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Jesus, o Cristo Cósmico Visão Transcendental M.’. M.’. Alfredo Roberto Netto “Que a amostra baste para os que têm ouvidos. Pois não se requer desvelar o mistério, mas apenas indicar o que é suficiente”. São Clemente de Alexandria “Quem tiver ouvidos, que ouça”. Mateus De longa data existe um anseio em escrever sobre Jesus... Um homem que, com Sua história e doutrina, a mais de dois mil anos é referência e alvo de múltiplos estudos, debates e polêmicas. Líder espiritual de inúmeras linhas de pensamentos é aspiração de devotos e referência de comportamentos. Ainda que nutra profundo respeito pela Sua pessoa, história e representação, esta postura não me coloca entre aqueles que se emocionam as lágrimas à Sua referência. Isto permite uma isenção emocional confortável, tornando o presente estudo neutro e não tendencioso. Cabe-nos destacar, entretanto, que não há pretensão de defesa a posições religiosas, tampouco direcionar idolatrias, mas, sim, encontrar a verdadeira representação deste Espírito/Homem na história e evolução da Humanidade. Durante a análise dos textos de diferentes linhas de pensamento, encontramos duas diferentes posições à pessoa de Jesus, uma delas como a materialização do próprio Espírito do Cristo, e outra como o discípulo escolhido para receber a mensagem evangélica em papel semelhante à de um médium.

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Jesus, o Cristo Cósmico – Visão Transcendental

M.’. M.’. Alfredo Roberto Netto

“Que a amostra baste para os que têm

ouvidos. Pois não se requer desvelar o

mistério, mas apenas indicar o que é

suficiente”.

São Clemente de Alexandria

“Quem tiver ouvidos, que ouça”.

Mateus

De longa data existe um anseio em escrever sobre Jesus...

Um homem que, com Sua história e

doutrina, a mais de dois mil anos é

referência e alvo de múltiplos estudos,

debates e polêmicas. Líder espiritual de

inúmeras linhas de pensamentos é

aspiração de devotos e referência de

comportamentos.

Ainda que nutra profundo respeito

pela Sua pessoa, história e representação,

esta postura não me coloca entre aqueles

que se emocionam as lágrimas à Sua

referência. Isto permite uma isenção

emocional confortável, tornando o

presente estudo neutro e não tendencioso.

Cabe-nos destacar, entretanto, que não há pretensão de defesa a

posições religiosas, tampouco direcionar idolatrias, mas, sim, encontrar a

verdadeira representação deste Espírito/Homem na história e evolução da

Humanidade.

Durante a análise dos textos de diferentes linhas de pensamento,

encontramos duas diferentes posições à pessoa de Jesus, uma delas como a

materialização do próprio Espírito do Cristo, e outra como o discípulo

escolhido para receber a mensagem evangélica em papel semelhante à de um

médium.

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Emmanuel, o grande coordenador da tarefa mediúnica de Francisco

Candido Xavier, apresenta-nos Jesus como o próprio Cristo encarnado a

assumir sua missão de redenção da Humanidade.

Os teosofistas e outras linhagens esotéricas, por outro lado,

apresentam-nos Jesus como o discípulo escolhido para, uma vez encarnado e

devidamente preparado durante sua vida física, ser o veículo e/ou

interprete, da mensagem do Cristo Espírito a partir da terceira década de

sua vida física.

De qualquer forma, seja qual for a realidade, Jesus é uma figura

mítica e mística de expressão, cuja missão O qualifica para o papel de

grande Mestre, cuja mensagem ensina e conduz ao caminho para a Redenção

e Libertação da humanidade.

Responsabilidade Planetária

Segundo os textos ocultos, desde a origem do Universo em sua

expressão material, todos os momentos da Criação, assim como os vividos

por todos os seres em suas diferentes encarnações, ficam registrados no

éter, no grande arquivo do “Registro Akáshico”.

