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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE UFS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE PPGCAS JARDEL MARTINS DE VASCONCELOS FATORES PROGNÓSTICOS ASSOCIADOS A SOBREVIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIÁLISE EM UMA UNIDADE HOSPITALAR LAGARTO-SE 2018

JARDEL MARTINS DE VASCONCELOS · pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) agudizada com 61,9 (46,5-77,4) dias. Ambos, tempo transcorrido entre a ADM e o início da HD entre

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

APLICADAS À SAÚDE – PPGCAS

JARDEL MARTINS DE VASCONCELOS

FATORES PROGNÓSTICOS ASSOCIADOS A SOBREVIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIÁLISE EM UMA

UNIDADE HOSPITALAR

LAGARTO-SE

2018

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JARDEL MARTINS DE VASCONCELOS

FATORES PROGNÓSTICOS ASSOCIADOS A SOBREVIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS A

HEMODIÁLISE EM UMA UNIDADE HOSPITALAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde da

Universidade Federal de Sergipe como requisito

parcial à obtenção do grau de Mestre em

Ciências Aplicadas à Saúde.

Orientador: Prof. Dr. André Sales Barreto

LAGARTO-SE 2018

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JARDEL MARTINS DE VASCONCELOS

FATORES PROGNÓSTICOS ASSOCIADOS A SOBREVIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS A

HEMODIÁLISE EM UMA UNIDADE HOSPITALAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde da

Universidade Federal de Sergipe como requisito

parcial à obtenção do grau de Mestre em

Ciências Aplicadas à Saúde.

Aprovada em:____/____/_______

_________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. André Sales Barreto

_________________________________________________ 1º Examinador: Profa. Dra. Adriana Gibara Guimarães

________________________________________________ 2º Examinador: Prof. Dra. Andréia Centenaro Vaez

PARECER

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DEDICATÓRIA

Dedico em primeiro momento a Deus por caminhar sempre ao meu lado e

proporcionar sapiência nos momentos de necessidade.

A aqueles que me proporcionaram o dom da vida, que me educaram e garantiram

toda a estrutura para me tornar a pessoa que sou hoje, aos meus pais Samuel e

Ivanda, todo o carinho e amor do mundo.

A pessoa que me escolheu para compartilhar os momentos de tristeza e alegria até o

fim dos nossos dias, Camila a você todo o meu amor.

À bebê que me fez dividir toda a atenção e carinho desse mestrado, que é o sorriso

da minha vida, e a continuidade do que colhi com meus pais, Sophia, tudo que faço e

construo é pensando no seu futuro, no seu bem-estar, papai te ama muito.

À minha irmã pessoa impar e de caráter único, símbolo de honestidade e acolhimento,

da qual, sempre estendeu a sua mão quando necessitei, muito obrigado, te amo.

À minha sobrinha Larinha, menina linda, inteligente e esperta, que Deus continue

iluminando os seus caminhos, tio sempre vai estar ao seu lado.

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Dr. André Barreto Sales, pela competência, conhecimento,

profissionalismo e elegância na orientação desse trabalho.

A todos os Professores do programa de pós-graduação em ciências da saúde da UFS

– PPGCAS, que contribuíram para a minha formação, em especial aos Doutores

Carlos Eduardo Palanch Repeke, Fabiano Alvim Pereira e a Adriana Gibara

Guimarães, por seus conselhos e análise crítica fundamentando e melhorando a

pesquisa.

Ao hoje Mestre Oldegar Alves Junior, do qual incentivou a minha entrada no mestrado

e sempre esteve presente para aconselhar durante os momentos de dificuldade.

Aos alunos do curso de medicina Kaissa Silva Nascimento e Gabriel Barbosa, por

terem dedicado um período do seu tempo auxiliando na coleta dos dados da pesquisa.

Novamente a minha irmã e Enf. Ivelizze Vasconcelos pela ajuda na coleta dos dados

e na tabulação e conferência deles, sem você não teríamos terminado a tempo.

Ao Hospital Universitário de Lagarto e ao Hospital Nossa Senhora da Conceição

empresas dedicadas aos pacientes do SUS e que possibilitaram a execução desse

projeto.

Ao amigo e diretor administrativo do HNSC Carlos Alberto Pereira da Costa Junior,

por acreditar e confiar no projeto, muito obrigado.

Aos profissionais do serviço de nefrologia do HUL em nome da Enf. Célia Sacramento

e das técnicas Andreia Nascimento e Gilmara Dantas Modesto, o meu muito obrigado

pela ajuda prestada.

A minha cunhada Enf. Alana Liborio pela intermediação com o serviço de nefrologia.

A equipe do SAME do HUL em nome da gerente e amiga Edenilde Maria dos Santos

Araújo, o meu muito obrigado pelo auxilio prestado ao estudo.

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EPÍGRAFE

“Tenho a impressão de ter sido uma criança

brincando à-beira-mar, divertindo-me em

descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma

concha mais bonita que as outras, enquanto o

imenso oceano de verdade continua misterioso

diante de meus olhos”.

(Isaac Newton)

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RESUMO

Fatores prognósticos associados a sobrevida de pacientes submetidos a

hemodiálise em uma unidade hospitalar. Jardel Martins de Vasconcelos, Lagarto-

SE, 2018.

Introdução: O tratamento hemodialítico é uma alternativa terapêutica na reversão do quadro de descompensação clínico metabólico de pacientes portadores de insuficiência renal. O tempo transcorrido entre a admissão hospitalar e início da hemodiálise é determinante no prognóstico do paciente. Assim, o início tardio da hemodiálise pode influenciar no tempo de permanência em ambiente hospitalar, número de sessões de hemodiálise necessárias, estabilidade hemodinâmica e desfecho. Objetivo: Analisar os fatores prognósticos associados à sobrevida de pacientes submetidos a hemodiálise (HD) em unidade hospitalar. Metodologia: A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética com seres humanos com o número do parecer 2.434.202. Trata-se de um estudo observacional de coorte retrospectivo, dos pacientes submetidos à hemodiálise no período de 2016-2017 em um Hospital Público do município de Lagarto em Sergipe (SE). A amostra foi constituída através da análise de prontuário de todos os pacientes que foram atendidos pelo serviço de HD do hospital que atendiam aos critérios de inclusão e exclusão, durante o período proposto. Os dados foram descritos por meio de média e desvio padrão e frequência absoluta e relativa percentual. As associações categóricas foram testadas utilizando o teste Qui-Quadrado. As diferenças de medida de posição foram utilizadas o teste de Mann-Whitney. Foram estimadas curvas de sobrevivência através do método de Kaplan-Meier e as diferenças testadas pelo teste Log-Rank e pelo teste de Log-Rank com correção de Dunn-Sidak para múltiplas comparações. Foram estimadas razões de risco brutas e ajustadas por meio da regressão de Cox. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: De 129 prontuários analisados, a maioria (n= 88; 68,2%) tinham idade superior a 60 anos e o sexo masculino (n= 76; 58,9%). A permanência de internamento apresentou maior prevalência entre 8 e 30 dias (n= 71; 55%). O início da HD com tempo ≤ 3 dias após admissão (ADM) foi o mais recorrente (n= 68; 52,7%). A maioria realizou até 3 sessões de HD (n= 48; 37,2%). O diagnóstico clínico mais prevalente foi IRC agudizada (n= 53; 41,1%). Ao considerar o desfecho foi possível observar que o início da HD em até 3 dias após ADM apresentou um tempo médio de sobrevida (TM) maior de 69,7 (53,1-86,3) dias. O TM foi maior em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) agudizada com 61,9 (46,5-77,4) dias. Ambos, tempo transcorrido entre a ADM e o início da HD entre 4 a 9 dias da ADM e diagnóstico de IRA apresentaram maior probabilidade de óbito a qualquer momento do tratamento com uma razão de risco ajustado (RRa) de 5,96 (2,35-15,16) e 4,27 (1,69-7,16), respectivamente. Os que fizeram até três sessões de HD apresentaram uma RRa de 34,19 (12,63-92,56). Conclusão: O diagnóstico precoce de insuficiência renal e encaminhamento ao serviço de HD são fatores determinantes no tempo de médio de sobrevida quanto na probabilidade de evoluir à óbito. Dessa forma, é necessário adotar medidas de monitoramento mais eficazes, com o intuito de iniciar imediatamente a HD, garantido uma melhoria do prognóstico do paciente.

Descritores: Hemodiálise, insuficiência renal, tempo de sobrevida.

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ABSTRACT

Prognostic factors associated with the survival of patients undergoing

hemodialysis in a hospital unit. Jardel Martins de Vasconcelos, Lagarto-SE, 2018.

Introduction: Hemodialysis treatment is a therapeutic alternative in reversing the

clinical metabolic decompensation of patients with renal insufficiency. The time

elapsed between hospital admission and initiation of hemodialysis is determinant in

the prognosis of the patient. Thus, late onset hemodialysis may influence the length of

hospital stay, number of required hemodialysis sessions, hemodynamic stability, and

outcome. Objective: To analyze the prognostic factors associated with the specific

survival of patients submitted to hemodialysis (HD) in a hospital unit. Methodology:

The research was approved by the human ethics committee with the number of opinion

2,434,202. This is an observational retrospective cohort study of patients undergoing

hemodialysis in the period 2016-2017 at Hospital University of Lagarto (HUL) in

Sergipe (SE). The sample consisted of the medical record of all the patients who were

attended by the hospital HD service that met the inclusion and exclusion criteria during

the proposed period. Data were described by means of mean and standard deviation

and absolute and relative percentage frequency. Categorical associations were tested

using the Chi-Square test. The differences of position measurement were used the

Mann-Whitney test. Survival curves were estimated using the Kaplan-Meier method

and the differences tested by the Log-Rank test and the Log-Rank test with Dunn-

Sidak correction for multiple comparisons. Gross and adjusted risk ratios were

estimated using Cox regression. The level of significance was set at 5%. Results:

Of the 129 charts analyzed, the majority (n= 88, 68.2%) were older than 60 years and

males (n= 76, 58.9%). She presented a longer stay of hospitalization between 8 and

30 days (n= 71; 55%). Early onset of HD (n= 68; 52.7%) with time ≤ 3 days after

admission (ADM). Most performed up to 3 HD sessions (n= 48, 37.2%). Patients with

acute CKD had a higher prevalence with (n= 53; 41.1%) of the sample. When

considering the outcome, it was possible to observe that the onset of HD within 3 days

after ADM presented an average survival time (TM) of 69.7 (53.1-86.3) days. TM was

higher in patients with acute chronic renal failure (CKD) with 61.9 (46.5-77.4) days.

Both the time elapsed between ADM and the onset of HD between 4 to 9 days of ADM

and the diagnosis of AKI were more likely to occur at any time of treatment with an

RRa of 5.96 (2.35 -15.16) and 4.27 (1.69-7.16), respectively. Those who did up to three

HD sessions had an RR of 34.19 (12.63-92.56). Conclusion: The early diagnosis of

renal failure and referral to the HD service are determining factors in the average

survival time and in the probability of death. Therefore, it is necessary to adopt more

effective monitoring measures, with the intention of immediately initiating the HD,

guaranteeing an improvement in the patient's prognosis.

Keywords: Hemodialysis, renal failure, survival time.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Prognóstico da doença renal crônica, por categorias da taxa de filtração

glomerular e albuminúria persistente, segundo o KDIGO 2012. ............................... 19

Figura 2. Ficha de coleta de dados. ......................................................................... 32

Figura 3. Fluxograma da obtenção do n amostral. ................................................... 33

Figura 4. Estimativa de sobrevivência global através da curva de Kaplan-Meier. .... 42

Figura 5. Estimativa de sobrevivência pelo tempo transcorrido entre a admissão e o

início da HD utilizando a curva de Kaplan-Meier. ...................................................... 42

Figura 6. Estimativa de sobrevivência pelo número de sessões de HD utilizando a

curva de Kaplan-Meier. ............................................................................................. 43

Figura 7. Estimativa de sobrevivência pelo diagnóstico nefrológico utilizando a curva

de Kaplan-Meier. ....................................................................................................... 44

Figura 8. Estimativa de sobrevivência pela classificação da PA utilizando a curva de

Kaplan-Meier. ............................................................................................................ 44

Figura 9. Estimativa de sobrevivência sobre o uso ou não de drogas sedativas

durante o tratamento utilizando a curva de Kaplan-Meier. ........................................ 45

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Determinação dos estágios de IRA. .......................................................... 20

Tabela 2. Variáveis demográficas e clínicas associadas com o desfecho de

pacientes que realizaram HD no período 2016 e 2017 no HUL. ............................... 36

Tabela 3. Análise de variáveis de tempo associadas com o desfecho de pacientes

que realizaram HD, no período 2016 e 2017 no HUL. .............................................. 38

Tabela 4. Análise de variáveis clínicas no seu primeiro e último registro associadas

com o desfecho de pacientes que realizaram HD, no período 2016 e 2017 no HUL.

