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Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul Pelotas, RS 2002 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado ISSN 1217-1981 Maio, 2002 86 João Carlos Medeiros Madail Lírio José Reichert Derli Dossa

ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

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Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresariale Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

Pelotas, RS2002

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoCentro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado

ISSN 1217-1981

Maio, 2002

86

João Carlos Medeiros MadailLírio José ReichertDerli Dossa

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© Embrapa 2002

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Clima TemperadoEndereço: BR 392 Km 78Caixa Postal 403Fone: (53) 275 8199Fax: (53) 275 8219 - 275 8221Home page: www.cpact.embrapa.brE-mail: [email protected]

Comitê de Publicações da Unidade

Presidente: Mário Franklin da Cunha GastalSecretário-Executivo: Maria Eneida TombeziMembros: Ariano Martins Magalhães Junior, Flávio Luiz Carpena Carvalho, Darcy Bitencourt, Cláudio José da Silva Freire, Vera Allgayer Osório Suplentes: Carlos Alberto Barbosa Medeiros e Eva Choer

Supervisor editorial: Maria Devanir Freitas RodriguesRevisoras de texto: Maria Devanir Freitas Rodrigues/Ana Luiza Barragana Viegas Normalização bibliográfica: Regina das Graças Vasconcelos dos SantosTratamento de ilustrações: Vinícius Krüger da Costa (Estagiário)Capa: Arthur Henrique FoerstnowEditoração eletrônica: Oscar Castro

1ª edição1ª impressão (2002): 500

Todos os direitos reservados.A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação

o dos direitos autorais (Lei n 9.610).

Madail, João Carlos Medeiros. Análise de rentabilidade dos sistemas empresarial e familiar de produção de pêssego no sul do Rio Grande do Sul / João Carlos Medeiros Madail... [et al.]. - Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2002. 43p. (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 86).

ISSN 1217-1981

1. Pêssego - Produção - Economia - Rio Grande do Sul. Reichert, Lírio José. II. Dossa, Derli. III. Título. IV. Série.

CDD 338.17425

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João Carlos Medeiros Madail

M.Sc. em Economia Rural, pesquisador da EmbrapaClima Temperado.Cx. Postal 403, CEP 96001-970 Pelotas, RS. e-mail: [email protected]

Lírio José Reichert

M.Sc. em Administração Rural, Embrapa ClimaTemperado.Cx. Postal 403, CEP 96001-970 Pelotas, RS.

Derli Dossa

Dr. em Economia Rural, pesquisador da EmbrapaFlorestas. Colombo, PR.

Autores

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A inserção do Brasil no processo de globalização impôs aos segmentos produtivos, especialmente à agricultura, a necessidade de se tornar mais competitiva. Os mercados estão cada vez mais exigentes em qualidade e preço dos produtos, impondo aos agricultores, procedimentos de mudança na busca de um processo contínuo de melhoria da eficiência técnica e econômica.

Os envolvidos neste contexto devem estar atentos aos acontecimentos que estão ocorrendo fora dos limites da propriedade e, em função disto, no âmbito interno, tomar as decisões que se fizerem necessárias à melhoria da eficiência das atividades voltadas para o mercado

Nesse sentido, os indicadores de rentabilidade do sistema de produção de pêssego passam a ser importantes para a tomada de decisão em relação ao melhor aproveitamento dos fatores de produção e das técnicas de cultivo, sinalizando para a escolha das culturas e/ou criações mais rentáveis.

Entre as atividades agrícolas em franca expansão no mundo e no Brasil, segundo registros de produção e comercialização, está a cultura do pessegueiro, cuja produção é apreciada pelo sabor, aparência das frutas e efeitos preventivos a doenças, e pelo valor econômico no âmbito da cadeia produtiva.

Este trabalho apresenta os indicadores de rentabilidade do pêssego, oriundos dos estratos agrícolas de base empresarial e familiar, como subsídio para os agricultores que desenvolvem ou venham desenvolver esta atividade com fins comerciais, atendendo aos objetivos contidos no Projeto 16.2001.865.00 Sistema de Custo de Produção da Agropecuária Brasileira, coordenado pela Secretaria de Administração Estratégica (SEA), da Embrapa

José Francisco Martins Pereira

Chefe-Geral

Apresentação

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Sumário

Introdução ............................................................... 9

Métodos ................................................................ 12

Referências bibliográficas......................................... 43

Resultados e discussão.............................................. 14

Resultados alcançados para os pomares de base familiar ................................................................... 28

Conclusões ............................................................. 42

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Introdução

A produção de frutas de clima temperado, especialmente do pêssego, além de atender à demanda por alimento natural saudável, constitui-se numa atividade econômica expressiva para as regiões com condições naturais propícias à exploração.

A cultura do pêssego- além de proporcionar um fruto delicioso como fonte de alimento e rico em nutrientes para a prevenção de doenças - está tendo um crescimento significativo nas áreas de plantio no Brasil e, em alguns casos, parte da produção tem sido direcionada para o mercado externo.

As recentes ações políticas do governo federal traduzidas nos investimentos em infra-estrutura com packing house e equipamentos em prol da fruticultura na região compreendida pela metade sul do Rio Grande do Sul, que tem no pêssego a principal cultura, é o reconhecimento das vantagens econômicas e sociais que a relação custo-benefício da atividade apresenta. Ou seja: cada hectare com pêssego gera entre três e seis empregos diretos, além de outros tantos em atividades complementares, proporciona renda entre US$ 2 a US$ 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio da balança comercial, eliminando importações, podendo passar a condição de exportador e atenuar o problema da geração de empregos no campo, reduzindo o êxodo e, por conseguinte, os problemas de explosão populacional nos grandes centros urbanos. A possibilidade do uso intensivo de mão-de-obra feminina contribuirá para a promoção da mulher e reforçará a retenção de amplas parcelas desta importante força de trabalho no campo.

Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

João Carlos Medeiros MadailLírio José ReichertDerli Dossa

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Tabela 1. Estados, área plantada, produção e participação na produção de pêssego no Brasil, em 1998.

A quase totalidade da produção nacional de pêssego se destina ao mercado interno. O Brasil não exporta esta fruta, sendo considerado um grande mercado para os principais produtores mundiais, principalmente para o Chile, país vizinho e tradicional exportador da América Latina.

Na safra 1999/2000, um grupo de produtores gaúchos exportou pêssego in natura para a Inglaterra, em caráter experimental, com possibilidade de repetir esta ação nas próximas safras.

Além da fruta in natura, o Brasil importa pêssegos em calda processados, principalmente da Grécia, Espanha, Argentina e Chile.

As quantidades importadas aproximam-se das quantidades produzidas no país, conforme a Tabela 2.

Fonte: IBGE

A produção mundial de pêssego está em torno de 12 milhões de toneladas, crescendo ao redor de 20% a cada dez anos. A China é o maior produtor mundial, com cerca de 27% de participação na oferta global, seguida da Itália e dos Estados Unidos, que produziram em 1998, 1,4 e 1,3 milhão de toneladas, respectivamente. China, Itália, Estados Unidos e Espanha juntos produzem 60% da oferta mundial, o que caracteriza uma forte concentração da produção.

