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i UNIVERSIDADE LÚRIO FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Campus Universitário, bairro Eduardo Mondlane PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ESTUDO DA ABUNDÂNCIA DE ALGUMAS FAMÍLIAS DE PEIXES CARNÍVOROS DE RECIFES DE CORAL NA BAIA DE PEMBA E NA ILHA DE VAMIZI Autor: Izaidino Jaime Muchanga Supervisora: Isabel Maria Sousa Lina Marques da Silva, MSc Pemba, Julho de 2012

Izaidino J. Retificado Final

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Page 1: Izaidino J. Retificado Final

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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Campus Universitário, bairro Eduardo Mondlane

PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ESTUDO DA ABUNDÂNCIA DE ALGUMAS FAMÍLIAS DE PEIXES

CARNÍVOROS DE RECIFES DE CORAL NA BAIA DE PEMBA E NA

ILHA DE VAMIZI

Autor: Izaidino Jaime Muchanga

Supervisora: Isabel Maria Sousa Lina Marques da Silva, MSc

Pemba, Julho de 2012

Page 2: Izaidino J. Retificado Final

ii

JÚRI

O Presidente

dr Heráclito Rodrigues comia

---------------------------------------------------------------

O Secretário

dr Fred Charles Nelson

---------------------------------------------------------------------

O Vogal

dr Amisse Milange

----------------------------------------------------------------------------------

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iii

DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro que esta monografia científica é o resultado da minha investigação pessoal e das

orientações da minha supervisora.O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas foram

devidamente mencionadas na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção

de qualquer grau académico.

Pemba aos....de Julho de 2012

....................................................................................

Izaidino Jaime Muchanga

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iv

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Jaime João Muchanga e Albertina Noa Mazuze.

Page 5: Izaidino J. Retificado Final

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AGRADECIMENTOS

As palavras aqui registadas não chegam para a exprimir todo o sentimento de reconhecimento

que guardo pelas pessoas abaixo mencionadas, e não só, por muitas outras coisas não

mencionadas:

Um obrigado a minha supervisora Isabel Maria Sousa Lina Marques da Silva, MSc, pelo apoio

prestado durante a realização deste trabalho.

Ao projecto PPEMBA, pelo apoio financeiro e material, sem o qual, este, trabalho não teria sido

realizado.

Um obrigado especial aos meus colegas de mergulho nomeadamente: Hilário Massango,

AjosiaMuipela, PuritaSaxon, Jamen Mussa e João Paulo pelo apoio na recolha de dados para

realização deste trabalho.

A família fernandes nomeadamente:

Dr. Alírio Fernandes, Engenheiro Agnelo Fernandes, Dr António Fernandes, DraCarol,

Engenheira Michele Gonsalves, Engenheiro Mário Fernandes, Engenheiro Miguel Fernandes e a

Senhora EusebiaVerundiana, pelo financeiro e moral em toda minha vida estudantil.

Ao meu tio Pedro Sebastião Muchanga, pelo apoio moral.

A todos os docentes da faculdade de Ciências Naturais pelo apoio científico prestado em toda

minha licenciatura.

Aos colegas do curso de licenciatura em Ciências Biológicas pela companhia e apoio moral

durante a minha formação académica.

A todos os meus irmãos, um grande obrigado.

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RESUMO

Palavras-chaves: Peixes carnívoros, recifes de coral, Hamulidae, Lutjanidae e Serranidae.

Os peixes carnívoros de recifes de coral das famílias Lutjanidae, Serranidae e Haemulidae na baia

de Pemba e na ilha de Vamizi foram estudados nos meses de Abril e Maio de 2012,usando

métodos visuais subaquáticos e equipamento SCUBA, com objectivo estudar a abundância de

algumas famílias de peixes carnívoros (Serranidae, Lutjanidae e Haemulidae) de recifes de

corais. Neste estudo foram feitos 12 (doze) mergulhos e trinta e seis (36) transectos na baia de

Pemba e 18 (dezoito) mergulhos e 54 (cinquenta e quatro) transectos na Ilha de Vamizi, de 50m

de comprimento e 5m de largura. Na baia o estudo foi feito em três locais: praia de Wimbe, Kauri

(lado sul da baia) e Londo lodge (lado norte da baia) e foram contados e identificados 121

individuos das famílias: Haemulidae, Lutjanidae e Serranidae e na ilha de Vamizi foram contados

e identificados 633 individuos dos quais 578 individuos foram observados na zona reserva e a

família Lutjanidae foi abundante em todos sítios na baia de Pemba e ilha de Vamizi.

Na ilha de Vamizi o estudo foi feito dentro da reserva e fora com igual número de mergulhos e

transectos nesses dois locais. Na baia de Pemba os individuos da família Haemulidae foram

observados em todos os seus tamanhos, lutjanidae foram observados maior nímero de individuos

de peixes de menor tamanhos e serranidae foram observados individuos de tamanhos que variam

entre 20cm e tamanhos superiores 50cm,poucos individuos enquanto na ilha de ilha de vamizi

foram observados muitos individuos de todos os tamanhos dentro da reserva e fora de reserva

foram observados poucos individuos em alguns dos seus tamanhos.Na zona de reserva todas as

famílias: Serranidae, Haemulidae e Lutjanidae foram observados maior número de individiduos

comparativamente com baia de Pemba e ilha de Vamizi (fora de reserva).

Constatou-se que na baia de Pemba e fora da reserva na ilha de Vamizi o baixo número de

individuos observados foi devido a pressão piscatória não baixo índice de rugosidade.

O maior número de indivíduos de peixes carnívoros de todas as famílias em estudo foi observado

a profundidades mais elevadas (de 15 m de profundidades em todos locais de estudo) de

amostragem na baia de Pemba e ilha de Vamizi e em todos estes locais a família Lutjanidae foi a

que teve maiores indivíduos. A família Serranidae foi a que teve maior número de individuos de

classes de tamanhos superiores.As diferenças significativas entre os locais estudados foram

evidentes nas três famílias de peixes carnívoros.

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vii

ÍNDICE

DECLARAÇÃO DE HONRA ................................................................................................. iii

DEDICATÓRIA....................................................................................................................... iv

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. v

RESUMO ................................................................................................................................. vi

1.INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

1.1. Hipóteses ..................................................................................................................... 4

1.2. Objectivos........................................................................................................................ 4

1.2.1. Objectivo geral ........................................................................................................... 4

1.2.2. Objectivos específicos ................................................................................................ 5

2.1.ÁREAS DE ESTUDO ......................................................................................................... 5

2.1.1.Ilha de Vamizi ............................................................................................................... 5

2.1.2.Baia de Pemba............................................................................................................... 6

2.2.Material ............................................................................................................................ 8

2.3. Métodos ........................................................................................................................... 8

2.3.1. Observação ictiológica no recife de coral.................................................................... 8

2.3.2.Determinação da Rugosidade do substrato/complexidade do substrato ...................... 10

3.ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................................... 11

4. RESULTADOS ................................................................................................................... 12

4.1.Composição específica de peixes carnívoros na baia de Pemba ................................... 12

4.2. Classes de tamanhos na baia de Pemba ....................................................................... 13

4.3. Composição específica dos peixes carnívoros na ilha de Vamizi ................................ 15

4.4. Classes de tamanhos na ilha de Vamizi ........................................................................ 16

4.5.Complexidade do substrato na baia de Pemba e na Ilha de Vamizi ............................ 17

4.6.Comparação da abundância de peixes carnívoros ....................................................... 18

5.DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 20

Page 8: Izaidino J. Retificado Final

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6.CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 23

