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Portaria nº 166, de 11 de maio de 2016 Complementação e detalhamento da Portaria nº 314/92 (critérios de proteção do Conjunto Urbanístico de Brasília) Superintendência do IPHAN no Distrito Federal Brasília, junho de 2016

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Portaria nº 166, de 11 de maio de 2016Complementação e detalhamento da Portaria nº 314/92

(critérios de proteção do Conjunto Urbanístico de Brasília)

Superintendência do IPHAN no Distrito FederalBrasília, junho de 2016

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“O tombamento do conjunto urbanístico de Brasília muda radicalmente a visão da preservação do

patrimônio moderno brasileiro (...) Em Brasília mais do que garantir para o futuro as arquiteturas ou a

paisagem urbana do movimento moderno no século XX procura-se garantir a perenidade dos princípios

urbanísticos deste movimento em uma paisagem passível de permanente mutação. No centro histórico

do tombamento de Brasília o presente nunca se tornará passado.”

José Pessoa, 2003

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Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília: uma trajetória conhecida

Decreto Distrital nº 10.829/87 (elaborado

por Ítalo Campofiorito, buscava a definição do Plano Piloto, protegido

pela lei Santiago Dantas)

GT-Brasília (IPHAN, UnB e GDF) elaborou o dossiê da Inscrição

do CUB como Patrimônio da

Humanidade pela Unesco.

Tombamento Federal do Conjunto

Urbanístico de Brasília, março de

1990.

Portaria IPHAN nº 04/90 e Portaria IPHAN nº 314/92

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O estado da arte: de solução inovadora à necessidade de aperfeiçoamento.

Histórico

• preservação local “provisória” para atender à Unesco e, posteriormente, a “definitiva” preservação do IPHAN (conforme processo de tombamento federal).

Premissa original

• proteger a cidade de descaracterizações sem, contudo, impedir que “dentro do essencial a cidade cresça livremente”.

Solução

• regulamentar a Lei Santiago Dantas e definir o objeto patrimonial, o Plano Piloto de Brasília.

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Preservação de Brasília em documentos: Correspondência de Ítalo Campofiorito ao governador José Aparecido de Oliveira datada de 23 de setembro de 1987.

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Desafios atuais: complementar e detalhar sem “reinventar a roda”.

Situação Atual

• a norma atual encontra-se enfraquecida diante de novos desafios de gestão da poligonal tombada e carece de reforço.

Premissa da Proposta

• Atualizar e reforçar a leitura das escalas urbanísticas para a cidade atual (cujo crescimento não fora constrangido com o tombamento).

Solução• Complementar e detalhar os

princípios e critérios da Portaria IPHAN nº 314/92.

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Questionamentos

• Não! Entendemos que a dinâmica natural de transformação das cidade impõe desafios que requerem normas mais claras e inequívocas.

A necessidade de nova portaria significa que a anterior é equivocada?

• Em grande medida, sim! Naturalmente, há críticas que podem ser feitas. Contudo, estamos seguros de que ela teve papel fundamental para resguardar as qualidades distintivas do Conjunto Urbanístico de Brasília.

Então, a Portaria nº 314/92 conseguiu seu objetivo: preservar sem congelar a cidade?

• Não. Ainda assim, houve o cuidado para que ambas possam conviver, pois a nova é resultado do detalhamento da antiga, e não sua “disposição em contrário”.

Mas, com a nova portaria, a de nº 314/92 foi revogada?

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A Portaria nº 166/2016 estabelece a complementação e o detalhamento da Portaria nº 314/1992 e dá outras providências

Art. 2º: São objetivos desta Portaria

• garantir para a presente e futuras gerações a preservação dos valores históricos do Conjunto Urbanístico de Brasília, que ensejam seu tombamento como patrimônio cultural brasileiro, e

• complementar e detalhar os critérios para as intervenções de natureza urbana, arquitetônica e paisagística no Conjunto Urbanístico de Brasília estabelecidos na Portaria Iphan nº 314/1992, de forma a orientar o processo de gestão, preservação e fiscalização do bem tombado.

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

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TÍTULO II – DO OBJETO DE PRESERVAÇÃODefinição clara do objeto patrimonial, de seus valores reconhecidos e das escalas urbanísticas. Artigos 3º ao 13.

