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IREI folitécnico Polylechnic of Guarda RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL 1 Licenciatura em Farmácia Tânia Sofia Nunes Dias janeiro 2016

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IREIfolitécnico

Polylechnicof Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL 1

Licenciatura em Farmácia

Tânia Sofia Nunes Dias

janeiro 2016

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Farmácia

Tânia Sofia Nunes Dias

Janeiro | 2016

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

P R O F I S S I O N A L I

TÂNIA SOFIA NUNES DIAS

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM FARMÁCIA

janeiro|2016

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

LICENCIATURA EM FARMÁCIA - 1º CICLO

4º ANO / 1º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL I

ESTÁGIO EM FARMÁCIA HOSPITALAR

TÂNIA SOFIA NUNES DIAS ORIENTADORA: PROFESSORA DRª FÁTIMA ROQUE

SUPERVISORAS: DRA. ARMANDA SOFIA GONÇALVES DIAS E DRA. MARIA JOÃO AGUIAR

janeiro|2016

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Agradecimentos:

Antes de mais, gostaria de começar por agradecer ao Hospital Nossa Senhora da Assunção

de Seia – Unidade Local de Saúde da Guarda por me ter recebido neste Estágio Profissional

I e a todos os docentes da Escola Superior de Saúde da Guarda, que me acompanharam ao

longo do meu curso.

Quero agradecer em particular à minha colega do local de estágio, Nádia Monteiro, por me

ter acompanhado nesta fase da minha vida acadêmica e profissional. Quero também

agradecer a todos os colaboradores dos Serviços Farmacêuticos do Hospital Nossa Senhora

da Assunção de Seia por me terem acompanhado, apoiado e ensinado mostrando sempre

disponibilidade e interesse para que aprende-se sempre mais, bem como a todos os que de

alguma forma, direita ou indiretamente contribuíram para a realização deste Estágio e para

a aquisição de conhecimentos teóricos e teórico-práticos.

Por fim, gostaria de agradecer em particular à minha docente orientadora a Dr.ª Fátima

Roque e à minha supervisora do local de Estágio, a Dr.ª Armanda Dias e Dr.ª Maria Aguiar

por me ter acompanhado, orientado, ajudado e ensinado da melhor maneira possível ao

longo deste percurso tão importante.

A todos o meu muito Obrigado!

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Pensamento:

“O bom trabalho é aquele que, em alguma medida, me realiza, me dá alguma satisfação e me

faz sentir útil para a sociedade em que vivo. Enfim, um trabalho cujo sentido consigo

perceber, para o qual não me arrependo de dedicar várias horas do meu dia.”

Alessandro Molon

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SIGLAS

AIM – Autorização de Introdução no Mercado

Alert® ERP – Alert® Enterprise Resource Planning

Alert® PFH – Alert® Paper Free Hospital

ATQ – Classificação Anatómica, Terapêutica e Química

CAT – Centro de Atendimento ao Toxicodependente

CFT – Comissão de Farmácia e Terapêutica

CRI – Centro de Respostas Integradas

DCI – Designação Comum Internacional

DIDDU – Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

EPE – Entidade Pública Empresarial

EPI – Equipamento de Proteção Individual

FEFO – First Expired First Out

FH – Farmácia Hospitalar

FHNM – Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento

HNSA – Seia – Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia

IDT – Instituto de Droga e da Toxicodependência

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

RH – Recursos Humanos

SF – Serviços Farmacêuticos

SIIG – Sistemas Integrados de Informação e Gestão

SO – Serviço de Observação

TDT – Técnico de Diagnóstico e Terapêutica

TF – Técnico de Farmácia

ULS – Guarda – Unidade Local de Saúde da Guarda

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ÍNDICE DE FIGURAS

Folha

Figura 1 - Hospital Nossa Senhora da Assunção [9] ............................................................... 12

Figura 2 - Relações preferenciais de proximidade entre os SF e os outros serviços [11] ....... 15

Figura 3 - Ciclo de diagnóstico-terapêutica [12] ..................................................................... 16

Figura 4 – Esquema da divisão das gavetas da Medicina e SO de acordo com a frequência de

tomas e com a dispensa de medicamentos injetáveis ............................................................... 26

Figura 5 – Esquema da divisão das gavetas dos Paliativos e Convalescença de acordo com a

frequência de tomas .................................................................................................................. 26

Figura 6 - Maletas da Urgência ............................................................................................... 28

Figura 7 - Maletas do SO......................................................................................................... 28

Figura 8 - Exemplo de um rótulo ............................................................................................ 34

Figura 9 - Exemplo de um rótulo de um medicamento reembalado ....................................... 36

Figura 10 - Registo dos medicamentos reembalados .............................................................. 36

Figura 11 - Preparação da metadona ....................................................................................... 38

Figura 12 - Poster afixado da reembalagem ............................................................................ 39

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ÍNDICE DE TABELAS

Folha

Tabela 1 - Esquema de cores usado nos SF do HNSA – Seia para indicar a dosagem dos

medicamentos reembalados e rotulados ................................................................................... 36

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ÍNDICE

Folha

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9

1. HOSPITAL NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO – SEIA ........................................... 11

1.1. HISTÓRIA ........................................................................................................................ 11

1.2. CARACTERIZAÇÃO ....................................................................................................... 12

2. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS HOSPITALARES ..................................................... 13

2.1. LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................... 14

2.2. ESTRUTURA FÍSICA ...................................................................................................... 14

2.3. RECURSOS HUMANOS ................................................................................................. 16

2.4. SISTEMAS INTEGRADOS DE INFORMAÇÃO E GESTÃO ....................................... 16

2.4.1. Alert® ......................................................................................................................... 17

3. CIRCUITO DO MEDICAMENTO .................................................................................. 18

3.1. GESTÃO/APROVISIONAMENTO ................................................................................. 18

3.2. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO ............................................................................................... 18

3.3. RECEÇÃO ........................................................................................................................ 20

3.4. ARMAZENAMENTO ...................................................................................................... 21

3.5. DISTRIBUIÇÃO ............................................................................................................... 23

3.5.1. Distribuição Individual Diária em Dose Unitária ...................................................... 24

3.5.2. Reposição por níveis ..................................................................................................... 27

3.5.3. Dispensa a doentes em regime de ambulatório .......................................................... 28

3.5.3.1. Distribuição de medicamentos em cirurgia de ambulatório ........................................ 30

3.5.4. Distribuição de medicamentos sujeitos a legislação restritiva ................................. 31

3.5.4.1. Medicamentos Estupefacientes, Psicotrópicos e Benzodiazepinas ............................. 31

3.5.4.2. Medicamentos Hemoderivados ................................................................................... 32

3.6. FARMACOTECNIA ......................................................................................................... 33

3.6.1. Preparação de fórmulas não estéreis .......................................................................... 33

3.6.2. Reembalagem ................................................................................................................ 35

4. PROGRAMA DE SUBSTITUIÇÃO OPIÁCEA ............................................................. 37

5. OUTRAS ATIVIDADES REALIZADAS ........................................................................ 39

ANÁLISE CRÍTICA E CONCLUSÃO ................................................................................ 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 42

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ANEXOS

ANEXO A – PLANTA DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS ........................................ 46

ANEXO B – ALERT® PAPER FREE HOSPITAL ............................................................ 47

ANEXO C – ALERT® ENTERPRISE RESOURSE PLANNING .................................... 48

ANEXO D – CIRCUITO DOS MEDICAMENTOS EM MEIO HOSPITALAR ............ 49

ANEXO E – FICHA DE REGISTO DE FALTA DOS MEDICAMENTOS .................... 50

ANEXO F – EXEMPLO DE UMA NOTA DE ENCOMENDA ........................................ 51

ANEXO G – ANEXO VII ...................................................................................................... 52

ANEXO H – ÁREA DA RECEÇÃO .................................................................................... 53

ANEXO I – EXEMPLO DE UMA GUIA DE REMESSA ................................................. 54

ANEXO J – EXEMPLOS DE VÁRIOS RÓTULOS DE MEDICAMENTOS ................. 55

ANEXO L – ARMAZÉM ROLANTE .................................................................................. 56

ANEXO M – ZONA DE ARMAZENAMENTO DE SOLUÇÕES INJETÁVEIS DE

GRANDE VOLUME .............................................................................................................. 57

ANEXO N – FRIGORÍFICOS .............................................................................................. 58

ANEXO O – ZONA DE ARMAZENAMENTO DE SOLUÇÕES DE DESINFEÇÃO E

ANTISSÉTICOS ..................................................................................................................... 59

ANEXO P – EXEMPLO DE UMA “FOLHA DE TOTAIS” ............................................. 60

ANEXO Q – FOLHA DE REQUISIÇÃO DO SERVIÇO POR PERFIL ......................... 61

ANEXO R – RECEITA PARA CIRURGIA DE AMBULATÓRIO ................................. 62

ANEXO S – ANEXO X .......................................................................................................... 63

ANEXO T – REQUISIÇÃO/DISTRIBUIÇÃO/ADMINISTRAÇÃO DE

MEDICAMENTOS HEMODERIVADOS .......................................................................... 64

ANEXO U – FICHA DE PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS ... 65

ANEXO V – TRABALHO DE PESQUISA “SEGURANÇA E QUALIDADE EM

FARMÁCIA HOSPITALAR”............................................................................................... 66

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INTRODUÇÃO

O presente relatório surge no âmbito da unidade curricular de Estágio Profissional I,

integrado no plano de estudos do curso de Farmácia – 1º Ciclo da Escola Superior de Saúde, do

Instituto Politécnico da Guarda. É realizado em Farmácia Hospitalar (FH), mais propriamente

nos Serviços Farmacêuticos (SF) da Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS – Guarda), do

Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia (HNSA – Seia).

O estágio foi iniciado a 22 de setembro de 2015 e finalizado a 12 de janeiro de 2016

com um total de 490 horas, tendo sido interrompido na semana de 16 a 20 de novembro uma

vez que nós alunos tínhamos de estar na escola para dar seguimento ao trabalho de investigação

que está a ser desenvolvido desde o semestre passado, e para as férias de Natal. A orientação e

coordenação desenvolveu-se através da docente orientadora Dr.ª Fátima Roque, e pelas

supervisoras do local de estágio a Dr.ª Armanda Dias e Dr.ª Maria Aguiar, que me orientaram

durante o estágio de FH.

O estágio é uma mais valia para nós estudantes porque ajuda-nos a pôr em prática e a

aprofundar ainda mais os conhecimentos e competências adquiridas ao longo do curso. Permite-

nos portanto obter experiência e adquirir mais conhecimentos e competências sobre a nossa

futura atividade profissional, Técnicos de Farmácia (TF). A profissão de TF encontra-se,

segundo o Decreto-Lei nº 320/99, de 11 de Agosto, enquadrada na carreira de Técnicos de

Diagnóstico e Terapêutica (TDT) [1]. A carreira de TDT reflete a diferenciação e também a

qualificação profissional que estão inerentes ao exercício das suas funções devendo ser

exercidas com responsabilidade profissional e autonomia técnica [2].

Por sua vez, o Decreto-Lei nº 564/99 de 21 de Dezembro caracteriza a profissão do TF,

sendo que nos compete o “desenvolvimento de atividades no circuito do medicamento, tais como análises e

ensaios farmacológicos; interpretação da prescrição terapêutica e de fórmulas farmacêuticas, sua preparação,

identificação e distribuição, controlo da conservação, distribuição e stocks de medicamentos e outros produtos,

informação e aconselhamento sobre o uso do medicamento”, além disso têm como objetivo a promoção

e prevenção da saúde [2].