No âmbito do Mercado Comum do Sul (Mercosul), o Chile, a Argentina e o Brasil com produções de 285, 280 e 146 mil toneladas anuais, respectivamente, são os principais países produtores. No Brasil, país com grande variabilidade do meio físico é possível produzi-lo nos estados do Sul, onde predomina o clima temperado. O Rio Grande do Sul é o principal produtor, com cerca de 42% da produção nacional, ocupando uma área superior a 10 mil hectares, conforme a Tabela 1.

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Estados Área (ha) Produção (t) Participação%

Rio Grande do Sul 10.516,0 67.479 42,33

Santa Catarina 4.187,2 30.190 18.94

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Paraná 1.985,0 18.300 11,48

Minas Gerais 750,0 8.000 5,02

Outros 26,0 254 0,16

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A redução paulatina das importações de pêssegos em calda a partir de 1999/2000 (Tabela 2) está associada às taxações impostas pelo Brasil, como forma de resguardo da produção nacional. Os grandes beneficiados são os produtores localizados na metade sul do Rio Grande do Sul que compreende 29 municípios e concentra mais de 90% da produção de pêssegos destinados ao processamento industrial.

O consumo de frutas de clima temperado e tropical in natura no Brasil é de 13 kg/hab/ano, um dos mais baixos entre os países em desenvolvimento. Isto também ocorre com a fruta processada, na forma de compota, cujo consumo per capita anual é de apenas 0,25 kg. Nos países desenvolvidos como os Estados Unidos, o consumo da fruta in natura é de 100 kg/hab/ano e, na forma de compota, de 12 kg/hab/ano.

Há, portanto, uma boa margem de consumo a ser alcançada, o que poderá ocorrer a partir da estabilização da economia e a conseqüente melhoria de renda da população, seguido de um eficiente plano de incentivo ao consumo.

Ações no sentido do aumento da produção foram iniciadas a partir da parceria do governo federal com os representantes dos elos que compõem a cadeia produtiva do pêssego na região Sul do Rio Grande do Sul, que estima para a safra 2001/2002, em condições naturais favoráveis, algo em torno de 50 mil toneladas da fruta para o processamento industrial.

Essa produção provém de dois extratos de produtores: os de base empresarial, (que somam 12 empresas, responsáveis por 50% da produção) e o familiar (que se estima reunirem 1.500 unidades), responsáveis pelo restante.

O conhecimento dos indicadores de rentabilidade para ambos estratos de produtores, passa a ser um elemento auxiliar na administração para a tomada de decisão sobre o melhor negócio, o que justifica a elaboração deste trabalho que teve a participação consensual dos representantes dos principais elos da cadeia produtiva do pêssego, desde a definição do método empregado até os resultados finais.

Tabela 2. Produção e importação de pêssegos em calda pelo Brasil no período de 1997/98 a 2000/01.

Anos 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01

Produção (milhões de latas) 39 14,4 50 38

Importação (milhões de latas) 20,5* 20,3** 17,4 6,3

Fonte: Cipel - Centro das Indústrias de Pelotas* 95% importados da Grécia** 67% importados da Grécia

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Além disso, cumpre-se os objetivos estabelecidos no subprojeto 16.2001.865.15, intitulado "Sistemas de Produção de Clima Temperado", na sua primeira etapa, que contempla o estudo econômico da cultura do pessegueiro.

Métodos

O método de análise econômico-financeira da atividade persícola, na região de

Pelotas, foi desenvolvido por Dossa et al, (2000) a partir de um aplicativo que

utiliza como ferramenta básica o programa excel.

Para efeito de análise da viabilidade econômica, considerou-se o longo prazo, definido pela vida útil do pomar em que todos os fatores de produção são variáveis, e, conseqüentemente a produção.

Para calcular a rentabilidade, considerou-se as seguintes fórmulas:

RT = P.QML = RT CT

Onde

RT = Receita totalML= Margem líquidaCT = Custo total (1. insumos; 2. custo variável; 3. Custo fixo desembolsado; 4. custo fixo não desembolsado)P = preçoQ = quantidade

Para a avaliação da posição dos recursos investidos no cultivo do pêssego face a outras oportunidades oferecidas pelo mercado, utilizou-se os seguintes indicadores econômico-financeiros:

Valor presente líquido - VPLValor presente líquido anualizado - VPLAÍndice de benefício-custo - IBCTaxa interna de retorno - TIR

O VPL é entendido como o valor de hoje, de um fluxo de caixa, usando para isso uma taxa mínima de atratividade do capital. A atividade é desejável se o VPL for superior ao valor do investimento pagando-se a taxa de juros determinada para o uso alternativo do dinheiro investido. A fórmula para o cálculo do VPL é a seguinte:

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Documentos

Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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t Rn - Cn

VPL= ---------- = 0 (1 +i)n n=0

onde: Rn = receitas; Cn = custos operacionais

O VPLA é usado como alternativa ao método convencional no cálculo dos custos de produção de culturas perenes, onde o valor presente líquido de um fluxo financeiro se transforma numa série anual uniforme, conforme indica a equação a seguir: i (1 + i)n

VPLA = VPL ------------- (1+i)n - 1

onde:

i = Taxa de juros de 6%n = período das atividades em "n" anosVPL = Valor presente líquido

O IBC é um indicador que relaciona os benefícios aos custos, mostrando quantas unidades de capital recebido como benefício são obtidas para cada unidade de capital investida. Quando esse índice é maior do que um, indica que o produtor tem ganhos e deve efetuar a aplicação dos recursos. Quando for inferior à unidade, a situação é de prejuízo.

A TIR é a taxa de atratividade do capital. Entende-se por taxa mínima de atratividade do capital aquela remuneração média que está sendo paga na economia para cada unidade monetária nela aplicada, acrescendo-se um ganho adicional que deve acompanhar a capacidade e o risco empresarial. A regra de decisão indica que somente ter-se-á investimentos se a TIR for maior que a taxa de juros no mercado financeiro.

As informações referentes à origem da produção e demais aspectos econômicos e financeiros, bem como dos coeficientes técnicos necessários para a produção de pêssegos foram obtidos via levantamentos de campo envolvendo produtores e informantes-chave, complementado com reuniões onde se utilizou o método do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), realizadas nos locais de maior concentração da produção, tendo como base a safra 2000/2001.

A região do estudo é compreendida pela chamada metade sul do Rio Grande do Sul, composta por 29 municípios, alguns dos quais têm no pêssego uma das suas principais atividades econômicas, seja na produção e/ou no processamento industrial.

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Tabela 3. Índices econômicos de pomar empresarial.

Fonte: Dados do estudo

Realizaram-se encontros com agricultores empresariais, que se caracterizam pelo tamanho dos pomares, a partir de cem hectares e pelo nível tecnológico adotado, equivalente ao recomendado pela Embrapa Clima Temperado e com agricultores familiares com áreas médias de 25 hectares e nível tecnológico abaixo do recomendado pela pesquisa. Com base nestas informações, resultaram os dados apresentados nas tabelas contidas no texto.