.................................................................................................................................. 38

Tabela 5. Tempo médio de sobrevivência de pacientes que realizaram HD, no

período 2016 e 2017 no HUL. ................................................................................... 40

Tabela 6. Razão de risco de pacientes que realizaram HD, no período 2016 e 2017

no HUL. ..................................................................................................................... 46

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ADM – Admissão

BPM – Batimentos por minuto.

CAAE – Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

CKD-EPI – Colaboração epidemiológica da doença renal crônica

CNS – Conselho Nacional de Saúde

CONEP – Conselho Nacional de Ética em Pesquisa

DESF – Desfecho

DM – Diabetes mellitus

DOPPS – Estudo de Resultados de Diálise e Padrões de Prática

DRC – Doença renal crônica

FC – Frequência cardíaca

FENa – Fração de excreção de sódio

FFT – Modelo auto regressivo

HAS – Hipertensão arterial sistêmica

HD – Hemodiálise

HVE – Hipertrofia de ventrículo esquerdo

IAM – Infarto agudo do miocárdio

IR – Insuficiência renal

IRA – Insuficiência renal aguda

IRC – Insuficiência renal crônica

KDIGO – Doença Renal Melhorando os Resultados Globais

MDRD – Modificação da dieta na doença renal

OMS – Organização Mundial da Saúde

PAM – Pressão arterial média

PP - Pressão de pulso

RR – Razão de risco bruta

RRa – Razão de risco ajustada

SADT – Serviço de apoio diagnóstico e terapêutico

SBN - Sociedade Brasileira de Nefrologia

Scr – Creatinina sérica

SSVV – Sinais vitais

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SUS – Sistema Único de Saúde

TFG – Taxa de filtração glomerular

TFGe – Taxa de filtração glomerular estimada

TR – Transplante renal

TM – Taxa média de sobrevivência

TRS – Tratamento renal substutivo

USRDS – Sistema de dados renais dos Estados Unidos

VFC – Variabilidade da frequência cardíaca

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15

2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 17

2.1. Doença Renal ............................................................................................. 17

2.1.1. Doença renal crônica ...................................................................................... 17

2.1.2. Insuficiência renal crônica............................................................................... 18

2.1.3. Insuficiência renal aguda ................................................................................ 20

2.2. Terapia Renal Substitutiva ........................................................................ 23

2.2.1. Definição ........................................................................................................ 23

2.2.2. Epidemiologia ................................................................................................. 24

2.2.3. Repercussão clínica e complicações da hemodiálise ..................................... 26

2.2.4. Fatores prognósticos da hemodiálise ............................................................. 27

3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 29

3.1. Objetivo geral ............................................................................................. 29

3.2. Objetivos específicos ................................................................................ 29

4. DELINEAMENTO METODOLÓGICO ................................................................ 30

4.1. Tipo de Estudo ........................................................................................... 30

4.2. Local de realização .................................................................................... 30

4.3. Amostra ....................................................................................................... 31

4.4. Critérios de inclusão .................................................................................. 31

4.5. Critérios de exclusão ................................................................................. 31

4.6. Variáveis coletadas .................................................................................... 31

4.7. Fluxograma da coleta dos dados.............................................................. 32

4.8. Aspectos éticos .......................................................................................... 33

4.9. Análise estatística ...................................................................................... 33

5. RESULTADOS ................................................................................................... 35

6. DISCUSSÃO ...................................................................................................... 47

7. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 52

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 54

ANEXO 1................................................................................................................... 61

ANEXO 2................................................................................................................... 62

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1. INTRODUÇÃO

O tratamento renal substitutivo (TRS) tem como principal finalidade a

manutenção da sobrevida de pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) em

estágio terminal, sendo definida como insuficiência renal crônica (IRC). E de pacientes

com déficit temporário da função renal, definido como insuficiência renal aguda (IRA)

(BELAYEV; PALEVSKY, 2014).

Independentemente do tipo de insuficiência renal, o estágio 5 da IRC e o

estágio 3 da IRA indicam a necessidade de TRS. Sendo os tratamentos mais

utilizados: a hemodiálise (HD) e a dialise peritoneal (DP) por terem acesso mais fácil,

contudo de forma definitiva o tratamento indicado é o transplante renal (TR) (YEATES

et al., 2012).

No mundo estima-se uma prevalência de 215 pacientes por milhão de

pessoas em tratamento dialítico (HD + DP). A hemodiálise é a modalidade primária

mais utilizada em todo o mundo, mesmo em regiões economicamente desenvolvidas

a proporção é de 89% para HD e 11% de DP. Sendo mais comuns e de de forma

ambulatorial em pacientes com DRC em estágio terminal (KITTERER et al., 2017).

A DRC é considerada umas das doenças mais prevalentes de óbito no mundo,

estimativas indicam que a DRC pode ser mais comum que o diabetes mellitus (DM).

Com uma prevalência estimada de 13,4% para DRC contra 8,2% da DM, torna-se um

problema de fator mundial, com consequências importantes para os serviços de saúde

(HILL et al., 2016)

Ocasionada por um déficit da função renal, a DRC é geralmente assintomática

até o estágio de IRC, e em todos os seus estágios, estão associados a riscos

aumentados de morbidade cardiovascular, mortalidade prematura e/ou diminuição da

qualidade de vida (GANSEVOORT et al., 2013).

Já a IRA é considerada a diminuição da função renal de forma rápida,

independentemente da etiologia e mecanismos, provoca a diminuição da excreção de

água, sais e produtos metabólicos, incluindo creatinina (BARASCH; ZAGER;

BONVENTRE, 2017).

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Considerada como uma doença de pacientes hospitalizados, a IRA acomete

cerca de 2 a 5% do total de internações de baixa complexidade. Contudo em unidades

de terapia intensiva essa incidência pode chegar a 23%, com altos índices de

mortalidade principalmente em casos que necessitem de diálise, variando entre 37 e

88% (SCHWILK et al., 1997; BALBI et al., 2005).

O paciente com insuficiência renal apresenta limitações no seu cotidiano e

vivencia inúmeras perdas e mudanças biopsicossociais, sendo o tratamento

hemodialítico responsável por um cotidiano monótono, restritivo e limitante (LAW,

2002; MARTINS; CESARINO, 2005)

Portanto, a hipótese deste estudo é que o desfecho dos pacientes submetidos

ao processo de hemodiálise hospitalar possa sofrer interferência de alguma etapa do

tratamento, impossibilitando a evolução de melhora do seu quadro ou causando

alterações significativas que reflitam no tempo de sobrevida do paciente.

Espera-se deste estudo demonstrar os fatores que possam interferir no

tratamento do paciente hemodialítico, através da análise dos fatores prognósticos de

sobrevida, específica destes pacientes. Com o intuito de ser utilizada como uma

ferramenta útil no tratamento da insuficiência renal, contribuindo para a gestão de

clínica, na identificação de possíveis complicações atuais e/ou futuras, com uma

necessidade de atuação alternativa na abordagem do paciente em hemodiálise.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Doença Renal

2.1.1. Doença renal crônica

A incapacidade da função renal em filtrar o sangue e eliminar elementos

nitrogenados não proteicos, como ureia e creatinina. Causando o aumento dos seus

níveis séricos além do limite de 45mg/dL para ureia e de 1,3mg/dL em homens e

1,2mg/dL em mulheres para creatinina sérica. Além de exames básicos como

albuminúria (≥ 30mg/24h ou razão albuminúria/creatininúria ≥ 30mg/g), anormalidades

do sedimento urinário, eletrolíticas ou outras devido a doenças tubulares. Além de

desequilíbrio histológico e estruturais, história de transplante renal e redução da TFG

< 60ml/min/1,73m2 possibilitam o diagnóstico de doença renal crônica (ECKARDT et

al., 2018).

Considerada como um importante problema de saúde mundial, a DRC tem

crescido consideravelmente ano a ano. Dados da United States Renal Data System

(USRDS) revelaram que entre os anos de 1999 a 2014 houve um aumento de 62%

dos casos em maiores de 60 anos (USRDS, 2017). No Brasil a Sociedade Brasileira

de Nefrologia (SBN) estimou em 2016 um total de 122.825 pacientes em diálise, e

uma prevalência de 596 pacientes em tratamento dialítico por milhão de habitantes

(SESSO et al., 2017).

O declínio da função renal acontece de forma lenta e inicialmente

assintomática, ao momento em que são observados sinais e sintomas como anemia,

doença mineral óssea, hipertensão, acidose metabólica, hipovolemia e hipercalemia,

indica-se o estado avançado de falência renal considerada insuficiência renal crônica

(IRC) (OBI et al., 2015).

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2.1.2. Insuficiência renal crônica

A insuficiência renal crônica é definida pela deficiência da função renal em um

período ≥ 3 meses, com sérias implicações para a saúde. Pode ou não apresentar um

declínio da taxa de filtração glomerular (TFG) inferior a 60 ml/min/1,73 m2, além da

presença de outros sinais de dano renal, evidenciadas através de biopsia renal ou

indiretamente por técnicas de imagem, anormalidades funcionais como a presença de

albuminúria, alterações com presença de sedimentos urinários e alterações

hidroeletrolíticas (GANSEVOORT et al., 2013).

Trata-se de uma patologia assintomática onde em muitas das vezes, só é

descoberta após a valorização de outras patologias. A detecção precoce otimiza a

possibilidade de tratamento, permitindo atrasar a progressão e potencialmente

diminuir as complicações sistêmicas secundárias, (anemia, hiperparatiroeidismo

secundário, insuficiência renal aguda, enfermidades cardiovasculares, infecções,

deterioração física, entre outros) (ROSANSKY, 2012).

O último guideline lançado em 2012 pelo KDIGO (Kidney Diseases Improving

Global Outcomes), pressupõe uma nova classificação prognóstica da IRC (Figura 1),

onde subdivide em várias categorias da insuficiência renal, analisando a TFG

(estágios G1-G5) e o grau de albuminúria (albumina persistente/creatinina: A1-A3). A

classificação da função renal é medida através da TFG utilizando fórmulas que

estimam a partir da creatinina sérica a TFG, dentre as encontradas, a mais indicadas

são a modification of diet in renal disease (MDRD) e a chronic kidney disease-

epidemiology collaboration (CKD-EPI) (LAMEIRE ET AL., 2012).

Atualmente a IRC tem aumentado substancialmente em todo o mundo,

somente nos Estados Unidos em seu último censo em 2016, demonstrou através da

compilação dos dados entre 2011 e 2014 que a prevalência da IRC tem aumentado,

onde hoje cerca de 14,8% de sua população apresenta a patologia, destes, com um

percentual maior de pessoas em categoria 3 (SARAN et al., 2017).

No Brasil o aumento progressivo no número de pacientes em tratamento renal

substutivo (TRS), demonstra semelhança em relação aos dados encontrados no

mundo. No último censo realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em 2016,

foi constatado um total de 50.807 pacientes em TRS, com uma taxa de mortalidade

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anual de 18,2% e uma fila de espera de 29.268 pacientes, equivalente a 24% do total

de pacientes atendidos no mesmo ano (SESSO et al., 2017).

Prognóstico de DRC por categorias da TFG e albuminúria segundo

KDIGO 2012.

