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1 Isso é Tudo Perda de Tempo 1. Isso 2. Tudo 3. Perda 4. Tempo 5. Dinheiro 6. Isso é Tudo? 7. Perda de Tempo? 8. Tempo da Perda 9. Tudo Isso 10. Toda Perda Vitória, sexta-feira, 06 de novembro de 2009. José Augusto Gava.

isso é tudo perda de tempo

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a quantidade de tempo perdido em razão de sermos incapazes de melhorar as coisas daria para construir três terras

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    Isso Tudo Perda de Tempo

    1. Isso 2. Tudo 3. Perda 4. Tempo

    5. Dinheiro 6. Isso Tudo?

    7. Perda de Tempo? 8. Tempo da Perda

    9. Tudo Isso 10. Toda Perda

    Vitria, sexta-feira, 06 de novembro de 2009. Jos Augusto Gava.

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    Captulo 1 Isso

    A boca do caixa no banco algo de extraordinrio a olhar e foi

    evoluindo muito atravs das dcadas mais recentes, principalmente depois da introduo do computador e da Internet. Espalhou-se nos caixas eletrnicos de atendimento, tanto dentro quanto fora das instituies, particularmente nos banco 24 horas. S os bancos maiores tm milhares de caixas externos cada um. Segundo dizem so oito mil as instituies bancrias no mundo e se cada qual tiver somente mil caixas teremos a caminho de 10 milhes desses aparelhinhos.

    365,2427 DIAS POR ANO (dia e noite, por toda parte, 10 milhes de atendentes seria interessante algum fazer uma conta mais aproximada)

    Caixa eletrnico

    Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

    Caixa eletrnico do Banco do Brasil

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    Um caixa eletrnico, caixa automtico, terminal bancrio ou Multibanco[1] (Portugal) / Banco 24 Horas [2] (Brasil) um dispositivo eletrnico que permite que clientes de um banco retirem dinheiro e verifiquem o balano de suas

    contas bancrias sem a necessidade de um funcionrio do banco. Muitos caixas eletrnicos tambm permitem que as

    pessoas depositem dinheiro ou cheques, transfiram dinheiro entre contas bancrias, comprem cartes pr-pagos para

    seus celulares ou at mesmo comprem selos.

    O primeiro caixa eletrnico do mundo foi fabricado pela empresa

    Histria

    britnica De La Rue e foi instalado num bairro no norte da Grande Londres em 27 de junho de 1967 pelo

    Barclays Bank. A inveno creditada John Shepherd-Barron, apesar de Luther George Simjian ter registrado

    patentes em Nova York, EUA nos anos 1930 e Donald Wetzel e dois outros engenheiros da Docutel tambm terem registrado

    uma patente em 4 de junho de 1973. Os primeiros caixas eletrnicos aceitavam apenas uma ficha ou cupom de uso nico, que era retida pelo caixa. Essas

    trabalhavam em vrios princpios como radiao e magnetismo de baixa coercitividade que era retirado pelo

    leitor de carto para tornar fraudes mais difceis. A idia de um nmero de identificao pessoal (PIN)

    armazenado no carto em si ao invs de ser digitado quando se queria retirar o dinheiro foi desenvolvido pelo

    engenheiro britnico James Goodfellow em 1965, que ainda possui patentes internacionais cobrindo esta tecnologia. Os primeiros caixas eletrnicos falantes caixas com

    instrues sonoras para pessoas com deficincia visual foram instalados no Canad em 1999. O primeiro caixa

    eletrnico falante nos Estados Unidos foi instalado em So Francisco em outubro do mesmo ano. Em 2005 j h em torno

    de 30.000 caixas eletrnicos falantes naquele pas.

    Apesar dos caixas eletrnicos serem utilizados principalmente para retirar dinheiro, eles evoluram para incluir muitas outras funes bancrias. Em alguns pases

    que possuem uma rede integrada de caixas eletrnicos compartilhada por mais de um banco, como nos caixas

    eletrnicos

    Usos alternativos

    Multibanco em Portugal e o Banco 24 Horas no Brasil, os caixas incluem muitas outras funes que no so diretamente relacionadas conta bancria, como por

    exemplo: Pagamento de contas, taxas (utilidades, contas de

    telefone, aposentadoria, taxas legais, etc) Trocar dinheiro por cartes pr-pagos (para

    celulares, cabines telefnicas, etc) Compra de ingressos (trem, shows, etc)

    Muitos caixas eletrnicos nos Estados Unidos tambm permitem a compra de selos postais.

    No Japo, onde os bancos cobram por retiradas de dinheiro, os caixas eletrnicos no so muito populares. Esperando

    atrair mais usurios, os novos caixas eletrnicos do Ogaki Kyoritsu Bank iro incluir jogos de chance que permitiro aos usurios ou livrarem-se dessa taxa ou ganhar 1000 ienes, enquanto os caixas do Bank of Tokyo Mitsubishi incluiro tecnologia de segurana biomtrica [1].

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    Terminais de caixa eletrnico

    Os caixas eletrnicos so conhecidos por muitos nomes, alguns mais comuns em alguns pases do que outros.

    Enquanto alguns nomes em uso so genricos, outros so

    Nomes

    marcas registradas, identificando certas redes de caixas eletrnicos. Exemplos incluem:

    ATM (Automatic Teller Machine) nos Estados Unidos e na maioria dos pases de lngua inglesa, derivados

    incluem: o ABM (Automatic Banking Machine) no Canad

    o ATH (A Toda Hora), na Costa Rica, Porto Rico e Colmbia

    o ATM Machine (que um pleonasmo, mesmo assim muito utilizado nos EUA)

    o ATM (Anjungan Tunai Mandiri = Autonomous Cash Platform) na Indonsia

    o ATM (Any Time Money, dinheiro a qualquer hora, na ndia)

    o ATM (Multicaixa - Angola) o ATM ( ), tambm chamado de (mquina

    de transaes 24 horas) na Grcia o Automated Teller Machine

    AutoBank Banco24Horas, no Brasil.

    Bancomat ou Bankomat, particularmente na Europa continental Bancomat marca registrada da UBS AG

    Bancomat, na Itlia e Sua Bancontact, na Blgica

    Banklink na Repblica da Irlanda (tecnicamente, "Banklink" a marca de caixas operada pela AIB mas utilizado para descrever caixas de outras empresas)

    Bank Box Bankamatik, na Turquia

    Bankomat, na Sucia, ustria, Repblica Tcheca, Eslovquia, Eslovnia, Polnia, Crocia e Srvia e

    Montenegro Bankomat (), em Belarus, Bulgria, Rssia e

    Ucrnia Bankomat ou Caspomat (), in hebreu, das palavras ("dinheiro") e ("Automat").

    BankMachine, no Hava (marca registrada do Bank of Hawaii mas tambm utilizado genericamente) e Canad

    Caixa Eletrnico, no Brasil. Cajero Automtico, na Argentina, Colmbia, Cuba,

    Peru e Espanha

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    Cash Box Cash Dispenser Cash Machine

    Cashflow, na Nova Zelndia (ASB) Cashlink, utilizado pelo Security Bank das Filipinas

    Cashpoint, na Nova Zelndia (National Bank) e no Reino Unido (Lloyds TSB). Cashpoint marca registrada

    de Lloyds TSB Bank plc. Cash Station, na zona de Chicago, EUA

    ChemKey, em algumas partes do Estado norte-americano de Michigan

    Distributeur Automatique de Billets (distribuidor automtico de notas bancrias) na Frana

    EasyBank EasyCash

    Electronic Teller (ET), utilizado pelo Metrobank das Filipinas

    Electronic Teller Card (ETC) Machine, antigamente utilizado pelo HSBC em Hong Kong mas desde ento

    aposentado em favor de ATM Experteller, utilizado pelo Export and Industry Bank

    das Filipinas Express Teller, utilizado pelo BPI das Filipinas

    Fasteller, utilizado pelo PCI Bank das Filipinas e agora utilizado pelo Equitable PCI Bank

    GAB (Guichet automatique bancaire) no Canad francfono

    Geldautomaat, em holands (Geld = dinheiro) o Tambm conhecido como pinautomaat

    o Tambm por flappentap, gria Geldautomat, na Alemanha (Geld = dinheiro) (alguns caixas do United Coconut Planters Bank das Filipinas so

    assim chamados) Green Machine, no Canad (caixas do TD Canada Trust)

    "Hole-in-the-wall" Hrabanki (banco rpido), na Islndia.

    InstaBank, no Canad (caixas do Bank of Montreal) Khodpardaz () no Ir, que significa pagador

    automtico em persa. MAC machine ou MAC (Money Access Center),

    particularmente na costa leste dos EUA (especialmente Nova Jersey e Pensilvnia) (marca registrada de MAS Inco

    Corporation) Minibank, na Noruega

    Money Machine, na Nova Zelndia e Canad Multibanco, em Portugal

    Night and Day ATM, na Nova Zelndia (ANZ) Otto, na Finlndia

    Pangaautomaat, na Estnia Pankkiautomaatti, na Finlndia

    Pengeautomat na Dinamarca (Penge = dinheiro) Pinautomaat na Holanda

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    Postomat, na Sua (do banco Swiss Post) Quick Cash, utilizado pelo Philippine Bank of

    Communications Robotic Teller

    Smarteller, Banco de Oro das Filipinas Superteller, usado pelo Philippine National Bank

    Telebanco ou Bankomato, em Espanha (marca registada: 4B)

    TYME Machine (significa "Take Your Money Everywhere", leve seu dinheiro para qualquer lugar), no

    Estado norte-americano do Wisconsin "Ugly Teller"

    Unionteller, utilizado pelo Unionbank das Filipinas Versateller, na Califrnia (marca dos caixas

    eletrnicos do Bank of America) Veteran Teller, usado pelo Philippine Veterans Bank

    Zidong tikuanji () ou Zidong guiyuanji

    (), em chins Saraph 'Ali ( ) em rabe

    Mesmo assim, mesmo com tal eficincia, as filas existem e at prosperam. Deram de colocar cadeiras e depois cadeiras acolchoadas e de diminuir o nmero de atendentes. Com essa palhaada de ferir a constituio (deveriam respeitar todos so iguais perante a lei) separaram um caixa para grvidas, deficientes, idosos, doentes, o que leva a muito oportunismo, ostensivo ou no. E do outro lado ficam todos os outros atendimentos, com apenas mais um funcionrio na hora do almoo, ou talvez dois. Por vezes juntam 20 pessoas no BANESTES, enquanto na CEF h s at 100 ou mais, assim como em outros bancos. desesperador.

    Antes era pior ainda, quando no havia cadeiras. Eram filas colocadas entre fitas. E antes disso as aproximaes do caixa eram caticas, cada um por si, formando bolos de oportunistas, com gente furando fila e coisas assim. Ainda h quem chegue e na maior cara-de-pau pea a quem est mais adiante para pagar por ele pilhas e pilhas de documentos. H empresas que deixam para depois do fim do expediente externo s 16 horas.

    H gente encomendando agora aos protegidos (contra a constituio: velhos, grvidas, deficientes, doentes), inclusive pagando a eles; h gente alugando pais ou mes, avs ou avs para pagar por eles.

    H de tudo. S no h estudos encomendados pelo governo federal, com

    tantas universidades-vadias por a, com professores que fingem ensinar e alunos que fingem aprender.

