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Jejum, uma prática a ser resgatada O jejum é uma prática milenar, porém em desuso na igreja cristã contemporânea. Está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os profetas, os apóstolos, Jesus e muitos homens de Deus, ao longo da história, experimentaram os benefícios espirituais do jejum. Os santos de Deus em todos os tempos não somente creram no jejum, como também o praticaram. Hoje, porém, são poucos os crentes que jejuam com regularidade e ainda há muitas dúvidas acerca da sua necessidade e de seu funcionamento. Destacaremos três pontos para nosso ensino: Em primeiro lugar, o significado do jejum. O que é jejum? É a abstenção de alimento por um período definido para um propósito definido. O jejum não é apenas abstinência de alimento. Jejum é fome de Deus, saudade do céu. Nós comemos e bebemos para a glória de Deus e também jejuamos para a glória de Deus (1Co 10.31). Se comemos para a glória de Deus e jejuamos para a glória de Deus, qual é a diferença entre comer e jejuar? John Piper diz que, quando jejuamos nos alimentamos do pão da terra, símbolo do Pão do céu; mas quando jejuamos, não nos alimentamos do símbolo, mas da própria essência, ou seja, nos alimentamos do próprio Pão do céu. Jejuar é amar a realidade acima do emblema. O alimento é bom, mas Deus é melhor. A comunhão com Deus deve ser a nossa mais urgente e apetitosa refeição. Nós glorificamos a Deus quando o preferimos acima dos seus dons. Em segundo lugar, os obstáculos para a prática do jejum. Há muitos obstáculos que nos afastam do caminho do jejum. O maior obstáculo para o jejum, porém, não são as coisas más, mas as coisas boas. Nem sempre nos afastamos de Deus por coisas pecaminosas em si mesmas. Os mais mortíferos apetites não são pelos venenos do mal, mas pelos prazeres da terra, os deleites da vida (Lc 8.14; Mc 4.19). “Os prazeres desta vida” e “os desejos por outras coisas” não são um mal em si mesmos. Não são vícios; são dons de Deus. No entanto, esses dons podem tornar- se substitutos mortíferos do próprio Deus em nossa vida. Jesus disse que antes de sua volta as pessoas estarão vivendo desatentas como a geração que pereceu no dilúvio. E o que elas estavam fazendo? Comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento (Mt 24.37-39). Que mal há em comer e beber, casar e dar-se em casamento? Nenhum! Mas, quando nos deleitamos nas coisas boas e substituímos Deus pelas dádivas de Deus estamos em grande perigo. O jejum não é fome de coisas boas; o jejum é fome de Deus. O jejum não é fome das coisas que Deus dá; o jejum é fome do Deus doador. Nossa geração corre sôfrega atrás das bênçãos de Deus em vez de buscar o Deus das bênçãos. Deus é melhor do

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Jejum, uma prtica a ser resgatadaO jejum uma prtica milenar, porm em desuso na igreja crist contempornea. Est presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os profetas, os apstolos, Jesus e muitos homens de Deus, ao longo da histria, experimentaram os benefcios espirituais do jejum. Os santos de Deus em todos os tempos no somente creram no jejum, como tambm o praticaram. Hoje, porm, so poucos os crentes que jejuam com regularidade e ainda h muitas dvidas acerca da sua necessidade e de seu funcionamento. Destacaremos trs pontos para nosso ensino:Em primeiro lugar,o significado do jejum.O que jejum? a absteno de alimento por um perodo definido para um propsito definido. O jejum no apenas abstinncia de alimento. Jejum fome de Deus, saudade do cu. Ns comemos e bebemos para a glria de Deus e tambm jejuamos para a glria de Deus (1Co 10.31). Se comemos para a glria de Deus e jejuamos para a glria de Deus, qual a diferena entre comer e jejuar? John Piper diz que, quando jejuamos nos alimentamos do po da terra, smbolo do Po do cu; mas quando jejuamos, no nos alimentamos do smbolo, mas da prpria essncia, ou seja, nos alimentamos do prprio Po do cu. Jejuar amar a realidade acima do emblema. O alimento bom, mas Deus melhor. A comunho com Deus deve ser a nossa mais urgente e apetitosa refeio. Ns glorificamos a Deus quando o preferimos acima dos seus dons.Em segundo lugar,os obstculos para a prtica do jejum.H muitos obstculos que nos afastam do caminho do jejum. O maior obstculo para o jejum, porm, no so as coisas ms, mas as coisas boas. Nem sempre nos afastamos de Deus por coisas pecaminosas em si mesmas. Os mais mortferos apetites no so pelos venenos do mal, mas pelos prazeres da terra, os deleites da vida (Lc 8.14; Mc 4.19). Os prazeres desta vida e os desejos por outras coisas no so um mal em si mesmos. No so vcios; so dons de Deus. No entanto, esses dons podem tornar-se substitutos mortferos do prprio Deus em nossa vida. Jesus disse que antes de sua volta as pessoas estaro vivendo desatentas como a gerao que pereceu no dilvio. E o que elas estavam fazendo? Comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento (Mt 24.37-39). Que mal h em comer e beber, casar e dar-se em casamento? Nenhum! Mas, quando nos deleitamos nas coisas boas e substitumos Deus pelas ddivas de Deus estamos em grande perigo. O jejum no fome de coisas boas; o jejum fome de Deus. O jejum no fome das coisas que Deus d; o jejum fome do Deus doador. Nossa gerao corre sfrega atrs das bnos de Deus em vez de buscar o Deus das bnos. Deus melhor do que suas ddivas. O abenoador melhor do que sua bno. Jejum fome de Deus e no das ddivas de Deus!Em terceiro lugar,o propsito do jejum.O jejum no uma promoo pessoal nem uma trombeta a alardear nossa espiritualidade diante dos homens. O jejum no meritrio. Jejuamos para nos deleitarmos em Deus. Jejuamos porque temos saudade de Deus e no podemos viver vitoriosamente sem ele. O propsito do jejum no obter o favor de Deus ou mudar a sua vontade (Is 58.1-12). Tampouco impressionar os outros com uma espiritualidade farisaica (Mt 6.16-18). Jejuar para ser admirado pelos homens ter uma motivao errada. Jejum fome do prprio Deus e no busca por aplausos humanos (Lc 18.12). O jejum para nos humilharmos diante de Deus (Dn 10.1-12), para suplicarmos a sua ajuda (2Cr 20.3; Ed 4.16) e para voltarmo-nos para Deus com todo o nosso corao (Jl 2.12,13). O jejum para reconhecermos a nossa total dependncia divina (Ed 8.21-23). O jejum um instrumento para fortalecer-nos com poder divino, em face dos ataques do inferno (Mc 9.28,29). tempo da igreja jejuar! tempo da igreja voltar-se para Deus de todo o seu corao, com jejuns e com pranto (Jl 2.12). tempo de buscarmos um reavivamento verdadeiro, que traga fome de Deus em nossas entranhas e traga um profundo anseio pela presena manifesta de Deus em nossa igreja, em nossa cidade, em nossa nao!