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FERIDAS E ESTOMIAS Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 1 ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

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Maria Genilde das Chagas Araújo Campos

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

Glenda Agra

Suely Coelho Tavares da Silva

Mussara Gomes Cavalcanti Alves Monteiro

Jacira dos Santos Oliveira

Organizadoras

Ideia – João Pessoa – 2018

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Todos os direitos reservados.

A responsabilidade sobre textos e imagens são dos respectivos autores.

EXCELENCIA CURSOS E TREINAMENTO LTDA – ME Endereço: Av. Presidente Epitácio Pessoa, 1251, Sala 105, Bairro dos estados, João Pessoa – PB

Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Gilvanedja Mendes, CRB 15/810

F356f Feridas e estomias: reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea/ organizadoras: Maria Genilde das

Chagas Araújo Campos... [et al.]. – João Pessoa: Ideia, 2018.

110p.

ISBN 978-85-463-0332-8

1.Ferimentos e lesões.2. Prevenção e controle.3. Terapêutica. 4. Estomia. I. Vasconcelos, Josilene de Melo Buriti. II. Agra, Glenda. III. Silva, Suely Coelho Tavares da. IV. Monteiro, Mussara Gomes Caval-canti Alves. V. Oliveira, Jacira dos Santos. VI. Título.

CDU 616-001-4

EDITORA

(83) 3222-5986 www.ideiaeditora.com.br

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Sobre as organizadoras

Glenda Agra

Graduada em Psicologia pela UNIPÊ: Graduada em Enfermagem pela Faculdade Santa

Emília de Rodat; Especialista em Cuidados Paliativos (UNISANTA - Universidade Santa

Cecília - SP); Mestra em Enfermagem pela UFPB; Membro adjunto da Academia Nacional

de Cuidados Paliativos (ANCP-RJ); Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em

Enfermagem pela UFPB; Professora adjunta da Unidade Acadêmica de Enfermagem da

Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Jacira dos Santos Oliveira

Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (1988), especialista em

Médico-cirúrgica pela Universidade Estadual do Ceará. Mestra em Enfermagem Clínico

Cirúrgica pela Universidade Federal do Ceará. Doutora pela Escola de Enfermagem de

Ribeirão Preto/USP/UFPB/UFPI. Professora adjunta III da Graduação e Pós-Graduação de

Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba. Lider do Grupo de Estudo e Pesquisa

sobre Processo de Cuidar em Enfermagem e Saúde.

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Estadual da Paraíba; Graduada

em Licenciatura em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Especialista

em Capacitação de Recursos Humanos para a Pesquisa Educacional pela UFPB; Mestra em

Enfermagem de Saúde Pública pela UFPB; Doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem

de Ribeirão Preto (EERP/USP); Professora adjunta do Departamento de Enfermagem

Clínica da UFPB; Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Feridas da UFPB e do Grupo

de Estudos e Pesquisas em Processo de Cuidar em Enfermagem e Saúde da UFPB; autora

de artigos e livro na área de Segurança do Paciente e Feridas, principalmente na temática

“lesão por pressão”.

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Maria Genilde das Chagas Araújo Campos

Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba. Especialista em

estomaterapia pela Universidade Estadual do Pernambuco. Docente do curso de pós-

graduação em enfermagem dermatológica e docente de cursos de capacitações presenciais

e EAD nas áreas de feridas, estomias e incontinências. Consultora na área de Telemedicina

Cardiológica. Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Processo de Cuidar em

Enfermagem e Saúde (GEPPCES/UFPB).

Mussara Gomes C. Alves Monteiro

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba; Graduada em Enfermagem

pela Fundação Francisco Mascarenhas; Mestra em Ciências da Nutrição pela UFPB.

Doutoranda em Ciências da Nutrição pela UFPB. Concursada pelo Estado da Paraíba lotada

na Secretaria de Saúde do Estado.

Suely Coelho Tavares da Silva

Residência médica em doenças infecciosas e parasitárias – UFPB; Especialista em Medicina

da Família e Comunidade – AMB/ SBMFC; Especialista em Pediatria – UFPB, com título de

Especialista - AMB/SBP; Mestra em Ciências da Nutrição – UFPB; Doutoranda em Ciências

da Saúde-FMABC; Professora do curso de medicina-Unipê. Médica pediatra da Prefeitura

Municipal de João Pessoa – PMJP.

Colaboradores

Alfares Cleciano Andrade Lustosa

Graduado em Enfermagem pelo Instituto de Educação Superior da Paraíba (IESP),

Graduado em Gestão Hospitalar pelo Instituto Paraibano de Ensino Renovado (INPER),

Especialista emauditoria em serviços de saúde pela (FACISA - PB), especialista em

enfermagem dermatológica pela (ESTACIO DE SÁ – RJ). Docente dos cursos de pós-

graduação em auditoria em saúde, enfermagem em dermatologia e de cursos de

capacitações presenciais. Assessor técnico nas áreas de estomias, feridas e incontinências.

Ana Elisa Cortez Diniz

Graduada em Enfermagem pela Faculdade Santa Emília de Rodat. Especialista em

enfermagem dermatológica peal Gama Filho – RJ. Docente do curso de pós- graduação em

enfermagem dermatológica e de cursos de capacitações presenciais. Coordenadora técnica

assistencial em estomias, feridas e incontinência.

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S u m á r i o

Sobre as organizadoras / Colaboradores 4 Prefácio 13

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 14 Apresentação 15

Genilde Campos 15 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PORTADORES DE FERIDAS NO CENÁRIO BRASILEIRO 16

Gabriella de Oliveira Silva 16 Maria Emanuela Siqueira Lopes 16 Maria de Fátima Oliveira da Silva 16 Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 16 Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 16 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 16

A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 18

Lucilla Vieira Carneiro 18 Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz 18 Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza 18

REPERCUSSÕES DAS FERIDAS CRÔNICAS EM USUÁRIOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA 20

Vannessa Kaline de Figueiredo Pontes 20 Elânio Leandro da Silva 20 Gabriella de Oliveira Silva 20 Jacira dos Santos Oliveira 20 Maria Genilde das Chagas Araújo Campos 20 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 20

AUTONOMIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DOMICILIAR DE PORTADORA DE FERIDA COMPLEXA 22

Kátia Cenira da Silva Andrade 22 Erika Acioli Gomes Pimenta 22

EXPERIÊNCIA DE ENFERMEIRAS ASSISTENCIAIS NO CUIDADO INTEGRAL À CRIANÇAS PORTADORAS DE FERIDAS COMPLEXAS 25

Erika Acioli Gomes Pimenta 25 Kátia Cenira da Silva Andrade 25 Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 25 Ana Jacira Fernandes de Sena 25 Inez Cristina Palitot Clementino Remígio Leite 25 Maria da Guia Lima Brasil 25

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E CUIDADOS COM A PELE DO RECÉM NASCIDO PREMATURO: REVISÃO INTEGRATIVA 27

João Paulo Lopes da Silva 27 CONHECIMENTO E PRÁTICA DE ENFERMEIRAS ACERCA DO MANEJO CLÍNICO DE PACIENTES COM FERIDA NEOPLÁSICA 29

Fábia Letícia Martins de Andrade 29 Débora Thaise Freires de Brito 29 Vitória de Souza Medeiros 29 Alana Tamar Oliveira de Sousa 29 Glenda Agra 29 Thiago Lins da Costa Almeida 29

FERIDAS NEOPLÁSICAS: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E TERAPÊUTICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA 32

Débora Thaise Freires de Brito 32 Elton de Lima Macedo 32 Maria Vitória de Souza Medeiros 32 Fábia Letícia Martins de Andrade 32 Glenda Agra 32 Thiago Lins da Costa Almeida 32

CONHECIMENTO E PRÁTICA DE ENFERMEIRAS NA AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM FERIDA NEOPLÁSICA 35

Fábia Letícia Martins de Andrade 35 Débora Thaise Freires de Brito 35 Vitória de Souza Medeiros 35 Alana Tamar Oliveira de Sousa 35 Glenda Agra 35 Thiago Lins da Costa Almeida 35

FERIDAS NEOPLÁSICAS: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E TERAPÊUTICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE CAVIDADE ORAL 37

Débora Thaise Freires de Brito 37 Elton de Lima Macedo 37 Maria Vitória de Souza Medeiros 37 Fábia Letícia Martins de Andrade 37 Glenda Agra 37 Thiago Lins da Costa Almeida 37

CONDUTAS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO E SUAS COMPLICAÇÕES 40

Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz 40 Neyce de Matos Nascimento 40 Adellúcia dos Santos Silva 40 Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza 40

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USO DE ALOE VERA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS EM DIABETES MELLITUS 42 Lorena Nascimento Carvalho 42 Gislaine Luciana da Silva Araújo 42 Lorena Carine Dantas Moura 42 Rennan Michell dos Santos Macedo 42 Vanessa Bezerra da Costa Vieira 42 Alana Tamar Oliveira de Sousa 42

CONTROLE GLICÊMICO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRURGICO EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS 44

Rennan Michell dos Santos Macedo 44 Gislaine Luciana da Silva Araújo 44 Vanessa Bezerra da Costa Vieira 44 Lorena Nascimento Carvalho 44 Kaline Oliveira da Silva 44 Alana Tamar Oliveira de Sousa 44

PAPEL DA ENFERMAGEM COMO AGENTE DE PREVENÇÃO AO PÉ DIABÉTICO 47

Lorena Nascimento Carvalho 47 Maria de Lourdes Lindja do Santos Costa 47 Rennan Michell dos Santos Macedo 47 Rosilene Souza Silva 47 Vanessa Bezerra da Costa Vieira 47 Bernardete de Lourdes André Gouveia 47

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO USUÁRIO AMPUTADO POR PÉ DIABÉTICO: VIVÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 49

Natana de Morais Ramos 49 Mariana Campos de Carvalho 49 Olga Benário Batista de Melo Chaves 49 Mayara Muniz Rodrigues Peixoto 49 Jacira Oliveira dos Santos 49

RISCO DE QUEDAS EM UMA PACIENTE COM ÚLCERA VENOSA: ESTUDO DE CASO 52

Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 52 Natana de Morais Ramos 52 Rafaella Felix Serafim Veras 52 Maria de Fátima Oliveira da Silva 52 Elânio Leandro da Silva 52 Jacira dos Santos Oliveira 52

ABORDAGEM TERAPÊUTICA EM PACIENTES PORTADORES DE ÚLCERA VENOSA: REVISÃO INTEGRATIVA 54

Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz 54 Neyce de Matos Nascimento 54 Adellúcia dos Santos Silva 54 Raysa Maria Liberalino Ferreira 54

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PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA E A RELEVÂNCIA DA ENFERMAGEM 57

Hannah Karolyne Vieira de Lucena 57 Alexandre Cavalcante Diniz Júnior 57 Anny Michelle Rodrigues da Silva Alves 57 Isabella Dayani Teles de Lima 57 Ludymilla Linéia Almeida de França 57 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 57

LESÕES POR PRESSÃO EM PACIENTE COM MIELITE TRANSVERSA: RELATO DE CASO 60

Maria de Fátima Oliveira da Silva 60 Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 60 Elânio Leandro da Silva 60 Valkênia Alves Silva 60 Natana de Morais Ramos 60 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 60

FATORES PREDISPONENTES PARA O DESENVOLVIMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES IDOSOS HOSPITALIZADOS 63

Anny Michelle Rodrigues da Silva Alves 63 Alexandre Cavalcante Diniz Júnior 63 Hannah Karolyne Vieira de Lucena 63 Isabela Dayani Teles de Lima 63 Ludymilla Linéia Almeida de França 63 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 63

PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO: PERCEPÇÃO E PRÁTICA DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA 65

Glaucianne Mayara de Lima Bragante 65 Analine de Souza Bandeira Correia 65 Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 65 Maria de Fátima Oliveira da Silva 65 Elânio Leandro da Silva 65 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 65

CARACTERIZAÇÃO DA ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM 67

Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 67 Maria de Fátima Oliveira da Silva 67 Maria Genilde das Chagas Araújo Campos 67 Ana Paula Feles Dantas Melo 67 Valkênia Alves Silva 67 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 67

O IMPACTO DA ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY PARA QUEM CUIDA: UMA VISÃO ALÉM DA PELE 70

Fernanda Lucia da Silva 70 Alana Tamar Oliveira de Sousa 70

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O PACIENTE COM ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY 72 Elizabeth Cristina dos Santos Silva 72 Fernanda Lúcia da Silva 72 Alana Tamar Oliveira de Sousa 72

A EFICÁCIA DO ANTISSÉPTICO COM POLIHEXANIDA NO TRATAMENTO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 74

Maria Genilde das Chagas Araújo Campos 74 Gabriella de Oliveira Silva 74 Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 74 Glaucianne Mayara de Lima Bragante 74 Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 74 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 74

EFICÁCIA DOS CURATIVOS COM POLIHEXAMETILENO BIGUANIDA NO TRATAMENTO DE FERIDAS INFECTADAS: REVISÃO INTEGRATIVA 77

Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz 77 Neyce de Matos Nascimento 77 Adellúcia dos Santos Silva 77 Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza 77

AS PROPRIEDADES DA CÚRCUMA PARA O TRATAMENTO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 79

Fernanda Lucia da Silva 79 Laysa da Silva Fidelis 79 Elizabeth Cristina dos Santos Silva 79 Maria Paula Ramalho Barbosa 79 Alana Tamar Oliveira de Sousa 79

UTILIZAÇÃO DA FENITOÍNA NO TRATAMENTO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 82

Maria Paula Ramalho Barbosa 82 Adrielly Cardoso da Silva 82 Kaline Oliveira da Silva 82 Rennan Michell dos Santos Macedo 82 Fernanda Lucia da Silva 82 Fernando de Sousa Oliveira 82

USO DO METRONIDAZOL NO TRATAMENTO DE ODOR EM LESÃO POR PRESSÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 84

João Paulo Lopes da Silva 84

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COMPLICAÇÕES E MÉTODOS TERAPÊUTICOS UTILIZADOS PELA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA ERISIPELA 86

Vanessa Bezerra da Costa Vieira 86 Gislaine Luciana da Silva Araújo 86 Jaysa Soares dos Santos 86 Lorena Nascimento Carvalho 86 Rennan Michell dos Santos Macedo 86 Alana Tamar Oliveira de Sousa 86

EPIDERMOLISE BOLHOSA: CUIDADOS E PERSPECTIVAS 88

Laysa da Silva Fidelis 88 Fernanda Lucia da Silva 88 Gislaine Luciana da Silva Araújo 88 Alana Tamar Oliveira de Sousa 88

PROCESSO DE ENFERMAGEM APLICADO A PACIENTES COM PÊNFIGO VULGAR BOLHOSO: RELATO DE EXPERIÊNCIA 90

Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 90 Maria de Fátima Oliveira da Silva 90 Elânio Leandro da Silva 90 Valkênia Alves Silva 90 Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 90 Jacira dos Santos Oliveira 90

SÍNDROME DE FOURNIER: CUIDADOS DE ENFERMAGEM 92

Izabel Maria Duarte Costa Menezes 92 Alfares Cleciano Andrade Lustosa 92 Elma Dantas Vicente 92 Joyce Santos Bezerra Finisola 92 Kalline Trajano Feitosa Cabral 92 Neilce Falcão de Souza Nascimento 92

CUIDADO INTEGRAL A UM ESCOLAR COM LESÃO AGUDA NECRÓTICA PÓS TRAUMA 94

Erika Acioli Gomes Pimenta 94 Kátia Cenira da Silva Andrade 94 Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 94 Ana Jacira Fernandes de Sena 94 Inez Cristina Palitot Clementino Remígio Leite 94 Maria da Guia Lima Brasil 94

METAPARADIGMA DA ENFERMAGEM E A CRIAÇÃO DE ALGORITMO DO CUIDADO EM ESTOMATERAPIA: RELATO DE CASO 96

Iraktânia Vitorino Diniz 96 Maria Júlia Guimarães Oliveira Soares 96 Núbia de Souza Rufino 96 Erlaine Souza da Silva 96 Verônica Morais Barreiro Pontes 96

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM COLOSTOMIA 98

Gislaine Luciana da Silva Araújo 98 Lorena Nascimento Carvalho 98 Laysa da Silva Fidelis 98 Rennan Michell dos Santos Macedo 98 Vanessa Bezerra da Costa Viera 98 Alana Tamar Oliveira de Sousa 98

SEXUALIDADE EM PESSOAS ESTOMIZADAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA 100

Izamara dos Santos Nogueira Martins 100 Edva Duarte Brito 100

CUIDADO INTEGRAL AO LACTENTE EM PÓS-OPERATÓRIO DE ANORRETOPLASTIA 102

Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 102 Alexandre Cavalcante Diniz Junior 102 Erika Acioli Gomes Pimenta 102

PRODUÇÃO CIENTÍFICA RELACIONADA À ESTOMIA EM PEDIATRIA: UMA ANÁLISE DE PUBLICAÇÕES DA REVISTA ESTIMA 104

Edva Duarte Brito 104 Izamara dos Santos Nogueira Martins 104

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NOS CUIDADOS COM A COLOSTOMIA EM PÓS-OPERATÓRIO DE RECONSTRUÇÃO ANORRETAL 106

Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 106 Erika Acioli Gomes Pimenta 106

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À LACTENTE EM USO DE COLOSTOMIA 108

Alexandre Cavalcante Diniz Júnior 108 Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 108 Erika Acioli Gomes Pimenta 108

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Prefácio

Na confluência das discussões atuais em torno das questões voltadas para assistência

à saúde, buscando-se, cada vez mais a promoção de um cuidado seguro e de qualidade, os

profissionais de saúde deparam-se, cotidianamente, com as demandas requeridas para

acompanhar as inovações tecnológicas e a disseminação dos conhecimentos produzidos no

campo da ciência. Assim, é mister a necessidade de que todos os profissionais de saúde

procurem se atualizar, acessando as melhores evidências científicas, bem como participando

do processo de produção dessas, por meio do intercâmbio entre academia e o campo de

prática assistencial.

Na área de assistência a pessoa com feridas e estomias a busca de conhecimentos

deve ser incessante e contínua, visto que a produção de insumos, produtos, equipamentos,

bem como de publicações científicas, é dinâmica e farta. Não é redundância afirmar que

aqueles profissionais que não se atualizarem correm o risco de desenvolverem práticas

obsoletas, devendo, pois, ao contrário, adentrarem no universo de informações disponíveis,

analisá-las de forma reflexiva e crítica, e selecionarem as melhores evidências para uma

prática segura nas suas áreas de atuação.

Nesse propósito, profissionais e acadêmicos da saúde, procurando refletir, discutir, e

decidir sobre assuntos pertinentes e prementes, para promoção de intervenções relevantes

nas questões de saúde das pessoas com feridas e estomias, desenvolveram estudos, com

diferentes delineamentos metodológicos; destacando-se revisões integrativas da literatura,

relatos de experiências, relatos de casos e estudos de campo exploratórios e descritivos;

pesquisando em diferentes populações; em diferentes faixas etárias; no campo hospitalar e

comunitário.

Destacam-se as contribuições dos estudos apresentados na coletânea em apreço,

classificados em dois eixos temáticos – Feridas e estomias, para reflexões em relação ao

conhecimento produzido na área, à eficácia de produtos disponíveis no mercado, às práticas

preventivas e terapêuticas voltadas para diversos tipos de feridas complexas e estomias.

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Nos estudos em relação ao tema feridas ressaltam-se aspectos gerais da avaliação das

feridas, da assistência às pessoas com feridas, por profissionais de diversas áreas, das

peculiaridades de lesões diversas e da necessidade de abordagem interdisciplinar para

promoção de uma assistência de qualidade. Do mesmo modo, em relação às estomias,

abordam-se especificidades do cuidado em adultos e crianças, considerando-se a

sistematização do cuidado e as práticas de educação em saúde, como forma de promover a

melhoria da qualidade de vida das pessoas com estomias.

Portanto, após análise dos textos apresentados na coletânea, cumpre-nos recomendar

a leitura aos profissionais da área, certa de que servirão de subsídio para reflexão de suas

práticas, preventivas ou terapêuticas, e de que promoverão indagações que os conduzirão

a busca dos artigos completos junto aos autores dos trabalhos, bem como de outros artigos

sobre os temas de seu interesse.

Nunca foi tão premente a necessidade da translação das evidências científicas para o

campo da prática, como se observa na atualidade, deste modo leiam, discutam, reflitam e

decidam sobre o que é melhor para seus clientes na realidade em que vivem e que são

cuidados.

Boa leitura!

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

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Apresentação

Com a evolução das ciências da saúde, os profissionais necessitam de atualizações

baseadas em evidencias científicas, no intuito de aperfeiçoarem seus conhecimentos,

reavaliarem suas práticas clínicas e promoverem cuidado seguro ao paciente.

A interdisciplinaridade fundamentada na integração sinérgica entre os profissionais,

destaca-se como um elemento central que promove o respeito aos limites éticos e legais

inerentes a cada profissão, amplia os cuidados e possibilita ao paciente ser assistido na sua

integralidade.

Assim, emergiu a motivação para desenvolver a temática em apreço, objetivando

integrar e difundir entre os profissionais de saúde os conhecimentos científicos

interdisciplinares sobre as novas diretrizes para a avaliação clínica e a condução terapêutica

das feridas e estomias

Genilde Campos

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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A

PORTADORES DE FERIDAS NO CENÁRIO BRASILEIRO

Gabriella de Oliveira Silva

Maria Emanuela Siqueira Lopes

Maria de Fátima Oliveira da Silva

Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales

Mayara Muniz Peixoto Rodrigues

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

O enfermeiro exerce papel relevante na assistência ao paciente portador ou com risco

de desenvolver feridas, devendo prestar assistência integral e individualizada.1 Dentro

desse contexto, e considerando o que pressupõe a legislação em Enfermagem, é

imprescindível que realize a Sistematização da Assistência em Enfermagem, para os

pacientes portadores de feridas, especialmente aqueles com feridas crônicas, contribuindo

para uma assistência qualificada, auxiliando na sua recuperação.2

A Sistematização da Assistência em Enfermagem deve ser implementada em

ambientes públicos e privados, em que ocorre o cuidado de enfermagem, abrangendo as

instituições prestadoras de serviços hospitalares, ambulatórios de saúde, domicílios,

escolas, entre outros.3

O estudo tem como objetivo caracterizar a produção técnico-científica relacionada à

Sistematização da Assistência de Enfermagem aos portadores de feridas no Brasil, nos

últimos dez anos, trata-se de uma revisão integrativa. A busca ocorreu durante o mês de

abril de 2016, na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), a qual agrupa dados

da Lilacs, SciELO, Medline, BDENF; além da ferramenta de busca, Google Acadêmico. Os

critérios de inclusão foram: ser artigo original; publicado no Brasil; em periódicos online; no

período de Janeiro/2006 a Dezembro/2015; responder a questão norteadora; ter

disponibilidade eletrônica na forma de texto completo, resultando em 17 publicações.