    Captulo 2 Tudo

    Morando agora em Jacarape, Serra, e trabalhando no centro de

    Vitria levo em seletivo duas horas de manh para chegar ao trabalho e trs horas para voltar de tarde, somando cinco horas (entre espera no ponto e viagens) por dia de segunda a sexta; 300 minutos/dia x 5 dias/semana = 1.500

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    minutos/semana. Sendo 52 semanas por ano, retirando as frias de quatro semanas, de trabalho temos (fora os feriados) 48 semanas, ou (48 x 1.500 =) 72 mil minutos. Fazendo conta das leituras de noite e em finais de semana, mais as das frias, contei que posso aproveitar 360 dias de quatro horas por ano.

    E quem no l? So [(72.000 minutos divididos por 60 minutos/hora = 3.600/3 =)

    1.200 horas divididas por 24 horas/dia = 50 dias de 24 horas] 150 dias de 8 horas VEZES dezenas de milhares de pessoas, pois os bairros esto cada vez mais distantes (no outro o motivo do TRANSCOL, Transporte Coletivo no ES). Na realidade, na Grande Vitria temos uns 1.400 mil habitantes, dos quais mais de metade da metade (metade de crianas) operrios de grandes distncias, quer dizer, pelo menos 350 mil indivduos fazendo esses trajetos longos todos os dias.

    Quanta energia e matria gasta em bobagens, devidas ao pssimo planejamento da mo invisvel. Alis, s para constar, com 3,6 milhes de leis no Brasil (nao, estados, municpios) somente desde a constituio de 1988, como que haveria essa mo invisvel dirigindo nossos destinos? contradio em termos.

    50 % da populao OLHANDO A ESTATSTICA DA ONU

    48 % da populao 2 % da populao detm 1 % da renda detm 49 % da renda detm 50 % da renda tm 1/50 (andam de

    nibus) tm 1/1 automvel

    na famlia tm 25/1 automveis e outros

    veculos (inclusive nas empresas) COMO NS ESTAMOS (a distncia marcada , em linha reta, de menos de 12 km, mas certo dia entre espera no ponto e trnsito demorou duas horas e meia de nibus)

    Agora, some toda a perda de tempo dos pobres e miserveis,

    para no falar da classe mdia. Algum deveria fazer isso como apuro em cada cidade-municpio, estado e nao, e no mundo. Tais somas no so aproveitadas. o tal de capital humano desperdiado.

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    Pobres coitados. No estou me referindo aos pobres e miserveis e sim a toda

    espcie humana, que tem tanto tempo a perder; como tempo dinheiro, muito tempo-dinheiro est sendo perdido, jogado fora com bem menos poderia ser feita a mesma quantidade de servio, ou mais, mais bem-feita, com maiores cuidados e SEM FORAR A NATUREZA. Ou poderamos fazer trs ou quatro vezes tanto quanto, com a mesma quantidade, tornando todos os seres humanos verdadeiramente RICOS emocional e racionalmente, bem como em termos de equilbrio.

    Deus do Cu, quanto temos perdido em Natureza e em gente de todo tipo com tais desperdcios inacreditveis!

    Captulo3 Perda

    filas em bancos TODO GNERO DE DESPERDCIOS

    filhas de nibus

    filas nos Correios

    filas nas reparties

    filas nos aeroportos

    filas nos metr

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    filas nas loterias

    filas nas barcas

    filhas em supermercados

    engarrafamentos de automveis

    filas de caminhes

    filas em hospitais

    Trilhes de horas-homem perdidas irremediavelmente, para todo

    o sempre, sem ter sido produzido nada de bom nem para si nem para os outros. Quem est usando tudo isso no se preocupa, pagando R$ 8 a hora ou menos, at metade ou menos; quer extrair, condenando a pessoa a sobretrabalho e a morte precoce, a longas viagens e ao desconforto associado a elas. Desde que se possa comprar tal ou qual produto por tanto ou quanto, pouco importa o sofrimento incorporado nele.

    OS TRS MACACOS

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    Somos ns os sofredores-macacos enquanto PESSOAS (indivduos,

    famlias, grupos e empresas) ou AMBIENTES (cidades-municpios, estados, naes e mundo): no queremos ver, no queremos ouvir, no queremos falar-participar.

    Captulo 4 Tempo

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    MEDINDO O TEMPO (este de todos)

    VENDO O TEMPO COMO DINHEIRO MEDINDO O SEU TEMPO

    (este de quem se apossa dele)

    Se - como Gabriel diz estar acontecendo desde algum tempo nos

    EUA - a relao entre os que mais recebem e os menos aquinhoados, pelo menos tempo empregado, chegou a 400/1, ENTO o tempo dos primeiros mais rpido na proporo de 400/1, quer dizer, um minuto daqueles equivalente a 400 minutos ou 6,67 horas destes, mais rpidos proporcionalmente que The Flash.

    Para que a vida daqueles seja lenta e pausada, para que seja livre de sofrimentos, de aborrecimentos, de empurres e apertes nos nibus, a vida destes deve ser superlotada, superapertada, superagnica e bem curta.

    APERTOS DOS POBRES

    surfistas de trens

    nibus superlotados

    aglomeramento de gente

    entupimento das artrias

    Enfim, os seres humanos foram ludibriados. Em troca de porcarias demos nosso precioso tempo de vida por

    valores ridculos (fazendo aqui as contas de l, dos EUA, na base de 400/1 enquanto uns ganham R$ 500 por ms outros ficam com (400 x 500 =) R$ 200.000: uma vida supervalorizada e outra subvalorizadssima.

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    O CUBCULO DOS POBRES (um para um pobre e 400 para um rico; se o lote do pobre tiver 10 x 10 m = 100 m2, o do rico ter 4.000 x 4.000 m = 16.000.000 m2

    1 , quer dizer, 1.600 hectares)

    Nessas condies, 2 % ou 2/100 tero condies superpropcias, enquanto 98 % ou 98/100 vivero em condies mdias ou miserveis; de fato, 50 % ou 50/100 vivero em condies pssimas, destruindo o ambiente como praga que se espalha mas a praga no vem dos pobres, vem de quem os submeteu a essas condies deplorveis.

    Algo precisa ser feito para retornarmos no ao passado remoto dos homindeos nos espaos livres, mas para avanarmos ao futuro remoto, ao tempo em que estaremos nos espaos descondicionados. Trata-se de recuperao, pois a Psicologia geral foi mudada sem considerao por nossas bases e nossos fundamentos, levando-nos ao desespero.

    Captulo 5 Dinheiro

    Que dinheiro? parte todas as definies dadas, todos os estudos j feitos,

    temos de ter uma abordagem distintiva aqui. Dinheiro tempo, espao, espaotempo, psicologia,

    convencimento de movimento, conveno de funcionamento, confiana, um punhado de investigaes.

    Sobretudo, psicologia. uma conveno de papel, de metal, de carto que ordena

    movimentos e confeces: faa isso, faa aquilo. uma ordem psicolgica, e s pode mover quem seja psicolgico (no move os fungos, as plantas, os animais e os primatas) e aceite ordens. Deve ultrapassar convices: quem seja imune aos desejos no ser movido ao fazer: pessoas (como santos) que

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    tenham ultrapassado as motivaes humanas mais baixas no sero convencidas.

    O DINHEIRO GRADUADO 7. o nvel mais alto e imune o dos iluminados; 6. dos santos/sbios; 5. dos estadistas; 4. dos pesquisadores; 3. dos profissionais; 2. das lideranas; 1. do povo (o mais sujeito de todos). DINHEIRO MOTIVADOR (quanto mais fraca a psicologia, mais poder tem o dinheiro, o sangue que troca desejos)

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    Todo o dinheiro do mundo Desde muito cedo o dinheiro comeou a fazer parte da vida humana. Sua existncia est ligada s mudanas ocorridas na sociedade; boxe sobre

    moedas brasileiras. O dinheiro parece to indispensvel que no h quem ache ter demais. Na sua milenar trajetria, vale tambm como medida das mudanas nas sociedades

    humanas.

    Ao morrer, em 1715, o rei francs Lus XIV deixou o Tesouro Nacional em petio de misria. Era uma situao sob medida para um astuto economista escocs chamado John Law, cujas propostas de reforma bancria no haviam porm entusiasmado seus compatriotas e cujo currculo inclua o assassnio de um desafeto em duelo e a autoria de um tratado sobre moedas e comrcio.

    Law desembarcou em Paris em 1716 ansioso por oferecer ao regente da Coroa, o duque de Orlans, um remdio infalvel para a falncia do governo.

    O esquema era um ovo de Colombo: o regente lhe daria a permisso para abrir um banco e, em troca, o banco assumiria no s a dvida pblica mas tambm os dbitos pessoais de Sua Alteza, emitindo ttulos pelos quais se comprometia

    com os credores a pagar o seu valor em ouro e prata. Os metais preciosos viriam do Novo Mundo, mais precisamente dos vastos territrios franceses na Amrica do Norte, no que hoje so os Estados de

    Louisiana e Mississpi, onde haveria incalculveis reservas minerais a serem exploradas por um companhia criada por Law - em regime de monoplio,

    naturalmente. Mais do que depressa, o duque aceitou. E, enquanto os franceses acreditaram no projeto, tudo correu s mil maravilhas. As aes da companhia do escocs dispararam na Bolsa parisiense, a Coroa livrou-se de

    suas dvidas e os credores sonharam com fortunas em ouro e prata. Mas no demorou at que se descobrisse que no havia metal nobre capaz de servir de lastro aos papagaios emitidos pela Banque Royale de Mister Law. O

    banco quebrou, o banqueiro fugiu da Frana (para morrer na misria em Veneza) e os franceses mais desbocados recomendaram que aqueles papis fossem usados para outro fim. O episdio entrou para a histria como uma

    parbola sobre a confiana dos homens no valor do dinheiro e das promessas que no valem o papel em que so impressas. Tudo comeou h bem mais de 2 mil anos, provavelmente no sculo VII a.C., quando os comerciantes da rica

    cidade de Ldia, sia Menor, comearam a trocar as mercadorias que adquiriam, no por outras mercadorias, como era o costume, mas por

    pequenos discos feitos de uma rara liga de ouro e prata existente na regio, de nome electrum, em latim.

    Em pouco tempo, essas plaquetas, cuja marca registrada era a estampa com o smbolo do rei, como um leo ou um escaravelho, espalharam-se pelas cidades

    gregas do Mediterrneo e por suas colnias na Siclia e na Itlia. No tardou muito para que a idia de usar discos semelhantes, feitos de ouro ou prata, se espalhasse pelo mundo. Os romanos chamaram essas placas monetae, tabletes de metal, e delas se originou algo que, mesmo no trazendo felicidade, como costumam dizer os que no o tem tanto quanto gostariam, com certeza um

    dos supremos motivos de alegria e de aflio do homem: o dinheiro. Na realidade, a idia de trocar bens como alimentos, vestimentas, cabeas de gado, utenslios e mesmo escravos por peas de metal antecede fundao da cidade de Ldia. De fato, desde que o homem do Perodo Neoltico, h cerca

    de 10 mil anos, deixou de perambular atrs de casa e comida, passando a

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    viver em grupos com endereo certo e sabido, e a trabalhar a terra, comeou a produzir mais do que era capaz de consumir. Surgiu assim aquilo que os

    economistas tanto apreciam - o excedente. E a partir da a vida humana no seria mais a mesma.

    Alguns produtos excedentes, mas nem por isso menos valorizados, transformaram-se em mercadoria de troca, inaugurando o toma-l-d-c que se tornaria atividade central das sociedades humanas e assumiria o nome de comrcio. Gneros bem votados nesse primitivo sistema de trocas era o sal,

    que deu origem palavra salrio, e o gado, do qual derivou o termo pecnia. Os metais foram uma preferncia natural daqueles protocomerciantes, porque

    no se estragavam, podiam ser partidos em pedacinhos e carregados com facilidade, ao contrrio, por exemplo, de uma vaca. Ao que se sabe, os

    chineses tiveram a primazia de usar peas de bronze de diferentes formatos, para efeito de negcios, cerca de 3 mil anos atrs.