7.RECOMENDAÇÕES .......................................................................................................... 24

8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 25

9. ANEXOS ................................................................................................................................ i

Page 9: Izaidino J. Retificado Final

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LISTAS DE ANEXOS

Anexo 1. Teste de Normalidade .................................................................................................. ii

Anexo 2. Teste de Kryskal – Wallis ............................................................................................ ii

Anexo 3. Testes de Mann – whitney ........................................................................................... iii

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x

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1:Espécies observadas da família Serranidae.................................................................. 12

Tabela 2:Espécies observadas da família Lutjanidae.................................................................. 12

Tabela 3:Espécies observadas da família Haemulidae ............................................................... 13

Tabela 4.Especies da família Serranidae observadas na Ilha de Vamizi ..................................... 15

Page 11: Izaidino J. Retificado Final

xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Ilha de Vamizi ............................................................................................................. 6

Figura 2. Baia de Pemba . ........................................................................................................... 7

Page 12: Izaidino J. Retificado Final

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LISTAS DE GRÁFICOS

Gráfico 1 .Tamanhos dos peixes da família Serranidae (S) observados. ..................................... 13

Gráfico 2. Tamanhos dos peixes da família Lutjanidae (L) observados ...................................... 14

Gráfico 3. Tamanhos dos peixes de família Haemulidae (H) observados ................................... 14

Gráfico 4. Classes de tamanhos dos peixes da família Lutjanidae (L) observados na Ilha de

Vamize ..................................................................................................................................... 16

Gráfico 5. Classes de tamanhos dos peixes da família Haemulidae (H) observados na Ilha de

Vamize ..................................................................................................................................... 16

Gráfico 6. Classes de tamanhos dos peixes da família Serranidae (S) observados na Ilha de

Vamize ..................................................................................................................................... 17

Gráfico 7.comparação da abundância da família Haemulidae em três locais de estudo

(Pemba,Vamizi reserva e Vamizi fora da reserva....................................................................... 18

Gráfico 8 . Comparação da abundância da família Lutjanidae em três locais de estudo

(Pemba,Vamizi reserva e Vamizi fora da reserva....................................................................... 18

Gráfico 9. Comparação da abundância da família Serranidae em três locais de estudo

(Pemba,Vamizi reserva e Vamizi fora da reserva....................................................................... 19

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LISTA DE ABREVIATURAS

SCUBA Self-contained Underwater Breathing Apparatus

UEM Universidade Eduardo Mondlane

WWF World Wildlife Fund

W Wimbe

K Kauri

L Londo

IIP Instituto Nacional de Investigação Pesqueira

INE InstitutoNacional de Estatistica

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

WIOMSA Western Indian Ocean ofMarine Science Association

ESCMC Escola Superior de Ciencias Marinhas e Costeiras

UP UniversidaePedagogica

EIA Estudo de impacto ambiental.

cm Centímetro

m Metro

INE Instituto Nacional de Estatística

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Estudo da abundância de algumas famílias de peixes carnívoros de recifes de corais na baia de Pemba e na ilha de Vamizi

Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 1

1. INTRODUÇÃO

Os recifes de coral são ecossistemas marinhos encontrados em regiões tropicais e subtropicais

formados pela deposição do esqueleto calcário de organismos como corais, algas e moluscos

(Luz et al., 2008; Rodrigues, 1996). A ocorrência dos recifes de coral está restrita para regiões

onde a temperatura mínima da água situa-se a volta dos 20 graus celsius (Luz et al, 2008;

Rodrigues, 1996). Constituem habitats essenciais para peixes e outros recursos pesqueiros,

dando suporte às espécies em vias de extinção e abrigo para tartarugas e mamíferos marinhos

(Pereira, 2000b; Rodrigues, 1996;Motta et al, 2000). Os recifes de corais correspondem cerca

de 15% do fundo marinho do planeta e se estabelecem entre as profundidades de 0 a 30

metros, isso deve-se as limitações à penetração de luz impedem o crescimento dos corais a

profundidades superiores a 30m (Kuiter & Debelius, 2006). A complexidade estrutural do

coral, que inclui a diversidade da composição do substrato e a percentagem do coral vivo

duro, fornece refúgio e um espaço de modo que maior número de espécies possa habitar o

recife (Mucave, 2007). A característica mais marcante dos peixes recifais é a sua enorme

diversidade, tanto em termos de número de espécies como em variações morfológicas.

Existem cerca de 4000 espécies de peixes vivendo em recifes de coral do Indo-Pacífico, 18%

do total de peixes viventes, e, a medida em que novas pesquisas são realizadas, este número

aumenta (Kuiter & Debelius, 2006). Esta alta diversidade deve-se em parte ao facto de que os

recifes oferecem um grande número de pequenos habitats, cada um com a sua comunidade de

peixes específica (Kuiter & Debelius, 2006; Lieske & Myers, 1994). Diferenças no grau de

exposição à acção das ondas, correntes, níveis de luz, quantidade de algas, plancton e sua

abundância, forma e variedade dos corais, e outros abrigos combinam-se para criar uma

grande variedade de diferentes lugares a serem explorados (Pet et al, 2006).

A costa de Moçambique, com cerca de 2.700 km2, é caracterizada pela sua rica diversidade de

habitats (Simango, 2010), incluindo praias arenosas e sistemas de dunas, recifes de corais,

sistemas de estuários, mangais e tapetes de erva marinha (Pereira, 2001;Motta et al, 2000).

Em Moçambique, devido a estreita plataforma continental, as formações de coral são

encontradas apenas muito perto da costa. Os recifes de coral em Moçambique, ocupam uma

área estimada de cerca de 2.500km2 (Pereira, 2000a;Rodrigues,1996). Os recifes coralinos e

rochosos são os ecossistemas muito importantes, principalmente devido à sua diversidade,

produtividade, abundância e também beleza natural. Moçambique possui áreas extensas de

recifes, em que a fauna ictiológica é o principal recurso a ser explorado. Contudo, a ecologia

destes recursos é pouco conhecida (Pereira, 2001). Existem cerca de 794 espécies de peixes

de recifes identificadas nos recifes Moçambicanos (Pereira, 2006).

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Estudo da abundância de algumas famílias de peixes carnívoros de recifes de corais na baia de Pemba e na ilha de Vamizi

Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 2

A Província de Cabo Delgado detém cerca de 525 km2 de recifes de coral, classificados como

sendo do tipo em franja (IIP, 2010). Os corais constituem maior atracção para o crescimento

da indústria hoteleira costeira e são fundamentais para sobrevivência das comunidades

costeiras (Pereira, 2000a). Os peixes são componentes importantes dos ambientes recifais,

actuando na estrutura das comunidades através de processos como predação, competição e

territorialidade (Lima et al, 2010).

Os peixes de coral definem-se como sendo aqueles que habitam permanente no recife de

coral, em sua vizinhança, fazendo uso dos recursos tróficos disponíveis no recife. Vivem

também algumas espécies que passam apenas parte de seu ciclo de vida nos recifes de coral

(Pereira, 2000b; Dinlasken, 2008).

Os peixes de coral influenciam a estrutura, funcionamento e estado de equilíbrio das

comunidades que constituem o recife, participando directamente na distribuição e zonação da

comunidade coralina, predação de invertebrados, reciclagem de nutrientes, entre outros

(Pereira, 2000b;Lima et al, 2010). Os peixes têm grande importância para vida humana, e em

várias partes do mundo os peixes contribuem acima de 70% das proteínas consumidas pelas

populações humanas locais (Lima et al, 2010). Os peixes carnívoros de recifes de coral têm

uma importância económica elevada para o desenvolvimento das comunidades pesqueiras,

onde o grande número das comunidades é dependente da pesca para geração de receitas assim

como sua principal fonte de proteína (Pet et al, 2006).