Uma vez que o estágio promove a integração e a autonomia no desempenho das

diferentes funções do TF onde a aprendizagem é desenvolvida em contexto real tem como

objetivos educacionais favorecer a integração das aprendizagens que se desenvolvem ao longo

do curso de maneira a que o perfil do estudante vá de encontro às competências necessárias no

âmbito da sua formação e também preparar o estudante para dar respostas às exigências da

sociedade, promovendo a socialização e a integração profissional.

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Em relação aos objetivos gerais podem ser definidos dois, que são o desenvolvimento

da capacidade técnica e científica na realização das atividades subjacentes à profissão de TF,

no enquadramento das várias áreas de intervenção profissional e aplicar os princípios éticos e

deontológicos que são inerentes à nossa profissão. Quanto aos objetivos específicos, estes são:

caracterizar a estrutura física e organizacional dos SF; descrever o circuito do medicamento

desde a sua prescrição até à sua administração, identificando todos os intervenientes;

demonstrar capacidade de autonomia e rigor na execução técnica; avaliar e analisar de forma

crítica os resultados obtidos; executar e avaliar as técnicas e métodos de acordo com os recursos

disponíveis; aplicar os conhecimentos teóricos e teórico-práticos sobre situações de execução

prática e aplicar normas de higiene, limpeza e desinfeção.

Para que estes objetivos se realizem precisamos de desenvolver atividades no circuito

do medicamento, desde a receção ao armazenamento e distribuição de medicamentos; verificar

lotes e prazos de validade; colaborar no registo de faltas de especialidades farmacêuticas;

interpretar a prescrição terapêutica em meio hospitalar; identificar e interpretar fórmulas

magistrais e preparados oficinais bem como manipular, conservar e rotular as formas

farmacêuticas em farmacotecnia e preparar os medicamentos manipulados de acordo com as

Boas Práticas de Preparação de Manipulados e participar nos vários processos de distribuição

de medicamentos do HNSA – Seia.

Em relação à estrutura deste relatório este encontra-se dividido em três partes. A

primeira diz respeito à história e caracterização do HNSA – Seia, a segunda parte caracteriza

os SF, a sua localização, estrutura física, Recursos Humanos (RH) e os Sistemas Integrados de

Informação e Gestão (SIIG). Por fim a terceira parte do relatório descreve o circuito do

medicamento: a seleção e aquisição de medicamentos, a receção, o armazenamento e as várias

formas de distribuição que são utilizadas no HNSA – Seia. Abordarei também a farmacotecnia,

o programa de substituição opiácea em que o HNSA – Seia participa e outras atividades que

foram elaboradas ao longo do estágio. No final, farei uma análise crítica sobre todo o estágio.

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1. HOSPITAL NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO – SEIA

Um hospital é um estabelecimento de saúde com serviços diferenciados, dotado de

internamento, de ambulatório e de meios de diagnóstico e terapêutica cujo objetivo é prestar à

população assistência médica curativa e de reabilitação, e colaborar na prevenção da doença,

no ensino e na investigação científica [3].

1.1. HISTÓRIA

A primeira referência de um Hospital em Seia data de 1617 pertencendo à Santa Casa

da Misericórdia, localizando-se primeiro na Casa do Despacho e posteriormente adquiriu-se

uma nova casa, esta sim já com funções hospitalares, junto à Igreja da Misericórdia onde se

manteve até ao século XX [4]. Essa casa foi vendida em 1911 devido ao seu estado de

degradação e porque não correspondia às reais necessidades, e o projeto para o novo hospital,

num edifício mais amplo na então vila de Seia, iniciou-se em 1916 com a compra de um terreno

tendo a construção ocorrido entre 1920-1929 sendo inaugurado em 1930 [4].

Em 1954-1955 é remodelado e ampliado, em 1975 é nacionalizado e cinco anos mais

tarde restituído à Santa Casa da Misericórdia mas continuando a pertencer ao Estado vindo mais

tarde a tornar-se Hospital Distrital [4].

O HNSA – Seia, pertencente ao Hospital da Guarda, foi criado em 1992 pelo Decreto-

Lei nº 18/92, de 5 de Fevereiro [5]. Segundo o Decreto-Lei citado atrás a criação do HNSA –

Seia resultou do reconhecimento da necessidade de serem criadas estruturas de saúde modernas

e inovadoras, quis, por isso, obter-se um melhor acesso aos cuidados básicos de saúde e

interrelacionar as diferentes instituições às populações que abrange [6]. As atividades

desenvolvidas pelo HNSA – Seia não são só de internamento mas sim na prestação de cuidados

ambulatórios por equipas pluridisciplinares levando diretamente às populações serviços que até

então eram reduzidos ou prestados fora da área geográfica da residência dos doentes [6].

Segundo o Decreto-Lei nº 183/2008, de 4 de Setembro, Seia deixou de ter Hospital e passou a

ter apenas uma Unidade Local de Saúde integrada na Unidade Local da Guarda e tornou-se uma

Entidade Pública Empresarial (EPE), passando a denominar-se ULS – EPE – Hospital Nossa

Senhora da Assunção – Seia [7].

Em 1995 é novamente ampliado com um novo edifício, como se pode ver na Figura 1,

e em 2009 volta a ser renovado decorrendo no dia 31 de Agosto a sua inauguração [4].

O HNSA localiza-se na cidade de Seia, na região da Serra da Estrela que é um

importante polo de atração turística e como o concelho se encontra em contiguidade geográfica

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fica com outros concelhos pelo que a sua área geográfica abrange também os concelhos de

Gouveia e Fornos de Algodres num total de aproximadamente 86000 pessoas [5].

Esta unidade da ULS-Guarda incorpora também a Rede Nacional de Cuidados

Continuados [4], incluindo os Cuidados de Convalescença e Cuidados Paliativos [8].

Figura 1 - Hospital Nossa Senhora da Assunção [9]

1.2. CARACTERIZAÇÃO

Atualmente, o HNSA – Seia é constituído por quatro serviços de internamento:

Medicina, Cuidados de Convalescença, Cuidados Paliativos e Cirurgia. Além destes serviços,

o hospital tem outros nomeadamente o Bloco Operatório, o Serviço de Urgência/SO (Serviço

de Observação), o Serviço de Imagiologia e de Análises Clínicas, o Serviço de

Eletrocardiograma, de Fisioterapia, de Técnicas Gastroenterológicas, Hematologia. Dispõe

ainda de serviços no âmbito da consulta-externa onde se prestam consultas de: Anestesiologia,

Cirurgia Geral, Dermato-Venereologia, Nutrição, Ginecologia/Obstetrícia, Medicina Física e

de Reabilitação, Neurologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Pneumonia e Urologia [8].

O total de camas do HNSA – Seia é 61 estando distribuídas pelos seguintes serviços: 25

camas na Medicina, 9 na Cirurgia, 16 nos Cuidados de Convalescença e 11 nos Cuidados

Paliativos.

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2. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS HOSPITALARES

A FH é definida como o “conjunto de atividades farmacêuticas exercidas em organismos hospitalares

ou serviços a eles ligados para colaborar nas funções de assistência que pertencem a esses organismos e serviços

e promover a ação de investigação científica e de ensino que lhes couber” [10]. As atividades da FH são

exercidas pelos SF, pelo que estes são definidos como departamentos com autonomia técnica e

científica sujeitos à orientação dos Órgãos de Administração, perante os quais respondem pelos

resultados do seu exercício [10]. São dirigidos por um farmacêutico com a categoria de diretor

de serviço [10]. São os SF que asseguram a terapêutica medicamentosa aos doentes, a

qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos, que integram as equipas de cuidados de

saúde e promovem ações de investigação científica e de ensino [11].

A missão da FH é promover e garantir o uso racional e seguro do medicamento e a sua

função é tornar disponível o medicamento correto na quantidade e qualidade certas para que se

cumpra a prescrição médica para cada doente e para todos os doentes do hospital, isto sempre

com metodologia e circuitos próprios. O objetivo dos SF é o conjunto das atividades

farmacêuticas que são exercidas em organismos hospitalares ou serviços a eles ligados

designados por “atividades de FH” [11].

Aos SF acarretam várias responsabilidades, nomeadamente, a gestão do medicamento,

ou seja, a seleção, aquisição, armazenamento e distribuição dos medicamentos; a gestão de

outros produtos farmacêuticos, como por exemplo, dispositivos médicos ou reagentes; a

implementação e monitorização da política do medicamento que é definida pelo Formulário

Hospitalar Nacional de Medicamentos (FHNM) e pela Comissão de Farmácia e Terapêutica

(CFT); a gestão de medicamentos experimentais e dos dispositivos que se utilizam para a sua

administração e dos restantes medicamentos necessários ou complementares à realização dos

ensaios, e por fim, a gestão da segunda maior porção do orçamento dos hospitais [11].

Além destas responsabilidades, aos SF competem várias funções, tais como, a seleção e

aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos; aprovisionamento,

armazenamento e distribuição dos medicamentos experimentais e dos dispositivos necessários

à sua administração bem como dos outros medicamentos já autorizados que podem ser precisos

ou são complementares à realização dos ensaios clínicos; produção e verificação analítica de

medicamentos; análise de matérias-primas e produtos acabados; distribuição de medicamentos

e outros produtos de saúde; participação em Comissões Técnicas, como por exemplo, a CFT,

Comissão de Infeção Hospitalar ou de Higiene; fornecer apoio técnico aos serviços de análises,

esterilização, de sangue ou outros que dele careçam; abastecer de produtos químicos e reagentes

os laboratórios de análises clínicas e outros; cooperação na ação médica e social quer seja

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curativa, recuperativa ou preventiva dos organismos aos quais estão ligados; colaboração na

preparação e aperfeiçoamento de pessoal destinado aos serviços e na educação farmacêutica de

outros serviços com os quais interajam; Farmácia Clínica, Farmacocinética, Farmacovigilância

e prestação de Cuidados Farmacêuticos; colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos;

participação em Ensaios Clínicos; colaboração na prestação e preparação de Nutrição

Parentérica; informação de medicamentos e por fim, o desenvolvimento de ações de formação

[10,11].

Em cada hospital ou num organismo equivalente para que os SF exerçam as suas funções

e atividades têm de estar em contato diário com quase todos os serviços e profissionais: serviços

clínicos; serviços de doentes; serviços de aprovisionamento; laboratórios de análises; conselho

de administração; clínicos; enfermeiros; administradores; técnicos e farmacêuticos e serão

representados pelo Conselho Técnico e pela CFT [10,12]. Fora do hospital, os SF contactam

com entidades reguladoras do medicamento, laboratórios da indústria farmacêutica, farmácias

comunitárias e outros hospitais [12].

2.1. LOCALIZAÇÃO

Os SF do HNSA – Seia localizam-se no piso -1, do edifício novo, e funcionam de

segunda a sexta-feira desde as 8:30h às 17:30h, em horário contínuo. Durante o fim-de-semana

se os serviços necessitarem de medicação urgente e indispensável e esta não se encontre no

stock de apoio nos respetivos serviços, a farmacêutica responsável vai à farmácia e dispensa o

medicamento.

