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RGA denuncia contas “aquém das expetativas” na AAUM campus Página 04 Felisbela Lopes lança livro sobre os “20 anos da televisão privada em Portugal” entrevista Página 13 “Não concordo com a privatização de um dos canais da RTP” Carlos Alberto Videira é candidato à presidência da AAUM campus Página 05 Comissão de Ética da UM cumpre um ano de funcionamento Página 09 uminho Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 177 / ANO 8 / SÉRIE 4 TERÇA-FEIRA, 06.NOV.12 academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico twitter.com/jornalacademico Braga recebe feira de emprego e empreendedorismo inovadora Página 03

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RGA denuncia contas “aquém das expetativas” na AAUM

campus

Página 04

Felisbela Lopes lança livro sobre os“20 anos da televisão privada em Portugal”

entrevista

Página 13

“Não concordo com a privatização de um dos canais da RTP”

Carlos Alberto Videira é candidato à presidência da AAUM

campus

Página 05

Comissão de Ética da UM cumpre um ano de funcionamento

Página 09

uminho

Jornal Oficial da AAUMDIRECTOR: Vasco LeãoDISTRIBUIÇÃO GRATUITA177 / ANO 8 / SÉRIE 4TERÇA-FEIRA, 06.NOV.12

academico.rum.pt facebook.com/jornal.academicotwitter.com/jornalacademico

Braga recebe feira de emprego e empreendedorismo inovadora Página 03

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Eleições nos EUANo dia que escrevo estas linhas ainda não se sabe o resultado fi-nal das mesmas, mas este é, sem dúvida, um momento alto na política internacional. Obama de um lado, Romney do outro. De-mocratas contra republicanos. A excelência dos atores está a anos--luz de um qualquer putativo can-didato a “primeiro” em Portugal. As diferenças vêem-se a léguas e esperemos que os “cá do burgo” aprendam com o que se passa nas “terras do tio Sam”.

Contas da AAUMNada bom o que se ficou a sa-ber na última Reunião Geral de Alunos.As contas da AAUM não vivem dias muito positivos. A culpa, dizem os intervenientes, deve--se, entre outros motivos, ao dia-extra criado no Enterro da Gata que não rendeu o lucro ex-pectável.Ainda assim, “ainda que por ma-gia”, a actividade, na sua globali-dade, deu um lucro de cerca de 3 mil euros.

Start Point - Orienta o teu futuroNão é todos os dias que pode-mos ter um evento de excelência na nossa cidade. É o que acontece com esta feira de emprego e em-preendedorismo que tem como objectivo juntar empregados e desempregados, jovens e adultos, empresários e estudantes. Desde a dotação de competências até às ofertas de emprego, há de tudo um pouco neste evento onde o empreendedorismo é uma das palavras chave. Uma oportunida-de a não perder!

NO PONTOEM ALTA EM BAIXO

FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Terça-feira, 06 Novembro 2012 / N177 / Ano 8 / Série 4 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // Chefes de redacção: Cláudia fernandes e Rita Magalhães // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana filipa Gaspar, ana Pinheiro, Bárbara martins, Bruna Ribeiro, Bruno Fernandes, Carla Serra, Catarina Moura, Catarina silva, Cátia Alves, Cátia Silva, Cláudia Fernandes, Daniel mota, Dinis Gomes, Diogo Lemos, Filipa Barros, Filipa Sousa Santos, Isabel Ramos, Joana Martins, Joana Valinhas, Joana Videira, João Pereira, Judite Rodrigues, Marta Soares, Raquel Miranda, Rita Magalhães e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura e José Reis // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: [email protected] //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito legal nº 341802/12

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PÁGINA 03 // 06.NOV.12// ACADÉMICO

LOCALbraga recebe feira de emprego e empreendedorismo inovadoraCÁTIA SILVA

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É já nos próximos dias 16 e 17 de novembro que se realiza, pela primeira vez em Braga, a “Start Point – Orienta o teu Futuro”, uma Feira de Emprego e Empre-endedorismo. Organizado pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e por Braga 2012: Capital Europeia da Juven-tude, este evento pretende orientar a comunidade em geral em relação ao mercado de trabalho. Esta feira era já realizada em menores proporções pela AAUM dentro do campus da Universidade do Minho, tendo como público-alvo os estudantes. A ideia, agora, é chegar a toda a comunidade, nomeadamente os alunos das escolas secundárias, a comunidade académica, ex--alunos, desempregados, empreendedores e empre-sários. Ana Rita Ribeiro, técnica do gabinete do empreende-dor da AAUM, explicou que esta “é uma feira de opor-tunidades e de orientação”. Pretende que a comunida-de lide diretamente com as

empresas e perceba qual é o caminho que cada um deve seguir para concreti-zar o seu objetivo. Assim, não existirão stands de em-presas, mas postos de aten-dimento, em que o público apresenta o seu projeto e é orientado no sentido de o tornar concretizável. “Queremos dar a conhe-cer o mercado de trabalho às pessoas que estão neste

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momento desempregadas”, confessou a técnica. Para isso, foram pensados os workshops de como fazer um currículo, como prepa-rar uma entrevista de em-prego e vários em torno do empreendedorismo. Aque-les que se encontram em-pregados, ainda que à pro-cura de uma oportunidade de mudança, estão também incluídos no público-alvo,

cação, mas consciencializa-dos da situação do mercado, bem como a necessidade que, hoje em dia, existe em marcar a diferença. De forma a concretizar os objetivos definidos, o es-paço irá estar dividido em duas vertentes: a exposição e o “connecting the dots”. O primeiro dá a oportunidade aos participantes de falar diretamente com as empre-sas, que irão prestar apoio de orientação a nível profis-sional, de carreira e mesmo de dotação de competências. Já a segunda vertente inclui os workshops e tertúlias de todas as áreas. O projeto já tem a confirma-ção de 80 empresas e irão exisitir 32 atividades a de-correr em simultâneo. O recrutamento é também uma palavra-chave desta feira de emprego e empre-endedorismo. Como tal, estarão empresas a fazer re-crutamento, haverá a apre-sentação de oportunidades de internacionalização, es-tágios profissionais e outras experiências. O palco escolhido foi a gran-de nave do Parque de Expo-sições de Braga e a entrada é gratuita.

sendo para estes essen-cial a orientação feita pelas empresas. “De que forma, nós, que estamos à procura de emprego, nos podemos apresentar ao mercado”, concluiu a Ana Rita Ribeiro. Também as universidades vão marcar presença, orien-tando os alunos do secun-dário para a sua formação futura. O objetivo é que os estudantes sigam a sua vo-

DR

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PÁGINA 04 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

CAMPUS

rga denuncia contas “aquém das expetativas” na aaumDANIEL VIEIRA DA SILVA

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Uma Reunião Geral de Alu-nos com algum sal, no dia em que se apresentavam as contas e o relatório finan-ceiro periódico, correspon-dente ao período janeiro-setembro, da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Hélder Castro, o presidente e Edu-ardo Coturela, o tesoureiro, foram as vozes da académi-ca minhota no que toca à apresentação deste relatório periódico que diz muito da saúde financeira da AAUM. Desta feita, o documento, “disse” que esta não vive os melhores dias.

Destaque, claro está, vai para o habtual interesse redobrado no Enterro da Gata. A atividade que costu-ma ser a “bóia” da AAUM, este ano revelou-se furada. A atividade recreativo deu, ainda assim, um lucro final de 3 mil euros, mas o dife-rencial para o que estava or-çamentado no início do ano ascende aos 40 mil nega-tivos. A explicação deste deslize surge da tesoura-ria da AAUM que aponta o “dia-extra” como um dos fatores que ajudam a jus-tificar estes valores. Ainda assim, Hélder Castro, assu-miu que “os rendimentos do Enterro da Gata ficaram aquém da expectativa”. Esta

guimarães embala ao som do IX cidade berçoADRIANA COUTO

[email protected]

Organizado pela Afonsina – Tuna de Engenharia da Uni-versidade do Minho, Guima-rães recebeu durante dois dias mais uma edição do conheci-do festival de tunas académi-cas, IX Cidade Berço.

