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Irati - PR · Hilário Lewandowski2/Irati Resumo O processo de ensino e aprendizagem na área de ciências pode ser desenvolvido dentro de um contexto que potencialize uma aprendizagem

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___________________________________ 1 Pós graduada em Psicopedagogia Institucional com graduação em Ciências Físicas e Biológicas, complementação em Biologia, atuando no colégio Estadual Parigot de Souza, Inácio Martins – PR. 2 Professor Dr. do Departamento de Engenharia Ambiental – UNICENTRO – Irati - PR

A AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS

Leonice Angelica Wagner Delonzek1/Inácio Martins

Hilário Lewandowski2/Irati

Resumo

O processo de ensino e aprendizagem na área de ciências pode ser desenvolvido dentro de um contexto que potencialize uma aprendizagem significativa e neste aspecto a avaliação tem um papel altamente relevante. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo reconhecer a avaliação do ensino e aprendizagem como meio eficaz de transformação da estrutura escolar, contribuindo com a melhoria da qualidade do ensino na área de Ciências. O trabalho foi desenvolvido no Colégio Estadual Parigot de Souza, no município de Inácio Martins - PR, junto a professores das diversas áreas que atuam no colégio. A coleta de dados ocorreu no decorrer do desenvolvimento das atividades de implementação do projeto e foi realizada em duas etapas. A primeira etapa consta de reflexões junto aos docentes e teve caráter presencial. A segunda etapa foi realizada à distância, utilizando para isso o programa Moodle da UNICENTRO. Os resultados obtidos revelam que a discussão do tema avaliação gerou mudanças de postura em alguns docentes frente ao processo avaliativo, bem como, revelam a necessidade de investir tempo para estudos e reflexões sobre a prática educativa, pois as concepções de avaliação dos docentes precisam ser trabalhadas, pois existem grandes lacunas a serem preenchidas e dificuldades a serem sanadas para termos uma avaliação conforme teorizada pelos pesquisadores da área de educação.

Palavras-chave: ensino, aprendizagem, avaliação.

A REVIEW OF TEACHING AND LEARNING IN THE DISCIPLINE OF SCIENCES

The process of teaching and learning in science can be developed within a framework that

leverages a significant learning and in this aspect the test has a place highly relevant.

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Therefore, this study aims to recognize the valuation of teaching and learning as an

effective means of transforming the school structure, contributing to improving the quality

of education in the sciences. The study was conducted in the State College Parigot de

Souza, in the municipality of Inácio Martins - PR, with teachers from different areas who

work in college. Data collection occurred during the development of activities of the

implementation of project, that was performed in two steps: The first step consists of

reflections with the presence of teachers. The second stage was conducted at a distance,

making use of the program Moodle UNICENTRO. The results show that the discussion of

the subject test or valuation led to changes in posture in some faculty in front of evaluation

process, as well as, reveal the need to invest time to study and reflection on educational

practice, because the concepts of evaluation of teachers need to be worked, because

there are large gaps to be filled and difficulties to be resolved to have an evaluation as

theorized by researchers in the field of education.

Keywords: teaching, learning, assessment.

1 Introdução

É indiscutível que a educação é primordial para o desenvolvimento do ser

humano. Ela é fundamental para a formação dos indivíduos, pois somente através

dela, estes, terão a oportunidade de futuramente tornarem-se cidadãos

conscientes.

A LDB n. 9394/96 no art.1º, parágrafo 1º declara:

“(...) a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social”. Essa concepção política da educação define a natureza do Estado na qual todos os brasileiros, sem qualquer distinção, tem direito à educação.

Aprovada em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), trouxe

um grande avanço no sistema educacional brasileiro. Esta lei visa tornar a escola

um espaço de participação social, valorizando a democracia, o respeito, a

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pluralidade cultural e a formação do cidadão. A escola trouxe mais vida e um

significado diferente para os estudantes.

“Educar é fazer ato de sujeito, é problematizar o mundo em que vivemos

para superar as contradições, comprometendo-se com esse mundo para recriá-lo

constantemente.” (HOFFMANN, 1993, p.17, apud GADOTTI, 1984). Educar é um

processo muito complexo que deve ser permanente e organizado. Professores e

alunos devem colaborar uns com os outros para que a aprendizagem possa

acontecer.

Ensinar e aprender exige hoje esforço tanto parte do professor como do

aluno. Para que o aluno aprenda, ele deve estar pronto para incorporar novos

conhecimentos que lhe serão transmitidos, conhecimentos estes, que devem ser

significativos para ele. Para tanto o professor deve ser competente em sua

especialidade, deve conhecer a matéria e motivar os alunos, facilitando a

compreensão do tema num clima de confiança e interesse, ajudando o aluno a

construir seu próprio conhecimento.

O aluno vive em uma sociedade repleta de informações cada vez mais

dinâmicas, e que podem e devem ser utilizadas pelos alunos. Ao orientar os

alunos onde obter tais informações e como processá-las, o professor estimula a

capacidade investigativa dos alunos, que é uma característica típica do ensino de

ciências. (MELO, 2000).

O professor deve ainda, oferecer condições ao educando para que o

mesmo aprenda a conviver numa sociedade complexa, respeitando as diferenças

individuais, fazendo escolhas afetivas mais realizadoras, tendo objetivos de vida

mais ricos e abrangentes, só assim poderá construir percursos mais interessantes

e produtivos. Um aluno motivado aprende mais rapidamente e torna-se mais

confiante e responsável em suas produções.

Portanto, a educação deve buscar surpreender os alunos, encantando-os,

seduzindo-os, proporcionando novas descobertas, para que possam usar de sua

criatividade ao realizar desafios, construindo seu próprio conhecimento através de

sua imaginação.

Para que a aprendizagem possa ter significado para o aluno, é preciso que

os conteúdos sejam analisados e abordados de modo a formarem uma rede de

significados, a seleção de conteúdos, deve levar em conta sua relevância social e

sua contribuição para o desenvolvimento intelectual do aluno.

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Segundo Moraes,

A criança, ao chegar à escola, já percorreu um longo caminho, tendo já desenvolvido uma série de conceitos. Cabe ao professor, enquanto mediador do processo, criar situações facilitadoras de aprendizagem, que nada mais são do que desafios a aguçar a curiosidade natural infantil em explorar o mundo concreto a sua volta. (MORAES, 1998, p.11).

Educar é ajudar os alunos a desenvolver suas capacidades de aprender

sabendo se comunicar, encontrando seus espaços pessoais, construindo sua

identidade e transformando suas vidas.

A construção do saber pedagógico deve-se dar pela troca de experiências

de vida, construindo ações em parceria e formando professores-pesquisadores de

práticas, que busquem dar unidade aos saberes fragmentado e fundar uma

comunidade cientifica.