Os resultados, após processados, foram submetidos à apreciação e discussão com representantes da cadeia produtiva do pêssego que reúne os elos da produção, processamento industrial, pesquisa e extensão como forma de validação.

Os preços dos insumos (fertilizantes, agroquímicos, máquinas, equipamentos, mão-de-obra e outros) e do produto entregue na indústria, referem-se aos médios praticados na própria região, referentes à safra 2000/01.

Resultados e discussão

Os resultados estão dispostos nas tabelas a seguir, complementados pelas considerações sobre as operações realizadas pelos produtores pertencentes aos dois segmentos estudados.

Na Tabela 3, são apresentados os índices econômicos praticados nos pomares empresariais estudados.terras que tenham características próprias para a instalação de pomar.

O valor da terra se refere ao praticado na região, para

Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

Índicadores Valores

Valor da terra nua (R$/ha) 1.800,00

Área média dos pomares estudados (ha) 150

Valor do pomar - custo de implantação (R$/ha) 5.646,17

Preço do pêssego (R$/kg) 0,50

Salário mínimo mensal + encargos (R$) 408,00

Diária + encargos (R$/dia) 13,60

Manutenção anual (% valor do bem) 5,0

Taxa de desconto para crédito rural (% custo do pomar) 0,06

Mão-de-obra fixa (administrativo e capataz) 1.020,00

Pró-labore 2.000,00

Impostos e taxas anuais (R$) 15.000,00

Custo da hora/máquina (R$/ha) 22,50

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O preço médio da fruta produzida e entregue nas indústrias, na safra 2000/01 alcançou R$ 0,50 por quilograma, para o produto classificado em tipos 1 e 2, com predominância do tipo 1.

Para cobrir os custos de manutenção referentes aos consertos das máquinas e equipamentos, bem como fazer frente às despesas de trocas de óleo, filtros, etc.. estabeleceu-se o porcentual de 5% sobre o valor do bem, rateado pela área média (150 ha).

A taxa de desconto para o crédito obedeceu a estabelecida pelos bancos oficiais, ou seja, 6% ao ano.

Para a remuneração da mão-de-obra fixa, que considerou o trabalho administrativo e do capataz, estabeleceu-se como referência 2,5 salários mínimos praticados na região (1 salário = R$ 240,00) acrescidos de 70% referentes aos encargos trabalhistas. Para a mão-de-obra temporária, considerou-se, da mesma forma, o salário mínimo praticado pelos produtores da região, acrescido dos encargos trabalhistas, somando R$ 408,00 mensal ou R$ 13,60 ao dia

O pró-labore dos proprietários foi estabelecido em R$ 2.000,00 mensais, a partir de informações médias do grupo estudado.

Impostos e taxas anuais incluem também custos com combustíveis, Imposto Territorial Rural (ITR), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O valor de R$ 15.000,00 representa o custo efetivo aproximado, dispendido pelos pomares empresariais.

O custo da hora/máquina (22,50/ha), representa o valor praticado na região. Este valor está próximo do calculado via depreciação, porém optou-se pelo primeiro por representar a realidade do segmento.

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15Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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,41

50

3,4

15

03

,41

50

3,4

15

03

,41

50

3,4

15

03

,41

9,9

9

Ou

tro

s (

teso

ura

s,ca

ixa

s,e

tc)

11

00

,00

11

00

,00

11

00

,00

11

00

,00

11

00

,00

11

00

,00

11

00

,00

2,3

4

To

tal

1 (

R$

)1

05

7,0

11

05

7,0

11

05

7,0

11

05

7,0

11

05

7,0

11

05

7,0

11

05

7,0

12

4,2

2

Page 16: ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

Tabela

5. C

ust

os

opera

cio

nais

dos

serv

iços

utiliz

ados

na f

orm

ação e

condução d

e u

m h

ecta

re d

e p

ess

egueiro e

m

pom

ar

em

pre

sarial e p

art

icip

ação n

o c

ust

o t

ota

l e

m 1

4 a

nos.

h/m

: hora

/máquin

a;

d/h

: dia

/hom

em

Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul 17

Descri

ção

Un

idad

eP

reço

Imp

l. A

no

1A

no

2A

no

3A

no

4A

no

5A

no

6A

no

7

Un

it. R

$Q

uan

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

2 –

Serv

iço

s

Lim

peza

terr

eno

h/m

22,5

02

45,0

0

Lim

peza

terr

eno

d/h

13,6

02

27,2

0

Subso

lagem

(tr

ato

r tr

aci

onado)

h/m

40,0

04

160,0

0

Lavr

açã

o (

1x)

h/m

22,5

04

90,0

0

Gra

dagem

(2x)

h/m

22,5

04

90,0

0

Marc

açã

o d

os

terr

aço

s para

pla

ntio

d/h

13,6

01

13,6

0

Corr

eçã

o d

a a

cidez

d/h

13,6

01

13,6

0

Const

ruçã

o d

os

terr

aço

s/m

anut.

h/m

22,5

03

67,5

0

Manute

nçã

o d

os

terr

aço

sd/h

13,6

01

13,6

02

27,2

0

Aplic

açã

o d

os

corr

etiv

os

h/m

22,5

03

67,5

00,0

0

Aplic

açã

o d

os

fert

iliza

nte

sd/h

13,6

01,5

20,4

03

40,8

03

40,8

03

40,8

03

40,8

03

40,8

03

40,8

0

Marc

açã

o d

as

cova

sd/h

13,6

01

13,6

0

Abert

ura

das

cova

s e p

lantio

d/h

13,6

03

40,8

00,5

6,8

0

Com

bate

à form

iga

d/h

13,6

05

68,0

05

68,0

04

54,4

04

54,4

04

54,4

04

54,4

04

54,4

0

Poda v

erd

ed/h

13,6

02

27,2

05

68,0

010

136,0

015

204,0

015

204,0

015

204,0

015

204,0

0

Tra

nsp

ort

e d

e fert

il. N

itrogenados

h/m

22,5

01

22,5

01

22,5

01

22,5

01

22,5

01

22,5

01

22,5

01

22,5

0

Adubaçã

o n

itrogenada (

3x)

d/h

13,6

01

13,6

02

27,2

03

40,8

03

40,8

03

40,8

03

40,8

03

40,8

0

Capin

as

mec.

