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IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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1. CARTA DE APRESENTAÇÃO
Caros Delegados,
Sejam bem-vindos à IX Simulação Interna das Nações Unidas do Colégio São Luís.
Nós, diretores do comitê, desejamos aos senhores uma experiência enriquecedora e
inesquecível.
O tema discutido, neste comitê, será o Plano de Partilha da Palestina de 1947. Esse
tema é a origem dos principais problemas e discussões atuais envolvendo o Oriente Médio.
Apesar de se tratar de um comitê histórico, o assunto tratado é extremamente atual e sem
dúvida estará presente nos grandes vestibulares. Esperamos que a discussão seja de alto nível
e que os senhores delegados estudem e se preparem o máximo possível. Além disso,
gostaríamos de lembrá-los que este comitê, apesar de histórico, não é uma encenação do
original, portanto, os senhores terão a oportunidade única de, através de suas discussões e
decisões, mudar o curso da história.
A SINU e nosso comitê têm como seu objetivo fazer com que o participante
desenvolva sua capacidade de falar em público, de trabalhar em equipe, sua eloquência, e
compreenda melhor os principais problemas geopolíticos da atualidade. Gostaríamos de
enfatizar o fato de que os senhores representam um país e, portanto, devem respeitar sua
política externa, suas características particulares e a soberania dos outros países.
Ademais, gostaríamos de lembrar que esta simulação se passa no ano de 1947 e que,
portanto, não se deve usar nenhuma informação posterior a essa data.
Bons estudos e uma ótima simulação!
Atenciosamente,
Diretores da Reunião para a Partilha da Palestina
Luís Felipe Rivitti
Alice Laurindo
Isabela Reiter
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2. INTRODUÇÃO AO TEMA
A região da Palestina é o local de origem das três grandes religiões monoteístas –
Judaísmo, Cristianismo e Islã, todas tendo Jerusalém como cidade sagrada e centro de
peregrinações. Para os judeus, é o local onde se encontra o Muro das Lamentações e o
Templo de Salomão. Para o Cristianismo, foi em Jerusalém que Jesus foi crucificado e lá fica
a Igreja do Santo Sepulcro. Para o Islã, por sua vez, a cidade é onde fica a mesquita de Al-
Aqsa, terceiro lugar mais sagrado para a religião.
Entre o século XVI e o início do atual, a região da Palestina fez parte do Império
Turco-Otomano. Sob o julgo dos Turcos, a minoria judaica e a maioria muçulmana da região
viveram juntas sem maiores atritos. Entretanto, a derrota dos Otomanos na Primeira Guerra
Mundial levou ao esfacelamento do antigo Império, com suas possessões no Oriente Médio
divididas entre o Reino Unido e a França. O território chamado de Trans-Jordânia, que inclui
a Palestina, ficou sob o domínio do Reino-Unido, como foi estabelecido pelo Tratado de
Sykes-Picot e pelo Mandato Britânico da Palestina.
Ao final da Primeira Grande Guerra, houve um aumento do sentimento nacionalista no
mundo, o que levou diversas colônias à independência e diversos povos apátridas a tentarem
criar um Estado próprio. Não foi diferente no Oriente Médio, onde os britânicos, de forma
conflitante, prometeram aos Árabes um Estado próprio e independente que incluísse a
Palestina. O mesmo foi feito aos judeus, em 1917, na Declaração de Balfour, que prometia a
criação de um Estado judeu na Palestina. Contudo, nenhuma das reivindicações se
concretizou até agora, levando a uma grande insatisfação pelos dois grupos e,
consequentemente, ao atrito.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas perseguiram e mataram,
aproximadamente, 6 milhões de judeus. Muitos escaparam e foram para países neutros, para
os EUA e, principalmente, para a Palestina, incentivados pela Declaração de Balfour – que
fora incluída no Mandato Britânico da Palestina – e pelo crescimento do movimento Sionista,
uma ideologia nacionalista judia que luta pela criação de um Estado judeu na região. Durante
a guerra, o número crescente de judeus na região levou ao crescimento das tensões com os
palestinos. Para evitar revoltas, o governo britânico emitiu, em 1939, o Livro Branco,
documento que estabeleceu um limite para o número de imigrantes judeus, 75 mil para os
próximos 5 anos, e também defendeu a ideia de uma Palestina independente governada, em
conjunto, por judeus e palestinos. Na prática, o documento anulava a Declaração de Balfour.
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Recentemente, em fevereiro de 1947, o governo britânico anunciou sua vontade de
encerrar o Mandato. Isso levou à criação do Comitê Especial das Nações Unidas para a
Palestina (UNSCOP), que deveria decidir o futuro da região. Os membros ficaram divididos
entre duas propostas: a primeira pedia pela criação de um único Estado governado em
conjunto por judeus e palestinos; a segunda era a proposta da repartição – um Estado judeu,
outro palestino e a cidade de Jerusalém sob a jurisdição internacional. Em agosto deste ano, o
comitê recomendou a proposta de repartição. Agora, é dever dos senhores decidirem o futuro
da Palestina.
3. HISTÓRICO DO PROBLEMA
3.1. O SIONISMO
O Sionismo é um movimento político judeu criado, em 1896, pelo jornalista judeu
austro-húngaro Theodor Herzl. O objetivo do movimento é o retorno dos judeus para Zion, o
sinônimo judaico para Jerusalém e a terra de Israel. O nome “Sionismo” provém da colina de
Zion, em que foi construído o Templo de Jerusalém.
Os idealizadores do Sionismo eram judeus seculares, que não acreditavam mais nas
práticas religiosas judias e viam os judeus mais como uma etnia do que um grupo religioso e,
portanto, sonhavam com a criação de um Estado judeu. Entretanto, a ideia do retorno desse
povo à terra prometida, após a diáspora, não é somente secular, pois muitos religiosos a
defendiam e aderiram ao Sionismo.
O movimento ganhou força devido ao crescente sentimento antissemita na Europa,
principalmente na Rússia, durante o final do século XIX e começo do XX. Em 1897, ocorreu
o primeiro Congresso Sionista, em Basel, na Suíça, onde foram decididos os objetivos dos
sionistas. Entre os vários objetivos, o principal era a criação de um Estado judeu na Palestina,
onde o povo judeu, que agora voltava a ser perseguido, estaria seguro do antissemitismo.
