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INVESTIMENTO EM SEGURANÇA NO TRÂNSITO UM IMPERATIVO GLOBAL PARA O SETOR PRIVADO Principais conclusões e recomendações do Comitê de Especialistas da Juntos por um Trânsito Mais Seguro

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InvestImento em segurança

no trânsIto Um imperativo global para o setor privado

principais conclusões e recomendações do Comitê de especialistas da Juntos por um trânsito mais seguro

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Juntos por um trânsIto maIs seguro (Together for Safer Roads - TSR) é uma aliança inovadora que

reúne empresas do setor privado de todo o mundo para melhorar a segurança nas estradas e reduzir o número de

mortes e feridos dos acidentes de trânsito. A TSR trabalha com usuários das rodovias, governos, políticos e outras

partes interessadas para identificar as questões de segurança na estrada mais urgentes, e utiliza a tecnologia,

os dados, as redes globais e o conhecimento dos membros para promover os cinco pilares da Década de Ação pela

Segurança no Trânsito das Nações Unidas. A TSR visa promover um impacto relevante em nível mundial e dentro

de comunidades locais, cumprindo sua visão de um mundo em que o trânsito seja mais seguro para todos.

A TSR reuniu um Comitê de Especialistas de líderes respeitados em segurança no trânsito (veja a página 3), advindos

de universidades e organizações internacionais, para recomendar maneiras para o setor privado avançar na

segurança no trânsito. Os membros do Comitê de Especialistas colaboraram de maio de 2014 a outubro de 2015

para elaborar, de forma independente, as recomendações contidas neste relatório. Após as deliberações, o Comitê

de Especialistas compartilhou suas conclusões com as empresas-membro da TSR. Os pontos de vista e opiniões

apresentados neste documento são os do Comitê de Especialistas da TSR, e não representam as opiniões da TSR, das

empresas-membro nem das instituições ou organizações de que os membros do Comitê de Especialistas fazem parte.

O Comitê de Especialistas também aconselhará a TSR sobre as atividades e áreas de foco.

Estas recomendações apresentam meios factíveis, concretos e dimensionáveis para as empresas contribuírem

para atingir a meta da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas e a meta de segurança no

trânsito inclusa nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015. Este objetivo visa uma redução de 50% na

estimativa de mortes por acidentes de trânsito até 2020.

As evidências avaliadas neste trabalho provêm principalmente dos EUA, da Europa, da Austrália e da Nova Zelândia.

A aplicação destas conclusões em outros cenários e condições, principalmente nos países em desenvolvimento, deve

ser abordada com cautela. Diferenças culturais, sociais, institucionais e históricas e diferentes prioridades políticas

e arcabouços jurídicos impactam a capacidade de generalização.

Diretora editorial:

Patricia Molino, Diretora executiva do Comitê de Especialistas da Juntos por um Trânsito Mais Seguro

Design:

Doyle Partners

JPA Health Communications

Financiamento:

O trabalho do Comitê de Especialistas é financiado pela Juntos por um Trânsito Mais Seguro, uma organização

de caridade apoiada pelas empresas-membro da TSR.

© 2015 Juntos por um Trânsito Mais Seguro

O conteúdo deste relatório pode ser reproduzido sem autorização prévia, desde que seja feita a menção a seguir:

“© 2015 Juntos por um Trânsito Mais Seguro”

www.togetherforsaferroads.org

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InvestImento em segurança no trânsIto

Um imperativo global para o setor privado

principais conclUsões e recomendações do ComItê de espeCIalIstas da Juntos por um trânsIto maIs seguro

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Juntos por um trânsito mais seguromembros

2 JUntos por um trânsIto maIs seguro

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Juntos por um trânsito mais segurocomitê de especialistas

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 3

presIdente

Kenneth p. moritsugu, md, mpH, FaCpm

Contra-almirante do Serviço de Saúde Pública dos EUA (reformado), ex-diretor geral de saúde interino dos EUA

Jean-pascal assailly, phd

Especialista do Conselho Nacional Francês de Segurança no Trânsito, consultor do Banco Mundial e da União Europeia, Pesquisador do IFSTTAR, o Instituto Nacional de Pesquisas de Segurança no Trânsito da França

tony Bliss

Diretor da Road Safety Management Limited, Membro honorário sênior, Professor de Arquitetura, Edificação e Planejamento na Universidade de Melbourne

marc shotten

Especialista sênior em transporte, Grupo Banco Mundial

peter F. sweatman, phd

Diretor do Instituto de Pesquisa em Transporte da Universidade de Michigan (UMTRI)

stewart C. Wang, md, phd, FaCs

Cátedra de Cirurgia, Diretor do Programa de Educação e Pesquisa de Lesões (UMPIRE), Diretor fundador do Centro Internacional de Medicina Automotiva da Universidade do Michigan

george d. Yannis, msc, phd

Professor, Chefe do Departamento de Engenharia e Planejamento do Transporte da Escola de Engenharia Civil da Universidade Técnica Nacional de Atenas

susan s. gallagher, mpH

Diretor do Programa MS de Comunicação de Saúde da Escola de Medicina da Universidade Tufts

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o comitê de especialistas da Juntos por um trânsIto maIs seguro

deseja agradecer pelas contribuições da

esCola de saúde púBlICa maIlmanda unIversIdade ColumBIa

e da

esCola de saúde púBlICa do InstItuto mIlKen da unIversIdade george WasHIngton

em suas deliberações.

4 JUntos por um trânsIto maIs seguro

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Conteúdo

prefácio ...........................................................................................................................................7

de amina J. mohammed,

assessora especial do secretário-geral das nações Unidas

sobre o plano de desenvolvimento pós-2015

memorando ....................................................................................................................................8

empresas-membro da Juntos por um trânsito mais seguro

Introdução .................................................................................................................................... 10

Kenneth p. moritsugu, md, mpH, Facpm,

contra-almirante do sistema de saúde pública dos eUa (reformado)

ex-diretor geral de saúde interino dos eUa

presidente do comitê de especialistas da Juntos por um trânsito mais seguro

resumo executivo ....................................................................................................................... 15

Gráfico do resumo executivo .....................................................................................................32

década de ação: nossa situação hoje ......................................................................................35

a segurança no trânsito e o setor privado.......................................................................................59

colaborações intersetoriais .....................................................................................................................61

operações de frota e distribuição ......................................................................................................... 64

oportunidades para setores da economia ..........................................................................................70

Conclusão .....................................................................................................................................78

glossário ...................................................................................................................................... 80

referências .................................................................................................................................. 82

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 54 JUntos por um trânsIto maIs seguro

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preFÁcio

A segurança no trânsito é uma questão mundial determinante que não respeita limites geográficos ou demográficos. Impacta os países de todos os níveis econômicos, desde os países de alta renda até os países de média e baixa renda. Decorrida metade da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas, ainda há trabalho a ser feito para atingirmos nossas metas globais.

A escala e a complexidade dos problemas com que nos deparamos no mundo atualmente, inclusive a segurança no trânsito, exigem que governos trabalhem em amplas parcerias. O setor privado pode participar disso.

Paralelamente a isso, é importante para as Nações Unidas que nossos principais valores e estruturas de trabalho que definimos sejam respeitados neste trabalho. As empresas responsáveis têm um importante papel a desempenhar e produzem uma diferença positiva na vida das pessoas. As Nações Unidas e suas agências estão prontas para trabalhar com organizações que assumem sólidos compromissos que beneficiam as pessoas. Milhões de pessoas podem se beneficiar dessas parcerias.

Saudamos o trabalho e as recomendações do Comitê de Especialistas independente da Juntos por um Trânsito Mais Seguro (TSR) e aguardamos a medida que será adotada pela TSR e pelas empresas-membro. Estamos satisfeitos em presenciar o surgimento desta aliança e ansiosos para ver as medidas que adotará.

Por estarmos na metade da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas, este é o momento certo para o setor privado se unir às Nações Unidas, suas agências, grupos não-governamentais e governos, nos níveis nacional e local, para ajudar a concretizar nossa visão coletiva de um mundo com um trânsito seguro para todos.

amina J. mohammed Assessora Especial do Secretário-Geral das Nações

Unidas sobre o Plano de Desenvolvimento Pós-2015

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um mundo saudável e próspero começa com pessoas seguras contra danos físicos.

As pessoas que podem viajar com segurança, isentas de condições perigosas, tendem a ser mais resilientes, produtivas, saudáveis e felizes. Os países que promovem um trânsito seguro ficam em melhor posição para vencer na competição global por investimentos econômicos e têm mais probabilidade de obter retornos elevados sobre os gastos com educação e saúde. Porém, embora o trânsito mais seguro possa melhorar sensivelmente a qualidade de vida, os recursos e a visibilidade para a segurança no trânsito ficam atrás de muitos outros problemas globais.

Os números de lesões graves e mortes no trânsito permanecem inaceitavelmente altos, em 50 milhões e 1,25 milhão, respectivamente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que as mortes e os ferimentos graves serão a sétima maior causa de morte no mundo até 2030 (5). Os cidadãos que falecem em decorrência de colisões no trânsito muitas vezes são jovens, com idades entre 15 a 29, no auge de seus anos economicamente mais produtivos (3). Estas mortes e ferimentos graves criam um déficit humano e econômico enorme.

As coisas não precisam ser assim. Já vimos o que pode ser feito quando países destinam recursos e energia para melhorar a segurança de veículos e estradas, desenvolver capacidade de gestão de segurança no trânsito e de assistência médica pós-acidente, e fomentar comportamentos mais seguros no trânsito. Os investimentos em segurança no trânsito podem salvar vidas, aumentar a produtividade e reduzir o custo dos acidentes, estimados em pelo menos 1 a 2% do produto interno bruto (PIB) (6,7,8) da maioria dos países, e alguns têm o custo estimado em 3% do PIB (9).

A segurança das estradas afeta pessoas e empresas em todos os lugares. Uma quantidade significativa das mortes em acidentes de trânsito as estimativas chegam a um terço envolve alguém que trabalha ao volante (1), e não inclui pessoas que se deslocam diariamente de casa para o trabalho e vice-versa. A segurança do trânsito mundial afeta não só a saúde e a segurança dos nossos funcionários, mas também o desempenho das nossas cadeias de suprimentos e a produtividade geral. As empresas globais, como a nossa, identificam rapidamente onde as

Uma carta das empresas-membro da

Juntos por um trânsIto maIs seguro

países que fomentam condições de vida seguras no trânsito e nas

cidades são destinos mais atrativos para o investimento econômico.

8 JUntos por Um trânsito maIs seguro

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investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 9

condições de trânsito promovem a segurança e onde não o fazem. As empresas-membro da TSR percorrem algo próximo a 5 bilhões de quilômetros por ano em 200 países.

A TSR foi criada porque, na qualidade de líderes de empresas globais, acreditamos que esteja na hora de agirmos de forma mais assertiva acerca da segurança no trânsito. A globalização tem sido uma poderosa força para o bem, ajudando a desenvolver diversos países e cidadãos. Mas a rápida motorização duplicação do número de veículos no mundo de 1 bilhão em 2010 para uma estimativa de 2 bilhões em 2020 (2) sem investimentos proporcionais na segurança no trânsito ameaça a vida de milhões de pessoas, assim como ganhos econômicos conquistados com dificuldades, e afeta o desempenho das empresas. Mais países devem aumentar o financiamento da segurança no trânsito, sobretudo os países de baixa e média renda. Atualmente, apenas 31 países têm estratégias de segurança no trânsito com pleno financiamento (5).

Além disso, saudamos a defesa de causa incansável que levou à criação da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas e fazemos coro com aqueles que têm urgência de recursos e atenção para lidar com este mutilador e assassino silencioso.

A TSR reuniu o Comitê de Especialistas para nos aconselhar sobre como podemos ajudar a reduzir os acidentes de trânsito, não apenas nas nossas operações, mas mais amplamente. Sabemos que isso exigirá compromisso organizacional e talvez o deslocamento de recursos para abordagens globais com evidências de sucesso mais sólidas.

Aplicamos nossa combinação de conhecimento, dados, tecnologia e redes para promover a ampliação da segurança de rodovias, veículos, sistemas e usuários em todo o mundo, e estamos prontos para trabalhar com entidades globais, regionais, nacionais e locais com objetivos comuns.

A TSR convida os colegas do setor privado a se juntar a nós na aplicação de seus próprios dados, tecnologia, conhecimentos e recursos em colaborações expressivas com o setor público, aumentando a segurança de nossa frota própria e de frotas terceirizadas, e garantindo que nossas políticas e procedimentos promovam a segurança no trânsito. Com estes esforços, o setor privado pode ajudar a mudar este panorama de acidentes, mortes e ferimentos em acidentes de trânsito.

A consecução de nossos objetivos coletivos por um trânsito mais seguro exigirá mais recursos e empenho de todos os setores da sociedade. Pretendemos trabalhar com uma série de parceiros para prolongar vidas hoje, assim como acelerar os motores da produtividade, da competitividade e do bem-estar das gerações futuras.

aplicamos nossa combinação de conhecimentos, dados,

tecnologias e redes para promover a segurança no trânsito.

8 JUntos por Um trânsito maIs seguro

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10 JUntos por um trânsIto maIs seguro

IntroduçãoKennetH p. morItsugu, m.d., m.p.H., FaCpm

Contra-almirante do Serviço de Saúde Pública dos EUA (reformado) Ex-diretor geral de saúde interino dos EUA

Presidente do Comitê de Especialistas da Juntos por um Trânsito Mais Seguro

tenho o prazer de apresentar este relatório do Comitê de especialistas da Juntos por um trânsito mais seguro, que visa definir o papel do setor privado no desenvolvimento da segurança no trânsito em parceria com a comunidade global.

A missão do Comitê de Especialistas é aplicar uma síntese da melhor pesquisa disponível às atividades e decisões da Juntos por um Trânsito Mais Seguro. Fornecemos informações, aconselhamentos e perspectivas científicas e independentes baseadas em evidências sobre os problemas e tendências da segurança no trânsito, assim como das áreas com mais urgência de medidas. Além disso, fornecemos consultoria sobre programas e métricas da TSR, prestando orientação técnica e científica. O Comitê de Especialistas estabeleceu princípios para o compromisso firmado. (veja os Princípios do Comitê de Especialistas na página 13). Defendemos uma abordagem de sistema seguro para o trânsito, conforme determinado no Plano Global para a Década de Ação pela Segurança do Trânsito das Nações Unidas.

Muito foi feito na última década para chamar a atenção para as elevadas taxas de mortes e lesões incapacitantes evitáveis provocadas pelos acidentes de trânsito em estradas. A Organização Mundial da Saúde, o Banco Mundial, a Comissão Global de Segurança no Trânsito, a Fundação FIA para o automóvel e a sociedade, a Parceria global de segurança no trânsito e a Colaboração das Nações Unidas na Segurança no Trânsito desempenharam um papel importante em impulsionar as ações, assim como a Bloomberg Philanthropies.

As empresas-membro da TSR e o Comitê de Especialistas reconhecem o empenho e a dedicação destas e de outras entidades e reconhecem a principal função do governo no tratamento da segurança no trânsito.

No entanto, salvar 5 milhões de vidas e evitar 50 milhões de ferimentos graves até 2020 exigirá compromissos mais significativos e maior participação de todos.

salvar 5 milhões de vidas e evitar 50 milhões de ferimentos graves

exigirá compromissos mais significativos e maior participação

de todos.

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As pessoas falam sobre “acidentes automobilísticos”, mas este é um termo inadequado. Fatalidades e ferimentos no trânsito são previsíveis e, muitas vezes, evitáveis, por serem resultado de vias mal projetadas e conservadas, veículos mal equipados, leis brandas, falta de aplicação da lei e assistência pós-acidente inadequada.

A pujança do futuro do nosso mundo depende dos compromissos que os países assumem para oferecer bem-estar aos cidadãos. Saudamos investimentos em saúde, educação, meio ambiente e infraestrutura; no entanto, com muita frequência, os projetos não consideram a segurança no trânsito, ou os investimentos na saúde são direcionados a doenças específicas em detrimento do desenvolvimento de capacidades amplas de saúde pública e de assistência médica. Esses desalinhos são contraproducentes tanto do ponto de vista humano quanto econômico.

Alguns países desfrutaram de reduções acentuadas em acidentes e fatalidades; adotam políticas de transporte e ordenamento territorial que promovem mais segurança e tráfego mais eficiente, o incentivo ao trânsito público, a incorporação de prevenção de ferimentos na gestão de tráfego e no projeto de vias, a obrigatoriedade de veículos com mais proteção e mais visíveis para outros motoristas e usuários das vias, a proposta e aplicação de leis que regulam o comportamento seguro no trânsito e o aprimoramento da assistência pós-acidente. Instamos mais países a seguir o exemplo.

Intitulamos este relatório como “Investimento em segurança no trânsito” porque acreditamos que sem investimentos confiáveis e substanciais nos cinco pilares da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas, os acidentes de trânsito continuarão ameaçando a vida de milhões de pessoas e sufocando a produtividade global.

Instamos o setor privado a desempenhar um papel fundamental fornecendo conhecimento e recursos financeiros em colaboração com governos locais, nacionais, regionais e globais, organizações não-governamentais (ONGs) e outros, por meio do aprimoramento das operações de nossa frota própria e de frotas terceirizadas, e da utilização de oportunidades de programa e política exclusivas às operações comerciais de setores específicos. A segurança do trânsito no mundo produz um impacto expressivo nos negócios, da saúde e segurança do funcionário ao desempenho global da cadeia de suprimentos e a produtividade geral.

Acreditamos que os avanços mais substanciais serão realizados quando o setor privado trabalhar junto com o governo e a sociedade civil em ações coletivas.

À medida que nos aproximamos da segunda metade da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas e visamos atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, temos uma oportunidade única para inspirar um comprometimento mundial sólido e renovado para todos e, com ele, aumentar a produtividade, a prosperidade equitativa e melhor qualidade de vida para milhões de pessoas.

Kenneth p. moritsugu, md, mpH, FaCpm Contra-almirante do Serviço de Saúde Pública dos EUA (reformado)

Ex-diretor geral de saúde interino dos EUA

Presidente do Comitê de Especialistas

temos uma oportunidade única de inspirar um comprometimento

mundial forte e renovado com o trânsito seguro para todos.

Juntos, podemos gerar maior produtividade, mais prosperidade

equitativa e melhor qualidade de vida para bilhões de pessoas.

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nós:

› Colocaremos o bem-estar das pessoas e a segurança na mobilidade no cerne do nosso trabalho, reconhecendo que a segurança na mobilidade é um direito de todos;

› Trabalharemos com base no conhecimento e na estrutura de trabalho definidos na Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas;

› Seremos guiados pela evidência científica, permanecendo abertos à inovação e novos desenvolvimentos;

› Promoveremos uma abordagem de sistema seguro, reconhecendo que o aumento da segurança no trânsito é uma responsabilidade compartilhada entre projetistas, operadores e usuários de sistemas viários;

› Reconheceremos que melhorar a segurança no trânsito é um imperativo de desenvolvimento sustentável para equilibrar melhorias nos indicadores sociais, ambientais e econômicos;

› Incentivaremos avanços bem sequenciados, de longo prazo e ampliados; e

› Apoiaremos o desenvolvimento de capacidades:

› Adaptada a condições, culturas e necessidades locais e regionais;

› Coordenada com governos e comunidades regionais e globais, e

› Encorajando a colaboração política e tecnológica entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

prInCípIos do comitê de especialistas

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 13

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Embora os acidentes no trânsito já tirem duas vidas por minuto em todo o mundo, atraem muito menos cotas de preocupação — ou recursos — do mundo do que muitos problemas que não estão em trajetória acelerada de prejudicar nosso mundo.

Neste documento, o Comitê de Especialistas da TSR avalia os avanços desde que a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu a Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas em 2010, identifica necessidades e discute o papel do setor privado no desenvolvimento da segurança no trânsito. Ainda que os governos tenham responsabilidade primordial pela segurança no trânsito, acreditamos que o setor privado tenha um importante papel de apoio a desempenhar e que as empresas se beneficiem de diversas maneiras com o aumento da segurança no trânsito.

como colaboradores junto com o setor público e as ONGs em projetos demonstrativos, como gestores de frotas de veículos que cruzam as estradas pelo mundo e como participantes em setores específicos que têm oportunidades únicas de melhorar a segurança no trânsito.

resumo exeCutIvo

em menos de uma geração — quando os bebês de hoje começarem a dirigir — estima-se que os acidentes no trânsito serão a sétima principal causa de mortes no mundo (veja a Figura 1 na página 35).

De fato, as colisões no trânsito mundial que envolvem motoristas, passageiros, pedestres e ciclistas estão se tornando rapidamente uma das crises de desenvolvimento e saúde global mais urgentes desta geração, impondo graves consequências à vida e às economias, sobretudo nos países em desenvolvimento.

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 15

Fonte: Organização Mundial da Saúde. (2015). “Relatório da situação mundial da segurança no trânsito de 2015”.

(5)

(3)

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O setor privado pode oferecer aos órgãos públicos mais do que recursos filantrópicos. As empresas são impulsores da inovação, possuem conhecimento técnico em diversas disciplinas relevantes, detêm dados substanciais sobre a segurança no trânsito e gerenciam redes de negócios e profissionais que podem aprimorar a colaboração.

É importante que as empresas trabalhem em colaboração com governos e sociedades civis para produzir o maior impacto. Esforços isolados são menos impactantes e sustentáveis ao longo do tempo.

Chegando à metade da Década de Ação pela Segurança do Trânsito das Nações Unidas, as empresas têm uma oportunidade de deflagrar uma série de ações intersetoriais significativas. As empresas podem ajudar a salvar milhões de vidas, fortalecer as comunidades

em que atuam, auxiliar a construir economias resilientes e, por consequência, melhorar suas operações e perspectivas de longo prazo.

progresso geralDesde que a Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas foi proclamada, os avanços se estabilizaram em diversas áreas, conforme detalhado neste relatório. Este resumo, no entanto, concentra-se em deficiências e próximos passos necessários.

Muito mais precisa ser feito — e em escala — se desejamos reverter a curva crescente de mortes e ferimentos no trânsito global.

No corpo deste relatório, abordamos as deficiências e ações relevantes que as empresas podem adotar para cada um dos cinco pilares, que são as principais áreas de ação de acordo com a Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas.

Aqui destacamos nove áreas prioritárias em que as empresas podem ajudar a fazer a diferença na segurança no trânsito:

1. Recursos e colaboração

2. Capacidade e compromisso do governo

3. Segurança rodoviária

4. Segurança veicular

5. Comportamento do usuário do trânsito

6. Lacunas e gestão de dados

7. Tecnologias revolucionárias

8. Operações de frota

9. Conscientização da população

World Health Organization. (2015). “Relatório da situação mundial da segurança no trânsito de 2015”.

