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Edição 2002 IP 85-1 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO Instruções Provisórias RESERVADO RESERVADO OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

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1ª Edição2002

IP 85-1

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Instruções Provisórias

RESERVADO

RESERVADO

OPERAÇÕES DE GARANTIADA LEI E DA ORDEM

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Instruções Provisórias

OPERAÇÕES DE GARANTIADA LEI E DA ORDEM

1ª Edição

2002

IP 85-1

CARGA

EM.................

Preço: R$

RESERVADO

RESERVADO

PORTARIA Nº 034-EME-RES, DE 24 DE MAIO DE 2002

Aprova as Instruções Provisórias IP 85-1 - Operaçõesde Garantia da Lei e da Ordem - Reservado - 1ª Edição, 2002.

O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso da atribuição quelhe confere o artigo 113 das IG 10-42 - INSTRUÇÕES GERAIS PARA ACORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOS ADMINISTRATIVOS NOÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovadas pela Portaria do Comandante do Exércitonº 041, de 18 de fevereiro de 2002, resolve:

Art. 1º Aprovar as Instruções Provisórias IP 85-1 - OPERAÇÕES DEGARANTIA DA LEI E DA ORDEM - RESERVADO - 1ª Edição, 2002, que com estabaixa.

Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de suapublicação.

Art. 3º Revogar o Manual de Campanha C 31-16 - OPERAÇÕESCONTRA FORÇAS IRREGULARES EM AMBIENTE RURAL - RESERVADO -1ª Edição, 1988, aprovado pela Portaria Nº 061-EME-Res, de 08 Jun 88, asIP 31-15 - O PEQUENO ESCALÃO NAS OPERAÇÕES CONTRAGUERRILHAS- RESERVADO - 1ª Edição, 1969, aprovada pela Portaria Nº 085-EME-Res,de 24 Set 69 e as IP 31-17 - OPERAÇÕES URBANAS DE DEFESA INTERNA- RESERVADO - 3ª Edição, 1973, aprovada pela Portaria Nº 084-EME-Res,de 24 Set 69.

NOTA

Solicita-se aos usuários destas instruções provisórias aapresentação de sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-las ouque se destinem à supressão de eventuais incorreções.

As observações apresentadas, mencionando a página, o parágrafoe a linha do texto a que se referem, devem conter comentários apropriadospara seu entendimento ou sua justificação.

A correspondência deve ser enviada diretamente ao EME, deacordo com o artigo 108 Parágrafo Único das IG 10-42 - INSTRUÇÕESGERAIS PARA A CORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOSADMINISTRATIVOS NO ÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovado pela PortariaMinisterial nº 041, de 18 de fevereiro de 2002.

ÍNDICE DOS ASSUNTOSPrf Pag

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ........................................ 1-1 a 1-5 1-1

CAPÍTULO 2 - PRINCÍPIOS DAS AÇÕES DE GARAN-TIA DA LEI E DA ORDEM ...................... 2-1 a 2-4 2-1

CAPÍTULO 3 - AS FORÇAS ADVERSAS

ARTIGO I - Introdução ............................................... 3-1 3-1

ARTIGO II - Os Agentes das Forças Adversas .......... 3-2 e 3-3 3-1

ARTIGO III - Processos empregados pelas ForçasAdversas ................................................ 3-4 e 3-5 3-5

ARTIGO IV - As Atividades.......................................... 3-6 a 3-8 3-9

ARTIGO V - O Apoio Externo ..................................... 3-12

CAPÍTULO 4 - PLANEJAMENTO DE GARANTIA DALEI E DA ORDEM .................................. 4-1 a 4-6 4-1

CAPÍTULO 5 - EMPREGO DA FORÇA TERRESTRENAS AÇÕES CONTRA FORÇASADVERSAS NA SITUAÇÃO DE NORMA-LIDADE

ARTIGO I - Introdução ............................................... 5-1 e 5-2 5-1

ARTIGO II - Atividades a serem realizadas ................ 5-3 a 5-5 5-2

ARTIGO III - Emprego da Tropa .................................. 5-6 e 5-7 5-4

Prf Pag

CAPÍTULO 6 - AS OPERAÇÕES CONTRA AS FORÇASADVERSAS

ARTIGO I - Introdução ............................................... 6-1 e 6-2 6-1

ARTIGO II - Atividades de Inteligência ........................ 6-3 e 6-4 6-2

ARTIGO III - Operações Tipo Polícia ........................... 6-5 a 6-8 6-2

ARTIGO IV - Interdição do Apoio Externo .................... 6-9 a 6-12 6-7

ARTIGO V - Operações de Combate .......................... 6-13 a 6-16 6-8

ARTIGO VI - As Atividades de Assuntos Civis ............. 6-17 a 6-21 6-18

ARTIGO VII - As Atividades de Comunicação Social .... 6-22 a 6-24 6-19

CAPÍTULO 7 - OPERAÇÕES CONTRA FORÇASADVERSAS EM AMBIENTE RURAL

ARTIGO I - Introdução ............................................... 7-1 a 7-3 7-1

ARTIGO II - Estudo de Situação ................................ 7-4 a 7-9 7-2

ARTIGO III - Quadro Geral das Operações ................. 7-10 e 7-11 7-4

ARTIGO IV - Ocupação da Zona de Operações ........... 7-12 a 7-18 7-6

ARTIGO V - Organização da Zona de Operações ....... 7-19 e 7-20 7-14

CAPÍTULO 8 - OPERAÇÕES CONTRA FORÇASADVERSAS EM AMBIENTE URBANO

ARTIGO I - Introdução ............................................... 8-1 e 8-2 8-1

ARTIGO II - Planejamento e Emprego........................ 8-3 a 8-19 8-2

ARTIGO III - Assessoria Jurídica ................................ 8-20 8-8

ARTIGO IV - Inteligência ............................................. 8-21 8-8

ARTIGO V - Comunicação Social ............................... 8-22 8-9

ARTIGO VI - Reserva .................................................. 8-23 8-9

CAPÍTULO 9 - APOIO ÀS OPERAÇÕES DE DEFESAINTERNA

ARTIGO I - Apoio de Artilharia .................................. 9-1 a 9-7 9-1

ARTIGO II - Apoio de Engenharia ............................... 9-8 a 9-10 9-4

Prf Pag

ARTIGO III - Apoio de Comunicações ......................... 9-11 a 9-13 9-7

ARTIGO IV - Apoio Logístico ....................................... 9-14 a 9-16 9-10

ARTIGO V - Emprego da Aviação do Exército ............ 9-17 a 9-20 9-12

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1-1. FINALIDADE

As presentes Instruções Provisórias apresentam os fundamentos dasações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) a serem executadas pelos diversosescalões da Força Terrestre (F Ter), em ambientes urbano e rural, dentro damissão constitucional do Exército de garantir os poderes constitucionais, a lei ea ordem.

1-2. BASE LEGAL

a. A base legal para o emprego da F Ter nas ações de GLO encontra-se noArt 142 da Constituição da República Federativa do BRASIL, de 05 de outubro de1988.

b. As condições em que a F Ter cumprirá suas atribuições na GLO sãodetalhadas em leis, decretos, medidas provisórias, portarias e diretrizes.

1-3. BASE PARA A DOUTRINA DE EMPREGO

A doutrina para o emprego da F Ter é fundamentada nas IP 100-2 - BASESPARA A MODERNIZAÇÃO DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FORÇA TERRES-TRE NA DEFESA INTERNA (DOUTRINA ALFA), 1ª Edição, 1997.

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1-4. PREMISSAS BÁSICAS

a. A decisão de emprego da força terrestre em ações de GLO é decompetência exclusiva do Presidente da República, podendo ocorrer na situaçãode normalidade institucional ou não, tanto em ambiente urbano quanto rural.

b. Na hipótese de emprego da força terrestre para a garantia da lei e daordem, em situação de normalidade institucional, impõe-se observar o seguinte:

(1) a atuação da força terrestre ocorrerá de acordo com as diretrizesbaixadas em ato do Presidente da República, após esgotados os instrumentosdestinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e dopatrimônio, relacionados no Art 144 da Constituição Federal;

(2) consideram-se esgotados os meios previstos no Art 144 da Consti-tuição, inclusive no que concerne às Polícias Militares, quando, em determinadomomento, indisponíveis, inexistentes ou insuficientes ao desempenho regular desua missão constitucional;

(3) a decisão presidencial de emprego da força terrestre será comunicadaao Ministro de Estado da Defesa por meio de documento oficial que indicará amissão, os demais órgãos envolvidos e outras informações necessárias;

(4) o emprego da força terrestre na GLO é considerado de carátereventual, episódico, de duração limitada e em área previamente definida;

(5) incumbirá ao Exército, objetivando a preservação da ordem públicae da incolumidade das pessoas e do patrimônio, porque esgotados os instrumen-tos a isso previstos, no Art 144 da Constituição, sempre que se faça necessário,desenvolver ações de polícia ostensiva, como as demais, de natureza preventivaou repressiva, que se incluem na competência, constitucional e legal, das PolíciasMilitares, observados os termos e limites impostos, a estas últimas, peloordenamento jurídico;

(6) a Polícia Militar, caso disponha de meios, com a anuência doGovernador do Estado, atuará, parcial ou totalmente, sob o controle operacionaldo comando militar responsável pelas operações, sempre que assim o exijam, ourecomendem, as situações a serem enfrentadas;

(7) o emprego a que se refere a hipótese em pauta abrange, também,outras situações em que se presuma ser possível a perturbação da ordem, taiscomo as relativas a eventos oficiais ou públicos, particularmente os que contemcom a participação de Chefe de Estado, ou de Governo, estrangeiro, e à realizaçãode pleitos eleitorais, nesse caso quando solicitado; e,

(8) ainda no contexto da presente hipótese, o Exército poderá, quandodeterminado, prestar apoio logístico, de inteligência, de comunicações e deinstrução, bem como assessoramento aos órgãos governamentais envolvidos nasações de garantia da lei e da ordem, inclusive nas de combate aos delitostransfronteiriços e ambientais.

c. Na hipótese de emprego da força terrestre em ações de GLO,quandodecretadas as medidas de defesa do Estado previstas na Constituição Federal,o Exército atuará de acordo com as diretrizes baixadas pelo Presidente daRepública, específicas para cada situação.

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d. Em operações de GLO, o êxito não se restringe somente à neutralização,destruição do poder combativo ou captura da Força Adversa (F Adv), mas incluia conquista e manutenção do apoio da população brasileira.

e. As ações de GLO só terão êxito duradouro se as condições políticas,econômicas e sociais que permitiram o surgimento e catalizaram o crescimentodas F Adv forem alteradas pelas demais expressões do poder nacional. O podermilitar é capaz de neutralizar, temporariamente, os efeitos de uma determinadasituação que afete os poderes constitucionais, a lei e a ordem, mas só a atuaçãointegrada de todas as expressões do poder nacional é capaz de eliminar ascausas daquela situação.

1-5. MISSÃO DO EXÉRCITO

Para o cumprimento de sua missão constitucional relativa à GLO, o Exércitorealiza as seguintes ações previstas no SIPLEX 1 (Missão do Exército):

a. atuar de modo preventivo e operativo contra qualquer forma de ameaçaou agressão que, apoiada ou não do exterior, comprometa a lei, a ordem e osfundamentos do Estado Democrático de Direito; e

b. cooperar com os esforços do governo no combate aos ilícitos e crimestransnacionais de natureza variada.

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CAPÍTULO 2

PRINCÍPIOS DAS AÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

2-1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

a. As ações de GLO abrangem o emprego da F Ter em variados tipos deoperações e atividades em face das diversas formas com que as F Adv podem seapresentar.

b. O amplo espectro das missões executadas e a variedade de situaçõesque podem ocorrer exigem, em cada caso, um cuidadoso estudo das condicionantesdo emprego da F Ter, para a adoção de medidas e ações mais adequadas àsituação que se apresenta, coerente com os fundamentos e conceitos que seseguem.

2-2. CONCEITOS BÁSICOS

a. Garantia da Lei e da Ordem - Atuação coordenada das ForçasArmadas e dos órgãos de segurança pública na execução de ações e medidasprovenientes de todas as expressões do poder nacional em caráter integrado erealçado na expressão militar. Tem por finalidade a garantia dos poderesconstitucionais, da lei e da ordem.

b. Segurança Integrada (Seg Intg) - Expressão usada nos planejamen-tos de GLO da F Ter, com o objetivo de estimular e caracterizar uma maiorparticipação e integração de todos os setores envolvidos.

c. São segmentos autônomos ou infiltrados em movimentos sociais,entidades, instituições e/ou organizações não-governamentais, que comprome-tem a ordem pública ou até mesmo a ordem interna do país, utilizando procedi-mentos ilegais.

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d. Ordem Pública - Situação de tranqüilidade e normalidade que o Estadoassegura, ou deve assegurar, às instituições e aos membros da sociedade,consoante às normas jurídicas legalmente estabelecidas.

e. Ordem Interna - Situação em que as instituições públicas exercem asatividades que lhe são afetas e se inter-relacionam, conforme o definido noordenamento legal do Estado.

f. Situação de Normalidade - Situação na qual os indivíduos, grupossociais e a Nação sentem-se seguros para concretizar suas aspirações, interes-ses e objetivos, porque o Estado, em seu sentido mais amplo, mantém a ordempública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio. As F Adv podem estaratuantes, sem entretanto, ameaçar a estabilidade institucional do País. No planolegal, caracteriza-se pela plena vigência das garantias individuais e pela não-utilização das salvaguardas constitucionais. Nesta situação, a ação da F Terpode ser determinada, caso se caracterize o comprometimento da ordem pública.

g. Situação de Não-Normalidade - Situação na qual as F Adv, de formapotencial ou real, comprometem gravemente a ordem pública, chegando aameaçar, ainda que potencialmente, a estabilidade institucional, a integridade ea soberania nacionais acarretando grave comprometimento da ordem pública,comprometimento da ordem interna ou o grave comprometimento da ordeminterna. No plano legal, caracteriza-se pela decretação das salvaguardas consti-tucionais, a intervenção federal, o estado de defesa ou o estado de sítio.

h. Comprometimento da Ordem Pública - Situação em que os órgãosde segurança pública não se mostram capazes de se contraporem, com eficácia,às F Adv que ameaçam a integridade das pessoas e do patrimônio e o plenoexercício do estado de direito, sem caracterizar ameaça à estabilidade institucional.

i. Grave Comprometimento da Ordem Pública - Situação em que aação das F Adv, por sua natureza, origem, amplitude e vulto representa ameaçapotencial à estabilidade institucional da Nação.

j. Comprometimento da Ordem Interna - Situação em que a ação dasF Adv, por sua natureza, origem, amplitude e vulto representa ameaça de gravee iminente instabilidade institucional.

l. Grave Comprometimento da Ordem Interna - Situação em que a açãodas F Adv, por sua natureza, origem, amplitude e vulto representa ameaça àintegridade e à soberania nacional.

2-3. AÇÕES E MEDIDAS DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

a. As ações e medidas de GLO podem ser PREVENTIVAS ouOPERATIVAS, de acordo com o grau e natureza dos óbices representados pelasações das F Adv.

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b. Ações e Medidas Preventivas - As ações e medidas preventivas têmcaráter permanente e, normalmente, restringem-se às atividades de inteligênciae comunicação social. Algumas operações tipo polícia, de menor porte, poderãoser realizadas, em caráter episódico, num quadro de cooperação com os governosestaduais ou com o Ministério da Justiça, visando evitar o agravamento daperturbação da ordem.

c. Ações e Medidas Operativas(1) As ações e medidas operativas deverão ter caráter episódico e

poderão ocorrer:(a) numa situação de normalidade, num quadro de cooperação com

os governos estaduais ou com o Ministério da Justiça, apoiando e/ou coordenandoas ações dos órgãos de segurança pública, e, até mesmo, atuando por meio demedidas operativas; ou

(b) numa situação de não-normalidade, com aplicação de salvaguar-das constitucionais.

(2) As ações e medidas operativas conduzidas na situação de não-normalidade serão executadas dentro de uma Zona de Operações (Z Op), que serádelimitada, na área conturbada, com base no ato legal da autoridade quedeterminou o emprego da F Ter.

2-4. FUNDAMENTOS DAS AÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

a. Máximo Emprego da Inteligência(1) Nas ações de GLO, o uso da força deve ser restrito ao mínimo

absolutamente indispensável. Para que isso ocorra, é imprescindível a disponibi-lidade dos conhecimentos necessários sobre as F Adv, sobre o terreno (rural ouurbano) e sobre as características da população presente no local da operação.Esses conhecimentos devem ser buscados de forma permanente, por meio deadequadas operações de inteligência.

(2) O emprego de ações em força sem o adequado apoio de inteligênciafatalmente conduzirá a F Ter à desmoralização, ao antagonismo com a opiniãopública e ao insucesso.

(3) A inteligência não se limita à produção de conhecimentos para oemprego de ações em força, mas também tem o importantíssimo papel deproduzir conhecimentos para a atividade de Comunicação Social.

c. Limitação do Uso da Força e das Restrições à População(1) Na GLO, a execução de ações em força podem vir a ser fator de

desgaste para as forças legais. Esse desgaste cresce em proporção geométricacom o passar do tempo e se alimenta de fatos, desde situações graves, como amorte de inocentes, até a execução de medidas simples que afetem a rotina dapopulação.

(2) A necessidade de evitar o desgaste da força legal impõe a limitação,ao mínimo necessário do emprego de ações em força ou que sejam restritivas àpopulação. Tal limitação refere-se à intensidade e à amplitude no tempo e noespaço.

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(3) Regras de engajamento específicas serão expedidas para cadaoperação, levando-se em consideração a necessidade das ações a seremrealizadas e a proporcionalidade do esforço e dos meios a serem empregados.Nesse sentido, deve ser considerado o seguinte:

(a) definição de procedimentos para a tropa, abrangendo o maiornúmero de situações possíveis;

(b) proteção a ser dada para a tropa, os poderes constitucionais, oscidadãos e as instalações incluídas na missão; e

(c) consolidação dessas regras em documento próprio, com difusãopara todos os militares e autoridades envolvidos na operação.

d. Máximo Emprego da Dissuasão - O poder de dissuasão deve serexplorado ao máximo visando-se evitar a adoção de medidas operativas. Quandoestas forem adotadas, a força legal deve procurar limitar o uso da força e dasrestrições à vida normal da população. A dissuasão é obtida por meio da utilizaçãodo emprego da MASSA, que fica caracterizado ao se atribuir uma amplasuperioridade de meios às forças legais em relação às F Adv.

e. Máximo Emprego da Comunicação SocialO êxito das ações de GLO depende do apoio da população. O uso

adequado e intensivo da Comunicação Social, em seu sentido mais abrangente(Operações Psicológicas, Relações Públicas e Informações Públicas), é básicopara a conquista e manutenção do apoio da população, bem como, paradesenvolver nela uma atitude contrária às FAdv.

f. A definição da responsabilidade da negociação(1) Nas ações de GLO o uso da força deverá ser sempre precedido de

negociação, com a finalidade de preservar a integridade física de pessoas e/oubens, bem como de preservar a imagem da F Ter.

(2) A negociação deve ser conduzida por pessoas habilitadas e autoriza-das para tanto e estranhas à força empregada na operação. Negociar não éatribuição do comandante da força empregada, ainda que esse possa oferecersegurança ao(s) negociador(es) ou mesmo atuar como elemento de dissuasãodurante as negociações.

(3) O emprego da força é uma conseqüência da falência da negociaçãoe admite a possibilidade de danos a integridade física de pessoas e/ou bens. Talfato deve ficar claro, seja para o(s) negociador(es), seja para a autoridade quedetermina o emprego da força, seja para a opinião pública.

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CAPÍTULO 3

AS FORÇAS ADVERSAS

ARTIGO I

INTRODUÇÃO

3-1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

a. A definição de F Adv apresentada no Capítulo 2 destas IP pretendeabranger todos os segmentos que, utilizando procedimentos ilegais, comprome-tem a ordem pública ou a ordem interna do país.

b. O Estado Democrático de Direito favorece, via de regra, a atuaçãodissimulada das F Adv. Caracterizada a atuação dessas forças, deve-se identificaros indivíduos ou grupos que as integram, de modo a dissociá-los das entidades,organizações e instituições legitimadas pela sociedade, preservando-as emproveito do bem comum.

c. Este capítulo detalha as F Adv em seu mais complexo grau deorganização. Entretanto, não significa que todas elas atinjam esse grau decomplexidade.

ARTIGO II

OS AGENTES DAS FORÇAS ADVERSAS

Os componentes das F Adv são seus agentes, os quais podem sercaracterizados por suas atuações individuais (Agente Indivíduo) ou por suasatuações coletivas (Agente Grupo).

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3-2. AGENTE INDIVÍDUO

a. Aspectos Gerais - Os agentes, como indivíduos, podem ser divididos emduas grandes categorias, segundo seu grau de envolvimento com a F Adv. Aprimeira categoria é a dos militantes, elementos nitidamente ligados à F Adv ealtamente comprometidos com ela. A segunda categoria é a dos auxiliares,elementos aparentemente desvinculados da F Adv mas que com ela colaboram,propagando sua influência, permitindo sua sobrevivência, mascarando suasatividades, protegendo seus militantes e difundindo sua propaganda.

b. Agentes Indivíduos(1) Militantes - São os elementos estruturados nos diversos níveis e

setores de atividades das F Adv, podendo ser profissionais ou não. Em função dasatividades que desempenham, classificam-se em: ativistas, agentes especiais,líderes e agentes armados.

(a) Ativistas - Elementos especializados, bem preparados e que têmcomo missão instilar nas mentes de indivíduos ou das massas os ideais da F Adve propagar sua ideologia. Os ativistas podem ser agitadores ou propagandistas.

1) Agitadores - São os ativistas de formação mais fácil e rápida,que trabalham com as massas. Exploram fatos concretos ocorridos e, em funçãodeles, denunciam através de palavras de ordem, as falhas e fracassos do governoe das instituições. Dirigem-se a grandes públicos, nos movimentos reivindicatórios,comícios, passeatas e assembléias. Caracterizam-se como homens de poucaspalavras para muitas pessoas.

2) Propagandistas - São os ativistas de formação complexa eprofunda; são cultos e profundos conhecedores das idéias do movimento ao qualpertencem. Seu público-alvo são setores restritos e seletos da população e visamobter a adesão ou o comprometimento desses setores à causa do movimento queintegram. Os propagandistas são os responsáveis pela montagem de campanhaspsicológicas e pela seleção das “idéias-força”. Caracterizam-se como homens demuitas palavras para poucas pessoas.

(b) Agentes Especiais - São elementos altamente comprometidoscom a F Adv, selecionados e treinados para atividades específicas, comosabotadores e terroristas.

(c) Líderes - São elementos dotados de qualidades naturais deliderança, podendo essas serem desenvolvidas em cursos de capacitaçãoespecífica ou não, e que conduzem os rumos da F Adv ou de setores significativos.

(d) Agentes Armados - São os militantes formados para a execuçãodas ações armadas da F Adv. Caracterizam-se quando a F Adv possui um braçoarmado.

(2) Auxiliares(a) Simpatizantes - Esta denominação inclui um grande número de

pessoas não estruturadas nos quadros da F Adv, que, por condescendência,interesse, receio ou inconsciência cooperam com ela pelos mais variados meios.Os simpatizantes podem ser de três categorias:

1) Simpatizantes Logísticos - São elementos que fornecemarmamento, alimentação, alojamento, documentos e outros itens aos militantesda F Adv.

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2) Simpatizantes Institucionais - São elementos que se aprovei-tam de franquias legais e outros privilégios de sua posição ou profissão paraauxiliar os militantes.

3) Simpatizantes Intelectuais - São elementos que, valendo-sedos meios de comunicação de massa e artísticos (artigos em revistas e jornais,livros, peças teatrais, filmes, novelas, etc), apresentam uma imagem positiva daF Adv, atraindo a simpatia do público.

(b) Oportunistas - São indivíduos que, por interesse pessoal ou porreceio, se associam à F Adv, colaborando com ela e procurando tirar vantagensdessa colaboração. Entre os oportunistas estão os “companheiros de viagem” ou“aliados”. Se caracterizam por serem elementos que possuem idéias contráriasàs da F Adv mas que dela se valem para a conquista de determinados objetivoscomuns.

(c) Inocentes Úteis - Pessoas que se prestam à manipulação pelaF Adv por vaidade, por desconhecimento ou por inconsciência.

(d) Auxiliares Ocultos - São elementos que, por medo ou porconveniência, ocultam sua simpatia pela F Adv, desmonstrando ocupar umaposição isenta e imparcial, mas que em todas as ocasiões defendem as posiçõesfavoráveis à F Adv.

(e) Agentes de Influência - São pessoas colocadas em posições taisde evidência, na imprensa, no magistério, nas artes, no clero, na administraçãopública, na política, dentre outras que, ao se manifestarem, são capazes de obterressonância favorável às F Adv.

3-3. AGENTE GRUPO

a. Aspectos Gerais - O amplo espectro de formas e organizações em queas F Adv se baseiam, sendo muitas delas perfeitamente legais, dificulta adefinição dos agentes grupo das F Adv. Em muitos casos é difícil distinguir umgrupo de outro e nem sempre todos os grupos estarão representados ouidentificados em uma F Adv.

b. O Núcleo - O núcleo da F Adv é composto por um limitado número deindivíduos leais, experimentados e ativos. O núcleo conduz a F Adv para seuobjetivo, estabelecendo diretrizes e objetivos para os demais grupos que integrama força e coordenando a sua atuação. Em muitos casos o núcleo pode estarestruturado em torno de um partido político e, até mesmo, confundir-se com ele.

c. Organizações de Massa(1) O grande objetivo é conseguir o apoio da população. Para tal, o núcleo

da F Adv pode desenvolver suas ações por meio de movimentos que, de maneiravelada ou ostensiva, conduzam a opinião pública e dirijam as ações da populaçãoem proveito das metas a serem alcançadas pela F Adv. Esses movimentos sãoas organizações de massa e podem tomar a forma de sindicatos, associações,movimentos reivindicatórios, etc.