Foram dois líderes sionistas que, em 1917, conseguiram convencer os britânicos a assinarem a
Declaração de Balfour. Desde então, os sionistas vêm organizando e incentivando a imigração
de milhares de judeus para a Palestina e a criação de colônias judias na região.
O Sionismo não é um movimento homogêneo; consequentemente, ele possuiu diversas
vertentes, entre elas, as mais fortes são a nacionalista, a religiosa, a liberal e a trabalhista. A
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pressão dos sionistas para a criação de um Estado próprio, o incentivo à imigração e a compra
de terras na Palestina levaram a muitos conflitos com os árabes palestinos. Isso fez com que o
Sionismo fosse caracterizado por alguns como colonialista e racista.
Existem grupos de sionistas radicais que se organizam em grupos paramilitares.
Exemplos são Irgun, Lehi, Haganah e Palmach. Eles realizam ações violentas contra
autoridades britânicas e da ONU, palestinos árabes e até mesmo outros judeus. Já foram
chamados por alguns judeus e por autoridades de fascistas e terroristas devido a seus atos de
violência. Lutam por terras, pela imigração de judeus e pelo controle da Palestina.
3.2. REGIÕES DE DESTAQUE DA PALESTINA
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3.2.1. Faixa de Gaza
Gaza faz fronteira com o Egito, tem acesso ao Mar Mediterrâneo e possui 360 km²,
sendo que, de acordo com a pesquisa Village Statistics, 82,48% era agricultável em 1945.
Segundo o estudo Survey of Palestine, em 1945, residiam na região 157.540 pessoas, sendo
151.970 muçulmanos, 4.050 judeus e apenas 1.510 cristãos. A região é suscetível a problemas
como desertificação, degradação do solo e doenças transmissíveis através da água. Gaza
depende dos recursos aquíferos do Wadi Gaza (HaBesor Stream).
3.2.2. Cisjordânia
A Cisjordânia contém lugares sagrados para o judaísmo, cristianismo e islamismo e
possui 5.640 km², dos quais menos da metade é agricultável. Destacam-se a Gruta de
Macpela, a Igreja da Natividade e o Monte da Tentação. Em 1946, a população era de 400 mil
habitantes, majoritariamente muçulmanos.
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3.2.3. Jerusalém
A cidade de Jerusalém possui 125 km² e é considerada sagrada pelas três maiores
religiões monoteístas – judaísmo, islamismo e cristianismo. Segundo a pesquisa Survey of
Palestine, em 1945, o número de habitantes em Jerusalém era 253.270, dentre os quais
104.460 eram muçulmanos (41%), 102.520 judeus (40%) e 46.130 cristãos (18%).
3.2.4. Deserto de Negev
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O deserto de Negev ocupa mais de
metade da região da Palestina (mais de
13.000 km²), mas devido às condições
climáticas extremas, não é habitado de
maneira expressiva. No entanto, Abraão
residiu em sua principal cidade, Berseba,
tornando o local um ponto turístico. As
chuvas são deveras escassas e apenas cerca
de 200 milímetros de água caem anualmente. Apesar de as terras locais serem, em sua
maioria, inférteis, algumas espécies sobrevivem às condições adversas e, durante o inverno, é
possível avistar até mesmo flores.
3.2.5. Galileia
A região, cenário de grande parte das passagens bíblicas sobre Jesus Cristo, é assaz
extensa e foi dividida em Alta Galileia (região Norte) e Baixa Galileia (região Sul), sendo que
ambas as regiões são montanhosas. Segundo a pesquisa Survey of Palestine, em 1945,
residiam 246.900 pessoas na Galileia, dentre as quais 169.200 eram muçulmanas (68,53%),
39.410 eram judias (15,96%) e 28.350 eram cristãs (11,48%). A Galileia possui 60% de sua
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terra agricultável, segundo a pesquisa Village Statistics, abundantes recursos hídricos e alto
volume pluviométrico, o que lhe garante fauna e flora bastante ricas.
3.2.6. Judeia
A Judeia consiste em
uma região montanhosa ao sul
da Palestina e é dividida em sub-
regiões deveras diferentes entre
si, sendo que uma delas é consi-
derada desértica.
3.3. DEMOGRAFIA1
Após a Declaração de Balfour, judeus de todo o mundo se tornaram mais otimistas em
relação à formação de seu próprio Estado. Isso levou muitos a se mudarem para a “Terra
Santa”, sobretudo após o início da perseguição nazista aos judeus. Preocupados com esse
cenário, os árabes pressionaram o governo britânico, que restringiu a imigração judaica
através do Livro Branco de 1939. No entanto, mesmo com essa contenção, o crescimento do
Sionismo e a consequente imigração de judeus para a região da Palestina alteraram a
proporção entre judeus, muçulmanos e cristãos. Confira os dados abaixo:
1 Vide mapa da página 5.
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Palestina: proporção entre a população muçulmana e a judia (1914-1946)
Ano Judeus Muçulmanos Total % de judeus no
total
1914 60.000 731.000 791.000 7,585%
1918 59.000 688.000 747.000 7,898%
1922 83.790 668.258 752.048 11,141%
1931 174.606 858.708 1.033.314 16,897%
1941 474.102 1.111.398 1.585.500 29,902%
1944 554.000 1.211.000 1.765.500 31,388%
1946 608.225 1.237.334 1.845.559 32,956%
Jerusalém: proporção entre a população muçulmana, cristã e judia (1910-1946)
Ano Judeus Muçulmanos Cristãos Total % de judeus
no total
1910 45.000 12.000 12.900 69.900 64.377%
1922 34.000 13.500 14.600 62.500 54.4%
1931 51.000 19.900 19.300 90.500 56.353%
1946 99.300 33.700 31.400 164.400 60.401%
Palestina: proporção entre a população muçulmana, cristã e judia (1945)
Área Total Muçulmanos Judeus Cristãos Outros
Urbana 894.570 328.810 447.840 115.980 1.940
Rural 950.990 747.970 160.390 29.080 13.550
Total 1.845.560 1.076.780 608.230 145.060 15.490
Porcentagem 100% 58,35% 32,96% 7,86% 0,84%
Palestina: proporção entre a população muçulmana, cristã e judia por distrito (1945)
Distrito Sub-
Distrito
Muçulmanos % Judeus % Cristãos % Total
Haifa Haifa 95.970 38% 119.020 47% 33.710 13% 253.450
Acre 51.130 69% 3.030 4% 11.800 16% 73.600
Galileia Beisan 16.660 67% 7.590 30% 680 3% 24.950
Nazaré 30.160 60% 7.980 16% 11.770 24% 49.910
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Safad 47.310 83% 7.170 13% 1.630 3% 56.970
Tiberíades 23.940 58% 13.640 33% 2.470 6% 41.470
Lida Jafa 95.980 24% 295.160 72% 17.790 4% 409.290
Ramla 95.590 71% 31.590 24% 5.840 4% 134.030
Samaria Jenin 60.000 98% - <1% 1.210 2% 61.210
Nablus 92.810 98% - <1% 1.560 2% 94.600
Tulkarm 76.460 82% 16.180 17% 380 1% 93.220
Jerusalém Hebrom 92.640 99% 300 <1% 170 <1% 93.120
Jerusalém 104.460 41% 102.520 40% 46.130 18% 25.270
Ramallah 40.520 83% - <1% 8.410 17% 48.930
Gaza Bersebá 6.270 90% 510 7% 210 3% 7.000
Gaza 145.700 97% 3.540 2% 1300 1% 150.540
Total 1.076.780 58% 608.230 33% 145.060 9% 1.845.560
4. PANORAMAS
4.1. Afeganistão
Estima-se que, atualmente, existam 5.000 judeus no Afeganistão, que, provavelmente,
deixariam prontamente o território afegão diante da possível criação de um Estado judeu. No
entanto, o país se mostra alinhado aos países árabes e é ferrenhamente contrário à criação do
Estado de Israel.
