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SéRGIO QUEIROZ Gloriosas ruínas Gloriosas ruínas O caminho bíblico para a restauração

ISBN 978-85-433-0115-0 Inspiração Capa: Maquinaria Studio · Queiroz revisita a experiência de Neemias, um simples ... Gloriosas ruínas é a concretização desse sonho (tanto

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Sérgio Queiroz

Gloriosas ruín

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Gloriosas ruínas

O caminho bíblico para a restauração

Recomendo a leitura para todas as pessoas. Não importa em que

momento você esteja, quais obstáculos precise superar, quais decisões tenha de tomar, quais atitudes devem mudar, se você está afastado de sua fé e de Deus. Qualquer que seja o caso, este guia o ajudará a compreender o cenário, a traçar um plano de ação e a concretizá-lo com sucesso. Trata-se de uma ferramenta de transformação. Leitura diária de legado permanente. um livro glorioso, eis o que você tem em mãos.

William DouglasAutor de As 25 leis bíblicas do sucesso

Sérgio Queiroz é procurador da Fazenda Nacional. graduado em engenharia civil e de segurança, direito e liderança avançada, é também mestre em filosofia e teologia e doutorando em ministério pastoral. é pastor da Primeira igreja Batista do Bessamar (João Pessoa, PB), presidente e idealizador da Fundação Cidade Viva (cidadeviva.org) e professor do instituto Haggai. está continuamente engajado em projetos voltados à restauração integral das pessoas e da sociedade. é casado com Samara e pai de Sérgio Augusto, esther e Débora.

Capa: Maquinaria Studio

“Poucas vezes alguém conseguiu mexer tanto comigo.”William Douglas

Autor de As 25 leis bíblicas do sucesso

Gloriosas ruínas é um livro feito sob medida para quem está sedento por uma mensagem reconfortante e não menos

desafiadora. ele foi escrito para pessoas que desejam restaurar qualquer aspecto de sua vida que se encontre em ruínas.

Com carinho pastoral, sua marca distintiva, Sérgio Queiroz revisita a experiência de Neemias, um simples

assistente do rei da Pérsia que assumiu para si a tarefa de reconstruir os muros de Jerusalém e restaurar a dignidade

do povo judeu após décadas de exílio na Babilônia.

o texto comovente de Sérgio revela-se um guia seguro e gratificante em processos de restauração pessoal, relacional ou social.

Meu objetivo é que você olhe para si mesmo, para os seus relacionamentos e para o mundo em que vive com um olhar diferente, cheio de possibilidades e transbordante de esperança. Desejo que a leitura o ajude a sair da prostração

produzida pelas ruínas da existência para lutar com disposição e ânimo redobrado, a fim de ver os planos de Deus se cumprirem em sua vida.

Sérgio Queiroz

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ISBN 978-85-433-0115-0

GLoriosas ruínasO CAMiNHO bíbliCO

PARA A REStAURAçãO

SéRgiO QUEiROz

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Sumário

Agradecimentos 9

Prefácio 11

Introdução 15

1. Princípio da realidade 27

2. Princípio da inquietação 35

3. Princípio da confissão 41

4. Princípio da paciência 49

5. Princípio da transparência 55

6. Princípio do planejamento 61

7. Princípio da integridade 67

8. Princípio da guerra 73

9. Princípio da inspeção detalhada 79

10. Princípio da visão motivada 85

11. Princípio da fé inabalável 91

12. Princípio da solidariedade 97

13. Princípio da resistência 105

14. Princípio da oração 113

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8 Gloriosas ruínas

15. Princípio da persistência 121

16. Princípio do trabalho duro 129

17. Princípio da comunhão 135

18. Princípio do amor 141

19. Princípio da renúncia 149

20. Princípio da soberania divina 157

21. Princípio da celebração 163

Conclusão 169

Sobre o autor 175

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Se você quer pôr abaixo seus conceitos para reconstruí-los melhor, ou se está em ruínas por qualquer motivo e quiser achar a glória da reconstrução, não pode deixar de conhecer Sérgio Queiroz e de ler com dedicação o livro que tem em mãos. Esta obra permite a qualquer pessoa aproveitar a in-teligência, a alma, a bondade e a competência do autor. Ao fazer isso, você descobrirá como reconstruir algo que tenha sido perdido, ou como construir um belo castelo onde te-nha achado que nada pudesse existir.

é curioso para mim falar sobre ruínas. E gloriosas. No dia em que conheci Sérgio Queiroz, em uma aula sobre lide-rança, o ouvi por quatro horas. Quando me dei conta, estava em lágrimas. Posso dizer, sem medo de estar exagerando, que terminei a aula em ruínas. E gloriosas. Chorei bicas, baldes, praticamente desidratei. E, em alguém de pele bem branca como a minha, o choro em larga escala faz um estrago: fico todo vermelho. Ruínas, acredite.