Os peixes carnívoros das famílias Serranidae e Lutjanidae, durante a época reprodutiva

formam agregação de desova, migram para locais específicos em tempos específicos para

reproduzir, devido a estas características a sobrepesca incidem sobre esses peixes carnívoros

(WWF, 2004;WIOMSA,2006;Pet et al, 2006). Os peixes recifais, principalmente os membros

das famílias Lutjanidae e Serranidae, são por sua vez, extremamente vulneráveis à pesca,

devido principalmente ao seu grande porte, ciclo de vida longo, crescimento lento e

maturação tardia (Morris et al., 2000; Sadovy, 2001;Chiappone et al, 2000).

Essas famílias Haemulidae, Lutjanidae e Serranidae reunem alguns dos peixes de maior

importância económica para a actividade pesqueira (Freitas, 2011).

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Estudo da abundância de algumas famílias de peixes carnívoros de recifes de corais na baia de Pemba e na ilha de Vamizi

Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 3

Nessas ocasiões, tornam-se ainda mais vulneráveis, porque podem ser capturados

irregularmente durante sua reprodução, momento crítico para a renovação de sua população

(Nishida, 2006). Agregações reprodutivas de Serranídeos e Lutjanídeos têm desaparecido

antes mesmo que os pesquisadores tomem conhecimento de sua existência, devido à falta de

estudos e de medidas preventivas de proteção (Freitas, 2011;Pet et al, 2006).

Moçambique é um país costeiro mas com pouca informação sobre os recifes de corais e os

peixes recifais. Vários autores (Gove, 1991;Wells,1991 citados por Pereira, 2000b) são

unânimes em reconhecer que existe pouca informação de natureza biológica e o estado da

conservação dos recifes de coral dos peixes que vivem nestes ecossistemas, exceptuando a

ilha de Inhaca que foi amplamente estudado por Macnae & Kalk, 1969; Salm, 1976; Wells,

1991; Kalk, 1995a citados por Pereira, 2000b.Actualmente vários estudos estão a ser feitos

sobre os recifes e suas comunidades por vários intervenientes da pesquisa de vários

quadrantes do país como por exemplo, ilha de Ibo (Rodrigues, 1996), distrito de Mecufi

(Loureiro, 1998), Ilha de Vamizi (Davidson et al, 2006) Ilha Metundo (Samoilys et al, 2011),

Arquipélago das Quirimbas (Whittington et al, 1997; Heasman et al, 1998;Stanwell-Smith et

al, 1998 citados por Pereira, 2000b), e em vários recifes do país, inserido no Programa

“Mozambique coral reef management programme” (Motta et al, 2000).

Dessa pouca informação existente sobre estes ricos ecossistemas marinhos (recifes de coral),

sobre sua conservação e distribuição em Moçambique, poucos estudos sobre aspectos

ecológicos dos peixes de recifes de coral foram efectuados. Loureiro (1998) no distrito de

Mecufi, estudou aspectos ligados a actividade pesqueira, Whittington et al (1997) no

arquipélago das Quirimbas, estudaram aspectos relacionados a densidade e diversidade

específica dos peixes recifais, mais recentemente Davidson et al (2006) na ilha de Vamizi,

estudaram aspectos relacionados com avaliação de saúde de biodiversidade de peixes e

comunidade de coral, Pereira (2001) estudou aspectos ligados com peixes associados aos

recifes de coral em Moçambique, Pereira (2000b) na ilha de Inhaca, estudou aspectos ligados

a diversidade específica, biomassa e densidade dos peixes recifais e complexidade estrutural

dos recifes de coral e os seus factores abióticos.

Em relação a baia de Pemba foi feito um estudo sobre aspectos ambientais do litoral da cidade

de Pemba (Silva, 1996). Simango (2010) estudou a abundância e diversidade de recursos

pesqueiros acessíveis a pesca artesanal na região ocidental da península de Pemba. No entanto

nenhum estudo sobre as comunidades ictiológicas dos recifes de coral foi efectuado na baia de

Pemba até o presente momento.

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Estudo da abundância de algumas famílias de peixes carnívoros de recifes de corais na baia de Pemba e na ilha de Vamizi

Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 4

Em relação a ilha de Vamizi vários estudos foram feitos sobre as comunidades

ictiológicasrecifais mas foram estudos que congregavam todos os peixes recifais. Um estudo

como este que congrega somente as famílias de peixes recifais de importância comercial, este

é o primeiro nesses dois sítios.

Tendo em conta a falta de estudos sobre peixes carnívoros piscívoros de recifes de coral ou de

peixes recifais em geral da baia de Pemba e os poucos estudos feitos na ilha de Vamizi sobre

estas comunidades e o escasso conhecimento da sua ecologia, este estudo pretende ser

contributo ao conhecimento ecológico de algumas famílias de peixes carnívoros da baia de

Pemba, com principal destaque para as famílias Lutjanidae, Serranidae e Haemulidae. Nesta

área sem nenhum estudo sobre a ictiofauna carnívora recifal e que necessita de um

conhecimento de base tanto para efeito de uso, gestão e conservação sustentável destes

recursos ictiológicos que o homem depende deles para garantir a sua sobrevivência mas é

necessário que a extracção dos mesmos seja sustentável para que os mesmos recursos

garantam a sustentabilidade das futuras gerações. Sendo assim, é de extrema importância a

realização de estudos como este para o melhor entendimento das comunidades de peixes

carnívoros de recifes de coral e possíveis comparações com outros locais já estudados. Além

disso, as informações que podem ser retiradas desse tipo de pesquisa básica são

importantíssimas para as políticas públicas de projectos de Conservação marinha.

1.1.Hipóteses

A diversidade específica dos peixes carnívoros das famílias Serranidae, Haemulidae e

Lutjanidae está directamente relacionada com a complexidade estrutural (rugosidade).

A complexidade estrutural do substrato providencia alimento e abrigo, um maior número de

nichos fica disponível para que um maior número das espécies possa colonizar o recife

(Pereira, 2000a; Dinslaken, 2008;Rodrigues, 1996; Motta et al, 2000).

Há redução da diversidade específica dos peixes carnívoros das famílias Serranidae,

Haemulidae e Lutjanidae na baia de Pemba e ilha de Vamizi devido a actividade pesqueira.

A pressão pesqueira constittui maior factor na redução dos recursos ictiológicos de principal

interesse comercial como é o caso de garoupas e pargos (Freitas, 2011).

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral

Estudar a abundância de algumas famílias de peixes carnívoros (Serranidae, Lutjanidae e

Haemulidae) de recifes de corais na baia de Pemba e na ilha de Vamizi.

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Estudo da abundância de algumas famílias de peixes carnívoros de recifes de corais na baia de Pemba e na ilha de Vamizi

Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 5

1.2.2. Objectivos específicos

Determinar a composição específica dos peixes carnívoros dos dois locais de estudo;

Determinar as classes de tamanho de peixes carnívoros abrangidos pelo estudo na baia de

Pemba e na Ilha de Vamizi;

Determinar a abundância dos peixes carnívoros das famílias abrangidas pelo estudo;

Comparar a abundância dos peixes carnívoros em locais de estudo (baia de Pemba e ilha

de Vamizi).