4.2. África do Sul
O governo de Jan Smuts é a favor do Sionismo. Em 1916, seguidores de Theodor
Herzl entraram em contato com Smuts, e este financiou diversas ações sionistas. O primeiro
ministro é publicamente a favor da Declaração de Balfour e contrário ao Livro Branco de
1939. O apartheid e a falta de identidade nacional fizeram o movimento sionista sul-africano
se tornar um dos mais ativos de todo o mundo.
4.3. Arábia Saudita
O rei Ibn Saud é contra a formação do Estado de Israel e contra qualquer movimento
sionista. O país acredita que os árabes não foram responsáveis pelo Holocausto da II Guerra
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Mundial e, por isso, não poderiam arcar com as consequências políticas e econômicas de tal
acontecimento. A Arábia Saudita se mostrou a favor da criação de um Estado judeu na
Europa.
4.4. Argentina
A Argentina possui uma expressiva comunidade judaica, e a primeira organização
sionista local foi fundada em 1897. Theodore Herzl propôs, inclusive, no século XIX, que o
Estado judeu fosse criado na Argentina. Entretanto, durante a Segunda Guerra Mundial,
apesar de o país sul americano ter se mantido neutro, muitos argentinos possuíam atração pelo
nazismo e pelo antissemitismo. Houve uma severa contenção na imigração judaica na época.
Quando Juan Perón ascendeu ao poder, a comunidade judaica preocupou-se deveras, pois,
apesar de o argentino ter assinado uma declaração de guerra contra os países do Eixo, era de
conhecimento geral que ele, pessoalmente, possuía uma admiração pelos líderes totalitaristas.
Desde o fim da guerra, é possível notar a imigração de muitos líderes nazistas para a
Argentina, que ainda não se posicionou em relação à criação do Estado de Israel.
4.5. Austrália
A Austrália participou do Comitê Especial para a Palestina da ONU (UNSCOP) e o
ministro de relações exteriores, Herbert Evatt, declarou: “A política australiana para tais
assuntos sempre foi a de tentar investigar a totalidade dos fatos. É o único meio que permitirá
que a ONU tome decisões objetivas e imparciais. Por um considerável período de tempo, a
Austrália pareceu ser a única que apoiava esse método; no entanto, exemplos recentes
justificaram a nossa persistência – principalmente nos Balcãs e, agora, na Palestina.” Quando
o relatório do Comitê foi liberado, foi publicamente revelado que a Austrália absteve-se na
votação.
4.6. Bélgica
A Bélgica foi ocupada pela Alemanha nazista em 1940, mas a maioria da população
belga se recusou a auxiliar os nazistas em sua perseguição aos judeus locais, e muitos se
juntaram ao Movimento de Resistência Belga. Estima-se que metade dos judeus belgas
tenham sobrevivido devido, principalmente, à ajuda de não-judeus. No entanto, no que diz
respeito ao conflito árabe-judaico, a Bélgica tem se mostrado cética em relação à divisão da
Palestina em dois Estados e preocupa-se com a proteção dos lugares sagrados para o
cristianismo da região. Porém, por entender a importância do assunto, a Bélgica,
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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provavelmente, posicionar-se-á com maior firmeza durante a Reunião para a Partilha da
Palestina.
4.7. Bolívia
A presença de judeus em solo boliviano sempre foi deveras escassa, todavia, entre
1938 e 1940, o empresário alemão judeu Maurice Hochschild, que possuía investimentos na
Bolívia, ajudou refugiados judeus a conseguirem vistos para o país sul americano. Em 1940,
todos os vistos de judeus foram suspensos indefinidamente, mas, na prática, isso não cessou a
imigração. A Bolívia ainda não se posicionou em relação ao conflito árabe-judaico, mas
espera-se que haja o alinhamento boliviano com seus vizinhos sul americanos.
4.8. Brasil
O embaixador brasileiro Oswaldo Aranha foi eleito presidente da Assembleia Geral de
1947, que discutirá a questão da criação do Estado de Israel. Na década de 1940, sobretudo
durante e imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, os governos Vargas e Dutra
adotaram uma política exterior que se alinhava com interesses norte-americanos. Logo, as
orientações dadas pelo Ministério de Relações Exteriores à delegação brasileira na ONU eram
específicas: manter a neutralidade e seguir a posição tomada pelas grandes potências, com
destaque para as decisões dos EUA.
O posicionamento do Brasil a favor da partilha deve-se, principalmente, à política
brasileira voltada ao eixo norte-americano, objetivando uma maior cooperação econômica
entre Brasil e Estados Unidos. Internamente, o Brasil sofreu pouca ou nenhuma pressão a
favor ou contra o posicionamento sobre a Partilha na Assembleia, apesar de possuir uma
grande colônia sírio-libanesa e uma associação sionista em seu território.