(...) “Não apenas pode revisar à sua vontade toda a

história com que estamos familiarizados, corrigindo à medida

que a examina os muitos erros e mal-entendidos que têm-se

imiscuído nos relatos deixados para nós; ele pode também

percorrer como queira toda a história do mundo desde seus

primórdios, observando o lento desenvolvimento do intelecto no

homem, a descida dos Senhores da Chama, e o crescimento

das poderosas civilizações que eles fundaram”.

“Tampouco seu estudo está confinado ao progresso da

humanidade exclusivamente; ele tem à sua frente, como num

museu, todas as estranhas formas animais e vegetais que

ocuparam a cena nos dias em que o mundo era jovem; ele pode

acompanhar todas as maravilhosas mudanças geológicas que

têm ocorrido, e observar o curso dos grandes cataclismas que

têm alterado repetidamente toda a face da Terra”. 1 (...)

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É um infinito arquivo que guarda em si toda a história da Criação.

Quando se adquire evolução, e merecimento para tal, seja com a finalidade

de aprendizado ou da preparação de trabalhos em encarnações futuras,

pode-se “acessá-lo”, conhecendo-se fatos e acontecimentos pretéritos,

necessários para planejamentos e conquista de objetivos pré-estabelecidos.

É por esse processo que histórias de vidas passadas são reproduzidas

em livros ou fatos históricos são revelados a pesquisadores espirituais para

as instruções que julguem necessárias para momentos evolutivos de pessoas

e/ou coletividades.

Consta que foi nesse registro que o

Espírito de Emmanuel alcançou as informações do

Cristo que ora transcrevemos.

Segundo seu relato2, a “Comunidade de

Seres Puros e Perfeitos”, também conhecida

como a “Hierarquia Solar” em outras linhas de

pensamento, reuniu-se nas proximidades da

Terra em duas oportunidades.

A primeira, quando o orbe terrestre se

desprendia da nebulosa solar, a fim de que se

lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do seu sistema cosmogênico,

assim como os pródromos da vida na matéria em ignição do planeta.

A segunda, quando se decidia sobre a vinda de Jesus à face da Terra,

com o objetivo de trazer à família humana a lição imortal de Seu Evangelho

de amor e redenção.

O ilustre orientador espiritual disserta com clareza sobre Sua figura,

demonstrando a envergadura de um Espírito Puro com a tarefa de comandar

uma legião de auxiliares na edificação de nosso planeta e toda sua

organização ecossistêmica, em todos os seus detalhes e minúcias, trabalho

este que aprendemos a designar por “Natureza”.

Obviamente o tempo é o que menos importa definir, visto este

processo exigir eons para sua consecução, necessários a conferir ao sistema

que era edificado o conjunto de leis matemáticas, dentro das quais se iam

manifestar todos os fenômenos inteligentes e harmônicos a ele

pertencentes.

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Que força sobre-humana, ou espiritual, pôde manter o

equilíbrio da nebulosa terrestre, destacada do núcleo central

solar pela Hierarquia de Espíritos Puros, levando-a a se

estabilizar a 149.600.000 Km de distância, e deslocando-se

com a velocidade de 2.500.000 quilômetros/dia em torno do

astro rei? 2

Sob a orientação de Jesus, segundo o orientador, deliberou-se,

também, a formação do satélite terrestre, necessário para o equilíbrio

planetário em seus movimentos de translação em torno da sede do sistema,

além de contribuir com seu suave magnetismo no drama infinito da criação e

da reprodução de todas as espécies, nos variados reinos da natureza.

Sob Sua orientação serena e caprichosa determinação, a Terra

operou todos os momentos geológicos já conhecidos pela ciência humana, até

alcançar a condição ideal para receber em seu seio as formas de vida

necessárias para a evolução espiritual de milhares de seres.

“Sim, Ele havia vencido todos os pavores das energias

desencadeadas; com as Suas legiões de trabalhadores divinos,

lançou o escopro da sua misericórdia sobre o bloco de matéria

informe, que a Sabedoria do Pai deslocara do Sol para as Suas

mãos augustas e compassivas. Operou a escultura geológica,

talhando a escola abençoada e grandiosa, na qual o Seu coração

haveria de expandir-se em amor, claridade e justiça”.