Categorias albuminúria persistente

A1 A2 A3

Normal ou levemente aumentada

Moderadamente aumentada

Severamente aumentada

<30 mg/g 30-300 mg/g >300 mg/g

Cate

go

ria

s t

ax

a d

e f

iltr

ão

glo

meru

lar

(TF

G)

(ml/m

in/1

.73m

2) G1 Normal ou alto >90

G2 Levemente diminuído

60-90

G3a Leve a moderadamente diminuído

45-59

G3b Moderadamente a severamente diminuído

30-44

G4 Severamente diminuído

15-29

G5 Insuficiência renal <15

Figura 1. Prognóstico da doença renal crônica, por categorias da taxa de filtração glomerular e albuminúria persistente, segundo o KDIGO 2012. Legenda: Verde: Baixo risco (se não houver outros marcadores de doença renal, não há DRC). Amarelo: Risco moderadamente aumentado. Vermelho: Risco muito alto. Fonte: KDIGO, 2012.

Estes números vêm associados as maiores causas de IRC, a diabetes mellitus

(DM) e a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Além de glomerulonefrite aguda e rins

policísticos, outras patologias são citadas mais não apresentam tanta significância

quanto os citados anteriormente (SARAN et al., 2017; SESSO et al., 2017).

Em outra vertente, pacientes hospitalizados que apresentam aumento de

creatinina sérica além dos valores basais, anúria e ou redução da TFG em curto

espaço de tempo (48 horas), são considerados portadores de insuficiência renal

aguda (IRA) (SAWHNEY et al., 2015). Mais comum em pacientes hospitalizados tem-

se demonstrado um importante indicador do aumento de pacientes com IR no mundo

visto que, mais de 90% desses pacientes evoluem para IRC (WONNACOTT et al.,

2014).

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2.1.3. Insuficiência renal aguda

A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é caracterizada pela redução abrupta da

função renal que se mantem por períodos variáveis. Resulta na impossibilidade dos

rins exercerem suas funções básicas de excreção e manutenção do equilíbrio

hidroeletrolítico do organismo. Demonstrada pelo aumento da creatinina sérica

≥0,3mg/dl (≥26.5 µmol/l) em 48 horas, ou aumento da creatinina sérica ≥1,5mg/dl

acima da linha basal conhecida ou que se presume ter ocorrido em 7 dias e/ou volume

urinário <0,5 ml/kg/h por 6 horas (BARASCH; ZAGER; BONVENTRE, 2017; KELLUM

et al., 2012).

Os atuais critérios para o diagnóstico de IRA buscam padronizar a avaliação

da doença, contribuindo para o seu reconhecimento e tratamento, tanto na prática

clínica quanto em estudos epidemiológicos e no critério de inclusão em ensaios

clínicos. Eles são baseados na quantificação da creatinina sérica e do débito urinário

durante um período determinado de tempo. Entretanto, não permitem classificar a

etiologia da doença, por isso não substituem a avaliação clínica para a determinação

da causa (THOMAS et al., 2015).

De acordo com o guia de prática clínica KDIGO (2012), a IRA é caracterizada

em 3 estágios, utilizando critérios de severidade através do volume sérico de

creatinina e no volume de excreção de urina.

Estágio Creatinina sérica Excreção de urina

1 Aumento da creatinina sérica para 1,5 a 1,9 vezes o valor basal ou aumento da creatinina sérica em ≥0,3 mg/dL (≥26,5 micromol/L)

Redução do débito urinário para <0,5 mL/kg/hora por 6 a 12 horas

2 Aumento da creatinina sérica para 2,0 a 2,9 vezes o valor basal

Redução do débito urinário para <0,5 mL/kg/hora por ≥ 12 horas.

3 Aumento da creatinina sérica para 3,0 vezes o valor basal ou aumento da creatinina sérica para ≥4,0 mg/dl (≥353,6 micromol/l) ou na taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) para <35 mL/ min/1,73 m2.

Redução do débito urinário para <0,3 ml/kg/hora por ≥24 horas ou anúria por ≥ 12 horas, ou o início da terapia de substituição renal, ou, em pacientes com menos de 18 anos, diminuição

Tabela 1. Determinação dos estágios de IRA. Fonte: KDIGO, 2012.

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A determinação de uma creatinina basal para pacientes individuais pode ser

realizada com base na média dos valores obtidos de sete ou até trezentos e sessenta

e cinco dias antes da internação ou utilizando o número correspondente a medição no

primeiro dia de internação. Porém este último dado pode estar aumentado com

relação ao real valor basal do paciente. O Modification of Diet in Renal Disease

(MDRD) é a indicação mais aceita para o cálculo do valor basal estimado, assume-se

que a taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) é de 75 ml/min/1,73m2 (KELLUM

ET AL., 2012).

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da IRA são: eventos

isquêmicos, nefrotóxicos, infecciosos, obstrutivos, hipotensão arterial, choque

(hipovolêmico, cardiogênico e séptico), insuficiências cardiovasculares, hepática e

respiratória, neoplasias. A identificação dos fatores de risco da IRA direciona o tipo de

tratamento a ser realizado não-dialítico ou dialítico (DA COSTA; VIEIRA-NETO;

NETO, 2003)

A IRA é considera atualmente como um grave problema de saúde pública,

pelo fato de estar alcançando índices cada vez maiores no mundo inteiro. A United

States Renal Data divulga que as taxas de incidência continuam aumentando

mundialmente, sendo que nos Estados Unidos, Taiwan, Qatar e Japão foram

observadas as maiores taxas (KADDOURAH et al., 2017). Do mesmo modo, houve

aumento progressivo dessa prevalência, com índices mais elevados no Japão, Taiwan

e Estados Unidos e menores no Paquistão e Bangladesh (PALEVSKY, 2005).

Relacionada com maior mortalidade a IRA aumenta o tempo de permanência

no hospital, as taxas de não recuperação renal e mantém a creatinina sérica alta.

Mesmo após controle de doença subjacente a gravidade da doença e a associação

entre IRA e mortalidade persiste (HOSTE et al., 2015). A IRA em estágio 3 do KDIGO

é um grande preditor de readmissão hospitalar com cerca de 20% dos casos. Também

apresenta maior mortalidade pós 30 dias de alta em comparação com pacientes sem

IRA em que a taxa de readmissão foi de 15,7% (HORKAN et al., 2015).

Pouco se tem estudado sobre a influência de outras doenças não renais,

sobre o progresso e evolução de pacientes com IRA, o tempo de internação, os custos

associados e, muito menos sobre a mortalidade pós-hospitalar ou sobre a qualidade

de vida do paciente com IRA. A mortalidade por IRA pode chegar a 50% nas unidades

hospitalares e até 80% nas unidades de terapia intensiva. Estudos relacionados ao

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prognóstico da IRA referem-se, principalmente, à mortalidade e não à recuperação da

função durante à internação (PERES; WANDEUR; MATSUO, 2015).

A IRA é uma síndrome cuja etiologia é múltipla, mas em sua abordagem

diagnóstica é geralmente dividida em IRA pré-renal, pós-renal e intrínseca. Na forma

pré-renal, ocorre uma retenção de substâncias nitrogenadas devido a uma diminuição

da perfusão renal, como desidratação, hipotensão arterial, hemorragia aguda,

insuficiência cardíaca congestiva, hipoalbuminemia grave. Pelo fato de não haver

necrose do tecido renal, a retenção de nitrogênio ocorre dentro de 24 horas após a

obtenção perfusão renal adequada (ÁVILA et al., 2014).

A IRA pós-renal geralmente ocorre por um problema de origem obstrutiva com

possibilidade de ser em diferentes níveis: uretra, bexiga e ureteral. Já a doença renal

intrínseca é ocasionada por fatores inerentes ao rim, é considerada após serem

descartadas causas pré e pós renal. Ressalta-se a importância de verificar o histórico

de fatores associados à Necrose Tubular Aguda (BONVENTRE; YANG, 2011).

Dentre as causas de lesão direta ou intrínseca (nefrotoxicidade), a mais

importante é o uso de antibióticos nefrotóxicos, isolados ou combinados com outros

medicamentos nefrotóxicos. Substâncias de contraste também podem causar

insuficiência renal aguda, principalmente em pacientes com insuficiência renal crônica

em tratamento conservador não dialíticas, além de diabetes, e mieloma múltiplo. Essa

ocorrência está relacionada à toxicidade direta do agente de contraste nos túbulos

renais, constatada através de estudos em pacientes submetidos a urografia e

arteriografia (PERAZELLA, 2003).

A função renal comprometida pela insuficiência renal aguda, causa um débito

fisiológico, repercutindo no organismo e se apresentando de diversos sinais e

sintomas, em sua maioria atrelados a casualidade que levou a desordem e o nível do

comprometimento renal, dependendo da etiologia (pré-renal, intrínseca e pós-renal),

e da fase em que se encontra a síndrome, os pacientes expressarão quadros clínicos

de diferentes aspectos (CAÑAMÁS et al., 2010).

A apresentação das formas aguda ou crônica podem ser distinguidas através

da duração da enfermidade, as manifestações clínicas e o histórico das elevações de

produtos nitrogenados no sangue, principalmente a Creatinina (SIEW; MATHENY,

2015).

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A forma funcional pode ser apresentada através do período de perfusão

sanguínea, a integridade do parênquima renal e a permeabilidade das suas vias de

excreção, demonstrando de forma fisiopatólogica que a IRA pré-renal apresenta o

sedimento urinário acelular, a fração de excreção de sódio (FENa) < 1% e a UOsm >

500 mOsm/Kg, na forma intrínseca o sedimento urinário ativo, FENa > 1%, UOsm

cerca de 300 mOsm/Kg e na pós renal apresentará através da história clínica (oligúria

ou anúria) e do exame físico e imagem diagnóstico a sugestão de obstrução (NUNES

et al., 2010).

Na IRA pré-renal as causas usuais são hipovolemia verdadeira, hipovolemia

efetiva, vasoconstrição renal e alteração das respostas adaptativas renais. Na IRA

renal ou intrínseca são necrose tubular (aguda, isquêmica, aguda nefrotóxica), enfeite

túbulo-intersticial aguda e algumas patologias vasculares como vasculites, doenças

ateroembólica ou episódios de trombose vascular que condicionam ao infarto renal. A

IRA pós-renal é causada principalmente por anomalias congênitas, uropatias

adquiridas, neoplasias (próstata, bexiga, uretra, colo do útero e cólon), patologias

ginecológicas, fibrose retroperitoneal, nefropatia aguda por cristais e infecções como

tuberculose, candidíase e esquistossomose (CAÑAMÁS et al., 2010).

2.2. Terapia Renal Substitutiva

2.2.1. Definição

Na atualidade, o reconhecimento da DRC como um importante problema de

saúde mundial, tem permitido que a nefrologia transcenda de uma especialidade que

atende apenas patologias de baixa incidência e prevalência. Diante da DRC, as

patologias nefrológicas básicas como a síndrome nefrética ou glomerulonefrite deixam

de ser protagonistas e passam a ser coadjuvantes (YEATES et al., 2012).

Pacientes que evoluem para o estágio final da DRC (insuficiência renal

terminal – estágio 5) ou perdem a sua função renal de forma abrupta (insuficiência

renal aguda – IRA em estágio 3) exigem a necessidade de uma terapia renal

substitutiva (TRS) (STEVENS, 2013; SUSANTITAPHONG et al., 2013). A TRS tem

como finalidade a substituição temporária ou permanente da função renal, a fim de

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manter a homeostase, através da filtração sanguínea na excreção de resíduos

metabólitos, eletrólitos e água (VILLA; RICCI; RONCO, 2015).

Definido pela taxa de filtração glomerular TFG inferior a 15 mL/min/1,73 m2, o

estágio 5 da IRC indica a necessidade de início da TRS. As modalidades disponíveis

para a TRS são: hemodiálise (HD), diálise peritoneal (DP) e o transplante renal (TR).

Com intuito de garantir a sobrevida do paciente a hemodiálise e a dialise peritoneal,

são os meios de terapia mais utilizados até substituição dos rins através do TR

(SANTOS et al., 2012).

