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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis  Alexsandro Luciano Trindade Laura Fabiana Real Taconi Natália Takayama Tokuno Renata Angélica de Freitas  A INFLUÊNCIA DO ÍNDICE DE VALOR  AGREGADO (IVA) NO CUSTO FINA L DO PRODUTO  Amigãolins Supermerc ados Ltda Lins – SP LINS – SP 2010 

IVA No Preço Final

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  • UNISALESIANO

    Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium

    Curso de Cincias Contbeis

    Alexsandro Luciano Trindade

    Laura Fabiana Real Taconi

    Natlia Takayama Tokuno

    Renata Anglica de Freitas

    A INFLUNCIA DO NDICE DE VALOR AGREGADO (IVA) NO CUSTO FINAL DO

    PRODUTO

    Amigolins Supermercados Ltda

    Lins SP

    LINS SP

    2010

  • ALEXSANDRO LUCIANO TRINDADE

    LAURA FABIANA REAL TACONI

    NATLIA TAKAYAMA TOKUNO

    RENATA ANGLICA DE FREITAS

    A INFLUNCIA DO NDICE DE VALOR AGREGADO (IVA) NO CUSTO FINAL DO PRODUTO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Banca Examinadora do Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium, curso de Cincias Contbeis, sob a orientao do Prof. M.Sc. Ricardo Yoshio Horita e orientao tcnica da Prof M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

    LINS SP

    2010

  • Trindade, Alexsandro Luciano; Taconi, Laura Fabiana Real, Tokuno, Natlia Takayama, Freitas, Renata Anglica de.

    A influncia do ndice de valor agregado (IVA) no custo final do produto: Amigolins Supermercados Ltda / Alexsandro Luciano Trindade; Laura Fabiana Real Taconi, Natlia Takayama Tokuno, Renata Anglica de Freitas. Lins, 2010.

    54p. il. 31cm.

    Monografia apresentada ao Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium UNISALESIANO, Lins-SP, para graduao em Cincias Contbeis, 2010

    Orientadores: Ricardo Yoshio Horita; Heloisa Helena Rovery da Silva

    1. Planejamento Tributrio. 2. Substituio Tributria. 3. ndice de Valor Agregado. 4.Processo de Aquisio. I Ttulo.

    CDU 657

    T753i

  • ALEXSANDRO LUCIANO TRINDADE

    LAURA FABIANA REAL TACONI

    NATLIA TAKAYAMA TOKUNO

    RENATA ANGLICA DE FREITAS

    A INFLUNCIA DO NDICE DE VALOR AGREGADO (IVA) NO CUSTO FINAL

    DO PRODUTO

    Monografia apresentada ao Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium,

    para obteno do ttulo de Bacharel em Cincias Contbeis.

    Aprovado em: ______/______/_______

    Banca Examinadora:

    Prof. Orientador: Ricardo Yoshio Horita

    Titulao: Mestre em Cincia da Computao pela Universidade Federal de

    So Carlos - UFSCAR

    Assinatura: ____________________________________

    1 Prof(a):_______________________________________________________

    Titulao:_______________________________________________________

    _______________________________________________________________

    Assinatura:_____________________________________

    2 Prof(a):_______________________________________________________

    Titulao:_______________________________________________________

    _______________________________________________________________

    Assinatura:_____________________________________

  • Aos pais e companheiros, que em todos os momentos estiveram ao nosso

    lado, nos apoiando e incentivando na busca das realizaes e sucesso. Sabemos que

    se no fosse por esse apoio, no chegaramos at aqui. Sabemos tambm, que isso

    somente o comeo de uma nova realidade, uma trajetria rdua que exigir muito

    mais de todos ns. Independentemente de qualquer coisa que possa acontecer a

    partir desse momento eles estaro conosco, como sempre estiveram nos

    acompanhando em todo o caminho e nos impulsionando para superar os obstculos

    na vida.

    impossvel avaliar a fora que possumos sem medir o tamanho do

    obstculo que podemos vencer, nem o valor de uma ao sem sabermos o sacrifcio

    que ela comporta. (H. W. Beecher)

    Alexsandro, Laura, Natlia e Renata

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus: simplesmente por me conceder a beno da vida e da sade, que com certeza sem elas no poderia chegar at aqui. A minha Av: que com todas as dificuldades, sempre esteve ao meu lado me apoiando em tudo. Ao meu Companheiro: que sempre me apoiou e me encorajou, e em alguns momentos at brigou para que eu persistisse no meu propsito. Sem ele, com certeza no estaria vivendo este momento. Muito Obrigado por acreditar em mim. Ao meu Orientador: O senhor foi pea fundamental para que eu aqui chegasse, obrigado pela pacincia e apoio. Ao Grupo: Amigas, que foram o alicerce para este momento, sem vocs no teria graa nenhuma. Obrigado pelo apoio e dedicao.

    Alexsandro Luciano Trindade A Deus, somente Ele sabe o quanto sonhei, lutei e me sacrifiquei em busca dos meus sonhos e objetivos, mas pedir ou implorar por ajuda divina, nada adianta sem arregaar as mangas e lutar incansavelmente. E quando com muito esforo, trabalho e determinao, conseguimos atingir certos objetivos em nossas vidas, importante levantar as mos ao cu e agradecer pela conquista, pois com toda certeza Deus estava e est do meu lado, sendo sempre justo, me ajudando durante esse caminho, que muitas vezes cheio de obstculos, pedras e espinhos e voc pensa em desistir, mas respira fundo e segue em frente. Sendo assim, tenho tantos motivos maravilhosos para agradecer. Obrigada por todas as conquistas que Ele j ajudou e nas futuras que com toda certeza viram. Aos pais, pelo apoio, compreenso e por todo ensinamento, pois com todo carinho retribuo essa dedicao. Ao noivo Eudenir, pelo companheirismo, carinho e por sempre estar junto nas conquistas e nas dificuldades. Ao orientador Ricardo Horita, que sempre se dedicou a ajudar o grupo, presente e compreensvel. O meu muito obrigado por tudo, e principalmente pela pacincia. Aos meus amigos do grupo de monografia Alex, Nati e Re, que se dedicaram muito e unidos em todas as etapas no mediro esforos para a concluso do trabalho. Obrigada pela oportunidade de desenvolver esse trabalho to importante em minha vida com vocs. Aos amigos de trabalho, Rodrigo Cupari e Eliane Schimidtt que com muita pacincia me ensinaram e sempre atenderam o grupo. Dedico a vocs que foram muito importantes para o desenvolvimento do trabalho. A Flavia Furtado, o meu muito obrigada por tudo, pois voc foi a pessoa principal pela concluso do meu curso, pelo apoio e por acreditar em mim.

    Laura Fabiana Real Taconi Agradeo primeiramente a Deus, pela ddiva da vida e tudo o que me proporcionou, estando sempre ao meu lado, abenoando, cuidando de mim e atendendo as minhas preces. minha amiga, guerreira, maravilhosa, sbia, justa, fiel, imponente, humilde, grandiosa e batalhadora me. Que sempre esta ao meu lado, dia e noite, me apoiando, dando foras, conselhos, garra e firmeza para eu continuar minha luta at o final. A me de ferro, que nunca se mostrou derrotada quando ela mesma bem no estava. Edna, meu alicerce, minha vida, meu presente, passado e futuro, sem ti no vivo e por ti morrerei! Um exemplo de vida, minha me querida!! AMO, simplesmente.

  • minha famlia, tia Ins, tia Celina, tia Snia, tia Lu, tio Akio, tia Lie, tio Lincoln, tio Minoru, tia Y, tio Ary, s minhas primas e primos, que cuidaram de mim, quando minha me esteve ausente, me apoiaram e insistiram na minha graduao, quando eu pensava em ser uma simples vendedora ou balconista de loja. Hoje sou uma contadora! Eles acreditaram no meu potencial. Simplesmente GRATA. A Meus amigos, ao Alex principalmente, meu tudo, sempre me aguentando, dando altos conselhos, me apoiando e sempre se preocupando comigo. Segurou minha mo em todos os momentos, na sade e na doena, na alegria e na tristeza. No tenho palavras suficientes para agradec-lo. AMIGO eterno. A Laura, pelo pouco que nos conhecemos, tornamo-nos grandes amigas, suportou meus chiliques e acalmou-me quando eu no acreditava mais. OBRIGADA por tudo. A Renata, nossa companheira, Ligia, Ju, Paty, Claudia e todo o pessoal do servio que me ajudaram e apoiaram no desenvolvimento desse resultado. Claro, ao nosso mestre Prof. Orientador Horita pelo empenho total para conosco. O Sr Henrique por nos tirar dos enroscos que tivemos ao longo do caminho.

    Natlia Takayama Tokuno Aos meus pais, Minha me querida que sempre me apoiou em tudo e mesmo nas horas difceis me deu coragem para continuar e ao meu querido pai que mesmo estando ausente sei que sempre est ao meu lado. Ao meu namorado, Que me incentivou e me acompanhou em todos os momentos dessa etapa, me ajudando para que eu continuasse em meu propsito. Aos meus irmos, cunhadas e sobrinhos, Vocs conseguiram me impulsionar e encorajar me apoiando sempre em tudo que eu precisasse. Aos meus amigos de grupo, Que me ajudaram nesta conquista com pacincia e dedicao. Obrigada pelo apoio e incentivo e que todos ns possamos conquistar cada vez mais vitrias como esta. Ao orientador Ricardo Horita, Que esteve ao nosso lado e se dedicou ao mximo para nos ajudar e indicar a melhor maneira de conduzirmos o nosso trabalho.