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O ano de 2011 foi o período em que houve mais publicações sobre a temática com

5(27,7%). Em relação à formação acadêmica dos autores dos artigos inseridos 100% são

enfermeiros. Os estudos foram separados em três categorias, conforme os cenários onde

foram realizados: Sistematização da assistência de enfermagem aos portadores de feridas

na atenção básica; Sistematização da assistência de enfermagem aos portadores de feridas

na atenção hospitalar e Sistematização da Assistência de Enfermagem aos portadores de

feridas no Brasil.

Apesar de os artigos abordarem cenários e delineamentos distintos entre si, entram

em concordância no que diz respeito à importância da implantação da Sistematização da

Assistência de Enfermagem para melhoria da qualidade da assistência aos pacientes, e

também como um valioso mecanismo para compreensão e organização do serviço de

enfermagem. Identificou-se um número reduzido de artigos publicados acerca da temática

em periódicos online no período investigado, apesar de despertar o interesse de

pesquisadores da área da saúde, em especial de enfermeiros.

Sugere-se, a partir dessa pesquisa, que sejam realizadas outras investigações

utilizando este método científico, em outras bases de dados, bem como seja ampliado o

período de análise e fontes internacionais, a fim de buscar evidências mais consistentes

envolvendo a temática, devendo servir de suporte para concretização da Sistematização da

Assistência de Enfermagem no Brasil, uma prática tão relevante e, ainda assim, pouco

explorada.

REFERÊNCIAS

1.Costa KS, Rodrigues APB, Silva AG, Feitosa MSL. Atuação do enfermeiro na assistência aos pacientes portadores de Feridas. Revista Interdisciplinar UNINOVAFAPI. 2012:5(3).

2.Carneiro CM, Sousa FB, Gama FN. Tratamento de feridas: assistência de enfermagem nas unidades de atenção primária à saúde. Rev Enferm Integrada. 2010;3(2):494-505.

3.Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 358/2009 de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem., Brasília, DF. [Citado em 2016 set. 30]. Disponível em: http://www.coren-ro.org.br/resolucao-cofen-35809-dispoe-sobre-a-sistematizacao-da-assistencia-de-enfermagem-e-a-implementacao_800.html.

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A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL NO PROCESSO DE

CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Lucilla Vieira Carneiro

Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz

Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza

Uma ferida é definida pela interrupção na continuidade de um tecido, em maior ou

menor extensão, o seu processo de cicatrização implica em uma perfeita e coordenada

cascata de eventos moleculares e celulares. É composta de uma série de estágios, que são

descritos em três fases: fase inflamatória, fase de proliferação ou granulação e fase de

remodelamento ou maturação, tendo como finalidade a reestruturação dos tecidos

lesionados1, 2.

A nutrição adequada é um dos fatores de extrema importância para o sucesso no

processo de cicatrização de feridas, pois a deficiência de um único nutriente pode prejudicar

toda reparação tecidual1, 2, 3, 4. Objetiva-se analisar a importância da terapêutica nutricional

no processo de cicatrização de feridas.

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cujo percurso metodológico teve

como alicerce a escolha dos artigos indexados em bases científicas nacionais e

internacionais. Foram estabelecidos como critérios de inclusão: artigos originais; publicados

em português e/ou inglês; artigos na íntegra que apresentassem no título os seguintes

termos isolados ou associados: “Processo de Cicatrização”; “Papel da Nutrição na

Cicatrização”; “Assistência de enfermagem”. A pesquisa foi realizada nas seguintes bases

de dados: BVS - Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO – ScientificElectronic Library Online e

LILACS.

Foram utilizados os artigos publicados no período de 2013 a 2017. Foram

encontrados 71 artigos nas bases de dados, mas apenas quatro fizeram parte do estudo.

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A partir da leitura dos artigos infere-se que a nutrição é um fator preponderante ao

longo de todo o processo de cicatrização das feridas1,2. Destaca-se que a associação entre

uma boa nutrição, medidas de conforto, antibioticoterapia adequada e excelência na técnica

de realização de curativos influencia positivamente no processo de cicatrização de feridas2.

Fatores como subnutrição, má nutrição, ingestão inadequada de proteínas e energia,

perda de peso não intencional, influenciam negativamente no processo, como também os

níveis baixos de células sanguíneas interferem na coagulação. Por isso, uma alimentação

adequada pode cooperar para qualquer uma das fases do processo de cicatrização, ativando

a imunocompetência e diminuindo o risco de infecção2,3,4.

Muitos nutrientes estão envolvidos na formação de novos tecidos, na supressão da

oxidação e na melhoria da cicatrização, como também estão disponíveis para promover a

proliferação celular, ajudam na síntese de colágeno e na contração e remodelação da

ferida3,4.

Estudos comprovam que lesões crônicas podem ser parcialmente ou totalmente

cicatrizadas pela terapia nutricional adequada associada aos cuidados de enfermagem. A

visão holística do enfermeiro que faz a avaliação da lesão, associada a uma anamnese de

qualidade, atualização de conhecimento científico e análise individual do aporte nutricional

dos pacientes, de acordo com a doença de base, podem interferir positivamente no processo

de cicatrização.

REFERÊNCIAS

1. Arcênio, CMA. Relevância da nutrição no processo de cicatrização. [Trabalho de Conclusão de Curso] Campina Grande (PB): Universidade Estadual da Paraíba, 2014.

2. Andreia, GD. Relevância da nutrição no processo de cicatrização de feridas. [Trabalho de Conclusão de Curso] Lagoa Santa (MG): Universidade Federal de Minas Gerais, 2013.

3. Oliveira KDL, Haack AFRC. Nutritional therapy in the treatment of pressure injuries: a systematic review. Rev. bras. geriatr. gerontol. [Internet]. 2017 Aug [cited 2017 Nov 11] ; 20( 4): 562-570. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-98232017000400562&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/1981-22562017020.160195.

4. Blanc G, Meier MJ, StoccoJGD, Roehrs H,Crozeta K, Barbosa DA. Efetividade da terapia nutricional enteral no processo de cicatrização das úlceras por pressão: revisão sistemática. Rev. esc. enferm. USP [Internet]. 2015 Feb [cited 2017 Nov 11] ; 49( 1 ): 152-161. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342015000100152&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420150000100020.

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REPERCUSSÕES DAS FERIDAS CRÔNICAS EM USUÁRIOS DA

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Vannessa Kaline de Figueiredo Pontes

Elânio Leandro da Silva

Gabriella de Oliveira Silva

Jacira dos Santos Oliveira

Maria Genilde das Chagas Araújo Campos

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

As feridas crônicas constituem-se em lesões graves, que acometem a pele e os tecidos

subjacentes, que não evoluem normalmente nas fases de cicatrização ou extrapolam o tempo normal

de cicatrização, causando transtornos a seus portadores e familiares, devido às repercussões

biológicas, como dor permanente e incapacidade; e psicossociais, como sofrimento, perda da

autoestima, dificuldades no convívio familiar, isolamento social, gastos financeiros e afastamento

do trabalho(1,2).

A atenção básica, dada a aproximação com a realidade dos portadores de feridas crônicas,

que permite conhecer os seus problemas de saúde e de doença, e das alternativas para solucioná-

los, é o local mais indicado para a implementação da assistência a essa clientela. Essa configuração

permite um conjunto de ações voltadas para os indivíduos e sua coletividade, tendo como finalidade

a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação(3).

Objetiva-se analisar as repercussões clínicas e psicossociais dos portadores de feridas

crônicas da estratégia saúde da família, através do estudo descritivo com abordagem qualitativa,

realizado em três unidades básicas de saúde, em João Pessoa-PB, no período de 14 de setembro a 14

de outubro de 2016. A amostra constou de dez usuários, entrevistados em seus domicílios, conforme

roteiro estruturado com questões pertinentes a caracterização sociodemográfica (idade, gênero, cor

da pele, número de pessoas na família, renda familiar), e clínica (tipo de lesão, localização,

características clínicas), cuidados com a lesão e suas repercussões biológicas e psicossociais.

Os resultados apontaram portadores de feridas com idades entre 25 e 81 anos, média de 59,4

anos, igualmente distribuídos em relação ao gênero feminino (5) e masculino (5), morando com seus

familiares (9), média de 3,3 pessoas por residência, renda familiar entre um e seis salários mínimos,

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média de três salários por família. Predominaram as úlceras vasculogênicas (6), seguidas de pé

diabético (2), lesão por pressão (1), e úlcera associada à anemia falciforme (1), média de 1,4 feridas

por paciente, tempo médio da lesão de 4,1 anos. Identificaram-se três categorias temáticas: 1)

Convivendo com a dor e suas implicações na mobilidade, destacando-se esse sintoma como fator que limita

a vida social; 2) Percebendo os sentimentos e cuidados da família depois da ferida, enfatizando-se a

importância dos parentes como elemento de reforço positivo no cuidado; e 3) Vivenciando sentimentos

de vergonha, tristeza e de limitações para o trabalho e para a vida social, que explica isolamento social

vivenciado pelo portador de ferida.

Devido às repercussões biológicas e psicossociais, que causam transtornos nas vidas dos

portadores das feridas e de seus familiares, ressalta-se a necessidade de uma maior atenção dos

profissionais da estratégia saúde da família, sob a ótica da integralidade do cuidado e da

interdisciplinaridade.

O estudo aponta subsídios que podem contribuir para definição de estratégias para o

planejamento do cuidado de enfermagem aos portadores de feridas crônicas, com vistas à promoção

de um cuidado de qualidade. Para tanto, destaca-se a necessidade de se adotar as orientações legais

para o exercício profissional, em vigor no País, no que tange a Sistematização da Assistência de

Enfermagem.

REFERÊNCIAS

1. Dantas, DV. Assistência aos portadores de úlceras venosas: proposta de um protocolo [dissertação]. Natal

(RN): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal

do Rio Grande do Norte; 2010.

2. Salomé GM. Processo de viver do portador com ferida crônica: atividades recreativas, sexuais, vida social

e familiar. Saúde Coletiva [internet]. 2010 [acesso em 2016 out 10];46(7);300-304. Disponível em

http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=84215678004

3. Busanello J, Silva FM, Sehem GD, Poll MA, Deus LML, Boheke TS. Assistência de enfermagem a portadores

de feridas: Tecnologias de cuidado desenvolvidas na atenção primária. Rev Enferm UFSM [internet]. 2013

Jan/Abril [acesso em 2016 out 20];3(1):175-184. Disponível em http://dx.doi.org/10.5902/217976928532

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AUTONOMIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DOMICILIAR DE

PORTADORA DE FERIDA COMPLEXA

Kátia Cenira da Silva Andrade

Erika Acioli Gomes Pimenta

O cuidado com lesões é uma atividade de responsabilidade da Enfermagem,

exigindo conhecimento e competência técnica e científica1. Quando se trata de feridas

crônicas ou complexas esta competência torna-se ainda maior1-4.

Desse modo, objetiva-se relatar a experiência da autonomia de enfermeiras no

cuidado domiciliar a uma paciente portadora de feridas crônicas e complexas, através do

relato de experiência, elaborado a partir da vivência de cinco meses contínuos de cuidados

(junho-novembro de 2017).

O relato trata a experiência de enfermeiras no acompanhamento de uma idosa (com

diagnóstico de carcinoma no canal anal e reto distal (2015), colostomizada após

retosigmoidectomia (2016). Em 2017 foi submetida à vulvectomia ampliada para

minimização da dor relacionada à exteriorização de um tumor, apresentando,

posteriormente duas lesões resultantes de deiscência de ferida operatória. Na vulvectomia,

realizou linfadenectomia pélvica bilateral comprometendo a recuperação devido à

dificuldade do retorno venoso.

Os cuidados domiciliares iniciaram após a alta hospitalar, 21 dias após a cirurgia,

quando apresentou edema e hiperemia na região dos pontos (ainda não retirados). Ao

retornar para casa a família, solicitou avaliação de enfermeiras com experiência em

tratamento de feridas. Na avaliação que se realizou no primeiro curativo, houve a retirada

dos pontos2. Posteriormente, iniciou-se tratamento da lesão pelas enfermeiras, em

colaboração com a fisioterapia para realização de drenagem manual, psicólogo, médico e

nutricionista3.

Ao longo dos cinco meses, uma das lesões que media aproximadamente 15cm2

(oposta a colostomia), cicatrizou e fechou; enquanto outra ferida que media, na época,

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aproximadamente 30cm2 (lado da colostomia), mede atualmente cerca de 12cm2. Durante

esses meses utilizaram-se curativos com solução a base de Polihexametilbiguanida

degermante e aquoso, gazes impregnadas da mesma composição, espuma com prata

(quando necessário), solução com Ácidos Graxos Essenciais e Triglicerídeos de Cadeia

Média, creme de barreira, além de cobertura com filme transparente conforme necessidade

e evolução das lesões4.

No que se refere ao curativo secundário, a troca evoluiu de nove pacotes de

gazes/dia para um pacote, devido à diminuição da quantidade de exsudato. Embora as

lesões não apresentassem secreção purulenta, drenavam moderado exsudato seroso.

Entretanto, a amputação de vulva favorecia micção retrógrada, retardando o processo de

cicatrização.

A responsabilidade do Enfermeiro no cuidado a essas lesões e manutenção da

integridade da pele vai do conhecimento anatomofisiológico da pele até a escolha ideal de

produtos e coberturas a serem utilizados nas diferentes fases da evolução da lesão, bordas

e pele perilesional, exigindo do profissional conhecimento técnico, científico e habilidade

para assumir com autonomia esse cuidado e sobretudo, habilidades empáticas.

Ressalta-se a importância da autonomia das enfermeiras no cuidado a lesões de pele,

sobretudo no âmbito domiciliar quando a escolha pelos produtos foi responsabilidade das

mesmas. Ademais, o profissional precisa reconhecer a necessidade da intervenção

multiprofissional, a exemplo do fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, médico, conforme

foi necessário no caso em questão.

O conhecimento científico e a habilidade técnica das profissionais favoreceram à

cicatrização de uma das lesões, à regressão da segunda ferida em cerca de ¾, além da

melhoria na qualidade de vida e saúde da paciente, tendo em vista o diagnóstico de

neoplasia, devido limitação para escolha de alguns produtos.

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REFERÊNCIAS

1. Ferreira AM, Bogamil DDD, Tormena PC. O enfermeiro e o tratamento de feridas: em busca da

autonomia do cuidado. Arq Ciênc Saúde 2008 jul-set: 15(3): 105-9.

2. Santos JB, Porto SG, Suzuli LM, Sostizzo LRZ, Antoniazzi JL, Echer IC. Avaliação e tratamento de feridas:

orientações aos profissionais de saúde. Hospital de Clínicas. Porto Alegre-RS.

3. Jorge AS, Dantas PE. Abordagem multiprofissional do tratamento de feridas. São Paulo: Atheneu; 2003.

4. Campos MGCA, Sousa ATO, Vasconcelos JMB, Lucena SAP, Gomes SKA. FERIDAS COMPLEXAS E

ESTOMIAS: Aspectos preventivos e manejo clínico. João Pessoa: Idea; 2016.

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EXPERIÊNCIA DE ENFERMEIRAS ASSISTENCIAIS NO CUIDADO

INTEGRAL À CRIANÇAS PORTADORAS DE FERIDAS COMPLEXAS

Erika Acioli Gomes Pimenta

Kátia Cenira da Silva Andrade

Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro

Ana Jacira Fernandes de Sena

Inez Cristina Palitot Clementino Remígio Leite

Maria da Guia Lima Brasil

Assistência à criança hospitalizada é um desafio para os profissionais que atuam em

pediatria, principalmente quando essas crianças apresentam lesões complexas. Por isso,

urge a necessidade de a assistência ser individualizada e singular.

Desse modo, pretende-se relatar a experiência da Enfermagem Pediátrica durante o

cuidado às crianças hospitalizadas com lesões complexas, através de um relato de

experiência elaborado a partir da vivência e discussões da equipe de enfermagem que atua

em um hospital referência para doenças crônicas na PB. Estudo retrospectivo realizado no

referido hospital na Paraíba entre janeiro de 2015 e outubro de 2017, onde evidenciaram que

as lesões mais frequentes entre as crianças hospitalizadas estão correlacionadas a outras

doenças ou condições.

A assistência à criança hospitalizada demanda um cuidado que vai para além do

paciente e que precisa estar centrado na família, devido às singularidades. De acordo com

os dados, as lesões mais frequentes, no período supracitado, foram: Fasceíte Necrotizante

(03) sendo 01 pós-varicela; lesão inespecífica (01) com Síndrome Nefrótica descompensada;

Lúpus Eritematoso Sistêmico (01); Gangrena de Fournier pós lesão anal infectada pós abuso

sexual (01); Epidermólise bolhosa (02); Ectima Gangrenoso (01); Pioderma Grangrenoso

(02); Lesão infectada pós-trauma (02) e Anorretoplastia sem fechamento de Colostomia (05).

As características dessas lesões demandam conhecimento especializado por parte da

equipe, tendo em vista a complexidade do cuidado com as mesmas, somado às necessidades

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relacionadas à doença de base. Dos 18 casos, uma criança foi a óbito por septicemia; as

demais receberam alta hospitalar; três deram continuidade no serviço ambulatorial da

Comissão de Pele do hospital. Para melhorar a qualidade da assistência, algumas

profissionais realizaram cursos de capacitação e atualização em tratamento de feridas,

outras participam direta ou indiretamente das ações com a Comissão de Pele e outras

participaram de eventos acerca do tema.

A autonomia de enfermeiras pediátricas no tratamento de feridas apresentou eficácia

e eficiência frente aos cuidados com crianças com feridas complexas, porque houve

qualificação profissional e compromisso com a saúde dessas crianças. Neste sentido,

destaca-se algumas questões relevantes para as boas práticas no cuidado à saúde da criança,

a saber: avaliação contínua das lesões e do estado geral das crianças; conhecimento acerca

da evolução das diferentes fases das lesões, assim como o conhecimento dos produtos

adequados para cada etapa; utilização de formulário de evolução elaborado para a avaliação

das crianças no serviço, validado pela equipe e por expertises da área de Saúde da Criança;

visitas à beira leito com a equipe multiprofissional; discussões de casos em grupo,

periodicamente. Todas essas ações favoreceram à recuperação da integridade da pele, bem

como a melhoria na qualidade de vida dessas crianças. Além disso, essas práticas

favoreceram tomada de decisões e autonomia profissional, repercutindo diretamente na

qualidade de vida do binômio criança-família.

REFERÊNCIAS

Fournier: 10 anos de avaliação. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):600-4.

2.Santos JLG; Pestana AL; Guerrero P, Meirelles BSH, Erdmann AL. Práticas de enfermeiros na gerência do

cuidado em enfermagem e saúde. Rev Bras Enferm. 2013; 66(2): 257-3.

3.Pimenta, EAG. Crianças com necessidades especiais de saúde: famílias que cuidam no domicílio [Tese de

Doutorado]. Recife: Universidade federal de Pernambuco. 2014.

4.Malagutti W. Curativos, Estomia e Dermatologia. Uma Abordagem Multiprofissional. 2014. São Paulo:

Secretaria de Saúde. Manual de curativos, 2016.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E CUIDADOS COM A PELE DO RECÉM

NASCIDO PREMATURO: REVISÃO INTEGRATIVA

João Paulo Lopes da Silva

A pele tem um papel vital no período neonatal, pois fornece uma barreira protetora

que auxilia na prevenção de infecções, facilita a termorregulação e ajuda a controlar a perda

hídrica insensível e o equilíbrio eletrolítico1. Os recém-nascidos prematuros possuem alto

risco para o desenvolvimento de infecção, em razão da imaturidade da barreira epidérmica

associada a um sistema imunológico pouco desenvolvido2.

Um dos grandes desafios do enfermeiro é assistir essa clientela no ambiente da

Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, na tentativa de diminuir a mortalidade infantil,

especialmente entre os bebês prematuros. Entretanto, esse ambiente expõe este pequeno ser

ao excessivo manuseio durante sua fase mais crítica de adaptação à vida extrauterina, tanto

por procedimentos dolorosos quanto pelos cuidados de rotina3. Assim, pretende-se

descrever a assistência de enfermagem relacionada aos cuidados com a integridade da pele

de recém-nascidos prematuros internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal,

através de uma revisão integrativa realizada em outubro de 2017 na Biblioteca Virtual de

Saúde, por meio das bases de dados LILACS, MEDLINE e SciELO, utilizando os descritores:

“Enfermagem”; “Pele”; “Recém-nascido” e “Cuidados”.

Foram identificados inicialmente 900 artigos. Após serem aplicados os critérios de

inclusão: artigos publicados na íntegra, em português, completos e realizados no Brasil, no

período de 2006 a 2016, o número foi reduzido para 25 artigos, lidos na íntegra. Ao final,

foram selecionados apenas 10, cujos dados foram sistematizados a fim de alcançar os

objetivos propostos.

Dados na literatura apontam que cerca de 80% dos recém-nascidos que nascem

prematuramente desenvolvem alguma injúria na pele até o primeiro mês de vida e

aproximadamente 25% de todos os pré-termos e de baixo peso terão ao menos um episódio

de sepse até o 3º dia de vida, sendo a pele a principal porta de entrada1.

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Dentre alguns cuidados apontados na literatura que devem ser realizados

diariamente pelos enfermeiros para manter a integridade da pele do recém-nascidos,

destacam-se: a mudança de decúbito; manter a pele higienizada e seca; providenciar o

rodízio de sensores de oxímetro; utilização de hidrocoloides ou placas em proeminências

ósseas e em locais onde será fixada sonda orogástrica e tubo orotraqueal; organização da

coleta agrupada de exames, evitando, assim, punções repetitivas2,4. Deve ser realizada

também, a avaliação sistemática da pele e cuidados na remoção de adesivos, lubrificação

com emolientes, uso de soluções cutâneas para antissepsia e padronização do cuidado ao

recém-nascido4.

É importante que o enfermeiro detenha conhecimento sobre o cuidado da integridade

da pele em recém-nascidos e padronize suas ações, avaliando rotineiramente as condições

de pele do recém-nascido, identificando e eliminando fatores de risco; e assim poderá

prover um cuidado sistemático, individualizado e seguro.

REFERÊNCIAS

1.Araújo BBM, Esteves SX, Cardoso ES, Meirelles JNL, Dias CMB. A enfermagem e os (des) cuidados com a

pele do prematuro. Rev Pesqui Cuid Fundam. 2012;4(3): 2679-91.

2. Rolim KMC, Farias CPX, Marques LC, Magalhães FJ, Gurgel EPP, Caetano JA. Atuação da enfermeira na

prevenção de lesão de pele do recém-nascido. Rev Enferm UERJ. 2009;17(4):544-9.

3. Rolim KMC, Linhares DC, Rabelo LS, Gurgel EPP, Magalhães FG, Caetano JA. Cuidado com a pele do

recém-nascido pré-termo em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: conhecimento da enfermeira. Rev. Rene.