A ciência vem crescendo a cada dia, fazendo grandes descobertas e

inovações em seus mais diversos campos. É na busca incansável dos

pesquisadores que a ciência evolui e busca explicar todos os mistérios da

natureza. Mesmo assim, ainda se tem muitas áreas cientificas a serem

exploradas, buscando com isso respostas que ainda não foram explicadas.

A influência cada vez maior da Ciência e da tecnologia em nossas vidas e

a rapidez com que surgem as inovações nesses campos vem despertando um

imenso debate acerca do ensino de ciências.

“O ensino de ciências não deve limitar-se às atividades em si, mas deve

conseguir envolver a capacidade reflexiva dos alunos promovendo diálogos e

discussões constantes, assim como comunicações orais e escritas dos resultados

do seu trabalho”. (MORAES, 1998, p.12).

Através dos tempos a Ciência vem legando ao homem uma série de

conhecimentos que tem contribuído fundamentalmente para o progresso da

humanidade. Neste aspecto é de se considerar como o alicerce onde se apoia

todo o avanço tecnológico que caracteriza a época atual.

A ciência é antes de tudo o conhecimento organizado, desenvolvido e

possuído pelo homem acerca do mundo em que vive. Não deve, pois causar

surpresa o fato da ciência ser um elemento primordial em nossas vidas.

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Os conteúdos científicos, com seu sistema hierárquico de inter-relações, parecem constituir o meio no qual a consciência e o domínio se desenvolvem, sendo mais tarde transferidos a outros conceitos e a outras áreas do pensamento. A consciência reflexiva chega à criança através dos portais dos conhecimentos científicos. (VYGOTSKY, 1987, p.79).

O ensino de ciências constitui um meio importante de preparar o estudante

para enfrentar os desafios que surgem de uma sociedade preocupada em integrar

as descobertas científicas ao bem estar dos indivíduos. Por isso, todos os

estudantes, quaisquer que sejam suas aspirações, seus interesses e suas

atividades futuras, devem ter a oportunidade de adquirir um conhecimento básico

das ciências naturais que lhe permita não só compreender e acompanhar as

rápidas transformações tecnológicas, como também, participar de forma

esclarecida e responsável de decisões que dizem respeito a toda sociedade.

O ensino de ciências constitui-se um meio para o aluno compreender as relações e inter-relações que se estabelece na sociedade entre homem- homem e homem-natureza, bem como suas respectivas implicações numa perspectiva histórica, numa busca constante de soluções de problemas individuais e coletivos. (MELO, 2000).

Sendo assim, a finalidade do estudo de ciências é fazer com que o

educando perceba-se como integrante e agente transformador do ambiente

identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo para a

melhoria do meio.

O processo de ensino e aprendizagem na área de Ciências pode ser

desenvolvido dentro de contextos sociais e culturalmente relevantes, que

potencializam a aprendizagem.

É responsabilidade da escola e do professor promover o questionamento, o

debate, a investigação, visando o entendimento da ciência como construção

histórica e como saber prático, superando as limitações do ensino passivo,

fundado na memorização de definições e de classificações sem qualquer sentido

para o aluno.

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Toda aprendizagem requer um acompanhamento por parte do professor,

para verificação do desempenho do estudante, seus avanços e seus

conhecimentos adquiridos, e isso se faz através de avaliações.

Segundo Nadal e Ferreira (1995, p.61), “Se a avaliação está diretamente

ligada ao processo de ensino e aprendizagem, não há dúvida de que precisa ser

continuamente realizada na modalidade formativa e, em especial, em sua função

diagnóstica”.

A avaliação da aprendizagem escolar é importante quando confere aos

alunos à possibilidade dos mesmos construírem suas próprias verdades e

valorizarem suas manifestações e interesses.

A prática da avaliação da aprendizagem, em seu sentido pleno, só será possível na medida em que se estiver efetivamente interessado na aprendizagem do educando, ou seja, há que se estar interessado em que o educando aprenda aquilo que se está sendo ensinado. (LUCKESI, 2005, p.99).

Aprender implica seriedade, dedicação, esforço, capacidade para

argumentar, criticar. É sobre isso que o aluno deve ser avaliado e não pela

quantidade de conteúdos que aprendeu. O papel do professor deve ser ativo,

dando suporte no processo de construção do conhecimento do aluno, e a

oportunidade de mostrar seu desempenho, porém evitando fazer do processo de

ensino e aprendizagem, apenas um instrumento de avaliação. Ao avaliar o que o

aluno aprendeu, o professor está avaliando também o que ele próprio ensinou.

Segundo Luckesi,

Para que a avaliação educacional escolar assuma o seu verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnóstico para o crescimento, terá de se situar e estar a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformação social e não com a sua conservação. (LUCKSI, 2005, p. 42)

Portanto é tarefa do professor buscar alternativas pedagógicas que

venham a contribuir para a superação das dificuldades dos educando no processo

de ensino e aprendizagem.

Percebendo que os resultados obtidos através das avaliações não foram

satisfatórios, o professor deve estabelecer estratégias de recuperação buscando

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novas ações pedagógicas, revendo e reorganizando os conteúdos, criando

condições para o envolvimento dos educando em atividades, e estimulando-os a

fazer as intervenções necessárias para assim garantir uma efetiva aprendizagem.

Vasconcellos (1989, p.74) afirma que numa perspectiva transformadora,

espera-se de uma avaliação, que os resultados obtidos através dela, sejam parte

de um diagnóstico e que as decisões tomadas para superar os resultados

encontrados busque intervir e superar os problemas dos alunos.

A LDB, não dá prioridade às notas dos estudantes com suas médias finais,

e sim prioriza os valores e atitudes adquiridas através da educação. Para isso a

LDB, propõe verificar as formas de avaliação que estão sendo feitas, sempre

observando e dando prioridade aos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

A avaliação da aprendizagem deve ser feita de modo a contribuir com a

formação do individuo como cidadão, respeitando sua individualidade,

proporcionando seu crescimento pessoal e intelectual.

É fundamental que o professor tenha sobre o aluno uma visão de um ser

dotado de capacidade intelectual, capaz de refletir, pesquisar, propor e realizar

experimentos, favorecendo seu próprio desenvolvimento, atuando como ser

autônomo, crítico, social e político.

Neste sentido, o presente trabalho propõe uma reflexão sobre o modo de

avaliar, embasado em estudos bibliográficos e norteado por indagações que

surgem no meio educacional, dando um novo enfoque às diversas formas de

avaliação para torná-la mais dinâmica e significativa para o aluno.

Levando-se em consideração, que a avaliação é uma etapa do processo

de ensino e aprendizagem e que não pode estar desvinculada a ele, deve-se

então elaborar uma avaliação que torne mais agradável sua realização por parte

dos alunos, propondo inovações nas formas de avaliá-los, buscando uma

melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem e deixando de lado apenas a

nota.