    Renata Anglica de Freitas

  • RESUMO

    O Brasil possui uma elevada carga tributria e com isso, muitos contribuintes e empresrios tem se preocupado por no encontrar uma alternativa eficaz para a reduo desse nus fiscal. Com a incluso de muitos setores sujeitos ao regime de substituio tributria, contribuintes que desconheciam na prtica como aplicarem o regime, tiveram que se adaptar s novas regras em curto espao de tempo. A substituio tributria o regime pelo qual a responsabilidade do recolhimento do imposto em relao s operaes/prestaes atribuda a contribuintes que no praticam diretamente o fato gerador. Por meio do planejamento tributrio tem se buscado alternativas oferecidas dentro da lei para encontrarem benefcios que levam economia de impostos. O planejamento tributrio uma importante ferramenta no processo de aquisio, pois atravs das informaes obtidas na lei, podem conduzir a um menor custo. Os aspectos tributrios relativos s alquotas e o ndice de Valor Agregado (IVA) fazem parte do regime da substituio tributria. Para o clculo da substituio utilizado o IVA/MVA que um ndice ou margem de valor adicionado que o governo estima tal que, ao multiplicar este ndice pelo valor do produto adquirido, o resultado seja a estimativa do valor final do produto comercializado. Para que as aquisies provenientes de outras UFs tenham o mesmo resultado econmico dos bens adquiridos em So Paulo foi implantado o IVA-ST ajustado, visando ajustar o preo da mercadoria adquirida de fora do estado. Uma anlise bem elaborada no processo de aquisio do produto comprado dentro e fora do estado, demonstra qual melhor opo de compra, por meio do IVA que altera diretamente o custo do produto. Vale ressaltar que o processo de aquisio tem grande influncia na rentabilidade da empresa, e utilizar os meios lcitos oferecidos na lei proporciona um menor custo. o que ser demonstrado no decorrer deste trabalho. Palavras-Chave: Planejamento Tributrio. Substituio Tributria. ndice de Valor Adicionado. Processo de Aquisio

  • ABSTRACT Brazil has a heavy tax burden and thus many taxpayers and

    businessmen have been concerned by not find an effective alternative for reducing this fiscal burden. With the inclusion of many sectors subject to the tax substitution, taxpayers who do not know in practice how to implement the tax scheme had to adapt to new rules in a short period of time. The replacement tax is the scheme whereby responsibility of paying the tax in respect of operations/services is given to taxpayers who are not directly involved in the generator factor. Through tax planning alternatives, businesses have been seeking within the law ways to find benefits that will lead to tax savings. The tax planning is an important tool in the acquisition process of a company, because information obtained through the legal ways may decrease the acquisition cost. The tax aspects relating to rates and the Index of Value Added Tax (VAT) are part of the tax replacement scheme. For calculation of substitution is used for VAT / MVA is a index or margin of added value that the government estimates such that, by multiplying this rate by the value of the product acquired, the result is the estimated final value product marketed. For acquisitions from other FUs to have the same economic result found in So Paulo, they implemented the adjusted VAT-ST in order to adjust the price of goods acquired from outside the state. An elaborate analysis of the process of acquisition of product purchased within and outside of the state, demonstrates the better option of product purchased, through the VAT which directly alter the cost of product. It is important to note that the acquisition process has great influence on the profitability of the company, and to find means to lower tax burden provided by the law provides a way to lower the cost of product purchase. This is what will be shown throughout this work. Keywords: Tax planning, tax replaciment, index or margin of added value, acquisition process

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Foto da entrada da Matriz do Amigolins Supermercados.......... 16

    Figura 2: Foto da entrada do Amigolins Supermercados da Floriano....... 17

    Figura 3: Foto da entrada do Amigolins Supermercados de Assis........... 18

    Figura 4: Foto da entrada do Amigolins Supermercados de Birigui.......... 18

    Figura 5: Foto da entrada do Amigolins Supermercados de Araatuba.... 19

    Figura 6: Foto da entrada do Amigolins Supermercados de Promisso... 20

    Figura 7: Foto da entrada do Amigolins Supermercados de Lins, da Av.

    So Paulo.................................................................................................... 20

    Figura 8: Foto da entrada do Amigolins Supermercados de Birigui, da

    rua Silvares................................................................................................. 21

    Figura 9: Foto do depsito central do Amigolins Supermercados.......... 21

    Figura 10: Foto do Escritrio Central do Amigolins Supermercados........ 22

    Figura 11: Organograma da Empresa......................................................... 25

    Figura 12: Guia de ICMS............................................................................. 52

    Figura 13: Guia de informao e apurao do ICMS (Gia)......................... 53

    Figura 14: Guia-ST...................................................................................... 60

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: Demonstrao do lanamento da compra de mercadoria do

    produto tributado normalmente sem substituio tributria......................... 51

    Quadro 2: Demonstrao do lanamento da venda de mercadoria do

    produto tributado normal............................................................................. 51

    Quadro 3: Demonstrao do Resultado do Exerccio................................. 52

    Quadro 4: Demonstrao do lanamento da compra de mercadoria com

    ST dentro do Estado de So Paulo............................................................ 54

    Quadro 5: Demonstrao do lanamento da venda de mercadoria com

    ST................................................................................................................ 54

    Quadro 6: Demonstrao do Resultado do Exerccio................................. 55

    Quadro 7: Demonstrao do lanamento da compra de mercadoria com 57

  • ST fora do Estado de So Paulo possuindo inscrio estadual em S.P.....

    Quadro 8: Demonstrao do lanamento da venda de mercadoria com

    ST................................................................................................................ 57

    Quadro 9: Demonstrao do Resultado do Exerccio................................. 57

    Quadro 10: Demonstrao do lanamento da compra de mercadoria com

    ST fora do Estado de So Paulo no recolhido pelo fornecedor................ 58

    Quadro 11: Demonstrao do clculo da ST sem o recolhimento feito

    pelo fornecedor de fora do Estado.............................................................. 59

    Quadro 12: Demonstrao do lanamento da venda de mercadoria com

    ST................................................................................................................ 59

    Quadro 13: Demonstrao do Resultado do Exerccio............................... 59

    Quadro 14: Demonstrao da compra de mercadoria com ST fora do

    Estado, com frete incluso no total da nota fiscal......................................... 63

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Tabela de alquotas, IVA e IVA-Ajustado.................................... 62

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    APAS: Associao Paulista de Supermercados

    CAT: Contencioso Administrativo Tributrio

    CF: Constituio Federal

    CMV: Custo da Mercadoria Vendida

    CONFAZ: Conselho Nacional de Poltica Fazendria

    CTN: Cdigo Tributrio Nacional

    DF: Distrito Federal

    DRE: Demonstrao do Resultado do Exerccio

    GIA: Guia de Informao e Apurao do ICMS

    GNRE: Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais

    ICM: Imposto sobre Circulao de Mercadoria

  • ICMS: Imposto sobre Operaes relativas a Circulao de Mercadorias e

    Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal

    IE: Imposto sobre Exportao

    II: Imposto sobre Importao

    IOF: Imposto sobre Operaes Financeiras

    IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados

    IR: Imposto de Renda

    ITR: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

    IVA: ndice de Valor Agregado

    IVA-ST: ndice de Valor Agregado Setorial

    ISSQN: Imposto sobre Servio de Qualquer Natureza

    LC: Lei Complementar

    MVA: Margem de Valor Agregado

    NF: Nota Fiscal

    RICMS = Regulamento do Imposto sobre operaes relativas a circulao de

    mercadorias e servios de transporte interestadual e intermunicipal

    SEFAZ: Secretaria da Fazenda do Estado de So Paulo

    SP: So Paulo

    STN: Sistema Tributrio Nacional

    ST: Substituio Tributria

  • SUMRIO

    INTRODUO............................................................................................... 13

    CAPTULO I AMIGOLINS SUPERMERCADO LTDA.............................. 151 DADOS E COMPOSIO DA EMPRESA.......................................... 151.1 Scios................................................................................................... 15

    1.2 Primeira planta Matriz........................................................................ 16

    1.3 Expanso do negcio........................................................................... 16

    1.4 Atuao social e ambiental................................................................... 22

    1.5 Maiores fornecedores........................................................................... 23

    1.6 Misso.................................................................................................. 23

    1.7 Propsito.............................................................................................. 23

    1.8 Valores................................................................................................. 23

    1.9 Viso.................................................................................................... 24

    1.10 Objetivo................................................................................................ 24

    1.11 Meta..................................................................................................... 24

    1.12 Organograma....................................................................................... 24

    CAPTULO II CONTEXTO E NOES TRIBUTRIAS............................. 262 HISTRIA, CONCEITO E DEFINIO........................................... 262.1 Direito tributrio................................................................................ 26

    2.2 Direito financeiro.............................................................................. 27

    2.3 Planejamento tributrio.................................................................... 28

    2.4 Tributos............................................................................................ 28

    2.4.1 Sujeito ativo da obrigao tributria................................................. 29

    2.4.2 Sujeito passivo da obrigao tributria............................................ 30

    2.4.3 Tributos diretos................................................................................ 30

    2.4.4 Tributos indiretos.............................................................................. 31

    2.5 Impostos........................................................................................... 31

    2.5.1 Impostos cumulativos e no cumulativos........................................ 32

    2.6 Conceito de ICMS............................................................................ 32

    2.6.1 Base de calculo do ICMS................................................................. 35

  • 2.6.2 Alquotas.......................................................................................... 36

    2.6.3 Reduo da base de clculo........................................................... 37

    2.6.4 Regulamento do ICMS.................................................................... 37

    2.6.5 Crdito de ICMS.............................................................................. 37

    2.6.5.1 Crditos relativos a devoluo, troca e retorno de mercadorias..... 39

    2.6.5.2 Estorno do crdito do ICMS............................................................. 39

    2.6.5.3 Crdito acumulado........................................................................... 39

    2.6.6 Forma de contabilizao do ICMS................................................... 39

    2.6.7 Pauta................................................................................................ 40

    2.7 Substituio tributria...................................................................... 41

    2.7.1 Base legal........................................................................................ 41

    2.7.2 Espcie de substituio................................................................... 41

    2.7.3 Substituto......................................................................................... 42

    2.7.4 Substitudo....................................................................................... 43

    2.7.5 Convnios........................................................................................ 44

    2.7.6 Protocolos........................................................................................ 44

    2.7.7 Substituio tributria nas operaes internas................................ 44

    2.7.8 Substituio tributria nas operaes interestaduais...................... 45

    2.7.9 Responsvel.................................................................................... 45

    2.7.10 Base de clculo da substituio tributria........................................ 47

    2.7.11 Reduo da base de clculo da substituio tributria.................... 47

    2.7.12 Margem de valor agregado (MVA)................................................... 48

    CAPTULO III UM ESTUDO DE CASO - A INFLUNCIA DO NDICE DE VALOR AGREDADO NO CUSTO FINAL DO PRODUTO............................ 503 PROCESSO DE AQUISIO DE PRODUTOS PELO AMIGOLINS SUPERMERCADOS...................................................................................... 503.1 Apurao do custo do produto considerando o efeito do ICMS quando

    adquirido dentro do Estado de So Paulo na operao sem ST.................... 51

    3.2 Apurao do ICMS/ST do produto adquirido dentro do Estado de So

    Paulo considerando a condio de ST........................................................... 53

    3.3 Apurao do ICMS/ST do produto adquirido fora do Estado de So

    Paulo............................................................................................................... 55

  • 3.3.1 Fornecedor interestadual possuindo inscrio Estadual em So

    Paulo............................................................................................................... 55

    3.3.2 Fornecedor interestadual no possuindo inscrio Estadual em So

    Paulo............................................................................................................... 58

    3.4 Processo de devoluo....................................................................... 60

    3.5 O que muda na apurao do produto tributado normal e no produto

    tributado com substituio tributria .............................................................. 61

    3.6 Observaes do IVA e IVA ajustado................................................... 61

    3.7 Anlise de compra com base nas demonstraes do ICMS/ST......... 62

    3.8 Demonstrao da situao de aquisio fora do Estado com frete.... 63

    3.9 Parecer final......................................................................................... 63

    PROPOSTA DE INTERVENO................................................................... 65CONCLUSO................................................................................................. 66REFERNCIAS............................................................................................... 67APNDICES.................................................................................................... 69

  • INTRODUO

    Devido a carga tributria no Brasil ser bastante elevada e possuir um

    complexo sistema de tributao, as empresas em geral, sejam elas de

    pequeno, mdio ou grande porte, fabricante, varejista ou distribuidora ficam,

    praticamente, obrigadas a possuir um rigoroso sistema de planejamento

    tributrio.

