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FACULDADE DE E NGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO P ORTO Investigação e aperfeiçoamento de algoritmos de reconhecimento de símbolos musicais Andreas Dieter Mendes Seufert VERSÃO P ROVISÓRIA Dissertação realizada(o) no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Major Telecomunicações Orientador: Prof. Dr. Jaime dos Santos Cardoso Responsável no INESC: MSc Ana Rebelo Janeiro 2010

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FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Investigação e aperfeiçoamento dealgoritmos de reconhecimento de

símbolos musicais

Andreas Dieter Mendes Seufert

VERSÃO PROVISÓRIA

Dissertação realizada(o) no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnicae de Computadores Major Telecomunicações

Orientador: Prof. Dr. Jaime dos Santos Cardoso

Responsável no INESC: MSc Ana Rebelo

Janeiro 2010

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c© Andreas Dieter Mendes Seufert, 2010

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Resumo

Pautas musicais antigas apenas se encontram disponíveis como versões manuscritas ou comofotocópias. Ao longo dos anos tem-se perdido muita cultura musical devido à má preservaçãodestas. O projecto de reconhecimento óptico de partituras musicais, Optical music recognition(OMR), visa como objectivo principal a manutenção da cultura musical, principalmente a nívelnacional, visto outros países já terem avanços nesta área.

O processo de reconhecimento de pautas musicais manuscritas é muito dispendioso em tempoe susceptível a erros, quando realizado manualmente. O OMR clássico está mais focado em pautasimpressas e regulares. Contudo, temos como objecto de estudo as pautas manuscritas e irregulares,para as quais as soluções actuais se encontram longe do ideal. Desenvolver uma técnica de OMRque possa, de forma automática ou semiautomática, representar uma pauta manuscrita em formatodigital seria extremamente benéfico pois permitiria um acesso generalizado a partituras que nuncaforam publicadas, e portanto de momento dificilmente acessíveis.

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“Even if, in one or other of them, I had a particular word or words in mind, I would not tellanyone, because the same word means different things to different people. Only the songs say the

same thing, arouse the same feeling, in everyone - a feeling that can’t be expressed in words.”

“Mesmo que eu tivesse uma ou várias palavras na minha mente, eu não contaria a ninguém, poisa mesma palavra tem significados diferentes para pessoas diferentes. Apenas as músicas dizem omesmo, elevam o mesmo sentimento em toda a gente - um sentimento que não pode ser expresso

em palavras.”

Felix Mendelssohn, compositor alemão (1809-1847)

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Conteúdo

1 Introdução 11.1 Introdução à dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11.2 Arquitectura de um OMR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31.3 Objectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41.4 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41.5 Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51.6 Contribuições para o Projecto e Publicações Relacionadas . . . . . . . . . . . . . 5

2 Estudo do Estado da Arte 72.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.2 Análise do Estado da Arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.2.1 Detecção e Remoção de Linhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82.2.2 Segmentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92.2.3 Reconhecimento e Detecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102.2.4 Esquema Web Existente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2.3 Análise dos Classificadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122.3.1 Máquinas de Vector de Suporte (SVMs) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122.3.2 Redes Neuronais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142.3.3 K-Vizinho mais próximo (k-nearest neighbour) . . . . . . . . . . . . . . 152.3.4 Máquinas de Vector de Relevância (RVMs) . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2.4 Extracção de características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3 Testes 173.1 Criação de Bases de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173.2 Realização de testes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3.2.1 Expecificação nos classificadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193.2.2 Separação de autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203.2.3 Escolha de características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4 Resultados e Análise 234.1 Extracção de Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234.2 Resultados e Análise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4.2.1 Combinação de Partituras - Análise Apenas aos Símbolos . . . . . . . . 244.2.2 Deformações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 254.2.3 Separação por autores - Partituras Sintéticas . . . . . . . . . . . . . . . . 264.2.4 Separação por autores - Partituras Manuscritas . . . . . . . . . . . . . . 274.2.5 Extracção de características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284.2.6 Fusão de extracção de características e de classificadores . . . . . . . . . 28

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vi CONTEÚDO

Referências 29

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Lista de Figuras

1.1 Estrutura típica de um OMR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21.2 Estrutura típica de um OMR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2.1 Diversidade de apresentação de símbolos musicais. . . . . . . . . . . . . . . . . 9

3.1 Diferentes tipos de classes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

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viii LISTA DE FIGURAS

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Lista de Tabelas

4.1 Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação departituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4.2 Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de símbolos sintéticoscom deformações ligeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

4.3 Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de símbolos sintéticoscom deformações acentuadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

4.4 Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de símbolos sintéticoscom todos os tipos de deformações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4.5 Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação departituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4.6 Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação departituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4.7 Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação departituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

4.8 Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação departituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

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x LISTA DE TABELAS

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Abreviaturas e Símbolos

INESC Instituto de Engenharia de Sistemas e ComputadoresOMR Optical Music RecognitionRVM Relevence Vector MachineSVM Support Vector MachineXML Extensible Markup Language

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xii ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

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Capítulo 1

Introdução

Neste capítulo será feita uma introdução ao trabalho que foi efectuado no âmbito da disserta-

ção. Será efectuada uma introdução geral à tese e também irá ser explicada a motivação que levou

à execução deste trabalho, os objectivos propostos, tal como será definida a contextualização e

especificada a estrutura do presente relatório.

1.1 Introdução à dissertação

Música, derivado do grego µυσικη (τεχνη) – musike (techne), a arte das musas, é uma

forma de arte que constitui em combinar sons e silêncio seguindo ou não uma uma pré-organização

ao longo do tempo. Em todas as culturas existem manifestações musicais próprias e é considerado

como uma parte essencial da herança cultural de cada sociedade. Embora nem sempre seja feita

com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos

como sua principal função. Mas também é utilizada para fins de educação, militares e de terapia.

Como tal, a sua preservação em todas as suas formas tem que ser garantida.

Em Portugal existe uma falha enorme no que diz respeito à publicação musical em quase todas

as áreas. Não existe nenhum repositório de informação musical que foi criado durante o último

século. É essencial combater esta falta de informação de modo a evitar uma perda irremendável

da nossa cultura musical. A ferramenta mais utilizada para a manutenção tem sido a digitalização

das partituras, oferecendo possibilidades para duplicações, distribuições e processamento digital.

Mas para tal poder ser fiável, é necessário um sistema de reconhecimento óptico musical (Optical

Music Recogntion - OMR), para se poder transformar as partituras e os manuscritos num formato

possível de ser lido por máquinas. Infelizmente o estado da arte actual de reconhecimento de

partituras manuscritas está longe de ser uma solução satisfatória.

O reconhecimento de notação musical através do computador, a sua interpretação e utilização

entre várias aplicações levanta diversos desafios e questões em relação aos algoritmos apropriados,

às técnicas e aos métodos com os quais se possa reconhecer a notação musical automaticamente.

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2 Introdução

A dissertação está inserida num projecto do INESC (Instituto de Engenharia de Sistemas e

Computadores), que tem como finalidade a criação de um sistema Web, que faça o reconhecimento

óptico em formato XML (Extensible Markup Language) de partituras musicais manuscritas. O

projecto de reconhecimento automático de partituras musicais iniciado em 2007 pelo Instituto de

Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC Porto) e a Escola Superior de Música

e das Artes do Espectáculo (ESMAE) foram o início para a criação de um sistema OMR.

O objectivo deste projecto é ultrapassar o problema de reconhecimento de símbolos musicais

em partituras manuscitas através da pesquisa e a aplicação das mais recentes técnicas em machine

learning e inteligência artificial. À parte disto existe também a intenção de criar um sistema web

que permite um acesso generalizado para um vasto número de música não publicada em formato

digital. Esta base de dados não só centrará a maior informação possível mas também ajudará a

preservar a herança musical de um modo inovador, com uma grande gama de possibilidades [1, 2].