• A definição do objeto é necessária para rompermos com a eventual dicotomia entre “Brasília” e o “Plano Piloto”. Partimos da poligonal definida e consagrada para a delimitação do objeto, ou seja, o Conjunto Urbanístico de Brasília.

• Buscamos destacar os valores históricos, reconhecidos e expressos no processo de tombamento, bem como seus desdobramentos, registrados no documento “Declaração Retrospectiva de Valor Universal Excepcional” (UNESCO).

• As escalas urbanísticas de Brasília são a base de ambos os textos. A estratégia foi a de reafirmação e a caracterização dos elementos que a compõem.

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

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Seção I

• Dos Valores Reconhecidos

Art. 4º O valor histórico do Conjunto Urbanístico de Brasília reconhecido por força do tombamento federal e da inscrição na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco, se expressa nos seguintes fatos:

• I. constitui obra-prima do gênio criador humano, ilustrativa de um estágio significativo da história da humanidade;

• II. constitui o principal artefato urbano produzido no século 20, em consonância com os princípios urbanísticos e arquitetônicos do Movimento Moderno;

• III. constitui exemplar urbanístico excepcional e de impacto para a história do urbanismo;

• IV. constitui acervo arquitetônico excepcional e de impacto para a história da arquitetura;

• V. constitui fenômeno geopolítico e social de grande desdobramento para a história brasileira;

• VI. constitui o marco da concretização do processo secular de interiorização do país; e,

• VII. constitui ação grandiosa da sociedade brasileira integrada a uma estratégia de desenvolvimento e autoafirmação nacional para o mundo.

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Da Escala MonumentalArt. 6º. A escala monumental confere à cidade a marca de efetiva capital do País e constitui-se nos espaços de caráter cívico e coletivo ao longo do Eixo Monumental, desde a Praça dos Três Poderes até a Praça do Buriti.

Da Escala ResidencialArt. 8º. A escala residencial proporciona uma maneira inovadora de viver, própria de Brasília, e está representada nas superquadras residenciais dispostas ao longo do Eixo Rodoviário.

Da Escala GregáriaArt. 10. A escala gregária define o setor central do Plano Piloto e está constituída em torno da interseção dos Eixos Monumental e Rodoviário, tendo a Plataforma Rodoviária como marco urbanístico-arquitetônico.

Da Escala BucólicaArt. 12. A escala bucólica, que confere o caráter de cidade-parque, é constituída pelo ambiente natural ou agenciado pelo homem, presente nas áreas verdes livres destinadas à preservação ambiental, à composição paisagística, ao lazer e à contemplação.

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Da Escala MonumentalArt. 6º. A escala monumental confere à cidade a marca de efetiva capital do País e constitui-se nos espaços de caráter cívico e coletivo ao longo do Eixo Monumental, desde a Praça dos Três Poderes até a Praça do Buriti.Art. 7º. As características essenciais da escala monumental se configuram nos seguintes elementos:- conjunto arquitetônico e urbanístico da Praça dos Três Poderes, incluindo os espaços livres, as

edificações circundantes e os seus elementos construtivos, paisagísticos e escultóricos;- conjunto arquitetônico e paisagístico do Congresso Nacional, incluindo jardins e espelho d’água;- conjunto arquitetônico e urbanístico da Esplanada dos Ministérios, incluindo Palácio do Itamaraty,

Palácio da Justiça, edifícios ministeriais e a Catedral Metropolitana, e a configuração viária do Eixo Monumental, com o canteiro central como área livre pública, gramada, vegetação rarefeita e non aedificandi;

- plena visibilidade do conjunto monumental da Esplanada dos Ministérios, desde a Rodoviária até o Congresso Nacional;

- Setor Cultural Norte e o Setor Cultural Sul;- Torre de TV, incluindo seus elementos construtivos, paisagísticos e escultóricos; - Setor de Divulgação Cultural, incluindo seus elementos construtivos, paisagísticos e escultóricos; e,- conjunto arquitetônico e urbanístico da Praça do Buriti, incluindo as edificações circundantes, seus

elementos construtivos, paisagísticos e escultóricos.