(gra

de la

tera

l 3x)

h/m

22,5

02

45,0

02

45,0

02

45,0

0

Capin

as

manuais

- co

mple

m.(

3x)

d/h

13,6

021

285,6

021

285,6

030

408,0

0

Roça

das

nas

entr

elin

has

(2x)

h/m

22,5

03

67,5

04

90,0

04

90,0

04

90,0

04

90,0

04

90,0

04

90,0

0

Poda d

e in

vern

od/h

13,6

06

81,6

017

231,2

020

272,0

020

272,0

020

272,0

020

272,0

0

Pla

ntio

de q

uebra

-vento

s (t

ransp

.)h/m

13,6

00,5

6,8

0

Pla

ntio

de q

uebra

-vento

sd/h

13,6

02

27,2

0

Rale

iod/h

13,6

017

231,2

040

544,0

040

544,0

040

544,0

040

544,0

0

Colh

eita

d/h

13,6

010

136,0

027

367,2

027

367,2

027

367,2

027

367,2

0

Tra

nsp

ort

e in

tern

o d

a p

roduçã

oh/m

22,5

03

67,5

04

90,0

05

112,5

05

112,5

05

112,5

0

Aplic

açã

o d

e h

erb

icid

as

(2x)

h/m

22,5

02

45,0

04

90,0

04

90,0

04

90,0

04

90,0

04

90,0

0

Aplic

açã

o d

e a

gro

quím

icos

(12x)

h/m

22,5

05

112,5

011

247,5

011

247,5

024

540,0

024

540,0

024

540,0

0

Aplic

açã

o d

e a

gro

quím

icos

(12x)

d/h

13,6

03

40,8

01

13,6

01

13,6

01

13,6

01

13,6

01

13,6

01

13,6

0

Tota

l (R

$)

1267,0

0933,8

01.8

54,5

02.0

76,8

02.3

91,8

02.3

91,8

0 2.3

91,8

0

Page 17: ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

Tabela

5. C

ontinuação

18Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

De

sc

riç

ão

Un

id.

An

o 8

An

o 9

An

o 1

0A

no

11

An

o 1

2A

no

13

An

o 1

4%

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

pa

rtic

.

Se

rviç

os

0,0

0

Lim

pe

za t

err

en

oh

/m0

,08

Lim

pe

za t

err

en

od

/h0

,05

Su

bso

lag

em

(tr

ato

r t

raci

on

ad

o)

h/m

0,2

7

La

vra

ção

(1

x)h

/m0

,15

Gra

da

ge

m (

2x)

h/m

0,1

5

Ma

rca

ção

do

s te

rra

ços

pa

ra p

lan

tiod

/h0

,02

Co

rre

ção

da

aci

de

zd

/h0

,02

Co

nst

ruçã

o d

os

terr

aço

s/m

an

ut.

h/m

0,1

1

Ma

nu

ten

ção

do

s te

rra

ços

d/h

0,0

7

Ap

lica

ção

do

s co

rre

tivo

sh

/m0

,11

Ap

lica

ção

do

s fe

rtili

zan

tes

d/h

34

0,8

03

40

,80

34

0,8

03

40

,80

34

0,8

03

40

,80

34

0,8

00

,92

Ma

rca

ção

da

s co

vas

d/h

0,0

2

Ab

ert

ura

da

s co

vas

e p

lan

tiod

/h0

,08

Co

mb

ate

à f

orm

iga

d/h

45

4,4

04

54

,40

45

4,4

04

54

,40

45

4,4

04

54

,40

45

4,4

01

,32

Po

da

ve

rde

d/h

15

20

4,0

01

52

04

,00

15

20

4,0

01

52

04

,00

15

20

4,0

01

52

04

,00

15

20

4,0

04

,14

Tra

nsp

ort

e d

e f

ert

il. n

itro

ge

na

do

sh

/m1

22

,50

12

2,5

01

22

,50

12

2,5

01

22

,50

12

2,5

01

22

,50

0,5

3

Ad

ub

açã

o n

itro

ge

na

da

(3

x)d

/h3

40

,80

34

0,8

03

40

,80

34

0,8

03

40

,80

34

0,8

03

40

,80

0,8

9

Ca

pin

as

me

cân

ica

(g

rad

e la

tera

l3

x)h

/m0

,23

Ca

pin

as

ma

nu

ais

– c

om

ple

m.(

3x)

d/h

1,6

4

Ro

çad

as

na

s e

ntr

elin

ha

s (2

x)h

/m4

90

,00

49

0,0

04

90

,00

49

0,0

04

90

,00

49

0,0

01

43

15

,00

2,4

4

Po

da

de

inve

rno

d/h

20

27

2,0

02

02

72

,00

20

27

2,0

02

02

72

,00

20

27

2,0

02

02

72

,00

20

27

2,0

05

,52

Pla

ntio

de

qu

eb

ra-v

en

tos

(tra

nsp

.)h

/m0

,01

Pla

ntio

de

qu

eb

ra-v

en

tos

d/h

0,0

5

Ra

leio

d/h

40

54

4,0

04

05

44

,00

40

54

4,0

04

05

44

,00

40

54

4,0

04

05

44

,00

40

54

4,0

01

0,3

9

Co

lhe

itad

/h2

73

67

,20

24

32

6,4

02

02

72

,00

18

24

4,8

01

52

04

,00

12

16

3,2

01

01

36

,00

5,5

5

Tra

nsp

ort

e in

tern

o d

a p

rod

uçã

oh

/m5

112

,50

511

2,5

04

90

,00

49

0,0

04

90

,00

3,5

78

,75

36

7,5

01

,90

Ap

lica

ção

de

he

rbic

ida

s (2

x)h

/m4

90

,00

49

0,0

04

90

,00

49

0,0

04

90

,00

49

0,0

04

90

,00

1,8

8

Ap

lica

ção

de

ag

roq

uím

ico

s (1

2x)

h/m

24

54

0,0

02

45

40

,00

24

54

0,0

02

45

40

,00

24

54

0,0

02

45

40

,00

24

54

0,0

01

0,0

4

Ap

lica

ção

de

ag

roq

uím

ico

s (1

2x)

d/h

11

3,6

01

13

,60

11

3,6

01

13

,60

11

3,6

01

13

,60

11

3,6

00

,36

Tota

l (R

$)

2.3

91

,80

2.3

51

,00

2.2

74

,10

2.2

46

,90

2.2

06

,10

2.1

54

,05

2.3

40

,60

48

,92

Page 18: ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

Tabela

6. O

utr

os

cust

os

dese

mbols

ados

e n

ão d

ese

mbols

ados

em

um

hecta

re d

e p

ess

egueiro e

m p

om

ar em

pre

sarial,

indic

adore

s de p

rodução, cust

o tota

l, renda b

ruta

e m

arg

em

líq

uid

a a

nual em

14 a

nos.

Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul 19

De

sc

riç

ão

Un

ida

de

Pre

ço

Imp

l. A

no

1A

no

2A

no

3A

no

4A

no

5A

no

6A

no

7

Un

itá

rio

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

Qu

an

t.To

tal

3 –

Ou

tro

s c

us

tos

de

se

mb

ols

.

o-d

e-o

bra

fix

aS

alá

rio

s1

.02

0,0

00

,01

31

63

,20

16

3,2

01

63

,20

16

3,2

01

63

,20

16

3,2

01

63

,20

Pró

-la

bo

re d

o p

rop

rie

tário

(R

$/m

ês)

Re

tira

da

s2

00

0,0

00

,00

71

60

,00

16

0,0

01

60

,00

16

0,0

01

60

,00

16

0,0

01

60

,00

Imp

ost

os,

taxa

s,

co

mb

ust

íve

is,

etc

)1

50

00

,00

0,0

01

10

0,0

81

00

,08

10

0,0

81

00

,08

10

0,0

81

00

,08

10

0,0

8

To

tal

34

23

,28

42

3,2

84

23

,28

42

3,2

84

23

,28

42

3,2

84

23

,28

4 –

Ou

tro

s c

us

tos

o d

es

em

bo

ls.