2.2. ESTRUTURA FÍSICA

Os SF devem ter as dimensões técnicas adequadas à natureza e à categoria do hospital

a que dão apoio [10]. Além disso, deverão ser constituídos por áreas funcionais, nomeadamente,

a seleção e aquisição; a receção e armazenagem; a preparação; o controlo; a distribuição; a

informação e a farmacovigilância, farmacocinética e farmácia clínica [11]. Os SF do HNSA –

Seia encontram-se divididos por várias áreas sendo elas:

Sala de distribuição/sala da farmacotecnia – sala onde se prepara a medicação para

os serviços em Distribuição Individual Diária em Dose Unitária (DIDDU) e onde se efetua a

dupla conferência da medicação, prepara-se também a medicação das maletas por reposição por

níveis. É a sala de farmacotecnia também, ou seja, é onde se preparam os medicamentos

manipulados e se faz a reembalagem de medicamentos.

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Área de lavagem – é uma pequena sala por onde entram as maletas da medicação e

se lavam antes de voltarem para a sala de distribuição para voltarem a ser utilizadas.

Gabinete do responsável – é o gabinete da farmacêutica responsável pela farmácia.

É também onde se encontra o armário com fechadura própria com os medicamentos

estupefacientes, psicotrópicos e benzodiazepinas.

Serviços administrativos – local onde se procede à elaboração das notas de

encomenda dos medicamentos, dispositivos médicos e outros produtos farmacêuticos.

Receção – pequena área onde se rececionam todos os medicamentos, produtos

farmacêuticos e dispositivos médicos.

Zona de atendimento ao público – pequena área onde os doentes de ambulatório

podem ir buscar os medicamentos para as patologias em que são acompanhados.

Armazém – lugar da farmácia onde se armazenam todos os medicamentos por ordem

alfabética. As soluções injetáveis de grande volume, os produtos inflamáveis, desinfetantes e

antisséticos estão à parte dos restantes medicamentos.

Um esboço da planta dos SF encontra-se no Anexo A.

Os SF devem, sempre que possível, ter facilidade de acesso externo e interno; ter

implementado em todas as áreas armazéns e no mesmo piso; se existir, a área de distribuição

de medicamentos aos doentes de ambulatório deve estar próxima da circulação normal destes

doentes, como por exemplo próximo às consultas externas e a entrada deve ser pelo exterior

dos SF, e por fim, ser próximo dos elevadores [11]. A Figura 2 individualiza as várias relações

preferenciais de proximidade entre os SF e os outros serviços. Os SF do HNSA – Seia respeitam

este esquema.

Figura 2 - Relações preferenciais de proximidade entre os SF e os outros serviços [11]

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2.3. RECURSOS HUMANOS

Os RH são a base essencial dos SF e por essa razão estes devem ser dotados de meios

humanos adequados em número e qualidade pelo que assumem especial relevo no contexto da

reorganização da FH [11].

Nos SF do HNSA – Seia os RH são dotados de duas Farmacêuticas, sendo que uma é a

responsável pela farmácia, um Técnico de Farmácia, um Assistente Operacional e um

Assistente Técnico, sendo qua cada colaborador tem a sua função no circuito do medicamento.

2.4. SISTEMAS INTEGRADOS DE INFORMAÇÃO E GESTÃO

Os SIIGs são tecnologias que permitem aos que intervêm diretamente na prestação de

cuidados de saúde introduzirem e gerirem as informações indispensáveis para exercerem a sua

atividade com segurança, qualidade e baixos custos, participando todos ativamente na geração

e gestão da informação [12]. O seu principal objetivo é melhorar a qualidade da assistência dos

cuidados de saúde aos utentes numa correta interação entre a tecnologia, as pessoas, as equipas

de desenvolvimento, a estrutura e cultura da organização [12].

A implementação eficiente dos SIIGs pode contribuir para aumentar a qualidade e

segurança dos serviços prestados, reduzir os custos, racionalizar a utilização dos RH, facilitar

a implementação das políticas de saúde [12], e contribuir para a redução significativa dos erros

com medicamentos, sendo que esta redução se deve às correções nos processos de trabalho e à

disponibilidade de informação online para todas as etapas do circuito do medicamento [13]. O

sucesso na implementação de um SIIG trás alguns riscos que ocorrem ao se assumir que um

SIIG é um sistema informático e não um sistema de organização e à falta de formação adequada

dos responsáveis por áreas-chave, pelo que envolve o compromisso de todos [14].

Os SIIGs devem ser desenvolvidos e implementados tendo por base o ciclo de

diagnóstico-terapêutica [12] (Figura 3). Quando

se fala neste ciclo, em relação à prescrição, os

SIIGs deverão ser desenvolvidos com

mecanismos de apoio para que estas sejam mais

seguras, eficazes e económicas, o mesmo se

espera do modelo da prescrição no SIIG, pois

este deve permitir que as prescrições sejam

fáceis de realizar, que o acesso à informação seja

rápida e que a transferência da mesma seja rápida [12].

Figura 3 - Ciclo de diagnóstico-terapêutica [12]

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Os SF devem criar e proceder à manutenção da base de medicamentos dos SIIGs, esta

base deverá ter [12]:

Identificação do medicamento por Designação Comum Internacional (DCI), lote,

classificação do FHNM e Classificação Anatómica, Terapêutica e Química (ATQ), forma

farmacêutica, via de administração, regras de conservação;

Doses recomendadas para a prescrição e doses máximas recomendadas;

Interações medicamentosas, as suas consequências e intervenções;

Informações sobre o medicamento destinadas a todos os intervenientes;

Documentos complementares necessários a preencher aquando da prescrição de

estupefacientes e psicotrópicos, hemoderivados, antibióticos, medicamentos extra-formulário;

Informações sobre o aprovisionamento;

Detentor da Autorização de Introdução no Mercado (AIM), o número e data da AIM;

O fornecedor, marca comercial e preço.

Os SIIGs utilizados no HNSA – Seia é o Alert® PFH (Paper Free Hospital) e o Alert®

ERP (Enterprise Resource Planning) que são utilizados em conjunto na farmácia.

2.4.1. Alert®

O Alert® é um SIIG importante porque auxilia os profissionais de saúde a prestarem

cuidados de saúde de qualidade interligando a atividade de todos, disponibilizando informações

importantes e ferramentas facilitadoras da tomada de decisões e apoiando as atividades de

gestão, sendo que o seu objetivo é alcançar uma visão integral e integrada de todos os processos

[15,16].

O Alert® PFH (Anexo B) é um software que torna possível a documentação, integração

e revisão de toda a informação relacionada com as operações hospitalares e com o registo da

informação clínica em tempo real [15]. Algumas vantagens são a melhora da satisfação dos

pacientes e profissionais; aumento da eficiência das operações hospitalares; controlo dos custos;

aumento da performance dos profissionais e redução dos erros médicos [15].

Por sua vez, o Alert® ERP é um software de gestão para as instituições de saúde e foi

desenvolvido para aumentar a produtividade e melhorar os serviços, é uma ferramenta evoluída

de suporte à gestão da sua atividade [15]. O Alert® ERP abrange a gestão financeira, do

aprovisionamento, de instalações e equipamentos e dos RH, e a logística e FH [15]. Tendo por

base a plataforma Microsoft Dynamics NAV, verticalizou-se a solução Alert® ERP cujo

objetivo é aumentar a produtividade e otimizar o funcionamento dos serviços [15] (Anexo C).

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3. CIRCUITO DO MEDICAMENTO

O medicamento é uma tecnologia fundamental [13], definido como “toda a substância ou

associação de substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres

humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer

um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir

ou modificar funções fisiológicas” [17].

O circuito dos medicamentos em meio hospitalar deve ser visto de forma integrada

englobando várias etapas, mais propriamente a seleção e aquisição, receção, armazenamento e

distribuição de medicamentos, dispositivos médicos e outros produtos farmacêuticos [11,13].

No Anexo D está representado o circuito dos medicamentos em meio hospitalar.

3.1. GESTÃO/APROVISIONAMENTO

A gestão de medicamentos é o conjunto de procedimentos feitos pelos SF que garantem

o bom uso e dispensa dos medicamentos em perfeitas condições aos doentes do hospital [11],

ou seja, é o conjunto de operações para assegurar aos serviços utilizadores de uma empresa o

fornecimento de materiais e serviços, adequados à utilização a que se destinam, nas quantidades

necessárias, nas datas de utilização previstas e por um custo mínimo.

A gestão e aprovisionamento têm como objetivo a satisfação das necessidades

terapêuticas dos doentes com a melhor utilização dos recursos disponíveis [13]. A gestão dos

medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos engloba todo o circuito do

medicamento, desde a seleção, aquisição e armazenamento, passando pela distribuição e

finalizando com a administração do medicamento ao doente [11,13].

.

3.2. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO

A seleção de medicamentos deve ser feita tendo por base o FHNM e as necessidades

terapêuticas dos doentes do hospital, além disso a adenda ao FHNM deve estar sempre

disponível para consulta [11]. O FHNM é uma publicação oficial elaborada pela Comissão

Técnica especializada do INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de

Saúde, IP, que seleciona os medicamentos mais aconselhados às terapêuticas adequadas à

generalidade das situações hospitalares [18,19]. É, por isso, um importante instrumento de

trabalho e da política do medicamento para o médico prescritor oferecendo-lhe a informação

necessária, clara e isenta, numa perspetiva de orientação e disciplina terapêutica, e, além disso

promove a prescrição e utilização racional dos medicamentos [19].

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Os medicamentos a incluir na adenda, ou seja aqueles que não fazem parte do FHNM,

têm de ser selecionados pela CFT com base em critérios fundamentados nas necessidades

terapêuticas dos doentes, na melhoria da qualidade de vida dos doentes e em critérios fármaco-

económicos [11]. A aprovação da adenda depende de uma proposta feita através de um relatório

fundamentado onde se irá demonstrar que o medicamento proposto tem valor acrescido em

relação às outras terapêuticas [19].

A aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos é

obrigatoriamente da responsabilidade do farmacêutico, que deve ser o Diretor do Serviço, e

deve ser feita pelos SF em articulação com o Serviço de Aprovisionamento [11]. A aquisição

deverá ser suportada pelo Sistema de Gestão dos Serviços Farmacêuticos e deverá ter dados

mínimos como a data e o número do pedido, a descrição do fornecedor, a enumeração e

identificação dos produtos com as respetivas quantidades [11].

No HNSA – Seia, esta etapa do circuito do medicamento inicia-se, por assim dizer, com

a análise da ficha de registo de faltas (Anexo E), por parte da farmacêutica responsável em

conjunto com o assistente técnico ou operacional, que analisam a lista e a completam, uma vez

que se verificam os medicamentos do armazém. É responsabilidade de todos os elementos que

trabalham na farmácia preencherem a ficha sempre que verificam que o stock de um

medicamento ou outro produto de saúde está próximo ou já está no stock mínimo. Em relação

às quantidades a encomendar estas são estipuladas pela farmacêutica sendo que é importante

considerar fatores como a regularidade dos consumos, a urgência na aquisição, os fornecedores,

os custos. O assistente técnico procede depois à emissão de uma nota de encomenda (Anexo F)

que fica pendente, a aguardar autorização por parte do farmacêutico diretor do serviço. Como

o HNSA – Seia pertence à ULS – Guarda, quem dá a autorização é o diretor dos SF do hospital

da Guarda. Após a aprovação da nota de encomenda é gerado um número de compromisso e

esta é enviada para o laboratório escolhido.