2008; 9(4):107-15.

4. Santos SV, Costa R. Prevenção de lesões de pele em recém-nascidos: o conhecimento da equipe de

enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2015, 24(3): 731-9.

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 29

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CONHECIMENTO E PRÁTICA DE ENFERMEIRAS ACERCA DO MANEJO

CLÍNICO DE PACIENTES COM FERIDA NEOPLÁSICA

Fábia Letícia Martins de Andrade

Débora Thaise Freires de Brito

Vitória de Souza Medeiros

Alana Tamar Oliveira de Sousa

Glenda Agra

Thiago Lins da Costa Almeida

O câncer constitui um problema de Saúde Pública mundial, dada a sua magnitude

epidemiológica, social e econômica1. O desenvolvimento desta afecção, em sua forma

maligna traz uma gama de manifestações clínicas, locais e/ou distais, dentre elas destaca-

se as feridas neoplásicas, que acometem cerca de 5 a 10% desses pacientes.

As feridas neoplásicas originam-se a partir de um tumor local, metástase,

procedimento diagnóstico/cirúrgico ou ainda podem estar relacionadas a uma ferida, que

permaneça aberta e em processo inflamatório crônico2. As lesões tumorais apresentam

sinais e sintomas característicos como dor, exsudação, sangramento, sinus (cavidade), odor,

os quais resultam em implicações negativas sobre as dimensões física, psíquica, social e

espiritual do paciente3.

O manejo clínico dessas feridas é considerado um desafio para o enfermeiro, que,

geralmente, é o responsável pela avaliação e tratamento. Dessa forma, torna-se necessário

que o enfermeiro tenha conhecimento científico atualizado e habilidade técnica para avaliar

e tratar esse tipo de ferida, garantindo assistência efetiva e integral ao paciente e sua família.

Assim, objetiva-se investigar o conhecimento e prática de enfermeiros acerca do manejo

clínico de pacientes com feridas neoplásicas. através de um estudo exploratório, de natureza

qualitativa, desenvolvido entre o período de agosto de 2016 a maio de 2017, com nove

enfermeiras assistenciais da Atenção Básica em Saúde do município de Cuité - Paraíba. A

coleta de dados procedeu por meio de entrevistas semiestruturadas e a análise dos dados

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 30

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

foi realizada por meio da Técnica de Análise Temática de Minayo4, a qual possibilitou a

construção de uma categoria temática, a saber: “Cuidando do paciente e da ferida

neoplásica”.

Na categoria temática “Cuidando do paciente e da ferida neoplásica”, as enfermeiras

ressaltaram o seguinte manejo clínico para os sinais e sintomas apresentados pelo paciente,

no tocante à ferida neoplásica: para o controle da dor, exsudato, sangramento, odor e

necrose, todas as enfermeiras revelaram que os produtos e coberturas eram prescritos pelo

médico, uma vez que as mesmas não podiam prescrever nenhum tratamento considerado

farmacológico na Unidade Básica de Saúde, contudo, para o controle da dor, as participantes

orientavam posições de conforto; para o controle do exsudato e odor, ressaltaram que

realizavam antissepsia com clorexidina; para o controle da necrose, salientavam que

usavam colagenase e para o controle do odor, utilizavam metronidazol gel, ambos produtos

prescritos pelo médico.

No que se refere ao controle do prurido, da fístula e dos sinais de infecção, revelaram

que encaminhavam ao médico assistente, uma vez que desconheciam a conduta correta para

o manejo clínico desses sinais.

Os resultados revelam que as enfermeiras participantes da pesquisa não têm

autonomia frente ao manejo clínico das feridas neoplásicas, o que porventura está

relacionado à fragilidade do conhecimento no que se refere aos cuidados dispensáveis aos

pacientes com feridas neoplásicas.

O Manual do Ministério da Saúde instituído pelo Instituto Nacional do Câncer traz,

em seu bojo, ações uniformizadas para o controle dos sinais e sintomas de feridas tumorais

e serve como norte para toda a equipe de enfermagem, proporcionando autonomia

profissional diante do cuidado.

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FERIDAS E ESTOMIAS

Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 31

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

REFERÊNCIAS

1. Ministério da saúde. Brasil. Cuidados Paliativos oncológicos. Controle da dor. Brasília. 2016.

2. Matsubara MGS, Vilella DL, Hashimoto SY, Reis HCS, Soconato RA, Dernardi UA, et al. Feridas neoplásicas.

In Matsubara, MGS. Feridas e estomas em oncologia: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: Lemar, 2012.

3. Agra G, Fernandes MA, Platel, ICS, Freire, MEM. Cuidados Paliativos ao Paciente Portador de Feridas

Neoplásica: uma Revisão Integrativa da Literatura. Rev Bras Cancerol. 2013; 59(1);95-104.

4. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec; 2010.

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 32

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

FERIDAS NEOPLÁSICAS: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E

TERAPÊUTICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA

Débora Thaise Freires de Brito

Elton de Lima Macedo

Maria Vitória de Souza Medeiros

Fábia Letícia Martins de Andrade

Glenda Agra

Thiago Lins da Costa Almeida

No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, a estimativa para o ano de

2016/2017 aponta a ocorrência de aproximadamente 600 mil casos novos de câncer, onde

são esperados 58 mil casos novos de câncer de mama.1 Estima-se que 5% a 10% dos pacientes

oncológicos desenvolvam feridas neoplásicas, constituindo-se um agravo na vida dessas

pessoas, pois, progressivamente, tornam-se friáveis, dolorosas, exsudativas, fétidas e

mutilantes.2-3

Objetiva-se traçar o perfil sociodemográfico, clínico e terapêutico de pacientes com

feridas neoplásicas, decorrentes do câncer de mama, através de um estudo documental,

retrospectivo e descritivo com abordagem quantitativa, utilizando-se dados secundários

extraídos de prontuários de pacientes com feridas neoplásicas de um hospital filantrópico

de Campina Grande, Paraíba, durante o período de agosto de 2015 a abril de 2016. O

instrumento utilizado foi adaptado do manual do Instituto Nacional do Câncer.

Foram analisados 8.360 prontuários, dos quais, 150 atendiam aos critérios de

inclusão: prontuários de pacientes com idade igual ou maior que 18 anos, que possuíssem

o diagnóstico de câncer de mama com presença de ferida neoplásica exofítica, no espaço

temporal de 2009 a 2015, constituindo-se, assim, a amostra final do estudo, sendo esta do

tipo intencional. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva. O projeto foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Alcides Carneiro sob

CAAE nº 42918715.1.0000.5182.

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FERIDAS E ESTOMIAS

Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 33

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

A maioria dos prontuários apresentavam os seguintes dados: mulheres (98,0%), com

idade entre 20 a 59 anos (66,0%), pardas (46,0%), casadas (41,3%), com prole de um até três

filhos (40,6%), com ensino fundamental incompleto (24,0%), agricultoras (25,3%) e

aposentadas (24,7%). O carcinoma ductal invasivo teve maior ocorrência, com 98 (65,3%)

casos, as lesões apresentavam aspecto de ulceração infiltrante (30,7%), dor (15,3%),

sangramento (3,3%), odor (2,7%), exsudato (9,3%) e sinais de infecção (2,7%). Quanto à

modalidade terapêutica, 63 pacientes (42,0%) se submeteram à mastectomia total, 102

(68,0%) realizaram radioterapia e 125 (83,3%) quimioterapia. Em relação aos produtos

utilizados nas feridas, apenas cinco (3,3%) prontuários continham esta informação e o

produto utilizado foi sulfadiazina de prata (1,3%) e óleo de girassol (1,3%) em duas lesões e

trofodermin em uma (0,7%).

Considerando que a maioria dos prontuários apresentavam registros e informações

incompletos ou ausentes, torna-se urgente atentar para a importância dos registros nos

prontuários dos pacientes por todos os profissionais de saúde, uma vez que estas

informações facilitam a comunicação entre os membros da equipe multiprofissional;

fornecem dados para a elaboração de planos de cuidados; auxilia no acompanhamento da

evolução do paciente; constitui um documento legal, de caráter sigiloso e científico; facilita

auditoria; bem como contribui para dados epidemiológicos, ensino e pesquisa na área de

saúde.

Evidenciou-se a necessidade tanto de melhorias de políticas públicas quanto de

treinamento de profissionais voltados aos programas de rastreamento de câncer de mama,

com vistas a incentivar a prevenção dessa doença. Sugere-se que a Comissão de Pele da

instituição construa e implemente um protocolo para avaliação e tratamento de feridas

neoplásicas, em forma de check list, a fim de facilitar e padronizar as anotações e ações de

enfermagem.

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 34

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde (BR). Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativas 2016:

incidência do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca; 2016. Availabre from:

http://www.inca.gov.br/wcm/dncc/2015/dados-apresentados.pdf

2. Beh SY, Leow LC. Fungating breast cancer and other malignant wounds: epidemiology, assessment and

management. Exp Rev Qual Life Cancer Care [Internet]. 2016 [cited 2016 May 18];1(2):137-44. Available

from: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/23809000. 2016.1162660? journalCode=terq20

3. Gethin G, Grocott P, Probst S, Clarke E. Current practice in the managements of wound odour: an

international survey. Int J Nurs Stud [Internet]. 2014 June [cited 2016 May 18];51(6):865-74. Available

from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24238490

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CONHECIMENTO E PRÁTICA DE ENFERMEIRAS NA AVALIAÇÃO DE

PACIENTES COM FERIDA NEOPLÁSICA

Fábia Letícia Martins de Andrade

Débora Thaise Freires de Brito

Vitória de Souza Medeiros

Alana Tamar Oliveira de Sousa

Glenda Agra

Thiago Lins da Costa Almeida

Entre os pacientes acometidos por câncer, cerca de 5% a 10% dos casos evoluem para

o desenvolvimento de feridas neoplásicas como complicação da doença, apresentando

maior ocorrência nos últimos meses de vida da pessoa1.

As feridas neoplásicas são lesões decorrentes da infiltração de células malignas do

tumor nas estruturas da pele, que ocasionará rompimento da integridade do tegumento

resultando em uma ferida evolutivamente exofítica2. Quando a doença é diagnosticada

tardiamente e o processo patológico está em fase avançada, o risco de desenvolvimento de

feridas é maior e as chances de cura tornam-se comprometidas resultando apenas em

conduta unicamente paliativa3. Desse modo, objetiva-se investigar o conhecimento e prática

de enfermeiras acerca da avaliação de pacientes com feridas neoplásicas, através de um

estudo exploratório, de natureza qualitativa, desenvolvido entre o período de agosto de

2016 a maio de 2017, com nove enfermeiras assistenciais da Atenção Básica em Saúde do

município de Cuité - Paraíba. A coleta de dados procedeu-se por meio de entrevistas

semiestruturadas e a análise dos dados foi realizada por meio da Técnica de Análise

Temática de Minayo, a qual possibilitou a construção de duas categorias temáticas, a saber:

“Avaliando o paciente com ferida neoplásica” e “Avaliando a ferida neoplásica”4.

Na categoria temática 1 “Avaliando o paciente com ferida neoplásica”, as

enfermeiras ressaltaram os seguintes aspectos: aspecto econômico, comorbidades, estado

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 36

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nutricional, aspecto social, medicamentos em uso contínuo, aspecto psicológico, mobilidade

física e condição cognitiva.

Na categoria temática 2 “Avaliando a ferida neoplásica”, as enfermeiras enfatizaram

que realizavam o exame físico, com os métodos propedêuticos inspeção, palpação,

mensuração da lesão (com régua descartável), da dor pela Escala Analógica da Dor e do

odor, pela Escala de Classificação do Odor1.

Ainda acerca da avaliação da ferida, as enfermeiras enfatizaram alguns aspectos

relacionados a essas lesões, a saber: localização da lesão, tamanho (extensão, altura e

abaulamento), estadiamento, tipo de tecido, exsudato (quantidade e tipo), sangramento

(intensidade), odor (graus), bordas. As enfermeiras, a partir das falas, realçaram as

dificuldades frente à avaliação, tais como ausência de insumos, bem como de um protocolo

direcionado para a execução de uma avaliação mais acurada.

Reflete-se sobre uma urgente abordagem de Educação Permanente em Saúde para

essas profissionais, que valorize os seus conhecimentos prévios, a partir do que elas sabem,

do que disponibilizam e do que possam vir a ter mediante a sensibilização de gestores para

o que é adequado ao paciente com ferida neoplásica, e, assim consigam construir e

implementar um protocolo direcionado à avaliação de feridas neoplásicas no serviço.

REFERÊNCIAS

1. Instituto Nacional do Câncer. Brasil. Abordagens Básicas para o Controle do Câncer. Rio de Janeiro:

INCA, 2011.

2. Matsubara MGS, Vilella DL, Hashimoto SY, Reis HCS, Soconato RA, Dernardi UA, et al. Feridas neoplásicas.

In Matsubara, MGS. Feridas e estomas em oncologia: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: Lemar, 2012.

3. Carvalho RT, Parsons HA. Manual de cuidados paliativos ANPC. 2ª ed. Academia Nacional de Cuidados

Paliativos. 2012.

4. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec; 2010.

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 37

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

FERIDAS NEOPLÁSICAS: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E

TERAPÊUTICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE CAVIDADE ORAL

Débora Thaise Freires de Brito

Elton de Lima Macedo

Maria Vitória de Souza Medeiros

Fábia Letícia Martins de Andrade

Glenda Agra

Thiago Lins da Costa Almeida

A incidência do câncer vem aumentando nas últimas décadas e a doença se

caracteriza como um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo,

constituindo-se a segunda causa de morte brasileira.1 No Brasil, segundo o Instituto

Nacional do Câncer, a estimativa para o ano de 2016/2017 aponta para a ocorrência de

aproximadamente 600 mil casos novos de câncer, onde são esperados 11.140 casos novos de

câncer da cavidade oral em homens e 4.350 em mulheres.1 Estima-se que 5% a 10% dos

pacientes oncológicos desenvolvam feridas neoplásicas que, progressivamente, tornam-se

friáveis, dolorosas, exsudativas, fétidas e mutilantes.2-3.

Objetiva-se traçar o perfil sociodemográfico, clínico e terapêutico de pacientes com

feridas neoplásicas, decorrentes do câncer de cavidade oral, através de um estudo

documental, retrospectivo e descritivo com abordagem quantitativa, utilizando-se dados

secundários extraídos de prontuários de pacientes com feridas neoplásicas de um hospital

filantrópico de Campina Grande, Paraíba, durante o período de agosto de 2015 a abril de

2016. O instrumento utilizado foi adaptado do manual do Instituto Nacional do Câncer.

Foram analisados 8.360 prontuários, dos quais, 271 atendiam aos critérios de

inclusão: prontuários de pacientes com idade igual ou maior que 18 anos, que possuíssem

o diagnóstico de câncer de cavidade oral com ferida neoplásica exofítica, no espaço temporal

de 2009 a 2015, sendo esta amostra do tipo intencional. Os dados foram analisados por meio

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 38

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

da estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do

Hospital Universitário Alcides Carneiro sob CAAE nº 42918715.1.0000.5182.

A maioria dos prontuários apresentavam os seguintes dados: homens (64,0%), com

idade igual ou maior que 60 anos (62,7%), caucasianos (33,9%), casados (23,2%), com prole

de um até três filhos (18,1%), sem escolaridade (32,4%), agricultores (24,3%) e aposentadas

(31,7%). O carcinoma espinocelular teve maior ocorrência, com 250 (92,3%) casos, onde o

tabaco (31,7%) foi o principal fator de risco para o aparecimento do câncer. As lesões se

localizavam na língua (42,8%), apresentavam aspecto de ulceração infiltrante (30,6%), dor

(41,0%), sangramento (14,0%), odor (3,7%), exsudato (2,6%) e sinais de infecção (1,5%).

Quanto à modalidade terapêutica, 165 pacientes (60,9%) se submeteram à biopsia, 168

(62,0%) realizaram radioterapia e 86 (31,7%) quimioterapia. Em relação aos produtos

utilizados nas feridas, apenas dois (0,7%) prontuários continham esta informação e o

produto utilizado foi lidocaína gel (0,4%) e dexametasona (0,4%). A maioria dos prontuários

apresentava registros e informações incompletos ou ausentes.

Faz-se necessário implementar políticas públicas no tocante à prevenção do câncer

de cavidade oral, a fim de diminuir o risco para adoecimento; realizar educação em saúde

para pacientes e familiares visando reduzir complicações; e criar estratégias efetivas para o

registro das informações completas do paciente em prontuários eletrônicos ou

convencionais pelos profissionais de saúde, uma vez que estas informações facilitam a

comunicação entre os membros da equipe multiprofissional; fornecem dados para a

elaboração de planos de cuidados; auxilia no acompanhamento da evolução do paciente;

constitui um documento legal, de caráter sigiloso e científico; facilita auditoria; bem como

contribui para dados epidemiológicos, ensino e pesquisa na área de saúde.

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 39

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde (BR). Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativas 2016:

incidência do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca; 2016. Availabre from:

http://www.inca.gov.br/wcm/dncc/2015/dados-apresentados.pdf

2. Beh SY, Leow LC. Fungating breast cancer and other malignant wounds: epidemiology, assessment and

management. Exp Rev Qual Life Cancer Care [Internet]. 2016 [cited 2016 May 18];1(2):137-44. Available

from: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/23809000.2016.1162660?journalCode=terq20

3. Gethin G, Grocott P, Probst S, Clarke E. Current practice in the managements of wound odour: an

international survey. Int J Nurs Stud [Internet]. 2014 June [cited 2016 May 18];51(6):865-74. Available

from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24238490

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 40

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CONDUTAS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO

DO PÉ DIABÉTICO E SUAS COMPLICAÇÕES

Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz

Neyce de Matos Nascimento

Adellúcia dos Santos Silva

Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza

Diabetes Mellitus é um distúrbio metabólico do pâncreas, no qual ocorre um déficit

na produção da insulina, que leva a complicações neurológicas e vasculares importantes

dos membros inferiores. Os membros inferiores constituem-se nas regiões mais vulneráveis

em indivíduos portadores de Diabetes, essa suscetibilidade favorece lesões decorrentes de

neuropatia periférica, que acometem a maioria dos casos, como também a doença vascular

periférica e deformidades, pé diabético1, 2,3.

A incidência e prevalência do Diabetes Melittus têm aumentado nos últimos anos a

ponto de atingir proporções epidêmicas, causando um problema de saúde pública, devido

suas complicações, entre elas o pé diabético, relacionado com infecções e isquemias que é

uma das causas mais frequentes de amputações, afetando a qualidade de vida do paciente3,4.

O Ministério da Saúde com o objetivo de diminuir as internações prolongadas,

amputações e óbitos redefiniu as novas diretrizes de avaliação dos pés dos pacientes

diabéticos, principalmente na Atenção Básica, que corroboram diretamente com a

prevenção de complicações5. Assim, objetiva-se abordar as condutas de enfermagem na

prevenção do pé diabético, através de uma revisão integrativa da literatura, realizada a

partir de publicações científicas indexadas na base de dados Biblioteca Virtual Em Saúde

(BVS) e Scientific Electronic Library (SciELO), entre 2011 e 2016. Foram critérios para inclusão

dos artigos: artigos originais disponíveis na íntegra, publicados em português e/ou inglês,

com pacientes portadores de Diabetes Melittus.

A avaliação dos cuidados com os pés dos clientes com diabetes, além de detectar

possíveis problemas, possibilita sensibilizar as pessoas para o desenvolvimento de

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 41

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

habilidades de autocuidado na prevenção de lesões. A enfermagem deve demonstrar aos

clientes os benefícios resultantes da mudança de hábitos, incentivando-os frequentemente à

mudança de conduta e ao autocuidado, facilitando a aceitação do problema e a adesão ao

tratamento.

No autocuidado o cliente diabético deve ser paciente e rigoroso para prevenir a

ocorrência de úlceras nos pés e possíveis amputações. As alterações nos pés mais

frequentemente encontradas são: pele seca, micose interdigital, rachaduras, calosidades,

deformidades nos pés e sobreposição dos dedos.

A educação é a maior ferramenta que o enfermeiro tem para contribuir na prevenção

do pé diabético, com isso após atividade educativa reforçada, houve diferença significativa

nos cuidados com os pés: corte das unhas, calçado adequado, não andar descalço, uso de

meias de algodão, sem elásticos e hidratação dos pés5.

Com a implementação da avaliação criteriosa e holística ao portador de diabetes,

espera-se que seja possível reduzir o número de complicações decorrentes do pé diabético,

melhorar a qualidade de assistência prestada, através do cuidado. Com isso, o profissional

deve assistir os pacientes, de forma qualificada, com embasamento em evidências científicas

e técnicas específicas. Além de exercer um papel de educador em saúde, no que diz respeito

à orientação ao autocuidado, preconizando a prevenção de lesões nestes pacientes.

REFERÊNCIAS

1. Santos ICRV, Bezerra GC, Souza CL, Pereira LC. Pé diabético: apresentação clínica e relação com o atendimento na atenção básica. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste [Internet]. 2011; 12(2): 393-400.

2. Martin VT, Rodrigues CDS, Cesarino CB. Conhecimento do paciente com diabetes mellitus sobre o cuidado com os pés. Rev. enferm. UERJ, out/dez 2011, 19(4), 621-625.

3. Manheze AIB, Pezzutto TM. Diabetes e risco de pé diabético: importância do autocuidado. CuidArte, Enferm. 2011, 5(2), 137-142.

4. Santos ICRV, Sobreira CMM, Chagas MSC, Xavier Filho JC. Amputações por pé diabético segundo situação da amputação. Rev. enferm. UFPE online, 2011; 5(6), 1390-1396.

5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual do pé diabético: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

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USO DE ALOE VERA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS EM

DIABETES MELLITUS

Lorena Nascimento Carvalho

Gislaine Luciana da Silva Araújo

Lorena Carine Dantas Moura

Rennan Michell dos Santos Macedo

Vanessa Bezerra da Costa Vieira

Alana Tamar Oliveira de Sousa

Feridas em pessoas com Diabetes Mellitus constituem um grande problema de saúde

pública, sendo a revitalização tecidual o principal objetivo da intervenção clínica¹. Em

virtude das complicações diabéticas as fissuras e lesões nos pés diabéticos são frequentes e

a cicatrização torna-se lenta e precária. Como alternativa ao tratamento das feridas, o uso

de fitoterápicos que atuam no processo de cicatrização está sendo desenvolvido.

A Aloe vera, também conhecida como babosa, há muito tem sido utilizada no

tratamento de neoplasias, conjuntivite, hiperglicemia, dislipidemia, e cicatrização de lesões

de pele devido ao seu efeito anti-inflamatório, antioxidante, cicatrizante, bactericida e

laxativo, bem como poder emoliente e suavizante².