(2) As organizações de massa servem ao núcleo proporcionando-lhe umafachada aparentemente legítima e que representa, no aspecto externo, o interessede toda ou de parte substancial da população.

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(3) As organizações de massa podem variar de uma pequena estruturalocal até grandes organizações internacionais.

(4) Em muitos casos a organização de massa assume tal vulto que passaa ofuscar as ações do núcleo, o que torna muito difícil a sua identificação. Tambémé comum que o núcleo de uma F Adv procure infiltrar-se em uma organização demassa já existente para passar a controlá-la. A criação de uma organização demassa pode ser demorada e sua atuação só será eficaz se contar com o respaldoda opinião pública ou de parte específica desta. Por essas razões pode ser maisvantajoso passar a controlar uma organização de massa já existente do que criaruma nova.

d. Organização Político Administrativa (OPA)(1) Quando o estágio de evolução da F Adv atinge certo nível e, em

função do seu desenvolvimento, passa a dominar determinadas áreas, surgea necessidade da existência de um governo que substitua ou concorra como governo local. Esse governo de “sombra”, ou “paralelo” é a OPA.

(2) A estrutura da OPA é lenta e progressiva, crescendo de acordo coma influência do movimento de que é agente.

(3) A efetivação da OPA em uma área depende de três fatores fundamen-tais:

(a) as forças irregulares exercem o controle da área, sendo maisfortes do que as forças legais;

(b) o trabalho de massa já conseguiu obter o domínio de parteconsiderável da população, levando-a à desobediência ao poder legal; e

(c) o núcleo já tenha conseguido organizar uma estrutura compatível.

e. Forças Irregulares (F Irreg)(1) Aspectos Gerais

(a) Em função de sua amplitude e objetivos as F Adv podem vir aconstituir “braços armados”, conhecidos como F Irreg.

(b) Coerentemente com a ampla variedade de organizações, efetivose formas de atuação que as F Adv podem ter, as F Irreg também podem serformadas de pequenos grupos aptos às ações urbanas até grandes e bemarmados efetivos, capazes de manter o controle de extensas áreas e de oferecerelevado grau de resistência às forças legais.

(2) Divisão - Em seu grau de organização mais elevado, as F Irreg podemser compostas por três segmentos: a força de guerrilha, a força subterrânea e aforça de sustentação.

(a) Força de Guerrilha1) A força de guerrilha representa o mais alto grau de organização

e poder das F Irreg, e passa a atuar quando a F Adv já detém o controle dedeterminadas áreas e pretende impor sua vontade ostensivamente pela força dasarmas.

2) A força de guerrilha é ostensiva. Dependendo de seu valor e deoutras condicionantes, atua como força convencional e um dos seus objetivos éser reconhecida como força beligerante por outros países e organizaçõesinternacionais, permitindo melhores condições de respaldo para a F Adv.

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(b) Força Subterrânea1) A força subterrânea é composta por elementos que mantêm

uma vida civil normal, como fachada, e atuam como guerrilheiros de modoclandestino.

2) A principal finalidade da força subterrânea é realizar açõesarmadas em áreas onde o poder das forças legais impeça a força de guerrilha deatuar ostensivamente.

3) A força subterrânea atua particularmente por meio de açõesterroristas.

(c) A Força de Sustentação1) A força de sustentação é formada por pessoas residentes na

área de atuação da força de guerrilha e tem a finalidade de prestar apoio logísticoàquela força.

2) Os elementos que compõem a força de sustentação levamuma vida aparentemente normal e dentro da lei, e exercem sua atividade de apoioà força de guerrilha de maneira clandestina.

ARTIGO III

PROCESSOS EMPREGADOS PELAS FORÇAS ADVERSAS

3-4. ASPECTOS GERAIS

a. Entende-se por processos as formas de atuação empregadas pelasF Adv. Os processos aqui apresentados englobam todos os tipos de atuação dasF Adv, desde os mais simples até os mais complexos. Inclui-se nesse campoações que dentro do contexto de um movimento revolucionário vão da desobediênciacivil, passando pela subversão da ordem e chegando à luta armada.

b. O perfeito conhecimento dos processos e das atividades com elesrelacionadas é fundamental para que se identifique causas, conseqüências eobjetivos de determinadas ações, distinguindo a ação ilegal das F Adv daslegítimas manifestações e anseios da população.

c. Os processos, ou formas de atuação, caracterizam-se por ações quepodem englobar várias atividades - destrutivas ou construtivas - ao mesmo tempo.Algumas F Adv conduzem seus processos sobre uma linha muito tênue, que seapóia em aspirações populares, legítimas ou artificiais e oscila entre o legal e oilegal.

d. Os processos não são exclusivos entre si. A mesma F Adv podeempregar, simultaneamente e no mesmo ambiente, dois ou mais processos paraatingir seus objetivos.

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3-5. PROCESSOS (FORMAS DE ATUAÇÃO)

Os processos mais usados pelas F Adv são: aliciamento; infiltração;agitação e propaganda; atividades políticas; apoio externo; hierarquias paralelas;e operações militares.

a. Aliciamento - Consiste na conquista de adeptos para a causa da F Adv.É realizado por meio de contatos pessoais, formação de grupos de estudo,reuniões informais, etc. Conforme os objetivos da F Adv, o aliciamento pode tercomo alvo todas ou uma determinada classe da sociedade.

b. Infiltração - É a colocação de militantes ou simpatizantes da F Adv emórgãos públicos ou em outros setores da sociedade que permitam contribuirpositivamente para a atuação da F Adv ou negativamente para a atuação dasforças legais.

c. Agitação e Propaganda(1) A agitação e propaganda é o processo que permite à F Adv influir no

comportamento de indivíduos e grupos sociais, levando-os a apoiar as suascausas. Este processo desenvolve-se por meio de pressões, operações psicoló-gicas, greves e distúrbios, sabotagem, resistência passiva e terrorismo.

(2) Pressões - São exercidas sobre o governo, instituições, entidadesdiversas e a população, para induzir ou obrigar o grupo pressionado a apoiar aF Adv, particularmente nos campos político e jurídico.

(3) Operações Psicológicas - Dependendo de sua organização e objeti-vos, a F Adv pode lançar campanhas psicológicas destinadas a obter comporta-mentos favoráveis a seus objetivos e a eliminar ou minimizar comportamentosfavoráveis às forças legais, às instituições e aos usos e costumes que se oponhamaos preconizados pela F Adv. De um modo geral as operações psicológicasdesencadeadas pelas F Adv visam:

(a) identificar as metas da F Adv com as aspirações populares;(b) desacreditar o governo e as instituições;(c) convencer a população que a vitória da F Adv é inevitável; e(d) destruir padrões culturais, sociais, históricos, religiosos e morais

da nação e, concomitantemente, iniciar a difusão de novos padrões que facilitema adoção das idéias pregadas pela F Adv.

(4) Greves e Distúrbios(a) As greves e os distúrbios são utilizados para manobrar massas

fortemente motivadas, passíveis de serem conduzidas às ações desejadas pelaF Adv. As greves e os distúrbios têm, também, a finalidade de expor as forçaslegais ao desgaste do confronto com a população. Durante a preparação dasgreves e dos distúrbios, a F Adv tem a oportunidade de:

1) identificar anseios da população que podem ser explorados;2) testar o grau de aceitação do movimento;3) verificar sua própria capacidade de organização para a condu-

ção das massas e a atuação de seus militantes; e4) determinar a capacidade repressora da autoridade legal.

(b) As greves são muitas vezes legais e normalmente, apoiadas em

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aspirações legítimas, contam com a simpatia, ou pelo menos com a tolerância daopinião pública. Esses fatos são de alto valor para a F Adv pois lhe permite atingirobjetivos e capitalizar vantagens de forma indireta, sem expor sua verdadeiraintenção.

(c) Ao planejar ou apoiar o desencadeamento de uma greve, a F Advcostuma colocar três tipos de exigências a serem feitas pelos grevistas:

1) de “segurança” - não-punição dos grevistas, pagamento dosdias parados etc;

2) “reais” - exigências que originaram a greve e que podem seratendidas; e

3) de “barganha” - exigências absurdas que não podem seratendidas e das quais o movimento pretende abrir mão, aparentando uma atitudeconciliatória.

(d) Ao ser empregada contra ações relacionadas com as greves, aF Ter deve envidar todos os esforços no sentido de esclarecer a opinião pública,e os próprios grevistas, que sua atuação não visa reprimir a greve em si, e que nãoé atribuição da F Ter conduzir negociações ou discutir o mérito do movimento. Amissão da F Ter, quando empregada, é garantir os direitos de terceiros, aincolumidade do patrimônio e o cumprimento da lei.

(e) Os distúrbios são ações de violência como tumultos, arruaças,depredações, saques, bloqueios de vias públicas, ocupações e outros. Demaneira geral os distúrbios visam:

1) difundir a idéia de que a F Adv, ou o movimento que ela apóia,conta com a maioria da população;

2) desmoralizar as autoridades constituídas e desgastar asforças legais;

3) intimidar o governo legal e as instituições;4) provocar a insegurança ou o pânico no povo, particularmente

na grande massa de neutros, acovardando-os diante da violência;5) causar prejuízos ao funcionamento das instituições do Estado,

serviços públicos essenciais ou órgãos privados;6) impor alterações na ordem pública, visando a criação de um

clima de insegurança; e7) proporcionar, sempre que possível, a criação de mártires.

(5) Sabotagem(a) A sabotagem é uma ação de caráter essencialmente material que

visa destruir ou danificar recursos de toda a ordem. Os efeitos da sabotagem, aodificultar ou impedir o funcionamento de instituições, indústrias, serviços públicose privados, provocam agitações, descontentamentos, diminui a confiança dapopulação nas autoridades e intimidam o poder.

(b) A sabotagem pode ser:1) ativa - quando o agente realiza uma tarefa específica com o

objetivo de impedir ou dificultar o funcionamento de determinado serviço públicoou privado;

2) passiva - quando o agente não realiza deliberadamente umatarefa a que estava obrigado, dificultando ou impedindo o funcionamento deserviços públicos ou privados.

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(6) Resistência Passiva(a) A resistência passiva é um aspecto particular da greve e da

sabotagem e consiste na execução morosa, ou não execução, de qualqueratividade a que os indivíduos ou grupos estejam obrigados em proveito dacoletividade. Distingue-se da sabotagem por ser de caráter coletivo, enquanto asabotagem é uma ação individual.

(b) Esse processo objetiva demonstrar a capacidade de mobilizaçãoda F Adv e jogar a população contra as autoridades.

(7) Terrorismo(a) O terrorismo visa influir sobre o comportamento das autoridades

e da população pelo uso ou ameaça de uso da violência. O objetivo do terrorismoé essencialmente de natureza psicológica.

(b) Os atos de terrorismo visam:1) construir o moral da F Adv;2) realizar a propaganda de fatos;3) desorientar a população;4) provocar atitudes repressivas; e5) conduzir a população ao descrédito na capacidade de repres-

são das autoridades.(c) Outra finalidade dos atos de terrorismo é eliminar personalidades

e autoridades incômodas ou perigosas para a F Adv.(d) Os atos de terrorismo têm em mira os seguintes alvos:

1) a vítima - pessoa ou grupo que sofre a ação direta do ato deterrorismo;

2) o grupo de identificação - parte da população que julga, ou écapaz de julgar que, por sua identificação com a vítima ou associação deinteresses ou de atividades, poderia ou poderá vir a ser a próxima vítima; e

3) a massa ressoante - parte da população não diretamenteidentificada com a vítima, mas sobre a qual o ato terrorista poderá influirpsicologicamente.

(e) O terrorismo pode ser classificado como:1) seletivo - quando a vítima é uma pessoa ou grupo de pessoas

previamente escolhidas, indicando que o grupo ao qual a vítima pertence éaltamente significativo para os objetivos da organização terrorista. Nesse tipo deterrorismo, as vítimas são escolhidas por suas funções, atitudes, convicções,representação, etc;

2) indiscriminado - a ação é desencadeada sem uma préviaseleção das vítimas, visando criar e manter o terror na população de modo quequalquer um passe a temer a possibilidade de ser a próxima vítima.

d. Atividades Políticas - As F Adv podem utilizar-se de atividades políticaspara alcançar seus objetivos, até mesmo o objetivo mais amplo que seria a tomadado poder. O uso de atividades políticas passa a ser de interesse da GLO quandose associa a ações ilegais.

e. Hierarquias Paralelas - Em função de seus objetivos e amplitude, aF Adv pode ter a necessidade de controlar a população, em âmbito local ounacional. Um dos processos mais utilizados para isso é o das hierarquias

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paralelas. Nesse processo, a F Adv passa a exercer um poder paralelo ao poderconstituído, enquadrando a população pelo medo e pela exploração de deficiên-cias do poder legal. Aos poucos a população passa a confiar e a temer mais aestrutura de poder da F Adv do que a estrutura do poder legal. Esse processo seráde emprego mais comum, quando a F Adv atingir um nível mais avançado deestruturação.

f. Operações Militares(1) Esse processo é desencadeado por F Adv estruturadas, em F Irreg,

dotadas de efetivos e material consideráveis e que não lograram atingir seusobjetivos por outros processos.

(2) As operações militares realizadas por F Adv se caracterizam por sedesenvolverem em escala crescente, iniciando por pequenas ações conduzidaspor reduzidos efetivos de F Irreg e culminando, caso não sejam eliminadas, comoperações de grande vulto e próximas às operações convencionais.

ARTIGO IV

AS ATIVIDADES

3-6. GENERALIDADES

a. Dentro da atuação de uma F Adv, verifica-se a execução de váriasatividades. Essas atividades podem ser classificadas em destrutivas ou constru-tivas, de acordo com seu objetivo de atacar o sistema vigente e suas instituiçõesou de contribuir para a implementação da F Adv.

b. As atividades destrutivas ou construtivas são executadas dentro de umou mais processos adotados pela F Adv. Assim, o processo corresponderia àestratégia operacional adotada, enquanto que, as atividades corresponderiam àsações táticas que executam a manobra estratégica operacional.

c. Ao desenvolver suas atividades, a F Adv explora ao máximo as franquiaslegais existentes e até mesmo faz e divulga interpretações tendenciosas, de modoa apresentar-se à população como entidade democrática e cumpridora da lei e acaracterizar a força legal como entidade de repressão. Ao realizar atividadesinequivocamente ilegais, a F Adv tentará expressar o sentido social daquelaatividade, destacando que o “bem comum” justifica a violação de leis “retrógradas”e direitos de “minorias privilegiadas”.

3-7. ATIVIDADES DESTRUTIVAS

a. São as atividades destinadas a atingir a ordem social vigente e seusdefensores, por meio da desagregação, desmantelamento e desintegração dasociedade e de seu governo, visando facilitar a implantação das idéias ouprocedimentos da F Adv a partir do vazio histórico, cultural, religioso, legal egovernamental que se estabelece na área alvo da F Adv.

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b. As atividades destrutivas mais empregadas pelas F Adv são:(1) desmoralização;(2) corrupção;(3) intoxicação;(4) dissolução;(5) intimidação; e(6) eliminação.

c. Desmoralização(1) É a atividade que visa enfraquecer as instituições características da

sociedade e seu sistema de defesa. Atua, portanto, sobre a estrutura político-administrativa-militar existente na área alvo da F Adv, procurando desmoralizá-lapublicamente ou comprometer sua eficiência.

(2) A desmoralização pode ser, entre outras, por meio das seguintesações:

(a) difusão de notícias falsas ou tendenciosas;(b) falsas interpretações de atitudes individuais ou da ação de

organismos legais;(c) difusão de calúnias e inverdades sobre autoridades e personalida-

des;(d) estigmatização de classes sociais;(e) ridicularização do sentimento religioso;(f) deformação do patriotismo;(g) deturpação da história pátria;(h) enfraquecimento dos laços de família;(i) quebra da hierarquia militar; e(j) incentivo à corrupção e à ambição.

d. Corrupção - É uma atividade intimamente ligada à desmoralização e quecom ela se confunde em muitas ocasiões. Trata-se de envolver, em práticas decorrupção, autoridades, agentes do poder legal e pessoas influentes, os quais setornam agentes das F Adv, seja por suas próprias ações criminosas que devemser ocultadas (comprometimento), seja pelo exemplo negativo (propaganda), sejapelo oferecimento de vantagens dentro da F Adv.

e. Intoxicação - É um complemento da desmoralização. A intoxicaçãopode ser definida como o uso de meia verdade e visa atingir, particularmente, osneutros, os indiferentes e os oportunistas. O público alvo da intoxicação é amaioria da população, que normalmente acata o governo e a ordem vigente semexpressar, contudo, sua opinião ou tomar atitudes e que devem ser mantidos forada luta.

f. Dissolução(1) A dissolução visa criar, por meios normalmente pacíficos, um

ambiente geral de desassossego e uma sensação de insegurança, que com opassar do tempo, ocasionam o enfraquecimento dos que unem e dão sentido aoprimitivo organismo social. A atividade é realizada tanto contra os agentes dopoder legal como, sobretudo, contra as instituições sociais tradicionais (família,igreja, escolas, forças armadas, etc).

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(2) As ações mais utilizadas nessa atividade são:(a) pacíficas ou legais - campanhas na imprensa, manipulação de

atos artísticos e culturais, criação de movimentos raciais, etc.(b) violentas ou ilegais - passeatas proibidas, criação de associações

de classe ilegais, estímulo a manifestações e a atos de indisciplina, etc.

g. Intimidação - A intimidação é uma atividade desencadeada contra opoder legal, personalidades públicas e empresariais e contra a população.Empregando meios violentos, procura criar um ambiente de desassossego e deinsegurança, preparatórios do pânico. Tem como objetivo demonstrar o poder daF Adv e a ineficiência dos órgãos legais. A intimidação cria um estado psicológicode medo que incapacita os indivíduos a reagirem e imobiliza a sociedade.

h. Eliminação - A eliminação atua sobre os irredutíveis, os inconversíveise, até mesmo, sobre certos “neutros”. Trata-se de eliminar aqueles que resistemà desmoralização, à intoxicação, e à intimidação e cuja presença ou atuaçãoprejudica a F Adv.

3-8. ATIVIDADES CONSTRUTIVAS

a. Quando a F Adv possui objetivos mais profundos e de maior vulto,podendo chegar até mesmo a implantação de uma nova ordem no país, desenvolveuma série de atividades que visam criar e aperfeiçoar estruturas, tanto no âmbitoda própria F Adv quanto no ambiente humano em que opera. Essas atividades vãoaliciando novos adeptos, instilando a vontade de lutar contra a ordem existente,criando os meios de combate e estabelecendo um novo núcleo de autoridade,dentro da ordem que a F Adv pretende implantar.

b. As atividades construtivas normalmente utilizadas são:(1) seleção e formação de quadros;(2) difusão de ideologia;(3) controle da população; e(4) edificação de novas estruturas.

c. Seleção e Formação de Quadros(1) Trata-se de encontrar elementos ativos, conquistá-los e convencê-los

das vantagens de integrarem a F Adv, forjar suas vontades, instruí-los e colocá-los nos postos escolhidos para sua atuação.

(2) A formação dos quadros da F Adv é feita de maneira variada, conformea estrutura e os objetivos da F Adv. A formação pode ser feita em escolasespecíficas existentes no país ou no exterior ou, até mesmo, pela prática diárianas ações da F Adv.

d. Difusão de Ideologia(1) A F Adv sempre contará com idéias próprias, sendo algumas ou sua

totalidade contrárias aos usos, costumes e ordenamento jurídico existente.Essas idéias podem variar de simples e independentes a complexas e ordenadasem uma ideologia.

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(2) Normalmente, a difusão da ideologia da F Adv se dará de maneiraindireta, apoiando-se em idéias aceitas pela maioria da população como liberda-de, democracia, justiça social e outras. Ao passar a adotar a ideologia da F Adv,ainda que inconscientemente, a população passará a aceitar, ou mesmo, apoiaroutras ações da F Adv.

e. Controle da População(1) O controle da população é importante para a F Adv pois isso lhe

permite, em uma escala crescente, manter a população neutra às ações da F Adv,fazer com que a população deixe de apoiar as forças legais e, finalmente, fazercom que a população lute em favor da F Adv.

(2) A atividade de controle da população extrapola o campo dasoperações psicológicas e compreende o estabelecimento ou o controle deestruturas como sindicatos, associações e outras, que permitam à F Advefetivamente controlar e dirigir as ações da população.

f. Edificação das Novas Estruturas - Os objetivos da F Adv podem imporà estruturação de um novo sistema de governo dentro de uma área ou do país,tornando obrigatória a implantação de novas estruturas político-administrativas. Àmedida que a F Adv vai aumentando seu grau de controle da população e da áreaem que atua, vai estabelecendo estruturas ou apropriando-se de estruturas jáexistentes, de maneira a impor sua própria ordem.

ARTIGO V

O APOIO EXTERNO

Governos de outros países, organismos internacionais e organizações não-governamentais de atuação internacional podem ter interesse nas ações dedeterminadas F Adv e passar a apoiá-las. Esse apoio pode se manifestar deformas diversas, indo desde o apoio público à F Adv até o fornecimento desuprimentos, recursos financeiros e de pessoal. Em determinados casos, o apoioàs F Adv pode ser prestado na forma de efetivas pressões sobre o governo que ascombate.

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CAPÍTULO 4

PLANEJAMENTO DA GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

4-1. GENERALIDADES

a. As ações de GLO devem ter por base um cuidadoso planejamento,elaborado durante a situação de normalidade.

b. Coerente com os conceitos apresentados no Capítulo 2 destas Instru-ções Provisórias, o planejamento das ações de GLO tem como produto final oPlano de Segurança Integrada (PSI).

c. Os planejamentos de GLO são feitos até o escalão subunidade indepen-dente, quando esta for responsável por um subsetor de segurança integrada.

4-2. CONCEPÇÃO DO PLANEJAMENTO DA GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

a. Direção centralizada, a fim de evitar a diluição das ações e de seus efeitose possibilitar economia de meios.

b. Execução descentralizada, a fim de possibilitar ações diretas e simultâ-neas nos variados campos de atuação, pelo emprego dos elementos maisadequados e segundo as exigências de cada situação.

c. Coordenação e integração de esforços, pela participação ampla econjugada de todos os órgãos do governo.

d. Emprego oportuno dos meios, para possibilitar o cumprimento da missãocom rapidez e segurança, evitando o desgaste e a desmoralização das forçaslegais envolvidas.

f. Permanência das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, emprincípio, no cumprimento de suas missões normais de segurança pública,podendo passar ao controle operacional da F Ter quando acordado entre os

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Governos Federal e Estadual ou quando decretada a intervenção federal, o estadode defesa ou o estado de sítio.

g. Permanência da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, dasPolícias Civis e das Guardas Municipais no cumprimento de suas missõesnormais de segurança pública, podendo passar ao controle da F Ter quandoacordado entre o Governo Federal e as autoridades competentes ou quandodecretada a intervenção federal, o estado de defesa ou o estado de sítio.

h. Planos flexíveis, tendo em vista a necessidade de se estabelecer amplasuperioridade estratégica, no caso de ações episódicas.

i. A participação das demais forças singulares é fundamental para osucesso das ações de GLO, e deve ser sempre solicitada por meio dos canais decomando correspondentes.

j. O planejamento da execução das medidas necessárias às ações de GLOconstitui-se de planos elaborados para atender as situações de normalidade e denão-normalidade.

l. O planejamento deverá estar consubstanciado nos seguintes documen-tos:

(1) Situação de normalidade(a) Plano de Segurança Integrada (PSI)

1) cenário - vida corrente do País;2) ações de caráter preventivo;3) privilegia a atividade de inteligência e de comunicação social;4) abrange a área de responsabilidade do escalão considerado;e5) emprega meios da F Ter, podendo contar com a colaboração

das demais forças singulares e órgãos de segurança pública que venham aparticipar de um Centro de Operações de Segurança Integrada (COSI).

(b) Plano de Operações (Pl Op)1) cenário - crises dentro da normalidade institucional, onde já

foram esgotadas todas as possibilidades de solução que antecedem o empregoda F Ter (consoante o que determina a Lei decorrente do parágrafo 1º Arto142 daCF/88);

2) ações de caráter operativo;3) abrangem a área de responsabilidade do escalão considerado

ou parte específica desta;4) emprega meios da F Ter, podendo contar com outros meios

federais , estaduais e/ou municipais, determinados pelo Presidente da República; e5) são anexos ao PSI.

(2) Situação de não-normalidade - Plano de Operações (Pl Op)(a) cenário - crises ou mesmo conflito armado, onde poderão ser

decretadas algumas das salvaguardas constitucionais (intervenção federal,estado de defesa ou estado de sítio);

(b) ações de caráter operativo;(c) abrangem a área de responsabilidade do escalão considerado ou

parte desta colocada sob jurisdição militar, delimitada por uma Z Op, através do

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documento legal que determinou a salvaguarda constitucional;(d) emprega meios da F Ter, podendo contar com outros meios

federais, estaduais e/ou municipais, determinados pelo Presidente da República; e(e) são anexos ao PSI.

m. O planejamento deve prever desde ações de presença até o empregooperacional da F Ter, considerando especialmente que nas operações de controlede distúrbios, a tropa federal só deve ser empregada após ter sido esgotada acapacidade operacional das PM.

n. Os planos devem levar em conta a execução de ações ou medidas decaráter permanente e episódicas.

o. As medidas e ações de caráter permanente a serem planejadas incluem:(1) fortalecimento da instituição militar em seu próprio campo;(2) apoio às medidas político-administrativas conduzidas pelos Governos

Federal, Estaduais e Municipais, nas demais expressões do poder;(3) atividades de inteligência e contra-inteligência;(4) instrução e adestramento específicos; e(5) atividades de comunicação social.

p. As medidas e ações de caráter episódico a serem planejadas incluema realização de operações militares por determinação do Presidente da República,por sua iniciativa ou em atendimento aos demais poderes constitucionais.