Cu

sto

op

ort

un

ida

de

da

te

rra

%5

90

,00

90

,00

90

,00

90

,00

90

,00

90

,00

90

,00

De

pre

cia

ção

e m

an

ut.

da

s b

en

f.4

0,0

54

0,0

54

0,0

54

0,0

54

0,0

54

0,0

54

0,0

5

Cu

sto

de

op

ort

un

ida

de

da

s b

en

f.%

0,1

50

,00

50

,00

50

,00

50

,00

50

,00

50

,00

50

,00

De

pre

cia

ção

do

po

ma

r%

15

6,4

65

6,4

65

6,4

65

6,4

65

6,4

65

6,4

65

6,4

6

To

tal

42

36

,52

23

6,5

22

36

,52

23

6,5

22

36

,52

23

6,5

22

36

,52

Inv

es

tim

en

tos

36

29

,72

20

16

,45

Ind

ica

do

res

ec

on

ôm

ico

/fin

an

c.

Pro

du

çã

o (

kg

/ha

)K

g8

00

01

40

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Tabela

6. C

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20Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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Na Tabela 4 estão descritos os insumos utilizados no processo produtivo em pomar empresarial, desde a fase de implantação até o 14º ano. Os valores registrados são médios, obtidos de amostras. Observa-se que os insumos participaram com um índice médio de 24,2% sobre o custo total e os produtos químicos foram responsáveis por 10,0%, seguidos dos fertilizantes com 8,7%. Do total dos fertilizantes, 7,58% são compostos pelo fertilizante nitrogenado utilizado como cobertura no pomar.

Na Tabela 5 estão descritos os coeficientes técnicos para mão-de-obra e máquinas utilizadas para a implantação e condução do pomar ao longo dos 14 anos de vida útil. Observa-se que os serviços representaram 48,9% do custo total. A mão-de-obra temporária participou com 31% e os custos com máquinas 17,9%. Entre as operações de mão-de-obra, as que tiveram os custos mais elevados foram: raleio com 10,4%, poda (verde e seca) 9,6% e a colheita 5,5%. Entre as operações com máquinas a aplicação de agroquímicos representou 11,9%.

A Tabela 6 contém os demais custos desembolsados e não-desembolsados, os indicadores econômico-financeiros, a receita total alcançada pelo sistema, além de outros impostos e taxas, que incidem sobre o negócio. Observa-se que em outros custos caixa, item 3, representado pela mão-de-obra fixa, pró-labore e outras despesas, a participação foi de 9,9% do custo total. Outros custos não caixa, participam com 5,5% e outras taxas e impostos com 11,4%.

A seguir, são descritas as informações consensuais dos produtores participantes do estudo sobre as operações contidas nas Tabelas 5 e 6.

Serviços> Limpeza do terreno - constitui-se, em geral, numa retirada de pedras, tocos e restos vegetais com o uso de trator médio, com potência ao redor de 75 CV equipado com carreta, complementado por trabalhadores braçais. A operação é realizada antes do início do preparo do solo.

> Subsolagem - operação realizada para a descompactação do solo, em locais muito compactados. A profundidade é de, aproximadamente, 50 cm, utilizando-se um trator tracionado de 120 HP e subsolador com 7 pés.

> Lavração e gradagem - é feita uma lavração, na área total, com trator médio de 75 CV equipado com arado de 3 discos e duas gradagens com grade de 28 discos.

> Calagem - aplicação de calcário, de acordo com as recomendações de análise do solo, aplicado em toda a área com um caminhão equipado para a distribuição mecânica, repetindo-se no terceiro ano apenas na linha de plantio.

21Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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> Marcação dos terraços - operação realizada com teodolito operado por um técnico com dois auxiliares. O espaçamento entre os terraços é em média, de 5 metros, mantendo-se uma declividade entre 0,3 a 0,8% dependendo do tipo de solo.

> Construção de terraços - é realizada na implantação do pomar com a utilização de trator equipado com arado de três discos, lavrando-se até o centro da fileira, visando uma melhor retenção das águas.

> Marcação, abertura das covas e plantio - operação essencialmente manual, com o uso de trena, para a demarcação do espaçamento entre plantas de 2 metros e 5 entre fileiras. A abertura das covas é feita com enxada, onde é realizada a operação de plantio e irrigando-se, manualmente, quando necessário.

> Mudas - Os pomares com mais de 10 anos mantêm cerca de 555 plantas/ha, obedecendo o espaçamento de 6x3m. Os mais recentes implantados a partir de 1990 seguem a prática da média densidade com cerca de 1.000 plantas/ha, num espaçamento de 5 m entre linhas por 2 m entre plantas. No 2º ano, é feita uma reposição de 5% de mudas. As cultivares que ocupam a maior área de plantio são: Precocinho, Granada, Esmeralda, Jade, Diamante, Eldorado, Cerrito, Maciel, Magno e BR-6.

> Fertilizante nitrogenado - aplicado o nitrato de cálcio para o desenvolvimento geral da planta.

> Controle da formiga - é uma prática indispensável, principalmente na fase jovem do pomar, ocasião em que as plantas estão mais susceptíveis ao ataque de pragas. Operação manual concentrada nos focos do inseto.

> Armadilha caça-mosca - técnica realizada para monitoramento e controle da mosca-das-frutas no período da frutificação. Em função da população de moscas capturadas, é definido o controle complementar com a utilização de iscas tóxicas e inseticidas.

> Controle de pragas e doenças - são utilizados, em média, 12 tratamentos anuais sendo: dois no inverno, três na floração, três na frutificação, três na pré-colheita e um na pós-colheita. No primeiro ano, as aplicações são realizadas com pulverizador costal manual. Nos demais, com pulverizadores turbinados. Em tratamentos na frutificação e pré-colheita foi utilizada a combinação de dois produtos. (detalhes na Tabela 7).

> Poda verde - é realizada durante a vida útil do pomar, nos meses de outubro ou novembro, iniciando com um pequeno desbrote no primeiro ano após a instalação. A razão desta operação, segundo os produtores, é proporcionar uma melhor aeração e penetração dos raios solares no interior das plantas e melhor formação das plantas jovens.

22Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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> Adubação de cobertura - são realizadas três operações, na linha de plantio, por ano, variando as quantidades de adubo em função da idade das plantas. Em média, são aplicados no primeiro e segundo ano, 150 gramas/planta; no terceiro ano, 300 gramas e do quarto ano em diante, 600 gramas, sempre divididas em três aplicações.

> Capinas - são realizadas três capinas mecânicas complementadas com operações manuais, da implantação até o terceiro ano. A partir do quarto ano, a prática de manutenção da limpeza é feita com trator equipado com roçadeira central e lateral, duas vezes ao ano, complementada com a aplicação de herbicida com o mesmo trator equipado com pulverizador de barra lateral.

> Poda de inverno - operação manual realizada durante toda vida útil do pomar. Nos dois primeiros anos tem por objetivo a formação da planta. Nos demais, uma melhor distribuição de ramos, proporciona melhor colocação dos frutos, visando aumento da produção com qualidade.