Dentre as formas de hemodiálise estão a hemodiálise ambulatorial e a

hospitalar. Nestes casos, a diferença se dá pelo perfil dos pacientes. Nos casos

ambulatoriais o paciente possui a IRC comprovada e com necessidade de tratamento

hemodialítico. Nos casos hospitalares a hemodiálise poderá ser solicitada para

intervenção temporária até reestabelecimento da função renal (IRA), ou em casos de

internamento de pacientes ambulatoriais por alguma descompensação hemodinâmica

ou outra patologia associada ou não à DRC (MARTINS REMBOLD et al., 2009).

Normalmente a frequência da hemodiálise em ambulatório é de três sessões

por semana, com intervalo entre a realização e o descanso de um dia para cada, e

tempo de quatro horas de hemodiálise por sessão. Nos casos hospitalares, essa

frequência e tempo de sessão pode variar de acordo com a indicação do médico

assistente, normalmente, a frequência é a mesma da ambulatorial, porém o tempo de

hemodiálise pode variar de sessão a sessão com no mínimo duas horas (OBI et al.,

2015; TWARDOWSKI, 2004).

2.2.2. Epidemiologia

Os serviços de hemodiálise crescido em número substancialmente. No

mundo, estima-se que a taxa de prevalência de pacientes em hemodiálise no mundo

é de 284 pacientes para cada um milhão de pessoas. Houve um aumento de 170%

na incidência de pacientes tratados com HD ambulatorial em países que forneceram

acesso universal e um aumento de 154% no ano de 2014 (THOMAS et al., 2015).

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A justificativa para esse aumento na taxa de incidência ao invés da

prevalência é a expansão contínua de programas, que recentemente concederam

acesso universal ou parcial à HD ambulatorial em países de baixa e média renda. Em

contraste, dados recentes para nações desenvolvidas, como os Estados Unidos e a

Europa Ocidental, demonstram uma trajetória estabilizadora de iniciação de diálise

nos últimos anos (COLLINS et al., 2012; GANSEVOORT et al., 2004).

Nos EUA um total de 636.905 indivíduos foram tratados para IR em 2012, um

número que continua a aumentar. A despesa total com o tratamento para todos os

estágios da IR (incluindo estágio inicial e terminal da IRC e IRA) foi de mais de $ 87

bilhões de dólares em 2012. Os custos do tratamento somente para IR terminal foram

3,5% maiores em 2012 do que em 2011 (US $ 28 milhões de dólares). Positivamente

houve redução líquida na mortalidade 28% para pacientes em hemodiálise, 47% para

pacientes em diálise peritoneal e 51% para pacientes transplantados desde 2003

(SARAN et al., 2015).

No Brasil existem 834 unidades de diálise cadastradas na Sociedade

Brasileira de Nefrologia (SBN). Estima-se que a prevalência no ano de 2016 foi de 596

pacientes em hemodiálise para cada um milhão de habitantes (SESSO et al., 2017).

Para um país com sérios problemas orçamentários estes números demonstram um

alto custo para os cofres públicos. No ano de 2015 o gasto com o tratamento renal

substutivo chegou a faixa de R$ 1,3 bilhões de reais enquanto que no ano de 2008

esse mesmo custo era de R$ 720 milhões de reais (ABBUD FILHO; LOPES, 2017).

O maior risco de morte para pacientes em hemodiálise é nos primeiros 90 dias

após a transição da DRC não dialisada para a diálise. Realmente, a mortalidade nesse

período pode ser muito maior para aqueles que iniciam a hemodiálise em comparação

com os pacientes com DRC em estágio 5 que optam por tratamento não dialítico

conservador (CARSON et al., 2009; FOLEY et al., 2014).

A transição para a diálise mostrou que a mortalidade está predominantemente

associada à comorbidade subjacente do paciente, e à falta de atendimento nefrológico

quando em período de pré-diálise. Isso sugere que a trajetória do paciente é um

determinante importante do desfecho, pois os pacientes que iniciam a hemodiálise

precipitadamente após uma deterioração aguda da função renal com antecedentes de

IRC (como a síndrome coronariana aguda ou o desenvolvimento de nefropatia aguda)

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têm uma mortalidade muito maior do que aquelas com trajetórias progressivas mais

lentas (COOPER et al., 2010; ROSANSKY, 2012).

2.2.3. Repercussão clínica e complicações da hemodiálise

A função renal só pode ser parcialmente substituída pela diálise de

manutenção, que fornece apenas 5-10% da função renal excretora. Complicações

causadas pela máquina de diálise e sistema de água tem diminuído constantemente.

Porém complicações causadas por outras razões permanecem como uma significativa

taxa de morbidade e mortalidade em pacientes em hemodiálise (HASAN et al., 2013).

Complicações cardiovasculares são atualmente a complicação mais comum

da hemodiálise. Entre essas complicações, a taxa de hipotensão intradialítica

sintomática varia entre 20% e 50%, e continua sendo um problema importante. Outra

preocupação são as arritmias associadas à hemodiálise, os tipos comuns e letais de

arritmias incluem arritmias e ectopias ventriculares. A taxa de arritmia ventricular

complexa associada à hemodiálise é de cerca de 35%. O segundo tipo mais comum

de arritmia é a fibrilação atrial, cuja taxa é de 27% (BURTON et al., 2008).

A morte súbita cardíaca é responsável por 62% das mortes relacionadas ao

coração e é geralmente atribuída a arritmias. O primeiro ano de hemodiálise é de vital

importância em relação às mortes súbitas cardíacas, que foi determinado em 93 de

1000 pacientes no primeiro ano de hemodiálise (MAKAR; PUN, 2017).

Enquanto cãibras foram observadas em 24-86% dos casos durante os

primeiros anos após a introdução da terapia dialítica, recentemente foi demonstrado

que apenas 2% dos pacientes com = 2 sessões de hemodiálise em uma semana

sofrem cãibras. Outras complicações comuns incluem náuseas, vômitos, cefaleia e

pruridos acometendo cerca de 5% a 15% da população (JESUS et al., 2009).

Apesar de cólicas, náuseas, vômitos, dor de cabeça e coceira não resultam

em mortalidade, eles deterioram substancialmente a qualidade de vida dos pacientes.

Embora mais comum durante os primeiros anos após a introdução da diálise, a

síndrome de desequilíbrio e complicações associadas a dialisador, sistemas de água

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e máquinas de diálise são atualmente incomuns, mas podem ter consequências fatais

(KAZE et al., 2012).

Várias evidências também indicam a gravidade e o impacto substancial das

infecções da corrente sanguínea relacionadas a cateteres na morbidade, mortalidade

e custo dos cuidados de saúde. A inserção de cateter venoso central a longo prazo é

essencial para o atendimento de pacientes em e hemodiálise (GAHLOT et al., 2014).

Nos EUA a incidência é de 400.000 infecções relacionadas à corrente sanguínea

devido ao uso de cateter venoso central .(EL NEKIDY et al., 2018).

A sepse possui uma relação comum em pacientes em tratamento

hemodialitico, seja induzindo a IRA pelo comprometimento renal, ou como doença

adquirida durante o tratamento hemodialítico (BELLOMO et al., 2017). A ocorrência

de lesão renal aguda no curso da sepse aumenta a mortalidade em duas vezes,

enquanto a doença renal crônica se desenvolve em 50% dos pacientes que

sobreviveram à sepse (KADE et al., 2016).

2.2.4. Fatores prognósticos da hemodiálise

Vários estudos demonstram a mortalidade de pacientes em tratamento

hemodialítico relacionado a fatores como: Idade, sexo, etnia e níveis de creatinina

sérica estes de forma mais comum. Enquanto que a albuminúria, índice de enficiência

(Kt/V), hemoglobina (Hb), produto cálcio x fósforo (CaXP) e paratormônio (PTH) estão

mais ligados ao processo da hemodiálise (ALMEIDA et al., 2010; WINTER, 2016).

Pacientes com faixa etária entre 60 e 70 anos demonstram uma maior taxa

de mortalidade, em estudos recentes, essa faixa etária, demonstra maior incidência

de hipertensão, diabetes e obesidade. O declínio da função renal por estas causas

nos idosos também se apresenta maior em relação aos jovens, o que aumenta as

chances de mortalidade neste grupo (PAN et al., 2016).

O sexo se apresenta de forma mais sutil no prognóstico do paciente, sendo o

sexo masculino mais comumente encontrado entre uma faixa de 50 a 60% dos casos.

Reflete maior associação com a postergação do tratamento e também ao índice de

HAS, DM e obesidade. O homem tende a procurar os serviços de saúde em última

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instancia, na sua grande maioria, quando o quadro não é mais reversível (RAYNER

et al., 2014).

Os afrodescendentes apresentam evolução mais rápida para IRC, em relação

a brancos. Fato associado a fatores, socioeconômicos e políticos. As diferenças

raciais / étnicas, no entanto, variaram de acordo com a idade. As taxas de proporção

de preto para branco ajustadas exibem um padrão em forma de U com a idade, com

maiores taxas para negros nos grupos etários mais jovens e mais velhos (YAN et al.,

2014).

A creatinina sérica é citada como um marcador responsável pelo diagnóstico

de IRC e IRA. Serve também para demonstrar evolução de melhora ou piora do

quadro do paciente e definir estratégias de tratamento que serão levadas em

consideração após a quantificação da TFGe. Nos dois diagnósticos, está associado

com o desfecho pelo nível de concentração em relação ao tempo de diagnóstico a

modalidade de dialise (HAN et al., 2015).

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo geral

Analisar fatores prognósticos associados à sobrevida específica de pacientes

submetidos a hemodiálise em unidade hospitalar.

3.2. Objetivos específicos

Caracterizar o perfil demográfico e clínico dos pacientes submetidos a

hemodiálise em uma unidade hospitalar;

Identificar atraso no início da hemodiálise;

Analisar associação entre a taxa de sobrevida específica com:

o Fatores demográficos;

o Tempo de internamento;

o Início da hemodiálise;

o Número de sessões de hemodiálise;

o Variáveis clínicas;

o Diagnóstico nefrológico.

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4. DELINEAMENTO METODOLÓGICO

4.1. Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo observacional de coorte retrospectivo, realizado por

meio da coleta de características clínicas e demográficas dos pacientes em tratamento

hemodialítico em ambiente hospitalar no período de 2016 a 2017.

4.2. Local de realização

O estudo foi desenvolvido no período de outubro de 2017 a junho de 2018 no

serviço de arquivo médico e estatística (SAME) do Hospital Universitário de Lagarto

(HUL) no Estado de Sergipe (SE).

Trata-se de Hospital porte 2 que atende a microrregião centro sul de saúde

do Estado de Sergipe. Microrregião considerada a segunda maior do estado com a

uma população estimada de 261 mil habitantes, faz ainda fronteira com o Estado da

Bahia da qual recebe pacientes devido à proximidade (IBGE, 2018).

Tem perfil de atendimento voltado para a Urgência e Emergência,

especializado em: traumatologia e internamento clínico adulto e pediátrico. Possui

internamento em unidade de terapia intensiva (UTI) com 10 leitos e retaguarda de

internamento clínico e cirúrgico de 55 leitos operacionais.

Conta ainda com os serviços diagnósticos e terapêuticos (SADT) como

radiologia, laboratório de análises clínicas e serviço interno de HD. Somente no ano

de 2017 registrou um total de 2383 internamentos, com média de 198 ao mês e média

de tempo de permanência de 8,2 dias (BRASIL, 2018).

O serviço de HD, tem funcionamento diário com dois técnicos e uma

Enfermeira no período diurno. Possui dois nefrologistas em regime de escala

alternada (dia sim, dia não). No setor da HD comporta até dois pacientes de baixo

risco em HD simultaneamente, contudo ainda faz atendimento com máquinas de HD

móveis, em unidades de alto risco como pronto socorro (sala de estabilização e

observação amarela) e na UTI.

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4.3. Amostra

A amostra foi constituída por prontuários de pacientes que realizaram HD

entre os anos de 2016 e 2017 no hospital. Todos os prontuários foram avaliados para

os critérios de inclusão e exclusão conforme pré-estabelecidos.

Inicialmente solicitou-se da empresa responsável pelo serviço de HD no

hospital, relatório contendo lista dos pacientes que realizaram o procedimento nos

anos de 2016 e 2017. Identificou-se no ano de 2016 100 pacientes e no ano de 2017

86 pacientes que foram atendidos pelo serviço de nefrologia. Então foi realizada busca

dos prontuários no serviço de arquivo médico SAME, dos quais foram separados para

análise.