4-3. DIVISÃO TERRITORIAL PARA A EXECUÇÃO DAS OPERAÇÕES DEGARANTIA DA LEI E DA ORDEM

a. Para efeitos de planejamento e execução das ações de GLO, o territórionacional será dividido em Zonas de Segurança Integrada (ZSI) que, em princípio,corresponderão às áreas sob a jurisdição dos Comandos Militares de Área (CmdoMil A).

b. As ZSI serão divididas em Áreas de Segurança Integrada (ASI) que, emprincípio, corresponderão às áreas a serem atribuídas à responsabilidade dasDivisões de Exército (DE) ou, se for o caso, das Regiões Militares (RM).

c. As ASI serão divididas em Subáreas de Segurança Integrada (SASI) quecorresponderão, em princípio, às áreas a serem atribuídas à responsabilidade decomandos nível brigada (Bda). A SASI também pode ser atribuída a uma OM valorbatalhão, que se encontre em uma unidade da federação em que não existacomando no nível Bda.

d. As SASI serão divididas em Setores de Segurança Integrada (SESI) quecorresponderão, em princípio, às áreas a serem atribuídas à responsabilidade deuma OM de valor batalhão e em Subsetores de Segurança Integrada (SUSESI) quecorresponderão, em princípio, às áreas a serem atribuídas a responsabilidade deuma subunidade independente.

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e. O SESI poderá ter sob seu comando um SUSESI, quando receber paraencargos uma subunidade independente.

f. Às subunidades incorporadas não se deve atribuir SUSESI. O planeja-mento de todo o SESI é feito pelo estado-maior da U. As subunidades indepen-dentes que estejam enquadradas por um comando de SESI, mas que não lhe foiatribuída um SUSESI e as subunidades incorporadas não elaboram PSI, apenasexecutam as ações táticas que lhes forem atribuídas no plano do escalão superior.

g. Cada escalão, até o nível SASI, pode atribuir a si próprio o comando deuma área de responsabilidade um escalão abaixo, assim uma zona de segurançaintegrada (ZSI) pode acumular o comando de uma ASI, uma ASI pode acumularo comando de uma SASI e uma SASI poderá acumular o comando de um SESI.

h. De acordo com suas necessidades específicas, cada comando podemanter sob seu comando direto elemento de até dois escalões abaixo. Uma ZSIpode manter uma SASI diretamente subordinada e assim sucessivamente.(Fig 4-1)

Fig 4-1. SASI sob Cmdo da ZSI

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ZSI - NE

ASI - II(10ª DE)

ASI - IV(16ª DE)

SASI - 2(Cmdo CMNE)

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i. Estabelecimento de Área de Vigilância - Os comandos de ZSI, ASIe SASI poderão estabelecer, sob seu próprio controle, áreas de vigilância emregiões onde existam espaços vazios. Para que isso ocorra, as regiões devem serdesprovidas de potenciais F Adv que possam transformá-la, no todo ou em parte,de áreas sensíveis em áreas-problema e não existir nenhuma OM operacional.

j. Flexibilidade de Execução - A divisão em ZSI, ASI, SASI, SESI eSUSESI deve ser entendida como impositiva para definir responsabilidadesquanto à execução de ações ou medidas de caráter permanente. Entretanto, casoa evolução dos acontecimentos implique na adoção de ações ou medidas decaráter episódico, os comandantes poderão modificar ou tornar inexistentes asdivisões territoriais internas, de modo a facilitar a concentração de seus meiosoperacionais e assegurar a permanente superioridade sobre as F Adv considera-das, caracterizando o máximo emprego dos princípios da massa e da economiade meios.

4-4. FATORES CONSIDERADOS PARA A DIVISÃO EM ÁREAS DE RESPON-SABILIDADE

a. Número de Comandos Disponíveis (Fig 4-2)(1) Ao dividir sua área de responsabilidade, o comando de segurança

integrada deve considerar em seu planejamento todos os comandos subordinadosque sejam aptos a receber área de responsabilidade, neles incluindo os recebidosem reforço ou nas situações de comando ou controle operacional.

(2) As OM logísticas e as de comunicações não devem receber área deresponsabilidade.

(3) O(s) comando(s) designado(s) para compor(em) a reserva tambémrecebe(m), em princípio, área de responsabilidade.

(4) Em princípio, deve-se evitar considerar o próprio comando de plane-jamento como mais um comando disponível para receber área de responsabilida-de.

(5) Elementos da PM, mesmo sob controle operacional, não recebemárea de responsabilidade.

b. Valor e natureza dos meios(1) Valor - Os valores dos comandos considerados para a atribuição de

áreas de responsabilidade são, em princípio, os seguintes:(a) Cmdo Mil A - ZSI;(b) DE e RM - ASI;(c) Bda - SASI;(d) Btl - SESI; e(e) SU independente - SUSESI

(2) Natureza - Durante o planejamento, devem ser observadas asseguintes considerações com relação as aptidões das OM:

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Fig 4-2. Número de comandos disponíveis

(a) OM de Infantaria e de Cavalaria1) podem ser empregadas em ambiente urbano e rural;2) as OM de guarda podem receber área de responsabilidade e

devem ser empregadas, com prioridade, em ambiente urbano;3) as OM de PE não devem receber área de responsabilidade. No

planejamento, é importante manter a especificidade da sua missão e considerá-las, principalmente, para emprego em ambiente urbano.

(b) OM de Artilharia e de Engenharia de Combate - recebem área deresponsabilidade e são mais aptas para emprego em ambiente urbano.

(c) OM de Engenharia de Construção - podem receber área deresponsabilidade, entretanto o seu emprego deve se restringir às medidaspermanentes e durante a fase preventiva.

(d) OM situada em fronteira - recebem área de responsabilidade, masesta, deve ser reduzida à menor dimensão possível. (Fig 4-3)

c. Localização dos Meios - A localização da sede da OM deve serconsiderada ao se atribuir a esta OM, uma área de responsabilidade. Todavia,esse fator não impede que uma OM receba uma área de responsabilidade fora desua sede.

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SASI - 3(5ª Bda Inf Mtz)

SESI - a(52º BI Mtz)

SESI - b(54º BI Mtz)

SESI - c(5º GAC 105 AR)

SESI - d(51º BI Mtz)

SUSESI - e(5º Esqd C Mec)

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Fig 4-3. OM de Fronteira

d. Ligações Físicas Existentes - As ligações físicas (rodoviárias, ferrovi-árias e aquáticas) devem ser analisadas ao se atribuir uma área de responsabi-lidade a uma OM. Essa análise deve levar em consideração o acesso a todos ouaos mais importantes pontos da área. (Fig 4-4)

Fig 4-4. Ligações físicas existentes

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PAÍSAMARELO

SESI - f(5º RC Mec)

SESI - g(61º BI Mtz)

ALFA

DELTA

BRAVOZULU

GOLF

CHARLIE

SESI - d(50º BIS)

SESI - c(52º BIS)

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e. Acidentes Naturais - Os acidentes naturais, particularmente osdissociadores, devem ser considerados para o estabelecimento dos limites dasáreas de responsabilidade. Deve-se, porém, dedicar especial atenção ao estudode cada acidente, principalmente se estiver em área-problema, de modo a evitarser atraído pelo simples valor geográfico do acidente e não levar em consideraçãoas áreas-problema que o acidente contém ou é incluído.

Fig 4-5. Acidentes Naturais

f. Divisão Político-Administrativa - Os limites interestaduais eintermunicipais devem, em princípio, ser respeitados na divisão das áreas deresponsabilidade. Salvo situações especiais, os limites de áreas de responsabi-lidade devem coincidir com limites entre estados ou entre municípios. O atendi-mento à divisão político-administrativa facilitará a coordenação e o controle,principalmente no que tange às ligações com as autoridades da defesa civil, como judiciário e os órgãos ligados à segurança pública.

g. Jurisdição Policial Militar - A coincidência dos limites de área deresponsabilidade com os limites de jurisdição policial militar, até o nível compa-nhia independente, facilita a coordenação, o controle e a ativação das redes deinteligência. Deve-se observar também a existência ou não de choque hierárquicoentre o comando de segurança integrada e a Organização Policial Militar (OPM)da área. Este fato ocorre principalmente quando se estabelece um SUSESI.

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Rio Ceará

SESI - d(25º BC)

SESI - a(32º BC)

CASTELO

PITU

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h. Manutenção da Integridade das Microrregiões Homogêneas - Noterritório nacional, os municípios se agrupam por interesses e afinidades sócio-econômicas, constituindo microrregiões homogêneas. Tais regiões, além daidentidade que as caracteriza, também tendem a apresentar problemas seme-lhantes sob o ponto de vista da segurança integrada. Em um planejamento desegurança integrada, a manutenção da microrregião sob um único comandofacilitará a execução de medidas permanentes e até das episódicas.

i. Equilíbrio na Dimensão das Áreas(1) O equilíbrio na extensão das áreas de responsabilidade deve ser

buscado, mas não deve ser visto como uma mera questão de medida de extensãoterritorial. Deve-se procurar atingir o equilíbrio, considerando em cada área, acapacidade do comando de segurança integrada responsável pela mesma e aameaça existente ou potencial das F Adv.

(2) A dimensão de uma área de responsabilidade não se mede por suaextensão geográfica, mas pela quantidade de problemas atuais e potenciais queela contém.

j. Adensamentos Demográficos - Os adensamentos demográficos acar-retam um maior volume de problemas, principalmente os de ordem social. Essefator deve ser levado em consideração ao se atribuir uma área de responsabilidadea um comando de segurança integrada.

l. Importância das Regiões - Cada área a ser dividida entre os comandossubordinados apresenta, normalmente, diferentes regiões. Cada uma dessasregiões deve ser analisada a fim de ficar caracterizada sua importância e qual ocomando de segurança integrada mais adequado para receber a responsabilidadesobre cada região. Durante a análise, são levadas em consideração as regiões emque as F Adv podem causar danos ponderáveis e a conjugação entre a prestezada ação sobre a área e a sobrecarga que pode ocorrer no comando de segurançaintegrada responsável pela mesma. Às vezes uma região apresenta uma importânciatão elevada sobre as demais que o escalão de planejamento decide avocar a si aresponsabilidade sobre essa região.

m. Áreas-Problema Atuais e Potenciais(1) Áreas-problema são áreas sensíveis (área física ou da atividade

humana, que por suas características e/ou problemas conjunturais pode serexplorada pelas F Adv) onde as F Adv se apresentam organizadas e atuantes,explorando os pontos de tensão existentes ou potenciais.

(2) A existência de áreas-problema atuais ou potenciais é de fundamentalimportância na definição da dimensão das áreas de responsabilidade e tambéminfluem na escolha do comando de segurança integrada que será responsável porela. É desejável evitar que um mesmo comando de segurança integrada possuaáreas-problema de natureza distinta em sua área de responsabilidade.

n. Responsabilidade com a Segurança Externa - As OM com respon-sabilidades específicas na defesa externa, mesmo não estando na linha defronteira devem ter respeitada essa prioridade de emprego, e assim receber umaárea de responsabilidade menor para fins de segurança integrada.

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o. Manutenção da Cadeia de Comando - A manutenção das cadeias decomando, em todos os níveis, é um fator a ser considerado na composição dosmeios para a segurança integrada, pelas evidentes vantagens que possui.Entretanto, o estudo dos demais fatores poderá concluir pela diminuição daimportância deste fator e impor a subordinação de OM a outros comandos fora desua cadeia normal.

p. Coordenação e Controle(1) Esse fator deve ser analisado levando-se em consideração a sua

ingerência nas ligações com os escalões superior e subordinado, com asautoridades civis e com as demais forças legais envolvidas, particularmente aPolícia Militar.

(2) No nível político, quanto menor o número de unidades da federação oude municípios incluídos em uma área de responsabilidade mais fácil será acoordenação e o controle por parte do comando de segurança integrada respon-sável pela mesma, já que haverá um menor número de autoridades com quemcoordenar.

(3) Quanto a decisão de atribuir um SUSESI para uma SU independenteou passá-la ao controle operacional de uma OM valor Btl para emprego em umSESI, deve-se considerar que a SU independente dispõe de todos os meios eligações para operar como um comando independente, sendo prejudicial àcoordenação e controle da SASI o emprego da SU por intermédio de um Btl. Poroutro lado, a designação de um SUSESI pode gerar problema de conflitohierárquico, caso exista na área uma OPM valor Btl, nesse caso o comando doSUSESI não poderia receber a OPM sob controle operacional. O SUSESI tambémconta com a inconveniência de não poder ser reforçado com outra SU.

q. Diretriz do Comandante - No planejamento de GLO não há fator quepossa, como regra geral, ser definido como preponderante, pois, cada área temsuas peculiaridades e problemas distintos. Assim, a diretriz do comandante deveestabelecer quais os fatores que deverão ser considerados como prioritários emcada planejamento.

4-5. RESERVA

a. No planejamento das operações de defesa interna deve ser estabelecidauma reserva, para a fase operativa. O planejamento das ações e medidas para afase preventiva deve-se restringir às atividades de inteligência e comunicaçãosocial, dispensando a constituição de uma reserva.

b. A dosagem ideal de reserva a ser adotada é:(1) ZSI - de 3 OM valor U a uma Bda;(2) ASI - de 2 a 3 OM valor U; e(3) SASI - de 1 OM valor SU a 2 OM valor U.

c. A fim de atender o esforço exigido para o cumprimento da missão, essadosagem poderá ser alterada.

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d. Nos planejamentos nos níveis ZSI e ASI as OM designadas como forçade ação rápida (Inf e Cav) em princípio, deverão fazer parte da constituição dareserva. Ao se atribuir uma área de responsabilidade a essas OM deve-se levar emconsideração, a possibilidade de seu emprego fora de suas áreas de responsa-bilidade.

e. A situação de comando da reserva é, normalmente, a de fracionada,privilegiando a flexibilidade no seu emprego.

f. Condicionantes a serem utilizados para a determinação da reserva:(1) receber, em princípio, área de responsabilidade;(2) atender até dois níveis de comando;(3) dispor de elementos de natureza diferentes;(4) ter responsabilidade por área de menor prioridade;(5) dispor de elementos de diversas áreas;(6) constituir, em princípio, com elementos da arma base;(7) evitar designar OM de fronteira;(8) não utilizar OM de engenharia de construção;(9) procurar enquadramento, sempre que possível;

(10) procurar, em princípio, o valor ideal;(11) não empregar OM de apoio logístico;(12) só eventualmente empregar OM de guarda; e(13) considerar a facilidade de deslocamento e a presteza da ação.

4-6. O CENTRO DE OPERAÇÕES DE SEGURANÇA INTEGRADA

a. Finalidade(1) A finalidade do Centro de Operações de Segurança Integrada (COSI)

é permitir a coordenação necessária do planejamento e execução nas operaçõesde GLO, facilitando a conjugação de esforços e a ligação entre os órgãos da esferafederal e os da esfera estadual e municipal que tenham responsabilidade nasegurança interna.

(2) O COSI não é um órgão de execução, mas sim, de planejamento, decoordenação e de assessoria.

b. Atribuições - De modo geral, cabe ao COSI, de acordo com o nível emque for estabelecido:

(1) realizar o planejamento coordenado e integrado das medidas de GLO;(2) acompanhar a execução das medidas de GLO;(3) facilitar as ligações entre os diferentes órgãos, entidades e reparti-

ções com responsabilidades na execução de medidas de GLO;(4) assessorar o comando de segurança integrada ao qual pertence sobre

os meios disponíveis, suas possibilidades e limitações; e(5) coordenar o emprego dos meios postos a disposição e/ou em apoio.

c. Organização(1) O COSI é organizado nos moldes de um estado-maior (EM),

baseando-se no EM do escalão terrestre considerado (ZSI, ASI ou SASI),

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devendo, a critério do Cmt responsável, ser chefiado por seu Ch EM.(2) Normalmente, a SASI é o menor escalão a constituir COSI. Quando

existir SESI a cargo de OM valor Btl, em capital de unidade da federação, sem queexista um comando de SASI ou superior, esse SESI constituirá um COSI.

(3) O COSI é composto por várias centrais, estabelecidas conforme aspeculiaridades da área e os meios existentes. Os chefes das centrais são, emprincípio, os chefes das seções correspondentes no EM do escalão da F Terconsiderado. As centrais são mobiliadas com elementos das outras forçassingulares, de órgãos federais de segurança e de inteligência, de órgãos estaduaise municipais ligados à segurança pública e a defesa civil e outros órgãos exigidospor cada situação particular.

(4) Normalmente, são constituídas as centrais de:(a) pessoal;(b) inteligência;(c) operações;(d) logística;(e) assuntos civis e comunicação social;(f) comunicações;(g) jurídica; e(h) outras.

(5) O acionamento do COSI não implica, obrigatoriamente, na reunião detodos os seus integrantes no mesmo ambiente físico, embora isso seja desejável.Caso seja mais adequado, os integrantes de uma ou mais centrais podem manter-se em seus locais de trabalho habituais, ou em outros recomendados pelasituação, em estreita ligação através de meios de comunicação confiáveis.

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CAPÍTULO 5

EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE NAS AÇÕES CONTRAFORÇAS ADVERSAS NA SITUAÇÃO DE NORMALIDADE

ARTIGO I

INTRODUÇÃO

5-1. GENERALIDADES

a. Deve-se ter como consideração inicial que as ações desenvolver-se-ãodentro de um quadro de normalidade institucional onde não será adotado nenhumasalvaguarda constitucional.

b. É importante ressaltar também, que o emprego da F Ter estarárespaldado por instrumento jurídico definido quando da emissão da ordem doPresidente da República e, ainda, que já terão sido esgotadas todas aspossibilidades de solução pacífica, ou com o emprego de meios de segurançapública.

5-2. OS OPONENTES

a. No planejamento das ações é preciso compreender que os oponentesque a tropa terá pela frente neste tipo de operação não serão unicamente dasF Adv - segmentos radicais infiltrados em grupos - e sim, toda a massa popularque é por eles manobrada.

b. As lideranças das F Adv são integradas por quadros formados profissio-nalmente e conhecem todas as técnicas capazes de inibir a liberdade de manobrado Cmt da tropa. Para isso, não hesitam em colocar na “linha de contato” asmulheres, crianças, deficientes físicos e idosos.

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c. Normalmente, dispõem de uma rede de informantes bem montada,possuem bons contatos nos meios de comunicação social e um excelenteassessoramento e cobertura jurídica.

d. Acostumados a enfrentamentos violentos com o aparelho policial,tornam-se vulneráveis a ações alternativas em que a tropa não faça uso demedidas de força. São vulneráveis, também, à possibilidade de identificação feitaatravés de fotografias e/ou filmagens.

e. Possuem vasta experiência em negociar suas aspirações e não hesitamem empregar medidas de natureza militar para defesa do “território” ocupado e queconsideram como seu.

f. Talvez a consideração de maior importância sobre os oponentes, é que,em sua quase totalidade, serão constituídos por brasileiros. Não podem e nãodevem ser tratados como INIMIGOS, pois se assim a tropa os considerar, talvez,esteja vencendo naquele momento, mas, contribuindo de maneira decisiva paraa consecução do objetivo final das F Adv. Este aspecto deve estar muito claro namente daqueles que forem planejar e executar ações de GLO contra F Adv.

ARTIGO II

ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS

5-3. COMUNICAÇÃO SOCIAL

a. A defesa dos direitos humanos e proteção das minorias são alguns dostemas que sempre terão espaço nas manchetes da mídia nacional e internacional,não importando a verdadeira história de cada caso ou fato.

b. Será, normalmente, nestes cenários que a população brasileira verá,através da mídia, a atuação da tropa federal quando empregada contra F Adv.

c. Assim, é preciso que o apoio da população seja considerado um objetivotático a ser conquistado a cada novo dia. Um simples incidente, intencionalmenteexplorado na mídia, poderá macular a imagem da instituição, prejudicando oprecioso e imprescindível apoio da população.

d. A mídia é um vetor poderoso de sucesso e será capaz de transformar umavitória no campo militar em derrota sob a ótica política e da opinião pública.

e. Desta forma, é imperativo que os comandos em todos os níveis aprendame se adestrem no trato com os profissionais da imprensa, fazendo da convivênciacom eles uma rotina operacional.

f. Para isto, é importante que seja autorizada e estimulada a presença dosmesmos nas atividades correntes das organizações militares, destacando ehomenageando jornalistas, repórteres e Órgãos de Comunicação Social (OCS)que se fizerem merecedores.

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g. Na execução de operações de GLO, após a quebra do sigilo, não devemser impostas proibições ao livre exercício do jornalismo. Não se deve temer afilmagem das atividades da tropa. Esta, bem adestrada e bem comandada, saberáempregar a medida de força necessária e suficiente. Por outro lado, a filmagemdos acontecimentos por profissionais da imprensa dará credibilidade a uma futuracomprovação dos fatos, se argüidos juridicamente.

h. A opinião pública e a mídia, mal trabalhadas e colocadas em campooposto ao da F Ter, será um ponderável fator de limitação à liberdade de manobrados Cmt de tropa empregada em ações GLO.

i. Em todas as oportunidades, deve ser colocado para a mídia que a F Ternão realiza ações contra movimentos sociais, reinvidicações ou idéias. As açõesrealizadas restringem-se à garantia da lei e da ordem. Na mesma linha, deve sercolocado que os supostos direitos da F Adv não podem se sobrepor aoordenamento jurídico vigente, nem aos direitos de terceiros.

j. A atividade de Comunicação Social (Com Soc) deve ser encarada portodos os comandos nas operações de GLO, como uma verdadeira arma a serempregada em combate. O emprego da Com Soc deve ser feito no seu sentidototal e não apenas no de seu ramo (Relações Públicas). Elas têm início muitoantes do emprego da tropa, através da campanha psicológica que deve serdesenvolvida sobre os públicos-alvos considerados e permanecem ativas duranteo desenrolar da operação, encerrando-se bem depois do retorno da tropa aosquartéis.

5-4. INTELIGÊNCIA

A atividade de inteligência nas ações de GLO devem procurar um maiorconhecimento sobre as F Adv e a região de operações. Deve cobrir toda a área deresponsabilidade de cada comando, se possível, empregando na atividade asdelegacias do serviço militar e os tiros-de-guerra. As particularidades das açõesde GLO, indicam que deve haver uma preocupação na atividade de inteligência,tais como:

a. acompanhar, de forma permanente, todas as atividades dos gruposconsiderados com potencial para virem a constituir-se em uma F Adv;

b. identificar as lideranças, particularmente suas vulnerabilidades;

c. levantar patrocínio de organismos estrangeiros e, inclusive, presença denão-nacionais;

d. conhecer as técnicas de atuação em cada tipo de manifestação quepromovam;

f. identificar suas ligações com elementos e órgãos da imprensa;

g. identificar as ligações com autoridades políticas, do judiciário e eclesi-ásticas; e

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h. conhecer a potencialidade e eficácia do assessoramento e coberturajurídica que dispõem.

5-5. NEGOCIAÇÃO

a. Nas operações de garantia da lei e da ordem são consideradas duasfases de negociação:

(1) 1ª fase(a) Conduzida por pessoas estranhas à força empregada, podendo

ser políticos, autoridades dos três poderes ou elementos da sociedade civil. Entretais pessoas devem estar incluídos mediadores - elementos com trânsito ecredibilidade junto a F Adv - e autoridades com poderes para oferecer concessões,compensações e estabelecer limites.

(b) A força empregada pode participar dessa fase da negociação a fimde proporcionar segurança aos negociadores e/ou atuar como elemento dedissuasão.

(c) O emprego efetivo da Força Armada é uma conseqüência doesgotamento, sem sucesso, da 1ª fase da negociação.

(2) 2ª fase(a) Conduzida sob responsabilidade do comandante da força empre-

gada, partindo do pressuposto que todas as concessões possíveis já foram feitase que não foram suficientes para solucionar o impasse de forma pacífica.

(b) Nessa fase, os únicos fatores a negociar são, se houver fatos queo justifiquem, o prazo e a forma como a força adversa vai cumprir o determinadopela lei - por exemplo, concessão de um prazo maior para aguardar os meios detransporte para a evacuação de pessoal de área ocupada.

(c) A posição do comandante da força é a de intimar e não a de fazerconcessões.

b. Com a finalidade de preservar a imagem da F Ter e minimizar problemaslegais para os integrantes da força empregada, é fundamental que todos osescalões de comando da força empregada deixem absolutamente claro para aautoridade que determinou o emprego da força, para os negociadores da 1ª fase,para a força adversa em presença e para a opinião pública que:

(1) a tentativa de solucionar o impasse por meios pacíficos por quemestava autorizado para tanto fracassou; e

(2) o emprego da Força Armada pressupõe a possibilidade de danos àintegridade de pessoas e/ou bens.

ARTIGO III

EMPREGO DA TROPA

5-6. PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO

a. No planejamento da operação devem ser considerados:

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(1) Quanto à missão(a) que ela defina com exatidão e clareza as ações a realizar;(b) normalmente estará ligada à missão de PACIFICAR.

(2) Quanto aos oponentes(a) identificação dos líderes (fotografias);(b) sinalização visual empregada para identificação das lideranças

durante as manifestações;(c) meios que empregam para conduzir a massa (carros de som,

megafones, sinais, etc.);(d) existência de: estrangeiros, mulheres e crianças, deficientes

físicos e idosos;(e) qual a forma de atuação? Possuem armas de fogo?(f) quais as técnicas de negociação empregadas?(g) como funciona o apoio logístico (alimentação, medicamentos,

etc.)?(3) Quanto ao terreno

(a) dimensões e acessos da área ocupada - como fazer o isolamento?(b) características da área (urbana - rural): edificações, bosques,

cursos de água, transitabilidade, etc;(c) previsão das condições meteorológicas.