    No entanto, a criao de sistemas comerciais base de moedas de ouro, prata ou cobre, cada qual com a indicao do seu peso, foi mesmo uma idia dos espertos ldios. Durante o reinado de Alexandre, o Grande da Macednia, no sculo IV a.C., adotou-se a praxe, repetida at hoje nas cdulas de papel, de estampar nas moedas a cabea do soberano. O objetivo era menos usar a real efgie como aval do peso e da qualidade atribudos ao metal do que promover

    o culto da personalidade de Suas Majestades - naturalmente, por iniciativa deles prprios. s vezes, porm, podia se dar o reverso da medalha. Aps a morte do imperador romano Calgula, no primeiro sculo da era crist, por

    exemplo, todo o dinheiro por ele patrocinado foi recolhido e fundido para que nem o nome nem as feies do tirano entrassem para a histria.

    Que ningum tenha dvidas, ensinou o festejado economista americano John Kenneth Galbraith, no magnfico seriado que escreveu para a televiso, A era da incerteza: Poucas invenes humanas se prestaram tanto aos abusos como o dinheiro. De fato, sculos a fio aps o seu aparecimento, ningum em parte alguma tinha como saber de antemo se as moedas valiam o que diziam. Os

    mais desconfiados adquiriram o hbito de morder o metal antes de aceit-lo, para perceber pela consistncia se era realmente ouro, prata ou bronze - isso, alm de exigir bons dentes, o que no era l muito comum naqueles tempos, supunha um refinado conhecimento, tambm algo incomum, para a felicidade

    geral dos falsrios. Estes, ao longo da Histria, freqentemente residiam nos melhores palcios e no precisavam se esconder da polcia: os governantes mais esbanjadores ou premidos pelas necessidades, ou ambas as coisas - e que parecem ter sido a

    maioria -, descobriram que a quantidade de metal precioso nas moedas podia ser discretamente reduzida e substituda. Os gregos, sobretudo os atenienses, parecem ter resistido tentao de aguar sua moeda, por entender que essa poltica, a longo prazo seria desastrosa para os negcios da cidade-estado,

    algo merecedor dos aplausos mais entusisticos dos modernos economistas da escola apropriadamente chamada monetarista.

    Assim, aps a diviso do Imprio Romano em 395, com a reafirmao de influncia grega na fatia oriental, em Constantinopla, o besante, a moeda

    local, foi reconhecido como smbolo de dinheiro forte. Mas do lado de c do Mar Egeu, o exemplo grego no pegou bem, sobretudo em Roma, cujos

    governantes pareciam querer levar vantagem em tudo, sempre. No sculo II, o denrio - moeda de prata que deu origem palavra dinheiro - de prata

    possua, se tanto, uns 5 por cento; os outros 95 eram puro cobre. Seguindo a

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    lio que vinha de cima, os comerciantes ainda raspavam o pouco de prata que restava nas bordas das moedas para aumentar os seus lucros.

    A prtica era sedutora demais para no se propagar durante a Idade Mdia, uma poca em que qualquer um - reis, sacerdotes, senhores feudais e nobres

    em geral - podia fazer dinheiro, literalmente, sem controle algum. A tal ponto chegou esse festival de falsidades na Europa que no ocaso dos tempos

    medievais nem sequer o campons mais inocente ainda acreditava no valor da face do dinheiro que recebia. Criou-se o hbito de pes-lo, antes de consumar

    qualquer transao. E, no final do sculo XVI, com a Revoluo Comercial, quando os mercadores de Amsterdam, nos Pases Baixos, se tornaram os

    maiores negociantes europeus, foi preciso publicar um manual listando toda a parafernlia de moedas em curso. Conseguiu-se enumerar 846 dinheiros

    diferentes, cada qual com variadas porcentagens de ouro e prata. Adulteradas, cortadas, limadas, as moedas medievais acabaram por se tornar

    algo que horrorizaria os velhos ldios - um senhor complicador para a boa marcha da economia. E muita gente comeou a pensar seriamente em

    cambiar o sistema. Nicolau Coprnico (1473-1543), o astrnomo polons que formulou a teoria de que a Terra gira em torno do Sol, e no o contrrio,

    muitas vezes mandou para o espao os assuntos csmicos em troca de algo mais palpvel, como a idia da criao de uma moeda unificada em cada pas.

    Atribui-se a ele a ajuizada afirmao de que entre as desgraas que habitualmente levam decadncia dos reinos, principados e repblicas, as quatros principais so as lutas, as pestes, a terra estril e a deteriorao do

    dinheiro. Coprnico no foi o nico homem de gnio interessado em tornar o metal

    menos vil. Alm de projetar helicpteros, submarinos, espingardas e teares, e de pintar sorrisos enigmticos, o italiano Leonardo da Vinci (1452-1519)

    projetou mquinas mais modernas para a fabricao de moedas. At aquela poca, elas eram feitas uma a uma, ensanduichando-se um metal entre duas matrizes. A partir do sculo XV, graas a Leonardo e outros, elas passaram a ser produzidas em srie, com cilindros de lminas de metal onde se cortavam muitas moedas ao mesmo tempo. Depois disso, ganharam bordas requintadas,

    que serviam tambm de proteo contra os raspadores de ouro e prata. Qualidade e quantidade, no entanto, no dependiam apenas do mtodo de fabricao, mas dos rumos da economia. Durante a interminvel Guerra dos

    Cem Anos na Europa (1339-1453), as despesas pblicas dos reinos chegaram a ser quatro vezes maiores que os recursos de que os monarcas dispunham. O remdio foi apelar para a velha prtica romana. Cada governante passou a

    cunhar o dobro de moedas do que recebia de impostos. O dinheiro resultante continuava a se chamar coroa, libra ou franco, conforme o pas, mas o valor era obviamente menor. Era como andar de bicicleta, compara o professor Hilrio Franco Jnior, da Universidade de So Paulo, autor de uma histria

    econmica. Uma vez iniciado o processo, os reis no podiam parar. No sculo XVI, quando o ouro do Novo Mundo inundou a Europa, trazido pelos galees espanhis e portugueses, aconteceu o processo inverso. J no havia necessidade de adulterar as moedas, pois circulava metal nobre suficiente para dar, vender e emprestar. Em 1580, por exemplo, a Casa da Moeda da

    Espanha fabricou oito vezes mais dinheiro do que em 1520. Como sempre as pessoas comuns pagavam a conta: se antes o dinheiro perdia valor por falta de lastro, agora perdia poder de compra por excesso de reservas. Ou seja, com tanto metal em circulao, o resultado foi um aumento explosivo nos preos.

  • 17

    O caminho estava aberto para a grande mudana que iria ocorrer com o advento do papel-moeda. A rigor, isso no era novidade na Europa, desde que os primeiros mercadores e prestamistas - os banquerii de Veneza e Gnova -

    usaram papis manuscritos como promessas de pagamento aos seus portadores, os ancestrais das promissrias de hoje. Mas medida que nasciam os bancos estatais, o sistema de ttulos entrou em alta por ser mais seguro e fcil de transportar. Essas notas ainda no podiam ser chamadas de dinheiro,

    pois apenas em operaes determinadas substituam as moedas, explica Hilrio Franco, da USP.

    Como no caso das moedas, a teoria de Galbraith de que poucas invenes humanas se prestaram tanto aos abusos como o dinheiro se repetiu na histria

    do papel, haja vista, entre tantos outros, o pouco edificante episdio protagonizado por John Law e pelo duque de Orlans na Frana do sculo

    XVIII. O papel-moeda s funciona quando existe confiana em que haja uma reserva por trs que lhe assegure o valor, explica o economista Flvio Saes, professor de Histria Econmica, tambm da USP. Foi o que aconteceu em 1689 nas colnias inglesas da Amrica. Naquele ano, Inglaterra e Frana

    iniciaram uma guerra pela posse do Canad. A colnia de Massachusetts, no nordeste dos atuais Estados Unidos, foi convocada a criar uma milcia para combater do lado dos ingleses. Na falta de moeda para pagar os soldados e comprar suprimentos, o governo autorizou a impresso de papel com valor equivalente. Terminada a guerra, as notas seriam honradas pelos ingleses.

    Como os cidados confiavam que teriam o dinheiro na troca, esses antepassados do dlar entraram rapidamente em circulao. Resultado: por volta da metade do sculo XVIII, todas as treze colnias americanas usavam

    papel como dinheiro. As notas inventadas nas colnias inglesas pagaram a Guerra da Independncia

    americana. Da mesma forma, na Frana, os assignats - que tinham como garantia as terras pertencentes Igreja e aos nobres - sustentaram o incio da

    Revoluo de 1789. O dinheiro impresso tambm sustentou a rebelio dos Estados Confederados na Guerra de Secesso americana de 1861 a 1865,

    lastreado na produo de algodo dos Estados do Sul, e a Revoluo Russa em 1917. Em todos esses casos, porm, como foram emitidas em grande

    quantidade e sem lastro suficiente, as cdulas acabaram provocando um fenmeno com o qual todo brasileiro est hiperfamiliarizado: uma grande

    inflao. Seja como for, o papel-moeda virou sinnimo de dinheiro. As moedas no se tornaram obsoletas, observa talo Gasparini Filho, chefe do

    Departamento do Meio Circulante do Banco Central, ouvido por Marta San Juan Frana. Mas com o tempo passaram a ser utilizadas apenas para fazer o troco ou em pequenas poupanas. O fim das moedas de ouro e prata marcou

    tambm o fim da utilizao dos metais nobres como lastro da economia. Atualmente o que fixa o valor das moedas nos mercados internacionais so as relaes comerciais entre os pases, explica o professor Flvio Saes. As notas se expandiram, ganharam novas cores, vinhetas e desenhos. Os motivos so estticos, mas tambm ideolgicos. O dlar, assim chamado por causa do

    tler, moeda alem do sculo XV, homenageia heris americanos. Em outros lugares, as notas apresentam o braso do pas, monumentos, lugares, espcimes da fauna e flora, e smbolos dos principais recursos

    econmicos. A tendncia atual no mundo inteiro homenagear as figuras das artes, das cincias e da literatura, informa talo Gasparini, do Banco Central. Ele lembra por exemplo o caso do ex-presidente Juscelino Kubitschek, cuja

  • 18

    imagem foi vetada em 1984 pelo general-presidente Joo Batista Figueiredo para a cdula de 10 mil cruzeiros. Gasparini acredita que as cdulas ainda vo

    durar muito tempo, tanto quanto as moedas. Mas economistas como Flvio Saes acreditam que a tendncia o virtual desaparecimento do dinheiro vivo nas transaes cotidianas, substitudo pelos cheques e cartes de crdito. No futuro, em vez de papel, teremos terminais de compra, prev Saes. Alm das

    transferncias normais entre bancos, os computadores vo se encarregar tambm dos negcios menores.

    O fundamento do processo, porm, continuar a ser o mesmo, ou seja, o contrato social implcito em todo e qualquer ato envolvendo dinheiro. Esse

    pacto o que faz com que uma pessoa aceite dinheiro (ou seus equivalentes, como cheque, carto etc.) de outra; ela sabe que quando chegar a sua vez de

    fazer um pagamento o recebedor tambm o aceitar. O dinheiro vale, portanto, porque as pessoas confiam no seu valor. De todas as convenes que tornam possvel a vida em sociedade, poucas certamente ho de ser to fortes

    de duradouras.