2.MATERIAL E MÉTODOS

2.1.ÁREAS DE ESTUDO

2.1.1.Ilha de Vamizi

A ilha de Vamizi (Figura 1) encontra-se no posto administrativo de Olumbe, distrito de

Palma, província de Cabo Delgado. Palma é capital do distrito de Palma, localizada

aproximadamente 250km a norte da cidade de Pemba, capital provincial. A ilha de Vamizi

encontra-se 11°00'50" latitude Sul e 40°43'53"longitude Este. A ilha localiza-se a norte dos

Arquipélagos das Quirimbas, é uma contínua cadeia das 32 ilhas e alguns complexos recifais

que se estende aproximadamente 200km. A Ilha de Vamizi tem aproximadamente 12km de

comprimento e 2km de largura (Davidson et al, 2006). Palma é um distrito da província de

Cabo Delgado, em Moçambique, com sede na vila de Palma. Tem limite, a norte e noroeste

com a Tanzânia através do rio Rovuma, a oeste com o distrito de Nangade, a sul com o

distrito de Mocímboa da Praia e a leste está o Oceano Índico (WIOMSA, 2011). O distrito

engloba várias ilhas que fazem parte do vasto arquipélago das Quirimbas, tais como:

Metundo, Vamizi, Queramimbi, Rongui e Tecomaji (WIOMSA, 2011).

Actualmente a ilha de Vamizi tem cerca de (1000) mil habitantes que moram na ponta oriental

da ilha e mantêm um modo de vida bastante tradicional e primário, vivendo essencialmente do

comércio de peixe (INE, 2007). A pesca constitui actividade principal para habitantes da ilha

de Vamizi (WIOMSA, 2011). Vamizi é uma das (cinquenta) 50 ilhas coralinas do arquipélago

das Quirimbas, na província de Cabo Delgado (Davidson et al, 2006).

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Estudo da abundância de algumas famílias de peixes carnívoros de recifes de corais na baia de Pemba e na ilha de Vamizi

Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 6

Figura1. Ilha de Vamizi (Google earth, 2011), V1-Vamizi um, V3-Vamizi três e V8-Vamizi oito

dentro da reserva.

V2-Vamizi dois, V6-Vamizi seis e V7-Vamizi sete fora da reserva.

2.1.2.Baia de Pemba

A baía de Pemba (figura 2), encontra-se na cidade de Pemba, distrito de Pemba e Província de

Cabo Delgado (Nhambe, 2005). O distrio de Pemba é capital provincial de Cabo Delgado. Ė

delimitado a este pelo oceano índico,a norte pelo distrito de Quissanga, a sul pelo distrito de

Mecufi e a oeste pelo distrito de Ancuabe (Nhambe,2005). A linha de costa é composta na

margem por area de silicio branca e ocasionalmente com um afloramento consolidado de

rochas ou recifes mortos (Brycesor &Massinga, 2002). A costa é caracterizada por areas

lamacentas, bases de ervas marinhas, rochas, algas guarnecidas por recifes de coral em

direcção ao mar (Brycesor e Massinga, 2002). De acordo com o censo de 2007 a cidade tem

uma população de 141 316 mil habitantes (INE, 2007). Como a cidade costeira a pesca

constitui uma das actividades de grande significado, não só pela variedade dos seus produtos

como também para o desenvolvimento do sector informal (Silva, 1996). Efectivamente, a

pesca é desenvolvida por pescadores artesanais, ocupando uma parte significativa de mulheres

sobretudo na apanha de mariscos (Silva, 1996). A amplitude de marés em Pemba é de 4,0m

(média da maré viva) e 2,8m (média da maré morta). As marés são diurnas com um factor de

forma de 0,7. A amplitude de maré varia marcadamente por todo o mês e pode ser tão baixo

como 0,6m durante as marés mortas (EIA, 2006).

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Estudo da abundância de algumas famílias de peixes carnívoros de recifes de corais na baia de Pemba e na ilha de Vamizi

Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 7

Durante os meses de Verão as temperaturas à superfície da água variam entre 28 e 28.5° C e

durante os meses de Inverno entre 25 e 25.5°C. Há declínio notável da temperatura com a

profundidade: à profundidades de 100m a temperatura média é de 24°C enquanto a 300m de

profundidade a temperatura é de 14°C e a 500m de profundidade a temperatura é de 10°C

(EIA, 2006).

Figura2. Baia de Pemba (Google earth, 2011).

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Estudo da abundância de algumas famílias de peixes carnívoros de recifes de corais na baia de Pemba e na ilha de Vamizi

Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 8

2.2.Material

Para realização deste estudo, foi usado seguinte material:

Barco a motor;

Equipamento de mergulho autónomo completo: facto de neoprene, máscara e tubo de

respiração, barbatanas, colete de controlo de flutuabilidade, cilindros de ar comprimido,

regulador de pressão, cinto de lastro, faca;

Profundímetro;

Fita métrica de fibra de vidro;

Placa de pespex para escrita subaquática e lápis;

Literatura de identificação;

Câmarafotográficasubaquática.

2.3. Métodos

2.3.1. Observação ictiológica no recife de coral

Vários métodos têm sido usados para estudar as comunidades ictiológicas dos recifes de coral,

no entanto, ultimamente os métodos visuais têm sido mais usados porque são indestrutivos,

são rápidos, económicos, fiáveis, exigem pouco equipamento, fornecem grande quantidade de

informação em pouco tempo e são independentes das especificadades das artes de pesca

usadas nos outros métodos (Labrosse et al, 2002). Segundo Ohman (1998) citado por Pereira

(2000), dentre os métodos visuais subaquáticos usados actualmente, que incluem transectos,

círculos, quadrículas ou outros métodos não parcelados, o mais usado e recomendado são

transectos de faixa (strip ou belt transect). Que já foi provado como fiável no estudo das

populações de peixes que envolvem contagem, porque apresenta baixa probabilidade de

contar o mesmo indivíduo mais que uma vez (o que acontece nos métodos de círculos e

quadrículas), e não envolve a estimativa da distância entre o peixe observado e a linha do

transecto (Brock, 1982).

Este estudo foi feito por transectos de faixa (strip transect) através do mergulho autónomo

com a utilização do equipamento SCUBA e a colheita de dados por transectos visuais

subaquáticos (English et al, 1994; Labrosse et al, 2002). Para a colecta de dados foram

realizados censos visuais subaquáticos em mergulhos autónomos e os dados anotados em

pranchetas de PVC a lápis.

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Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 9

Essa metodologia é caracterizada como não destrutiva, uma vez que não realiza a retirada de

indivíduos do ambiente, além disso, possibilita determinar o estoque de peixes e a estrutura da

população por tamanhos individuais, sendo um dos métodos mais comuns de amostragens

qualitativas e quantitativas de observações em ambientes recifais (English et al.,

1997;Labrosse et al, 2002).

Censo visual: a amostragem quantitativa foi feita por meio de censos visuais subaquáticos

através da utilização do mergulho autónomo, no qual são contadas as espécies de peixes e

indivíduos presentes em um transecto em faixa de 50m x 5m (método denominado “Strip

Transect”) e separação entre os transectos um ao outro foi de 10 m. A contagem foi realizada

em classes de tamanho: (10-20) cm; (20-30) cm; (30-40) cm (40-50) cm e> 50 cm. Além

disso, variáveis ambientais como profundidade e complexidade estrutural do fundo foram são

registadas. Neste método, os observadores movem-se lentamente em linha recta ao longo do

transecto (orientado por uma fita métrica presa ao substrato com auxilio de presos de

chumbo), percorrendo um corredor de 50mx5m (2,5m por cada lado do observador),

perfazendo uma área de 250m2

registando os peixes numa placa impermeável, ao lápis de

grafite (English et al, 1994; Muljadi et al, 2010;Samoilys & Carlos, 1991). O censo dos peixes

carnívoros das famílias abrangidas pelo estudo foi efectuado no mesmo momento da

colocação da fita mas a pessoa que coloca a fita deve ser muito experiente para evitar

mobilidade exagerada, que possa afugentar os peixes do transecto.

