Isenção de Imposto

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Direito Constitucional

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Deciso: Inicialmente, corrija-se a autuao, pois a razo social da recorrida foi grafada de modo errado.Trata-se de recurso extraordinrio (art. 102, III, a, da Constituio) interposto de acrdo prolatado pelo Tribunal de Justia de So Paulo, que entendeu, interpretando o art. 8 do Decreto-Lei 406/1968 e o item 63 da Lei Complementar 56/1987, que apenas o ISS incide sobre a distribuio de videoteipes, estando a includa a circulao da mercadoria, razo pela qual no incide o ICMS.Sustenta-se, em sntese, a violao do art. 155, II, da Constituio.O recurso extraordinrio no merece provimento.De fato, considerada a juno de dois elementos distintos, mas indispensveis para a distribuio de filmes s locadoras (cesso de direitos autorais para exibio e locao e fornecimento do suporte fsico), no possvel afastar aprioristicamente a incidncia do ICMS sobre as respectivas operaes. o que esta Corte concluiu quando examinou a distino entre softwares padronizados (de prateleira) e softwares personalizados para fins de tributao pelo ICMS ou pelo ISS (cf., e.g., o RE 176.626, rel. min. Seplveda Pertence, Primeira Turma, RTJ 168-1/305 e o RE 199.464, rel. min. Ilmar Galvo, Primeira Turma, DJ de 30.04.1999).Porm, o cerne deste recurso extraordinrio , na verdade, a definio da pessoa que tem o dever de provar os elementos necessrios apurao do valor devido e constituio do crdito tributrio. Segundo a recorrente, a recorrida falhou na demonstrao dos fatos que seriam-lhe favorveis, na medida em que confessou o dbito autodeclarado(art. 204 do CTN e art. 3 da Lei 6.038/1981) e em nada contribuiu com a instruo (art. 333, I do CPC).A aceitao do argumento dependeria do reexame de fatos e provas, pois vedado presumir a ocorrncia de fatos geradores apenas a partir do que o contrato social do contribuinte permite-lhe hipoteticamente fazer (a atividade de constituio do crdito tributrio plenamente vinculada e a administrao tem o poder-dever de rever a validade de seus atos, independentemente de provocao - cf., e.g., o RE 599.194-AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe de 08.10.2010, o RE 259.976-AgR-EDcl, rel. min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe de 12.11.2010 e as Smulas 473 e 279/STF). Por outro lado, a discusso sobre o sujeito passivo do dever de provar est ausente do acrdo recorrido. Embora interposto recurso de embargos de declarao, as respectivas razes no exploraram o ponto, de modo que falta o devido prequestionamento (Smulas 282 e 356/STF).Ante o exposto, nego seguimento ao recurso extraordinrio.Publique-se. Braslia, 26 de novembro de 2010.

Ministro Joaquim BarbosaRelatorDocumento assinado digitalmente