    As empresas devem acompanhar constantemente legislao tributria,

    buscando superar os desafios do regime tributrio utilizando ferramentas,

    conhecimentos na legislao e experincia profissional, para minimizar o custo

    de seu produto.

    Um processo de clculo do ICMS-ST que, pode ser determinante para

    anlise da compra, a utilizao do ndice de valor agregado (IVA) imposto

    pelo Estado.

    Os objetivos da pesquisa foram demonstrar a importncia do

    conhecimento dos aspectos tributrios relativos s alquotas e substituio

    tributria do ICMS no momento da aquisio, pelo fato de a mesma influenciar

    no custo final do produto.

    Devido a tais situaes, surgiu a seguinte pergunta problema: Atravs

    do estudo do processo de aquisio do produto com substituio tributria

    dentro e fora do Estado, focando o IVA/MVA possvel identificar a melhor

    forma de aquisio?

    Foi proposta, a hiptese de que a adequada utilizao do clculo do

    IVA/MVA na substituio tributria e a sua aplicao nos produtos comprados

    dentro e fora do Estado permitem identificar a melhor opo no momento da

    compra para que o custo do produto seja o menor possvel, promovendo

    reduo no custo operacional, atravs da reduo de sua carga tributria.

    Os mtodos e tcnicas utilizados para a realizao da pesquisa esto

    descritos no captulo III.

    O presente trabalho est estruturado em trs captulos:

    Captulo I: apresenta o Amigolins supermercado, seu histrico, sua

    estrutura organizacional e suas conquistas.

  • Captulo II: expe a origem, os conceitos e as definies dos impostos,

    tributos existentes e da substituio tributria conceituando atravs do

    embasamento terico.

    Captulo III: descreve o estudo de caso realizado relatando a teoria e a

    prtica.

    Por fim, apresentam-se a proposta de interveno e as concluses.

  • CAPTULO I

    AMIGOLINS SUPERMERCADOS

    1 DADOS E COMPOSIO DA EMPRESA

    1.1 Scios

    A Empresa foi fundada pelos scios Jorge Igncio dos Santos Junior

    (Junior) e Valdir da Silva Bressan (Sr. Bressan) que sempre foram

    empreendedores, alm da vasta experincia profissional. Isso tudo colaborou

    para que eles se unissem com objetivo de criar um empreendimento moderno e

    diferenciado de tudo que a regio oferecia no seguimento supermercadista.

    O Sr. Junior como conhecido, iniciou no ramo supermercadista como

    administrador numa rede de supermercados chamada Supermercados

    Luzitana de Lins S/A, cujos proprietrios so seu pai e seu tio.

    Acreditando no potencial de crescimento da cidade e do seu prprio

    negcio, o Sr. Junior tinha o desejo de construir um supermercado que

    possusse espao fsico suficiente para disponibilizar aos clientes a opo de

    encontrar em um mesmo lugar, alm do supermercado, lojas, casa lotrica,

    restaurante, sorveteria, livraria, entre outras. Em Maio de 2003, contratou uma

    empresa especializada para realizar uma pesquisa que determinasse o local e

    as necessidades da populao. Uma vez realizada e concluda a pesquisa,

    pode iniciar na prtica o desejo que tinha, ento em parceria com seu amigo o

    Sr. Bressan deu incio ao processo de abertura do seu empreendimento.

    O Sr. Valdir da Silva Bressan tem 20 anos de experincia nos bancos,

    Bradesco, Garavelo e Santander. Aps a sada do banco Santander, foi

    contratado pela empresa Supermercados Luzitana de Lins S/A, iniciando na

    rea financeira. Exerceu o cargo de gerente geral em todas as filiais da

    empresa, participando ativamente em todas as decises do negcio. Participou

    tambm como tesoureiro da Associao Comercial de Lins, entre outros.

  • 1.2 Primeira Planta Matriz

    A primeira planta foi inaugurada em 23 de dezembro de 2003, na Rua

    Olavo Bilac, 62, em Lins, interior de So Paulo, instalada em uma rea de

    8.250 m, conta com um amplo estacionamento que comporta 128 veculos,

    farmcia, cinema, casa lotrica, lanchonete, loja de artigos diversos, sapataria,

    sorveteria, caixas eletrnicos dos bancos Santander, Brasil, Nossa Caixa e

    atualmente conta com uma agncia do Banco Bradesco, onde se realiza

    aberturas de contas entre outras operaes e transaes. Conta tambm com

    uma rea de vendas de 1.780 m, muito bem organizada, composta por 23

    check-outs e pelos setores de frios, padaria, aougue, hortifruti, adega,

    perfumaria, higiene e limpeza e uma diversificada linha de produtos e marcas

    que comeam desde os itens de primeira necessidade. Alm disso, gera 220

    vagas de trabalho somente nesta planta e possui capital social de R$

    3.000.000,00 (trs milhes de reais).

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 1: Foto da entrada da Matriz do Amigaolins Supermercados.

    1.3 Expanso do negcio

  • Depois do sucesso da primeira planta, os scios decidiram expandir o

    negcio, inaugurando em 06 de setembro de 2006 uma filial tambm em Lins,

    na Rua Paulo Aparecido Giraldi, 02, que conta com uma rea total de 1.100 m,

    rea de vendas de 1.030 m. Esta loja possui 09 check-outs e dividida da

    mesma forma que a matriz, contando com um total de 110 colaboradores.

    Atualmente, est em execuo o projeto que transforma o prdio onde,

    antigamente estava instalado o cinema Cinelins, que se encontra em frente

    filial, em uma ampla rea de estacionamento coberto no piso inferior e uma

    galeria com diversas lojas no piso superior.

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 2: Foto da entrada do Amigaolins Supermercados da Floriano.

    No dia 30 de abril de 2007 foi inaugurada uma nova planta, a maior da

    rede, agora na cidade de Assis, situada na Avenida Walter Antnio Fontana,

    1.300, Vila Claudia, tambm interior de So Paulo que possui uma rea total de

    12.000 m, sendo 2.380 m de rea de vendas composta por 20 check-outs.

    Nesta rea ainda esto instalados os diversos departamentos. Alm disso,

    disponibiliza 206 vagas de estacionamento e conta com a colaborao de 215

    funcionrios.

  • Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 3: Foto da entrada do Amigolins Supermercados de Assis.

    Em 15 de novembro de 2007 inaugurada uma planta em Birigui,

    estado de So Paulo, na Avenida Euclides Miragaia, 1.836, Jardim Prola.

    Esta planta possui 3.996 m de rea total, sendo estacionamento com

    102 vagas e rea de venda de 1700 m composta por 16 check-outs, alm dos

    diversos departamentos. Esta unidade geradora de 175 empregos diretos.

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 4: Foto da entrada do Amigaolins Supermercados de Birigui.

  • A inaugurao da planta de Araatuba foi em 28 de fevereiro de 2009,

    sito na Avenida Waldemar Alves, 1.646 B, Jardim Brasil. Com a nova loja,

    foram geradas 180 vagas de trabalho na cidade e disponibilizada para a

    populao uma rea total de 4.530 m, composta por 2.132 m de rea de

    vendas, que conta com 20 check-outs e diversos setores, seguindo o mesmo

    padro das demais filiais e, 206 vagas de estacionamento para clientes.

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 5: Foto da entrada do Amigaolins Supermercados de Araatuba.

    Promisso, cidade localizada tambm no interior de So Paulo, foi

    contemplada com uma planta inaugurada no dia 05 de novembro de 2009,

    localizada na Rua Sassaichi Massaki, 663. Esta loja possui 1.550 m de rea

    total, sendo 50 vagas de estacionamento para os clientes e 1.230 m de rea

    de vendas composta por 10 check-outs e demais setores como frios, padaria,

    aougue, hortifruti, adega, perfumaria, higiene e limpeza, entre outros que

    acompanham o padro da rede. Alm desses benefcios, gerou para a cidade

    104 vagas de trabalho o que aqueceu a economia local e proporcionou aos

    clientes e colaboradores mais uma opo para realizao das suas compras

    mensais e espordicas.

  • Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 6: Foto da entrada do Amigaolins Supermercados de Promisso.

    A penltima planta inaugurada foi em Lins, na Avenida So Paulo, 441,

    Vila Guararapes no dia 01 de maio de 2010, depois da aquisio do prdio

    onde funcionava uma das filiais do Supermercado Amlia. Esta planta conta

    com estacionamento para 90 veculos, casa lotrica, restaurante por quilo,

    setor hotifruti, aougue, padaria, higiene e limpeza e demais setores de

    convenincia, totalizando 1.500 m, sendo 1.250 m de rea de venda. Com

    esta inaugurao foram gerados mais 90 vagas de trabalho, somando somente

    em Lins, 420 novos empregos.

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 7: Foto da entrada do Amigaolins Supermercados de Lins, loja da

    Avenida So Paulo.

  • A ltima planta foi inaugurada depois da aquisio de mais uma loja

    pertencente ao supermercado Amlia na cidade de Birigui, situada na rua

    Silvares, 103. Esta loja tambm conta com ampla rea de venda, dividida em

    diversos departamentos como nas demais e estacionamento para os clientes.