“Com Seus exércitos de trabalhadores devotados,

estatuiu os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra,

organizando-lhe o equilíbrio futuro na base dos corpos simples

de matéria, cuja unidade substancial os espectroscópios

terrenos puderam identificar por toda a parte do universo

galáxico”

“Fez a pressão atmosférica adequada ao homem,

antecipando-se ao seu nascimento ao mundo, no curso dos

milênios; estabeleceu os grandes centros de força da ionosfera

e da estratosfera, onde se harmonizam os fenômenos elétricos

da existência planetária, e edificou as usinas de ozônio a 40 e

60 quilômetros de altitude, para que filtrassem

convenientemente os raios solares, manipulando-lhes a

composição precisa à manutenção da vida organizada do orbe”.

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“Definiu todas as linhagens de progresso da humanidade

futura, engendrando a harmonia de todas as forças físicas que

presidem ao ciclo das atividades planetárias.” 2

Vencida a etapa física, quando serenaram os elementos do mundo

nascente, Jesus reúne-se com Seus auxiliares e, com seu auxílio, derrama

sobre o globo uma nuvem de forças cósmicas que, ao envolver o imenso

laboratório planetário em repouso, permitiu o aparecimento do elemento

básico primitivo de vida física, o germe sagrado dos primeiros homens – o

Protoplasma.

“Sob a orientação misericordiosa e

sábia do Cristo, laboravam na Terra

numerosas assembléias de operários

espirituais. Como a engenharia moderna,

que constrói um edifício prevendo os

menores requisitos de sua finalidade, os

artistas da espiritualidade edificavam o

mundo das células iniciando, nos dias

primevos, a construção das formas

organizadas e inteligentes dos séculos

porvindouros”. (...)

(...) “As formas de todos os reinos da natureza

terrestre foram estudadas e previstas. Os fluídos da vida

foram manipulados de modo a se adaptarem às condições físicas

do planeta, encenando-se as construções celulares segundo as

possibilidades do ambiente terrestre, tudo obedecendo a um

plano preestabelecido pela misericordiosa sabedoria do Cristo,

consideradas as leis do princípio e do desenvolvimento geral”. 2

Milhares de anos foram necessários nos serviços da elaboração

paciente das formas. Paulatina e progressivamente os seres primitivos

foram aperfeiçoados até alcançarem os organismos superiores nos

diferentes reinos.

Todas as arestas foram eliminadas e aplainaram-se as dificuldades,

permitindo novas conquistas. A máquina celular foi aperfeiçoada no limite do

possível, em face das leis físicas do globo, até alcançar os antepassados

primitivos do homem.

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O reino animal experimenta as mais estranhas transições no período

terciário, sob as influências do meio e em face dos imperativos da lei de

seleção.

“Onde está Adão com sua queda do paraíso? Debalde

nossos olhos procuram, aflitos, essas figuras legendárias, com

o propósito de localizá-las no Espaço e Tempo. Compreendemos,

afinal, que Adão e Eva constituem uma lembrança de Espíritos

degredados na paisagem obscura da Terra, como Caim e Abel

são dois símbolos para a personalidade das criaturas”. 2

As forças espirituais que trabalham com os fenômenos terrestres,

sob a orientação crística, estabeleceram, na época da grande maleabilidade

dos elementos materiais, uma linhagem definitiva para todas as espécies,

dentro das quais o princípio espiritual encontraria o processo de seu

acrisolamento, em marcha para a racionalidade.

Desta forma, o “Princípio Espiritual” conquistava, na Terra, seu campo

de evolução nos diferentes reinos, evoluindo do mineral ao vegetal, deste

para o animal e, finalmente, para o Homem.

“Os séculos correram o seu velário de experiências

penosas sobre a fronte dessas criaturas de braços alongados e

de pelos densos, até que um dia as hostes do invisível operaram

uma definitiva transição no corpo perispiritual preexistente, dos

homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos

de suas reencarnações”.