Poucas vezes alguém conseguiu mexer tanto comigo. O choro foi de ver que meu cristianismo era uma ruína, mas

Prefácio

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que sobre ela o evangelho podia construir algo glorioso. Foi um choro de vergonha e de alívio, de culpa e de redenção, de tristeza e de alegria.

Em geral, as pessoas que emocionam andam em frequên-cias tão singelas que não conseguem ser práticas e realizado-ras. Por outro lado, os grandes realizadores são, geralmente, um tanto (ou bastante, em alguns casos) impermeáveis ao sentimento. Não é comum que a sensibilidade e a força an-dem juntas numa só pessoa. Mas essa é uma característica de Sérgio. Cada vez que alguém menciona espanto pela minha capacidade de trabalho e multiplicidade, costumo replicar: “Você ainda não conhece o Sérgio Queiroz”. Ele é, em tudo, um homem fora de série: realizador, sensível, cristão, prático, visionário, um sonhador da melhor cepa, um construtor da melhor estirpe.

A rotina de viagens me leva aos mais variados recantos. Como frequento desde menino os cultos dominicais, sempre que estou fora de minha cidade indago sobre alguma igre-ja que esteja fazendo diferença no lugar onde está. Esse hábi-to me levou a visitar a Cidade Viva. Saí de lá impressionado. tempos depois vim a saber que Sérgio era o arquiteto e um dos pedreiros dessa cidade; uma cidade viva e que produz vida. Uma cidade que se especializou em reconstruir ruínas de todo tipo de gente, de homens de negócios que se acham o centro do mundo a prostitutas e viciados em drogas.

Esse Sérgio, que, aos poucos, vim a conhecer melhor, chega a me impressionar, por fazer bem tantas coisas, como engenheiro, jurista, pastor exemplar ou ativista. isso, ao mes-mo tempo que faz mestrado, doutorado e que recebe reco-nhecimento nacional e internacional por suas realizações. E que, agora, para alegria geral, escreve um livro belíssimo e necessário.

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13Prefácio

Entre tudo o que faz dele uma pessoa admirável está o fato de ser um homem inteligente que não perdeu a cone-xão com as demais pessoas, um marido amoroso e um pai dedicado, um homem respeitável, um profissional de elite e um servo de Deus. Se quiser conhecer mais sobre ele e suas realizações, recomendo que pesquise sobre a Cidade Viva: <http://cidadeviva.org/conheca/>. Você descobrirá um nor-destino forte, que interfere na realidade a ponto de deixá-la muito mais bonita.

A leitura deste livro confirma, primeiro, a naturalidade da comunicação de Sérgio e seu talento no uso da palavra. Há muito tempo eu insistia com ele que somasse aos seus inúmeros afazeres a criação de livros, uma forma de com-partilhar com mais pessoas tudo o que tem para contribuir. Gloriosas ruínas é a concretização desse sonho (tanto dele quanto meu) de vir a lume, em forma de livro, um pouco daquilo que ele tem a dizer.

Se você tem uma ou mais ruínas a enfrentar, ou se conhe-ce alguém que vive esse problema, a obra de Sérgio Queiroz será categórica e se encaixará como uma luva. Não existem fórmulas prontas para tudo, nem receitas ou protocolos que antecipem a integralidade do futuro. Por isso, assimilar e compreender princípios é a melhor forma de enfrentar o co-tidiano. E este livro ensina importantes princípios, identifica-dos de forma brilhante. Aliás, brilhante é a forma natural de se perceber tudo o que Sérgio faz.

Ao longo da obra, o autor nos convida a refletir sobre nossas ruínas e nos ajuda a traçar um plano de ação susten-tado em lições extraídas da vida de Neemias. Sérgio Queiroz não deixa de abordar nenhum item, não deixa nenhuma bre-cha para que você alcance a superação pessoal. Ele reforça a fé do leitor e ajuda a retomar a esperança. Este livro é um

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convite à compreensão pessoal e à devoção, a despeito do tamanho da sua ruína, dos erros que cometeu e das barreiras que ainda tem a superar. A obra reforça esta compreensão: Deus estará sempre ao seu lado para reconstruir — e sua mão gentil e poderosa é capaz de operar todos os tipos de milagre.

Conhecer Sérgio me fez querer ser um marido, um cris-tão e um profissional melhor. ler Gloriosas ruínas me fez re-visitar o melhor que já aproveitei da convivência com o autor e me perceber mais bem preparado para os dias que virão. O livro ajuda a fazer as difíceis escolhas, a repensar atitudes e, por que não, a se alegrar com tudo o que já foi conquistado até agora. Ou, em outras palavras, a comemorar quanto nos-sas ruínas já foram impactadas pela ação de Deus.