Um festival de referência entre as tunas académicas de todos o país, o Cidade Berço contou com a sua IX edição num fim de semana que encheu Guimarães de muita música. Para a Afon-sina, tuna organizadora do IX Cidade Berço, o princi-pal objetivo do espetáculo é “apresentar à cidade de Gui-marães um espetáculo de tunas de elevada qualidade.” O Cidade Berço teve ínicio com a apresentação das tu-nas convidadas à cidade, nas habituais serenatas

realizadas no Largo da Oli-veira. Com muitos curiosos a assistir, um dos lugares mais emblemáticos de Gui-marães recebeu a animação tão característica das tunas académicas. A festa conti-nuaria no Bar Académico de Guimarães onde as tu-nas poderam conviver até ao amanhecer. Depois do almoço no Bar Académico, o segundo dia continuaria com os soundchecks na sala de es-petáculos do São Mamede – Centro de Artes e Espetá-culos de Guimarães, onde as tunas se puderam am-bientar com o local que re-ceberia nessa noite o grande espetáculo de música. Com casa quase cheia, o espetáculo começou com a participação especial da Tun’Obebes – Tuna Fe-minina de Engenharia da Universidade do Minho

direção mostraram-se dis-cordantes. O presidente do CFJ, Nélson Cerqueira, in-terveio nesta matéria, com a leitura de um parecer que foi pedido ao órgão que pre-side para que a compra do autocarro fosse efetivada pela direção da AAUM. Também o preço dos trans-portes entre os campi de Gualtar e Azurém motivou uma discussão. A per-gunta “saltou” da plateia e a direção justificou o valor actualmente pago (1,40 eu-ros) com a galopante subida do preço dos combústiveis. Questões que, ainda as-sim, deixam a direção mais vigilante no futuro no que a esta matéria diz respeito.

Novo autocarro da AAUM envolto em polémica

A compra de um novo au-tocarro por parte da AAUM levantou algumas dúvidas entre os presentes. A di-reção da AAUM justificou a compra do novo com a venda do antigo, facto que permitirá algumas poupan-ças a curto, médio e longo-prazo. As razões da compra não levantaram questões na re-união, mas o facto da com-pra não ser apresentada e aprovada em RGA [os estatutos da AAUM assim o exigem] motivou duras críticas. Neste ponto, al-guns elementos da anterior

Acabaria por sagrar-se a grande vencedora da noite a TAL – Tuna Académica de Lisboa, levando o prémio de Melhor Tuna e de Melhor Estandarte. Os restantes prémios a concurso, fica-ram para a Tuna Universi-tária de Aveiro que ganhou os prémios de Segunda Me-lhor Tuna, Melhor Solista e Melhor Serenata. A Tuna TS ganharia os prémios de Melhor Pandeireta e Tuna Mais Tuna e a Luz&Tuna arrecadaria o prémio de Me-lhor Instrumental. O espetáculo seria concluí-do com a actuacção da tuna da casa, Afonsina, que fez um balanço positivo do fes-tival: “Nesta IX edição, con-tinuou-se o bom trabalho realizado até agora e cum-priu-se os objetivos propos-tos. Foi um fim de semana de muita diversão, boa dis-posição e boa música.”

situação origina alguma apreensão para o que falta do mandato, ainda assim, o presidente da AAUM, as-segurou que “os valores do Enterro terão de ser com-pensados pela direção até ao final do mandato”. As posições e justificações da direção foram ainda alvo de algumas dúvidas por parte de alguns estudantes pre-sentes que pediram esclare-cimentos mais precisos em relação a alguns temas que acompanham o funciona-mento diário da instituição. Na generalidade, o Con-selho Fiscal e Jurisdicional (CFJ) deu parecer positivo a este relatório financeiro periódico.

Adriana Couto

A cidade de Guimarães voltou a receber um evento que prima pela excelência e momentos musicais de excelente qualidade

dando o mote para a entra-da da Tuna Universitária de Aveiro. As restantes tunas, Luz&Tuna – Tuna da Universidade Lusíada de Lisboa, Tuna TS – Tuna de

Tecnologias da Saúde do Porto e a TAL – Tuna Aca-démica de Lisboa acabariam por pôr a sala de espetácu-los do São Mamede, a cantar muitas das músicas.

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CAMPUSPÁGINA 05 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

PUB.

carlos videira é candidato à presidência da aaumDANIEL VIEIRA DA SILVA

[email protected]

O ACADÉMICO está em condições de avançar que Carlos Videira é o primeiro candidato conhecido à pre-sidência da Associação Aca-démica da Universidade do Minho. O estudante de 21 anos, natural de Vila Praia de Âncora, frequenta o 1º ano do mestrado em Direitos Humanos e acumula, atu-almente, o cargo de vice--presidente do departamen-to pedagógico e presidente adjunto na AAUM. Carlos Alberto da Fonte Vi-deira, assume ao ACADÉ-MICO, que as suas motiva-ções são a experiência que tem vindo a acumular há alguns anos como dirigente da AAUM, como ao nível do

experiência, tanto como dirigentes da AAUM, mas também como delegados, membros de núcleos de cur-so ou membros de órgãos da Universidade do Minho e suas unidades orgâncias”, reitera o candidato, subli-nhando que os mesmos serão “pessoas dinâmicas e com vontade de criar proje-tos e trabalhar ao nível do associativismo”, assumindo bons projetos que foram de-lineados no passado.As eleições para os órgãos de Governo da AAUM ain-da não estão agendados, ainda assim, e à semelhan-ça dos calendários dos anos anteriores, tudo leva a crer que estas eleições para os três órgãos (Direção, Mesa da RGA e Conselho Fiscal e Jurisdicional) se realizem a 4 de dezembro.

remos construir algo que acrescente e contribua para o crescimento que a AAUM tem trilhado de alguns anos a esta parte”, atira Carlos Vi-deira. O candidato assume que se encontra no processo de recolha das assinaturas ne-cessárias para se apresentar a eleições e que apresentará, formalmente, a sua lista na próxima Reunião Geral de Alunos (RGA) que se realiza a 7 de novembro. Carlos Alberto Videira já vai delineando a equipa que apresentará para constituir a direção da AAUM. “Será uma equipa que congrega uma experiência ao nível do associativismo muito gran-de. Terá um número consi-derável de pessoas que com-põe a atual direção e são, acima de tudo, alunos com

de todos os que consitituem esta lista”, assume o candi-dato que sublinha que tem como desafio ”estar ao nível de antigos presidentes que deixaram um legado essen-cial na estrutura”. “Que-

Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais” (CECRI) onde desempe-nhou funções na sua presi-dência. Existe uma enorme “vonta-de em trabalhar por parte

dia do ics comemorado na uminhoProfessor Catedrático da Fa-culdade de Ciências Sociais e Humanas da Universida-de Nova de Lisboa, subor-

dinada ao tema “Pensar o Mundo, Repensar Portu-gal”, com a apresentação de Moisés de Lemos Martins.

Haverá também uma con-fraternização e homenagem aos professores e funcioná-rios aposentados.

com a sessão de abertura que será feita pelo Reitor da Universidade do Minho, An-tónio Cunha e o Presidente do Instituto de Ciências So-ciais, Miguel Bandeira.Irá efetuar-se a habitual en-trega das cartas de curso e do prémio Almedina pelo presidente do Conselho Pe-dagógico do ICS. Um dos momentos altos desta ce-rimónia será certamente a conferência proferida por Manuel Maria Carrilho,

ANA PINHEIRO

[email protected]

O Instituto de Ciências So-ciais (ICS) da Universidade do Minho comemora já na próxima quinta-feira (8 de novembro) o seu dia. A co-memoração terá lugar no Auditório do ICS na Escola de Educação no campus de Gualtar.Como já vem sendo tradi-ção, a cerimónia comemo-rativa do dia do ICS contará

Nuno Gonçalves

Estudante de mestrado é o primeiro candidato conhecido

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CAMPUSPÁGINA 06 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

CARLOS REBELO

[email protected]

Aluno da Universidade do Minho em ERASMUS emCopenhaga, Dinamarca

Aterro em Kastrup, Aero-porto de Copenhaga, Dina-marca. Viajo com duas ma-las de 20 kg em cada mão e um saco de 10 kg às costas e estou pronto para instalar--me nesta cidade que não conheço, mas que dizem ser uma das mais belas cida-des da Escandinávia. Com o passar dos dias começo a entrar na rotina dos dina-marqueses, levantar e deitar

mais cedo que em Portugal, mudar de meio de trans-porte para bicicleta e parto à descoberta desta grande cidade portuária, capital da Dinamarca. Passado mais algum tempo já sou capaz de falar sobre a história e vida da cidade, que oferece muita diversidade cultural com atrações para todos os gostos, desde o seu passado histórico refletido nas rue-las antigas, monumentos, museus, galerias, a famosa “pequena sereia”, os únicos e encantadores jardins do Tivoli, a mais antiga resi-dência monárquica e o anti-go mas renovado e colorido porto de mercadores “Nyha-