    Para saber mais: Ouro em gros

    (SUPER nmero 7, ano 3) Dinheiro sim!

    (SUPER nmero 7, ano 8)

    Muitos nomes, pouco valor

    So 2,3 bilhes de cdulas e 1,2 bilho de moedas. Essa foi a produo apenas deste ano da Casa da Moeda do Brasil, a maior fbrica de dinheiro da Amrica

    Latina, responsvel no apenas pelos desvalorizados cruzados novos como tambm por uma parte das notas em circulao no Equador. Toda a

    dinheirama brasileira tem um padro comum: as moedas so muito simples, finas, de ao inoxidvel. As notas, que exibem brasileiros ilustres como

    Machado de Assis, Portinari, Carlos Chagas, Carlos Drummond de Andrade e Ceclia Meireles, tm cinco valores diferentes. O valor, naturalmente, vai

    depender da economia do pas - e essa outra histria. Desde o perodo colonial, com efeito, o Brasil teve 37 tipos diferentes de

    dinheiro, sempre em funo da inflao. As oficinas monetrias, que funcionaram em Salvador, Recife, Rio de Janeiro e Vila Rica, criaram o real, que ficou conhecido no incio do sculo XX como mil-ris. Dobres, patacas,

    vintns, cruzados e tostes so algumas das variaes dessa moeda que sempre perdeu a corrida para a alta dos preos. No passado, a emisso sem controle de dinheiro por bancos diferentes muitas vezes inundou o pas de

    moedas sem lastro, causando srias crises. Centralizar a emisso de dinheiro foi algo que s ocorreu um 1964, com a

    criao do Banco Central. Mas, com a economia desorganizada, o cruzeiro, institudo em 1942, deu lugar em 1967 ao cruzeiro novo. Um milho passou a

    valer mil e mil passou a valer um. A histria se repetiria: com o tempo o cruzeiro deixou de ser novo e foi adquirindo um nmero cada vez maior de

    zeros, at que em fevereiro de 1986 tornou-se cruzado (trs zeros a menos) e cruzado novo (menos trs) no incio deste ano. No andar da carruagem, o

    Brasil chegar dcada de 90 j com outro dinheiro.

    Artigos

  • 19

    COPOM setembro/08 Expectativas de inflao intactas desde a ltima reunio = Manuteno do ritmo de 0,75% de elevao da taxa SELIC.

    10 de setembro de 2008 Alexandre Pavan Pvoa*

    Nossa avaliao que o BC dever manter o ritmo do ciclo de aperto monetrio na reunio de setembro/08, elevando a taxa SELIC em 0,75% para 13,75% ao ano. Consideramos baixa a probabilidade de mudana de

    ritmo para 0,5%.

    Na ltima reunio, o COPOM deixou clara a sua preocupao com o comportamento das expectativas de inflao. O comunicado ps-reunio, reforado posteriormente pela ata, foi bastante elucidativo quanto a este

    ponto central para o sistema de metas de inflao:

    Avaliando o cenrio macroeconmico e com vistas a promover tempestivamente a convergncia da inflao para a trajetria de metas (o

    sublinhado nosso), o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 13% ao ano,

    sem vis. (Comunicado ps-COPOM de 23/07) Nos ltimos 45 dias, as cotaes das commodities, tanto agrcolas quanto metlicas, sofreram perdas no mundo, levando a inflao interna no curto prazo, sobretudo por conta da deflao de alimentos, a apresentar queda. Comeamos a observar alguns (ainda tnues) sinais de desacelerao na

    economia. No Boletim FOCUS, a projeo de crescimento do PIB foi rebaixada de (3,90%) para (3,60%) desde 23/07, data do ltimo encontro do COPOM. O

    fato que, apesar das boas notcias, as expectativas de inflao para 2009 no cederam, permanecendo teimosamente em 5%.

    Nossa opinio que o BC cometeu um erro ao no acelerar o ritmo da elevao

    da taxa SELIC j na reunio de junho, quando as expectativas para o IPCA estavam relativamente mais bem comportadas. Entre as reunies de junho e

    julho, a mediana das expectativas saltou de:

    2008 - de 5,5% para 6,58% 12 meses de 5,1% para 5,51%

    2009 de 4,6% para 5%

    O erro foi corrigido em julho, depois das expectativas terem subido fortemente e em um momento onde j fosse at aceitvel a manuteno do

    ritmo em 0,5% por conta da clara tendncia de queda do preo das commodities. Cabe ressaltar que tanto petrleo, como as commodities agrcolas e metlicas, em mdia, caram entre 25% a 30% da mxima

    atingida nos ltimos meses. Desde a ltima reunio, o Boletim Focus apontou variao das expectativas de IPCA para os seguintes patamares:

    2008 - de 6,58% para 6,27%

    12 meses de 5,51% para 5,20% 2009

    A inflexibilidade para baixo das expectativas para o IPCA 2009, com

    rebaixamento das estimativas fechadas de 2008 e de doze meses, geram a

    de estvel em 5%

  • 20

    certeza de que a projeo de melhora do ambiente inflacionrio s est contemplada pelos analistas para o curto prazo. Consideramos muito pouco provvel (e tambm no-recomendvel) um eventual recuo do BC, aps o

    discurso duro e ao na direo de conteno de expectativas. Novamente, a hiptese que mais acreditamos, alm da subida em 0,75% da taxa SELIC ,

    no comunicado ps-reunio, a manuteno do vis de endurecimento da mensagem quanto ao aperto monetrio futuro.

    Expectativas de IPCA (2008, 12 meses e 2009) Boletim FOCUS

    Fonte: BC

    As expectativas de 2008 e de 12 meses cederam muito mais por um alvio na inflao de curto prazo do que pela esperada convergncia tempestiva para as metas apregoada pelo BC em seu comunicado ps-COPOM . A maior prova encontra-se no suporte encontrado pelo IPCA 2009 no nvel de 5%, mesmo

    aps o comeo do aperto monetrio. Inflao, melhora no curto prazo; Commodities, desacelerao global sendo

    colocada no preo.

    Desde o ltimo COPOM em julho, o movimento de inflao de curto prazo foi de desacelerao. O IGP-M, aps ter ficado acima de 1.5% nos meses de junho

    e julho, sofreu deflao no ms de agosto de 0.32%. Este nmero pode ser explicado pela expressiva queda das cotaes das commodities agrcolas (mais

    especificamente milho e soja) no mercado internacional, dos preos de alimentos no mbito local e do petrleo. Com isso, o temor sobre uma

    potencial espiral inflacionria foi temporariamente afastado (por exemplo, IGPs acima de 15% em 2008). Adicionalmente, as pesquisas de inteno de elevao de preos na indstria nos indicam que diminuiu o percentual de

    empresas que desejam reajustar preos , dado que a cotao de alguns insumos tambm comea a cair.

    O IPCA seguiu movimento semelhante ao IGP-M , aps ter acumulado 1.5% de variao entre maio e junho, sendo pressionado tanto por alimentos como por

  • 21

    servios. No ms de julho, comeamos a observar desacelerao nos preos dos alimentos, que apresentaram deflao em agosto.

    Apesar do recuo da inflao no curto prazo, os ncleos se mantm em

    patamar que inspira preocupao, refletindo o desequilbrio entre demanda e oferta. Porm, resta o consolo de que caram as chances do estouro da

    banda superior da meta de inflao em 2008.

    Evoluo do IPCA

    Fonte: IBGE, Modal Asset

    Qual ser o balano na inflao de queda de preos de commodities versus desvalorizao do Real ?

    Fonte: ndice Goldman Sachs (GSCI); elaborado pelo Modal Asset

    Desde a ltima reunio do COPOM, observamos trs fenmenos queda de preo das commodities (petrleo: -17%; metlicas: -14% e agrcolas: -8%),

    recuperao do dlar norte-americano perante outras moedas do mundo e o aumento de averso a risco - oriundo da descentralizao das projees de

    desacelerao global, antes muito concentradas nos EUA.

    Desde 23/07, o Real perdeu 10,5%, atingindo a marca de R$ 1,76/US$, com vis de perdas adicionais. A queda do preo das commodities, sobretudo no

    segmento de alimentos, j vem sendo sentida em alguns ndices de inflao. As conseqncias da mudana de patamar da relao Real/dlar, se

    permanentes, so ainda desconhecidas.

  • 22

    Mais um motivo para o BC continuar firme na conduo da poltica

    monetria, deixando em aberto os prximos passos. Atividade, sinais de desacelerao ainda tnues

    O cenrio de atividade ainda se mostra incerto, apesar do aperto de juros promovido pelo BC desde abril. Nossos modelos indicam que o pice da

    atividade, que continua em nvel elevado, se dar no terceiro trimestre de 2008. A poltica monetria s comear seu efeito mais forte no ltimo

    trimestre de 2008. J em 2009, deveremos observar um ritmo de crescimento do PIB inferior ao verificado nos ltimos dois anos.

    A produo industrial volta a gerar preocupao. Aps ter vivido o primeiro semestre em virtual estagnao, nos ltimos dois meses observamos o

    movimento de recuperao baseado em recomposio de estoques. Alguns dados de crdito (sobretudo no segmento de pessoas fsicas) comeam a

    mostrar alguns sinais de desacelerao, inclusive em venda de automveis. Porm, observando o comportamento dos bancos, a avidez pela contrao de

    funding mostra que a concesso de crdito, com exceo de algumas modalidades (como consignado) continua firme.

    Atualmente, est cada vez mais claro que, apesar da influncia da elevao nos preos de alimentos e em outras commodities como petrleo, o processo inflacionrio em curso no Brasil tem sido alimentado tambm por demanda.

    Segundo o nosso clculo baseado na metodologia do filtro HP, o PIB potencial brasileiro hoje est ao redor de 4.7% anuais, nvel inferior ao da expanso

    verificada recentemente em nosso produto. Projeo de hiato do produto

    Fonte: CNI/IBGE; Modal Asset

    O hiato do produto continua ajudando a pressionar a inflao, sempre com dois trimestres de defasagem. Em outras palavras, provvel que a presso

    de preos continue ao longo do segundo semestre, at que a elevao da taxa SELIC e a conseqente abertura na curva de juros reais comece a fazer efeito.

    Acelerao do IPCA x Hiato do Produto

  • 23

    Fonte: CNI/IBGE; Modal Asset

    Em termos de juros reais, desde o incio do aperto monetrio, o BC conseguiu cerca de 1,5% de ganho neste campo. O juro real (swap de 12 meses versus IPCA projetado para o mesmo perodo) saiu da casa dos 7,5% para o patamar

    de 9%. Acreditamos que o BC ir perseguir, em uma combinao entre juros nominais e queda de expectativas, um juro real ao redor de 10%. A

    extenso do processo de aperto monetrio depender, sobretudo, da evoluo das expectativas de inflao para 2009, tornando-se imperativa a

    quebra do suporte de 5%, persistente por semanas.

    Juro real prospectivo (Swap de 12 meses X Inflao anual projetada no Boletim Focus)

    Fonte: Bacen e BM&F

    Reao dos mercados deciso do COPOM O mercado chega reunio do COPOM bastante concentrado na aposta de

    0,75% na elevao na taxa SELIC. Certamente, o mercado externo tem sido muito mais importante na definio da direo dos mercados do que a

    deciso do BC. O mercado de DI, no vrtice janeiro/10, precifica a alta de 0,75% na reunio

    de setembro, mais trs elevaes consecutivas de 0,5% nos encontros seguintes

  • 24

    e 50% de chances de majorao de 0,25% na quinta reunio, j em maro/09. O mercado parece estar bem ajustado em termos de relao retorno/risco.