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investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 17

prioridade Um recursos e colaboraçãosituação: Pelo mundo afora, os recursos dedicados à segurança no trânsito são inadequados para atender à meta da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas e a Terceira Meta de Desenvolvimento Sustentável, que visam reduzir a estimativa de mortes e ferimentos decorrentes de acidentes de trânsito em 50% até 2020.

Apesar do trabalho dedicado de muitos grupos, ainda há poucas parcerias público-privadas ou colaborações plurissetoriais concretas. Por esse motivo, governos, doadores, o setor privado e a sociedade civil ainda não trabalham em conjunto de forma coesa.

Deficiências: Poucos países têm medidas de segurança no trânsito bem financiadas. Muitos países em desenvolvimento, e até mesmo alguns países de renda maior, não financiam a segurança no trânsito adequadamente.

Mas os governos podem aumentar o aporte a esta causa de diversas maneiras, inclusive por meio de fundos de trânsito especiais, taxas ao usuário, impostos sobre o combustível ou outros meios. O advento dos

sistemas de transporte inteligente oferece a oportunidade de cobrança de tarifas de galão por segundo (GPS)/galão por minuto (GPM) eficientes, justas e sem incidência nas receitas. Diversos países estão experimentando estes modelos.

No nível global, o panorama é melhor, mas pode ser aprimorado. Dada a enormidade de problemas de segurança no trânsito, as instituições globais possuem recursos insuficientes.

Além disso, os organismos de desenvolvimento de países doadores estão fornecendo financiamento limitado, embora o transporte seguro seja uma parte fundamental do desenvolvimento.

redução da estimativa de mortes e ferimentos em acidentes em 50% até 2020.

Por fim, poucas fundações de caridade, mesmo as maiores, estão doando sistematicamente para a segurança no trânsito em um nível significativo. A Fundação FIA para automóveis e sociedade e a Bloomberg Philanthropies são notáveis exceções.

Exceções à parte, todos estes grupos devem atribuir maior prioridade no aprimoramento da segurança

prioridade Um: reCursos e ColaBoração

situação Deficiência/Ação o papel das empresas

• poucos países de média ou baixa renda com esforços financiados adequadamente

• entidades globais com recursos insuficientes

• Financiamento limitado de países doadores e fundações de caridade

• as colaborações plurissetoriais não são expressivas

• com algumas exceções, todos devem dar maior prioridade à segurança no trânsito

• considerar novas formas de angariar fundos para a segurança no trânsito

• lutar por mais recursos

• investir mais na segurança no trânsito por meio de um fundo global

• mobilizar o apoio de outras instituições do setor privado

• Apoiar financiamento catalítico e inovador, tais como títulos de impacto social, contribuições sobre vendas e outras abordagens

• Firmar parcerias com os governos locais e a sociedade civil para melhorar a segurança no trânsito

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do trânsito no mundo, reconhecendo seu papel fundamental no desenvolvimento. Além disso, o estabelecimento de um Grupo de consultoria de alto nível das Nações Unidas sobre transporte sustentável e a nomeação do Embaixador especial de Segurança no Trânsito do Secretário-Geral das Nações Unidas são acontecimentos bem-vindos.

o papel das empresas: Além de lutar por recursos governamentais, o setor privado também pode investir diretamente na segurança no trânsito, sobretudo considerando que as economias com a segurança impactam as margens de lucro e o trânsito seguro permite a condução dos negócios. Por exemplo, as cadeias de suprimento globais atuais ainda dependem largamente do transporte rodoviário para movimentar bens e realizar o “último itinerário” na maioria dos lugares do mundo.

Um fundo gerido por uma entidade global, como o Centro Global de Segurança no Trânsito, promovido pelo Banco Mundial, seria um veículo apropriado e facilitaria a colaboração intersetorial estreita que leva ao sucesso. Os principais líderes de empresas também podem mobilizar apoio de outros no setor privado.

Outro meio de o setor privado ajudar é patrocinando abordagens inovadoras para se obter novas fontes de financiamento catalítico, como, por exemplo, contribuições sobre vendas, títulos de desenvolvimento do impacto social ou fundos de ações.

Tais instrumentos de financiamento existem nos setores de tecnologia, educação, saúde, energia e água.

As iniciativas de segurança no trânsito podem incluir investimentos em tecnologias de segurança ou outras áreas.

Empresas e seguradoras financeiras, que contam com cerca de 40% dos US$ 210 trilhões em capital de investimento do mundo, podem contribuir para o desenvolvimento dessas abordagens.

prioridade dois Capacidade e compromisso do governosituação: Os avanços são irregulares, com apenas poucos países de média e baixa renda desenvolvendo e financiando plenamente os esforços de segurança no trânsito e instituindo órgãos para gerir os assuntos pertinentes. A coordenação entre órgãos governamentais no âmbito do país, inclusive os ministérios do transporte, da saúde e do trabalho, também deve ser melhorada.

Entidades globais, como o Banco mundial, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico e o Fórum Internacional de Transporte estão ajudando países de média e baixa renda a fortalecer capacidades essenciais de execução e de gestão e coleta de dados de segurança no trânsito. A Organização Internacional de Políticas de Trânsito, uma nova organização normativa, também está contribuindo.

o Fundo global de luta contra a aids, tuberculose (tb) e malária, criado em 2002 para acabar com estas doenças, é um modelo de iniciativa que pode ajudar a segurança no trânsito a dar um salto. ele surgiu a partir de uma combinação de defesa de causa

política e liderança global e do reconhecimento de que o Hiv, a tuberculose e a malária poderiam ser prevenidos e tratados. desde 2002, o Fundo global recebeu Us$ 33 bilhões em contribuições cumulativas totalmente pagas e quase Us$ 10 bilhões mais em

fundos prometidos. 95% dos fundos provêm dos governos, mas o setor privado, indivíduos de elevado patrimônio líquido e fundações privadas também contribuíram.

Hoje, as ferramentas para reduzir significativamente os acidentes de trânsito também são bem conhecidas; a defesa de causa contínua, a vontade política e o amplo apoio podem estimular a criação de um fundo global para ajudar o mundo a alcançar os objetivos da década de ação pela segurança no trânsito das nações Unidas.

um Fundo gloBal para salvar vIdas

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Deficiências: Os governos, em todos os níveis, devem assumir sua responsabilidade primordial de garantir que o trânsito seja seguro e assistência seja fornecida às vítimas de acidentes. Para reduzir mortes e ferimentos, eles precisam financiar a segurança no trânsito de forma sustentável, criar planos e estratégias e integrar a segurança no trânsito com a saúde, a educação, o planejamento urbano, a geração de empregos, o meio ambiente e outras áreas.

Países com rápido crescimento do número de veículos, sobretudo os emergentes de renda média, devem atribuir uma maior prioridade à segurança no trânsito. As áreas urbanas e rotas comerciais têm suma importância.

os governos, em todos os níveis, devem assumir sua responsabilidade primordial de garantir que o trânsito seja seguro e assistência seja fornecida às vítimas de acidentes.

As principais ações incluem desenvolver capacidades na gestão da segurança no trânsito e na assistência no

pós-acidente, aprimorar a concepção e as redes de vias, exigir recursos de segurança nos veículos, aprovar e aplicar leis de comportamento no trânsito, aprimorar a gestão de dados e educar os usuários do trânsito. A gestão de segurança no trânsito e a capacidade técnica são particularmente fundamentais. Sem capacitação adequada — pessoas treinadas, sistemas, planos e processos — é difícil criar programas eficazes nos outros pilares.

Nos países desenvolvidos, mais especificamente, o aumento da conectividade e cooperação de veículos em relação à infraestrutura e entre veículos oferece a promessa de uma melhor segurança no trânsito, ao mesmo tempo em que aumenta a sustentabilidade ambiental e reduz congestionamentos. Os governos podem pavimentar o caminho para estas mudanças com normas comuns.

o papel das empresas: Nos locais em que as empresas operam, elas têm a oportunidade de lutar por financiamento e ação governamentais direcionados à segurança no trânsito. Os líderes políticos precisam ficar cientes de que a segurança é um fator considerado nas decisões de investimento das empresas.

prioridade dois: CompromIsso e CapaCIdade do governo

situação Deficiência/Ação o papel das empresas

• mais presente nos países de alta renda, mas em geral os compromissos são limitados em nível mundial e a capacidade é inadequada à gestão e fiscalização da segurança no trânsito e ao atendimento pós-acidente em muitos países em desenvolvimento

• Deficiências na coordenação no nível interno dos países

• entidades globais auxiliando na capacitação

• os governos devem controlar a segurança no trânsito, financiar de forma sustentável, elaborar planos e estratégias e integrá-la a outras funções

• risco máximo: motorização acelerada de países de renda média, áreas urbanas e rotas comerciais

• capacitação, melhoria das redes rodoviárias e da segurança veicular, leis e fiscalização, gerenciamento de dados, conscientização dos usuários do trânsito e melhoria da assistência pós-acidente

• considerar a melhor forma de introduzir novas tecnologias na gestão do tráfego e sistemas de transporte inteligentes e apoiar normas comuns

• Lutar por ação e financiamento do governo

• Fornecer capital semente para projetos demonstrativos nas principais áreas, sobretudo na capacitação nos países de baixa e média renda

• Outras funções específicas abaixo

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As empresas também podem solicitar a inclusão de requisitos de segurança ao governo nos editais das licitações.

A oferta de capital semente para projetos demonstrativos é outro método para as empresas estimularem ações. As parcerias com o governo e a sociedade civil podem incluir entidades regionais e globais, principalmente bancos multilaterais de desenvolvimento, e ser conduzidas por um conselho plurissetorial.

a defesa de causa e o capital semente da empresa para projetos demonstrativos podem fazer a diferença.

Tais projetos devem responder às necessidades de segurança no trânsito específicas da localidade e, para garantir que os avanços sejam sustentáveis, devem desenvolver capacidades de gestão local e nacional da segurança no trânsito, assistência pós-acidente e da sociedade civil.

Outras funções específicas para empresas são detalhadas abaixo nas seções sobre Segurança rodoviária, Segurança veicular, Comportamento dos usuários do trânsito, Lacunas e gestão de dados, Tecnologias revolucionárias, Gestão de frota e Conscientização pública.

prioridade três segurança rodoviáriasituação: Melhorias de segurança para redes rodoviárias são um dos três meios mais eficazes de reduzir acidentes, mortes e ferimentos.

Nos países de alta renda, o trânsito se torna mais seguro visto que os programas que classificam

a segurança dos segmentos do trânsito ajudam a concentrar os fundos nos locais em que podem promover o maior benefício.

A situação não é tão positiva nos países em desenvolvimento, em que o trânsito inadequado é a regra geral. Mais da metade das rodovias foram classificadas como ruins pelo Programa Internacional de Avaliação de Rodovias (iRAP).

Melhorias na engenharia de segurança são promissoras, mas os custos, a falta de capacidades e outros fatores são entraves.

a melhoria das rodovias foi um dos meios mais eficazes de reduzir acidentes nos países SUNflower*.

Deficiências: Mais da metade das mortes ocorre em menos de 10% de todas as rodovias do mundo (3). Os países devem urgentemente priorizar e tratar destes piores segmentos de rodovias.

Já que pedestres, ciclistas e motociclistas somam 50% das mortes e ferimentos graves, as vias devem ser projetadas para proteger melhor esses usuários vulneráveis das vias. Em muitas partes do mundo, mais de 80% das rodovias são classificadas com menos de 3 estrelas pelo iRAP.

Por fim, os governos precisam integrar a segurança no trânsito e considerações de transporte sustentável ao planejamento, design, construção e manutenção das redes rodoviárias. Por exemplo, o trânsito público bem gerenciado pode favorecer metas de segurança rodoviária, ambientais e outras metas e, nos países desenvolvidos, o transporte cooperativo e conectado pode proporcionar benefícios além da segurança.

*Suécia, Reino Unido e Países Baixos

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investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 21

prioridade três: segurança rodovIárIa

situação Deficiência/Ação o papel das empresas

• boas melhorias nos países de alta renda

• rodovias impróprias em muitos países em desenvolvimento

• oportunidade de melhorar a segurança por meio das tecnologias entre veículos e entre veículos e infraestrutura

• priorizar e abordar os piores segmentos de vias

• todas as vias devem ter pelo menos 3 estrelas conforme os indicadores do irap

• projetar vias para proteger com mais eficiência os usuários vulneráveis

• integrar a segurança no trânsito e transporte sustentável no planejamento, projeto, construção e manutenção de redes rodoviárias

• garantir que os limites de velocidade sejam seguros, avaliar as qualidades de segurança no trânsito e o comportamento do usuário do trânsito

• Firmar parcerias com os governos, escolas e outras instituições locais para melhorar o trânsito em áreas de alto risco, como no entorno de zonas escolares, zonas de trabalho ou ao longo das rotas de comércio

• Financiar o custo das cancelas de ferrovias e outros recursos de segurança no trânsito, conforme apropriado

20 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

Mesmo nos países de alta renda com bom desempenho da segurança no trânsito, deve-se fazer mais para garantir que os limites de velocidade sejam apropriados e alinhados adequadamente às qualidades de segurança das estradas e ao comportamento dos usuários do trânsito. A necessidade é mais urgente nos países emergentes em processo de motorização acelerada.

mais da metade das mortes ocorre em menos de 10% das rodovias do mundo.

o papel das empresas: A infraestrutura viária é, principalmente, um problema do governo, mas as empresas podem, por exemplo, firmar parcerias público-privadas com escolas e governos locais para melhorar a segurança no trânsito perto de áreas escolares e de trabalho. Reduzir e aplicar limites de velocidade e aprimorar a visibilidade dos usuários do trânsito pode salvar vidas. As empresas também podem desenvolver a segurança arcando com o custo de cancelas nas ferrovias e outros recursos de segurança.

As rotas comerciais que as empresas usam para movimentar bens e suprimentos são outro ponto em que a colaboração entre empresas e governo pode melhorar a segurança, principalmente para pedestres e outros usuários vulneráveis do trânsito.

Um pequeno percentual de redes rodoviárias estratégicas é gerenciado pelo setor privado, e aqui também deve-se atribuir maior prioridade à segurança.

prioridade QUatro segurança veicularsituação: Atualmente, os veículos de mercados desenvolvidos são muito mais seguros do que eram há poucos anos. Os programas de classificação de veículos para o consumidor criaram um mercado para a segurança e promoveram conscientização pública. Estudos indicam que melhorias nos recursos de segurança dos automóveis ajudaram a salvar cerca de 8.000 vidas na Europa de 2001 a 2008 (4, 5).

O progresso fica para trás nos países em desenvolvimento, em que faltam recursos básicos de segurança em muitos automóveis novos, como cintos de segurança. Os Programas de avaliação de veículos novos (NCAPs) agora estão classificando a segurança do veículo ao consumidor em diversos países e regiões, e o NCAP global (GNCAP) lançou iniciativas de classificação de segurança na América Latina e na Índia. Essas iniciativas são promissoras.

Deficiências: Em muitos países em desenvolvimento, normas rigorosas de segurança para veículos novos ou usados são raras. O progresso seria

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contemplado ao exigir que novos carros atendessem aos padrões mínimos de segurança veicular das Nações Unidas, inclusive airbags, cintos de segurança e controle de estabilidade eletrônico, assim como recursos de proteção ao pedestre.

Normalmente, não se exigia que os veículos usados antigos com déficit de segurança, que compõem uma grande parte das frotas em muitos países menos desenvolvidos, atendessem às normas de segurança antes da exportação ou da importação. Os países importadores devem resolver esta deficiência de segurança.

Os veículos com déficit de segurança ainda fazem parte das frotas da maioria dos países em desenvolvimento.

Em todas as regiões, a engenharia de segurança veicular concentra-se primordialmente na proteção dos passageiros, mas dedica menos atenção aos usuários

vulneráveis das vias, que representam quase metade das mortes e ferimentos no trânsito mundial.

o papel das empresas: As empresas, sobretudo as que possuem grandes frotas, devem adotar normas de segurança veicular mais rígidas e o GNCAP em todo o mundo, comprometendo-se em adquirir veículos com maior classificação de segurança para usar nos países em desenvolvimento e exigindo que seus terceirizados operem de acordo com as políticas da empresa. Além disso, as empresas podem aprimorar a segurança nos países em desenvolvimento exigindo que os funcionários aluguem carros com cintos de segurança e dispositivos de retenção passivos e andem em ônibus e táxis que possuem estes dispositivos.

As montadoras de veículos devem aprofundar a pesquisa voltada para a criação de veículos mais acessíveis com maior proteção contra colisões, estimular a comunidade de engenheiros neste trabalho, atribuir mais atenção em termos de concepção à proteção dos usuários vulneráveis do trânsito e utilizar bonecos para

prioridade QUatro: segurança veICular

situação Deficiência/Ação o papel das empresas

• países desenvolvidos: os veículos são mais seguros devido à regulação e aos esforços de avaliação do consumidor

• países em desenvolvimento: o progresso é defasado, muitos veículos acessíveis não possuem recursos básicos de segurança

• desenvolvimento de programas ncap, que são promissores

• exigir que novos veículos atendam aos padrões mínimos de segurança veicular das nações Unidas

• garantir que os veículos usados passem por uma inspeção dos padrões de segurança antes da importação

• concentrar-se no projeto do veículo relacionado à segurança dos usuários vulneráveis do trânsito, assim como a passageiros

todas as empresas: • apoiar o gncap, normas de

segurança veicular rigorosas e o compromisso em adquirir veículos com maior pontuação de segurança para uso nos países em desenvolvimento

• exigir que as frotas terceirizadas operem em consonância com a política de veículos da empresa

montadoras de veículos: • aumentar a pesquisa destinada

a veículos acessíveis, oferecendo maior proteção contra acidentes e estimular o envolvimento da comunidade de engenheiros neste trabalho

• dar mais atenção ao projeto relacionado à proteção dos usuários vulneráveis do trânsito

• Usar bonecos de teste de acidentes que representem mais fielmente a realidade

Intermediários de veículos: • apoiar e cumprir com as

inspeções de normas de segurança de pré-importação

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Por fim, os países devem dedicar mais atenção às pessoas com idade de 15 a 29 anos, que representam metade das mortes e ferimentos no trânsito. Por exemplo, há sólidas evidências de que licenças de motorista graduadas protegem jovens motoristas novatos e seus passageiros nos países em que os jovens podem dirigir antes dos 18 anos de idade.

Além de dissuasão geral, alguns esforços devem ser direcionados a infratores reincidentes e outros motoristas em situações de risco muito elevado de acidente.

o papel das empresas: As empresas cujos produtos podem afetar o comportamento no trânsito possuem uma obrigação especial, como detalhado abaixo.

A maioria das empresas pode estimular comportamentos seguros no trânsito apoiando leis e aplicações rígidas, melhorando a segurança de sua frota própria e de frotas terceirizadas, criando campanhas de marketing social, inclusive com o governo e a sociedade civil, e evitando glamourizar em sua publicidade o comportamento arriscado no trânsito. Sobre este último aspecto, a mídia, as mídias sociais e o setor de entretenimento podem desempenhar um papel importante.

As mídias sociais não tem sido amplamente usadas para estimular comportamentos mais seguros no trânsito, contudo, considerando que os acidentes são mais comuns entre jovens, campanhas sociais sólidas com base em evidências apoiadas pelas empresas

testes de colisão que representem melhor a população de usuários do trânsito como um todo.

Os intermediários de veículos devem atender às normas de segurança para modelos mais antigos se os países importadores estabelecerem tais normas.

prioridade cinco Comportamento do usuário do trânsitosituação: Excesso de velocidade, embriaguez ao volante e falta de uso dos cintos de segurança, dispositivos de retenção para crianças e capacetes de motocicletas são os cinco maiores riscos à segurança no trânsito e permanecem como os maiores causadores de acidentes, mortes e ferimentos no trânsito. A direção e a circulação relapsa de pedestres também estão rapidamente se tornando um risco considerável, principalmente nos países desenvolvidos. Outros riscos são cansaço, problemas de saúde, estresse, uso de drogas líticas e ilícitas e inexperiência ao volante.

Deficiências: Desde 2011, 17 países promulgaram leis para reger um ou mais dos cinco fatores de risco mais críticos de acidentes no trânsito (5). Mas ainda há espaço para melhoria, já que 34 países do mundo têm leis sobre todos os cinco riscos (5), e alguns poucos têm leis que tratam da direção relapsa ou cansaço ao volante. Os governos precisam urgentemente resolver estas deficiências com leis, aplicação da legislação calcada na dissuasão e campanhas de marketing social vigorosas que apoiem a fiscalização. Em conjunto, estes produzem um meio altamente eficaz de melhorar a segurança no trânsito e são ainda mais aprimorados por um sistema de pontos de penalização. A educação também pode ajudar, principalmente nos países de média e baixa renda.

Existe literatura suficiente acerca de abordagens eficazes para alterar o comportamento perigoso no trânsito, mas poucos programas parecem refletir este conhecimento, e menos ainda são avaliados com rigor. Há uma necessidade urgente de se elaborar e avaliar programas com mais rigor.

somente 7% das pessoas vivem nos locais em que as leis abordam os cinco maiores comportamentos de risco de acidentes no trânsito. (3)

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poderiam fazer a diferença se fossem projetadas, executadas e avaliadas usando práticas recomendadas.

bebidas alcoólicas

Estas empresas devem apoiar leis que limitem o nível da Concentração de Álcool no Sangue (CAS) para motoristas ao máximo de 0,05 g/dL, a não tolerância para motoristas jovens e a fiscalização que inclua testes de bafômetro aleatórios, pontos de verificação de sobriedade e dispositivos de bloqueio da ignição acionados por alcoolemia.

Este setor deve financiar rigorosas avaliações de seus programas consagrados de consumo responsável de bebidas alcoólicas, formação de garçons, motorista da vez e outros programas educacionais para avaliar a eficiência na redução do consumo excessivo de bebidas. Elas também devem melhorá-los conforme o necessário e incentivar mais membros do setor a apoiar os compromissos com a comunicação digital e o marketing responsável da Aliança Internacional para o Consumo Responsável de Bebidas (IARD). A publicidade não deve vincular bebida a direção (10).

Hospitalidade

As empresas de hospitalidade que servem bebidas alcoólicas devem incentivar o consumo responsável e não servir bebidas a pessoas com idade insuficiente perante a lei. Os programas de consumo responsável de bebidas devem ser avaliados rigorosamente, conforme observado acima.

telecomUnicação

Essas empresas devem, urgentemente, apoiar leis que proíbam digitar ao volante e outras formas comprovadas de distração associadas a acidentes.

O objetivo de garantir a segurança do usuário no trânsito e, ao mesmo tempo, proporcionar conectividade fundamental deve continuar a impulsionar os esforços de empresas de telecomunicações e afins, e elas devem apoiar o uso de dispositivos que bloqueiem tecnologias que provocam distração ao volante.