CRÓNICA ERASMUS: Tak København

azeituna lança-se no rock e organiza o celta rock top bandBÁRBARA ARAÚJO

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Com o apoio de Braga 2012: Capital Europeia da Juven-tude, a Azeituna prossegue na organização da décima nona edição do concurso de bandas de garagem, o Celta Rock Top Band. As inscri-ções para o concurso já fo-ram encerradas no passado dia 26 de outubro, pelo que as eliminatórias realizar-se--ão nos dias 6, 13 e 23 deste mês, todas elas no Insólito Bar, em Braga. O Celta Rock Top Band con-ta com oito bandas, previa-mente selecionadas após a inscrição. Em cada elimina-tória (6 e 13 de novembro), quatro bandas vão poder

mostrar o que valem e ten-tar impressionar, para então seguir no concurso e chegar à final do dia 23. Emanuel Gouveia, da Azei-tuna, diz que “a ideia deste projeto surgiu a partir do tema ‘Rock’”, e é neste mes-mo contexto que o concur-so tem como intuito “pro-mover o estilo Rock e dar a conhecer novas bandas com talento”. Com efeito, “espera-se que haja música de qualidade e grande aflu-ência ao Insólito Bar nestes dias”. Para finalizar, acres-centa uma novidade: “Na final uma banda convidada vai atuar, embora ainda não tenha sido anunciada”. A banda vencedora vai ter a oportunidade de conquistar

uma atuação com grande exposição da banda num evento organizado pela Azeituna.

de um showcase na Rádio Universitária do Minho, um voucher de 250 euros numa loja de música, e por fim,

vários prémios, nomeada-mente a gravação de uma maquete em estúdio profis-sional, a gravação em vídeo

vn”. Copenhaga é uma ci-dade moderna e vibrante e com um ambiente relaxan-te, cujo passado fascinante coexiste com as últimas ten-dências nas áreas de arqui-tetura, design e moda. Considerada ecologicamen-te uma das cidades mais limpas do mundo, a sua água no interior do porto pode ser usada para a práti-ca de natação e onde 36% de todos os cidadãos da cidade usam a bicicleta diariamen-te para se deslocarem. Obri-gado Copenhaga (Tak Købe-nhavn) por me acolheres e proporciones uma das me-lhores experiências de vida que estou a ter!

Azeituna volta a inovar nos eventos que organiza

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CAMPUSPÁGINA 07 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

INQUÉRITOA estudante gostaria de ver alteradas algumas situações que considera “incompreen-síveis” quer para o curso em que está inserida quer para toda a comunidade acadé-mica. Numa primeira fase Joana revia as condições do RIAPA, relativamente ao calendário escolar, não permitindo que cada turma tivesse mais três testes por semana e alargava o horário da biblioteca, esclarecendo que “se existe uma a funcio-nar até mais tarde só para um curso específico, todas deveriam funcionar por igual para todos os cursos”. Joana alterava os horários de funcionamento dos serviços académicos pois “estes não são compatíveis com meta-de dos cursos da universi-dade”. Para finalizar a aluna realça a situação do estacio-namento. “Ou quem paga o dístico tem direito a lugar o ano inteiro em qualquer parque do campus (subter-râneos ou não) ou apenas se disponibilizam dísticos con-soante o número de lugares existentes, mesmo que isso os faça aumentar de preço, as pessoas sabem que terão sempre lugar”.

Hugo estuda há mais de cinco anos na Universidade do Minho e ao longo do seu percurso académico depa-rou-se com alterações a to-dos os níveis. “A realização de estágios profissionais ao mesmo tempo das aulas” e a “alteração da avaliação dos cursos por uma entidade externa” era uma das princi-pais alterações que o aluno, ligado ao ensino, fazia pois depara “uma grande falha nesta área”. “O aumento do número de docentes era outra medida que tomava”, porque o mesmo admite que conhece casos de alu-nos do ensino laboral que “ficam até às oito da noite por falta de docentes para ter aulas com alunos do en-sino pós-laboral”. Em jeito de conclusão o aluno realça ainda o “aumento da varie-dade de pratos na cantina”, “da acústica de algumas sa-las” e, o que considera ser importantíssimo, “os aces-sos ao campus para pessoas com deficiências”.

Taciana debruçou-se sobre algumas notícias mais re-centes, esclarecendo que “desligar o aquecimento durante o inverno não faz sentido absolutamente ne-nhum, pode-se poupar dou-tras formas mais importan-tes e menos significativas para os alunos”. A estudan-te também deu a sua opi-nião relativamente à praxe dentro do campus, “não deveria ser proibida porque é importante na medida em que se reúnem e integram pessoas, infelizmente em algumas praxes isso não aconteceu, mas isso não quer dizer que todas sejam iguais. As pessoas por vezes fazem parecer algo que não é a realidade, por isso nunca proibiria a praxe dentro do campus”. Relativamente à segurança, a aluna tomava medidas para reforçar o su-per-visionamento de “quem entra ou sai do campus para aumentar a estabilidade de todos os estudantes e não para repreender quem pra-xa”.

Aluna de Enfermagem, Daniela esteve noutro cur-so e uma das principais medidas que tomava era a transferência do pólo de Enfermagem para Gualtar: “é uma escola pequena, a maioria dos cursos estão cá e não faz sentido nenhum estar tão deslocado”. A estu-dante, “tal como muitos ou-tros fariam nesta posição”, autorizava a praxe dentro do campus pois considera--a uma “tradição académica de longa data”. Em último lugar, um dos pontos que o aluno alterava também era a situação das faltas, “apenas deveria ser obrigatório ir às práticas. Somos pessoas maiores de idade, pagámos propinas por isso devería-mos escolher se queríamos ir ou não a certas aulas teó-ricas. O que acontece é que alunos que não querem ir, são obrigados e prejudicam os que lá estão. Era impor-tante alterar esta situação. Era o melhor para todos”.

HUGO SÁ LEMOS2º ANO//

MEST. ENSINO BIOLOGIA/GEOLOGIA

TACIANA GONçALVES3º ANO//

ENGENHARIA BIOMÉDICA

DANIELA FERREIRA1º ANO //

ENFERMAGEM

DANIEL mOTA

[email protected]

A situação económica atual juntamente com algumas medidas anunciadas há relativamente pouco tempo pela Reitoria da Universidade do Minho, fizeram com que muitos alunos demonstrassem a sua opinião.

Foi por isso mesmo que o ACADÉMICO andou, mais uma vez, esta semana pela Universidade em busca de respostas para as questões: “O que mudarias na UM?” ou “Se fosses Reitor por um dia, o que mudarias?”.

As resposta foram variadas, existindo alguns pontos comuns como era de esperar sobre temas mais conhecidos e de maior controvérsia.

JOANA BARROS2º ANO//

ECONOMIA

o que mudavas na uminho?

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CAMPUSPÁGINA 08 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

UNIVERSITÁRIO

fintar erasmus com lusofoniaEDUARDA FERNANDES

[email protected]

Os estudantes dos países da América do Sul e da lu-sofonia têm cada vez maior peso nas universidades e politécnicos. Esta aposta, que tem revelado bons re-sultados, possibilita que o país “finte”, de certo modo, a crise de financiamento por que passa o maior pro-grama de intercâmbio euro-peu, o Erasmus. O principal ponto de en-contro é o Brasil, sendo que Coimbra reúne cerca de metade dos estudantes brasileiros em Portugal (se-gundo dados da embaixa-da). A mobilidade tem sido as-sociada ao intercâmbio en-

tre estudantes europeus, sob o programa Erasmus. Todavia, as universidades começam a alargar o es-petro de países dos alunos que as frequentam, assim como, os programas de mo-bilidade. A Universidade do Porto que trabalha com outros programas, gerindo proje-tos de mobilidade de pro-fessores, alunos e inves-tigadores para a América latina e países lusófonos, administra durante quatro anos, 28 milhões de euros, o correspondente a valores entre os 7 e os 10% do seu orçamento. O acordo entre o Conselho Coordenador dos Institu-tos Superiores Politécnicos (CCISP) e o Conselho Na-cional das Instituições da

cortes no ensino superior ameaçam aulas e investigaçãoRAQUEL mIRANDA

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A proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2013 prevê a redução em 114 mi-lhões de euros dos gastos com o Ensino Superior. São menos 12% do que está or-çamentado para este ano, mas professores e reitores avisam que já não há mais onde cortar. Lembramos que desde 2005, as universi-dades já perderam 200 mi-lhões de euros. Em declarações ao Público, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), An-tónio Rendas manifestara a esperança de que a situação ainda venha a ser resolvida em sede parlamentar. Po-rém, avisa que se isso não vier a acontecer, o funciona-

mento das instituições será seriamente afetado. O reitor da Universidade do Porto, José Marques dos Santos, diz que os cor-tes agora conhecidos vão “degradar as condições de trabalho e provavelmente o número de professores convidados vai ter de ser reduzido e o número de disciplinas também”. Acres-centa que será “impossível fazer qualquer obra de ma-nutenção” ou renovar equi-pamentos de laboratório. O reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro, foi ainda mais longe ao admitir à agência Lusa que se estes cortes forem para a frente não haverá dinheiro para pagar salários. A Universidade do Minho (UM) admite desligar o aquecimento das suas ins-