Foram feitos 15 transectos em faixa na praia de Wimbe, 15 na praia de Kauri e 6 no

londolodge, perfazendo 36 transectos em 12 mergulhos na Baia de Pemba e na Ilha de Vamizi

foram feitos 18 mergulhos e 54 transectos em diferentes sítios dentro da reserva marinha e

fora da reserva marinha.

Cada peixe observado foi identificado até ao nível mais baixo possível (espécie), mas em

Vamizi alguns peixes foram identificados até ao nível de família, usando seguinte literatura

(Kuiter & Debelius, 2006; Fischer et al, 1990; Lieske & Myers, 1994; Rome & Newman,

2010; Richmond, 2002), e estimado o seu comprimento total. Uma vez que o estudo é

direccionado há algumas famílias de peixes carnívoros (Haemulidae, Serranidae e Lutjanidae)

foram considerados os tamanhos mínimos 10cm devido a sua complexidade de identificação

nos tamanhos menores a 10cm. Para determinacao de classes de tamanhos de peixes foi usada

uma placa subaquática de 30cm de comprimento e 20cm de largura, era observado o peixe e

estimava-se a sua classe de tamanho baseando-se na medida da placa.

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Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 10

2.3.2.Determinação da Rugosidade do substrato/complexidade do substrato

Para a determinação da complexidade/rugosidade do substrato foi utilizada a metodologia

adaptada de Luckhurst & Luckhurst (1978), adaptado para as condições locais, onde uma fita

métrica de 5 metros de comprimento foi estendida.

Depois foi usado uma fita métrica para seguir os contornos, da superfície do recife de todo o

transecto com uma fita métrica de 20m de comprimento. Para calcular o índice de rugosidade

foram feitos alguns cálculos entre a razão do valor de rugosidade e comprimento linear. A

corrente foi esticada moldando-se ao relevo e contornando rochas e fendas.

A razão entre a medida da corrente e a linear determina o valor do índice de complexidade “r”

(Chaves, 2006). Foi considerado como alta rugosidade pontos em que o índice foi maior que

1,5 e baixa rugosidade quando o índice foi menor que esse valor, assim como Chaves (2006).

Fórmula:

ICE= 𝑅/5

Onde: ICE=índice de complexidade estrutural

R=rugosidade

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3.ANÁLISE DOS RESULTADOS

Descreveu-se os dois sítios, primeiro individualmente, através de gráficos da abundância das

famílias realizados no excel.

Posteriomente através do SPSS 16 foi possível descrever estátisticamente através de gráficos

de caixas as três localizações: Pemba, Vami fora da reserva e vamizi dentro da reserva quanto

a sua média desvio padrão e outliers.

No SPSS foi possível realizar o teste de normalidade e depois os testes não paramétricos de

kruskal-Wallis para detectar se havia diferenças significativas entre as médias das três

localizações.

Através do teste de Man-whiteney feito aos pares de localizações foi possível detectar onde

estavam as diferenças significativas.

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4. RESULTADOS

4.1.Composição específica de peixes carnívoros na baia de Pemba

Foram realizados 12 mergulhos autónomos na área de estudo, onde foram feitos 36 transectos,

sendo 15 transectos na zona de Wimbe, 15 na zona de Kauri e 6 na zona Londo lodge.

Durante o estudo foram contados e identificados 121 indivíduos, divididos em 5 (cinco)

géneros pertencentes as três famílias nomeadamente: Serranidae, Lutjanidae e Haemulidae.

Dos 121 indivíduos contados, 15 destes, eram da família Serranidae, dos géneros Epinephelus

e Cephalopholis. Duas espécies da família Serranidae foram observadas durante o estudo

nomeadamente: Epinephelus caeruleopunctatus e Cephalopholis argus. Quanto a família

Lutjanidae foram contados 83 indivíduos, todos do género Lutjanus e somente 4 (quatro)

espécies foram observadas nomeadamente: Lutjanus kasmira, Lutjanus monostigma, Lutjanus

fulviflamma e Lutjanus russeli.

Na família Haemulidae foram contados 23 indivíduos, dos géneros Diagramma e

Plectorhinchus e foram observadas 3 (três) espécies nomeadamente: Diagramma pictum,

Plectorhinchus vittatus e Plectorhinchus playfairi

Dessas três famílias que constituem base deste estudo, a família Lutjanidae foi mais

abundante.

Tabela1:Espécies observadas da família Serranidae

Família Genéro Espécies nº de indivíduos

Serranidae Epinephelus

Epinephelus

Caeruleopunctatus (Bloch,1790) 8

Cephalopholis

Cephalopholis argus (Schneider e

Block,1801) 7

Tabela2:Espécies observadas da família Lutjanidae

Família Genéro Espécies nº de indivíduos

Lutjanidae

Lutjanus Lutjanus kasmira (Forsskal,1775) 40

Lutjanus

Lutjanus fulviflamma

(Forsskal,1775) 24

Lutjanus Lutjanus russeli (Bleeker,1849) 11

Lutjanus Lutjanus monostigma (Cuvier,1828) 8

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Tabela3: Espécies observadas da família Haemulidae

Família Genéro Espécies nº de indivíduos

Haemulidae

Diagramma

Diagramma pictum

(Thunberg,1792) 19

Plectorhinchus

Plectorhinchus vittatus

(Linnaeus,1758) 1

Plectorhinchus

Plectorhinchus playfairi

(Pellegrin,1914) 3

4.2. Classes de tamanhos na baia de Pemba

Os gráficos 1;2 e 3 abaixo apresentam o número de indivíduos das famílias: Serranidae,

Lutjanidae e Haemulidae, distribuídas pelas diversas classes de tamanhos em centímetros

(cm) por locais de estudo.

Gráfico 1 .Tamanhos dos peixes da família Serranidae (S) observados.

W1-Wimbe 10m, W2-wimbe15m, K1- Kauri10m, K2- Kaori15m, e L1- Londo 10m

0

1

2

3

4

5

6

L1 W1 W2 K1 K2

me

ro d

e p

eix

es o

bse

rvad

os

po

r 75

0m2

locais de estudo

Família Serranidae

S(10-20)cm

S(20-30)cm

S(30-40)cm

S(40-50)cm

S>50cm

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Gráfico 2.Tamanhos dos peixes da família Lutjanidae (L) observados

W1-Wimbe 10m, W2-wimbe15m, K1- Kauri10m, K2- Kauri15m, e L1- Londo 10m

Gráfico 3.Tamanhos dos peixes de família Haemulidae (H) observados

W1-Wimbe 10m, W2-wimbe15m, K1- Kaori10m, K2- Kaori15m, e L1- Londo 10m

De um modo geral nota-se que foram observados as espécies da Família Serranidae nos

seguintes locais de estudo Kauri, as espécies da família Haemulidae foram observadas no

Wimbe e as espécies da família Lutjanidae foram observadas no Londo lodge e Kauri. Maior

número dos individuos observados nestes locais variou entre seguintes tamanhos, a família

serranidae foi de 20cm a tamanhos maiores que 50cm. A família Haemulidae foi observada

em todas as classes de tamanhos e a família Lutjanidae também foi observada em todas

classes de tamanhos.