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 8: Foto da entrada do Amigaolins Supermercados de Birigui, loja

    da rua Silvares.

    A empresa tambm possui um escritrio central e um depsito fechado

    localizado na Rua Gois, 92, Vila Guararapes, em Lins onde funcionam os

    setores de compra, contabilidade, fiscal, estoque entre outros.

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 9: Foto do depsito central do Amigolins Supermercados.

  • Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 10: Foto do escritrio central do Amigolins Supermercados.

    1.4 Atuao Social e Ambiental

    Na cidade de Lins a planta da Rua Olavo Bilac, vista pelos clientes e

    cidados como uma espcie de shopping, pois conta com a maior estrutura

    fsica que abriga, alm do supermercado, lojas, banco, farmcia, sorveteria,

    caixas eletrnicos de diversos bancos, casa lotrica, revistaria e um cinema.

    Alm disso, uma forte geradora de empregos na cidade, que hoje conta com

    trs grandes lojas.

    A Empresa ativa colaboradora em projetos sociais e ambientais.

    Atualmente desenvolveu uma campanha onde troca quatro litros de leo usado

    por uma lata de leo novo, alm de um convnio com a operadora de carto de

    crdito Visa, que trocava tickets de compra no carto somando determinado

    valor por uma sacola ecologicamente correta. Tambm uma forte

    patrocinadora do Clube Atltico Linense que foi campeo da srie A2 do futebol

    paulista no ano de 2010.

  • 1.5 Maiores Fornecedores

    Dentre os diversos fornecedores, relacionam-se com principais:

    a) Bertin Ltda com 6% do total das compras;

    b) Nestl Brasil Ltda com 4% do total das compras;

    c) Unilever Brasil Ltda com 3% do total das compras.

    1.6 Misso

    Comercializar produtos e servios no ramo mercadista, gerando

    empregos, impostos, lucros e desenvolvimento pessoal ou oferecer a

    populao de Lins e regio comodidade e qualidade buscando sempre adaptar-

    se s expectativas dos clientes garantindo-lhes satisfao, valorizar essa

    relao com os clientes, parceiros e colaboradores preservando sua

    longevidade.

    1.7 Propsito

    Trazer nosso cliente a nossa casa, e que ele faa dela a sua casa,

    oferecendo variedades e produtos, higiene e limpeza, e atendimento com

    qualidade, comodidade, buscando realizar sua satisfao.

    1.8 Valores

    Trabalho, transparncia, humildade, responsabilidade,

    comprometimento, profissionalismo e amor.

  • 1.9 Viso

    Ser empresa amiga da cidade e regio, procurando sempre aprimorar

    conceitos e servios.

    1.10 Objetivo

    Negociar com tica e agilidade produtos e servios, para que cheguem

    ao consumidor no melhor preo possvel, atendendo a sua necessidade, e

    gerar uma relao de confiana e credibilidade, onde todos ganham.

    1.11 Meta

    Cultivar o relacionamento saudvel e eficiente com seus fornecedores e

    colaboradores, para atender as exigncias dos clientes, que so considerados

    as pessoas mais importante do sucesso da empresa.

    1.12 Organograma

    O organograma foi desenvolvido a partir da diretoria que composta

    pelos scios e depois ramificada entre os demais setores que compreendem o

    Jurdico, Auditoria Externa, as demais Filiais e Administrao que subdividida

    em Contabilidade, Informtica, Compras e Vendas. No setor contbil existem

    dois departamentos, o RH e a Tesouraria. No setor de Vendas apresentam os

    Atendentes, Operadores de Caixa e Empacotadores. E por fim, o Setor de

    compras que dividido em Auditoria Interna, Repositores e Recebimento de

  • mercadorias. As Filiais so compostas pelos setores Administrativos, exceto o

    setor Contbil.

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010.

    Figura 11: Organograma da Empresa.

    Diretoria

    Jurdico Administrao Auditoria Externa

    Contabilidade vendas

    Compras

    R.H Tesouraria Atendentes Operadores de Caixa

    Empacotador

    Auditoria Interna Repositores

    Recebimento

    Filiais

  • CAPTULO II

    CONTEXTO E NOES TRIBUTRIAS

    2 HISTRIA, CONCEITO E DEFINIO

    O Brasil, a princpio, no era considerado por Portugal como algo

    valioso, pois embora o territrio adquirido pela Coroa portuguesa fosse imenso,

    no trouxe a inesperada sorte econmica obtida pelos espanhis em suas

    conquistas do Peru e Mxico. Aps muito tempo a terra recm-apontada pelos

    portugueses possibilitou algum retorno financeiro Metrpole, com a

    explorao do pau-brasil. Com isso, parte da riqueza produzida pela populao

    seria transferida para um soberano ou agente pblico. Surge, ento, um

    modelo de tributao, porm no necessrio, pois antes do aparecimento das

    Cidades-Estado, no havia a concepo de propriedade privada, sendo que os

    bens eram praticamente coletivos e a riqueza advinda do trabalho. (TORRES,

    2000)

    Ao longo dos tempos, muitas tentativas foram feitas com o objetivo de

    tornar a matria tributria mais clara e profcua. No decreto 2.416, de

    17/07/1940, adotaram-se rubricas mais exatas relativas aos tributos. A emenda

    constitucional n 3, de 18/09/1940, vedou que Estados, DF e Municpios

    tributassem direta ou indiretamente a produo e comrcio, inclusive a

    distribuio e exportao do carvo mineral e dos combustveis e lubrificantes

    lquidos de qualquer origem. (AMED, 2000)

    A problemtica envolvida na questo dos tributos no Brasil vai alm do

    simples fato de seus custos causados s empresas. Os tributos, sejam eles

    quais forem, refletem na vida das empresas como um limitador ao

    desenvolvimento; so entraves aos novos investimentos, principalmente

    oriundos do exterior. (OLIVEIRA, 2006)

    2.1 Direito tributrio

  • Direito tributrio a disciplina da relao entre fisco e contribuinte,

    resultante da imposio, arrecadao e fiscalizao dos impostos, taxas e

    contribuies. (NOGUEIRA, 1999)

    o ramo didaticamente autnomo do direito, integrado pelo conjunto

    das proposies jurdico normativas que correspondam, direta ou

    indiretamente, instituio, arrecadao e fiscalizao de tributos.

    (CARVALHO, 2002)

    Na concepo Ichihara (2003), Direito tributrio definido como um

    conjunto de normas jurdicas que regulam a ao estatal de tributar, ou seja, de

    exigir tributos. Analisa a normas jurdicas postas, correlacionada com a

    tributao devida, quando, a quem e como, criando e disciplinando as relaes

    jurdicas entre o Estado, na sua qualidade de fisco e as pessoas que

    juridicamente esto a ele sujeitas e denominam-se contribuintes. O direito tributrio definido como ramo autnomo do direito pblico, por conter princpios e institutos prprios, relacionando-se com os demais ramos do direito, dado sua unicidade, pois estuda e normatiza as relaes entre Estado e contribuinte. Relaes essas relativas criao, fiscalizao e arrecadao da receita pblica derivada especifica dos tributos. (OLIVEIRA, 2005, p.50)

    2.2 Direito financeiro

    Nas palavras de Nogueira (1999), direito financeiro abrange tudo na vida

    financeira do Estado seja suscetvel de considerao jurdica. , pois, o

    ordenamento jurdico total das atividades financeiras do Estado, as quais

    compreendem a receita, a despesa, o oramento e o crdito pblicos.

    Devido a tais definies entende-se que o direito tributrio encontra-se

    dentro do campo de normas relacionadas com a administrao financeira ou

    administrao das finanas pblicas. Direito financeiro o ramo do direito pblico que disciplina atividade do Estado nos trs setores em que se desenvolve aquela atividade: 1 - receita pblica, isto , obteno de recursos financeiros; 2 - gesto patrimonial, ou seja, administrao dos bens do Estado; 3 - despesa pblica, isto , dispndio ou emprego dos recursos financeiros do Estado. (BERNARDES, 1967, p. 30)

  • 2.3 Planejamento Tributrio

    A gesto tributria leva em considerao, a capacidade de promover

    melhorias significativas no custo operacional da empresa e,

    consequentemente, reduzir a sua carga tributria. Planejamento tributrio no se confunde com sonegao fiscal, planejar escolher, entre duas ou mais opes lcitas, a que resulte no menor imposto a pagar. Sonegar por sua vez, utilizar meios ilegais, como fraude, simulao, dissimulao, etc., para deixar de recolher o tributo devido. (OLIVEIRA et al., 2006. p. 37).

    Costuma-se, ento denominar de planejamento tributrio a atividade

    empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta

    os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os nus

    tributrios em cada uma das opes legais disponveis. O objeto do

    planejamento tributrio , em ltima anlise, a economia tributria.

    (LATORRACA, 2000)

    O planejamento tributrio hoje indispensvel para a sobrevivncia de

    uma empresa, pois no Brasil encontra-se uma elevada carga tributria. A carga tributria no Brasil extremamente elevada, tanto sobre a pessoa jurdica como sobre a pessoa fsica. O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributrio estima que a carga tributria em nosso pas, representa, na mdia dos ltimos cinco anos, mais de 32% do Produto Interno Bruto. (OLIVEIRA et al. 2006, p. 34).

    2.4 Tributos

    O ordenamento jurdico define no Cdigo Tributrio Nacional em seu

    artigos 3 que:

    Art. 3 Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito,

    instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente

    vinculada.

    No que se refere as espcies de tributos, o Sistema Tributrio Nacional

    (STN) est estruturado de forma permitir ao Estado a cobrana de impostos,

    taxas e contribuies de melhoria. (OLIVEIRA et al. 2006)

  • Art. 5 Os tributos so impostos, taxas e contribuies de melhoria. (LEI

    n 5.172, 1966)

    Alm das subdivises conceituadas no CTN de acordo com a natureza

    jurdica importante salientar que outros aspectos devem ser considerados.

