IR A BANHOS

O NASCIMENTO DE UM TERRITÓRIO NOVO:

O MICROSCOSMO TERMAL

Curso Breve de História de Cascais

Helena Gonçalves Pinto2016

IR A BANHOS

O NASCIMENTO DE UM TERRITÓRIO NOVO:

O MICROSCOSMO TERMAL

O que é que existe do outro lado do muro de um microcosmo termal?

2. Sessão

A História e a Cultura Termal. Termalismo em Portugal. Marcos identitários da

Arquitectura e do Território em Portugal (séc. XV –XX)

IR A BANHOS. O NASCIMENTO DE UM TERRITÓRIO NOVO:

O MICROSCOSMO TERMAL

A diversidade geológica, associada às grandes estruturas geológicas (falhas) faz com que

Portugal tenha um vasto leque de águas minerais

naturais da Europa, com composições físico-

químicas distintas

Arquitectura Termal

Período Lusitano-Romano (alguns exemplos)

Caldas de Monchique – Chaves – Lafões

Óbidos - S. Vicente – Taipas – Vizela

Balneário de

S. Vicente

Primeiros estudos,

1901

1.ª EtapaIdade Média /Renascimento

Primeiro Hospital Termal do Mundo:

1485, Caldas da Rainha

1.ª Etapa

Idade Média / Renascimento

Balneário: Caldas de Lafões “Hospital”: Caldas de Monchique

Casa dos Banhos: Águas de Alfama, Lisboa

Caldas de Óbidos

2.ª Etapa - Século XVIIIRefundação e renomeação do Hospital:

1747, Hospital R. D. Leonor, Caldas da Rainha

2.ª Etapa - Século XVIIIHospital R. D. Leonor, Caldas da Rainha

Novo Regimento do Hospital Real das Caldas, 1775

(substitui o antigo Compromisso)

Reforma das estruturas: acolhimento, botica, banhos

1° Levantamento dos recursos e das instalações:

Aquilégio Medicinal

“São as águas que correm e que cruzam as entranhas da

terra; o sangue que nas veias circula neste material gigante do mundo; e como do vicio

do sangue procedem vulgarmente as maiores

enfermidades, quis o autor desta obra, como médico e

filosofo de anatomia, mostrar ao mundo no corpo do nosso

Portugal, a pureza deste sangue examinando os minerais destas veias”

2.ª Etapa - Século XVIIIAlvarás régios

(construção de fontes; obras nas gafarias e banhos; isenções aos frequentadores das águas; etc.)Observações Médicas (registo obrigatório por escrito)

Análises das Águas Termais: - 1753, Água das Caldas é analisada em Bath, Jacob Castro Sarmento

- 1778, Águas das Caldas é analisada na Universidade de Coimbra (primeira análise realizada em Portugal, José Martins da Cunha Pessoa)

Programas para a construção (balneário/hospital; casas de convalescença, passeios) Projectos de arquitectura e engenharia para novos balneários

2.ª EtapaSéculo XVIII

Poços: Gerez

CaldelasS. Lourenço

Gerês

Projecto financiado por D. João V para um balneário

(que ficou em alicerces) e uma igreja (foi construída uma capela).

Poços - concluídos em 1735 E demolidos 1896)

2.ª Etapa - Século XVIII

Novos edifícios: Banhos do Estoril (desde 1787)

2.ª Etapa - Século XVIIICasas dos Banhos (pequenos edifícios com tanques ou tinas de madeira/mármore/pedra):Alcaçarias de Dona Clara (Lisboa); Banhos da Azenha (Soure); Caldas de Vizela; Caldas de S. Jorge (Santa Maria da Feira); Termas da Fonte Santa (Monfortinho); Carapacho (Açores)

BanhosTendas e casas desmontáveis

1818 Caldas da Taipas, Guimarães

1840-50 Banhos da Poça, Praia da Cadaveira, S. João

1850

Banhos do Rio Caldas de Moledo Régua

Moledo

3ª Etapa - Século XIX

Casas dos Banhos

1801, Caldas de Monção, ( 1844-47, ampliação)1803, Termas de Caldelas, Amares, (1894, construção de novos banhos)1805, Caldas de S. Jorge, Santa Maria da Feira1806, Termas de Monte Real1807, Caldas de Chaves1817, Termas da Sulfúrea, Fronteira (remodelada em 1825, 1855; 1989)1819, Monte da Pedra, Crato1840, Termas da Touca, Fundão, (1866-74, reconstrução)1840, Termas de S. João do Deserto, Aljustrel1840, Termas da Piedade, Alcobaça1840-50, Arsenal, Lisboa1841, Caldas da Saúde, Santo Tirso (ampliado em 1891)1843, Praia da Cadaveira, S. João 1844, Banho Novo, C. Taipas 1850, Termas de Monfortinho1855, Águas Santas, C. Rainha 1856, Termas do Carvalhal, Castro Daire1859, Fadagosa [Maria Viegas] de Marvão1860, Caldas do Carlão, Murça (, remodelação das estruturas)1880, Bicanho, Soure1883, Unhais da Serra

Monção

Casas dos Banhos

Moledo

3.ª Etapa - Século XIX (anterior a 1892)

Legislação

Diplomas de carácter geral sobre as Águas Minerais (desde 1805)

Resolução (Setembro de 1822) foram arroladastodas as Fontes e Nascentes de Águas Minerais

Carta de Lei de 1850 (permite a Câmara Municipal da Mealhada obter um empréstimo para a construção de um balneário no Luso)

Portarias, Decretos e Cartas de Lei autorizando o Hospital Termal das Caldas da Rainha, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Câmara Municipal de Aljustrel, entre outros a investirem nas águas termais e

na construção de balneários

Quesitos, 1860 (primeiro levantamento, da responsabilidade do Ministério das Obras Publicas e enviado a todas autoridades locais, Com o objectivo realizar um inventário das águas Minerais do Reino)

Projetos de Lei das Águas Minerais (de 1860 a 1888 são apresentados no Parlamento quatro propostas de Lei)

Comissão para Estudo das Águas (Julho de 1890, realizada por António Teixeira de Sousa)

3.ª Etapa - Século XIX (anterior a 1892)

Observações / Relatórios / Inventários (Específicos e/ou Generalistas) - ex.

1810 - Francisco Tavares, Instruções e Cautelas Práticas sobre as águas Termais1889 - Severiano Monteiro e João Augusto Barata, Catálogo Descritivo da

Secção de Minas, para a Exposição Nacional das Industrias Fabris, etc….

Mecanização do Banho- Novos equipamentos de banho e duche (circular, ascendente, descendente, etc..)

- Bombas a vapor para accionar os equipamentos e extrair e bombear a água mineral- Desinfecção a vapor

Ortopedia e Mecanoterapia-  Aparelhos Zander (salas de ginástica)

-  Ginástica (em edifícios próprios e ao ar livre)

Fisioterapia-  Massagens

Electroterapia (século XX)-  Aparelhos eléctricos

Estoril, Sala de Mecanoterapia Bad Mauheim, sala para homens, ca. 1928

MECANOTERAPIA GINÁSTICA E CULTURA FISICA

SéculosXIXeXXLaboratóriosVidago,Curia,Luso,Gerez,S.Vicente