(4) Quanto aos meios(a) necessidade de maximizar o emprego do princípio da MASSA;(b) a tropa possui experiência nesse tipo de operação?(c) disponibilidade de helicópteros;(d) presença da PM (controle operacional);(e) representantes dos organismos governamentais ligados ao pro-

blema (IBAMA, FUNAI, etc.);(f) assessoria jurídica;(g) representação do poder Judiciário - constituição de um “cartório

móvel”;(h) disponibilizar instalações, recursos e pessoal para atendimento

médico a elementos da F Adv que necessitarem, ou resolverem desistir departicipar das ações;

(i) transporte civil para evacuação ou deslocamento da massapopular, se for o caso;

(j) pessoal militar de assessoria de Com Soc e representantes daimprensa;

(k) os armamentos e equipamentos a empregar devem ser os dedotação da tropa;

(l) é de grande importância que a tropa possua equipamentos de sonsportáteis e de boa potência, para que as determinações e mensagens, do Cmt daTropa, sejam ouvidas pelos integrantes da F Adv;

(m) a tropa deve possuir elementos especializados em fotografia efilmagem;

(5) Quanto ao tempo - conhecer e definir os prazos para:(a) ensaios;(b) aprestamento da tropa;

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(c) deslocamento até a região da operação;(d) tomada do dispositivo;(e) efetivar o cumprimento da missão; e(f) a subsistência da F Adv com os meios disponíveis no local em que

serão isolados.(6) Quanto às regras de engajamento - considerar a necessidade de:

(a) estabelecer os limites de tolerância que antecedem o início doengajamento tático;

(b) definir o procedimento da tropa caso se faça necessário oemprego da força, em princípio, nas seguintes situações:

1) autodefesa contra ataques diretos ou ameaça concreta contrasua integridade física;

2) evitar o seu desarmamento;3) evitar a captura de qualquer um dos seus integrantes;4) impedir o ataque ou tentativa de invasão às suas instalações;5) manter a ocupação de posições importantes para o cumpri-

mento da missão; e6) evitar ações hostis que impeçam o cumprimento da missão.

(c) ser específicas para cada tipo de operação;(d) preconizar os princípios para a "utilização do armamento";(e) ser do conhecimento de todos os militares envolvidos na operação

(do mais baixo ao mais alto escalão);(f) ser do conhecimento de todas as autoridades civis e militares

envolvidas na operação;(g) ser escritas sob a forma de procedimentos detalhados por parte

da tropa;(h) abranger o maior número de situações possíveis de ocorrência em

cada operação;(i) ser consolidadas em documento elaborado pelo comandante da

tropa durante a operação (COTer, C Mil A, DE e Bda).

b. Os planejamentos devem considerar como princípio fundamental nadefinição das ações que se deve sempre tentar resolver o problema sem que hajao confronto físico entre a tropa e a massa conduzida pela F Adv. Assim, deve-seplanejar a operação executando as seguintes ações:

(1) demonstração de força;(2) negociações; e(3) emprego da tropa.

5-7. FASES DO EMPREGO DA TROPA

a. O deslocamento para a área-problema(1) Poderá ser ostensivo ou sigiloso. Preferencialmente, será ostensivo

visando causar impacto e fazer com que as F Adv saibam que o Exército estáchegando, que vai fazer cumprir as determinações legais que estão sendoafrontadas e que talvez seja conveniente repensar as posições por elas adotadas.

(2) Deve-se prever a aproximação por mais de um itinerário.

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b. O isolamento da área e a tomada do dispositivo inicial (Fig 5-1)(1) O deslocamento da tropa deve terminar em posições que assegurem

o cerco tático com o completo isolamento da área.(2) Com a fração da tropa que atuará como força de cerco já em posição,

a fração que executará a ação principal (investimento), ocupará sigilosamente odispositivo inicial.

(3) A reserva, que poderá estar articulada, cerrará em seguida paraposições próximas às da força de investimento.

(4) O comando da tropa deverá estabelecer uma Base de Combate(B Cmb) onde permanecerão os apoios e para onde serão conduzidos oselementos das F Adv aprisionados ou feridos e as baixas da tropa.

(5) Já a partir desta fase e prosseguindo durante todo o restante daoperação, uma medida de valor dissuasório será o sobrevôo constante da áreapelos helicópteros disponíveis. O vôo deverá ser realizado a baixa altura, portasabertas, se possível com metralhadoras instaladas na aeronave e levando umaparelho de som que possa ser utilizado para fazer a exortação ao entendimento.

(6) As operações de GLO, em situação de normalidade institucional, serãodesenvolvidas numa área denominada ÁREA DE PACIFICAÇÃO (A Pac),segundo as condicionantes político-jurídicas vigentes. A figura 5-1 apresenta umexemplo de área de pacificação.

Fig 5-1. Área de pacificação

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c. Exortação ao entendimento pacífico - Com o dispositivo inicialmontado, o Cmt, usando o seu sistema de som e/ou helicóptero dará início amedidas visando explicar à massa popular a missão da tropa, mostrando demaneira clara que:

(1) a missão vai ser cumprida;(2) o Exército não quer fazer uso de força e que está disposto a conversar

para encontrar uma saída que atenda a todos;(3) as reivindicações feitas podem ser justas mas estão sendo conduzidas

por métodos que afrontam as leis brasileiras;(4) existem pessoas na organização do movimento que só estão

defendendo interesses pessoais que não são os mesmos do grupo;

d. Investimento(1) Caso o prazo para cumprimento da missão permita, a hora do

investimento deve ser protelada de modo que as condições de sobrevivência naárea cercada comecem a funcionar como instrumento de pressão sobre a F Adv,com a conseqüente desagregação das relações sociais internas e enfraqueci-mento das lideranças.

(2) Deve-se utilizar o recurso da finta, ensaiando-se a tomada dodispositivo em horários diferentes, de modo a produzir insegurança e incertezaquanto ao momento real da ação. Estas fintas visam desgastar as F Adv no queconcerne as suas medidas de defesa.

(3) Nesse período de espera, devem ser adotadas todas as medidas quelevem ao enfraquecimento das lideranças, buscando com isso, isolá-las damassa.

(4) No interior da formação que a tropa adotar para o investimento, deverãoser posicionados os militares encarregados de fotografar e filmar. Eles devemdirigir suas objetivas buscando focalizar particularmente as lideranças. A simplespresença das máquinas, “flashes” e luzes, funciona como fator de inibição paraatuação dos organizadores da resistência.

(5) Elementos com missão especial devem ser escalados para:(a) aprisionar os lideres;(b) atender às mulheres e crianças, deficientes físicos e idosos.(c) capturar armas, documentos e outros tipos de materiais que

possam caracterizar em juízo os ilícitos cometidos; e(d) outras missões específicas conforme cada caso.

(6) Na hora da ação no objetivo serão fatores decisivos de sucesso:(a) o alto grau de adestramento da tropa;(b) a indiscutível liderança, particularmente nos menores escalões (GC;

Pel; Cia);(c) o perfeito conhecimento das REGRAS DE ENGAJAMENTO;(d) a sincronização de todos os movimentos;(e) a firmeza de atitudes, determinação e manutenção da iniciativa; e(f) evitar o desequilíbrio diante de provocações.

(7) A ação da tropa em terra deverá estar coordenada com a utilizaçãodos helicópteros.

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(8) O movimento da tropa deverá, sempre que possível, buscar separaros segmentos radicais do restante da população, dispensando tratamentodiferenciado a uns e a outros.

(9) O término da operação estará caracterizado pelo restabelecimentodas condições normais de vida e da autoridade policial.

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CAPÍTULO 6

AS OPERAÇÕES CONTRA AS FORÇAS ADVERSAS

ARTIGO I

INTRODUÇÃO

6-1. GENERALIDADES

a. As operações contra as F Adv, em um quadro de garantia da Lei e daOrdem, normalmente, exigem operações tipo polícia, de interdição do apoioexterno e de combate. As atividades de inteligência, assuntos civis e decomunicação social também são de vital importância dentro de um quadro deGLO.

b. As operações contra as F Adv são, predominantemente, de naturezaofensiva.

c. Os diversos tipos de operações e de atividades devem ser executadossimultaneamente e de forma coordenada. A ênfase sobre determinado tipo deoperação, se necessária, será ditada pelo estudo de situação de GLO correspon-dente.

d. As forças legais devem ser empregadas com ampla superioridade demeios e com maior grau de mobilidade e de agressividade possível sobre as F Adv.

6-2. CONCEITO

Operações contra F Adv são um conjunto de ações e atividades de naturezapredominantemente militar que visam neutralizar, destruir o poder combativo dasF Adv ou capturá-las e garantir o apoio da população às forças legais.

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ARTIGO II

ATIVIDADES DE INTELIGÊNCIA

6-3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

a. A inteligência é fundamental nas operações de GLO. Só um minuciosoconhecimento das F Adv e da área de operações, com particular atenção para apopulação que nela reside, pode proporcionar condições para a neutralização oudestruição do poder de combate da F Adv com o mínimo de danos à populaçãoe o menor desgaste para a força legal.

b. Nas ações de GLO, a atividade de inteligência deve anteceder o início deuma operação de GLO propriamente dita, sendo desenvolvida desde a fasepreventiva, na situação de normalidade, acompanhando as potenciais F Adv.

c. A existência de diversos órgãos de inteligência, externos à F Ter,capazes de produzir conhecimentos necessários às operações de GLO é umacaracterística dessas operações e impõe a preparação de um Plano de Inteligên-cia adequado à situação.

d. Nas operações de GLO, o ambiente operacional pode proporcionarfacilidade para a obtenção de informantes e colaboradores. Em contrapartida, aF Adv pode contar com vantagens semelhantes, o que impõe grande cuidado naárea da contra-inteligência.

6-4. EXECUÇÃO

A atividade de inteligência nas ações de GLO é detalhada nas IP 30-1 AATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA MILITAR - 2ª Parte.

ARTIGO III

OPERAÇÕES TIPO POLÍCIA

6-5. GENERALIDADES

As operações tipo polícia podem ser realizadas em ambiente urbano ou rurale são intensamente empregadas em todas as operações de GLO, qualquer queseja o valor da F Adv e seu grau de organização. Em muitas ocasiões, essasoperações serão executadas sob condições de normalidade.

6-6. OBJETIVOS

As operações tipo polícia têm por objetivo:

a. controlar a população;

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b. proporcionar segurança à tropa, às autoridades, às instalações, aosserviços essenciais, à população e às vias de transportes;

c. isolar a F Adv de seus apoios;

d. impedir a saída de elementos da F Adv de uma Z Op;

e. diminuir o poder de combate da F Adv e restringir sua liberdade deatuação; e

f. apreender material e suprimentos da F Adv.

6-7. MEIOS A EMPREGAR

a. Todas as unidades operacionais da F Ter são aptas para a execução deoperações tipo polícia.

b. A unidade que executa operações tipo polícia pode executar, simultane-amente, operações de combate.

c. As unidades de Polícia Militar são especialmente aptas a execução deoperações tipo polícia.

d. Elementos de tiros-de-guerra podem ser empregados, com limitações,na execução de operações tipo polícia.

e. Outros elementos civis, como guardas-municipais, elementos de contro-le de trânsito e empresas privadas de segurança devem permanecer em suasatividades específicas, e terem suas ações coordenadas pela F Ter, no planeja-mento e execução das operações tipo polícia.

6-8. AÇÕES A REALIZAR

a. Estabelecimento de Postos de Bloqueio e Controle de Estradas(PBCE)

(1) Os PBCE são estabelecidos para controlar o movimento da populaçãoda área; capturar membros da F Adv; isolar a F Adv na área de operações e impedira entrada de seus apoios e reforços; e restringir a liberdade de movimento dasF Adv.

(2) Os PBCE podem ser permanentes ou inopinados e seu efetivo podevariar de um grupo de combate a um pelotão.

(3) Os PBCE devem ser estabelecidos em locais onde as estradascanalizam o movimento, de maneira a dificultar seu desbordamento por parte dosusuários da estrada e devem contar com uma pequena força de reação, capaz deperseguir e capturar elementos que tentem se evadir do local, evitando a revistae/ou identificação.

(4) Um PBCE, quando em sua organização mais completa, conta com:(a) Cmt e Grupo de Cmdo;(b) grupo de balizamento;

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(c) grupo de revista e identificação;(d) grupo de segurança; e(e) grupo de reação

(5) Os PBCE devem contar com a presença de elementos policiais e/oude fiscalização, com jurisdição sobre a área (Polícia Federal, Receita Federal,Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e outros). Tais elementos atuarão juntocom o grupo de revista e identificação, e serão encarregados das providênciaslegais em face de irregularidades ou ilícitos observados. Essa providência crescede importância em situação de normalidade, visando preservar os procedimentoslegais.

(6) Se for considerada a possibilidade de efetuar revista em pessoas, ogrupo de revista e identificação deve contar com pessoas do sexo feminino.

b. Estabelecimento de Postos de Bloqueio e Controle de ViasUrbanas (PBCVU)

(1) Os PBCVU são estabelecidos para controlar o movimento dapopulação da área; capturar membros da F Adv; impedir o acesso de pessoas adeterminadas áreas; e restringir a liberdade de movimento das F Adv.

(2) Os PBCVU são semelhantes aos PBCE, diferindo daqueles porserem estabelecidos em áreas urbanas.

(3) No ambiente operacional (área urbanizada), a F Adv e os objetivoscondicionam o efetivo e a organização dos PBCVU.

(4) Os mesmos cuidados legais tomados em relação aos PBCE(presença de elementos policiais e do sexo feminino) devem ser tomados naconstituição dos PBCVU, sempre que a situação ou os objetivos dos PBCVUindicarem a conveniência.

c. Busca e Apreensão de Pessoas, Armamento, Munição e OutrosMateriais

(1) As operações de busca e apreensão destinam-se a aprisionarmembros da F Adv e apreender seu material, armamento, munição e outrosmateriais de posse não permitida à população e restringir a liberdade de ação daF Adv.

(2) As operações de busca e apreensão devem ser realizadas em plenaconformidade com os dispositivos legais de garantia das pessoas - mandadosjudiciais e outras providências definidas na lei - particularmente quando a operaçãoé executada nas condições de normalidade.

(3) Quando da efetuação de prisão em flagrante deve-se tomar as devidasprecauções para que um militar em comando não seja desviado da área deoperações a fim de cumprir as formalidades de condutor do preso.

(4) Os comandantes devem tomar todos os cuidados para evitar situa-ções em que a correção de atitudes da força legal seja questionada, principalmen-te no que se refere ao tratamento das pessoas e o respeito à propriedade alheia.

(5) A busca e apreensão pode ser realizada em um local determinado ecom objetivos (pessoal e/ou material) bem definidos, ou abranger grandes áreasrurais ou urbanas.

(6) Em qualquer caso, a força que realiza a operação de busca eapreensão deve contar com três elementos: cerco, vasculhamento e segurança.

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(7) Ao elemento de cerco cabe isolar a área onde se realiza a busca eapreensão, seja ela uma casa ou uma localidade.

(8) O elemento de vasculhamento tem a missão de penetrar na áreaisolada e realizar efetivamente a busca e a apreensão do pessoal ou material. Oscomponentes do elemento de vasculhamento devem ter sido intensivamenteadestrados para esse tipo de missão e estar muito bem esclarecidos sobre osalvos da operação.

(9) O elemento de segurança atua como reserva e deve estar pronto aenfrentar eventuais resistências e a proteger o elemento de vasculhamento.

(10) As operações de busca e apreensão encerram grande potencial dedesgaste para a força legal, principalmente quando conduzidas em área urbana,por isso devem ser cuidadosamente planejadas, possuir objetivos bem definidose ser apoiada em adequadas operações de inteligência.

d. Identificação de Pessoas e Controle de Movimentos(1) A identificação de pessoas e controle de movimentos visa identificar

e aprisionar membros da F Adv, impedir o acesso da população a determinadasáreas e restringir a liberdade de movimentos da F Adv.

(2) A identificação de pessoas pode ser feita em PBCE, PBCVU ou empatrulhamentos.

(3) Os elementos que executam a identificação devem ser instruídossobre as formas legais de identificação das pessoas e a validação dos documen-tos possíveis de serem usados pela população local.

(4) O controle de movimentos é feito, normalmente em PBCE e PBCVUe pode ser apoiado em medidas restritivas como proibição de acesso a determi-nadas áreas, toque de recolher e outras providências.

(5) As medidas de controle de movimento devem ser objeto de planeja-mento detalhado e integrado com órgãos policiais e de administração civil, demodo a reduzir ao mínimo os transtornos à população.

e. Interdição ou Evacuação de Áreas(1) As ações de interdição de áreas visam impedir o acesso de pessoas

não autorizadas a áreas ou instalações de vital importância na situação conside-rada.

(2) As evacuações visam retirar pessoas de áreas ou instalações ondesua presença não seja permitida.

(3) As interdições são medidas preventivas enquanto as evacuações sãomedidas corretivas, assim é evidente que as primeiras apresentam menor riscode desgaste para a força legal e, conseqüentemente devem ser priorizadas nosplanejamentos.

(4) As interdições, sempre que possível, devem ser instaladas durante oshorários de menor movimento (madrugadas) e de surpresa, de modo a evitar atritosda tropa que realiza a interdição com civis em trânsito no local ou que procuremevitar o estabelecimento da interdição.

(5) Nas ações de evacuação, é muito provável que ocorra confronto daforça legal com elementos neutros ou inocentes úteis, dessa maneira as açõesde evacuação são muito propícias à intenção da F Adv de criar “mártires” para omovimento. Esse risco pode ser reduzido mediante demonstrações de força e

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operações psicológicas, visando retirar a vontade de resistir dos ocupantes daárea a ser evacuada.

(6) Em determinadas circunstâncias é conveniente que a força legal sebeneficie do fator surpresa ao desencadear uma evacuação, entretanto, emqualquer caso, é impositivo informar à população e aos próprios ocupantes do locala ser evacuado que a evacuação será realizada (podendo ser omitido o quando),seus motivos e amparo legal para a ação.

(7) As ações de evacuação devem ser feitas em conformidade com ospreceitos legais.

f. Controle de Distúrbios(1) Tais ações são freqüentemente empregadas em operações de

GLO e podem ser executadas em situação de normalidade.(2) Os meios da F Ter só devem ser empregados em ações de controle

de distúrbios após esgotados os meios da Polícia Militar, ou quando o distúrbioocorrer em área sujeita à administração militar.

(3) O manual de campanha C 19-15 - OPERAÇÕES DE CONTROLE DEDISTÚRBIOS - apresenta maiores detalhes sobre esse tipo de operação.

g. Demonstração de Força(1) As demonstrações de força visam dissuadir a F Adv e/ou as pessoas

que ela conduz de atitudes que possam ocasionar confronto com a força legal.(2) A ação de demonstração de força é realizada pela exposição à

observação dos elementos que se opõe à força legal de uma tropa de efetivo,atitude, armamento e material capazes de convencê-los que será inútil opor-se aação dessa tropa.

(3) O emprego de tropas blindadas ou mecanizadas e o sobrevôo deaeronaves têm grande poder dissuasório e são muito eficientes neste tipo de ação.

(4) As demonstrações de força devem ser apoiadas por operaçõespsicológicas.

h. Segurança de Autoridades(1) As ações de segurança de autoridades visam impedir a ação da F Adv

sobre autoridades e outras figuras de destaque na área de atuação da F Adv epodem se desenvolver tanto na área urbana como rural.

(2) Uma efetiva ação de segurança de autoridades é fundamental parafrustrar o desenvolvimento do processo de agitação e propaganda conduzido pelaF Adv, e garantir a liberdade de ação das autoridades e outras pessoas dedestaque.

(3) A ação de segurança de autoridades pode incluir a guarda deresidências e/ou locais de trabalho e acompanhamento permanente da autorida-de.

i. Vasculhamento de Áreas(1) O vasculhamento de áreas visa obter conhecimentos sobre a F Adv,

restringir sua liberdade de movimentos e isolá-la de seus apoios junto à populaçãoe aprisionar pessoal e apreender material da F Adv.

(2) O vasculhamento de áreas pode ser realizado em ambiente rural ouurbano e distingue-se das ações de busca e apreensão pelos objetivos e pelo

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conhecimento que se tem do alvo. A busca e apreensão tem objetivos bemdefinidos e é mais direcionada, enquanto o vasculhamento tem objetivos maisgerais e é mais exploratório.

(3) Em determinados casos, principalmente na área rural, o vasculhamentopode adquirir as características de uma operação de combate.

ARTIGO IV

INTERDIÇÃO DO APOIO EXTERNO

6-9. GENERALIDADES

a. A interdição do apoio externo é uma operação complexa que exige,normalmente, uma ação integrada de todos os segmentos das forças legais e deórgãos dos Governos Federal, Estadual e Municipal.

b. Contra determinadas F Adv, particularmente as ligadas ao crimeorganizado, a interdição do apoio externo pode se constituir na principal missãoda F Ter.

c. Dentre as três forças singulares, a F Ter terá o comando das açõesquando a faixa a interditar for constituída por fronteira terrestre.

6-10. OBJETIVO

A interdição do apoio externo tem por objetivo impedir que as F Adv recebamapoio em pessoal e/ou material vindo do exterior.

6-11. CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO

a. Podem ocorrer três situações em relação a Z Op, conforme sualocalização em relação à fronteira: área contígua à linha de fronteira terrestre; áreasituada junto ao litoral; ou área interiorizada.

b. Quando a Z Op é contígua à linha de fronteira terrestre, a Força dePacificação (F Pac) é responsável pela interdição do apoio externo nos limites desua jurisdição.

c. Quando a Z Op está situada junto ao litoral, a F Pac participa das açõesde interdição do apoio externo que, nesse caso, serão predominantemente navais.

d. Quando a Z Op for interiorizada, a F Pac não participa das ações deinterdição do apoio externo. Nesse caso, caberá aos escalões superioresconduzir ou participar da interdição do apoio externo.

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6-12. AÇÕES A REALIZAR

a. Normalmente, a interdição do apoio externo compreende:(1) estabelecimento de PBCE nas penetrantes que cruzem a fronteira e

de posto de bloqueio e controle fluvial (PBCF) nos cursos de água que penetramno território nacional;

(2) patrulhamento fluvial, terrestre e aéreo da faixa de fronteira;(3) ocupação de pistas de pouso e de aeródromos;(4) estabelecimento de postos de observação em locais favoráveis à

atracação de embarcações marítimas, lacustres ou fluviais e na foz de rios;(5) intensificação das atividades alfandegárias; e(6) intensificação do controle do tráfego aéreo.

b. As ações de interdição do apoio externo devem ser apoiadas emconhecimentos obtidos em operações de inteligência.

c. Se for o caso, o instrumento legal que instituir a Z Op e constituir aF Pac pode instituir uma zona restrita ao longo da faixa de fronteira. A populaçãoresidente ou em trânsito na zona restrita pode ser submetida a diversos controlesque vão da restrição ao livre movimento até a evacuação da área.

ARTIGO V

OPERAÇÕES DE COMBATE

6-13. GENERALIDADES

a. As operações de combate são executadas quando a F Adv adquire forçae importância e passa a oferecer resistência por meio de um braço armado àsações da força legal.

b. As operações de combate são executadas, normalmente, em ambienterural.

6-14. OBJETIVOS

As operações de combate têm por objetivo:

a. conquistar e manter a iniciativa das ações; e

b. destruir o poder de combate da F Adv ou capturar seus elementos,material e suprimento.

6-15. MEIOS A EMPREGAR

a. As unidades mais aptas a realização de operações de combate são asde Infantaria e Cavalaria. As unidades de Artilharia e Engenharia de Combatetambém são aptas a realização desse tipo de operações e devem ser adestradaspara tal. Entretanto, sempre que necessário, essas unidades devem ser empre-

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gadas dentro de sua destinação convencional (apoio de fogo e apoio à mobilidade,contramobilidade e a proteção).

b. As unidades blindadas, particularmente as de carros de combate devemter seu emprego definido após um cuidadoso estudo da F Adv e do terreno, devidoàs suas peculiaridades e vulnerabilidades. Em qualquer situação, os carros decombate devem ser empregados com apoio aproximado de fuzileiros.

c. Sempre que as operações exigirem o emprego dos regimentos de carrosde combate sem os carros de combate, aquelas unidades devem ser considera-das como Tipo I, devido ao seu reduzido efetivo.

d. As unidade mecanizadas são particularmente aptas para:(1) controlar vias de transporte terrestres;(2) proporcionar segurança a localidades e instalações;(3) dispersar e reunir meios com rapidez; e(4) escoltar comboios e autoridades.

e. As unidades adestradas à realização de operações aeromóveis eaeroterrestres, com o apoio de meios aéreos da Aviação do Exército e/ou da ForçaAérea, são especialmente aptas a esse tipo de operação, onde a mobilidade émuito mais valorizada do que a capacidade de durar na ação.

f. Os meios da Força Aérea e da Aviação do Exército são imprescindíveisàs operações de combate, seja em missões de transporte, de ligação eobservação, de reconhecimento ou de ataque ao solo.

g. Os meios da Marinha são particularmente aptos a execução deoperações anfíbias e ribeirinhas.

h. As organizações policiais militares (OPM) não são aptas à realizaçãodesse tipo de operações.

6-16. AÇÕES A REALIZAR

a. Operações de Inquietação(1) As operações de inquietação são as primeiras operações de combate

realizadas contra uma F Adv que apresente indícios de possuir um braço armado.Visam localizar os agentes armados, reduzir o poder de combate da F Adv,reconhecer o terreno, restringir a liberdade de ação da F Adv, obter e manter ocontrole sobre áreas e garantir uma atitude favorável à força legal por parte dapopulação.