“O financiamento é muito baixo. Hoje, quem não ti-ver apoio das famílias, difi-cilmente vai de Erasmus e sem apoio será ainda pior”, refere Teresa Cerveira Borg-es, pró-reitora da Universi-dade do Algarve, em decla-rações ao jornal Público.

envolvendo instituições de Macau e África. As instituições nacionais, com a aposta noutros mer-cados, ficam assim menos expostas aos problemas que atingem o Erasmus, o prin-cipal programa de mobili-dade europeu.

mento também vão afetar os bolseiros com projetos já aprovados. Certas universi-dades suspenderam até o pagamento aos investiga-dores contratados ao abrigo de projetos financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, dada a impre-visibilidade das transferên-cias de verbas da FCT. As novas regras da admi-nistração pública, que es-tão a minorar a autonomia universitária, vêm agravar a situação, pois tornam mais onerosa a aquisição de bens e serviços e comprometem a capacidade das instituições angariarem receitas pró-prias”. A médio prazo ocor-rerá a quebra de receitas próprias e a longo prazo, à diminuição da qualidade do ensino, avisam as universi-dades e politécnicos.

Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Brasil, no âmbito do programa “Ciên-cia Sem Fronteira”, trará a Portugal 4500 estudantes oriundos do Brasil, fazendo do mercado brasileiro uma das apostas dos institutos politécnicos. Ao abrigo deste acordo (CCISP), um terço dos es-tudantes de politécnicos brasileiros no estrangeiro virá para Portugal, começando os primeiros a chegar em 2013, o que terá um impactodireto em propinas e outras taxas de cinco milhões de euros nos orçamentos das instituições nacionais. Os politécnicos trabalham ainda com um outro projeto de mobilidade na lusofonia,

talações durante o inverno. Como admite o reitor Antó-nio Cunha, é uma solução “extrema”. “Se isto tivesse sido decidido durante a negociação, em julho, tal-vez se conseguissem fazer reduções, mas o ano letivo está a decorrer e fizemos contratações de professores a pensar num determinado orçamento”, explica. A UM pondera ainda acabar com cursos pós-laborais e outras atividades de formação com menos procura, para redu-zir custos. A UM tem vindo já há qua-tro anos a fechar para férias, em agosto, durante duas ou

três semanas. Na semana entre o Natal e a passagem de ano o procedimento vai ser repetido. O objetivo é reduzir os custos com ener-gia, manutenção e seguran-ças dos edifícios. Esta medi-da foi exemplo seguido pela Universidade da Beira Inte-rior e pela Universidade de Aveiro. O Instituto Superior Técnico, em Lisboa, admite fazer o mesmo em breve. O novo OE levará a uma vasta diminuição dos apoios à investigação e à mobilida-de dos bolseiros. Apesar de dizer respeito ao concur-so de bolsas para 2012, as alterações ao novo regula-

DR

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CAMPUSPÁGINA 09 // 06.NOV.12 //ACADÉMICO

PUB.

comissão de ética da uminho cumpre um ano de funcionamentoJOÃO PEREIRA

[email protected]

A Comissão de Ética da Universidade do Minho (CEUM) cumpre o primei-ro ano desde que entrou em funções, em 2011. Licínio Chainho Pereira, reitor da Universidade en-tre 1998 e 2002 preside assim a CEUM, depois de ser convidado por despacho reitoral. A Comissão é cons-tituída por 10 elementos: o presidente, o professor Licínio Pereira e ainda o juiz conselheiro Guilherme Fonseca, os professores ca-tedráticos Carlos Bernardo, Cecília Leão e Mário Gon-çalves, os professores asso-ciados Maria Luísa Alonso e

João Rosas, o técnico supe-rior António Azevedo e as estudantes Helena Moreira e Sara Rodrigues. O objetivo inicial da CEUM era estabelecer um conjunto de normas e elaborar o códi-go da ética da universidade, objetivo agora concluído, com a aprovação do mesmo em julho deste ano. O docu-mento determina um con-junto de princípios cujo pro-pósito é orientar o ensino, a investigação científica e também a interação da uni-versidade com a sociedade. Licínio Chainho Pereira re-força ainda, em declarações ao portal da Universidade do Minho, a “importância crescente, para as institui-ções de ensino superior, do reforço da equidade e justi-ça, da igualdade de oportu-

nidades e do respeito pela dignidade da pessoa huma-na, princípios que promo-vem boas práticas e normas de conduta ética da institui-ção, designadamente a inte-gridade, a verdade científica e a responsabilidade moral e profissional de todos os membros da comunidade académica” Entre outros objetivos, a CEUM é um órgão de apoio e consulta ao reitor da uni-versidade, assegurando o cumprimento dos princí-pios éticos associados às várias atividades e inves-tigações desenvolvidas na Universidade do Minho, para além de propor reco-mendações e a adoção de códigos de conduta e boas práticas por parte de todos os que fazem parte da UM. Licínio Pereira reforça ain-da a ideia de que a comis-são pretende “criar um am-biente próspero a nível das atividades dos estudantes, docentes, investigadores e restante pessoal não docen-

te e não investigador da uni-versidade”. Deste primeiro ano de fun-cionamento, a CEUM já deu frutos do seu trabalho, com o desenvolvimento e a aprovação do Código de Conduta e Ética da Uni-versidade do Minho. Este é constituído por quatro capí-tulos, cada um focando-se numa determinada perspe-tiva ética da universidade. O primeiro capítulo aborda a conduta ética institucional, reunindo todos os valores e princípios éticos básicos da universidade. O segundo capítulo foca-se na conduta ética académica, destacan-do-se os direitos e deveres dos estudantes e as ativida-des ilícitas e proibidas. O terceiro capítulo apresenta a conduta na investigação científica e, por fim, o capí-tulo quatro aborda a condu-ta na investigação com seres humanos e animais.Se é verdade que a CEUM não prima pela inovação (já são muitas as instituições

de ensino superior em Por-tugal com uma Comissão de Ética com vários anos de funcionamento), a necessi-dade de criar um suporte para a criação de um código de normas na universidade obrigou à criação de uma comissão na Universidade do Minho e um código es-pecífico para a UM, pois aa-doção de um código de ética e conduta criado por outro instituto não faria sentido. “Como as universidades e institutos politécnicos têm diferentes missões, cursos e projetos, é natural que cada Instituição tenha o seu có-digo de conduta específico, embora a matriz de afirma-ção ética esteja presente em todas”, refere o professor Lí-cinio Pereira. De futuro, a CEUM con-tinuará a sua atividade, tentando construir, com o cumprimento das normas estabelecidas pelo código de ética, uma universidade melhor para todos os seus frequentadores.

DR

DR

Licínio Chainho Pereira é o presidente desta Comissão

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bandeira grande na frente e não terem podido ver o jogo convenientemente, do processo moroso da revista … O que, por vezes aconte-ce é que os adeptos, como são apaixonados pelo seu clube, tendem a olhar só para o seu lado. Por medi-das de segurança, por vezes os adeptos são confinados a

Nenhuma. Os clubes que-rem estádios cheios.

Em termos práticos, o que faz o Provedor do Adepto?

É alguém que recebe quei-xas, por exemplo, sobre a organização de um jogo, da longa espera para entrar, de ter tido alguém com uma

ENTREVISTA

CLAÚDIA FERNANDES

[email protected]

Foi designado Provedor do Adepto pela Liga Portugue-sa de Futebol Profissional. Que expectativas tem para este mandato?