    Para Oliveira (2005), no Brasil, o sistema tributrio possui vrios

    exemplos, nos quais o tributo usado no s para fomentar atividades

    econmicas, mas tambm para reduzir as desigualdades sociais existentes de

    regies menos desenvolvidas. Assim, os tributos podem ser classificados em

    funo de suas finalidades, sendo divididos em:

    a) Tributos fiscais: possuem funo meramente arrecadatria, visando o

    financiamento das atividades do Estado para garantir o aporte de

    recursos necessrios ao exerccio de suas atividades. Exemplo: IR;

    b) Tributos parafiscais: possuem funo meramente arrecadatria,

    contudo a receita arrecadada destina-se ao cumprimento de funes

    paralelas s funes tpicas do Estado. Exemplo: as contribuies

    previdencirias; e

    c) Tributos extrafiscais: no so institudos com funo arrecadatria,

    mas para que o Estado cumpra a funo de controle de economia.

    Exemplo: II, IE, IPI, IOF, ITR.

    Define Machado (2007) tributo como um instrumento do qual se vale o

    Estado para a obteno de recursos financeiros indispensveis ao

    desempenho de suas atividades. obtido com o exerccio do poder de tributar,

    que pode estar, ou no, adequadamente limitado por normas jurdicas. Sua

    finalidade a obteno de recursos que o governante considera necessrios.

    2.4.1 Sujeito Ativo da Obrigao Tributria

    Para os autores Mariano, Werneck e Bezerra (2009), o sujeito ativo da

    obrigao tributria encontra-se no plo ativo obrigacional, como o titular de

    direito de exigir o cumprimento da obrigao, conforme explicitado do CTN:

    Artigo 119. Sujeito ativo da obrigao a pessoa jurdica de direito

    pblico, titular da competncia para exigir o seu cumprimento.

  • Sua determinao se faz mediante a identificao da pessoa que detm ou competncia (aptido para instituir o tributo), ou capacidade tributria

    (aptido para se titular do plo ativo da obrigao) para ser credor da obrigao

    tributria, completam os autores.

    Em suma, sujeito ativo , na relao jurdica obrigacional tributria, o

    titular do plo credor, a que se contrape o sujeito passivo, no plo devedor.

    2.4.2 Sujeito Passivo da Obrigao Tributria

    Ainda na concepo dos mesmos autores, o sujeito passivo encontra-se

    no plo devedor da obrigao tributria, posto que a pessoa que tem o dever

    de prestar, ao credor ou sujeito ativo o objeto da obrigao.

    O sujeito passivo da obrigao tributria aquele a quem compete a

    responsabilidade de cumpri-la: se a obrigao for principal aquela a quem

    cabe pagar o montante do crdito tributrio; se a obrigao for acessria ser

    aquele a quem couber a realizao dos devedores acessrios.

    Artigo 121. Sujeito da obrigao principal a pessoa

    obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade

    pecuniria.

    Pargrafo nico. O sujeito passivo da obrigao principal

    diz-se:

    I contribuinte, quando tenha relao pessoal e direta

    com a situao que constitua o respectivo fato gerador;

    II responsvel, quando, sem revestir a condio de

    contribuinte, sua obrigao decorra de disposio

    expressa de lei. (OLIVEIRA, 2005)

    2.4.3 Tributos diretos

    So os tributos cujo dever de pagar atribudo pela lei quela pessoa

    que se supe ter capacidade contributiva. Para Machado (2007), so diretos os

  • tributos quando o contribuinte, pessoa a quem a lei atribui o dever de pagar o

    tributo, aquele que suporta o respectivo nus financeiro.

    Resumidamente, para os irmos Fhrer e Fhrer (2003), os tributos

    diretos so os relativos apenas ao contribuinte, sem possibilidade de

    transferncia do encargo a outrem.

    2.4.4 Tributos indiretos

    Machado (2007) enfatiza que, os tributos indiretos so os tributos nos

    quais o dever de pagar atribudo pela lei a pessoa que est em relao

    jurdica com outras, supostamente possuidoras de capacidade contributiva, s

    quais transfere o nus financeiro do tributo.

    Os tributos indiretos so os impostos que incidem sobre um ato, um fato

    ou um objeto, e so cobrados sem que sejam levadas em linha de conta as

    condies das pessoas s quais toca pag-los. Esses impostos recaem sobre

    o consumo ou a circulao da riqueza, e por serem capazes de proporcionar

    vultosas rendas, constituem a base dos oramentos modernos. Exemplo dessa

    espcie de tributo o imposto sobre vendas e consignaes. (BERNARDES,

    1967).

    Conforme Oliveira (2005), os tributos indiretos so representados pelos

    impostos sobre o consumo, os contribuintes de fato e de direito por pessoas

    distintas. Assim o contribuinte de direito, normalmente constitudo pelo

    varejista, tem a responsabilidade legal de recolher o imposto, cujo nus

    financeiro repassado por esse ao contribuinte de fato, que representado

    pelo adquirente - consumidor, ou seja, so os impostos que incidem sobre a

    produo, a venda, circulao ou consumo de bens e servios.

    2.5 Impostos

  • Conforme definio do Cdigo tributrio nacional - CTN, o imposto

    pago pelo contribuinte que no recebe nenhuma contraprestao direta e

    imediata do Estado. Assim o imposto uma obrigao que s pode ser exigido

    da sociedade pelos entes que tiveram a competncia atribuda pela

    Constituio Federal, visando ao financiamento das despesas de interesse

    geral, a cargo desses entes.

    Imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao

    independente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte.

    Art. 16 do CTN.

    Ichihara (2003) cita que, imposto a materialidade do fato gerador que

    fornece os elementos para a classificao da espcie tributria. A materialidade

    do fato gerador exatamente a descrio hipottica do fato ou conjunto de

    fatos na lei, que, em ocorrendo tal hiptese no mundo concreto, gera a

    obrigao de pagar determinado tributo; por exemplo, algum realizar

    operaes relativas circulao de mercadorias e servios o fato gerador do

    ICMS, prestar servios no mbito municipal fato gerador do Imposto Sobre

    Servios de qualquer Natureza (ISSQN).

    2.5.1 Impostos cumulativos e no cumulativos

    Cumulativo o imposto que incide em cada etapa da circulao,

    acumulando-se sempre, sem qualquer preocupao com o nmero maior ou

    menor de operaes pelas quais passe o produto. (MACHADO, 2007)

    No cumulativo o imposto que incide em todas as operaes mas em

    cada uma delas deduz-se do valor do imposto devido o valor daquele que

    incidiu nas operaes anteriores. O IPI e o ICMS so exemplos dessa espcie

    de imposto em nosso sistema tributrio. (MACHADO, 2007)

    2.6 Conceito de ICMS Imposto sobre Operaes relativas a Circulao de

    Mercadorias e Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e

    Intermunicipal e de Comunicao.

  • O ICMS, por fora de disposio constitucional (artigo 155, 2, I da

    CF/1988), est sujeito ao princpio da no cumulatividade, compensando-se o

    que for devido em cada operao relativa circulao de mercadorias ou

    prestao de servios com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou

    por outro Estado ou pelo DF. (OLIVEIRA, 2005).

    Oliveira et al. (2006), define o ICMS como sendo um imposto que possui

    muitas particularidades no que diz respeito ao fato gerador que envolve a

    circulao de mercadorias. Para que as empresas possam controlar o ICMS

    incidente nas diversas compras e nas diversas vendas, a legislao

    estabeleceu a obrigatoriedade da escriturao dos livros fiscais, com a estrita

    observncia das normas especficas independentemente da obrigatoriedade da

    escriturao dos livros e documentos contbeis. Assim, todas as empresas que

    transacionam com mercadorias sujeitas incidncia do ICMS tero um gasto

    com esse tributo, que corresponder diferena entre o ICMS pago a seus

    fornecedores, nas compras de mercadorias, e o ICMS cobrado de seus

    clientes, nas vendas de mercadorias.

    Com o advento da Carta Magna de 1988, em seu artigo 155, inciso II,

    atribuiu-se competncia aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto

    sobre operaes relativas a circulao de mercadorias:

    Artigo 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos

    sobre:

    [...]

    II operaes relativas circulao de mercadorias e prestaes

    servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao ainda

    que, as operaes e prestaes se iniciem no exterior.

    Cabe ainda a LC outras definies desse imposto conforme estabelecido

    no 2 inciso XII do artigo 155 da CF/88:

    XII - cabe lei complementar:

    a) definir seus contribuintes;

    b) dispor sobre substituio tributria;

    c) disciplinar o regime de compensao do imposto;

    d) fixar, para efeito de sua cobrana e definio do estabelecimento

    responsvel, o local das operaes relativas circulao de

    mercadorias e das prestaes de servios;

  • e) excluir da incidncia do imposto, nas exportaes para o exterior,

    servios e outros produtos alm dos mencionados no inciso X, a;

    f) prever casos de manuteno de crdito, relativamente remessa

    para outro Estado e exportao para o exterior, de servios e de

    mercadorias;

    g) regular a forma como, mediante deliberao dos Estados e do

    Distrito Federal, isenes, incentivos e benefcios fiscais sero

    concedidos e revogados.

    h) definir os combustveis e lubrificantes sobre os quais o imposto

    incidir uma nica vez, qualquer que seja a sua finalidade, hiptese

    em que no se aplicar o disposto no inciso X, b;

    i) fixar a base de clculo, de modo que o montante do imposto a

    integre, tambm na importao do exterior de bem, mercadoria ou

    servio.

    De acordo com Mariano, Werneck e Bezerra (2009), a expresso

    hiptese de incidncia designa com a maior propriedade a descrio, contida

    na lei, da situao necessria e suficiente ao nascimento da obrigao

    tributria, enquanto a expresso fato gerador, diz da ocorrncia, no mundo dos

    fatos, daquilo que est descrito na lei. A hiptese de incidncia a simples

    descrio, enquanto o fato gerador a concretizao da hiptese, o

    acontecimento do que fora previsto. De forma abstrata, a lei prev as hipteses

    de incidncia dos diversos tributos. Enquanto no se verificar a ocorrncia

    concreta da hiptese legalmente prevista, no h que se falar em obrigao

    tributria. A simples previso legal no tem o condo de fazer nascer a

    obrigao tributria. Faz-se necessrio que o fato concreto ocorra, em toda sua

    extenso, de forma coincidente com a hiptese de incidncia criada pelo

    legislador.

    O ICMS um imposto regulamentado, em suas normas gerais, pela Lei

    Complementar n 86/96 e pelos convnios firmados entre os Estados. Cada Estado possui uma regulamentao especfica, seguindo os termos das

    normas gerais.

    A Lei Ordinria n 6374 no estado de So Paulo, que criou o ICMS com

    determinao do fato gerador.