“Surgem os primeiros selvagens de compleição melhorada,

tendendo à elegância dos tempos do porvir”.

“Uma transformação visceral verifica-se

na estrutura dos antepassados das raças

humanas”. 2

Finalmente, alcança-se a estrutura física

humana, perfeitamente capaz de receber e responder

às necessidades de futuras almas em evolução

materializada. Estava pronto o grande laboratório

terrestre.

Por este relato, é possível estimar a evolução espiritual do Cristo,

com perfeição tal que Lhe permitiu a missão de edificar um planeta com

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toda sua organização e sincronismo, perfeitamente adequado à harmonia de

um sistema estrelar, suficientes para tornar-se o palco de experiências

para milhares de irmãos menores, onde haveriam de encenar seus dramas e

conquistas, na senda eterna da busca pela Luz.

Torna-se compreensível, agora, a razão pela qual, algumas linhas de

pensamento O denominam o “Grande Administrador” ou “Governador” do

Planeta Terra.

Jesus – O Cristo Homem

Há muitas questões intelectuais relacionadas com o Jesus, e é

impossível escapar destas questões no mundo das discussões históricas,

seja como o “Construtor” da Terra, ou como o “Mensageiro” do Cristo.

Como Homem, discussões sobre a data em que viveu e sobre a

autenticidade dos registros de Sua vida, controvérsias dogmáticas sobre

Sua natureza, seja Ele Deus e Homem, Deus ou Homem, ou somente Homem

e, ainda, se Seu lugar de direito é o de um grande Instrutor ou apenas de

um Mito. Conhecer como viveu e morreu, e todas as questões que surgem em

torno de Seu nome, questões estas que nossa razão, ou intelecto, solicita

explicações.

Objetiva-se, portanto, alcançar um pool de informações de diferentes

fontes espiritualistas idôneas, buscando estabelecer, em bases racionais,

um melhor entendimento de muitos “porquês” e polêmicas sobre a pessoa de

Jesus Cristo.

Buscaremos entendê-Lo pelo intelecto, mas também preservar e

tornar intocável aquele Cristo do coração humano, a Quem o Espírito se alça

em seus momentos de maior percepção, muito longe de todos os ventos da

controvérsia, de todas as tempestades da discussão, naquele ar puro e sem

nuvens do próprio céu, onde a intuição vê e a razão silencia, onde o Espírito

fala e as vozes menores emudecem.

”Se assim porventura pudermos estudar alguns dos muitos

aspectos poderemos ser capazes de manter incólume a

inspiração do ideal, e poderemos caminhar calmamente,

inteligentemente, em estudo cuidadoso e acurado, por entre

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todas as dificuldades intelectuais que têm cercado o assunto no

passado, e que inevitavelmente ainda o cercam hoje. E deixem-

me dizer, antes que iniciemos esta parte intelectual de nosso

estudo, que se houver algum assunto mais do que qualquer outro

passível de unir e não de dividir, é o do pensamento sobre o

Senhor do Amor, sobre Aquele que será o Buda do Amor, assim

como o Senhor Gautama foi o Buda da Sabedoria”. 3 (Annie

Besant)

Representando a linhagem teosófica, Annie Besan4 nos traz relatos de

um jovem Hebreu, nascido cerca de um século antes de nossa era Cristã,

treinado em parte no Egito, em parte nos mosteiros dos Essênios, chegando

aos trinta anos como um instrutor entre seu povo, reconhecido por eles

como aquele que conheceram em sua juventude. Outros autores de nosso

século também descrevem Jesus como um iniciado essênio.

”A criança cujo nome foi traduzido como Jesus nasceu na

Palestina em 105 aC, durante o consulado de Publius Rutilius

Rufus e Gnaeus Mallius Maximus. Seus pais eram de boa

linhagem, mas pobres, e ele foi educado no conhecimento das

escrituras Hebraicas. Sua fervorosa devoção e uma gravidade

precoce levaram seus pais a dedicá-lo à vida religiosa e

ascética, e logo após uma visita a Jerusalém, na qual a

extraordinária inteligência e avidez por conhecimento do jovem

foram demonstradas em sua busca pelos doutores do Templo,

ele foi enviado para ser treinado em uma comunidade Essênia

no sul do deserto da Judéia”.

