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IRC – INFORMAÇÕES VINCULATIVAS DE 2017 I – INTRODUÇÃO A Lei Geral Tributária (LGT) tem como finalidade os princípios fundamentais do sistema fiscal, as garantias dos contribuintes e os poderes da administração tributária. Uma das garantias dos contribuintes consagradas na LGT é o direito à informação. Um destes direitos materializa-se na possibilidade de conhecer a sua correta situação tributária. O art.º 68º da LGT, determina que os sujeitos passivos podem solicitar à Autoridade Tributária (AT) informações vinculativas sobre a sua situação tributária. Este apontamento tem como objetivo divulgar as informações vinculativas prestadas pela Autoridade Tributária sobre o IRC em 2017. Como determina a citada norma a Autoridade Tributária tem de publicar no Portal da AT as informações prestadas no prazo de 30 dias. Consultado o Portal da AT em “Informação Fiscal”> ”Informações Vinculativas”>”Rendimento”>”IRC”, verifica-se que foram emitidas 72 informações vinculativas em 2017. Deste universo de informações vinculativas 65 foram sobre o Código do IRC (CIRC), 5 foram sobre o Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) e 2 sobre Decreto-Lei n.º 162/2014 de 31/10 - Código Fiscal do Investimento (CFI). Analisando as informações vinculativas sobre IRC verificamos que a sua distribuição pelos capítulos do CIRC é a seguinte: Capitulo do CIRC N.º de Informações Vinculativas divulgadas em 2017 Incidência 12 Isenções 5 Determinação da Matéria Coletável 33 Taxas 7 Liquidação 6 Pagamento 1 Obrigações acessórias e de fiscalização 1 Garantias dos contribuintes 0 Disposições Finais 0 TOTAL 65

IRC INFORMAÇÕES VINCULATIVAS DE 2017 I INTRODUÇÃO · IRC – INFORMAÇÕES VINCULATIVAS DE 2017 I – INTRODUÇÃO A Lei Geral Tributária (LGT) tem como finalidade os princípios

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IRC – INFORMAÇÕES VINCULATIVAS DE 2017

I – INTRODUÇÃO

A Lei Geral Tributária (LGT) tem como finalidade os princípios fundamentais do sistema fiscal, as

garantias dos contribuintes e os poderes da administração tributária.

Uma das garantias dos contribuintes consagradas na LGT é o direito à informação. Um destes

direitos materializa-se na possibilidade de conhecer a sua correta situação tributária.

O art.º 68º da LGT, determina que os sujeitos passivos podem solicitar à Autoridade Tributária

(AT) informações vinculativas sobre a sua situação tributária.

Este apontamento tem como objetivo divulgar as informações vinculativas prestadas pela

Autoridade Tributária sobre o IRC em 2017.

Como determina a citada norma a Autoridade Tributária tem de publicar no Portal da AT as

informações prestadas no prazo de 30 dias.

Consultado o Portal da AT em “Informação Fiscal”> ”Informações

Vinculativas”>”Rendimento”>”IRC”, verifica-se que foram emitidas 72 informações vinculativas

em 2017.

Deste universo de informações vinculativas 65 foram sobre o Código do IRC (CIRC), 5 foram

sobre o Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) e 2 sobre Decreto-Lei n.º 162/2014 de 31/10 -

Código Fiscal do Investimento (CFI).

Analisando as informações vinculativas sobre IRC verificamos que a sua distribuição pelos

capítulos do CIRC é a seguinte:

Capitulo do CIRC N.º de Informações Vinculativas divulgadas em 2017

Incidência 12

Isenções 5

Determinação da Matéria Coletável 33

Taxas 7

Liquidação 6

Pagamento 1

Obrigações acessórias e de fiscalização 1

Garantias dos contribuintes 0

Disposições Finais 0

TOTAL 65

II – INCIDÊNCIA

Como se constata do quadro anterior as informações vinculativas divulgadas pela AT em 2017

sobre IRC relativas ao capitulo da incidência representam 18%.

Os assuntos tratados nestas informações vinculativas foram os seguintes:

1. A consideração de sujeito passivo de IRC;

2. Extensão e obrigação do imposto;

3. Transparência Fiscal;

4. Período de tributação.

II.1 - A consideração de sujeito passivo de IRC

Sobre o conceito de sujeito passivo foi divulgada a seguinte situação:

A questão colocada à AT:

Uma Cooperativa de Solidariedade Social pode ser considerada como uma “entidade

que não exerce a titulo principal uma atividade comercial industrial ou agrícola”?

O conceito, no CIRC do exercício a título principal, de uma atividade de natureza

comercial, industrial ou agrícola, não está necessariamente associado a um fim

lucrativo.

As cooperativas de solidariedade social, estão isentas de IRC, de acordo com o n.º

1 do artigo 66.º-A do EBF1, à exceção dos rendimentos sujeitos a IRC por retenção

na fonte, a qual tem caráter definitivo no caso de a cooperativa não ter outros

rendimentos sujeitos a imposto, aplicando-se as taxas que lhe correspondem.

(Processo 2017 000733 – Art.º 2º)

II. 2 - Extensão e obrigação do imposto

Sobre a extensão da obrigação do imposto foram divulgadas as seguintes situações:

O enquadramento fiscal dos rendimentos pagos a uma entidade não residente pela

prestação de serviços técnicos especializados de georreferenciação e cadastro,

realizados, integralmente, em território angolano.

A decisão foi considerar que este tipo de serviços se enquadram no

conceito de “apoio técnico” (n.º 4 do art.º 4º do CIRC), pelo que os

rendimentos consideram-se obtidos em Portugal, devendo ser objeto

1 Artigo 66.º-A (*) Cooperativas

1 - Estão isentas de IRC, com exceção dos resultados provenientes de operações com terceiros e de atividades alheias aos próprios fins:

a) As cooperativas agrícolas; b) As cooperativas culturais; c) As cooperativas de consumo; d) As cooperativas de habitação e construção; e) As cooperativas de solidariedade social.

de retenção na fonte (n.ºs 1 e 4 do art.º 94ª do CIRC). (Processo

843/2017 – Art.º 4º)

Uma sociedade com sede no continente, que possui um estabelecimento estável fora

do território nacional, pode deduzir à coleta de IRC o imposto suportado pelo seu

estabelecimento estável, como crédito de imposto por dupla tributação jurídica

internacional, ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 2 do art.º 90º do CIRC ou, caso não

possa, se pode considerar aquele valor como gasto fiscal em sede de IRC.

Sim pode deduzir à coleta do IRC. De notar que, para que o crédito

de imposto em causa possa ser acionado, os rendimentos obtidos

fora do território português têm que estar contabilizados como tal

e incluídos na base tributável do período a que os mesmos

respeitam Donde, não pode ser aceite como gasto fiscal, em sede de

IRC, o valor de imposto sobre os rendimentos apurado fora do

território nacional. (Processo 2016 003401 – Art.º 4º)

Uma entidade não residente, cuja atividade consiste no desenvolvimento e

comercialização de diversos produtos, que são vendidos para diversos Estados-

Membros da União Europeia, bem como para países terceiros, possui ou não

estabelecimento estável em território português.

Embora as entidades com quem a entidade não residente contrata

em Portugal revelem alguma dependência jurídica e, no caso de um

dos fornecedores portugueses também económica, não pareciam

estar reunidos todos os requisitos para aquelas serem qualificadas

como agentes dependentes, nos termos do artigo 5.° Convenção

celebrada. Parece-nos assim que, quanto às atividades descritas e

tendo em conta os precisos termos em que foram enunciadas, a

entidade não residente não possui em Portugal um estabelecimento

estável. (Processo 2015 003789 – Art.º 4º)

Uma entidade não residente sem estabelecimento estável em território português,

de acordo com o Art. 3º/1 d) do Código do IRC (CIRC), está sujeita a IRC sobre os

rendimentos das diversas categorias, consideradas para efeitos de IRS. ´

De acordo com o Art. 10º do Código do IRS (CIRS), constituem mais-

valias os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos

empresariais e profissionais, de capitais ou prediais, resultem de

alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis. . Como na

data da aquisição o prédio urbano estava omisso na matriz, o valor

de aquisição do imóvel é o correspondente ao valor que serviu de

base à liquidação da SISA (ou na ausência de liquidação de imposto,

considera-se o valor que lhe serviria de base, caso fosse devido,

determinado de harmonia com as regras próprias daquele imposto),

aquando da aquisição do terreno, acrescido ainda dos custos de

construção suportados, devidamente comprovados, até à

finalização da construção do referido prédio urbano, dos quais

fazem parte os gastos respeitantes à fase de construção das

estruturas e alvenarias levantadas, pagos no ato da escritura. O Art.

44º/2 do CIRS dispõe, quanto ao valor de realização, que, no caso de

direitos reais sobre bens imóveis, prevalecerão, quando superiores,

os valores por que os bens houverem sido considerados para efeitos

de liquidação de IMT ou, não havendo lugar a esta liquidação, os que

devessem ser, caso fosse devido. (Processo 1050 / 2017 – Art.º 4º)

Pretende-se saber se se considera obtido em território português o rendimento

resultante da comissão paga pela utilização da plataforma online, residente fora do

território português e desconhece-se a existência de um estabelecimento estável

neste território, e, em caso afirmativo, quais as obrigações acessórias a cumprir pelo

proprietário dos imóveis.

Os serviços prestados dizem respeito à mera intermediação (digital)

na prestação de serviços de alojamento turístico no setor hoteleiro

ou noutros de natureza similar e, como tal, são considerados obtidos

em território português e, portanto, cá tributáveis, de acordo com o

disposto no ponto 6) da alínea c) do n.º 3 do artigo 4.º do Código do

IRC, uma vez que se trata de uma comissão pela intermediação na

celebração de um contrato. Aqueles rendimentos ficam sujeitos a

retenção na fonte, a qual tem caráter definitivo, aplicando-se, nessa

circunstância a correspondente taxa prevista no n.º 5 do artigo 87.º

do Código do IRC, de 25%. No entanto, dado que Portugal celebrou

uma Convenção para eliminar a dupla tributação sobre o rendimento

com o Estado de residência do beneficiário dos rendimentos, uma vez

que estamos perante rendimentos decorrentes da prestação

serviços que se enquadram no artigo 7.º “Lucros das Empresas”, a

competência para tributar os rendimentos é exclusiva desse outro

Estado. Para o efeito, o beneficiário dos rendimentos, deverá, para

invocar o disposto na Convenção, entregar ao devedor o formulário

modelo 21-RFI preenchido e certificado pelas autoridades fiscais do

Estado da sua residência ou acompanhado de um certificado que

ateste a sua residência fiscal e a sua sujeição a imposto. (Processo

2016 003792 – Art.º 4º)

Uma sociedade comercial residente em território português que desenvolve

aplicações e plataformas informáticas adquire um conjunto de serviços de caráter

imaterial e virtual a entidades não residentes e sem estabelecimento estável em

território português, designadamente, compra de créditos no skype, compra de um

domínio na internet, serviço de mailtrap, serviço VPN, prestação de serviços de

servidores em cloud e staffing tecnológico. Quanto a este último, é pago o valor

correspondente ao custo de dois funcionários que trabalham no desenvolvimento de

software.

Uma vez que os servidores dos vários prestadores de serviços não

residentes não se encontram localizados em território português,

não se sabendo, aliás, o seu paradeiro, não se pode concluir pela

existência de um estabelecimento estável cá situado, ao qual sejam

imputados os rendimentos auferidos.

Como Portugal celebrou Convenções para eliminar a dupla

tributação sobre o rendimento com os países de residência dos

prestadores de serviços, e que as mesmas prevalecem face ao direito

interno, tendo em conta o disposto no artigo 7.º “Lucros das

Empresas”, verifica-se que a competência para tributar os

rendimentos é exclusiva dos Estados de residência dos prestadores.

Quantos aos serviços de staffing tecnológico, respeitantes a

desenvolvimento de sotfware, os mesmos enquadram-se no disposto

na subalínea 1) da alínea c) do n.º 3 do artigo 4º do Código do IRC.