4.4. Critérios de inclusão

Prontuários de pacientes que realizaram hemodiálise;

Os prontuários serem legíveis;

Conter as informações solicitadas no questionário.

4.5. Critérios de exclusão

Prontuários de sujeitos que realizaram diálise peritoneal;

Prontuários de sujeitos que possuíam insuficiência renal, porém não

realizaram hemodiálise.

4.6. Variáveis coletadas

Os prontuários possuem registros diários da equipe assistencial e descrevem

a real situação do paciente no momento da avaliação. As variáveis coletadas (Figura

2) foram: idade, sexo, local de residência, desfecho clínico (alta ou óbito), diagnóstico

nefrológico, tempo permanência, tempo transcorrido entre a ADM e a HD, quantidade

sessões de HD, sinais vitais tais como: pressão arterial (PA), pressão arterial média

(PAM), pressão de pulso (PP) e frequência cardíaca (FC) e dados laboratoriais: ureia

e creatinina sérica (Scr) no primeiro e último registro.

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Figura 2. Ficha de coleta de dados. Legenda: HD – Hemodiálise; PAD – Pressão arterial diastólica; PAS – Pressão arterial sistólica; FC – Frequência cardíaca; ADM – Admissão; DESF – Desfecho; SPO2 – Saturação de oxigênio sanguínea;

4.7. Fluxograma da coleta dos dados

A coleta dos dados foi realizada, utilizando-se de dois pesquisadores

capacitados para o preenchimento da ficha de coleta e para a tabulação dos dados

em excel. Os pesquisadores não tiveram contato entre os mesmos durante a coleta,

sendo a coleta realizada em horários opostos.

Primeiramente identificaram quais prontuários possuíam critérios de inclusão.

Dessa forma identificou a exclusão de 27 prontuários de 2016 e 24 de 2017. Iniciou-

se então a etapa de coleta das informações em ficha de coleta de dados.

Nesta etapa ainda foi observado que alguns prontuários possuíam critérios de

exclusão, sendo então excluídos da amostra um total de 9 pacientes em 2016 e 9 em

2017 (Figura 3).

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Total da amostra

129 prontuários

Após a coleta dos dados, cada pesquisador realizou a sua tabulação de

dados, utilizando-se do software Excel 2016, e posteriormente submetido a

conferência da tabulação por um terceiro pesquisador.

Após a conferência, as planilhas foram exportadas para o SPSS 24, da qual

foi submetido ao teste de Kappa onde avaliou se houve diferença nas informações

coletadas pelos diferentes pesquisadores. O teste de Kappa apresentou o resultado:

0,93, e valor de p=<0,004, onde demonstrou a semelhança dos dados coletados.

Sequencialmente as variáveis foram ajustadas e analisadas.

Figura 3. Fluxograma da obtenção do n amostral. Legenda: DP – Diálise peritoneal; TRS – Terapia renal substitutiva. Fonte: Dados da pesquisa.

4.8. Aspectos éticos

Os aspectos éticos foram respeitados, de acordo a Resolução n. 466/2012 do

Conselho Nacional de Saúde (CNS), que trata da regulamentação da ética em

pesquisa com seres humanos. Obtivemos autorização da instituição onde foi feita a

coleta, não sendo necessário usar os dados de identificação direta dos sujeitos. A

coleta de dados foi feita depois da análise e da aprovação do projeto pelo Conselho

de Ética em Pesquisa, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE)

número 80798617.1.0000.5546 e Parecer: 2.434.202.

4.9. Análise estatística

Os dados foram descritos por meio de média e desvio padrão quando contínua

e frequência absoluta e relativa percentual quando categórica. As associações entre

variáveis categóricas foram testadas por meio do teste Qui-Quadrado. As diferenças

Rel

ató

rio

de

pac

ien

tes

aten

did

os

Ano de 2016

100 pacientes

83

Possuiam critérios para inclusão

7 Realizaram DP

2 Não realizaram TRS

Excluidos da amostra

Amostra de 2016

76 prontuários

27

Não possuiam critérios de inclusão

Ano de 2017

86 pacientes

62

Possuiam critérios para inclusão

6 Realizaram DP

3 Não realizaram TRS

Excluidos da amostra

Amostra de 2017

53 prontuários

24

Não possuiam critérios de inclusão

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de medida de posição foram testadas por meio do teste de Mann-Whitney. Para avaliar

as análises de medidas repetidas foi utilizado a Análise de Variância com medida

repetida. Foram estimadas curvas de sobrevivência através do método de Kaplan-

Meier e as diferenças entre curvas de sobrevivência foram testadas pelo teste Log-

Rank e pelo teste de Log-Rank com correção de Dunn-Sidak para múltiplas

comparações. Foram estimadas razões de risco brutas dos que tiveram significância

inferior a 0,20 no teste Log-rank e razões de risco ajustadas para os que

conjuntamente foram significativos a 0,05 por meio da regressão de Cox. O nível de

significância adotado foi de 5% e o software utilizado foi o SPSS 24.

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5. RESULTADOS

Neste estudo foram avaliados 129 prontuários de pacientes submetidos a HD

nos anos de 2016 a 2017. A avaliação da associação entre as variáveis demográficas

e clínicas e o desfecho dos pacientes estão expressos na Tabela 02. Identificou-se

que (n= 88; 68,2%) tinham idade acima de 60 anos, destes (n= 54; 77,1%) foram a

óbito. O sexo mais prevalente foi o masculino com (n= 76; 58,9%), destes (n= 43;

61,4%) foram a óbito. Das cidades que compõem a microrregião de saúde, Lagarto

apresentou a maior taxa com (n= 66; 51,2%) dos casos e as cidades que não

compõem a microrregião representaram (n= 23; 17,9%) da amostra.

A maior parte dos pacientes apresentou tempo de permanência entre 8 e 30

dias com (n= 71; 55,0%) e maior desfecho de óbito com (n= 41; 58,6%) dos casos. O

tempo transcorrido entre a admissão e o início da HD obteve maior prevalência ≤ 3

dias com (n= 68; 52,7%), destes (n= 47; 79,7%) tiveram como desfecho a alta

hospitalar. O diagnóstico nefrológico mais observado foi IRC agudizada

correspondendo a (n= 53; 41,1%) casos. O maior número de altas foi o de IRC em

TRS ambulatorial com (n= 30; 50,8%), já o maior número de óbitos foi a IRA com 35.

Quanto ao número de sessões de HD a categoria com mais frequência foi ≤ 3 sessões

com (n= 48; 37,2%). Nesta obteve-se o maior número de óbitos com (n= 36; 51,4%),

por outro lado a alta foi mais observada na categoria com 3 a 9 sessões sendo (n=

27; 45,8%) dos casos.

O maior número de pacientes foi admitido no hospital apresentando

hipertensão (n= 71; 55,0%), e pressão de pulso alargada (n= 100; 77,5%) da amostra.

Enquanto que a FC se apresentaram normocardicos com (n= 83; 64,3%) dos casos.

Logo na admissão foram identificados que (n= 87; 68,0%) dos casos possuíam estágio

3 de IR. A última avaliação antes do desfecho apresentou maior número de

normotensos com (n= 68; 54,0%) dos casos. O último registro de PP manteve-se

alargada para (n= 95; 73,6%) indivíduos. Já o último registro de Scr demonstrou a

permanência dos níveis de estágio 3 de IR em (n= 57; 51,4%) casos.

Quanto o uso de drogas vasoativas durante o tratamento foi observado que

(n= 84; 65,1%) não fizeram uso. Dos pacientes que tiveram alta hospitalar, (n= 56;

94,9%) não fizeram uso de droga vasoativas. Dos que evoluíram a óbito, a maioria

dos casos (n= 42; 60,0%) fizeram uso de droga vasoativa. Já em relação a droga

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sedativa, o não uso foi mais prevalente, sendo detectado em (n= 94; 72,9%) casos.

Dos que tiveram alta, (n= 56; 94,9%) não fizeram uso de droga sedativa.

Semelhantemente, os que evoluíram a óbito (n= 38; 54,3%) também não fizeram o

uso de droga sedativa.

Tabela 2. Variáveis demográficas e clínicas associadas com o desfecho de pacientes que realizaram HD no período 2016 e 2017 no HUL.

Desfecho

Total N (%)

Alta N (%)

Óbito N (%) p-valor

Idade categorizada 18 a 59 anos 41 (31,8) 25 (42,4) 16 (22,9) 0,018 ≥ 60 anos 88 (68,2) 34 (57,6) 54 (77,1) Sexo Masculino 76 (58,9) 33 (55,9) 43 (61,4) 0,527 Feminino 53 (41,1) 26 (44,1) 27 (38,6) Cidade de moradia Lagarto 66 (51,2) 34 (57,6) 32 (45,7) 0,398 Poço Verde 4 (3,1) 0 (0) 4 (5,7) Riachão do Dantas 2 (1,6) 1 (1,7) 1 (1,4) Salgado 7 (5,4) 4 (6,8) 3 (4,3) Simão Dias 13 (10,1) 5 (8,5) 8 (11,4) Tobias Barreto 8 (6,2) 5 (8,5) 3 (4,3) Outras cidades Sergipe 23 (17,9) 8 (13,6) 15 (21,5) Outras cidades Bahia 6 (4,7) 2 (3,4) 4 (5,7) Tempo de permanência ≤ 7 Dias 24 (18,6) 12 (20,3) 12 (17,1) 0,680 8 a 30 Dias 71 (55) 30 (50,8) 41 (58,6) ≥ 31 Dias 34 (26,4) 17 (28,8) 17 (24,3) Tempo transcorrido entre a ADM e a HD ≤ 3 Dias 68 (52,7) 47 (79,7) 21 (30) <0,001 4 a 9 Dias 40 (31) 11 (18,6) 29 (41,4) ≥ 10 Dias 21 (16,3) 1 (1,7) 20 (28,6) Diagnóstico nefrológico IRA 38 (29,5) 3 (5,1) 35 (50) <0,001 IRC agudizada 53 (41,1) 26 (44,1) 27 (38,6) IRC em TRS ambulatorial 38 (29,5) 30 (50,8) 8 (11,4) Número de sessões de HD ≤ 3 sessões 48 (37,2) 12 (20,3) 36 (51,4) 0,001 3 a 9 sessões 42 (32,6) 27 (45,8) 15 (21,4) ≥ 10 sessões 39 (30,2) 20 (33,9) 19 (27,1) 1º Registro de Pressão arterial Hipotensão: PAS≤90 e PAD ≤60 4 (3,1) 1 (1,7) 3 (4,3) 0,063 Normotensão: PAS 91-139 e PAD 61-89 54 (41,9) 19 (32,2) 35 (50) Hipertenso: PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90 71 (55) 39 (66,1) 32 (45,7) 1º Registro de PP categorizada PP normal 40-50 mmHg 29 (22,5) 16 (27,1) 13 (18,6) 0,247 PP Alargada <40 ou >50 mmHg 100 (77,5) 43 (72,9) 57 (81,4) 1º Registro de FC categorizada Bradicardia <60 7 (5,4) 5 (8,5) 2 (2,9) 0,002 Normocardíaco: 61-99 83 (64,3) 45 (76,3) 38 (54,3) Taquicardíaco: >100 39 (30,2) 9 (15,3) 30 (42,9) 1º Registro de Scr Estágio 1 – 1,8 à 2,3mg/dL* 12 (9,4) 0 (0,0) 12 (17,1) <0,001 Estágio 2 – 2,4 à 3,9mg/dL* 29 (22,7) 7 (12,1) 22 (31,4) Estágio 3 - ≥ 4,0mg/dL* 87 (68,0) 51 (87,9) 36 (51,4) continua...