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Da Escala ResidencialArt. 8º. A escala residencial proporciona uma maneira inovadora de viver, própria de Brasília, e está representada nas superquadras residenciais dispostas ao longo do Eixo Rodoviário.Art. 9º. As características essenciais da escala residencial se configuram nos seguintes elementos:- superquadras residenciais, com acesso único, em sequência contínua, sem cercamento,

arborizadas e com o chão livre e acessível a todos, numeradas de 102 a 116, de 202 a 216, de 302 a 316 e de 402 a 416, bem como seus respectivos equipamentos públicos;

- blocos residenciais multifamiliares e de gabarito uniforme, de 06 (seis) pavimentos edificados sobre piso térreo em pilotis de uso público nas superquadras 100, 200 e 300;

- blocos residenciais multifamiliares de 03 (três) pavimentos, edificados sobre piso térreo em pilotis de uso público nas superquadras 400, e os blocos residenciais denominados “JK” e “IAPI”, existentes nas superquadras sul 408, 409, 410, 411, 412 e 413, estes desprovidos de piso térreo de uso público;

- o Comércio Local Norte e o Comércio Local Sul; e- entrequadras 100, 200, 300, 100/300 e 200/400 e seus respectivos equipamentos públicos.

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Da Escala Gregária

Art. 10. A escala gregária define o setor central do Plano Piloto e está constituída em torno da interseção dos Eixos Monumental e Rodoviário, tendo a Plataforma Rodoviária como marco urbanístico-arquitetônico.Art. 11. As características essenciais da escala gregária se configuram nos seguintes elementos:- Plataforma Rodoviária; - Setor de Diversões Norte e Setor de Diversões Sul; Setor Bancário Norte e Setor Bancário

Sul; Setor Comercial Norte e Setor Comercial Sul; Setor Médico Hospitalar Norte e Setor Médico Hospitalar Sul; Setor de Autarquias Norte e Setor de Autarquias Sul; Setor Hoteleiro Norte e Setor Hoteleiro Sul; e Setor de Rádio e Televisão Norte e Setor de Rádio e Televisão Sul.

- incluídos as praças, os logradouros e os espaços livres e públicos de cada setor

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Da Escala Bucólica

Art. 12. A escala bucólica, que confere o caráter de cidade-parque, é constituída pelo ambiente natural ou agenciado pelo homem, presente nas áreas verdes livres destinadas à preservação ambiental, à composição paisagística, ao lazer e à contemplação.Art. 13. As características essenciais da escala bucólica se configuram nos seguintes elementos:- áreas livres gramadas ou ajardinadas e arborizadas;- áreas públicas com remanescentes da cobertura vegetal nativa do cerrado;- margem oeste do Lago Paranoá; e,- conjunto de parques e áreas públicas de preservação ambiental.

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Art. 14. A manutenção do Conjunto Urbanístico de Brasília será assegurada pela preservação das suas características essenciais, considerando-se...

• I. a estrutura urbana do Plano Piloto estabelecida a partir do cruzamento entre o Eixo Monumental e Eixo Rodoviário, cuja interseção, definida pela Plataforma Rodoviária, configura o seu centro urbano e articula os demais setores funcionais da cidade;

• II. a Praça do Três Poderes como espaço cívico referencial com seus espaços livres, elementos construtivos, paisagísticos e escultóricos;

• III. o conjunto monumental da Esplanada do Ministérios com canteiro central livre, gramado, non aedificandi e com arborização rarefeita, garantindo-se a plena visibilidade desde a Rodoviária até o Congresso Nacional;

• IV. a concentração de funções cívicas e da administração pública federal e distrital ao longo do Eixo Monumental via arterial contínua em direção Leste-Oeste, que vai da Praça dos Três Poderes até a EPIA;

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

TÍTULO III – DA PRESERVAÇÃOCapítulo I – Das características essenciais a preservar

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• Art. 14. A manutenção do Conjunto Urbanístico de Brasília será assegurada pela preservação das suas características essenciais, considerando-se...