Como Portugal também celebrou uma convenção para eliminar a

dupla tributação sobre o rendimento com o país de residência do

prestador de serviços, e dado que se trata de royalties, a tributação

faz-se nos termos do artigo 12.º “Royalties”, caso em que a

competência para tributar é cumulativa aos dois Estados, embora

limitada no caso de Portugal.

Devem ser indicados na declaração modelo 30, os montantes pagos

às várias entidades não residentes, até ao fim do segundo mês

seguinte àquele em que ocorreu o ato de pagamento, uma vez que

esta declaração, deverá ser entregue quando estão em causa

rendimentos e retenções na fonte (ou só rendimentos) pagos a

sujeitos passivos de IRC ou IRS não residentes, que nos termos legais

sejam considerados obtidos em território português. (Processo 2016

003767 – Art.º 4º)

II.3 – Transparência Fiscal

Sobre a transparência fiscal foram divulgadas as seguintes situações:

A aplicação do regime previsto no artigo 91.º do Código do IRC (crédito de imposto por

dupla tributação jurídica internacional) a uma entidade que se enquadra no regime

de transparência fiscal, com sede em território português, que presta serviços de

advocacia em Portugal e em Angola.

Para a aplicação do mecanismo previsto no artigo 91.º do CIRC, a

comprovação do imposto pago no estrangeiro deve ser efetuada

através de documentos emitidos ou autenticados pelas autoridades

fiscais do Estado de origem dos rendimentos, em nome da entidade

em causa.

Nos termos do n.º5 do artigo 90.º do CIRC, as deduções referidas no

n.º 2, designadamente, a correspondente à dupla tributação jurídica

internacional, são imputadas aos respetivos sócios ou membros nos

termos estabelecidos no n.º 3 do artigo 6º do CIRC e deduzidas ao

montante apurado com base na matéria coletável que tenha tido

em consideração a imputação prevista no mesmo artigo, ainda que

não tenha havido distribuição de lucros. (Processo 185/2017 – Art.º

6º)

A questão em apreço refere-se à sujeição ao regime de transparência fiscal de uma

sociedade que se dedica a atividades de medicina dentária e odontologia (CAE 86230)

e atividades de prática médica de clínica geral, em ambulatório (CAE 86210). O capital

social da sociedade encontra-se repartido por duas quotas, cujos titulares são

profissionais da área médica. O sócio maioritário está reformado e não exerce

qualquer atividade na sociedade, resultando, da análise efetuada, que somente o

sócio minoritário, no âmbito das suas competências e habilitações, desenvolve a

atividade necessária e imprescindível para a prossecução do objeto social da

entidade, ou seja, desenvolve na sociedade atividades que constam da lista anexa ao

artigo 151.º do CIRS.

Quanto ao capital societário, este encontra-se distribuído por duas

quotas, correspondentes a 52% e 48% do capital social.

Tendo em consideração que o sócio maioritário está reformado e não

exerce qualquer atividade na sociedade, o requisito relativo à

percentagem do capital social detido por profissional que exerça a

atividade através da sociedade não se encontra verificado, uma vez

que o sócio que exerce a atividade naqueles termos detém, apenas,

48% do capital social, não alcançando o limiar de 75% exigido.

Assim, e porque não se observam os requisitos constantes das

subalíneas 1) e 2), da alínea a), do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC, a

Requerente não pode ser classificada como sociedade de

profissionais, pelo que não está enquadrada no regime de

transparência fiscal. (Processo 911/2017 – Art.º 6º)

A questão colocada prende-se com o enquadramento de uma sociedade de

consultoria económica, financeira e de comércio eletrónico, serviços de gestão e

desenvolvimento de empresas a nível doméstico e internacional, e consultoria

informática, no regime de transparência fiscal:

Com a Lei nº 2/2014, de 16 de janeiro, alargou-se o conceito de

sociedade de profissionais, do Art. 6º do CIRC, com introdução de

uma nova subalínea 2) na al. a) do nº 4, que veio dispor que

considera-se uma sociedade de profissionais a sociedade cujos

rendimentos provenham, em mais de 75%, do exercício conjunto

ou isolado de atividades profissionais especificamente previstas

na lista constante do artigo 151º do Código do IRS, desde que,

cumulativamente, durante mais de 183 dias do período de

tributação, o número de sócios não seja superior a cinco, nenhum

deles seja pessoa coletiva de direito público e, pelo menos, 75% do

capital social seja detido por profissionais que exercem as referidas

atividades, total ou parcialmente, através da sociedade.

No caso, o sócio único da sociedade exerce, através da sociedade, a

atividade profissional especificamente prevista na lista de

atividades a que alude o artigo 151º do Código do IRS,

designadamente sob o nº 1320 – Consultores, que representa a

totalidade dos rendimentos da sociedade.

De forma que, a sociedade, por preencher o conceito de sociedade

de profissionais, encontra-se, de acordo com o Art. 6º do CIRC,

sujeita ao regime de transparência fiscal, por verificação

cumulativa de todos os seus requisitos legais. (Processo 2789/2017

– Art.º 6º)

Se mantêm o enquadramento no regime de transparência fiscal alegando, para o

efeito, ter alterado o seu objeto social para “exercício exclusivo e em comum da

atividade de agentes de execução” e que, não se confundindo nem integrando a figura

de agente de execução na de solicitador ou de advogado, por a atividade que

desenvolve não configurar uma atividade especificamente prevista na lista de

atividades a que se refere o artigo 151º do CIRS, poderia questionar-se o seu

enquadramento no nº 1 da alínea a) do nº 4 do artigo 6º do Código do IRC (CIRC).

Pelo que se conclui pelo correto enquadramento da requerente

enquanto sociedade constituída para o exercício de uma atividade

profissional especificamente prevista na lista de atividades a que

se refere o artigo 151º do CIRS. (Processo 2017001951 – Art.º 6º)

II.4 – Período de Tributação

Sobre a período de tributação foi divulgada a seguinte situação:

A questão que se levanta prende-se com a aplicação da alteração, introduzida pela Lei

do Orçamento de Estado para 2017 (Lei do OE 2017), ao n.º 2 do art.º 8.º do Código

do IRC (CIRC), a qual vem exigir a coincidência do período de tributação com o período

social de prestação de contas.

No caso concreto de um grupo de sociedades, ao qual se aplica o

Regime Especial de Tributação de Grupos de Sociedades (RETGS), e

que adotou nos termos daquela norma, previamente à referida

alteração, um período de tributação não coincidente com o período

social de prestação de contas, terá de ser dado cumprimento à

exigência legal já no período de tributação que se inicia em 2017.

Atendendo à alteração em causa e à respetiva norma de aplicação

temporal (n.º 5 do art.º 198.º da Lei do OE 2017), a qual vai ao

encontro da regra geral de aplicação da lei no tempo prevista na Lei

Geral Tributária, admite-se que o grupo possa dar cumprimento

àquela exigência legal, procedendo à alteração do período de

tributação adotado, ainda que não esteja cumprida a

obrigatoriedade de permanência de, pelo menos, cinco anos no

período diferente do ano civil.

A referida alteração não implica a obrigatoriedade de permanência

nos cinco períodos de tributação seguintes, uma vez que, nos

termos do disposto no n.º 2 do art.º 8.º do CIRC, essa imposição

legal apenas tem que ser respeitada nos casos em que é adotado

um período anual de imposto diferente do ano civil. (Processo

3803/16 – Art.º 8º)

III – ISENÇÕES

Como se constata do quadro inscrito no Capitulo I as informações vinculativas divulgadas pela

AT em 2017 sobre IRC relativas ao capitulo das isenções representam 8%.

Os assuntos tratados nestas informações vinculativas foram os seguintes:

1. Enquadramento fiscal e obrigações de uma autarquia local;

2. Amplitude da isenção de IRC a uma IPSS – Rendimentos Prediais;

3. Extensão da isenção – rendimentos silvícolas;

4. Procedimento para usufruir de isenção de uma Associação Cultural;

5. Enquadramento de rendimentos de uma Associação Cultural.

III.1 – Estado, Regiões Autónomas, autarquias locais, suas associações de direito

público e federações e instituições de segurança social

Uma Junta de Freguesia veio solicitar o enquadramento fiscal das atividades

por si exercidas, bem como requerer informação sobre as suas obrigações

declarativas.

Das atividades enumeradas pela requerente, só a referente

aos “recebimentos de juros resultantes de aplicações

financeiras em entidades bancárias”, é suscetível de ser

considerada como rendimentos de capitais, de acordo com o

artigo 5.º do Código do IRS, e, nesses termos, a mesma não se

encontra isenta, ao abrigo do artigo 9.º do Código do IRC.

Quanto aos rendimentos das restantes atividades, e não

excecionando a norma da isenção outros rendimentos que

não sejam os de capitais, estão os mesmos isentos ao abrigo

daquela disposição.

Por fim, no que respeita às obrigações declarativas, nos

termos do n.º 6 do artigo 117.º do Código do IRC, tais

entidades encontram-se dispensadas do envio da declaração

modelo 22, exceto quando estejam sujeitas a uma qualquer

tributação autónoma, uma vez que os rendimentos de

capitais que auferem são objeto de retenção na fonte com

caráter definitivo, mas têm que proceder à entrega da IES, a

efetuar até ao dia 15 do mês de Julho. (Processo 2017 000923

– Art.º 9º)

III.2 – Pessoas coletivas de utilidade pública e de solidariedade social

Uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), nos termos do Decreto-

Lei n.º 119/83, de 25 de novembro, e entidade isenta de IRC, de acordo com a

alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º do Código do IRC, veio solicitar esclarecimentos

sobre a amplitude da referida isenção, designadamente, se a mesma abrangia

rendimentos resultantes do arrendamento de um imóvel.

Tendo em conta que a isenção que a IPSS usufrui não abrange,

somente, os rendimentos comerciais e industriais

desenvolvidos fora do âmbito dos seus fins estatutários

(Categoria B em sede de IRS), bem como os rendimentos de

títulos ao portador, não registados nem depositados, nos

termos da legislação em vigor, os rendimentos que decorram

do contrato de arrendamento em causa (Categoria F em sede

de IRS) encontram-se isentos de IRC, por aplicação do n.º 3 do

artigo 10.º do Código do IRC, supra transcrito. (Processo

536/2017 – Art.º 10º)

Uma entidade equiparada a instituição particular de solidariedade social (IPSS),

nos termos do Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de novembro, e entidade isenta de

IRC, de acordo com a alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º do Código do IRC, veio

suscitar dúvidas sobre a extensão da referida isenção aos rendimentos que

decorram da exploração silvícola (venda de árvores).

Tendo em conta que a isenção de que a entidade usufrui não abrange,

somente, os rendimentos comerciais e industriais desenvolvidos fora

do âmbito dos seus fins estatutários, bem como os rendimentos de

títulos ao portador, não registados nem depositados, nos termos da

legislação em vigor, os rendimentos silvícolas que decorram da venda

de árvores encontram-se isentos de IRC, por aplicação do n.º 3 do

artigo 10.º do Código do IRC, supra transcrito. (Processo 1361/2017 –

Art.º 10º)

III.3 – Atividades culturais, recreativas e desportivas

Em causa está o enquadramento fiscal em sede de IRC de uma associação sem

fins lucrativos, mais concretamente, se tal entidade pode usufruir,

automaticamente, da isenção prevista no artigo 11.º do Código do IRC (CIRC).

Tratando-se de uma associação de caráter cultural e/ou recreativo,

poderá beneficiar, automaticamente, do regime de isenção previsto

no artigo 11.º do CIRC (quanto aos rendimentos resultantes das

referidas atividades), não necessitando de efetuar qualquer pedido de

reconhecimento de isenção ou obter declaração de utilidade pública,

desde que sejam cumpridos os requisitos estabelecidos no n.º 2 do

referido artigo 11.º CIRC.