> Raleio - operação manual realizada com regularidade, a partir do terceiro ano visando melhor distribuição e tamanho das frutas. Trata-se de uma prática que demanda uma ocupação de mão-de-obra superior à colheita.

> Colheita - operação manual que inicia a partir do terceiro ano. São realizadas, em média, três a quatro apanhas, dependendo da cultivar, numa safra considerada regular, obedecendo o ponto de colheita determinado pelo técnico. Após colhida, a fruta é colocada em caixas de PVC disponibilizadas pela indústria que também é responsável pelo transporte.

Outros custos (desembolsados)

> Mão-de-obra fixa - os pomares empresariais mantêm, no mínimo, um empregado fixo atuando como capataz com remuneração, ao custo de três salários mínimos mensais e dois administrativos com 2,5 salários mínimos.

> Pró-labore - representa o salário do(s) proprietário(s), que alcança em torno de R$ 2.000,00 mensais por indivíduo.

> Funrural - imposto pago pelo proprietário do pomar que representa 2,2% da receita total da propriedade.

> pis/Cofins/ir/contribuição social - são custos com percentuais previamente definidos, que recaem sobre a receita total da propriedade.

> Outras taxas e impostos - representam os gastos com energia elétrica, telefone, ITR, CNA e gastos com deslocamento do proprietário quando a serviço da propriedade, etc.

Outros custos (não-desembolsados)

> Custo de oportunidade da terra - representa 5% do valor da terra nua.

23Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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> Depreciação de benfeitorias - considerou-se a estrutura média utilizada pelos produtores, representada por uma sede que abriga uma casa e um escritório e dois galpões, sendo um para abrigar máquinas e implementos e outro para armazenagem de insumos, calculada a partir da tabela price onde se considera o valor atual do bem, a vida útil e um valor residual com uma taxa de juros anual de 6%. Também considerou-se a existência de cercas, aramados e açudes.

> Depreciação do pomar - a depreciação do capital investido na instalação do pomar (primeiro e segundo ano) foi calculada com base na tabela price, considerando a vida útil de 14 anos.

A Tabela 7 contém as informações levantadas junto aos produtores, relativas aos procedimentos praticados na prevenção e/ou combate a doenças e pragas comumente incidentes sobre a planta e/ou fruto. Os tratamentos considerados curativos representam a média do que vem ocorrendo ao longo das últimas cinco safras. É possível que situações excepcionais exijam procedimentos diferenciados.

Tabela 7. Calendário dos tratamentos fitossanitários aplicados em um pomar empresarial de pessegueiro adulto, durante o ciclo produtivo.

* Produto não recomendado pela pesquisa**Produto não registrado para a cultura do pessegueiro

24Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

Tratamento Dose/ Quant/ Valor R$Unid 100l/ água ha Unit. Total

Inverno (2)Óxido cloreto de cobre kg 0,3 2,4 9,0 21,64Óxido cloreto de cobre + Óleomineral (p/cochonilha)

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Floração (3)Fungicida Flutriafol l 0,1 0,8 20,0 16,01Fungicida Difenoconazole** l 0,03 0,24 140,0 33,60Fungicida Mancozeb kg 0,25 2 12,0 24,01Frutificação (3)Fungicida Mancozeb kg 0,25 2 12,0 24,01Oxitetraciclina * kg 0,25 2 59,2 118,45Fungicida Mancozeb kg 0,25 2 12,0 24,01Inseticida Deltametrina l 0,03 0,24 48,0 11,52Fungicida Mancozeb kg 0,25 2 12,0 24,01Inseticida Deltametrina l 0,03 0,24 48,0 11,52Pré-colheita (3)Inseticida Fention l 0,1 0,8 39,0 31,21Fungicida Flutriafol** l 0,1 0,8 8,7 6,98Fungicida Difenoconazole ** l 0,03 0,24 140,0 33,60Inseticida Malation l 0,25 2 13,0 25,99Fungicida Azoxistrobin kg 0,016 0,128 400,0 51,20Pós-colheita (1)Fungicida Mancozeb kg 0,25 2 12,0 24,01Total 503,41

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Tabela

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Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul 25

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Page 25: ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

Na Tabela 8 são descritas as máquinas e equipamentos utilizados pelos agricultores empresariais na exploração dos pomares.

Na Tabela 9 é apresentada a relação de benfeitorias utilizadas nos pomares empresariais com o respectivo custo, bem como os valores de depreciação.

Na Tabela 10 é demonstrada a produção média estimada ao longo dos 12 anos produtivos, alcançando 14 t/ha, bem superior às 8,5 toneladas indicadas pelo ponto de equilíbrio na Tabela 11. Nos sexto e sétimo anos são alcançadas as maiores produções, 20 toneladas, ou seja, uma produção de 20 kilos por planta.

Tabela 10. Produção de pêssego de pomar empresarial, durante a vida útil de 14 anos.

A partir do registro das produções alcançadas, ao longo de 12 anos, elaborou-se a curva de produção contida na Figura 1.

26Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

Ano Produção em 1.000 plantas

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11 13,0 13,0 13.000

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Média 14,0 14,0 14.000

Page 26: ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

Figura 1. Curva de produção de pomar empresarial de pessegueiro durante sua vida útil.

Na Tabela 11 são apresentados os indicadores de resultado considerados favoráveis aos produtores empresariais.

O valor do VPL, de R$ 13.671,31 é superior ao valor de investimento do pomar na fase de implantação de R$ 5.646,17.

O VPLA de R$ 1.470,83, indica o valor do investimento em cada um dos períodos, ao longo dos 14 anos.

A taxa interna de retorno, de 38%, é altamente atrativa, considerando a remuneração média paga na economia para cada unidade monetária nela aplicada.

O índice de benefício-custo alcançado, de 1,32, indica o retorno, em termos de benefício, recebido pelos produtores para cada unidade de capital investido.

O custo unitário do quilo produzido foi de R$ 0,31, ficando bem abaixo dos R$ 0,50 pagos por quilo comercializado.

Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul 27

0 0

8

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1820 20

18

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Page 27: ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

Tabela 11. Indicadores de resultados econômicos/financeiros de pomar empresarial de pessegueiro.

Resultados alcançados para os pomares de base familiar

A área média dos pomares de base familiar estudados é de 25 hectares, área tomada como referência para a definição de pró-labore, impostos, taxas e outros encargos.

Tabela 12. Índices econômicos de pomar familiar.

Fonte: Dados do estudo.

Os demais indicadores contidos na Tabela 12, registram o preço médio recebido pelos produtores, em torno de R$ 0,40 por quilo para a fruta classificada, predominantemente, como tipo 1.

28Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

Indicadores Valores

Preço da terra nua (R$/ha) 1.200,00

Área média dos pomares estudados (ha) 25

Preço do pomar – custo de implantação (R$/ha) 2.830,27

Preço do pêssego (R$/kg) 0,40

Manutenção anual (% valor do bem) 5,0

Salário mínimo + encargos (R$/mês) 408,00

Diária + encargos (R$/dia 13,60

Pró-labore do agricultor (R$/mês) 500,00

Custo total da hora/máquina (R$) 20,00

Impostos e taxas anuais (R$) 1.250,00

Indicadores Valores

VPL (R$) 13.671,31

VPLA (R$) 1.470,83

TIR (%) 38

IBC (R$) 1,32

PE (kg/ha/ano) 8.547

Custo unitário p/kg (R$) 0,31

Custo unitário p/kg em dólar a 2,05 0,151

Custo médio (R$/ha) 4.273,63

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Para cobrir os custos de manutenção e consertos de máquinas e equipamentos, estabeleceu-se o porcentual de 5% sobre o valor do bem, rateado pela área média de 25 hectares.

A remuneração da mão-de-obra praticada pelos produtores familiares tem base no salário mínimo acrescido dos encargos trabalhistas e representa R$ 408,00 mensais.

O pró-labore dos agricultores familiares foi estabelecido em R$ 500,00 mensais e representa a média do que vem sendo praticado na região.

O custo da hora/máquina, de R$ 20,00, representa o valor praticado na região, considerando o tipo de trator demandado.

Os impostos e taxas anuais, que incluem os custos com combustíveis, ITR e CNA, representam R$ 1.250,00.

29Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

Page 29: ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

Tabela

13. C

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30Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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Page 30: ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

Tabela

14. C

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31Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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21724,7

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Page 31: ISSN 1217-1981 Maio, 2002 · 25 mil por hectare, amplia rendas e salários para indivíduos, além de receitas tributárias para os cofres públicos, contribui para o equilíbrio

Tabela

14. C

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32Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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Tabela

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33Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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Tabela

15. C

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34Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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Na Tabela 13 estão descritos os insumos utilizados no processo produtivo para o cultivo do pessegueiro em pomar familiar, desde a fase de implantação até o 12º ano. Os dados são valores médios obtidos de amostras de produtores familiares. Observa-se que os insumos participaram com um índice médio de 25,7% sobre o custo total e os produtos químicos foram responsáveis por 11,1% seguido dos fertilizantes com 10,0%. Do total dos fertilizantes, 7,0% são compostos pelo insumo nitrato de cálcio utilizado para a cobertura nitrogenada do pomar.

Na Tabela 14 estão descritos os coeficientes técnicos para mão-de-obra e máquinas utilizadas para a implantação e condução do pomar ao longo dos 12 anos de vida útil. Observa-se que os serviços representaram 60,8% do custo total. O item mão-de-obra teve uma participação de 37,1% sobre o custo, representada pelas atividades poda (verde e seca) com 13,7%, colheita 9,7% e raleio 7,9%. Entre as operações com máquinas, a aplicação de agroquímicos participou com 16,1%.

A Tabela 15 contempla os outros custos desembolsados e não desembolsados, os indicadores econômico-financeiros, a receita total alcançada pelo sistema, além de outros impostos e taxas que incidem sobre o negócio. Observa-se que no item 3 outros custos desembolsados, representado pela mão-de-obra fixa, pró-labore e outras despesas, a participação foi de 8,0% do custo total. Outros custos não desembolsados contribuíram com 5,4%.

A seguir, são descritas as informações consensuais dos produtores sobre as operações contidas na Tabela 14.

Serviços

> Limpeza do terreno - as áreas de implantação de pomares, em geral, requerem algum tipo de limpeza (retiradas de pedras, tocos ou outros tipos de resíduos vegetais). Essa limpeza é feita com trator tracionado equipado com carreta agrícola e auxiliado por trabalhos braçais.

> Lavração - operação realizada em toda a área, com arado de dois a três discos acoplado em trator com potência média de 65 CV.

> Calcário - aplicado em toda a área de acordo com as recomendações de análise do solo, transportado em carreta agrícola acoplada em trator e distribuído manualmente.

> Gradagem - são realizadas, em média, duas gradagens, com grade de 24 a 28 discos, acoplada em trator com potência média de 65 CV.

35Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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> Marcação de curvas de nível - são utilizados dois sistemas para a marcação: uma das técnicas utiliza aparelho confeccionado pelos próprios agricultores denominado pé-de-galinha constituído por uma barra de madeira de quatro metros de comprimento com dois pés, um em cada extremidade com alturas diferenciadas em função do desnível pretendido. A outra utiliza mangueira transparente de meia polegada, com 14 metros de comprimento fixada em duas réguas de 2 metros, com graduação de 5 em 5 cm. A operação é totalmente manual, executada por, no mínimo, duas pessoas.

> Construção de terraços - é realizada na implantação do pomar com a utilização de trator médio equipado com arado de dois discos, lavrando-se até o centro da fileira, visando uma melhor retenção das águas.

> Marcação, abertura de covas e plantio - operação manual realizada por, no mínimo, duas pessoas, com o auxílio de trena ou bambu de três metros de comprimento. A abertura das covas é feita manualmente com enxada sendo, de imediato, colocada a muda e tapada.

> Poda - nos dois primeiros anos, é feito um desbrote dos perfilhos do porta-enxerto e uma seleção de ramos da muda, visando a formação da planta. Nos demais, são feitas podas (de inverno e verde) para uma melhor distribuição dos ramos e uma boa frutificação.

> Raleio - operação manual realizada pela maioria dos agricultores, a partir do terceiro ano de produção, proporcionando melhor distribuição dos frutos, visando um melhor tamanho e qualidade da fruta.

> Colheita - operação manual repetida, em média, de três a quatro vezes, considerando o ponto ideal de colheita da cultivar. Após colhida, a fruta é colocada em caixas de PVC, disponibilizadas pela indústria, que é responsável pelo transporte.

> Corretivos do solo - utilizados somente na linha de plantio na proporção de dois sacos de superfosfato triplo por um de cloreto de potássio, obedecendo recomendação técnica. A aplicação é feita manualmente com o auxílio de carreta agrícola acoplada em trator.

> Mudas - predomina na região 555 mudas por hectare num espaçamento de seis metros na entrelinha por três metros entre as plantas. No segundo ano é feita, em média, uma reposição de 5% de mudas. As cultivares que ocupam maior área de cultivo atualmente são: Precocinho, Granada, Esmeralda, Jade, Eldorado, Cerrito, Diamante, Maciel, Ágata e Magno.

> Fertilizantes - no primeiro ano é aplicado uréia, em cobertura, na proporção de 20 gramas por planta duas vezes ao ano. No segundo, a operação é repetida

36Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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três vezes, na quantidade de 40 gramas por planta. No terceiro e demais anos, utiliza-se o nitrato de cálcio e nitrato de amônia como fontes de nitrogênio, além do potássio no estádio de formação dos frutos. Após a colheita, é feita uma adubação com uréia na quantidade de 200 gramas por planta, no estádio adulto. Todas as operações são feitas manualmente, com o auxílio de carreta agrícola e trator no transporte.

> Controle de formiga - predomina o uso de inseticida de formulação em pó e granulado, aplicados, manualmente, no local de concentração das pragas. Operação realizada regularmente, durante todo o ciclo. Porém mais intensificada na fase jovem das plantas.

> Semeadura de aveia - a semente utilizada é de aveia-preta, sendo prática comum entre os agricultores desse estrato. A técnica visa manter o solo protegido durante todo o ciclo. A semeadura é realizada manualmente e incorporada, por meio da gradagem mecânica (24 discos) com trator médio, ou simplesmente coberta com o resíduo da roçada.