As expectativas são dar maior protagonismo à fun-

ção, que é uma função algo escondida. Não quero dar protagonismo a mim, mas sim à função, no sentido em que o adepto seja mais valo-rizado no futebol, tal como são os jogadores, os clubes, os dirigentes e os presiden-tes. São os adeptos que ali-mentam a máquina e sem eles não há jogos. Desta for-

ma, considero que os adep-tos merecem maior protago-nismo. Por exemplo, através de fóruns para expressarem os seus sentimentos, seja a sua “maluqueira”, seja o seu amor pelo clube. E, de igual forma, que sejam mais acarinhados e não olhados como “marginais”. Que gra-ça há num estádio vazio?

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Jorge Sequeira sucede no cargo a outra figura formada na Universidade do Minho

jORGE SEQUEIRA

“Quero que os adeptos se organizem para que possam ter uma voz forte e fazerem as suas

reivindicações”

DR

Jorge Sequeira foi recentemente nomeado Provedor do Adepto pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), substituindo Jorge Silvério. O novo provedor do Adepto é licenciado em Psicologia Clínica pela Universidade do Porto, tendo concluído Mestrado

e Doutoramento na Universidade do Minho, sob tema de investigação relacionado com “Treino de Competências Mentais: ansie-dade; formulação de objetivos; autoconfiança; liderança e coesão de grupos”.

O ACADÉMICO esteve à conversa com Jorge Sequeira e tentou saber quais as funções deste órgão ainda desconhecido para muita gente. A violência no futebol, nomeadamente entre as claques, também não faltou à conversa, sendo que, o Provedor considera que

este não é “um problema com a grandiosidade que se quer fazer parecer”.

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ENTREVISTAPÁGINA 11 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

dade. Espero, pois, muita participação por parte dos adeptos, não quero que haja passividade nesse sentido. Os adeptos têm de dar os seus ‘inputs’, mas claro, coisas reais e possíveis. Não vão, por exemplo, exigir que cada adepto do estádio te-nha direito a um aquecedor para combater o frio. Quero que os adeptos se organi-zem para que possam ter uma voz forte e fazerem as suas reivindicações.

Ambicionava de alguma maneira, este cargo?

Não. E digo mais. É por amor à causa que aqui es-tou, por amor ao Desporto, porque gosto muito de Des-porto. Tenho um doutora-mento tirado na Universi-dade do Minho, já trabalhei com Jesualdo Ferreira, dei aulas na Federação Portu-guesa de Futebol a treina-dores, nomeadamente ao José Mourinho. E se formos a pensar, existe pouca gen-te que conhece este cargo. Neste momento sou, tam-bém, comentador desporti-vo da TVI, e também o faço porque gosto, porque o meu âmbito profissional, neste momento, não tem a ver com isto.

Acha que esta tarefa será fácil de conciliar, dado ser o Jorge um adepto do SC Bra-ga?

Em primeiro lugar, sou adepto de futebol. Depois, sim, tenho um carinho es-

uma zona do campo, muitas vezes com vedação e, claro, queixam-se que estão a ser tratados como “animais”. Mas depois, os adversários vão ao seu estádio e têm o mesmo tratamento e já está tudo bem. Em algumas coisas, claro que os adeptos têm razão em expressar o seu descontentamento, mas noutras não. O provedor é também alguém que rece-be, além de queixas, solu-ções. Os adeptos como con-sumidores do espetáculo deveriam ser os primeiros a darem as suas opiniões no sentido de se melhorar. Em relação às queixas e soluções, o meu papel é recebê-las e redirecioná-las para que cheguem ao seu destinatário. Não tenho o poder de decidir, mas serei intermediário nessas ques-tões. Penso que é importan-te, também, partilhar quer as queixas, quer as soluções, pois é assim que se deve evoluir. Temos de ver que se trata de um encontro de pes-soas com um denominador comum: gostar de futebol.

Quais vão ser as áreas que vão merecer mais atenção da sua parte?

Existem nos países euro-peus uma coisa chamada OLAS. O que é isto? São Oficiais de Ligação aos Adeptos. Os clubes para se-rem certificados pela UEFA e, logo, poderem participar nas competições internacio-nais têm de ter nos seus ór-gãos, pelo menos um OLA.

O OLA é alguém de dentro do clube que interaja com os adeptos da equipa adver-sária. Sendo adepto, sabe muito bem como é que as coisas correm. Isto possibi-litará uma maior harmoni-zação com as forças policiais e bombeiros, por exemplo, e assim será possível, tam-bém, deixarem de se partir cadeiras, entre outros. A ideia é que se tenha consci-ência das necessidades dos adeptos, e que tudo deixe de ser uma batalha.Também darei grande des-taque aos estudos e às in-vestigações. Por exemplo, a questão da influência do jogo nos adeptos e a influ-ência dos adeptos no jogo, ou então, como a vida social influencia o jogo e vice-ver-sa. As questões relacionadas com o marketing também serão objeto de estudo, no-meadamente, como seduzir, no bom sentido, mais adep-tos para que vão aos estádios com maior agrado.

Que obstáculos espera ter pela frente?

Estou otimista, não acho que vá ter grandes obstácu-los. Muitas vezes diz-se que os dirigentes são um obs-táculo no futebol, mas não concordo. Eles querem os estádios cheios. Claro que, pontualmente, existirão arrufos entre claques, deri-vados de momentos menos racionais, mas isso faz parte da própria vida. Penso que o futebol é um mero espelho do que se passa na socie-

pecial pelo SC Braga. Mas a minha prioridade não é o SC Braga. Eu tanto vejo um FC Porto/Benfica, como um Barcelona/ Real de Madrid, como um SC Braga/ Vitó-ria, de Guimarães. Gosto de futebol e quero preservar o espetáculo. Este órgão é apenas consultivo, porque a decisão cabe à Liga e aos clubes. O máximo que faço é sugerir. Mas por exem-plo, se um adepto do Braga agride um adversário con-deno mais depressa do que se fosse um outro, porque é a imagem do próprio clube que fica em causa e porque me “dói” particularmente. Primeiro está o comporta-mento das pessoas, seja de que clube elas forem. Gos-to de ver gestos e gratidão, tipo, o público a bater pal-mas aos adversários. Em re-lação a esta simpatia clubís-tica, cresci em Braga, tenho a minha família em Braga e muitos amigos em Braga, por isso, é natural que goste do SC Braga.

Muitas vezes, os adeptos de futebol, nomeadamente as claques, são conotados com violência e atos de vandalis-mo. Qual é a sua opinião re-lativamente às claques?

Eu considero que se fala demais. Este ano, por exem-plo, não houve nenhuma notícia de abertura de Te-lejornal, na qual se falasse de violência entre claques. Houve mais na Assembleia da República ou nas Uni-versidades nas manifesta-

ções por causa das propinas. Acho que há mais violência no trabalho, em que patrões e empregados se maltratam, se coagem psicologicamen-te. Claro que se pode me-lhorar neste âmbito, mas considero que não seja algo de primeira ordem de im-portância. O ideal seria a autorregulação das claques, pois assim deixariam de ser necessários os cordões poli-ciais, e estas deixariam de ter de ser seguidas pela polí-cia entre Lisboa e Porto. As próprias claques são impor-tantíssimas para o futebol, porque essas estão sempre com a equipa, mas não se pode olhar para elas como grupos de malfeitores. E te-mos de ter em conta que há malucos em todo o lado, até fora das claques.As claques influenciam tudo. Começam a cantar, todos vão atrás, começam a vaiar, todos vão atrás. Penso que no geral, elas até têm um comportamento razoá-vel. Mas claro que há situa-ções que alteram as coisas. Nomeadamente se um di-rigente tem um comentá-rio mais infeliz, num jogo contra ele a claque mostrará a sua indignação, por vezes até arremessando objetos para o interior do campo. Mas não é um problema com a grandiosidade que se quer fazer parecer. No meu mandato, gostava de atingir o cenário ideal, que era que se organizassem e autorre-gulassem a eles mesmos, de forma a não prejudicar nem o futebol, nem o clube, nem a própria claque.

Como é que os adeptos po-dem chegar ao contacto com o Provedor?

Através do site da Liga e en-viando-me um mail. Claro que se me chegarem imen-sas solicitações, será mais complicado dar face a tudo. No entanto, se de forma or-ganizada, associações, clu-bes, claques e adeptos qui-serem um encontro mais pessoal para troca de pontos de vista terei todo o gosto em encontrar-me com essas pessoas, tendo em conta as minhas possibilidades. Um boa maneira de o fazer seria através da organização e fó-runs e meetings do adepto e das claques, por exemplo.