4.9. Canadá
Há tempos, o governo canadense tem hesitado em se posicionar com relação à divisão
da Palestina, por medo de indispor-se com os EUA ou com o Reino Unido. No entanto,
existem importantes movimentos sionistas dentro do Canadá, com destaque especial para a
Organização Sionista do Canadá, cujo objetivo era aumentar permissão para imigração
judaica ao Canadá e forçar o governo canadense a se posicionar. Essa mudança na política
governamental em relação à imigração judaica só ocorreu no início deste ano (1947), a
pedidos da Anglo-American Comission of Inquiry e devido à pressão da própria população
canadense. Em consequência da Reunião para a Partilha da Palestina, o Canadá deverá,
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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finalmente, estabelecer sua posição, mas acredita-se que, devido principalmente à força do
Sionismo canadense, ela será favorável à criação do Estado de Israel.
4.10. Chile
A comunidade judaica, no Chile, remonta ao período colonial do país, com destaque a
muitos mártires que morreram devido ao Tribunal da Inquisição sediado em Lima, que
também julgava os “infiéis” do território chileno. No entanto, a partir do século XIX, a
comunidade judaica chilena se expandiu. Em 1910, o Sionismo atingiu o território chileno,
mas a Federação Sionista do Chile só foi estabelecida em 1919. Contudo, dificuldades
financeiras agravadas pela Crise de 1929 incentivaram alguns cidadãos chilenos a se
interessarem pelo totalitarismo em geral e, até, por ideias nazistas. Durante essa época, a
imigração judaica foi assaz contida. Devido ao aumento do antissemitismo, foi criado, em
1940, o Comité Representativo de las Entidades Judías (CREJ). No entanto, o Chile ainda
não se posicionou em relação à criação do Estado de Israel, e a posição do país, que,
atualmente, é governado por Gabriel Gonzalez Videla, do Partido Radical, permanece um
mistério.
4.11. Cuba
Vários membros da delegação de Cuba são pró Israel. No entanto, duas associações
cubanas, a Liga Nacional de Trabalhadores Anticomunistas e a Defesa Revolucionária,
lançaram diversas propagandas hostis contra judeus e foram, inclusive, acusados de atividades
ilegais. Além disso, associações árabes em Cuba, como o Comitê Pan Árabe de Cuba, são
publicamente contra a formação de um Estado judeu. Alguns membros desses grupos
apoiaram causas nazistas durante a II Guerra Mundial.
4.12. David Ben-Gurion (Presidente da Organização Mundial Sionista)
O Senhor Gurion é um dos principais líderes do Sionismo Trabalhista, vertente de
esquerda do Sionismo que acredita que o Estado judeu não será criado apenas através do
apelo à comunidade internacional, mas sim com o esforço e o suor dos próprios judeus.
Assim, os fiéis devem fazer a aliá (termo em hebraico que significa elevação espiritual e que
se refere à imigração para as terras que deverão formar o Estado judeu) e “trabalhar a terra de
Israel”, com destaque aos kibutzim. Nesse contexto, é importante citar os Yishuvim –
assentamentos judaicos já existentes, mesmo sem a criação do Estado de Israel; e a Haganá –
organização paramilitar judaica de caráter sionista. Assim, enquanto representante da
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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Organização Mundial Sionista, David Ben-Gurion defende a criação do Estado de Israel e
deseja a garantia do fim do Mandato Britânico.
4.13. Dinamarca
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Dinamarca foi invadida pela Alemanha Nazista.
No entanto, os dinamarqueses, diferentemente de outros povos europeus, defenderam sua
comunidade judaica. Em 1943, Hitler ordenou que os judeus dinamarqueses fossem presos e
deportados, mas o Movimento de Resistência Dinamarquês corajosamente se opôs ao Fuher e
conseguiu evacuar 7.220 dos 7.800 judeus dinamarqueses. Até o presente momento, a
Dinamarca não se posicionou em relação ao conflito árabe-judaico, mas deve-se levar em
consideração a boa relação dinamarquesa com os judeus e o apreço da Dinamarca pela paz.
4.14. Egito
A posição pró Palestina de um dos países mais importantes da Liga Árabe se mostra
cada vez mais evidente. O governo do rei Faruk apoia os árabes que residem na região da
Palestina, e a Liga Árabe argumentou diversas vezes que os judeus que vivem na Palestina
têm direito legal a somente 7% das terras.
4.15. Estados Unidos da América
Durante o governo de Roosevelt, preocupado com a manutenção das boas relações
diplomáticas com a Arábia Saudita, o EUA havia prometido ao rei saudita não adotar
nenhuma posição em relação à Palestina sem antes consultar os árabes. É importante citar, no
entanto, que, desde a publicação do Livro Branco pelos britânicos em 1939, e a consequente
desilusão judaica com a cooperação dos ingleses, os judeus passaram a depositar nos
americanos sua maior esperança em ajuda.
O então senador Harry S. Truman condenou veementemente o documento britânico,
que restringia a imigração judaica e a possibilidade de compra de terras por judeus, além de
optar pela criação de um governo único no qual coexistiriam judeus e árabes. Mesmo depois
de Truman assumir a presidência, havia o medo de que, ao apoiar a criação do Estado judeu,
os EUA tivessem sua influência política no Oriente Médio diminuída, possibilitando uma
maior aproximação entre a URSS e os países árabes.
Em agosto de 1945, os senadores Robert Wagner e Robert Taft elaboraram uma
resolução que defendia a criação do Estado judeu. No entanto, Truman ainda estava focado
em tentar resolver a questão das centenas de milhares de judeus que, dispersos por todo o
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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mundo, aguardavam autorização para se mudarem para a “Terra Santa”. Nesse contexto,
tendo em vista os horrores do holocausto, que começavam a se tornar públicos para a
comunidade internacional, foi criado o Anglo-American Committee of Inquiry. Devido a essas
atrocidades, Truman condenou a resolução de Wagner e Taft e recomendou que se esperasse
uma conclusão do comitê anglo-americano, a qual ocorreu em abril do ano passado (1946) e
consistiu em uma recomendação ao governo britânico para autorizar, imediatamente, a
entrada de 100.000 judeus na Palestina.
Na noite de Yom Kippur do mesmo ano, Truman realizou um célebre e polêmico
discurso, no qual ele se posicionou a favor da criação do Estado de Israel, desde que isso fosse
feito de maneira “viável”. Depois disso, Truman mandou uma carta para o rei saudita,
explicando seu posicionamento. O diretor do State Department’s Near East Agency, Loy
Henderson, expressou, então, sua preocupação de que a imigração de “judeus comunistas”
para a Palestina aumentasse a influência soviética na região.