No que concerne a outros rendimentos resultantes do exercício de

atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola que,

eventualmente, aufira, estes não se encontram abrangidos pela

referida isenção, pelo que, tal como estabelece o n.º 3 do artigo 11.º

do CIRC, ficam sujeitos a imposto, à taxa de 21% fixada no n.º 5, do

artigo 87.º do CIRC, pese embora, e caso não ultrapassem o montante

de €7.500,00, possam estar isentos de imposto, conforme o disposto

no artigo 54.º do EBF. (Processo 1153/2017 – Art.º 11º)

Qual o enquadramento, em sede de IRC, dos rendimentos que decorrem de recitais de

guitarra portuguesa auferidos por uma Associação

Os rendimentos auferidos pela Associação decorrentes da venda de

ingressos para os recitais de guitarra portuguesa podem encontrar-se

isentos de IRC, nos termos do artigo 11.º do Código do IRC, se a

Entidade Requerente respeitar cumulativamente as condições

enumeradas no n.º 2 do artigo 11.º do Código do IRC, ou seja

a) Em caso algum distribuam resultados e os membros dos seus órgãos

sociais não tenham, por si ou por interposta pessoa, algum interesse

direto ou indireto nos resultados de exploração das atividades

prosseguidas;

b) Disponham de contabilidade ou escrituração que abranja todas as

suas atividades e a ponham à disposição dos serviços fiscais,

designadamente para a comprovação do referido na alínea anterior.

A Entidade Requerente poderá, ainda, usufruir da isenção de IRC,

prevista no artigo 54.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), caso a

totalidade dos seus rendimentos brutos sujeitos a tributação e não

isentos nos termos do Código do IRC, não exceda o montante de €

7.500,00. (Processo 1676/2017 – Art.º 11º)

IV – DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLETÁVEL

Como se constata do quadro anterior as informações vinculativas divulgadas pela AT em 2017

sobre IRC relativas ao capitulo da determinação da matéria coletável representam 51%.

Os assuntos tratados nestas informações vinculativas foram os seguintes:

1. Diferenças de câmbio apuradas na transposição para o Euro de demonstrações

financeiras preparadas em moeda funcional;

2. Gastos e perdas;

3. Deslocações ao estrangeiro de sócio gerente;

4. Enquadramento fiscal de encargos suportados com a realização de um evento de

promoção e lançamento de um produto novo;

5. Seguro de saúde a favor do único sócio de uma sociedade sujeita ao regime de

transparência fiscal;

6. Gastos de sociedade incorporada por fusão;

7. Viagens de avião adquiridas a empresas lowcost;

8. Alteração operada pela Lei n.º 42/2016. de 28 de dezembro (OE para 2017) e disposição

transitória constante do artigo 244.º da mesma lei;

9. Depreciação de Ativo Fixo Tangível;

10. Provisão para processo judicial em curso;

11. Contribuições para um Fundo de Pensões – Pensões de sobrevivência;

12. Realizações de utilidade social;

13. Contribuições para um Fundo de Pensões – Perdas atuariais;

14. Realizações de utilidade social - Vales Sociais;

15. Mais-valia – Alienação de imóvel antes da partilha de sociedade;

16. Conceito de Mais-Valias e de Menos-Valias de Imóveis;

17. Reinvestimento do valor de realização de imóveis reclassificados como propriedades de

investimento;

18. Eliminação da dupla tributação de lucros e reservas distribuídos;

19. Distribuição de lucros a uma cooperativa agrícola;

20. Elaboração das demonstrações financeiras individuais com base em diferentes

referenciais contabilísticos por sociedades integrantes de um grupo tributado pelo

RETGS;

21. Sociedade que apresenta três períodos de tributação com prejuízos fiscais adquire o

domínio de um Grupo sujeito ao Regime Especial de Tributação dos Grupos de

Sociedades (RETGS);

22. Opção pelo RETGS - Taxa dos Açores;

23. Constituição de sociedades após A data de início do período de tributação em que se

pretende a sua inclusão no Grupo para efeitos da aplicação do RETGS;

24. Opção pela continuidade da aplicação do RETGS a um Grupo anteriormente dominado

por sociedade residente na EU;

25. Transformação de sociedade em comandita simples em sociedade anónima.

Manutenção da aplicação do regime de transparência fiscal:

26. Transmissão de ramo de atividade numa operação de entrada de ativos;

27. Fusão transfronteiriça, por transmissão global do património de uma sociedade

residente para uma sociedade não residente e afetação dos elementos patrimoniais a

um estabelecimento estável situado em território português – aplicação do regime de

neutralidade fiscal;

28. Transmissibilidade de prejuízos fiscais no âmbito de uma operação de transmissão das

posições jurídicas detidas em três Agrupamentos Complementares de Empresas;

29. Sociedades em liquidação;

30. Aplicação do regime previsto no artigo 51.º - C às mais-valias que se venham a apurar

com a transmissão da totalidade do capital social de uma participada, que detém um

imóvel em regime de locação financeira, que representa a quase totalidade do ativo

desta empresa;

31. Aplicação do regime previsto no artigo 51.º - C às mais-valias que se venham a apurar

com a transmissão da totalidade do capital social de uma participada, que detém um

imóvel em regime de locação financeira, que representa a quase totalidade do ativo

desta empresa;

32. Sociedade dominante de um Grupo sujeito ao regime especial de tributação dos grupos

de sociedades (RETGS), com sede na União Europeia (UE), adquire o domínio de

sociedade dominante de um outro Grupo sujeito ao RETGS, também ela com sede na

EU;

33. Alteração da sociedade dominante de um Grupo sujeito ao RETGS para uma sociedade

residente na EU com sucursal em Portugal. Retroatividade da opção.

IV.1 – Pessoas coletivas e outras entidades residentes que exerçam, a título principal,

atividade comercial, industrial ou agrícola

IV.1.1 – Regras gerais

No pedido de informação vinculativa em apreço estava em causa o enquadramento,

em sede de IRC, das diferenças de câmbio registadas em capitais próprios decorrentes

da transposição dos resultados e da posição financeira da moeda funcional para a

moeda de apresentação, efetuada nos termos previstos na norma internacional de

contabilidade (IAS) 21 ou na norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) 23, que

versam sobre os efeitos de alterações em taxas de câmbio

As variações patrimoniais não refletidas no resultado líquido do

período que resultem da contabilização de diferenças cambiais devem

concorrer para a formação do lucro tributável do período de

tributação em que, de acordo com o regime de acréscimo, devam ser

contabilizadas, exceto quando respeitem a valorização de elementos

do balanço abrangidos por algumas das exceções previstas nas alíneas

a) a e) do n.º 1 do art.º 21.º, das alíneas a) a f) do n.º 1 do art.º 24.º,

ou de outras disposições do Código do IRC, nos termos das quais

devem, nomeadamente, ser consideradas aquelas que respeitem a:

i) Elementos do património (isto é, os mencionados nas alíneas

a) e b) do n.º 1 do art.º 46.º do CIRC), aos quais seja aplicável

o regime das mais-valias e menos-valias (cf. alínea b) do n.º 1

do art.º 21.º e alínea b) do n.º 1 do art.º 24.º, ambos do CIRC);

ii) ii) Ativos e passivos por impostos diferidos relativos a

impostos diferidos sobre o rendimento (cf. alínea d) do n.º 1

do art.º 21.º e alínea e) do n.º 1 do art.º 24.º, ambos do CIRC);

iii) iii) Subsídios relacionados com ativos não correntes (cf. art.º

22.º do CIRC);

iv) iv) Partes de capital contabilizadas através do método de

equivalência patrimonial ou do método de consolidação

proporcional (cf. n.º 8 do art.º 18.º do CIRC). (Processo 2017

001652 – Art.º 21º)

Enquadramento em sede de IRC dos encargos com deslocações ao estrangeiro

efetuadas pelo sócio gerente.

Assim, as deslocações do sócio gerente ao estrangeiro ao serviço da

empresa, tendo em vista obter ou garantir os rendimentos sujeitos a

IRC, o montante despendido com a aquisição do bilhete de transporte

(no caso de avião) será aceite como gasto ao abrigo da alínea d) do n.º

2 do art.º 23.º do CIRC, desde que a respetiva companhia aérea emita

uma fatura pela aquisição do mesmo, com todos os elementos

previstos no n.º 4 do art.º 23.º do CIRC.

Relativamente aos gastos com o alojamento e as refeições suportados

na deslocação ao estrangeiro ao serviço da empresa, esta pode optar

por atribuir uma verba fixa diária (ajudas de custo) não estando o seu

valor sujeito a IRS, desde que o montante atribuído não ultrapasse o

montante fixado para os trabalhadores que exercem funções públicas,

que, para o ano de 2017, de acordo com a Portaria n.º 1153-D/2008, de

31/12, alterada pelo art.º 42.º da Lei n.º 66 - B/2012, de 31/12, para os

membros dos órgãos sociais é de €100,24. Neste caso, o sócio gerente

não tem que prestar contas à empresa e, consequentemente, não tem

de apresentar os documentos comprovativos das despesas. Tal não

prejudica, todavia, que a empresa deva comprovar a natureza de ajuda

de custo da despesa e que a sua dedutibilidade esteja dependente da

observância dos requisitos previstos na referida al. h) do n.º 1 do art.º

23.º - A do CIRC.

O valor das ajudas de custo, caso não sejam debitadas aos clientes,

estão sujeitas a tributação autónoma à taxa de 5%, exceto na parte em

que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo

beneficiário, de acordo com o n.º 9 do art.º 88.º do CIRC. Caso o sujeito

passivo apresente prejuízo fiscal no período de tributação em que

efetuou ou suportou as ajudas de custo, a taxa de tributação autónoma

será elevada em 10 pontos percentuais cf. n.º 14 do citado art.º 88.º.

Caso a empresa opte por não atribuir uma verba fixa diária (ajuda de

custo), mas por suportar (para além do transporte) as despesas com o

alojamento e as refeições, para que o gasto seja dedutível, para além

de ser demonstrado que foram efetuadas ao serviço da empresa com

vista à obtenção de rendimentos, terão de estar suportadas por

documentos que contenham os requisitos previstos no n.º 4 do art.º

23.º do CIRC. Nesta opção, não há sujeição a tributação autónoma.

(Processo 1618/2017 – Art.º 23º)

Formalidades exigidas na emissão de recibos.

No caso especifico dos serviços religiosos, se a contratação dos

mesmos estiver incluída nos serviços a prestar pela agência funerária,

este serviço deverá estar discriminado na fatura emitida pela mesma à

família do defunto, apesar de ser apenas uma intermediária deste

serviço.

Neste caso, a agência funerária recebe o pagamento do preço total por

parte dos seus clientes e efetua o pagamento na parte respetiva à

instituição religiosa, que, em consequência, deve emitir o respetivo

recibo de quitação à requerente.

Neste caso, a agência funerária recebe o pagamento do preço total por

parte dos seus clientes e efetua o pagamento na parte respetiva à

instituição religiosa, que, em consequência, deve emitir o respetivo

recibo de quitação à requerente.

No caso de os serviços funerários não estarem incluídos nos serviços a

prestar pela agência funerária, os seus clientes devem efetuar

diretamente o pagamento dos serviços religiosos à respetiva instituição,

pelo que deverá então a instituição religiosa emitir recibo de quitação e

apresentar o mesmo à pessoa que efetuou o pagamento dos citados

serviços. (Processo 694/2017 – Art.º 23º)

Despesas efetuadas com a realização de um evento (realizado num hotel), faturadas

por este e discriminadas como aluguer de sala e jantar, podem ser aceites como

“despesas de publicidade e propaganda“, ou se terão de ser consideradas “despesas

de representação” e por isso sujeitas a tributação autónoma.

Desde que o sujeito passivo apresente uma fatura de encargos

referente a despesas com aluguer de sala e jantar suportadas com a

realização do evento de promoção e lançamento de um produto novo,

e desde que possua outros elementos que comprovem

indubitavelmente que essas despesas estão relacionadas com o mesmo,

considera-se que esses encargos revestem o cariz de despesas de

publicidade e propaganda com vista a obter rendimentos futuros, e

não despesas de representação, podendo ser aceites como gastos nos

termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 23.º do CIRC e não estando

sujeitos a tributação autónoma. (Processo 1519/17 – Art.º 23º)

Foram suscitadas dúvidas sobre a dedutibilidade fiscal de um seguro de saúde

a favor do único sócio de uma sociedade sujeita ao regime de transparência

fiscal, que desconta para a Segurança Social como trabalhador independente.