    Porm, como acreditamos na elevao de 0,75% com manuteno de discurso duro, acreditamos que o mercado tenha que precificar de alguma forma a

    possibilidade de mais uma alta de 0,75% em outubro, o que jogaria o vrtice DI Janeiro/10 para patamar prximo a 15% ao ano.

    No caso da bolsa, qualquer deciso do COPOM tem pouca importncia.

    Estamos vivendo um perodo de grande desalavancagem de commodities e mercados emergentes, o que est ensejando uma forte realizao de lucros nas aes brasileiras. Este movimento supera qualquer anlise de valuation, que por sinal comea a ficar atrativa para alguns papis. Cabe lembrar que o Ibovespa j perdeu 1/3 de seu valor, desde a mxima atingida em maio/08.

    No caso do cmbio, a questo tcnica ainda mais preocupante. O mundo

    inteiro est comprado no Real e se houver uma desalavancagem de posies, mesmo o diferencial de juros no ser suficiente para conter uma

    desvalorizao adicional de nossa moeda, mesmo com todos os nossos bons fundamentos (altas reservas e dficit em transaes correntes totalmente

    coberto pelo investimento direto).

    No mercado de ativos ligados inflao , independente do resultado do COPOM, continuamos a apostar mais em ativos ligados em IPCA, evitando

    posies ligadas a IGP-M. Os indicadores de atacado apresentam comportamento de difcil previso no curto prazo, por conta da influncia

    dbia da queda da cotao das commodities positiva para a inflao - e a alta do dlar negativa para o comportamento de preos.

    Alexandre Pavan Pvoa Tel. 21 3223 7860 Diretor Responsvel

    Ivo Chermont P. L. de Vasconcellos

    Tel. 21 3223-7781

    Toms Fonseca Goulart

    * Diretor da Modal Asset Tel. 21 3223-7750

    *Este artigo expressa a opinio do seu autor. O Acionista.com.br no se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informaes dadas no artigo ou por eventuais prejuzos de qualquer natureza em conseqncia do

    uso destas informaes. Advertncia: As informaes econmico financeiras apresentadas no

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    pelos quais no nos responsabilizamos. As opinies de analistas, assim como os dados e informaes de empresas

    aqui publicadas so de responsabilidade nica de seus autores e suas fontes. O objetivo deste portal suprir o mercado e seus clientes de dados e

    informaes bem como contedos sobre mercado financeiro, acionrio e de empresas. As decises sobre investimentos so pessoais, no podendo ser

  • 25

    imputado ao acionista.com.br nenhuma responsabilizao por prejuzos que eventualmente investidores ou internautas, venham a sofrer.

    O acionista.com.br procura identificar e divulgar endereos na Internet voltados ao mercado de informao, visando manter informado seus usurios

    mais exigentes com uma seleo criteriosa de endereos eletrnicos. Essa divulgao de forma nica, e os domnios divulgados so direcionados a

    todos os internautas por serem de domnio pblico. Contudo, enfatizamos que no oferecemos nenhuma garantia a sua integralidade e exatido, no

    gerando portanto qualquer feito legal.

    DINHEIRO CICLO DE CONFIANA (como psicologia, o dinheiro figura ou psicanlise, objetivos ou psico-snteses, produes ou economias, organizaes ou sociologias, espaotempos ou geo-histrias). J que tudo onda e tudo psicologia, em tese poderamos ouvir os estados de esprito das PESSOAS e dos AMBIENTES.

  • 26

    Ouviramos os estados de esprito, desde que pudessem sem modulados.

    A EVOLUO DO DINHEIRO a) pessoal: a.1. individual; a.2. familiar; a.3. grupal (reaparece quando a f nas outras decai); a.4. empresarial; b) ambiental:

    b.1. urbano-municipal (existiu nas cidades-estado e cada qual tinha a sua); b.2. estadual; b.3. nacional; b.4. mundial (no h, ainda).

    O dlar americano fez as vezes de moeda mundial, universalmente aceita durante 50 ou 60 anos, mas sua influncia comea a minguar, o que acontece quando, como agora, a crena na universalidade dos institutos americanos decresce.

    Ora, se falamos de perda de tempo falamos automaticamente de perda de dinheiro (ou vice-versa, pois dinheiro e tempo so intercambiveis), o que pode ser estabelecido com sua mtrica, com sua medida. Podemos metrificar as PERDAS PSICOLGICAS atravs do dinheiro-mtrico, das relaes das moedas ou das mtricas nacionais. Podemos medir a perda mundial psicolgica simplesmente referenciando tudo ao dlar, o campo absoluto de todos os relativos (por enquanto e no por muito tempo ainda).

  • 27

    Captulo 6 Isso Tudo?

    QUANTO poderamos poupar de todo o tempo gasto como

    psicologia mais esperta e at espertssima? INDAGAO PROFUNDA

    (quem sabe, ao final, um tanto assim - tal proporo mais vantajosa: 1/16)

    1. diminuio da populao a ou 1/3; QUI

    2. verticalizao radical das moradias (prdios de 1.000 ou 2.000 m de altura);

    3. eletronizao das atividades (veja a cartilha Exerccio de Pensamento);

    4. trabalho caseiro ou teletrabalho; 5. avano mais rpido do trem de ondas do Conhecimento

    (Magia-Arte, Teologia-Religio, Filosofia-Ideologia, Cincia-Tcnica e Matemtica), particularmente do motor da tecnocincia;

    6. outros redutores. E o que as pessoas fariam com o tempo ganho? Iriam enriquecer temporalmente, ficar folgadas, deixando

    apenas de fazer o desnecessrio. SOMENTE O NECESSRIO

    Somente o Necessrio

    (e no apenas no sentido de comer menos, como em Mogli, o Menino Lobo)

    Mogli

    [balu] Eu uso o necessrio

    Somente o necessrio O extraordinrio demais

    Eu digo necessrio Somente o necessrio

    Por isso que essa vida eu vivo em paz Assim que eu vivo

    E melhor no h Eu s quero ter

    O que a vida me d Milhes de abelhas vo fazer

    Fazer o mel pra eu comer

    15

    1

  • 28

    E se por acaso eu olhar pro cho Tem formigas em profuso

    Ento, prove uma [mogli]

    Voc come formigas? [balu]

    Tranquilamente... E voc vai adorar a coceira que elas do

    [baguera] Mogli, cuidado!

    [balu] E o necessrio pra viver

    Voc ter [mogli]

    Mas quando? [balu]

    Voc ter Eu uso o necessrio

    Somente o necessrio O extraordinrio demais

    Eu digo o necessrio Somente o necessrio

    Por isso que essa vida eu vivo em paz Vejam o pica-pau, pau Que s pensa em picar

    [mogli] Ai!

    [balu] Ele vai se dar mau, mau

    Pra se alimentar No pique a pera no p Pois pera picada no p Nunca presta, pois

    No vai dar p Voc vai dar mal

    No pique essa pera como um pica-pau Voc entendeu esse angu?

    [mogli] Claro que sim, balu

    [baguera] Ah! puxa vida!

    Isso at parece conversa de louco! [balu]

    Vamos, baguera, entre no compasso E o necessrio pra viver voc ter

    [mogli] Est pra mim!

    [balu] Voc ter

    J que voc est a em cima Quer coar meu ombro esquerdo, hein, mogli

  • 29

    No, no agora o direito Isso mesmo Assim, assim

    Isso uma beleza Isso muito bom

    Eu agora preciso arranjar uma rvore Porque isso merece uma grande esfregadela

    [mogli] Voc gozado, balu

    [balu] Assim...

    uma delcia S um pouquinho mais

  • 30

    Com o modelo no precisamos mais de tanta gente, at porque para passar ao espao dito sideral devemos morrer todos, para nascerem l os outros, j adaptados dentro da NOVA EVOLUO dos novos-seres (golfinhos, baleias, elefantes, primatas e seres humanos expandidos; robs; ciborgues e andrides).

    Por agora desperdiamos ainda muito tempo construindo em excesso casas, estradas, hospitais, redes de saneamento e tratamento de guas servidas, tneis, viadutos, meios de transportes e de tudo mesmo. Exageramos a dose, comprometemos a Terra, submetemo-nos uns aos outros a superesforo e sobretrabalho.

    Se o Primeiro Objetivo ver i (ELI, Elea, Ele-Ela, Deus-Natureza) no-finito, um dos objetivos subseqentes sermos o mais econmicos possvel quanto destruio DE QUALQUER COISA, inclusive e principalmente da Psicologia e da Vida gerais.

    Captulo 7 Perda de Tempo

    O MUNDO DE UM DIA S

    O MUNDO DE UM S DIA

    AUTOR: PHILIP JOS FARMER A AO DESTE LIVRO SE PASSA MUITOS SCULOS NO FUTURO, QUANDO O

    HOMEM EST ENFRENTANDO UM GRAVE PROBLEMA DE SUPERPOPULAO. A SOLUO ENCONTRADA SIMPLES: CADA INDIVDUO TEM SUA DISPOSIO

    UM DIA POR SEMANA PARA VIVER, TRABALHAR E AMAR. DURANTE OS OUTROS SEIS DIAS, ELE FICA CONGELADO, MANTIDO EM ANIMAO SUSPENSA AT QUE

    SEU DIA CHEGUE NOVAMENTE. EDITORA FRANCISCO ALVES

    MUNDOS DA FICO CIENTFICA ANO: 1989

    336 PGINAS FORMATO: 14 x 21 cm

    Mesmo que os (a caminho de) 7 bilhes de indivduos da Terra atual ficassem suspensos 6/7 do tempo e s estivesse a cada dia acordado um bilho, ainda haveria correria, porque essa afobao est fixada em nosso esprito hodierno. E logo empurraramos o 1,0 bilho a 7,0 bilhes, por sobrar espao.

  • 31

    No, o caminho no esse, o de nos auto-disciplinarmos maciamente, calmamente, mansamente, com educao e respeito aos outros e a ns mesmos.

    Solues no so fceis, so sempre demoradas e difceis. A PERDA DE TEMPO no est no tempo desperdiado em si, o que

    j ruim, est principalmente no fato de no aproveit-lo melhor em coisas boas, na valorizao dos seres: de que adiantou haver muito tempo livre em certas passagens da geo-histria se no sabiam aproveit-lo com dignificaes e engrandecimentos?

    Captulo 8 Tempo da Perda

    Cada era tem suas perdas distintas.

    ERA PERD-ERA

    TEMPO IDADE ANTIGA de 9 mil a.C. a 476 IDADE MDIA de 476 a 1453

    IDADE MODERNA de 1453 a 1789 IDADE CONTEMPORNEA de 1789 a 1991

    IDADE PS-CONTEMPORNEA de 1991 para diante OSCILAES DAS PERDAS (elas tambm vo ser maiores ou menores)

    (como curiosidade, vemos que a Amaznia interfere no clima

    mundial): uns tipos de civilizaes provocam mais perdas pessoambientais que outras

  • 32

    Em alguns mundos vai haver amortecimento muito rpido, enquanto em

    outros a oscilao permanecer indefinidamente.

  • 33

    Estudos de civilizaes comparadas nos permitiriam ver isso:

    como era o uso de seres humanos em Roma? Alis, o chamado Imprio Americano foi extremamente benfico no sentido de que muitas mquinas foram postas a servio da reduo da carga direta de trabalho, o que aplaudo ardentemente. Sem dvida alguma um tema interessantssimo para teses de doutorado e ps-doutorado.

    O TEMPO DA PERDA este nosso, pois somos ns que o estamos perdendo; mesmo quem tem tempo de sobra no sabe aproveit-lo para ver. Os gurus e os iluminados tambm no trabalharam a contento para ensinar a humanidade.