No começo deste ano (1947), uma pesquisa apontou que 65% dos norte-americanos
são favoráveis à criação do Estado judeu. Assim, os EUA assumirão, durante esta reunião, um
papel assaz importante para os judeus, pois, além de defenderem a criação do Estado de
Israel, cabe a eles convencer países indecisos a aderirem à causa.
4.16. França
A relação da França com sua comunidade judaica sempre foi um pouco conturbada.
Pode-se citar como grande símbolo de antissemitismo o Caso Dreyfus, no qual o oficial do
exército judeu Alfred Dreyfus foi acusado, injustamente, de traição à pátria. O caso assumiu
proporções políticas, representando uma luta entre os monarquistas e os republicanos. No
entanto, esse acontecimento serviu para que Theodor Herzl percebesse o antissemitismo
presente na França e a necessidade da criação de um Estado judeu. Em 1917, o Secretário
Geral do Ministério de Relações Exteriores Francês, Jules Cambon, expressou simpatia à
causa sionista.
No entanto, ao longo da história, o Sionismo foi comumente tratado como um perigo
aos interesses franceses no mundo árabe. Não obstante, isso nunca atenuou as ações sionistas
na França: mesmo durante o Regime de Vichy, governo estabelecido após a rendição francesa
aos nazistas, os sionistas continuaram a agir, ainda que clandestinamente. Após o fim da
guerra, foi criada uma Comissão Geral sobre Questões Judaicas, que rejeitou qualquer
responsabilidade pelo Holocausto ou pelo antissemitismo em território francês durante a
guerra. Os membros dessa Comissão se mostravam céticos quanto à capacidade de absorção
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
17
de todos os judeus nas terras almejadas para o Estado de Israel. Porém, concordaram,
inclusive, com a emigração ilegal dos judeus que residiam na França.
Aliás, a França se tornou um centro de emigração clandestina de judeus para os
Yishuvim, fato negligenciado pelo governo local. Até o presente momento, a França não se
posicionou em relação à criação do Estado de Israel. Por um lado, há o medo de retaliação
árabe caso a França se torne favorável. Por outro, há o receio de afastamento político com os
EUA e repúdio internacional caso a República Francesa se mostre contrária. Um ponto
deveras importante para a decisão francesa será a situação da cidade de Jerusalém, mas,
enquanto membro do Conselho de Segurança e potência mundial, a França deverá decidir sua
posição brevemente.
4.17. Grécia
A Grécia ainda não se posicionou em relação à criação do Estado de Israel, porém
pode-se prever o voto contrário grego. Isso se deve ao temor de represálias dos países árabes
caso os gregos sejam favoráveis ao Estado judeu. Afinal, existem gregos nesses países, e a
Igreja Grega Ortodoxa possui não só muitos fieis, como também muitas terras na região.
Além disso, existem evidentes interesses econômicos, sobretudo devido ao petróleo que a
Grécia importa dos países árabes. Deve-se lembrar, ainda, que a Grécia se encontra em guerra
civil.
4.18. Holanda
A Holanda perdeu seus territórios na Indonésia durante a II Guerra Mundial. Para
recuperá-los, é necessário o apoio de outros países e, por isso, a posição holandesa está sendo
delineada a partir do posicionamento de outras grandes potências como o Reino Unido e os
Estados Unidos.
4.19. Iêmen
O Iêmen possui uma expressiva comunidade judaica que, através de sua história,
passou por períodos de segregação e preconceito. A imigração de judeus iemenitas para a
Palestina se iniciou em 1881 e, em 1911, a Organização Sionista Mundial enviou Shmuel
Yavne’eli para incentivar esse fluxo demográfico. Em 1922, o governo reintroduziu o
“decreto dos órfãos”, lei pela qual ficava estabelecido que os órfãos seriam criados segundo
preceitos islâmicos, o que evidencia o menosprezo pelos judeus locais. O Iêmen, assim como
seus vizinhos árabes, se mostra ferrenhamente contra a criação de um Estado judeu.
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
18
4.20. Índia
A posição indiana pode ser compreendida através da seguinte fala de Gandhi,
pronunciada em 1938: “Os judeus têm toda a minha simpatia (...), mas minha simpatia não me
torna cego às exigências de justiça. O clamor por um lar nacional para os judeus não encontra
muita ressonância em mim. Busca-se autorização para ele na Bíblia e na tenacidade com que
os judeus têm ansiado por retornar à Palestina. Mas por que eles não podem, como outros
povos da Terra, fazer seu lar naquele país onde nascem e onde ganham a vida?”
Deve-se lembrar de que a Índia realiza importantes trocas comerciais com o mundo
árabe, o que a leva a ter uma posição pró-árabe. Além disso, havia o temor de que, caso ela
apoiasse os judeus, perderia o apoio árabe, que seria dado a seu inimigo Paquistão. Ademais,
a Índia possui uma substancial minoria islâmica dentro de seu território. Assim, mostra-se
contrária à criação do Estado judeu.
4.21. Irã
O Irã foi uma das 11 nações escolhidas para participar do Comitê Especial para a
Palestina da ONU (UNSCOP), e o Xá Reza Pahlevi se mostrou contra a partilha da Palestina,
por acreditar que a divisão desencadearia diversos desentendimentos entre judeus e árabes.
4.22. Iraque
O Iraque é um dos membros fundadores da Liga Árabe, cujo principal objetivo é
proteger os interesses dos países árabes. Logo, o parecer iraquiano se alinha com a posição
contrária tomada pela Liga em relação à proposta de partilha. Em 1945, a Liga organizou um
boicote aos produtos judeus, com a tese de que se produtos judeus entrassem em mercados
árabes, a proposta sionista estaria se concretizando.
4.23. Iugoslávia
A Iugoslávia foi criada artificialmente após a Primeira Guerra Mundial, e seus povos
não possuem nenhum senso de unidade. Assim, aos iugoslavos não parece impossível a
existência de um único país com províncias judaicas e províncias árabes. Quando a Iugoslávia
foi criada, aproximadamente 100 comunidades judaicas foram incorporadas ao território,
somando dezenas de milhares de judeus.
No entanto, em 1941, os alemães, italianos e húngaros invadiram e dividiram a
Iugoslávia, dificultando deveras a situação de seus judeus. Estima-se que menos de 20% da
população judaica iugoslava tenha sobrevivido ao holocausto. Com o fim da guerra, a
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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Iugoslávia, agora com um caráter socialista, passou a lutar por sua reunificação. Houve o
alinhamento político iugoslavo com a Bulgária neste ano (1947), através do Bled Agreement.