Os educadores devem reconhecer a avaliação do ensino e aprendizagem

como meio eficaz de transformação da estrutura escolar, contribuindo com a

melhoria da qualidade do ensino na área de ciências, levantando alternativas

metodológicas para uma melhor atuação do professor em suas práticas

avaliativas e exercitar na prática os passos de reelaboração das avaliações,

enfatizando a importância e utilização dos resultados.

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A avaliação deve ter como principal objetivo apoiar e ajudar o aluno no seu

processo de aprendizagem, voltando-se desta forma para o emprego de

instrumentos que evitem o fracasso escolar.

Tratando-se em especial da avaliação da aprendizagem, Freire (1982,

p.26) declara: “A avaliação não é o ato pelo qual A avalia B. É o ato por meio do

qual A e B avaliam juntos uma prática, seu desenvolvimento, os obstáculos

encontrados ou os erros e equívocos por ventura cometidos”.

Segundo Melchior,

As atividades avaliativas contribuem para o desenvolvimento intelectual, social e moral dos alunos serve, portanto de instrumento de diagnóstico de sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para sua aprendizagem. (MELCHIOR, 1999, p. 15).

A avaliação da aprendizagem deve permitir tomar decisões que melhore a

qualidade de ensino, identificando as ações que se desenvolvem e a necessidade

de constantes mudanças, deve servir também, para traçar os caminhos

percorridos pelos estudantes, a fim de diagnosticar seu desenvolvimento, suas

falhas na aprendizagem; não deve ser um obstáculo para o aluno e sim um

motivo a mais para que possa conhecer e melhorar seu desempenho.

Na medida em que as crianças realizam suas tarefas, efetivam muitas conquistas: refletem sobre suas hipóteses, discutem com pais e colegas, justificam suas alternativas diferenciadas. Esses momentos ultrapassam o momento próprio da tarefa. E, portanto, não se esgotam nelas. (HOFFMANN, 1993, p.61)

É importante que o professor esteja atento para avaliar todos os momentos

de ensino que ocorrem na sala de aula. Cada tarefa pedida aos alunos pode ser

avaliada através de atividades diversificadas que permitem a verificação dos

conhecimentos adquiridos ou não por eles.

É necessário, portanto construir instrumentos que permitam acompanhar

as atividades no dia-a-dia dos alunos, considerando seu interesse, sua

responsabilidade, sua curiosidade, bem como a sua capacidade de observar e

investigar, discutir ideias, formar conceitos e buscar novos conhecimentos.

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2 Desenvolvimento

O presente trabalho desenvolveu-se de acordo com os princípios políticos

pedagógicos da SEED e foi norteado pelas Diretrizes Curriculares do Estado do

Paraná tendo como principal instrumento o grupo de estudos, onde professores

refletiram e debateram sobre o tema avaliação.

O trabalho foi realizado com professores do Colégio Estadual Parigot de

Souza – Ensino Fundamental e Médio, observando os princípios norteadores do

Projeto Político Pedagógico do Colégio.

No sentido de atingir o objetivo pretendido, o presente estudo foi norteado

pela seguinte estratégia de ação:

- Reunião com a equipe pedagógica do colégio, e posterior apresentação

do trabalho à comunidade escolar;

- Planejamento das atividades com os professores das disciplinas afins

envolvidos, no sentido de buscar novas metodologias para a realização de suas

avaliações;

- Leituras de textos sobre avaliação contemplando autores como Cipriano

Luckesi, Jussara Hoffmann, Celso Vasconcellos e outros que tratam deste

assunto, deram embasamento teórico necessário aos professores levando-os a

refletir suas práticas sobre a avaliação da aprendizagem.

O projeto teve o acompanhamento da equipe pedagógica da escola que

participou desde a implantação, até a avaliação do desempenho e publicação dos

resultados finais.

A apresentação do projeto iniciou-se com uma reunião envolvendo a

direção do colégio, professores, funcionários e equipe pedagógica. No primeiro

momento foram apresentados os objetivos do projeto, as estratégias de ação e a

forma como o mesmo seria executado. Através desse encontro foi possível

chamar a atenção dos professores para sua participação na implementação do

mesmo.

Para a implementação do presente trabalho houve uma

interdisciplinaridade com outros três professores PDE, das disciplinas de

Ciências, História e Pedagogia. O trabalho foi dividido em duas etapas: uma

presencial (24 horas) e outra a distância (36 horas) através do Moodle da

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UNICENTRO, onde os professores puderam participar de fóruns e diários sobre o

tema avaliação, trocando com outros participantes suas experiências quanto aos

temas propostos. A etapa presencial ocorreu paralelamente com a etapa à

distância, onde os participantes desenvolveram as atividades previstas no

material didático nas duas modalidades.

Para o desenvolvimento das atividades pedagógicas foram utilizados os

seguintes recursos metodológicos: questionário para conhecimento prévio (pré-

teste), apresentação de vídeos na TV Multimídia, estudo e discussão de textos

sobre avaliação como:

* Saber Avaliar,

* Finalidades da Avaliação,

* Técnicas e Instrumentos de Avaliação,

* As Práticas Avaliativas no Cotidiano Escolar e

* Conselho de Classe, os quais se encontram no Caderno Pedagógico, material

destinado à implementação.

* Questionário pós-teste.

* Fórum e diário realizado pelos participantes através do Moodle da UNICENTRO,

sobre o tema avaliação.

* Leitura e debate de textos sobre avaliação entre os professores, nos encontros

presenciais.

3 Discussão dos resultados

Após a realização de todas as atividades realizadas pelos professores

participantes, no período de implementação, avaliaram-se os resultados do

projeto, quanto aos temas propostos:

a) Questionário de investigação: esta atividade teve o objetivo de identificar os

conhecimentos prévios dos professores a respeito do tema abordado. Para isso,

estes receberam um questionário como pré-teste e pós- teste com as seguintes

perguntas:

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1. Para você Professor o que significa avaliar?

Analisando as respostas dos professores para esta questão, percebe-se no

pré-teste que 20% dos educadores responderam de forma satisfatória,

demonstrando ter lido e refletido sobre este assunto, conforme podemos ver em

suas respostas:

Prof. “X” _ Mesmo diante de estudos e debates sobre o processo avaliativo, na

maioria das escolas, esta ainda é refém de uma concepção psicométrica da

inteligência, ou seja, a avaliação é encarada como medida quantitativa do que o

aluno aprendeu mediante o ensinamento do professor. A conscientização dos

profissionais sobre a valorização do conhecimento adquirido pelo aluno durante

todo o processo e não somente durante uma prova ou trabalho é de grande

importância para seu crescimento, assim como a retomada de conteúdos ,

sempre que julgar necessário.