    Captulo 9 Tudo Isso

    Ento, a vida na Terra se resume a essa correria para l e para

    c? Evidentemente que no, taxativamente no.

    7. iluminados A VIDA NA TERRA

    6. santos-sbios

    5. estadistas 4. pesquisadores

    3. profissionais 2. lideranas

    1. povo TODOS PERDEM TEMPO COM PROBLEMAS INVENTADOS (os iluminados, que em

    tese no teriam problemas nenhuns propem-se resolver os problemas inventados pelos outros)

    Pois o cenrio que emergiu no modelo este:

  • 34

    a) o universo no-finito em espao e tempo ver espocar em si em quaisquer espaotempos um universo particular (digamos, este);

    b) que dura (o nosso) j 13,7 bilhes de anos; c) a vida na Terra vem de 3,8 bilhes de anos; d) os primatas de 100 milhes; e) os homindeos de 10 milhes; f) com os 300 a 200 mil anos dos neanderthais comeou a

    acumulao coletiva das preocupaes atravs da Lngua geral;

    g) houve apuro com os CRO-magnons desde 80 a 70 mil anos; h) mais ainda com a inveno da lngua-escrita h 5,5 mil

    anos; i) e muito mais com a divulgao do conhecimento a partir da

    Bblia de Gutenberg h 550 anos; j) e a propagao tornou-se alucinada com a Internet h 25

    anos. Entrementes, veja, o pluriverso NO-FINITO em espao e

    tempo, no importando mesmo nada o quanto debatemos (isso no deslegitima as preocupaes com os outros, pelo contrrio). No-finitamente em qualquer direo, no-finitamente em qualquer tempo EXISTIRAM, EXISTEM e EXISTIRO universos em quantidade e qualidade no-finita. Os seres pensantes, os racionais, os psicolgicos de toda parte (inclusive nos planetas e mundos deste universo) esto quebrando a cabea para resolver as questes universais: para qu nascemos, por qu existimos, qual o sentido da vida?

    , naturalmente, fazer perguntas. No consumir coisas. No ser consumido por elas. acessar i, compreender o par no-finito (que, alis, s par

    divisvel para ns, os confusos racionais).

    Captulo 10 Toda Perda

    No obstante, o que vemos na geo-histria de todos os

    espaotempos? Vemos gente angustiada correndo de um lado para outro em busca de objetos, tentando contentar suas mentes com essa IDIA DE POSSE, pois a posse em si no existe, exceto no sentido de obstaculizar o uso por outros. As coisas NO SO realmente de qualquer um. No so. Morremos e as coisas ficam, pois vemos como ficaram para trs as coisas de outros. Muitos j morreram, tivemos notcia disso, e no levaram as coisas, que ficaram com outros. Por sistema de conveno, com os herdeiros, nomeados ou no.

    O tempo todo estamos perdendo coisas: 1. porque no eram o que prometeram em troca do nosso

    dinheiro; 2. por ter dado defeito logo; 3. por terem sido roubadas; 4. por termos dado; 5. por terem emprestado sem devolver; 6. por morrermos;

  • 35

    7. por os objetos deteriorarem; 8. por outros perderem o que julgamos nosso; 9. por mil motivos. E h a perda de ns mesmos. De nosso tempo de diverso, de

    pessoas de que gostamos, de tempo de quietude, de tempo para olhar a i, da chance de estarmos com nossos filhos, de olharmos as paisagens. Enfim, de mil modo perdemos e no apenas coisas suprfluas. Perdemos diamantes verdadeiros: a oportunidade de estar com animal-amigo, com amigo, com amiga, com crianas ou simplesmente olhando todas as criaes de i ou dos seres humanos.

    Enfim, o chamado Livro da Natureza est aberto e se no o consultamos, se no nos maravilhamos com ele o problema nosso. Tanto perdemos nosso tempo quanto fazemos os outros perderem o deles com excesso de tarefas, tarefas inventadas e desnecessrias.

    Deveramos buscar compreender e estar ensinando, com toda urgncia e dedicao, o que sabemos.

    Vitria, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009. Jos Augusto Gava.

    ANEXOS Captulo 2

    DISTRIBUIO DAS RENDAS Distribuio de renda

    Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre. Distribuio de renda na economia a forma como a renda distribuda pelos

    habitantes de um pas ou regio.

    A forma mais tradicional de se medir o desempenho da economia de um pas pela anlise de seu

    Introduo Um dos temas que mais intriga os economistas como medir o resultado das atividades econmicas, ou seja, como avaliar corretamente a riqueza que

    produzida.

    Produto Interno Bruto - PIB e de seu corolrio, a renda per capita - que nada mais o que o valor do PIB dividido pelo nmero de

    habitantes. O PIB nos diz qual a riqueza total de um determinado pas. Divid-la,

    aritmeticamente, pelo nmero de seus habitantes nos d uma idia - muito imperfeita - do padro de vida de sua populao.

    J em 1908 dizia Schumpeter: ''Ningum d importncia ao po pela quantidade de po que existe num pas ou no mundo, mas todos medem sua utilidade de acordo com a quantidade

    disponvel para si, e isso, por sua vez, depende da quantidade total). [1] Um pas pode ser muito rico e seus habitantes muito pobres [2]. Ou pode no ser to rico e seus habitantes desfrutarem de um padro de vida superior ao

    de um pas que tenha uma renda per capita maior. O que determina essa diferena o perfil da distribuio de renda, ou seja, como a riqueza total

    que produzida no pas se distribui entre os habitantes. Para analisar estas questes de distribuio de renda na economia foram

    criados diversos ndices estatsticos. Dentre os mais conhecidos encontra-se o

  • 36

    P90/P10 ou 10% mais ricos a 10% mais pobres, que mede quanto o grupo formado pelos 10% mais ricos da populao recebe em comparao ao grupo dos 10% mais pobres. Outro ndice muito conhecido o Coeficiente de Gini.

    Alguns ndices tm sua origem na sociologia e ajudam a compreender como os habitantes de um pas se beneficiam (ou no) com a riqueza ali produzida. O

    principal deles o ndice de Desenvolvimento Humano - IDH. Muitos querem relacionar os problemas de distribuio de renda a questes

    ideolgicas. Na realidade trata-se de uma questo fundamental de macroeconomia e com ela se preocupam as maiores entidades mundiais,

    adeptas das mais variadas ideologias, da extrema direita extrema esquerda. [3]

    O A distribuio de renda no Brasil

    Brasil possui grande parcela da populao incapaz de atender s suas necessidades bsicas e a distribuio de renda uma das mais desiguais do mundo [4]; o Coeficiente de Gini do Brasil em 2001 era de 0,594 [5], melhor

    apenas que a Guatemala, Suazilndia, Repblica Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Nambia [4] . A concentrao de renda permaneceu

    praticamente inalterada durante as ltimas quatro dcadas, com seus ndices oscilando dentre as 10 ltimas posies do mundo, dando os primeiros sinais

    de melhora somente a partir de 2001. Nos ltimos anos, o pas tem conseguido aliar o crescimento econmico com a reduo da desigualdade.

    Estatsticas mostram [6] que a partir do ltimo trimestre de 2002 a distribuio de renda no Brasil comeou melhorar lentamente [5]. Em 2004, ocorreu o

    primeiro avano significativo para a diminuio da desigualdade econmica no pas: a taxa de crescimento da renda per capita para os mais pobres foi de 14,1%, enquanto a renda per capita mdia cresceu 3,6% no mesmo perodo.

    Contribuiu para essa melhora no quadro de distribuio de renda no pas [7] um programa de transferncia direta de renda, chamado, no governo Lula, de Bolsa famlia. Apesar disso, ainda no h garantia de que tal melhora ser

    mantida no longo-prazo caso seja retirado o Bolsa Famlia , dado que no se sabe em que medida a transferncia de renda implica incentivos para as

    famlias pobres de investir na educao dos filhos, o que afeta de forma mais significativa a renda familiar de longo-prazo.

    Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada) demonstrou que a desigualdade entre os rendimentos dos trabalhadores brasileiros (populao economicamente ativa) caiu quase 7% entre o quarto trimestre de 2002 e o

    primeiro de 2008. Nesse perodo, o Coeficiente de Gini na renda do trabalho, ou o intervalo entre a mdia dos 10% mais pobres da populao e a mdia dos 10% mais ricos, caiu de 0,543 para 0,505. "Para um pas no ser primitivo, esse

    ndice precisa estar abaixo de 0,45", afirmou o presidente do Ipea, Mrcio Pochmann, em entrevista BBC Brasil [8].

    No Brasil, a alta concentrao de renda no topo da pirmide dificulta a sua medio atravs dos ndices mais comuns como o P90/P10. Isso por causa da anormalidade da distribuio: a metade pobre da populao brasileira ganha em soma quase o mesmo valor (12,5% da renda nacional) que os 1% mais ricos

    (13.3%). [9]

    Uma caracterstica peculiar do Brasil seria o fato da alta carga tributria no estar associada a uma baixa desigualdade de renda. Pases como

    Gastos sociais no Brasil

    Reino Unido e Espanha, que possuem cargas tributrias semelhantes brasileira, tm uma

    desigualdade de renda consideravelmente menor. Observa-se tambm, e

  • 37

    talvez como fator causal do primeiro problema, que o Brasil no tem sido eficaz em utilizar o sistema tributrio e de gasto social para reduzir

    substancialmente sua alta desigualdade de renda, ou seja, no estaria ocorrendo uma efetiva transferncia de renda das camadas mais ricas para as

    mais pobres;[10] na realidade ocorre exatamente o oposto [11]. Em 2002, os gastos com aposentadorias e penses representaram 73% das

    despesas com transferncias monetrias realizadas pelo governo, havendo um perfil regressivo na distribuio, pois a maior parte apropriada pelas

    camadas mais favorecidas. J os programas sociais de transferncia simples de renda, com o objetivo de garantir uma renda mnima s famlias mais pobres,

    representaram apenas 1,5% do total das transferncias governamentais.[10] Quanto aos gastos com educao, grande parte do oramento se direciona ao

    ensino superior, havendo poucos recursos para os demais nveis da educao, o que leva a distores sociais relevantes. Calcula-se que cerca de 46% dos recursos do Governo Central para o ensino superior beneficiam apenas

    indivduos que se encontram entre os 10% mais ricos da populao. De todo modo, na ltima dcada, o acesso ao ensino fundamental no Brasil melhorou e

    ajudou a reduzir a desigualdade educacional.[10] Um artigo publicado por Jos Mrcio Camargo relata que, pelo fato das famlias pobres se depararem com essa baixa qualidade do ensino, elas

    tenderiam a dar pouca ateno educao dos filhos. O menor investimento no capital humano dos filhos pelas famlias mais pobres pode criar um ciclo vicioso, pois como esta deciso implica a permanncia da pobreza dos filhos no futuro, dado a baixa qualidade da mo-de-obra (consequentemente dos salrios), ao lidarem com o mesmo problema, tenderiam a tomar a mesma

    deciso sobre seus filhos, perpetuando assim a pobreza.[12]

    O modelo de tributao no Brasil altamente 'concentrador de renda'. Isso porque o Estado cobra impostos de todos, inclusive - e at principalmente -

    dos muito pobres ("tributao indireta regressiva", que incide sobre os bens de consumo popular e da classe mdia, que so fortemente tributados)

    Modelo concentrador

    [11]. A Carga Tributria Bruta constituda por tributos diretos que incidem sobre

    a renda e o patrimnio e por tributos indiretos que incidem sobre o consumo. sabido que a tributao indireta tm caractersticas regressivas, isto , incidem mais sobre os mais pobres, enquanto que a tributao direta

    possui efeitos mais progressivos, incidindo mais sobre os mais ricos [11]. No Brasil o peso da tributao indireta muito maior do que o da tributao

    direta, tornando regressivo o efeito final do nosso sistema tributrio. Ademais, o grau de progressividade da tributao direta ainda baixo no Brasil. O

    dcimo mais pobre sofre uma carga total equivalente a 32,8% da sua renda, enquanto o dcimo mais rico, apenas 22,7%. Isso provoca a perpetuao do

    efeito 'concentrador de renda', inaceitvel num pas com acentuada desigualdade de renda como o Brasil [11].