Por sua vez, a seleção e aquisição dos medicamentos sujeitos a legislação restritiva,

como é o caso das benzodiazepinas, dos estupefacientes e psicotrópicos é diferente. O pedido

deve ser efetuado através do Anexo VII da Portaria nº 981/98, de 8 de Junho [20] (Anexo G).

Este anexo deve ser devidamente preenchido, assinado e carimbado pela farmacêutica e só

depois enviado para o laboratório em conjunto com a nota de encomenda, ficando nos SF uma

cópia do anexo.

No caso de situações de urgência ou de algum medicamento estar esgotado no

laboratório, pede-se o medicamento em questão ao hospital da Guarda ou então é comprado a

uma farmácia comunitária em Seia, com quem o HNSA – Seia tem protocolo.

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A zona da seleção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos

médicos deve estar perto da zona de receção [11]. No HNSA – Seia podemos verificar esta

proximidade.

3.3. RECEÇÃO

Os medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos depois de

devidamente pedidos são entregues nos SF pelos respetivos distribuidores [11]. Em relação à

estrutura física da área da receção (Anexo H), esta deve ter acesso direto ao exterior e ter fácil

acesso ao armazém apesar de dever estar separada do mesmo; deve ter uma porta com largura

suficiente para a entrada de grandes volumes; deve proteger as encomendas em relação às

condições climáticas e além de tudo isto deve ter uma área de receção dos volumes e uma área

administrava [11].

A receção de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos começa

pela verificação do destinatário e se for o correto aceita-se a encomenda, assina-se e carimba-

se a guia de transporte. Deve dar-se sempre prioridade aos medicamentos termolábeis, uma vez

que estes necessitam imediatamente de refrigeração. Aquando da receção de medicamentos

termolábeis deve verificar-se se a cadeia do frio se manteve durante o transporte, e caso isto

não se verifique os produtos não se devem aceitar, devem ser devolvidos ao fornecedor [21].

Nesta etapa, é necessário proceder à conferência qualitativa e quantitativa [11], ou seja,

na conferência quantitativa confere-se a DCI da substância ativa, a forma farmacêutica, a

dosagem, o prazo de validade, o lote, e só depois se confere a respetiva quantidade, enquanto

que na conferência qualitativa conferimos o aspeto geral e se o medicamento precisa de

rotulagem. Os medicamentos que estejam alterados ou que suscitem dúvidas quanto ao seu

estado e qualidade de conservação deverão ser devolvidos ao fornecedor ou destruídos caso não

possam ser devolvidos [21].

De seguida, procede-se à validação da encomenda, assinando e colocando a data na

fatura ou guia de remessa (Anexo I), depois o assistente técnico confere a nota de encomenda

com a fatura ou guia de remessa, ou seja vai verificar se a DCI da substância ativa, a forma

farmacêutica, a dosagem, o lote, o prazo de validade, a quantidade encomendada e entregue e

o preço conferem. É necessário depois proceder ao registo de entrada do produto [11] para

atualizar os stocks.

Em relação às benzodiazepinas, estupefacientes e psicotrópicos o processo é o mesmo

indicado atrás, a diferença é que a receção destes medicamentos têm de se fazer acompanhar

do Anexo VII enviado aquando do pedido de encomenda. Este anexo tem de vir devidamente

assinado e carimbado pelo laboratório fornecedor e é anexado à fatura para posterior arquivo

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no gabinete da farmacêutica. Por sua vez, os medicamentos hemoderivados têm de se fazer

acompanhar dos boletins de análise e certificado de aprovação emitido pelo INFARMED

devendo estes documentos serem devidamente arquivados em conjunto com a respetiva fatura

[11]. Falta ainda referir a receção das matérias-primas que se devem fazer acompanhar do

certificado de análise dos produtos fornecidos atestando a sua qualidade [11].

Algumas vezes são oferecidos aos SF alguns medicamentos que as pessoas já não

utilizam. Nestes casos, os medicamentos sofrem uma conferência diferente, por uma

farmacêutica ou TF, e vê-se o estado da embalagem primária e secundária e o prazo de validade.

É ainda nesta etapa que se procede à rotulagem dos medicamentos que a necessitam. A

rotulagem (Anexo J) é feita aos blisters que não contêm informação como a DCI da substância

ativa, a forma farmacêutica, a dosagem, o lote e o prazo de validade para que desta forma

fiquem corretamente identificados já que os medicamentos são dispensados em unidose.

Após a correta receção dos medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos

médicos estes seguem para a próxima etapa do circuito do medicamento, o armazenamento.

3.4. ARMAZENAMENTO

O armazenamento de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos

deve ser efetuado de modo correto para garantir a sua conservação devendo ser asseguradas as

condições de espaço, luz, temperatura, humidade e segurança dos mesmos [11]. As condições

ambientais adequadas são temperaturas inferiores a 25ºC, proteção da luz solar direta e

humidade inferior a 60% sendo que a temperatura e a humidade devem ser monitorizadas e

registadas de modo contínuo [11]. A correta conservação dos medicamentos é um fator crítico

para garantir a qualidade, eficácia e segurança dos mesmos [21].

As dimensões do armazém devem ser adequadas para suportar os medicamentos, as

soluções de pequeno e grande volume, devendo ter prateleiras ou armários para que nenhum

produto assente diretamente no chão e de modo a que haja circulação de ar entre eles [11].

O armazenamento deve ser feito logo após a receção e deve-se dar prioridade aos

medicamentos que necessitam de refrigeração, aos medicamentos estupefacientes e

psicotrópicos, benzodiazepinas, citotóxicos e só depois aos restantes medicamentos [21]. Todos

os medicamentos devem ser rotulados antes de serem armazenados e devem ser arrumados por

ordem alfabética da DCI da substância ativa [11], e corretamente identificados com o código

do produto [21]. No momento do armazenamento, é importante ter em conta o prazo de

validade. O prazo de validade é o período de tempo durante o qual o produto acabado mantem

a respetiva integridade física, química, galénica, toxicológica, microbiológica e terapêutica ou

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então sofre eventuais modificações dentro dos limites aceitáveis e bem definidos, desde que

tenha sido conservado corretamente [22,23]. O prazo de validade é um aspeto essencial porque

define a ordem pela qual os medicamentos e produtos farmacêuticos são arrumados, e

normalmente o armazenamento é feito pelo método FEFO – First Expired First Out, ou seja, o

primeiro com o prazo de validade a expirar é o primeiro a sair. Deste modo consegue-se garantir

que são os primeiros a ser dispensados, evitando-se desperdícios.

Nos SF do HNSA – Seia os medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos

médicos são dispostos de modo a que a circulação e o acesso seja fácil. O armazém é constituído

por um grande armário rolante (Anexo L), uma zona para o armazenamento de soluções

injetáveis de grande volume (Anexo M), dois frigoríficos (Anexo N), uma arca congeladora e

vários armários onde se arrumam soluções de desinfeção e antisséticos (Anexo O) e também os

medicamentos para distribuição em ambulatório.

A maioria dos medicamentos são armazenados no armário rolante sendo que este

armário é destinado essencialmente às formas farmacêuticas orais, como comprimidos e

cápsulas, às formas farmacêuticas de aplicação retal, como supositórios e enemas, formas

farmacêuticas de aplicação cutânea como pomadas e cremes, formas farmacêuticas de aplicação

ocular, como colírios e pomadas oftálmicas, soluções orais, soluções para inalação,

medicamentos injetáveis, material de penso, nutrição entérica e parentérica e soluções injetáveis

de pequeno volume. Quanto às soluções injetáveis de grande volume encontram-se junto à porta

de maiores dimensões para facilitar a sua descarga durante a receção dos mesmos e também

para facilitar o seu armazenamento.

Nos dois frigoríficos são armazenados os medicamentos sensíveis à ação da

temperatura, os medicamentos termolábeis que necessitam de refrigeração entre os 2ºC e os 8ºC

[11]. No frigorífico perto do armário rolante, encontram-se as insulinas e o glucagom, alguns

corticosteróides, colírios, entre outros. O outro frigorífico, junto à zona de receção, é só para

medicamentos biológicos dispensados em ambulatório. Ambos os frigoríficos devem estar

equipados com um sistema de controlo e registo da temperatura máxima e mínima [21]. Por

fim, a arca congeladora, que se encontra na sala de distribuição, é utilizada para os

medicamentos que necessitam de congelação como é o caso do plasma humano.

Falta apenas referir que as matérias-primas necessárias à preparação de fórmulas não

estéreis são armazenadas na sala de distribuição, junto a algum do material de laboratório.

Em relação aos medicamentos sujeitos a legislação restritiva, estes têm de ser

armazenados em local próprio, separados dos restantes medicamentos, em lugar fechado de

acesso restrito, uma vez que estão sujeitos a um grande controlo.

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Para facilitar a DIDDU, na sala da distribuição são armazenados, nas gavetas de apoio

ao stock, alguns dos medicamentos que são dispensados com maior frequência, como as formas

farmacêuticas orais, medicamentos injetáveis e suplementos nutricionais. Estes medicamentos

são armazenados nas gavetas por DCI da substância ativa, e quando há mais do que uma

dosagem separam-se os medicamentos por dosagem colocando um separador na gaveta, além

disso os medicamentos separam-se nas gavetas por lotes e prazo de validade.

Quando o prazo de validade expira ou os medicamentos vêm abertos nos blisters ou

danificado dos serviços são rejeitados e colocados num contentor vermelho classificado como

resíduos hospitalares específicos do Grupo IV, que são resíduos de vários tipos de incineração

obrigatória [24].

É importante fazer o controlo dos prazos de validade, pelo que todos os meses é emitida

uma listagem dos medicamentos cujo prazo de validade expira no mesmo mês. Para além desta

listagem, emitem-se por norma de três em três meses listagens de contagens dos medicamentos

da Classe ABC, das soluções de pequeno e grande volume, do material de penso, desinfetantes

e antisséticos. É preciso contar individualmente para se saber a quantidade do stock físico e de

seguida vê-se no Alert® qual a quantidade informática. Por fim, faz-se a diferença entre a

quantidade física e a informática e o ideal é que seja nula.

No início de cada ano, realiza-se nos SF do HNSA – Seia o balanço de medicamentos,

ou seja, é emitida uma lista onde têm de se contar todos os medicamentos, produtos

farmacêuticos e dispositivos médicos por lote.

3.5. DISTRIBUIÇÃO

A distribuição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos é a face

mais visível do circuito do medicamento, pelo que é a atividade dos SF que tem mais

visibilidade e onde se estabelece mais vezes o contato entre os SF e os serviços clínicos do

hospital [11].

A distribuição é o ato de distribuir um ou mais medicamentos a um paciente como

resposta à apresentação de uma prescrição médica, prestando a atenção necessária acerca da

sua utilização, posologia, contraindicações, interações medicamentosas e alimentares [25], é

portanto o processo que possibilita uma utilização segura, eficaz e racional do medicamento

realizado em estreita ligação com os serviços do hospital quer sejam de internamento ou de

ambulatório [13].

A distribuição deve estar integrada no sistema de informação e gestão dos SF e deve ser

feito o registo individualizado da medicação que cada doente recebe enquanto está internado

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ou mesmo quando a medicação é distribuída em regime de ambulatório [11]. O registo

farmacoterapêutico do doente deverá mencionar o diagnóstico, as doenças crónicas e as alergias

do doente, tudo isto para que seja possível monitorizar a terapêutica medicamentosa de cada

doente [11]. Deve haver um registo dos incidentes reportados quanto aos medicamentos que

são distribuídos, nomeadamente reações adversas, incompatibilidades, devoluções [11].