A aquitectura proposta para o sistema está representada na figura ??.

Figura 1.1: Estrutura típica de um OMR.

O sistema é composto por três entidades diferentes: repositório, servidor web e web brow-

ser. Em suma, o módulo do repositório guarda a partitura original, o formato digital desta em

MusicXML e todos os dados descritivos introduzidos pelo utilizador. Todos os conteúdos res-

tantes do sistema, tal como a informação do utilizador, são também gravados nesta entidade. O

servidor web é o ponto de acesso do utilizador ao sistema, tal como a todos os seus módulos

de processamento que correm no servidor, incorporando o motor de pesquisa e o motor de reco-

nhecimento óptico para as partituras musicais. O servidor interage com o repositório e com web

browser, que estabelece a interface entre utilizador e o sistema. A interface do utilizador num web

browser permite a gerência completa das partituras e os dados associados, tal como a execução da

administração do sistema.

O projecto apresentado aqui é inovador por diversas razões. Tem a ambição de desenvolver um

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1.2 Arquitectura de um OMR 3

formalismo para modelar de um modo consistente o conhecimento sobre linguagem e notação mu-

sical. Explora a riqueza e o potencial das mais recentes técnicas de machine learning e inteligência

artificial, não apenas para representar conhecimento mas também para tomar decisões. Pretende

digitalizar e preservar um vasto corpo de partituras manuscritas numa forma sem precedentes.

Irá também incluir um motor OMR integrado com um sistema de arquivação e uma interface

para pesquisa e edição. As partituras serão guardadas em MusicXML, um formato de interac-

ção musical recente e em expansão desenhado para aplicações de notação, análise, recepção e

desempenho. Tem ainda a intenção de possibilitar o acesso online aos repositórios das partituras

manuscritas para fins de diversão, educação e musical.

O trabalho desta tese, inserida neste projecto, enquadra-se no desenvolvimento na área no

sitema de Web Server.

1.2 Arquitectura de um OMR

Os principais objectivos de uma aplicação OMR são o reconhecimento, a representação e a

gravação de partituras musicais num formato que seja possível ser lido por máquinas. Um pro-

grama OMR tem então que ser capaz de reconhecer o conteúdo musical e fazer a análise semântica

de cada símbolo musical de uma obra. No final, todas as informações musicais devem ser guarda-

das num formato de saída que seja facilmente lido por um computador.

De facto, a arquitectura de um sistema OMR é dependente dos métodos utilizados nas partes

de segmentação e reconhecimento.

A arquitectura típica de um OMR (Figura 1.2) consiste numa fase inicial no pré-processamento

da imagem, que consiste na apliacação de várias técnicas como binarização ou remoção de ruído

passando de seguida para a detecção do símbolo musical de uma partitura musical. Neste módulo,

para o símbolo poder ser reconhecido de uma maneira eficaz, são, inicialmente removidas as linhas

da partitura, seguindo-se a segmentação do símbolo e, por fim, a classificação deste. O OMR, após

o reconhecimento dos símbolos, efectua a reconstrução da notação musical e por fim a construção

da representação final como uma descrição simbólica da partitura.

Figura 1.2: Estrutura típica de um OMR.

Os módulos de reconstrução da notação musical e representação final estão interligados intin-

secamente. Na reconstrução as primitivas dos símbolos são unidas de modo a formarem símbolos

musicais. Regras gráficas e sintáticas são geralmente aplicadas neste passo. Isto é importante para

a introdução de informação do contexto para validar e resolver ambiguidades do último módulo do

reconhecimento de símbolos musicais. É também produzido um documento no qual os símbolos

detectados são interpretados para associá-los a um sentido musical.

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4 Introdução

No módulo da representação final este documento é convertido num formato de descrição

musical, tal como MusicXML, que permite a sua gravação.

Este trabalho está centrado no passo de reconhecimento de símbolos musicais.

1.3 Objectivos

De modo a poder ser feito um bom reconhecimento de símbolos musicais existentes em pau-

tas musicais serão treinados vários classificadores para poder testar a sua robustez e decidir qual

o mais adequado para detectar símbolos. Para tal serão extraídos símbolos musicais de partituras

manuscritas, sintéticas e sintéticas com deformações para poder avaliar o desempenho de classifi-

cadores. Estes serão baseados em redes neuronais, k-vizinho mais próximo, máquinas de vector de

suporte (SVM - Support Vector Machines) e máquinas de vector de relevância (RVM - Relevance

Vector Machine).

Os smbolos serão testados em vários cenários diferentes. Serão testados misturas de símbolos

de partituras manuscritas e partituras sintéticas, símbolos com diferentes tipos de deformações.

Será também feito um teste com os símbolos de autores diferentes, sempre para se tentar verificar

o desempenho dos classificadores que estão a ser utilizados.

Serão confrontadas diferentes maneiras para se efectuar o reconhecimento de símbolos musi-

cais, de modo a poderem ser confrontadas metodologias diferentes.

No fim, com base nos resultados, será feita uma análise sóbria e sucinta sobre a qualidade

de cada um dos classificadores para ser possível determinar qual o mais adequado a utilizar num

trabalho futuro, isto é, no reconhecimento dos símbolos directamente das partituras.

Um outro objectivo é a inserção de uma metodologia nova para efectuar o reconhecimento de

símbolos musicais. Até agora, o reconhecimento é sempre feito analisando o símbolo em si. Será

efectuado e testado o reconhecimento apenas através da extracção de diversas características de

cada classe em análise.

Por fim será também criado um novo classificador para se poder comparar o seu desempenho

em relação aos mais utilizados na literatura actual. O principal objectivo é o de alcançar resultados

iguais ou melhores em menos tempo de computação em comparação com os melhores algoritmos

existentes.

1.4 Motivação

Este trabalho tem como principal motivação a manutenção de partituras musicais manuscritas

antigas, de modo a preservar a cultura musical. Para não se perder ao longo dos anos obras escritas,

este projecto serve para manter várias obras de arte em formato digital e, numa fase posterior, até

ser possível passar a digitalização e o reconhecimento dos símbolos musicais em formato MIDI.

Existe uma motivação muito grande na preservação de obras musicais no sentido de se resguardar

a cultura musical de outros tempos.

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1.5 Estrutura 5

1.5 Estrutura

O relatório está estruturado em 5 capítulos que descrevem o trabalho realizado no último

semestre. O primeiro serve para introduzir ao trabalho efectuado, tendo o segundo capítulo como

conteúdo uma vasta análise do estado da arte e uma visão sobre os classificadores que foram

utilizados. No terceiro capítulo estão descritos os testes efectuados, sendo representados os seus

resultados e feita a sua análise no quarto capítulo. No quinto serão tiradas as conclusões referentes

ao trabalho feito durante o último semestre e propostas tarefas para a continuação desta área.

1.6 Contribuições para o Projecto e Publicações Relacionadas

Esta dissertação apresenta as seguintes contribuições para a preservação e o acesso geral para

a herança cultural e musical:

• Análise de desempenho de algoritmos de reconhecimento de símbolos musicais em partitu-

ras manuscritas

• Novos métodos e algoritmos para o reconhecimento e detecção autmática de símbolos mu-

sicais

Do trabalho relacionado com o projecto na qual esta dissertação pertence, espera o resultado

da submissão de:

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6 Introdução

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Capítulo 2

Estudo do Estado da Arte

Neste capítulo é apresentado o estado da arte. A abordagem é feita sem bases iniciais. Na

primeira secção é efectuada uma pequena introdução. Na segunda são apresentadas as várias ideias

e os métodos utilizados até hoje, sendo feita na terceira parte uma pequena análise e discussão dos

resultados obtidos neste estudo.