As empresas de telecomunicações que educam os consumidores sobre os perigos da distração também devem considerar ampliar estas campanhas para mais países.

A fiscalização calcada na dissuasão é um dos meios mais eficazes de reduzir acidentes.

montadoras de veícUlos

Essas empresas podem ajudar a desenvolver a segurança promovendo recursos e desempenho de segurança em sua publicidade, incentivando os consumidores a dirigir com cautela e usar equipamentos de segurança, e evitando publicidade que glamourize o excesso de velocidade ou outros comportamentos arriscados no trânsito.

segUradoras

As seguradoras podem ajudar a fomentar um comportamento mais seguro do usuário das vias instruindo os consumidores sobre práticas seguras no trânsito e premiando o comportamento cuidadoso por meio de incentivos especiais baseados em dados móveis coletados sobre a direção do segurado. As seguradoras de acidentes também podem oferecer incentivos com base no uso de veículos classificados com estrelas mais seguros. As empresas podem avaliar se programas de indenização independente de culpabilidade (“no fault insurance”) promovem a redução da condução imprudente ou negligente.

saúde

Contribuintes, fornecedores e intermediários farmacêuticos devem ajudar a educar os pacientes que podem estar suscetíveis a maior risco de acidente devido a idade, doença ou tratamento.

prioridade seis lacunas e gestão de dadossituação: A coleta e utilização de dados de segurança no trânsito melhorou consideravelmente nos países desenvolvidos, e foram instalados repositórios e observatórios de dados para a coleta de dados sobre segurança no trânsito em algumas regiões. No entanto, na maior parte do mundo, a coleta, análise e utilização de dados como uma ferramenta de planejamento é amplamente inadequada.

Deficiências: O número de mortes por acidente no trânsito é subestimado de forma grosseira em muitos países em desenvolvimento. Por exemplo, estima-se que há seis vezes mais mortes reais do que o registrado em muitas partes da África. Alguns países podem não registrar todas as mortes por acidente que ocorrem em até 30 dias depois do acidente (3).

Outras informações de segurança no trânsito, como dados de exposição, métricas de desempenho de

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prioridade cinco: Comportamento do usuárIo do trânsIto

situação o papel das empresas

• excesso de velocidade, embriaguez ao volante e falta de uso dos cintos de segurança, dispositivos de retenção para crianças e capacetes de motocicletas são os cinco maiores fatores causadores de acidentes de trânsito em muitas partes do mundo

• a direção relapsa está rapidamente se tornando um dos principais riscos

• outros riscos são cansaço ao volante, problemas de saúde, estresse, uso de drogas líticas e ilícitas e inexperiência ao volante

todas as empresas:

• apoiar o fortalecimento das leis e de sua aplicação

• melhorar as operações da frota própria e de frotas terceirizadas, inclusive sistemas eficazes de gestão de manutenção e segurança

• promover treinamento e capacitação sobre a segurança no trânsito

• criar campanhas sólidas de marketing social baseadas nas melhores práticas em influenciar normas sociais

• evitar glamourizar o comportamento perigoso no trânsito

Bebidas alcoólicas:

• Apoiar leis que definam níveis de CAS em 0,05 g/dL ou menos

• Apoiar testes de bafômetro aleatórios, pontos de verificação de sobriedade, dispositivos de bloqueio da ignição acionados por alcoolemia e a não tolerância de cas para jovens condutores

• avaliar rigorosamente os programas de consumo responsável de bebidas e outros relacionados da empresa e embasar as iniciativas futuras nas melhores práticas, conforme o necessário

• estimular os membros do setor a assinar compromissos de marketing responsável

Hospitalidade:

• Avaliar a eficácia do programa de consumo responsável de bebidas e iniciativas relacionadas à diminuição do consumo excessivo; não servir a pessoas com idade inferior à permitida para o consumo de bebidas alcoólicas

telecomunicação:

• apoiar leis que proíbam digitar ao volante e outras formas comprovadas de distração associada a acidentes

• assegurar a segurança e, ao mesmo tempo, proporcionar conectividade essencial

• apoiar o bloqueio de tecnologias que provocam distração ao volante

• expandir as campanhas de educação sobre os perigos da digitação ao volante

montadoras de veículos:

• promover o desempenho e recursos de segurança

• incentivar a direção segura e o uso de equipamentos de segurança

seguradoras:

• premiar o comportamento seguro no trânsito e usar veículos mais seguros por meio de incentivos especiais

saúde:

• educar os pacientes que podem estar em situação de maior risco de acidente devido a doença, idade ou tratamento

Deficiência/Ação

• Aprovar leis, reforçar a fiscalização calcada na dissuasão e campanhas de marketing social

• os programas do consumo responsável de bebidas conduzidos pelo setor de bebidas alcoólicas precisam de avaliação mais rigorosa

• aumentar os recursos direcionados às pessoas entre 15 e 29 anos, já que representam 50% das mortes e lesões

• direcionar alguns esforços para os motoristas que estão em situação de grande risco de acidentes

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segurança, como a velocidade média de condução, ou indicadores econômicos e de saúde, não estão disponíveis em muitos países em desenvolvimento.

Por fim, os dados não são comparáveis em todo o mundo devido às diferentes definições dos sistemas de dados. Não existem índices confiáveis que detalhem o desempenho de segurança global no trânsito. Embora isso seja valioso, a necessidade mais urgente é por dados confiáveis sobre ferimentos graves e fatalidades nos países de média e baixa renda.

o papel das empresas: As empresas podem aprofundar os conhecimentos de segurança no trânsito compartilhando dados anonimizados relevantes com observatórios de dados de segurança no trânsito regionais, o governo ou o meio acadêmico.

As empresas com frotas globais mantêm volumes enormes de dados de segurança no trânsito em todo o mundo, as seguradoras possuem dados de peso sobre sinistros nos mercados e as empresas de telecomunicações possuem dados de tráfego (condições viárias, velocidades e padrões de direção e densidade de veículos) coletados via torres de telefonia celular.

as empresas podem aprimorar a segurança por meio do compartilhamento dos seus dados globais.

prioridade seis: laCunas e gestão de dados

situação Deficiência/Ação o papel das empresas

• países desenvolvidos: a coleta, análise e uso dos dados está melhorando

• observatórios de dados estabelecidos em algumas regiões

• países em desenvolvimento: a gestão de dados geralmente é insuficiente

• o número de mortes por acidente no trânsito é subestimado de forma grosseira em alguns países; os relatos podem não ser abrangentes

• muitas informações de segurança no trânsito não estão disponíveis ou não são comparáveis em todo o mundo

empresas com operações de frota globais, seguradoras, empresas de telecomunicação e outras:

• compartilhar dados relevantes anonimizados com observatórios de dados de segurança no trânsito regionais, o governo ou universidades

• avaliar a coleta de dados de segurança no trânsito

• prestar apoio técnico aos governos e ajudar a capacitar a gestão de dados

• Apoiar/ajudar a financiar iniciativas de dados

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prioridade sete: teCnologIas revoluCIonárIas

situação Deficiência/Ação o papel das empresas

• as tecnologias da informação e comunicação estão remodelando o transporte de várias maneiras, mas impactarão a segurança no trânsito primeiro nos países de alta renda

• a legislação deve avaliar como os veículos sem motorista devem coexistir e compartilhar vias com veículos convencionais

• além disso, como lidar com os possíveis desafios de segurança de mais tecnologias que provocam distração ao volante

• os governos devem implementar plataformas de tecnologia padronizadas para automóveis conectados e sem motorista e garantir a segurança

empresas de telecomunicação e veículos:

• apoiar a pesquisa sobre os aplicativos e a segurança de novas tecnologias

• Formar parcerias com governo/universidades na pesquisa de campo que explore como integrar veículos sem motorista nos sistemas de transporte de forma eficaz

• assegurar a segurança e, ao mesmo tempo, proporcionar os níveis necessários de conectividade

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Elas também podem realizar a coleta de dados de segurança no trânsito, conforme descrito mais adiante neste relatório.

E, finalmente, o setor privado pode fornecer apoio técnico aos governos, ajudar a desenvolver capacidades de gerenciamento de dados e ajudar a financiar iniciativas de dados que harmonizem informações nos mercados.

prioridade sete tecnologias revolucionáriassituação: Tecnologias da informação e de comunicação estão conectando carros, rodovias e pessoas de maneiras novas, prometendo remodelar o transporte. O fluxo de dados contínuo em tempo real dos smartphones, dispositivos móveis e sensores com base em infraestrutura para bancos de dados e servidores centrais pode tornar o transporte público e privado mais seguro e eficiente, reduzir o congestionamento e preservar o meio ambiente.

Embora não citada na Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas, esta mudança promovida pelo setor privado afetará a segurança de várias maneiras — melhorando, porém podendo desafiar a segurança — primeiro nos países desenvolvidos e, depois, nos países em desenvolvimento.

veículos, rodovias e pessoas estão sendo interconectados de novas formas.

Deficiências: A chegada dos carros sem motorista e conectados exige a consideração de como tais veículos devem coexistir e compartilhar rodovias com os veículos guiados por pessoas.

Além disso, exigirá que os governos instaurem plataformas de tecnologia padronizadas e estruturas de políticas sensatas e garantam a segurança. Mais tecnologia no veículo — inclusive o sistema de “infotenimento” — pode apresentar novos desafios de segurança que também exigirão normatização.

É igualmente importante proteger a segurança dos veículos assistidos por computador.

como os carros sem motorista devem coexistir com os veículos mais antigos?

o papel das empresas: As empresas de tecnologia podem aprimorar a segurança no trânsito por meio do apoio à pesquisa sobre a fiscalização, a segurança e a solidez destas tecnologias e de parcerias com o governo e universidades em relação à pesquisa de campo que explore como integrar melhor veículos automatizados em sistemas de transporte existentes e regular seu uso.

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As montadoras de veículos e seus parceiros de tecnologia da informação e de comunicação devem garantir a segurança ao mesmo tempo em que oferecem os níveis necessários de conectividade.

prioridade oito operações de frotaSituação e deficiências: A maioria das empresas e transportadoras globais parece estar desempenhando um bom trabalho de gerenciamento de suas operações de frota com segurança, mas não há dados em todo o mundo.

Desconhece-se a extensão da adesão dos fornecedores e terceirizados às políticas de frota de uma empresa global com bom funcionamento. A melhoria da aplicação de normas internacionais de segurança no trabalho, inclusive horas de trabalho dos condutores e condições do veículo, pode elevar a segurança no trânsito, com os maiores ganhos nos países de baixa e média renda.

os terceirizados aderem às normas das empresas globais?

o papel das empresas: Empresas com elevados padrões de desempenho de segurança no trânsito podem melhorar a segurança no trânsito

compartilhando suas melhores práticas com os fornecedores e terceirizados e, ao longo do tempo, exigindo a adesão às normas da empresa.

O primeiro passo para qualquer empresa que pretenda melhorar o desempenho de segurança no trânsito é um sistema de gestão de segurança no trânsito abrangente.

As empresas devem assegurar que os horários do motorista e a circulação de cargas desencorajam comportamentos arriscados, como excesso de velocidade, horas de direção excessivas, cargas instáveis e veículos mal conservados. Os expedidores não devem impor prazos impraticáveis que possam incentivar a direção perigosa pelas transportadoras.

Pode haver espaço para melhorar ainda mais a gestão da segurança no trânsito por meio da ISO 39001, a abordagem de gestão da segurança no trânsito desenvolvida pela Organização Internacional para a Normalização.

prioridade nove Conscientização públicaSituação e deficiências: O Dia Mundial em Memória das Vítimas do Trânsito, o SaveKidsLives e as semanas de segurança no trânsito aumentaram

prioridade oito: operações de Frota

situação Deficiência/Ação o papel das empresas

• as empresas globais parecem gerenciar suas operações de frotas com segurança, mas os dados são insuficientes

• desconhece-se a extensão da adesão dos fornecedores e terceirizados às políticas de frota da empresa global

• instituir um sistema de gestão de segurança no trânsito abrangente, se ainda não existir

• garantir que os horários do motorista e as operações de frete desencorajem comportamentos arriscados, que as horas de direção não sejam excessivas, que as cargas sejam estáveis e os veículos bem conservados

• considerar a adoção da abordagem iso 39001

• os expedidores não devem impor prazos impraticáveis que possam incentivar a direção perigosa pelas transportadoras

• empresas de melhores práticas: compartilhar abordagens com terceirizados e fornecedores e, ao longo do tempo, exigir aderência aos padrões da empresa

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prioridade nove: ConsCIentIzação da população

situação Deficiência/Ação o papel das empresas

• Há pouca consciência e preocupação em nível mundial, considerando o imenso impacto negativo do problema

• o governo deve mobilizar o setor privado para colaborar na conscientização e educação e para capacitar as comunidades a participar ativamente na prevenção de lesões, melhorando a assistência pós-acidente

• mobilizar capacidades de comunicação para envolver os meios de comunicação, aumentar a visibilidade da segurança no trânsito e ajudar a instruir os consumidores

• comunicar os avanços da segurança no trânsito em relatórios do tripé da sustentabilidade

• Apoiar um sistema de classificação e premiação por excelência em segurança no trânsito entre empresas do setor privado

• criar campanhas sólidas de marketing social baseadas nas melhores práticas para influenciar o comportamento no trânsito

28 JUntos por Um trânsIto maIs seguro investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 29

a atenção da população para a crise de segurança nas vias mas, mesmo com estas atividades, a sensibilização da população poderia ser maior. Embora o aumento da visibilidade não seja um fim em si, é uma ferramenta útil para ajudar a estimular o financiamento e o amplo compromisso para melhorar o trânsito do mundo. A conscientização da população também é essencial para mobilizar as comunidades e institucionalizar boas práticas de segurança no trânsito.

o papel das empresas: As empresas podem mobilizar sua capacidade de liderança e comunicação para envolver os meios de comunicação, aumentar a visibilidade da segurança no trânsito e ajudar a instruir os consumidores, inclusive crianças, sobre o comportamento seguro no trânsito. Elas podem servir como um catalisador, permitindo que as comunidades

tomem medidas para melhorar as vias locais.

A prestação de informações sobre os avanços em segurança no trânsito de uma empresa nos relatórios de responsabilidade social e sustentabilidade também é uma boa medida.

Um sistema de classificação e prêmios por excelência em segurança no trânsito entre empresas do setor privado pode aumentar a visibilidade e reforçar o desempenho.

a conscientização em relação à segurança no trânsito pode ajudar a estimular o financiamento e o comprometimento.

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30 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

ConclusãoAcidentes, mortes e ferimentos no trânsito ameaçam todas as pessoas e instituições do planeta, e as condições estão atingindo proporções perigosas em virtude da rápida motorização de países de média e baixa renda.

Todos os setores devem trabalhar conjuntamente — com boa vontade, um objetivo maior e em parcerias bem coordenadas, financiadas e organizadas — para fazer a globalização e a motorização do mundo trabalhar em prol das pessoas.

As empresas-membro da TSR e o Comitê de Especialistas reconhecem e elogiam o trabalho incansável de muitos indivíduos e organizações que se mobilizaram em torno da segurança no trânsito.

A TSR oferece uma oportunidade para uma ampla gama de empresas do setor privado de participar neste trabalho, reconhecendo que são necessários mais parceiros e que todos temos que acelerar nossos esforços globais.

Este relatório técnico ressalta a necessidade urgente de mais recursos, compromisso, capacidades, intervenções e sistemas que possam ajudar a tornar a mobilidade mais segura para mais pessoas no mundo.

As empresas reconhecem que têm um papel a desempenhar no auxílio à mudança do panorama atual de acidentes, mortes e ferimentos no trânsito. Empresas-membro da TSR manifestaram interesse em fazer o bem e produzir diferença positiva na vida das pessoas.

O Comitê de Especialistas expôs esta análise e as recomendações para a avaliação dos membros da TSR, bem como do setor privado como um todo.

Acreditamos que agir com base nestas recomendações deixará todos nós mais próximos da concretização dos objetivos da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas. Convocamos as entidades globais, governos e a sociedade civil a trabalhar com o setor privado em parcerias sólidas destinadas a salvar vidas nas rodovias do mundo.

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30 JUntos por Um trânsIto maIs seguro investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 31

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32 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

prInCIpaIs prIorIdades: como as empresas podem atuar para fazer a diferença

recursos e colaboração

Capacidade e compromisso do

governo

segurança rodoviária

segurança veicular

Comportamento do usuário do trânsito

lacunas e gestão de dados

tecnologias revolucionárias

operações de frota

Conscientização da população

• lutar por mais recursos

• investir mais na segurança no trânsito por meio de um fundo global

• mobilizar o apoio de outras instituições do setor privado

• apoiar financiamento catalítico e inovador, tais como títulos de impacto social, contribuições sobre vendas e outras abordagens

• Firmar parcerias com os governos locais e a sociedade civil para melhorar a segurança no trânsito

• lutar por ação e financiamento do governo

• Fornecer capital semente para projetos demonstrativos nas principais áreas, sobretudo na capacitação nos países de baixa e média renda

• Firmar parcerias com os governos, escolas e outras instituições locais para melhorar o trânsito em áreas de alto risco, como no entorno de zonas escolares, zonas de trabalho ou ao longo das rotas de comércio

• Financiar o custo das cancelas de ferrovias e outros recursos de segurança no trânsito, conforme apropriado

todas as empresas:• apoiar o gncap, normas de

segurança veicular rigorosas e o compromisso em adquirir veículos com maior pontuação de segurança para uso nos países em desenvolvimento

• exigir que as frotas terceirizadas operem em consonância com a política de veículos da empresa

montadoras de veículos:• aumentar a pesquisa

destinada a veículos acessíveis, oferecendo maior proteção contra acidentes e estimular o envolvimento da comunidade de engenheiros neste trabalho

• dar mais atenção ao projeto relacionado à proteção dos usuários vulneráveis do trânsito

• Usar bonecos de teste de acidentes que representem mais fielmente a realidade

Intermediários de veículo:• apoiar e cumprir com as

inspeções de normas de segurança de pré-importação

todas as empresas:• apoiar o fortalecimento

das leis e de sua aplicação• melhorar as operações da

frota própria e de frotas terceirizadas, inclusive sistemas eficazes de gestão de manutenção e segurança

• promover treinamento e capacitação sobre a segurança no trânsito

• criar campanhas sólidas de marketing social baseadas nas melhores práticas em influenciar normas sociais

• evitar glamourizar o comportamento perigoso no trânsito

• Setores específicos também têm oportunidades adicionais que são detalhadas no relatório completo. estes incluem os setores de bebidas alcoólicas, hospitalidade, telecomunicação, montadoras de veículos, seguros e saúde

empresas com operações de frota globais, seguradoras, empresas de telecomunicação e outras: • compartilhar dados

relevantes anonimizados com observatórios de dados de segurança no trânsito regionais, o governo ou universidades

• avaliar a coleta de dados de segurança no trânsito

• prestar apoio técnico aos governos e ajudar a capacitar a gestão de dados

• Apoiar/ajudar a financiar iniciativas de dados

empresas de telecomunicação e veículos:• apoiar a pesquisa sobre os

aplicativos e a segurança de novas tecnologias

• Formar parcerias com governo/universidades na pesquisa de campo que explore como integrar veículos sem motorista nos sistemas de transporte de forma eficaz

• assegurar a segurança e, ao mesmo tempo, proporcionar os níveis necessários de conectividade

• instituir um sistema de gestão de segurança no trânsito abrangente, se ainda não existir

• garantir que os horários do motorista e as operações de frete desencorajem comportamentos arriscados, que as horas de direção não sejam excessivas, que as cargas sejam estáveis e os veículos bem conservados

• considerar a adoção da abordagem iso 39001

• os expedidores não devem impor prazos impraticáveis que possam incentivar a direção perigosa pelas transportadoras

• empresas de melhores práticas: compartilhar abordagens com terceirizados e fornecedores e, ao longo do tempo, exigir aderência aos padrões da empresa

• mobilizar capacidades de comunicação para envolver os meios de comunicação, aumentar a visibilidade da segurança no trânsito e ajudar a instruir os consumidores

• comunicar os avanços da segurança no trânsito em relatórios do tripé da sustentabilidade

• apoiar um sistema de classificação e premiação por excelência em segurança no trânsito entre empresas do setor privado

• criar campanhas sólidas de marketing social baseadas nas melhores práticas para influenciar o comportamento no trânsito

InvestImento em segurança no trânsIto: Um imperativo global para o setor privado

todos os anos nas estradas do mundo

1,25 milhãode pessoas morrem e

50 milhõessão feridas.*

os CInCo pIlares da década de ação pela segurança no trânsito das nações Unidas

Fonte: Organização Mundial da Saúde. (2015). “Relatório da situação mundial da segurança no trânsito de 2015”.