0

10

20

30

40

50

60

L1 W1 W2 K1 K2

me

ro d

e p

eix

es

ob

serv

ado

s p

or7

50m

2

locais de estudo

Família Lutjanidae

L(10-20)cm

L(20-30)cm

L(30-40)cm

L(40-50)cm

L>50cm

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

L1 W1 W2 K1 K2

mer

o d

e p

eixe

s o

bse

rvad

os

po

r 75

0 m

2

locais de estudo

Família Haemulidae

H(10-20)cm

H(20-30)cm

H(30-40)cm

H(40-50)cm

H>50cm

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4.3. Composição específica dos peixes carnívoros na ilha de Vamizi

Foram realizados dezoito (18) mergulhos autónomos na área de estudo, dos quais nove (9)

mergulhos dentro da reserva e outros (9) fora da reserva, onde foram feitos cinquenta e quatro

(54) transectos, vinte e sete (27) transectos na reserva e vinte e sete (27) fora da reserva.

Foram contados e identificados 633 indivíduos das três familias nomeadamente: Lutjanidae,

Serranidae e Haemulidae. Durante o estudo foram contados e identificados 633 indivíduos

pertencentes as três famílias nomeadamente: Serranidae, Lutjanidae e Haemulidae. Dos 633

indivíduos contados, 51 destes, eram da família Serranidae, dos géneros Epinephelus, Variola,

Plectropomus, Anyperodon e Cephalopholis. Seis espécies da família Serranidae foram

observadas durante o estudo nomeadamente: Epinephelus malabariccus, Epinephelus

fasciatus, Plectropomus laevis, Anyperodon leucogrammicus, Variola louti e Cephalopholis

argus. Quanto a família Lutjanidae foram contados e identificados 404 indivíduos somente a

nível da família.

Na família Haemulidae foram contados e identificados 178 indivíduos somente a nível da

família.

Dessas três famílias que constituem base de estudo, a família Lutjanidae foi mais

representativa com 404 indivíduos e seguido de Haemulidae com 178 indivíduos e por último

51 indivíduos da família Serranidae.

Tabela 4.Especies da família Serranidae observadas na Ilha de Vamizi

Família Genéros Espécies nº de indivíduos

Serranidae

Cephalopholis

Cephalopholis argus

(Schneider,1801) 35

Epinephelus

Epinephelus malabariccus (Bloch

& Schneider,1801) 2

Epinephelus

Epinephelus fasciatus

(Forsskal,1775) 3

Plectropomus

Plectropomus laevis

(Lacepede,1801) 3

Anyperodon

Anyperodon leucogrammicus

(Valenciennes,1828) 6

Variola Variola louti (Forsskal,1775) 2

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4.4. Classes de tamanhos na ilha de Vamizi

Os gráficos 4;5e 6 abaixo apresentam o número de indivíduos das famílias: Serranidae,

Lutjanidae e Haemulidae, distribuídas pelas diversas classes de tamanhos em centímetros

(cm) por locais de estudo.

Gráfico 4. Classes de tamanhos dos peixes da família Lutjanidae (L) observados na Ilha de Vamizi

Todos os mergulhos foram realizados a profundidade de 10mV6-Fora da reserva,V2-dentro da

reserva,V7- fora da reserva e V8-dentro da reserva V1- V3 dentro da reserva.

Gráfico 5.Classes de tamanhos dos peixes da família Haemulidae (H) observados na Ilha de Vamizi Todos os mergulhos foram realizados a profundidade de 10m V6-Fora da reserva, V2-dentro da

reserva, V7- fora da reserva e V8-dentro da reserva V1- V3 dentro da reserva.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

V1 V2 V3 V6 V7 V8nú

me

ro d

e p

eix

es

ob

serv

ado

s p

or

750m

2

locais de estudo na Ilha de Vamizi

Família Lutjanidae

L(10-20)cm

L(20-30)cm

L(30-40)cm

L(40-50)cm

L>50cm

0

10

20

30

40

50

60

V1 V2 V3 V6 V7 V8

mer

o d

e p

eixe

s o

bse

rvad

os

po

r 75

0m2

locais de estudo na Ilha de Vamizi

Família Haemulidae

H(10-20)cm

H(20-30)cm

H(30-40)cm

H(40-50)cm

H>50cm

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Gráfico 6. Classes de tamanhos dos peixes da família Serranidae (S) observados na Ilha de Vamizi

Todos os mergulhos foram realizados a profundidade de 10m V6-Fora da reserva, V2-dentro da

reserva, V7- fora da reserva e V8-dentro da reserva V1- V3 dentro da reserva.

De um modo geral nota-se que foram observados maior número de indivíduos das três

familias de estudo na zona protegida de Vamizi (reserva). Maior número dos individuos

observados nestes locais foi de tamanhos que variou entre (10-40) cm. Os indivíduos da

família serranidae foram observados dentro da reserva em classes de tamanhos que variam

entre 10cm a tamanhos superiores que 50cm,fora da reserva esta família, as classes de

tamanhos variam entre classes de tamanhos de (10-50) cm.A família Haemulidae dentro da

reserva foram observados indivíduos de classes de tamanhos que variam entre (10-40) cm,

fora da reserva variaram (10-40) cm e por fim a família Lutjanidae foram observados

individuos dentro da reserva das seguintes classes de tamanhos 10cm a tamanhos superiores

que 50cm e fora da reserva tamanhos que variam entre (10-40) cm.

4.5.Complexidade do substrato na baia de Pemba e na Ilha de Vamizi

O maior índice de rugosidade (r) foi obtido na Baia de Pemba (1,94), enquanto na Ilha de

Vamizi dentro da reserva foi de (1,42), e fora da reserva foi de (1,60). O menor indice de

complexidade foi observada na baia de Pemba (1,06), na ilha de Vamizi dentro da reserva

(1,10) e Vamizi fora da reserva (1,10).

Quando agrupados os pontos em complexidade é considerada alta quando (r> 1,5) e baixa

quando (r <1,5). Tendo em conta esses valores encontrados nos locais de estudo na ilha de

Vamizi, dentro da reserva o índice de complexidade “r” foi 1,42±1,10.Neste local de estudo o

indice de complexidade foi baixa.

0123456789

10

V1 V2 V3 V6 V7 V8nú

me

ro d

e p

eix

es

ob

serv

ado

s p

or

750m

2

locais de estudo na Ilha de Vamizi

Família Serranidae

S(10-20)cm

S(20-30)cm

S(30-40)cm

S(40-50)cm

S>50cm

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4.6.Comparação da abundância de peixes carnívoros

Os gráficos de caixas ilustram a representatividade e distribuição dos indivíduos das famílias

de peixes carnívoros (Serranidae, Haemulidae e Lutjanidae) em diferentes locais de estudo

Pemba, Vamizi dentro da reserva e Vamizi fora da reserva.

Gráfico 7. Comparação da abundância da família Haemulidae em três locais de estudo (Pemba,

Vamizi reserva e Vamizi fora da reserva.

Gráfico 8. Comparação da abundância da família Lutjanidae em três locais de estudo (Pemba, Vamizi

reserva e Vamizi fora da reserva).

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Izaidino Jaime Muchanga Unilúrio Pemba 2012 19

Gráfico 9.Comparação da abundância da família Serranidae em três locais de estudo (Pemba, Vamizi

reserva e Vamizi fora da reserva).

Quando se procedeu ao teste da normalidade para as 3 (três) familias, as variáveis não se

apresentaram com distribuição normal (anexo 1). Foi por isso realizado um teste de Kruskal-

Wallis para verificar se existiam diferenças significativas entre as localizações para as 3

variáveis, sendo estas significativas para as três variáveis (anexo2).

Foi então preciso fazer testes de Mann-Whitney dois a dois para saber onde estavam as

diferenças significativas.