Recomendo a leitura para todas as pessoas. Não importa em que momento você esteja, quais obstáculos precise su-perar, quais decisões tenha de tomar, quais atitudes devem mudar, se você está afastado de sua fé e de Deus. Qualquer que seja o caso, este guia irá ajudá-lo a compreender o cená-rio, a traçar um plano de ação e a concretizá-lo com sucesso. trata-se de uma ferramenta de transformação. leitura diária de legado permanente. Um livro glorioso, eis o que você tem em mãos.

WilliAM DOUglASEscritor, conferencista, professor e juiz federal

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Algumas pessoas que marcaram a história da humanidade

enchem o meu coração de espanto e esperança, por terem

desenvolvido uma incrível capacidade de olhar para as ruínas

da vida com um olhar diferenciado. São homens e mulhe-

res como nós, que conseguiram encarar aspectos dolorosos

da realidade humana não como um ponto final para seus

objetivos, mas como uma oportunidade de reconstruir-se e

restaurar o mundo ao seu redor. Dentre essas histórias encan-

tadoras, destaco três que considero exemplares: uma de res-

tauração pessoal, outra de restauração relacional e a terceira

de restauração da sociedade.

Eu estava navegando na internet quando deparei com

uma foto famosa, tirada em 1972, por um fotógrafo da agên-

cia Associated Press. Ela sintetiza em uma imagem os horro-

res da guerra do Vietnã: em preto e branco, vemos a fuga

de algumas crianças após os americanos terem usado como

arma de ataque o napalm, conjunto de líquidos inflamáveis

à base de gasolina gelificada, de efeito devastador. Entre as

introdução

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crianças fotografadas, destaca-se uma menina de 9 anos, chamada Kim Phuc. Em prantos, nua e com os braços aber-tos, ela tentava fugir dos ataques militares, mas já carregava na metade de seu corpo as dolorosas queimaduras causadas pela arma química lançada momentos antes em seu vilarejo, próximo à cidade de Saigon. A foto é um triste símbolo da tragédia que foi essa terrível guerra, que ceifou a vida de mais de um milhão de pessoas.

Fiquei pensando por onde andaria a menina da foto, que, com a ajuda do próprio fotógrafo, foi levada a um hospital, sem esperança de sobreviver, e teve de passar catorze meses sendo tratada de suas queimaduras de terceiro grau. Comecei a me questionar se suas ruínas pessoais teriam levado aquela pequena vietnamita a uma postura de prostração diante da vida ou se, pelo contrário, teriam se tornado gloriosas opor-tunidades nas mãos de Deus para transformar Kim em um símbolo de superação, amor e perdão.

Decidi pesquisar sobre aquela criança. Depois de algum tempo na internet, encontrei o website da Kim Foundation (www.kimfoundation.com), onde consta a sua história de res-tauração, assim como informações sobre a organização que ela mesma fundou para dar assistência a crianças que sofre-ram danos físicos e emocionais decorrentes de guerras. Hoje, já uma senhora, Kim afirma que, após anos de sofrimento e dor, conseguiu alcançar liberdade e felicidade, perdoando to-dos os que a fizeram passar por tão grandes ruínas. No website da Kim Foundation constam muitos testemunhos de pessoas que foram impactadas pela vida dessa grande guerreira. Um deles me chamou a atenção: o de Richard Orviss, da empre-sa Sb&C Financial growth Associates, localizada no Canadá, país onde Kim vive atualmente com a família. Ele explica o que sentiu após uma palestra de Kim Phuc:

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Fiquei maravilhado com a atitude dela. Estou certo de que nun-ca conheci alguém que tenha passado por tão grande trauma durante a infância e tenha conseguido superá-lo de maneira tão positiva e perdoadora. A sua palavra assegurou-me da força que todos nós possuímos. E quando nós juntamos essa força com o poder do amor e do perdão, milagres podem acontecer.1

A pequena vietnamita tornou-se a personagem princi-pal de uma das mais belas histórias de restauração pessoal já conhecidas. De fato, Kim Phuc cultivou planos de restau-ração que as chamas de cerca de oitocentos graus Celsius produzidas pela combustão do napalm não foram capazes de queimar e destruir.

Outra história inspiradora é a do advogado, escritor e apresentador de rádio larry Elder. Em 2012, esse americano escreveu um livro sobre a restauração do seu relacionamento com o próprio pai. Em Dear Father, Dear Son: Two Lives... Eight Hours [Querido pai, querido filho: duas vidas... oito horas], Elder conta detalhes dessa relação conturbada. Em um dos trechos da obra, ele afirma que odiava profundamente o pai. Achava-o frio e de temperamento adoecido. tremia de medo pelo simples fato de vê-lo chegar em casa, e vivia dizendo a si mesmo que um dia encontraria coragem para enfrentá-lo face a face, o que realmente veio a fazer quando completou 15 anos. O resultado ruinoso desse confronto foram dez anos sem ter nenhuma conversa significativa com o pai.