Assim, objetiva-se sumarizar os benefícios do uso da Aloe vera no tratamento de

feridas em pessoas com diabetes mellitus, bem como a relevância para redução de custos no

tratamento, através de uma revisão integrativa da literatura, realizada em outubro de 2017,

por meio da Biblioteca Virtual em Saúde, nas bases de dados indexadas na mesma,

utilizando-se os descritores “Aloe”, “Diabetes Mellitus” e “Cicatrização”, cruzados por meio

do operador booleano “AND”.

Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na

íntegra, em idioma português e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que versassem

sobre a temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos, livros e manuais. Dentre

os 29 artigos encontrados, três atenderam aos critérios compondo o corpus para análise.

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O tratamento de lesões relacionadas ao diabetes mellitus apresenta-se dispendioso e

lento, com custos que podem chegar a mais de 87,9 milhões de reais ao ano². O uso da Aloe

vera, se mantem como excelente alternativa, para acelerar o processo de epitelização,

associada à alimentação hipoglicêmica². Os estudos evidenciam que a planta pode ser

aplicada in natura, após a extração da Aloe vera, sendo obtido através da eliminação dos

tecidos mais externos da folha, com troca da cobertura duas a três vezes ao dia.

O Aloe vera é rico em vitaminas A, B1, B2, B6, C, E, ácido fólico, sais minerais,

aminoácidos essenciais e polissacarídeos, com propriedades emoliente, antimicrobiana,

anti-inflamatória, antioxidante e anestésica. Nesse sentido, o paciente com diabetes mellitus

pode se beneficiar no tratamento da lesão e da pele perilesional, importante para a remoção

de hiperqueratose e manter a hidratação devido à neuropatia autonômica causada pela

doença³.

A enfermagem com conhecimento técnico e científico, para melhor manejo e

tratamento de lesões, pode dispor da investigação e uso de fitoterápicos, visando menor

gasto ao sistema público bem como ao paciente, no cuidado da pessoa com Diabetes

Mellitus.

REFERÊNCIAS

1. Chini LR, Mendes RA, Siqueira LR, Silva SP, Silva PCS, Dázio EMR, et al. O uso do Aloe sp (babosa) em

feridas agudas e crônicas: revisão integrativa. Aquichan. 2017; 17(1): 7-17.

2. Silva LL, Lopes PF, Monteiro MHDA, Macedo HW. Importância do uso de

plantas medicinais nos processos de xerose, fissuras e cicatrização na diabetes mellitus. Rev. Bras. Pl. Med.

2015; (17): 4, supl. I, 827-835.

3. Freitas VS, Rodrigues RAF, Gaspi FOG. Propriedades farmacológicas da Aloe vera (L.) Burm. f. Rev. Bras. Pl.

Med. 2014; 16(2): 299-307.

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CONTROLE GLICÊMICO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE SÍTIO

CIRURGICO EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS

Rennan Michell dos Santos Macedo

Gislaine Luciana da Silva Araújo

Vanessa Bezerra da Costa Vieira

Lorena Nascimento Carvalho

Kaline Oliveira da Silva

Alana Tamar Oliveira de Sousa

A Infecção de Sítio Cirúrgico, uma complicação cirúrgica, é definida como uma

infecção sucedida de procedimentos cirúrgicos e é uma das principais causas de aumento

do tempo de internação e custos hospitalares1. No Brasil as Infecções de Sítio Cirúrgico

ocupam o terceiro lugar entre as infecções relacionadas à assistência à saúde.

Dentre vários fatores que contribuem para aumentar o risco de Infecção de Sítio

Cirúrgico estão as condições clínicas do paciente como idade, estado nutricional e doenças

de base como o Diabetes Mellitus, o que evidencia a necessidade de controle dessa doença2,3.

Desse modo, objetiva-se investigar a relevância de um controle glicêmico no período

perioperatório para reduzir a chance de Infecção de Sítio Cirúrgico em pacientes com

Diabetes Mellitus, através de uma revisão integrativa da literatura, realizada em outubro de

2017, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde e as bases de dados indexadas na mesma,

utilizando-se os descritores “Ferida Cirúrgica”, “Diabetes Mellitus” e “Infecção”, cruzados

por meio do operador booleano “AND”.

Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na

íntegra, em idioma português e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que versassem

sobre a temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos ou considerados

literaturas cinzentas como livros e manuais. Dentre os 811 artigos encontrados, 6 atenderam

aos critérios compondo o corpus para análise.

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O Diabetes Mellitus é reconhecido como um dos principais fatores de risco para o

surgimento de uma Infecção de Sítio Cirúrgico em diversas especialidades cirúrgicas,

principalmente cardiotorácicas, bariátricas, ortopédica, hepato-biliares, neoplásicas e

colorretais porque a hiperglicemia estimula a liberação de mediadores inflamatórios

dificultando a cicatrização e decresce a função imune aumentando a suscetibilidade a

infecções4.

Comprova-se que um rígido controle glicêmico no período intraoperatório diminui

a frequência de hiperglicemia pós-operatória, complicação que causa repercussões

negativas na cicatrização da ferida operatória, e contribui para a redução das chances de

Infecção de Sítio Cirúrgico. Os artigos destacam que esse controle ocorre por meio da

infusão contínua de insulina ou terapia intensiva de insulina e que o valor da glicemia entre

120-160mg/dL no pós-operatório imediato é o ideal5.

Evidencia-se a atuação do profissional Enfermeiro na supervisão e preparo da

administração de medicamentos e do rigoroso controle do nível glicêmico no período

perioperatório, portanto, para isto necessita-se um profissional munido do conhecimento

para entender o processo fisiopatológico e fornecer uma assistência completa e resolutiva2,5.

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REFERÊNCIAS

1. Al-Niaimi AN, Ahmed M, Burish N, Chackmakchy SA, Seo S, Rose S, et al. Intensive postoperative

glucose control reduces the surgical site infection rates in gynecologic oncology patients. Gynecol Oncology.

2015. [acesso em 28 out 2017]; 136(1):71-76. Disponível em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4755696/pdf/nihms660223.pdf

2. Domingos CMH, Iida LIS, Poveda VB. Estratégias de controle glicêmico e a ocorrência de infecção do sítio

cirúrgico: revisão sistemática. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2016. [acesso em 28 out 2017];

50(5):868-874. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v50n5/pt_0080-6234-reeusp-50-05-

0870.pdf

3. Salles LF, Silva MJP. O sinal da Cruz de Andréas na íris e o Diabetes Mellitus: um estudo longitudinal.

Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2015. [acesso em 28 out 2017]; 49(4):626-632. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v49n4/pt_0080-6234-reeusp-49-04-0626.pdf

4. Ehrenfeld JM, Wanderer JP, Terekhov M, Rothman BS, Sandberg WS. A Perioperative Systems Design to

Improve Intraoperative Glucose Monitoring Is Associated with a Reduction in Surgical Site Infections in a

Diabetic Patient Population. Anesthesiology. 2017. [acesso em 28 out 2017]; 126(3):431-440. Disponível em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28106608

5. Freitas PS, Romanzini AE, Ribeiro JC, Belluce GC, Galvão CM. Controle glicêmico no perioperatório:

evidências para a prevenção de infecção de sítio cirúrgico. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2013. [acesso

em 28 out 2017]; 15(2):541-550. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/23898/14838.

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PAPEL DA ENFERMAGEM COMO AGENTE DE PREVENÇÃO

AO PÉ DIABÉTICO

Lorena Nascimento Carvalho

Maria de Lourdes Lindja do Santos Costa

Rennan Michell dos Santos Macedo

Rosilene Souza Silva

Vanessa Bezerra da Costa Vieira

Bernardete de Lourdes André Gouveia

O Diabetes Mellitus está entre as doenças crônicas não transmissíveis de maior

incidência e prevalência, sendo de início silenciosa com instalação insidiosa, a qual

surpreende o paciente já com o diagnóstico também de complicações agudas e crônicas.

Constitui um grande problema de saúde pública, devido aos índices epidemiológicos

elevados. No Brasil entre 12 e 13% da população adulta com diabetes. Uma das principais

complicações relacionadas esta patologia é a neuropatia periférica, que podem resultar em

ulcerações de membros inferiores, denominado de pé diabético¹.

Assim, pretende-se analisar o papel da enfermagem como agente de prevenção ao pé

diabético, através de uma pesquisa com revisão da literatura nas bases de dados indexadas

na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores “prevenção”, “pé diabético”, e

“enfermagem” cruzados por meio do operador booleano “AND”. Tal estudo se deu no mês

outubro de 2017, considerados como critérios de inclusão: artigos na íntegra, em idioma

português, espanhol e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que versassem sobre a

temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos, livros e manuais, além de teses

e dissertações. Dentre os artigos evidenciados 3 atenderam aos critérios compondo o corpus

para análise.

No Brasil 80% dos casos de pé diabético são atendidos nos serviços de saúde pública².

A assistência dada a esta complicação acompanhada de infecção se dá por longos períodos

de internação e recidivas do mesmo membro ou o colateral com alto risco para amputações

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gerando impacto social e tributo ao indivíduo que por vezes deve enfrentar a perda de seu

posto de trabalho. Dados apontam que, quase 80% das amputações em pé diabético

poderiam ser evitadas, e que úlceras em tratamento ambulatorial demoram entre 6 e 14

semanas para epitelizarem, em contrapartida úlceras complexas requerem internação com

mínimo de 30 a 40 dias, esta diferença de temporalidade de evolução e complexidade

demonstram uma diminuição de 40% em gastos finais quando se investe na prevenção³. Em

países desenvolvidos existem evidências de que a prevenção pode reduzir em até 50% o

número de amputações maiores².

No que concerne a Enfermagem é fato de que esta ciência avança em prol do

tratamento de feridas crônicas. Porém no que se refere ao pé diabético e oneração de gastos,

é necessário um olhar mais aguçado para a prevenção do surgimento do pé diabético por

meio de medidas básicas como orientações multiprofissionais para o controle glicêmico de

qualidade, rastreamento e diagnóstico de complicações, atenção especial ao cuidado com os

pés, incentivo a aplicação de tecnologias e uma educação em saúde continuada.

REFERÊNCIAS

1. Oliveira AF, Marchi ACB, Leguisamo CP, Baldo GV, Wawginiak TA. Estimativa do custo

de tratar o pé diabético, como prevenir e economizar recursos. Rev. Ciências & Saúde

Coletiva [Internet], 2014; [Acesso em 12 de Nov 2017] 19(6): 1663 – 1671. Disponível em:

http://www.scielosp.org/pdf/csc/v19n6/1413-8123-csc-19-06-01663.pdf

2. Silva RS, Haddad MCL, Rossanei MA, Gois MFF. Análise Financeira das Internações de

diabéticos Submetidos à amputação de membros inferiores. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde

[Internet],2015 Ago; [Acesso em: 12 de Nov 2017] 36(1): 81-88. Disponível em:

http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/19054/16922

3. Corbone A. Perfil Bacteriano e Repercussões Terapêuticas dos Pacientes com Pés

Diabéticos Atendidos no Hospital do Servidor Público Municipal. São Paulo. Monografia

[Especialização em Residência Médica, na área de Cirurgia Geral] – Hospital do Servidor

Público Municipal de São Paulo; 2013.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO USUÁRIO AMPUTADO POR PÉ

DIABÉTICO: VIVÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Natana de Morais Ramos

Mariana Campos de Carvalho

Olga Benário Batista de Melo Chaves

Mayara Muniz Rodrigues Peixoto

Jacira Oliveira dos Santos

O diabetes mellitus tipo 2 encontra-se presente em cerca de 90% a 95% das pessoas

que são acometidas por essa doença crônica, sendo caracterizado como uma dificuldade na

absorção da insulina pelo organismo, ocasionando assim, a hiperglicemia. O aumento da

glicemia pode desencadear alguns sintomas clássicos, como: poliúria, polidipsia, polifagia,

perda de peso, complicações agudas e crônicas, conferindo elevado risco de

morbimortalidade1.

Dentre as complicações relacionadas ao diabetes, têm-se as microvasculares e as

macrovasculares como a doença arterial periférica (DAP)2 que comumente está associada a

complicações de extremidades inferiores, levando subsequentemente a infecção e, por fim,

a amputação de membros, podendo estar relacionada significativamente com elevados

custos e repercussões a longo prazo, tais como o aumento do risco para reulceração, perda

da mobilidade e diminuição da qualidade de vida3.

O estudo objetiva descrever a assistência de enfermagem, prestada por acadêmicas

ao usuário amputado, devido a complicações do pé diabético, na realidade da atenção

primária à saúde, cujo método trata-se de um relato de experiência que foi desenvolvido em

uma Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada no município de Crato - CE, durante a

disciplina de Estágio Curricular Supervisionado na Atenção Básica, em maio de 2016.

O sujeito da pesquisa foi um usuário assistido pela Unidade que carecia de cuidados

especializados, estando o membro inferior a nível de coto, com odor fétido, tecido

necrosado, escasso tecido de granulação, leito aderente de fácil remoção, consistência mole

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e amarela e curativo improvisado. Diante da situação que o mesmo se encontrava, foi

solicitado que as demais trocas de cobertura fossem realizadas com o auxílio das

acadêmicas, promovendo uma experiência ímpar no cuidado com vítima de complicações

do diabetes.

Foram realizadas trocas diárias de curativos ao longo de oito dias, podendo-se

perceber evidente melhora em relação ao tecido de granulação que se encontrava bem

evidente, com bordas de aspecto seco e tecido de aderência quase inexistente, após

desbridamento mecânico. No entanto, devido ao alcoolismo e tabagismo associado à doença

crônica estabelecida, identificada ao realizar o histórico de enfermagem completo, sabia-se

que haveria dificuldade no processo de cicatrização, principalmente porque os cuidados

realizados em domicílio, por sua acompanhante, eram precários, fato evidenciado através

das consultas, em especial, em seu último curativo realizado na Unidade, onde o mesmo

compareceu com uma cobertura diferente da qual havia sido realizada anteriormente,

apresentando odor fétido, miíase e piora do quadro, sendo necessário uma avaliação e

encaminhamento para o Centro de Especialidades a fim de dar prosseguimento nos

cuidados.

Pode-se concluir que a as ações de enfermagem são fundamentais no cuidado e

devem ser reconhecidas e valorizadas, pois fornecem elementos essenciais para a avaliação

da equipe que assiste o usuário, auxiliando no reconhecimento precoce das necessidades de

cuidados, dos possíveis agravos, principalmente, nas quais são imprescindíveis maiores

intervenções.

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REFERÊNCIAS

1. Diretrizes da sociedade brasileira de diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech. [et. al.]; organização José

Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016.

2. Queiroz, Paulo Cruz de el al. Prevalência das complicações micro e macrovasculares e de

seus fatores de risco em pacientes com diabetes mellitus e síndrome metabólica. Rev Bras Clin Med. São

Paulo, v. 9, n. 4, p.254-58, 2011. Disponível em: < http://files.bvs.br/upload/S/1679-

1010/2011/v9n4/a2181>. Acesso em: 02 mai 2016.

3. Battum, et al., Differences in minor amputation rate in diabetic foot disease throughout Europe are in

part explained by differences in disease severity at presentation. Diabet Med, v.28, n.2, p.199-05, 2011.

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RISCO DE QUEDAS EM UMA PACIENTE COM ÚLCERA VENOSA:

ESTUDO DE CASO

Mayara Muniz Peixoto Rodrigues

Natana de Morais Ramos

Rafaella Felix Serafim Veras

Maria de Fátima Oliveira da Silva

Elânio Leandro da Silva

Jacira dos Santos Oliveira

A úlcera venosa é uma síndrome, que acomete geralmente o terço inferior dos

membros inferiores, provocando destruição cutânea podendo atingir tecidos mais

profundos. São consideradas lesões crônicas por serem de longa duração e recorrência

frequente, agridem pessoas de diferentes faixas etárias e causam problemas

socioeconômicos1. Esses pacientes passam por diversas modificações no estilo de vida e

necessitam de visitas ambulatoriais para trocas de curativos, dor crônica e odor

desagradável pelo exsudato da lesão. Os cuidados de saúde ultrapassam questões

biológicas e envolvem quesitos sociais importantes, colocando o indivíduo em risco para o

desenvolvimento de diversas comorbidades2,3.

Desse modo, objetiva-se relatar um estudo de caso de úlcera venosa em paciente com

risco de quedas de acordo com Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem,

através de um estudo transversal, descritivo, do tipo estudo de caso, desenvolvido no

município de uma região do nordeste do Brasil no período de junho a setembro de 2016 com

utilização de instrumentos estruturados. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa com Protocolo 0660/15 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética:

51441815.1.0000.5188.

N. M. S., 66 anos, sexo feminino, solteira, visão prejudicada, problemas de circulação

sanguínea com ulcera venosa em membro inferior direito. Em regime terapêutico com

medicamento específico para úlcera venosa, além de analgesia para queixas frequente de

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dor local. Apresenta-se com limitação física, marcha insegura devido à lesão de membro,

história de queda há menos de seis meses, além de classificação de alto risco de quedas pela

Fall Risk Score de Downtown.

Os principais diagnósticos evidenciados a partir da história de enfermagem com

auxílio da terminologia Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem4 foram:

'Integridade da Pele, Prejudicada'; 'Perfusão Tissular, Ineficaz'; 'Dor por ferida'; 'Mobilidade,

Prejudicada'; 'Risco de Infecção'; e 'Risco de queda'. Para esses diagnósticos foram traçados

intervenções de enfermagem pertinentes, que compreenderam: Avaliar e monitorar

cicatrização da ferida; Avaliar resposta psicossocial a instrução sobre ferida; Tratar lesão;

Orientar sobre autocuidado com a pele; Avaliar e monitorar perfusão tissular; Administrar

medicação para dor; Avaliar resposta ao manejo da dor e colaborar com o mesmo;

Identificar atitude em relac ao a dor; Auxiliar e promover a mobilidade física; Monitorar

sinais e sintomas de infeccao; Orientar usuário e família sobre prevenção de infecção; Obter

dados de conhecimento sobre prevenção de quedas; Monitorar risco de queda; e Orientar

usuário e família sobre prevenção de queda.

O indivíduo acometido por lesão varicosa e com risco de quedas demanda cuidados

de enfermagem, não só curativos, mas também preventivos. Nesse contexto, ressalta-se a

importância do uso do Processo de Enfermagem no planejamento dos cuidados, pois

possibilita uma assistência individualizada voltada para o atendimento das reais

necessidades, o que favorecerá a recuperação do paciente, evitará a ocorrência agravos

posteriores e produzirá impacto na melhoria da qualidade da assistência de enfermagem.

REFERÊNCIAS

1. Oliveira BGRP, Nogueira GA, Carvalho MR, Abreu AM. Caracterização dos pacientes com úlcera venosa

acompanhados no Ambulatório de Reparo de Feridas. Rev eletr enf [Internet]. 2012; 14(1):156-63.

2. Vishwanath V. Quality of life: venous leg ulcers. Indian Dermatol Online J. 2014; 5(3):397-9. 4.

3. Augustin M, Brocatti LK, Rustenbach SJ, Schafer I, Herberger K. Cost-of-illness of leg ulcers in the

community. Int Wound J. 2014; 11(3):283-92.

4. Classificacao Internacional para a Pra tica de Enfermagem (CIPE)®: versa o 2017 [recurso eletro nico] /

Organizadora, Telma Ribeiro Garcia. – Porto Alegre: Artmed, 2018.

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ABORDAGEM TERAPÊUTICA EM PACIENTES PORTADORES DE

ÚLCERA VENOSA: REVISÃO INTEGRATIVA

Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz

Neyce de Matos Nascimento

Adellúcia dos Santos Silva

Raysa Maria Liberalino Ferreira

Insuficiência Venosa Crônica é a principal causa da úlcera de origem venosa, com

predominância nos membros inferiores, definida como uma lesão cutânea, que apresenta

alta prevalência, difícil cicatrização, recidiva, que acomete diferentes faixas etárias, com

maior índice após os 65 anos1,2.

Trata-se de uma incapacidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma

incompetência valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso, decorrente da

incompetência do sistema venoso superficial e/ou profundo, ou por falha no mecanismo

dos músculos da panturrilha em bombear o sangue, causando hipertensão persistente nos

membros inferiores1,3,4. Assim, provocando alterações cutâneas, que evoluí com a ulceração

do tecido1,2,3,4

Identificar o conhecimento científico disponível sobre os tipos de curativos utilizados

no tratamento de úlceras venosas, realizou-se uma revisão integrativa da literatura,

realizada a partir de publicações científicas indexadas na base de dados Biblioteca Virtual

Em Saúde (BVS), ScientificElectronic Library (SciELO) e LILACS, entre 2013 e 2016.

Foram utilizados como critérios de inclusão: ser artigos originais e na íntegra,

publicados em português e/ou inglês, através dos seguintes descritores “Úlcera Varicosa”

e “Cuidados de Enfermagem”. Foram encontrados 23 artigos, porém apenas cinco

atenderam os critérios de inclusão.

O tratamento com compressão resulta em cicatrização confiável na maioria dos

pacientes, mas deve ser associado ao uso de coberturas adequadas. A terapia compressiva

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ainda é a ferramenta mais utilizada recentemente, pois a bota de unna possibilita ação

bacteriostática e cicatrização das feridas por conter zinco e sulfadiazina1,2,5.

A terapia tópica pode ser com coberturas como hidrocolóides, hidrogéis, alginatos e

outras, e fitoterápicos que mostraram resultados satisfatórios nos estudos. Os tratamentos

das úlceras venosas com fitoterápicos são frequentemente utilizados com resultados

positivos, como o confrei, aloe vera, própolis e rosa mosqueta, os quais apresentam as

seguintes propriedades terapêuticas: cicatrizante, anti-irritante, hidratante, removedor

de tecido necrosado, antimicrobiano, antioxidante, antiinflamatórios e anestésico1.

Houve destaque significativo para a ação cicatrizante dos mesmos, a indicação da

própolis em forma de pomada no processo cicatricial de feridas apresenta ótimo efeito

terapêutico acompanhado de bandagem, já que esse produto age diminuindo os sintomas

de infecções1.

Infere-se que na avaliação dos pacientes portadores de úlceras venosas se exige uma

visão holística, para garantir cuidados adequados5. Com isso, o profissional deve assistir

aos pacientes, de forma qualificada, com embasamento em evidências científicas, técnicas

e produtos apropriados. Além disso, deve-se exercer um papel de educador em saúde, no

que diz respeito à orientação ao autocuidado, o que é primordial para reabilitação destes

pacientes.

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REFERÊNCIAS

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enfermagem: revisão bibliográfica. Rev. de Inic. Cient.da Lib. 2016; 3(2): 62-71.