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continuação tabela 02

Desfecho

Total N (%)

Alta N (%)

Óbito N (%) p-valor

Último registro de Pressão Arterial Hipotensão: PAS≤90 e PAD ≤60 5 (4,0) 0 (0,0) 5 (7,5) <0,001 Normotensão: PAS 91-139 e PAD 61-89 68 (54,0) 22 (37,3) 46 (68,7) Hipertenso: PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90 53 (42,1) 37 (62,7) 16 (23,9) Último registro de FC Bradicardia <60 11 (8,9) 5 (8,6) 6 (9,1) <0,001 Normocardíaco: 61-99 78 (62,9) 51 (87,9) 27 (40,9) Taquicardíaco: >100 35 (28,2) 2 (3,4) 33 (50) Último Registro de PP PP normal 40-50 mmHg 34 (26,4) 19 (32,2) 15 (21,4) 0,166 PP Alargada <40 ou >50 mmHg 95 (73,6) 40 (67,8) 55 (78,6) Último Registro de Scr Estágio 1 – 1,8 à 2,3mg/dL* 25 (22,5) 4 (7,8) 21 (35,0) 0,001 Estágio 2 – 2,4 à 3,9mg/dL* 29 (16,1) 13 (25,5) 16 (26,7) Estágio 3 - ≥ 4,0mg/dL* 57 (51,4) 34 (66,7) 23 (38,3) Uso de droga vasoativa no tratamento Sim 45 (34,9) 3 (5,1) 42 (60) <0,001 Não 84 (65,1) 56 (94,9) 28 (40) Uso de droga sedativa no tratamento Sim 35 (27,1) 3 (5,1) 32 (45,7) <0,001 Não 94 (72,9) 56 (94,9) 38 (54,3)

Legenda: N – Frequência absoluta; % – Frequência relativa percentual; Teste Qui-Quadrado; ADM –

Admissão; PP – Pressão de pulso; FC – Frequência cardíaca; HD – Hemodiálise; IRA – Insuficiência

renal aguda; IRC – Insuficiência renal crônica; Scr – Creatinina sérica; TRS – Terapia renal substitutiva.

*Considerado valor basal médio de 1,2 mg/dL.

Na análise de variáveis de tempo em função dos desfechos dos pacientes

(tabela 3), a média das idades encontradas foi de 64,3 anos e uma mediana de 66

anos. Pacientes que tiveram alta apresentaram uma média de idade de 58,8 anos e

os que foram óbito uma média de 69 anos. O tempo médio de permanência hospitalar

foi de 26,8 dias, com uma mediana de 16, não havendo diferença significativa entre

alta e óbito.

O tempo transcorrido entre a admissão e o início da hemodiálise apresentou

uma média de 5,6 dias, com uma diferença significativa (p ≤0,001) entre o grupo alta

e óbito respectivamente de 2,3 e 8,4 dias. O número médio de sessões de HD foi de

9,6 sessões, com um número significativamente (p ≤0,004) maior de sessões para o

grupo alta 12,1 e menos sessões no grupo óbito com 7,5.

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Tabela 3. Análise de variáveis de tempo associadas com o desfecho de pacientes que realizaram HD, no período 2016 e 2017 no HUL.

Desfecho

Total Alta Óbito p-valor

Idade Média (DP) 64,3 (15,1) 58,8 (16,3) 69 (12,3) <0,001 Mediana (IIQ) 66 (56-75) 64 (47-71) 71 (61,5-79,25) Tempo de permanência Média (DP) 26,8 (28,2) 29 (29,7) 25 (26,9) 0,591 Mediana (IIQ) 16 (9-34) 16 (9-43) 15,5 (9-31) Tempo transcorrido entre a ADM e a HD Média (DP) 5,6 (7,3) 2,3 (2,3) 8,4 (8,7) <0,001 Mediana (IIQ) 3 (1-6,5) 2 (1-3) 5,5 (3-11) Número de sessões de HD Média (DP) 9,6 (11,6) 12,1 (13,2) 7,5 (9,6) 0,004 Mediana (IIQ) 5 (2,5-11,5) 6 (4-15) 3 (2-11)

Legenda: DP – Desvio Padrão; Teste de Mann-Whitney; IIQ – Intervalo Interquartil; ADM – Admissão;

HD – Hemodiálise.

Comparando as variáveis clínicas entre o primeiro e o último registro (tabela

4) observou-se uma redução da PAM de 100,1 (24,2) para 87,9 (23,5). Sendo

observada também para esta variável diferença significativa na análise intergrupo alta

e óbito no último registro com 97,4 (16,5) e 79,9 (25,5). A PP manteve-se alargada

entre os grupos, porém com aumento no último registro entre a alta e óbito com 78,9

(15,8) e 97,9 (23), respectivamente. A FC demonstrou aumento entre os grupos alta

e óbito no seu primeiro registro, sendo 81,5 (18,1) para alta e 95,7 (25) para óbito.

Contudo apresentou bradicardia para o grupo óbito no seu último registro com média

de 50,3 (23,7). Com exceção deste último, todos os demais resultados apresentaram

valores médios dentro da normalidade.

Tabela 4. Análise de variáveis clínicas no seu primeiro e último registro associadas com o desfecho de pacientes que realizaram HD, no período 2016 e 2017 no HUL.

Total

Média (DP) Alta

Média (DP) Óbito

Média (DP) Mann-Whitney

p-valor ANOVA p-valor

PAM 1º Registro 100,1 (24,2) 104 (23,3) 96,9 (24,6) 0,045 0,045 Último registro 87,9 (23,5) 97,4 (16,5) 79,9 (25,5) <0,001 PP 1º Registro 62,3 (24,2) 65,3 (23,8) 59,7 (24,4) 0,210 0,365 Último registro 89 (22,1) 78,9 (15,8) 97,9 (23) <0,001 FC 1º Registro 89,2 (23,1) 81,5 (18,1) 95,7 (25) <0,001 0,256 Último registro 54,9 (22,9) 60,4 (20,8) 50,3 (23,7) 0,013 Glicemia 1º Registro 167,3 (100,3) 153,9 (77,2) 179,8 (117,1) 0,564 0,295 Último registro 153,1 (84) 132,6 (47,8) 171,4 (103,5) 0,074 Ureia 1º Registro 170,1 (93,8) 162,2 (83,2) 176,6 (101,9) 0,246 0,029 Último registro 155,3 (81,7) 130,0 (79,7) 176,8 (77,8) <0,001 continua...

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continuação tabela 4

Total

Média (DP) Alta

Média (DP) Óbito

Média (DP) Mann-Whitney

p-valor ANOVA p-valor

Creatinina sérica 1º Registro 6,1 (4,3) 7,4 (4,2) 5,0 (4,1) <0,001 0,056 Último registro 5,1 (3,4) 5,9 (3,3) 4,4 (3,4) 0,001

Legenda: DP – Desvio Padrão; Teste de Mann-Whitney; ANOVA – Análise de Variância com Medida

repetida; PAM – Pressão arterial média; PP – Pressão de pulso; FC – Frequência cardíaca.

Quanto aos registros de ureia, embora as médias mantiveram-se acima dos

valores normais (10-50 mg/dL), foi observada uma redução tanto na média total de

170,7 (93,8) para 155,3 (81,7), quanto nos pacientes que tiveram alta 162,2 (83,2)

para 130,0 (79,7) quando comparado o primeiro e o último registro sem alteração para

o desfecho óbito. O primeiro e o último registro de creatinina sérica tiveram diferenças

entre os seus grupos alta e óbito, sendo, no primeiro registro respectivamente 7,4 (4,2)

e 5,0 (4,1) (p<0,001) e no seu último registro 5,9 (3,3) e 4,4 (3,4) (p=0,001).

O tempo médio de sobrevivência de pacientes que realizaram HD (tabela 5),

apresentou nas variáveis idade entre 18 e 59 anos e o sexo masculino apresentaram

tempo médio de sobrevida maiores com 55,1 (41,2-69,1) e 50,2 (37,9-62,5) dias

respectivamente, porém não foram significativos entre seus grupos. Quem iniciou o

tratamento em até 3 dias após admissão apresentou um tempo de sobrevida maior

com 69,7 (53,1-86,3) dias. Entretanto, que os que iniciaram mais tardiamente entre 4

a 9 dias, tiveram menor tempo de sobrevida com 30,2 (19,3-41) dias.

A maior taxa de sobrevida na variável diagnóstico nefrológico, foram os

pacientes com IRC agudizada, que tiveram 61,9 (46,5-77,4) dias de média, enquanto

os diagnosticados com IRA apresentaram média de 24,7 (14,4-34,9) dias (p<0,001).

O maior tempo médio de sobrevida foi dos que realizaram 10 ou mais sessões, com

tempo de 81,3 (66,2-96,4) dias e o menor 15,2 (10,4-20) dias (p<0,001) para aqueles

que fizeram até 3 sessões.

Pacientes hipertensos no primeiro registro após a admissão apresentaram

tempo de sobrevida maior com 62 (47,2-76,9) dias. Já pacientes que apresentaram

hipotensão tiveram menor tempo de sobrevida com 22,3 (15,3-29,2) dias (p<0,037).

O registro de PP não apresentou significância em relação categoria normal e

o alargado. Enquanto que o primeiro registro de creatinina sérica demonstrou que

pacientes com estágio 3 de IR apresentaram maior TM com 61,4 (48,7-75,1) dias. Já

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os pacientes com estágio 1 apresentaram TM menor com 23 (12,4-33,6) dias. No

último registro de pressão arterial apontou dados semelhantes ao primeiro registro,

sendo maior o tempo de sobrevida em hipertensos e menor em hipotensos 81,6 (63-

100,2) e 21,8 (0,3-43,3) dias, respectivamente.

A variável de PP no seu último registro não apresentou diferença significativa

entre as suas categorias normal e alargada. A creatinina sérica também não

apresentou diferença significativa do seu último registro em relação aos seus grupos.

Os pacientes que utilizaram droga vasoativa durante o tratamento demonstraram um

tempo de sobrevida menor com 29,7 (21-37,2) dias, contra os 73 (57,9-88) dias

(p<0,001) daqueles que não utilizaram. Dados semelhantes foram encontrados em

que fez uso de droga sedativa com 26,8 (16,7-36,8) dias de sobrevida, contra 62,4

(49-75,7) dias (p<0,001) daqueles que não fizeram uso.

Tabela 5. Tempo médio de sobrevivência de pacientes que realizaram HD, no período 2016 e 2017 no HUL.

TM (IC95%) p-valor

Total 48,9 (39,1-58,8) Idade categorizada 18 a 59 anos 55,1 (41,2-69,1) 0,094 ≥ 60 anos 44,2 (33-55,4) Sexo Masculino 50,2 (37,9-62,5) 0,921 Feminino 45,1 (29,6-60,5) Tempo transcorrido entre a ADM e a HD ≤ 3 Dias 69,7 (53,1-86,3)a 0,001 4 a 9 Dias 30,2 (19,3-41)b ≥ 10 Dias 43,9 (28,4-59,4)a,b Diagnóstico nefrológico IRA 24,7 (14,4-34,9)a <0,001 IRC AGUDIZADA 61,9 (46,5-77,4)b IRC EM TRS 52,3 (40,1-64,5)b Número de sessões de HD ≤ 3 sessões 15,2 (10,4-20)a <0,001 3 a 9 sessões 42,7 (28,6-56,7)b ≥ 10 sessões 81,3 (66,2-96,4)c Pressão arterial no 1º Registro Hipotensão: PAS≤90 e PAD ≤60 22,3 (15,3-29,2)a,b 0,037 Normotensão: PAS 91-139 e PAD 61-89 34,8 (23,8-45,8)a Hipertenso: PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90 62 (47,2-76,9)b 1º Registro de PAM Hipotensão: ≤70 22,8 (11,6-34,1)a 0,014 Normotenso: 71-106 43,2 (30-56,4)a Hipertenso: ≥ 107 64,7 (47,5-81,8)a 1º Registro de PP PP normal 40-50 mmHg 29,3 (20,4-38,2) 0,708 PP Alargada <40 ou >50 mmHg 50 (39,2-60,8) continua...

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continuação da tabela 5.