2.1 Introdução

As técnicas de OMR têm sido desenvolvidas ao longo dos últimos anos, também aqui no

INESC. Guilherme Capela descreve na sua tese [3] um sistema automático de reconhecimento

de pautas musicais, continuando um ano mais tarde no desenvolvimento de reconhecimento de

símbolos musicais no Framework gamera [4]. Já Rebelo, Capela e Cardoso [5] apresentam no

seu artigo um estudo comparativo de vários algoritmos de reconhecimento de símbolos musicais.

Fizeram uma vasta revisão dos métodos mais usados neste contexto, avaliando também o seu

rendimento. Rebelo [6] faz uma apresentação do estado da arte do reconhecimento óptico de par-

tituras musicais baseado em fusões de regras musicais. Neste tema, Rossant e Bloch [7] também

propõe um sistema robusto de um sistema OMR, baseado não só em fusões de regras musicais

como também um algoritmo de detecção de erros.

Os classificadores utilizados ao longo deste trabalho são as redes neuronais, o k-vizinho mais

próximo, máquinas de vector de suporte e máquinas de vector de relevância. Este último foi criado

de raiz durante o último semestre, de modo a que fosse possível fazer uma comparação da robustez

e da eficiência em relação aos outros classificadores que foram utilizados, mais conhecidos na

literatura.

De modo a tentar reduzir o tempo de computação dos classificadores e tentar encontrar mais

um método de classificar símbolos, também é efectuada uma extracção de características dos sím-

bolos musicais. O estado da arte neste estudo também será explicado nesta secção.

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8 Estudo do Estado da Arte

2.2 Análise do Estado da Arte

2.2.1 Detecção e Remoção de Linhas

No que diz respeito ao reconhecimento de símbolos musicais, o sistema típico de reconheci-

mento óptimo é o descrito na Figura 1.2, utilizado pela maior parte dos autores.

A importância da detecção e remoção das linhas das partituras é a de permitir analisar mais

facilmente os símbolos musicais, estando estes após a remoção das linhas isolados. A maior

parte das abordagens descritas na literatura começam com este procedimento. Mas se falarmos

de partituras manuscritas, a remoção complica-se bastante. Muitas das linhas não se encontram

em linhas rectas, apresentam lacunas, não são paralelas entre si e, devido à idade dos manuscritos,

manifestam um decaimento de qualidade em relação ao papel e à tinta. Muitos compositores têm

também a sua maneira de escrever as partituras musicais, saindo de uma escrita normalizada.

O processo mais simples consiste em encontrar o máximo local na projecção horizontal dos

pixéis pretos da imagem ou a projecção vertical através da transformada de Hough [6]. É possível

efectuar várias projecções na horizontal através da rotação da imagem, escolhendo-se por fim a

imagem que tem o máximo local mais elevado. Assim, eliminamos o facto da assumpção de todas

as linhas serem horizontais.

Uma estratégia alternativa é a de detecção das linhas baseada em line adjancency graph (LAG).

Este método procura por potenciais secções das linhas: secções que satisfazem critérios relacio-

nados com aspecto, conectividade e curvatura.

Outras técnicas de detecção de linhas são baseadas em técnicas de processamento de imagem

no algoritmo, incluindo run-lenght-coding (RLC), análise de componentes conectados e de pro-

jecções. Depois de aplicar o RLC para encontrar a grossura das linhas e o espaçamento entre estas,

qualquer linha que tenha mais que o dobro e menos de metade da grossura das linhas é removida.

Também existem métodos que agrupam colunas verticais baseados no seu espaçamento, gros-

sura e posição vertical na imagem, sendo a classificação baseada em regras de linhas horizontais

delgadas e procura de linhas.

Apesar da grande variedade de métodos existentes, todos têm bastantes limitações. As linhas

com curvaturas ou descontinuidades nem sempre são detectadas. Existe um detector que trata

descontinuidades. Neste a imagem é varrida pixel por pixel, encontrando regiões pretas que são

classificadas como pequena região. Depois tenta unir essas regiões de modo a construir linhas.

Um problema comum é que os métodos tentam construir linhas baseadas em informações

locais, sem incorporar informação global no processo. Nenhum dos métodos tenta definir um

processo que não se baseie apenas no facto de as linhas serem pretas, deixando de lado informa-

ções globais destas. Mas existe uma proposta que soluciona este problema, na qual as linhas são

soluções baseadas em processos de optimizações globais. O paradigma sugerido usa a imagem

como gráfico, no qual as linhas resultam como caminhos conectados entre as duas margens da

imagem. Como as linhas são os únicos elementos que são unidos de um lado ao outro da página

de uma partitura musical, o caminho a procurar é o caminho mais curto entre as duas margens.

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2.2 Análise do Estado da Arte 9

Segundo [5] este método é o que apresenta melhores resultados durante a fase de testes. Também

tem a grande vantagem de não ser necessário o número correcto de linhas de pautas como entrada.

Se for efectuada uma boa detecção e remoção destas linhas, é bastante mais simples detectar

os símbolos musicais, pois apenas exige concentração nos símbolos em si e não em possíveis

sobreposições.

Para a remoção das linhas [5] modificou a versão de "‘Line Track Height"’ de [8] para testes

e alcançaram os melhores resultados ao unirem este método com um de trajecto estável (stable

path). Consequentemente melhoraram o algoritmo com especial atenção em deformações - linhas

de pautas podem ser descontínuas, curvadas ou inclinadas - que podem ocorrer em partituras

musicais. A posição das linhas obtidas podem passar ligeiramente acima ou abaixo das posições

reais da linhas de partituras. Por isso, se se estiver perante a presença de um pixel branco quando

as linhas são seguidas, procura-se verticalmente pelo pixel preto mais perto. Se a distância for

menor do que uma tolerância específica, a posição de referência da linha é movida para a posição

onde se encontra o pixel preto.

2.2.2 Segmentação

A segmentação de objectos musicais numa partitura musical tem sido alvo de pesquisa por uma

grande comunidade. Mais uma vez deparamo-nos com problemas iguais ao do reconhecimento

de linhas das partituras: degradação das folhas, falhas na digitalização e o facto de muitos dos

símbolos a reconhecer saírem da notação clássica, tendo cada compositor a sua maneira própria

de escrita.

Outro grande problema consiste no facto da diversidade de métodos diferentes em que os

símbolos se podem apresentar como pode ser visto na figura 2.1.

Figura 2.1: Diversidade de apresentação de símbolos musicais.

O processo de segmentação consiste em localizar e isolar os símbolos de modo a ser possível a

sua identificação correcta. Em [5] os símbolos são subdivididos em quatro categorias: os símbolos

que estão apresentados com um segmento vertical maior que o threshold (notas, quer sejam abertas

ou fechadas, como por exemplo a diferença entre mínima e semi-mínima); símbolos que unem

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10 Estudo do Estado da Arte

notas (como é o caso das rectas que unem semicolcheias ou fusas); os restantes símbolos unidos

com as linhas de partituras (claves, pausas ou acidentes) e símbolos que se apresentam por cima

ou por baixo das pautas (notas, relações e acentuações).

A segmentação deste tipo de símbolos foi baseada numa decomposição hierárquica de uma

imagem musical. A partitura é analisada e decomposta por linhas, estas são removidas e identificam-

se os componentes conectados. Aqui efectua-se uma extracção dos símbolos com tamanhos apro-

priados, com um threshold obtido experimentalmente. Em cada caixa limitadora dos componentes

conectados podem existir objectos repetidos. Para evitar uma extracção múltipla do mesmo ob-

jecto, os objectos repetidos foram removidos. Assim fica-se preparado para encontrar e extrair os

símbolos musicais.

2.2.3 Reconhecimento e Detecção

A detecção mais complexa é a das linhas horizontais que unem notas, devido à enorme va-

riedade existente nestes componentes na escrita de uma partitura. Daí ser apenas proposta uma

solução que unicamente verifica a presença de um segmento com uma altura adequada, que una

duas notas.

Para facilitar a detecção das notas, os traços horizontais que unem as notas são previamente re-

movidos. Sabendo que a altura das notas é maior que o seu threshold, os símbolos são reconhecido

devido à sua forma geométrica.