4.24. Líbano
Segundo o Acordo de Sykes-Picot, o Líbano ficou sob tutela francesa, o que foi
confirmado pela Liga das Nações em 1922. Criou-se, em 1926, a República Libanesa. No
entanto, o cenário foi alterado com a capitulação francesa aos nazistas em 1940. Temendo que
os franceses autorizassem os nazistas a utilizar o território libanês para atacar os Aliados,
conforme havia ocorrido na Síria e no Iraque, o Reino Unido invadiu a região. Quando a
disputa cessou, o General Charles de Gaulle reconheceu a independência do Líbano. O
mandato francês na região acabou oficialmente em 1943, quando ocorreram as primeiras
eleições do país independente. O Líbano, no entanto, faz fronteira com a Palestina e vê, no
Sionismo, uma provável fonte de problemas. Assim, alinhado com seus vizinhos árabes,
opõe-se ferrenhamente à criação do Estado de Israel.
4.25. Luxemburgo
Durante os anos 30, a comunidade judaica de Luxemburgo cresceu, devido, sobretudo,
a imigrantes judeus provenientes da Alemanha. No entanto, a situação desses judeus
complicou-se com a invasão nazista a Luxemburgo em 1940. Em setembro do mesmo ano,
foram introduzidas as Leis de Nuremberg. Logo depois, a Gestapo anunciou que todos os
judeus deveriam deixar o país ou seriam deportados. No final de 1942, eles começaram a ser
encaminhados para campos de concentração.
Alguns cristãos locais ajudaram judeus a se salvar, como é o caso de Victor Bodson,
que conseguiu evitar que aproximadamente 100 pessoas fossem levadas a campos de
concentração. Os Aliados liberaram Luxemburgo em 1944, mas menos da metade da
comunidade judaica conseguiu sobreviver. Luxemburgo ainda não se posicionou em relação à
criação do Estado de Israel, mas sua posição deverá levar em consideração sua própria
comunidade judaica e o alinhamento com alguns de seus vizinhos europeus.
4.26. México
O México adotou políticas abstencionistas durante todos os debates prévios sobre a
partilha da Palestina. Além disso, se mostrou contra a possibilidade apresentada pela
UNSCOP de dividir o território palestino, internacionalizando Israel.
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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4.27. Mohammad Amin Al-Husayini (Líder Palestino)
O Senhor Amin pertence a uma das mais importantes famílias de Jerusalém e é
declaradamente contra o Reino Unido e a criação do Estado judeu. Em sua juventude,
defendia o pan-arabismo e a criação da “Grande Síria”. No entanto, como o Acordo Sykes-
Picot dividiu a região que ele pretendia unificar entre França e Reino Unido, passou a aspirar
ao nacionalismo palestino.
Amin Al-Husayini, que mais tarde foi nomeado mufti de Jerusalém, utilizou, diversas
vezes, a violência para “proteger seu território dos judeus”. Pode-se citar, como exemplo,
grupos de suicídio (fedayeen) organizados por ele para assustar os judeus e os massacres a
esse povo na Palestina em 1929 e 1936. Porém, por muito tempo, Husayini esteve
enfraquecido devido a uma luta política com o clã Nashashibi. Essa disputa foi sanada em
1936, com a criação da Alta Comissão Árabe, presidida pelo mufti.
De 1936 a 1939, a Alta Comissão Árabe orquestrou uma grande greve, que levou o
governo britânico a considerar como ilegal a organização. Amin teve que fugir, mas
permaneceu com o apoio da grande maioria dos árabes palestinos. O mufti também obteve
apoio financeiro da Alemanha nazista e da Itália fascista, tendo, em troca, conseguido que
vários muçulmanos se voluntariassem à SS. O próprio Amin trabalhou com a SS de 1941 até
o final da guerra, exercendo papel vital para a propaganda nazista e atraindo muitos
muçulmanos para a causa.
As rebeliões árabes influenciaram os britânicos em sua contenção à imigração judaica,
publicada no Livro Branco em 1939. Com o fim da guerra, Husayini esteve preso por um
tempo na França, mas, depois, fugiu e conseguiu exílio no Egito. O mufti virá para a Reunião
para a Partilha da Palestina como o grande líder palestino e, certamente, posicionar-se-á
veementemente contra a criação do Estado de Israel ou a realização de qualquer concessão
aos judeus.
4.28. Noruega
Estima-se que, antes da ocupação nazista, em 1940, houvesse 2.173 judeus em solo
norueguês. Em 1946, esse número foi reduzido para 559, devido a mortes no Holocausto e
fugas. A Noruega ainda não se posicionou em relação à divisão da Palestina, mas deve-se
esperar o alinhamento norueguês com a opinião de muitos de seus vizinhos europeus.
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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4.29. Paquistão
A República Islâmica do Paquistão, ex-colônia britânica, tem um posicionamento
alinhado com o da maioria dos países árabes, mostra-se contra o Sionismo e, até o momento,
tem um posicionamento contrário à criação de um Estado judeu independente.
4.30. Paraguai
A partir do século XIX, o Paraguai recebeu alguns imigrantes judeus, ainda que não o
suficiente para formar uma expressiva comunidade judaica. Em 1936, durante o ditatorial
mandato do coronel Rafael Franco, houve alguns decretos antissemitas. No entanto, o
Paraguai ainda não se posicionou em relação à criação do Estado de Israel. Deve-se levar em
consideração que o país passou, neste ano (1947), por uma Guerra Civil que depôs o governo
do general Higino Morinigo. Provavelmente, haverá um alinhamento paraguaio com alguns
de seus vizinhos sul americanos, como a Argentina.
4.31. Polônia
Ao final da II Guerra Mundial, muitos judeus poloneses quiseram sair do país, com
interesse em ir para a Palestina. No entanto, como a imigração para o local era restrita, muitos
a fizeram ilegalmente, e diversas associações em apoio à imigração ilegal foram criadas, com
destaque para a Bricha. Entre 1944 e o verão de 1946, aproximadamente 100 mil judeus
deixaram a Polônia. Em 1945, o Primeiro Ministro da Polônia, Osobka-Morawski,
manifestou-se a favor da criação de um Estado judeu independente e apoiou os esforços que
estavam sendo feitos para concretizar tal ato. Sobre a imigração de judeus para a Palestina, o
Primeiro Ministro falou que, embora esperasse que os judeus remanescentes na Polônia se
sentissem confortáveis no país, não impediria seu deslocamento para lá.