Neste caso, em que o sócio não aufere quaisquer remunerações

como trabalhador dependente, o gasto com o seguro de saúde

não pode ser aceite na esfera da sociedade nem pelo disposto

no artigo 23.º nem pelo artigo 43.º, ambos do Código do IRC. Por

um lado, o benefício não é atribuído ao sócio em razão da

prestação de trabalho e, por outro lado, o sócio não é um

trabalhador dependente nem o benefício tem caráter geral.

Assim sendo, fica afastada a dedutibilidade dos gastos ao abrigo

do regime do artigo 43.º do Código do IRC. (Processo 1614/2017

– Art.º 23º)

Enquadramento, em sede de IRC, dos gastos contidos em faturas emitidas em

nome da sociedade incorporada, que a sociedade incorporante se encontra a

receber, mesmo após a extinção daquela sociedade.

Assim, os gastos subjacentes às faturas emitidas em nome da

sociedade incorporada, após a sua extinção, e desde que a tais

faturas esteja subjacente o consumo de bens e serviços efetuado

no referido período intercalar, devem ser considerados, para

efeitos fiscais, pela sociedade incorporante, uma vez que esta

sucede nos direitos e obrigações da sociedade incorporada.

Contudo, se tais faturas compreenderem apenas consumos

posteriores à data da eficácia da fusão e, consequentemente, à

data da extinção da sociedade incorporada, os gastos que lhes

estejam associados só poderão ser aceites fiscalmente, caso se

encontrem cumpridos os n.ºs 3, 4 e 6 do art.º 23.º do CIRC,

nomeadamente, caso seja identificado o efetivo adquirente dos

bens e serviços. (Processo 1437/16 – Art.º 23º)

A questão prende-se com a aceitação como gasto fiscal dos encargos

suportados por uma Associação com a aquisição de viagens de avião, quando

as companhias aéreas não emitem fatura.

Assim, nos casos em que não é obrigatória a emissão de fatura

ou documento legalmente equiparado, nos termos do Código do

IVA, estabeleceram-se os elementos mínimos, referidos no n.º 4

do art.º 23.º do CIRC, que devem constar dos documentos

emitidos para que o gasto seja comprovado documentalmente

em sede de IRC (nos quais se incluem o NIF e outros elementos).

Para além disso, o gasto só será aceite se reunir as condições

previstas no n.º 1 do art.º 23.º do CIRC, ou seja, se se comprovar

que o mesmo foi suportado pelo sujeito passivo no âmbito da

atividade comercial para obter ou garantir os rendimentos

sujeitos a IRC. (Processo 1907/16 – Art.º 23º)

Que interpretação a dar ao artigo 244.º da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, foi, pelo

despacho n.º 105/2017-XXI, de 17 de abril de 2017 (OE para 2017), do Secretário de

Estado dos Assuntos Fiscais, sancionado o seguinte entendimento.

O alcance desta norma é o de permitir que, para os investimentos

realizados em 2016 entre € 5.000.000 e € 10.000.000, os sujeitos

passivos possam aproveitar, no período de tributação de 2017, do

incentivo decorrente da alteração do artigo 23.º do CFI pela referida Lei

n.º 42/2016, de 28 de dezembro, desde que o mesmo não tenha sido

integrado em 2016. (Processo 235/2017)

Nota: Esta informação vinculativa encontra-se associada ao art.º 23º do CIRC, mas na realidade

deveria estar afeta ao Código Fiscal ao Investimento (CFI)

IV.1.2 – Depreciações, amortizações e perdas por imparidades em ativos não correntes

A questão em apreço prende-se com o montante da quota anual de depreciação que

poderá ser aceite para efeitos fiscais no ano de aquisição de um bem do ativo fixo

tangível a adquirir no final do mês de dezembro, ou seja, nos últimos dias do período

de tributação.

No que concerne ao caso apresentado pela entidade, aquisição de um

bem do ativo fixo tangível no último mês do período de tributação, será

mais razoável registar a depreciação por duodécimos, um duodécimo

no ano de aquisição. Sendo o ativo adquirido no último mês do

exercício económico, o gasto de depreciação é diminuto. Os futuros

benefícios económicos incorporados no ativo são consumidos pela

entidade principalmente através do seu uso. Havendo um uso reduzido,

quase nulo pela contingência de a aquisição ser efectuada nos últimos

dias do exercício económico, consequentemente a depreciação efetiva

tende para valores irrelevantes.

Contudo, em sede de IRC, poderá ser aceite como gasto, no ano de

entrada em funcionamento ou utilização do ativo, a quota de

depreciação anual, desde que a mesma tenha sido relevada na

contabilidade, nos termos do n.º 3 do art.º 1.º conjugado com o n.º 1

do art.º 5.º, ambos do Dec. Reg. n.º 25/2009, de 14 de setembro.

(Processo 1423/2017 – Art.º 31º)

IV.1.3 – Provisões

A questão em apreço prende-se com a aceitação como gasto fiscal da provisão

para processos judiciais em curso no período de tributação, relativamente à

apresentação de uma ação judicial por parte de um trabalhador contra a

sociedade, reclamando compensação pecuniária pela cessação do contrato de

trabalho e respetivas consequências decorrentes do respetivo “Acordo de

Pagamento”.

No caso em apreço, a provisão constituída contabilisticamente, para

fazer face a processos judiciais em curso, no período de tributação, não

será aceite como gasto fiscal, uma vez que os encargos derivados do

facto (compensação pecuniária pela cessação do contrato de trabalho

do empregado), para o qual foi constituída, não serão de incluir entre

os gastos deste período de tributação, de acordo com o n.º 1 do art.º

39.º, conjugado com o n.º 12 do art.º 18.º, ambos do CIRC. Assim, o

montante relativo à constituição da provisão em causa, terá de ser

acrescido no quadro 07, campo 721 da Mod. 22, relativa ao período de

tributação.

Tendo havido acordo das partes, em n+1, em que o Autor da ação reduz

o valor a receber e a sociedade reconhece que é devedora do mesmo

montante, há que contabilisticamente anular a provisão em causa

(conta de balanço) por contrapartida da conta de reversões de provisões

deduzindo esse valor no campo 764 do Quadro 07 da Mod. 22 do

período n+1.

Quanto ao valor acordado, correspondente ao benefício de cessação

de emprego, é gasto fiscal do período de tributação de n+1, ao abrigo

do n.º 12 do art.º 18.º do CIRC e, como a Provisão para Processos

Judiciais em Curso, foi acrescida no Quadro 07 da Mod. 22, do período

de tributação de n, a sociedade, na declaração Mod. 22 relativa ao

período de tributação de n+1, irá deduzir no quadro 07, no campo 761,

esse montante. (Processo n.º 258/17 – Art.º 39º)

IV.1.3 – Regime de outros encargos

Foram suscitadas dúvidas sobre a aceitabilidade fiscal das contribuições efetuadas

para um Fundo de Pensões, quando as verbas capitalizadas decorrentes dessas

contribuições, na situação de morte do trabalhador, na vigência do contrato, sejam

atribuídas aos beneficiários de sobrevivência que não tenham os requisitos

enunciados no regime geral da segurança social (quanto à idade e à titularidade do

direito às correspondentes prestações).

Na situação em que não existam pessoas que reúnam as condições de

elegibilidade previstas no regime geral da segurança social, tendo em

conta o disposto no site da Autoridade de Supervisão de Seguros e

Fundos de Pensões, que refere que os herdeiros legais deverão ter

sempre direito à restituição das contribuições entregues, quer a mesma

seja efetuada pelo Fundo de Pensões quer seja pelo sujeito passivo com

recurso às verbas alocadas na sua conta residual, haverá sempre lugar

à aplicação do n.º10 do artigo 43.º do Código do IRC.

Mas, caso esses valores alocados à conta residual do associado se

destinem a financiar as contribuições futuras da empresa, ou seja, não

revertam para a própria empresa nem para os herdeiros legais que não

reúnam as condições de elegibilidade previstas no regime geral da

Segurança Social, esta operação não constitui uma operação de

resgate, pois não há qualquer restituição de fundos por parte do Fundo

de Pensões a favor do sujeito passivo, não sendo aplicável nem o n.º11

nem o n.º12 do artigo 43.º do Código do IRC e, por conseguinte, não

sendo aplicável a limitação prevista no n.º10 da mesma norma.

Quando os montantes forem alocados às contas individuais, no futuro,

em vez de serem efetuadas novas contribuições pelo associado do plano

de pensões, não serão, de facto, dedutíveis em sede de IRC, pois esses

montantes já foram considerados gastos (dentro dos limites previstos

no n.º2 do artigo 43.º do CIRC), quando ocorreu o financiamento do

plano de pensões. (Processo 3439/2016 – Art.º 43º)

Enquadramento fiscal de despesas efetuadas por uma empresa com almoços convívio

entre os funcionários, incluindo o jantar de Natal, e com a colocação à disposição dos

mesmos, de água, café, snacks, sumos e fruta.

Os gastos incorridos pela empresa com almoços convívio entre os

trabalhadores, incluindo o jantar de Natal, e com a colocação à

disposição dos mesmos de água, café, snacks, sumos e fruta podem ser

considerados realizações de utilidade social e, como tal, ser dedutíveis

fiscalmente, nos termos do n.º 1 do artigo 43.º do CIRC, uma vez que:

revestem caráter geral (ou seja, são extensivos a todos os trabalhadores

da empresa, não sendo atribuídos apenas a um grupo restrito); visam o

bem-estar dos trabalhadores; e, ainda que pudessem revestir a

natureza de rendimentos do trabalho dependente, seriam de difícil

individualização relativamente a cada um dos trabalhadores.

Uma vez que tais despesas não respeitam a creches, lactários e jardins-

de-infância, não podem beneficiar da majoração em 40% prevista no

n.º 9 do artigo 43.º CIRC.

Se nos almoços ou jantares convívio participarem clientes,

fornecedores, ou quaisquer outras pessoas ou entidades, as despesas

inerentes àquelas pessoas não se enquadram no artigo 43.º do CIRC.

(Processo 2321/2017 – Art.º 43º)

Aceitabilidade fiscal das perdas atuariais associadas com as responsabilidades com a,

população ativa com os reformados/pensionistas e com os ex-colaboradores.

Quanto à perda atuarial associada a responsabilidades com a população

ativa, a dedutibilidade fiscal tem por limite o valor acumulado das

diferenças entre os valores dos limites previstos nos nºs 2 e 3 do artigo

43.º do Código do IRC (CIRC) relativos ao período constituído pelos 10

períodos imediatamente anteriores ou, se inferior, ao período

contado desde o período de tributação da transferência das

responsabilidades ou da última alteração dos pressupostos atuariais e

os valores das contribuições efetuadas e aceites como gastos em cada

um desses períodos.

Quanto à perda atuarial associada a responsabilidades com

pensionistas, não se aplica a limitação prevista na alínea b) do nº7 do

artigo 43º do CIRC, o que significa que as contribuições efetuadas

podem ser aceites na totalidade, no momento em que for efetuada a

contribuição, não estando sujeita a qualquer limite.

No que respeita à perda atuarial associada a responsabilidades com ex-

colaboradores, estando em causa responsabilidades passadas com os

ex-trabalhadores com direitos adquiridos, podem estes gastos ser

aceites, nos termos do artigo 23.º e não pelo artigo 43.º, ambos do

CIRC, no momento em que se procede ao reconhecimento das

alterações dos pressupostos atuariais e desde que a contribuição

respetiva seja efetuada. (Processo 3688/2016 – Art.º 43º)

Enquadramento fiscal dos vales infância/vales educação que uma sociedade pretendia

atribuir a todos os sócios (gerentes e não gerentes), com filhos em idade escolar.

A atribuição de vales sociais só pode ser efetuada a trabalhadores da

entidade empregadora, não se enquadrando neste conceito os sócios,

porquanto não possuem qualquer tipo de vínculo de subordinação

jurídica perante a sociedade.

Refira-se, porém, que o conceito de “trabalhadores” utilizado abrange,

igualmente, os gerentes de uma sociedade (sócios ou não sócios), que,

para efeitos fiscais, são considerados trabalhadores dependentes.

Dado que a sociedade pretendia que a atribuição dos vales

infância/vales educação fosse efetuada a todos os sócios (gerentes e

restantes), ficava desde logo prejudicada a aplicação do regime

constante do Decreto-Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro. (Processo

1591/2017 – Art.º 43º)

Aceitação como gasto fiscal da dotação anual da amortização de um alvará, adquirido

por uma entidade, em 2009.