2. Abreu AM, Oliveira BGRB, Manarte JJ. Treatment of venous ulcers with an unna boot: a case study. Online

braz j nurs [Internet]. 2013 March [Cited 2017 Nov 13]; 12 (1): 198-208. Available

from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3845.

doi: http://dx.doi.org/10.5935/1676-4285.20133845

3. Nicolosi JT, Altran SC, Barragam JP, Carvalho VF, Isaac C. Terapias compressivas no tratamento de úlcera

venosa: estudo bibliométrico. Aquichán [Internet]. 2015 Apr; 15(2): 283-295. Available from:

http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1657-

59972015000200011&lng=en. http://dx.doi.org/10. 5294/aqui.2015.15.2.11.

4. Brito CKD, Nottingham IC, Victor JF, Feitoza SMS, Silva MG, Amaral HEG. Úlcera venosa: avaliação clínica,

orientações e cuidados com o curativo. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste [Internet]. 2013;14(3):470-

480. Acesso: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=324027991003

5. Jesus P, Brandão E, Silva C. Nursing care to clients with venous ulcers an integrative review of the

literature. Rev de Pesq: Cuidado é Fundamental Online [Internet]. 2015 Apr1; 7(2): 2639-2648. Disponível

em: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/2176

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PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO EM UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA E A RELEVÂNCIA DA ENFERMAGEM

Hannah Karolyne Vieira de Lucena

Alexandre Cavalcante Diniz Júnior

Anny Michelle Rodrigues da Silva Alves

Isabella Dayani Teles de Lima

Ludymilla Linéia Almeida de França

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

A lesão por pressão consiste em um dano localizado na pele e/ou tecidos moles

subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo

médico ou a outro artefato, que pode se apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta,

ser dolorosa e ocorrer como resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação

com o cisalhamento1.

Na Unidade de Terapia Intensiva, os fatores de risco para o desenvolvimento das

lesões por pressão são maiores devido às limitações de mobilização, as terapias de alta

complexidade e a própria situação clínica do cliente2. Dessa forma, a qualidade da

assistência de enfermagem é fundamental para reconhecer os fatores de risco e buscar

estratégias de prevenção que contribuam para o estado geral do indivíduo2,3.

Desse modo, objetiva-se identificar as medidas de prevenção de lesões por pressão

em pacientes hospitalizados na unidade de terapia intensiva elencadas na literatura e

destacar o papel da equipe de enfermagem, através de uma revisão integrativa da literatura,

nas bases de dados LILACS, SciELO e BDENF, no período de outubro a novembro de 2017,

selecionando-se artigos disponíveis online nos anos 2013 a 2017.

Na literatura estudada, foram selecionados 13 artigos que evidenciaram a avaliação

do paciente em relação à existência de fatores de risco para o surgimento de lesão por

pressão como o primeiro passo para a prevenção. Esta avaliação deve ser realizada pelo

enfermeiro durante a admissão do paciente e continuada durante a hospitalização. Para isso

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é essencial utilizar recursos e instrumentos adequados para a identificação dos fatores

predisponentes.

Nos últimos anos os instrumentos que estão sendo mais utilizados para a realização

das avaliações são os de Norton, Braden e Waterlow. Além da avaliação, a literatura aborda

cuidados preventivos que precisam ser realizados por toda a equipe, em particular a de

enfermagem, como a mobilização e reposicionamento adequado do paciente, os cuidados

com a pele por meio de uso de técnicas apropriadas de higiene, utilização de creme

hidratante, a indicação e monitoramento das condições nutricionais e ingesta hídrica,

mudança de decúbito de 2 em 2 horas, roupas de camas limpas, secas e sem pregas,

cabeceira elevada a 30º, uso de recursos auxiliares como coxins para a proteção das

proeminências ósseas, películas de proteção, almofadas, colchões para redistribuição de

pressão. Com base nessas ações, o profissional evita surgimentos de novas lesões no cliente

em estado crítico, minimizando seu tempo de internação.

A prevenção de lesões por pressão é imprescindível para segurança do paciente e

promoção de sua qualidade de vida. Para que aconteça é necessário que seja desenvolvido

um programa efetivo de prevenção e manejo dessas lesões, por meio de protocolos, para

assim minimizar a prevalência e a incidência destas, e para tratá-las adequadamente e

prevenir novas ocorrências.

Destarte, é essencial que o enfermeiro possua conhecimentos e habilidades para

utilização das escalas de avaliação de risco dessas lesões, e para planejar uma assistência

contínua aos pacientes, a ser implementada junto com os demais membros da equipe de

enfermagem, que deve estar em constante interação com a equipe interdisciplinar.

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REFERÊNCIAS

1. National Pressure Ulcer Advisory Panel. National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) announces

a change in terminology from pressure ulcer to pressure injury and updates the stagesof pressure

injury. [Internet]. 2016 Abr 13; [cited 2016 jun 29]. Avaliable from: http://www.npuap.org/national-

pressure- ulcer-advisory- panel-npuap- announces-a- change-in-terminology-from- pressure-ulcer- to-

pressure- injury-and- updates-the- stages-of- pressure-injury/.

2. Rolim JA, Vasconcelos JMB, Caliri MHL, Santos IBC. Prevenção e tratamento de úlceras por pressão no

cotidiano de enfermeiros intensivistas. Rev Rene. 2013;14(1):148-57.

3. Rocha LES, Ruas EFG, Santos JAD, LIMA CA, Carneiro JA, Costa FM. Prevenção de úlceras por

pressão: avaliação do conhecimento dos profissionais de enfermagem. CogitareEnferm. 2015;

jul/set;20(3):596-604.

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LESÕES POR PRESSÃO EM PACIENTE COM MIELITE TRANSVERSA:

RELATO DE CASO

Maria de Fátima Oliveira da Silva

Mayara Muniz Peixoto Rodrigues

Elânio Leandro da Silva

Valkênia Alves Silva

Natana de Morais Ramos

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

A lesão por pressão é definida como dano localizado na pele e/ou tecidos moles

subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo

médico ou a outro artefato1. Os pacientes acamados, com comprometimento da mobilidade,

da percepção sensorial, da nutrição e com comorbidades, apresentam maior risco para o

desenvolvimento destas.

Identificar pacientes em risco para lesão por pressão é essencial à implantação de ações preventivas,

desde o momento da internação até a sua alta³. Os portadores de Mielite Transversa apresentam

fraqueza muscular bilateral de membros inferiores, perda sensorial e disfunção vesical e

intestinal2, tornando-se susceptíveis ao desenvolvimento dessas lesões. Assim, o desafio da

assistência de enfermagem consiste em prevenir essas lesões ou tratá-las adequadamente,

evitando o agravamento e as possíveis complicações.

Objetiva-se descrever um caso de múltiplas lesões por pressão em paciente portador

de Mielite Transversa, através de um estudo descritivo, do tipo estudo de caso, realizado no

mês de outubro de 2017, em um hospital de ensino, do Nordeste do Brasil. Os dados foram

obtidos por meio de registros nos prontuários e do exame físico do paciente e a análise com

abordagem qualitativa. Projeto aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com Certificado

de Apresentação para Apreciação Ética nº 69889917.0.0000.5183 e Parecer nº 2186435.

Paciente J.F.S, 18 anos, sexo masculino, internado em maio de 2017, com diagnóstico

de mielite transversa, apresentando dor lombar, cefaleia, fraqueza, dormência nos membros

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inferiores, perda sensorial, mau funcionamento do intestino, bexiga e lesões por pressão em

região sacral, estágio não classificável, com área de necrose de cogulação e drenando

exsudato seropurulento, com desenvolvimento posterior em regiões trocantéricas de lesões

de estágio não classificável, apresentando necrose de liquefação, coagulação e exsudato

piossanguinolento, maléolo lateral com lesão estágio 2, área de necrose de liquefação e

bordas maceradas, calcâneo com lesão tissular profunda caracterizada pela presença de

flictena com exsudato sanguinolento.

As condutas adotadas foram: medidas profiláticas, como: mudança de decúbito a cada

duas horas, avaliação nutricional, uso de colchão pneumático, exame diário da pele, higiene e

hidratação da pele. As regiões sacra e trocantéricas foram submetidas ao desbridamento

conservador cortante usando a técnica de Square e Slice. Decorridos 120 dias de internação,

houve acometimento de múltiplas lesões e infecções sucessivas ocasionadas por

microorganismos multirresistentes, iniciado novos esquemas de antimicrobianos.

Introduziu-se nos curativos, solução hipertônica de cloreto de sódio a 20%, conduta

que mostrou resultado positivo. Na última evolução apresentava melhora satisfatória da

lesão sacra (tecido de granulação ocupando área de 100% da lesão, usando-se como agente

tópico-cobertura primária hidrogel e alginato de cálcio), lesões trocantéricas (Esquerda:

tecido de granulação em 95% da área lesionada, 5% de necrose de liquefação. Direita: tecido

de granulação em 95% da área da lesão, 2% de necrose de coagulação e 3% de esfacelo,

usando hidrogel, alginato de cálcio e colagenase).

As intervenções de enfermagem possibilitaram uma evolução satisfatória do caso e

o alcance dos resultados com base nas necessidades do paciente. Uma assistência de

enfermagem organizada e sistematizada, baseada nos princípios do método científico,

permite a identificação das necessidades, promoção de intervenções, prevenção de agravos,

recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo.

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REFERÊNCIAS

1- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA. Classificação das lesões por pressão – Consenso

NPUAP 2016 – adaptada culturalmente para o Brasil. São Paulo: SOBEST, 2016. Disponível em:

http://www.sobest.org.br/textod/35 . Acesso em: 06 nov 2017

2- Desantana, JM; Caetano, PV. Atuação Fisioterapêutica no Tratamento Neuromuscular de Mielite

Transversa: Estudo de Caso. SP: dezembro de 2005. Disponível em:

http://www.fafibe.br/revistaonline/arquivos/josimari_mielitetransversa.pdf Acesso em: 14 nov 2017

3-Pereira, AG; Santos, CT; Menegon, DB: Mello, BS: Azambuja,F; Lucena, AF. Mapeamento de cuidados de

enfermagem com a NIC para pacientes em risco de úlcera por pressão. Rev. esc. enferm. USP. 2014 jun, 48

(3):454-461. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080. Acesso em : 08 nov 2017

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FATORES PREDISPONENTES PARA O DESENVOLVIMENTO DE LESÃO

POR PRESSÃO EM PACIENTES IDOSOS HOSPITALIZADOS

Anny Michelle Rodrigues da Silva Alves

Alexandre Cavalcante Diniz Júnior

Hannah Karolyne Vieira de Lucena

Isabela Dayani Teles de Lima

Ludymilla Linéia Almeida de França

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

As lesões por pressão desenvolvem-se na pele e tecidos subjacentes, geralmente

sobre proeminências ósseas, mas podem resultar de pressões por dispositivos médicos em

outros locais da pele e ainda nas mucosas1. As mesmas representam um desafio para os

cuidados prestados pela equipe multiprofissional, pois afetam diretamente a qualidade

de vida do cliente. Diante de sua grande incidência em pacientes hospitalizados, faz-se

importante estudar métodos de prevenção, no entanto, é necessário compreender os

vários fatores de riscos que contribuem para o desenvolvimento de lesões por pressão2,

notadamente em idosos, cuja vulnerabilidade aumenta devido às mudanças fisiológicas

naturais associadas ao envelhecimento.

Objetiva-se elencar os fatores de riscos que contribuem para o desenvolvimento de

lesões por pressão em pacientes idosos hospitalizados, através de uma revisão integrativa

da literatura nas bases de dados LILACS, SciELO e BDENF, no período de outubro a

novembro de 2017, sendo incluídos artigos publicados no período de 2013 a 2017,

disponíveis online na íntegra, no idioma português. A amostra selecionada foi de 17

artigos.

Os resultados mostraram que os pacientes idosos e hospitalizados, apresentam-se

vulneráveis para o desenvolvimento de lesões por pressão, devido às múltiplas

morbidades, condições crônicas instaladas3. A literatura também relata que a imobilidade,

percepção sensorial prejudicada, forças de atrito e cisalhamento, exposição à umidade,

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pressão prolongada sobre o tecido, trauma; incontinência de urina e fezes, pele ressecada;

idade avançada, sensibilidade reduzida, distúrbios e alterações nutricionais, uso de

medicamentos como: anti-hipertensivos, analgésicos, anticoagulantes e relaxantes

musculares, permanência em decúbito por mais de duas horas, dobras nas roupas de

cama que podem deixar marcas no corpo, diminuição do turgor e da elasticidade da pele,

edema, baixo nível de albumina sérica e circulação prejudicada são fatores que podem

contribuir com o desenvolvimento de lesões por pressão.

A imobilidade, a diminuição da percepção sensorial e a exposição à umidade, fricção

e cisalhamento e a desnutrição são os fatores de risco considerados de maior importância

para o desenvolvimento de lesão por pressão 4-13.

Neste contexto, avaliar pacientes idosos hospitalizados e praticar medidas

preventivas é essencial, devido à multicausalidade das lesões por pressão. O enfermeiro

que realiza os cuidados deve deter conhecimentos sobre os fatores de risco de lesões por

pressão e possuir habilidades para avaliá-los. As lesões por pressão são, quase sempre,

evitáveis, portanto, é fundamental adotar métodos de prevenção, que se inicia por uma

avaliação de risco individualizada. Essas lesões trazem sofrimento para o paciente, como

também propicia infecções, dificultando a recuperação do paciente ao passo que aumenta

o período de hospitalização e os custos para a instituição. Assim, é essencial a realização

de novas pesquisas que possam continuar avaliando o risco do desenvolvimento das

lesões por pressão.

REFERÊNCIAS

1- National Pressure Ulcer Advisory Panel. National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) announces a change in terminology from pressure ulcer to pressure injury and updates the stagesof pressure injury. [Internet]. 2016 Abr 13; [cited 2016 jun 29]. Avaliable from: http://www.npuap.org/national-pressure- ulcer-advisory- panel-npuap- announces-a- change-in- terminology-from- pressure-ulcer- to-pressure- injury-and- updates-the- stages-of- pressure- injury/.

2- Borghardt AT, Prado TN, Bicudo SDS, Castro DS, Bringuento MEO. Úlcera por pressão em pacientes críticos: incidência e fatores associados. Rev. Bras. Enferm.2016. mai/jun;69(3): 460- 67.

3- Matozinhos FP, Melendez EV, Tiensoli SD, Moreira AD, Gomes FSL. Fatores associados à incidência de úlcera por pressão durante a internação hospitalar. Rev. Esc. Enferm. da Usp. 2017. Mai; 511:e03223. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2016015803223.

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PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO: PERCEPÇÃO E PRÁTICA DE

PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA

Glaucianne Mayara de Lima Bragante

Analine de Souza Bandeira Correia

Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales

Maria de Fátima Oliveira da Silva

Elânio Leandro da Silva

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

A lesão por pressão é reconhecida como evento adverso do cuidado, se ocorrer após

a admissão do indivíduo no serviço de saúde, e como uma das cinco causas mais comuns

de danos aos pacientes (1). Sua prevenção deve ser realizada de forma efetiva para garantir

a segurança do paciente, em todos os cenários de assistência em saúde (2).

Objetiva-se verificar a compreensão dos profissionais de enfermagem sobre a lesão

por pressão e sua prevenção, e a aplicabilidade de ações preventivas, através de um estudo

descritivo, com abordagem quantitativa, realizado na Unidade de Terapia Intensiva de

Hospital de Ensino, em João Pessoa/PB. Participaram da pesquisa nove enfermeiros e 21

técnicos de enfermagem, lotados no serviço. A coleta de dados foi realizada nos meses de

janeiro a março de 2015, após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição, sob

CAAE 38136014.9.0000.5183.

Utilizou-se como instrumento um formulário com questões para caracterização

sociodemográfica e da percepção sobre a lesão e a aplicabilidade das medidas preventivas.

Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva.

Com relação à compreensão sobre os mecanismos de formação da lesão por pressão

a maioria dos enfermeiros revelou conhecimento regular (44,4%) e bom (33,3%) e os técnicos

informaram conhecimento bom (52,4%), seguido de regular (28,6%). Os profissionais

(100,0%), independente da categoria profissional consideram ser de relevante importância

à realização da prevenção dessas lesões em pacientes na UTI, notadamente porque “Reduz

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o risco de infecções/sepse” (43,3%) e “Diminui o tempo de internação do paciente” (16,7%).

Quanto à avaliação do risco para lesão por pressão foi reconhecida pelos enfermeiros como

atividade de sua responsabilidade (66,6%), utilizando a Escala de Braden (77,7%), 44,5%

referiu não utilizar o resultado dessa avaliação para o planejamento da assistência

preventiva. Os técnicos corroboraram a prática da avaliação pelos enfermeiros (76,1%), 38%

desconhecia a existência de instrumento para avaliação, apenas 14,2 referiu-se a Escala de

Braden.

As medidas preventivas mais citadas pelos enfermeiros foram reposicionamento

corporal (88,9%), alívio de pressão em proeminências ósseas e hidratação da pele com

índices semelhantes (44,4%) e uso de coberturas de proteção em proeminências ósseas

(33,3%). Entre os técnicos de enfermagem também houve destaque para o reposicionamento

corporal (100,0%), hidratação da pele (52,4%), uso de coberturas de proteção e alívio de

pressão em proeminências ósseas com igual distribuição (33,3%). A massagem surgiu como

ação não recomendada com índices de 33,3% entre os enfermeiros e 52,4% entre os técnicos.

Os resultados denotam a necessidade de treinamentos sobre a lesão por pressão e

sua prevenção, incluindo a Escala de Braden, padronizada no serviço. Sugere-se refletir

sobre as ações profissionais de modo a disseminar as boas práticas na prevenção desse

evento adverso do cuidado, por meio de fortalecimento da educação permanente em

serviço.

REFERÊNCIAS

1. Elliott R, McKinley S, Fox V. Quality improvement program to reduce the prevalence of pressure ulcers in

an intensive care unit. Am J Crit Care [Internet]. 2008 Jul; [cited 2017 nov. 02];17(4):328-37. Available from:

http://ajcc.aacnjournals.org/content/17/4/328.full.pdf

2. Vasconcelos JMB. Construção, utilização e avaliação dos efeitos de protocolo de prevenção de úlceras por

pressão em Unidade de Terapia Intensiva. [Tese Doutorado]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de

Ribeirão Preto/USP; 2014. 342 f. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/ 22/22132/tde-

21052014-192211/pt-br.php [Acesso em: 02 nov. 2017]

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CARACTERIZAÇÃO DA ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY E SUAS

IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM

Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales

Maria de Fátima Oliveira da Silva

Maria Genilde das Chagas Araújo Campos

Ana Paula Feles Dantas Melo

Valkênia Alves Silva

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

A Úlcera Terminal de Kennedy é um subgrupo específico de lesão por pressão,

desenvolvida em um curto período de tempo, em indivíduos em processo de finitude da

vida. Esta afecção cutânea foi notificada pela primeira vez por Karen Kennedy, em 1983,

enquanto trabalhava em uma equipe de cuidados com a pele(1). Geralmente localizada no

sacro ou cóccix, pode ser confundida com uma abrasão ou flictena. Caracteriza-se por um

início repentino e rápida deterioração tecidual, mesmo no decorrer de um único dia,

indicando que a morte é iminente(2).

Objetiva-se caracterizar a Úlcera Terminal de Kennedy, estabelecer o diagnóstico

diferencial com a lesão por pressão clássica, evidenciar as implicações da lesão para os

cuidados de enfermagem, através de uma pesquisa qualitativa, descritiva, do tipo revisão

de literatura, efetuada na base de dados PubMed e no site do Portal de Periódicos CAPES,

no período de outubro a novembro de 2017. Conforme a questão norteadora: Como a úlcera

terminal de Kennedy é abordada nos estudos sobre alterações de pele nos processos de

finitude de vida?

Os critérios de inclusão foram artigos em português, inglês e espanhol; com textos

completos disponíveis nas bases citadas; sem restrição no período de publicação. Critérios

de exclusão: artigos que tratassem de outros tipos de lesão e que não abordassem o conteúdo

relacionado à questão norteadora. Utilizou-se o termo “Skin changes at life’s end”, obtendo-

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se 5 artigos, selecionando-se 3. Com o termo “Kennedy Terminal Ulcer”, surgiram 9 artigos,

elegendo-se 5. A amostra constou de oito artigos.

Dos artigos selecionados, 4 foram publicados no ano de 2009, 1 em 2011, 1 em 2015 e

2 em 2016; 4 tratavam-se de estudos de caso clínico, 1 relato de caso, 1 consenso, 1 editorial

e 1 estudo bibliográfico. Referente à profissão dos autores, 7 eram enfermeiros. Quanto ao

tipo de revista 5 eram especializadas em feridas. Quanto ao local de realização do estudo, 2

foram desenvolvidos em estabelecimento de cuidados de longa duração e 2 em Unidades

de Terapia Intensiva. Nesses estudos, a úlcera terminal de Kennedy foi caracterizada como

lesão grave, que surge subitamente, evoluindo do estágio I ao IV em um intervalo de horas

a dias. Aparece, principalmente, em região sacral ou coccígea, com bordas irregulares e

formatos de pera, borboleta ou ferradura e com variação no padrão da coloração tecidual(3).

Diferencia-se da lesão por pressão clássica, por esta ser causada por fatores externos como

cisalhamento, pressão inadequada e contínua, que quando removidos ocorre regressão da

lesão, enquanto a úlcera terminal de Kennedy não regride mesmo amenizando os fatores

extrínsecos(4,5). Seu surgimento ou agravamento não deve ser relacionado à baixa qualidade

na assistência de Enfermagem(3).

Na gestão da úlcera terminal de Kennedy é imprescindível uma assistência de

enfermagem individualizada e que ofereça melhor conforto ao paciente, já que a cicatrização

das feridas é meta incompatível com a finitude da vida. Pesquisas sobre essa temática

devem ser realizadas para subsidiar a prática, uma vez que os cuidados explanados na

literatura não se fundamentam em investigações clínicas.

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O IMPACTO DA ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY PARA QUEM

CUIDA: UMA VISÃO ALÉM DA PELE

Fernanda Lucia da Silva

Alana Tamar Oliveira de Sousa

A Úlcera Terminal de Kennedy é uma lesão de pele inevitável que acomete pessoas

que estão em processo de terminalidade da vida.1 Ela é uma ferida de evolução rápida,2 tem

formato de pera, borboleta ou ferradura, suas bordas são irregulares e a coloração da lesão

varia entre amarelo, vermelho, roxo ou preto.3

Este estudo visa relatar a experiência desafiadora vivenciada por uma

filha/cuidadora ao se deparar com a Úlcera Terminal de Kennedy em sua mãe. Trata-se de

um relato de experiência vivenciada durante a última internação de minha mãe, na clínica

médica de um hospital municipal, localizado em uma cidade do Agreste Pernambucano, no

período de tempo compreendido entre 22/12/2012 até 26/12/2012.