• V. a ocupação residencial coletiva configurada nas superquadras 100, 200, 300 e 400 Norte e Sul, com habitação multifamiliar em prédios de até seis pavimentos e pilotis livres, implantados em meio a abundante vegetação arbórea, distribuídas ao longo do Eixo Rodoviário, via arterial arqueada contínua em sentido norte-sul, ladeada pelos Eixos L e W;

• VI. o Lago Paranoá como elemento de composição urbana, paisagística e de proteção ambiental, garantindo-se o acesso e uso público de sua orla em todas as margens limítrofes com o Conjunto Urbanístico de Brasília, à exceção dos terrenos inscritos em Cartório de Registro de Imóveis com acesso privativo à água;

• VII. a paisagem urbana integrada à natural, mantendo-se a relação predominante dos espaços não edificados sobre os construídos, com amplas áreas verdes, livres e arborizadas, que definem o caráter de cidade-parque;

• VIII. o conjunto de parques públicos e as áreas de preservação ambiental existentes

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

TÍTULO III – DA PRESERVAÇÃOCapítulo I – Das características essenciais a preservar

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• Art. 15. Para efeito de gestão, preservação e fiscalização do Conjunto Urbanístico de Brasília ficam estabelecidas 2 (duas) Macroáreas de Proteção denominadas A e B, conforme mapa de delimitação no Anexo 2:

• § 1º. As Macroáreas de Proteção são porções territoriais definidas conforme a simbologia histórica e relevância urbanística que representam na composição do conjunto tombado.

• § 2º. As Macroáreas de Proteção são compostas por Zonas de Preservação (ZP), que possuem parâmetros e critérios específicos de preservação.

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

TÍTULO III – DA PRESERVAÇÃOCapítulo II – Da gestão, preservação e fiscalização.

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MAPA DAS MACROZONAS “A” E “B”

• Considerando a definição de importância de Ítalo Campofiorito, conforme correspondência à Jayme Zettel em 15 de setembro de 1992:

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TÍTULO III – DA PRESERVAÇÃO

• Art. 16. Zonas de Preservação (ZP) são porções territoriais que constituem as macroáreas, delimitadas de acordo com os atributos, morfologia e papéis que desempenham na constituição da paisagem urbana.

• Parágrafo único. As Zonas de Preservação são compostas por Áreas de Preservação (AP), definidas de acordo com as especificidades urbanas encontradas em cada Zona e estão submetidas a parâmetros específicos de intervenção.

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

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TÍTULO IV– DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 89. Ficam revogados o §3º do art. 9º e o art. 11 da Portaria n° 314, de 08 de outubro de 1992.

Art. 11 Com objetivo de assegurar a permanência no tempo da presença urbana conjunta das quatro escalas referidas nos artigos anteriores desta Portaria, em todas as áreas já ocupadas no entorno dos dois eixos e contidas no perímetro delimitado nos parágrafos 1º e 2º do artigo 1º desta Portaria, ficam mantidos os critérios de ocupação aplicados pela administração nesta data...

• Na Portaria nº 314/92, era uma disposição geral, contemplando todos os setores não descritos anteriormente na portaria.

• Desde o tombamento (1990) o governo local, conforme é sua competência constitucional, continuou a editar normas de uso e ocupação do solo e outras normativas de gestão urbana.

• Entre os setores não normatizados na portaria anterior, estão áreas destinadas à ocupação urbana para as quais não havia diretrizes – SRPN, Inmet, Setor Policial.

• Buscamos, com isso, evitar remissão a normas do GDF, além de definir os parâmetros para a imensa área tratada genericamente no art. 11 da Portaria nº 314/92.

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

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Superquadras

• Altura máxima de edifícios: da definição de apenas “seis pavimentos sobre pilotis” passamos à definição de altura máxima permitida (ausente nos instrumentos do GDF);

• Pilotis: acolhemos os usos permitidos pelo GDF (NGB 11/89) e reduzimos a ocupação máxima de 40% (Lei 2046/98) para 30%;

• Cercamentos: “circulação livre de pedestres garantida pela ausência de barreiras de qualquer natureza, inclusive cercas-vivas, nos pilotis e espaços públicos”;

• Uso não muda!