Assim, no caso concreto, a entidade não pode beneficiar do regime

estabelecido no art.º 45.º-A do CIRC, uma vez que este só se aplica aos

ativos adquiridos em ou após 1 de janeiro de 2014, não sendo

aplicável, portanto, ao alvará adquirido em 2009, de acordo com o

disposto no referido n.º 1 do art.º 12.º da Lei n.º 2/2014, de 16 de

janeiro.

O alvará terá uma utilização exclusiva sem limitação temporal definida

e, de acordo com os dados apresentados pela entidade, não há

qualquer indício de que esteja a ser alvo de deperecimento, pelo que

a amortização deste ativo intangível não pode ser aceite fiscalmente,

de acordo com o n.º 3 do art.º 16.º do Dec. Reg. n.º 25/2009, de 14 de

setembro. (Processo 1256/2017 – Art.º 45º-A)

IV.1.4 – Regime de mais-valias e menos-valias realizadas

Enquadramento fiscal da alienação de um imóvel, efetuada previamente à dissolução

e liquidação da sociedade.

Se a sociedade proprietária do imóvel, aliena o prédio urbano em

momento anterior ao da dissolução da sociedade – e,

consequentemente, em momento anterior à partilha da sociedade - não

pode considerar-se que tal situação se enquadre na esfera do IRS,

enquanto rendimento dos sócios. E isto independentemente dos motivos que estão subjacentes a tal

alienação, ou seja, independentemente de a venda ser efetuada na

expetativa de uma ulterior dissolução e liquidação do ente societário.

Não se subsumindo o facto tributário ao Código do IRS, não será

suscetível de ser tributado na esfera dos sócios.

O ganho obtido com a transmissão onerosa do prédio urbano,

efetuada pela sociedade, enquadra-se no conceito de mais-valia

previsto no artigo 46.º do CIRC, devendo a sua tributação ocorrer na

esfera da sociedade. (Processo 2156/2017 – Art.º 46º)

Tributação das mais-valias de imóveis registados como ativos fixos tangíveis

A mais-valia corresponderá à diferença entre o valor de realização,

líquido dos encargos que lhe sejam inerentes, e o valor de aquisição

deduzido da depreciação praticada e aceite fiscalmente no período de

tributação em causa.

De acordo com o nº 2 do Art. 64º do CIRC, sempre que nas referidas

transmissões onerosas o valor constante do contrato seja inferior ao

valor patrimonial tributário definitivo do imóvel, é este o valor a

considerar pelo alienante e adquirente, para determinação do lucro

tributável.

Quanto a uma eventual isenção das mais-valias apuradas, determina o

Art. 48º do CIRC que, em caso de reinvestimento do valor de realização,

na sua totalidade, a diferença positiva entre as mais valias e as menos

valias apuradas são apenas consideradas em 50% do seu valor para a

determinação do lucro tributável, se verificados os requisitos legais aí

previstos.

Para beneficiar deste regime, os sujeitos passivos devem mencionar a

intenção de efetuar o reinvestimento na declaração a que se refere a

alínea c) do nº 1 do artigo 117º (declaração anual de informação

contabilística e fiscal - IES) do período de tributação em que a realização

ocorre, comprovando na mesma e nas declarações dos dois períodos de

tributação seguintes os reinvestimentos efetuados. (Processo 2 662 /

2016 – Art.º 46º)

É possível considerar apenas em metade do valor as mais-valias que eventualmente

venham ser realizadas com a venda dos imóveis, quer aqueles que foram registados

como inventários quer os que foram reclassificados como propriedades de

investimento.

Assim, os ganhos provenientes da alienação de inventários não são

considerados mais-valias, pelo que não estão abrangidos pelo regime

do reinvestimento.

Por sua vez, aos ganhos resultantes da venda de propriedades de

investimento também não poderá ser aplicado o regime do

reinvestimento, uma vez que, embora tenham a natureza de mais-

valias, não resultam da transmissão de ativos fixos tangíveis, ativos

intangíveis ou ativos biológicos não consumíveis. (Processo 2016

002009 – Art.º 48º)

IV.1.5 – Dedução de lucros e reservas distribuídos e de mais e menos-valias realizadas com a transmissão onerosa de partes sociais

Enquadramento fiscal dos lucros obtidos por uma filial, localizada na Dinamarca e cujo

capital social é detido na totalidade por uma sociedade portuguesa, que foram objeto

de tributação naquele país.

Assim, desde que os lucros distribuídos pela filial não correspondam a

gastos fiscais para efeitos do imposto dinamarquês, conclui-se que se

encontram verificadas as condições de que depende a aplicação, ao

caso concreto, do mecanismo previsto no artigo 51.º do CIRC.

Nestas circunstâncias, estando os lucros distribuídos à sociedade-mãe

excluídos de tributação, deverá a sua dedução ser efetuada, na

totalidade, no campo 771 do quadro 07 da declaração Modelo 22 do

IRC.

Para efeitos de eliminação da dupla tributação económica

internacional sobre os dividendos distribuídos, além do referido

método da isenção previsto no artigo 51.º do CIRC, pode, em

alternativa, utilizar-se o método do crédito indireto, por opção,

quando não seja aplicável o método da isenção, com os limites

constantes do n.º 2 do artigo 91.º-A do CIRC e desde que verificados

os requisitos estabelecidos no seu n.º 3.

Estabelece o n.º 1 do artigo 91.º-A do CIRC que a dedução da dupla

tributação económica internacional é aplicável, por opção do sujeito

passivo, na declaração de rendimentos Modelo 22, quando na matéria

coletável deste tenham sido incluídos dividendos, distribuídos por

entidade residente fora do território português, que preencham os

requisitos previstos no presente artigo e aos quais não seja aplicável o

disposto no artigo 51.º.

Mais se refira que, nos termos do n.º 3 do artigo 68.º do CIRC, quando

seja exercida esta opção, deve ser acrescido à matéria coletável do

sujeito passivo requerente o imposto sobre os lucros pago pela

entidade dinamarquesa correspondente aos dividendos distribuídos.

De acordo com o estabelecido nos n.ºs 5 e 6 do mencionado artigo 91.º-

A, a prova do cumprimento dos requisitos previstos nesta disposição e

do montante de imposto efetivamente pago sobre os lucros e reservas

incluídos na matéria coletável deve ser efetuada pelo sujeito passivo

através de declarações ou documentos confirmados e autenticados

pelas autoridades públicas competentes dinamarquesas, devendo tais

declarações e documentos integrar o processo de documentação fiscal

a que se refere o artigo 130.º. (Processo 254/2017 – Art.º 51º)

Os lucros que, no futuro, vierem a ser distribuídos à cooperativa podem beneficiar do

regime de eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas

distribuídos, previsto no artigo 51.º do Código do IRC (CIRC).

O mecanismo do artigo 51.º do CIRC opera no período em que os réditos

estiverem a influenciar a base tributável. E, uma vez que os lucros que

a cooperativa venha a receber das suas participadas caem fora da

isenção estabelecida no artigo 66.º - A do EBF, estão os mesmos

sujeitos a IRC.

Assim, no período em que esses lucros venham a influenciar a base

tributável da cooperativa, é possível a aplicação do regime previsto no

artigo 51.º do CIRC, não concorrendo esses lucros para a determinação

do lucro tributável, desde que se verifiquem os requisitos aí

expressamente referidos.

Por outro lado, esses lucros, aos quais seja aplicável o regime do artigo

51.º do CIRC, poderão ficar dispensados de retenção na fonte, desde

que a participação no capital tenha permanecido na titularidade da

entidade, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua

colocação à disposição. (Processo 1871/2017 – Art.º 51º)

Aplicação do regime previsto no artigo 51.º - C às mais-valias que se venham a apurar

com a transmissão da totalidade do capital social de uma participada, que detém um

imóvel em regime de locação financeira, que representa a quase totalidade do ativo

desta empresa.

Tendo em conta que o imóvel foi registado pelo locatário nos ativos

fixos tangíveis antes de 1 de janeiro de 2014, não se aplica o disposto

no n.º4 do artigo 51.º - C. De qualquer modo, a sociedade não tem por

objeto a compra e venda de imóveis. Nestes termos, as mais-valias que

venham a ser apuradas com a alienação da participação não

concorrem para a determinação do lucro tributável, desde que se

verifiquem os requisitos previstos no n.º1 do art.º 51.º - C. (Processo

910/2017- Art.º 51º - C)

V.1.6 – Regime especial de tributação dos grupos de sociedades

Num mesmo grupo fiscal, estarem incluídas sociedades cujas demonstrações

financeiras individuais são elaboradas com base em referenciais contabilísticos

distintos (i.e., simultaneamente NIC e SNC) não apresenta qualquer constrangimento

ao nível da aplicação do RETGS.

Nada obsta a que o resultado fiscal do grupo, apurado através da soma algébrica dos resultados fiscais individuais apurados pelas empresas que o integram, tenha como ponto de partida resultados líquidos do período apurados com base em diferentes referenciais contabilísticos, uma vez que os ajustamentos previstos no Código do IRC e demais legislação complementar estabelecem condicionalismos que conduzem à homogeneização do apuramento dos vários resultados tributáveis. (Processo 2016 000725 – Art.º 69º)

Um grupo sujeito ao RETGS é adquirido por uma sociedade qualificada para ser a nova

sociedade dominante do grupo. No entanto, esta sociedade apurou prejuízos fiscais

nos três últimos períodos de tributação, pelo que vem a sociedade dominante do

grupo fiscal solicitar a confirmação da não obrigatoriedade de efetuar a opção

referida no nº 10 do art. 69º do Código do IRC (CIRC).

Não tendo a nova sociedade dominante exercido a opção aí prevista,

por apresentar, nos três períodos de tributação anteriores, prejuízo

fiscal, mantém-se a aplicação do RETGS ao grupo fiscal existente, dado

que não se encontra verificada a condição de cessação prevista na

alínea a) do nº 8 do referido artigo 69º. De facto, a nova sociedade

dominante não se encontra obrigada a integrar o perímetro do grupo

fiscal na qualidade de sociedade dominante, a menos que venha a

apurar lucro tributável num período de tributação subsequente,

mantendo todos os demais requisitos, caso em que a manutenção da

aplicação do RETGS está condicionada ao exercício da opção prevista

no nº 10 do art. 69º do CIRC. (Processo 229/2017 – Art.º 69º)

Uma sociedade que reúne as condições para ser considerada sociedade dominante de

um grupo pretende saber se pode ficar abrangida pela aplicação do RETGS e estar

sujeita à taxa geral dos Açores, dado que todas as sociedades ditas dominadas estão

sediadas na Região Autónoma.

Assim, ainda que todas as sociedades do grupo estejam sediadas nos

Açores e estejam sujeitas ao regime geral de IRC, à taxa normal da RAA,

para o grupo poder optar pelo RETGS previsto no art.º. 69º do CIRC, tem

que renunciar à taxa da Região Autónoma, conforme previsto na

alínea d) do nº 4 do art. 69º do CIRC, e optar pela taxa normal mais

elevada, conforme alínea a) do nº 3 do mesmo diploma, devendo a

renúncia manter-se por um período mínimo de três anos (nº 15 do art.º.

69º do CIRC). (Processo 1028/2017 – Art.º 69º)

Tendo sido constituídas várias sociedades antes do final do prazo para a entrega da

declaração de alterações, mas após o início do período de tributação em que se

pretende iniciar a aplicação do regime especial de tributação dos grupos de sociedades

(RETGS) às mesmas, veio a sociedade dominante solicitar a sua inclusão no Grupo

nesse período.

Agindo os sujeitos passivos nesta matéria de acordo com a anterior

Circular nº 5/2002, visto não ter sido ainda divulgado entendimento

contrário, e, no sentido de não defraudar as suas expetativas, apesar

de as sociedades não estarem constituídas à data de início da aplicação

do regime em que se pretende incluir as mesmas no grupo, mas antes

do final do prazo para a entrega da declaração de alterações a que se

refere ao alínea b) 1) do nº 7 do art.º. 69º do CIRC, mantém-se o

entendimento de que estas sociedades podem fazer parte do grupo

ainda nesse período de tributação.