“Chegando aos dezenove anos, foi para o mosteiro

Essênio perto do Monte Serbal, um mosteiro que era muito

visitado pelos eruditos que viajavam da Pérsia e Índia para o

Egito, e onde havia sido reunida uma magnífica biblioteca de

obras ocultas – muitas delas indianas da região Trans-

himalaica. Desta sede de conhecimento místico ele passou mais

tarde para o Egito. Ele foi completamente instruído nos

ensinamentos secretos que eram a verdadeira fonte da vida

entre os Essênios, e foi iniciado no Egito como um discípulo

daquela Loja sublime de onde saíram todos os Fundadores de

todas as grandes religiões. Pois o Egito havia permanecido como

um dos centros mundiais dos verdadeiros Mistérios, dos quais

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todos os Mistérios semi-públicos são o pálido e distante

reflexo”.

“Os Mistérios mencionados na história como Egípcios eram

as sombras das verdadeiras coisas “no Monte”, e lá o jovem

hebreu recebeu a consagração solene que o preparou para o

Real Sacerdócio que mais tarde ele obteria. Tão sobre -

humanamente puro e tão pleno de devoção era ele, que em sua

graciosa maturidade pairava conspicuamente acima dos severos

e algo fanáticos ascetas entre os quais havia sido treinado,

espalhando nos austeros Judeus ao seu redor a fragrância de

uma sabedoria gentil e terna, como uma rosa estranhamente

plantada em um deserto espalharia seu aroma na aridez à

volta. A bela e majestosa graça de sua branca pureza

permanecia em seu redor como um halo feito de radioso luar, e

suas palavras, embora escassas, eram sempre doces e amáveis,

trazendo mesmo o mais rude para uma temporária gentileza, e

o mais rígido para uma efêmera suavidade. Assim ele viveu por

vinte e nove anos de vida mortal, crescendo de graça em

graça”.

“Esta pureza e devoção sobre-humanas aprontaram o

homem Jesus, o discípulo, para tornar-se o templo de um poder

superior, de uma poderosa Presença interna. O tempo havia

chegado para uma daquelas manifestações divinas que de era

em era ocorrem para o auxílio da humanidade, quando um novo

impulso é necessário para estimular a evolução espiritual da

humanidade, quando uma nova civilização está prestes a

despontar. O mundo do Ocidente estava então no seio do

tempo, pronto para nascer, e a sub-raça Teutônica devia

receber o cetro do império das mãos fraquejantes de Roma.

Antes que ela iniciasse sua jornada deveria aparecer um

Salvador do Mundo, para permanecer abençoando ao lado do

berço do Hércules infante”.

“Estava para encarnar sobre a Terra um poderoso “Filho

de Deus”, um Instrutor supremo, “cheio de graça e verdade” (João, I,

14), um Ser em quem a Sabedoria Divina residia em plena

medida, que era verdadeiramente “o Verbo” encarnado, Luz e

Vida em abundante riqueza, uma verdadeira Fonte das Águas

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da Vida. Senhor de Compaixão e Sabedoria – tal era Seu nome

– e de Sua morada nos Lugares Secretos veio Ele para o mundo

dos homens”.

“Para Ele era necessário um tabernáculo terreno, uma

forma humana, o corpo de um homem, e quem mais pronto para

emprestar seu corpo em alegre e anelante serviço Àquele

diante de quem os Anjos e homens se curvam na mais humilde

reverência, como este Hebreu dos hebreus, este o mais puro e

mais nobre dentre os “Perfeitos”, cujo corpo imaculado e mente

impecável era o melhor que a humanidade poderia oferecer. O

homem Jesus entregou-se em um sacrifício voluntário,

“ofereceu-se sem mácula” ao Senhor do Amor, que tomou

aquela forma pura como tabernáculo, e lá residiu por três anos

de vida mortal”.