    Dados estatsticos oficiais de distribuio de renda no topo da pirmide de renda no Brasil como um todo no esto disponveis, mas um estudo, com fins mercadolgicos, feito pela consultoria Escopo Geomarketing, cruzando dados

    do IBGE para a cidade de So Paulo, revela que os paulistanos gastam 4 bilhes de reais por ano em produtos de alto luxo. O cruzamento de dados do

    Um retrato da distribuio de renda no topo da pirmide: a cidade de So Paulo

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), constatou que um pequeno grupo

  • 38

    de 24.700 paulistanos, que representam 0,24% da populao da cidade de So Paulo, residem em domiclios cujo rendimento familiar mdio mensal est

    acima de 50.000 reais. Desses, 7.880 tm renda disponvel de 1 milho de reais por ano, e, no topo deste grupo, noventa domiclios paulistanos tm renda de

    1 milho de reais por ms.[13]

    Bolsa famliaVer tambm

    Coeficiente de Gini

    Concentrao de renda Desenvolvimentismo

    Desigualdade econmica IDH - ndice de Desenvolvimento Humano

    ndice de Theil Lista de pases por igualdade de riqueza

    Princpio de Pigou-Dalton Pobreza

    Programa de Acelerao de Crescimento - PAC Renda bsica de cidadania Estado de bem-estar social

    Ligaes externas

    Polticas Econmicas de Desenvolvimento - (para entender mais sobre o assunto)

    SICS, Joo; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel. Por que um novo desenvolvimentismo ?. Jornal dos Economistas no. 186, janeiro de

    2005, p. 3-5 (em ingls) STIGLITZ, Joseph E. More Instruments and Broader Goals: Moving Toward the Post-Washington Consensus. The 1998 WIDER Annual

    Lecture. Helsinki, Finlndia, 07/1/1998. GOIS, Antnio. Desigualdade no pas pra de cair em 2006. Rio de

    Janeiro: Folha de S.Paulo. In: Folha Online, 12/04/2007, 10h13

    1. Referncias

    (em ingls) SCHUMPETER, Joseph E. On the Concept of Social Value. in Quarterly Journal of Economics, volume 23, 1908-9. Pp. 213-232

    2. GARDELS, Nathan.Globalizao produz pases ricos com pessoas pobres: Para Stiglitz, a receita para fazer esse processo funcionar usar o

    chamado "modelo escandinavo" . Economia & Negcios, O Estado de S. Paulo, 27/09/2006

    3. Grupo do Banco Mundial-FMI Pede Mais Esforos para Reduzir Pobreza. Escritrio de Programas de Informao Internacional do

    Departamento de Estado dos EUA (usinfo.state.gov) 4. 4,0 4,1 Desigualdade de renda no Brasil uma das maiores do mundo.

    Agncia Lusa, in Jornal da Mdia, 07/09/2005 - 16:11 5. 5,0 5,1 Nota Tcnica n 14., Fortaleza-CE: Instituto de Pesquisa e Estratgia Econmica do Cear (IPECE), fonte: Microdados da PNAD -

    Clculos do IPECE, Jan/2006 6. BILLI, Marcelo. Desde 2001, crescimento favorece pobres. So Paulo:

    Folha Online, Dinheiro, Folha de S. Paulo, 24/12/2006 7. Bolsa Famlia: Elogios, tambm, do Banco Mundial

    8. GLYCERIO, Carolina. BBC Brasil em So Paulo Desigualdade entre rendimentos de ricos e pobres cai 7% desde 2002, diz Ipea. So Paulo: BBC

    Brasil, 23/06/2008 - 14h06, in UOL Economia, ltimas Notcias

  • 39

    9. SICS, Joo; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel; organizadores. op. cit., p.XXVIII

    10. 10,0 10,1 10,2 Ministrio da Fazenda Gasto Social do Governo Central, 2001-2002, Braslia, 2003.

    11. 11,0 11,1 11,2 11,3 POCHMAN, Mrcio.Desigualdade e Justia Tributria. Braslia: IPEA, 15 de maio de 2008, p.3.

    12. Almeida, H. e J.M. Camargo, Human Capital Investment and Poverty, Texto para Discusso n. 319, Departamento de Economia, PUC/Rio, 1994. 13. Clase AAA, Veja So Paulo, Edio Especial Luxo, Vitrines de Ouro,

    maio 2005

    Ministrio da Fazenda Gasto Social do Governo Central, 2001-2002, Braslia, 2003.

    Bibliografias recomendadas

    M. Pochman, Gastos Sociais, Distribuio de Renda e Cidadania: uma equao poltica, em Econmica, v.5, n. 1 junho 2003

    Ferreira, F.H.G. Gasto Social no Brasil: algumas consideraes sobre o debate em Econmica, v.5, n. 1 junho 2003.

    Hoffmann, R. aposentadoria e Penses e a Desigualdade da distribiuio da Renda no Brasil, em Econmica, v.5, n. 1 junho 2003.

    Ferreira, F.H.G. e J.M. Camargo Missing the Target: assessing social expenditures in Brazil em The Brown Journal of World Affairs, v. VIII., n. 2,

    winter 2002. Camargo, J.M. Poltica Social no Brasil: prioridades erradas e

    incentivos perversos, em So Paulo em Perspectiva, Fundao SEADE/DIEESE, vol. 18, n. 2, abril-junho 2004;

    Morley, S. e D. Coady, From Social Assistance to Social Development: targeted education subsidies in developing countries, Denter for Global

    Development ,Washington D.C., 2003. Obtido em

    "http://pt.wikipedia.org/wiki/Distribui%C3%A7%C3%A3o_de_renda" Distribuio de renda no Brasil, um problema de todos.

    Sexta-Feira, Jun 19 2009 Sobre Economia Evandro 12:32

    Economistas vm trabalhando o tema distribuio de renda h sculos. David Ricardo, exemplificou claramente quando escreveu no incio do sculo XIX,

    que o principal objetivo da Economia Poltica( hoje denominada Cincia Econmica ou, simplesmente, Economia) era explicar a distribuio do produto

    nacional entre proprietrios de terra, donos de capital e trabalhadores, na forma de renda, lucros e salrios respectivamente. Esse problema conhecido

    hoje como distribuio funcional da renda. Enquanto nas escolas de pensamento econmico clssico e marxista h explicaes distintas (embora integradas) para a determinao dos salrios, dos lucros (e juros) e da renda

    da terra, associando cada uma dessas remuneraes a diferentes classes sociais; j a escola neoclssica, procura unificar a explicao da remunerao dos fatores de produo com base nos conceitos de produtividade marginal e

    de equilbrio de mercado. De acordo com o relatrio de desenvolvimento da ONU em 2005 que utiliza o

    coeficiente de Gini pra medir a distribuio de renda o Brasil ocupa uma posio extremamente alta no nvel de desigualdade de renda (5 maior

    desigualdade de renda do planeta). O ndice de Gini varia de zero (maior igualdade) a 1 (maior desigualdade) e

  • 40

    um dos indicadores mais utilizados nas anlises sobre distribuio de renda. Segue abaixo a tabela do World Bank de 2004 -Nota-se que o Brasil apresenta um dos mais altos ndices de Gini entre os pases selecionados (0,591), bem

    como uma das maiores concentraes de renda na comparao entre a renda apropriada pelos 40% mais pobres e pelos 10% mais ricos. Essa concentrao de

    renda brasileira bem maior, inclusive, do que a de pases mais pobres da frica.

    Apesar de se situar entre os pases de renda per capita mdia, todos os

    indicadores apontam para uma enorme desigualdade de sua distribuio. Em funo disso, pode-se dizer que o Brasil no um pas pobre, mas um pas de

    muitos pobres. Assim, a desigualdade pode ser considerada o principal problema do pas, e deve ser objeto da ateno especial das polticas pblicas. Em comparaes internacionais, os pases latino-americanos em geral, e mais

    particularmente o Brasil, destacam-se pela elevada desigualdade da distribuio da renda. A seguir, o grfico da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios), traz a distribuio acumulada dos rendimentos familiares per capita para o ano de 2003. Observa-se que a linha dos rendimentos bastante horizontal at o stimo decil dos indivduos

    (ordenados segundo sua renda domiciliar per capita), acentuando sua trajetria ascendente a partir da, especialmente no ltimo dcimo.

    Um exerccio elaborado pela CEPAL em 2004, demonstra que, se fossem

  • 41

    excludos da anlise os 10% mais ricos, o Brasil, com 160 milhes de habitantes, seria o pas com maior equidade na Amrica Latina

    A explicao dessa desigualdade teria de ser procurada na formao e evoluo econmico social das antigas colnias de Portugal e Espanha. Um aspecto fundamental foi, sem dvida, a elevada concentrao da posse da terra, especialmente quando a economia desses pases tinha como ncleo a

    produo e exportao de produtos primrios. No caso do Brasil, Celso Furtado(um dos maiores economistas brasileiros) destaca a extrema concentrao da renda na economia aucareira colonial. O mesmo

    pesquisador, ao analisar as conseqncias da abolio do trabalho escravo, afirmava em suas obras que, praticamente em nenhuma parte houve

    modificaes de real significao na forma de organizao da produo e mesmo na distribuio da renda.

    Uma objeo sempre levantada contra as propostas de redistribuio da renda a da falta de credibilidade do governo. A credibilidade do governo perante a populao constitui condio essencial para que ele possa promover aes no

    sentido de reduzir a desigualdade. Associada a ela, est a questo da distribuio do gasto social do governo, que freqentemente beneficia mais os

    relativamente ricos do que os relativamente pobres. Embora haja consenso (pelo menos aparente) sobre necessidade de diminuir a desigualdade, toda

    medida especfica gera polmica. Deve-se ou no cobrar anuidades nas universidades pblicas? Deve-se ou no taxar as aposentadorias de funcionrios

    pblicos acima de determinado nvel? A Receita Federal pode ou no usar as informaes decorrentes da cobrana das movimentaes financeiras para

    localizar sonegadores? Em quanto deve aumentar o salrio mnimo? Um movimento no sentido de diminuir a desigualdade da distribuio da renda

    no pas certamente no pode se basear apenas em determinada poltica econmica. Na realidade, praticamente toda poltica econmica tem um impacto, maior ou menor, sobre a distribuio da renda: poltica fiscal,

    previdncia social, poltica de crdito, poltica educacional, reforma agrria etc. Alteraes na legislao tambm podem ter impacto importante. A

    dificuldade na anlise de cada medida levar em considerao seus diversos efeitos diretos e indiretos, como fica claro na discusso sobre o aumento do

    salrio mnimo. Contudo, muitas pesquisas mostram uma associao da desigualdade da distribuio da renda no Brasil com o nvel e a distribuio da

    escolaridade e o aumento acelerado da escolaridade uma estratgia que levaria ao crescimento econmico com menor desigualdade. Finalmente, cabe

    ressaltar que as aes de organizaes comunitrias e no governamentais podem dar contribuio substancial para reduzir as desigualdades econmico-

    sociais no Brasil. O problema est no nosso dia-a-dia e as solues j foram mostradas. Agora

    basta agir. Economia Aplicada

    Print version ISSN 1413-8050 Econ. Apl. vol.13 no.2 Ribeiro Preto Apr./June 2009

    doi: 10.1590/S1413-80502009000200004 ARTIGOS

    Mudana na distribuio de renda brasileira: significncia estatstica e bem-estar econmico *

    Erik Alencar de FigueiredoI; Flvio Augusto ZiegelmannII

  • 42

    IPrograma de Ps-Graduao em Economia da Universidade Federal da Paraba, email: [email protected]

    IIDepartamento de Estatstica, Programa de Ps-Graduao em Economia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    RESUMO

    Este estudo busca verificar a significncia estatstica da mudana na distribuio de renda brasileira no perodo de 1987 a 2005. Para tanto,

    adotou-se uma srie de instrumentais estatsticos, destacando-se o clculo dos desvios padres das medidas de desigualdade, o teste de Kolmogorov-Smirnov, as estimativas das densidades no-paramtricas via suavizao por kernels e bootstrap e as dominncias estocsticas de primeira e segunda ordens. Os

    resultados apontam para uma alterao significativa no padro distributivo. Por fim, conclui-se que as mudanas na distribuio de renda so condizentes

    comum maior nvel de bem-estar econmico.