Aos 25 anos, larry começou a ter problemas de sono, além de dificuldades para comer e sentir-se em paz. Foi quan-do um dos seus amigos lhe disse que todas essas questões

1 Disponível em: <http://www.kimfoundation.com/modules/contentpage/ index.php?file=story.htm>. Acesso em: 30 de jul. de 2015.

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emocionais poderiam estar ligadas a problemas não resolvi-dos do passado. Após uma autoanálise, ele resolveu procurar o pai para conversar sobre o relacionamento deles. Esperava ter uma conversa de apenas dez ou vinte minutos, na qual supunha que ouviria grosserias da parte do pai, mas larry ficou surpreso com o homem que encontrou. Ao contrário da leitura rude que sempre fizera sobre ele, típica de um ado-lescente inseguro, o que viu foi uma pessoa amável que car-regava no coração uma dura e encantadora história de vida. Durante a franca conversa, que durou oito horas, pai e filho se reencontraram no olhar e nas dores um do outro e pavi-mentaram um lindo caminho para a restauração. Hoje, larry é um dos grandes promotores da reconciliação entre filhos e pais, prova de que é possível a restauração de ruínas rela-cionais com base no amor, na compreensão e na honra dos filhos para com os pais.

O terceiro exemplo que eu gostaria de mencionar é o do reverendo e ativista Martin luther King Jr. Em 2008, eu e minha esposa, Samara, decolamos de João Pessoa em dire-ção a Chicago (EUA) para realizar um sonho de quase dez anos: iniciar o curso de doutorado em ministério pastoral na conceituada instituição cristã de ensino trinity Evangelical Divinity School. Chegamos a Chicago, nos instalamos e logo iniciei o programa, no qual desejava elaborar uma tese sobre a saúde da igreja brasileira, com base na sua capacidade de restauração integral. O que eu não sabia era que, em breve, os Estados Unidos testemunhariam mais uma colheita dos sonhos de restauração social cultivados no coração de Martin luther King Jr. Alheios aos acontecimentos do país em que estávamos, minha esposa e eu saímos com um casal de ami-gos na noite seguinte para jantar. Após uma noite bem agra-dável, voltamos ao hotel com uma interrogação: Por que o

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restaurante estava tão vazio e os subúrbios de Chicago esta-vam tão calmos e com tão poucos carros nas ruas?

Já no quarto do hotel, liguei a televisão. Foi quando me dei conta de que, a alguns quilômetros de onde estávamos, no grant Park de Chicago, mais de duzentas mil pessoas es-tavam reunidas para celebrar o resultado das eleições presi-denciais americanas, que consagraram barack Obama como o primeiro presidente negro da nação. Em um discurso mui-to bem articulado, Obama usou expressões do ativista so-cial Martin luther King Jr., pastor batista e líder negro que dedicou boa parte da vida para ver implantada a igualdade de direitos civis entre brancos e negros e para promover a restauração das relações inter-raciais nos Estados Unidos. Mediante a adoção da ética cristã e das palavras de Jesus, luther King deixou um grande legado e plantou sementes importantes para a restauração social do seu país.

E ali estávamos nós, eu e Samara, deitados naquela cama de hotel, assistindo pela televisão a um evento significativo da história da humanidade. Mesmo que minhas tendências sejam mais republicanas, confesso que chorei quando ouvi o discurso do democrata barack Obama pela televisão, por perceber que sonhos de restauração social, quando cultiva-dos de maneira perseverante e corajosa, podem render gran-des frutos. Ao final daquele discurso de vitória, percebi que Obama, como primeiro presidente negro dos Estados Uni-dos, foi, sem dúvida, um dos que, junto com o seu povo, colheram com alegria os frutos que nasceram das insistentes lágrimas ideológicas de Martin luther King.

três exemplos, um mesmo princípio: a luta para cons-truir algo belo, novo e glorioso a partir de ruínas. Kim Phuc, larry Elder e Martin luther King Jr. são apenas três pessoas que mostraram que é possível. Falar sobre restauração é

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cultivar a esperança de dias melhores para pessoas, seus re-lacionamentos e as sociedades formadas por elas. é permitir- -se sonhar com a implantação de ideais de justiça, verdade, fraternidade, amor, perdão e reconciliação. Esse é o objetivo deste livro.

Fico muito impressionado com o exemplo de algumas nações, que viveram tragédias enormes e conseguiram de-monstrar enorme resiliência. Os povos que construíram essas nações e as viram ser assoladas por catástrofes demonstraram enorme capacidade de absorver tragédias e reconstruir-se so-bre elas. tenho admiração especial pelo povo japonês, que, após sofrer o impacto físico e emocional da devastação pro-vocada por duas bombas atômicas e inúmeros ataques aéreos durante a Segunda guerra Mundial, viu sua nação ser arrasa-da e reduzida a escombros. No entanto, conseguiu reerguer-se das cinzas e tornar-se uma potência do quilate que o Japão é hoje, em um período de tempo relativamente curto em ter-mos históricos. é incrível essa capacidade de restauração do povo japonês.