A dispensa de medicamentos só deverá ser efetuada quando existe uma prescrição

médica que pode ser online ou manual, e onde tem de constar pelo menos a identificação do

doente; a data de prescrição; a designação do medicamento por DCI, identificar a dose, a forma

farmacêutica e a via de administração e também o nome do médico que prescreveu [11].

Os principais objetivos da distribuição são: assegurar a validação da prescrição; o

cumprimento integral do plano terapêutico; garantir a administração correta dos medicamentos;

a diminuição dos erros associados à dispensa e administração; monitorizar a terapêutica; reduzir

o tempo de enfermaria dedicado às tarefas administrativas e de manipulação dos medicamentos;

melhor adesão do doente à terapêutica; racionalizar os custos com a terapêutica e, por fim,

cumprimento dos procedimentos e normativos legais relativos aos RH, instalação e

equipamentos, processos organizacionais e técnicos [11,13].

Devem considerar-se a nível hospitalar [11,13]:

Distribuição a doentes em regime de internamento, como o Sistema de Reposição de

Stocks Nivelados e o Sistema de Distribuição em Dose Unitária e/ou Individual

Distribuição a doentes em regime de ambulatório

Dispensa de medicamentos e dispositivos médicos ao público

Distribuição de medicamentos sujeitos a legislação restritiva, como é o caso dos

Estupefacientes, Psicotrópicos e Benzodiazepinas, Hemoderivados e Medicamentos de ensaio

clínico.

3.5.1. Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

No HNSA – Seia, o principal sistema de distribuição de medicamentos é a Distribuição

Individual Diária em Dose Unitária. A DIDDU pode ser definida como a distribuição ordenada

de medicamentos com forma farmacêutica e dosagem prontas para serem administradas ao

doente de acordo com a prescrição médica, num certo período de tempo [25]. É o tipo de

distribuição que proporciona maior segurança e eficiência e, é também a mais económica

permitindo o acompanhamento farmacoterapêutico do doente diminuindo os erros associados

[13,25].

A DIDDU de medicamentos, para um período de 24 horas, surge para [11]:

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Aumentar a segurança no circuito do medicamento;

Conhecer melhor o perfil farmacoterapêutico dos utentes;

Diminuir os riscos de interações entre os medicamentos;

Racionalizar melhor a terapêutica;

Os profissionais de saúde dedicarem mais tempo aos cuidados dos doentes e menos

aos aspetos de gestão que estão relacionados com os medicamentos;

Atribuir os custos mais corretamente;

Reduzir os desperdícios.

A DIDDU é preparada na sala de distribuição/sala de farmacotecnia, existindo duas

zonas distintas para se preparar, uma para os serviços de Medicina e SO e a outra para os

Paliativos e Convalescença. Cada zona de preparação tem nos stocks de apoio os medicamentos

que saem mais vezes.

Esta etapa do circuito do medicamento inicia-se com uma prescrição médica online,

através do Alert® PFH. Esta prescrição é depois interpretada e validada pelas farmacêuticas e,

é neste processo de interpretação e validação que é preciso ter em atenção, as interações

medicamentosas, a frequência de administração, a via de administração, a dose a administrar,

entre outros. É depois gerado o perfil farmacoterapêutico para cada serviço. O perfil

farmacoterapêutico identifica cada doente individualmente e a cama, seguido da medicação que

faz, com a data de início e fim de cada medicamento, da DCI da substância ativa, dosagem,

forma farmacêutica, dose prescrita, frequência de administração e quantidade a ser dispensada.

A medicação começa a ser preparada de manhã tendo por base o perfil

farmacoterapêutico atualizado do dia anterior. O processo de preparação de medicamentos a

distribuir pode ser feito totalmente manual ou com o apoio de diversos equipamentos

semiautomáticos [11]. Nos SF do HNSA – Seia a distribuição é feita manualmente porque

também não se justifica o uso de equipamento semiautomático numa FH de pequenas

dimensões.

As gavetas da medicação devem ser identificadas com o serviço clínico, o nome do

doente, número do processo, idade e cama. Dependendo do serviço e da dispensa ou não de

medicamentos injetáveis, a medicação é distribuída de maneira diferente nas gavetas. As

Figuras 4 e 5 esquematizam as gavetas dos diferentes serviços. Se houver medicamentos em

SOS, tem de se colocar outra divisória e os medicamentos que não cabem nas gavetas são

colocados em sacos identificados com o nome do doente e a cama.

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Durante a tarde, atualiza-se o perfil farmacoterapêutico e depois confere-se a medicação

de cada doente devendo ser retirada a terapêutica que foi suspensa e acrescentar a nova, se for

caso disso. Se os doentes forem transferidos para outros serviços é preciso trocar as gavetas

para o respetivo serviço, e se forem para a Convalescença tem de se proceder à mudança da

medicação, uma vez que os medicamentos que são dispensados para a Convalescença e

Paliativos fazem parte de um formulário de medicamentos que pertence à Rede Nacional de

Cuidados Continuados Integrados, motivo pelo qual os stocks de apoio destes serviços terem

apenas a medicação que faz parte desse formulário. Contudo, é possível dispensar

medicamentos que não estejam no formulário bastando para isso o médico justificar a sua

prescrição.

A conferência da medicação faz-se entre uma farmacêutica e uma TF e serve para evitar

erros de medicação, uma vez que a medicação é duplamente conferida. Após a conferência

fecham-se as maletas e estas estão prontas para irem para os serviços vindo um auxiliar de cada

serviço buscá-las, deixando na sala da área de lavagem as do dia anterior.

Aquando da emissão dos perfis farmacoterapêuticos é também emitida uma folha com

a lista e quantidade de medicamentos que foram enviados para cada serviço, a “Folha de Totais”

(Anexo P). É nestas folhas que se procede às revertências dos medicamentos que vierem dos

serviços, ou seja, que não foram administrados aos doentes, normalmente porque houve

alterações na terapêutica ou alta médica ou óbito. É também nas “Folhas dos Totais” que se

acrescentam os medicamentos que não foram enviados para os serviços juntamente com as

maletas. Depois de feitas as revertências dos serviços procede-se ao débito dos medicamentos

que foram enviados através do programa Microsoft Dynamics NAV, atualizando assim os

stocks. Quando nas “Folhas dos Totais” não se conseguem reverter todos os medicamentos que

vierem é necessário fazer uma devolução ao serviço e nestes casos é preciso anotar a

quantidade, o lote e prazo de validade de cada medicamento.

Medica-

mentos

injetáveis

Tarde e

Noite

Manhã e

Almoço Manhã

Meio-dia

e tarde

Noite

Figura 4 – Esquema da divisão das gavetas da Medicina e

SO de acordo com a frequência de tomas e com a dispensa

de medicamentos injetáveis

Figura 5 – Esquema da divisão das gavetas dos

Paliativos e Convalescença de acordo com a frequência

de tomas

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Se os SF não funcionarem de forma contínua durante 24 horas por dia aos fins-de-

semana os medicamentos são distribuídos por um período de 72 horas [11]. Como os SF do

HNSA – Seia não funcionam ao fim-de-semana, na sexta-feira prepara-se a medicação para

todo o fim-de-semana e, como tal, as maletas são etiquetadas com o dia da semana, sexta-

sábado, sábado-domingo e domingo-segunda, isto para que não existam trocas de medicação,

uma vez que pode haver medicação, por exemplo que não precisa de ser enviada para o sábado

e o domingo e apenas para segunda.

3.5.2. Reposição por níveis

No sistema de reposição por níveis, há a reposição de stocks nivelados de medicamentos

que foram previamente definidos por farmacêuticos, enfermeiros e médicos de cada serviço

[11], tendo em atenção as necessidades e consumos médios de cada serviço. A reposição é feita

de acordo com a periodicidade que foi inicialmente definida [11].

No HNSA – Seia este tipo de reposição é feita às segundas e sextas-feiras, pela TF, para

os serviços de internamento, ou seja Convalescença, Paliativos, Medina e Cirurgia, e é feita na

sala de terapêutica dos serviços que é onde se encontram as maletas de apoio ao stock, além

disso, nos mesmos dias da semana repõem-se os medicamentos nas maletas da Urgência (Figura

6) e do SO (Figura 7). Os medicamentos estão organizados por ordem alfabética da DCI da

substância ativa, devidamente identificados, estando separados por forma farmacêutica.

A reposição por níveis é feita com o auxílio das folhas de requisição do serviço por

perfil (Anexo Q) porque esta folha específica quais os medicamentos de cada serviço e os

respetivos níveis. A verificação é feita no local, para os serviços de internamento, e para a

Urgência e SO é feita nos SF, uma vez que as maletas são para lá transportadas. Verifica-se

cada gaveta e quando a quantidade não é aquela que foi pré-definida, regista-se na folha a

quantidade a repor, o que no caso das maletas da Urgência e SO a reposição é logo feita, ao

contrário das que estão nos serviços, uma vez que a medicação é preparada nos SF

individualmente para cada serviço e posteriormente vai-se repor. Quando se confirmam os

níveis é preciso controlar os prazos de validade de todos os medicamentos.

Se os medicamentos se esgotarem nos serviços é feita uma requisição aos SF e vai-se

repor o medicamento que falta, na quantidade definida.

O assistente operacional precede à reposição dos stocks das soluções de pequeno e

grande volume, das soluções de desinfeção e antisséticos e do material de penso. A reposição é

feita às terças e sextas-feiras para o serviço de Medicina e Urgência/SO e às quartas-feiras para

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o serviço de Paliativos, Convalescença, Cirurgia, Radiologia, Cinesioterapia, Fisioterapia,

Consulta Externa de Cirurgia Geral e Dermato-Venereologia.

Após a conclusão deste tipo de distribuição debita-se a medicação dispensada através

do sistema informático atualizando desta forma os stocks.

A distribuição por reposição por níveis traz vantagens, uma vez que permite que exista

sempre medicação nos serviços para administrar imediatamente aos doentes e diminui os

pedidos de requisição aos SF, e já que os pedidos de falta de medicação são feitos por telefone

diminuem assim os erros com a medicação. Contudo, também tem desvantagens porque há um

menor controlo dos custos e da prescrição individual.

Figura 6 - Maletas da Urgência

Figura 7 - Maletas do SO

3.5.3. Dispensa a doentes em regime de ambulatório

A dispensa de medicamentos em regime de ambulatório é resultado da necessidade de

haver um maior controlo e vigilância em certas terapêuticas como consequência dos efeitos

secundários graves, da necessidade de assegurar a adesão dos doentes à terapêutica, porque a

comparticipação de certos medicamentos só é de 100% se forem dispensados pelos SF [11], e

além disso, porque tem de haver um acompanhamento por razões de segurança pelo facto de os

medicamentos que são dispensados poderem apresentar janelas terapêuticas estreitas e exigirem

uma monitorização frequente feita por especialistas hospitalares [26].

Este tipo de distribuição é de grande importância nos serviços hospitalares, pelo que

deve ser uma área onde os cuidados farmacêuticos e a introdução de sistemas permitam a

monitorização da utilização e permitam assegurar a adesão à terapêutica e o cumprimento do

plano terapêutico prescrito [13].

A dispensa em ambulatório trás vantagens, nomeadamente a redução dos custos

relacionados com o internamento; a redução dos riscos inerentes a um internamento, como por

exemplo infeções nosocomiais, e por fim, a possibilidade do doente continuar o tratamento no

ambiente familiar [11].