A detecção de acidentes, pausas e acentuações é feita baseada numa combinação da técnica de

projecção de perfil X-Y. Por um lado existem símbolos que têm uma sequência vertical de pixéis

pretos (sustenidos ou pausas) e por outro lado é preciso ter em atenção a posição topológica dos

símbolos, pois neste caso é necessária a detecção de acentuações e tempo.

Em relação às claves, estas possuem atributos muito próprios para a detecção. Os valores

utilizados por [6] tomaram em consideração o facto de as claves serem os símbolos maiores e

mais largos.

Para o processo de reconhecimento dos símbolos as diferentes abordagens basearam-se em

quatro tipos:

• Modelo de Markov escondido (HMM - Hidden Markov Model)

• Redes Neuronais

• Máquinas de vectores de suporte (SVM - Support Vector Machines)

Depois de realizados testes, atendendo a várias restrições dependendo do modelo, o modelo

que melhores resultados obteve para partituras musicais manuscritas é o SVM. O modelo de Mar-

kov teve um desempenho melhor que redes neuronais visto o último ter um desvio padrão maior

que o HMM e tem duas classes de símbolos que tiveram um resultado de 0% (claves de fá e notas

abertas).

Em relação às partituras impressas, os resultados obtidos com o SVM são mais uma vez os

resultados mais promissores.

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2.2 Análise do Estado da Arte 11

O trabalho apresentado por [5] apresenta um processo robusto para o reconhecimento automá-

tico para partituras musicais manuscritas. O algoritmo usa um princípio fundamental para assistir

a detecção de linhas das pautas e evitar as dificuldades típicas de detecção de símbolos colocados

em cima das linhas.

Os resultados de detecção de símbolos musicais em partituras manuscritas estão ainda muito

abaixo do desejado, pois as grandes dificuldades baseadas na variedade do tipo de escrita, na

degradação do papel e da tinta, nas curvaturas das linhas, etc continuam a ser muito difíceis de

superar. Para melhorar isto, os autores de [5] propõe uma abordagem futura com conhecimento

prévio de regras musicais no reconhecimento de símbolos.

A maneira mais usual de detectar os símbolos musicais começa por extrair símbolos musicais

elementares: notas, pausas, pontos, etc. Consoante o símbolo reconhecido, este é classificado

com base no tamanho, no número e na organização da secção constituinte. O reconhecimento é

efectuado usando características extraídas. A extracção é feita através de métodos como vizinho

mais próximo durante a fase de classificação dos símbolos, enquanto redes neuronais são utilizadas

em classificadores.

Também existem propostas de métodos estruturados, baseados em construções de gráficos

para cada símbolo. Estes são isolados utilizando métodos de crescimento de regiões e adelgaça-

mento. Em [7] foi criado um modelo distorcido (fuzzy model) suportado por uma detecção de

símbolos robusta e "‘template matching"’. Este método serve para lidar com incertezas, flexibili-

dade e distorções ao nível do símbolo, o que é bastante importante quando se tratam de símbolos

manuscritos. A segmentação é efectuada em dois passos: uma análise individual dos símbolos

musicais e o modelo distorcido. Na análise individual os segmentos verticais são detectados por

um modelo de crescimento de regiões e "‘template matching"’. Depois, as linhas de união (por

exemplo no caso de semi-colcheias) são detectadas por um modelo de crescimento de regiões e

pela transformada de Hough. Os símbolos restantes são extraídos mais uma vez através de "‘tem-

plate matching"’. Deste primeiro passo resultam três hipóteses de reconhecimento; a decisão final

será efectuada a partir do modelo distorcido que inclui informação do contexto musical e regras

musicais.

Na consistência gráfica, o propósito é o de alternar o grau de compatibilidade entre cada ob-

jecto e todos os objectos envolventes de acordo com as suas classes. As regras gráficas utilizadas

pelos autores foram:

• Acidentes (símbolos que modificam o tom da nota que podem ser colocados no início da

pauta ou atrás de notas) e a parte oval da nota: a posição de um acidente está antes da parte

oval da nota à mesma altura

• Parte oval da nota e pontos: a posição dos pontos situa-se por cima ou à frente da parte oval

da nota, a uma distância variável

• Entre qualquer outro par de símbolos: não se podem sobrepor

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12 Estudo do Estado da Arte

Na consistência sintáctica, o objectivo é de introduzir regras relacionadas com tonalidade,

acidentes e métrica. Aqui, a assinatura chave é um parâmetro relevante. O grupo de símbolos é

posicionado na partitura imediatamente a seguir à clave, como uma sequência ordenada. No fim,

verificam a métrica (número de batidas por compasso).

Outras técnicas para extrair e classificar símbolos musicais incluem sistemas baseados em

regras para representar a informação musical, uma colecção de módulos de processamento que

comunicam por uma memória comum e a pesquisa de pixéis com "‘template matching"’. Baseado

nas regras de escrita de música, a coerência de símbolos detectados é feita por estimação de posi-

ções sobrepostas. Também é proposto um método de reconhecimento apenas controlado por uma

"‘gramática"’ que formaliza o conhecimento musical.

2.2.4 Esquema Web Existente

A parte final num motor de construção musical é a de extrair a semântica musical de formas

reconhecidas graficamente e memorizá-las numa estrutura de dados musicais. Em [3] o autor

propôs-se aos seguintes objectivos:

• Uma base de dados portuguesa anotada, de pautas manuscritas de música portuguesa do

século XX digitalizadas, contendo o original e a versão em MusicXML;

• Disponibilização de tecnologia de OMR que facilite a conversão de partituras manuscritas

em notação musical standard para formato digital e a sua representação em estilo hierár-

quico;

• Um sistema computacional para digitalizar pautas musicais manuscritas, no formato Mu-

sicXML, tornando a tarefa mais rápida e menos trabalhosa;

• Motor de pesquisa online de pautas de música portuguesa do século XX;

• Permitir adicionar, visualizar e editar as pautas em MusicXML através do sistema, por via

online;

• Aplicação web com tecnologia de reconhecimento de pautas musicais manuscritas inte-

grando todas as partes enunciadas, criando uma solução completa, de acesso livre.

Na sua tese os objectivos foram alcançados. Após uma escolha cuidadosa da tecnologia a

utilizar, foi desenvolvida uma base de dados e por fim foi realizada a implementação da aplicação

web OMRSYS.

2.3 Análise dos Classificadores

2.3.1 Máquinas de Vector de Suporte (SVMs)

Máquinas de vector de suporte (SVMs) tratam o problema de classificação como problema

de optimização quadrática. Esta técnica tem como ideia principal a construção de um hiperplano

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2.3 Análise dos Classificadores 13

como área de decisão de tal modo que a margem de separação entre exemplos positivos e negativos

seja maximizada. Máquinas de vectores classificam os dados utilizando vectores de suporte [9].

Sem perder a generalização, as SVMs tentam maximizar a margem do hiperplano óptimo que

separa os dados. Isto é tipicamente feito numa dimensão bastante mais elevada que a do espaço

de características original. Formalmente, dado os dados de treino {xi,yi}Ni=1 com os dados de

entrada xi ∈ ℜP e as etiquetas de classes binárias correspondentes di ∈ {−1,+1}, o hiperplano

que separa linearmente de modo óptimo é definido por g(x) = wtϕ(x)+b onde ϕ(x) denota uma

transformação no espaço fixa à característica e b é o parâmetro de viés (bias). x é atribuído a uma

classe 1 se g(x) > 0 ou a -1 se g(x) < 0. Isto é equivalente a ter di[wtϕ(x)+ b] ≥ 1, i = 1, ...,N.