Vítima de câncer de mama com metástases pelo organismo, e depois de quatro anos

de tratamentos agressivos, era evidente que minha mãe precisava partir. No dia da

internação, motivada pelo intenso desconforto respiratório e dor, percebi um eritema em

sua região sacral, que pensei ser aliviado com a mudança de decúbito. Passadas vinte e

quatro horas, já era possível ver o comprometimento dérmico e que a lesão estava duas

vezes maior. Desesperada, fui pedir ajuda a uma profissional de enfermagem, que me

proferiu a seguinte resposta: “isso é úlcera de pressão, porque você não está cuidando dela

direito”. Neste momento comecei a me questionar se de fato estava sabendo cuidar dela. No

terceiro dia de internação a lesão estava ainda mais extensa, com tecido necrótico (que para

mim, na época, era entendido apenas como “podre”).

Com condições clinicamente incompatíveis com a vida, minha mãe conseguiu passar

a noite de natal comigo, em um leito de hospital, e no dia seguinte ela partiu. Além da

saudade, ficou em mim a culpa por ser a responsável por aquela ferida. Somente dois anos

após sua partida, quando passei a ser graduanda em enfermagem, pude encontrar, por um

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lindo acaso do destino, um livro que falava sobre a Úlcera Terminal de Kennedy, e a partir

de então venho me aprofundando nesta temática e compreendendo o que de fato aconteceu.

Diante da situação vivenciada, é fato que os profissionais que passaram por nós não

conheciam a Úlcera Terminal de Kennedy, mas esta não é a questão. Minha mãe precisava

de dignidade no fim de sua vida e eu precisava de apoio. Nós precisávamos de humanização

e que alguém tivesse tido um olhar além da pele.

REFERÊNCIAS

1. Reitz M, Schindler CA. Pediatric Kennedy Terminal Ulcer. J Pediatr Health Care. 2016; 30(3):274-278.

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O PACIENTE COM ÚLCERA

TERMINAL DE KENNEDY

Elizabeth Cristina dos Santos Silva

Fernanda Lúcia da Silva

Alana Tamar Oliveira de Sousa

A Úlcera Terminal de Kennedy foi descoberta pela enfermeira Karen Kennedy, em

1983, nos Estados Unidos. O tempo de progressão da lesão é fator determinante para

diferenciação entre uma lesão por pressão e uma Úlcera Terminal de Kennedy,1 sendo esta

última tida como um subtipo da primeira e de evolução rápida e inevitável, presente

geralmente em algumas pessoas em estágio final da vida,2 indicando que a morte é

eminente. Esse tipo de lesão é estimulado por fatores intrínsecos, isquemia tecidual,

hipoperfusão e falência múltipla dos órgãos.

Desse modo, objetiva-se descrever a evolução e os cuidados de enfermagem para o

paciente com Úlcera Terminal de Kennedy, através de uma pesquisa qualitativa do tipo

revisão narrativa, exploratória, realizada nos bancos de dados BVS, na base de dados Scielo,

sobre a temática, sem limite de tempo ou idioma. Foram utilizados os descritores: úlcera;

assistência ao paciente; cuidados paliativos em paciente terminal e excluídos materiais não

disponíveis na íntegra. Assim, foram selecionados quatro artigos, os quais foram

responsáveis pela produção deste trabalho.

Em virtude da complexidade do surgimento e evolução da Úlcera Terminal de

Kennedy é preciso que seja feita uma avaliação completa dos sistemas corporais, do regime

de medicações e esquema de exames laboratoriais recentes do paciente. Este tipo de lesão

localiza-se principalmente na região sacral e coccígea, em formato de borboleta, ferradura

ou pera, com cores amareladas, vermelho, roxo ou preto, de acordo com a evolução da

ferida.1

O cuidado para uma Úlcera Terminal de Kennedy deve ser realizado por uma equipe

multidisciplinar de saúde4, com foco na equipe de enfermagem, por serem estes

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profissionais os responsáveis pelo cuidado e contato direto com o paciente e a família. O

tratamento não é voltado a cura, e sim a promover cuidados com abordagem paliativa, para

alívio dos sintomas controle da dor e odor, bem como para evitar infecções e maiores

complicações, buscando diminuir o sofrimento e angústia de pacientes e familiares,

mostrando que este ferimento aparece por estímulo de fatores inevitáveis e não por

negligencia de cuidados.3

As pesquisas realizadas mostram que ainda hoje são escassos os dados sobre

surgimento, número de casos, tratamento e evolução da Úlcera terminal de Kennedy3, o que

evidencia a necessidade de novos estudos e pesquisas sobre o tema. Esse tipo de lesão pode

surgir mesmo com as medidas preventivas apropriadas para o risco, sendo assim fator

primordial para a realização de novos estudos e esclarecimentos para familiares e pacientes

e melhoria no treinamento de profissionais de saúde.

REFERÊNCIAS

1. Santos, Lúcia Conceição de Gouveia SCALE: Modificações da Pele no Final da Vida –

ModificaçõesdaPele no Final da Vida. 14. Disponível em:

<https://www.revistaestima.com.br/index.php/estima/article/view/260>. Acesso em: 10 jan. 2017.

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clinicos/22/poliulceracion-kennedy.pdf>. Acesso em 13 jan. 2017

3. Molina, Dr. Pablo Garcia. TagArchives: úlcera terminal de Kennedy. Disponível em:

<http://www.upppediatria.org/tag/ulcera-terminal-kennedy/>. Acesso em: 10 jan. 2017.

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A EFICÁCIA DO ANTISSÉPTICO COM POLIHEXANIDA NO

TRATAMENTO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Maria Genilde das Chagas Araújo Campos

Gabriella de Oliveira Silva

Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales

Glaucianne Mayara de Lima Bragante

Mayara Muniz Peixoto Rodrigues

Josilene de Melo Buriti Vasconcelos

a infecção das feridas é uma problemática que deve ser abordada de maneira

criteriosa pelo possível aumento no tempo de hospitalização, elevação da morbidade e dos

custos com tratamento. Para tratar essa complicação destaca-se o composto hidrocloro-

polihexametileno biguanida, também conhecido pelo termo polihexanida, que tem função

de antisséptico, com indicação de uso em pele íntegra e tratamento de ferida cutânea, limpa

ou infectada.

Assim, objetiva-se buscar evidências na literatura sobre a eficácia do antisséptico com

polihexanida para prevenção e tratamento de infecção nas feridas e identificar se há relatos

de resistência bacteriana com o uso desse produto, através de uma revisão integrativa da

literatura partindo-se das questões norteadoras: Quais as evidências clínicas que

comprovam a eficácia do antisséptico com polihexanida para a prevenção e tratamento de

infecção nas feridas? O uso indiscriminado dos antissépticos com polihexanida pode causar

resistência bacteriana? Realizou-se buscas nas bases de dados PubMed e Scielo de artigos

publicados entre 2010 a 2017, pesquisas em humanos, disponíveis na íntegra, utilizando-se

os descritores: efficacy polihexanide wound e feridas/antissépticos/polihexanida.

Foram selecionados 12 estudos, dos quais 11 foram publicados em inglês na base de

dados “Pubmed”, e 01 em português na base de dados “Scielo Portugal”. Considerando-se

os resultados dos estudos, construíram-se três categorias temáticas: 1) Eficácia do

polihexanida como antisséptico para prevenção e tratamento de infecção em feridas, que

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evidenciou o polihexanida como um antisséptico com amplo espectro antimicrobiano, baixa

toxicidade, compatibilidade tissular elevada, eficaz para remoção de biofilmes, boa

aplicabilidade e ação cicatrizante1; 2) Segurança do uso do polihexanida no tratamento de

feridas, comprovando-se que as células e os tecidos toleram bem o polihexanida, o qual

possui baixo risco de sensibilização de contato, não provoca irritabilidade cutânea e alergias,

sendo indicado para o tratamento de feridas crônicas e de difícil cicatrização2, além de não

apresentar risco iminente de causar resistência bacteriana, devido a sua ação inespecífica e

a sua heterogeneidade, sendo indicado contra bactérias multirresistentes aos

medicamentos. Ademais, há relato de ser substância tóxica por inalação, com suspeita de

ser carcinogênico, causar danos oculares e ao sistema respiratório após exposições repetidas,

sendo esse risco retratado particularmente na apresentação de aerossol1,3-4; 3) Comparação

da ação antisséptica do polihexanida com outros antissépticos para prevenção e tratamento

de infecção em feridas, observando-se que o polihexanida apresenta aumento significativo

do fluxo sanguíneo5, exige tempos de exposição mais longos ou concentrações mais

elevadas para uma eficácia antimicrobiana comparável à antissépticos como octenidina e

Polivinilpirrolidona-Iodo, contudo apresenta maior tolerabilidade com boa eficácia, sendo

indicado seu uso em lesões agudas e crônicas.

O antisséptico com polihexanida apresenta amplo espectro antimicrobiano contra

bactérias gram-negativas, bactérias gram-positivas e Cândida albicans. É uma substância

antimicrobiana adequada para feridas criticamente colonizados ou infectados, agudas ou

crônicas, permite um maior controle de odores, reduz os sinais inflamatórios e

consequentemente o tempo de cicatrização. Portanto, as evidências científicas denotam

tratar-se de um antisséptico eficaz para prevenção e tratamento de infecção em feridas.

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Disponível em:< https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/>. Acesso 10 nov.2017.

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EFICÁCIA DOS CURATIVOS COM POLIHEXAMETILENO BIGUANIDA

NO TRATAMENTO DE FERIDAS INFECTADAS: REVISÃO INTEGRATIVA

Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz

Neyce de Matos Nascimento

Adellúcia dos Santos Silva

Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza

O tratamento de feridas está diretamente relacionado com a identificação da etiologia

da lesão, os fatores que retardam o processo de cicatrização, e o controle das infecções locais

e sistêmicas1,2.

O Polihexametileno Biguanida, também conhecido por Polihexanida, tem capacidade

antimicrobiana contra patógenos, que lhe permite inserir em membranas celulares de

bactérias e matar as bactérias da mesma forma que as Peptídeos Antimicrobianos1,2,3.

Assim, os curativos impregnados desse antimicrobiano são indicados no tratamento de

feridas criticamente colonizadas, infectadas ou com alto risco de infecção, devido a suas

características e propriedades1,2,3,. Desse modo, objetivou-se avaliar a eficácia dos curativos

com base no Polihexanida, como ferramenta no tratamento de feridas infectadas, através de

uma revisão integrativa da literatura.

O percurso metodológico teve critérios estabelecidos, no que diz respeito à inclusão:

serem artigos originais; publicados em português e/ou espanhol; artigos na íntegra que

apresentassem no título os seguintes termos isolados ou associados: “Infecção de

Ferimentos”; “PHMB (polyhexametilenobiguanida) “Curativos” e contidos nas plataformas

BVS - Biblioteca Virtual em Saúde e Scielo – Scientific Electronic Library Online, publicados no

período entre 2010 a 2016. Foram encontrados 15 (quinze) artigos, porém apenas 4 (quatro)

atenderam os critérios de inclusão.

O tratamento de feridas infectadas é primordial na intervenção da enfermagem, que

atua com objetivo de reparar o tecido lesionado e diminuir a infecção, oferecendo condições

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para melhora da qualidade de vida do indivíduo e garantia da homeostase corporal do

mesmo1,4.

O Polihexanida garante sua ampla ação antimicrobiana, antifúngica e anti-

inflamatória; efeitos sustentados pós-aplicação; redução dos biofilmes e fibrina; sem

evidência de desenvolvimento de resistência; sem riscos tóxicos e índice elevado

cicatrização, podendo ser uma alternativa eficaz ao tratamento de feridas infectadas1,2,3,4.

A eficácia no uso dos produtos à base de Polihexanida para tratamento de feridas

colonizadas, infectadas ou com alto risco de infecção é comprovada, pois possuem em sua

composição agentes antimicrobianos de amplo espectro de ação contra microorganismos

patogênicos.

REFERÊNCIAS

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4. Siqueira KCT, Dias BVB, Camposilvan FD, Almeida RS., Santos TJ. O uso do polihexametilenobiguanida

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224-224.

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AS PROPRIEDADES DA CÚRCUMA PARA O TRATAMENTO DE

FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Fernanda Lucia da Silva

Laysa da Silva Fidelis

Elizabeth Cristina dos Santos Silva

Maria Paula Ramalho Barbosa

Alana Tamar Oliveira de Sousa

A cúrcuma, também conhecida como açafrão, é uma especiaria que apresenta

diversas aplicações terapêuticas.1 Ela é uma planta da família Zingiberaceae, e seu princípio

ativo de maior destaque é a curcumina.2

Sabe-se que a cúrcuma tem atributos de ser anti-inflamatória, anticarcinogênica,

antidiabética, antitrombolítica, angiogênica, antioxidante, antibacteriana e cicatrizante.1

Assim, objetiva-se abordar as propriedades da cúrcuma mais relevantes para a

aplicabilidade no tratamento de feridas, através de uma revisão integrativa da literatura,

desenvolvida durante o mês de novembro de 2017, por meio da biblioteca online PubMed e

das bases de dados, Scietific Eletronic Library Online e Medical Literature Analysis and Retrieval

System Online, utilizando-se dos descritores “Curcuma” e “Wound Healing”, cruzados pelo

operador booleano “AND”.

Os critérios de inclusão empregados foram: artigos completos, publicados nos

últimos cinco anos e que abordassem a temática em discussão. Na PubMed foram obtidos

vinte e seis resultados, na Medical Literature Analysis and Retrieval System Online foram

encontrados onze artigos, e na Scietific Eletronic Library Online não houve resultados. Foram

excluídos materiais repetidos e do tipo revisão da literatura, resultando em oito artigos para

o corpus desta análise. Os estudos foram lidos na íntegra e neles foram destacados os

aspectos da cúrcuma relevantes para o manejo das feridas: potencial cicatrizante,

antibacteriano e antioxidante.

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Do total de estudos realizados, quatro foram in vitro, dois foram in vivo, um foi

combinado in vitro e in vivo, e um foi em seres humanos. Quanto à cicatrização, as pesquisas

mostraram um significativo aumento da proliferação de fibroblastos e da síntese de

colágeno III.1

No tocante às propriedades bactericidas, a adição de nano partículas de cúrcuma em

uma cobertura de algodão mostrou eficácia contra Escherichia coli, Staphylooccus aureus,

Enterococcus faecalis, Klebsiella pneumoniae e Proteus vulgaris.2 Ainda sobre as propriedades

bactericidas, foi analisada a adição de pó de cúrcuma, óleo de cravo e quitosano hidrolisado

em fios de sutura não absorvíveis, o que mostrou uma inibição satisfatória à Staphylooccus

aureus.3

A propriedade antioxidante é experimentada pela redução das espécies reativas de

oxigênio, dos peróxidos lipídicos e do estresse oxidativo.4 Um estudo que fez a combinação

de cúrcuma via oral e óleo de Nim indiano (Azadirachta indica) por via tópica, no leito da

lesão, mostrou evolução significativa em pacientes com pé diabético e úlcera varicosa que

não apresentavam cicatrização há mais de seis semanas.5

A aplicação de cúrcuma em feridas tem uma vasta aplicabilidade e diversos

benefícios, porém sua utilização em seres humanos ainda é pouco utilizada, visto que

muitos estudos ainda estão em processo de testes laboratoriais. Esta pesquisa não obteve

nenhum resultado em nível nacional, apenas estrangeiro, o que reforça a necessidade de

investimento em pesquisas no país. Diante disso, espera-se que esta conduta terapêutica não

tarde em chegar aos serviços de saúde.

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for wound treatment: a study of their antibacterial potency, anti-inflammatory, antioxidant, and

cytotoxicity effects. J Altern Complement Med. 2013;19(7): 671-676.

5. Singh A, Singh AK , Narayan G, Singh TB, Shukla VK. Effect of Neem oil and Haridra on non-healing

wounds. Ayu. 2014: 35(4): 398.

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UTILIZAÇÃO DA FENITOÍNA NO TRATAMENTO DE FERIDAS:

UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Maria Paula Ramalho Barbosa

Adrielly Cardoso da Silva

Kaline Oliveira da Silva

Rennan Michell dos Santos Macedo

Fernanda Lucia da Silva

Fernando de Sousa Oliveira

A fenitoína é um medicamento usado no tratamento das crises convulsivas nas

doenças epilépticas. O local de ação parece ser o córtex motor, onde a extensão da atividade

das crises é inibida. O fármaco foi introduzido no mercado em 1937, mas somente nos anos

de 1945-1958 começou-se a perceber por meio de experimentos, que o mesmo atua no

processo de cicatrização1. Comprovada pelo campo da odontologia, a hipergranulação do

tecido gengival como seu efeito adverso2.

Objetiva-se investigar a aplicabilidade da fenitoína na cicatrização de feridas,

demonstrando as designações para o uso tópico e seus efeitos no tratamento de feridas,

através de uma revisão integrativa da literatura, realizada em outubro de 2017, por meio da

Biblioteca Virtual em Saúde, Scietific Eletronic Library Online, Portal da Biblioteca Virtual em

Saúde e Portal de periódicos CAPES/MEC, utilizando-se os descritores “Cicatrização de

Feridas”, “Cicatrização” e “Fenitoína”, cruzados por meio do operador booleano “AND”.

Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na

íntegra, em idioma português e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que vertesse

sobre a temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos ou considerados

literaturas cinzentas, como livros e manuais. Dentre os artigos encontrados, cinco

atenderam aos critérios compondo o corpus para análise.

Verificou-se que a fenitoína tornou-se uma opção de baixo custo e de fácil aplicação

tópica para lesões por pressão, radiodermites, na excisão de nervos melanocíticos na face e

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no dorso do tórax, pé diabéticos e hanseníase3. Outro fator importante para destacar é que

o fármaco aplicado por via tópica apresentou potencial cicatrizante maior que o soro

fisiológico2.

O referido fármaco age combatendo efetivamente a dor, o quadro infeccioso local,

melhorando o desenvolvimento de tecido de granulação e consequentemente, estimulando

a cura, a redução da morbidade e dos encargos financeiros. Os estudos também apontam

que a fenitoína tem uma boa eficácia terapêutica no reparo tecidual com baixa toxicidade2,3.

Notou-se que as pesquisas sobre a temática têm crescido de forma demasiada,

inclusive internacionalmente, que o uso tópico da fenitoína apresenta efeitos benéficos para

o processo de cicatrização de feridas, sendo relevante sua aplicabilidade na prática dos

serviços de saúde. Diante disso, é relevante a continuidade das pesquisas sobre o uso da

fenitoína, para que os profissionais de saúde, principalmente os de enfermagem, possam

estar atualizados e levem para os pacientes esta nova possibilidade terapêutica.

REFERÊNCIAS

1. Firmino F. Potencial terapêutico da fenitoína na cicatrização de radiodermites. Escola Anna Nery Rev

Enfer. 2007. [acesso em 28 out 2017]; 11(1):143-9. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/ean/v11n1/v11n1a21.pdf

2. Lima JHS, Carneiro DF, Santana MC, Ferreira AMM, Sá PS, Passos KUS. Aplicabilidade da fenitoína na

cicatrização de lesões por pressão em unidade de terapia intensiva. Braz J Surg Clin Research. 2016. [acesso

em 28 out 2017]; 16(3):85-9. Disponível em:

https://www.mastereditora.com.br/periodico/20161104_072027.pdf

3. Santos Junior EP, Batista RRAM, Oliveira RB, Bezerra NMF, Castro LFA. Uso de fenitoína na cicatrização

de úlcera por pressão: desafio terapêutico. Rev Cient ITPAC. 2011. [acesso em 28 out 2017]; 4(2):4-9.

Disponível em: https://www.itpac.br/arquivos/Revista/42/7.pdf

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USO DO METRONIDAZOL NO TRATAMENTO DE ODOR EM LESÃO POR

PRESSÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

João Paulo Lopes da Silva

A Lesão Por Pressão é considerada um grave problema, especialmente, em pessoas

idosas e pacientes que possuem doenças crônico-degenerativa1. É caracterizada por uma

lesão de pele que se desenvolve devido à associação de fatores externos e internos que

ocasiona um déficit do aporte sanguíneo, gerando isquemia, hiperemia, edema e necrose do

tecido, e consequentemente, a morte celular, gerando odor1,2.

O odor desagradável é uma preocupação frequente e angustiante para pessoas com

feridas infectadas, bem como, para seus familiares e cuidadores. Pacientes com feridas

fétidas muitas vezes experimentam isolamento social, depressão, vergonha,

constrangimento e falta de apetite, fatores que trazem um impacto negativo em sua

qualidade de vida2. Ao se promover uma redução do odor, dá-se a oportunidade ao paciente

de sentir mais conforto, alívio e dignidade no processo de tratamento.

Objetiva-se descrever a assistência com a utilização de um esquema terapêutico com

metronidazol tópico para controle de odor em uma paciente com Lesão Por Pressão, através

de um relato de experiência, realizada em Outubro de 2017, sobre o tratamento utilizando

o metronidazol tópico em uma paciente idosa interna na clínica médica, em um hospital

público no sertão da Paraíba.

A paciente idosa, acamada, de aspecto desnutrida, apresentava uma Lesão Por

Pressão em região sacrococcígea de tamanho médio, com presença de bastante necrose e

odor fétido. Procurou-se na literatura, diversos produtos disponíveis para auxiliar no

controle do odor, cuja pesquisa apontou produtos à base de prata, iodo, mel e antibióticos

tópicos. Dentre os antibióticos tópicos, o metronidazol tem sido descrito como eficaz no

controle do odor de feridas3,4.

O metronidazol é um derivado do nitroimidazol com ação antiprotozoária. Possui

também atividade bactericida a bacilos anaeróbios gram-negativos, a todos os cocos

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 85

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anaeróbios e a bacilos esporulados gram-positivos4. O odor pútrido é característico de

infecção local por bactérias anaeróbias, o que justifica sua ação e utilização para controle de

odor3. Dessa forma, utilizou a maceração de 2 comprimidos de metronidazol de 250mg,

diluídos em 100ml de soro fisiológico 0.9%. Na realização do curativo, a lesão era limpa com

soro fisiológico 0.9% e Clorexidine, depois realizava-se uma nova limpeza com o

metronidazol e umedecia algumas gazes e deixava na lesão como curativo primário, em

seguida, realizava-se o curativo secundário com gazes secas, realizando oclusão com fita

micropore.

O curativo era realizado três vezes por dia. Após 24 horas observou-se considerável

redução do odor da lesão, confirmando o que apontava os estudos. Ressalta-se que no

segundo dia, foi realizado curativo com Metronidazol injetável, sendo este diluído em soro

fisiológico 0.9% na mesma proporção 1/1. Além disso, foi realizada orientação sobre a

importância da mudança de decúbito a cada 2 horas.

Percebeu-se que através do relato que o medicamento trouxe ótimos resultados, no

sentido de reduzir o odor da Lesão Por Pressão. Portanto, fica claro o sucesso do

Metronidazol no controle do odor, mesmo existindo outros produtos que teriam a mesma

ou uma melhor eficácia. Faz-se necessário mais estudos que possam fortalecer a evidencia

de seu uso, considerando seu baixo custo.