  • O fato gerador do ICMS corresponde a circulao de mercadorias ou a

    prestao de determinados que, segundo o RICMS compreende:

    a) sada de mercadorias, a qualquer ttulo, de estabelecimento de

    contribuinte, comercial, industrial ou produtor, ainda que para outro

    estabelecimento do mesmo titular;

    b) prestaes de servios de transporte interestadual ou intermunicipal

    e de comunicaes e telecomunicaes;

    c) entradas de mercadorias importadas no estabelecimento de

    contribuinte, comercial, industrial ou produtor, e ainda que se trate de

    mercadoria para consumo ou bem do ativo imobilizado; e

    d) fornecedores de alimentao, bebidas e outras mercadorias em

    restaurantes, bares, cafs e estabelecimentos similares.

    2.6.1 Base de clculo

    o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alquota) com a

    finalidade de apurar o montante a ser recolhido. A base de calculo, conforme a

    Constituio Federal deve ser definida em lei complementar, estando sua

    alterao sujeita aos princpios constitucionais da legalidade (mudana

    somente por outra lei), da anterioridade (a lei deve estar vigente antes de

    iniciada a ocorrncia do fato gerador) e da irretroatividade (a norma no pode

    atingir fatos passados). A base de calculo de modo geral o valor da operao com mercadorias, incluindo as importncias acessrias, tais como seguros e fretes pagos pelo comprador, excludos os descontos incondicionais. (OLIVEIRA et al. 2006 p. 79)

    A base de clculo do ICMS, o valor da operao relativa circulao

    da mercadoria ou preo do servio respectivo. Todavia, a Lei Complementar n

    87/96 estabelece vrias normas para situaes especficas.

    Art 53. diz que a base de clculo do imposto :

    I o valor da operao de que decorre a sada da

    mercadoria;

  • II na falta do valor a que se refere o inciso anterior, o

    preo corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado

    atacadista da praa do remetente. (MACHADO, 2007)

    Incluem-se na base de clculo: a) seguros, juros e demais importncias pagas, recebidas ou debitadas,

    descontos concedidos sob condio, bem como o valor de

    mercadorias dadas em bonificao.

    b) frete, se cobrado em separado, relativo ao transporte intramunicipal,

    intermunicipal ou interestadual, realizado pelo prprio remetente ou

    por sua conta e ordem.

    c) o montante do IPI, salvo quando a operao, realizada entre

    contribuintes e relativa a produto destinado industrializao ou

    comercializao, configurar fato gerador de ambos os impostos

    2.6.2 Alquota

    Alquota o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de

    clculo, determina o montante do tributo a ser recolhido. Assim como a base de

    clculo, a alterao da alquota tambm est sujeita aos princpios

    constitucionais da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade. (OLIVEIRA

    et al. 2006)

    Oliveira (2005), informa que, fica a cargo do Senado Federal fixar as

    alquotas interestaduais (para as operaes em que a mercadoria v de um

    ponto situado dentro do Estado-membro a outro ponto fora dos limites desse

    mesmo Estado) e de exportao do ICMS, alm de poder estabelecer alquotas

    internas mnimas e mximas. Essas alquotas so diferenciadas entre os

    Estados, prevalecendo as seguintes:

    a) 7,0% em operaes ou prestaes interestaduais com o Estado do

    Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Estado do Esprito Santo e 12,0%

    para as demais regies;

    b) 18,0% nas operaes internas e importaes em So Paulo, Minas

    Gerais e Rio de Janeiro, e 17,0% nos demais estados;

  • c) 7,0% nas operaes com produtos da cesta bsica; e

    d) 25,0% em operaes internas, interestaduais e impostaes de

    perfumes, cosmticos, cigarros, armas e munies, bebidas

    alcolicas etc.

    2.6.3 Reduo de base de clculo

    A reduo da base de clculo, tambm chamada de iseno parcial,

    um beneficio fiscal do ICMS, que visa reduzir a carga tributria do imposto

    incidente em determinadas operaes/prestaes.

    As redues da base de clculo podem ser concedidas por prazo

    determinado ou indeterminado e dependem da celebrao de acordos entre os

    Estados, denominados Convnios.

    2.6.4 Regulamento do imposto sobre operaes relativas a circulao de

    mercadorias e servios de transporte interestadual e intermunicipal RICMS

    Regulamenta a obrigao principal instituda pela lei e institui as

    obrigaes acessrias, definidas pelos artigos 99 e 113 do Cdigo Tributrio

    Nacional CTN. O regulamento foi aprovado pelo Decreto 45490 de 30 de

    novembro de 2000.

    A alquota individualmente determinada em cada Estado pela sua

    legislao vigente. Porm, o estado de So Paulo utiliza-se da alquota de

    18%. Com o objetivo de evitar exageros por partes dos governantes, podem

    ser fixadas pelo Senado Federal alquotas mximas nas operaes internas,

    todavia, atualmente no h limite definido, segundo Oliveira et al. (2006).

    2.6.5 Crdito do ICMS

  • Para a apurao do crdito, necessrio que se faa a

    operacionalizao de acordo com os mtodos contbeis de compensao de

    dbitos e crditos, possibilitando ao contribuinte maior controle da apurao do

    ICMS. O imposto apurado sobre o valor incidente sobre as vendas,

    deduzidos sobre as compras; se houver mais dbito do que crdito resultar

    em um saldo devedor que deve ser recolhido no ms seguinte.

    De acordo com Oliveira et al. (2006), as empresas que adquirem

    mercadorias para revender ou para industrializar, ou ainda integrar seu ativo

    imobilizado. Podem escriturar o ICMS pago nessas aquisies, ou seja, o

    crdito do imposto por ocasio da entrada desses itens em seus

    estabelecimentos. Quando essas empresas efetuarem as sadas de tais

    estoques em posteriores vendas tributadas, o imposto ser cobrado do novo

    adquirente e escriturado em livro prprio, o chamado dbito do imposto. A

    empresa estar proibida de escriturar o crdito, ou dispensada de registrar o

    dbito somente por meio de previses expressas em lei.

    Ainda de acordo com o autor acima citado, para se creditar do ICMS

    preciso que:

    a) o ICMS esteja corretamente destacado em documento fiscal hbil,

    com o atendimento de todas as exigncias da legislao pertinente;

    b) o documento fiscal hbil seja emitido por contribuinte em situao

    regular perante o fisco, ou seja, esteja inscrito na repartio

    competente, encontre-se em atividade no local indicado e possibilite

    a comprovao dos demais dados cadastrais impressos no

    documento fiscal;

    c) o documento fiscal hbil seja escriturado no respectivo livro Registro

    de Entradas.

    O direito ao crdito se extinguir no prazo de cinco anos a partir da data

    da emisso pelo fornecedor do documento fiscal hbil. Assim, conforme j

    exposto, nas empresas comerciais, o ICMS pago nas compras das

    mercadorias para posterior revenda recupervel e deve ser segregado do

    preo das mercadorias e lanado contabilmente no grupo do Ativo Circulante,

    na conta Impostos a Recuperar ICMS.

  • 2.6.5.1 Crditos relativos devoluo, troca e retorno de mercadorias.

    No caso de devoluo, o destinatrio emitir a nota fiscal de devoluo,

    e no o fazendo o estabelecimento que receber a mercadoria em situao de

    devoluo ou troca, emitir nota fiscal na entrada relativamente mercadoria

    devolvida, da qual constaro o nmero, a srie e data do documento fiscal

    emitido por ocasio de sada.

    2.6.5.2 Estorno do crdito do ICMS

    O contribuinte dever efetuar o estorno do imposto sempre que o servio

    tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento vier a ser: objeto de

    operao subseqente no tributada ou isenta; utilizado a fim alheio atividade

    do estabelecimento; utilizado em seu prprio estabelecimento e objeto de

    perecimento, deteriorao, inutilizao, roubo ou perda.

    2.6.5.3 Crdito acumulado

    O crdito do ICMS acumula-se principalmente nos casos de empresas

    exportadoras por no terem dbitos de imposto em suas sadas e nos casos de

    alquota diversificada que devido diferena das alquotas entre estados que

    no so totalmente utilizadas no perodo de apurao, sendo transportado esse

    saldo credor para o perodo subseqente.

    2.6.6 Forma de contabilizao do ICMS

  • O ICMS apurado mensalmente por ser um imposto sobre o valor

    agregado, isto , o valor a ser pago a diferena entre os dbitos e crditos do

    ICMS, ou seja, a soma dos valores do ICMS devidos pelas sadas no ms e a

    soma dos valores do ICMS creditados pelas compras do mesmo perodo.

    Uma forma de contabilizar os impostos recuperveis pagos na aquisio

    de mercadorias e insumos da produo o registro, por ocasio da aquisio

    desses bens, em contas prprias, classificveis no ativo circulante, intitulada

    ICMS a recuperar.

    Exemplo:

    Aquisio dentro do estado de So Paulo, sendo alquota de 18% de ICMS de

    R$ 100.000,00 de materiais para a produo, sendo recuperveis R$ 18.000,00

    de ICMS:

    D - Estoque de matrias-primas (Ativo Circulante) R$ 82.000,00

    D - ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 18.000,00

    C - Fornecedores (Passivo Circulante) R$ 100.000,00

    Lanamento por ocasio do trmino do perodo de apurao do ICMS,

    transferindo-se o saldo das contas respectivas para a conta do passivo:

    D - ICMS a Recolher (Passivo Circulante)

    C - ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 18.000,00

    2.6.7 Pauta

    o valor estabelecido pelo governo de cada unidade de federao. O

    valor estipulado serve de base de clculo para a cobrana do ICMS na venda

    de determinados produtos ou mercadorias comercializadas em operaes

    internas e interestaduais.