DR

Jorge Sequeira leva já uma vasta experiência na temática do desporto tendo sido, por exemplo, professor de José Mourinho

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ENTREVISTAPÁGINA 13 // 06.NOV.12 //ACADÉMICO

que, nesse tempo, emer-gissem aspetos que eu des-conhecia e que, de certa forma, nunca haviam sido contados.

O que espera da sessão de lançamento do livro no dia 6 de Novembro, no Museu Nogueira da Silva, em Bra-ga?

Que seja um momento de uma boa conversa em torno da TV que temos. Na apre-sentação do livro estarão Luís Marques Mendes, o ministro de Aníbal Cavaco Silva com a tutela da televi-são; e Ricardo Costa, diretor do Expresso que foi um dos jornalistas fundadores da SIC, tendo também ocupa-do o cargo de diretor de in-formação da SIC Notícias.

Dos livros que escreveu, consegue distinguir qual lhe deu mais gozo?

É o meu quarto livro como única autora. Escrevi ‘O Te-lejornal e o Serviço Público’, “A TV das Elites” e “A TV do Real”. Não há o livro de que tenha gostado mais de escrever, mas esta foi a obra que mais me desafiou, porque foi escrita nos dois meses imediatamente a se-guir ao nascimento do meu filho.

visão privada?

Eu não concordo com a pri-vatização de um dos canais da RTP, embora perceba que isso tenha de acontecer, até se tivermos em conta aquilo que incorporava o programa com que o PSD se apresentou a eleições.

Tendo entrevistado vinte personalidades para a reali-zação do livro, qual a perso-nalidade que considerou ser indispensável entrevistar?

Todas foram, à sua maneira, indispensáveis. Não poderei dizer que Morais Sarmento fosse mais importante do que Azeredo Lopes; Paes do Amaral mais importante do que José Eduardo Moniz; Júlia Pinheiro mais impor-tante do que Luís Marinho ou vice-versa. Todos dão um testemunho importantís-simo para perceber aquilo que foi, e aquilo que é, a TV em Portugal.

Qual o testemunho de entre os vinte entrevistados que mais a surpreendeu?

Todos, à sua maneira, me surpreenderam. Trata-se de entrevistas de fundo. Conversei com cada uma das personalidades durante algumas horas e é natural

ENTREVISTA

BRUNA RIBEIRO

[email protected]

A escolha do tema “Vinte Anos de Televisão Privada em Portugal” foi uma opção sua ou foi-lhe proposto? Se foi uma opção sua, porquê da escolha deste tema?

O livro “Vinte Anos de TV Privada em Portugal” com-porta entrevistas a 20 per-sonalidades que marcaram estas duas últimas décadas

ao nível dos processos de decisão no campo do au-diovisual em diversos con-textos: político, empresa-rial, informativo… Por isso, entrevistei políticos como Aníbal Cavaco Silva que era primeiro-ministro quando foi lançado o concurso de concessão dos canais priva-dos; o chairman do grupo Impresa, Francisco Pinto Balsemão; os diretores de informação dos três canais de televisão; aquele que foi o

rosto da Endemol em Portu-gal durante vários anos, Piet Hein, etc. Penso que era ne-cessário fazer alguma me-mória escrita daquilo que aconteceu nos últimos anos no campo da televisão.

No livro fala sobre o passa-do, o presente e o futuro da televisão privada em Por-tugal. Qual o seu ponto de vista em relação à privatiza-ção da RTP, no contexto das perspetivas futuras da tele-

Felisbela Lopes apresenta o seu 4º livro no dia 6 de novembro

FELISBELA LOPES

“Não concordo com a privatização de um dos canais da RTP”

Nuno Gonçalves/Dicas

Em entrevista ao ACADÉMICO, Felisbela Lopes, pró-reitora da Universidade do Minho (UM), docente de jornalismo na instituição e especializada em jornalismo

televisivo, fala-nos um pouco sobre o seu novo livro “Vinte Anos de Televisão Privada em Portugal”.

Professora especializou-se na abordagem ao panorama telivisivo nacional

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TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

PUB

mARTA SOARES

[email protected]

iPad mini esgotado três dias depois de ser colocado à venda

No dia 29 de outubro a Apple disponibilizou para pré-enco-menda três modelos do iPad Mini. O prazo de entrega dos equipamentos alargado para duas semanas foi indício de que o stock inicial dos iPad Mini encontra-se agora esgotado. Inicialmente os investidores do tablet temiam que o preço dos modelos wi-fi (329 dólares preço base) fosse demasiado, no entanto os dados revelados

provam o contrário. Dos três modelos lançados pela Apple apenas um ainda não se encon-tra à venda.

Fundador do Megaupload lança em janeiro novo projeto na In-ternet de utilização gratuita

Kim Dotcom, fundador do Megaupload, acusado de pira-taria informática e outros deli-tos criou conta na rede social Facebook para o seu novo portal Megabox. O projeto online que será lançado a 19 de janeiro diz respeito a um serviço de música fácil de utilizar, grátis e legal. O lançamento de Megabox pode

colocar em risco a liberdade condicional de Dotcom visto que se encontra aguardar julga-mento na Nova Zelândia para saber se será extraditado para os EUA onde é acusado. O fun-dador do Megaupload garantiu que não previa lançar projetos semelhantes até que o processo judicial estivesse resolvido.

PT disponibiliza 16 GB de arma-zenamento em “cloud’ a todos os portugueses

A Portugal Telecom vai permitir que todos os portugueses ten-ham 16 GB de espaço na cloud-PT onde poderão armazenar e

gerir todos os seus documentos online.A partir de 10 de dezembro a PT disponibiliza de forma gra-tuita uma conta a todos os uti-lizadores de todas as redes, ou seja, mesmo os que não são clientes da rede podem usufruir deste serviço. Deste modo, for-mas de armazenamento como os DVD’s, pen’s ou discos exter-nos tornam-se menos usuais, na medida em que esta nova opção não tem custos e permite reunir e conservar ficheiros.

Apple aumenta preço das apli-cações

Os patamares de preços das

aplicações da Apple aumenta-ram na Europa.A empresa norte-americana justifica a medida com as alte-rações na taxa de câmbio, isto é, a perda de valor do euro face ao dólar.Para além da subida de dez cêntimos no primeiro patamar dos 87 patamares de preço pré-definidos pela Apple, as aplica-ções que custavam 1,59 euros passaram a custar 1,79 euros e as que custavam 2,39 euros aumentaram para os 2,69. As subidas nos preços continuam até ao último patamar que passa a ser de 899,99 euros, ou seja, mais 100 euros do que an-teriormente.

twittadas

utilizar plantas medicinais e aromáticas (e os extractos e produtos/compostos que es-sas plantas tem) para produzir novos produtos, omeadamente que possibilitem a sua utiliza-ção quer na área cosmética, quer na vertente alimentar ou mesmo farmacêutica. Depois, temos ainda uma parte de ex-tractos, para incorporação em alimentos, que depende dos pedidos que possam fazer à empresa.

Como surgiu a ideia de criar esta empresa?Surgiu em 2007. Basicamente, e uma coisa que é importante louvar, eram ex-alunos de Bio-logia Aplicada que se tinham acabado de licenciar e foi uma vontade das pessoas em querer-em construir o seu próprio em-prego e não estarem à espera que o mesmo apareça.

Ainda assim esta área nunca

sofreu muito com o mercado...É verdade quando comparado com outras áreas. Ainda assim, muitas vezes essas saídas não correspondem aquilo que os es-tudantes desejam e levam a que esses tentem procurar o seu emprego.Na nossa área da Biologia Apli-cada as pessoas acabam por optar pela investigação e via académica e isso não nos apela-va tanto.

DANIEL VIEIRA DA SILVA

[email protected]

Quem é esta Natural Concepts e como a descrevem?A Natural Concepts é uma em-presa com várias áreas. Uma, que está mais activa, é a área de chás e produtos ligados à aromoterapia, quer óleos essen-ciais ou óleos base e tem, tam-bém, uma parte de investigação de processos que pretende

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TECNOLOGIA E INOVAÇÃOPÁGINA 15 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

liftoff,gabinete do empreendedor da AAUM

Engenharia Biológica (M/F)| ExplicaçõesBraga

Centro de estudos de Braga pretende recrutar Engenheiro/a Biológico/a para explicações ao nível de Gestão da Engen-haria e Qualidade (elementos de fiabilidade e qualidade), parte prática.