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32 JUntos por Um trânsIto maIs seguro investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 33

prInCIpaIs prIorIdades: como as empresas podem atuar para fazer a diferença

recursos e colaboração

Capacidade e compromisso do

governo

segurança rodoviária

segurança veicular

Comportamento do usuário do trânsito

lacunas e gestão de dados

tecnologias revolucionárias

operações de frota

Conscientização da população

• lutar por mais recursos

• investir mais na segurança no trânsito por meio de um fundo global

• mobilizar o apoio de outras instituições do setor privado

• apoiar financiamento catalítico e inovador, tais como títulos de impacto social, contribuições sobre vendas e outras abordagens

• Firmar parcerias com os governos locais e a sociedade civil para melhorar a segurança no trânsito

• lutar por ação e financiamento do governo

• Fornecer capital semente para projetos demonstrativos nas principais áreas, sobretudo na capacitação nos países de baixa e média renda

• Firmar parcerias com os governos, escolas e outras instituições locais para melhorar o trânsito em áreas de alto risco, como no entorno de zonas escolares, zonas de trabalho ou ao longo das rotas de comércio

• Financiar o custo das cancelas de ferrovias e outros recursos de segurança no trânsito, conforme apropriado

todas as empresas:• apoiar o gncap, normas de

segurança veicular rigorosas e o compromisso em adquirir veículos com maior pontuação de segurança para uso nos países em desenvolvimento

• exigir que as frotas terceirizadas operem em consonância com a política de veículos da empresa

montadoras de veículos:• aumentar a pesquisa

destinada a veículos acessíveis, oferecendo maior proteção contra acidentes e estimular o envolvimento da comunidade de engenheiros neste trabalho

• dar mais atenção ao projeto relacionado à proteção dos usuários vulneráveis do trânsito

• Usar bonecos de teste de acidentes que representem mais fielmente a realidade

Intermediários de veículo:• apoiar e cumprir com as

inspeções de normas de segurança de pré-importação

todas as empresas:• apoiar o fortalecimento

das leis e de sua aplicação• melhorar as operações da

frota própria e de frotas terceirizadas, inclusive sistemas eficazes de gestão de manutenção e segurança

• promover treinamento e capacitação sobre a segurança no trânsito

• criar campanhas sólidas de marketing social baseadas nas melhores práticas em influenciar normas sociais

• evitar glamourizar o comportamento perigoso no trânsito

• Setores específicos também têm oportunidades adicionais que são detalhadas no relatório completo. estes incluem os setores de bebidas alcoólicas, hospitalidade, telecomunicação, montadoras de veículos, seguros e saúde

empresas com operações de frota globais, seguradoras, empresas de telecomunicação e outras: • compartilhar dados

relevantes anonimizados com observatórios de dados de segurança no trânsito regionais, o governo ou universidades

• avaliar a coleta de dados de segurança no trânsito

• prestar apoio técnico aos governos e ajudar a capacitar a gestão de dados

• Apoiar/ajudar a financiar iniciativas de dados

empresas de telecomunicação e veículos:• apoiar a pesquisa sobre os

aplicativos e a segurança de novas tecnologias

• Formar parcerias com governo/universidades na pesquisa de campo que explore como integrar veículos sem motorista nos sistemas de transporte de forma eficaz

• assegurar a segurança e, ao mesmo tempo, proporcionar os níveis necessários de conectividade

• instituir um sistema de gestão de segurança no trânsito abrangente, se ainda não existir

• garantir que os horários do motorista e as operações de frete desencorajem comportamentos arriscados, que as horas de direção não sejam excessivas, que as cargas sejam estáveis e os veículos bem conservados

• considerar a adoção da abordagem iso 39001

• os expedidores não devem impor prazos impraticáveis que possam incentivar a direção perigosa pelas transportadoras

• empresas de melhores práticas: compartilhar abordagens com terceirizados e fornecedores e, ao longo do tempo, exigir aderência aos padrões da empresa

• mobilizar capacidades de comunicação para envolver os meios de comunicação, aumentar a visibilidade da segurança no trânsito e ajudar a instruir os consumidores

• comunicar os avanços da segurança no trânsito em relatórios do tripé da sustentabilidade

• apoiar um sistema de classificação e premiação por excelência em segurança no trânsito entre empresas do setor privado

• criar campanhas sólidas de marketing social baseadas nas melhores práticas para influenciar o comportamento no trânsito

InvestImento em segurança no trânsIto: Um imperativo global para o setor privado

os CInCo pIlares da década de ação pela segurança no trânsito das nações Unidas

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Cerca de 1,25 milhão de pessoas são mortas e 50 milhões saem feridas a cada ano no trânsito mundial. são mais de 2 mortes por minuto (1,2,3). (Veja a Figura 1 na página 35)

As colisões no trânsito matam e ferem desproporcionalmente os jovens, os usuários do trânsito, os carentes e os vulneráveis (pedestres, ciclistas, motociclistas e seus passageiros) (veja a Figura 2 na página 36). Mais de 90% das mortes ocorrem nos países de baixa e média renda, quase 50% estão entre usuários vulneráveis do trânsito e 50% são entre pessoas de 15 a 29 anos de idade, com os homens tendo três vezes mais probabilidade de morrer em um acidente do que as mulheres (1).

década de ação: onde estamos HoJe

Os acidentes no trânsito custam à economia global US$ 518 bilhões por ano (5) (veja “Custo dos acidentes no trânsito” nas página 38 e 39). Além disso, as famílias podem enfrentar custos de saúde e outros custos, perda do chefe da família ou do provedor principal da família, aumento da dívida e até mesmo redução do consumo de alimentos (4) (veja a Figura 3 na página 37).

antecedentes e medidasOs veículos em circulação nas rodovias do mundo saltaram de 500 milhões em 1986 para 1 bilhão em 2010 (5). Até 2020, esse número dobrará, e pode triplicar até 2030 (6,7) (veja a Figura 4 na página 37). A crescente posse de veículos é um sinal advindo da globalização e tem desempenhado um papel importante em retirar países da pobreza.

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 35

mortes no mundoFigura 1

Fonte: Organização Mundial da Saúde. (2015). “Relatório da situação mundial da segurança no trânsito de 2015”.

Fonte: Organização Mundial da Saúde. “10 fatos sobre a segurança no trânsito global”. http://who.int/features/factfiles/roadsafety/facts/en/index1.html.

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36 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

FerImentos no trânsIto: QUem é aFetadoFigura 2

Ainda assim, os benefícios da motorização trouxeram números elevados de acidentes no trânsito, já que as vias mais antigas não foram projetadas para suportar os fluxos do tráfego atual, os motoristas são os principais prejudicados e os países em desenvolvimento lutam para adquirir a infraestrutura e a capacidade de gestão e de fiscalização para promover a segurança no trânsito.

Em 2010, reconhecendo as crescentes taxas de acidentes no trânsito, a Assembleia Geral das Nações Unidas fez um apelo pela ação global para estabilizar e, em seguida, reduzir lesões graves e mortes no trânsito em todo o mundo até 2020. Os anos de 2011 a 2020 foram chamados a Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas (4,9), e uma meta para 2020 foi definida, que consiste na redução de 50% nas mortes e ferimentos graves (4,9). Se alcançada, equivaleria a salvar 5 milhões de vidas e evitar 50 milhões de ferimentos graves e apresentaria um benefício social global de mais de US$ 3 trilhões (10) (veja a Figura 5 na página 40).

A proclamação das Nações Unidas foi o resultado de uma década de defesa de causa constante da Organização Mundial da Saúde, do Banco Mundial, da Fundação FIA para o Automóvel e a Sociedade, da Comissão Global de Segurança no Trânsito (por meio

da campanha “Make Roads Safe”), e foi apoiada pela colaboração de segurança no trânsito das Nações Unidas, que representa os principais interessados globais, regionais e nacionais.

Houve quatro grandes acontecimentos que sustentaram a defesa dessa causa:

› A evidência esmagadora de que o número de mortos e feridos graves no trânsito das áreas em desenvolvimento havia atingido proporções epidêmicas (11).

› Conhecimento e prática substanciais demonstrando que os ferimentos graves e as mortes no trânsito eram, em grande parte, previsíveis e evitáveis (12).

› Quatro décadas de experiência nos países de alta renda mostrando os enormes custos econômicos de acidentes no trânsito e os benefícios sociais e econômicos do aumento da segurança no trânsito.

› Clara demonstração, nos mais proeminentes países de alta renda, que a abordagem de um sistema seguro é eficaz na redução de acidentes, tornando-se factível visar reduzir a zero o número de ferimentos graves e mortes no trânsito (13). As diferenças entre países em mortes por acidente no trânsito a cada 100.000 pessoas são substanciais (veja a Figura 7 na página 41).

Fonte: Organização Mundial da Saúde. (2013). “Relatório da situação mundial da segurança no trânsito de 2013: apoio à Década de Ação”.

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 37

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36 JUntos por Um trânsIto maIs seguro investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 37

Fonte: Organisation Internationale des Constructeurs d’Automobiles. “Taxa de motorização de 2013 no mundo”. http://www.oica.net/category/vehicles-in-use/.

Cu

sto

a

nu

al

us$ 518 BIlHões ao ano

% d

e

pIB 1%

em países de baixa renda

1,5%em países de média renda

2%em países de

alta renda

ImpaCto dos aCIdentes de trânsIto no produto Interno BrutoFigura 3

maIs veíCulos nas estradas do mundoFigura 4

Fonte:(1) Jacobs, G., Aeron-Thomas, A. e Astrop, A. (2000). “Estimativa de mortes em acidentes de trânsito no mundo”. Relatório 445 do Laboratório de Pesquisa de Transporte. http://www.esafetysupport.info/download/eSafety_Activities/Related_Studies_and_Repo rts/Estimating%20Global%20Road%20Fatalities%20report,%20TRL.pdf.(2) Sharma, B. R. (2008). “Ferimentos no tráfego em estradas: uma crise de saúde pública mundial”. Saúde Pública, 122: 1399-1406. http://www.sciencedirect.com.ezproxy.cul.columbia.edu/science/article/pii/S0033350608001753#.

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28%

25%

8%

39%Fonte: Administração Nacional da Segurança no Tráfego em Rodovias. O peso econômico dos acidentes de trânsito para os empregadores: custos por estado e setor e por uso de álcool e dispositivos de retenção. Washington, DC: Administração Nacional da Segurança no Tráfego em Rodovias. DOT HS 809 682, 2003.

38 JUntos por Um trânsIto maIs seguro investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 39

o mais alto preço que a sociedade paga pelos acidentes no trânsito é a perda de vidas humanas ou os ferimentos, mas a sociedade carrega o peso de muitos custos econômicos também.estima-se que os acidentes automobilísticos custem cerca de 3% do produto interno bruto (pib) (1). outros estimaram que os acidentes automobilísticos custam 1% do produto interno bruto (pib) nos países de baixa renda, 1,5% nos países de renda média e 2% nos países de alta renda (2,3), com um impacto global total de Us$ 518 bilhões por ano (4). custos diretos, custos indiretos e perda na qualidade de vida são as principais categorias de custo econômico.

países em desenvolvImentocomo o impacto econômico é determinado por fatores como renda per capita, custos da assistência médica e assim por diante, o custo total dos acidentes no trânsito nos países de baixa e média renda pode estar subestimado (5).

mais de 90% das mortes no trânsito ocorrem nestes países, contribuindo para a pobreza, e a discrepância nas mortes e nos custos econômicos entre países de alta e baixa renda deve aumentar (6,7). atualmente, o custo dos acidentes de trânsito

o Custo dos aCIdentes de trânsIto

cUsto de acidentes aUtomobilísticos nos estados Unidos

us$ 242 BIlHõesdanos materiais

perda de produtividade no local de trabalho

perda de produtividade doméstica

despesas médicas, congestionamento do tráfego e outros custos

28%

25%

8%

39%

nos países em desenvolvimento muitas vezes ultrapassa os pagamentos que esses países recebem como auxílio ao desenvolvimento (3,5,8).

Custos dos euaembora os dados de países em desenvolvimento sejam escassos e pouco confiáveis devido à deficiência dos registros de acidentes e à falta de repositórios centrais de dados (8), os dados dos eUa são razoavelmente sólidos. os custos sociais e econômicos diretos decorrentes de acidentes automobilísticos nos eUa em 2010 foram de aproximadamente Us$ 242 bilhões, ou 1,9% do pib anual do país (9).

destes Us$ 242 bilhões, 28% representavam danos materiais, 25% perda de produtividade no local de trabalho, 8% perda de produtividade doméstica e o restante representava despesas médicas, despesas com congestionamento do trânsito e outros (9).

em média, cada fatalidade no trânsito acarreta em Us$ 1,4 milhão em custos diretos, dos quais 87% é atribuível à perda de produtividade doméstica e no local de trabalho.

os acidentes automobilísticos nos eUa custaram cerca de 33.000 vidas e resultaram em quase 4.000.000 de lesões em 2010 (9).

Quando os custos intangíveis dos ferimentos no trânsito são considerados também, os custos sociais totais anuais de acidentes automobilísticos nos eUa passa para Us$ 871 bilhões. cerca de 68% é devido à perda da qualidade de vida (por exemplo, dor, sofrimento, lesões incapacitantes) e 32% é devido a perdas econômicas.

consumir bebidas alcoólicas e dirigir (28% do total dos custos sociais, ou Us$ 242,6 bilhões), excesso de velocidade (24% do total dos custos sociais, ou Us$ 210 bilhões) e direção relapsa (15% dos custos sociais totais, ou Us$ 129,5 bilhões) (9).

no traBalHoa organização internacional do trabalho (2014) estima que, em todo o mundo, cerca de 350.000 trabalhadores morrem e mais de 260 milhões são feridos no trabalho a cada ano.

Fonte: Administração Nacional da Segurança no Tráfego em Rodovias. “O peso econômico dos acidentes de trânsito para os empregadores: custos por estado e setor e por uso de álcool e dispositivos de retenção”. Washington, DC. DOT HS 809 682, 2003.

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38 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

os acidentes no trânsito são a principal causa de mortes relacionadas ao trabalho nos eUa, representando

das mortes ocupacionais.

36%

Fonte: Organização internacional do Trabalho. (2014). “Normas Internacionais de Trabalho para a Saúde e a Segurança Ocupacional”. Genebra.

Custo de aCIdentes de trânsIto para os empregadores amerICanos, usd

estimativa de custo anual total para os empregadores americanos

custo médio do empregador por morte no trânsito

custo médio do empregador por ferimentos de trânsito não fatais

custos dos benefícios com-plementares e não complementares

us$ 41,5 bilhões us$ 500.000 us$ 76.000

prêmios de risco dos salários

us$ 18,4 bilhões us$ 3,3 milhões us$ 52.000

custo total us$ 60 bilhões us$ 3,8 milhões us$ 128.000

cerca de 4% do pib anual do mundo é perdido em virtude de doenças e lesões ocupacionais (11).

embora não existam estatísticas globais sobre lesões de trânsito relacionadas ao trabalho, é provável que os acidentes com veículo motorizados contribuam significativamente para prejuízos econômicos do empregador e do funcionário por meio de prêmios de risco do salário, custos médicos, aposentadorias antecipadas e perda de pessoal qualificado (9).

transporte terrestre, mineração, construção pesada e reparo e vendas automotivas têm o maior fardo econômico decorrente de ferimentos no tráfego por funcionário (11).

morrem e outros 353.000 são feridos em acidentes automobilísticos durante o trabalho (10).

ImpaCto soBre os empregadoresa administração nacional da segurança no tráfego em rodovias estimou que os acidentes com veículos motorizados custaram aos empregadores quase Us$ 60 bilhões por ano de 1998 a 2000, inclusive Us$ 41,5 bilhões em benefícios complementares e não complementares e Us$ 18,4 bilhões em prêmios de risco de salários (10).

os empregadores dos eUa arcaram com um custo médio de mais de Us$ 3,8 milhões pela morte de cada funcionário no tráfego (inclusive Us$ 500.000 em benefícios complementares e não complementares e Us$ 3,3 milhões em prêmios de risco de salários) e Us$ 128.000 para cada lesão de trânsito não fatal (inclusive Us$ 76.000 em benefícios complementares e não complementares e Us$ 52.000 em prêmios de risco de salários) (10).

os empregadores nas áreas de agricultura e silvicultura,

cUstos anUais de acidentes no

trânsito para as empresas dos

eUa (Usd)

us$ 9 BIlHõesdireção debilitada

pelo álcool

us$ 6 BIlHõesnão uso de cintos de

segurança/dispositivos de retenção

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 39

Fonte: Administração Nacional da Segurança no Tráfego em Rodovias. (2002). “O peso econômico dos acidentes de trânsito para os empregadores”. Retrieved from: http://www.nhtsa.gov/people/injury/airbags/ EconomicBurden/pages/WhatDoTCCost.html.

os acidentes automobilísticos são a principal causa de mortes relacionadas ao trabalho nos estados Unidos, representando mais de um terço (36%) da mortalidade ocupacional total (9). a cada ano, cerca de 2.100 funcionários americanos

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40 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

plano global da década de açãoDefiniu-se um Plano global da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas para lidar com a crise dos acidente no trânsito, estabelecendo cinco pilares para a ação. Eles foram baseados nas recomendações do Relatório mundial sobre a prevenção de lesões no trânsito e da Comissão Global de Segurança no Trânsito (14,15) (veja a Figura 8 na página 42). O plano urgia os países a atuar em cada um dos cinco pilares dentro de suas próprias estruturas de trabalho, adotando uma abordagem incremental, se necessário.

Os pilares promovem boas práticas nas regiões do mundo. O primeiro pilar, a Gestão da segurança no trânsito, ressalta que os recursos de gerenciamento de âmbito nacional são essenciais para a eficácia das

intervenções do país nos outros quatro pilares (vias mais seguras, veículos mais seguros, mais segurança para usuários e atendimento pós-acidente).

O Plano global da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas visa uma programação baseada em evidências e medição rigorosa; o desempenho da segurança no trânsito dos países é monitorado e avaliado, com um relatório intermediário em 2015 e a revisão final prevista para 2020.

O Plano global da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas também serve como um convite a possíveis parceiros, tais como fundações, empresas e sociedade civil, que estejam dispostos a alinhar suas atividades de segurança no trânsito dentro da estrutura global.

oBJetIvo da déCada de ação pela segurança no trânsIto das nações unIdas, de 2011 a 2020

Figura 5

Fonte: Organização Mundial da Saúde. (2013). “Relatório da situação mundial da segurança no trânsito de 2013: apoio à Década de Ação”.

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40 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

10,3europa

16,1 américas

18,5 Ásia

21,3 oriente médio

e África

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 41

mortes no trânsIto por nível de renda do país, 2013Figura 6

mortes para Cada 100.000 HaBItantes:

18,3em países de baixa renda

20,1em países de média renda

8,7em países de

alta renda

Fonte: Organização Mundial da Saúde. (2013). “Relatório da situação mundial da segurança no trânsito de 2013: apoio à Década de Ação”.

mortes por Cada 100.000 HaBItantes por regIão geográFICa, 2013Figura 7

Fonte: Organização Mundial da Saúde. (2013). “Relatório da situação mundial da segurança no trânsito de 2013: apoio à Década de Ação”.

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meio caminho percorrido

na década de açãoEm abril de 2014, quando o mundo chegou à metade da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas, a Assembleia Geral das Nações Unidas revisou sua resolução. Ela registrou avanços, mas ecoou uma forte advertência emitida pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, um ano antes da necessidade de mais investimento e atenção para alcançar os objetivos da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas.

A Assembleia Geral das Nações Unidas identificou avanços em áreas como a coordenação global e regional e iniciativas regulamentares, elaboração de planos de segurança no trânsito nacional e regional e metas, defesa de causa no nível regional, mais financiamento de bancos de desenvolvimento, mais leis nacionais regendo os comportamentos perigosos e outras áreas.

Mas ela também evidenciou preocupações importantes:

› Os níveis de acidentes, mortes e lesões permanecem inaceitavelmente elevados

› Os pedestres, ciclistas, motociclistas e seus passageiros representam metade das mortes no

trânsito, mas pouco foi feito nesse sentido em termos relativos

› Infraestrutura rodoviária inadequada é a regra geral em muitos países

› Em 2013, apenas 7% das pessoas do mundo estavam protegidas por legislação adequada abordando os cinco comportamentos arriscados mais importantes no trânsito

› Os países carecem de gestão da segurança no trânsito e capacidade técnica

› Os fundos para a segurança no trânsito, de todas as fontes, ainda são muito insuficientes

› A causa da mobilidade segura tem atraído algumas colaborações plurissetoriais relevantes, parcerias público-privadas ou mecanismos de financiamento

› A segurança no trânsito deve ser integrada ao planejamento de transporte sustentável

Fazendo avançosA avaliação do avanço nas metas da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas é dificultada pela falta de dados precisos e comparáveis de segurança no trânsito de muitos países de baixa e média renda (veja “Conhecer o problema” na página 46).

42 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

os CInCo pIlares da déCada de ação pela segurança no trânsItoFigura 8

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 43

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Foto

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A Carga Global das Doenças para 2010 estima que o número de mortes no trânsito é mais que o dobro do número que a Índia registra, quatro vezes o que China apresenta e mais de seis vezes o que é relatado em partes da África (17). Enormes discrepâncias como estas afetam o planejamento.

Uma avaliação oficial dos avanços desde a resolução de 2010 da Assembleia Geral das Nações Unidas aconteceu na Segunda Conferência Global de Alto Nível sobre a Segurança no Trânsito realizada em Brasília, em novembro de 2015. A reunião ministerial instou por um aumento substancial e de longo prazo de iniciativas, financiamento e assistência técnica, bem como mais parcerias público-privadas para a segurança no trânsito, esta última refletindo o crescimento de grupos como a TSR.

avaliação dos avanços globaisDiversas análises sugerem que três tipos de intervenção são responsáveis pela maior parte dos avanços realizados pelos países com melhor desempenho:leis e aplicação da dissuasão geral que visam o excesso de velocidade, o uso de álcool, a não utilização de cintos de segurança, capacetes ou dispositivos de retenção para crianças, a engenharia

44 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

de segurança no trânsito e melhorias de segurança nos veículos (veja a Figura 9 na página 44).

Estas atividades só são bem-sucedidas, no entanto, quando o país dispõe de pessoal técnico e gerencial capaz de efetivamente planejar, gerenciar e avaliar estas atividades. Isso requer o estabelecimento de instituições de segurança no trânsito países de baixa e média renda, acelerar a criação e a transferência de conhecimento, ampliar os investimentos no país e reforçar a cooperação e o financiamento internacionais (18). Quando os países tiverem as capacidades necessárias, o progresso dependerá de outros fatores.

A Suécia, o Reino Unido e os Países Baixos, intitulados os países “SUNFlower”, são três países de “boas práticas” de desempenho na segurança no trânsito (veja a Figura 9 na página 44).

Desempenho semelhante foi confirmado em outros lugares. A aplicação de limites de velocidade, a engenharia de segurança do trânsito e as normas de segurança para veículos leves foram consideradas como os maiores fatores redutores dos custos sociais dos acidentes de trânsito na Nova Zelândia ao definir metas de desempenho de 2000 a 2010, respondendo por até 24%, 20% e 16% das melhorias de previsão, respectivamente. Outras 14 intervenções foram estimadas como tendo um impacto menor (20).

Figura 9 desempenHo da segurança no trânsIto nos países sunFloWer* vidas salvas, 1980-2000

Intervençãopercentual estimado de fatalidades evitadas totais

suéCIa reIno unIdo países BaIxos

segurança veicular, cintos de segurança, consumir bebidas alcoólicas e dirigir 48% 54% 46%

engenharia de trânsito local 4% 10% 5%

outras medidas relacionadas aos usuários do trânsito vulneráveis (por exemplo, tratamento da infraestrutura residencial e redução dos limites de velocidade nas áreas urbanas)

38% 29% 31%

outras medidas para os ocupantes dos automóveis 10% 7% 18%

total 100% 100% 100%

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 45

*Suécia, Reino Unido e Países Baixos

Fonte: Wegman, F., Lynam, G. D. e Nilsson, “SUNflower: um estudo comparativo sobre a evolução da segurança no trânsito da Suécia, do Reino Unido e dos Países Baixos”. https://www.researchgate.net/publication/228909541_SUNflower_A_Comparative_Study_of_the_Development_of_Road_Safety_in_Sweden_the_United_Kingdom_and_The_Netherlands.

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No Reino Unido, onde se objetivava reduzir em cerca

de 25% as mortes e os ferimentos graves de 2000 a 2010, estimou-se que os maiores benefícios vieram das melhorias de segurança nos veículos (cerca de 40%), da engenharia de segurança do trânsito (cerca de 36%) e de medidas destinadas à redução da velocidade (cerca de 24%). Estimou-se que outras nove intervenções produziram contribuições menores, mas significativas (21).