Do mesmo modo, a despeito do mérito da guerra, a Ale-manha — conduzida por Adolf Hitler a uma situação de mi-séria econômica e de devastação social — conseguiu superar de forma admirável a deterioração do país no pós-guerra. E, poucas décadas depois, teve a capacidade de se reerguer após a divisão nos tempos da guerra Fria, vencendo lutas internas pela queda do Muro de berlim.

Assim como Japão e Alemanha, há muitos exemplos ao longo da história das civilizações. Fico pensando o que se passava nos pensamentos de Martin luther King quando deu início à sua cruzada em prol da igualdade de direitos civis nos Estados Unidos. Ele, de início, era um pastor batista como tantos outros, que cuidava do rebanho da igreja local e

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ministrava em um púlpito. De repente, começou a perceber o estado das coisas e a ver que não era admissível que alguém pudesse se julgar superior ao outro em razão da raça. Assim, King começou a lutar em favor da igualdade de direitos civis, o que lhe custou muito caro. Penso, ainda, no exemplo de homens como gandhi, que, ao ver a dominação inglesa cristã sobre a índia, conseguiu chamar a atenção do mundo paci-ficamente e restaurar o seu país, devolvendo a esperança ao seu povo. Ou, ainda, Nelson Mandela, símbolo na África do Sul da luta contra o regime do apartheid. Pessoas como eles simplesmente olharam quadros da existência, acreditaram que as ruínas que enxergaram não eram mais significativas do que o sonho de vê-las reconstruídas e deram o primeiro passo rumo à restauração.

Assim é, também, em nossa vida. Como seres humanos em constante processo de desgaste, temos um componente físico sujeito a doenças, e um componente espiritual sujeito a enfermidades emocionais. Precisamos lutar a cada dia para ver nosso corpo restaurado, para viver melhor, sem nos en-tregarmos; e para ver nossa alma sarada das doenças emo-cionais que nos atacam. Quando isso ocorre, a alma fica em ruínas, em frangalhos. As razões podem ser as mais variadas, como experiências negativas, problemas ou decepções. Mui-tas pessoas já tiveram a oportunidade de ter uma vida de ple-nitude com Deus, de oração, busca e serviço, mas hoje estão em ruínas. Outras sonharam um dia com uma família feliz e digna, que viesse trazer crescimento e esperança, mas hoje veem ruínas dentro da própria casa. E as situações passíveis de destruição não param: vemos dramas e interferências nos relacionamentos, nas estruturas sociais e em outros âmbitos da existência humana.

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Nessas horas, precisamos lembrar que o Senhor é Deus de reconstrução e graça. A bíblia nos mostra que ele está em movimento com um plano de redenção para a humanidade, que aponta para a esperança de um novo céu, mas, ao mes-mo tempo, de uma nova terra, onde a justiça e a paz, enfim, se manifestarão plenamente.

Assim como na história recente encontramos exemplos como os de Kim Phuc, larry Elder e Martin luther King Jr., a bíblia relata a saga de autênticos heróis da restauração. Um exemplo é o do judeu Neemias, que tornou-se homem de confiança do rei da Pérsia no tempo em que a sua nação e o seu povo viviam na mais completa desolação e ruína. Depois que o reino de Judá foi assolado e levado ao cativeiro por Na-bucodonosor, rei da babilônia, Neemias foi impelido por um grande e divino desejo de restaurar seu povo e sua terra — em especial, a cidade de Jerusalém, que se encontrava des-truída e arruinada. Ele deu início, então, à árdua tarefa de reconstruir os muros da cidade e recuperar a honra do seu povo. Foram tempos difíceis e desafiadores, mas Neemias foi bem-sucedido.

Muitas vezes percorro as páginas do livro de Neemias e lá encontro forças para encarar minhas lutas, consolo para lidar com meus sofrimentos e fé para não desistir no meio do caminho. é lindo ver como Deus está presente em cada momento e usa gente simples para realizar feitos notáveis. Como fruto de anos de estudo, meditação e ensino das palavras contidas nesse livro milenar, resolvi escrever so-bre 21 princípios de restauração que encontrei na história de Neemias, homem comum que resolveu mudar a histó-ria de todo um povo. Meu objetivo é que você olhe para si mesmo, para os seus relacionamentos e para o mundo em que vive com um olhar diferente, cheio de possibilidades e

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transbordante de esperança. Desejo que a leitura o ajude a sair da prostração produzida pelas ruínas da existência para lutar com disposição e ânimo redobrados, a fim de ver os planos de Deus se cumprirem em sua vida.