Quanto a família Haemulidae não foram encontradas diferenças significativas entre dentro e

fora da reserva (p=0,576), de resto foram significativas entre pemba e fora da reserva

(P=0,020) e pemba e dentro da reserva (anexo3).

Para a família Lutjanidae e Serranidae foram encontradas diferenças significativas entre Fora

e dentro da Reserva, mas também entre Pemba e Vamizi (dentro e fora da reserva), como

mostra o anexo3.

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5.DISCUSSÃO

Das três famílias estudadas neste presente trabalho, a família Lutjanidae foi a que teve maior

número indivíduos, tanto maior número das espécies, mas com tamanhos muito menores. A

família Haemulidae teve poucos indivíduos e poucas espécies mas foi observada em todos os

seus tamanhos, e a família Serranidae das inúmeras espécies que a família possue mas neste

presente estudo foram observadas poucos indivíduos e duas espécies de dois géneros e alguns

dos seus tamanhos na baia de Pemba. A preocupação foi o número reduzido de espécies de

Garoupas, em tamanhos e quantidades neste estudo na baia de Pemba, que nos leva a pensar

que estas espécies poderão estar sobrepescadas nesta região. Segundo Freitas (2011) as

famílias Serranidae, Lutjanidae e Haemulidae congregam espécies de grande valor comercial,

como as Garoupas e os pargos, e estes são sensíveis a sobrepesca. Em termos de abundância

específica dessas três famílias, a Lutjanidae foi a mais representativa em função da espécie

Lutjanus kasmira, Segundo Loureiro (1998) num estudo feito em Mecufi sobre peixes

recifais, dos peixes carnívoros observados, a família Lutjanidae teve maior em função de

espécie Lutjanus kasmira.A abundância desta espécie Lutjanus kasmira da família lutjanidae

é devido ao seu modo de vida (gregário) e outras espécies da família Haemulidae tais

diagramma pictum e Plectorhinchus playfairi, apresenta esse modo de vida (Loureiro, 1998).

Na sua maioria as espécies da família Serranidae apresenta um modo de vida solitária

(Perreira, 2000b).

O local mais afastado da cidade o sítio Londo não apresentou os maiores números de

carnívoros talvez devido as características físicas do local com pouca rugosidade e local para

os peixes carnívoros se abrigarem (Loureiro, 1998). As espécies da família Serranidae

adaptam-se ou são encontradas mais próximos aos substratos coralinos com alguma estrutura

(rugosidade), onde encontram melhor abrigo (Loureiro, 1998;Chiappone et al,

2000;Silveira,2010).

A existência de maior número de peixes carnívoros no Kauri mais longe da cidade e nas

profundidades mais elevadas da amostragem, pode ser por este local estar mais afastado da

cidade e menos acessível a pescadores submarinos. O baixo número de indivíduos observados

no Wimbe pode significar que, estes indivíduos sofrem uma pressão piscatória maior visto

que estes peixes são indicadores da pressão piscatória (Pereira, 2000a;Freitas,2011). Em todos

locais de estudo houve baixa densidade de peixes carnívoros, isso pode ter sido fruto de

limitações metodológicas, uma vez que muitas espécies da família Haemulidae e Lutjanidae

possuem uma grande mobilidade (Chaves, 2006). Esta distribuição também pode estar

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reflectindo a pressão pesqueira, com os maiores indivíduos, normalmente os mais visados

pela pesca, migrando para águas profundas (Chaves, 2006). O baixo número de indivíduos de

peixes carnívoros nas zonas desprotegidas na baia de Pemba e ilha de Vamizi pode estar

relacionado a vários factores dentre os quais a maior intensidade pesqueira (Chiappone et al,

2000).

Na ilha de Vamizi houve maior número de indivíduos de peixes carnívoros na zona de

reserva, onde existe uma prohibição de pesca. Na zona desprotegida houve menor número de

indivíduos de peixes carnívoros comparativamente com a zona protegida, devido à tendência

de pesca excessiva destes recursos ictiológicos (Chiappone et al, 2000), no entanto esta zona

apresentou-se estatisticamente melhor que a também pescada de Pemba.Alguns estudos

revelam que maior indice de complexidade estrutural, maior ou igual 1,5,estes locais

apresentam maior riqueza específica (Gratwicke &Speight, 2005). As variedades das formas

de crescimento dos recifes de coral é uma indicação dos diferentes tipos de microhabitats e

grandes variedades destes podem oferecer maior de potenciais recursos tais variedades dos

recursos alimentícios, camuflagem, espaços de refúgios e locais de reprodução (Gratwicke &

Speight, 2005).

A complexidade estrutural dentro da reserva na ilha de Vamizi foi ligeiramente baixa mas

houve maior número de individuos de todas as famílias. Isso reforça a necessidade de atenção

para os refúgios (tocas) em si, e não em medidas correlatas, como e o caso da rugosidade em

ambientes rochosos (Silveira, 2010). Segundo Davidson et al (2006) os peixes recifais das

famílias Serranidae Lutjanidae e Haemulidae são vulneráveis a sobrepesca, dos estudos feitos

na ilha de Vamizi foram observadas 10 (dez) espécies da família Lutjanidae das 22 (vinte e

duas) espécies que ocorrem na costa mocambicana, 10 (dez) espécies da família Haemulidae

das 15 (quinze) que ocorrem e 31 (trinta e uma) espécies da família Serranidae 56 (cinquenta

e seis) espécies que ocorrem.Este estudo não foi significativamente diferente entre os recifes

estudados, apesar de mostrar uma tendência de valores maiores em termos de individuos.

Estes recifes constituídos por rochas isoladas, colonizadas superficialmente por diversos

organismos fixos, apresentam a mesma estrutura (Mucave, 2007). As espécies lutjanus

kasmira na família Lujanidae e diagramma pictum da família Haemulidae foram mais

abundantes num estudo feito na Ilha de Vamizi (Davidson et al, 2006). Pereira (2006) fez um

estudo na ilha de vamizi e observou 93 espécies de peixes carnívoros destas famílias dos quais

56 espécies da família serranidae foram observadas, 22 espécies da família Lutjanidae foram

observadas e 15 espécies da família Haemulidae foram também observadas.

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De realçar que a maior parte dos peixes observados na baia de Pemba era de tamanho muito

reduzido, sendo em geral inferior a 25 cm de comprimento para os pargos. Por outro lado,

grande parte das espécies de interesse comercial como por exemplo as Garoupas (Serranidae)

os pargos (Lutjanidae) e roncadores (Haemulidae), apresentaram uma reduzida abundância e

riqueza específica. Isto sugere uma elevada pressão piscatória sobre estas comunidades

(Pereira & Motta, 2002). Apesar de serem encontrados valores maiores de índice de

rugosidade na baia de Pemba foram observados poucos indivíduos de todas famílias de

peixes, isto pode estar relacionado a maior densidade populacional que habita a cidade de

Pemba. A maior rugosidade fornece abrigo e alimento para várias espécies de peixes que

habitam os recifes de coral (Pereira, 2000a).

O fundamento ecológico da variável rugosidade baseia-se na existência de contornos mais

heterogéneos permitindo o estabelecimento de uma maior diversidade de espécies, assim

como de indivíduos (Luckhurst&Luckhurst, 1978).

A existência de maior número de indivíduos de peixes carnívoros na ilha de Vamizi fora da

reserva em relação a baia de pemba, ambos sítios desprotegidos a actividade pesqueira, pode

ser a existência de menor número de habitantes na ilha de Vamizi em relação a baia de Pemba

que maior número de habitantes muito superior que a ilha, e os recursos ictiológicos recifais

de baia de Pemba, visto que neste dois locais a população depende da actividade pesqueira

para garantir a sua sobrevivência (IIP, 2010).