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Os SF do HNSA – Seia têm uma área reservada para o atendimento de doentes em

ambulatório, de maneira a garantir a confidencialidade no momento do atendimento. Esta área

tem acesso ao exterior e está próxima das consultas externas.

Como já dito atrás, os medicamentos que são dispensados em ambulatório são

comparticipados a 100% porque são medicamentos utilizados em situações especiais que

abrangem determinadas patologias ou grupos de doentes [27]. No HNSA – Seia, são

dispensados medicamentos para as especialidades das enfermarias de dermatologia, urologia,

medicina interna, pneumologia e também se dispensam medicamentos biológicos para a Artrite

Reumatoide, Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular, Artrite Psoriática, Espondilite

Anquilosante e Psoríase em placas. O Despacho nº 18419/2010, de 2 de Dezembro determina

que os medicamentos para as patologias ditas atrás beneficiam de um regime especial de

comparticipação porque só podem ser prescritos em consultas especializadas de diagnóstico e

terapêutica devendo o médico prescritor fazer menção na receita ao despacho [28].

A prescrição de medicamentos para a dispensa em regime de ambulatório pelas FH é

obrigatoriamente realizada por uma prescrição eletrónica [29]. A receita tem de ser validada

por um farmacêutico e esta tem de ter obrigatoriamente a identificação da substância prescrita

por DCI, dosagem, forma farmacêutica, posologia e duração do tratamento [29]. Aquando da

dispensa tem de se identificar o utente pela apresentação do cartão de identificação, e este tem

de assinar a receita como comprovativo da dispensa. Quando a dispensa não é efetuada ao utente

indicado na receita, o seu representante pode levar a medicação se apresentar o documento

comprovativo do número do utente a quem se destina mas tem de deixar o número de

identificação e assinar como comprovativo da dispensa [29].

No HNSA – Seia o processo da dispensa é idêntico ao que foi descrito atrás. Quando se

dispensam medicamentos em ambulatório, no verso da receita regista-se o DCI do

medicamento, a quantidade, lote e prazo de validade. Assina-se e coloca-se a data da dispensa,

dando a receita a assinar ao utente que a vem levantar pedindo-lhe sempre o cartão de

identificação para anotar. Calcula-se ainda a quantidade que tem de se dispensar assegurando a

continuidade do tratamento até à próxima consulta ou deslocação ao hospital caso o doente

deixe as receitas no SF.

Depois de dispensada a medicação é necessário dar saída da mesma informaticamente,

para atualizar os stocks e para fazer o controlo da medicação através da ficha individual do

doente.

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30

3.5.3.1. Distribuição de medicamentos em cirurgia de ambulatório

A cirurgia de ambulatório é uma intervenção cirúrgica programada realizada sob

anestesia geral, loco regional ou local, que embora normalmente seja efetuada em regime de

internamento pode ser realizada com o doente a permanecer no hospital num período de tempo

inferior a 24 horas [30]. O doente regressa a casa algumas horas após a intervenção cirúrgica e

não precisa de permanecer no hospital, exceto se for operado no período da tarde. No HNSA –

Seia as cirurgias de ambulatório que se realizam com mais frequência são de cirurgia geral, as

hérnias inguinais, e de urologia, a braquiterapia.

Os SF também dispensam os medicamentos para os doentes que vão realizar cirurgia de

ambulatório e a medicação enviada para o doente é pré e pós-operatória. Em relação à

medicação pré-operatória esta é normalmente de profilaxia, pelo que é enviada no dia anterior

às intervenções cirúrgicas e por norma são antibióticos. Durante o tempo em que o doente está

no hospital, após a intervenção cirúrgica, também faz pós-medicação enviada pelos SF,

podendo fazer analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides, antieméticos e anticoagulantes

dependendo do estado do doente. No momento da alta do doente, os SF preparam a medicação

para o doente levar para casa, pós-operatória, que foi prescrita pelo médico (Anexo R). A

totalidade dos medicamentos é acondicionada em envelopes identificados com o DCI da

substância ativa, a posologia e a duração do tratamento e acondicionada num saco onde se

coloca uma vinheta com a identificação do respetivo doente. A medicação é depois enviada

para o serviço de Cirurgia onde é depois entregue aos doentes.

A dispensa de medicamentos para o pós-operatório só pode incluir medicamentos

administrados por via oral, retal ou tópica em formulações orais sólidas ou líquidas, supositórios

ou colírios, pertencentes ao grupo farmacológico dos analgésicos, com exceção dos

medicamentos estupefacientes e psicotrópicos; anti-inflamatórios não esteroides; antieméticos;

protetores da mucosa gástrica e inibidores da bomba de protões [30]. Podem ser dispensados

analgésicos estupefacientes como o tramadol e a codeína sempre que as intervenções cirúrgicas

causem dor esperada no pós-operatório de intensidade não controlada com os medicamentos

anti-inflamatórios não esteroides e se revele a necessidade de administrar analgésicos

potencialmente mais eficazes [30]. Os medicamentos são dispensados aquando da alta médica

e a quantidade a enviar pelos SF não pode ser superior à necessária para sete dias de tratamento

após a intervenção cirúrgica [30].

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3.5.4. Distribuição de medicamentos sujeitos a legislação restritiva

3.5.4.1. Medicamentos Estupefacientes, Psicotrópicos e Benzodiazepinas

Estes medicamentos estão sujeitos à legislação abrangida pelo Decreto-Lei nº 15/93 de

22 de Janeiro, que estabelece o Regime Jurídico do tráfico e consumo de estupefacientes e

psicotrópicos, pela Lei nº45/96 de 22 de Janeiro que altera o decreto anterior, o Decreto

Regulamentar nº 61/94 de 3 de Setembro e a Portaria nº981/98 de 8 de Junho sobre a Execução

das medidas de controlo de estupefacientes e psicotrópicos [11].

Os estupefacientes e psicotrópicos são substâncias usadas no alívio de dores mais

intensas [31]. Como estas substâncias estão associadas a atos ilícitos sofrem um grande controlo

em todo o mundo, contudo sempre que forem administradas para fins terapêuticos ou

medicinais e se forem cumpridas as recomendações clínicas, estas substâncias são consideradas

medicamentos e não drogas [32].

São vastas as suas aplicações porque atuam diretamente sobre o Sistema Nervoso

Central logo têm impacto em todo o organismo [32]. Apesar das suas propriedades benéficas,

apresentam alguns riscos como tolerância, dependência, depressão respiratória, obstipação,

náuseas e retenção urinária, e é devido a estes riscos que a sua utilização requer prudência e

moderação e só deve ser feita no âmbito clínico e de acordo com as indicações médicas [31,32].

A escolha do medicamento vai depender da via de administração, da duração de ação e da

frequência de certas reações adversas [31].

Por sua vez, as benzodiazepinas estão indicadas no tratamento da ansiedade e da insónia

quando os sintomas assumem carater patológico e não devem ser utilizadas por rotina no

tratamento sintomático da ansiedade ou insónias ligeiras a moderadas [33].

Os movimentos destes medicamentos têm de ser obrigatoriamente registados em

documento próprio, o Anexo X (Anexo S). Este anexo tem um número sequencial e cada anexo

é preenchido apenas para a DCI de uma substância ativa, tendo de se referir o código do

medicamento, a sua forma farmacêutica, dosagem e quantidade que se dispensa tal como o

serviço. Aquando da administração, os enfermeiros têm de preencher o Anexo X com o nome

do doente, o número da cama, a quantidade administrada, a data da administração e rubricar.

Estes medicamentos só podem ser administrados se houver obrigatoriamente uma prescrição

médica.

No HSNA – Seia, a distribuição destes medicamentos é feita por reposição por níveis

para os serviços de internamento, logo quando o stock atinge níveis mínimos, o Anexo X já está

preenchido, pelo que o enfermeiro chefe ou o seu substituto legal têm de fazer uma requisição

aos SF. Quando está preenchido o anexo é entregue nos SF para que um novo seja preenchido

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e os stocks voltem a ser repostos. Após o anexo ser devidamente preenchido por uma

farmacêutica e a medicação preparada é necessário dar-se saída da mesma para atualizar os

stocks informaticamente e comprovar que a medicação foi mesmo dispensada. O levantamento

destes medicamentos tem de ser feito pelo enfermeiro chefe que se desloca aos SF.

3.5.4.2. Medicamentos Hemoderivados

Um medicamento derivado do sangue ou do plasma humano é um “medicamento preparado

à base de componentes de sangue, nomeadamente a albumina, os concentrados de fatores de coagulação e as

imunoglobulinas de origem humana” [17]. Estes medicamentos são constituídos por proteínas

plasmáticas de interesse terapêutico que não podem ser sintetizadas por métodos convencionais,

logo têm de ser obtidas de doações [34]. Os processos de fabrico e purificação utilizados na

produção destes medicamentos têm de ser devidamente validados, de modo a assegurar

continuamente a conformidade dos lotes e garantir a ausência de contaminação viral específica

[17]. Para verificar que não há contaminação viral específica, o fabricante fica obrigado a

comunicar ao INFARMED o método que utilizou para reduzir ou eliminar os agentes

patogénicos suscetíveis de serem transmitidos por estes medicamentos [17].

O INFARMED tem de proceder à libertação oficial de lotes dos medicamentos

hemoderivados [34]. Este processo de libertação envolve uma avaliação detalhada da

documentação de produção de cada lote individual e a realização de ensaios laboratoriais

definidos nas normas europeias específicas para cada tipo de produto [34], ou seja o

INFARMED liberta o lote emitindo um certificado que aprova a utilização do medicamento

hemoderivado.

A requisição, distribuição e administração de medicamentos hemoderivados é feito

tendo por base o anexo do Despacho conjunto nº 1051/2000, de 14 de Setembro (Anexo T)

[35]. O impresso é constituído por duas vias, a “Via Farmácia” e “Via Serviço”, e a primeira

via é autocopiativa contendo as instruções relativamente ao preenchimento, circuito e arquivo

[35]. Este impresso é constituído por 4 quadros, em que o quadro A se destina à identificação

do médico prescritor e do doente, o B à requisição/justificação clínica do medicamento

hemoderivado e ambos os quadros têm de ser preenchidos pelo médico. O quadro C é onde se

procede ao registo do hemoderivado e tem de ser preenchido pelos SF, e por fim o quadro D

destinado aos registos de administração tem de ser preenchido pelo enfermeiro que procede à

administração.

A dispensa é efetuada através de uma prescrição, que chega aos SF. Confirma-se o

quadro A e B, valida-se a prescrição e preenche-se o quadro C onde tem de se indicar o número

do registo e requisição, o nome do hemoderivado, a dose, a quantidade distribuída, o lote, o

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laboratório de origem/fornecedor e o número do certificado do INFARMED, que se vai buscar

aos boletins de análises e ao certificado de aprovação de utilização do lote que se fazem

acompanhar do medicamento desde a sua receção. Cada medicamento é etiquetado nos SF com

a identificação do doente e são depois enviados para o serviço em conjunto com o impresso.

Depois da receção no serviço, o enfermeiro tem de rubricar e colocar a data de receção

na “Via Farmácia” que volta para os SF e é arquivada. A “Via Serviço” fica no serviço uma vez

que é necessário preencher o quadro D aquando da administração do medicamento e também

para o caso de se devolveram aos SF medicamentos hemoderivados que não foram

administrados. A “Via Serviço” é posteriormente arquivada no processo clínico do doente.

