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IV FÓRUM PERMANENTE DO GÁS LP Painel I A importância do fim das restrições de uso do Gás LP Eng. Fernando Cörner da Costa, M.Sc. Consultor da ULTRAGAZ JW Marriott Hotel - Copacabana Rio de Janeiro, 19 de março de 2009

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IV FÓRUM PERMANENTE DO GÁS LP

Painel I

A importância do fim das

restrições de uso do Gás LP

Eng. Fernando Cörner da Costa, M.Sc.

Consultor da ULTRAGAZ

JW Marriott Hotel - Copacabana

Rio de Janeiro, 19 de março de 2009

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RAZÕES HISTÓRICAS

Crises do petróleo, em 1973 e 1979 => elevação global dos preços

Balança de pagamentos deficitária

AÇÃO:

REDUZIR O DEFICIT DA BALANÇA

Fonte: Energy Information Administration, DOE, US Government, 2008

Fonte: Plano Nacional de Energia 2030, EPE, 2007.

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PANORAMA EM 1979

Importações do petróleo > 80% demanda

Balança de pagamentos deficitária

Gás LP importado e preço subsidiado Resolução CNP nº 11, de 12.9.1978

Art. 1º. A distribuição e o consumo do GLP ficam restritos aos seguintes tipos de uso:

a) DOMICILIAR - para atendimento do consumidor, prioritariamente, na cocção de alimentos, em sua residência.

b) INSTITUCIONAL - entende-se como tal, para efeito desta Resolução, o emprego de GLP em quartéis, hospitais, internatos, estabelecimentos de ensino e repartições públicas ou estabelecimentos similares, prioritariamente para a cocção de alimentos, e em laboratórios.

c) COMERCIAL - para preparo de refeição em bares, restaurantes e estabelecimentos similares.

d) INDUSTRIAL - quando se constitua insumo essencial no processo de fabricação, ou combustível que não possa, por motivos técnicos, ser substituído por agente energético não originário do petróleo.

e) AUTOMOTIVO - exclusivamente em empilhadeiras.

f) Outros usos que forem autorizados pelo CNP.

Parágrafo único. Fica proibido o uso de GLP em motores, saunas e aquecimento de água para piscinas.

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PANORAMA EM 1979

Importações do petróleo > 80% demanda

Balança de pagamentos deficitária

Gás LP importado e preço subsidiado Resolução CNP nº 11, de 12.9.1978

Art. 3º. O fornecimento do GLP, a granel ou envasilhado, para uso industrial, na implantação ou na expansão de empresas, dependerá de autorização prévia do CNP.

Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a empresa deverá eleger uma Distribuidora como fornecedora, à qual caberá instruir o pedido de quota de gás com os seguintes documentos e informações:

a) projeto completo do equipamento técnico para armazenamento e utilização do GLP;

b) planta contendo o desenho da rede distribuidora até o ponto de consumo;

c) finalidade do emprego do gás;

d) consumo mensal previsto;

e) parecer do órgão técnico credenciado pelo CNP, atestando taxativamente a essencialidade do GLP como insumo no processo de fabricação, ou como combustível que não possa, por motivos técnicos, ser substituído por agente energético não originário do petróleo.

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PANORAMA EM 1979

Importações do petróleo > 80% demanda

Balança de pagamentos deficitária

Gás LP importado e preço subsidiado Resolução CNP nº 11, de 12.9.1978

Art. 6º. As indústrias que, na data da entrada em vigor da presente Resolução, estiverem utilizando o GLP, deverão encaminhar ao CNP, até o dia 30 de junho de 1979, o parecer técnico a que alude a alínea “e”, do parágrafo único do art. 3º.

§ 1º. Exclui-se desta obrigatoriedade a indústria que tenha quota já deferida com fundamento no referido parecer.

§ 2º. O órgão técnico, em seu parecer, deverá definir o prazo necessário à conversão ou adaptação do equipamento industrial e concessão de quota, se chegar à conclusão de que o GLP, como insumo no processo ou como combustível, possa ser substituído por um agente energético não originário de petróleo.

Art. 7º. Os proprietários e arrendatários que estiverem utilizando GLP em saunas e aquecimento de água para piscinas deverão enquadrar-se nas disposições desta Resolução até 31 de março de 1979, quando Ihes será cancelado o suprimento.

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IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

CONSERVE, administrado pelo BNDES (Portaria MIC nº 46, 23.02.81)

PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (dezembro de 1985)

CONPET – Programa Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de Petróleo e do Gás Natural (junho de 1991)

REFORMULAÇÃO DA POLÍTICA DE OFERTA DE ENERGÉTICOS

Intensificação da prospecção de petróleo

Aumento da base hidrelétrica => EGTD

Utilização do carvão mineral nacional

Programa Nacional do Álcool

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O quadro recessivo na economia em 1981 e a capacidade ociosa do parque gerador do país implicaram na criação da EGTD, através da Portaria nº 983, de 15 de julho de 1982, do MME.

Foco: setor industrial, pressionado pelos preços elevados dos derivados de petróleo, reduzindo a tarifa em até 30% e gerando uma cultura eletrotérmica no Brasil que começou a pressionar a capacidade de oferta => PROCEL.

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Crise de oferta de energia elétrica em 2001

Consequências: racionamento, penalidades e investimentos para geração termelétrica no curto

prazo.

FIGURA 1. Evolução do consumo de energia elétrica no Brasil.

Fonte: MME – Ministério das Minas e Energia, 2007

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GÁS NATURAL

Início por volta de 1940 na Bahia.

Década dos 80, Bacia de Campos.

Merluza, Bacia de Santos, 1992.

Gasbol, 1999.