Resumindo, maximizar a margem é equivalente a resolver

minw,b

12

wtw (2.1)

de modo a: di[wtϕ(x)+b]≥ 1, i = 1, ...,N

Se as classes de treino não forem linearmente separáveis, isso quer dizer que as condições

em cima e a formulação do problema não podem ser sustidos. Por essa razão variáveis de des-

vio ξi, i = 1, ...,Nforam introduzidas. Estas permitem uma penalização para os pontos dos dados

classificados erradamente. Finalmente, o objectivo é o de minimizar o erro. Isto é,

minw,b,C,ξi

12

wtw+N

∑i=1

ξi (2.2)

de modo a: [ϕ(x)+b]≥ 1−ξi, i = 1, ...,N

ξi ≥ 0

onde o parâmetro C >0 controla o compromisso (trade-off ) entre as variáveis de desvio e a mar-

gem.

No espaço de características é mais fácil resolver o problema dual e em determinadas alturas

é a única maneira de treinar as máquinas de vectores de suporte. É possível formular o problema

dual para um conjunto de treino {xi,yi}Ni=1 não separável de tal forma:

maxα

N

∑i=1

αi−N

∑i=1

N

∑j=1

αiα jdid jk(xi,x j) (2.3)

de modo a:N

∑i=1

αidi = 0

0≤ αi ≤C, i = 1,2, ...,N

onde k(xi,x j) = ϕT (xi)ϕ(x j) =m1

∑l=0

ϕl(xi)ϕl(x j), i = 1,2, ...,N e j = 1,2, ...,N. ϕl(xi) é o compo-

nente l na aplicação ϕ(xi) de xi; m1 é a dimensão do espaço de características.

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14 Estudo do Estado da Arte

Acima um classificador binário foi descrito enquanto neste trabalho um problema de classe

múltipla é apresentado. De facto, muitos trabalhos foram sugeridos como extensão à classificação

do problema binário que originalmente foi proposto. Geralmente, existem dois tipos de abordagem

para problemas de classificação de múltiplas classes. Uma é a de construir e de combinar vários

classificadores binários - um-contra-um e um-contra-todos - e outra abordagem é a de considerar

directamente a resolução do problema quadrático. A metodologia utilizada neste trabalho foi a de

um-contra-um. Este método consiste no treino das classes j e k do problema binário seguinte:

minw jk,b jk,C,ξ

jki

12(w jk)tw jk +C

N

∑i=1

ξjk

i (w jk)t (2.4)

de modo a: yi[(w jk)tϕ(x)+b]≥ 1−ξjk

i , i = 1, ...,N

ξjk

i ≥ 0

com l dados de treino (x1,y1), ...,(xl,yl) onde xi ∈ ℜn, i = 1, ...,n é a classe de xi; os dados de

treino xi são mapeados a um espaço de dimensão elevado pela função ϕ .

Os três tipos mais comuns produtos internos de kernels são: máquina de aprendizagem poli-

nomial, rede de funções baseadas no raio e tangente hiperbólica. Neste trabalho a rede de funções

baseadas no raio foi utilizada, dada por:

k(x,xi) = e−γ‖x−xi‖2,γ ≥ 0 (2.5)

2.3.2 Redes Neuronais

O termo redes neuronais foi inicialmente estudado com o objectivo de representar a informa-

ção a processar em sistemas biológicos. As tentativas eram de produzir percepção inteligente e

máquinas cognitivas através da simulação da estrutura física do cérebro humano. Hoje em dia,

os princípios e algoritmos de redes neuronais encontraram várias aplicações em diversos campos,

incluindo reconhecimento de padrões e processamento de sinal.

Redes neuronais são compostas por neurónios interligados, sendo os neurónios as unidades

de processamento de informação. O modelo neuronal é formado por três elementos básicos: um

conjunto de nós ligados (cada um multiplicado por um peso), um somador (para somar os sinais

de entrada) e uma função de activação (para limitar a amplitude da saída de um neurónio) [9].

Formalmente pode-se definir a saída de um neurónio por:

yk = ϕ(m

∑j=1

wk jx j +bk) (2.6)

onde x1,x2, ...,xm são as camadas de entrada, w os pesos de um neurónio k, bk é o viés e ϕ(.)

é a função de activação. Existem três tipos comuns de funções de activação: função de limiar

(threshold ), função linear por partes e função sigmoid. Neste trabalho, a última foi utilizada, cujo

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2.3 Análise dos Classificadores 15

gráfico tem forma de s. Deste modo, a função aceita valores de entrada entre -1 e +1 e retorna

valores entre 0 e 1. Logo fica definido por:

f (x) = 11+e−ax ,onde a > 0 representa o declive (2.7)

Foi utilizada uma rede neuronal com alimentação directa da entrada para a saída (feedforward ).

Tipicamente, esta rede neuronal consiste em camadas de entrada e saída de neurónios e uma ou

mais camadas escondidas que não fazem parte da entrada e saída da rede. O sinal de entrada

propaga-se pela rede do início para o fim. O algoritmo de aprendizagem utilizado para treinar esta

rede foi o algoritmo de backpropagation. Este algoritmo é baseado na técnica de gradiente descen-

dente para minimizar a função de custo. Em poucas palavras, a aprendizagem de backpropagation

erro consiste em duas fases ao longo das camadas da rede: uma passagem em frente e uma para

trás. Na passagem em frente a interligação dos pesos dos neurónios são fixados. O vector de

entrada é aplicado aos nós sensoriais das redes e é produzido um conjunto de saída. Na passagem

para trás os pesos interligados são todos ajustados de acordo com uma regra de correlação de erro.

Basicamente os valores de saída da rede são subtraídos de uma resposta (de um alvo) desejada para

produzir um sinal de erro. Este sinal de erro é depois propagado para trás pela rede para todos os

neurónios. Uma rede com K saídas foi utilizada, uma correspondente a cada classe e valores de

alvo de 1 para a classe correcta e 0 em outros casos.

2.3.3 K-Vizinho mais próximo (k-nearest neighbour)

K-vizinho mais próximo é um método de aprendizagem supervisionada para classificação de

objectos baseado em exemplos de treino no espaço de características. Este algoritmo pertence a um

conjunto de técnicas chamadas de aprendizagem baseado na instância (instance-based learning).

O algoritmo é muito simples e basicamente não tem treino. Começa por estender a região local à

volta de um ponto de dado x até encontrar o vizinho mais próximo k. A classe mais representada

nas k amostras mais próximas define a classe prevista. Treino de dados resume-se apenas na

estimativa do melhor k. Neste trabalho a distância euclidiana foi utilizada:

deuclidiana(a,b) =

√d

∑i=1

(ai−bi)2

2.3.4 Máquinas de Vector de Relevância (RVMs)

As máquinas de vector de suporte têm várias desvantagens:

• As predições não são probabilísticas. Na regressão as SVMs estimam um ponto na saída e

na classificação estimam uma decisão binária. Idealmente deseja-se estimar a probabilidade

condicional p(t|x) de maneira a capturar incertezas nas previsões. Em regressão isto pode

tomar a forma de "‘barras de erro"’, mas é particularmente crucial na classificação onde

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16 Estudo do Estado da Arte

as probabilidades posteriores dos membros de cada classe são necessárias para adaptar as

prioridades de classes e custos de falsa classificação assimétrica.

• Apesar de relativamente distribuído, SVMs fazem uso liberal de funções de kernel, o número

de requisitos destas cresce constantemente com tamanho do conjunto de treinos

• É necessário estimar o parâmetro de trade-off entre erro e margem C (e em regressão o

parâmetro ε também). Isto geralmente necessita de um procedimento de validação cruzada,

que é pesada em termos computacionais e em termos de dados

• A função de Kernel tem que satisfazer a condição de Mercer

Os RVMs são um modelo probabilístico da mesma forma funcional dos SVMs. Raridade é

atingida através de um tratamento Bayesiano, no qual um antecedente é introduzido sobre os pesos

governados por um conjunto que são referidos como hiperparâmetros - um destes hiperparâmetros

associado com cada peso, cujos valores mais prováveis são iterativamente estimados dos dados.