> Controle de invasoras - nos dois primeiros anos são feitas capinas mecânicas com grade lateral complementada por capinas manuais. A partir do terceiro ano é utilizado o herbicida sistêmico, aplicado com o uso de pulverizador de barra lateral acoplado em trator médio, controlando as invasoras somente na linha de plantio. São realizadas, também, duas roçadas com o uso de roçadeira central como complemento ao controle de invasoras.

> Controle de pragas e doenças - são realizados, em média, oito tratamentos durante o ciclo produtivo, sendo um como tratamento de inverno, três na floração, dois na frutificação e dois na pré-colheita. As aplicações são realizadas com pulverizador de pistola com capacidade para 400 litros. Alguns tratamentos na floração e frutificação foi utilizada a combinação de dois produtos.

Outros custos (desembolsados)

> Pró-labore - representa o salário do produtor, estimado em torno de R$ 500,00 mensais.

> Funrural - imposto pago pelo agricultor, definido em 2,2% da produção comercializada.

> Impostos, taxas, combustíveis, telefone, energia elétrica, ITR, CNA e outros - foi estimado um rateio de R$ 50,00 por hectare/ano.

37Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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Outros custos (não desembolsados)

> Custo de oportunidade da terra - estimado em 3% da produção comercializada.

> Depreciação de benfeitorias - custo rateado entre as atividades principais voltadas para o mercado, representada por uma casa de moradia do agricultor, confeccionada em alvenaria, galpões para abrigo de máquinas e implementos e abrigo para insumos. Para o cálculo, utilizou-se a tabela price levando-se em consideração o valor atual dos bens, a vida útil futura, um valor residual de 20% e uma taxa anual de juros estimada em 6%.

> Depreciação do pomar - a depreciação do capital investido na instalação do pomar (primeiro e segundo anos) foi calculada com base na tabela price, considerando a vida útil de 12 anos.

Tabela 16. Calendário dos tratamentos fitossanitários aplicados em pomar familiar de pessegueiro, durante o ciclo produtivo.

38Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

Tratamentos Unid. Dose 100ml/ Quant/ha Valor Total100l d’água Unitário

Inverno (1)

Oxido cloreto de cobre + kg 0,3 3 9,00 27,00Óleo mineral (p/cochonilha) l 2 20 2,25 45,00Floração (3)

Fungicida Benomil kg 0,06 0,36 45,00 16,20Inseticida Posmet kg 0,3 1,5 26,40 39,60Fungicida Captan kg 0,25 1,5 15,40 23,10Inseticida Dimetoato l 0,1 0,6 12,80 7,68Fungicida Carbenzazin l 0,1 0,6 42,60 25,56Frutificação (2)

Fungicida Mancozeb kg 0,25 1,5 12,00 18,00Inseticida Dimetoato l 0,1 0,6 12,80 7,68Fungicida Captan kg 0,25 1,5 15,40 23,10

Inseticida Dimetoato kg 0,1 0,6 12,80 7,68Pré-colheita (2)

Fungicida Tebuconazole l 0,1 0,6 68,00 40,80Inseticida Clorpinifós (2x) l 0,25 1,5 13,00 19,50

Total 300,90

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Tabela

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39Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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Na Tabela 17 estão descritas as máquinas e equipamentos utilizados pelos agricultores familiares na exploração do pomar.

Na Tabela 18 é apresentada a relação das benfeitorias utilizadas nos pomares familiares, com o respectivo custo, bem como os valores da depreciação.

Na Tabela 19 estão demonstrados a produção média estimada ao longo dos 10 anos produtivos, alcançando 9,5 t/ha, bem superior às 5,6 toneladas indicadas pelo ponto de equilíbrio na Tabela 20. No quinto e sexto anos, são alcançadas as maiores produtividades, 14,4 t/ha, ou seja, uma produção média de 26 quilos por planta.

Tabela 19. Produção de pêssego em pomar familiar, durante a vida útil de 12 anos.

Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul40

Na Figura 2 é mostrado o comportamento da produção ao longo de 10 anos de frutificação, com vida útil de 12 anos do pomar

Ano Produção em 555 plantas

kg/planta t/ha Kg/ha

1 0,0 0,0 0

2 0,0 0,0 0

3 10,0 5,6 5550

4 18,0 10,0 9990

5 26,0 14,4 14430

6 26,0 14,4 14430

7 22,0 12,2 12210

8 18,0 10,0 9990

9 16,0 8,9 8880

10 13,0 7,2 7215

11 12,0 6,7 6660

12 10,0 5,6 5550

Médias 17,1 9,5 9.490,5

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Os indicadores de resultados contidos na Tabela 20 são altamente favoráveis aos produtores familiares de pêssego.O VPL, de R$ 12.737,26 é superior ao valor de investimento do pomar na fase de implantação R$ 2.830,27.

O VPLA, de R$ 1.370,34 indica o valor do investimento em cada um dos períodos ao longo dos 14 anos.

A taxa interna de retorno, de 43,9%, é altamente atrativa, considerando a remuneração média paga na economia para cada unidade monetária nela aplicada.

O índice de benefício-custo alcançado, de 1,41, indica o retorno em termos de benefício recebido pelos agricultores para cada unidade de capital investido.

O custo unitário do pêssego foi de R$ 0,28/quilo, havendo portanto um retorno de R$ 0,12/quilo comercializado.

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Figura 2. Curva de produção de pomar familiar de pessegueiro, durante sua vida útil.

41Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

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Conclusões

Os indicadores de resultados para os dois segmentos estudados apresentam retornos positivos, permitindo concluir que a atividade persícola na região é viável.

O exercício do aplicativo para a cultura do pessegueiro não ofereceu dificuldades práticas durante o seu manuseio podendo ser operado por qualquer pessoa com conhecimento básico de informática e interessada em manter-se atualizada em relação aos retornos oferecidos pela cultura do pessegueiro explorado nas condições estudadas.

Tabela 20. Indicadores de resultados econômicos/financeiros de pomar de pessegueiro familiar.

Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul42

Indicadores Valores

VPL (R$) 12.737,26

VPLA (R$) 1.370,34

TIR (%) 43,9

IBC (R$ 1,41

PE (kg/ha/ano) 5.600,60

Custo unitário p/kg (R$) 0,28

Custo unitário p/kg em dólar a 2,05 0,136

Custo médio (R$/ha) 2.240,24

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43Análise da Rentabilidade dos Sistemas Empresarial e Familiar de Produção de Pêssego no Sul do Rio Grande do Sul

Bibliografia Consultada

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IBGE. Colheita, valor da produção pêssego. Censo Agropecuário 1995-1996, Rio de Janeiro, n.22, p.169, 1998.

MADAIL, J.C.M; REICHERT, L.J. Aspectos econômicos das principais frutas de clima temperado: pêssego/nectarina, maçã, ameixa, pêra e morango. Não publicado.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (Lavras-MG) Como calcular o custo de produção. Lavras, 1999. 15p. (UFLA.Informativo Técnico do Café, 3).