Prof. “Y” _ O momento da avaliação deve ser também de aprendizagem,

principalmente no momento da devolução em que é oportunizado ao aluno rever

os erros cometidos. Costumo dizer que aos alunos é permitido errar, mas devem

aprender com os erros.

Prof. “Z” _ A avaliação é um processo que deve ocorrer constantemente, o

educador deve proporcionar a aprendizagem do aluno, sempre verificando onde

está o problema, quais as maneiras de solucionar e os objetivos que devem ser

traçados. Os conteúdos devem ser trabalhados de maneira dinâmica e criativa. A

avaliação deve ser chamativa, estimular no aluno prazer ou mera vontade em ser

avaliado. Em muitos casos a única nota que o aluno tem é a das avaliações que

faz ao longo do bimestre e isso deve mudar.

Porém, 80% dos professores demonstram ter uma concepção de avaliação

com base em medir conhecimento, não como um processo investigativo e de

acompanhamento, isso é visível em suas afirmações:

Prof. “A” _ Avaliar significa verificar o que o aluno aprendeu daquilo que lhe foi

ensinado. A avaliação é uma exigência do sistema.

Prof. “B” _ Avaliar é atribuir nota de acordo com o conhecimento adquirido pelo

aluno, durante o período de aprendizado. Avaliamos e damos notas, pois estas

devem aparecer no boletim escolar do aluno.

Prof. ”C” _ Avaliar é uma forma de sondar o aprendizado do educando.

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Prof. “D”_ Avaliar significa verificar os avanços dos estudantes.

Após o trabalho de estudo e discussão realizado junto aos professores

envolvidos no projeto, no pós-teste, 100% responderam de forma satisfatória,

onde foram dadas as seguintes respostas:

Prof. “A” _ A avaliação é parte fundamental para o processo de ensino e

aprendizagem. É a partir dele que o professor tem condições de conhecer melhor

seu aluno e acompanhar seu desenvolvimento.

Prof. “B” _ Avaliar é investigar para intervir. A avaliação oportuniza a todos os

envolvidos no processo educativo momentos de reflexão sobre a própria prática.

Prof. ”C” – A avaliação deve ser entendida como um recurso a mais e não como

única fonte de sondagem do ensino e aprendizagem, pois esta permite o

acompanhamento do rendimento escolar de cada aluno.

Prof. “D” _ A avaliação é algo visto não como forma de classificar o aluno e sim de

perceber se este assimilou e entendeu os conteúdos propostos.

Ao fazer uma comparação das respostas dadas pelos professores no pré-

teste e pós-teste, percebe-se uma evolução e mudança de concepção, isso é

demonstrado pela utilização de novos argumentos, demonstrando um maior

conhecimento em relação ao tema proposto. Diante disso, percebe-se que o

trabalho realizado junto a estes docentes trouxe resultados satisfatórios, pois os

mesmos tiveram a oportunidade de refletirem sobre sua ação pedagógica.

Verificou-se também, um maior conhecimento em relação ao tema proposto,

respostas estas que vem ao encontro do pensamento de Luckesi (2005, p. 66),” A

avaliação da aprendizagem existe propriamente para garantir a aprendizagem do

aluno. Ela tem a função de possibilitar a qualificação da aprendizagem do

educando”.

2. Como estou avaliando os diferentes níveis de aprendizagem?

No pré-teste essa pergunta foi respondida por 80% dos participantes, cujas

afirmações podemos classificar pela proximidade das ideias em três categorias A,

B e C.

Categoria A- Agrupa aqueles docentes que tomam por base o tempo de

permanência do aluno com o professor e suas afirmações giram em torno de

argumentos como: “fica difícil com turmas numerosas avaliar de forma precisa os

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diferentes níveis de aprendizagem, uma vez que os professores ficam apenas 50

minutos em sala de aula”.

Categoria B - Agrupa docentes que olham para a quantidade de conteúdo a

ser trabalhado, conforme expressam em suas afirmações: “Minha maior

dificuldade é conciliar o número de aulas semanais com a quantidade de

conteúdo a ser trabalhado, revisões e avaliações. Tenho noção de que o

conteúdo a ser dado deve vir ao encontro com as necessidades da comunidade,

porém em uma sociedade cheia de provas e avaliações para concursos, Enem,

vestibulares..., como não trabalhar o máximo de conteúdo possível? Ou então

como trabalhar por tantas vezes o mesmo conteúdo em um espaço de tempo tão

curto analisando as diferenças individuais, ou seja, os vários níveis de

aprendizagem”?

Categoria C - Agrupa professores que percebem que há alunos em

diferentes estágios de aprendizagem, porém não encontram meios metodológicos

para a avaliação divido as condições de trabalho, suas afirmações giram em torno

de argumentos como: “Em turmas numerosas e com poucas aulas semanais,

avaliar individualmente não é tarefa fácil, não devemos esquecer também que

temos alunos de diferentes etapas de aprendizagem e avaliá-los com precisão,

verificando cada nível de aprendizagem, retomando conceitos não aprendidos, faz

com que não cumprimos com nosso planejamento no final do bimestre, sem

dúvida é uma tarefa bastante difícil”.

O trabalho de aplicação do projeto junto aos docentes foi realizado e após

todas as leituras, reflexões e discussão sobre avaliação, no pós-teste, as

respostas foram dadas de forma que os educadores demonstraram maior

interesse em avaliar seus alunos levando em conta os diferentes níveis de

aprendizagem. Segundo as respostas dos professores constatou-se que 100%

dos docentes tem sua visão focada na contribuição da avaliação na

aprendizagem, desaparecendo os argumentos no sentido de encontrar

empecilhos para uma avaliação mais profunda conforme segue: “Acredito que

quanto mais instrumentos o professor utilizar para avaliar os diferentes níveis de

aprendizagem melhor, pois assim pode-se perceber se o aprendizado se deu

realmente”; “Avaliar é investigar para intervir. Portanto, para realizar essa tarefa, o

professor poderá construir os mais variados instrumentos, com a condição de que

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sejam bem elaborados e adequados as suas finalidades. Dessa forma, serão

coletados verdadeiramente os dados da aprendizagem dos alunos, o que

garantirá por sua vez, um juízo correto sobre a aprendizagem, e a sua retomada,

caso seja necessário”.

Usando novos métodos de avaliar, os professores demonstram que estão

realmente preocupados com o aprendizado de seus alunos, garantindo que todos

tenham acesso ao conhecimento. A palavra de Esteban (1999, p.22) vem ao

encontro de seus propósitos. “É fundamental que a avaliação deixe de ser

instrumento de classificação, seleção e exclusão social e se torne uma ferramenta

para professores comprometidos com a construção coletiva de uma escola de

qualidade para todos.”