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

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Equipamentos comunitários nas superquadras• Os textos são muito semelhantes, e referem-se às edificações de uso não-

residencial existentes em qualquer superquadra – ex. bancas de revistas (que têm se transformado em pequenas lanchonetes), quiosques de costureiras, escolas, instituições, concessionárias de telecomunicações e energia elétrica, igrejas (400)

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

Portaria 314/92 Portaria 166/16

Artigo 4º - A escala residencial, proporcionando uma nova maneira de viver, própria de Brasília, está configurada ao longo das alas Sul e Norte do Eixo Rodoviário Residencial e para a sua preservação serão obedecidas as seguintes disposições: (...)V – além das unidades de habitações conjuntas serão previstas e permitidas pequenas edificações de uso comunitário, com, no máximo, um pavimento...

Art. 32. (...) I. Setores de Habitações Coletivas Norte e de Habitações Coletivas Sul (superquadras) 100, 200, 300 e 400:a) uso residencial predominante, complementado por prestação de serviços e institucionais de apoio aos moradores; (...)j) gabarito máximo dos equipamentos públicos comunitários no interior das superquadras em 1 (um) pavimento; ek) gabarito máximo de 2 (dois) pavimentos para os templos religiosos nas quadras 400.

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Quadras 700

• Altura máxima: gabarito conforme legislação do GDF – 2 pavimentos – e altura de 8,5m (GDF prevê 7m, mais caixa d’água);

• Manutenção das características urbanísticas do setor, com seus jardins públicos

• garantia de livre circulação de pedestres em condições adequadas entre os blocos

• Uso não muda!

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

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Quadras 700

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

Portaria 314/92 Legislação local Portaria 166/16

Não trata especificamente do tema

Ocupação: 2 pavimentos,Altura máxima: 7m, excluindo caixa d’águaUsos: - habitação unifamiliar geminada:

todas as quadras (NGB 40/87) - habitação coletiva: 714 Sul,

todas as quadras da Asa Norte - escola: 702 Sul, 702, 703, 704,

706, 707, 707/708, 709, 710, 711/712, 713 Norte

- igreja: 702 Sul, 702, 703/704, 708 Norte

- Institucional: 711, 713/714 Norte

Art. 49. Para a Área de Preservação 1 da ZP3A I. SHIGS e SHCGN:a) manutenção do uso residencial como predominante;b) manutenção das características urbanísticas de parque nas quadras residenciais;c) garantia de livre circulação de pedestres em condições adequadas entre os blocos;d) manutenção do gabarito das edificações residenciais unifamiliares em 2 (dois) pavimentos, com altura máxima de 8,5m(oito metros e cinquenta centímetros).

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Escala Monumental

• Não houve alteração: a escala monumental não está presente em toda a extensão do Eixo Monumental – e sim da Praça dos Três Poderes até a Praça do Buriti, que é a área mais simbólica e prevista no Relatório do Plano Piloto, em 1957 (art. 3º da Portaria nº 314/92)

• Definimos critérios de intervenção somente para setores onde já há lotes (Setor de Divulgação Cultural, trecho após Praça do Cruzeiro) –isso antecipa problemas e viabiliza projetos de interesse para a cidade (ex. Clube do Choro, já construído, e o futuro memorial para AthosBulcão no SDC)

• Estacionamento na Esplanada é possibilidade, cabe ao GDF a decisão por implantá-lo – critérios respeitam o canteiro central verde

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

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O que muda e o que não muda com a nova portaria?

Portaria 314/92 Portaria 166/16

Não trata especificamente do tema.

Art. 7º As características essenciais da escala monumental se configuram nos seguintes elementos: (...)VII. o Setor de Divulgação Cultural, incluindo seus elementos construtivos, paisagísticos e escultóricos; (...)Art. 26. Para a Área de Preservação 3 da ZP1A (...) ficam estabelecidos os seguintes critérios: (...)II. manutenção das características do canteiro central do Eixo Monumental como extensa área gramada, arborizada e tratada à maneira de parque urbano; (...)IV. manutenção de faixas non aedificandi no canteiro central do Eixo Monumental, com 30 m (trinta metros) a contar das margens das vias S1 e N1. (...)§ 2º Será permitido o reparcelamento e/ou remanejamento somente dos lotes existentes e ainda não edificados no Setor de Divulgação Cultural, desde que mantido o uso cultural como predominante e a ocupação máxima de 30% deste setor.