Uma análise na Noruega também concluiu que as melhores oportunidades de redução de mortes e ferimentos veio da ampliação da aplicação da lei na segurança no trânsito, principalmente quando combinada com a redução dos limites de velocidade, melhorias de segurança nos veículos e melhor concepção, construção e equipamentos das vias (22).

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para personalizar soluções de segurança, criar metas de desempenho exigentes, mas factíveis, e medir os resultados, é necessário ter mais dados e que estes sejam confiáveis. Isto inclui:

› dados de exposição, como o número de veículos na população e quilometragem percorrida por veículo

› indicadores de desempenho da segurança, inclusive a velocidade média de direção, prevalência de embriaguez ao volante, uso de cintos de segurança, capacetes e dispositivos de retenção para crianças, nível de proteção das vias e dos veículos e disponibilidade de assistência médica

› indicadores econômicos e de saúde, como níveis de renda e condições de saúde

› informações sobre o custo e a eficácia das intervenções de segurança rodoviária

› dados sobre as novas soluções e tecnologias da informação e de comunicação (2,3,4,5)

as lacunas de dados também tornam a compreensão das tendências globais algo desafiador. Dados de países

ConHeCer o proBlema

comparáveis são raros, devido a discrepâncias entre os sistemas de transporte e de dados de segurança no trânsito de todo o mundo. o relatório de status global da organização mundial da saúde relacionado à segurança no trânsito continua sendo a única fonte de informação. Mas é insuficiente para se obter uma análise completa. (6)

necessariamente onde estão os problemas.

a boa notícia é que há um crescente interesse em coletar dados de desempenho comparáveis da segurança no trânsito em nível mundial. esses dados incluiriam mortes e ferimentos, bem como as alterações nas medidas intermediárias, tais como o comportamento dos usuários do trânsito ou o nível de segurança das vias e dos veículos.

isso poderia permitir a avaliação comparativa dos países com base em indicadores padronizados e o compartilhamento de boas práticas. além disso, poderia ajudar os países a identificar e tratar com mais eficácia os problemas de um acidente no trânsito em locais específicos.

dados de segurança no trânsito de alta qualidade também podem ser úteis para as empresas, já que buscam melhorar o próprio desempenho de segurança. isso poderia embasar a tomada de decisões de investimento local, contribuir para o sucesso das campanhas de segurança no trânsito ao consumidor realizadas pela empresa e ajudar a otimizar a precificação dos seguros com base em dados sobre mobilidade e comportamento dos motoristas.

dados mais precisos também podem estimular a concorrência e motivar todos os envolvidos na segurança do trânsito.

salvar vidas e reduzir ferimentos nas vias do mundo depende de conhecer as causas e condições que caracterizam os acidentes.

no entanto, há escassez de dados de segurança no trânsito.

na segurança no trânsito, muitas vezes não temos os dados de que precisamos, e às vezes os que temos não são significativos. Portanto, podemos ver onde estão os dados, mas não

os agentes de polícia que investigam um acidente de trânsito são uma figura familiar em todo o mundo. mas seus relatórios raramente incluem todos as informações de que os gestores do governo precisam para reduzir as colisões no trânsito.

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Horizonte tecnológico

Não se pode ter segurança no trânsito completa sem perceber o impacto das tecnologias emergentes de informação e comunicação veicular. A comunicação entre veículos, dos veículos com a infraestrutura e dos veículos com os usuários vulneráveis do trânsito pode possibilitar identificar e impedir comportamentos arriscados no trânsito, driblar erros do motorista, ajudar a incentivar a adoção de um comportamento mais seguro e reduzir o potencial e gravidade dos acidentes (veja “Mobilidade do século XXI” na página 53).

A compreensão de como essas novas ferramentas podem ser integradas aos sistemas existentes e como afetarão a segurança exigirá trabalho experimental expressivo (24).

as novas tecnologias podem ser capazes de punir o comportamento arriscado, driblar os erros do motorista e incentivar um comportamento mais seguro no trânsito.

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 47

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um sistema seguro

Embora estes estudos não sejam comparáveis, todos eles destacam o valor da abordagem de um sistema seguro (veja a Figura 10 na página 48), o que ressalta a importância de alinhar os limites de velocidade e comportamentos do usuário do trânsito às qualidades de proteção de vias e veículos.

A abordagem de um sistema seguro também reconhece que, embora as medidas citadas prestem a máxima

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adICIonarFoto aquI

contribuição para a redução de lesões graves e mortes no trânsito, elas não funcionam isoladamente.

Integrantes delas são os programas de licenciamento graduado para motoristas jovens e inexperientes, intensas campanhas de marketing social que favoreçam a punição com base na dissuasão, sistemas de avaliação de veículos e da segurança do trânsito, tais como os Programas de avaliação do automóvel novo (NCAP) e o Programa Internacional de Avaliação do Trânsito (iRAP) e bom acesso aos primeiros socorros, assistência de alta qualidade e reabilitação (23).

o que é um sIstema seguro?Figura 10

Fonte: Governo da Austrália Meridional. (2011). “Em direção ao zero juntos: estratégia de segurança no trânsito da Austrália Meridional”. http://www.towardszerotogether.sa.gov.au/__data/assets/pdf_file/0020/82163/South_Australias_Road_Safety_Strategy_to_2020.pdf.

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situação das ações apoiadas nos cinco pilares

Conforme observado acima, o Plano global da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas estabelece um roteiro para reduzir lesões e mortes no trânsito. A seguir apresentamos uma avaliação resumida dos avanços em cada um dos cinco pilares: Gestão da segurança no trânsito, Mobilidade e rodovias mais seguras, Veículos mais seguros, Mais segurança aos usuários do trânsito e Assistência pós-acidente.

pilar Um gestão da segurança no trânsitoPara oferecer programas de segurança no trânsito que obtenham sucesso na redução de acidentes, mortes e ferimentos, os países devem contar com pessoal e sistemas técnicos e gerenciais, assim como o compromisso com a liderança, financiamento adequado, objetivos definidos, estratégias e planos e gestão de dados robustos.

poucos países de baixa e média renda têm uma estratégia nacional de segurança no trânsito com pleno financiamento.

Nos países de alta renda, ela geralmente existe, e as mortes e lesões em geral são relativamente baixas em virtude do aprimoramento contínuo do desempenho. Cada vez mais nestes países, a abordagem de um sistema de segurança impulsiona a ação. O objetivo é reduzir a zero o número de mortes e leões decorrentes de acidentes de trânsito, definir que as vias sejam projetadas para que as pessoas fiquem protegidas contra a forças letais dos acidentes e procurar garantir que a segurança não seja comprometida por benefícios ambientais ou outros (veja a Figura 10 na página 48).

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 49

novos desaFIosdeve-se alcançar mais segurança na mobilidade dentro de um panorama dinâmico: há novos desafios à vista:

› os habitantes dos países em desenvolvimento podem carecer de habilidades de direção ou não ter conhecimento do comportamento adequado no trânsito com a aceleração da motorização, enquanto pode não haver sistemas de segurança.

› a crescente diversidade cultural em todos os lugares, o que aumenta a complexidade da mudança do comportamento

› automação de veículos e sistemas de trânsito. como os humanos reagirão? como os sistemas automatizados e não automatizados coexistirão? as habilidades de direção serão perdidas em caso de emergência?

› mudar as políticas públicas de apoio ao ciclismo e à caminhada, embora as vias possam continuar perigosas; mudar os padrões de mobilidade

› envelhecimento das populações em alguns países, mais pessoas fazendo uso de medicamentos ou com doenças que interferem na direção, as pessoas mais velhas tendem a ser mais frágeis e sofrer as lesões mais graves nos acidentes

› mulheres que adotam comportamentos perigosos no trânsito com mais frequência do que os homens

› a proliferação das tecnologias, que continuam ocupando parte da mente mesmo ao volante

› surgimento de novos conhecimentos sobre personalidades em situação de risco que requerem intervenções comportamentais específicas

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Nos países de renda baixa e média-baixa, os avanços

na capacitação da gestão de segurança no trânsito são lentos e apenas alguns países têm uma estratégia nacional com pleno financiamento (1).

capacitação

Diversos esforços visam melhorar este cenário.

A Iniciativa de segurança no trânsito do Banco Multilateral de Desenvolvimento (MDB) pretende reforçar a capacidade, melhorar a coleta de dados e as medidas de desempenho e mobilizar recursos para a segurança rodoviária (25).

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Fórum Internacional dos Transportes (ITF) visam permitir que os países de maior renda transfiram o conhecimento sobre gestão e coleta de dados de segurança rodoviária para os países de baixa e média renda (27).

A Organização Internacional de Policiamento do Trânsito (RoadPOL) visa melhorar a governança e a eficácia da fiscalização da segurança rodoviária nos países de baixa e média renda por meio do envolvimento e da relação de líderes da polícia com seus homólogos nos países de alta renda (28).

Uma nova ferramenta de gestão, a ISO 39001, visa permitir que as organizações públicas ou privadas reforcem sua capacidade de gestão de segurança rodoviária e contribuam para a melhoria do desempenho nacional (26).

Estas animadoras iniciativas exigem a ampliação dos recursos e do apoio.

Financiamento

Programas eficazes requerem financiamento adequado e contínuo. Muitas vezes, os países, na tentativa de conciliar várias prioridades, financiam insuficientemente a segurança rodoviária, concentrando-se estritamente no financiamento no âmbito da autoridade do trânsito. Mas as áreas de policiamento, saúde, educação, planejamento urbano, trabalho e outras são parceiros importantes na segurança: cada qual exige orçamentos suficientes para uma ação efetiva.

Os governos poderiam aumentar a arrecadação de impostos, com taxas de utilização de vias provenientes do treinamento e licenciamento de motoristas, de inspeções e licenciamentos autônomos, do licenciamento de operador de veículo pesado ou receitas de multas de trânsito.

Eles poderiam adicionar taxas de segurança rodoviária aos prêmios de seguros ou ao preço do combustível, juntamente com taxas especiais sobre o consumo e impostos sobre os combustíveis. Alguns países, como a Nova Zelândia, instituíram fundos rodoviários que priorizam os gastos com segurança.

pilar dois mobilidade e rodovias mais segurasO Pilar dois requer que os países aprimorem a segurança das redes rodoviárias por meio da avaliação de vias e da correção de condições de perigo, e pelo planejamento, concepção, construção e operação do trânsito considerando a segurança. Isso estimula os países a destinar pelo menos 10% dos orçamentos de transporte à melhoria da infraestrutura de segurança (28).

Em todo o mundo, os avanços têm sido lentos, já que a reformulação de infraestruturas de trânsito é cara e a capacidade de gestão da segurança no trânsito e a adequação do usuário podem ser limitadas.

No entanto, nos países de alta renda, sobretudo na Suécia e nos Países Baixos, melhorias de segurança em redes rodoviárias estão promovendo perceptíveis reduções de acidentes, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e a melhoria da eficiência do transporte. Ferramentas de avaliação de segurança que evidenciam quão bem seções de trânsito protegem os usuários de morte ou lesões graves estão começando a ser adotadas em outros países de referência da Europa, nos EUA e na Austrália. As abordagens com sistemas seguros para melhorar a infraestrutura rodoviária estão começando a ser adotadas na Austrália também.

Inovações na gestão da rede estão abrindo a possibilidade de sistemas de transporte conectados, o que permitirá que veículos cooperem, recebam atribuição de rotas e tomem as próprias decisões de forma eficiente.

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Os países com as melhores práticas da Europa também estão progredindo no alinhamento dos limites de velocidade com os recursos de segurança do trânsito, as frotas de veículos e o comportamento dos usuários. Contudo, os países de alta renda precisam fazer mais neste âmbito.

Vias com baixa classificação

Nos países de baixa e média renda, a segurança das rodovias é muitas vezes ruim, contribuindo significativamente para mortes, sobretudo de pedestres, ciclistas, motociclistas e seus passageiros. Tornar as estradas mais seguras para estes usuários é um fator crítico.

Mais de metade das rodovias dos países de baixa e média renda avaliadas pelo Programa Internacional de Avaliação do Trânsito (iRAP) receberam uma ou duas estrelas em uma escala de cinco (31). Estima-se que, para cada aumento na classificação por estrelas, o custo de um acidente é reduzido pela metade (31). As ferramentas iRAP podem ajudar estes países a avaliar investimentos no trânsito.

infraestrutura mais segura

Os princípios de concepção do sistema de segurança são bastante promissores na redução de mortes e ferimentos e exigem que:

› Os países tenham uma hierarquia funcional de vias, projetada para diferentes níveis de tráfego e velocidade

› O tráfego em todas as vias seja homogêneo em termos de massa, velocidade e sentido, ou vias separadas sejam criadas para diferentes tipos de tráfego

› A concepção de vias seja contínua e coerente para que o comportamento do usuário seja mais previsível

› As vias tenham recursos para proteger as pessoas em um acidente (29)

O Pilar Dois também recomenda que os países alinhem estas prioridades de segurança a seus objetivos de saúde, energia e desenvolvimento sustentável. Modos de transporte acessíveis, possíveis, seguros e sonoros, do ponto de vista ambiental, podem melhorar a segurança rodoviária, bem como aumentar a igualdade social, a saúde e a vida nas cidades.

países Com leIs de melHores prátICasa aBordagem dos prInCIpaIs rIsCos ComportamentaIs dos aCIdentes de trânsIto

Figura 11

Fonte: Organização Mundial da Saúde. (2015). “Relatório da situação mundial da segurança no trânsito de 2015”.

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pilar três veículos mais segurosO Pilar três centra-se na segurança veicular. Nas nações desenvolvidas, a segurança veicular é muito avançada, mas o progresso é defasado em muitos países em desenvolvimento.

Nos Estados Unidos, nos últimos 50 anos, estima-se que a adoção de tecnologias de aumento da segurança nos veículos regulada pelo governo, tais como cintos de segurança, airbags, cadeiras de segurança para crianças, luzes de freio montadas, controle eletrônico de estabilidade e outros, salvou mais de 600.000 vidas (33).

as tecnologias de aumento da segurança salvaram 600.000 vidas nos eUa (33)

Além disso, a evolução dos recursos de segurança do motorista e dos passageiros no automóvel e a implantação do controle eletrônico de estabilidade ajudaram a impedir cerca de 8.000 mortes de adultos na Europa de 2001 a 2008 (34).

Nos países desenvolvidos, tecnologias de segurança estão sendo adotadas rapidamente devido à expansão dos testes de segurança veicular ao consumidor por organizações como o Institute for Highway Safety (Instituto para a Segurança de Rodovias) nos Estados Unidos, a EuroNCAP na Europa e o GNCAP.

Estes grupos têm maior conscientização pública dos recursos de segurança do automóvel e criaram um mercado para a segurança que incentiva os compradores de automóveis a escolher produtos mais seguros.

Os programas NCAP também estão presentes na China, no Japão, na Coreia, na América Latina, na Austrália, na Nova Zelândia e no sudeste asiático, e as normas de segurança melhoraram de forma mensurável. Um carro de “três estrelas” hoje é mais ou menos equivalente a um veículo de “cinco estrelas” de alguns anos atrás.

recursos de segurança

Os recursos de segurança do automóvel estão evoluindo rapidamente nos países desenvolvidos. Cintos de segurança e outros dispositivos de retenção

em breve poderão ser ajustados automaticamente para o ocupante e o acidente específicos, protegendo com mais eficácia uma população em processo de envelhecimento cada vez mais heterogênea (36).

Os assistentes de frenagem, controles de tração e controles eletrônicos de estabilidade, que podem ajudar a evitar acidentes ou minimizar seus efeitos, estão se tornando padrão nos veículos mais recentes. Os sistemas de atenuação/prevenção/advertência de colisão e os pilotos automáticos adaptativos avançados estão presentes nos modelos mais modernos (veja “Mobilidade do século XXI” na página 53).

Nos países em desenvolvimento, essas inovações são extremamente raras, e automóveis com “zero estrelas” ou “uma estrela” sem muitos dos recursos básicos de segurança são comuns.

O GNCAP está trabalhando para resolver isto. O seu programa Carros mais seguros para a Índia deve elevar o conhecimento das classificações de segurança em um país em que alguns dos carros mais vendidos permanecem como veículos com “zero estrelas” que apresentam um elevado risco de morte ou lesão em um acidente (35).

Em todo o mundo, mas principalmente nos países em desenvolvimento, os usuários vulneráveis, como os pedestres, representam mais da metade das mortes em acidentes no trânsito, mas ainda assim há poucos recursos de segurança no veículo projetados para protegê-los. Há avanços, mas há mais a se fazer.

pilar QUatro mais segurança para os usuários do trânsitoO Pilar quatro visa desenvolver o modo como as pessoas — motoristas, pedestres, motociclistas ou outros — se comportam nas estradas. Ele inclui a prevenção, a instrução, o treinamento, as leis e sua aplicação e a reabilitação pós-violação.

A mobilização da população faz mais do que influenciar o modo como as pessoas dirigem. Ajuda a tornar o comportamento mais seguro no trânsito algo mais aceitável e facilita o apoio da população às medidas de segurança no trânsito.

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a mobilidade no século XX apresentou veículos, vias e motoristas, cada um isoladamente, com sua própria pesquisa e desenvolvimento, normas, políticas e abordagens. Hoje, uma enxurrada de informações flui sem esforço entre eles, e os veículos, motoristas e vias estão se conectando de novas maneiras que podem ser maravilhosas, mas também desafiadoras.

Qual será o impacto desta revolução da tecnologia na segurança do trânsito, chegando dessa forma, em meio ao grande crescimento populacional, ao rápido desenvolvimento econômico, a estilos de vida cada vez mais móveis e a saltos de urbanização? a mobilidade do século XXi pode quebrar barreiras em direção ao avanço da segurança no trânsito? E quais desafios se apresentarão?

mudança revoluCIonárIao poder dos dispositivos de comunicação pessoal, da internet e do grande volume de dados (big data) força mudanças revolucionárias em setores tradicionais como o de fabricação de automóveis.

a conectividade e a automação abrem precedentes para carros que não colidem e operam perfeitamente. por exemplo, veículos sem motorista e compartilhados podem melhorar drasticamente a segurança em áreas urbanas.

e os benefícios para o consumidor vão além da segurança. menos congestionamentos, menos impactos ambientais e maior comodidade para os usuários do trânsito são outras vantagens à vista.

entretanto, durante o período de transição, quando veículos com

diferentes níveis de automação operarem lado a lado com veículos convencionais, haverá novos desafios de segurança.

o que acontece quando um “motorista” inativo precisar assumir o controle manual de um veículo com rapidez? como os motoristas de veículos convencionais se comportarão na presença de veículos automatizados? além disso, o sistema de segurança deve ter proteção em uma era dos hackers.

exemplo, podem precisar designar pistas especiais das vias para veículos automatizados.

entidades públicas e privadas devem trabalhar juntas em ações coordenadas e compatíveis. parece inevitável que os líderes do setor firmarão novas parcerias e criarão serviços de mobilidade totalmente novos. por exemplo, uma empresa de pagamento eletrônico pode estabelecer parceria com um fornecedor automotivo para prestar um serviço de estacionamento automatizado. ou uma empresa de dispositivos pessoais pode estabelecer uma parceria com um fornecedor automotivo para um aplicativo de segurança para pedestres, que pode ser comercializado por uma cidade em benefício de sua população de estudantes.

BeneFíCIos da segurançaa mobilidade do século XXi promete horizontes sem precedentes para o setor privado, bem como benefícios de segurança para as pessoas. embora, a princípio, os benefícios possam ser compartilhados de forma desigual no mundo, eles serão compartilhados.

o setor público é estimulado pela escala de possíveis avanços na segurança, e deve desempenhar seu papel para implementar plataformas tecnológicas nacionais padronizadas, facilitar as iniciativas locais e desenvolver o sistema de segurança.

as empresas podem estimular os avanços estabelecendo parcerias com o governo em estudos de pesquisa de campo que esclareçam como essas tecnologias impactarão a segurança e como melhor integrá-las às redes existentes.

mobilidade do século XXi

desaFIos da transIçãonovas tecnologias automatizadas são, em parte, consequência natural dos avançados sistemas de segurança de assistência ao motorista atuais. neste aspecto, a automação não precisa ser vista como uma nova fronteira para a política de segurança. A comunicação sem fio imprescindível para a segurança (entre veículos e de veículo para infraestrutura) é passível de procedimentos de política de segurança estabelecidos.

mesmo assim, os veículos conectados e automatizados diferem dos tradicionais: eles implicam uma forte noção de lugar e parceria, exigindo comunicação com base em infraestrutura e infraestrutura dedicada. as autoridades de transporte, por

o que os automóveis sem motorista representarão para a segurança no trânsito?

Um motorista InatIvo poderá assumir o Controle emergenCIal de um veíCulo automatIzado?

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Os cinco principais fatores de risco de acidentes no trânsito são bem conhecidos e afetam a maioria dos países, sejam eles de alta, média ou baixa renda: Outros fatores que afetam a segurança rodoviária incluem a distração, o uso de drogas lícitas ou ilícitas, o cansaço, o estresse/agressividade, a incompreensão de situações de trânsito e a subestimativa da dificuldade de direção. Há menos dados sobre o impacto da maioria desses fatores de risco. Além disso, algumas doenças e males do envelhecimento estão associados a um maior risco de acidentes (37,38). Por fim, os jovens apresentam maior risco de acidentes de trânsito.

O comportamento no tráfego é difícil de modificar e melhorias geralmente levam tempo para produzirem efeito (39,40). No entanto, há literatura suficiente sobre as boas práticas na conscientização acerca da segurança rodoviária, no treinamento de motoristas, nas campanhas midiáticas, nos regulamentos e nos assuntos relacionados.

mudança de atitudes

A educação sobre as regras de trânsito e o desenvolvimento das habilidades de direção devem ser complementadas com o reforço de atitudes saudáveis em relação ao risco, à segurança pessoal e de terceiros e o aprimoramento do conhecimento dos condutores sobre suas próprias capacidades de direção.

Como os homens representam de 70 a 80% das mortes no trânsito global, os programas devem procurar atenuar o poder dos estereótipos psicológicos de sexo que ligam a “masculinidade” à condução agressiva, ao consumo de bebidas e a outros comportamentos perigosos.

Os programas com o objetivo de mudar o comportamento devem ser calcados em uma compreensão de como a cultura, o ambiente social e o contexto determinam o que é considerado aceitável em diferentes cenários. As intervenções funcionam na medida que fazem sentido no cenário em questão.

é importante reforçar as atitudes saudáveis em relação aos riscos, à segurança pessoal e de terceiros.