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Ofertas de emprego

w w w. a a u m . p t /g i p [email protected]

DOT 1Dia 16

14h30 - Workshop “Apren-der com jogos para resolver desafios do mundo real”

16h - Emprenda Minho | Da ideia ao negócio - Como lan-çar empresas de sucesso no século XXI

21h30- Palestra “Equipas Vencedoras” | Jorge Sequei-ra (TeamBuilding)

Dia 17

11h - “Iniciação à Investiga-ção na Pré-Graduação”

12h - Apresentação de Tra-balhos de Estudantes Pré--Graduados

13h - “Aproximação da In-vestigação ao Mercado

14h30 - Seminário “Criação de Empresas”

17h - Start Point Network - Doing Business

DOT 2Dia 16

15h - Workshop “Eu e os Mini.me s - A relação entre o Sucesso e o Meu Cérebro” César Cerqueira (empreen-dedor)

17h - Workshop “Transição para a vida ativa: Estágios Profissionais/Passaportes Emprego”

Dia 17

11h - Workshop “Introdução ao Business Model Genera-tion” | AAUM & Factory Bu-siness Center

14h - Workshop “Serviço de Voluntário Europeu”

14h30 - Workshop “Despor-to para Todos: Que Oportu-nidades?”

15h30 - Workshop “Liderar os outros, muito bem, mas quem me lidera a mim?” | César Cerqueira (empreen-dedor)

DOT 3Dia 16

15h - Workshop “Redes So-ciais para Empreendedores” Portal do Sucesso

17h - Workshop “Gestão de Carreira” - José LucasOficina de Competências

Dia 17

11h - Job PartyFórum Estudante

14h - Workshop “Incentivos à Criação de Emprego: Es-tímulo 2012 e Reembolso da TSU”IEFP

15h45 - Workshop “Das ideias aos negócios de su-cesso”IleanIEMinho

16h30 – Workshop “What does it mean to be a Global Responsible Entrepreneu-rial Leader?”AIESEC

DOT 5Dia 16

14h30 - Balanço de Com-petências e Auto-Conheci-mento | TPE’s AAUM16h30 - Construir CV s e Cartas de Apresentação

18h30 - Preparar as Entre-vistas de Emprego

Dia 1711h - Construir CV s e Car-tas de Apresentação

14h30 - Balanço de Com-petências e Auto-Conheci-mento16h30 - Preparar as Entre-vistas de Emprego

DOT 4Dia 16

16h - Pitch 4 feedbackSo Pitch

Dia 17

14h30 - Workshop “Sonhos, Objetivos e Metas”I Have The Power

15h – Workshop “Vais ter mesmo de EMPREENDER. O que esperas?”I Have The Power

16h - Workshop “Ferra-mentas de apoio à gestão da inovação nas organizações” IDT Consulting

Start Point...o programa oficial

Connecting the dots

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CULTURA

JOSÉ REIS

[email protected]

O que vem depois de Gui-marães 2012? Guimarães 2013. O que vem depois da Capital Europeia da Cultu-ra em 2012? Uma ressaca, inevitável, de uma progra-mação intensa como aquela

que a cidade tem conhecido nos últimos meses – bem, uns meses mais do que ou-tros, a bem da verdade, mas não deixa de ser regular. O que fica depois dos holofo-tes, afinal? As gentes que já cá estavam – e aquelas que, acometidas de um de-sejo qualquer, se mudam para a cidade -, as vias que já existiam, os espaços rea-

CAAA: o primeiro ano do resto da vida de um lugar

lana del reymenina incomum com alma de camaleão

bilitados/construídos/pre-servados. Não há ilusões, Guimarães terá uma ressa-ca, que se espera curta, mas para isso muito vai servir o que se fizer com os espaços que a cidade irá herdar da ci-dade em 2012. Há edifícios que nos colocam dúvidas, há outros que nos deixam mais descansados com o seu futuro. O Centro para os

Assuntos da Arte e Arquite-tura (CAAA) entra neste úl-timo lote. E muito graças ao mentor, o arquiteto Ricardo Areias e um sem número de cúmplices.

Balanço “positivo”

O CAAA completou um ano de vida há cerca de duas semanas. E o balanço do primeiro ano de atividade é “positivo”, admite Ricardo Areias, em conversa com o ACADÉMICO. “Este espa-ço surgiu por uma vontade de fazer algo na nossa cida-de [Guimarães], depois de regressar de Nova Iorque [cidade onde viveu alguns anos]”, revela o arquiteto. Do sonho à vontade, do espaço à execução da nova vida. Ao fim de um ano, este centro dedicado às novas abordagens da arte (visual e performativa) conseguiu cumprir um duplo objetivo: trazer público às artes mar-ginais, já que muitas delas

não tinham lugar em Gui-marães e trazer Guimarães a um coração moribundo da cidade, como era a zona da Caldeiroa. “Não temos um retrato tipo do público que passa por aqui. Vemos nas exposições pessoas mais velhas, pessoas que sabem o que procuram ou simples curiosos pelo espaço”, revela Areias. O CAAA tem sido o berço de projeto como o “Reimaginar Guimarães”, onde as fotografias do ar-quivo da associação Mura-lha têm sido mostradas – e ainda continuarão a ser, até final do ano; tem sido a in-cubadora criativa do cinema em Guimarães neste ano, com o centro de produção lá instalado; tem sido a casa de atores, atrizes, perfor-mers e encenadores. “No próximo ano, não sei o que será”, revela Ricardo Areias. Sabemos nós: um ponto obrigatório de passagem e um recomendável lugar de paragem demorada.

crónica musicalsua melancolia e obscuri-dade.O seu álbum de estreia, Born To die, escalou as ta-belas de todo o mundo e o seu primeiro single, Video Games, é um sucesso no Youtube com mais de 20 milhões de visualizações. Lana Del Rey acabou por ir ganhando reputação e res-peito, mesmo depois das críticas feitas devido à sua estreia, em direto, no pro-grama americano Saturday Night Live.Lana utiliza os adjetivos solitária e rebelde para ca-racterizar a sua vida. Acusa o seu passado atribulado e perigoso, pelo sentimento de inocência perdida e desi-lusão transparente nas suas músicas. E justifica-se “tal como acontece com muitos artistas, o meu trabalho é uma forma de lidar com os meus problemas e de os ex-

primir”. Sem dúvida que ela é a nova musa da música pop. Com um talento inegável, tarde reconhecido, desde o single Born To Die ao Blue Jeans, passando pelo Sum-mertime Sadness, tudo o que tem a marca da Lana Del Rey é música para os meus ouvidos. Estranhei e entranhei. Em cada música, somos transportados para o seu mundo, um conjun-to de visões projetadas pela sua voz calma e melódica. É possível perceber a vida que teve, as memórias que tem para contar e a nostalgia que tudo isso lhe traz. E quando alguém conhece toda a sua discografia, canta as suas músicas, sabe todas as suas letras e aprecia a sua invul-gar forma de estar, Lana Del Rey vira estrela e atinge o primeiro lugar das tabelas. Já devemos ser alguns, sen-

do assim.Born To Die: The Paradise Edition chega dia 12 de no-vembro às prateleiras. Com oito novas faixas, Lana Del Rey pretende surpreender os fãs e cativar os críticos.O primeiro single, “Ride”, estreado no dia 13 de se-tembro deste ano, é uma espécie de curta-metragem, onde a cantora, em monólo-go, conta parte da sua histó-ria, a história da vida que já teve e não tem mais.

CATARINA HILÁRIO

[email protected]

Com um sucesso atribula-do, Lana Del Rey tem con-quistado o mundo. Para al-guns considerada um génio

da música atual, para outros uma autêntica farsa, Eliza-beth Woolridge Grant, de voz serena e melodrama pa-tente em todas as suas mú-sicas, não deixa indiferente quem a ouve e partilha da

Editora:Polydor Ltd. (UK)

Stranger Records (USA)

Data da estreia: 31.01

Género: indie pop

Pontuação: 8.8/10

O Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura completou recentemente o primeiro ano de vida. Uma estrutura dedicada ao estudo da arquitectura, em particular, que leva os seus objectivos ainda mais longe.

Porque Guimarães enquanto cidade pensa a longo prazo, quando outros pensam apenas a curto prazo.