A vida de Neemias é muito inspiradora quando pensa-mos sobre o poder de homens e mulheres conduzidos por Deus rumo à reconstrução de ruínas. A partir da experiên-cia e do exemplo desse líder judeu, podemos traçar cami-nhos para nós mesmos. Mas, para começarmos a analisar os princípios envolvidos na vida de Neemias, antes precisa-mos compreender o contexto histórico em que ele viveu e o que ocorreu com o povo de Israel nos anos anteriores ao que é descrito no seu livro.

Tudo começa séculos antes do início da história relatada por Neemias. Deus escolheu o povo de Israel para expres-sar o seu amor pela humanidade. O Senhor não elegeu os judeus porque fossem mais bonitos, santos, importantes ou especiais que os demais povos. Eles eram simplesmente um povo que Deus escolheu para expressar sua glória na face da terra. Para que isso ocorresse, Deus deu a Israel uma ter-ra, Canaã, que proporcionaria a eles condições de sustento e felicidade. Dentro de seu plano, o Senhor libertou o povo hebreu do Egito, depois de quatrocentos anos de escravidão, o levou para o deserto e lhe entregou a sua lei. Mas os israeli-tas sempre foram teimosos, especialmente quando o assunto era adoração. Com frequência espantosa, eles deixavam de adorar o Deus da vida e começavam a adorar ídolos e falsas divindades criadas pelos povos vizinhos, o que os conduzia a atos abomináveis aos olhos divinos.

Por amor a esse povo, Deus sempre enviava profetas para alertá-lo: “Não façam isso com vocês, não corrompam a minha aliança com vocês. Purifiquem-se!”. Durante muito

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24 Gloriosas ruínas

tempo, o Senhor mandou muitos profetas para chamar o povo ao arrependimento e ao abandono do pecado, mas, frequentemente, seus apelos foram ignorados. Por fim, a na-ção se dividiu em dois reinos: o do Norte, israel, cuja capi-tal era Samaria; e o do Sul, Judá, cuja capital era Jerusalém. israel foi conquistado pela Assíria, e Judá enfrentou, em 586 a.C., ataques devastadores do rei Nabucodonosor, monarca do império babilônico, que tomou Judá, invadiu o país e o conquistou de forma arrasadora. Jerusalém foi destruída, o que incluiu a devastação do templo e das muralhas. A cidade ficou irreconhecível, em ruínas. E, mais que isso, Nabuco-donosor mandou que as pessoas mais capacitadas de Judá fossem levadas como escravas para seu país. é nessa invasão, por exemplo, que é levado cativo o profeta Daniel.

Começou, então, um ciclo de depuração. O Senhor ini-ciou um processo de purificação na vida daquelas pessoas, por meio do sofrimento e da percepção da devastação que o distanciamento de Deus provocou. Foi quando o império Persa invadiu e subjugou a babilônia, tornando-se a nova superpotência. Com o tempo, a política persa reconfigurou o destino do povo de israel e o imperador Ciro assinou um decreto que permitia aos judeus voltar à sua terra.

O retorno ocorreu em etapas, assim como a constru-ção física, espiritual e emocional dos israelitas. Um primeiro grupo partiu para Jerusalém com o objetivo de reconstruir o templo, sob a liderança de um líder chamado zorobabel. Depois, o culto a Deus foi restaurado, por meio do escriba Esdras. Mas ainda faltava algo para que a cidade fosse plena-mente reconstruída, algo de extrema importância: os muros da cidade, que se encontravam derrubados, com os portões queimados. Jerusalém achava-se indefesa. Uma cidade sem muralhas na antiguidade não era uma cidade; era um lugar

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completamente desprovido de segurança não só contra exér-citos, mas contra as feras do campo. As cidades fortificadas davam segurança para as mulheres e crianças quando os ho-mens saíam em guerra, por exemplo, pois ofereciam meios de se defender. Nesse período, Neemias — copeiro do rei persa Artaxerxes i — tomou conhecimento da situação pre-cária de Jerusalém. é nesse contexto que tem início o livro de Neemias.

A proposta de Gloriosas ruínas é levar ao seu conheci-mento princípios que regem qualquer processo de restaura-ção na trajetória de uma pessoa, em qualquer área de sua vida. Quando falamos em reconstrução, nos referimos, por exemplo, a casamentos em crise, problemas de identidade ou mazelas sociais. Desejo tratar nesta obra da restauração daquilo que se perdeu no tempo, da alegria que se foi, de um relacionamento que foi destruído, da vida profissional ou empresarial que foi devastada. Ouso dizer que até mesmo a restauração do próprio brasil depende da obediência a esses princípios. Para transmiti-los, tomarei como ponto de parti-da a história deste homem que olhou para uma circunstância desagradável e triste e resolveu avançar e enfrentar cara a cara o problema: Neemias.