3. Como verificar o que de fato seus alunos ainda não aprenderam?

Para analisar esta questão foi possível dividir os professores segundo as

suas afirmações em dois grupos, sendo A e X. No grupo A estão 85% dos

professores que no pré-teste afirmaram avaliar seus alunos tanto individual como

em grupo e sempre que os mesmos não assimilarem o conhecimento, esse é

retomado e trabalhado usando novos métodos e técnicas, oportunizando ao aluno

rever seus erros e aprender partindo deles. No grupo X estão 15% dos

professores, os quais responderam argumentando que apesar de trabalharem

com critério de avaliações diferenciados os alunos acabam não assimilando os

conteúdos, pois não estudam nem para recuperação.

Algumas respostas de professores do grupo A:

Prof. “A” Procuro sempre avaliar como um todo não somente pela prova

escrita que ele realizou, procuro corrigir sempre individualmente e depois em sala

para que ele consiga verificar o que errou e aprender com os erros. Gosto de

avaliar através de textos, pois assim o aluno pode escrever tudo o que aprendeu

não somente o que nós achamos que é necessário.

Prof. “B”_ A nossa pratica pedagógica deve ser revisada sempre, pois

depende das nossas ações o desenvolvimento do aluno. Adotar uma prática em

que realmente chame a atenção do aluno e que esse realmente aprenda é um

sonho que devemos conquistar, mas para isso é preciso que a escola como um

todo participe e realmente mostre que tem potencial para vencer.

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Prof. “C” - Avaliar é uma atitude presente na vida humana em vários

aspectos, o "julgar", o "comparar", fazem parte de nosso cotidiano. Na escola,

estamos avaliando o tempo todo e com isso classificamos, aprovamos e

exaltamos ou reprovamos e rebaixamos nossos alunos. Precisamos entender o

que precisa ser mudado, revisto para mudar o nosso jeito de avaliar. Acredito que

conhecer melhor o assunto já é um começo para essa mudança. Talvez não

precisemos mudar as maneiras e os critérios de avaliar, apenas interpretá-los de

modo diferenciado, com um olhar mais crítico e cuidadoso, auxiliando o aprendiz

nesse processo.

Algumas respostas de professores do grupo X:

Prof. “X”- Desde que comecei a trabalhar penso nessa questão,

precisamos recuperar e recuperar e como fica o conteúdo? Eu concordo com a

recuperação, mas acho o sistema de ensino, contraditório, devemos trabalhar

com qualidade e não com quantidade, porém ficar a todo o momento só

recuperando os alunos fracos estamos deixando os “melhores” sem a atenção

que merecem.

Prof. “Y” - O que me preocupa é que na correria do dia-a-dia, não temos

tempo para fazer mais leituras sobre como avaliar melhor nossos alunos,

procurando solucionar as dificuldades encontradas. Precisamos buscar novas

informações, novos métodos de avaliar que possam nortear nosso trabalho. A

sobrecarga de tarefas, conteúdos a serem vencidos, nota a serem entregues,

cobrança dos pais, nos levam a continuar com nossas provas descritivas,

dissertativas e o jeitinho tradicional de "avaliar", continua.

Após os trabalhos realizados junto aos professores durante a

implementação do projeto, onde foi dado espaço para a reflexão e para o debate

do tema abordado nesta questão, no pós-teste 100% dos participantes, expõem

suas ideias com uma visão diferente, demonstrando confiança na sua forma de

avaliar, conforme depoimento de alguns:

Prof. “B” do grupo A- A verificação da aprendizagem do aluno deve ser de

forma que o mesmo se sinta capaz de realmente mostrar que aprendeu, mas para

isso o professor deve levar novos métodos para fazer o aluno assimilar o

conteúdo. Conhecer as dificuldades dos alunos faz parte do nosso dia a dia

enquanto professor.

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Prof. “Y” do grupo X - Penso que a avaliação deve ser vista como um

processo de investigação dos conhecimentos construídos e das dificuldades que

os alunos ainda apresentam. A partir daí, teremos os principais pontos que

precisam ser retomados. Mas as avaliações devem ser diversificadas, não sendo

apenas provas escritas, pois alguns alunos "travam" em dia de prova, no entanto,

adquiriram conhecimento, dessa forma devem ser avaliados de outras maneiras

para não serem prejudicados.

Analisando as respostas do pós-teste, verifica-se que os professorem tem

clareza de que verificar o que seus alunos realmente aprenderam é tarefa

importante no processo de aprendizagem e que os mesmos se encontram

dispostos a mudar de atitudes diante das dificuldades que possam encontram

nesse processo. “Segundo Luckesi (2005)... Avaliação bem feita e válida é aquela

que está relacionada aos objetivos de ensino e traz perguntas que abordam tudo

o que foi ensinado. Ela permite que o aluno descreva o que aprendeu ou deixou

de aprender”.

As respostas dadas no pós-teste, revelam que os professores estão

preparados para aplicar novos métodos e técnicas no que se refere á

aprendizagem dos alunos.

4. Como analisar os resultados das estratégias de avaliação?

Esta pergunta foi feita no pré-teste para os participantes envolvidos no

projeto, sendo que para 90% dos docentes, os resultados das estratégias de

avaliação, são muito importantes, pois revelam ao professor seu desempenho na

prática pedagógica.

As respostam demonstram essa preocupação:

Prof. “A” - É de fundamental importância que sejam avaliados os resultados das

estratégias de ações, pois através deles os professores podem conhecer técnicas

que auxiliem os alunos no desempenho de suas atividades, pois em alguns casos

é preciso ensinar ao aluno técnicas específicas para minimizar suas dificuldades.

Prof. ”B” - Os professores devem conhecer técnicas e estratégias que auxiliem os

alunos a terem melhor desempenho, através das atividades desenvolvidas,

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buscando melhoria na atenção da criança, bem como um programa pedagógico

específico e acompanhamento individual, quando necessário.

Prof. “C”- O sucesso na sala de aula exige uma série de estratégias, onde

crianças com dificuldades na aprendizagem possam ter acompanhamento

individual, com por exemplo, algumas mudanças na arrumação da sala de aula

em que o aluno estuda, a utilização de um professor auxiliar, programas especiais

que possam ser utilizados dentro e fora do ambiente escolar, enfim tudo e que

possa favorecer um melhor desempenho de suas atividades e uma melhor

aprendizagem.

Porém, 10% dos participantes acreditam que as estratégias não são tão

importantes no momento de avaliar seus alunos, conforme citam:

Prof. - ”W” Acredito que usando novas estratégias no momento de avaliar meus

alunos, não estou colaborando para sua aprendizagem, devo usar as mesmas

estratégia que uso no meu dia a dia.

Prof. “X” Penso que se o professor modifica uma unidade para incluir diferentes

tipos de avaliação, pode confundir seu aluno no momento da avaliação.