A distribuição posterior da maior parte dos pesos ronda, na prática, valores à volta de zero. Mais,

ao contrário das SVMs, os valores não-nulos nas RVMs não são associados com exemplos perto

da fronteira de decisão, mas aparecem para representar os exemplos de "‘protótipos"’ das classes.

Estes exemplos são denominados como vectores de "‘relevância"’. À parte de não sofrer das

desvantagens acima referidas dos SVMs, os RVMs usam muito menos funções de kernel.

2.4 Extracção de características

Nesta tese foi também introduzida a ideia de efectuar uma extracção de características dos

vários símbolos musicais de modo a existir mais uma possibilidade de reconhecer símbolos musi-

cais.

Baseado no projecto Gamera [10], um framework para construção de aplicações de análise de

documentos, as características a extrair foram escolhidas. Gamera não é um sistema de reconheci-

mento em pacotes, mas uma ferramenta para construir documentos de sistemas de reconhecimen-

tos de imagens. Facilita o desenvolvimento de novos sistemas de reconhecimento quando é aliado

a algum tempo de dedicação. Visto ser um software livre, adequa-se bastante ao nosso trabalho.

Directamente relacionado com esta dissertação, usa-se o formato Gamera XML que é usado

para memorizar dados de imagens binárias pequenas. Isto é o mais utilizado para guardar dados

de treino para um classificador. Foram utilizado os ficheiros XML que são criados na framework

e passados para código matlab, de maneira a ser testado e utilizado na actividade de classificação

de símbolos musicais.

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Capítulo 3

Testes

No presente capítulo serão descritos os testes realizados no âmbito do projecto. O código fonte

que foi utilizado para cada um dos testes será disponibilizado em anexo. A análise de resultados e

as conclusões sobre estas será feito no capítulo seguinte.

3.1 Criação de Bases de Dados

De modo a se poderem efectuar testes com cada um dos classificadores que foram propostos,

é necessário a criação de uma base de dados grande e variada, de modo a que um elevado número

de símbolos possa ser avaliado. Para tal, é necessária a extracção de símbolos individuais das

partituras musicais disponíveis.

Cada tipo de símbolo musical é depois adicionado à classe correspondente. Existem vários

tipos de classes diferentes, cada uma associada a um tipo de símbolo diferente (por exemplo claves

de sol, notas abertas, notas fechadas, etc.). Exemplos de classes diferentes manuscritas e sintéticas

estão apresentados na figura 3.1.

Figura 3.1: Diferentes tipos de classes

Dependendo do tipo de teste, este número de classes pode variar, dependendo dos símbolos

encontrados na base de dados das partituras musicais. Como exemplo pode-se referir a inexistência

de staccatissimi nas partituras sintéticas.

Para a criação da base de dados os símbolos foram inicialmente extraídos manualmente das

partituras, o que é um trabalho exaustivo e dispendioso em tempo. Atendendo ao número elevado

que é necessário para poder ser efectuado um teste com resultados credível, cada tipo de classe

deve ter um número grande de símbolos. Isto faz com que o tempo investido na criação de uma

base de dados para cada classe seja muito demorado. Para além da extracção de cada símbolo

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18 Testes

individualmente, o seu redimensionamento para um tamanho de 20x20 tem que ser efectuado

também, pois é o tamanho exigido pelo classificador para cada imagem, de modo a poder fazer os

testes como é necessário.

Ao longo do trabalho foi-me oferecido um código em Matlab que faz o reconhecimento de

símbolos automaticamente. Este detecta os símbolos das imagens que se encontram numa pasta

e com o seu respectivo ficheiro .csv no qual se encontram os valores supervisionados da imagem.

Apesar da detecção automática, a criação das bases de dados continua a ser muito demorada, pois

tem que ser feita uma filtragem de todos os símbolos que o algoritmo detecta por imagem, agrupá-

los por ficheiros e efectuar o seu redimensionamento. O algoritmo de extracção de símbolos

também não detecta muitos símbolos com determinadas deformações, pelo que estes tiveram que

ser extraídos manualmente. As seguintes base de dados foram criadas:

• Símbolos sintéticos sem deformações, 15 classes

• Símbolos reais sem deformações, 16 classes

• Combinação de símbolos de partituras reais e sintéticas, 11 classes

• Símbolos sintéticos com deformações segundo Kanugo, 12 classes

• Símbolos sintéticos com deformação white specks (manchas brancas) ligeira, 12 classes

• Símbolos sintéticos com deformação white specks acentuada, 14 classes

• Símbolos sintéticos separados por autores (29 autores no total) com o número de classes

a variarem de autor em autor. Nem todos as classes estão contidas dentro das variadas

partituras de cada autor.

• Símbolos manuscritos separados por autores (5 autores no total) com o número de classes

a variarem dependendo do autor, visto que, tal como acontece com os símbolos sintéticos,

nem todos os autores contém nas suas partituras todas as classes de símbolos.

O número total de símbolos na soma das classes varia consoante os testes, dependo da quanti-

dade que foi encontrada nas partituras. De modo a obter resultados viáveis, o número de símbolos

por base de dados convém ser elevado, nomeadamente acima de quinhentos. No caso deste tra-

balho, o número é sempre acima de mil, pois também é necessário garantir que cada classe seja

representada em número suficientemente elevado, para, na fase de treino dos classificadores, uma

classe não ser apenas treinada com poucos símbolos e mais tarde, na fase de testes e validação, os

símbolos serem sempre mal classificados devido a um valor baixo de atributos no treino.

As deformações utilizadas nas bases de dados para testar foram as seguintes:

• Deformação segundo Kanugo ( 3.2(a)), que tem como resultado uma imagem mais desfo-

cada

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3.2 Realização de testes 19

• Deformação white specks ligeira ( 3.2(b)), que tem como efeito a adição de alguns pixéis

brancos à imagem

• Deformação white specks acentuada ( 3.2(c)), que adiciona muitos pixéis branco à imagem

(a) Suste-nido comdeformaçãosegundokanugo.

(b) Suste-nido comdeformaçãosegundowhitespecksacentuada.

(c) Suste-nido comdeformaçãosegundowhitespecksacentuada.

3.2 Realização de testes

Nos vários classificadores os testes realizados analisam o tamanho da base de dados por tama-

nho da imagem. As imagens são todas binárias e foram todas escaladas a um tamanho de 20×20

e, quer para treino, quer para teste e validação, são formadas matrizes da forma número de sím-

bolos por tamanho da imagem. Numa fase de treino estas matrizes são analisadas coluna a coluna

(neste caso de tamanho 400) e o classificador fica a saber a que tipo de vector coluna corresponde

a qual símbolo. Estes vectores coluna são apenas compostos por 0 e 1, dependendo se se trata de

um pixel branco (0) ou de um pixel preto(1). Na parte de teste e validação o classificador compara

os vectores que recebe com os que treinou inicialmente, de modo a atribuir a cada símbolo a sua

respectiva classe.

3.2.1 Expecificação nos classificadores

Os algoritmos utilizados para os testes foram descritos na secção do estado da arte. Para a

realização destes foi sempre escolhido uma determinada base de dados, dependendo dos testes

que eram desejados, e efectuavam-se os testes.

A máquina de vectores de suporte tem como função de kernel a função baseado no raio, sendo

que a largura gamma, comum a todos os kernels, e o valor de c são especificados pelo utilizador.

O treino das SVMs é efectuado entre as gamas de valores que foram atribuidos a C e gamma e no

final escolhe-se o valor mais apropriado, de modo a que o desempenho seja o melhor. Os valores

das gamas de valores que são escolhidos tal como a função de kernel foram decididos consoante

o mais usual na literatura.

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20 Testes

De uma modo análogo, o "‘k"’ no algoritmo do k-vizinho mais próximo é escolhido. Dentro

de um ciclo, o classificador obtem vários resultados consoante o número de "‘k"’ existentes (neste

caso entre um e cinco) e escolhe no final aquele que minimiza o erro.