Boas práticas existem em toda a extensão de programas de educação de segurança rodoviária, tais como os com base nos pais, entre pares, de vivência e de abordagens das normas sociais, mas programas que visam melhorar o comportamento do usuário no trânsito nem sempre refletem as boas práticas, assim como não são rigorosamente avaliados. Há uma necessidade urgente de avaliação mais rigorosa dos programas de treinamento e capacitação existentes.

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Além das amplas abordagens mencionadas acima, deve-se atribuir foco na educação e em influenciar pessoas em situações de risco muito elevado de acidentes devido aos padrões de excesso de velocidade, acidentes passados, vícios, traços de personalidade e assim por diante.

Deve haver, também, programas com mais foco nos motoristas jovens e inexperientes e usuários vulneráveis do trânsito devido ao maior risco inerente a eles.

Leis e fiscalização

A educação deve ser complementada pelas leis e sua aplicação. Muitos países, sobretudo os de baixa e média renda, carecem de leis que abordem todos os cinco mais importantes fatores de risco para acidentes de trânsito:excesso de velocidade, embriaguez ao volante e não utilização de cintos de segurança, dispositivos de retenção para criança ou capacetes de moto. Ademais, são poucos os países que têm leis contra direção relapsa ou cansaço ao volante entre os motoristas não comerciais.

Como observado anteriormente, em locais em que as leis de segurança no trânsito vigoram, a aplicação da dissuasão geral, juntamente com o marketing social, pode reduzir acidentes de trânsito, mortes e ferimentos de forma substancial. Verificações de velocidade e de uso do cinto de segurança, testes de bafômetro aleatórios e sistemas de pontos de penalidade são algumas abordagens adicionais eficazes. O papel e a eficácia das mídias sociais também devem ser considerados.

A fiscalização funciona na medida que é provável, rápida, relativamente severa e percebida como igualitária (39). No entanto, em muitos países, a fiscalização adequada é rara, já que a polícia tem, em muitos casos, uma extrema falta de treinamento e recursos.

pilar cinco assistência pós-acidenteO Pilar cinco aborda melhorias no atendimento de pessoas feridas em um acidente no trânsito.

Pelo mundo afora, há evidentes disparidades no nível de assistência médica e no transporte médico

emergencial disponíveis para vítimas de um acidente de trânsito. Muitas deficiências persistem para a concretização do Pilar cinco.

Em grande parte dos países em desenvolvimento, a falta de assistência médica e transporte emergencial contribuem sobremaneira para o aumento de mortes e lesões incapacitantes. Os acidentes relacionados ao trânsito são um componente relevante no total de mortes, mas não existem dados globais precisos.

Estima-se que mais de 2 milhões de vidas poderiam ser salvas todos os anos, se as mortes por lesões de todos os tipos (não apenas nos acidentes em tráfego rodoviário) fossem reduzidas nos países de baixa e média renda para as taxas verificadas nos países de alta renda (36,41).

A assistência pós-acidente nos países em desenvolvimento para todas as lesões é dificultada pela falta de recursos e infraestrutura de atendimento pré-hospitalar ou hospitalar, já que os recursos da saúde pública tradicionalmente são direcionados à prevenção de doenças.

No entanto, muitos problemas de saúde, tais como lesões, estão em taxas epidêmicas e requerem tratamento imediato (42). Além disso, os primeiros socorros muitas vezes são um ponto de entrada para o sistema de saúde (43,44).

mais de 2 milhões de vidas poderiam ser salvas anualmente se as taxas de mortalidade por lesões nos países de baixa e média renda fossem reduzidas às taxas vistas nos países de alta renda.

A experiência recente sugere que os primeiros socorros podem, em termos financeiros, ser estabelecidos nos países em desenvolvimento e são muito utilizados pela população (45).

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Além disso, melhorar a qualidade do trânsito ajudará a garantir que as vítimas de acidentes possam ser transportadas para um hospital em tempo hábil.

assistência pré-hospitalar e hospitalar

Ainda que recursos escassos limitem o desenvolvimento de centros de cuidados terciários adequados em muitos países de baixa renda, vidas poderiam ser salvas com melhor atendimento pré-hospitalar, ou seja, cuidados prestados por agentes comunitários treinados antes da admissão de uma pessoa ferida a uma sala de pronto socorro. Muitos programas de países de baixa e média renda demonstraram que todos os alunos com pouca educação formal podem aprender com sucesso a ser socorristas competentes (45).

A assistência pré-hospitalar é um primeiro passo. Para lesões no trânsito, que muitas vezes resultam em traumas fatais, hospitais com recursos e equipe adequados são essenciais. As orientações hospitalares e ambulatoriais para serviços de reabilitação e cuidados com o trauma podem ajudar (45,46).

Quando se trata de países desenvolvidos com sistemas hospitalares e pré-hospitalares bem estabelecidos, o próximo passo mais importante para reduzir as mortes e lesões incapacitantes graves entre vítimas de acidente é a melhoria da coordenação entre oferta de assistência e aprimoramento da certificação da qualidade. A maior coordenação de assistência é, naturalmente, importante também nos países em desenvolvimento.

Os avanços na tecnologia veicular e de telecomunicações possibilitam prever com precisão quais ocupantes estão expostos a ferimentos graves em um acidente, permitindo a rápida notificação de provedores de assistência pré-hospitalar e de transporte imediato dos feridos para o nível adequado de cuidados hospitalares, se houver vias adequadas disponíveis (49, 50). Tais avanços podem ser benéficos em países de todos os níveis econômicos.

Considerações finais sobre o progresso em direção ao objetivo da década de açãoA proclamação de 2011-2020 como a Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas foi uma iniciativa ousada e corajosa da Assembleia Geral das Nações Unidas. Ela deu início às iniciativas de segurança em todo o globo.

Embora o progresso seja desigual entre os países, há avanços. O setor privado pode ajudar a atingir os objetivos da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas em colaboração com o governo, a sociedade civil e organizações multilaterais.

em amplas colaborações intersetoriais que impulsionam projetos demonstrativos, como operadores de frotas de veículos globais que percorrem o mundo e como setores específicos com recursos, oportunidades e obrigações exclusivos relacionados à segurança no trânsito.

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Como o setor prIvado pode promover a segurança no trânsIto

nas últimas duas décadas, a globalização resultou em corporações cujo valor econômico excede o de muitos países e, já que a magnitude não gera responsabilidade, aponta para o motivo de as empresas serem cada vez mais cobradas no sentido de exercer papel maior no tratamento dos problemas mundiais.

Embora o governo tenha a responsabilidade primordial de proporcionar um trânsito seguro, os desafios de desenvolvimento e igualdade exigem que todos os segmentos da sociedade se mobilizem e contribuam, inclusive o setor privado. As empresas têm muito a ganhar com o aumento da segurança no trânsito; ele ajuda as empresas a cumprir seu dever de assistência aos funcionários e minimizar os perigos relacionados à frota para a comunidade em geral.

Vias mais seguras também beneficiam as empresas por meio da melhoria da segurança e da saúde dos funcionários, da proteção de ativos, da redução de perdas na produtividade e dos custos de saúde e no aumento da eficiência e da eficácia das cadeias de suprimento.

Os acidentes no trânsito têm enormes implicações financeiras, jurídicas, sociais e de reputação para as empresas.

Em vez de trabalhar de forma isolada, as empresas podem exercer impacto mais relevante se colaborarem com o governo e a sociedade civil. Os programas são

mais sustentáveis e podem ser reforçados por meio de outras intervenções.

Muitas vezes supõe-se que o principal valor que as empresas podem empregar neste trabalho são os recursos financeiros. No entanto, a capacidade de inovar e as competências — o conhecimento, as redes de contatos, os dados e a abrangência das empresas — podem ser tão relevantes quanto doações e, quando combinados de maneiras criativas, pode-se obter retornos ainda maiores para a sociedade e a empresa.

as empresas fornecem inovação, conhecimento, redes, dados e abrangência, assim como recursos financeiros.

As entidades públicas devem considerar uma ampla gama de instituições do setor privado como possíveis aliados na segurança no trânsito e, em troca, a empresa deve explorar tanto seu núcleo de inovação quanto o mais profundo compromisso social para se empenhar em favor do interesse público. Um trânsito mais seguro é um objetivo comum de povos, comunidades, países e empresas.

Como o setor prIvado pode melHorar a segurança no trânsIto

› colaborações intersetoriais amplas com o setor público

› operações de frota de excelência

› oportunidades únicas para setores empresariais específicos

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por meio de uma parceria com o banco mundial, o governo nacional do Quênia e inúmeras outras empresas do setor privado atuantes na região, o total group ajudou na criação da iniciativa do corredor de segurança do trânsito na África (arsci).

reduzir mortes nas rotas comerciais centrais e norte da região que ligam cidades como mombasa, nairobi e Kampala e formam a espinha dorsal econômica da África central.

lançada em 2011, a arsci, operando com o nome de “safe Way, right Way” (o modo seguro é o modo correto) gerou uma série de programas e atividades integrados, todos contribuindo para o objetivo. estes incluem:

› recuperação de trechos particularmente perigosos das vias

› treinamento para motoristas comerciais, apoiado pela agência dos eUa para o desenvolvimento internacional

› campanhas de instrução sobre álcool e velocidade em conjunto com as autoridades de aplicação da lei

› instrução de segurança no trânsito nas escolas, uma vez que crianças de 5 a 14 anos de idade correm o maior risco de morte por acidentes na região

› conscientização da direção segura difundida pelos

parceiros dos meios de comunicação e um recém-formado Fundo nacional de segurança no trânsito

› Um estatuto de autorregulação que as empresas utilizam para orientar os programas internos de segurança no trânsito

› melhorias na política do governo na concepção e financiamento de vias, normas para veículos, licenciamento de motoristas, limites de velocidade e usuários de veículos de duas rodas

› melhor sinalização das vias

› a doação de equipamentos de assistência ao trauma para hospitais

a colaboração também resultou em um acordo em que 10% do financiamento de infraestrutura será usado para a segurança no trânsito, um plano global, um comitê de parceiros de funcionamento eficiente, melhor coordenação das atividades de segurança no trânsito, como o atendimento emergencial, uma iniciativa de pesquisa e uma estratégia harmonizada em Uganda e no Quênia para padrões de treinamento e licenciamento de motoristas e para a aplicação das regras de trânsito.

parcerias para salvar vidas em uma rota comercialComo transportar caminhões-tanque de petróleo com segurança em algumas das estradas mais perigosas do mundo?

essa foi a pergunta encarada pelo total group, um produtor de energia global que opera no Quênia.

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Caminhos para a ação

Aqui abordamos os três principais caminhos para a ação do setor privado na segurança no trânsito.

1. As empresas, grandes e pequenas, de todos os setores, podem produzir uma diferença substancial participando de amplas colaborações com financiadoras multilaterais ou nacionais, governos e a sociedade civil. Quando as empresas unem forças com o setor público e a sociedade civil, recursos mais abrangentes são maximizados. O know-how do setor privado e os investimentos em segurança podem ser complementos fundamentais. Uma mobilidade mais segura é melhor desenvolvida por meio de parcerias público-privadas com concentração geográfica, mas contêm uma ampla gama de intervenções que passam pelos cinco pilares e trabalham em sinergia.

2. As empresas com grandes frotas de veículos e operações de distribuição, principalmente os fabricantes e revendedores globais, também podem fazer a diferença na segurança do trânsito por meio de programas de gestão de frota sólidos que se estendem a terceirizados e cadeias de suprimentos.

3. Por fim, diversos segmentos, como montadoras de automóveis, empresas de bebida alcoólica, empresas de telecomunicações e seguradoras, têm oportunidades únicas de contribuir para a ampliação da segurança da mobilidade para as pessoas de todo o mundo.

Colaborações intersetoriais em favor da segurança no trânsito

Desde 2004, as empresas do setor privado que trabalham com parcerias globais de segurança no trânsito que promovem iniciativas globais de segurança no trânsito, assim como outras empresas que operam de forma independente, executaram projetos demonstrativos da segurança no trânsito em várias regiões do mundo.

Saudamos estes esforços mas, mesmo com este trabalho, ainda há uma escassez de ações intersetoriais de segurança no trânsito sustentáveis e eficazes.

As empresas mais novas envolvidas na segurança no trânsito, como muitos membros da TSR e outras, podem colaborar e contribuir com este importante trabalho.

O setor privado pode contribuir com a inovação em produtos e serviços e com o profundo conhecimento em logística, comunicação ao consumidor e mídias sociais, engenharia de hardware e software, tecnologia da informação e de comunicação, modelagem financeira e de sistemas e muitas outras áreas do conhecimento.

As empresas possuem dados anonimizados substanciais relacionados à segurança no trânsito que podem ser úteis para os planejadores governamentais.

As empresas também têm redes enormes e sofisticadas ligando a tecnologia às pessoas de todo o mundo, permitindo o compartilhamento de informações e capacitação. E, naturalmente, as empresas podem contribuir de forma filantrópica para um fundo global.

estrutura de colaboraçãoAs amplas colaborações podem incluir os governos, organizações multilaterais, organismos de desenvolvimento de países doadores, organizações não-governamentais (ONGs), fundações e instituições locais.

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prInCípIos da ColaBoração

› As empresas integram os esforços com financiadoras, ONGs e o governo

› referências de painéis multissetores, fornecendo conformidade e avaliação legaisd

› as decisões são embasadas em evidências e dados

› A medição inclui resultados finais e intermédios, não apenas informações

› as intervenções expandem-se pelos cinco pilares década de ação das nações Unidas

› projetado para a sustentabilidade

› viés de inclusão de diversos parceiros

IdentIFICar e soluCIonar os desaFIos de segurança no trânsIto loCaIs (com o governo, financiadoras e especialistas)

Figura 13

Figura 12

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Em todo o mundo, os bancos de desenvolvimento são apoiadores ativos de iniciativas colaborativas de segurança no trânsito.

Projetos demonstrativos que envolvem uma série de parceiros globais e locais podem ser desenvolvidos com o apoio e o envolvimento do setor privado (veja a Figura 12 na página 62). Acreditamos que colaborações com o governo e a sociedade civil produzirão impacto mais duradouro e significativo do que iniciativas pontuais.

Como vários grupos se concentram em torno de uma missão principal de segurança no trânsito, um Conselho de Administração seria criado para fornecer supervisão e conformidade legal, manter o alinhamento e realizar a medição e a avaliação.

O trabalho de diagnóstico é o primeiro passo, tendo em vista que os problemas de segurança no trânsito

uma ColaBoração IntegradaFigura 14

específicos de cada local diferem amplamente. Áreas urbanas com muitos motociclistas provavelmente precisarão de intervenções diferentes do que as comunidades rurais em uma rota de caminhões (veja a Figura 13 na página 62).

aproveitar as habilidadesDentro de uma ampla parceria, as empresas podem apoiar uma série de atividades que façam uso de suas habilidades e capacidades, bem como do seu apoio financeiro (veja a Figura 14 na página 63). As empresas poderiam:

› Desenvolver pesquisas de campo sobre novas tecnologias veiculares e novos aplicativos e serviços de segurança

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 63

*V2I: de veículos para infraestrutura; V2V: entre veículos; V2X: de veículos para outros

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› Apoiar a fiscalização policial das leis de trânsito,

inclusive com doações de bafômetros, radares de velocidade e outros equipamentos

› Fornecer diversas fontes de informações e dados relativos à segurança no trânsito e ajudar a desenvolver a inteligência de dados (veja “Grandes dados do trânsito” na página 67)

› Colaborar com entidades globais para capacitar a gestão da segurança do trânsito nos países de baixa e média renda

› Promover a conscientização e a educação do consumidor acerca da segurança no trânsito, sobretudo em relação à aplicação da lei

› Certificar-se de que os programas de educação e conscientização do consumidor sejam rigorosamente medidos e avaliados

› Melhorar os sistemas de notificação pós-acidentes e as redes de assistência médica dos países de renda baixa e média-baixa

› Auxiliar as comunidades na coordenação de iniciativas de segurança locais e na instrução dos profissionais de saúde

Foco na área metropolitanaAs áreas metropolitanas — inclusive uma cidade e suas zonas periféricas — são um foco natural para iniciativas intersetoriais de segurança no trânsito (veja “Áreas metropolitanas e trânsito mais seguro” na página 65).

A posse de veículos em áreas urbanas do mundo está aumentando rapidamente e, combinada com o aumento da densidade demográfica, surgem desafios de segurança substanciais. As rodovias nos arredores do centro das cidades são particularmente perigosas, uma vez que combinam altas velocidades com tráfego intenso.

As áreas metropolitanas são também um ponto de conexão natural para integrar análises de segurança no trânsito em planos mais amplos para o desenvolvimento sustentável e o ordenamento territorial, o planejamento de transporte e a saúde da população. As empresas podem contribuir para apoiar a pesquisa e participar de diagnósticos e programação.

operações de distribuição e frota

Empresas com frotas de veículos e operações de distribuição, como fabricantes, revendedores, empresas de caminhões, prestadores de entrega expressa, locação de veículos e empresas de logística globais, têm uma ligação intrínseca com a segurança do trânsito.

Eles têm a oportunidade de contribuir, por meio de suas operações, para as decisões de compra de veículos e em como influenciar o comportamento dos funcionários, terceirizados e outros no trânsito.

Embora as estatísticas globais sobre quem trabalha ao volante sejam escassas, pode-se afirmar categoricamente que centenas de milhões de pessoas em todo o mundo dirigem como parte de suas atribuições profissionais. Isto abrange desde motoristas de ônibus e caminhões comerciais treinados profissionalmente até motoristas de caminhões ou automóveis menores que não têm formação profissional, passando por funcionários que ocasionalmente usam seu próprio veículo para trabalhar. As empresas têm um importante papel de liderança da segurança a exercer.

trabalho ao volanteEstima-se que o trabalho está relacionado a até um terço das fatalidades do trânsito (excluindo o percurso casa-trabalho) e responde por mais de um terço das mortes no trabalho, bem como por custos significativos do empregador (1) (veja a Figura 16 na página 66).

Para a maioria das pessoas, o fator mais perigoso é dirigir para trabalhar em uma rodovia (2).

Muitas empresas, reconhecendo as crescentes taxas de acidente no trânsito, integraram a segurança rodoviária em amplos sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho.

Há diversos meios pelos quais as empresas do setor privado, com frotas substanciais, podem contribuir com os objetivos da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas.

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alguns critérios para a seleção de um local para uma parceria público-privada de segurança no trânsito

CrItérIos para a partICIpação no programaFigura 15

entretanto, ainda que as cidades sejam bons laboratórios para programas de segurança no trânsito, os anéis rodoviários, as grandes artérias e subúrbios no entorno das cidades têm pelo menos a mesma importância, já que combinam perigosamente alta densidade populacional e de automóveis com vias de alta velocidade.

até 2050, 66% da população mundial viverá em uma cidade ou em suas proximidades, um aumento em relação a 54% em 2014 e 30% em 1950. (2) e, já que possuir um automóvel é considerado uma das principais conquistas em todo o mundo, espera-se que o número de automóveis nas

Áreas metropolitanas e vias mais seguras

áreas metropolitanas salte para 5,2 bilhões até 2050, mais do que triplicando se comparado aos números de 2009 (3).

o brasil está prestes a vivenciar este futuro. cerca de 84% dos brasileiros já residem em regiões urbanas, e o país tem uma das taxas de mortalidade em acidentes no trânsito mais altas do mundo, com 22,5 mortes para cada 100.000 pessoas (4).

a china, com 20,5 mortes por 100.000 habitantes, não está

tão longe. 60% da população chinesa vive em áreas metropolitanas, e espera-se que esse número suba para 1 bilhão até 2030. o aumento, de 350 milhões de pessoas, é igual à população total dos estados Unidos (5).

reduzir o número de mortes e ferimentos no trânsito nas áreas metropolitanas, inclusive anéis rodoviários, grandes artérias e subúrbios no entorno das cidades, exigirá reduzir as velocidades nas estradas mais movimentadas, promover o transporte de massa e assegurar que os pedestres e outros usuários vulneráveis da estrada sejam protegidos das vias de alta velocidade.

o número de carros em áreas metropolitanas trIplICará.

as cidades tornaram-se o foco de muitas atividades de segurança no trânsito nos últimos anos, considerando que quase metade (45%) das mortes mundiais no trânsito ocorrem nelas e porque as pessoas de todo o mundo estão se mudando para as áreas metropolitanas em um ritmo impressionante (1).

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 65

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gestão da segurança no trânsitoO mais importante é promover um sistema sólido de gestão de segurança rodoviária interno que reflita um forte compromisso fundamental com a segurança no trânsito. Tal sistema tem padrões de alto desempenho abrangentes, recursos adequados, procedimentos e regras claros e um compromisso com o aprimoramento contínuo.

Ele deve avaliar os fatores que introduzem os riscos de trânsito para a empresa e seus motoristas, e mensurar acidentes, lesões e mortes, assim como medidas intermediárias. Algumas delas incluem o planejamento seguro de uma viagem, o uso de vias, velocidades, veículos e equipamentos de segurança adequados, a aptidão dos motoristas, a exclusão dos motoristas e veículos inadequados e a disponibilidade da assistência pós-acidente.

A cultura, a maneira silenciosa de como “as coisas são feitas por aqui”, podem influenciar o modo pelo qual um sistema formal é implementado. A gestão deve apoiar visivelmente a segurança, promover a crença compartilhada de que a prevenção funciona, ser coerente na tomada de decisões relacionada à segurança e manter canais de comunicação abertos com os funcionários. Um bom sistema de segurança do trânsito pode ser prejudicado por pressão informal sobre prazos, ou um viés sutil para o raciocínio de curto prazo.

A Network of Employers for Traffic Safety (rede de empregadores para a segurança no trânsito), um grupo norte-americano, Conselho Europeu de Segurança no Trânsito, o Estatuto Europeu de Segurança no Trânsito,

a Parceria Global de Segurança no Trânsito, o Driving for Better Business (conduzindo para melhorar os negócios) e outros grupos oferecem ferramentas para ajudar as empresas a melhorar o desempenho de segurança da frota.

A norma suprema desta área é a ISO 39001 para Sistemas de gestão da segurança no trânsito, que combina a disciplina de gestão da qualidade com a gestão das melhores práticas de da segurança no trânsito. A adoção da norma ISO indica uma intenção real de melhorar o desempenho da segurança no trânsito e deve ser um objetivo para mais empresas (veja “Norma ISO” na página 69).

terceirizados, transportadoras e funcionáriosAs empresas também podem aprimorar a segurança no trânsito exigindo que seus prestadores de serviços, fornecedores e terceirizados adiram às normas de gestão de frota da empresa e instruindo-os sobre as boas práticas. Muitas vezes, caminhões terceirizados nas estradas dos países de baixa e média renda são perigosamente sobrecarregados com mercadorias, carecem de equipamentos de segurança, os motoristas podem não ser bem treinados ou estar trabalhando com períodos de descanso insuficientes.