TM (IC95%) p-valor

1º Registro de Scr Estágio 1 – 1,8 à 2,3mg/dL* 23,0 (12,4-33,6)a 0,002

Estágio 2 – 2,4 à 3,9mg/dL* 35,1 (18,6-51,6)a Estágio 3 - ≥ 4,0mg/dL* 61,4 (48,7-75,1)b Último registro de Pressão Arterial Hipotensão: PAS≤90 e PAD ≤60 21,8 (0,3-43,3)a <0,001 Normotensão: PAS 91-139 e PAD 61-89 37,3 (27,1-47,4)a Hipertenso: PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90 81,6 (63,0-100,2)b Último registro de PAM Hipotensão: ≤70 22,2 (13,7-30,6)a 0,003 Normotenso: 71-106 53,7 (41,3-66,2)a,b Hipertenso: ≥ 107 54,1 (33,4-74,7)b Último registro de PP PP normal 40-50 mmHg 51,5 (30,9-72,2) 0,580 PP Alargada <40 ou >50 mmHg 47,4 (36,5-58,3) Último Registro de Scr Estágio 1 – 1,8 à 2,3mg/dL* 46,5 (29,3-63,8) 0,833 Estágio 2 – 2,4 à 3,9mg/dL* 42,9 (26,5-59,2) Estágio 3 - ≥ 4,0mg/dL* 58,5 (41,4-75,5) Uso de droga vasoativa no tratamento Sim 29,1 (21-37,2) <0,001 Não 73 (57,9-88) Uso de droga sedativa no tratamento Sim 26,8 (16,7-36,8) <0,001 Não 62,4 (49-75,7)

Legenda: TM – Tempo Médio de Sobrevivência; IC95% – Intervalo com 95% de Confiança; Teste Log-

Rank; a,b,c Subgrupos distintos ao nível de 5% para o teste de Log-Rank com Correção de Dunn-Sidak;

ADM – Admissão; PP – Pressão de pulso; FC – Frequência cardíaca; HD – Hemodiálise; IRA –

Insuficiência renal aguda; IRC – Insuficiência renal crônica; Scr – Creatinina sérica; TRS – Terapia renal

substitutiva. *Considerado valor basal médio de 1,2 mg/dL.

A figura 4 demonstra a estimativa de sobrevivência global em função do tempo

de permanência no hospital, sendo possível verificar uma queda na taxa de

sobrevivência mais aparente nos primeiros 22 dias, chegando a mais de 50% de óbitos

e a meados de 63% de óbitos em até 35 dias.

A figura 5 demonstra a sobrevivência acumulativa quando estratificado o

tempo transcorrido entre a ADM e a HD. Os pacientes que iniciaram o tratamento

hemodialítico em até 3 dias após a sua admissão tiveram maior tempo de

sobrevivência, com maior número de altas nos primeiros 20 dias e apresentaram

menor número de óbitos cerca de 25% nos primeiros 20 dias. Os pacientes que

tiveram o início do tratamento entre 4 a 9 dias apresentaram mortalidade precoce,

com mais de 70% de óbitos nos primeiros 25 dias.

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Figura 4. Estimativa de sobrevivência global através da curva de Kaplan-Meier.

Legenda: censurado = alta.

Figura 5. Estimativa de sobrevivência pelo tempo transcorrido entre a admissão e o início da HD utilizando a curva de Kaplan-Meier.

Legenda: censurado = alta.

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O tempo de sobrevivência pelo número de sessões de HD (figura 6) foi menor

em pacientes que fizeram até 3 sessões de hemodiálise cerca de 90% foi a óbito nos

primeiros 20 dias. Os que fizeram mais de 10 sessões demonstraram maior tempo de

sobrevivência chegando a mais de 120 dias.

Figura 6. Estimativa de sobrevivência pelo número de sessões de HD utilizando a curva de Kaplan-Meier.

Legenda: censurado = alta.

Analisando o diagnóstico nefrológico (figura 7) os pacientes que apresentaram

o diagnóstico de IRA, tiveram o menor tempo de sobrevivência com uma mortalidade

acelerada nos primeiros 20 dias cerca de 80%, após esse período acentua-se

chegando a um tempo de sobrevivência acima de 120 dias. Enquanto que os

pacientes diagnosticados com IRC agudizado, apresentaram uma taxa de

sobrevivência maior chegando a mais de 50% dos óbitos após 50 dias de

sobrevivência.

A estimativa de sobrevivência pela classificação da PA demonstrou que em

seu primeiro registro os normotensos e hipertensos cerca de 30% pacientes

apresentaram sobrevida por volta de 20 dias. Após esse período os normotensos

apresentam um declínio maior em relação aos hipertensos chegando a 70% de óbitos

nos primeiros 40 dias. Os pacientes que deram entrada com hipotensão não

completaram 30 dias de sobrevida (figura 8).

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Figura 7. Estimativa de sobrevivência pelo diagnóstico nefrológico utilizando a curva de Kaplan-Meier.

Legenda: censurado = alta.

Figura 8. Estimativa de sobrevivência pela classificação da PA utilizando a curva de Kaplan-Meier.

Legenda: censurado = alta.

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Observando o uso ou não de drogas sedativas (figura 9) durante o tratamento,

verificou-se uma alta taxa de mortalidade com mais de 80% dos pacientes em uso de

sedativos evoluindo para o óbito nos primeiros 40 dias. Os que não fizeram uso obteve

maior taxa de mortalidade nos primeiros 25 dias em torno de 40%.

Utilizando-se da regressão de Cox, observa-se que o tempo transcorrido entre

a admissão e a hemodiálise de 4 a 9 dias, possui uma razão de risco ajustado (RRa)

de 5,96 (2,35-15,16) indicando mais risco dos pacientes evoluírem a óbito em

qualquer momento do tratamento. Seguidos de ≥ 10 Dias que apresentou uma RRa

de 3,64 (1,85-7,16) mais risco de ocorrer o mesmo desfecho. A IRA apresentou um

RRa de 4,27 (1,69-7,16) vezes a possibilidade de óbito em qualquer momento.

Os que fizeram até 3 sessões de HD apresentaram um RRa de 34,19 (12,63-

92,56) enquanto aqueles que fizeram entre 3 e 9 sessões tiveram a RRa reduzida

para 7,62 (3,02-19,19). Os pacientes com estágio 1 e estágio 2 de IR, apresentaram

risco 2,10 (0,87-5,08) e 2,3 (1,26-4,21) vezes maior de evoluírem para óbito a qualquer

momento. Os que fizeram uso de droga sedativa e droga vasoativa tiveram RRa com

valores de 2,56 (1,59-4,13) e 2,63 (1,61-4,30) respectivamente (tabela 5).

Figura 9. Estimativa de sobrevivência sobre o uso ou não de drogas sedativas durante o tratamento utilizando a curva de Kaplan-Meier.

Legenda: censurado = alta.

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Tabela 6. Razão de risco de pacientes que realizaram HD, no período 2016 e 2017 no HUL.

RR (IC95%) p-valor RRa (IC95%) p-valor

Idade categorizada 18 a 59 anos 1 0,102 ≥ 60 anos 1,60 (0,91-2,80) Tempo transcorrido entre a ADM e a HD ≤ 3 Dias 1 1 4 a 9 Dias 2,77 (1,57-4,90) <0,001 5,96 (2,35-15,16) <0,001 ≥ 10 Dias 1,70 (0,90-3,19) 0,100 3,64 (1,85-7,16) <0,001 Diagnóstico nefrológico IRA 3,81 (1,75-8,27) 0,001 4,27 (1,69-10,78) 0,002 IRC agudizada 1,29 (0,58-2,88) 0,530 1,29 (0,54-3,12) 0,566 IRC em TRS 1 Número de sessões de HD ≤ 3 sessões 10,7 (5,54-20,5) <0,001 34,19 (12,63-92,56) <0,001 3 a 9 sessões 3,40 (1,58-7,32) 0,002 7,62 (3,02-19,19) <0,001 ≥ 10 sessões 1 1º Registro de Pressão arterial Normotensão: PAS 91-139 e PAD 61-89 1 Hipotensão: PAS≤90 e PAD ≤60 1,11 (0,34-3,64) 0,863 Hipertenso: PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90 0,54 (0,33-0,89) 0,015 0,28 (0,08-0,96) 0,043 1º Registro de Scr Estágio 1 – 1,8 à 2,3mg/dL* 2,65 (1,37-5,15) 0,004 2,10 (0,87-5,08) <0,001 Estágio 2 – 2,4 à 3,9mg/dL* 2,07 (1,21-3,55) 0,008 2,30 (1,26-4,21) <0,001 Estágio 3 - ≥ 4,0mg/dL* 1 1 Último registro de Pressão Arterial Hipotensão: PAS≤90 e PAD ≤60 4,97 (1,78-13,85) 0,002 Normotensão: PAS 91-139 e PAD 61-89 2,80 (1,54-5,10) 0,001 Hipertenso: PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90 1 Uso de droga vasoativa no tratamento Sim 2,63 (1,61-4,30) <0,001 Não 1 Uso de droga sedativa no tratamento Sim 2,56 (1,59-4,13) 0,001 Não 1

Legenda: RR – Razão de Risco; RRa – Razão de Risco Ajustada; IC95% – Intervalo com 95% de

Confiança; Regressão de Cox; ADM – Admissão; PP – Pressão de pulso; FC – Frequência cardíaca;

HD – Hemodiálise; IRA – Insuficiência renal aguda; IRC – Insuficiência renal crônica; TRS – Terapia

renal substitutiva. *Considerado valor basal médio de 1,2 mg/dL.

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6. DISCUSSÃO

Em sua maioria a HD ocorre em pacientes na faixa etária acima dos 60 anos

(SARNAK, 2003). O estágio terminal da IR tende a ser mais prevalente nesta faixa

etária, por estar associada a comorbidades crônicas como a DM e a HAS, patologias

estas, que comprometem o organismo de forma continua e apresenta seu ápice

principalmente nessa faixa etária (TONG et al., 2016). No estudo encontramos um

total de 88 (68,2%) pacientes com idade ≥ 60 anos. A mediana estimada de 66 (56-

75) anos, demonstra semelhança com estudos anteriores, nos quais foram

encontradas mediana entre a faixa dos 50 a 70 anos e uma média de 66 anos

(MANJUNATH et al., 2003; REZEQ et al., 2018).

O sexo prevalente no estudo foi o masculino com 76 (58,9%) dos casos.

Estudo como o de KADDOURAH et al., (2017) apresentou dados semelhantes onde

foi encontrado 55% dos pacientes do mesmo sexo. Os homens e IR estão inseridos

no processo saúde/doença em todos os seus aspectos. O fato do homem procurar o

serviço de saúde de forma tardia, pode estar associado ao estágio de evolução da

doença e o maior índice de homens nos serviços de hemodiálise (AYRES, 2002).

Fator este que pode ser confirmado através do número de pacientes que

foram a óbito, 43 (61,4%) eram do sexo masculino, significativamente maior que os

do sexo feminino. O Estudo de Resultados de Diálise e Padrões de Prática (DOPPS)

realizado em 2009 após análise de 206.374 pacientes em HD em diferentes países,

identificou um total 121.556 (59%) pacientes do sexo masculino, o que fortalece o

nosso resultado (HECKING et al., 2014).

A variável cidade de moradia, apresentou Lagarto como maior índice sendo

66 (51,2%) do total de pacientes que realizaram hemodiálise. Tais dados confirmam

o perfil do HUL, uma vez que esta unidade se encontra instalada em uma região de

saúde com sede na mesma cidade e por este ser o único hospital de pronto

atendimento do município atende quase toda a demanda da cidade. Além disso,

demonstra também que o HUL é referência no serviço de HD hospitalar atendendo

além de sua microrregião, outras cidades do Estado como demonstra o atendimento

de 23 (17,9%) destes pacientes.

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Atende também a região fronteiriça do estado, principalmente a Bahia com 6

4,7% dos casos. Naturalmente por mais que se tenham definidos as regiões de saúde

através do Ministério da Saúde (MS), o fato de o Sistema Único de Saúde (SUS) ser

universal, garante o acesso aos usuários em qualquer prestador de serviço, incluindo

neste caso o HUL. Somente no ano de 2016 e 2017, o HUL registrou um total de 5.823

internamentos, estes dados demonstram a importância do hospital para a microrregião

de saúde (DATASUS, 2018).

O MS preconiza um tempo de permanência hospitalar máximo de até 7 dias.