Nas redes neuronais a escolha adequada do número de neurónios é efectuada consoante o

mais usual na literatura actual. É escolhida uma gama de valores entre três e nove e o classificador

escolhe então o valor que minimize o erro.

Para cada teste de cada classificador foi também criado sempre uma matriz de confusão que

tem como objectivo mostrar quantos símbolos por classe são reconhecidos correctamente e quan-

tos não. Assim podemos no fim fazer uma análise específica em relação à dificuldade de reconhe-

cimento de cada símbolo.

3.2.2 Separação de autores

O objectivo destes testes é o de verificar qual o desempenho quando estamos perante um

cenário de serem treinados símbolos musicais de determinado autor e depois testados com outros

autores. Na parte de partituras sintéticas isto significa as diferenças podem manifestar-se nas

diferenças do tipo de impressoras (e scanners) o que pode implicar sujidade ou manchas nos

símbolos. Em relação as adversidades, juntamente com estas, podem ser muito mais. Cada autor

escreve à sua maneira, o que implica à partida uma diferença da caligrafia. Também depende

do tipo de utensílio utilizado para escrever nas partituras, que faz variar a grossura dos variados

símbolols. Outro ponto em que se podem diferenciar é na qualidade do papel e da escrita, pois

quanto mais antigo o autor, estes pontos apresentam-se mais degradados.

3.2.3 Escolha de características

Olhando para as características propostas em [10] foi efectuada uma análise a quinze classes

de símbolos musicais para ser possível concluir quais características se adequam melhor a este

trabalho. Os símbolos foram escolhidos de variadas partituras para se poder observar quais as

características que se destacam melhor para uma classificação futura dos símbolos. Apenas foram

tomados em conta símbolos sintéticos, pois assim pode-se garantir resultados mais objectivos. As

seguintes características foram escolhidas:

• Área de pixeis pretos (normalizada): os valores obtidos correspondem à percentagem de

pixeis pretos do símbolo na imagem

• Orientação:

• Número de buracos (horizontal e vertical): calcula para cada linha ou coluna o valor médio

the linhas brancas que não tocam nas bordas. Destes valores, a média para todas as linhas e

todas as colunas é retornada.

• Número de pontos finais:

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3.2 Realização de testes 21

• Densidade: a razão entre volume e área dos componentes conectados. Compenentes conec-

tados com ornamentos elevados têm uma densidade baixa, enquanto um círculo perfeito tem

uma densidade muito elevada

• Intersecções:

Os testes efectuados com estas características tem como objectivo principal verificar o desem-

penho face aos classificadores quando nos confrontamos apenas com determinadas características

em vez dos símbolos no total. A análise é feita a uma matriz de dimensão inferior (número de

símbolos por características) do que referido em 3.2. Assim é possível diminuir o tempo de com-

putação substancialmente.

No caso de os resultados não sejam favoráveis em termos de desempenho, será testado uma

versão alternativa, que junta as características extraídas aos classificadores. Apesar de as colunas

na matriz que será analisada serem de tamanho superior às iniciais (mais sete valores) e o tempo

de computação aumentar, podemos sempre obter resultados melhores que na classificação como

descrita em 3.2.

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22 Testes

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Capítulo 4

Resultados e Análise

Neste capítulo os resultados obtidos ao longo do trabalho são apresentados e analisados. Os

vários classificadores foram testados em cenários diferentes. Mas nem para todas as possibilidade

todos os classificadores foram testados. Os RVMs, que foram apenas desenvolvidos perto do final

da tese, apenas foram ensaiados para as bases de dados formadas por combinação de partituras

sintéticas e manuscritas, apenas partituras sintéticas e apenas partituras manuscritas. A análise será

feita por classificador e no final será feita uma comparação entre todos, de modo a ser possível tirar

conclusões plausiveis para um trabalho futuro nesta área. Serão propostos os melhores métodos e

classificadores para o reconhecimento de símbolos musicais nos diferentes cenários.

Inicialmente será explicada o estudo sobre a extracção de características, antes de falar so-

bre a análise dos classificadores. Numa primeira fase foram testados os classificadores apenas

analisando os símbolos em si.

4.1 Extracção de Características

As características referidas em 3.2.3 foram escolhidas por serem as que diferenciavam melhor

os símbolos. As restantes características propostas por [10] não se adequaram para o trabalho visto

que os resultados não eram específicos suficientes para se poder diferenciar classes entre si.

Depois de obter os primeiros resultados, rapidamente se pôde concluir que não eram satisfató-

rios, por isso partiu-se logo para a criação de um programa que fusionava o estudo da classificação

dos símbolos com o estudo da extracção de características, como proposto em 3.2.3. Neste caso

é de esperar resultados iguais ou melhores que os resultados de análise apenas aos símbolos, pois

existem mais parâmetros específicos a cada classe que podem classificá-la correctamente. Para

tal, pegou-se nos programas de cada classificador e na fase de treste (e treino e validação também)

juntou-se às colunas das matrizes em análise mais sete valores, passando assim do tamanho de 400

para 407.

23

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24 Resultados e Análise

4.2 Resultados e Análise

Inicialmente os classificadores foram testados com uma base de dados constituída por uma

combinação de partituras sintéticas e manuscritas. Passou-se depois para uma análise com vários

tipos de deformações às partituras sintéticas para se verificar a que ponto ainda é aceitável conse-

guir reconhecer símbolos. Estes testes servem principalmente para se poder simular num ambiente

controlado símbolos que se possam parecer com símbolos manuscritos, visto que a base de dados

nesta área ser pequena (inicialmente estavam apenas cinquenta partituras disponíveis). Assim é

possível aumentar os resultados no que diz respeito a partituras manuscritas.

Uma terceira fase de testes constituiu em verificar os resultados quando estamos perante o

treino de várias classes de autores específicos, sendo depois testado com outros autores para ve-

rificar qual o desempenho. Isto foi feito quer para partituras sintéticas, quer para manuscritas. O

objectivo é verificar se é possível reconhecer símbolos de partituras que não do mesmo autor, que

tenham a mesma escrita (os resultados destes testes são principalmente interessantes no ambiente

de partituras manuscritas).

Por fim, o cenário de testes enquadra-se na extracção de características, tendo inicialmente em

conta apenas as características extraídas e depois a união de características e da informação do

símbolo em si.

4.2.1 Combinação de Partituras - Análise Apenas aos Símbolos

Classificador Número deSímbolos

Resultados

Redes Neuronais 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [79.68(0.65); 81.83 (2.39)] Neuró-nios na camada escondida = 9 Tempo deexecução = 5h 20min

k-NN 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [93.15(0.41); 94.58 (1.50)] K = 1Tempo de execução = 2h 52min

SVMs 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [95.41(0.07);95.94(0.25)] Tempo deexecução = 15h 40min

Tabela 4.1: Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação de parti-turas

Como podemos verificar, quer o k-Vizinho mais próximo e as SVMs têm resultados muito

bons, com as SVMs a terem um ligeiro avanço. Já as redes neuronais apresentam-se como um

classificador mediano nestas condições, pois acerta apenas (aproximadamente) em oito em cada

dez símbolos e com a desvantagem de demorar o dobro do tempo que os k-NN. A diferenciação

que so pode fazer entre os dois classificadores que apresentam melhores resultados é no tempo

de execução. Visto que as SVMs demoram cerca de 5.5 vezes mais que o algoritmo dos vizinhos

mais próximos e os resultados diferirem em menos de dois por cento, pode-se considerar os kNN

como melhor classificador nestas condições.