    ABSTRACT This study aims at verifying a statistically significant change in Brazilian

    income distribution during the period between 1987 and 2005. To do so we adopt several statistical tools, as the calculation of standard deviations of

    inequality measures, Kolmogorov-Smirnov test, nonparametric density estimation via kernel smoothing and bootstrap, and stochastic dominance of

    first and second orders. The results point to a significative change in the income distributive pattern. Finally, we conclude that changes in income

    distribution are related to higher levels of economic welfare.

    1 Introduo A economia brasileira foi submetida a importantes transformaes nos ltimos vinte anos. Os processos de abertura comercial e estabilizao dos nveis de preos desencadearam uma srie de efeitos econmicos no negligenciveis,

    destacando-se as alteraes na estrutura da distribuio de renda, caracterizadas pela melhora nos indicadores sociais, tais como, concentrao

    de renda, pobreza e bem-estar.1 No que se refere s alteraes nos ndices de concentrao dos rendimentos, os dados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domiclios (PNAD), relativos

    aos anos de 1987 e 2005, detectam um recuo de 5,3% no ndice de Gini para a renda per capita. Em um primeiro momento, este percentual parece

    inexpressivo, porm, em se tratando do ndice de desigualdade, representa uma queda substancial. Entre os 75 pases para os quais h informaes relativas evoluo da desigualdade, menos de um quarto apresentou

    tamanha reduo citepipea. De fato, a alterao recente na distribuio dos rendimentos brasileiros tem

    tomado lugar de destaque na literatura especializada. Barros e Mendona (1995), por exemplo, concluem que a desigualdade de renda aumentou

    continuamente entre 1960 e 1990. Nesse perodo, o grau de pobreza e bem-estar seguiram os padres de crescimento, melhorando quando havia

    crescimento e piorando quando havia declnio. A partir da dcada de noventa, h uma reduo da desigualdade que, de

    acordo com Figueiredo et al. (2001), disfara o aumento da polarizao dos rendimentos. Ou seja, abriu-se um abismo entre os salrios dos trabalhadores

    qualificados e os no-qualificados. Esses resultados foram contestados por

  • 43

    Hoffmann (2008). De acordo como autor, a formao de picos na distribuio, associada tendncia de as pessoas declararem valores "redondos" para seu rendimento, interfere no ndice de polarizao. Controlado por esse fator, a

    polarizao teria cado nos ltimos anos.2 No que se refere aos nveis de pobreza, houve uma reduo percentual em

    torno de 6,8% no perodo de 1987 a 1999 (Barros et al. 2001). Estes resultados so confirmados por Ramos e Santana (2003), considerando o perodo de 1991

    a 2001. Os autores constataram uma diminuio tanto no nmero de indigentes e pobres como nas suas condies (intensidade e severidade da

    pobreza, distribuio de renda entre os indigentes e pobres). Em resumo, os dados apontam para uma transformao recente na estrutura

    distributiva brasileira, caracterizada, em linhas gerais, pelo aumento da remunerao nos estratos inferiores de renda. Contudo, no obstante a

    importncia desses resultados, no verificada a significncia estatstica dessas alteraes, tampouco discutida a relao entre a "melhora" nos

    indicadores e os nveis de bem-estar experimentados pela sociedade. Portanto, estes resultados podem ser questionados em duas frentes.

    Primeira, sob prisma da anlise estocstica, possvel que os movimentos sugeridos pelos indicadores estatsticos, sejam frutos de: a) uma variao

    aleatria pura ou; b) uma genuna alterao na estrutura dos dados. Por conta disso, torna-se imperativo questionar: houve uma mudana estatisticamente

    significativa na distribuio de renda brasileira? Segunda, qual o impacto das transformaes ocorridas na distribuio de

    renda sobre o nvel de bem-estar econmico brasileiro? Ou seja, as transformaes esto, de fato, caracterizando uma "melhoria" do ponto de

    vista agregado? Esses questionamentos j foram, em certa medida, realizados na literatura

    internacional. Jenkins (1995) e Burkhauser et al. (1999) aplicam instrumentais no-paramtricos no sentido de estabelecer a significncia estatstica da

    mudana na distribuio de renda norte-americana e inglesa. Sob o ponto de vista da associao dos nveis de desigualdade e bem-estar social, destacam-se os estudos de Bishop et al. (1993), Chen et al. (1994) Makdissi e Grouleau

    (2002), entre outros. Em uma investigao recente, Azevedo (2007) esboa um primeiro esforo no sentido de determinar a significncia estatstica da reduo da desigualdade brasileira. Entretanto, os resultados vislumbram um pequeno horizonte de

    tempo, 2001 a 2005, e no estabelecem uma relao formal entre desigualdade de renda e bem-estar econmico.

    Isto posto, o objetivo deste paper verificar a significncia estatstica da mudana na distribuio de renda brasileira no perodo de 1987 a 2005 e sua relao com o nvel de bem-estar econmico. Para tanto, aplica-se uma srie de instrumentais estatsticos, destacando-se o clculo dos desvios padres das medidas de desigualdade, o teste de Kolmogorov-Smirnov, as estimativas das

    densidades no-paramtricas via suavizao por kernels e bootstrap, e as dominncias estocsticas de primeira e segunda ordens.

    A escolha do perodo entre 1987 e 2005 justifica-se por tornar possvel a comparao entre duas etapas distinas da economia brasileira, o antes e o ps

    abertura econmica, captando, comisso, a trajetria da desigualdade de renda em um perodo de intensas transformaes econmicas.

    O artigo est organizado como segue. A segunda seo discute os mtodos de inferncia. Na terceira, ser estabelecida a relao entre distribuio de

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    renda e bem-estar econmico. A quarta destinada apresentao dos resultados, enquanto na quinta seo apresentamos consideraes finais.

    2 Mtodos de Inferncia

    A deteco de uma mudana significativa na distribuio de renda e sua relao com o nvel de bem-estar econmico requerem a aplicao de uma

    srie de instrumentais estatsticos. Algumas dessas ferramentas, tais como o ndice de Gini, a curva de Lorenz, o teste de Kolmogorov-Smirnov e as

    densidades estimadas via kernel e bootstrap, so bastante conhecidas na literatura especializada. Entretanto, alguns mtodos necessitam de uma

    apresentao formal. Nesta seo sero apresentados dois deles: i) a estimao da varincia da

    curva de Lorenz e do ndice de Gini seguindo o mtodo proposto por Kovaevi e Binder (1997) e; ii) a construo das bandas de variabilidade usando

    bootstrap para as densidades estimadas via kernel. O primeiro procedimento ser util na determinao da significncia estatstica das alteraes da

    desigualdade e do bem-estar. J as bandas de variabilidade auxilaro na anlise localizada das alteraes na distribuio de renda e sero uma anlise

    complementar do teste de signifncia de Kolmogorov-Smirnov para igualdade de duas funes de distribuio de probabilidade.

    2.1 Varincias para as Medidas de Desigualdade Grande parte das anlises dos padres de distribuio de renda envolve os clculos da curva de Lorenz e do ndice de Gini. Contudo, a observao de uma srie de indicadores no responde questes relativas a significncia

    estatstica, fazendo-se necessria a estimao de suas varincias. O problema que esse tipo de inferncia envolve algumas dificuldades. Kovaevi e

    Binder (1997) destacam duas delas: a) as estimativas baseiam-se em funes no-lineares das observaes, dependendo, muitas vezes, do ordenamento dos dados e; b) seus clculos podem ser efetuados a partir de desenhos amostrais complexos, tais como amostras estratificadas e conglomeradas. Este ltimo

    tpico interfere diretamente na hiptese de observaes i.i.d.. Do outro lado, a no considerao desses desenhos amostrais pode levar inflao das

    varincias das medidas de concentrao (Zheng, 2002). Diante disso, Kovaevi e Binder (1997) propem a estimao da varincia de

    algumas medidas de desigualdade a partir da linearizao de Taylor via Estimating Equations (EE). Os autores demonstram que a varincia para o

    estimador ser

    onde N representa o verdadeiro parmetro em uma populao finita, wi os

    pesos associados s observaes e

    , com

    . A expresso (2.1) servir como base para os clculos das varincias das

    medidas de desigualdade. Isto posto, considere a definio da curva de Lorenz

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    , , onde a renda mdia da populao, I () uma funo indicadora e i o quantil 100xp de renda da populao. Utilizando o mtodo EE, a estimativa

    para a curva de Lorenz resultar da soluo do sistema de equaes

    para 0 < p < 1.

    A soluo do sistema conduz a

    ,

    sendo o 100xp-th quantil amostral, = inf{yi s| (yi ) > p}. Para calcular

    a sua varincia, utiliza-se a frmula (2.1) e o seguinte valor para :

    . J a estimativa para o ndice de Gini ser obtida a partir da soluo da

    primeira equao do sistemax

    resultando em

    , onde i e so oriundas das solues do sistema. A varincia do Gini

    estimada pela equao (2.1), considerando

    com .

    2.2 Construo das Bandas de Variabilidade para as Densidades Kernel As estimaes das densidades via kernel smoothing tm sido frequentemente utilizadas em investigaes relativas mudana no padro de distribuio de renda.3 Este mtodo permite a visualizao de "fotografias" da distribuio

    estimada dos rendimentos em perodos distintos, sinalizando possveis mudanas na estrutura dos dados.

    Na sua forma mais simples, os estimadores kernel so "alisamentos" de histogramas, onde somente os dados situados em uma determinada

    "vizinhana" do ponto x (onde a densidade estimada) tem peso grande na estimao da densidade naquele ponto (ver Ziegelmann, 2003). Sua natureza no-paramtrica torna-se imprescindvel quando no se tem o conhecimento do processo gerador dos dados. Neste caso, implementa-se o princpio de que

    "os dados falem por si mesmos", sem a necessidade de suposies a priori

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    sobre a sua distribuio. O estimador kernel de uma funo densidade assume a seguinte forma:

    onde K uma funo densidade simtrica que satisfaz K(x)dx = 1; N o

    tamanho da amostra e; h corresponde ao parmetro de alisamento ou janela (bandwidth). A estimao da densidade (2.2) depende da escolha da funo K

    e do parmetro de alisamento h. O estudo optar pela escolha do K timo obtido a partir da minimi