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PÁGINA 17 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

RUM BOXTOP RUM - 44 / 20122 NOVEMBRO

1 B FACHADA - Carlos T

2 CAT POWER - Ruin

3 LIARS - No. 1 against the rush

4 GRIZZLY BEAR - Yet again

5 BLACK KEYS, THELonely boy

6 DIABO NA CRUZ - Luzia

7 SOFA SURFERSWord in a matchbox

8 BEACH HOUSE - Myth

9 SUPERNADAArte quis ser vida

10 ALT-J - Breezeblocks

11 ARCTIC MONKEYSR U Mine?

12 HEAVY, THEWhat makes a good man

13 MICRO AUDIO WAVES Donna samurai

14 TOM VEKSomeone loves you

15 SOAKED LAMB, THEA flor e o espinho

16 DEUS - Quatre mains

17 DJANGO DJANGOHail bop

18 VALTER LOBOPensei que fosse fácil

19 WE TRUST - Again

20 AIMEE MANN - Living a lie

POST-IT

05 novembro > 09 novembro

MANUEL FÚRIAQue Haja Festa Não Sei Onde

PETITE NOIRDisappear

HERE WE GO MAGICMake Up Your Mind

PAULO SOUSA

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A História tem destas coi-sas; repete-se, é cíclica. Vai--se alimentando e evoluindo através de acontecimentos passados até que todos os fatores se conjugam para voltar a acontecer algo que já tinha tido o seu lugar no grande manual. É assim com praticamente todas as atividades do ser humano. E se no caso de umas, cor-remos o risco de retroceder para condições nefastas e inimagináveis para as mentes mais progressistas, noutras tem os seus efeitos

benignos, dando lugar a um saudosismo profundo, ape-nas possível através de hipo-téticas viagens no tempo. A música psicadélica surgiu em meados dos 60 nos EUA e na Grã-Bretanha e tentava transparecer para o som as alterações mentais provoca-das pelas drogas alucinogé-nicas. Foram desenvolvidas novas técnicas de gravação e criados novos efeitos induzi-dos aos instrumentos. Entre os mais conhecidos embai-xadores desta corrente estão os Pink Floyd, os Beatles, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Beach Boys ou Santana. O apogeu do psicadelismo

CD RUMtame impalalonerism

aconteceu no Woodstock de 1969, que reuniu muitos dos grandes nomes da cena e que ficou por isso, e por outras razões não menos vá-lidas, para a História.Atualmente, são inúmeras as bandas que tentam revi-ver estes sons e esforçam-se por criar o sistema sonoro perfeito, com o amplificador a válvulas ideal, a guitarra ideal, o microfone e o com-pressor ideais. Mas estarão a ser realmente psicadélicas, se pensarmos que esta cor-rente prima pela mudança, pela progressão da sonori-dade e pelo experimentalis-mo?E é aqui que entram em cena os Tame Impala. Os australianos, que lançaram este mês Lonerism, não es-tão cá para apenas imitar o som dos meados do século passado. Já no álbum de estreia, Innerspeaker, de 2010, revelaram uma espe-

cial apetência para encon-trar novos caminhos nos trilhos já exaustivamente pisados desde a década de 60. Eles encaram o psicade-lismo muito a sério e pegam o boi pelos cornos. Aliam o lado experimental e pro-gressista do rock psicadélico a uma maximização do uso das tecnologias atuais. Para além disso, as letras melan-cólicas e solitárias cantadas pela voz melódica de Kevin Parker, resultam numa sim-biose perfeita entre a acústi-

ca, as máquinas e o homem. E talvez por isso, este seja um disco que pode ser escu-tado em qualquer ambiente, estejas tu na cidade, rodeado de carros, smog e barulho, ou no campo, embrenhado na paisagem, nas árvores, no horizonte distante. Com este novo registo, os Tame Impala conseguem superar a homérica e ingrata missão de melhorar o excelente tra-balho conseguido no álbum de estreia. E de que manei-ra!

AGENDA CULTURALBRAGA

TEATRO

6,7 e 8 de NovembroFalar verdade a mentirThetaro circo

6, 7 e 8 de NovembroAuto da Barca do InfernoTheatro Circo

12 de NovembroUma vida melhor Theatro Circo

MÚSICA

9 de NovembroSupernada – “nada é possível”Theatro Circo

10 de NovembroAntónio Zambujo – “quinto”Theatro Circo

GUIMARÃESMÚSICA7 de NovembroFundação Orquestra Estúdio, Rosado, Cassuto

CCVF

8 a 17 de NovembroGuimarães JazzCCVF

10 de NovembroSpanish music caravanSão Mamede

FAMALICÃOEXPOSIçÃO7 a 30 de NovembroTráfico DesumanoCasa das Artes

LEITURA EM DIAMel de Ian McEwan - Gradiva. Oúltimo romance do ano de um dos nomes maiores da literatura inglesa. As relações promíscuas entre a literatura e a política, numa obra superior.

Pessoas, lugares e estórias da infância de Alberto Nídio Silva - Atelier. Estórias de vida, é a Vida na sua “verdade”, de um tempo que se recorda com nostalgia. Poético e terno.

12 Testes para te Conheceres Melhor - 100% Rapaz de Béatrice Copper-Royer - Educação Nacional. Mais um guia para adolescentes, neste caso para rapazes, útil e esclarecedor.

Para ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.

Ravengar de Fernando Campos - Alfaguara. Um hino ao cinema mudo, onde o espetador “participava” no filme.Um dos grandes nomes da literatura portuguesa e de leitura obrigatória.

Crueldade a Nu de Colleen McCullough - Bertrand.Um policial com enredo sofisticado e ardiloso.Pede um leitor arguto e atento.

DR

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PÁGINA 18 // 06.NOV.12 // ACADÉMICO

DESPORTO

amunde (último classifica-do da tabela classificativa), por 1-0, e ascendeu assim à terceira posição. A Naval re-cebeu e venceu o Vitória de Guimarães B (2-1), Tomané fez o golo de honra para vi-maranenses. Já o SC Braga B perdeu em casa com o Desportivo das Aves, por 1-2. Também no hóquei o pano-rama não foi o mais risonho: o Tigres de Almeirim levou a melhor sobre o HC Braga (4-5); e o AD Limianos não conseguiu fazer frente ao lí-der FC Porto (2-3).

Vila do Conde foi a Moreira de Cónegos vencer, por 0-1. Na próxima ronda, o Braga vai a Alvalade defrontar um Sporting, que se encontra cada vez mais desmoraliza-do, após nova derrota com o Setúbal; o Gil Vicente recebe o Paços de Ferreira, enquan-to o Nacional visita o Estádio D.Afonso Henriques; já o Moreirense tem pela frente uma viagem até ao Estoril. A 12ª jornada da II Liga fe-chou com saldo negativo para as equipas minhotas. O Arouca ganhou em Fre-

FILIPA SANTOS SOUSA

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Na próxima quarta-feira o SC Braga volta a entrar em ação na Liga dos Campeões. Os arsenalistas têm pela frente os poderosos ‘red devils’ de Alex Ferguson. Foi a pen-sar neste jogo que o técnico José Peseiro decidiu poupar alguns dos seus habituais ti-tulares para o duelo, em casa, com o Gil Vicente. Mesmo sem praticarem um futebol deslumbrante, os ‘gverreiros’ acabaram por vencer o dérbi

minhoto, referente à oitava jornada da Liga Zon Sagres, por 3-1. Ao minuto 17, o estreante José Luís assinalou o primei-ro tento da partida para os locais. Yero foi o responsável, ao minuto 55, pelo único golo da formação de Barcelos. O empate não durou muito tempo, pois o Braga colocou--se novamente em vanta-gem, após a conversão de uma grande penalidade, por Alan. O lance que originou o penálti gerou alguma polé-mica. Aos 88 minutos Hugo

sp. braga foi exceção à regra antes de receber os “diabos”

Viana voltou a marcar, estava sentenciado o resultado final. Os bracarenses seguem em terceiro lugar, a três pontos de distância do Benfica e FC Porto. Por sua vez, o Vitória de Guimarães deslocou-se ao Estádio da Luz, onde foi der-rotado, por 3-0. Óscar Car-dozo bisou e Lima apontou o último golo para os benfi-quistas. Com este resultado, os vimaranenses ocupam o sexto lugar, com 11 pontos. Quanto ao Moreirense, vol-tou a perder, desta vez com o Rio Ave. A formação de

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Sporting de Braga, o único minhoto a vencer na liga Zon/Sagres

DR

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NILTONMIGUEL GONÇALVESANTÓNIO MURTARICARDO LUZ

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