(2) A inquietação é, normalmente, executada por meio de patrulhas decombate ou de reconhecimento, incursões, emboscadas, equipes de caçadorese aerotransportadas.

(3) Quando a força que executa a inquietação estabelece contato com osagentes armados da F Adv procura eliminar o seu poder de combate ou capturá-los.Se não possuir poder de combate suficiente para essas ações, deve manter o contatoe solicitar reforços ou outras providências de seu escalão superior.

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(4) O escalão que executa a inquietação deve manter uma reserva emcondições de ser deslocada, com rapidez, para qualquer ponto de sua área deresponsabilidade.

b. Operações Ofensivas(1) As operações ofensivas são o segundo passo no combate ao braço

armado da F Adv e são desencadeadas após as operações de inquietação terematingido seus objetivos, particularmente os de produzirem conhecimentos sobreo terreno e os agentes armados.

(2) Essas operações têm como principal finalidade destruir o poder decombate da F Adv ou capturar os seus agentes armados.

(3) As operações ofensivas exigem uma considerável superioridade nopoder de combate em favor da força legal. Assim, o menor escalão para acondução de operações ofensivas é a SU.

(4) Na execução das operações ofensivas as técnicas mais utilizadassão o cerco, o combate em localidade, o ataque regular e a perseguição.

(5) O cerco(a) O cerco é a técnica que oferece as melhores possibilidades de

resultados decisivos, mas é de difícil planejamento e condução e exige grandesuperioridade de meios.

(b) Os escalões mais adequados à execução das operações decerco são a brigada, o batalhão e a companhia.

(c) O planejamento, a preparação e a execução de um cerco visamrealizar uma ação rápida e completa, que surpreenda os agentes armados daF Adv. No planejamento deve-se privilegiar as ações que proporcionem o máximode segurança e surpresa.

(d) A surpresa pode ser facilitada pelo planejamento e execução deum adequado plano de dissimulação.

(e) Os movimentos iniciais para a linha de cerco devem ser executa-dos com o máximo de rapidez. O emprego de tropas aeroterrestres ou aeromóveiscontribui para a rapidez da ocupação da linha de cerco.

(f) É desejável que toda a linha de cerco seja ocupada simultaneamente.Se isso não for possível, deve-se barrar, inicialmente, as vias de fuga maisprováveis de serem utilizadas pela F Adv. Deve-se porém ter em mente que apóso cerco ter sido estabelecido, os elementos da F Adv irão utilizar todo o tipo deterreno, inclusive os considerados mais difíceis, como rota de fuga.

(g) Ao se estabelecer um cerco, é necessário manter uma reservacapaz de ser empregada na própria linha de cerco, seja para reconstituí-la, sejapara ocupar posições não levantadas no planejamento inicial, mas impostas pelacondução da operação. (Fig 6-1)

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Fig 6-1. Estabelecimento da Linha de Cerco e da Reserva

(h) Uma vez ocupada a linha de cerco, é necessário destruir o podercombativo ou capturar os elementos da F Adv que estão cercados. Isso pode serrealizado por um dos seguintes processos, combinados ou não:

1) incitamento à rendição;2) aperto do cerco;3) divisão da área cercada;4) martelo e bigorna;5) vasculhamento; e6) saturação pelo fogo.

(i) Mais de um desses processos podem ser usados simultaneamen-te, desde que de forma coordenada.

1) Incitamento à rendição - Em situações que a surpresa não sejamais essencial e após um cuidadoso estudo de situação, pode ser desencadeadauma vigorosa operação psicológica, visando obter a rendição da F Adv cercada.Esse processo deve ser conduzido ou apoiado por especialistas em operaçõespsicológicas, capazes de identificar e apresentar aos elementos cercados asidéias que os levarão a render-se.

2) Aperto do Cercoa) Esse processo caracteriza-se por fazer convergir as forças

legais para o interior da área cercada, ocupando sucessivamente e de fora paradentro, linhas de cerco concêntricas.

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Fig 6-2. Aperto do Cerco

b) O aperto do cerco é um processo que exige grandecoordenação e terreno favorável, de modo a evitar-se que os elementos da F Advaproveitem o deslocamento das tropas legais entre uma linha e outra para evadir-se da área. (Fig 6-2)

c) À medida que a linha de cerco vai diminuindo, as tropas quenão são mais necessárias na linha passam a compor a reserva ou ficam emcondições de executar outro processo.

d) Quando os agentes armados da F Adv são em pequenonúmero, é possível finalizar uma operação de cerco apenas pelo aperto. Quandoos agentes armados têm um efetivo maior, é necessário combinar o aperto docerco com outro processo.

3) Divisão da Área Cercadaa) A divisão da área cercada visa diminuir o espaço de manobra

dos elementos da F Adv cercados e dividir sua força, separando seus elementosde manobra entre si e impedindo o acesso a suprimentos e outros pontos de apoio.As sucessivas divisões da área cercada, levam os agentes armados à incapaci-dade operativa.

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Fig 6-3. Divisão da Área Cercada

b) A divisão da área cercada é um processo que exige cerradacoordenação e efetivos consideráveis. (Fig 6-3)

4) Martelo e Bigornaa) Esse processo utiliza duas forças, uma (bigorna) para

conter os agentes armados na posição desejada, e outra (martelo) para atuarofensivamente, pressionando os elementos da F Adv contra a força que constituia bigorna. (Fig 6-4)

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Fig 6-4. Martelo e Bigorna

b) Qualquer uma das forças pode realizar a captura oudestruição dos agentes armados, porém, normalmente, essa destruição érealizada pelas forças que compõem o martelo.

c) É conveniente que as forças da bigorna estejam apoiadasem obstáculos naturais e/ou artificiais que favoreçam sua missão de conter asF Adv.

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d) As forças da bigorna e do martelo fazem parte da força queexecuta o cerco, e devem possuir valor compatível com sua missão.

5) Vasculhamento (Fig 6-5)a) Esse processo é utilizado face a F Adv com pequenos

efetivos e que possua boa capacidade de dissimular-se no terreno, exigindo umabusca detalhada e metódica para ser descoberta.

b) O vasculhamento, dentro das operações de combate, érealizado por três forças:

- Elemento vasculhador - toma posição em um dos limitesda área a ser vasculhada e progride para o seu interior em uma formação em linha,examinando metodicamente toda a área a ser vasculhada. Ao estabelecer contatocom a F Adv, esse elemento pode destruir o poder de combate da F Adv ou forçá-la contra o elemento de bloqueio.

- Elemento de bloqueio ou emboscada - desdobra-se emposições fixas em torno de toda a área a ser vasculhada, exceto do lado ocupadopelo elemento vasculhador. Tem por missão destruir o poder combativo doselementos da F Adv ou detê-los quando tentar deixar a área.

- Reserva - reservas compatíveis com a situação devem serdispostas à retaguarda, tanto do elemento vasculhador como do elemento debloqueio e emboscada, em condições de atuar, caso os agentes armados tentemreunir meios para romper o cerco em qualquer ponto da linha que circunda a área.

Fig 6-5. Vasculhamento

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6) Saturação Pelo Fogoa) A saturação pelo fogo é uma variante do vasculhamento e

só pode ser aplicada em situações muito especiais e em área desabitadas.b) Neste processo, um elemento de bloqueio ou emboscada

cerca uma área e espera a saída da F Adv dessa área. Os elementos da F Advsão forçados a abandonar a área pela intensa saturação pelo fogo a que a área ésubmetida.

c) A utilização desse processo é condicionada a diversosfatores que vão desde a presença de civis na área até impactos ambientais.

(6) O Combate em Localidade(a) No curso de operações de combate contra F Adv, essas forças

podem se sentir suficientemente fortes para oferecer combate às forças legaispela posse de determinadas localidades.

(b) A manutenção de áreas urbanas sob controle de F Adv éaltamente prejudicial para os órgãos legais, devido à ressonância que uma áreaurbana oferece para as ações dessas forças. Por essa razão, a força legal deveter como objetivos permanentes a conquista e a manutenção do controle sobretodas as áreas urbanas compreendidas na área de operações.

(c) As táticas e técnicas para o investimento de uma localidadeassemelham-se às utilizadas em operações convencionais.

(d) A presença da população e de seu patrimônio impõe severasrestrições aos meios de apoio de fogo ou outros que lhes possam causar danos.

(e) O agrupamento humano encontrado nas localidades, seja deelementos da F Adv, seja de elementos neutros ou mesmo simpatizantes da forçalegal, oferece valiosa oportunidade para a realização de operações psicológicas.As operações psicológicas são excelente meio para conquistar o objetivoeliminando ou reduzindo ao mínimo os danos à população e, conseqüentemente,o desgaste da força legal.

(7) O Ataque Regular(a) O ataque regular é um ataque coordenado ou de oportunidade,

semelhante aos realizados contra forças oponentes, em operações de defesaexterna.

(b) Em operações de GLO, um ataque regular só terá possibilidadede ser executado, caso a F Adv atinja um estágio de organização e valor tal quelhe permita manter terreno. Nessas condições, a F Adv já teria adquirido oscontornos de um “exército de libertação nacional”, contando com tropas seme-lhantes a um exército regular.

(8) A Perseguição(a) Quando se estabelece o contato entre as F Adv e a força legal, a

tendência da F Adv é causar o maior número de baixas possível na força legal e,em seguida romper o contato e retirar-se do local. Devido a natureza ofensiva dasoperações que deve conduzir, a força legal deve envidar todos os esforços nosentido de manter o contato, para capturar ou destruir o poder de combate daF Adv.

(b) Para manter o contato com os elementos em fuga e prosseguircom as operações ofensivas, é necessário que a força legal esteja adestrada eequipada para conduzir uma perseguição.

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(c) A perseguição é conduzida de forma semelhante à das operaçõesconvencionais, e a tropa que a executa é dividida em duas forças: força de pressãodireta e força de cerco.

(d) A força de pressão direta persegue os elementos da F Advutilizando o mesmo caminho que eles utilizam para retrair, e impede que eles sereorganizem, empreguem maior velocidade de deslocamento ou ocupem posiçãoorganizada no terreno.

(e) A força de cerco deve ser dotada de velocidade superior a doselementos que retraem para ocupar posições que cortem o retraimento da F Adv,cercá-la e capturá-la ou destruir o seu poder de combate.

(f) A superioridade de mobilidade da força de cerco pode ser obtidapela utilização de terrenos mais transitáveis, de veículos motorizados, ou detropas aeromóveis ou aeroterrestres.

(g) A constante possibilidade de realizar operações de perseguiçãorecomendam que os comandantes das forças legais mantenham reservascapazes de realizá-las, particularmente por meio do movimento aéreo.

(9) Rastreamento(a) As unidades empregadas em operações contra F Adv exigem

pessoal treinado e instruído nesse tipo de operação.(b) Pequenas frações, ou mesmo grupos, bem treinados têm empre-

go especial nas operações de rastreamento.(c) A iniciativa, a paciência e a serenidade são importantes para o

êxito neste tipo de operação.(d) O rastreamento exige dos combatentes, resistência física e

vontade de lutar. A ausência de tais aspectos dificulta a destruição dos gruposarmados.

(e) As unidades empregadas nesse tipo de operação devem conhe-cer e empregar, por vezes, procedimentos e técnicas das F Adv.

(f) O conhecimento da área através da ajuda de guias e colaboradoresoriundos das F Adv, que se adquire durante as operações, é um fator importantee deve ser repassado às forças substitutas.

(g) Uma operação de rastreamento pode ser de curta duração ou levarmuitos dias, tendo em vista, principalmente, o fator terreno. Isto depende,também, da perícia do rastreador e da velocidade de rastreamento. Desse modo,requer que os comandantes de todos os níveis estejam conscientes na aplicaçãodo fator paciência; do contrário, a operação não trará resultados positivos. Osregistros que se executam de forma rápida, por ocasião de uma operação derastreamento, levam a resultados negativos.

(h) É necessário conhecer e identificar as diferentes pegadas queficam no terreno, com o objetivo de conseguir uma maior eficiência no rastreamento.Esta identificação pode-se fazer nos diferentes tipos de terreno.

(i) As unidades empregadas neste tipo de operação são tropasdevidamente treinadas e adestradas, com capacidade de igualar e superar asF Adv nas técnicas de rastreamento.

(j) Quando a situação permite é recomendável o emprego de guiasnativos ou de elementos que tenham pertencido a grupos armados.

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(l) O terreno e a situação são fatores determinantes para este tipo deoperação.

c. Operações Defensivas(1) No caso da F Adv desenvolver seu braço armado a tal ponto que lhe

permita conduzir operações ofensivas de grande vulto contra a força legal, estapoderá ter que conduzir operações defensivas temporárias, em parte da área deoperações.

(2) As operações defensivas são conduzidas conforme a doutrina previstapara as operações convencionais.

ARTIGO VI

AS ATIVIDADES DE ASSUNTOS CIVIS

6-17. GENERALIDADES

a. As atividades de assuntos civis são as referentes ao relacionamento docomandante e dos demais componentes da força legal com as autoridades civise a população da área sob o controle da força.

b. Como o ambiente operacional em que se desenvolvem as operações deGLO é parte do território nacional, é normal que as atividades de assuntos civissejam desenvolvidas pelos órgãos civis responsáveis. Entretanto, a F Ter podereceber encargos de apoiar ou coordenar essas atividades.

c. Em operações de GLO, as atividades de assuntos civis têm capitalimportância para o êxito definitivo da operação. A componente puramente militarda operação pode ser capaz de neutralizar ou destruir o poder de combate daF Adv, porém é a adequada exploração das atividades de assuntos civis que podeeliminar os fatores que propiciaram o desenvolvimento da F Adv. Assim, ocomandante responsável pelas operações tipo polícia e de combate deveassegurar-se que suas ações táticas são complementadas por adequadas açõesna área de assuntos civis.

6-18. OBJETIVOS

Em um quadro de GLO, as atividades de assuntos civis têm por objetivo:

a. facilitar a execução das operações tipo polícia, de combate e acomunicação social;

b. dar cumprimento às leis vigentes; e

c. cooperar com o restabelecimento da autoridade constituída sobre a áreade operações.

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6-19. ABRANGÊNCIA

De modo semelhante às operações convencionais, as atividades deassuntos civis compreendem:

a. governo;

b. economia;

c. serviços públicos; e

d. atividades especiais

6-20. CONDICIONANTES DE ENGAJAMENTO

Em operações de GLO, o grau de engajamento da F Ter nas atividades deassuntos civis dependerá de três condicionantes:

a. o instrumento legal que determinou o emprego da F Ter na operação;

b. as estruturas de governo existentes na área de operações; e

c. o grau de controle que a F Adv exerce sobre a área.

6-21. PESSOAL ESPECIALIZADO

a. Na constituição da força a ser empregada na área, deve-se prever ainclusão de especialistas nas áreas relacionadas com os assuntos civis. Essesespecialistas são grupados em equipes funcionais.

b. As equipes funcionais de assuntos civis são organizadas conforme anecessidade de cada operação. Quando os órgãos civis estão estruturados ecapazes de atuar, as equipes funcionais da F Ter podem se limitar a presença deoficiais de ligação, junto àqueles órgãos.

ARTIGO VII

AS ATIVIDADES DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

6-22. GENERALIDADES

a. A comunicação social é de capital importância nas operações deGLO pois é ela quem permite que a força legal conquiste e/ou mantenha o apoioda população.

b. Os três ramos da comunicação social - as operações psicológicas, asrelações públicas e as informações públicas - devem ser intensamente exploradosno curso das operações de GLO.

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6-23. FATORES CONDICIONANTES

a. O conhecimento da área de operações e de sua população é imprescin-dível ao planejamento e à execução da comunicação social.

b. Os comandantes envolvidos na operação, em todos os níveis, devem tersempre em mente que o sucesso de sua operação depende da conquista e/oumanutenção do apoio da população.

6-24. EMPREGO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

a. Os meios de comunicação social existentes na área de operações sãomuito valiosos para a condução dessa atividade.

b. O emprego coordenado e sob a responsabilidade de um único elementodas operações psicológicas, das relações públicas e das informações públicaspermite que a força legal obtenha a atitude mais favorável na população local.

c. Um elemento de comunicação social deve integrar a força empenhada emoperações de GLO. Esse elemento tem a responsabilidade de planejar e conduziras atividades de comunicação social bem como assessorar o comandante sobreo assunto.

d. Ações psicológicas, destinadas a preservar o moral e a coesão doscomponentes da F Ter envolvidos na operação, devem ser amplamente utilizadas.

e. Equipes capazes de produzir imagens das operações devem serintensivamente utilizadas. As imagens produzidas terão, entre outras, a finalidadede apresentar aos públicos interno e externo as reais condições em que a tropaatuou, permitindo combater inverdades e notícias tendenciosas que visemprejudicar a imagem da F Ter.

f. A tropa empenhada em operações de GLO deve contar com o apoio deequipes de operações psicológicas, providas com alto-falantes e outros meios deprodução e ampliação de som. Tais meios são muito úteis, seja para orientar apopulação usada como massa de manobra pela F Adv, seja para quebrar a vontadede lutar de seus militantes. Outra importante missão dos equipamentos deprodução e ampliação de som é contrapor-se aos meios semelhantes emprega-dos pela F Adv.

g. O manual de campanha C 45-4 - OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS, abordacom maiores detalhes as Op Psico nas Op GLO.

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CAPÍTULO 7

OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS ADVERSAS EM AMBIENTERURAL

ARTIGO I

INTRODUÇÃO

7-1. GENERALIDADES

A decisão sobre a forma de conduzir operações contra F Adv na área ruralresulta de um estudo cuja conclusão deve englobar prescrições de ordemeconômica, política, psicossocial e militar. Estas últimas referem-se, essencial-mente, às forças militares a empregar na referida luta e às respectivas missões.Esse estudo baseia-se numa análise pormenorizada da área onde atua a F Adv,e deve dedicar especial importância ao meio humano. Na elaboração do estudo,colaboram entidades e organismos diversos, incluindo os estados-maiores dosescalões superiores.

7-2. CONCEITO

Operações contra F Adv em ambiente rural são operações desenvolvidaspela F Ter contra uma, ou mais F Adv, que possuem um braço armado e executamsuas atividades em áreas rurais, podendo essas áreas conter localidades em seuinterior. Esse tipo de operação se torna necessária a partir do momento em queas F Adv passam a exercer controle sobre áreas do território nacional, e os órgãosde segurança pública não têm condições de neutralizá-las.

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7-3. FINALIDADE

A principal finalidade das operações contra F Adv em ambiente rural érestabelecer a normalidade a determinada área do território nacional. Por essarazão, a F Pac recebe a missão de combater a(s) F Adv e restabelecer o climade normalidade e paz na área.

ARTIGO II

ESTUDO DE SITUAÇÃO

7-4. GENERALIDADES

O estudo de situação para operações contra F Adv em ambiente rural estáprevisto no C 101-5 - ESTADO-MAIOR E ORDENS, e obedece em suas linhasgerais ao esquema previsto para as operações convencionais. Especial atençãodeve ser dada a determinados fatores tais como população e recursos, quenaquelas operações apresentam um interesse mais restrito. Nos itens que seseguem são apontados os aspectos mais importantes dos diferentes fatores aanalisar.

7-5. MISSÃO

a. Nos escaIões brigada e superiores, a missão recebida é normalmentetraduzida por uma expressão com significado muito geral, normalmente pelafinalidade, o que permite uma grande liberdade de ação ao executante; mas, emcontrapartida, pode conter prescrições destinadas à obtenção de determinadosefeitos políticos, econômicos ou outros, que podem condicionar acentuadamentea execução das operações.

b. A missão, normalmente atribuída sob a forma de pacificar a área,comporta três medidas fundamentais:

(1) a destruição do poder de combate ou a captura das F Adv;(2) a eliminação do organismo revolucionário, ou outro tipo de organismo

gerador das F Adv; e(3) o restabelecimento da normalidade político-administrativa na área

conturbada.

7-6. ZONA DE OPERAÇÕES

a. Terreno e condições meteorológicas(1) Do ponto de vista do terreno, interessa considerar, em especial, as

regiões que ofereçam melhores características para homizio das F Adv, aspovoações e instalações que, prioritariamente, devam ser defendidas contraessas forças, as vias de comunicação, os aeródromos e pistas de aterragem e aszonas propícias ao lançamento de cargas por aviões.

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(2) Do ponto de vista das condições meteorológicas, interessa, principal-mente, considerar o seu efeito sobre a mobilidade das nossas forças.

b. População(1) No que se refere ao fator população, devem ser analisados todos os

seus aspectos (demográfico, social, histórico, etc.) e pesquisadas as causas dedescontentamento, os antagonismos, os sentimentos e os anseios nela existen-tes, a fim de concluir sobre:

(a) lealdade de determinados setores da população, seu moral, suadisposição para a luta e sua capacidade para resistir a adversidades;

(b) número de habitantes e proporção da população potencialmentecapaz de participar de atividades da F Adv;

(c) número de habitantes e proporção da população potencialmentecapaz de apoiar as forças legais; e

(d) sensibilidade dos vários setores da população à propagandaamiga ou adversa.

(2) Nessa análise merecem especial atenção certos grupos da popula-ção, tais como, partidários da ideologia adversa, dirigentes de agremiações locaise antigos membros das Forças Armadas, bem como os indivíduos capazes deliderar segmentos dessa população.

c. Recursos(1) No estudo da Z Op, devem ser considerados os recursos existentes,

particularmente relativos a:(a) víveres e água, necessários tanto aos integrantes das F Adv como

às forças legais e à população; e(b) medicamentos, armamento e munição, meios de comunicação e

de transporte e outros suprimentos indispensáveis às F Adv.(2) Nesse levantamento devem ser consideradas, também, as implica-

ções que a fuga dos habitantes rurais, para os centros urbanos, possam acarretara esses recursos.

7-7. FORÇAS ADVERSAS

a. Quanto às F Adv devem ser levadas em consideração não só a existênciadelas na área a pacificar, mas, igualmente, as possibilidades de apoio externo.

b. Devem ser analisados:(1) organização, efetivos, equipamento, instrução e moral;(2) personalidade dos chefes, unidade de comando e rivalidades;(3) sistemas de inteligência e ligação;(4) relações com a população e possibilidades de reabastecimento;(5) áreas de homizio, áreas que controlam e bases de que dispõem;(6) ações que executam, suas características, objetivos, freqüência e

valor dos elementos que normalmente empregam; e(7) peculiaridades e deficiências.

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c. Quanto ao apoio externo, devem ser verificadas:(1) a existência em determinados países, especialmente nos que tenham

fronteiras comuns com o território conturbado, de governos, organizações emovimentos favoráveis à subversão;

(2) as disponibilidades em pessoal e em equipamento com que possamauxiliar as F Adv; e

(3) as possibilidades de se ligarem com essas forças e de lhesfornecerem pessoal e equipamento.

7-8. MEIOSa. No estudo dos meios, deve-se considerar a disponibilidade, o valor e a

composição, a capacidade e as deficiências das forças disponíveis para a F Pac.b. Disponibilidade em organizações para as operações contra F Adv.

(1) Organizações das Forças Armadas.(2) Organizações das Polícias Militares.(3) Forças paramilitares.(4) Elementos de organizações policiais civis (Polícia Federal - Polícia

Civil - Polícia Rodoviária Federal, etc).(5) Outras organizações.

c. Valor e composição(1) Efetivos.(2) Comando e enquadramento.

d. Capacidade para operar na região.e. Deficiências.

7-9. DECISÃO

A decisão do comandante de uma F Pac, decorrente do seu estudo desituação, concretiza-se, essencialmente:

a. na definição das ações a realizar;b. num dispositivo (áreas a ocupar e com que efetivos);c. nas missões a atribuir aos elementos subordinados; ed. na intenção do comando enquadrante.

ARTIGO III

QUADRO GERAL DAS OPERAÇÕES

7-10. GENERALIDADES

a. No quadro estratégico, tão logo se tome conhecimento da provávelexistência de F Adv atuando em área rural, devem ser desencadeadas, pelos

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comandos de GLO, operações que busquem conhecimentos (operações deinteligência) sobre tais forças e sobre a área de operações, bem como aidentificação dos apoios, internos e externos, ao movimento. Ainda nesse quadro,realiza-se o isolamento estratégico ou amplo com vistas à neutralização dosapoios identificados e da componente política do movimento gerador da F Adv,em âmbito nacional.

b. No quadro tático, já sob a responsabilidade da F Pac, será realizada aabordagem da Z Op, de modo a estabelecer um isolamento dos principais eixosque adentram a área. A seguir, com vistas a neutralizar a ação de seus apoios,devem ser desencadeadas ações nas localidades onde parte da população possaestar apoiando as F Adv. O conjunto dessas ações, também chamado isolamentotático, visa:

(1) evitar a fuga e/ou a entrada de reforços;(2) isolar a F Adv dos demais segmentos que a apóiam inclusive seu apoio

civil;(3) facilitar a sua captura, ou destruição, no interior da área; e(4) criar atitudes favoráveis à força legal, no seio da população da área.

c. Posteriormente, sem prejuízo das operações tipo polícia, executam-seoperações de combate, visando à destruição do poder de combate das F Adv.