Melhorar o desempenho de segurança de pequenas e médias empresas é um passo importante para tornar o trânsito mais seguro no mundo. Grandes empresas nacionais e globais podem usar sua influência para obter um bom efeito.

traBalHo ao volanteFigura 16

Fonte: (1) Murray, W. (2007). “Projeto de avaliação da segurança no trânsito ocupacional em todo o mundo”. Centro de Pesquisa de Acidentes e Segurança no Trânsito de Queensland. Retrieved from: http://cdc.gov/niosh/contract-reports/WORS/WORS-04-10-2007.html. (2) HSE. (1996). “Driving for Better Business”.

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proprIetárIos de dadosas empresas com frotas de veículos grandes coletam informações sobre os quilômetros percorridos pelo veículo por motorista, as características dos veículos, a resistência a colisões da frota, a velocidade média de viagem, os acidentes no trânsito e mortes relacionadas. estes dados são usados para melhorar o desempenho de segurança da frota da empresa.

as seguradoras também têm conjuntos de dados globais, inclusive dados sobre sinistros, sobre o comportamento do motorista causador do acidente e outros assuntos.

o setor de telecomunicações processa grandes quantidades de dados do trânsito e de usuários por meio de redes móveis, inclusive quilômetros percorridos por veículo, velocidade, uso de celular ao volante, penetração das telecomunicações e o uso entre os motoristas, entre outros.

as instituições e empresas de saúde têm dados sobre lesões no trânsito e reabilitação, o efeito de medicamentos e substâncias psicoativas na condução, a condução comprometida e outros

BIg data do trânsIto:como as empresas podem aJUdar

assuntos. a internet e as empresas de redes sociais, as montadoras de automóveis e outras empresas também têm ricos estoques de dados relacionados ao trânsito.

integrar estes dados anonimizados com os dados coletados pelos governos eliminaria importantes lacunas de informações de segurança no trânsito, forneceria a base para um conjunto de dados de frota de veículos de representação global, ajudaria os pesquisadores a compreender melhor os mecanismos dos acidente e conferiria aos planejadores da segurança no trânsito informações mais completas para embasar a tomada de decisões.

Coletores de dadoscom as enormes redes de funcionários em todo o mundo, as empresas globais com grandes operações de frota poderiam dar um passo adiante. no decurso comum de seus turnos e com o auxílio de um dispositivo de coleta de dados, os motoristas poderiam coletar dados de segurança no trânsito voluntariamente, como os fluxos de tráfego, velocidades dos veículos, entre outros.

as empresas também podem considerar a participação dos consumidores em pesquisas — rodoviárias ou de outro tipo — que explorem padrões, atitudes e percepções do comportamento no trânsito.

em último caso, as empresas de consultoria em tecnologia da informação com experiência de nível mundial na análise de grandes volumes de dados também podem fazer a diferença na segurança do trânsito ao aplicar essas habilidades em parcerias com governos, instituições de pesquisa e proprietários de dados.

a análise de grandes volumes de dados da segurança no trânsito poderia ajudar a revelar informações sobre padrões de causalidade do acidente e permitir intervenções em tempo real.

Quantidades surpreendentes de dados da segurança no trânsito estão armazenadas nos servidores de algumas das multinacionais do mundo. e se formas anonimizadas destas informações estivessem disponíveis para pesquisadores, legisladores e planejadores da segurança no trânsito?

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muitas organizações propuseram estruturas abrangentes para sistemas de gestão da segurança no trânsito pelos empregadores.

os elementos comuns incluem:

1. Fortes políticas e procedimentos formais, de preferência integrados à estrutura de saúde e segurança do trabalho da empresa. estes devem abranger temas que vão da seleção, treinamento e conhecimento do motorista, à seleção, inspeção e manutenção de veículos e dos principais indicadores de desempenho/orientações do motorista a processos para comunicar defeitos e acidentes, entre outros

2. engajamento e compromisso da alta gerência

3. acordos formais com motoristas, reconhecendo a compreensão das regras, políticas e procedimentos

4. gestão de percurso, planejamento formal antes das viagens para reduzir o risco

5. métricas de desempenho de segurança e coleta/análise de dados

6. comunicação e investigação de acidentes

7. inspeção e manutenção completas do veículo

8. Uso obrigatório de equipamento de proteção como dispositivos de bloqueio, dispositivos de gestão de cansaço, dispositivos compensatórios em veículos e gravadores de dados e monitores ao motorista embutidos no veículo

9. sistema de ação disciplinar

10. recompensas e incentivos, assim como a assistência/intervenção junto ao funcionário, conforme necessário

11. treinamento, instrução, automonitoramento e feedback de desempenho do motorista

12. prevenção, recuperação e reabilitação pós-acidente

13. extensão das políticas empresariais a fornecedores externos

Os expedidores também podem melhorar a segurança no trânsito evitando prazos de entrega impraticáveis que possam incentivar a condução agressiva pelas transportadoras.

Além disso, nos países em desenvolvimento, as políticas da empresa que exigem que funcionários aluguem ou viajem somente em veículos com cintos de segurança e dispositivos de retenção passivos também podem auxiliar na segurança.

Embora apenas algumas empresas ofereçam treinamento de segurança no trânsito a todos os funcionários (não apenas aos motoristas de empresa), membros da família ou comunidades locais, a educação sobre a condução segura também pode ajudar a elevar a segurança no trânsito.

os caminhões nas estradas dos países de baixa e média renda são frequentemente sobrecarregados.

Compra e manutenção de veículos mais segurosOutra maneira pela qual as empresas podem contribuir para a segurança no trânsito é adquirindo veículos mais seguros e com melhor classificação para uso nos países em desenvolvimento e exigir o mesmo de seus distribuidores.

Há uma diferença de 67% no risco de morte entre os veículos com avaliação de cinco estrelas e duas estrelas (3). Melhorar o perfil de segurança das frotas de uma empresa pode exercer impacto direto na margem de lucro da empresa.

O perfil de segurança das frotas de países em desenvolvimento melhoraria se as empresas adquirissem mais veículos com melhor classificação. Estes carros podem ser vendidos aos indivíduos para uso privado em poucos anos.

Estudos mostram que a segurança nem sempre é uma prioridade na compra de veículos para a frota

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da empresa. As restrições financeiras, a eficiência no consumo de combustível, a confiabilidade e os custos de operação podem ser fatores com maior influência nestas decisões (5).

Se as grandes empresas se comprometessem a adquirir veículos com melhor classificação do que os que costumam adquirir nos países de baixa e média renda, os perfis de segurança veicular das frotas nestes países melhoraria gradualmente, já que as empresas venderiam os veículos de sua frota para compradores privados normalmente dentro de alguns anos.

As empresas poderiam ir ainda mais longe. Equipar os veículos com recursos, como redução de colisão, avisos de saída de pista, piloto automático adaptativo e controle de estabilidade normalmente instalados em veículos cinco estrelas , apresenta benefícios adicionais, como sistemas de telemetria que monitoram remotamente o comportamento do motorista e a telemática do veículo para ajudar a garantir a confiabilidade do veículo. Instalar, monitorar e avaliar estes sistemas deve ser parte integrante da gestão de frotas da empresa. Empresas que adotaram algumas destas medidas, tais como a BHP Billiton, que exige que sua frota contenha apenas veículos avaliados com 5 estrelas, estão demonstrando proeminência na segurança.

Comunicação e prêmiosEmpresas com grandes operações globais de frotas também podem aumentar a visibilidade da segurança no trânsito por meio da comunicação de seu desempenho anual de segurança no trânsito nos direitos e deveres da empresa, ou relatórios do tripé de sustentabilidade. Elas normalmente prestam informações sobre o desempenho ambiental, social e de governança da empresa.

Uma estrutura sólida para avaliar o desempenho corporativo da segurança no trânsito, com base nos cinco pilares da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas, avançaria nas metas de segurança no trânsito das Nações Unidas e possibilitaria a análise comparativa entre as empresas.

Por fim, reconhecer e premiar a excelência da frota é uma outra maneira de o setor privado desenvolver melhores práticas em todo o mundo e dar atenção à segurança no trânsito. Prêmios para o desempenho de excelência, como os oferecidos pelo Conselho Europeu para a Segurança no Transporte, destacam o importante papel das frotas empresariais na segurança global no trânsito.

normas Iso para a segurança no trânsItoa segurança no trânsito recebeu um incentivo em 2012 com a publicação das normas de gestão da segurança no trânsito da iso (organização internacional de normalização).

Na qualidade de maior definidor independente de normas do mundo, a entrada da iso na segurança do trânsito eleva os padrões para todas as organizações que regulam, projetam, operam ou usam as vias do mundo.

assim como as normas iso 19.500 em áreas como qualidade, energia ou gestão de riscos, a norma de segurança no trânsito baseia-se em um ciclo PDCA (planejar, executar, verificar, agir). ela requer avaliação das exposições ao risco, mensuração de mortes, ferimentos e medidas intermediárias e melhoria contínua. visa também reduzir o desperdício e os erros e aumentar a produtividade e a coerência.

a iso 39001 fornece uma abordagem holística globalmente harmonizada para a estratégia de segurança no trânsito, com base na experiência de 40 países e 16 organizações de cooperação. A Certificação da norma ISO indica uma gestão superior da segurança no trânsito.

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oportunidades para setores da economia

Diversos setores da indústria têm oportunidades únicas de contribuir para uma maior segurança na mobilidade para as pessoas. Geralmente, estas oportunidades são impulsionadas pelos serviços ou produtos que elas comercializam, as tecnologias que implantam ou os modos pelos quais podem sensibilizar a população. Estas expressões comerciais de uma empresa incluem suas iniciativas no mercado, decisões de investimento e posições políticas.

Abordamos abaixo alguns setores que têm função importante na segurança do trânsito. Os outros estão inclusos em um resumo (veja “Oportunidades para setores da economia” na página 72).

Fabricantes e distribuidores de veículosA mais importante oportunidade que as montadoras de veículos têm na segurança do trânsito é continuar aprimorando a segurança de seus produtos. Os automóveis percorreram um longo caminho desde os dias dos freios pneumáticos e, nos mercados

desenvolvidos, o automóvel “conectado” de condução autônoma faz parte da realidade.

novos automóveis

Nos países de alta renda, os consumidores têm cada vez mais acesso a recursos de segurança “ativos”, como controle eletrônico de estabilidade, frenagem automática, avisos de saída de pista e piloto automático adaptativo. Atualmente, 20% dos novos automóveis nos EUA podem coletar e enviar dados para fora do veículo (6).

Em uma década, a maioria dos automóveis dos países desenvolvidos será capaz de evitar alguns acidentes, alertar as equipes de primeiros socorros sobre um acidente, advertir os condutores sobre condições de tráfego ou vias perigosas, diagnosticar problemas do veículo antes que eles ocorram, integrar a navegação e talvez até ajudar os órgãos de gestão de tráfego a melhorar os fluxos de transporte.

Os fabricantes devem colaborar com o governo e outros na pesquisa de campo direcionada a compreender os impactos da segurança destes automóveis carregados de nova tecnologia e descobrir a melhor forma de integrá-los aos veículos convencionais nas estradas do mundo.

Nos países de baixa e média-baixa renda, a situação é diferente. Novos automóveis são frequentemente veículos com baixa avaliação, privados de recursos de segurança para oferecer acessibilidade financeira, perdendo até mesmo, às vezes, os cintos de segurança.

70 JUntos por Um trânsIto maIs seguro investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 71

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investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 71

Os testes de resistência à colisão com bonecos de teste que melhor representem a realidade também ajudariam na segurança, já que a massa e a velocidade de um acidente afetam pessoas de diferentes idades, tamanhos e condições de saúde de maneiras diferentes.

carros usados

Os carros usados enviados para países em desenvolvimento podem apresentar perigos; eles tendem a ser modelos com déficit de segurança que podem ter bem mais de uma década de idade. Milhões destes automóveis foram exportados dos EUA para o México nos últimos 20 anos. O mesmo padrão ocorre em todo o mundo: a China e a Índia estão enviando seus veículos antigos a países vizinhos ainda menos desenvolvidos.

Embora estes automóveis possam ser melhores do que os que eles substituem, os intermediários de veículos podem melhorar a segurança no trânsito apoiando as normas de segurança e os regimes de conformidade dos países importadores.

publicidade

Por fim, as montadoras de automóveis podem auxiliar no avanço da segurança no trânsito por meio da promoção dos recursos e do desempenho de segurança dos seus veículos em propagandas, incentivando os consumidores a dirigir com segurança e usar equipamentos de segurança e por meio da prevenção da publicidade que glamourize o excesso de velocidade ou outros comportamentos arriscados no trânsito.

empresas de bebida alcoólicaO álcool é conhecido por prejudicar a segurança na mobilidade de uma pessoa, seja dirigindo, caminhando ou andando de bicicleta. As empresas deste setor poderiam melhorar a segurança no trânsito apoiando leis e a educação desenvolvidas para minimizar o consumo de bebidas alcoólicas associada à condução de veículos.

concentração de álcool no sangue

Os efeitos do álcool na condução começam em qualquer nível de alcoolemia (CAS) acima de zero e sobem em consonância com os níveis de CAS (5,6). Praticamente todos os motoristas ficam comprometidos em algum nível com uma CAS de 0,05 g/dL (9-11).

A pesquisa e o desenvolvimento direcionados à criação de automóveis mais seguros e mais acessíveis são extremamente necessários. As montadoras têm a oportunidade de serem pioneiras nestes esforços.

Ainda que as assistências de “segurança ativa” dos veículos chamem muita atenção agora, suas qualidades de proteção têm a mesma importância.

As montadoras de automóveis podem ajudar a reduzir as mortes no trânsito, concentrando-se mais na segurança dos pedestres e outros usuários vulneráveis do trânsito em veículos destinados a países de baixa e média renda por meio, por exemplo, da criação do capô dos veículos de tal modo que sejam mais leves e atraentes.

Tanto no veículo quanto nas ruas, as pessoas que precisam de proteção são fisicamente mais diversificadas do que nunca. Mas o boneco de teste de colisão utilizado atualmente é um dispositivo padrão que representa todos.

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72 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

montadoras de veíCulos• prosseguir com os avanços na

segurança de veículos assistidos por tecnologia

• inovar em pesquisas destinadas a criar veículos mais acessíveis, oferecendo maior proteção contra acidentes

• apoiar os esforços de melhoria das normas de segurança nos países em desenvolvimento

• concentrar-se mais no projeto da segurança dos pedestres

• apoiar pesquisas sobre a segurança das novas tecnologias de comunicação veiculares

• Utilizar bonecos de colisão que representem melhor o tamanho variado da população de usuários do trânsito

• promover o desempenho e os recursos de segurança em propagandas

• garantir a segurança ao adicionar a conectividade necessária

• encorajar os consumidores a dirigir com segurança e usar equipamentos de segurança

• evitar a publicidade que glamourize o excesso de velocidade ou outros comportamentos arriscados no trânsito

• apoiar inspeções técnicas de pré-importação

transporte pesado • garantir horários dos motoristas e

operações de frete que permitam intervalos de descanso adequados e desencorajem comportamentos perigosos, tais como excesso de velocidade, não utilização de cintos de segurança, uso de celulares, etc.

• garantir a estabilidade adequada da carga, elevados padrões de segurança veicular e mecânica

• avaliar a oferta de conhecimento e competências de logística do setor em parcerias com o setor público

BeBIdas alCoólICas• apoiar leis que limitem a

concentração de álcool no sangue (cas) legal para condução a 0,05 g/dl ou menos

• apoiar a aplicação de leis relacionadas à embriaguez ao volante, o uso de testes de bafômetro aleatórios, os dispositivos de bloqueio da ignição, os pontos de verificação de sobriedade e a tolerância zero para jovens condutores

• apoiar uma avaliação independente da eficácia dos esforços de consumo responsável na redução do consumo excessivo de bebidas

• Fornecer rótulos mais abrangentes para produtos alcoólicos

• anunciar e promover o álcool de forma responsável, apenas para pessoas com idade legal para beber e evitar a publicidade que glamourize o excesso de velocidade, a embriaguez ao volante ou outros comportamentos arriscados no trânsito

HospItalIdade• adotar padrões responsáveis para

servir bebidas alcoólicas e avaliar a eficácia destes esforços na redução do consumo excessivo

• evitar servir pessoas abaixo da idade legal para o consumo de bebidas alcoólicas

• auxiliar os clientes no monitoramento de consumo, inclusive ferramentas como bafômetros acionados por moedas

teCnologIa de ComunICação • apoiar leis que proíbam a digitação

ou outras formas comprovadas de distração ao volante

• garantir a segurança e adicionar a conectividade necessária

• instruir os clientes acerca dos perigos do uso de tecnologias de comunicação que provocam distração ao volante e expandir para mais locais

• apoiar serviços de bloqueio de tecnologia para a condução e formar parcerias com as seguradoras, oferecendo tarifas preferenciais a motoristas que usem estes serviços

• investir no processamento de dados do trânsito em tempo real para uso do consumidor, mas também para pesquisadores e planejadores de sistemas e segurança no trânsito

• avaliar o apoio ao desenvolvimento de redes de alerta pós-acidente mais sofisticadas em áreas de grande necessidade

teCnologIa da InFormação• Formar parcerias com o governo

e outras entidades sobre como melhor integrar o transporte cooperativo e conectado a sistemas existentes

• colaborar com o governo na coleta, análise e uso de um amplo espectro de dados de segurança

no trânsito para ajudar a melhorar a avaliação de desempenho e o desenvolvimento de políticas

mídIa, mídIas soCIaIs e entretenImento

• evitar glamourizar comportamentos perigosos no trânsito, como o excesso de velocidade, a embriaguez ao volante e a digitação ao volante

• lembrar às pessoas, principalmente aos jovens, acerca dos perigos do comportamento arriscado no trânsito

• apoiar as iniciativas de segurança no trânsito, incentivar a participação da população e capacitar as pessoas com informações

• ajudar nas pesquisas sobre atitudes, percepções e comportamentos dos usuários do trânsito e os efeito das campanhas de instrução ao usuário do trânsito

setores de saúde e FarmaCêutICo

• empresas de dispositivos: investir em pesquisas sobre inovações de tecnologia de baixo custo para as necessidades de trauma pós-acidente

• todas: estabelecer parcerias com o governo e as ongs para melhorar serviços médicos de primeiros socorros

• Fornecedores: educar e aconselhar os pacientes se eles não estiverem medicamente aptos a conduzir ou puderem estar fazendo uso de medicamentos que possam interferir no desempenho do motorista

seguro• oferecer incentivos especiais

para incentivar ou premiar o comportamento seguro no trânsito ou o uso de veículos mais seguros

• compartilhar dados de acidente no trânsito anonimizados com pesquisadores de segurança rodoviária e o governo para informatizar o desenvolvimento de políticas e programas mais eficazes

• avaliar o investimento no impacto social como um meio de criar retornos para investidores e promover a segurança no trânsito

• avaliar se a indenização independente de culpabilidade (“no fault insurance”) promove a redução da condução imprudente ou negligente.

oportunIdades para setores da eConomIa o que cada setor pode fazer para reduzir os acidentes no trânsito?

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72 JUntos por Um trânsIto maIs seguro

O risco de um acidente fatal aumenta proporcionalmente ao nível da CAS, e é seis vezes maior em uma pessoa com uma CAS de 0,05 a 0,08 g/dL do que em alguém com CAS equivalente a zero (13,14). O risco é 11 vezes maior em alguém com uma CAS de 0,08 a 0,10 g/dL. (15)

Os jovens correm um maior risco de acidente quando consomem álcool, independentemente do nível de CAS. (16)

Estudos em muitos países sugerem que diminuir o nível de CAS legal ajuda a reduzir mortes e lesões relacionadas ao álcool no trânsito (14, 17-26). Pesquisas realizadas nos Estados Unidos e um estudo de 15 países da Europa evidenciaram este efeito. (18-28)

Além disso, evidenciou-se que a redução do nível de CAS para menos de 0,05 g/dL também reduziu o número acidentes de trânsito no Japão (0,05 para 0,03 g/dL), a mesma constatação de um estudo na Suécia (0,05 para 0,02 g/dL) (27). Está surgindo uma tendência clara, principalmente na Europa, em direção à padronização da CAS em 0,05 g/dL. Também há uma tendência em direção à tolerância zero nos países em que há motoristas jovens e inexperientes (18-28). Uma política de tolerância zero geralmente define o limite de CAS em 0,02 g/dL, por razões técnicas.

Fiscalização e conscientização

A aplicação da lei rigorosa e a intensa conscientização pública fazem a diferença no impacto das leis de CAS em acidentes de trânsito (13,18,26-28,30-31). Testes de bafômetro aleatórios, pontos de verificação de sobriedade e campanhas na mídia de massa são complementos importantes para se obter uma redução no nível de CAS enquanto se está ao volante (29).

Reduzir o nível de CAS pode agir como um impedimento geral, afetando o comportamento de embriaguez ao volante de pessoas que dirigem em todos os níveis de CAS (13).

testes de bafômetro aleatórios, pontos de verificação de sobriedade, campanhas de mídia e dispositivos de bloqueio podem ajudar.

Igualmente importantes são os dispositivos de bloqueio da ignição acionados por alcoolemia, que impedem a partida se a CAS do motorista estiver acima do ponto definido ou se a pessoa se recusar a usar o bafômetro. Uma revisão da literatura indica que as taxas de reincidência aumentam quando o dispositivo é removido, a menos que seja parte de um programa mais amplo que inclua a intervenção médico-psicológica para alcoólatras (32).

A tolerância zero para motoristas profissionais, experimentais ou jovens parece reduzir as mortes e os ferimentos de acidentes relacionados ao álcool, mas a magnitude de seu efeito não é clara (13,37-41). Alterações na idade legal para o consumo de bebidas alcoólicas devem refletir a cultura, as atitudes e as normas comportamentais para serem eficazes.

Dado o conhecimento atual, as empresas de bebida alcoólica podem progredir nos objetivos da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas apoiando uma CAS legal de 0,05 g/dL ou menos para a condução e os esforços de fiscalização, que incluem testes de bafômetro aleatórios, pontos de verificação de sobriedade, dispositivos de bloqueio da ignição acionados por alcoolemia e tolerância zero para os condutores jovens.

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 73

Foram realizadas três “hack-a-thons” (jornadas de programadores) para estimular invenções para a segurança no trânsito na Índia, em Uganda e em Boston, EUA, em 2015, que foram promovidos pela Associação de tecnologias médicas acessíveis no Centro da Saúde Global do Hospital Geral de Massachussets e na Anheuser-Busch InBev. Métodos eficazes incluíram um atendimento de primeiros socorros a ossos fraturados rápido e de baixo custo, um aplicativo para dispositivos móveis que permite que as autoridades de trânsito monitorem e façam cumprir as leis de trânsito e um cinto de segurança para grávidas com mais conforto e proteção. Um prêmio de inovação também foi dado para os avanços na segurança dos pedestres, com o vencedor sendo um dispositivo de segurança que é instalado na parte traseira de mototáxis, protegendo os passageiros em caso de acidente.