Refletindo e debatendo sobre o tema, em estudo no período de

implementação, 100% dos professores no pós-teste revelam novos

posicionamentos quanto as estratégia de ação, conforme declaram os

professores W e X, que no pré-teste não viam muita importância no uso de

diferentes estratégias.

Prof. “W”- Cada estratégia oferece métodos e instrumentos específicos. É muito

importante, porém compreender suas diferentes finalidades e como utilizar os

resultados. Não é necessário usar todas as estratégias numa mesma categoria,

entretanto todas devem ser incluídas em um plano de avaliação.

Prof.- “X”-As estratégias são utilizadas para avaliar a capacidade dos alunos em

produzir trabalhos de boa qualidade, muitas delas, fornecem registro sobre a

evolução da aprendizagem ao longo do tempo. Possibilita também investigar o

conhecimento prévio do aluno, suas capacidades, atitudes e concepções sobre o

tema em estudo. Permite ainda avaliar as necessidades de aprendizagem de

cada aluno.

Comparando as respostas dadas no pré-teste e pós-teste verifica-se um

grande avanço nas informações obtidas e citadas pelos participantes no que se

refere ao tema. Isso nos mostra que os professores evoluíram em suas

20

concepções sobre o tema proposto e que o envolvimento dos mesmos no

processo de reflexão realizado levou a ganhos de qualidade no ensino, que de

forma indireta também repercute no processo de ensino aprendizagem dos

alunos.

5. Como trabalhar as diferenças em sala de aula?

A análise desta questão permitiu dividir os professores segundo as suas

afirmações em dois grupos, sendo A e X. No grupo A estão 90% dos professores

que no pré-teste afirmaram trabalhar com as diferenças e demonstram conhecer o

tema. No grupo X estão 10% dos professores, eles demonstram encontrar

algumas dificuldades em trabalhar essas diferenças.

Algumas afirmações de professores do grupo A:

Prof. “A”- Para que a avaliação sirva à aprendizagem, o professor deverá

conhecer seus alunos, identificando as diferenças, trabalhando também de forma

diferente entre os mesmos para então poder sanar suas dificuldades.

Prof. “B ” - Como professor procuro constatar se o estudante aprendeu o

que ensino e então verifico suas dificuldades, retomando os conceitos não

assimilados, pois a aprendizagem ocorre de forma diferente em cada aluno e as

diferenças individuais devem ser consideradas.

Prof. ”C”- A avaliação faz parte do ambiente natural de aprendizagem e

deve ocorrer naturalmente levando em consideração as diferenças individuais

dos educandos e oferecendo-lhes alternativas de aprendizagem, preocupando-se

com o desempenho final dos alunos, sempre buscando a aprendizagem do

mesmo.

Algumas respostas de professores do grupo X:

Prof. “X” – Turmas numerosas e indisciplinadas geram muito trabalho e os

alunos que precisam de maior atenção, acabam sendo prejudicados, pois o

professor perde mais tempo chamando a atenção do que orientando a

aprendizagem dos alunos.

Prof. “Y”- Uma das dificuldades em se trabalhar as diferenças individuais

dos alunos, encontra-se justamente na dificuldade que o próprio professor tem em

trabalhar de forma diferente, pois o mesmo não recebeu formação para trabalhar

de uma só vez com todas as diferenças encontradas em uma mesma sala de

aula.

21

Após o trabalho de estudo e discussão realizado junto aos professores

envolvidos no projeto, no pós-teste, 100% responderam de forma satisfatória,

onde foram dadas as seguintes respostas:

Prof. ”X” - O professor deve conhecer os seus alunos, seus avanços e

dificuldades, e então descobrir o que é preciso mudar, tanto por parte do

educando como do educador, para então garantir melhor desempenho entre

ambos e proporcionar um ensino e aprendizado de qualidade.

Prof. “Y” - A preocupação de professor na sala de aula, deverá ser com

uma educação de qualidade para todos sem distinção, uma educação em que o

conhecimento tenha prioridade para o estudante, sempre respeitando as

diferenças individuais dos mesmos, tornando-os pessoas prontas para atuar na

sociedade, evitando o recurso da evasão e repetência.

Diante dos argumentos citados pelos professores, podemos concluir que o

desempenho dos docentes, isto é, sua resposta frente às atividades realizadas

junto a eles sobre avaliação surtiu efeito. Pois no pós-teste as suas afirmações

tem outro nível de compreensão, a forma de se expressar é mais elaborada,

demonstrando domínio do tema.

6. Caso a avaliação mostre que há conteúdos não aprendidos, como

retomar estes conteúdos sem deixar de cumprir o programa?

A pergunta foi feita aos participantes do projeto e no pré-teste 15% dos

mesmos responderam baseados em suas experiências de sala de aula que

trabalhar cumprindo um programa e tendo de fazer avaliações e recuperação

quase que diariamente, fica muito difícil, pois as diferenças de aprendizagem são

muitas, toma muito tempo e nem sempre acaba dando tempo para cumprir o

programa, as respostas mais representativas e que em expressam o pensamento

deste grupo, encontra-se abaixo:

Prof. “A”- Sem dúvida devemos retomar o conteúdo e rever outra forma de

ensinar e avaliar caso seja necessário, porém deixar o programa de lado, é muito

complicado, uma vez que o sistema nos cobra um planejamento e devemos

segui-lo.

Prof. “B”- É importante que o professor utilize no decorrer de suas aulas várias

formas de ensinar e avaliar, retomando sempre os conteúdos não apreendidos

22

pelos estudantes, porém não devemos deixar de lado o planejamento, pois isso

nos será cobrado pelo sistema de ensino.

Porém, 85% dos envolvidos têm argumentos diferentes em relação à

questão, onde destacamos as que contemplam as ideias deste grupo de

docentes, conforme citam:

Prof. “X” – A função social da escola é preparar o aluno, garantindo o

aprendizado. O planejamento das atividades deve vir de encontro com o

aprendizado do aluno. A avaliação tem a função de verificar se realmente houve

assimilação de conteúdos e caso isso não ocorra há a necessidade de uma

retomada para sanar possíveis falhas, pois o conhecimento adquirido por ele, na

escola deve contribuir para o mesmo atuar na sociedade, como cidadão crítico e

participativo.

Prof. “Y” – A avaliação é uma maneira de verificar se o aluno realmente aprendeu

o que o professor ensinou, ela deve estar a serviço da aprendizagem para que

possa atingir todos os objetivos pretendidos. Caso o aprendizado não ocorra, o

professor deve valer-se de outros métodos e critérios, tanto para ensinar como

para avaliar seu aluno. O programa a ser vencido pelo professor deve ser flexível,

e de nada adianta vencer conteúdos, se estes não forem assimilados pelos

alunos.