4.32. Reino Unido
Desde o acordo secreto entre o Reino Unido e a França em 1916, conhecido como
Acordo Sykes-Picot, a região da Palestina ficou sob domínio inglês. A Inglaterra manifestou,
em 1917, apoio à causa sionista através da Declaração de Balfour. Em 1922, a Liga das
Nações aprovou o Mandato Britânico, que deveria facilitar a criação do Estado judeu, porém,
conforme escrito no preâmbulo do mandato, “sem prejudicar os direitos civis e religiosos das
atuais comunidades não judaicas na Palestina, ou os direitos e status político gozados pelos
judeus em qualquer outro país.”
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Diante das esperanças sionistas de sucesso, os árabes organizaram ataques, revoltas e
greves. O Reino Unido, então, designou uma comissão para obter mais dados acerca da
situação palestina. A Comissão Peel de 1936, também conhecida como Comissão Real
Palestina, sugeriu que a região fosse dividida em dois Estados, sendo o árabe maior que o
judeu devido a questões demográficas. Essa sugestão não foi aceita por nenhum dos lados
envolvidos, o que levou à designação da Comissão Woodhead em 1938, para analisar a
proposta anterior e tentar chegar a uma solução efetiva. Esta comissão também sugeriu a
divisão da Palestina, que daria origem a dois Estados e a uma terceira parte que seria mantida
sobre domínio britânico. Os judeus, todavia, não aceitaram essa proposta devido à cidade de
Jerusalém não estar em sua parte do território.
Em 1939, ainda pressionados pela mobilização política dos árabes, os britânicos
publicaram o Livro Branco, que determinava que houvesse apenas um país cujo governo seria
compartilhado entre os dois povos. Além disso, o documento estipulava uma expressiva
contenção da imigração judaica e da compra de terras por judeus. Esse documento foi
malquisto pela comunidade judaica e por muitos outros países, e foi frequente a entrada
clandestina de judeus em território palestino, especialmente com o fim da Segunda Guerra
Mundial e a necessidade de centenas de milhares de judeus deixaram a Europa.
Nesse sentido, a Anglo-American Comission of Inquiry recomendou ao governo
britânico que autorizasse, em 1946, a entrada de mais 100.000 judeus na Palestina. No
entanto, em 1947, ficou evidente para os britânicos que eles não estavam aptos a resolver a
situação árabe-judaica. Assim, eles decidiram encaminhar o problema para a ONU. Todavia,
apesar de ainda não estar claro se os ingleses manterão a posição da Declaração de Balfour –
favorável à criação do Estado judeu, ou a posição do Livro Branco – favorável à criação de
apenas um Estado onde judeus e árabes coexistam, eles certamente farão o possível para não
perder sua influência local.
4.33. República da China
Durante o governo nazista na Alemanha (1933-1945), a República da China recebeu
25.000 refugiados judeus. Fora isso, no entanto, não há grande envolvimento chinês com o
conflito árabe-judaico. Essa situação de não posicionamento foi agravada no ano anterior
(1946), quando iniciou-se a guerra civil no país, que perdura até hoje. Assim, persiste a
incerteza acerca do voto chinês na resolução do conflito.
IX SINU – Reunião para a Partilha da Palestina
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4.34. Síria
A partir do Acordo de Sykes-Picot, ficou estabelecido que a Síria seria administrada
pela França, enquanto a Palestina formaria o Mandato Britânico. Entretanto, com a
capitulação francesa aos alemães em 1940, a Síria esteve sobre o domínio da França de Vichy,
isto é, alinhada ao nazismo. Essa situação mudou com a invasão britânica à Síria em 1941. No
entanto, desde o ano passado (1946), a Síria é um país independente. Assim, há o receio de
perder as “recém-adquiridas” terras para o projeto sionista, uma vez que a Síria faz fronteira
com a Palestina. A região das Colinas de Golã, por exemplo, que faz fronteira com o suposto
Estado judeu e foi citada na Bíblia, causa particular preocupação. A Síria, então, como seus
vizinhos árabes, mostra-se ferrenhamente contrária à criação do Estado de Israel.
4.35. Suécia
Assim como na Primeira Guerra Mundial, a Suécia procurou se manter neutra durante
a Segunda Grande Guerra. Porém, durante ampla parte do conflito, os suecos estiveram sob
influência alemã, e havia o temor de se opor publicamente ao regime nazista. Apesar disso, a
Suécia apoiou o Movimento de Resistência Norueguês e, em 1943, ajudou a salvar judeus
dinamarqueses que seriam enviados a campos de concentração. Com o aproximar do fim da
guerra, o país se tornou mais ativo humanitariamente e salvou milhares de vidas: estima-se
que o diplomata sueco Raoul Wallenberg tenha salvado até 100.000 judeus húngaros.
Portanto, apesar de a Suécia ainda não ter se pronunciado em relação à divisão da Palestina, é
provável que seu voto seja favorável à criação do Estado de Israel.
4.36. Tailândia
Apesar de a Tailândia ser um país budista, há o apreço pela liberdade religiosa. Assim,
os poucos judeus em território tailandês nunca sofreram qualquer tipo de discriminação. A
Tailândia não se posicionou em relação à questão da Palestina, mas, durante a Reunião,
deverá ser marcante seu discurso contra discriminações religiosas.
4.37. Tchecoslováquia
Em 1927, Thomas Masaryk foi o primeiro chefe de Estado a visitar a Palestina
Britânica. Após a I Guerra Mundial, a Tchecoslováquia emergiu como um país democrático,
cercado por potências autoritárias interessadas no seu território. A Tchecoslováquia é
publicamente a favor dos movimentos sionistas. Durante a II Guerra Mundial, foi contra o
nazismo e, agora, apoia a criação de um Estado judaico.
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4.38. Turquia
A Turquia recebeu apoio financeiro do Reino Unido durante um longo período; logo
após, foi inserida na Doutrina Truman e recebeu grande apoio financeiro dos EUA. Esses
países argumentavam que era essencial apoiar a Turquia para que forças socialistas não
penetrassem na região e afetassem o equilíbrio do Oriente Médio. Após as taxas exorbitantes
impostas a não-islâmicos, em 1942, quase 30 mil judeus deixaram o país. A Turquia ainda
não tem posição oficial sobre a partilha da Palestina.