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iniciativas de consumo responsável

A indústria do álcool também pode promover a ampliação da segurança no trânsito por meio do financiamento de avaliações rigorosas e independentes dos programas de consumo para menores de idade, formação de garçons, motorista da vez, com base nos pais, entre pares, vivências e normas sociais. A avaliação destas intervenções populares é escassa e as avaliações abrangentes promoveriam os conhecimentos sobre segurança no trânsito (16,37,42-48).

Por fim, diversas empresas de cerveja, vinho e destilados, sob a égide da Aliança Internacional do Consumo Responsável de Bebidas (IARD), se comprometeram com os princípios da comunicação digital e do marketing responsáveis. A aceitação destes princípios por outras figuras do setor seria um passo positivo (49).

empresas de telecomunicações e tecnologia da informação (tI)

Até 2020, 90% das pessoas com mais de seis anos terão um telefone celular, mais do que o dobro dos telefones móveis do mundo, partindo de 2,7 bilhões em 2014 para 6,1 bilhões (50). Ao mesmo tempo, muitos milhões de sensores eletrônicos serão implantados nos veículos.

Com dispositivos móveis onipresentes, sensores eletrônicos em todas as partes dos veículos e telas de computador invadindo os painéis, as formas eletrônicas da tecnologia da informação e de comunicação representam tanto oportunidades como riscos de segurança no trânsito.

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Além disso, os sistemas de “infotenimento” do veículo, que podem oferecer conexão com a internet no painel de controle, oferecem novas formas de distração.

Há poucos dados no mundo sobre a relevância da direção relapsa em acidentes no trânsito mas, nos Estados Unidos, a direção relapsa, entre todas as causas, é responsável por 10% das mortes em acidentes de trânsito (50). Sua relevância está aumentando nos Estados Unidos e aumentou até 9% de 2011 a 2012, quando era um fator de 3.300 mortes e 421.000 ferimentos (56).

Uma meta-análise de 28 estudos mostra que digitar ou ler mensagens de texto interfere na capacidade dos motoristas de dedicar atenção ao trânsito, responder a incidentes, controlar o veículo e manter a velocidade e o ritmo (50).

Leis que proíbem a digitação ao volante estão associadas a uma diminuição de 5 a 11% nas mortes em acidentes entre jovens de 15 a 21 anos de idade (51).

O envio/recebimento de mensagens de texto apresentam riscos, em parte, porque tira os olhos do motorista da via. Usar um dispositivo de comando remoto reduz o potencial de distração visual-manual, mas pode não afetar a distração cognitiva, ou seja, tirar a concentração da via (52,53).

Os resultados dos estudos variam quanto ao impacto da distração cognitiva no desempenho de tarefas de condução (55). Diversos estudos controlados em laboratório e simulador sugerem que ouvir ou falar em um dispositivo de comando remoto pode retardar a habilidade do motorista em notar eventos, mas estes estudos não refletem a condição de condução na prática.

Vários estudos de condução naturalistas, com foco no comportamento de desvio do olhar, não encontraram associação entre falar ao telefone celular e os acidentes, mas os pesquisadores observam que “os efeitos de distração cognitiva no comportamento do motorista não podem ser facilmente determinados” no cenário de estudo naturalístico (56).

Empresas de TI e telecomunicação criaram aplicativos de modo de condução que silenciam alertas de mensagens de texto recebidas enquanto se está ao volante.

Estas empresas podem aprimorar a segurança no trânsito apoiando leis que proíbam a digitação ao volante e outras formas comprovadas de distração associadas a acidentes.

investimento em segurança no trânsito / Um imperativo global para o setor privado 75

segurança impulsionada pela tecnologia

Parcerias entre montadoras de veículos e empresas de TI e telecomunicação têm promovido avanços interessantes nos quais os sensores eletrônicos leem o estado do veículo ou da via e ajudam a evitar um acidente ou minimizar seus efeitos.

Os sensores são o centro dos sistemas de frenagem emergencial autônomos, que podem frear um carro conforme o necessário para evitar um acidente, dos sistemas de alerta de colisão frontal, que monitoram a via à frente e alertam o condutor sobre uma colisão iminente, os sistemas de controle eletrônico de estabilidade, que ajustam a potência do motor, o acelerador, os freios, e/ou o fornecimento de combustível para manter o veículo na direção pretendida pelo motorista, e piloto automático adaptativo, uma forma inteligente de controle de cruzeiro que retarda ou acelera automaticamente para manter o ritmo do veículo. Além disso, a adoção generalizada de adaptações inteligentes da velocidade (ISA) são uma perspectiva de curto prazo. As ISAs foram testadas com sucesso e requerem veículos conectados para atender automaticamente aos limites de velocidade definidos pelas autoridades por meio de mapas eletrônicos da rede.

Estes avanços já estão melhorando a segurança no trânsito para os melhores veículos dos países desenvolvidos, e sua adaptação para veículos de menor preço e mercados em desenvolvimento ocorrerá em breve.

O advento dos sistemas de transporte inteligente oferece vantagens além da segurança: os veículos conectados a servidores centrais e à infraestrutura podem ajudar a reduzir o congestionamento nas vias, minimizar os impactos ambientais, fomentar modalidades públicas de trânsito, permitir sistemas de pedágio nas vias e agregar muito valor à comodidade para o consumidor.

direção relapsa

Apesar de tudo, a tecnologia também representa riscos para a segurança no trânsito. Há fortes evidências de que a direção relapsa, inclusive a digitação ao volante, está ligada a acidentes, mortes e ferimentos no trânsito (51).

Digitar e falar ao telefone são apenas duas formas de distração do motorista. Os motoristas pegam objetos, aplicam maquiagem, leem, ajustam botões e olham para a paisagem durante a condução de um veículo.

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infotenimento

A primeira onda de automóveis com novos recursos de “infotenimento” (informações e entretenimento) já está disponível em muitos países desenvolvidos. Embora não permitam que os motoristas assistam a um vídeo ao volante ou use outras funções enquanto o carro esteja em movimento, os motoristas podem ver comentários sobre restaurantes, informações sobre equipes esportivas na Wikipédia, nomes das músicas que estão tocando no sistema de áudio, etc., com o carro em movimento.

As empresas de TI e telecomunicação, trabalhando com as montadoras de automóveis, podem ajudar a melhorar a segurança no trânsito, garantindo a segurança ao proporcionar a conectividade necessária.

leis e marketing social

Algumas empresas de telecomunicação também criaram campanhas intensivas ao consumidor para aumentar a consciência dos perigos das mensagens de texto ao volante. Embora muitas pessoas tenham parado de enviar SMS ao dirigir, muitas outras permanecem sem consciência ou acham que os perigos da direção relapsa não são relevantes para elas especificamente.

Estender estas campanhas de conscientização a outros países onde a direção relapsa está em ascensão, bem como outras formas de distração, seria mais um passo benéfico. O marketing social também pode ajudar a desencorajar práticas que podem ser arriscadas que estão surgindo e para as quais não há dados adequados para regulação.

segurança orientada a dados

Os diversos meios pelos quais as empresas de TI e telecomunicação podem desenvolver a segurança no trânsito são baseados na onipresença da tecnologia na vida das pessoas.

Com suas redes de torres de telefonia celular substanciais, por exemplo, as empresas de telecomunicação poderiam exercer importante papel no processamento de dados em tempo real sobre as condições das vias, a concentração de veículos nas vias e as velocidades e padrões de deslocamento.

A oferta dessas informações a pesquisadores e planejadores do trânsito poderia ajudar a melhorar a segurança e o planejamento de viagens, bem como agregar ao conhecimento de segurança no trânsito.

Estas empresas podem também estabelecer parcerias com seguradoras que ofereçam taxas de seguro reduzidas aos motoristas com práticas de direção seguras demonstradas e validadas, com base nos dispositivos de monitoramento instalados no veículo.

Por fim, as empresas de telecomunicação e TI podem contribuir para o desenvolvimento de redes de alerta pós-acidente mais sofisticadas, sobretudo nas zonas rurais dos países em desenvolvimento, onde estes sistemas podem ser rudimentares ou inexistentes.

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contratado nestas economias, 85% das pessoas do mundo moram nelas (53) e há um interesse crescente em produtos financeiros, como seguros de automóveis (54), criando um mercado para esses produtos que fornecem um benefício social e comercial.

Os seguros estão se expandindo rapidamente na China, por exemplo, e é provável que a China se torne o maior mercado de seguros do mundo nos próximos 10 ou 20 anos (60).

dados sobre sinistros

Além do papel primordial na atenuação do risco, as seguradoras também podem ajudar a tornar as rodovias mais seguras por meio do compartilhamento de dados anonimizados sobre sinistros de acidentes rodoviários com especialistas em segurança do governo ou do trânsito. Os dados substanciais detidos pelas seguradoras podem ampliar o que os governos coletam e informatizar o desenvolvimento de políticas e programas mais eficazes.

Financiamento inovador

Finalmente, as seguradoras representam cerca de 39% dos US$ 210 trilhões presentes em capital de investimento (58). Se mesmo uma pequena porcentagem desse montante fosse direcionada a fundos de investimento social que visam iniciativas de segurança no trânsito, talvez fosse possível eliminar parte da lacuna de financiamento.

empresas de saúde e farmacêuticas

Determinados problemas de saúde, como o envelhecimento em si e o uso de vários tipos de medicamentos por prescrição podem estar ligados à elevação dos riscos de acidentes no trânsito.

Em muitas partes do mundo, sobretudo nos países de alta renda, as populações estão envelhecendo e mais pessoas estão desenvolvendo e recebendo tratamento de doenças crônicas relacionadas ao estilo de vida. Os medicamentos conhecidos por afetar o desempenho da condução têm advertências sobre os efeitos colaterais no rótulo da embalagem, como sonolência, visão turva ou tonturas. Mas os rótulos podem ser melhores.

Companhias de segurosAs empresas de seguros podem contribuir para a segurança no trânsito como gerentes e atenuadores do risco, promotores da prevenção dos riscos e fornecedores de capital para os mercados de investimento.

premiação da segurança

Nos mercados desenvolvidos, as seguradoras estão ajudando a reduzir as mortes e lesões em acidentes de trânsito incentivando e premiando o comportamento seguro no trânsito por meio de incentivos especiais com base em dados de dispositivos móveis.

Os incentivos para o uso de veículos mais seguros são outra oportunidade. Essas abordagens merecem mais atenção. As seguradoras também podem ajudar a educar os clientes sobre a condução segura. As empresas podem avaliar se a indenização independente de culpabilidade (“no fault insurance”) promove a redução da condução imprudente ou negligente.

Na maioria das economias emergentes, o seguro é algo raro, mas, embora haja apenas 15% de seguro

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instruir pacientes

Empresas de saúde, contribuintes, fornecedores e intermediários farmacêuticos têm a oportunidade de educar os pacientes em situação de maior risco de acidentes no trânsito. Os prescritores também podem ajustar a dose, o tempo de uso ou o medicamento que um paciente está tomando.

O risco de acidentes eleva-se com o uso de alguns medicamentos para dor, ansiedade, depressão, insônia e ataques de pânico. Benzodiazepínicos, hipnóticos, anfetaminas, analgésicos, anti-asmáticos, anti-depressivos, anti-histamínicos, ansiolíticos, penicilina e opióides estão associados a riscos mais elevados de acidente no trânsito (62,63).

Estudos também sugerem que o risco de acidente pode ser maior em pacientes com problemas de visão e audição, doenças cardiovasculares, diabetes, demência, acidente vascular cerebral, epilepsia, apneia do sono e outros problemas (62,63).

Se o risco devido a estas doenças ou ao seu tratamento nem sempre for claro, o risco do não-tratamento também é um fator que deve ser considerado. De qualquer forma, a oportunidade de educar os pacientes permanece forte.

melhoria dos primeiros socorros

Com o compromisso com a inovação na saúde, empresas farmacêuticas e de dispositivos também podem fazer a diferença na segurança do trânsito por meio de pesquisa e desenvolvimento direcionados a tecnologias novas e de bom custo-benefício para os primeiros socorros e assistência pós-trauma.

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Conclusão

Deveria ser inaceitável que todas essas pessoas — a cada dois minutos, todos os dias — morram nas estradas do mundo, principalmente quando as ferramentas de prevenção destas mortes estão à mão.

A disparada dos acidentes, mortes e ferimentos no trânsito ameaça todas as pessoas e instituições do planeta, e as condições estão atingindo proporções perigosas em virtude do processo de motorização acelerada de países de média e baixa renda.

Agora, é necessário compromisso mais efetivo de todos os setores da sociedade para colaborar em parcerias bem organizadas, financiadas e coordenadas a fim de reduzir as estimativas de morte e ferimentos graves no trânsito em 50% até 2020, o objetivo de segurança no trânsito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015 e, efetivamente, o objetivo da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas.

A TSR saúda os esforços dos grupos que trabalharam por muitos anos para aumentar a segurança no trânsito nos compromissos globais. Esta aliança oferece uma oportunidade para uma ampla gama de empresas de participar e ajudar a acelerar os esforços para melhorar a segurança no trânsito, trabalhando em alinhamento com entidades globais, governos e a sociedade civil.

As empresas da TSR expressaram seu desejo de fazer parte da solução de segurança no trânsito, e o Comitê de Especialistas apresentou aqui uma série de opções para que estas e outras empresas avaliem.

A TSR aguarda ansiosamente o trabalho com o setor público e a sociedade civil para salvar vidas nas estradas do mundo e, juntos, construir um mundo melhor e mais seguro para todas as pessoas.

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glossárIo

a-FAbordagem do sistema de segurança: abordagem que visa eliminar as lesões graves e fatais causadas por acidentes de trânsito e que entende a responsabilidade pela segurança no trânsito como compartilhada entre os projetistas de sistemas rodoviários e aqueles que utilizam as vias

Acidente de trânsito: quando um veículo em movimento ao longo de uma estrada colide com outro veículo ou objeto

Adaptação inteligente da velocidade: sistema embutido no veículo que permite a conformidade dos motoristas com o limite de velocidade

Administração Nacional da Segurança no Tráfego em Rodovias (NHTSA): órgão do Departamento de Transporte dos Estados Unidos que cria programas de segurança nos termos da Lei de Segurança Veicular Motorizados e do Tráfego Nacional de 1966 e da Lei da Segurança em Rodovias de 1966

Alerta de colisão frontal: sistema que usa o radar ou o laser e a câmera para detectar uma colisão iminente

Aplicação da dissuasão geral: aplicação da lei que visa usar a ameaça da punição para dissuadir as pessoas de cometer infrações. A dissuasão específica visa utilizar a experiência da punição para desencorajar aqueles que já cometeram infrações a cometer novamente

Centro Global de Segurança no Trânsito (GRSF): parceria global administrada pelo Banco Mundial criada para ajudar a resolver a crise de mortes e ferimentos no trânsito nos países de baixa e média renda. A GRSF fornece financiamento, know-how e assistência técnica para maximizar investimentos na segurança no trânsito e ampliar a capacitação científica, tecnológica e gerencial nos países de baixa e média renda

Cinco pilares: áreas de ação básicas no âmbito da Década de Ação pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas

Colaboração pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas: grupo composto pelas Nações Unidas e por organizações internacionais comprometidas com a melhoria da segurança no trânsito

Comissão de Segurança no Trânsito Global: instituição global que criou a campanha Make Roads Safe (torne o trânsito seguro)

Controle eletrônico de estabilidade: tecnologia computadorizada que melhora a estabilidade do veículo, detectando e reduzindo a perda de tração

Dados de exposição da segurança no trânsito: dados como o número de veículos na população e os quilômetros percorridos pelo veículo

Década de Ação pela Segurança no Trânsito: proclamação das Nações Unidas para estabilizar e reduzir o nível da estimativa de acidentes de trânsito em todo o mundo

Dia Mundial em Memória: dia anual em memória às vítimas do trânsito que acontece no terceiro domingo de novembro

Direção debilitada pelo álcool: dirigir sob a influência de álcool ou drogas

Direção relapsa: prática de condução de um veículo enquanto se realiza outra atividade

Dispositivo de bloqueio da ignição acionado por alcoolemia: mecanismo instalado no painel do veículo em que a pessoa sopra em um bocal do dispositivo antes de dar a partida no veículo. Se a concentração de álcool no hálito analisada for maior do que o nível programado permitido por lei, o dispositivo impedirá a partida do motor

Driving for Better Business (conduzindo para melhorar os negócios): organização do Reino Unido que incentiva os empregadores a dar maior prioridade à segurança no trânsito

Entre veículos (V2V): novas tecnologias veiculares para estabelecer comunicação entre os veículos

Federation Internationale l’Automobile (FIA): organização global que visa proteger os direitos e promover os interesses dos pilotos e dos esportes automobilísticos em todo o mundo e que preside a Ação pela Segurança no Trânsito da FIA

Fórum Internacional de Transporte (ITF): organização intergovernamental da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico que promove uma compreensão mais profunda do papel do transporte no crescimento econômico, na sustentabilidade ambiental e na inclusão social e aumenta o conhecimento público da política de transportes.

Frenagem de emergência autônoma (AEB): sistema de segurança veicular que emprega sensores para monitorar a proximidade dos veículos à frente. A AEB pode aplicar a frenagem de emergência automática em uma situação de colisão iminente

Fundação FIA para o Automóvel e a Sociedade: instituição beneficente de segurança no trânsito que realiza programas de prevenção de lesões e projetos-piloto. Visa garantir “mobilidade segura, limpa, justa e sustentável para todos”

g-lGrupo Internacional de Análise e Dados da Segurança no Trânsito (IRTAD): criado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico e pelo Programa de pesquisas de transporte rodoviário como um mecanismo para fornecer um banco de dados agregado, com a coleta contínua de dados internacionais sobre vítimas e acidentes e também sobre exposição

Indicadores de desempenho da segurança no trânsito: dados como a velocidade média de condução, prevalência de embriaguez ao volante, uso de cintos de segurança, capacetes e dispositivos de retenção de crianças, nível de proteção das vias e dos veículos e disponibilidade de assistência médica

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Indicadores de saúde e economia da segurança no trânsito: dados como níveis de renda e condições de saúde

Iniciativa de segurança no trânsito do banco multilateral de desenvolvimento: iniciativa que aproveita os investimentos dos sete dos bancos de desenvolvimento para garantir a segurança no transporte e melhores resultados na saúde, inclusive um fundo de subsídios para capacitar a gestão da segurança do trânsito

Instituto de Seguros para a Segurança Rodoviária: organização educacional e científica independente e sem fins lucrativos dedicada a reduzir as perdas decorrentes de acidentes de trânsito nos Estados Unidos

ISO 39001: abordagem de gestão da segurança no trânsito desenvolvida pela Organização Internacional de Normalização

m-rNível de concentração de álcool no sangue (CAS): indicador de embriaguez para fins legais ou médicos

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015: pauta de desenvolvimento das Nações Unidas proposta por um grupo de trabalho aberto da Assembleia Geral

Organização Internacional de Políticas de Trânsito: projeto do Centro Global de Segurança no Trânsito do Banco Mundial para promover políticas de trânsito eficazes

Países de alta renda: países com renda per capita nacional bruta superior a US$ 12.736

Países de baixa renda: países com renda per capita nacional bruta inferior a US$ 1.045

Países de renda média: países com renda per capita nacional bruta entre US$ 1.045 e US$ 12.736

Países SUNflower: convenção de nomenclatura para a Suécia, o Reino Unido e os Países Baixos como os três países de “boas práticas” no desempenho da segurança no trânsito

Parceria Global de Segurança no Trânsito: organização global que visa criar e apoiar parcerias multissetoriais de segurança no trânsito que trabalham com intervenções de linha de frente de segurança no trânsito relativas a boas práticas nos países e comunidades de todo o mundo

Piloto automático adaptativo: sistema para veículos que ajusta automaticamente a velocidade do veículo para manter uma distância segura dos veículos à frente

Programa global de avaliação de veículos novos (GNCAP): organização que realiza pesquisas e testes independentes para avaliar os recursos de segurança e o desempenho ambiental e o rendimento comparativo dos veículos motorizados e divulga os resultados para a população

Programa Internacional de Avaliação da Segurança no Trânsito (iRAP): organização que avalia as vias de todo o mundo e visa reduzir significativamente o número de

acidentes no trânsito por meio da melhoria da segurança da infraestrutura viária

Rede de empregadores para a segurança no trânsito: parceria público-privada promovida por empregadores nos Estados Unidos dedicada a melhorar a segurança e a saúde dos funcionários, de seus familiares e membros das comunidades em que vivem e trabalham por meio da prevenção de acidentes de trânsito que ocorrem tanto na vida profissional como pessoal

Relatório da situação global da Organização Mundial da Saúde sobre a segurança no trânsito: série de relatórios da Organização Mundial da Saúde que apresenta informações sobre a segurança no trânsito de 182 países, representando quase 99% da população mundial

Relatório mundial sobre a prevenção de lesões no trânsito: primeiro relatório emitido conjuntamente (2004) pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial da Saúde sobre a prevenção de lesões no trânsito

s-zSaveKidsLives (salve a vida das crianças): campanha mundial oficial coordenada pela Colaboração Global pela Segurança no Trânsito das Nações Unidas, que demanda medidas urgentes para salvar vidas no trânsito em todo o mundo

Segunda Conferência Global de Alto Nível sobre a Segurança no Trânsito: segunda reunião de ministros de estado e seus parceiros de todo o mundo para discutir a segurança rodoviária global, realizada em 18 e 19 de novembro de 2015 em Brasília, DF

Segurança ativa: recursos de segurança veicular que ajudam a evitar colisões

Segurança passiva: recurso de segurança do veículo que ajuda a reduzir os efeitos de um acidente

Semana da segurança no trânsito: semana anual das Nações Unidas para gerar iniciativas para melhor assegurar a segurança no trânsito do mundo

Sistema de classificação de veículos por estrelas: também chamado de Programa de avaliação do veículo novo (NCAP), fornece aos consumidores informações sobre a proteção contra acidentes e a segurança em capotamento dos veículos novos

Sistema de classificação de vias por estrelas: classificação com base nos dados de inspeção do trânsito, que fornece um indicador simples e objetivo do nível de segurança inerente à via

Usuários vulneráveis do trânsito: pedestres, ciclistas, motociclistas e quaisquer outros que utilizem as vias sem estar dentro de um veículo

Veículo para infraestrutura (V2I): novas tecnologias veiculares para estabelecer comunicação entre o veículo e a infraestrutura

Veículos para usuários vulneráveis do trânsito (V2X): novas tecnologias veiculares para estabelecer comunicação entre os veículos e os usuários vulneráveis do trânsito

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