7-11. SEQÜÊNCIA DAS OPERAÇÕESa. Uma vez desencadeadas pelos escalões superiores as operações de

inteligência e o isolamento estratégico, cabe ao comandante da F Pac, na seqüênciadas operações, a responsabilidade pela execução do isolamento tático da Z Op e oinvestimento, visando à destruição do poder de combate da F Adv.

b. Dependendo de sua missão e das condições de execução, a força legalexecuta algumas ou todas as ações seguintes:

(1) atividades de inteligência;(2) operações tipo polícia;(3) operações de combate;(4) atividades de assuntos civis;(5) interdição do apoio externo; e(6) atividades de comunicação social.

c. As operações tipo polícia têm início por ocasião da execução doisolamento tático. Nessa oportunidade são estabelecidos o controle da populaçãoe dos recursos locais, bem como o isolamento das F Adv dos demais segmentosque as apóiam e de seus colaboradores civis.

d. As atividades de assuntos civis são prioritárias visando restabelecer aautoridade e o controle dos órgãos governamentais competentes sobre a áreaconturbada e a população que nela reside.

e. As atividades de comunicação social são iniciadas o mais cedo possível,tendo como públicos-alvo de igual importância os integrantes da F Pac, a populaçãolocal e as F Adv.

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f. As operações de combate normalmente se iniciam pelas ações deinquietação à F Adv, basicamente executadas através de patrulhas terrestres,equipes de caçadores aerotransportados e vigilância aérea, com o objetivo delocalizar a F Adv e mantê-la sobre pressão. As forças de inquietação podemengajar, em combate, pequenos efetivos de integrantes das F Adv.

g. Quando for localizado um valor considerável de agentes armados, contraeles são executadas operações ofensivas coordenadas, para capturá-los oudestruir seu poder de combate.

h. Após a captura ou a destruição do poder de combate da F Adv, osesforços do governo prosseguem no sentido de erradicar as causas iniciais deinsatisfação exploradas pelas F Adv com sentido ideológico ou não.

i. Considerando que a seqüência normal seja, geralmente, a anteriormentedescrita, de forma alguma isso significa que é preciso concluir com sucesso cadauma das atividades antes do início da seguinte. Ao contrário, a execução dessasfases deve sobrepor-se no tempo, com a execução simultânea das operaçõesdecorrentes da missão.

ARTIGO IV

OCUPAÇÃO DA ZONA DE OPERAÇÕES

7-12. GENERALIDADES

No planejamento das operações contra F Adv, a ocupação da Z Op, é umadas bases para o desenvolvimento das ações necessárias à sua pacificação.Obedece, em qualquer escalão, à mesma sistemática das operações regulares.Entretanto, ressalta-se a necessidade de dar especial atenção aos seguintespontos:

a. identificação das áreas-problema e traçado da linha de isolamento(L Iso);

b. delimitação das áreas segundo o grau de controle;

c. divisão da área em conjuntos topotáticos;

d. determinação dos efetivos necessários à condução das operações;

e. confrontação entre as necessidades e as disponibilidades de meios; e

f. visualização da forma de ocupação da Z Op.

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7-13. IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS-PROBLEMA E TRAÇADO DA LINHA DEISOLAMENTO

a. As F Adv atuam com maior intensidade sobre as áreas-problema. Estassão identificadas por meio das atividades de inteligência, desencadeadas peloGrande Comando ou GU com responsabilidade de ações de GLO sobre a áreaconturbada, desde a fase das ações preventivas.

b. Após a identificação das áreas-problema deve ser traçada a L Iso,delimitando a Z Op onde atuará a F Pac, procurando atender aos seguintes fatores:

(1) apoiar a L Iso em acidentes naturais ou artificiais, facilmenteidentificáveis no terreno (rios, estradas, etc);

(2) garantir espaço de manobra suficiente para a execução das opera-ções;

(3) abranger todas as áreas-problema bem como as áreas e localidadesque possam constituir-se em pólos de atração para as F Adv; e

(4) envolver uma área tão restrita quanto possível, sem comprometer oespaço de manobra.

7-14. DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS SEGUNDO O GRAU DE CONTROLE

a. A Z Op deve ser dividida em áreas, em função do grau de controle exercidopelas F Adv tendo em vista:

(1) permitir a realização de uma estimativa dos meios a empregar; e(2) orientar a força legal quanto aos procedimentos a adotar, principal-

mente no que diz respeito à segurança dos deslocamentos.

b. Segundo o grau de controle, a Z Op pode ser dividida em áreas vermelha,amarela e verde. (Fig 7-1)

Fig 7-1. Graus de Controle na Z Op

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(1) Área vermelha (A Vm)(a) Área sob o controle contínuo ou intermitente das F Adv antes do

emprego das Forças Federais. Nela, estão localizadas as instalações e bases daF Adv que atua com relativa liberdade de ação. Normalmente, a população nessaárea apóia o movimento, voluntariamente ou sob coação. Todos os elementos nelaencontrados são considerados suspeitos.

(b) As tropas legais devem manter-se preparadas para o combate. Asviaturas devem deslocar-se em comboios com escolta armada.

(2) Área amarela (A Am) - Área na qual as F Adv operam com freqüência,mas que não se encontra sob o controle efetivo nem das F Adv nem das forçaslegais encarregadas da segurança pública, antes do emprego das ForçasFederais. Esta é a principal área de operações das F Adv que tentam colocarparcela cada vez maior dela sob o seu efetivo controle. A F Adv, em princípio, nãoopõe resistência à entrada das forças legais nessa área.

(3) Área verde (A Vd) - É a área sob o firme controle da força legal, na qualnão são adotadas ou foram suspensas as medidas rigorosas de controle da vidanormal da população. Nessas áreas, as atividades das F Adv restringem-se àsclandestinas, incursões, pequenas emboscadas, ações de franco-atiradores eoperações de inquietação.

7-15. DIVISÃO DA ÁREA EM CONJUNTOS TOPOTÁTICOS

a. Conjunto topotático é uma área normalmente delimitada por acidentes doterreno facilmente identificáveis (cursos de água, estradas, linhas de crista, etc.),que, por sua extensão e compartimentação, é adequada às operações do escalãoimediatamente abaixo do considerado e que está ligada a regiões favoráveis àação das F Adv e/ou a centros urbanos ou a núcleos rurais que sirvam de pólo deatração.

b. Na delimitação dos conjuntos topotáticos, são considerados os seguin-tes fatores:

(1) missão;(2) características do terreno;(3) compartimentação do terreno;(4) núcleos urbanos;(5) áreas favoráveis ao homizio;(6) condições de ligação (rede viária); e(7) extensão compatível com o escalão.

c. Estabelecida a delimitação dos conjuntos topotáticos, deve ser caracte-rizada a sua importância relativa com a finalidade de orientar a distribuição dosmeios disponíveis. Essa importância resulta da análise dos seguintes fatores:

(1) Missão: aspectos específicos.(2) Terreno:

(a) pontos e áreas sensíveis;(b) áreas favoráveis ao homizio;(c) condições de abordagem da área;

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(d) núcleos urbanos; e(e) condições de ligação (rede viária).

(3) Forças adversas:(a) localização de bases;(b) efetivo; e(c) grau de controle exercido e extensão das áreas.

(4) Meios:(a) adequação ao terreno e ao cumprimento da missão; e(b) localização que facilite a abordagem e ocupação da área.

d. Determinada a importância relativa dos diferentes conjuntos topotáticos,deve ser considerada a viabilidade de composição de áreas operacionais atravésda associação de conjuntos. Na composição das possíveis associações, osseguintes fatores devem ser levados em conta:

(1) número de comandos subordinados;(2) facilidades de ligação (rede viária) entre os conjuntos;(3) graus de controle, particularmente a extensão das áreas vermelha e/

ou amarela; e(4) compatibilidade com a capacidade operacional do escalão subordina-

do.

7-16. DETERMINAÇÃO DOS EFETIVOS NECESSÁRIOS À CONDUÇÃO DASOPERAÇÕES

a. Generalidades - Os efetivos necessários devem ser determinados paracada conjunto topotático ou associação de conjuntos, levando-se em conta osseguintes fatores:

(1) superfície do conjunto ou associação;(2) número de habitantes a controlar e proteger e sua localização;(3) número e localização dos pontos e áreas sensíveis a defender;(4) missões específicas;(5) valor e grau de operacionalidade das F Adv a neutralizar;(6) expressão do apoio externo a interditar;(7) recursos existentes e possibilidades de instalação de tropas; e(8) organização, equipamento e instrução das forças disponíveis.

b. Para Operações Tipo Polícia(1) Determinar os efetivos necessários para, em área vermelha e/ou

amarela, isolar a F Adv da população, identificar e neutralizar as organizações eatividades adversas no seio da população, proporcionar-lhe segurança física epsicológica e guardar os pontos e áreas sensíveis nas localidades.

(a) A estimativa destes efetivos é feita comparando-se a populaçãourbana existente na área com um dado de planejamento que varia em função dograu de controle da área e de outros fatores práticos e que exprime a relação entreum soldado e um determinado número de habitantes. Pode-se adotar, comodados médios de planejamento, as relações 1/20 em área vermelha e 1/40 em áreaamarela.

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(b) Geralmente, em áreas verdes, os destacamentos de polícia militarexistentes são suficientes. Caso isso não aconteça, outros elementos devem seratribuídos para a execução de operações tipo polícia nessas áreas.

(2) Determinar os efetivos necessários à segurança de pontos e áreassensíveis situados fora das localidades - instalações oficiais ou particulares demaior interesse.

(a) Esses pontos e áreas sensíveis podem ser determinados peloescalão superior ou selecionados pelo próprio escalão que planeja as operações.

(b) Na estimativa de efetivos, são considerados, entre outros fatores,a localização, facilidade de defesa, vulto das instalações, importância e possibi-lidade de atuação da F Adv.

(3) Determinação dos efetivos necessários à desobstrução e/ou seguran-ça de vias de transporte indispensáveis à vida das tropas e da população. Naestimativa dessas necessidades, devem ser considerados os seguintes aspec-tos:

(a) importância, extensão e pontos críticos das vias de transporte;(b) possibilidades de atuação da F Adv; e(c) capacidade dos meios para realizar, não só a defesa dos pontos

críticos dessas vias (cruzamentos, pontos, vaus, desfiladeiros, etc.), mastambém a montagem de uma vigilância móvel ao longo delas e o fornecimento deescoltas às colunas de veículos que nelas circulam.

(4) Como dado médio de planejamento considera-se 1 (um) Pel Fzo Mtzou C Mec com capacidade para patrulhar e vigiar cerca de 20 quilômetros deextensão de um eixo rodoviário ou ferroviário.

c. Para Interdição do Apoio Externo(1) Determinar os efetivos necessários ao isolamento das F Adv do apoio

externo, impedindo a fuga para país vizinho, a infiltração de pessoal e materialatravés da faixa de fronteira e/ou do litoral.

(2) Os seguintes aspectos devem ser considerados:(a) facilidade de ligação;(b) condições do apoio externo;(c) extensão da faixa de fronteira e/ou do litoral; e(d) capacidade dos meios disponíveis para executar a operação

considerada.

d. Para Operações de Combate(1) Determinar os efetivos necessários para conduzir operações de

inquietação, ofensivas e, eventualmente, defensivas.(2) Essas necessidades devem ser examinadas segundo dois aspectos:

em função do espaço operacional e em função do número de agentes das F Advassinalados na área.

(3) Avaliação das Necessidades em Função do Espaço Operacional(a) Os meios necessários são aqueles cuja capacidade de atuação

seja compatível com o somatório das superfícies das áreas vermelhas e/ou áreasamarelas existentes em cada conjunto topotático (ou associação).

(b) Essa capacidade de atuação varia em função:

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1) das características do terreno;2) do grau de controle exercido pela F Adv; e3) da natureza, valor e grau de operacionalidade da força empre-

gada.

EXEMPLO: Uma subunidade em área vermelha a três pelotões de fuzileiros,deixa um em reserva e organiza com os outros dois, quatro patrulhas parareconhecimentos. Estas patrulhas executam seu trabalho por diferentes itinerá-rios. (Fig 7-2)

Fig 7-2. Área a cargo de uma subunidade

(c) Considerando ainda os seguintes dados:1) cada patrulha, como margem de segurança, percorre mais dois

segmentos de itinerários;2) 8 (oito) horas de trabalho por dia (variável);3) velocidade média de trabalho: 2,5 km/h (variável);4) assim, o percurso diário de cada patrulha é de: 20 km/dia

(8 x 2,5);5) cada segmento de itinerário, que corresponde aproximada-

mente ao lado do quadrado, a cargo da patrulha, tem 3,5 km (20:6);6) o quadrado a cargo da subunidade tem, pois, 7 (sete) km de

lado (3,5 x 2);7) a possibilidade de reconhecimento de área para cada subunidade

é de, aproximadamente, 50 Km2 (7 x 7 = 49).8) Considerando que um batalhão pode empregar três subunidades

e ainda manter um subsetor vazio, é lícito admitir-se que a sua possibilidade de

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ocupar uma área corresponde a três ou quatro vezes a prevista para umasubunidade.

9) Assim, nesse caso, um batalhão pode reconhecer de 150 a 200quilômetros quadrados, em área vermelha e, como ordem de grandeza, o dobroem área amarela, isto é, de 300 a 400 quilômetros quadrados.

(4) Avaliação das necessidades em função do número de agentes dasF Adv assinalados.

(a) Os meios necessários são determinados levando-se em conta onúmero de agentes das F Adv assinalados em cada conjunto topotático (ouassociação) e o fator de planejamento considerado.

(b) Esse fator de planejamento é estimado para cada conjunto eexprime a relação ideal entre o número de combatentes de arma base por agenteadverso. Normalmente, essa proporção ideal varia de 6 (seis) a 10 (dez)combatentes para cada agente adverso sendo estimada segundo a análise dosseguintes fatores:

1) importância do conjunto;2) características do terreno;3) informações sobre as F Adv;4) estrutura organizacional e operacional das F Adv; e5) grau de operacionalidade das forças legais.

(5) As estimativas em função da área operacional e do número de agentesdas F Adv não são somadas, são comparadas para a obtenção de valores de tropa(mínimo e máximo), necessários para as operações de combate. Para efeito decálculo de necessidades, deverá ser considerada a estimativa que indicar umanecessidade maior de tropas.

7-17. CONFRONTAÇÃO ENTRE AS NECESSIDADES E AS DISPONIBILIDA-DES DE MEIOS

a. Conhecidas as necessidades em efetivos e as disponibilidades de tropapara os diferentes tipos de operações, os dados são comparados e são tiradasas conclusões necessárias à ocupação da área.

b. Este confronto é feito levando-se em conta a adequação dos meiosdisponíveis para a execução das operações.

(1) Os efetivos das polícias militares convocadas são destinados essen-cialmente para as operações tipo polícia.

(2) Os efetivos de polícia do exército, devido às missões específicasdesta tropa, em princípio, não são computados para as operações tipo polícia.

(3) Para as operações de combate, são computados os efetivos dasunidades de infantaria e de cavalaria existentes, considerando-se o tipo daunidade. As unidades de artilharia e de engenharia de combate também podemser consideradas no cálculo do efetivo disponível para operações de combate.

(4) Os efetivos das unidades das armas de apoio ao combate e de apoiologístico não são, inicialmente, computados para essas operações e, se o forem,são convenientemente avaliados, em função de suas reais possibilidades comoarma base.

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(5) Havendo falta de efetivos de polícia militar para a execução dasoperações tipo polícia, efetivos disponíveis das armas base e de apoio ao combatepodem ser empregados em operações desse tipo.

(6) Tendo em vista a peculiaridade da instrução e do armamento daspolícias militares, estas, em princípio, não devem realizar operações de combate.

c. Nesse confronto, o comando considerado deve levar em conta asnecessidades em meios para constituir a reserva.

(1) Além das missões clássicas, também podem ser atribuídas à reservamissões de:

(a) conduzir reconhecimentos nas áreas não atribuídas aos coman-dos subordinados, normalmente áreas verdes; e

(b) isolar a Z Op na área sob jurisdição direta do comando da F Pac.(2) Para se determinar o valor da reserva, deve-se levar em conta as

necessidades eventuais das peças de manobra subordinadas.(3) Essas necessidades decorrem do número de agentes adversos que,

homiziados e operando normalmente em uma determinada região, possam atuar,mediante considerações lógicas, em outras áreas da Z Op.

(4) Para a atuação das F Adv em áreas afastadas de suas bases, deveser levado em consideração:

(a) o raio de ação das F Adv, a pé em uma jornada (30 km);(b) os atrativos operacionais que justifiquem a atuação de F Adv;(c) as possibilidades e limitações quanto ao apoio necessário às

operações; e(d) as dificuldades impostas pelo dispositivo das forças legais e pelas

características do terreno.(5) No escalão brigada, tende-se a manter uma reserva valor batalhão.

7-18. FORMAS DE OCUPAÇÃO DA ZONA DE OPERAÇÕES

a. Existem dois tipos básicos de ocupação da Z Op: a ocupação como umtodo e a ocupação progressiva.

b. Ocupação como um todo(1) Esse tipo de ocupação é preferencial nas operações contra F Adv. O

comandante atribui, aos comandos subordinados, setores de responsabilidadenos quais a F Adv atua com maior intensidade, podendo manter, sob seu controledireto, regiões denominadas espaços vazios, onde a F Adv não atua ou se mostramenos atuante.

(2) Os fatores que indicam uma ocupação como um todo são:(a) existência de meios compatíveis e suficientes para a realização

de todas as operações necessárias, em todas as partes importantes da Z Op;(b) existência de comandos em número suficiente que possibilite a

descentralização das operações;(c) existência de núcleos urbanos importantes disseminados por

toda a área cuja proteção imediata é imperiosa; e

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(d) efetivo das F Adv impreciso, embora comprovadamente fraco.(3) As operações neste caso devem ser altamente descentralizadas, o

valor da reserva pode ser pequeno, e são realizados reconhecimentos nosespaços vazios.

c. Ocupação Progressiva(1) Nesse tipo, as peças de manobra ocupam, em princípio, as regiões

julgadas mais importantes e, a partir daí, à medida que essas regiões foremcontroladas, são ocupadas paulatinamente as demais regiões da Z Op.

(2) Os fatores que conduzem à ocupação progressiva são:(a) insuficiência de meios, inclusive de apoio logístico, particularmen-

te para operações tipo polícia e de combate em todas as partes importantes daárea de responsabilidade;

(b) insuficiência de informações sobre as F Adv sabidamente fortes;(c) a existência de poucos, porém importantes núcleos urbanos,

concentrados em parte da Z Op cuja proteção é imperiosa; e(d) número de comandos insuficientes para descentralizar as opera-

ções como seria de desejar.(3) Neste caso, as operações exigem um alto grau de centralização. Há

necessidade de uma cuidadosa seleção das áreas a serem ocupadas inicialmente.Grandes espaços são deixados vazios sem a possibilidade de executarreconhecimentos terrestres eficientes, por falta de meios, sendo, em conseqüên-cia, de grande importância os reconhecimentos aéreos. A operação como um todoobedece a um faseamento.

ARTIGO V

ORGANIZAÇÃO DA ZONA DE OPERAÇÕES

7-19. GENERALIDADES

a. A força empenhada em operações contra F Adv, normalmente, recebeuma Z Op, delimitada por um limite contínuo - L Iso - na qual pode ter todas asatribuições de governo civil e de aplicação da legislação militar.

b. O comando considerado divide a Z Op atribuindo áreas de responsabili-dade específicas aos elementos subordinados. Sempre que as condicionantes denatureza militar permitirem, essa divisão deve respeitar os limites político-administrativos e de jurisdição policial militar.

c. Em princípio, uma F Pac será constituída no escalão brigada e atribuirásetores às suas unidades e estas, subsetores às subunidades. No escalãosubunidade, em regra, não são designadas áreas de responsabilidade aospelotões e sim missões específicas visando o cumprimento da missão atribuídaà subunidade.

d. No interior das áreas de responsabilidade de cada comando, sãotomadas providências para proteger a tropa, as instalações e as vias de

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transportes, bem como são instaladas bases de combate até o escalão subunidade,das quais se irradiam as operações para destruição do poder de combate dasF Adv.

e. Em todos os escalões da força regular, uma reserva é mantida, emprincípio, nas bases de combate, com a finalidade principal de atuar rapidamentepara combater as F Adv que venham a ser localizadas.

f. A extensão da Z Op pode ser demasiadamente grande para servasculhada simultaneamente pelos elementos subordinados; nesse caso, ocomandante deve estabelecer uma prioridade para a limpeza das subáreas,setores e subsetores e designá-los aos elementos subordinados de acordo comtal prioridade.

g. Uma brigada atuando como F Pac, em operações contra F Adv, poderáreceber reforços de peças de manobra, necessárias à execução das operaçõese de elementos especializados (Av Ex, F Esp, Op Psico, Ass Civ, etc.) semcomprometer sua capacidade de coordenação e controle. Para isso, é necessárioque receba, também, o reforço de elementos de apoio, particularmente decomunicações e logística.

h. A Fig 7-3 apresenta, o esquema de manobra de uma brigada atuandocomo F Pac.

Fig 7-3. Esquema de Manobra de uma F Pac valor Bda

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7-20. BASES DE COMBATE

a. A Base de Combate (B Cmb) é o ponto de onde partem todas asoperações contra as F Adv.

b. Na B Cmb, além da reserva, devem estar os elementos essenciais decomando, controle e logística e outros elementos que visem facilitar o apoio àunidade.

c. A localização da B Cmb deve facilitar as operações táticas na área e asua própria segurança. Sempre que possível, deve ser instalada em terreno comexcelentes características defensivas, uma vez que a maior parte da unidadeestará realizando, durante quase todo o tempo, operações ofensivas, de inquie-tação, de vigilância e de reconhecimento, ali permanecendo apenas a reserva paraa segurança da B Cmb, assim mesmo, enquanto não for empregada.

d. A extensão da B Cmb varia com o efetivo da tropa que a tenha instalado,com as características defensivas do terreno e com as probabilidades de ataqueda F Adv. De qualquer maneira, deve ser tão pequena quanto possível, a fim defacilitar a segurança.

e. A B Cmb deve ser organizada com posições defensivas circulares,complementadas por obstáculos. Postos avançados e de vigilância ou de escutadevem ser instalados bem à frente das posições defensivas, os quais sãoguarnecidos durante todo o tempo em que a base de combate estiver funcionando.

f. As B Cmb devem ser inteiramente móveis (de preferência transportáveisa pé ou por meios aéreos, no nível companhia) e devem deslocar-se periodicamen-te para outros locais dentro da área de responsabilidade, a fim de evitar que aF Adv tome conhecimento de sua localização e dispositivo.

g. Quando a F Adv houver atingido um estágio de desenvolvimento, no qualas características de suas operações se assemelhem às da tropa regular, não étaticamente aconselhável a utilização de B Cmb muito distantes umas das outras.

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CAPÍTULO 8

OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS ADVERSAS EM AMBIENTEURBANO

ARTIGO I

INTRODUÇÃO

8-1. FINALIDADE

Proporcionar orientação aos comandantes e estados-maiores de unidadesdo Exército que tenham como missão combater F Adv em centros urbanos.

8-2. COMPORTAMENTO DA TROPA

O comportamento experiente e seguro da tropa empenhada para restabe-lecer a ordem e proteger o patrimônio público se define, coerente com suaformação e equipamento de combate, da seguinte maneira:

a. moderação e tranqüilidade na dissuasão;

b. firmeza e determinação, sem desmandos, quando provocada e agredida;

c. nenhuma precipitação ou sinal de instabilidade, em qualquer momentodo confronto;

d. demonstração de completo domínio das técnicas de controle dedistúrbios; e

e. utilização da munição real, como último recurso para cumprir sua missãoe somente, após uma confrontação.

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ARTIGO II

PLANEJAMENTO E EMPREGO

8-3. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

a. As operações de combate às F Adv em áreas urbanas desenvolvem-sesegundo uma escala de intensidade crescente, que vai desde as ações depequenos grupos (Elm de PE, por exemplo), em cumprimento a mandado debusca e apreensão expedido pela justiça militar, até operações de grandeenvergadura, com tropas de valor brigada, em apoio à decretação do estado desítio, quando são adotadas medidas operativas.

b. A perfeita identificação da gradação da operação permitirá a adequadadosagem de meios para combater as F Adv, que se homiziam no núcleo urbanode uma comunidade densamente concentrada.

c. Nas operações de GLO, participam de forma destacada as expressõespolítica e militar do poder nacional. É preciso recordar que uma vitória puramentemilitar pode se transformar em uma derrota política, o que requer profunda reflexãosobre a necessidade e intensidade da ação.

8-4. EMPREGO DA FORÇA LEGAL

a. A F Ter será empregada, em princípio, após o esgotamento dacapacidade das forças policiais e deverá preservar, ao máximo, as suas caracte-rísticas operacionais, para evitar o comprometimento do êxito da missão. Adecisão de emprego do Exército pressupõe a aceitação de um modo de atuarespecífico, no qual preponderam as operações de combate sobre as do tipopolícia.

b. A conquista e a manutenção do apoio da população são fundamentaisao sucesso. A apresentação individual, o comportamento do soldado e uma rígidadisciplina de tiro, sem prejuízo para a ação militar, contribuem decisivamente paraesse fim.

c. A utilização de tropas experientes, constituídas por profissionais (NB),é fator importante na superação das F Adv em área urbana.

8-5. ZONA DE OPERAÇÕES

a. A Z Op é, normalmente, definida no decreto ou diretriz presidencial quedetermina o emprego das Forças Armadas, englobando a área necessária àsoperações, abrangida pelas medidas de exceção, caracterizando uma área sobadministração militar.

b. Para o caso das ações em cumprimento de mandado da justiça militar,inexiste a configuração legal da Z Op e a operação é dirigida ao objetivo específicodefinido no mandado.

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c. Em qualquer situação, o planejamento deverá definir uma área que incluaos objetivos da ação a ser realizada. Esta área deverá ser fisicamente delimitadano terreno e possuir dimensões compatíveis com os efetivos disponíveis para arealização do cerco. (Fig 8-1)

Fig 8-1. Esquema da Z Op

8-6. LEVANTAMENTO DE OBJETIVOS

a. É essencial ao desencadeamento das operações, o prévio levantamentodos objetivos a serem conquistados. Estes objetivos deverão ser especificamenteindicados e localizados pelos órgãos de inteligência, sob pena de ocorrer ofracasso da ação. Objetivos mal designados poderão fazer a operação “cair novazio”.

b. No caso de uma missão cuja finalidade seja a pacificação de uma árealiberada, os objetivos serão os acidentes que permitam o controle da área, alémda ação direta sobre as F Adv.