O despertar da cultura do gás no Brasil exacerbou o desenvolvimento do mercado de aplicações do Gás LP nos finais dos anos 90, com as perspectivas dos grandes volumes disponíveis a partir do advento do GASBOL. Por outro lado, alguns segmentos de atividades industriais substituíram significativamente o consumo de Gás LP por GN.

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PROTOCOLO DE KYOTO E EFEITO ESTUFA

Toronto, 1988

Eco-92, Rio de Janeiro, 1992

Kyoto, aberto para assinaturas em 1997, ratificado em 1999.

Rússia assinou em novembro de 2004, em vigor em 16.02.2005.

Países-membros:

Reduzir 5,2% das emissões de GHG em relação aos níveis de 1990 entre 2008 e 2012 – quotas desiguais.

GHG: metano, CO2, óxido nitroso, ozônio, CFC, vapor d’água.

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PARÊNTESIS FILOSÓFICO

Energia elétrica é ordenada, elétrons se deslocando em um condutor em corrente senoidal, e deve ser atender a aplicações nobres como processamento de dados, telefonia, magnetismo, força motriz, iluminação etc.

Calor é energia caótica, moléculas vibrando desordenadamente.

Usar energia elétrica para gerar calor é desordenar energia, mas podem ser obtidas eficiências elevadas na aplicação final.

Transformar calor em energia elétrica é ordenar energia, as eficiências são geralmente baixas, exceto quando investimentos adicionais são realizados para recuperação do calor.

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CADEIA DA GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

35,9% 40,0% 100,0%

COMBUS-TÍVEL

MÁQUINA TÉRMICA

PERDAS DE CALOR E EMISSÃO DE POLUENTE

PARA O MEIO AMBIENTE

GERADOR DE ELETRICIDADE

TRANSMISSÃO DISTRIBUIÇÃO

PERDAS POR EFEITO JOULE E

OUTRAS

EQUIPAMENTO ELÉTRICO

PERDAS DEVIDAS À EFICIÊNCIA DA APLICAÇÃO

ENERGIA ÚTIL calor

Eletrotermia => calor

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CALDEIRA A VAPOR

ENERGIACALOR

NO VAPOR

EFICIÊNCIA DA

CALDEIRA

ENERGIA FORNECIDA

EFICIÊNCIA NA

GERAÇÃO

ENERGIA TOTAL

CONSUMIDA

EMISSÃO REL. CO2

EMISSÃO MP, SO2

ELÉTRICAEletricidade

gerada a OC-1A100 UE 96,5 % 103,6 UE 35,9 % 288,6 UE 307,7 Sim

ELÉTRICAEletricidade gerada a GN

100 UE 96,5 % 103,6 UE 35,9 % 288,6 UE 221,4 Não

Gás LP Queima direta 100 UE 87,9 % 113,8 UE - 113,8 UE 100,0 Não

GLP EQUIPAMENTO TÉRMICO

ENERGIA ÚTIL

PERDAS DEVIDAS À EFICIÊNCIA DA

APLICAÇÃO

CADEIA DA GERAÇÃO DE CALOR: ENERGIA ELÉTRICA x GÁS LP

* CALDEIRA DE VAPOR SATURADO *

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SAUNA e PISCINAS

ENERGIACALOR

NO VAPOR

EFICIÊNCIA SAUNA e

PISCINAS

ENERGIA FORNECIDA

EFICIÊNCIA NA

GERAÇÃO

ENERGIA TOTAL

CONSUMIDA

EMISSÃO REL. CO2

EMISSÃO MP, SO2

ELÉTRICAEletricidade

gerada a OC-1A100 UE 98 % 103,6 UE 35,9 % 284 UE 310,4 Sim

ELÉTRICAEletricidade gerada a GN

100 UE 98 % 103,6 UE 35,9 % 284 UE 223,4 Não

Gás LP Queima direta 100 UE 90 % 113,8 UE - 111 UE 100,0 Não

GLP EQUIPAMENTO TÉRMICO

ENERGIA ÚTIL

PERDAS DEVIDAS À EFICIÊNCIA DA

APLICAÇÃO

CADEIA DA GERAÇÃO DE CALOR: ENERGIA ELÉTRICA x GÁS LP

* SAUNA e AQUECIMENTO DE PISCINAS *

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QUEBRA DO PARADIGMA:

ELETRICIDADE => CALOR

Redução do consumo de energia primária nas termelétricas.

Redução das emissões de CO2 e NOx (Termelétrica a GN).

Redução adicional das emissões de CO, CO2, SOx, NOx e MP (Termelétrica a óleos combustíveis).

Alívio nos sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica, inclusive nos períodos de ponta.

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REDUÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL

EM RELAÇÃO À QUEIMA DE ÓLEOS COMBUSTÍVEIS,

EM PROCESSOS COM SIGNIFICATIVOS GANHOS

DE EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE

- processos de geração com cogeração;

- processos de força motriz estacionária com recuperação de calor;

- substituição de processos de troca de calor indireta à óleo por processos diretos a Gás LP;

- autogás, em casos específicos de redução da contaminação ambiental.

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CONCLUSÕES

Os motivos para restrição do uso de Gás LP, herdados da época 2ª crise do petróleo, não mais existem: importações de petróleo elevadas, balança de pagamentos deficitária, preço subsidiado.

Possibilidades de auto-suficiência em Gás LP em futuro próximo.

Abertura para mercado futuro de GN.

Redução da demanda de energia elétrica, reduzindo a geração termoelétrica.

Redução das emissões de GHG, possibilitando crédito de carbono.

Redução da emissão de outros poluentes como CO, CO2, SOx, NOx e MP.

Mundialmente o Gás LP é utilizado sem restrições, exceto as questões de competitividade econômica.

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