Setor de Divulgação Cultural

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O que muda e o que não muda com a nova portaria?

Portaria 314/92 Portaria 166/16

Art. 3º A escala monumental, concebida para conferir à cidade a marca de efetiva capital do País, está configurada no Eixo Monumental, desde a Praça dos Três Poderes até a Praça do Buriti e para a sua preservação serão obedecidas as seguintes disposições: .............

Art. 28. Para a Área de Preservação 4 da ZP1A – Eixo Monumental da Praça do Cruzeiro até a EPIA – ficam estabelecidos os seguintes critérios:I. manutenção das características do canteiro central do Eixo Monumental com a predominância de área verde;II. manutenção de faixas non aedificandi no canteiro central do Eixo Monumental, com 30 (trinta) metros a contar das margens das vias S1 e N1.§ 1º Será admitido o desmembramento ou a criação de novos lotes, desde que sejam descontínuos e destinados a abrigar equipamentos de caráter cultural e de uso público.§ 2º Em caso de criação de novos lotes o parcelamento não poderá ultrapassar 10% de ocupação desta Área de Preservação.

Eixo Monumental, da Praça do Cruzeiro até a EPIA

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Estacionamento no subsolo do canteiro central do Eixo Monumental

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

Portaria 314/92 Portaria 166/16

Artigo 3º - A escala monumental, concebida para conferir à cidade a marca de efetiva capital do País, está configurada no Eixo Monumental, desde a Praça dos Três Poderes até a Praça do Buriti e para a sua preservação serão obedecidas as seguintes disposições: (...)V - nos terrenos do canteiro central verde são vedadas quaisquer edificações acima do nível do solo existente, garantindo a plena visibilidade ao conjunto monumental...

Art. 22. Para a Área de Preservação 1 da ZP1A (...) ficam estabelecidos os seguintes critérios de intervenção: (...)X. preservação do traçado viário do Eixo Monumental, mantendo-se a configuração das vias principais e o canteiro central como área livre, gramada, arborizada e non aedificandi, desde o Congresso Nacional até a Rodoviária do Plano Piloto; (...)Art. 23. Fica vedado na Área de Preservação 1 da ZP1A: (...)II. construção de qualquer edificação acima do nível do solo no canteiro central do Eixo Monumental;VIII. criação de estacionamentos no subsolo do canteiro central do Eixo Monumental quando implicarem em supressão de vegetação arbórea e introdução de elementos construídos acima do nível do gramado existente

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• Definição de critérios de intervenção no bem tombado – definem-se uso e ocupação somente quando sua alteração tem potencial de descaracterizar o conjunto tombado;

• Macroáreas: tratamento dos setores de acordo com sua importância para a preservação dos valores que orientaram a inscrição do bem cultural (no IPHAN e na UNESCO) – há propostas sobre isso desde 1989!

• Critérios de intervenção para todos os setores (Macroáreas A e B), evitando “zonas de sombra” e antecipando-se a demandas,

• Definição clara das situações em que o IPHAN deve ser previamente consultado – pois a gestão é compartilhada com o GDF (e permanece assim)

• Transparência e previsibilidade na relação do IPHAN com a sociedade.

Por que a Portaria nº 166/2016 representa um avanço?

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O que muda e o que não muda com a nova portaria?

Portaria 314/92 Portaria 166/16

Não trata especificamente do tema

IV. Área do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, Companhia Energética de Brasília-CEB e Companhia de Saneamento Ambiental de Brasília-Caesb:a) manutenção do uso institucional como predominante, complementado por atividades de apoio e prestação de serviços;b) manutenção do uso institucional como predominante, gabarito máximo de 6 (seis) pavimentos e taxa máxima de ocupação de 15% (quinze por cento) para novos lotes, em caso de reparcelamento do lote do INMET.