Na ilha de Vamizi, dentro da reserva, apesar de apresentar menor índice de rugosidade, isto é

baixo Chaves (2006), teve maior número das espécies da família Serranidae, espécies desta

família são predadores diurnos que usam os contornos de recifes para o refúgio (Loureiro,

1998). Sendo assim o diminuto número dos indivíduos das famílias destes peixes carnívoros

noutros locais não protegidos podem estar directamente relacionado a maior pressão

piscatória que se faz sentir nestes locais, visto que, estas famílias são as mais sensíveis a essa

actividade antropogénica (Freitas, 2011). As diferenças significativas entre Pemba e Vamizi

foram mais evidentes para a família haemulidae.As famílias serranidae e lutjanidae também as

diferenças significativas foram evidentes entre estes locais de estudo.

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6.CONCLUSÃO

Os resultados obtidos neste estudo mostram que as comunidades recifais dos peixes

carnívoros nos locais estudados (baia de Pemba e ilha de Vamizi) apresentam elementos

faunísticos semelhantes, principalmente com relação aos grupos mais abundantes e de ampla

distribuição.

Dos três locais de estudo na baia de Pemba, a praia de Kauri teve maior número de peixes

carnívoros em relação aos outros locais. A família Lutjanidae teve maior número das espécies

e indivíduos em relativamente as outras famílias (Serranidae e Haemulidae).

O maior número de indivíduos de peixes carnívoros de todas as famílias em estudo foi

observado a profundidades mais elevadas de amostragem na baia de Pemba e ilha de Vamizi

de 15m e em todos estes locais a família Lutjanidae foi a que teve maior indivíduos.A família

Serranidae foi a que teve maior número de individuos de classes de tamanhos superiores.

Na ilha de Vamizi houve maior número de indivíduos das comunidades ictiológicas de recifes

de coral das famílias Serranidae, Lutjanidae e Haemulidae dentro da reserva em relação a

zona desprotegida (fora da reserva).

A complexidade estrutural ou rugosidade não esteve directamente relacionada a diversidade

específica visto que na ilha de Vamizi dentro da reserva teve menor índice de complexidade

estrutural mas teve maior número de indivíduos e maior diversidade de espécies.Pelo que a

menor pressão de pesca teve maior impacto no número de peixes.

Em termos de abundância a família Lutjanidae foi abundante em todos os locais de estudo

baia de Pemba, ilha de Vamizi (dentro e fora da reserva). Maior número de indivíduos de

todas a famílias foi observado dentro da reserva que os outros locais (Pemba e vamizi fora da

reserva)

A actividade pesqueira constitui maior causa da redução dos recursos ictiológicos recifais das

famílias Serranidae, Haemulidae e Lutjanidae na baia de Pemba e ilha de Vamizi fora da

reserva.

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7.RECOMENDAÇÕES

Fazer estudos sobre a biologia das espécies destas familias (Serranidae, Haemulidae e

Lutjanidae) para conhecer os seus primeiros estágios de maturação.

Sensibilização dos pescadores para que façam a pesca sustentável

Elaborar material didáctico com informação básica sobre os recifes de coral e comunidade

ictiológica de baia de Pemba e Ilha de Vamizi para ampliar o conhecimento destas

comunidades ictiológicas.

A realização de pesquisas básicas, e a continuidade posterior destes estudos, é essencial para

que sejam gerados resultados que possam ser directamente aplicados para a protecção e

maneio desses recursosictiológicos.

Criação de áreas de protecção marinha para garantir a conservação das espécies, para que haja

mais peixe fora das reservas como foi o caso da ilha de vamizi onde mesmo na zona pescada

havia mais peixe que em Pemba.

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9. ANEXOS

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Anexo 1.Teste de Normalidade

Tests of Normalityb,c,d

Site

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

Statistic Df Sig. Statistic df Sig.

HAEMULIDAE Pemba ,473 36 ,000 ,220 36 ,000

Fora da reserva ,382 27 ,000 ,530 27 ,000

Dentro da reserva ,358 27 ,000 ,572 27 ,000

LUTJANIDAE Pemba ,406 36 ,000 ,373 36 ,000

Fora da reserva ,392 27 ,000 ,455 27 ,000

Dentro da reserva ,441 27 ,000 ,490 27 ,000

Serranidae Pemba ,477 36 ,000 ,433 36 ,000

Fora da reserva ,395 27 ,000 ,559 27 ,000

Dentro da reserva ,194 27 ,010 ,878 27 ,004

a. LillieforsSignificanceCorrection

b. There are no valid cases for HAEMULIDAE when Site = ,000. Statistics cannot be computed for this level.

c. There are no valid cases for LUTJANIDAE when Site = ,000. Statistics cannot be computed for this level.

d. There are no valid cases for Serranidae when Site = ,000. Statistics cannot be computed for this level.

Anexo 2. Testede Kryskal – Wallis

Kryskal – Wallis Test Statisticsa,b

HAEMULIDAE LUTJANIDAE Serranidae

Chi-Square 6,813 6,186 19,545

Df 2 2 2

Asymp. Sig. ,033 ,045 ,000

a. Kruskal Wallis Test

b. Grouping Variable: Site

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Anexo 3.Testes de Mann – whitney

Vamizi dentro comparado com vamizi fora da reserva Ranks

Site N MeanRank SumofRanks

HAEMULIDAE Fora da reserve 27 26,48 715,00

Dentro da reserva 27 28,52 770,00

Total 54

LUTJANIDAE Fora da reserve 27 23,59 637,00

Dentro da reserva 27 31,41 848,00

Total 54

Serranidae Fora da reserve 27 21,00 567,00

Dentro da reserva 27 34,00 918,00

Total 54

TestStatisticsa

HAEMULIDAE LUTJANIDAE Serranidae

Mann-Whitney U 364,000 484,500 436,500

Asymp. Sig. (2-tailed) ,020 ,978 ,344

HAEMULIDAE LUTJANIDAE Serranidae

Mann-Whitney U 337,000 259,000 189,000

Asymp. Sig. (2-tailed) ,576 ,035 ,001

a. Grouping Variable: Site

Pemba comparado com Vamizi fora da reserva

Ranks

Site N MeanRank SumofRanks

HAEMULIDAE Pemba 36 28,61 1030,00

Fora da reserva 27 36,52 986,00

Total 63

LUTJANIDAE Pemba 36 32,04 1153,50

Fora da reserva 27 31,94 862,50

Total 63

Serranidae Pemba 36 30,63 1102,50

Fora da reserva 27 33,83 913,50

Total 63

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TestStatisticsa

HAEMULIDAE LUTJANIDAE Serranidae

Mann-Whitney U 364,000 484,500 436,500

Asymp. Sig. (2-tailed) ,020 ,978 ,344

a. GroupingVariable: Site

Pemba comparado com dentro da reserva

Ranks

Site N MeanRank SumofRanks

HAEMULIDAE Pemba 36 28,71 1033,50

Dentro da reserva 27 36,39 982,50

Total 63

LUTJANIDAE Pemba 36 28,50 1026,00

Dentro da reserva 27 36,67 990,00

Total 63

Serranidae Pemba 36 25,00 900,00

Dentro da reserva 27 41,33 1116,00

Total 63

TestStatisticsa

HAEMULIDAE LUTJANIDAE Serranidae

Mann-Whitney U 367,500 360,000 234,000

Asymp. Sig. (2-tailed) ,020 ,037 ,000

a. GroupingVariable: Site