No entanto, a partir dos períodos de tributação que se iniciem em, ou

após, 01.01.2017, não é aceite a inclusão, no grupo, de sociedades

constituídas após o início do período de tributação em que as referidas

sociedades forem constituídas. (Processo 1106/2015 – Art.º 69º)

A sociedade dominada de um Grupo tributado pelo regime especial de tributação dos

grupos de sociedades (RETGS), cuja sociedade dominante era residente para efeitos

fiscais na UE, pretende manter a continuidade da aplicação do regime ao Grupo, nos

termos do nº 10 do art.º. 69º do Código do IRC (CIRC), visto a sociedade anteriormente

dominante ter perdido o domínio indireto das sociedades que faziam parte do Grupo,

mas verificando-se esse domínio nas participadas, há mais de um ano, por parte dessa

sociedade dominada.

Não obstante, existindo uma sociedade que já anteriormente integrava

o grupo e que reúne os requisitos e condições para ser considerada

como sociedade dominante da totalidade, ou parte, das demais

sociedades que integravam aquele grupo, é possível a manutenção da

aplicação do RETGS, sem prejuízo, obviamente, da extinção do direito

à dedução da quota-parte dos prejuízos fiscais respeitantes às

sociedades que saiam do grupo, apurados durante a aplicação do

RETGS ao Grupo da sociedade dominante que sai, nos termos da alínea

c) do nº 1 do art. 71º do CIRC, não sendo esses prejuízos igualmente

dedutíveis no grupo, nos termos da alínea d) do nº 1 do mencionado

art.º. 71º, podendo, caso pretenda manter a aplicação do regime, a

nova sociedade dominante proceder à comunicação das alterações na

composição do grupo nos termos previstos no nº 7 do art.º. 69º do CIRC.

(Processo 253/2017 – Art.º 69º)

Pretende uma sociedade dominante residente na UE, a qual detém, de forma direta e

indireta, um conjunto de participações sociais em sociedades residentes para efeitos

fiscais em território português, o alargamento do perímetro de um grupo fiscal sujeito

ao RETGS, constituído por algumas dessas sociedades e optar pela continuidade de

aplicação do regime a esse Grupo. A nova sociedade dominante residente na UE

dispõe de uma sucursal em Portugal que detém apenas uma das sociedades

residentes em território português.

Assim, nada obsta a que a sociedade residente na UE possa ser

considerada a nova sociedade dominante do anterior Grupo e de

incluir no seu perímetro as outras filiais residentes em território

português que cumpram as condições para o poderem integrar.

De notar ainda que, quando a nova sociedade dominante opte pela

continuidade de aplicação do RETGS nos termos do nº 10 do art. 69º

do CIRC, caso haja prejuízos fiscais do Grupo verificados durante os

períodos de tributação anteriores em que o regime se aplicou, o

sujeito passivo pode solicitar a dedução dos mesmos ao lucro

tributável do novo grupo, desde que obtida autorização mediante

requerimento a apresentar à AT, conforme previsto no nº 3 do art. 71º

do CIRC. (Processo 1349/2017 – Art.º 69º-A)

Pretendia-se, assim, saber se para a sociedade dominante do Grupo A era obrigatório

o alargamento do perímetro do Grupo, mediante a inclusão de todas as sociedades

residentes em Portugal de ambos os Grupos, ou se, em alternativa, podiam continuar

a subsistir autonomamente os dois Grupos A e B.

Pretendia-se ainda saber a partir de que período de tributação se encontravam

reunidos os pressupostos para o alargamento do perímetro do Grupo, atendendo aos

efeitos fiscais da fusão ocorrida e qual o impacto fiscal desse alargamento na dedução

dos prejuízos fiscais em reporte.

A sociedade dominante do Grupo A, nos termos do nº 2, é obrigada a

incluir todas as sociedades residentes em território português,

passando a existir apenas um único Grupo fiscal.

O domínio fiscal da sociedade dominante do Grupo B (primeiro dia útil

do período de tributação em que a participação é detida há mais de um

ano), por parte da sociedade dominante do Grupo A, verifica-se à data

de 01.01.n+1, ou seja, no início do período de tributação seguinte à

data de aquisição, por fusão, das participações em, pelo menos, 75%

do capital social, uma vez que as condições de acesso ao RETGS têm

que estar verificadas à data do início do período de tributação, nos

termos da alínea b) do nº 3 do art. 69º do CIRC.

Assim sendo, o Grupo cuja sociedade dominante é a B, continua a

manter-se como Grupo autónomo no período referente ao ano n, só

devendo ser integrado no Grupo A a partir de 01.01.n+1.

Para efeitos de dedução dos prejuízos fiscais do Grupo adquirido B nos

resultados do Grupo A, aplica-se o nº 5 do art. 71º do CIRC, sendo os

mesmos dedutíveis em quotas-partes, como se de prejuízos

individuais se tratassem, nos termos da alínea a) do nº 1 do mesmo

artigo, não sendo necessário reconhecer o interesse económico da

operação, uma vez que a participação adquirida foi inferior a 50%.

Por sua vez, os prejuízos fiscais do Grupo A, continuam a ser dedutíveis

na totalidade, como prejuízos fiscais do Grupo. (Processo 2155/2017 –

Art.º 69º-A)

V.1.6 – Transformação de sociedades

As implicações fiscais da conversão de uma sociedade em comandita simples em

sociedade anónima, nomeadamente, se tal transformação poderia gerar qualquer facto

gerador de imposto em sede de IRC e se a mesma implicaria, por si só, a cessação da

aplicação do regime de transparência fiscal a que a entidade requerente estava sujeita

Assim, sendo necessário, para que uma sociedade se considere como

de simples administração de bens, e tendo em conta o primeiro

requisito que consta na alínea b) do nº4 do art.º 6º do CIRC, que a

mesma apenas pratique atos de administração de bens ou valores

mantidos como reserva ou para fruição, e entendidos estes como

aqueles que digam respeito, entre outros, a contratos de locação ou

arrendamento desses bens, e que os mesmos sejam bens próprios,

desde que se mostrem cumpridos os pressupostos a que fizemos

referência, a empresa pode ser qualificada como sociedade de simples

administração de bens, nos termos do disposto na alínea c) do n.º 2

em conjugação com o n.º 4 do artigo 6.º do Código do IRC. (Processo

2017 002902 – Art.º 72º)

V.1.7 - Regime especial aplicável às fusões, cisões, entradas de ativos e permutas de

partes sociais

Enquadramento fiscal de uma operação de reestruturação e sobre o seu possível

enquadramento no regime de neutralidade fiscal, previsto nos artigos 73.º e seguintes

do Código do IRC (CIRC).

O regime especial de neutralidade fiscal, previsto nos artigos 73.º e

seguintes do CIRC, só é aplicável às operações, taxativamente

descritas nos n.ºs 1 a 3 do artigo 73.º do CIRC, sendo fundamental, no

que toca concretamente às operações de entradas de ativos, que se

transmita um ramo de atividade.

Relativamente às projetadas operações de entrada de ativos, conclui-

se que não podem beneficiar do regime de neutralidade, uma vez que

inexistem, relativamente aos elementos transferidos, três ramos de

atividades distintos, na aceção do n.º 4 do art.º 73º do CIRC, dado que

a Requerente não logrou demonstrar que cada um dos edifícios

destacados configurava, na sociedade contribuidora, um ramo de

atividade. De facto, atendendo a que apenas tinha nos seus quadros um

colaborador, sendo a gestão da atividade de alojamento local

subcontratada a terceiros, que a mesma só estava a ser desenvolvida

num dos edifícios, estando os outros em remodelação, e que não são

também transferidos quaisquer meios monetários, fica prejudicada a

possibilidade de demonstrar a gestão individualizada dos edifícios.

Na eventualidade de a operação de reestruturação (entradas de ativos),

prosseguir nos termos acima expostos, conclui-se que não se

encontram reunidos os requisitos para se poder enquadrar no regime

especial de neutralidade fiscal, nos termos dos artigos 73.º e seguintes

do CIRC. Deverão, desta forma, caso a mesma venha a ter lugar, ser

apurados resultados com a transmissão de todos os elementos

patrimoniais da Sociedade Contribuidora, transmitidos a coberto da

alínea d) do n.º 3 do artigo 46.º do CIRC. (Processo 2016 003474 – Art.º

73º)

Uma entidade portuguesa pretende transmitir, por ocasião de uma fusão

transfronteiriça, a globalidade do seu património para uma sociedade não residente

detentora da totalidade do seu capital.

Os elementos patrimoniais da sociedade portuguesa transferidos ficarão afetos a um

estabelecimento estável da sociedade não residente situado em território português,

o qual passará a desenvolver a atividade que antes era desenvolvida pela entidade

residente. Os bens transmitidos serão registados na sociedade incorporante pelos

mesmos valores que tinham na sociedade fundida antes da realização da operação,

valor esse que resulta das regras fiscais.

Pretende-se saber se a operação pode beneficiar do disposto no regime de

neutralidade fiscal, previsto nos artigos 73.º e seguintes do Código do IRC (CIRC).

No caso em apreço, dado que todos os requisitos atrás descritos se

mostram cumpridos, conclui-se que a operação de fusão

transfronteiriça projetada, em que a entidade não residente irá

absorver por fusão a sociedade residente, alocando o património

desta a um estabelecimento estável daquela situado em território

português, poderá beneficiar do regime de neutralidade fiscal,

previsto nos artigos 73.º e seguintes do CIRC.

Em todo o caso, tal não invalida que, a posteriori, possa ser aplicável a

cláusula especial anti-abuso, prevista no n.º 10 do artigo 73.º do CIRC,

caso se conclua que se verificam os requisitos aí mencionados.

É de salientar o conjunto de obrigações de caráter acessório previsto

no artigo 78.º do CIRC que devem ser cumpridos pelas entidades

envolvidas, designadamente, a necessidade de manifestar

expressamente a opção pelo dito regime especial. (Processo 2017

001593 – Art.º 74º)

Tendo em conta que, segundo a Requerente, se trata de uma fusão, que reúne os

requisitos para se enquadrar na alínea d) do n.º 1 do artigo 73.º do Código do IRC, vem

requerer que lhe seja confirmado o enquadramento por si proposto através do qual

os prejuízos fiscais gerados pelos ACE podem ser transmitidos para a sociedade

adquirente.

No caso em análise, a operação não se caracteriza como uma fusão.

De facto, existem características típicas de uma fusão que não se

encontram aqui verificadas, como é o caso, designadamente, da

atribuição de partes sociais (ou posição jurídica) da entidade adquirente

dessas posições (a Requerente) aos antigos detentores das posições

jurídicas dos ACE extintos, ficando assim comprometida a

possibilidade de se transmitirem eventuais prejuízos fiscais.

Mas ainda que assim não fosse, dado que os ACE são obrigatoriamente

sujeitos ao regime de transparência fiscal, previsto no artigo 6.º do

Código do IRC, nos termos do qual, no caso dos ACE, os lucros ou

prejuízos fiscais são imputados aos seus membros de acordo com a sua

quota-parte que resulta do ato constitutivo ou, na sua falta, em partes

iguais, não se pode, na verdade, falar em transmissibilidade de

prejuízos fiscais, porque os prejuízos fiscais não são reportados nos

ACE mas sim, imputados aos seus membros que os constituem.

Para além disso, como o regime de neutralidade fiscal é aplicável, de

acordo com a alínea a) do n.º 7 do artigo 73.º do Código do IRC, às

entidades sujeitas e não isentas de IRC, com sede ou direção efetiva

em território português, as entidades abrangidas pelo regime de

transparência fiscal estão manifestamente fora do campo de

incidência daquele regime especial, porquanto estas entidades não

são tributadas em IRC. (Processo 2016 003475 – Art.º 75º)

V.1.8 - Liquidação de sociedades e outras entidades

Enquadramento fiscal, em sede de IRC, de rendimentos pagos a título de indemnização

devida por resolução de um contrato de concessão, bem como dos correspondentes

gastos associados à entrega de bens e direitos.