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PrincíPio dA reAlidAde

Os fatos são aliados e não inimigos

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Uma ruína tem pelo menos duas maneiras de ser vista. Ela pode ser percebida da maneira mais óbvia, como um monte de escombros inutilizados, ou como o ponto de partida para uma grande restauração. As ruínas de Jerusalém eram apenas ruínas aos olhos de um cidadão qualquer, mas, aos olhos de Neemias, representavam oportunidade. Aquele jovem nasceu no exílio, no território do reino que dominou Jerusalém. Cer-tamente, ele passou a vida ouvindo histórias sobre o seu povo e sobre a beleza de Jerusalém, do templo de Salomão, das muralhas da cidade. A capital de Judá no seu período áureo tinha sido local de visitação de viajantes de todo o mundo, até mesmo de imperadores, que iam até lá para conhecer a sua glória. Mas, na época de Neemias, o que no passado fora beleza e esplendor eram agora escombros. E aquelas ruínas foram apresentadas a Neemias, como nos mostra o relato do início do livro bíblico que leva o seu nome:

Palavras de Neemias, filho de Hacalias: No mês de quisleu, no vigésimo ano, enquanto eu estava na cidade de Susã, Hanani,

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29Princípio da realidade

um dos meus irmãos, veio de Judá com alguns outros ho-mens, e eu lhes perguntei acerca dos judeus que restaram, os sobreviventes do cativeiro, e também sobre Jerusalém.

E eles me responderam: “Aqueles que sobreviveram ao cativeiro e estão lá na província passam por grande sofrimen-to e humilhação. O muro de Jerusalém foi derrubado, e suas portas foram destruídas pelo fogo”.

Quando ouvi essas coisas, sentei-me e chorei. Passei dias lamentando-me, jejuando e orando ao Deus dos céus. Então eu disse:

Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível, fiel à aliança e misericordioso com os que te amam e obedecem aos teus mandamentos, que os teus ouvidos estejam atentos e os teus olhos estejam abertos para a oração que o teu servo está fazendo diante de ti, dia e noite, em favor de teus servos, o povo de israel. Confesso os pecados que nós, os israelitas, temos cometido contra ti. Sim, eu e o meu povo temos pe-cado. Agimos de forma corrupta e vergonhosa contra ti. Não temos obedecido aos mandamentos, aos decretos e às leis que deste ao teu servo Moisés.

lembra-te agora do que disseste a Moisés, teu servo: “Se vocês forem infiéis, eu os espalharei entre as nações, mas, se voltarem para mim, obedecerem aos meus mandamentos e os puserem em prática, mesmo que vocês estejam espalhados pe-los lugares mais distantes debaixo do céu, de lá eu os reunirei e os trarei para o lugar que escolhi para estabelecer o meu nome”.

Estes são os teus servos, o teu povo. tu os resgataste com o teu grande poder e com o teu braço forte. Senhor, que os teus ouvidos estejam atentos à oração deste teu servo e à oração dos teus servos que têm prazer em temer o teu nome. Faze com que hoje este teu servo seja bem-sucedido, concedendo-lhe a benevolência deste homem.

Nessa época, eu era o copeiro do rei.Neemias 1.1-11

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Esse texto foi escrito por um homem que tinha tudo para ser omisso diante das ruínas da vida, que tinha tudo para olhar as ruínas da própria existência e do seu povo e dizer: “Eu não tenho nada com isso, estou bem aqui no meu canto, a ruína dessa cidade distante não me afeta. Não vou me preocupar com esse problema”. Mas não é o que ocorre.

Neemias, que já era da terceira geração de israelitas que nasceram no cativeiro, está no palácio quando recebe uma comitiva que vinha de Jerusalém, formada por seus compa-triotas. Ao recebê-los, Neemias toma uma atitude muito ar-riscada: faz uma pergunta. Fazer perguntas pode ser algo que mexa eternamente com sua vida. Mesmo que em determina-do momento de ruínas você não tenha as respostas certas, se fizer a pergunta certa conseguirá ver os fatos de uma maneira que mexerá profundamente com você.

Quando Hanani chega, Neemias pergunta a ele sobre os judeus que restaram, os sobreviventes do cativeiro, e também sobre Jerusalém. Você pode se questionar sobre o que essa pergunta tem a ver com o plano de restauração para a sua vida, a sua alma, os seus relacionamentos, a sua saúde, a si-tuação do brasil. A resposta é que Deus deseja que você tome conhecimento do Princípio da realidade, isto é, que você co-nheça os fatos. O Senhor quer lhe apresentar as realidades da vida e não devaneios, mitos, contos irreais.

Nós muitas vezes vivemos de fábulas, mas Deus quer nos mostrar fatos. Se não virmos a realidade, não saberemos como lidar com os processos de devastação em nossa vida. é como a esposa que chega para o marido e pergunta: “Onde você estava na sexta-feira à noite?”, o pai que pergunta à fi-lha: “Quem é aquele rapaz com quem você saiu?”, ou a mãe que diz ao filho: “Aquele seu telefonema me deixou muito

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confusa. Com quem você estava falando sobre comprar al-guma coisa?”.