3.6. FARMACOTECNIA

A farmacotecnia é o nome que se dá ao local nos SF onde se efetua a preparação de

formulações de medicamentos necessários ao hospital, contudo nos dias de hoje já são poucos

os medicamentos que se produzem [11,13]. Atualmente, as preparações que se fazem permitem

assegurar e garantir: maior segurança e qualidade na preparação de medicamentos para

administrar aos doentes; dar resposta às necessidades específicas e individuais de certos

doentes, como por exemplo, na pediatria ou geriatria; redução significativa no desperdício

relacionado com a preparação e gestão mais racional dos recursos [11,13].

As preparações que são efetuadas nos SF do HNSA - Seia são:

Manipulação/Adaptação de especialidades farmacêuticas;

Acondicionamento de medicamentos em dose unitária (reembalagem).

3.6.1. Preparação de fórmulas não estéreis

Um medicamento manipulado é designado como “qualquer fórmula magistral ou preparado

oficinal preparado ou dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico” [36]. Tendo em conta isto,

uma fórmula magistral é um “medicamento preparado em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos

hospitalares segundo uma receita que especifica o doente a quem o medicamento se destina”, por sua vez um

preparado oficinal é “qualquer medicamento preparado segundo as indicações compendiais, de uma

farmacopeia ou de um formulário, em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares, destinado a

ser dispensado diretamente aos doentes assistidos por essa farmácia ou serviço” [36].

A preparação de um medicamento manipulado surge sempre a partir de um pedido de

um serviço clínico ou através de uma prescrição médica, sendo que é sempre necessário a

validação do mesmo por parte de uma farmacêutica. Após esta validação é emitida a ficha de

preparação do medicamento manipulado (Anexo U). Esta ficha, conforme se pode observar em

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anexo, contem toda a informação para a realização do medicamento manipulado,

nomeadamente, o lote atribuído, a data de preparação, as matérias-primas, a quantidade de cada

matéria-prima e o lote das mesmas, as técnicas de preparação, o prazo de utilização, os ensaios

de verificação do mesmo para ver se está conforme ou não, e o serviço/médico que prescreveu.

Nos SF do HNSA – Seia existe uma área própria para a preparação de fórmulas não

estéreis, onde se encontra o material e equipamento de laboratório e as matérias-primas

indispensáveis à manipulação. Embora os medicamentos manipulados que se preparam não

sejam estéreis, o operador deve manipular da forma mais asséptica possível, devendo assegurar

sempre as condições de higiene e segurança da bancada e de todo o material utilizando sempre

Equipamento de Proteção Individual (EPI). Após asseguradas as condições de higiene e

segurança, prepara-se o manipulado segundo a sua ficha de preparação. Quando concluída a

manipulação, o manipulado é acondicionado num recipiente próprio e devidamente rotulado. O

rótulo (Figura 8) deve conter o nome do manipulado, os seus constituintes, o lote e a data de

preparação, o prazo de validade e as condições especiais de conservação.

No final de tudo assina-se a ficha de preparação pelo operador e pelo farmacêutico e

arquiva-se em dossier próprio, anexando à ficha de preparação a ficha de saída do manipulado

do Alert®.

Durante o período de estágio tive a oportunidade de observar e preparar preparações de

fórmulas não estéreis, nomeadamente a pomada de vaselina salicilada a 2%, pomada de vaselina

+ betametasona a 0,1% + ácido fusídico a 2%, pomada de vaselina + betametasona a 0,1%,

solução de salicilato de sódio a 2% e o colutório de nistatina composta.

Figura 8 - Exemplo de um rótulo

VASELINA SALICILADA 2% “USO EXTERNO”

COMPOSIÇÃO: Ac. Salicílico – 2 gr

Vaselina – 98gr

LOTE: 52/15

PREPARADO A: 14/12/2015

PRAZO DE VALIDADE: 1 MÊS PROTEGER: LUZ,CALOR

SERVIÇOS FARMACÊUTICOS

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3.6.2. Reembalagem

A reembalagem de medicamentos é o processo através do qual se reembala um

medicamento para ser posteriormente administrado ao doente. É essencial na DIDDU sendo

que deve efetuar-se para assegurar a segurança e qualidade do medicamento [11]. Os principais

objetivos da reembalagem são permitir aos SF disporem do medicamento, na dose prescrita, de

forma individualizada; reduzir não só o tempo de enfermagem dedicado à preparação da

medicação a administrar, como também os riscos de contaminação e os erros de administração;

proteger o medicamento reembalado de agentes ambientais e, por fim, assegurar que o

medicamento reembalado pode ser utilizado com segurança, rapidez e comodidade [11]. Nos

SF do HNSA – Seia existe uma área predefinida, na sala de dose unitária, para a reembalagem

de medicamentos sólidos orais devidamente equipada.

Os medicamentos a reembalar podem ser fracionados para assegurar a terapêutica aos

doentes na dose certa. Quando os medicamentos são fracionados é necessário ter em atenção se

o fracionamento é aconselhado ou não, sendo que não é aconselhável, por exemplo em formas

farmacêuticas de libertação modificada, comprimidos revestidos com sabores desagradáveis ou

irritantes para as mucosas, medicamentos termolábeis, medicamentos com potencial

carcinogénico e teratogénico para o operador, medicamentos não ranhurados, cápsulas e

medicamentos orodispersíveis [37]. Os medicamentos só podem ser reembalados quando não

se consegue colocar rótulos nos blisters por serem muito pequenos e dificultar a sua

visualização ou quando vêm acondicionados em frascos e é preciso serem individualizados.

Quanto ao prazo de validade a ser atribuído tem de se ter em conta o prazo de validade

inicial do medicamento [11]. Em relação aos medicamentos fracionados/acondicionados em

frascos o prazo de validade a atribuir é de 6 meses exceto quando o prazo de validade original

é inferior a este período, e quanto aos medicamentos reembalados mantendo o blister original,

o prazo de validade é o que foi atribuído pelo laboratório fornecedor.

Nos SF do HNSA – Seia o rótulo (Figura 9) coloca-se na parte de trás da manga e é feito

informaticamente contendo sempre: DCI, dosagem final do medicamento reembalado,

laboratório fornecedor, lote de fabrico (lote), prazo de validade (PV) e nome da instituição onde

se realiza a reembalagem. Em relação à dosagem dos medicamentos, tanto nos reembalados

como nos rotulados, ela é destacada para minimizar os erros de medicação. O esquema de cores

utilizado está esquematizado na Tabela 1.

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Tabela 1 - Esquema de cores usado nos SF do HNSA – Seia para indicar a dosagem dos medicamentos reembalados e rotulados

Cor da Dosagem Designação da Cor na Instituição

Verde Dosagem mais baixa

Laranja Dosagem intermédia

Vermelha Dosagem mais alta

Azul Dosagem única

Quando se procede à reembalagem de medicamentos diferentes reembala-se um de cada

vez e desinfeta-se o pórfiro e o bisturi com álcool a 70%, evitando-se assim erros de

contaminação cruzada. Quando se conclui a reembalagem de medicamentos deve proceder-se

ao registo do medicamento reembalado num dossier próprio (Figura 10).

Figura 9 - Exemplo de um rótulo de um medicamento

reembalado

Figura 10 - Registo dos medicamentos reembalados

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4. PROGRAMA DE SUBSTITUIÇÃO OPIÁCEA

O HNSA – Seia participa no programa de substituição opiácea em associação com o

Centro de Respostas Integradas da Guarda (CRI), que pertence ao Instituto de Droga e da

Toxicodependência (IDT).

Os programas terapêuticos com agonistas opiáceos pretendem substituir uma droga

social (opiácea) pela administração de um fármaco opióide de prescrição médica, que pode ser

um agonista total ou parcial, sendo exemplo a Metadona ou a Buprenorfina, para que o

abandono ou a redução do consumo ilícito seja facilitado e os riscos e danos que estão

associados ao consumo de risco sejam diminuídos, trata-se portanto de um tratamento de

substituição num indivíduo já dependente de opiáceos com caráter preferencial temporário [38].

Os principais objetivos destes programas são suspender a dependência ou mau uso da droga

social, reduzir os problemas psico-socio-sanitários associados ao consumo, melhorar a

qualidade de vida, favorecer a integração sociofamiliar e fomentar mudanças no estilo de vida

[38].

As pessoas que iniciam este tratamento é porque não se sentem capazes de controlar a

sua dependência por heroína ou outras drogas, contudo nem todas as pessoas iniciam o

tratamento pelos mesmos motivos, umas é para pararem de tomar drogas sociais e outras para

reduzir ou tentar controlar o seu uso [39]. Os períodos de tratamento por norma são longos, mas

a duração ou intervenção deve respeitar o tempo necessário à ocorrência de mudanças

significativas na pessoa [39].

A metadona é um opiáceo sintético de ação prolongada em que o princípio ativo é o

cloridrato de metadona, indicado para o alívio da dor aguda, para o tratamento de

desintoxicações dependentes de opiáceos, em conjunto com serviços médicos e sociais próprios

e, também, para a terapia de manutenção temporária [38,39,40]. Pode apresentar-se sob a forma

de comprimidos ou sob a forma de solução oral a 1%, com cheiro a banana e de sabor amargo,

preparada pelo Laboratório Militar segundo a formulação desenvolvida pela Associação

Nacional de Farmácias e distribuída pelas Delegações Regionais da Droga e da

Toxicodependência [38,39]. A primeira vez que foi usado como tratamento de manutenção foi

nos anos 60 nos Estados Unidos [40]. É um agonista opiáceo, ou seja, atua de modo semelhante

à morfina e a outros medicamentos opiáceos pelo que também provoca dependência e tem de

ser tomada diariamente uma vez que uma interrupção busca origina síndrome de privação

(ressaca) [40].

A dose para o tratamento de manutenção da dependência de opiáceos deve ser

determinada pelas necessidades de cada indivíduo e pela quantidade de opiáceos que está a

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consumir, esta deve ser aumentada progressivamente até um máximo de 200mg por dia e a

toma é por norma diária [38]. As doses dispensadas deverão ser devidamente acondicionadas

em frascos apropriados em unidose, com tampa de segurança e inviolável [38]. A metadona é

preparada pelos SF, de semana a semana, com o auxílio de um doseador para que a dose de

cada paciente seja a correta, e preparam-se as doses e o número de frascos conforme estipulado

pelo médico (Figura 11).

A metadona em si não é um tratamento e nem é o ponto fulcral do mesmo, é apenas um

recurso terapêutico ao qual se deve recorrer num certo momento num caso específico das

pessoas dependentes de heroína [39]. Quando as pessoas aderem a este tratamento ficam

sujeitas ao regime geral de tomas no Centro de Atendimento ao Toxicodependente (CAT), ou

seja têm de apresentar-se todos os dias para tomar a sua dose de metadona no horário estipulado,

sendo que podem passar a fazê-lo no domicilio, ou numa farmácia ou num centro de saúde

consoante avaliação à posteriori [39].

O armazenamento e acondicionamento deve ser feito em cofres apropriados com chave

e colocados numa divisão física, devidamente segura e à temperatura recomendável [38], nos

SF encontra-se no juntamente com os outros medicamentos psicotrópicos e estupefacientes.

