, C. S.A.L. et a l í.í., Curso de tê~n.ica da pesquisa bib1iogr~

fica: programa-padrão para a Universidade'··. de· sã·o· ·Paulo, ln:

CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 9. &JO!NADA SUL-RIO-GRANDENSE DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO,5,.Por-to Alegre. 1977o,A;nais, v~1.po367-85.

2.ANDR.ADE, H.T •.D•. de & NORONAA, D.P. Técnica .da Pesquisa Bibliográ-

fica para alupos da Faculdade· de Saude';PÜbli:ca da :.USP. ln:'CONGJ.ESSO. .BRASILEIUO DE BIBLIOTECONOMI:A E D0ClmENTAÇ!b t 7; Be _

•1., 1975. Anais. Rio de Janeiro, IBteT, 1977 1

bal hando com professores e alunos, mudando sua posição para usuãrios

no real sentido da palavra.

Citações .bibliogrãficas

l.lItLtJSSO, 1.,C"!,, Orietltaião "obre a ela.hora.io de Trabá1hós Cien-ttfleos. Baut'Ú, Faculdade de Odontologia, 1977. xerox.1

1

.",~~~:.; '",; !. .

24 Cad, Bi..bUo.tec.on., Rr.dóe, (4) 20-24, dez.1981