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8-7. ORGANIZAÇÃO E NATUREZA DA F Pac

a. A F Pac para o combate em operações urbanas de GLO tem organizaçãoflexível e variada, sendo sua constituição em pessoal, prioritariamente, deelementos do NB.

b. Elementos de Inf, PE, Gd, F Esp, Cmdos, Mec, Bld, Av Ex, Intlg, ComSoc e PM, entre outros, poderão integrar a F Pac.

8-8. AÇÕES BÁSICAS A SEREM EXECUTADAS

As operações urbanas de GLO comportam, basicamente, as seguintesações:

a. cerco da área conturbada;

b. interdição da Z Op;

c. investimento na A Vm;

d. vasculhamento da A Vm;

e. manutenção da ordem na Z Op;

f. dissuasão; e

g. operação psicológica.

8-9. CERCO

a. É a ação de envolvimento físico pela tropa da área conturbada, com oobjetivo de impedir a saída das F Adv ou de material da área cercada. Para suaeficácia, deverá ser desencadeado com a máxima surpresa e, normalmente,preceder as demais ações.

b. A linha de cerco não deverá ter qualquer espaço desocupado com oobjetivo de conter as F Adv no seu interior. Não se trata de bloqueio de vias deacesso, mas de isolamento físico da área. Nas principais vias de acesso para apopulação e nas linha de cerco, deverão ser instaladas postos de triagem quepossibilitem o controle de entrada ou saída da área.

c. A linha de cerco deverá ter perímetro compatível com o efetivo das tropasdisponíveis.

d. Os batalhões de infantaria são as unidades mais adequadas aoestabelecimento de cerco. Elementos de PE deverão montar e operar os postosde triagem e reforçar os batalhões de infantaria.

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8-10. INTERDIÇÃOa. É o bloqueio realizado entre os limites da Z Op e a linha de cerco, com

a finalidade de controlar o trânsito de pessoas e veículos que entrem ou saiam dazona e propiciar o desdobramento com segurança das instalações da tropa.

b. Constitui-se numa segunda linha após o cerco, onde as principais VApara o interior da Z Op serão bloqueadas.

c. A interdição da Z Op não deve preceder ao cerco para não comprometero sigilo e a surpresa da operação. Deverá ser realizada simultaneamente ouimediatamente após o cerco, objetivando contribuir para impedir a evasão dasF Adv e controlar o fluxo de pessoas que possam prejudicar as operações(inclusive a imprensa).

d. Na interdição, há descontinuidade da linha, diferentemente do cerco.

8-11. INVESTIMENTO

a. É a entrada de grupos especiais na área conturbada para conquistar osacidentes capitais que permitam o controle da área, eliminar grupos armados ecapturar líderes. A posse dos objetivos cria as condições de segurança e controlenecessários ao desencadeamento das demais ações. O investimento pode serrealizado durante ou logo após o cerco e requer o emprego de tropas altamenteespecializadas. A ação pode contar com a utilização de meios aeromóveis paraa infiltração.

b. O levantamento dos objetivos e sua perfeita localização, realizadapreviamente pelos elementos de inteligência, e a surpresa da ação são osprincipais fatores de êxito.

c. Para cada objetivo (alvo) deve ser planejada uma ação específica e asequipes de investimento não devem ter efetivo inferior a 10 homens. É convenientea utilização de equipes mistas, em função da natureza da missão, bem como oemprego de guias e equipes especializadas que reconheçam os elementos aserem detidos ou capturados na área. As tropas mais aptas são as constituídaspor F Esp e de operações especiais das Polícias Militares.

8-12. VASCULHAMENTO

a. É a realização de buscas de casa em casa e o patrulhamento da áreaconturbada, com a finalidade de capturar armas, elementos suspeitos e permitiro efetivo controle da população e o seu isolamento das F Adv.

b. O vasculhamento deve ser precedido de uma operação psicológicavisando a orientação da população sobre a conduta a ser adotada e a garantia dasua tranqüilidade. O uso de alto-falantes, panfletos e outros meios de comunica-ção deverá ser previsto.

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c. O vasculhamento será realizado após o cerco, a interdição e o investimen-to. Poderá, ainda, ser precedido da evacuação de parte ou toda a populaçãoresidente, devendo-se entretanto, avaliar muito bem as conseqüências dessamedida em face do efetivo a ser evacuado e os possíveis efeitos psicológicos paraa população.

d. As tropas de PE são, em princípio, as mais adequadas para esse tipode ação.

8-13. MANUTENÇÃO DA ORDEM

a. É obtida mediante a realização de patrulhamento intensivo, com afinalidade de evitar que as áreas já pacificadas voltem ao domínio das F Adv e deproporcionar proteção à população.

b. Ao final da operação, à proporção que as tropas do EB forem sendoretiradas, a PM deverá assumir esse encargo até o total desengajamento doExército. As OM de Inf e de Gd são as tropas mais aptas à manutenção da ordem.

8-14. DISSUASÃO

a. É o uso do aparato militar, imediatamente após o cerco, quando forquebrado o sigilo da operação, para realizar uma demonstração de força próximaà área conturbada, com o objetivo de causar um impacto psicológico sobre apopulação e as F Adv, criando as melhores condições para o isolamento da área,o controle da população e a pacificação da área vermelha com o mínimo de danos.

b. O emprego de meios Bld, Helcp e um grande movimento de tropa,auxiliados por uma ampla campanha de operações psicológicas, são medidasdissuasórias que favorecerão significativamente o cumprimento da missão.

8-15. OPERAÇÃO PSICOLÓGICA

a. Durante todo o curso da operação, após o cerco, é fundamental que sejadesencadeada uma bem planejada campanha psicológica sobre a populaçãoresidente, com o objetivo de complementar e facilitar as demais ações.

b. O apoio da população é uma meta importante a ser atingida, sem a qual,as demais ações poderão ser prejudicadas.

c. Quando o objetivo da operação for a pacificação de uma área, e a prisãode marginais e a surpresa não forem consideradas essenciais, a campanhapsicológica poderá ser desencadeada antecedendo a operação, com o objetivo deorientar a população sobre a ação que será realizada e induzir as F Adv aabandonarem a área. A operação psicológica deve ser planejada e conduzida porelementos especializados da 5ª Seção do G Cmdo envolvido e compatibilizadacom as medidas de dissuasão adotadas.

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8-16. EMPREGO DO HELICÓPTERO

a. O Helcp, por suas características, proporciona grande flexibilidade aocomandante da operação e pode ser empregado como:

(1) plataforma de tiro, observação e comando;(2) elemento de demonstração de força na ação de dissuasão;(3) auxiliar no lançamento de panfletos, nas operações psicológicas;(4) transporte de grupos de investimento ou interdição para seus objetivos

em áreas de difícil acesso; e(5) evacuação aeromédica (EVAM).

b. Especial cuidado deve ser tomado quanto ao emprego do helicóptero emvôo pairado e a baixa altura sobre área urbana, uma vez que se torna alvo fácil dasarmas usualmente empregadas pelas F Adv.

8-17. EMPREGO DE BLINDADOS

a. O blindado será normalmente empregado fora de suas característicasoperacionais, devendo sua utilização ser bem avaliada pelo comandante.

b. Seu principal emprego será como:(1) elemento de demonstração de força na ação de dissuasão;(2) plataforma para difusão de informações à população na campanha

psicológica;(3) integrante dos postos de bloqueio e controle de vias urbanas

(PBCVU); e(4) proteção blindada nas ações de investimento.

8-18. SEQÜÊNCIA DAS AÇÕES

a. A ordem em que foram apresentadas as ações não caracteriza umaseqüência cronológica de execução. A perfeita interação entre elas e seudesenvolvimento será função da missão, do tipo e tamanho da área e dascaracterísticas das F Adv.

b. Normalmente, para evitar a fuga da F Adv, o cerco será a primeira açãoa ser desencadeada. A operação psicológica será desenvolvida durante toda aoperação.

8-19. TÉRMINO DA OPERAÇÃO

a. Uma característica desse tipo de operação é a inclusão, no planejamen-to, da previsão de término da ação. Esse procedimento visa evitar o engajamentodo Exército em atividades ligadas a ação de governo, já que a população carentetroca a liderança do terror pela tutela da F Ter, o que pode vir a comprometer aimagem da força.

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b. Embora em operações de grande vulto seja freqüente a necessidade darealização de ações complementares, estas devem ser apenas iniciadas pelaF Ter e, em seguida, assumidas pelos órgãos competentes dos Governos Federal,Estadual ou Municipal.

c. É importante, também, que o desengajamento das forças seja seguidode uma ocupação policial.

ARTIGO III

ASSESSORIA JURÍDICA

8-20. GENERALIDADES

a. As operações contra F Adv em ambiente urbano deverão contar com umaassessoria jurídica ágil e capaz de assistir aos comandantes e orientar osprocedimentos legais a serem adotados.

b. Junto ao PC deverão estar um assessor jurídico, um perito militar e umoficial médico, que serão encarregados da triagem inicial do pessoal preso naoperação e o seu encaminhamento ao cartório conjunto das forças de políciajudiciária militar e civil (federal e estadual), quando estabelecidos.

c. No caso específico da ação para recuperação de armas e munições deuso proibido ou privativo das Forças Armadas será implantado um cartório para oprocessamento dos flagrantes e dos mandados de busca e de prisão.

d. A assessoria jurídica deverá ser responsável pelas medidas de organiza-ção e os contatos necessários ao apoio da operação.

e. Equipes do Poder Judiciário, incluindo juízes, agentes, escrivães, etc,poderão participar das ações contribuindo para a agilização dos mandados aserem executados, bem como dos procedimentos legais referentes a apreensãode materiais e detenção e prisão de elementos suspeitos das F Adv.

f. Desde a situação de normalidade deve ser procurado uma maiorintegração com essas equipes, nos níveis Cmdo Mil A e G Cmdo, para um melhorconhecimento mútuo e dos aspectos legais de emprego das Forças Legais nasações de GLO.

ARTIGO IV

INTELIGÊNCIA

8-21. NOÇÕES GERAIS

a. As atividades de inteligência são fundamentais para o sucesso dasoperações.

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b. O correto acompanhamento da situação, através da central de inteligên-cia do COSI e a designação dos objetivos permitem manter o comandantesuficientemente informado para conduzir as ações. O assunto com mais detalhesencontra-se na IP 30-1 - A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA MILITAR (2ª Parte).

ARTIGO V

COMUNICAÇÃO SOCIAL

8-22. GENERALIDADES

a. A atividade de comunicação social é essencial ao êxito da operação. Doisníveis da opinião pública deverão ser considerados e abrangidos:

(1) o nacional, de responsabilidade do Cmdo Mil A; e(2) o local, priorizando-se a população diretamente envolvida na área da

operação, assistida pelas seções de comunicação social dos G Cmdo ou GUempregadas.

b. Os principais objetivos a serem atingidos são:(1) informar, orientar e tranqüilizar as populações nacional e regional;(2) esclarecer a população diretamente envolvida na área de operações

para evitar o pânico e reduzir o risco de que uma parte da população possa interferirnas ações;

(3) assistir a população envolvida em atividades no campo da açãocomunitária;

(4) estimular as lideranças comunitárias dispostas a colaborar naobtenção de informações confiáveis; e

(5) fortalecer o sentimento de cumprimento do dever do público interno eenfraquecer o ânimo combativo das F Adv.

c. A instalação da central de assuntos civis e comunicação social peloG Cmdo, com representantes de todas as forças ou órgãos envolvidos naoperação, será fator importante na coordenação e avaliação das atividades decomunicação social.

ARTIGO VI

RESERVA

8-23. CONSIDERAÇÕES

a. Para o estabelecimento do valor da reserva, deve-se levar em conta asnecessidades eventuais das peças de manobra subordinadas.

b. Tende-se a manter uma reserva forte (valor companhia de infantaria noescalão brigada) nos casos da F Adv ser forte ou pouco conhecida; contra F Advreconhecidamente fraca, admite-se uma reserva fraca (valor Pel ou destacamentono escalão brigada).

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CAPÍTULO 9

APOIO ÀS OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS ADVERSAS

ARTIGO I

APOIO DE ARTILHARIA

9-1. GENERALIDADES

a. A artilharia de campanha tem possibilidades de proporcionar um apoiode fogo eficaz nas operações de GLO. O presente artigo trata do seu emprego,fundamentalmente nas chamadas operações de combate, onde se faz necessárioum maior poder de fogo.

b. As possibilidades do emprego da artilharia nas operações de GLO sãoconseqüências das seguintes características da arma:

(1) desencadear fogos sob quaisquer condições de tempo e de terreno;(2) fornecer apoio eficaz diurno e noturno;(3) bater alvos com fogos precisos, sem ajustagem prévia;(4) transportar fogos com rapidez dentro de uma grande área, com

diferentes alcances e trajetórias; e(5) atingir alvos em regiões afastadas e de difícil acesso.

9-2. AÇÕES DA ARTILHARIA

a. Operações de combate(1) Defender postos de segurança, bloqueios de estrada e apoiar as

ações de patrulha contra incursões das F Adv.(2) Inquietar as F Adv durante os períodos de reduzida atividade das

patrulhas amigas.(3) Expulsar as F Adv de áreas de difícil acesso e canalizá-las para locais

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de emboscadas planejadas pelas tropas amigas.(4) Bater com fogos áreas que não são previstas para a realização da

ação principal, iludindo as F Adv e facilitando a obtenção da surpresa.(5) Infligir perdas ao poder de combate das F Adv, por meio de fogos

concentrados, durante as operações de cerco.(6) Bloquear as vias de retraimento das F Adv atacadas ou cercadas.(7) Produzir um impacto psicológico com efeito, às vezes, superior aos

danos materiais causados por seus projéteis.(8) Constituir um fator de duplo efeito moral, seja causando baixas nas

F Adv, seja tranqüilizando as forças amigas.(9) Apoiar as ações de contra-emboscada, planejando fogos ao longo das

margens de estradas, em locais favoráveis à montagem de emboscadas,antecipando-se aos deslocamentos de forças amigas.

b. A artilharia pode, ainda, ser empregada em outras ações, tais como:(1) fornecer iluminação durante as horas de escuridão. A iluminação é

valiosa para auxiliar a conter as incursões noturnas das F Adv contra instalaçõesimportantes, tais como: usinas elétricas, postos de suprimentos, pontes, etc. Oemprego de projéteis iluminativos deve ser considerado principalmente para oapoio mútuo entre as bases de combate; e

(2) realizar a disseminação de panfletos nas operações psicológicas.

9-3. PRINCÍPIOS DE EMPREGO

a. Massa - A extensão da área de operações, a dispersão das F Adv e adificuldade no levantamento preciso de alvos, levam a artilharia a considerar, comomais eficiente, o apoio cerrado aos elementos de manobra, preterindo os fogosmaciços que são mais oportunos na fase final da destruição do poder de combatedas F Adv. Isto não implica, absolutamente, em ficar sem condições de emassarfogos em alvos compensadores.

b. Centralização - Embora a centralização seja sempre desejável, ascaracterísticas da operação conduzem a uma descentralização das unidades deartilharia com maior freqüência do que nas operações convencionais. Essadescentralização ocorre normalmente até o nível bateria, embora o emprego daseção seja admissível para determinadas tarefas e por período limitado.

c. Segurança - Os comboios de artilharia e as áreas de posição são alvosde primeira grandeza para as emboscadas e incursões. Daí a necessidade dedotar as unidades de artilharia com equipamento, instrução e uma organizaçãoflexível que permita minorar a vulnerabilidade da artilharia ao combate aproximado.

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9-4. ORGANIZAÇÃO PARA 0 COMBATE

a. As operações de GLO são normalmente realizadas através de açõesdescentralizadas, particularmente na sua fase inicial. Em conseqüência, o apoioprestado pela artilharia tende também para a descentralização através dadesignação de elementos para reforçar ou integrar o escalão apoiado. Pode-sedescentralizar até o nível seção em apoio a uma subunidade, ou mesmo, utilizaruma peça isolada para os tiros com características especiais (inquietação,iluminativo, lançamento de panfletos, etc.).

b. A possibilidade de emassar fogos deve ser mantida, quando possível, edeve ser considerada quando da organização para o combate.

c. Normalmente, as grandes dimensões da área de responsabilidade, anatureza da missão e o valor do poder de combate das F Adv exigem que oselementos apoiados recebam apoio de fogo de valor superior ao que lhes seriafornecido em uma operação convencional. Isto se justifica ainda mais, pelo fatode que, durante as operações, dificilmente um elemento recebe apoio de fogoadicional do escalão superior.

9-5. DESDOBRAMENTO

a. A artilharia desdobra-se, normalmente, no interior da B Cmb do elementode manobra apoiado. Assim, ela se beneficia da segurança proporcionada pelopróprio elemento de manobra.

b. Do interior da base ela apóia as ações das forças que dela partem paraconduzir operações de combate ou daquelas já operando fora da base.

c. Sempre que as limitações de alcance ou a natureza da missãoimpuserem, a artilharia desloca-se para qualquer área que possibilite sua atuação.Nessa eventualidade, ela pode se ver obrigada a ocupar posição afastada dequalquer elemento apoiado, quando então deve prover sua própria segurança.

d. Deve-se procurar sempre a possibilidade de apoio mútuo entre as peçasou mesmo entre as baterias em uma mesma área.

e. A possibilidade das F Adv de atuar em qualquer direção impõe anecessidade da artilharia atuar também em todas as direções. As posições devempermitir o tiro em 6.400 milésimos.

f. Na seleção de áreas de posição, o fator segurança é considerado de formadiferente da que é nas operações convencionais. O aspecto relevante é a defesaaproximada, em detrimento do desenfiamento e da camuflagem. Assim, regiõeselevadas e terreno limpo podem vir a ser utilizados.

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9-6. OBSERVACÃO

As características da operação relativas à descentralização e ao apoio defogo cerrado, e a necessidade de fogos em áreas de difícil acesso ressaltam aimportância do observador avançado e da observação aérea. Estes, normalmente,são os elementos mais utilizados para a busca de alvos e a condução do tiro.

9-7. PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE FOGOS

a. No planejamento dos fogos, as seguintes características das operaçõesdevem ser consideradas:

(1) indefinição da linha de contato e o conseqüente problema delocalização das F Adv;

(2) dispersão dos meios;(3) extrema mobilidade das ações; e(4) grande número de direções gerais de tiro a fim de atender as

necessidades de fogos em todas as direções.

b. As características anteriormente apresentadas ressaltam não só anecessidade de acurado planejamento de fogos como também as dificuldadesdesse planejamento e de sua coordenação.

c. Para atender às mais variadas exigências típicas das operações deGLO, são utilizadas, normalmente, as seguintes medidas de coordenação defogos: área de fogo livre, área de fogo proibido e área de coordenação de fogos.

ARTIGO II

APOIO DE ENGENHARIA

9-8. GENERALIDADES

a. Nas operações de GLO, a engenharia pode ser empregada em doiscampos de ação bem distintos:

(1) no campo das operações de combate ou do tipo polícia; e(2) no campo das atividades de assuntos civis.

b. No primeiro, o emprego da engenharia é bastante semelhante ao daguerra regular; a engenharia de combate realiza os mesmos trabalhos técnicose atividades logísticas; e são observados os mesmos princípios de emprego. Emface das características das operações de GLO, resultam algumas peculiarida-des, tais como: maior descentralização e emprego de pequenas frações (inferio-res a pelotão) em determinadas ações, etc. As unidades de engenharia decombate são as mais adequadas para o apoio às operações de combate ou dotipo polícia.

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c. No campo das atividades de assuntos civis, a engenharia atua junto àspopulações envolvidas nas operações cujo apoio é imprescindível para o sucessodas forças legais. Neste setor, ela realiza obras de interesse da comunidade, taiscomo: rodovias, abastecimento de água, construção de depósito para armazena-gem de produtos da área, reparação e construção de escolas, etc.

d. Nesse campo de ação, fora os encargos que lhe são próprios, aengenharia pode coordenar as atividades de entidades públicas civis federais,estaduais e municipais, ligadas à engenharia, de modo a enfrentar os problemasde ordem global, procurando o máximo de eficiência. Tem, portanto, como objetivoa população, e visa granjear o seu apoio induzindo-a a cooperar francamente comas forças legais. Considerando que as unidades de combate estejam emcondições de realizar, em menor escala, essas operações, são as unidades deconstrução os elementos ideais para levarem a bom termo tais empreendimentos.

9-9. MISSÃO

a. Apoiar as operações de GLO pela realização de trabalhos técnicos eatividades logísticas.

b. Nas operações tipo polícia e de combate, o apoio de engenharia tem porobjetivo:

(1) facilitar o movimento da força legal;(2) restringir a liberdade de manobra das F Adv;(3) proporcionar segurança às instalações; e(4) propiciar o bem-estar da tropa amiga.

c. Adquirem maior ênfase os trabalhos técnicos que concorrem para asurpresa, mobilidade e segurança, tais como: reconhecimentos, estradas, pontese organização do terreno.

d. Nas atividades de assuntos civis, os trabalhos técnicos visam conquistaro apoio da população através da realização de trabalhos do seu interesse, taiscomo:

(1) instalações (hospitais, escolas, planos habitacionais);(2) serviços essenciais à população (luz, água, esgotos);(3) assistência às atividades econômicas produtivas; e(4) estradas e pontes.

e. Em determinadas situações, especialmente nas de precariedade demeios, a engenharia pode ser empregada como arma base, particularmente emoperações tipo polícia e, se necessário, nas operações de combate, evitandocontudo prejudicar suas atividades imprescindíveis.

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9-10. EMPREGO

a. Generalidades(1) A engenharia pode ser empregada em todos os tipos de operações

contra F Adv.(2) As formas de emprego normalmente utilizadas pela engenharia de

combate são:(a) apoio direto;(b) apoio suplementar (específico ou por área); e(c) apoio ao conjunto.

(3) Pode ser empregada, também, na situação de comando de reforço.(4) A dosagem do apoio de engenharia nas operações de combate e do

tipo polícia é semelhante àquela empregada nas operações regulares. Para asatividades de assuntos civis, esse apoio é difícil de ser dosado antes, consideran-do a mutabilidade das condições das diversas áreas, que impõem necessidadesdiferentes.

b. Operações tipo polícia(1) Segurança das instalações

(a) Os principais trabalhos técnicos realizados pela engenharia são:construção de obstáculos, de abrigos e de postos de segurança fixos, instalaçãode sistema de alarme e de iluminação; assistência técnica, particularmente emrelação à camuflagem.

(b) Emprego indicado: reforço ou apoio direto.(2) Segurança dos comboios

(a) Principais trabalhos: detecção e remoção de minas e de obstá-culos, reparação de estradas e pontes.

(b) Emprego indicado: reforço.(3) Segurança das vias de transporte

(a) Elementos de engenharia são normalmente empregados emapoio à tropa da arma base que realiza o patrulhamento das vias de transporte.A engenharia realiza trabalhos técnicos com o objetivo de manter a via emcondições de trânsito ou de protegê-la contra incursões de agentes adversos. Oemprego da engenharia como tropa encarregada de patrulhamento é eventual. Aengenharia como arma técnica não deve, em princípio, ser desviada para missõesque podem ser cumpridas pela arma base.

(b) Principais trabalhos: organização de postos de segurança fixos,iluminação de trechos de estrada, detecção e remoção de minas e obstáculos,lançamento de obstáculos e de sistema de alarme, reparação ligeira das vias detransporte.

(c) Emprego indicado: reforço.

c. Operações de combate(1) Além do apoio normal a ser dado às diversas peças de manobra que

cumprem missões fora da base de combate, devem permanecer nessa baseelementos de engenharia, em missão de apoio ao conjunto e em condições deapoiar a reserva quando esta for empregada.

(2) A missão de apoio à reserva visa dar a este elemento o máximo de

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mobilidade, característica essencial para o sucesso da operação contra F Adv.Inicialmente, esta engenharia de apoio ao conjunto coopera na organização daB Cmb.

d. Atividades de assuntos civis(1) As unidades de construção são as mais aptas à realização destas

ações. As unidades de combate, em menor escala, podem também ser empre-gadas.

(2) Os batalhões de engenharia de construção, da forma como estãoestruturados no tempo de paz, têm pouca mobilidade tática. Isto porque:

(a) encontram-se desdobrados em áreas extensas;(b) a sua capacidade de construção baseia-se fundamentalmente na

mão-de-obra civil radicada na área de operações da unidade; o deslocamentodessa mão-de-obra civil criaria grandes problemas para o Exército;

(c) cumprem missões bem definidas, de interesse nacional;(d) dispõem de equipamento vultoso e de difícil transporte; e(e) suas instalações de manutenção são fixas, pesadas e de reunião

difícil.(3) Em conseqüência, as unidades de construção devem ser emprega-

das nas atividades de assunto civis, em princípio, na própria região em que operamem situação normal; podem, entretanto, contribuir com oficiais técnicos eespecialistas militares e civis capazes de assessorar o comando da engenhariada Z Op, criada em qualquer região do território nacional bem como enquadrar civisna própria área de operações.

(4) A engenharia militar é a coordenadora de toda atividade de engenhariade construção realizada pelos órgãos civis, dos Governos, Federal, Estadual eMunicipal, que possa contribuir de alguma forma para as atividades de assuntoscivis. Para isso conta, obrigatoriamente, com a assessoria técnica de oficiaisengenheiros oriundos dos batalhões de engenharia de construção, das comis-sões ou da própria Diretoria de Obras de Cooperação.