REFERÊNCIAS

1. Ministério da saúde. Instituto Nacional do Câncer-INCA. Tratamento e controle de Feridas tumorais e

úlceras por pressão no câncer avançado cuidados paliativos. INCA, 2009.

2.Diccini S, Camaduro C, Lida IS. Incidência de úlcera por pressão em pacientes neurocirúrgicos de hospital

universitário. Acta Paul Enferm, 2009; 22(2):205-209.

3.Castro DLV, Santos VLCG. Controle do odor de feridas com metronidazol: revisão sistemática Rev Esc

Enferm USP · 2015; 49(5):858-863.

4. Agra G, Fernandes MA, Santos IC, Freira MEM. Cuidados paliativos ao paciente portador de feridas

neoplásica: uma revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira de Cancerologia 2013; 59(1): 95-104.

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COMPLICAÇÕES E MÉTODOS TERAPÊUTICOS UTILIZADOS PELA

ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA ERISIPELA

Vanessa Bezerra da Costa Vieira

Gislaine Luciana da Silva Araújo

Jaysa Soares dos Santos

Lorena Nascimento Carvalho

Rennan Michell dos Santos Macedo

Alana Tamar Oliveira de Sousa

A erisipela corresponde a um processo infeccioso tegumentar decorrente da

propagação de bactérias através dos vasos linfáticos1. Trata-se de uma doença comum que

afeta as camadas superiores da pele2. Sua sintomatologia provém de um processo

inflamatório e caracteriza-se por eritema intenso e afecções sistêmicas como náuseas, dor e

febre. Muito frequente em membros inferiores, a erisipela parte de uma simples lesão que

serve como porta de entrada para bactérias estreptocócicas, que, se negligenciada, pode

evoluir para complicações severas como a bacteremia, sepse e morte3.

Objetiva-se sumarizar as principais complicações e os métodos terapêuticos

utilizados pela enfermagem no tratamento da erisipela, através de uma revisão integrativa

da literatura, realizada em outubro de 2017, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde e as

bases de dados indexadas na mesma, utilizando-se os descritores “Erisipela”, “Infecção

Focal” e “Cuidados de Enfermagem”, cruzados por meio do operador boleano “AND”.

Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na

íntegra, em idioma português, inglês e espanhol, publicados nos últimos cinco anos e que

versassem sobre a temática em discussão. Foram excluídos artigos repetidos, livros e

manuais. Dentre os 96 artigos encontrados, 14 atenderam aos critérios, compondo o corpus

para análise.

Existem várias formas clínicas de erisipela: eritematosa, bolhosa,

gangrenosa e migradora4. Entre as complicações mais citadas na literatura estão recorrência

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da doença, vasculite, linfagite, trombose e ulcerações de pele, sendo a obesidade e a

hipertensão os principais fatores de riscos para recorrência. De modo geral a recorrência

ocorre dentro de seis meses após a recuperação e a cada infecção há um maior

comprometimento do sistema linfático que favorece a recidiva.

O elemento crucial na prevenção da reinfecção é a eliminação de fatores de riscos,

como evitar trauma mecânico, tinea pedis insuficiência venosa, tratamento de ulcerações,

redução do índice de massa corporal e controle glicêmico na diabetes4. Para o tratamento da

erisipela recomenda-se o uso de antibióticos sistêmicos, com lavagem regular do membro

afetado e uso de antissépticos. A terapia compressiva, embora dolorosa na fase aguda

inicial, mostra eficácia na redução do edema, que associada a dieta e perda de peso

apresentam melhoras significativas na terapêutica5.

A recorrência da erisipela traz uma série de complicações que podem ser prevenidas.

A relevância do profissional de enfermagem neste processo é incontestável, sobretudo na

educação do paciente sobre a avaliação diária dos pés para prevenção de doenças dos pés

fúngicos e nos demais cuidados com as lesões para a prevenção de complicações.

REFERÊNCIAS

1. Soares SGSC, Carvalho BE, Lopes AM, Siqueira RMO. Assistência de Enfermagem a um paciente com

integridade da pele prejudicada relacionada à erisipela: Relato de experiência. Nursing. 2016; 17(223):1300-

1303.

2. Inghammar M, Rasmussen M, Linder A. Recurrent erysipelas - risk factors and clinical presentation. BMC

Infect Dis. 2014; 14:270.

3. Bläckberg A, Trell K, Rasmussen M. Erysipelas, a large retrospective study of etiology and clinical

presentation. BMC Infect Dis. 2015; 15: 402.

4. Kozlowaska D, Mysliwiecl H, Kiluk P, Baran A, Milewska AJ, Flisiak I, et al. Clinical and epidemiological

evaluation of hospitalized patients for primary and recurrent erysipelas. Przegl Epidemiol. 2016; 70(4): 575-

584.

5. Thoma KS, Brindle R, Chalmers JR, Gamble B, Francis NA, Hardy D, et al. Identifying priority areas for

research in the diagnosis, treatment and prevention of cellulitis (erysipelas). Br J Dermatol. 2017; 177(2): 541-

543.

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EPIDERMOLISE BOLHOSA: CUIDADOS E PERSPECTIVAS

Laysa da Silva Fidelis

Fernanda Lucia da Silva

Gislaine Luciana da Silva Araújo

Alana Tamar Oliveira de Sousa

A Epidermólise Bolhosa (EB) é uma doença genética que provoca mutações em várias

proteínas estruturais da pele, representando um quadro clínico grave, com bolhas na pele e

nas mucosas e desprendimento dessas¹. Existem três tipos principais de EB classificados de

acordo com o nível histológico de formação da bolha: EB simples, EB juncional e EB

distrófica².

Por ser uma doença muito rara, sua ocorrência na população não é conhecida com

precisão, estima-se que a prevalência da forma distrófica esteja entre um caso em cada

20.000 a 130.000 pessoas e da forma adquirida um caso para 1.300.000 pessoas². A EB torna

o paciente extremamente frágil, por isso, requer cuidados para evitar novos traumas e

ulcerações¹.

Objetiva-se apresentar o que os estudos revelam sobre a EB, com ênfase nos cuidados

ao paciente e as perspectivas para o futuro, através de uma revisão integrativa da literatura,

realizada em outubro de 2017, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde, nas seguintes bases

de dados: SCIELO (Scientific Eletronic Library), BDENF (Bases de dados de Enfermagem),

incluídos na BVS (Biblioteca nacional de saúde), utilizando-se os descritores “Cuidados de

Enfermagem”, “Enfermagem” e “Epidermólise bolhosa”, cruzados por meio do operador

booleano “AND”.

Foram considerados como critérios de inclusão: artigos na íntegra, em idioma

português e inglês, publicados nos últimos dez anos e que versassem sobre a temática em

discussão. Foram excluídos artigos repetidos, livros e manuais. Dentre os 58 artigos

encontrados, 3 atenderam aos critérios compondo o corpus para análise.

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Na EB as fibras proteicas que se ligam as camadas da pele, não funcionam de forma

eficaz, separando-se espontaneamente¹. Por ser uma doença rara e como não há muitos

estudos, leva a ser confundida com outras, como pênfigo bolhoso e impetigo². É de grande

importância que o enfermeiro e a equipe multiprofissional estejam aptos a buscar

informações relevantes ao caso do paciente e tomar medidas de intervenções adequadas

para cada caso, tomando-se como ferramenta o histórico de enfermagem importante na

coleta de dados, como também tomar medidas de proteção durante a prestação de cuidados

do paciente evitando danos a pele quando for manusear para não lesionar ainda mais¹,3. A

literatura aponta que dentre as coberturas utilizadas nas feridas estão a espuma de

poliuretano e o silicone, a usar roupas de algodão e macias, que não possuam botões, fazer

dieta à base de alimentos pastosos e de fácil digestão, ricos em fibras que facilitem a digestão

e eliminação¹,2.

A EB é uma dermatose rara, que causa grande impacto na vida dos pacientes e de

seus familiares. Por ser uma doença crônica com um amplo quadro com variados graus de

intensidade, faz-se necessário a implementação dos cuidados de enfermagem e de outros

profissionais para promover um melhor estado de saúde do paciente e também do cuidador.

Pesquisas em andamento revelam que o caminho da cura pode ser o transplante de medula

óssea e até mesmo transplante de pele geneticamente modificada, mas há muito o que

avançar.

REFERÊNCIAS

1. AMARAL, A. P.; ANDRADE, A, P, R; BARBOSA, J.A.G. Epidermólise bolhosa: cuidados de enfermagem

e orientações ao portador. Revista Tecer. 2014. [acesso em 31 out 2017]; 7(13), 133-143. Disponivel em:

http://www3.izabelahendrix.edu.br/ojs/index.php/tec/article/view/700

2. Angelo MMFC, França DC, Lago DBR, Volpato LER. Manifestações Clínicas da Epidermólise Bolhosa.

Pesq Bras Odontoped Clin Integr,2012. [acesso em 31 out 2017]; 12(1):135-42. Disponivel em:

http://revista.uepb.edu.br/index.php/pboci/article/viewFile/1148/807

3. Benício CDAV, Carvalho NAR, Santos JDM, Nolêto IRSG, Luz MHBA. Epidermólise Bolhosa: Foco na

Assistência de Enfermagem. ESTIMA, 2016. [Acesso em 31 out 2017]; 14(2):91-98. Disponivel em:

https://www.researchgate.net/publication/304780281_Epidermolise_bolhosa_foco_na_assistencia_de_enfe

rmagem

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PROCESSO DE ENFERMAGEM APLICADO A PACIENTES COM PÊNFIGO

VULGAR BOLHOSO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Mayara Muniz Peixoto Rodrigues

Maria de Fátima Oliveira da Silva

Elânio Leandro da Silva

Valkênia Alves Silva

Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales

Jacira dos Santos Oliveira

O pênfigo vulgar bolhoso é uma doença autoimune crônica, que acomete pele e

mucosas, acarretando destacamento da pele a nível da camada inferior da epiderme.

Constitui-se importante causa de morbidade, principalmente entre idosos. Além do

tratamento medicamentoso, os cuidados da enfermagem são de extrema importância com a

necessidade de padronização da assistência por meio do processo de enfermagem que se

constitui num instrumento metodológico que orienta o cuidado e a prática profissional, bem

como a documentação dessa prática, por meio de etapas inter-relacionadas, quais sejam: o

histórico, o diagnóstico de enfermagem, o planejamento da assistência, a implementação e

a avaliação dos resultados.

Desse modo, objetiva-se descrever a assistência de enfermagem à pacientes com

pênfigo vulgar bolhoso com base nas etapas do processo de enfermagem, através de um

relato de experiência baseado no cuidado prestado à pacientes acometidos pelo pênfigo

vulgar bolhoso seguindo o processo de enfermagem com utilização da Classificação

Internacional para a Prática de Enfermagem para seleção dos diagnósticos/intervenções de

enfermagem.

Durante o atendimento, inicialmente foi realizada anamnese contendo: dados de

identificação, sociais, história de patologias anteriores e história da doença atual e realizado

exame físico, que deram embasamento para a identificação dos principais diagnósticos de

enfermagem para elaboração do plano de cuidados: ‘Integridade da Pele, Prejudicada’

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(Realizar higiene diária e curativos com coberturas adequadas, garantir roupas de cama

limpas e secas, promover mudança de decúbito); ‘Condição Nutricional, Prejudicada’

(Supervisionar a aceitação alimentar); ‘Dor, Aguda’ (Dar atenção a queixa de dor e local,

administrar analgésico conforme prescrição , adotar medidas não farmacológicas para alívio

da dor); ‘Ansiedade’ (Estimular a exposição de sentimento); ‘Risco de Infecção’ (Orientar

sobre o uso adequado da medicação prescrita, manter ambiente limpo e adotar medidas

assépticas); ‘Deglutição, Prejudicada’ (Orientar ingesta hídrica e higiene da cavidade oral);

‘Isolamento Social’ (Incentivar o relacionamento com outros pacientes/familiares, estimular

leituras e trabalhos manuais); ‘Risco de Trauma’ (Manter grades elevadas, orientar para

andar devagar, disponibilizar cadeiras de rodas quando necessário, auxiliar/ajudar o

paciente durante o banho); ‘Sono, Prejudicado’ (Discutir com o paciente/família as medidas

de conforto, proporcionar ambiente calmo e tranquilo), além de outros diagnósticos como:

‘Percepção, Alterada’, ‘Medo’, ‘Não Adesão ao Regime Terapêutico’.

Constatou-se que a utilização do processo de enfermagem, como instrumento para

sistematização do cuidado ao paciente com pênfigo, permitiu um cuidado individualizado,

voltado para o atendimento das suas necessidades humanas básicas afetadas, o qual

produziu impacto na melhoria da qualidade da assistência de enfermagem, favorecendo a

recuperação do paciente.

REFERÊNCIAS

1. Cunha PR, Barraviera SRCS. Dermatoses bolhosas auto-imunes. An. Bras. Dermatol. [Internet]. 2009

[acesso em 2017 out 12]; 84(2): 111-124. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962009000200003&lng=en.

2. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução n.º 358/2009, de 15 de outubro de 2009. Dispõe

sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de enfermagem em

ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras

providências. [Internet]. 2009. [Acesso em 20 mai 2016]. Disponível http://www.cofen.gov.br/resoluo-

cofen-3582009_4384.html.

3. Garcia TR, Bartz CC, Coenen AM. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem CIPE®:

Versão 2017. In: Garcia TR, organizadora. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem –

CIPE®: 2017 Porto Alegre: Artmed 2017.

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SÍNDROME DE FOURNIER: CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Izabel Maria Duarte Costa Menezes

Alfares Cleciano Andrade Lustosa

Elma Dantas Vicente

Joyce Santos Bezerra Finisola

Kalline Trajano Feitosa Cabral

Neilce Falcão de Souza Nascimento

A Síndrome de Fournier é uma infecção causada por bactérias Gram negativas,

positivas e anaeróbicas, que ocasiona uma fascite necrosante que se inicia no escroto e pênis,

no homem, virilha e vulva na mulher e, podendo se alastrar para região abdominal.

Na medida que ocorre a disseminação das bactérias a uma diminuição de oxigênio

tecidual, desenvolvendo isquemia e trombose, resultando necrose na pele e tecidos

adjacentes¹. O profissional de enfermagem tem como atribuição a realização do curativo das

lesões causadas pelas bactérias, com a perspectiva de promover evolução para cicatrização

e conforto ao paciente. Assim, pretende-se descrever os principais cuidados de enfermagem

ao paciente acometido pela Síndrome de Fournier, através de uma revisão integrativa da

literatura, cujos dados foram coletados por meio das bases de dados do SciELO e LILACS

de acordo com a temática.

As manifestações locais começam com edema escrotal, seguido dos outros sinais

flogísticos, progredindo para endurecimento da derme e formação de bolhas, facilitando a

disseminação para a fáscia e a formação da lesão. Além das manifestações locais o paciente

apresenta sinais e sintomas sistêmicos como taquipnéia, taquicardia, hipotensão, náuseas,

vômitos e rebaixamento do nível de consciência. É um processo infeccioso grave e de

progressão rápida².

Diante do quadro clinico, os profissionais de enfermagem devem realizar os

seguintes cuidados: observar os sinais premonitórios de sepse; atentar para o surgimento

de novas áreas de necrose; realizar o curativo na técnica estéril; orientar o paciente e família

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sobre a patologia e o tratamento que será feito; atentar para os sinais de rebaixamento do

nível de consciência; administrar medicações antieméticas, analgésicas, anti-inflamatórias e

antibióticas conforme prescrição médica; promover privacidade e solicitar

acompanhamento psicológico conforme apresente necessidade³.

A equipe de enfermagem deve atender todas as necessidades do paciente em todos

os aspectos físicos, psíquicos e sociais, uma vez que é uma doença que ocasiona problemas

na autoimagem do paciente. Por isso, a equipe deve estar atenta aos sinais de depressão,

medo e insegurança. É importante que os profissionais sejam capacitados, qualificados e

que tenham entendimento científico sobre a patologia para assistir o paciente da melhor

forma.

REFERÊNCIAS

1. Barra FML, Corrêa LD.Síndrome de Fournier: 10 anos de avaliação. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):600-4.

2. Guimarães A. Síndrome de Fournier. Medicina Ribeirão Preto. 1995; v.28, n.4, p.722-724.

3. Dias CFC, Eberhardt TD. Assistência de Malagutti. Enfermagem ao portador de Síndrome de Fournier:

revisão da literatura. Rev Saúde. AJES. 2014; 1(1): 57-68.

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CUIDADO INTEGRAL A UM ESCOLAR COM

LESÃO AGUDA NECRÓTICA PÓS TRAUMA

Erika Acioli Gomes Pimenta

Kátia Cenira da Silva Andrade

Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro

Ana Jacira Fernandes de Sena

Inez Cristina Palitot Clementino Remígio Leite

Maria da Guia Lima Brasil

As lesões traumáticas na infância são as principais causas de internamento e

consultas de urgência e emergência em hospitais de trauma. Tendo em vista que são lesões

com características de evolução aguda, muitas vezes são tratadas no próprio domicílio pelos

familiares. Entretanto, algumas podem complicar e necessitar de intervenções

diferenciadas.

Objetiva-se apresentar os resultados de cuidados integrais a um escolar que

apresentou infecção com necrose em lesão aguda pós trauma, através de um estudo de caso

realizado entre setembro de outubro de 2017, com um escolar de oito anos, respeitando os

aspectos éticos, sob a CAAE: 00955112.6.0000.5183.

O escolar JAFSA, oito anos, foi vítima de lesão em 2º quirodáctilo após fechamento

de uma porta de carro. No dia seguinte, o dedo estava edemaciado e hiperemiado; após sete

dias evoluiu com edema local importante, formação de flictena e necrose na pele perilesional

e no leito ungueal. Ao ser levado ao hospital, foi sugerida a exérese da unha e

desbridamento cirúrgico da lesão. Por sentir-se insegura, a mãe levou o filho para casa,

ademais a criança também apresentou angústia frente à possibilidade da exérese. No dia

seguinte, procurou outro serviço de saúde, onde a criança foi avaliada por enfermeiras com

experiência no tratamento de feridas. Iniciou-se tratamento com limpeza da lesão, usando

antisséptico degermante à base de Polihexametilbiguanida (PHMB), hidrogel (na lesão) e

creme de barreira em pele perilesional; logo após, utilizou-se termoterapia, a fim de

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diminuir o edema. No segundo dia, foi realizado ruptura do flictena e início do

desbridamento mecânico (foto).

A criança foi acompanhada por uma equipe multiprofissional, sem precisar

hospitalizar-se, mas sendo avaliada regularmente a cada dois dias. Dois dias após, realizou-

se novo desbridamento do leito ungueal, havendo necessidade da retirada da unha. Todas

as intervenções foram realizadas a partir de uma abordagem lúdica, de maneira gradativa

e sem traumas. Após a retirada da unha, surgiu um granuloma no leito ungueal o qual foi

tratado com curativos à base de Cloreto de Sódio a 20%, com vistas a diminuir o processo

de hipergranulação, apresentando excelente resultado. Após 20 dias, a nova unha começou

a crescer.

O resultado da boa evolução da lesão no escolar evidencia a importância de uma

assistência integral, que melhorou a qualidade do tratamento a saúde da criança,

minimizando a dor e o sofrimento emocional tanto da criança quanto de sua família. No

caso em estudo, a avaliação por profissionais com experiência no tratamento e feridas teve

êxito, uma vez que houve recuperação precoce e evitou a realização de um procedimento

mais traumático e de risco, a exemplo da exérese.

Ressalta-se a importância de ações de saúde integradas e realizadas por profissionais

qualificados e com conhecimento técnico e cientifico, que enfatizem as necessidades

emocionais, para além do procedimento, a exemplo da observação sobre a insegurança da

mãe e o medo da criança. Sempre que possível, tais necessidades devem ser realçadas,

visando a realização de um cuidado humanizado e integral.

REFERÊNCIAS

1.Pimenta, EAG. Crianças com necessidades especiais de saúde: famílias que cuidam no domicílio [Tese de

Doutorado]. Recife: Universidade federal de Pernambuco. 2014.

2.Malagutti W. Curativos, Estomia e Dermatologia. Uma Abordagem Multiprofissional. 2014. São Paulo,

Secretaria de Saúde. Manual de curativos.

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METAPARADIGMA DA ENFERMAGEM E A CRIAÇÃO DE ALGORITMO

DO CUIDADO EM ESTOMATERAPIA: RELATO DE CASO

Iraktânia Vitorino Diniz

Maria Júlia Guimarães Oliveira Soares

Núbia de Souza Rufino

Erlaine Souza da Silva

Verônica Morais Barreiro Pontes

O Metaparadigma da Enfermagem possui quatro conceitos inter-relacionados que

fundamentam a prática assistencial, quais sejam: Pessoa (quem recebe o cuidado); Saúde

(estado ao qual se destina a assistência); Ambiente (entorno imediato da pessoa) e

Enfermagem (metodologia assistencial empregada).

Objetiva-se descrever um caso complexo em estomaterapia baseado no

Metaparadigma da Enfermagem e elaborar um algoritmo do cuidado empregado à pessoa

estomizada, através de um estudo de caso descritivo e observacional realizado em junho de

2016, por meio de entrevista, exame físico e utilização de instrumento desenvolvido na

Clínica Cirúrgica de um hospital universitário. O estudo obteve parecer positivo do Comitê

de Ética em Pesquisa do referido hospital com protocolo nº 269-10. A certidão está vinculada

ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Tratamento de Feridas da Universidade Federal da

Paraíba.

O Metaparadigma da Enfermagem permitiu a descrição do caso baseado em seus

conceitos: a) criança de 5 anos, dinâmica, extrovertida, com deficiência visual parcial em uso

de óculos de grau; no pré-escolar, b) Saúde: condição crônica de Síndrome de Apert, com

colostomia definitiva em quadrante inferior esquerdo, decorrente de imperfuração anal,

apresentando prolapso do estoma. Durante a assistência de Enfermagem, utilizou-se bolsa

coletora de uma peça e foram dadas orientações para o autocuidado a sua genitora c)

Ambiente: convive com os pais; a mãe decidiu cursar o técnico de Enfermagem para

dedicação aos cuidados com o menor.

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 97

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A assistência foi prestada em âmbito ambulatorial com foco na adaptação e

orientação sobre o estoma e complicação. d) Enfermagem: a primeira estratégia da técnica de

assistência consistiu no diálogo com a genitora, gerando confiança e segurança. Orientada

quanto à limpeza do estoma e área periestomal, além da utilização da bolsa de uma peça

mais flexível. O estoma apresentava-se com exteriorização de 4 cm, sendo reposicionado

manualmente; os efluentes de coloração, aspectos e odor característicos. Com queixas de

baixa aderência da bolsa e trocas frequentes, gerando dermatite irritativa periestomal por

trauma mecânico. O cuidado prestado com a utilização da placa de hidrocolóide protetora

para estomia e o uso de bolsa de uma peça, promoveu melhoria proporcionando uma

melhor fixação. O algoritmo do cuidado foi norteado pelos seguintes eixos: diálogo, cuidado

com a complicação e cuidado com a estomia.