  • 2.7 Substituio tributria

    Segundo Mariano, Werneck e Bezerra (2008), a substituio tributria

    pode ser conceituada como sendo o regime pelo qual a responsabilidade pelo

    ICMS devido em relao s operaes/prestaes atribuda a outro

    contribuinte, ou se seja, a lei altera a responsabilidade pelo cumprimento da

    obrigao tributria, conferindo a terceiro, que no aquele que praticou o fato

    gerador diretamente, mas, que possui vinculao indireta com aquele que deu

    causa ao fato. Objetivando facilitar o controle da arrecadao e fiscalizao do tributo, os Estados, logo nos primeiros anos de vigncia do ICMS, na dcada de 70, j comearam a pensar na substituio tributria como forma de facilitar a operacionalizao do imposto. A maior polmica surgiu com a reteno do ICMS na fonte, onde o fabricante, ao vender para o comerciante, j deveria reter o ICMS que incidiria na venda futura, portanto, antes da ocorrncia do fato gerador. (ROSA, 2008, p. 7)

    2.7.1 Base legal

    A lei poder atribuir a sujeito passivo de obrigao tributria a condio

    de responsvel pelo pagamento de imposto ou contribuio, cujo fato gerador

    deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituio

    da quantia paga, caso no se realize o fato gerador presumido. (ART. 150, 7

    da CF/88 e EC n 3/93)

    2.7.2 Espcies de substituio

    A ST se subdivide em trs espcies e seus efeitos podem cair sobre

    mercadorias ou sobre servios de transporte como mostra Mariano, Werneck e

    Bezerra (2009), so elas:

    a) Operaes Anteriores

  • Esta hiptese tambm conhecida como substituio tributria para

    trs ou regressiva. O legislador atribui a um determinado contribuinte

    a responsabilidade pelo pagamento do ICMS em relao as

    operaes anteriores. Sendo assim, mesmo ocorrendo a ST do

    sujeito passivo, no ocorre o problema da antecipao do fato

    gerador, visto que ocorre apenas a postergao do pagamento,

    denominada diferimento do lanamento do imposto. Produtor rural vende frutas para indstria de sucos, batatas para indstria de salgadinhos, caf para indstria torrefadora, etc. Como para o Estado bem mais interessante esperar a circulao da mercadoria afunilar na indstria para a controlar o tributo e como o produtor rural est dispensado de escriturao, inclusive, a maioria dos Estados prefere conceder o diferimento, ou seja o momento do pagamento do imposto fica diferido para momento futuro e a responsabilidade do imposto fica transferida para o destinatrio, desde que seja contribuinte do mesmo Estado. (ROSA, 2008, p. 08)

    b) Operaes Concomitantes

    A substituio tributria nas operaes concomitantes caracteriza-se

    pela atribuio da responsabilidade pelo pagamento do imposto a

    outro contribuinte, e no aquele que esteja realizando a

    operao/prestao, concomitante ocorrncia do fato gerador,

    encontrando-se nesta espcie a substituio tributria dos servios

    de transporte.

    c) Operaes Subseqentes

    O sujeito passivo recolhe dois impostos, um pelas operaes

    prprias, e o outro, pelas operaes subseqentes anteriores

    ocorrncia do fato gerador. O que significa que a responsabilidade

    do imposto recair sobre terceiro que antecipadamente paga o

    tributo, tendo em vista a provvel ocorrncia do fato gerador futuro e

    caracteriza-se pela atribuio a um determinado contribuinte, que

    geralmente o fabricante, pelo pagamento do valor do ICMS

    incidente nas posteriores operaes com as mercadorias at a

    chegada ao consumidor final.

    2.7.3 Substituto

  • A legislao instituiu a figura do substituto tributrio, que aquele

    obrigado a calcular, cobrar e recolher o imposto que ser devido nas operaes

    seguintes. A inteno foi simplificar a forma prtica de tributar operaes de

    pequeno valor e grande movimentao, proporcionando um controle mais

    efetivo na arrecadao do tributo, evitando maior emprego de recursos na

    fiscalizao dessas operaes. (OLIVEIRA, et. al., 2006)

    o responsvel pela reteno e recolhimento do imposto incidente em

    operaes ou prestaes antecedentes, concomitantes ou subseqentes,

    inclusive do valor decorrente da diferena entre as alquotas interna e

    interestadual nas operaes e prestaes que destinam mercadorias e servios

    ao consumidor final, ou seja, a pessoa a quem a legislao atribui a

    responsabilidade pelo pagamento do imposto. Em regra geral ser o fabricante

    ou importador no que se refere s operaes subseqentes.

    Em outras palavras, o contribuinte substituto substitui os demais

    contribuintes na obrigatoriedade de recolhimento do imposto por ocasio da

    sada da mercadoria mediante a reteno e recolhimento do imposto

    antecipadamente, razo pela qual aquele que recebe a mercadoria com

    imposto retido denominado substitudo. (BARRETO e ALMEIDA, 2008)

    2.7.4 Substitudo

    Contribuinte Substitudo aquele que est ligado diretamente com o fato

    gerador, que d causa hiptese de incidncia do imposto; mas, a legislao

    dispensa da responsabilidade do recolhimento, pois esta atribuda a outrem.

    Cabe salientar, que o contribuinte substitudo passar condio de substituto

    quando realizar operaes interestaduais com contribuinte de outro Estado, j

    que caber a ele a responsabilidade pelo recolhimento do imposto em favor do

    Estado destinatrio. (MARIANO, WERNECK e BEZERRA, 2009)

    o contribuinte que sofrer a reteno do imposto, ou seja, que adquirir

    mercadorias com o imposto j retido pelo substituto e promove subseqentes

    operaes com a mesma mercadoria. (BARRETO e ALMEIDA, 2008)

  • 2.7.5 Convnios

    O nascimento de um convnio surge nas reunies peridicas que so

    realizadas entre os Estados e o Distrito Federal, onde participam um

    representante de cada Unidade de Federao e do Governo Federal. esse

    grupo de representantes que forma o Conselho Nacional de Poltica Fazendria

    (Confaz).

    Portanto, os convnios so atos praticados no mbito do Confaz,

    assinados por todos os representantes de cada um dos Estados e Distrito

    Federal, que deliberam sobre a concesso de benefcios, incentivos fiscais e

    regimes de tributao que tero aplicao no mbito interno de cada ente

    federativo e tambm no mbito interestadual.

    2.7.6 Protocolos

    O Confaz dispe que nos protocolos no se incluiro normas que

    aumentem ou reduzam a extenso de benefcios fiscais vigentes, que os

    estabeleam ou revoguem. Portanto, os acordos estabelecidos em protocolos

    so de natureza fiscalizatria, procedimental e no podem estabelecer normas

    relativas ao aumento, diminuio, instituio ou revogao de benefcios fiscais

    e favores fiscais concedidos pelos Estados.

    Assim, os protocolos so atos celebrados no mbito do Confaz,

    assinados apenas por alguns dos Estados, para determinar a aplicao de

    benefcios, incentivos fiscais e regimes de tributao nas operaes e

    prestaes internas e interestaduais (BARRETO e ALMEIDA, 2008).

    2.7.7 Substituio Tributria nas operaes internas

  • A Lei Estadual pode atribuir, a contribuinte do ICMS ou a depositrio a

    qualquer ttulo, a responsabilidade pela reteno e seu recolhimento por

    antecipao, hiptese em que esse contribuinte assumir a condio de

    substituto tributrio (BARRETO e ALMEIDA, 2008). A responsabilidade

    tributria poder ser atribuda em relao ao imposto incidente sobre uma ou

    mais operaes subsequentes, inclusive ao valor decorrente da diferena entre

    alquotas internas e interestaduais nas operaes que destinem bens e

    servios ao consumidor final, localizado em outro Estado, e que seja

    contribuinte do imposto.

    O Estado de So Paulo disciplina a regra bsica de aplicao da

    substituio tributria de acordo com o determinado na Lei n 6.374/89, no

    Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto n 45.490/00 por meio dos arts.

    40-A a 44, 260 a 283, alm dos diversos artigos, com tratamento especfico

    para determinados produtos e prestaes, bem como na legislao

    complementar, como o caso das Portarias CAT.

    2.7.8 Substituio tributria nas operaes interestaduais

    Barreto e Almeida (2008), ressaltam a importncia de mencionar que o

    art. 9 da Lei Complementar n 87/96 dispe que a adoo do regime de

    substituio tributria em operaes interestaduais depender de acordo

    especfico celebrado pelos Estados interessados. Esses acordos so

    chamados Convnios e Protocolos.

    A celebrao do Convnio ou Protocolo feito no mbito do Confaz,

    determinando as regras para atribuio de responsabilidade, procedimentos e

    demais aspectos relacionados ao referido regime.

    2.7.9 Responsvel

  • o contribuinte que receber, de dentro ou de fora do Estado, mercadoria

    sujeita ST, sem que tenha sido feita a reteno total na operao anterior,

    fica solidariamente responsvel pelo recolhimento do imposto que deveria ter

    sido retido. Na hiptese de responsabilidade tributria em relao s operaes

    ou prestaes antecedentes, o imposto devido pelas referidas operaes ou

    prestaes ser pago pelo responsvel quando:

    a) da entrada ou recebimento da mercadoria ou servio;

    b) da sada subsequente por ele promovida, ainda que isenta ou no-

    tributada;

    c) ocorrer qualquer sada ou evento que impossibilite a ocorrncia do

    fato determinante do pagamento do imposto.

    Artigo 58. [...]

    2 A lei pode atribuir a condio de responsvel:

    I ao comerciante ou industrial, quanto ao imposto

    devido por produtor pela sada de mercadoria a eles

    destinadas;

    II ao industrial ou comerciante atacadista, quanto ao

    imposto devido por comerciante varejista, mediante

    acrscimo, ao preo da mercadoria a ele remetida, de

    percentagem no excedente de 30% (trinta por cento)

    que a lei estadual fixar; [...]

    No caso da responsabilidade, Mariano, Werneck e Bezerra (2009), a

    sujeio passiva d-se por meio de uma relao de vinculao com o fato

    gerador. O responsvel tributrio no deu causa diretamente ao surgimento da

    obrigao tributria; porm a lei o elegeu para satisfazer o crdito tributrio.

    Corroborando a definio dada pelo inciso II do artigo 121 do CTN, encontra-se

    no artigo 128 do mesmo diploma legal a idia de que o responsvel deva ser

    algum ligado diretamente ao fato gerador:

    Art. 128... a lei pode atribuir de modo expresso a

    responsabilidade pelo crdito tributrio a terceira pessoa,

    vinculada do fato gerador da respectiva obrigao,

    excluindo a responsabilidade do contribuinte ou

    atribuindo-a a este em carter supletivo do cumprimento

    total ou parcial da referida obrigao.

  • 2.7.10 Base de clculo substituio tributria

    Em relao a algumas hipteses previstas no Regulamento do ICMS, h

    percentuais diferenciados de MVA para obteno da base de clculo relativo ao

    imposto devido por substituio tributria, que variam de acordo com o tipo da

    mercadoria.