Figura 11 - Preparação da metadona

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39

5. OUTRAS ATIVIDADES REALIZADAS

Durante o decorrer do estágio, foi-nos sugerido pela supervisora do local de estágio, a

elaboração de um trabalho de pesquisa cujo tema foi “Segurança e Qualidade em Farmácia

Hospitalar” (Anexo V). Este trabalho focou vários tópicos todos eles para que se

melhorassem/evitassem os erros de medicação que podem ocorrem em qualquer etapa do

circuito do medicamento, na sua administração, monitorização e uso. Ao se abordar cada tema

fizemos uma breve abordagem sobre o que era feito nos SF do HNSA – Seia para prevenir os

erros de medicação.

Atualiza-mos, ainda, um poster que já tinha sido elaborado por outra aluna estagiária há

alguns anos, cujo tema era “Reembalagem”. Neste poster referimos o que é o processo da

reembalagem, quais são os seus objetivos, quais as instalações e equipamentos necessários para

a sua realização, as etapas e como é efetuado o rótulo dos medicamentos reembalados nos SF

do HNSA – Seia. Foram realizados dois posters sendo que um deles ficou afixado (Figura 12)

nos SF e o outro arquivado. O que ficou afixado era mais curto, referindo apenas o prazo de

validade que se deve atribuir aos medicamentos fracionados/acondicionados em frascos e

reembalados mantendo o blister original, enquanto o outro referia quais os medicamentos que

podem ser fracionados.

Analisámos ainda alguns casos clínicos dados pela supervisora que serviram para

aumentar o grau de conhecimento e pôr em prática novos conhecimentos adquiridos ao longo

do estágio. Os casos clínicos que realizámos eram de dois tipos, ou seja, em alguns casos era-

nos dado a situação clínica do doente e nós teríamos de saber qual a terapêutica adequada aquele

caso, e no outro tipo de caso clínico tínhamos a terapêutica do doente e tínhamos de associar a

terapêutica a um possível diagnóstico do doente.

Acho muito importante a realização de casos clínicos, uma vez que é uma importante

fonte de transmissão de conhecimentos e experiências e onde temos a possibilidade de adquirir

mais conhecimentos.

Figura 12 - Poster afixado da reembalagem

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ANÁLISE CRÍTICA E CONCLUSÃO

Este estágio profissional I foi uma grande experiência quer enquanto estagiários quer

enquanto futuros profissionais de saúde. Durante o estágio é-nos dada a oportunidade de

integrar uma equipa multidisciplinar, de aplicar os conhecimentos teóricos e teórico-práticos

que adquirimos ao longo destes quatro anos e pô-los em prática, pelo que este estágio é mais

que uma experiência é ele próprio uma forma de aprendizagem preparando-me para as

atividades da minha futura profissão em Farmácia Hospitalar.

Como este estágio lidei com a realidade hospitalar e apesar de o HNSA – Seia não ser

muito grande não achei prejudicial, muito pelo contrário, consegui ter um contacto mais direto

com os serviços, com os próprios doentes e com o medicamento em si, com todo o seu circuito.

Além disso consegui aperceber-me melhor das funções e responsabilidades dos Serviços

Farmacêuticos e das nossas funções e responsabilidades enquanto Técnicos de Farmácia.

Mesmo tendo participado em todas as etapas do circuito do medicamento, as atividades

que mais realizei foram a distribuição individual diária em dose unitária e a reposição por níveis

sendo as etapas que mais me ensinaram acerca do medicamento e do seu uso racional. Como

não há sistemas automatizados a medicação é preparada manualmente o que me proporcionou

outro tipo de experiências e contacto com o medicamento em si, nomeadamente analisar e

interpretar o perfil farmacoterapêutico e acompanhar a situação clínica do doente. Foi desta

forma que achei importante a discussão dos casos clínicos, uma vez que consegui relacionar a

terapêutica do doente com um possível diagnóstico clínico e isto me permitiu familiarizar com

os medicamentos e com as patologias preparando-me melhor para a futura vida profissional.

Em relação à distribuição por reposição por níveis foi uma atividade que pude realizar

todas as semanas e da qual fiquei a saber qual a medicação que mais se administrava nos

diferentes serviços clínicos.

Um dos aspetos mais positivos que retenho deste estágio foi puder realizar as atividades

com autonomia total, o que me deu ainda mais motivação para as fazer. Além disso, outro

aspeto positivo foi o facto de estar integrada numa equipa de excelentes profissionais que me

acompanhou e ensinou ao longo destes quatro meses contribuindo de forma direta para a minha

aprendizagem e para que os objetivos do estágio forem realizados.

De uma forma geral, penso que os objetivos que foram definidos no início do estágio

foram alcançados, embora tenha participado mais ativamente em atividades como a receção,

armazenamento e distribuição de medicamentos e na área da farmacotecnia, tanto na preparação

de medicamentos manipulados como na reembagem. Apesar de não participar em atividades

como a distribuição de medicamentos sujeitos a legislação restritiva e na distribuição em regime

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de ambulatório tive oportunidade de as observar atentamente e foram-me transmitidas e

explicadas todas as informações e procedimentos que eram realizados para que percebesse o

seu funcionamento e circuito nos Serviços Farmacêuticos.

Para concluir, acho que todo o estágio foi muito positivo e enriquecedor não só em

termos de conhecimentos e aplicação dos mesmos mas também para a importância da nossa

profissão, da responsabilidade que teremos e do quanto ainda tenho para trabalhar para ser um

bom Técnico de Farmácia.

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[5] Unidade Local de Saúde da Guarda. (2015). História. Obtido de Unidade Local de Saúde

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[12] Abreu, M., & Feio, F. (1998 - 2000). A Farmácia Hospitalar no desenvolvimento e

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[17] INFARMED - Gabinete Jurídico e Contensioso. (30 de Agosto de 2006). Decreto-Lei n.º

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Obrigatoriedade de utilização.

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de 8 de Junho. Execução das medidas de controlo de estupefacientes e psicotrópicos .

[21] Cuidados Continuados - Saúde e Apoio Social. (2009). Rede Nacional de Cuidados

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[22] Veiga, F. (s.d.). Estabilidade de medicamentos. Obtido de http://www.infarmed.pt

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[24] Direção Geral da Saúde. (s.d.). Resíduos Hospitalares. Ministério da Saúde. Obtido de

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[25] Cardoso, W. (29 de Junho de 2009). Distribuição de Medicamentos em Dose Unitária.

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[26] INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P. (30 de

Novembro de 2012). Circular Normativa. Procedimentos de cedência de medicamentos

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[27] INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P. (19 de

Janeiro de 2016). Medicamentos Comparticipados. Obtido de INFARMED -

Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.: http://www.infarmed.pt

[28] INFARMED ‐ Gabinete Jurídico e Contencioso. (2 de Dezembro de 2010). Despacho n.º

18419/2010, de 2 de Dezembro . Determina que os medicamentos destinados ao

tratamento de doentes com artrite reumatóide, espondilite anquilosante, artrite

psoriática, artrite idiopática juvenil poliarticular e psoríase em placas beneficiam de

um regime especial de comparticipação.

[29] INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso. (4 de Outubro de 2012). Despacho n.º

13382/2012, de 4 de outubro. Determina que a prescrição de medicamentos, para

dispensa em regime de ambulatório pelas farmácias hospitalares, é obrigatoriamente

realizada através de sistemas de prescrição eletrónica.

[30] INFARMED ‐ Gabinete Jurídico e Contencioso. (12 de Janeiro de 2009). Decreto‐Lei n.º

13/2009, de 12 de Janeiro. Estabelece as condições e os requisitos para que os

estabelecimentos e serviços prestadores de cuidados de saúde, públicos e privados(...)

dispensem medicamentos para tratamento no período pós-operatório de situações de

cirúrgia de ambulatório.

[31] Comissão do Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento. (2006). FHNM.

Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento , 9ª edição. INFARMED - Instituto

Nacional da Farmácia e do Medicamento.

[32] INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (22 de

Abril de 2010). Saiba mais sobre. Psicotrópicos e Estupefacientes. Ministério da Saúde.

[33] Direção Geral de Saúde . (27 de Desembro de 2011). Norma da Direção Geral de Saúde .

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[34] Braga, F. (Abril - Junho de 2013). Boletim do CIM. Medicamentos Derivados do Plasma

Humano.

[35] INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso. (14 de Setembro de 2000). Despacho

conjunto nº 1051/2000, de 14 de Setembro . Registo de medicamentos derivados de

plasma.

[36] INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso. (2 de Junho de 2004). Portaria nº

594/2004, de 2 de Junho. Aprova as boas práticas a observar na preparação de

medicamentos manipulados em farmácia de oficina e hospitalar.

[37] Martinho, J., & Guerreiro, M. (2009). Ficha técnica do CIM. O fraccionamento de formas

farmacêuticas sólidas na prática clínica. Ordem dos Farmacêuticos.

[38] Instituto da droga e toxicodependência. (Agosto de 2006). Normas orientadoras de

programas terapêuticos com agonistas opiáceos.

[39] Ramos, L. (s.d.). De que falamos quando falamos da Metadona?, 02, 48-50. Revista

Percursos.

[40] Coutinho, R. (s.d.). Acerca da Metadona... Aires de Pinhal.

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ANEXOS

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ANEXO A – PLANTA DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS

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ANEXO B – ALERT® PAPER FREE HOSPITAL

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ANEXO C – ALERT® ENTERPRISE RESOURSE PLANNING

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ANEXO D – CIRCUITO DOS MEDICAMENTOS EM MEIO HOSPITALAR

Fonte: Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar. (2005). Manual de Farmácia Hospitalar. Ministério da Saúde.

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ANEXO E – FICHA DE REGISTO DE FALTA DOS MEDICAMENTOS

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ANEXO F – EXEMPLO DE UMA NOTA DE ENCOMENDA

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ANEXO G – ANEXO VII

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ANEXO H – ÁREA DA RECEÇÃO

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ANEXO I – EXEMPLO DE UMA GUIA DE REMESSA

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ANEXO J – EXEMPLOS DE VÁRIOS RÓTULOS DE MEDICAMENTOS

DONEPEZILO 10 MG

COMP REV

LOTE:

PV:

FUROSEMIDA 40 MG

COMP

LOTE:

PV:

CARVEDILOL 6,25 MG

COMP

LOTE:

PV:

CLORETO DE POTÁSSIO

600 MG

COMP L.P.

LOTE:

PV:

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ANEXO L – ARMAZÉM ROLANTE

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ANEXO M – ZONA DE ARMAZENAMENTO DE SOLUÇÕES INJETÁVEIS DE

GRANDE VOLUME

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ANEXO N – FRIGORÍFICOS

Frigorífico dos medicamentos biológicos

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ANEXO O – ZONA DE ARMAZENAMENTO DE SOLUÇÕES DE DESINFEÇÃO E

ANTISSÉTICOS

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ANEXO P – EXEMPLO DE UMA “FOLHA DE TOTAIS”

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ANEXO Q – FOLHA DE REQUISIÇÃO DO SERVIÇO POR PERFIL

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ANEXO R – RECEITA PARA CIRURGIA DE AMBULATÓRIO

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ANEXO S – ANEXO X

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ANEXO T – REQUISIÇÃO/DISTRIBUIÇÃO/ADMINISTRAÇÃO DE

MEDICAMENTOS HEMODERIVADOS

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ANEXO U – FICHA DE PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS

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ANEXO V – TRABALHO DE PESQUISA “SEGURANÇA E QUALIDADE EM

FARMÁCIA HOSPITALAR”

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