Prof. “Z” – A avaliação é um instrumento para diagnosticar o aprendizado do

aluno, levando em consideração a maneira que o professor trabalha com os

conteúdos, buscando alternativas, caso o aluno não aprenda, utilizando diferentes

metodologias para atingir o aprendizado do aluno. No caso do programa a ser

vencido, acredito que o professor não deva passar para o conteúdo seguinte sem

que o aluno tenha assimilado o que se esta ensinando no momento.

Após analise e debate do assunto no grupo de estudo, onde todas as

estratégias previstas no projeto foram aplicadas, as quais se encontram

embasados em autores que falam sobre o tema avaliação foi aplicado o pós-teste.

Segundo as respostas dadas pelos docentes envolvidos, 100% dos professores,

responderam de forma satisfatória à pergunta dando respostas como as que

seguem.

Prof. ”A” – É preciso trabalhar as dificuldades dos alunos individualmente em

atividades diversificadas, dentro da própria sala de aula, assim que elas

aparecem, sem deixar que as mesmas se acumulem, pois o trabalho gradativo vai

23

contribuir para sanar as dificuldades e seguir para outra etapa. Quanto ao

planejamento, este deve ser flexível e de acordo com a aprendizagem dos

educandos.

Prof. “B” - Devemos retomar os conteúdos de um jeito novo, diferente, com novos

métodos e técnicas, pois a forma de ensinar adotada pelo professor,

provavelmente não foi suficiente para que o aluno adquira o conhecimento

desejado. Deve-se então rever a matéria de forma que a mesma possa

proporcionar aos educandos uma nova forma de sanar suas dificuldades. O

professor deve orientar seus alunos no sentido de que eles mesmos encontrem a

maneira mais fácil para adquirir o conhecimento, isto pode ser feito individual ou

através de grupos de estudos, onde uns aprendem com os outros. O

planejamento deve vir de encontro com as expectativas de aprendizagem dos

mesmos.

Prof. “C” - Caso o professor detecte alguma dificuldade, este deve propor ações

alternativas, retomando tanto os conteúdos não assimilados como as avaliações e

adotar novas metodologias usando outros recursos pedagógicos, procurando

ajudar aqueles que não estão conseguindo adquirir os conhecimentos que lhe são

propostos.

Fazendo-se uma analise comparativa das respostas dadas pelos

professores no pré-teste e pós-teste percebe-se que houve um grande avanço no

modo de pensar e agir dos profissionais da educação sobre o tema em questão, o

qual vem ao encontro do pensamento de Vasconcellos quando diz: “No seu

verdadeiro sentido, a avaliação sempre faz parte do processo de ensino-

aprendizagem, pois o professor não pode propiciar a aprendizagem a menos que

esteja constantemente avaliando as condições de interação com seus

educandos.” (Vasconcellos, 1998a, p.59).

Diante disso, pode-se perceber a eficácia das atividades desenvolvidas

junto a estes docentes, onde a reflexão sobre a ação pedagógica leva a melhores

resultados e influi na mudança de concepção dos docentes.

7. Como avaliar a recuperação paralela de minha turma?

A recuperação paralela sempre foi tema de debate entre os profissionais da

educação, na tentativa de buscar soluções para que a mesma seja uma

ferramenta avaliativa, não mais uma forma de “dar nota” aos alunos.

24

Sendo assim, no pré-teste os professores responderam que ficam

preocupados com os educandos, uma vez que muitos não estudam para as

provas e buscam na recuperação paralela uma nova chance de tirar nota e não

como uma nova oportunidade de aprender, esta concepção esta presente em

25% dos docentes antes do grupo de estudo, conforme demonstram em suas

respostas.

Prof. “A” – Muitos alunos ao pegarem a prova, mesmo antes de ler, já perguntam

sobre a recuperação, tipo: “vai ter recuperação?” Pensam que se não tirar nota

agora não faz mal, ainda tem outra chance.

Prof. “B” – Na maioria das vezes os alunos tiram notas mais baixas na

recuperação paralela do que na primeira prova isso só reforça o que já sabemos a

grande maioria de nossos alunos não estuda.

Prof. “C” – É muito frustrante para o professor, saber que o aluno faz uma prova

mal feita pensando na recuperação, mais frustrante ainda que essa recuperação

na maioria dos casos tem piores resultados. O professor perde tempo revendo

conteúdos, organizando outra forma de avaliar e o aluno não está nem aí para o

estudo.

Os outros 75% dos professores responderam no pré-teste que apesar de a

recuperação paralela não ter 100% dos resultados esperados acreditam que os

alunos precisam de uma nova forma de ser avaliados.

Prof. ”D” – Sei que a recuperação paralela não recupera 100% dos alunos, porém

esta deve ser feita, levando-se em conta de que temos alunos com dificuldades

diferentes e o que não serve para um talvez seja eficaz para outro.

Prof. ”E” – Avalio através da recuperação paralela as atividades que os alunos

não acertaram na prova, pois acredito que devem rever estes conteúdos para que

a aprendizagem realmente aconteça.

Diante das respostas dadas no pré-teste, as mesmas formam refletidas e

discutidas pelos participantes, que após a leitura de textos e a troca de ideias

sobre o assunto, 100% abordaram o tema, em suas respostas no pós-teste com

novos argumentos e outra posição em relação à recuperação paralela, conforme

vemos abaixo.

Prof. A - O professor deve fazer o encaminhamento dos alunos para a

recuperação paralela, sempre visando seu aprendizado. A avaliação após o

trabalho de recuperação deve ser diferenciada, assim como o trabalho a ser feito

25

na recuperação também, devem ser usados outros critérios e mecanismos para

avaliar os educandos, procurando atender a diversidade e os ritmos de

aprendizagem de cada um.

Prof. B - Em primeiro lugar o professor deve identificar os alunos que necessitam

de recuperação paralela para superar suas dificuldades e oferecer a estes

oportunidades de aprendizagem, através de outros métodos e técnicas de ensino,

bem como propor novas formas de avalia-lo, redirecionando as ações de modo

que as dificuldades diagnosticadas possam ser superadas e o aprendizado

aconteça.

Prof. C - Procuro fazer a recuperação paralela de meu aluno diariamente, assim

que noto que o conteúdo proposto não foi assimilado, onde faço revisões,

esclareço suas dúvidas sobre o tema não assimilado, fazendo nova avaliação,

utilizando novas abordagens e exemplos, aplicando exercícios de fixação, tarefas

de casa. Volto atrás, revendo tudo àquilo que o aluno deveria aprender, mas não

aprendeu.

Percebe-se que ocorreu uma mudança na visão os professores, isto é,

suas afirmações estão mais alinhadas com a forma de pensamento dos diversos

pesquisadores de área de educação, sendo mais coerentes com o que se pensa

e afirma sobre a avaliação nos dias atuais.