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4.2 Resultados e Análise 25

4.2.2 Deformações

As deformações utilizadas nestes testes, explicadas em 3.1, podem, no caso das white specks,

variar. O factor de w determina o peso da deformação; quanto mais elevado o valor, maior são as

manchas brancas nas imagens. Quando se fala em white specks ligeiras, o w varia entre 0.03 e

0.05. Com valores entre 0.07 e 0.11 estamos perante deformações acentuadas.

Classificador Número deSímbolos

Resultados

Redes Neuronais 1125 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [70.26(1.44); 75.07 (5.43)] Neuró-nios na camada escondida = 9 Tempo deexecução = 1h 03min

k-NN 1125 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [82.00(4.06); 88.14.07 (1.10)] K = 3Tempo de execução = 34min

SVMs 1125 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [95.03(0.08);95.68(0.31)] Tempo deexecução = 15h 30min

Tabela 4.2: Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de símbolos sintéticoscom deformações ligeiras

Comparando estes resultados directamente com os valores obtidos com a combinação de par-

tituras, deparamos-nos com uma descida nos algoritmos das redes neuronais e nos k-NN. Isto

demonstra que os símbolos com ligeiras deformações já começam a compremeter o desempenho

destes classificadores. Já as máquinas de vector de suporte mantém os resultados na ordem dos

noventa e cinco por cento. Em condições simuladas de símbolos manuscritos pode-se considerar

as SVMs, apesar da sua longa duração em comparação com os outros classificadores, como o mais

adequado para utilizar nestas condições.

Classificador Número deSímbolos

Resultados

Redes Neuronais 2024 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [67.72(0.48); 69.32 (1.76)] Neuró-nios na camada escondida = 8 Tempo deexecução = 1h 50min

k-NN 2024 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [30.07(0.78); 32.81 (2.88)] K = 4Tempo de execução = 1h 45min

SVMs 2024 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [79.59(0.39);82.65(1.43)] Tempo deexecução = 7h 25min

Tabela 4.3: Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de símbolos sintéticoscom deformações acentuadas

Os resultados para deformações acentuadas já demonstram um desempenho mais fraco dos

variados algoritmos. Avaliando a prestação dos k-vizinho mais próximo pode-se já descartar este

classificador como possibilidade para tentar reconhecer símbolos musicais de partituras manus-

critas na qual a qualidade de papel e da escrita esteja muito degradada. Apesar do desempenho

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26 Resultados e Análise

das redes neuronais quase duplicarem o dos k-NN, este classificador também é inadequado para

efectuar o reconhecimento nestas condições, visto não acertar em dois terços dos símbolos anali-

sados. O único algoritmo que se aproxima de resultados aceitáveis são as máquinas de vector de

suporte, daí ser aconselhável em situações de partituras manuscritas com uma grande degradação

utilizar-se este método, apesar de os resultados apenas rondarem os oitenta por cento.

Ainda se pode concluir que com deformações com um factor w acima de 0.07

Classificador Número deSímbolos

Resultados

Redes Neuronais 2921 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [80.41(0.69); 82.70 (2.54)] Neuró-nios na camada escondida = 9 Tempo deexecução = 1h 30min

k-NN 2921 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [93.05(0.01); 93.07 (0.01)] K = 1Tempo de execução = 2h 52min

SVMs 2921 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [95.18(0.87);95.87(0.87)] Tempo deexecução = 15h 30min

Tabela 4.4: Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de símbolos sintéticoscom todos os tipos de deformações

4.2.3 Separação por autores - Partituras Sintéticas

Nestes testes foram escolhidos de dezanove autores diferentes todos os tipos de símbolos pos-

síveis. Não é possível arranjar para cada autor todas as classes existentes, mas de modo a se

garantir que todas as classes serão treinadas e validadas, foram sempre escolhidos cinco autores

para treino, deixando catorze para a validação. Nestes catorze é sempre garantido a existência de

todo o tipo de classes para teste e validação, de modo a que o classificador nunca tente validar um

símbolo inexistente.

A base de dados neste cenário tende a ser bastante maior que em outros casos, pois foi tentado

arranjar o maior número de símbolos por classe possível. Mas visto que são treinados sempre cinco

autores, o número de símbolos em classes que tenham sempre um número elevado de ocorrências,

foi limitado. Apesar desta restrição, o número continua a ser mais elevado que nos outros testes,

aumentando o tempo de execução por classificador.

Aqui destaca-se o algoritmo do k-vizinho mais próximo. Apesar do seu elevado tempo de

execução (catorze horas), este continua a ser bastante inferior que as SVMs (um factor de apro-

ximadamente 3.5), tendo ainda resultados melhores. Mais uma vez as redes neuronais aliam ao

pouco tempo de execução o pior resultado, ficando descartado como possível classificador nestes

cenários.

Os bons resultados dos outros dois algoritmos eram de esperar, visto que a variação entre tipos

de impressões em partituras sintéticas ser bastante baixa. Mas não se pode omitir o facto de os

resultados serem mais fracos que os que foram obtidos com a combinação de partituras, o que leva

à conclusão que, por muito pequenas que sejam, as diferenças entre várias partituras sintéticas

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4.2 Resultados e Análise 27

Classificador Número deSímbolos

Resultados

Redes Neuronais 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [71.07(1.45); 75.89 (5.34)] Neuró-nios na camada escondida = 9 Tempo deexecução = 2h 21min

k-NN 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [90.80(0.66); 92.98 (2.42)] K = 1Tempo de execução = 14h

SVMs 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [85.54(0.70);91.10(5.93)] Tempo deexecução = 34h 50min

Tabela 4.5: Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação de parti-turas

podem ser significativas. Mas também tem que se ter em consideração o número de símbolos

por classe na parte de treino; nos testes com combinação de partituras este número era elevado

para qualquer classe, aqui o caso não é o mesmo. Como foi dito, nenhum autor utiliza todos os

símbolos nas suas partituras e o número de cada pode ser baixo. O caso que aqui se dá é o facto

de algumas classes serem treinadas com poucos valores. Na parte de validação existe então uma

base de dados muito inferior ao que é no caso das combinação de partituras para se poder verificar

a que classe corresponde um determinado símbolo.

4.2.4 Separação por autores - Partituras Manuscritas

Tal como em 4.2.3 foram escolhidos de autores diferentes (neste caso apenas cinco) De uma

forma análoga ao que foi feito em

Classificador Número deSímbolos

Resultados

Redes Neuronais 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): 33.29(2.77); 55.26 (23.46)] Neuró-nios na camada escondida = 7 Tempo deexecução = 39min

k-NN 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [61.58(0.59); 66.30 (5.04)] K = 1Tempo de execução = 2h 8min

SVMs 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [55.65(1.95);71.17(16.53)] Tempode execução = 36h 30min

Tabela 4.6: Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação de parti-turas

Como já era de esperar, os resultados para a base de dados de partituras manuscritas, separadas

por autores são bastante fracos.

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28 Resultados e Análise

Classificador Número deSímbolos

Resultados

Redes Neuronais 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [80.41(0.69); 82.70 (2.54)] Neuró-nios na camada escondida = 9 Tempo deexecução = 1h 30min

k-NN 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [93.05(0.01); 93.07 (0.01)] K = 1Tempo de execução = 2h 52min

SVMs 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [95.03(0.08);95.68(0.31)] Tempo deexecução = 15h 30min

Tabela 4.7: Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação de parti-turas

4.2.5 Extracção de características

4.2.6 Fusão de extracção de características e de classificadores

Classificador Número deSímbolos

Resultados

Redes Neuronais 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [80.41(0.69); 82.70 (2.54)] Neuró-nios na camada escondida = 9 Tempo deexecução = 1h 30min

k-NN 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [93.05(0.01); 93.07 (0.01)] K = 1Tempo de execução = 2h 52min

SVMs 3793 IC a 99% para o desempenho (desvio pa-drão): [95.03(0.08);95.68(0.31)] Tempo deexecução = 15h 30min

Tabela 4.8: Resultados dos classificadores aos testes com base de dados de combinação de parti-turas

Versão 0.92 (16 de Janeiro de 2010)

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