A verdade é o princípio basilar sobre o qual o castelo da reconstrução pode ser erguido. Sem verdade não há restaura-ção. Aprenda a fazer perguntas para a vida, para os fatos. ten-te responder: O que é isso? O que está acontecendo? O que existe por trás dessa realidade? é difícil receber, por exemplo, um diagnóstico com más notícias sobre nossa saúde, mas, sem dúvida alguma, é muito melhor tomar conhecimento de alguma situação médica dolorosa do que ouvir dos especialis-tas um conto de fadas, que nos deixa felizes, mas tira de nós a seriedade e a realidade dos fatos. Além disso, como começar um tratamento correto se não temos um diagnóstico preciso?

Alguns pais não querem conversar com o filho, para não descobrir o que está acontecendo. Há esposas que pensam: “Não, eu não vou entrar ali, não vou abrir aquela porta, não vou ver aquela ligação, não vou vasculhar aquela informa-ção... porque tenho muito medo de que as minhas dúvidas sejam verdadeiras”. isso é tolice. Porque, para que haja res-tauração na sua vida, os fatos têm de ser vistos como amigos, como aliados, e não como inimigos. Porque é a partir de fa-tos, de circunstâncias muito claras, que nós conseguiremos seguir o projeto de restauração que Deus tem para nós.

Você nunca vai restaurar um casamento em frangalhos se não assumir o compromisso de entender os fatos, de coletar a realidade, de olhar face a face o problema e de aceitar que é a partir dos fatos que Deus promove a restauração. Muitas vezes nós temos medo da verdade. Mas Neemias não. Ele quis saber o que estava acontecendo com seu povo. Deve ter feito perguntas como: “Como anda Jerusalém?”, “Como anda minha cidade?”, “Como está Judá?”, “Como vai o meu povo?”, “Diga-me, Hanani, não me esconda nada”.

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Deus não opera fora da ótica e da órbita da verdade. Sem verdade não há restauração. Sem fatos concretos a respei-to daquilo que precisa ser restaurado, sem conhecimento real da extensão dos danos, sem entendimento claro da pro-fundidade da dor, sem ter um panorama explícito das dimen-sões da nossa ruína... não temos como construir algo novo.

Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Nin-guém vem ao Pai, a não ser por mim” (Jo 14.6). Jesus é o caminho e, também, a verdade. A mentira é um solo terrível para cultivarmos a vida, porque a bíblia explica que o Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). A mentira é inimiga da restau-ração. Se o seu pai chega até você e pergunta se está vendo pornografia ou usando drogas e você mente, está fechan-do a porta da restauração. Não há como haver reconstru-ção sem verdade, não há como lutar por alguém, interceder por uma pessoa para que ela saia de um estado para outro, sem que você saiba o que se passa naquela vida.

Nós precisamos ter os fatos como nossos aliados e não como inimigos. Porque sem verdade não há restauração.

Neemias foi atrás da verdade. Ele quis saber o que ver-dadeiramente estava acontecendo com seu povo, sem meias verdades, sem paliativos. De igual modo, você é desafiado a olhar para sua alma no espelho e perguntar, sem medo da resposta: “O que há comigo?”. A mentira nos cega a ponto de começarmos a mentir para nós mesmos, o que nos faz ignorar quem de fato somos. Se mentimos e fugimos da rea-lidade, não enxergamos as falhas em nossa espiritualidade, em nossa santidade. Mas, se você encara a verdade a partir da beleza de quem você é para Deus, com amor e graça, seu olhar será de restauração. Não deixe que verdades ocultas em sua vida façam você parecer quem não é — nem menor, nem maior: simplesmente você. Deus quer você. Você. Como você

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é, sem subterfúgios, distorções ou mentiras. A realidade a seu respeito é o palco onde Deus vai usar seu poder para pôr em ação o plano de restauração que tem preparado para sua vida.

Assim, o primeiro princípio para a restauração é o Princí-pio da realidade. é a percepção corajosa e real dos problemas e das falhas, para que o diagnóstico seja preciso e demonstre to-dos os contornos do mal a ser combatido. Pergunte-se: “Como vai a minha vida?”, “Quem eu sou?”, “Como está realmente o estado do meu casamento?”, “Como está o estado da minha saúde?”, “O que tenho feito com a minha saúde?”. Com as per-guntas certas e as respostas verdadeiras, começa o processo de restauração das áreas de sua vida que estão em ruínas.

Quando Neemias vê os fatos com clareza e sem distor-ções, ele dá o segundo passo do processo que levaria à re-construção de Jerusalém: a inquietação.

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o Quais são as ruínas que você precisa restaurar, em sua vida ou na de alguém próximo? Des-creva os fatos com o máximo de clareza, sem maquiagens.

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