Instituto Nacional de Meteorologia – INMET- A área é destinada a ocupação urbana - IPHAN definiu parâmetros para uma “área de sombra”, para o

caso de reparcelamento

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Art. 85. Para efeito de cumprimento do disposto nessa Portaria, os projetos de intervenção no Conjunto Urbanístico de Brasília serão submetidos à análise e aprovação do Distrito Federal, cabendo obrigatoriamente a análise e aprovação do IPHAN apenas nos casos de intervenções que impliquem em:

• I. alteração de usos e classes de atividades,

• II. alteração de parâmetros urbanísticos referentes a altura, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento e afastamentos;

• III. alteração do sistema viário principal, na Macroárea A;

• IV. criação, desmembramento, remembramento e reparcelamento de lotes, na Macroárea A;

• V. planos de ocupação para instalação de engenhos publicitários, quiosques e estruturas de telecomunicação, na Macroárea A;

• VI. alteração do projeto padrão de sinalização, constante do Plano Diretor de Sinalização do Distrito Federal, e do padrão de endereçamento urbano. (...)

§ 2º O Iphan, a seu critério e a qualquer tempo, poderá requisitar a análise de outras intervenções no espaço urbano, que julgar pertinentes à preservação do CUB.

Por que a Portaria nº 166/2016 representa um avanço?

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Crítica: supostas alterações de usos e gabaritos em diversos setores, sem estudos técnicos de impacto ao meio ambiente e de vizinhança

• A portaria não promove alteração de uso e gabaritos, e sim trabalha com usos e gabaritos oficiais para os diversos setores

• Enquanto as normas do GDF agrupam lotes com mesmo uso, gerando uma NGB “monofuncional” (referindo-se, p.ex., aos lotes de uso residencial das quadras 700 ou das superquadras), a Portaria 166 trata dos setores completos (art. 49, SHIGS e SHCGN juntos) – essa diferença de abordagem explica a confusão sobre o uso dos setores, que não são “monofuncionais”

• Não compete ao Iphan efetuar estudos técnicos de impacto ao meio ambiente e de vizinhança, que deverão ser feitos pelo GDF ou empreendedores, caso haja intervenção no futuro – o Iphan não está promovendo a intervenção/alteração.

Algumas dúvidas e críticas

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O que muda e o que não muda com a nova portaria?

Portaria 314/92 Portaria 166/16

Artigo 4º - VII. As áreas entre as Superquadras, nas alas sul e norte, denominadas Entrequadras, destinam-se a edificações para atividades de uso comum e de âmbito adequado às áreas de vizinhança próximas, como ensino, esporte, recreação e atividades culturais e religiosas.

IV. Nas Entrequadra Norte e Entrequadra Sul - EQN/EQS- 100, 200 e 300 serão mantidos:a) usos diversificados, relacionados às característicasessenciais da escala residencial, à exceção do usoresidencial e industrial;b) gabarito máximo de 3 (três) pavimentos, exceto noslotes destinados a templos religiosos, nas EQN/EQS300;c) altura máxima de 12 (doze) metros, nos lotesdestinados a templos religiosos, nas EQN/EQS 300;d) permeabilidade visual mínima de 75% (setenta ecinco por cento) no cercamento de lotes.

Entrequadras

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Trecho 4 do Setor de Clubes Sul

- Sempre houve lotes destinados a hotéis na orla: SHTN (PR 1/2), SCES, Tr. 4 (PR 68/1)

- Projeto Orla (1997) propôs destinar mais lotes a hotéis (SCEN, Tr. Enseada 1 e SCES, Tr. 4) e reduzir coeficiente de aproveitamento de todos

- Alteração de uso nesses 3/5 lotes não criará “barreira edificada ao longo da água” (a evitar conforme Brasília revisitada)

- Projeto Orla foi aprovado pelo IPHAN à época

- Nova portaria acrescenta proteção à faixa non aedificandi de 30 m da margem do lago

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

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Trecho 4 do Setor de Clubes Sul

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

Portaria 314/92 Portaria 166/16

Art. 8º - A escala bucólica, que confere a Brasília o caráter de cidade-parque, configurada em todas as áreas livres, contíguas a terrenos atualmente edificados ou institucionalmente previstas para edificação e destinadas à preservação paisagística e ao lazer, será preservada observando-se as disposições dos artigos subsequentes. (...)Art. 10. Será mantido o acesso público à orla do lago em todo seu perímetro, à exceção dos terrenos inscritos em Cartório de Registro de Imóveis com acesso privativo à água.