Para hospitais de porte II como é o caso do HUL, a meta estabelecida é de 3 a 4 dias

de internamento (BRASIL, [s.d.]). Ao observarmos os dados obtidos, a permanência

dos pacientes em HD no HUL é considerada alta, perdurando em sua maioria entre 8

e 30 dias 71 (55%) dos casos. Em estudo anterior, a média de internamento

encontrada foi de 6,3 dias para pacientes em HD (KSHIRSAGAR et al., 1999). Em

outro estudo realizado com pacientes de planos de saúde, a média de internamento

encontrada foi de 7,5 dias de internamento (BERSAN et al., 2013).

Pacientes em HD hospitalar apresentam uma taxa de sobrevivência reduzida

em torno de 50% de óbitos nos seus primeiros 22 dias de internamento, demonstrando

um risco de mortalidade elevado neste período. O tempo elevado de permanência,

acarreta em problema aos serviços de saúde, visto que, diminui a rotatividade de leitos

e aumenta o custo do tratamento para o SUS (LMD, 2007; PIUVEZAM et al., 2015).

Um estudo realizado no Canadá demonstrou que o custo com HD por paciente ano

com uma média de internamento de 5 dias é de $ 9,942 (nove mil novecentos e 42 mil

dólares), custo que proporcionalmente aumentaria com o crescimento médio do tempo

de internamento (KIM et al., 2016; LIN et al., 2013).

O tempo elevado de permanência dos pacientes em HD, não corrobora com

o número de sessões. Foi observado que a maior parte dos pacientes fizeram até 3

sessões de HD evoluíram a óbito, com 36 (51,4%) dos casos. Esperava-se encontrar

o contrário, um número maior de altas com um menor número de sessões. O início da

HD é considerado o momento mais complicado para a manutenção da sobrevida do

paciente (CHAN et al., 2011). Neste momento a instabilidade hemodinâmica é elevada

e o tratamento hemodialítico tende a reduzir os níveis séricos de produtos metabólicos

e líquidos em um curto período de tempo, o que aumenta a possibilidade de

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descompensação por hipotensão (HASAN et al., 2013). Lidar com esses fatores é

preponderante para a manutenção da sobrevida do paciente. Estes dados podem ser

confirmados no TM da amostra, onde os que fizeram até 3 sessões apresentaram um

tempo de 15,2 (10,4-20) dias, enquanto os que fizeram mais de 10 sessões um TM

de 81,3 (66,2-96,4) dias.

Um dos fatores preponderantes para o sucesso do tratamento é o seu início

precoce. Pacientes que tiveram o início da HD em até 3 dias após a admissão,

representaram 68 (52,7%) da amostra, e tiveram uma TM de 69,7 (53,1-86,3) dias. O

fato de ser identificado o problema logo no início da injuria, auxilia no processo de

melhora do quadro clínico do paciente (ROSANSKY et al., 2013). Protocolos para

manejo de pacientes renais, sugerem a solicitação de exames laboratoriais,

principalmente de creatinina sérica em caso de suspeita de injuria renal, como meio

de embasamento no diagnóstico precoce. Essas solicitações nem sempre são

realizadas, o que acarreta na demora de estadiamento do problema e início do

tratamento (KELLUM ET AL., 2012).

O início tardio do tratamento demonstrou uma razão de risco ajustada de 5,96

(2,35-15,16) para pacientes que iniciaram o tratamento entre 4 a 9 dias. Embora não

tinha sido encontrado estudos que abordasse essa variável, este dado expressa o

risco ao se postergar o tratamento. O aumento da descompensação caminha sobre

uma linha continua e progressivamente positiva, onde o início tardio do tratamento

piorou o prognóstico do paciente.

Tratando-se de uma unidade hospitalar esperávamos encontrar um maior

número de pacientes com IRA. Contudo não se trata desta a realidade, apenas 38

(29,5%) eram pacientes com IRA, para os quais observou-se a maior taxa de

mortalidade dos pacientes em HD acometendo 35 (50%) do total de óbitos. Um estudo

de coorte com 6.119 pacientes em HD demonstrou uma taxa de mortalidade para IRA

em 64% dos pacientes hospitalizados (WILSON; YANG; FELDMAN, 2013).

Mesmo não sendo a grande maioria dos pesquisados, a IRA apresenta a

maior taxa de risco de sobrevivência ajustada, com 4,27 (1,69-10,78) vezes de ocorrer

óbito a qualquer momento em relação a IRC agudizada e IRC em TRS. Em outro

estudo, o risco relativo ajustado para mortalidade hospitalar naqueles com IRA foi de

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5,2 com um intervalo de confiança de 95% [IC 95%], 4,1 a 6,6 em relação a pacientes

hemodialitico com IRC (ZENG et al., 2014). Os dados observados demonstram altos

índices de mortalidade desses pacientes porem condizentes com a literatura.

A lesão renal aguda (LRA) em pacientes hospitalizados tem se tornado cada

vez mais comum com prevalências relatadas de 3% a 20% (FANG et al., 2010). Este

agravo ocorre em frequência ainda maior dentro da população de unidade de terapia

intensiva (UTI), 22% a 67% (SAWHNEY et al., 2015). Além disso, pacientes com LRA

grave que necessitam de terapia renal substitutiva (TRS) apresentam a maior taxa de

mortalidade intra-hospitalar, variando de 45% a 70% (COCA et al., 2009).

A maioria dos pacientes em HD eram pacientes com IRC, levando em

consideração que na amostra de pacientes com IRC já possuíam usuários de TRS

ambulatorial. Dividimos esse grupo em 2, ficando IRC agudizada e IRC em TRS

ambulatorial, apresentando 53 (41,1%) e 38 (29,5%), respectivamente. A IRC

agudizada são pacientes que possuem IRC, contudo ainda não em estágio terminal e

encontra-se em tratamento conservador que apresentaram necessidade de

internamento por motivos ligados ou não a IR (OLIVEIRA et al., 2014). Tais dados não

destoam do que encontramos na literatura, uma vez que muitos pacientes dos quais

já possuem IR, tendem a retornar as unidades hospitalares para monitoramento e

melhoramento do quadro até o retorno as clínicas de hemodiálise (PLANTINGA et al.,

2017).

No critério estadiamento da IR, o estudo buscou dados que pudessem

possibilitar a determinação da TFGe, dessa forma possibilitando definir os estágios de

IR em que o paciente se encontrava. Contudo nos prontuários não foram encontrados

dados de etnia, o que impossibilita o cálculo através do MDRD. Dessa forma

resolvemos estratificar todos os pacientes com o nível basal de 1,2 mg/dL de Scr e

usamos a literatura do KDIGO para estadiamento da IRA, com o intuito de demonstrar

o nível de gravidade desses pacientes.

O estadiamento dos pacientes, demonstrou dados diferentes do esperado,

utilizando-se da variável primeiro registro de Scr, observou-se que a TM foi maior de

pacientes com estágio 3 de IR 61,4 (48,7-75,1) dias do que em pacientes com estágio

1 23,0 (12,4-33,6) dias e estágio 2 (35,1 (18,6-51,6) dias, visto que não possuem

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indicação imediata de tratamento HD. O risco de óbito para estes pacientes também

demonstrou dados diferentes do esperado, onde o estágio 1 e 2 possuem uma razão

de risco de 2,10 (0,87-5,08) e 2,3 (1,26-4,21) respectivamente. Um estudo recente

demonstrou que o início da HD no estágio inicial de IR não melhorou a sobrevida em

pacientes sem indicações tradicionais (LIM et al., 2015). Já um estudo de coorte

demonstrou-se um risco relativo para estágio 1 de 1,73 e para o estágio 2 de 1,88,

valores esses próximos do apresentado no estudo que pode justificar o maior risco

para pacientes em estágios 1 e 2 de IR (LIBÓRIO et al., 2015).

Uso de droga vasoativa e sedativa durante o tratamento do paciente

demonstra o nível de gravidade destes pacientes, em sua maioria internados sob

ventilação mecânica na UTI ou na sala de estabilização do pronto socorro

(WEINGART et al., 2013). Os números de pacientes que fizeram uso de droga

vasoativa foi menor com 45 (34,9%) dos casos em relação aos que não fizeram. Uso

de drogas sedativas representou um número menor para os que fizeram uso com 35

(27,1%) dos casos. O TM desses pacientes foi de 29,1 (21-37,2) dias para os que

utilizaram drogas vasoativas e de 26,8 (16-36,8) dias para os que utilizaram drogas

sedativas.

Esses pacientes representam uma maior possibilidade de óbito em qualquer

momento 2,63 e 2,56 vezes respectivamente. Nessas situações deve ser observado

o grau de comprometimento hemodinâmico do paciente. Infecções generalizadas

(SEPSE) são fatores comuns em pacientes internados nestas unidades, cerca de

68,4% destes pacientes desenvolvem IRA (ZENG et al., 2014). Nestes casos pode

aumentar em até 2,86 vezes as chances de óbito (LAI et al., 2013).

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7. CONCLUSÃO

A análise dos fatores prognósticos que estavam associados à sobrevida dos

pacientes em HD, encontradas neste estudo, permitiu uma melhor compreensão do

perfil demográfico e clínico destes pacientes, principalmente levando em conta o seu

desfecho. Assim:

Identificou-se que o maior número de pacientes atendidos era do sexo

masculino, possuíam idade acima ou igual a 60 anos e residiam na

cidade sede da microrregião de saúde: Lagarto.

O tempo médio de sobrevivência foi maior em pacientes que iniciaram

precocemente a HD em até três dias após a ADM, com uma média de

69,7 (53,1-86,3) dias.

Pacientes que fizeram apenas três sessões de HD, tiveram tempo de

sobrevida menor com 90% dos pacientes evoluindo a óbito nos

primeiros 20 dias.

Demonstrou que o início postergado do tratamento hemodialítico

aumenta o risco de óbito em 5,96 mais vezes ocorrendo principalmente

em pacientes que iniciaram o tratamento após quatro dias de admitido.

O maior número de óbitos ocorreu em pacientes com IRA,

demonstrando inclusive, que esses pacientes possuem 4,27 (1,69-

10,78) mais vezes possibilidade de evoluírem a óbito em qualquer

momento do tratamento.

A HD em pacientes com estágio 1 e 2 de IR apresentou maior

possibilidade de óbito.

Já pacientes que estavam hipertensos no seu primeiro registro após a

admissão, apresentaram maior taxa de sobrevivência alcançando mais

de 50% dos óbitos após 40 dias.

Pacientes que fizeram uso de droga sedativa apresentaram tempo

médio de sobrevivência menor, com mais de 70% evoluindo a óbito nos

primeiros 22 dias.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa demonstrou dados importantes sobre o prognóstico e o tempo de

sobrevida dos pacientes em tratamento hemodialítico no Hospital Universitário, o

destaque fica para o diagnóstico precoce de insuficiência renal e encaminhamento ao

serviço de HD como fator determinante tanto no tempo de médio de sobrevida quanto

no risco de ir à óbito.

Os dados encontrados demonstram a necessidade de uma melhor avaliação

desses pacientes e de um início imediato do tratamento. Nem sempre é protocolo a

solicitação do exame laboratorial de creatinina sérica para avaliação dos valores

basais. Em sua maioria solicitado apenas quando se identifica a suspeita de injuria

renal. Sendo assim a possibilidade de inclusão deste exame para todos os pacientes

admitidos no hospital, pode ser um fator preponderante no início imediato do

tratamento.

O número de pacientes internados por insuficiência renal tem aumentado de

forma contínua de modo que o tempo de resposta ao tratamento pode ser um fator

chave no desencadeamento do desfecho de óbitos hospitalares. Dessa forma, garantir

o diagnóstico prévio e o início imediato do tratamento, possibilita o aumento dos

índices de alta, aumento da rotatividade de leitos, diminuição dos custos por paciente

e melhora no prognóstico destes pacientes.

Com isso, garantiremos a devolução para unidade de saúde das informações

aqui observadas, com o intuito de ajudar na melhoria do atendimento ao paciente e

subsidiar na criação ou alteração dos protocolos assistenciais implementados

atualmente.

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ANEXO 1

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ANEXO 2

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