Mais concretamente, a sociedade requerente pretende esclarecer se tais rendimentos

e gastos, embora ainda não tenha sido formalmente deliberada a sua dissolução,

devem considerar-se como integrando o processo de liquidação da sociedade e,

consequentemente, ser tidos em conta num único período de tributação, nos termos

do artigo 79.º do Código do IRC, ou noutros períodos de tributação.

Assim, caso a sociedade obtenha os rendimentos relativos à

indemnização e incorra nos correlativos gastos associados à entrega

de bens e direitos antes da sua dissolução, estes não poderão

concorrer para a determinação do lucro tributável a efetuar nos

termos do artigo 79.º do Código do IRC, sendo que, caso ocorram no

período em que for deliberada a dissolução, devem integrar a

determinação do lucro tributável correspondente ao tempo decorrido

desde o início do período em que se verificou a dissolução até à data

desta. (Processo 1324/2017 – Art.º 79º)

V – TAXAS

Uma sociedade com sede no continente, que se dedica em regime de empreitada e

subempreitada, à construção e montagem de tubagens, de tanques e de reservatórios

metálicos para armazenagem de combustíveis e de outros fluidos, quer no continente,

mas especialmente na Região Autónoma dos Açores, pode beneficiar da redução de

taxa de IRC prevista no Decreto Legislativo Regional n.º 2/99/A, de 20 de janeiro.

Tendo presente que a redução de taxa de IRC, como aliás se refere no

próprio preâmbulo do Decreto Legislativo Regional n.º 2/99/A, de 20 de

janeiro, surge como uma medida tendente a compensar os custos da

insularidade bem como a promover a competitividade e criação de

emprego das empresas com atividade no arquipélago, visando, assim, a

promoção do investimento na Região Autónoma dos Açores, a empresa

não pode beneficiar do regime de redução de taxa previsto no art. 5.º

do Decreto Legislativo Regional n.º 2/99/A, de 20 de janeiro. (Processo

2016 002300 – Art.º 87º)

A dúvida em apreço prende-se com a sujeição ou não a tributação autónoma dos

encargos com “viaturas de serviço” de um sujeito passivo que exerce como atividade

principal, comércio de veículos automóveis ligeiros, cujo Código das atividades

económicas é CAE – 45110.

No que concerne ao caso em análise, a requerente no âmbito da sua

atividade principal – Comércio de Veículos Automóveis Ligeiros, utiliza

viaturas do seu inventário para demonstração, aos seus clientes e/ou

potenciais clientes, suportando as despesas inerentes com combustível,

portagens, seguros.

Muito embora estes encargos sejam imprescindíveis ao

desenvolvimento da sua atividade, estão sujeitos a tributação

autónoma, de acordo com o n.º 3 do art.º 88.º do CIRC. Esta é uma

norma antiabuso e todos os encargos efetuados ou suportados com as

viaturas mencionadas no n.º 3 do art.º 88.º, estão sujeitos a tributação

autónoma, a não ser que se enquadrem nas exceções previstas no n.º

6 do art.º 88.º do CIRC, o que não é o caso. (Processo 840/17 – Art.º

88º)

A questão colocada prende se com o regime da tributação autónoma, relativamente a

encargos com um veiculo automóvel movido alternadamente a gasolina/GPL.

Tem de se efetuar uma interpretação restritiva do disposto no Art.

88º/18 do CIRC, de forma que este preceito prevê apenas a

redução das taxas de tributação autónoma para as viaturas

ligeiras de passageiros movidas exclusivamente a GPL ou GNV.

Deste modo, tem de se efetuar uma interpretação restritiva do

disposto no Art. 18º/8 do CIRC, de forma que este preceito prevê

apenas a redução das taxas de tributação autónoma para as

viaturas ligeiras de passageiros movidas exclusivamente a GPL

ou GNV. (Processo 1 427/2017 – Art.º 88º)

Enquadramento a dar ao nível da tributação autónoma de encargos, efetuados ou

suportados, relacionados com viaturas ligeiras de passageiros com a lotação de nove

lugares incluindo a do condutor.

Não estando a viatura ligeira de passageiros, de que a requerente é

locatária, diretamente relacionada com a exploração do serviço

público de transportes ou com o aluguer das viaturas no exercício da

atividade normal do sujeito passivo, os encargos suportados com a

mesma estão sujeitos à tributação autónoma prevista no n.º 3 do

referido artigo 88.º não sendo aplicável a exclusão prevista no n.º 6 do

mesmo artigo. (Processo 2017 001168 – Art.º 88º)

A questão suscitada prende-se com a sujeição ou não a tributação autónoma dos

encargos com viaturas ligeiras de passageiros afetas à atividade de prestação de

serviços de apoio familiar e social (serviços de lar), adquiridas com a finalidade de

transportar os utentes a consultas médicas, atividades exteriores, parques temáticos,

exposições, festas concelhias, entre outros destinos. Os serviços de transporte são

cobrados e faturados aos utentes (clientes) e estão incluídos na mensalidade paga

pelos mesmos.

No que concerne aos encargos suportados com as viaturas ligeiras de

passageiros afetos ao serviço de deslocação/transporte dos

utentes/clientes, enquanto serviço acessório da atividade

desenvolvida pela requerente, que configura a prestação se serviços

de apoio social, e, em especial, atendendo a que este serviço não é

faturado expressamente aos utentes/clientes, considera-se que tal

serviço não se enquadra no conceito de “viaturas (…) destinadas a

serem alugadas no exercício da atividade normal” desenvolvida pelo

sujeito passivo, pelo que tais encargos não estão abrangidos pela

exceção prevista no n.º 6 do artigo 88.º do Código do IRC, estando, por

isso, sujeitos a tributação autónoma. (Processo 2016 003738 – Art.º

88º)

Sujeição ou não a tributação autónoma dos encargos com viaturas ligeiras de

passageiros, utilizadas ao serviço da plataforma UBER.

Destinando se a viatura da requerente à atividade de animação

turística (plataforma UBER), os encargos com a mesma não estarão

sujeitos a tributação autónoma, desde que o serviço prestado com a

mesma seja faturado e cobrado aos clientes, à semelhança das viaturas

ligeiras de passageiros afetas aos serviços de transferes e pequenos

circuitos turísticos, prestados pelos hotéis e agências de viagens aos

seus clientes, os quais faturam e cobram estes serviços aos seus clientes,

por se considerar que as mesmas estão abrangidas pela exceção

prevista no n.º 6 do art.º 88.º do Código do IRC. (Processo 209/2017 –

Art.º 88º)

Regime da tributação autónoma, relativamente a certos encargos de publicidade

sobre um veículo automóvel.

Este encargo, embora resulte de publicidade sobre um veículo

automóvel, não é uma despesa abrangida pelo nº 3 do Art. 88º do CIRC,

pelo que sobre o mesmo não recai tributação autónoma. (Processo

921/2017 – Art.º 88º)

VI – LIQUIDAÇÃO

Nos casos em que uma sociedade, que se dedica à execução de obras de engenharia

civil e obras públicas, que desenvolve a sua atividade em Portugal e em diversos

outros países através de sucursais e paga o imposto correspondente no Estado da

fonte dos rendimentos, no cálculo da fração prevista na alínea b) do n.º 1 do art.º 91.º

do CIRC, relativa ao crédito de imposto por dupla tributação jurídica internacional, para

além do imposto principal (IRC) e da derrama estadual se se considera, igualmente, a

derrama municipal, independentemente de Portugal ter celebrado Convenção para

Evitar a Dupla Tributação (CDT) com os países onde foram obtidos os rendimentos.

O que significa que, no que se refere ao crédito de imposto por dupla

tributação internacional, não se permite que este seja deduzido ao

valor da derrama municipal, nem esta entra no cálculo da fração

prevista na referida alínea b) do n.º 1 do art.º 91.º do CIRC.

Nas CDT são estabelecidos acordos em matéria de impostos sobre o

rendimento, tendo em vista evitar a dupla tributação e prevenir a

evasão fiscal. E, nos termos do art.º 2.º da maioria das convenções

celebradas por Portugal, a sua aplicação abrange também os impostos

cujos sujeitos ativos são as autarquias locais, como é o caso da

derrama municipal. Neste sentido, apenas nos casos em que estejam

em causa rendimentos abrangidos por CDT, a dedução correspondente

ao crédito de imposto por dupla tributação internacional é efetuada à

soma resultante do IRC liquidado segundo as normas do CIRC e do

montante da derrama municipal liquidada nos termos da legislação

respetiva. (Processo 2017 000721 – Art.º 91º)

Enquadramento fiscal de um contrato de cessão de exploração comercial, mais

concretamente no que concerne à sua eventual sujeição a retenção na fonte.

O rendimento obtido pela disponibilização de uma determinada

universalidade de bens com aptidão e autonomia económica

(estabelecimento comercial), por determinado período de tempo,

configura um rendimento de natureza empresarial, nos termos da

alínea e), do n.º 2, do artigo 3.º do CIRS, não estando sujeito a retenção

na fonte, de acordo com o disposto no artigo 94.º do CIRC. (Processo

1960/2017 – Art.º 94º)

Dispensa ou não de retenção na fonte de IRC sobre lucros distribuídos a entidade

religiosa à luz da Concordata celebrada entre o Estado Português e a Igreja Católica.

Os rendimentos de capitais provenientes da distribuição de lucros a

entidade religiosa no âmbito da Igreja Católica, por entidade residente

em território português, estão sujeitos a retenção na fonte de IRC.

(Processo 2017 541 – Art.º 94º)

Uma pessoa coletiva de direito público, dotada de autonomia administrativa e

financeira e património próprio, que não exerce a título principal uma atividade de

natureza comercial, industrial ou agrícola, aufere, entre outros rendimentos,

rendimentos de capitais (juros) provenientes de contas abertas em diversas instituições

bancárias.

Sobre os juros pagos, as diversas instituições financeiras têm vindo a aplicar uma taxa

de retenção de 25%, o que, na opinião da pessoa que requer, é um procedimento

errado, uma vez que, tratando-se de uma entidade isenta de IRC, nos termos da alínea

a) do n.º 1 do artigo 9.º do CIRC, a taxa aplicável é de 21,5% (taxa aplicável à data).

Aos rendimentos de capitais que não se encontrem isentos nos termos

do n.º 4 do artigo 9.º do CIRC deve ser aplicável a taxa de 21% (1 Taxa

em vigor a partir de 1 de janeiro de 2016, com o Orçamento de Estado

para 2016 (Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março. Até 31 de dezembro de

2015, a taxa aplicável era de 21,5%) prevista no n.º 5 do artigo 87.º do

CIRC, a qual é aplicável ao rendimento global das entidades que não

exercem, a título principal, uma atividade de natureza comercial,

industrial ou agrícola, com sede ou direção efetiva em território

português. (Processo 2014 002134 – Art.º 94º)

No pedido de informação vinculativa em apreço estava em causa a obrigatoriedade (ou

não) de retenção na fonte sobre a renda ou rendas pagas à sociedade requerente por

uma pessoa coletiva residente, e devidamente identificada, em face do que dispõe o

n.º 1, alínea g) do artigo 97.º do Código do IRC.

O objeto social da requerente consubstancia-se, entre outros, na gestão

de imóveis próprios e na compra e venda de imóveis e revenda dos

adquiridos para esse fim.

No entanto, por análise, designadamente, à declaração anual IES

(Informação Empresarial Simplificada), referente a 2016, não se

concluiu que a atividade de gestão de imóveis próprios fosse a

atividade predominante, no contexto global da atividade da sociedade,

e que fosse exercida com caráter regular, e não meramente esporádico.

De forma que, concluiu-se que a sociedade requerente não pode

beneficiar da dispensa de retenção na fonte quanto aos referidos

rendimentos prediais. (Processo 2017 000717 – Art.º 97º)

Dispensa de retenção na fonte sobre rendas pagas em resultado de um contrato de

sublocação imobiliária, quando as sublocadoras detêm os imóveis em regime de

locação financeira.