8. Como dar um novo enfoque em sala de aula às diversas formas de

avaliação para torná-la mais dinâmica e significativa para o aluno?

Em relação a essa pergunta, no pré-teste, 30% dos participantes

expressaram suas angústias no momento de avaliar, relatando que o tema

avaliação deixa muitas dúvidas para os professores, existem muitos estudos,

teorias, mas na prática sempre ficam na dúvida se estão avaliando corretamente.

Há dúvidas quanto a melhor forma de avaliar, diante disso, muitos

questionamentos surgem como relatam estas professoras:

Prof. “A”_ Avaliar a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno é o que devemos

considerar, mas o sistema exige uma nota; como atribuir essa nota? Que nota?

Como avaliar no dia a dia cada aluno? Convenhamos que nossa missão não é

muito fácil.

26

Prof. “B” _ Avaliar é um constante desafio, pois vivemos num mundo onde tudo

deve ser rápido, seguir apenas alguns passos, obter resultados imediatos e nem

sempre se consegue o melhor.

Os demais participantes 70% veem a avaliação da aprendizagem como

algo que deve ocorre paralelamente com as atividades desenvolvidas no dia a

dia, onde eles sugerem:

Prof. “X” _ O educador deve avaliar o educando no seu dia a dia escolar e não

somente através de “provas”, as quais são consideradas classificatórias, alguns

professores apresentam dificuldades em mudar sua maneira de avaliar,

encontrando certa resistência por parte dos alunos que historicamente estão

habituados a ser avaliados por “provas” e não de forma diária.

Prof. ”Y” _ A avaliação deve acompanhar os processos de aprendizagem,

compreendendo como ela está se concretizando. Para que tenha sentido, ela

deve ocorrer constantemente e não apenas com um único tipo de instrumento a

"prova".

Prof. ”Z” _ Para que a avaliação se torne mais dinâmica e objetiva, ela deve ser

continua, integrada às atividades realizadas em sala de aula, voltada para a

verificação dos avanços e das dificuldades dos alunos.

No entanto, depois de desenvolvidas as atividades de implementação,

refletido e discutido sobre a questão, 100% dos participantes demonstraram uma

nova visão em relação ao tema, conforme abordam nas respostas dadas:

Prof. “A” _ A avaliação deve ser realizada de forma contínua e não fragmentada,

deve também levar em conta os saberes já adquiridos pelo aluno, com o objetivo

de identificar e promover a aprendizagem dos mesmos, em relação ao

planejamento escolar, esta, não deve priorizar tão somente o resultado, mas sim,

verificar a aprendizagem e dificuldades encontradas, onde o professor deverá

buscar a melhor forma para a solução das mesmas, promovendo novas

alternativas para o aprendizado.

Prof. “B” _ As avaliações são procedimentos rotineiros e constituem-se numa

forma de confirmar o trabalho educacional que está sendo realizado, são muito

importantes, porque orientam o ensino, integram-se ao processo de ensino e

aprendizagem, melhorando assim a qualidade do mesmo. A avaliação deve ter

como principal objetivo verificar o crescimento e o desenvolvimento do educando

como ser humano.

27

Analisando e comparando as respostas dadas no pré-teste e no pós-teste,

verificou-se uma mudança de mentalidade em relação ao modo de trabalhar a

avaliação em sala de aula. A avaliação passa a ter um novo sentido dentro do

processo de ensino e aprendizagem, onde os docentes se preocupam em buscar

novas formas de avaliar, buscando aprimorar o conhecimento, priorizando o

desenvolvimento do educando, conforme cita Vasconcellos.

Avaliação é um processo de captação das necessidades, a partir do confronto entre a situação atual e a situação desejada, visando uma intervenção na realidade para favorecer a aproximação entre ambas. Avaliar é ser capaz de acompanhar o processo de construção do conhecimento do educando, para ajudar a superar obstáculos. (VASCONCELLOS, 1998b, p. 85)

Neste sentido, esta pequena parcela de professores com os quais foi

raizada esta incursão pelo mundo da avaliação, revela a necessidade de

mudança na forma de conceber o processo de ensino aprendizagem e ver que a

avaliação esta inserida dentro deste contesto. A avaliação é muito importante e se

faz necessária, para tentarmos resgatar a motivação dos nossos alunos e sua

participação nas aulas para que dessa maneira obtenhamos melhores resultados

no ensino como um todo.

4 Considerações finais

O trabalho realizado tornou possível refletirmos sobre a visão de

professores frente às diferentes concepções da avaliação da aprendizagem e a

sua importância para a aquisição e desenvolvimento da mesma, bem como

analisar o conhecimento dos educadores em relação à prática avaliativa adotada

em escolas públicas e a possibilidade de adotar novos métodos e técnicas de

avaliar, proporcionando aos alunos ganhos de aprendizagem, bem como

despertou nos educadores o gosto pelo estudo do tema proposto, gerando

discussões, reflexões, posicionamentos e envolvimento dos mesmos na

construção do conhecimento.

28

Um trabalho de educação bem elaborado deve promover nos educadores

uma mudança de postura em relação à forma de avaliar dando-lhes uma maior

autonomia para agir em relação aos critérios e instrumentos utilizados no

momento de avaliar.

O conhecimento sobre avaliação induz o professor, no sentido de mudar

sua prática avaliativa, buscando sempre a melhoria na qualidade do ensino e da

aprendizagem. Dessa forma, é de fundamental importância a conscientização dos

profissionais da educação sobre os reais objetivos das avaliações e das

mudanças que estas devem ter para que seus objetivos sejam alcançados.

A escola precisa, através dos educadores, realizar a tarefa de analisar e

propor as mudanças necessárias para um trabalho de compreensão dos

educadores no sentido de entender que, por ser pública, a escola é de todos, e

proporcionar a permanência dos educandos na mesma, trabalho este de ação

coletiva, onde devem participar todos os profissionais da educação.

O presente trabalho veio possibilitar a busca de novas alternativas, para

que o processo avaliativo aconteça, transcorrendo num clima de harmonia e

tranquilidade, na busca de avaliações transformadoras, mediante uma abordagem

reflexiva, onde a mesma seja desenvolvida de forma contínua, processual,

formadora e diagnóstica. Revelou também, a necessidade de investir tempo para

estudos e reflexões sobre a prática educativa, pois as concepções de avaliação

dos docentes precisam ser trabalhadas, pois existem grandes lacunas a serem

preenchidas e dificuldades a serem sanadas para termos uma avaliação conforme

teorizada pelos pesquisadores da área de educação.

Contudo, essa pesquisa não é uma obra concluída e acabada, espera-se

que a mesma possa trazer outros questionamentos, reflexões e contribuições que

sirvam como subsídio para e o desenvolvimento e o estudo de novas pesquisas

sobre o real sentido da avaliação da aprendizagem.

5 Referências

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