O Metaparadigma da Enfermagem se mostrou eficaz no direcionamento da

descrição do caso. A assistência de Enfermagem prestada à criança com Síndrome de Apert

e estomizada com complicações, permitiu a criação do algoritmo do cuidado que pode ser

adaptado para outros contextos em saúde.

REFERÊNCIAS

1. Bousso RS, Poles K, Cruz DALM. Conceitos e Teorias na Enfermagem. Rev. esc. Enferm. USP. 2014

2. Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Diário Oficial da República

Federativa do Brasil, Brasília, DF, 24 maio 2016. Seção 1.

3. Cruz GMG, Constantino JRM, Chamone BC, Andrade MMA, Gomes DMBM. Complicações dos estomas

em câncer colorretal: revisão de 21 complicações em 276 estomas realizados em 870 pacientes portadores de

câncer colorretal. Rev. Bras Coloproct. 2008;28 (1): 50-61. Silva MJP. Comunicação tem remédio. São Paulo:

Loyola, 2011.

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO NA MELHORIA DA

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM COLOSTOMIA

Gislaine Luciana da Silva Araújo

Lorena Nascimento Carvalho

Laysa da Silva Fidelis

Rennan Michell dos Santos Macedo

Vanessa Bezerra da Costa Viera

Alana Tamar Oliveira de Sousa

A colostomia é realizada devido doenças ou traumas no aparelho intestinal. Nesta

cirurgia ocorre a ligação do cólon à parede abdominal comunicando-o o exterior, com vistas

à eliminação de fezes, utilizando uma bolsa coletora aderida ao abdômen, a fim de proteger

a pele e coletar os dejetos intestinais1. A pessoa, nessa nova condição, necessitará de

conhecimento para compreensão do estoma, habilidade técnica e cuidados físicos e

biológicos, e de atenção voltada à sua adaptação social, cuidado emocional e espiritual2

Objetiva-se investigar como ocorre a educação em saúde para capacitar a pessoa com

colostomia e seus familiares e o modo como essa interfere na qualidade de vida, através de

uma revisão integrativa da literatura, realizada em outubro de 2017, por meio da Biblioteca

Virtual em Saúde, nas bases de dados indexadas na mesma, utilizando-se os descritores

“Educação em saúde”, “Estomia” e “Cuidados de Enfermagem”, cruzados por meio do

operador booleano “AND”.

Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na

íntegra, em idioma português e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que versassem

sobre a temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos, livros e manuais. Dentre

os 18 artigos encontrados, três atenderam aos critérios compondo o corpus para análise.

Artigos revelam que 90% dos usuários não recebem ajuda ou apoio de familiares ou

vizinhos nos cuidados relativos à manutenção da colostomia no seu domicílio, enquanto

10% recebem apoio apenas para colar a bolsa na pele. Identificou-se que a mudança após a

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 99

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cirurgia provoca insegurança e medo. Com isso, torna-se essencial desenvolver educação

em saúde, gerando autonomia ao estomizado, além de promover a autoestima3.

A equipe de Enfermagem deve monitorar e certificar-se que as informações

repassadas foram captadas e aplicadas durante a troca de bolsa de colostomia em domicílio,

que deve ocorrer, inicialmente, com o acompanhamento direto dos cuidados realizados pelo

estomizado, incluindo a troca da bolsa e irrigação intestinal. A educação também deve

envolver o uso de vídeos, folders e reuniões com associações que congreguem essas pessoas,

para que se fortaleçam e relatem suas vivências. Ademais, deve-se orientar sobre a

legislação, como o Decreto nº 5.296/2004, em que as pessoas com estomia têm os mesmos

direitos de portadoras de deficiência física, a Portaria SAS/MS nº 400 de 16 de novembro de

2009, que trata da Atenção à Saúde das Pessoas estomizadas e possibilita o acesso a bolsas

e outros dispositivos para o cuidado físico, bem como a lei nº 12.738/12, que obriga planos

de saúde a fornecer bolsas coletoras para estomizados.

Infelizmente a educação ao paciente colostomizado é precária, quando ocorre, se

delimita a aplicação da bolsa, e interfere diretamente na sua qualidade de vida. Para que

haja uma assistência adequada, os profissionais e serviços de saúde precisam estar

preparados, estabelecendo um vínculo para assim garantir o acesso à informação sobre a

nova condição e serviços de apoio. Os conhecimentos repassados contribuem para a

autoformação, fortalecendo a autoestima, com possibilidade de novas oportunidades de

enfrentamento diante de suas fragilidades.

REFERÊNCIAS

1. Barros EL; Santos SSC; Gomes GC; Erdmann AL. Gerontotecnologia educativa voltada ao idoso

estomizado à luz da complexidade. Revista Gaúcha de Enfermagem. 2012; 33(2):95-101.

2. Poletto D, Silva DMGV. Living with intestinal stoma: the construction of autonomy for care. Revista

Latino Americana de Enfermagem. 2013; 21(2):1-8.

3. Martins, P.A.F; Alvim, N.A.T. Perspectiva educativa do cuidado de enfermagem sobre a manutenção da

estomia de eliminação. Revista Brasileira de Enfermagem. 2011; 64(2):322-327.

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SEXUALIDADE EM PESSOAS ESTOMIZADAS:

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Izamara dos Santos Nogueira Martins

Edva Duarte Brito

A estomia é uma abertura originada de um procedimento cirúrgico que consiste na

exteriorização dos sistemas digestório, respiratório ou urinário, criando um orifício externo

chamado estoma. São inúmeros os motivos que levam a confecção de uma estomia, e sua

nomeação e finalidade dependerão da região corporal atingida.

Pessoas estomizadas se deparam com a necessidade de superação relacionada não

apenas à própria doença ou trauma de base, como também as alterações na vida pessoal,

familiar e profissional, sendo bastante impactantes as mudanças no contexto da

sexualidade. Mesmo com os avanços no campo da estomaterapia, a sexualidade ainda é algo

pouco abordado pela equipe multiprofissional, seja pelos tabus que o próprio tema

representa, pelo esquecimento desta intervenção ou pela falta de relato dos clientes em

relação ao problema.

Assim, objetiva-se identificar a produção bibliográfica que aborda a sexualidade em

indivíduos com estomias, a partir do olhar da enfermagem, através de uma revisão

sistemática de artigos científicos pertinentes à temática, sendo a busca realizada no mês de

setembro nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde e Scientific Electronic Library

Online.

A localização dos artigos foi realizada utilizando os descritores estomia e

sexualidade catalogados no Descritores em Ciência da Saúde, em conjunto com o operador

booleano AND. Foram considerados os artigos que atenderam a questão norteadora: Qual

a produção científica disponível nos meios eletrônicos relacionada à sexualidade de pessoas

estomizadas, a partir do olhar do enfermeiro? Adotaram-se como critérios de inclusão os

artigos que abordassem a temática sob o olhar da enfermagem, disponíveis na íntegra, e na

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ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

língua portuguesa. Foram excluídos os trabalhos não relevantes ao tema, não disponíveis

na íntegra, em outra língua, teses e dissertações.

Conforme os critérios pré-estabelecidos, foram obtidos 20 publicações com uma

inclusão final de 11 artigos, correspondentes aos anos de 2000 a 2017. Desses, um é

descritivo, um quantitativo, oito qualitativos e um estudo metodológico. Com relação aos

locais das pesquisas, seis ocorreram em Serviços Especializado de Estomaterapia, dois em

Grupos de Apoio e três em Ambulatórios; todos foram desenvolvidos no Brasil, sendo três

do Rio Grande do Sul, dois em São Paulo e um, respectivamente, no Piauí, Minas Gerais,

Distrito Federal, Pará, Santa Catarina e Pernambuco. Após a análise do material obtido,

evidenciou-se que os indivíduos com estomias podem encontrar dificuldades em torno da

sua sexualidade, pois a própria cirurgia contribui para isso, podendo causar problemas

físicos, psicológicos e emocionais.

O reconhecimento pelos profissionais de saúde das alterações na vida das pessoas

estomizadas, bem como as repercussões na sexualidade são necessários para melhoria do

atendimento a esta clientela, principalmente na perspectiva da enfermagem. Faz-se

necessária, portanto, a intervenção da equipe multiprofissional para a compreensão da

sexualidade da pessoa estomizada, tal como a formulação de estratégias que visem à

reconstrução da autoimagem e autoestima, permitindo assim a livre expressão de sua

sexualidade.

REFERÊNCIAS

Blanck M, Giannini T. Úlcera e feridas. As feridas têm alma: uma abordagem interdisciplinar do plano de

cuidados e da reconstrução estética. Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética. Rio de Janeiro:

Di Livros; 2014.

Malagutti W, Kakihara CT. Curativos, Estomia e Dermatologia: uma abordagem multiprofissional. 2 ed. São

Paulo: Martinari; 2011.

Martins VV, Penna LHG, Paula MAB, Pereira CDC, Leite HC. Sexualidade, Estoma e Gênero: Revisão

Integrativa da Literatura [periódicos na Internet].2011 Estima [acesso em 03 novembro 2017];2011 9(1).

Disponível em:

https://www.revistaestima.com.br/index.php/estima/article/view/294

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CUIDADO INTEGRAL AO LACTENTE EM

PÓS-OPERATÓRIO DE ANORRETOPLASTIA

Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro

Alexandre Cavalcante Diniz Junior

Erika Acioli Gomes Pimenta

O cuidado com a criança hospitalizada deve ocorrer para que o mesmo seja atendido

em suas necessidades singulares de saúde. Objetiva-se relatar o cuidado integral a um

lactente de oito meses realizada por discentes em campo de estágio, através de um estudo

caso, realizado no período de 26 de abril a 03 de maio de 2017, em um hospital escola da

Paraíba.

Durante o período de assistência, foi possível acompanhar toda a evolução do quadro

clínico e cirúrgico do lactente (laparotomia exploratória e anorretoplastia). Inicialmente,

ambas evoluíam sem alterações e ausente de sinais flogísticos, sendo realizado curativo e

avaliação diária, porém, após sete dias evidenciou-se sinais flogísticos (hiperemia, dor local,

calor). O lactente evoluiu com sinais de complicações sistêmicas (oligúria, palidez e

irritabilidade) e após avaliação da equipe de enfermagem e médica (Clínica e Cirurgia

Pediátrica), foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, sendo

posteriormente reoperado. Após estabilizado o quadro, o lactente retornou a Clínica

Pediátrica, onde permaneceu até a alta hospitalar.

Embora a anorretoplastia seja um procedimento realizado no cotidiano da assistência

pediátrica no referido serviço, sem maiores complicações, o lactente em estudo teve seu

quadro agravado, fato pouco comum. Sendo assim, a assistência realizada pelos discentes e

docentes favoreceu a identificação precoce dos sinais de gravidade, devido à

individualidade do cuidado, propiciando melhoria na assistência à saúde e antecipando a

intervenção frente as complicações do caso.

Sob a perspectiva acima, reconhece-se e defende-se a necessidade da assistência

individualizada e integral ao binômio mãe-filho, minimizando possíveis complicações, uma

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ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

vez que, eventualmente, haverá casos de gravidade mesmo em pós-operatório tardio.

Ademais, enfatiza-se a relevância da contribuição da Universidade com a assistência

cotidiana, tendo em vista que com a presença dos estudantes, o dimensionamento de

pessoal é favorecido, melhorando a qualidade da assistência.

REFERÊNCIAS

1.Pimenta, EAG. Crianças com necessidades especiais de saúde: famílias que cuidam no domicílio [Tese de

Doutorado]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. 2014.

2.Alves EF, Oliveira JLD, Martins MR. Anomalia anorretal: relato de caso clínico Rev Uningá, 2006; 8: 41-9.

3.Santos ER, Caetano FCC, Castro LG, Salles LR, Rocha MI, Lara RP, Estanislau RP, Rodrigues VFC, Liu PF.

Ânus imperfurado: revisão da literatura. Rev Médica de Minas Gerais. 2012; 22(Supl 5): S71-5.

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PRODUÇÃO CIENTÍFICA RELACIONADA À ESTOMIA EM PEDIATRIA:

UMA ANÁLISE DE PUBLICAÇÕES DA REVISTA ESTIMA

Edva Duarte Brito

Izamara dos Santos Nogueira Martins

As estomias em pediatria decorrem habitualmente de patologias complexas,

exigindo apoio de uma equipe interdisciplinar1. As complicações dos estomas são

frequentes e, muitas vezes, poderiam ser evitadas com simples cuidado e conhecimentos.

Esse conhecimento é oriundo do saber técnico-científico e da vivência prática dos

profissionais de saúde2.

A Revista Estima, criada no ano de 2003 pela Associação Brasileira de Estomaterapia,

é o único periódico especializado em Enfermagem em Estomaterapia da América Latina,

contemplando as três áreas de abrangência da especialidade: estomias, feridas e

incontinências3. Conhecer as produções na área de estomia em pediatria pode auxiliar na

identificação de interesses de profissionais e pesquisadores, como também na percepção de

lacunas nesta área de conhecimento.

Objetiva-se identificar os artigos publicados pela Revista Estima, que abordaram as

estomias em pediatria, através de uma revisão bibliográfica de caráter exploratório, onde

identificou-se os artigos referentes a estomias em pediatria, publicados no período de junho

de 2003 a outubro de 2017, sendo analisadas 57 edições da Revista. Foram pesquisadas todas

as publicações nas 57 edições em meio eletrônico, sendo separadas conforme as seguintes

categorias: estomias, estomias em pediatria e outras.

Considerou-se como critérios de inclusão os artigos originais e de revisão que

abordaram o tema estomia em pediatria, bem como disponíveis na íntegra. Foram excluídos

os trabalhos não relevantes ao tema, não disponíveis na íntegra, teses e dissertações. A busca

criteriosa e detalhada foi efetuada separadamente pelos dois pesquisadores, sendo realizada

ao final, a comparação dos resultados pelos respectivos autores. Os artigos da área de

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 105

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estomia em pediatria, foco desta investigação, foram separados e organizados conforme o

ano de publicação, abordagem metodológica, assuntos abordados e quantidade de autores.

Observou-se que das 384 publicações nas 57 edições da revista, 85 eram sobre

estomias. Destas 85 publicações (100%), apenas 14 (16,5%) abordavam o tema em pediatria,

contudo três trabalhos foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão,

totalizando uma amostra de 11 artigos (13%). Entre 2013 e 2017 verificou-se o maior número

de publicações (63,6%), mostrando aumento do interesse sobre a temática. Com relação à

abordagem metodológica, 63,6% correspondiam à quantitativa, e 36,4% à qualitativa.

Diversos assuntos foram abordados, sendo mais freqüentes os relacionados às

dificuldades/sobrecargas e sentimentos dos cuidadores (63,6%). Identificou-se que os 11

artigos foram elaborados por 40 autores, gerando uma média 3,63 autores por artigo, o que

permite inferir que as publicações não tiveram uma concentração de grande número de

autores por artigo.

Apesar da Revista Estima ser o mais conhecido periódico especializado em

publicações de exemplares sobre estomaterapia, esse estudo demonstra uma baixa

incidência de artigos referentes à estomias em pediatria. Diante do exposto, torna-se

fundamental a produção de novos conhecimentos na área sobre o supracitado tema, seja

nos cursos de graduação em enfermagem e pós-graduação em estomaterapia, bem como em

conjunto com profissionais especialistas ou não que atuam nesta área, a fim de fortalecer e

ampliar esse campo da especialidade.

REFERÊNCIAS

1. Rosado SR , Dázio EMR, Siepierski CT, Filipini CB, Fava SMCL. O Cuidado de Enfermagem e as Lacunas na

Assistência à Criança com Estomia: uma Revisão Integrativa [periódicos na Internet]. Rev Estima. 2015;

13(2). [acesso em 03 novembro 2017]; Disponível em:

https://www.revistaestima.com.br/index.php/estima/article/view/230.

2. Malagutti W, Kakihara CT. Curativos, Estomias e Dermatologia: uma abordagem multiprofissional. 2.

ed. São Paulo: Martinari; 2011.

3. Revista da Associação Brasileira de Estomoterapia: estomias, feridas e incontinências [homepage na

internet]. Rev Estima [acesso em 03 nov 2017]. Disponível em:

https://www.revistaestima.com.br/index.php/estima/index.

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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 106

ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NOS

CUIDADOS COM A COLOSTOMIA EM PÓS-OPERATÓRIO DE

RECONSTRUÇÃO ANORRETAL

Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro

Erika Acioli Gomes Pimenta

A colostomia é um procedimento realizado imediatamente após o nascimento de

uma criança com imperfuração anorretal. Após sua realização e estabilização do quadro, a

criança recebe a alta hospitalar. A partir de então, a família assume a responsabilidade por

um cuidado diferenciado, essencial para a manutenção da vida da criança.

O estudo relata a experiência da assistência de alunos de Enfermagem e Fisioterapia

às crianças colostomizadas em processo de anorretoplastia que fazem parte de um projeto

de extensão, no intuito de preparar as famílias para a alta hospitalar do paciente, bem como,

auxiliá-los para o segmento domiciliar. Assim, objetiva-se relatar a experiência de discentes

de enfermagem e fisioterapia sobre o binômio mãe/criança durante o período de internação

de crianças em processo de reconstrução anorretal em uso de bolsa de colostomia,

considerando a experiência da assistência prestada em campo de estágio de um projeto de

extensão em um hospital escola na Paraíba.

De acordo com últimos dados de admissão na Clínica Pediátrica, houve o aumento

da incidência de crianças que nasceram com alguma malformação congênita, entre elas a

imperfuração anorretal, o que vem ocasionando a necessidade de internação intermitente e

procedimentos invasivos e cirúrgicos até a resolução do problema. Com isso, foi possível

identificar a pluralidade dos casos e, consequentemente, as dificuldades encontradas pelas

mães em manusear a bolsa e o estoma, seja pela insegurança do manuseio ou pela

comodidade de usar outras opções (fraldas).

Tais dificuldades favorecem o aumento do risco de infecção nas algumas crianças,

complicando o quadro das mesmas, na maioria das vezes, devido à exposição da pele e dos

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locais das feridas às fezes (quando não há uso da bolsa de colostomia) e pela

limpeza/esvaziamento ineficaz.

Baseado nos dados, as ações adotadas favoreceram a assistência, já que o cuidado foi

direcionado a essa realidade. As mães foram orientas sobre a importância do uso da bolsa

de colostomia e da adequada higiene local, além do esvaziamento eficaz. Além disso,

esclareceram-se dúvidas relacionadas ao processo de reabilitação das funções excretórias,

orientação para as dificuldades na instrumentalização do cuidado.

As informações foram realizadas numa linguagem simples, de acordo com o nível

cultural das genitoras, de forma que garantisse melhor compreensão, propiciando, dessa

forma, melhoria na assistência à saúde.

REFERÊNCIAS

1.Pimenta, EAG. Crianças com necessidades especiais de saúde: famílias que cuidam no domicílio [Tese de

Doutorado]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. 2014.

2.Barreire SG, Oliveira OA, Kazama W, Kimura M, Santos VLCG. Qualidade de vida de crianças ostomizadas

na ótica das crianças e das mães. Jornal Pediatria, 2003; 79(1):55-62.

3.Rocha, JJR. Estomas intestinais (ileostomias e colostomias) e anastomoses intestinais. Rev FMRP. 2011; 44(1):

51-6.

4.Barreto LCL, Cardoso MHCA, Villar MAM, Gilbert ACB. Percepções dos profissionais de uma unidade de

internação pediátrica sobre a alta de crianças ostomizadas. Rev Gaúcha Enfermagem. 2008; 29(3): 438-45.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

À LACTENTE EM USO DE COLOSTOMIA

Alexandre Cavalcante Diniz Júnior

Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro

Erika Acioli Gomes Pimenta

Relato de experiência da assistência de alunos de enfermagem a um lactente

colostomizado em pós-operatório tardio (POT) de anorretoplastia. Sobre a colostomia, é um

estoma intestinal, comunicação artificial em que parte do intestino grosso é exteriorizado no

abdome, cujo objetivo é eliminação do efluente fecal. O paciente em questão, utilizava a

colostomia desde o nascimento sem intercorrências, devido à imperfuração anal.

A assistência de enfermagem considerou o binômio mãe/criança durante o período

de internação do lactente de oito meses em processo de reconstrução anorretal. O referido

relato de experiência, expressa a assistência prestada em campo de estágio da disciplina de

Enfermagem na Atenção à Saúde da Criança II em um hospital escola na Paraíba.

Foi priorizado a manutenção do bem-estar do lactente, avaliando e realizando a

limpeza da bolsa de colostomia e do estoma, sempre explicando e ressaltando à mãe a

importância de seu uso, bem como acerca da manutenção da higiene do dispositivo e da

pele periestomal. No período de oito dias de assistência, percebeu-se a mudança das

eliminações de acordo com o estado geral de saúde do lactente. No início, as eliminações

intestinais apresentavam aspecto líquido e coloração característica. Com a complicação do

quadro do lactente, foi possível perceber mudança na coloração, passando a ser de um tom

esverdeado, bem como a presença de sinais flogísticos (dor, edema e hiperemia da ferida

operatória) e oligúria, palidez, devido à laparotimia, o que culminou com a realização de

outra cirurgia.

Percebeu-se durante todo o processo, a importância da observação das características

da estomia e das eliminações como parâmetro patológico durante o pós-operatório do

lactente. As alterações nas eliminações foram sinais de alerta do quadro geral, de forma a

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nortear as intervenções necessárias, facilitando a resolução de problemas que surgiram até

o momento da alta, sem mais intercorrências.

O conhecimento sobre o funcionamento do estoma intestinal, assim como sua

importância são aspectos importantíssimos no entorno do binômio mãe-filho, uma vez que

o envolvimento da mãe no processo de cuidar é fundamental para o processo de

reconstrução e restauração das funções de eliminação dos efluentes fecais.

REFERÊNCIAS

1.Barreire SG, Oliveira OA, Kazama W, Kimura M, Santos VLCG. Qualidade de vida de crianças ostomizadas

na ótica das crianças e das mães. Jornal Pediatria, 2003; 79(1):55-62.

2.Rocha, JJR. Estomas intestinais (ileostomias e colostomias) e anastomoses intestinais. Rev FMRP. 2011; 44(1):

51-6.

3.Barreto LCL, Cardoso MHCA, Villar MAM, Gilbert ACB. Percepções dos profissionais de uma unidade de

internação pediátrica sobre a alta de crianças ostomizadas. Rev Gaúcha Enfermagem. 2008; 29(3): 438-45.

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