No caso da sublocação imobiliária, apesar da titularidade jurídica dos

imóveis não pertencer às entidades sublocadoras, os rendimentos

pagos pelas entidades sublocatárias encontram-se dispensados da

retenção na fonte, nos termos da alínea g) do n.º 1 do artigo 97.º do

Código do IRC, se as entidades sublocadoras tiverem por objeto social

a gestão de imóveis próprios e a maioria dos seus rendimentos

provierem, direta e predominantemente, dessa atividade. (Processo

413/2017 – Art.º 97º)

VII – PAGAMENTO

Determinada sociedade dominante de um Grupo (Grupo A) deixou de ter a participação

mínima de 75% de uma sociedade dominada, a qual é detentora de várias outras

sociedades, durante o mês de julho de ano n, tendo passado a existir dois grupos

distintos a partir dessa data. Ambos os grupos alteraram o seu período de tributação do ano civil para o período com

início em 01.07 e fim em 30.06. Assim, constituiu-se um novo Grupo (Grupo B), com

início a 01.07 desse período de tributação (n).

A questão consiste em saber se serão devidos pagamentos por conta no período

seguinte ao período intercalar, por parte do novo Grupo (Grupo B).

Os PC vão ser efetuados pela sociedade dominante do novo Grupo B e

pela sociedade dominante do Grupo A, nos respetivos meses (7º, 9º e

dia 15 do 12º meses) do período de tributação que se inicia em 01.07.n.

Face à letra da lei, as coletas das sociedades que já não façam parte do

perímetro do grupo, não são excluídas para efeitos de cálculo dos PC,

limitando-se o nº 6 do art. 106º do CIRC a referir que os PC a efetuar por

cada uma das sociedades do grupo, no período de tributação seguinte

àquele em que terminar a aplicação do RETGS, são calculados com base

no imposto que lhes teria sido liquidado no período de tributação

anterior se não estivessem abrangidas pelo regime

Assim, não é possível expurgar dos resultados do grupo as coletas

individuais das sociedades que dele saem, uma vez que a coleta é

calculada a partir do somatório dos resultados das sociedades

pertencentes ao grupo, constituindo-se como um todo indiferenciável.

(Processo 378/2016 – Art.º 105º)

VIII – OUTRAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DE ENTIDADES PÚBLICAS E

PRIVADAS

A questão em apreço consiste em saber qual o tempo necessário que uma sociedade,

que cessou a sua atividade, deve manter um representante com domicílio fiscal em

território nacional, tendo em atenção que já se encontram cumpridas todas as

obrigações declarativas e que tanto a entidade cessada como o representante da

cessação nomeado têm ativas as Notificações Eletrónicas através do serviço ViaCTT,

bem como o representante da cessação tem o seu domicílio fiscal num país da União

Europeia.

Aplicando-se as normas tributárias ao território português e sendo a

entidade residente neste território, deverá manter um processo de

documentação fiscal, relativo a cada período de tributação, nas

instalações do representante fiscal, que forçosamente terá que ser

residente em território nacional, durante o prazo de 10 anos.

NOTA FINAL – A leitura deste texto NÂO DISPENSA a leitura das informações vinculativas que

constam do Portal das Finanças, no seguinte link:

http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/informacoes_vinculativas/rendimen

to/circ/Pages/circ-visualizacao-por-artigo.aspx

Depois de aceder ao link acima referido deve escolher o artigo que pretende consultar e escolher

a informação vinculativa que se refere ao processo acima citado.

Lisboa, janeiro de 2018

Bruno Lagos

ANEXOS

ANEXO I – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – INCIDÊNCIA

ANEXO II – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – ISENÇÕES

Data Diploma Artigo Assunto

22-11-2017 CIRC 2Entidades que exercem, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou

agrícola – Cooperativa.

23-11-2017 CIRC 4 Extensão da obrigação de imposto.

22-11-2017 CIRC 4 Serviços tecnológicos virtuais prestados por entidades não residentes.

22-11-2017 CIRC 4Oferta de alojamento para turistas através da internet – Pagamento de taxa de utilização da

plataforma virtual a entidade não residente.

22-11-2017 CIRC 4 Extensão da obrigação de imposto.

21-07-2017 CIRC 4 Extensão da obrigação de imposto

21-07-2017 CIRC 4 Extensão da obrigação de imposto.

28-11-2017 CIRC 6Abrangência do regime de transparência fiscal a sociedade de profissionais em que a atividade

prosseguida por todos os sócios é a de agente de execução.

24-11-2017 CIRC 6 Transparência Fiscal.

23-11-2017 CIRC 6 Transparência Fiscal.

22-11-2017 CIRC 6 Transparência fiscal – Crédito de imposto por dupla tributação internacional.

21-07-2017 CIRC 8 Alteração de período de tributação - Alteração introduzida pelo OE 2017

ANEXO III – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – DETERMINA DA

MATÉRIA COLECTÁVEL

Data Diploma Artigo Assunto

22-11-2017 CIRC 9

Isenção (subjetiva) de IRC conferida ao Estado, às Regiões Autónomas e às Autarquias Locais,

bem como qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que

personalizados, incluindo os Institutos Públicos mas com exceção das entidades públicas

empresariais e respetivas obrigações declarativas – Enquadramento fiscal – Junta de Freguesia.

24-11-2017 CIRC 10 Amplitude da isenção (Rendimentos Prediais).

24-11-2017 CIRC 10 Extensão da isenção – rendimentos silvícolas.

24-11-2017 CIRC 11 Isenção de IRC – Rendimentos decorrentes de atividades culturais.

23-11-2017 CIRC 11 Atividades culturais, recreativas e desportivas.

ANEXO IV – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – TAXAS

Data Diploma Artigo Assunto

23-11-2017 CIRC 21Diferenças de câmbio apuradas na transposição para o Euro de demonstrações financeiras

preparadas em moeda funcional.

22-11-2017 CIRC 23 Deslocações ao estrangeiro de sócio gerente.

22-11-2017 CIRC 23 Conceito de Gastos.

22-11-2017 CIRC 23Enquadramento fiscal de encargos suportados com a realização de um evento de promoção e

lançamento de um produto novo.

22-11-2017 CIRC 23Seguro de saúde a favor do único sócio de uma sociedade sujeita ao regime de transparência

fiscal.

21-07-2017 CIRC 23 Gastos de sociedade incorporada por fusão.

21-07-2017 CIRC 23 Viagens de avião adquiridas a empresas lowcost.

27-04-2017 CIRC 23Alteração operada pela Lei n.º 42/2016. de 28 de dezembro (OE para 2017) e disposição

transitória constante do artigo 244.º da mesma lei.

24-11-2017 CIRC 31 Depreciação de Ativo Fixo Tangível.

21-07-2017 CIRC 39 Provisão para processo judicial em curso.

22-11-2017 CIRC 43 Contribuições para um Fundo de Pensões – Pensões de sobrevivência.

22-11-2017 CIRC 43 Realizações de utilidade social.

22-11-2017 CIRC 43 Contribuições para um Fundo de Pensões – Perdas atuariais.

21-07-2017 CIRC 43 Realizações de utilidade social - Vales Sociais.

22-11-2017 CIRC 46 Mais-valia – Alienação de imóvel antes da partilha de sociedade.

22-11-2017 CIRC 46 Conceito de Mais-Valias e de Menos-Valias de Imóveis.

25-07-2017 CIRC 48Reinvestimento do valor de realização de imóveis reclassificados como propriedades de

investimento.

23-11-2017 CIRC 51 Eliminação da dupla tributação de lucros e reservas distribuídos.

23-11-2017 CIRC 51 Distribuição de lucros a uma cooperativa agrícola.

28-11-2017 CIRC 69Elaboração das demonstrações financeiras individuais com base em diferentes referenciais

contabilísticos por sociedades integrantes de um grupo tributado pelo RETGS.

07-09-2017 CIRC 69Sociedade que apresenta três períodos de tributação com prejuízos fiscais adquire o domínio de

um Grupo sujeito ao Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades (RETGS).

21-07-2017 CIRC 69 Opção pelo RETGS - Taxa dos Açores

21-07-2017 CIRC 69Constituição de sociedades após A data de início do período de tributação em que se pretende a

sua inclusão no Grupo para efeitos da aplicação do RETGS

21-07-2017 CIRC 69Opção pela continuidade da aplicação do RETGS a um Grupo anteriormente dominado por

sociedade residente na UE.

23-11-2017 CIRC 72Transformação de sociedade em comandita simples em sociedade anónima; Manutenção da

aplicação do regime de transparência fiscal.

22-11-2017 CIRC 73 Transmissão de ramo de atividade numa operação de entrada de ativos.

28-11-2017 CIRC 74

Fusão transfronteiriça, por transmissão global do património de uma sociedade residente para

uma sociedade não residente e afetação dos elementos patrimoniais a um estabelecimento

estável situado em território português – aplicação do regime de neutralidade fiscal.

25-07-2017 CIRC 75Transmissibilidade de prejuízos fiscais no âmbito de uma operação de transmissão das posições

jurídicas detidas em três Agrupamentos Complementares de Empresas.

23-11-2017 CIRC 79 Sociedades em liquidação.

24-11-2017 CIRC 045-A Amortização de alvará adquirido anteriormente à Lei n.º 2/2014 de 16/01.

22-11-2017 CIRC 051-C

Aplicação do regime previsto no artigo 51.º - C às mais-valias que se venham a apurar com a

transmissão da totalidade do capital social de uma participada, que detém um imóvel em regime

de locação financeira, que representa a quase totalidade do ativo desta empresa.

22-11-2017 CIRC 069-A

Sociedade dominante de um Grupo sujeito ao regime especial de tributação dos grupos de

sociedades (RETGS), com sede na União Europeia (UE), adquire o domínio de sociedade

dominante de um outro Grupo sujeito ao RETGS, também ela com sede na UE.

21-07-2017 CIRC 069-AAlteração da sociedade dominante de um Grupo sujeito ao RETGS. para uma sociedade

residente na UE. com sucursal em Portugal. Retroatividade da opção.

ANEXO V – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – LIQUIDAÇÃO

Data Diploma Artigo Assunto

24-11-2017 CIRC 88 Taxas de Tributação Autónoma.

23-11-2017 CIRC 88Encargos com viaturas ligeiras de passageiros com a lotação de nove lugares

incluindo o do condutor.

21-07-2017 CIRC 87 Taxa de IRC na Região Autónoma dos Açores.

21-07-2017 CIRC 88Encargos com viaturas ligeiras de passageiros afetas a serviços sociais e de saúde -

Enquadramento em sede de tributação autónoma.

21-07-2017 CIRC 88Taxas de tributação autónoma - viatura ligeira de passageiros utilizada no transporte

ocasional de passageiros através da plataforma uber.

21-07-2017 CIRC 88 Encargos com "viaturas de serviço" - sujeição a tributação autónoma.

21-07-2017 CIRC 88 Taxas de Tributação Autónoma.

Data Diploma Artigo Assunto

22-11-2017 CIRC 94 Cessão de exploração de estabelecimento comercial.

22-11-2017 CIRC 94

Taxa de retenção na fonte a aplicar aos rendimentos de capitais auferidos pelo

Estado, as Regiões Autónomas e as Autarquias Locais, bem como qualquer dos

seus serviços, estabelecimentos e organismos, incluindo os Institutos Públicos e

entidades públicas empresariais que não desenvolvam predominantemente uma

atividade comercial ou industrial.

22-11-2017 CIRC 97Dispensa de retenção na fonte sobre rendimentos auferidos por residentes –

atividade de gestão de imóveis próprios.

21-07-2017 CIRC 91 Crédito de Imposto por Dupla Tributação Internacional.

21-07-2017 CIRC 94Retenção na fonte de IRC sobre lucros distribuídos a entidade religiosa - artigo 94º

CIRC.

21-07-2017 CIRC 97Dispensa de Retenção na Fonte (Rendimentos Prediais) - Locação Financeira

Imobiliária.

ANEXO VI – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – PAGAMENTO

ANEXO VII – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – OBRIGAÇÕES

ACESSÓRIAS

Compilação da autoria de Bruno Lagos, membro do Conselho Científico da APOTEC

Fevereiro de 2018

Data Diploma Artigo Assunto

24-07-2017 CIRC 105 Cálculo dos pagamentos por conta quando da alteração do período de tributação.

Data Diploma Artigo Assunto

22-11-2017 CIRC 130 Documentação fiscal e domicílio fiscal do representante da cessação.