4.39. União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
A população judaica desempenhou importante papel na Revolução Socialista de 1917,
o que pode ser explicado pelo profundo antissemitismo do governo czarista. Todavia, apesar
de a situação ter melhorado para os judeus, ela está longe de atingir o ideal. Primeiramente, é
importante explicitar que o comunismo é antirreligioso, assim, os membros do Partido
Comunista judeus o são apenas por etnia, sendo, inclusive, ateus. Deve-se, ainda, ressaltar a
ação da Yevesetskyia – seção judaica do partido comunista – que fechou as sedes e os jornais
dos partidos sionistas e prendeu seus membros. Afinal, como o socialismo é um sistema
político internacionalista, os soviéticos viam o Sionismo como um “nacionalismo burguês”.
No entanto, aos poucos, essa visão foi se alterando devido ao esforço dos líderes
sionistas mundiais que, em busca de apoio soviético, procuraram associar seu movimento ao
socialismo. Nesse contexto, Chaim Weizmann apontou aos soviéticos o fato de os Yishuvim e
os Kibutzim apresentarem uma economia planificada estruturada no bem-estar coletivo ao
invés do ganho individual. Uma delegação russa visitou, então, a Palestina e se impressionou
deveras com os Yishuvim. A partir de 1943, a URSS passa a se preocupar com seu papel
internacional após o fim da guerra e a temer uma aproximação entre os EUA e a Inglaterra
que a desconsiderasse como potência internacional.
Assim, o diplomata soviético Ivan Maisky visitou a Palestina após descobrir que
Roosevelt e Churchill pensavam em promover uma conferência entre judeus e árabes para
solucionar o conflito. Maisky se impressionou, então, com a força do Sionismo e afirmou para
Weizmann que os soviéticos apoiariam os judeus. Estes, por sua vez, tentavam convencer os
soviéticos de que, após o fim da guerra, a dominação da economia e política local seria
judaica. O receio soviético agravou-se com a formação da Liga Árabe e o possível
envolvimento britânico, com o apoio financeiro de Truman à Grécia e à Turquia, que
puderam, assim, resistir à pressão soviética e com a criação do Anglo-American Committee of
Inquiry.
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Somando-se o descontentamento judaico com o Mandato Britânico e a necessidade
soviética de neutralizar a presença britânica na região, notou-se uma aproximação entre a
causa sionista e a URSS. No entanto, apesar da promessa de Maisky, o primeiro
posicionamento soviético à comunidade internacional só se deu depois, com a defesa de uma
“única, independente e democrática Palestina”, onde todos os cidadãos desfrutariam dos
mesmos direitos. Todavia, nota-se, ultimamente, mais uma mudança na postura soviética que,
devido à necessidade de se posicionar como potência mundial e à esperança de ver o primeiro
Estado alinhado ao socialismo no Oriente Médio, afirma que, se as relações entre os judeus e
os árabes não se resolverem, a solução efetiva poderá ser a criação de dois Estados
independentes.
4.40. Uruguai
O Uruguai possui uma considerável comunidade judaica, que se expandiu durante as
duas Grandes Guerras Mundiais. O movimento sionista teve início, no Uruguai, em 1911 e,
em 1945, foi fundado o Conselho Central Sionista. O país sul americano já se manifestou a
favor da criação do Estado judeu na Conferência de San Remo, em 1920, e manterá essa
posição durante a Reunião para Partilha da Palestina.
5. DOCUMENTO DE POSIÇÃO OFICIAL
O Documento de Posição Oficial (DPO) é redigido pelos delegados para expor a
política externa do respectivo Estado e a opinião dele sobre o tema tratado no comitê, além de
apresentar uma possível solução para o conflito em questão. O DPO deverá ser entregue à
mesa diretora após a primeira sessão e poderá ser lido no discurso inicial de cada delegação.
No entanto, incentivamos os delegados a prepararem um discurso inicial próprio, para tornar a
primeira sessão mais dinâmica.
Os documentos ficarão à disposição, na mesa diretora, para serem consultados pelos
delegados de qualquer país durante as discussões. Eis algumas perguntas relevantes para
serem abordadas no DPO:
1. Qual é a situação atual do seu país?
2. O seu país esteve envolvido com o holocausto?
3. Qual foi o envolvimento do seu país com a Segunda Guerra Mundial?
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4. Qual a opinião do seu país em relação à criação de um Estado judeu?
5. O seu país possui comunidade judaica?
6. Qual é a relação do seu país com os países árabes?
7. Qual a sugestão do seu país para a divisão da Palestina?
8. O que a delegação espera da discussão?
O DPO deve conter o símbolo oficial do comitê, no lado esquerdo superior da folha; o
brasão do país, no lado direito superior, e nome completo de seu país no centro, formatado em
negrito. Além de seguir as normas da ABNT (fonte: Times New Roman; tamanho: 12pts;
espaçamento: 1.5), deve ter a assinatura do delegado à direita inferior e não pode conter mais
de uma página. Na página seguinte, segue um exemplo de DPO para base.
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Estados Unidos da América
Conselho de Segurança das Nações Unidas
Os Estados Unidos da América veem com extrema importância e cautela a atual crise
na Ucrânia, já que esse conflito, que já deixou mais de 2000 mortos, pode se tornar uma
guerra em grande escala, desestabilizando o país ainda mais. A nossa política na crise é tentar
caminhar em direção a uma resolução pacífica, mas sem nunca descartar nenhuma das
possibilidades de ação.
As revoltas na Ucrânia, no começo de 2014, que culminaram com a deposição e fuga do
antigo presidente Viktor Yanukovych foram a mostra do descontentamento do povo ucraniano
com as políticas pró-russas do governo e da vontade de ter uma democracia forte e mais
próxima da União Europeia e do Ocidente, que deve ser respeitada pelo governo russo.
O desrespeito às leis internacionais constituído na anexação Russa da Criméia não será
tolerado novamente, assim como a interferência na região leste ucraniana, mais
especificamente, Lugansk e Donetsk. Futuras incursões de tropas russas em território
ucraniano significarão sanções ainda mais severas contra o governo russo.
Nosso governo reafirma seu dever em defender a Europa, os países membros da
OTAN e as democracias do mundo todo contra os ataques de nações que ainda se comportam
como se estivessem no século XIX. Todo o nosso esforço será empregado em resolver essa
crise o mais rápido e com o menor dano possível, para que a Ucrânia possa se reerguer desse
período turbulento pelo qual passa.
_______________________________
Luís Felipe Rivitti de Paula Machado
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