Art. 38. (...) I. Setor de Clubes Norte, Setor de Clubes Sul e Setor de Hotéis de Turismo Norte:a) acesso público ao Lago, com exceção dos terrenos inscritos em Cartório de Registro de Imóveis com acesso privativo à água, mantendo-se o afastamento mínimo de 30m (trinta metros) da construção em relação às margens em todos os lotes; (...)c) serviços de hospedagem e alojamento, no SHTN e no Trecho 4 do SCES;

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Setor Trecho/ Lotes Finalidade dos lotes

Normas de construção Usos admitidos Tx Ocup Tx Constr Altura máxima

NO

RTE SHT/N Tr. 1, lotes 1,

1B e 2Hotéis de turismo

PR 1/2 (revogada) Hotel 50% 150% 12 m

SCE/N Tr. 2, lotes 3, 4 e 5

Hotéis de turismo

PR 1/2 (revogada) Hotel 50% 150%1 12 m

SHT/N Tr. 1, lotes 1, 1B e 2

Projeto Orla/Hotéis de turismo

NGB 88/96(vigente)

Hotel/ Apart-hotel/ Hotel-residência/ Flat

35% 80% 12 m

SCE/N Tr. 2, lotes 3, 4 e 5

Projeto Orla/Hotéis de turismo

NGB 79/96(vigente)

Hotel/ Apart-hotel/ Hotel-residência/ Flat

35% 80% 12 m

SCE/N Enseada 1, lote 24

Projeto Orla/Hotéis de turismo

NGB 79/96(vigente)

Hotel/ Apart-hotel/ Hotel-residência/ Flat

35% 80% 12 m

SUL

SCE/S Tr. 4, lotes 4/1C, 4/4 e 4/5

Hotéis de turismo

PR 68/1Dec 27745/2007(ambos vigentes)

Hotel 40% CA=1,5TC=150%

12 m

Tabela 1 – Parâmetros de ocupação dos lotes destinados a hotéis de turismo, na orla do Lago Paranoá –

Setor de Clubes Esportivos Sul (SCE/S) e Setor de Hotéis de Turismo Norte (SHT/N)

[1] A PR 1/2 traz os parâmetros de ocupação inicialmente definidos para “qualquer edificação nos lotes do SHT”: ocupação máxima de 50%, altura máxima dada pelo

número de pavimentos – pilotis mais 3 pavimentos, os quais equivalem a uma taxa de construção de 150%, sem considerar eventuais ocupações em pilotis. A PR 8/1 subdivide os

lotes 1 e 2, mas não altera seus parâmetros de ocupação. Com o Projeto Orla, as taxas de ocupação e construção foram diminuídas e a altura máxima, mantida – como se lê nas três

linhas subsequentes, na tabela.[2] A PR 68/1 define, para os lotes destinados a hotéis de turismo no Trecho 4 do SCE/S, taxa de ocupação máxima de 40% e “coeficiente de utilização de 1,5% (um e

meio por cento)” (grafado assim nas notas da PR). A altura máxima, anteriormente definida como 1053 m de altitude, foi alterada para 12 m pelo Decreto nº 27.745/2007.[3] Segundo o Projeto Orla, “a idéia era a extensão da NGB dos hotéis do polo 3 para os lotes de hotéis nesse polo”, correspondente ao Trecho 4 do SCES (Projeto Orla:

Relatório de atividades, 1998, p. 97).

O que muda e o que não muda com a nova portaria?

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“Sinto que há duas correntes, aparentemente contraditórias: uma, daqueles que acham o que o Plano Piloto é intocável; e outra,

daqueles que, pelo contrário, entendem que a vida continua e que a cidade tem de ser reformulada de acordo com as novas necessidades.

Não vejo contradição, porque é fato que o Plano Piloto, como dissera anteriormente, não foi concluído. E gostaria que isso ocorresse

dentro das proposições originais. Depois, então, haveria oportunidade para novas formulações. Não impedirá que haja

grandes inovações dentro da cidade, uma vez mantidos certos parâmetros, certos pontos já assinalados...”

Lucio Costa, 1974

Agradecemos a todos e todas pela atenção!