    A base de clculo do imposto devido por ST, inclusive por reteno

    antecipada, poder ser determinada por autoridade competente, sugerida pelo

    fabricante ou importador, ou ainda na falta dessas hipteses, atender a regra

    especfica para sua formao. (BARRETO e ALMEIDA, 2008)

    A base de clculo para apurao do ICMS/ST nas operaes

    subseqentes, observada a ordem, ser:

    a) o preo tabelado, se houver, ou tarifa pblica;

    b) na ausncia de preo tabelado: o preo sugerido pelo fabricante, o

    preo mdio ponderado ao consumidor, o preo praticado pelo

    remetente acrescido de despesas e da Margem de Valor Agregado

    (MVA).

    2.7.11 Reduo da base de clculo da substituio tributria

    Ainda na concepo de Barreto e Almeida (2008), alguns produtos

    sujeitos substituio tributria so beneficiados por reduo de base de

    clculo. As redues de base de clculo podem ser objetivas ou subjetivas.

    As objetivas visam favorecer ou atingir a coisa tributada. As subjetivas

    visam favorecer ou atingir determinada pessoa ou operao.

    Na hiptese de reduo de base de clculo objetiva, a referida reduo

    ser aplicada tanto na base de clculo relativa operao prpria quanto na

    base de clculo relativa substituio tributria, visto que o benefcio alcana o

    produto.

  • Barreto e Almeida, 2008, consideram a hiptese de reduo de base de

    clculo subjetiva, a reduo aplica-se apenas operao prpria do

    contribuinte visto que visa favorecer determinada pessoa.

    Exemplo:

    a) base de clculo objetiva pode-se criar as operaes internas com

    leite em p. O produto est sujeito ST prevista no art. 313-W do

    RICMS-SP e paralelamente est beneficiado nas operaes internas

    pela reduo de base de clculo de forma que a carga tributria

    resulte no percentual de 7% previsto no art. 3, inciso II, do Anexo II

    do RICMS-SP visto que o benefcio alcana o produto;

    b) base de clculo subjetiva pode-se citar nos nctares de frutas e

    outras bebidas no alcolicas prontas para beber classificados na

    posio 2202.90.00 que tambm esto sujeitos ST prevista no art.

    313-W do RICMS-SP e, paralelamente, alguns deles esto

    beneficiados por reduo de base de clculo de forma que a carga

    tributria resulte no percentual equivalente a 12% nas sadas internas

    realizadas por estabelecimento fabricante ou atacadista previsto no

    art. 39, inciso XVI, do Anexo II do RICMS-SP. Neste caso, a reduo

    da base de clculo somente poder ser aplicada na base de clculo

    relativa operao prpria visto que o benefcio favorece apenas o

    fabricante e o atacadista ficando excludo o varejista.

    2.7.12 Margem de valor agregado (MVA) ou ndice de valor adicionado setorial

    (IVA)

    A margem de valor agregado ser determinada com base em preos

    usualmente praticados no mercado, obtidos por levantamento, ainda que por

    amostragem ou atravs de informaes e outros elementos fornecidos por

    entidades representativas dos setores, adotando-se a mdia ponderada dos

    produtos coletados. A mercadoria submetida ao regime de substituio

    tributria em operao interestadual ter a margem de valor agregado

    estabelecida em Convnio ou Protocolo. (GALHARDO, 2010)

  • aplicado aos produtos constantes nos arts. 313-A a 313-Z do RICMS-

    SP.

    No caso de entrada de mercadoria oriunda de outra Unidade da

    Federao cuja base de clculo da substituio tributria seja determinada por

    ndice de Valor Adicionado Setorial, aplica-se a seguinte frmula:

    IA = VA x (1+ IVA- ST) x ALQ IC

    Observando que:

    IA o imposto a ser recolhido por antecipao

    VA o valor constante no documento fiscal relativo entrada,

    acrescido dos valores correspondentes a frete, carreto, seguro, impostos e

    outros encargos suportados pelo contribuinte

    IVA-ST o ndice de valor adicionado

    ALQ a alquota interna aplicvel

    IC o imposto cobrado na operao anterior

    J o IVA-ST ajustado que no caso de aquisio interestadual de

    produtos cuja alquota interna seja superior a 12%, o valor do imposto a pagar

    antecipadamente por substituio tributria ser obtido mediante a utilizao do

    IVA-ST Ajustado, conforme determinam as Portarias CAT que disciplinam a

    formao da base de clculo do imposto, cuja frmula a seguir:

    IVA-ST Ajustado = [(1+IVA-ST Original) x (1-ALQ inter) / (1-ALQ intra)-1]

    Observa-se que:

    IVA-ST - Original o IVA-ST aplicvel na operao interna cujos

    percentuais esto indicados em Portaria CAT

    ALQ inter a alquota interestadual aplicada pelo remetente na

    operao interestadual

    ALQ intra a alquota interna do produto.

  • CAPTULO III A INFLUNCIA DO NDICE DE VALOR AGREGADO NO CUSTO FINAL DO

    PRODUTO UM ESTUDO DE CASO

    3 PROCESSO DE AQUISIO DE PRODUTOS PELO AMIGOLINS SUPERMERCADO Foi realizado um estudo de caso, na empresa Amigolins, analisando o

    processo de clculo considerando o IVA na compra de um produto com

    substituio tributria no ICMS e como este fato pode influenciar no custo do

    produto.

    Hoje, o processo de compras no Amigolins Supermercado funciona a

    partir de uma anlise, atravs de pesquisa de preos entre os fornecedores e

    dos dados histricos de compras anteriores. Cada comprador responsvel

    por um departamento, que atravs das informaes obtidas nos relatrios

    fornecidos pelo sistema de informao, procuram a melhor opo de compra.

    Com a viso de melhorar seu processo de aquisio, o Amigolins criou

    um departamento de compras, localizado na Av. So Paulo na cidade de Lins,

    com o intuito de centralizar esta atividade buscando melhor eficincia. H,

    porm, uma independncia de cada loja para fazer suas aquisies atravs da

    figura do gerente, pois na falta de mercadoria, para reposio imediata, o

    gerente acaba exercendo a funo do comprador. Com isso, dificulta a

    eficincia dos resultados deste departamento, que tem grande influncia na

    rentabilidade da empresa. A busca pela melhor aquisio vem sempre com a

    idia de que o preo menor deve ser o mais vantajoso, independente se essa

    aquisio for realizada dentro ou fora do estado. Porm, existe a questo

    tributria que pode interferir no custo final do produto. Para o desenvolvimento

    do modelo de aquisio, foi analisado o impacto relativo ao conhecimento

    especfico da substituio tributria e do IVA no custo do produto, quando

    comprado dentro e fora do estado, buscando verificar a melhor opo de

    compra, levando-se em conta as diferenas de alquotas em vigor.

  • 3.1 Apurao do custo do produto considerando o efeito do ICMS quando

    adquirido dentro do Estado de So Paulo na operao sem substituio

    tributria

    Na operao do produto tributado normalmente, sem o regime de

    substituio tributria do ICMS, h a compensao do imposto pago em

    operao anterior. Desta forma, o recolhimento do ICMS devido feito atravs

    da diferena entre o valor do tributo devido pela venda da mercadoria,

    compensando-se o valor do crdito proveniente da aquisio destes bens.

    Segue uma anlise do custo da mercadoria do produto comprado dentro

    do Estado de So Paulo sem substituio tributria, considerando a alquota

    interna de ICMS de 18%:

    Pela compra Lanamento Contbil

    Mercadoria R$ 100,00 D- Compra de mercadorias R$ 82,00

    ICMS destacado R$ 18,00 D- ICMS a recuperar R$ 18,00

    Custo da mercadoria R$ 82,00 C- Fornecedores R$ 100,00

    Valor total da nota fiscal R$ 100,00

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010

    Quadro 1 Demonstrao do lanamento da compra de mercadoria do produto

    tributado normalmente sem substituio tributria

    Supondo que a mercadoria seja vendida ao consumidor por R$ 133,00

    tem-se:

    Pela venda ao consumidor Lanamento Contbil

    Preo de venda R$ 133,00 D- Clientes

    Margem definida pelo contribuinte 33% C- Venda de mercadorias R$ 133,00

    ICMS 18% x R$ 133,00 = R$ 23,94 D- ICMS s/ vendas

    C- ICMS a recolher R$ 23,94

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010

    Quadro 2 Demonstrao do lanamento da venda de mercadoria do produto

    tributado normal

  • DRE Demonstrao do Resultado do Exerccio

    Vendas Brutas R$ 133,00

    Impostos R$ 23,94

    Vendas Lquidas R$ 109,06

    CMV R$ 82,00

    Lucro Bruto R$ 27,06

    Fonte: Elaborado pelos autores, 2010

    Quadro 3 Demonstrao do resultado do exerccio

    A compra realizada no valor de R$ 100,00 gerou um crdito de ICMS no

    valor de R$ 18,00, considerando a alquota base do Estado de So Paulo de

    18%. Utilizando uma margem de 33% definida pelo contribuinte, a venda gerou

    um dbito de ICMS de R$ 23,94, proveniente da mesma alquota. Como h

    recuperao do imposto, o recolhimento foi calculado pela diferena entre a

    compra e a venda do produto o que gerou um recolhimento de R$ 5,94 e um

    custo de R$ 82,00 pela mercadoria comprada. Conforme o recolhimento do

    ICMS segue modelo da GIA e guia de apurao estadual.

    Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de So Paulo - Sefaz, 2010

    Figura 12 Guia de ICMS

  • Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de So Paulo - Sefaz, 2010

    Figura 13 Guia de Informao e Apurao do ICMS - GIA

    3.2 Apurao do ICMS -ST do produto adquirido dentro do Estado de So

    Paulo considerando a condio de substituio tributria

  • Como forma de facilitar a operacionalizao e fiscalizao pelo governo

    estadual, criou-se a substituio tributria. Esse regime complexo e polmico

    foi um meio criado pelo Estado, para que o imposto devido seja recolhido

    antecipadamente.

    A aquisio de produto com substituio tributria deve ser calculada de

    acordo com o IVA/MVA de cada produto.

    O IVA/MVA um ndice ou margem que o governo estima tal que, ao

    multiplicar este ndice pelo valor do produto vendido pelo fabricante ou

    equiparado, o resultado seja a estimativa do valor final do produto

    comercializado, sendo este valor tabelado pelo governo estadual para cada

    produto. A substituio tributria no Estado de So Paulo regulamentada

    conforme artigo 313 - RICMS/