ARTIGO III

APOIO DE COMUNICAÇÕES

9-11. GENERALIDADES

As peculiaridades das operações de GLO exigem adaptações no empregodos sistemas de comunicações. O planejador do sistema de comunicações deveatentar para as seguintes condicionantes:

a. tendência para uma maior estabilidade dos postos de comando,particularmente nas operações em ambiente urbano, utilizando-se, em muitoscasos, os próprios aquartelamentos;

b. grande emprego de meios de comunicações civis, implicando nanecessidade de adaptação e de conhecimento dos sistemas disponibilizados;

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c. aumento das distâncias entre os elementos a serem interligados;

d. aumento do número de ligações necessárias, com a inclusão deelementos diversos (forças singulares, policiais, órgãos civis, etc), exigindo ainteroperabilidade dos meios de comunicações;

e. natureza diversificada das forças adversas, tornando mais complexas asmedidas de segurança; e

f. integração dos sistemas operacionais empregados, com os recursoslocais existentes, de modo a assegurar-se a eficiência do sistema comando econtrole, necessário à manobra planejada.

9-12. APOIO NAS AÇÕES E MEDIDAS PREVENTIVAS

a. Normalmente, os meios de comunicações do Exército, juntamente comos demais meios existentes na área, satisfazem às necessidades da tropaempenhada em ações preventivas.

b. O oficial de comunicações realiza o levantamento dos meios decomunicações existentes na área de responsabilidade e o planejamento para oemprego das comunicações nas ações de GLO.

c. O pessoal de comunicações é engajado, principalmente, na instrução ena manutenção do seu material. Normalmente, presta apoio de comunicações emexercícios, manobras, operações de inteligência e de ação cívico-social.

9-13. APOIO NAS AÇÕES E MEDIDAS OPERATIVAS

a. Generalidades(1) O emprego de tropa durante a fase operativa exigirá, para o apoio de

comunicações, um levantamento das características da área, realizado emprincípio, na fase preventiva. Isto permitirá a definição da necessidade ou não dereforço ou substituição dos meios orgânicos disponíveis.

(2) O levantamento realizado dos recursos locais servirá de base para arealização dos planejamentos.

(3) Normalmente, as frações empregadas em operações tipo políciareceberão equipamentos não-orgânicos, em face do aumento das distâncias entreseus elementos. Observa-se a necessidade de uma grande flexibilização noemprego do pessoal e material no apoio de comunicações.

(4) Os meios e as instalações de comunicações requerem medidasespeciais de segurança. Não apenas para os sistemas empregados nas opera-ções em si, mas também os demais meios civis que prestam apoio à populaçãolocal (centrais telefônicas, meios de radiodifusão etc).

b. Posto de Comando - O desdobramento dos postos de comando,quando fora dos aquartelamentos, deve buscar apoio em instalações físicasexistentes, de modo a beneficiar-se da infra-estrutura existente na área. Esse

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aspecto garante segurança, facilidade de instalação e de integração com osescalões superior e subordinado, e com outros elementos empregados.

c. Sistema físico(1) A amplitude do fio será em decorrência da estabilidade das ações,

devendo-se emprega-lo com prioridade. A sua utilização, além da segurançaproporcionada, facilita a integração com o sistema civil instalado, garantindoassim, uma maior amplitude e maior facilidade de integração com os demaisescalões.

(2) Especial atenção para os circuitos físicos lançados e sua integraçãoaos meios civis, no que concerne à segurança. O patrulhamento dos circuitos eo levantamento de informações sobre os técnicos civis empregados nas centraistelefônicas são algumas das medidas de segurança que devem ser tomadas.

(3) Deve-se evitar o trâmite de informações sigilosas quando não sedispuser de equipamentos que garantam a segurança necessária. Na falta deequipamentos com segurança cripto, a transmissão de dados é mais segura edeve ser preferida.

d. Sistema rádio(1) O rádio constitui-se no principal meio das comunicações nos peque-

nos escalões.(2) Nas ações de grande mobilidade, o emprego do rádio é de fundamental

importância devendo, nessas situações, ser apoiado por repetidores, os quaisgarantirão uma maior amplitude no seu alcance.

(3) Deve-se considerar as possibilidades das forças adversas quando doemprego do rádio. Sempre que possível, os equipamentos deverão possuirmedidas de proteção eletrônica (MPE).

(4) No planejamento dos meios rádio, o emprego do sistema troncalizadopermitirá maior eficiência e flexibilidade ao sistema.

e. Sistema de mensageiros - O serviço de mensageiros é o meio decomunicação mais seguro disponível, mas exige uma escolta de segurança paraacompanhar com eficiência cada mensageiro.

f. Outros meios - O emprego dos meios visuais e acústicos é função danecessidade e disponibilidade de utilização. Esses meios são muito eficientesquando empregados com códigos preestabelecidos nos pequenos escalões.

g. Recursos locais(1) Entende-se como recursos locais os meios de comunicações

existentes na área e passíveis de serem empregados.(2) Deve-se considerar que a radiodifusão é um eficiente meio de

comunicação, inclusive no campo das operações psicológicas.(3) A telefonia celular pode ser empregada, quando houver cobertura na

área. Há que se considerar o aspecto do sigilo, que é mais garantido quando osistema existente for digitalizado.

(4) Outros meios levantados na fase preventiva podem ser empregados,desde que a sua utilização não venha prejudicar a vida normal da população local.

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ARTIGO IV

APOIO LOGÍSTICO

9-14. GENERALIDADES

a. O apoio logístico (Ap Log) às operações contra F Adv é influenciado pelascaracterísticas especiais do meio onde se desenvolvem e pelas peculiaridadesdas ações das forças legais, não só no campo estritamente militar, como tambémno seu relacionamento com as autoridades civis e com a população.

b. O Ap Log, tem de adaptar-se e ajustar-se a essas influências, criartécnicas, processos e normas próprias que respondam a cada situação, adotandoprocedimentos específicos no seu modo de emprego e na sua sistemática.

c. As medidas de segurança no fluxo logístico devem ser enfatizadas,visando negar ao agente adverso a obtenção de suprimento, particularmente, desaúde, alimentação, armamento e munição.

9-15. PECULIARIDADES

a. As operações de GLO podem desenvolver-se em regiões muito amplas,o que impõe um grande afastamento entre os elementos a serem apoiados e entreestes e os órgãos de apoio. Essas grandes distâncias, associadas a umprocedimento operacional peculiar, decorrente da descentralização e da predomi-nância de ações isoladas de pequenas frações de tropa, exigem do Ap Log umaflexibilidade maior do que nas operações convencionais.

b. O apoio à população civil, a diversidade e a simultaneidade de missões,a segurança das instalações de suprimento e das vias de transporte devemconstituir preocupações constantes no planejamento do Ap Log. Este planeja-mento é centralizado, porém, a execução apresenta um alto grau dedescentralização.

c. Considerando que nas operações de GLO não há a caracterização de umestado de beligerância, a estrutura de Ap Log a ser utilizada é a do tempo de paz,podendo evoluir, em função das necessidades, para a preconizada nas operaçõesconvencionais.

d. As operações contra F Adv em ambiente rural são conduzidas pelagrande unidade da sua B Cmb onde, normalmente, se desdobram as instalaçõeslogísticas. Dela partem todos os apoios aos elementos subordinados.

e. A B Cmb da grande unidade é desdobrada numa região propícia aoexercício de suas atividades e onde o escalão superior chega com o seu apoio,formando um sistema que deve dispor de um mínimo de regularidade, flexibilidadee confiabilidade. Em certos casos, uma B Cmb de unidade, de companhia ou, atémesmo, de escalões menores pode ser apoiada diretamente pelo escalãosuperior.

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9-16. DESDOBRAMENTO DO APOIO LOGÍSTICO

a. Nas operações de GLO, o Batalhão Logístico (B Log) desdobra-se coma maioria dos seus meios em uma região que deve responder às suas necessi-dades, segundo os seguintes fatores: manobra, terreno, segurança e situaçãologística existente.

b. Quanto à manobra, alguns aspectos crescem de importância e têm deser analisados e observados com certo rigor:

(1) o apoio cerrado é sempre desejável, pois além de encurtar a distânciade apoio, a redução do tempo de deslocamento dificulta as ações das F Adv sobreos comboios de suprimento;

(2) as instalações de apoio devem ser desdobradas próximas ao setorque contar com a maioria dos meios, evitando-se, dessa forma, o deslocamentoem grandes extensões de quantidade de suprimentos que compense uma açãodas F Adv para obtê-los;

(3) as operações de GLO não apresentam a mesma dinâmica que asoperações convencionais, razão pela qual o B Log tem condições, normalmente,de apoiar toda a operação da área inicialmente escolhida para a localização dassuas instalações. A mudança de posição do B Log fica condicionada aodeslocamento da B Cmb para outra região;

(4) a distância de apoio fica condicionada às características da região deoperações e às possibilidades do agente adverso interferir no fluxo de suprimen-tos. Deve ser percorrida, preferencialmente, sob a luz do dia.

c. Quanto ao terreno, outros aspectos merecem realce:(1) avulta de importância a inexistência de obstáculos no interior da área

de apoio logístico (A Ap Log) e entre esta e os elementos a apoiar, em decorrênciada atuação das F Adv nos eixos de suprimento, buscando, sempre que possível,impedir ou dificultar a manutenção do fluxo de suprimentos;

(2) em face das características das regiões onde se desenvolvem asoperações de GLO em ambiente rural, normalmente inóspitas e afastadas dosgrandes centros, a carência de estradas influi na escolha da(s) estrada(s)principal(ais) de suprimento;

(3) casos podem ocorrer em que o suprimento é transportado por meiosaéreos e através de vias fluviais ou ferroviárias.

d. Quanto à segurança, merecem destaque os aspectos abaixo enunciados.(1) a natureza das operações de GLO traz, por si só, implicações de

insegurança pela maneira de atuação das F Adv, que procuram sempre inovar eexplorar a surpresa nas suas ações. A conduta das F Adv não é padronizada,podendo surgir em qualquer local, a qualquer momento, isolado ou em grupo,realizar uma ação e empreender a fuga.

(2) as F Adv buscam interferir no fluxo de suprimentos, não só parasuperar sua grande vulnerabilidade - deficiência de suprimentos - como tambémpara negar às forças legais este apoio, razões pelas quais a segurança do fluxoe das instalações de apoio é primordial para as atividades de suprimento.

(3) na segurança do fluxo de apoio, preponderam os seguintes aspectos:

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(a) quanto maior for a distância de apoio, maior é a possibilidade deinterferência das F Adv;

(b) quanto maior for o número de pontos críticos ou obstáculos aserem vencidos pelos elementos de apoio, maior é a possibilidade de atuação dasF Adv na interrupção do fluxo;

(c) quanto mais próxima estiver(em) a(s) estrada principal de supri-mento (EPS) de regiões adequadas ao homizio das F Adv, maior é a necessidadede proteção aos comboios e de patrulhamento nas estradas.

(4) na segurança das instalações, deve ser considerado que a regiãodestinada à localização da A Ap Log não necessita ter as mesmas dimensõespreconizadas para a guerra convencional, em face da precariedade dos meios dasF Adv e, por vezes, do próprio efetivo a ser apoiado, quando é admissível apossibilidade de não desdobrar as instalações do B Log. Sob tais condicionantes,evita-se uma sobrecarga territorial, que origina reflexos positivos para a segurançadas instalações da B Cmb.

e. Quanto à situação logística existente, neste tipo de operação, normal-mente a estrutura do Ap Log é a do tempo de paz, cabendo à Região Militar ondese desenvolverem as ações, a responsabilidade de apoiar as forças legais. Paratanto, pode desdobrar algumas instalações de apoio onde julgar conveniente ounecessário, para cerrar seu apoio ou para reforçar os meios já existentes.

f. O Ap Log nas operações de GLO é detalhado no manual de campanhaC 29-15 - O BATALHÃO LOGÍSTICO.

ARTIGO V

EMPREGO DA AVIAÇÃO DO EXÉRCITO

9-17. GENERALIDADES

a. A Aviação do Exército (Av Ex), como fator multiplicador do poder decombate da F Ter, constitui-se em elemento indispensável na atuação contra asF Adv. Suas características de flexibilidade, potência de fogo, sistema decomunicações amplo e flexível e mobilidade, associadas à capacidade dedissuasão, permitem seu emprego múltiplo nas operações de GLO.

b. Os conceitos abordados nos tópicos seguintes encontram-se detalha-dos nas IP 90-1 - OPERAÇÕES AEROMÓVEIS.

9-18. TIPOS DE MISSÃO

Dentro da gama de possibilidades das operações aeromóveis, a Av Ex podecumprir missões de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico emproveito da força à qual estiver enquadrada.

a. Missões de Combate - A Av Ex, integrando uma Força-Tarefa

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Aeromóvel (FT Amv) com Força de Superfície (F Spf) ou atuando como Força deHelicóptero (F Helcp), pode cumprir as seguintes missões de combate contra FAdv e/ou suas instalações, conforme os variados níveis de intensidade deconflitos:

(1) Assalto Aeromóvel (Ass Amv);(2) Ataque Aeromóvel (Atq Amv);(3) Reconhecimento Aeromóvel (Rec Amv);(4) Segurança Aeromóvel (Seg Amv);(5) Infiltração Aeromóvel (Infl Amv);(6) Exfiltração Aeromóvel (Exfl Amv); e(7) Incursão Aeromóvel (Inc Amv).

b. Missões de Apoio ao Combate - A Av Ex, atuando como F Helcp,apóia a manobra do escalão enquadrante, cumprindo as seguintes missões deapoio ao combate:

(1) Comando e Controle (C2);(2) Guerra Eletrônica (GE);(3) Observação Aérea (Obs Ae);(4) Observação de Tiro (Obs Tir); e(5) Monitoração química, biológica e nuclear ( Mon QBN).

c. Missões de Apoio Logístico - A Av Ex, atuando como F Helcp, apóiaações do escalão enquadrante cumprindo as seguintes missões de apoio logístico:

(1) Suprimento aeromóvel (Sup Amv);(2) Transporte aeromóvel (Trnp Amv);(3) Lançamento aéreo (L Ae);(4) Busca e salvamento (SAR);(5) Controle de danos (CD); e(6) Evacuação aeromédica (Ev AeM).

9-19. EMPREGO DA AVIAÇÃO DO EXÉRCITOa. O emprego da Av Ex nas operações de GLO dependerá dos fatores da

decisão, levando-se em conta, particularmente, a fase de organização em que asF Adv se encontrem, a oportunidade e a prioridade a ser atribuída para os tipos demissão a serem cumpridas: combate, apoio ao combate e apoio logístico.

b. Situações de subordinação(1) Nas operações de GLO, os elementos da Av Ex subordinados a um

G Cmdo ou até mesmo GU operam em uma das seguintes situações:(a) Reforço (Ref);(b) Integração (Intg); e(c) Controle Operacional (Ct Op). Esta é a forma de emprego mais

indicada para a Av Ex, por não restringir sua flexibilidade.(2) Nas situações de Ref ou Intg, quando da realização do estudo de

situação, há necessidade de se considerar um prazo mínimo de emprego, tantopara o escalão enquadrante quanto para o elemento da Av Ex, particularmentequanto aos desdobramentos dos meios aéreos e aos encargos logísticosespecíficos de aviação.

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9-20. PARTICULARIDADES DE EMPREGO

Em ambientes rurais ou de selva, em que as tropas operem dispersas e empequenas frações, poderão ocorrer situações que conduzam a uma maiordescentralização dos meios. Esta descentralização, no entanto, será função dascondições de segurança das bases de esquadrilhas de helicópteros a seremdesdobradas, bem como das possibilidades do Ap Log.

ÍNDICE ALFABÉTICOPrf Pag

A

Abrangência ................................................................................ 6-19 6-19Ações a realizar

- interdição do apoio externo .................................................. 6-12 6-8- operações de combate ......................................................... 6-16 6-9- operações tipo polícia .......................................................... 6-8 6-3

Ações básicas a serem executadas ........................................... 8-8 8-4Ações da artilharia ...................................................................... 9-2 9-1Ações e medidas de defesa interna ............................................ 2-3 2-2Agente

- grupo ................................................................................... 3-3 3-3- indivíduo ............................................................................... 3-2 3-2

Apoio nas ações e medidas- operativas ............................................................................ 9-13 9-8- preventivas ........................................................................... 9-12 9-8

Aspectos gerais .......................................................................... 3-4 3-5Atividades construtivas ................................................................ 3-8 3-11Atividades destrutivas .................................................................. 3-7 3-9

B

Base(s)- de combate .......................................................................... 7-20 7-16- legal ..................................................................................... 1-2 1-1- para a doutrina de emprego .................................................. 1-3 1-1

C

Cerco .......................................................................................... 8-9 8-4Comportamento da tropa ............................................................. 8-2 8-1Comunicação social .................................................................... 5-3 5-2

Prf Pag

Conceito(s)- (As operações contra as Forças Adversas) .......................... 6-2 6-1- (Operações contra forças adversas em ambiente rural) ........ 7-2 7-1

Conceitos básicos (Princípios das ações de Garantia da Lei e daOrdem) ........................................................................................ 2-2 2-1Concepção do planejamento de defesa interna ............................ 4-2 4-1Condicionantes de engajamento .................................................. 6-20 6-19Condições de execução .............................................................. 6-11 6-7Confrontação entre as necessidades e as disponibilidades demeios .......................................................................................... 7-17 7-12Considerações - Reserva ............................................................. 8-23 8-9Considerações gerais

- (As Forças Adversas) .......................................................... 3-1 3-1- Atividades de Inteligência ..................................................... 6-3 6-2- (Princípios das ações de Garantia da Lei e Ordem) ............. 2-1 2-1

Considerações preliminares ........................................................ 8-3 8-2

D

Decisão....................................................................................... 7-9 7-4Delimitação das áreas segundo o grau de controle ..................... 7-14 7-7Desdobramento

- apoio de artilharia ................................................................. 9-5 9-3- do apoio logístico ................................................................. 9-16 9-11

Determinação dos efetivos necessários à condução das operações 7-16 7-9Dissuasão ................................................................................... 8-14 8-6Divisão da área em conjuntos topotáticos ................................... 7-15 7-8Divisão territorial para a execução das operações de defesa interna 4-3 4-3

E

Emprego- apoio de engenharia ............................................................. 9-10 9-6- da aviação do Exército ......................................................... 9-19 9-13- da força legal ....................................................................... 8-4 8-2- de blindados ........................................................................ 8-17 8-7- do helicóptero ...................................................................... 8-16 8-7- dos meios de comunicação social ....................................... 6-24 6-20

Execução - atividades de inteligência .......................................... 6-4 6-2

F

Fases do emprego da tropa......................................................... 5-7 5-6Fatores condicionantes ............................................................... 6-23 6-20Fatores considerados para a divisão em áreas de responsabilidade 4-4 4-5Finalidade

- (Introdução) .......................................................................... 1-1 1-1

Prf Pag

- (Operações contra forças adversas em ambiente rural) ........ 7-3 7-2- (Operações contra forças adversas em ambiente urbano) .... 8-1 8-1

Forças Adversas ......................................................................... 7-7 7-3Formas de ocupação da Zona de Operações .............................. 7-18 7-13Fundamentos das ações de garantia da lei e da ordem ............... 2-4 2-3

G

Generalidades- (Apoio às Operações Contra Forças Adverdas) .................... 9-1 9-1- apoio de comunicações ....................................................... 9-11 9-7- apoio de engenharia ............................................................. 9-8 9-4- apoio logístico ...................................................................... 9-14 9-10- as atividades ........................................................................ 3-6 3-9- as atividades de assuntos civis ............................................ 6-17 6-18- as atividades de comunicação social ................................... 6-22 6-19- assessoria jurídica ............................................................... 8-20 8-8- (As operações contra as Forças Adversas) .......................... 6-1 6-1- comunicação social ............................................................. 8-22 8-9- emprego da aviação do Exército .......................................... 9-17 9-12- (Emprego da Força Terrestre nas ações contra Forças Adver- sas na situação de normalidade) .......................................... 5-1 5-1- estudo de situação .............................................................. 7-4 7-2- Interdição do apoio externo .................................................. 6-9 6-7- ocupação da Zona de Operações ......................................... 7-12 7-6- (Operações contra forças adversas em ambiente rural) ........ 7-1 7-1- operações de combate ......................................................... 6-13 6-8- operações tipo polícia .......................................................... 6-5 6-2- organização da Zona de Operações ..................................... 7-19 7-14- (Planejamento da Garantia da Lei e da Ordem) .................... 4-1 4-1- quadro geral das operações ................................................. 7-10 7-4

I

Identificação das áreas-problema e traçado da linha de isolamento 7-13 7-7Inteligência .................................................................................. 5-4 5-3Interdição .................................................................................... 8-10 8-5Investimento ................................................................................ 8-11 8-5

L

Levantamento de objetivos .......................................................... 8-6 8-3

M

Manutenção da ordem................................................................. 8-13 8-6Meios - Estudo de Situação ........................................................ 7-8 7-4Meios a empregar - operações de combate ................................. 6-15 6-8

Prf Pag

Missão- apoio de engenharia ............................................................. 9-9 9-5- do Exército .......................................................................... 1-5 1-3- estudo de situação .............................................................. 7-5 7-2

N

Negociação ................................................................................. 5-5 5-4Noções gerais - inteligência ........................................................ 8-21 8-8

O

O Centro de Operações de Segurança Integrada ......................... 4-6 4-11Objetivo(s)

- as atividades de assuntos civis ............................................ 6-18 6-18- interdição do apoio externo .................................................. 6-10 6-7- operações de combate ......................................................... 6-14 6-8- operações tipo polícia .......................................................... 6-6 6-2

Observação ................................................................................. 9-6 9-4Operação psicológica .................................................................. 8-15 8-6Organização e natureza da F Pac ............................................... 8-7 8-4Organização para o combate ...................................................... 9-4 9-3Os oponentes ............................................................................. 5-2 5-1

P

Particularidades de emprego ....................................................... 9-20 9-14Peculiaridades ............................................................................ 9-15 9-10Pessoal especializado ................................................................ 6-21 6-19Planejamento da operação .......................................................... 5-6 5-5Planejamento e coordenação de fogos ........................................ 9-7 9-4Premissas básicas ..................................................................... 1-4 1-2Princípios de emprego ................................................................. 9-3 9-2Processos - (formas de atuação)................................................. 3-5 3-6

R

Reserva ....................................................................................... 4-5 4-10

S

Seqüência das ações .................................................................. 8-18 8-7Seqüência das operações ........................................................... 7-11 7-5

T

Término da operação ................................................................... 8-19 8-7Tipos de missão .......................................................................... 9-18 9-12

Prf Pag

V

Vasculhamento ........................................................................... 8-12 8-5

Z

Zona de Operações- estudo de situação .............................................................. 7-6 7-2- (Planejamento e Emprego) ................................................... 8-5 8-2

DISTRIBUIÇÃO

1. ÓRGÃOS

Ministério da Defesa ............................................................................. 02Gabinete do Comandante do Exército ................................................... 01Estado-Maior do Exército ...................................................................... 15DGP, DEP, D Log, DEC, SEF, SCT, STI .............................................. 01DEE, DFA, DEPA ................................................................................. 01CIE ...................................................................................................... 02SGEx, C Com SEx ............................................................................... 01

2. GRANDES COMANDOS E GRANDES UNIDADES

COTer ................................................................................................... 03Comando Militar de Área ....................................................................... 01Região Militar ........................................................................................ 01Divisão de Exército ............................................................................... 01Brigada ................................................................................................. 01Grupamento de Engenharia ................................................................... 01Artilharia Divisionária ............................................................................. 01COMAvEx ............................................................................................. 01

3. UNIDADES

Infantaria ............................................................................................... 01Cavalaria ............................................................................................... 01Artilharia ............................................................................................... 01Engenharia ............................................................................................ 01Comunicações ...................................................................................... 01Logística ............................................................................................... 01Suprimento ........................................................................................... 01Subsistência ......................................................................................... 01

Depósito de Armamento ........................................................................ 01Depósito de Suprimento ........................................................................ 01Forças Especiais .................................................................................. 02DOMPSA .............................................................................................. 01Fronteira ............................................................................................... 01Polícia do Exército ................................................................................ 02Guarda .................................................................................................. 02Esq Av Ex ............................................................................................. 02

4. SUBUNIDADES (autônomas ou semi-autônomas)

Infantaria ............................................................................................... 01Cavalaria ............................................................................................... 01Artilharia ............................................................................................... 01Engenharia ............................................................................................ 01Comunicações ...................................................................................... 01Fronteira ............................................................................................... 01Precursora Pára-quedista ...................................................................... 01Polícia do Exército ................................................................................ 01Guarda .................................................................................................. 01Bia/Esqd/Cia Cmdo (Grandes Unidades e Grandes Comandos) ............ 01

5. ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

ECEME ................................................................................................ 50EsAO .................................................................................................... 50AMAN ................................................................................................... 50EsSA .................................................................................................... 10CPOR ................................................................................................... 01NPOR ................................................................................................... 01IME ...................................................................................................... 01EsSE, EsCom, EsACosAAe, EsIE, CIGS, EsMB, CI Av Ex, CEP,CI Pqdt GPB, CIGE, EsAEx, EsPCEx, EsIMil, CI Bld ........................... 01EsASA.................................................................................................. 01

6. OUTRAS ORGANIZAÇÕES

Arq Ex .................................................................................................. 01Bibliex ................................................................................................... 01C Doc Ex .............................................................................................. 01E M Aer ................................................................................................ 01E M A ................................................................................................... 01Museu Histórico do Exército/FC............................................................ 01Arquivo Histórico do Exército ................................................................ 01

Estas Instruções Provisórias foram revisadas com base emproposta elaborada pela Escola de Comando e Estado-Maior doExército e pela 3ª Subchefia do Estado-Maior do Exército.

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1ª Edição / 2002

Tiragem: 800 exemplares

Maio de 2002