No entanto, Emmanuel1 é contundente em sua afirmação:

“Muitos séculos depois de sua exemplificação

incompreendida, há quem O veja entre os essênios, aprendendo as Suas doutrinas (o grifo é nosso), antes de Seu messianismo

de amor e redenção. As próprias esferas mais próximas da

Terra, que pela força das circunstâncias se acercavam mais

das controvérsias dos homens que do sincero aprendizado dos

espíritos estudiosos e desprendidos do orbe, refletem as

opiniões contraditórias da Humanidade, a respeito do Salvador

de todas as criaturas”.

“O Mestre, porém, não obstante a elevada cultura das

escolas essênias, não necessitou de sua contribuição (o grifo é

nosso). Desde os Seus primeiros dias na terra, mostrou-Se tal

qual era, com a superioridade que o planeta Lhe conheceu

desde os tempos longínquos do princípio”. 2

Alice Bailey5 por sua vez, ainda que um ramo teosófico blavatskiano,

oferece nova informação que corrobora com a afirmação de Emmanuel, da

ausência da educação essênia e/ou egípcia na vida de Jesus:

(...) “Neste caso, e depois da iniciação do Nascimento,

nos é dito que, durante um período de trinta anos atuou como

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homem, na vida cotidiana, em uma oficina de carpintaria e no

lugar onde moravam Seus pais. Esta vida em família constitui a

prova a que foi submetido e sua importância não pode ser

subestimada”. (...)

(...) “Cristo viveu, silenciosamente, em Seu lar, com Seus

pais, realizando a dificílima experiência de viver em família,

com sua monotonia, seus costumes sem variações, sua

necessária subordinação à vontade e às necessidades do grupo,

com suas lições de sacrifício, de compreensão e de serviço.

Esta é sempre a primeira lição que todo discípulo deve

aprender. Se a divindade não se expressar no lar, entre os que

nos conhecem bem e são nossos amigos familiares, não se pode

esperar que se manifeste em outras partes. Devemos viver

como filhos de Deus, no lugar – insípido e tedioso, às vezes,

sórdido – em que o destino nos colocou. Em nenhuma outra

parte pode ser possível esta etapa. O lugar em que nos

encontramos, é onde iniciamos nossa viagem e não o lugar de

onde escapamos”.3

Existem textos atribuídos a outros Apóstolos, diferentes dos quatro

que compõem o Novo Testamento (Mateus, João, Marcos e Lucas),

considerados apócrifos por não terem recebido a chancela da Igreja

Romana que, durante muitos séculos, avocou a si a representação única da

verdadeira história do Cristo, habilitando-se, inclusive, na seleção dos

textos que julgava adequados à população em geral.

Foram encontrados em uma pequena localidade no Alto Egito em 1945

pelo camponês Muhamad Ali as-Salmman, acondicionados em um grande pote

vermelho de cerâmica, contendo treze livros de papiro encadernados em

couro, em um total de cinqüenta e dois textos.

Estes manuscritos, hoje conhecidos como Evangelhos Gnósticos, ou

Apócrifos (Apocryphom – literalmente, “livro secreto”), revelam

ensinamentos em perspectivas bastante diversas daquelas dos Evangelhos

Oficiais da Igreja Romana.

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Além dos Evangelhos contendo ensinamentos atribuídos a Jesus Cristo

através de seus apóstolos, outros textos compõem “o legado de Nag

Hammadi”, de cunho teológico e filosófico.

Segundo Celso Vicente Mitchell6, os papiros encontrados em Nag

Hammadi tinham cerca de 1.500 anos, e eram traduções em cópias de

manuscritos ainda mais antigos feitos em grego e na língua do Novo

Testamento, como se constatou, ao verificar que parte deles tinha sido

encontrada em outros locais, como alguns fragmentos do chamado

“Evangelho de Tomé”. As datas dos textos originais estão estimadas entre

os anos 50 e 180.

Acredita-se que os manuscritos foram enterrados por volta do século

IV, quando, na época da conversão do imperador Constantino, os bispos

cristãos passaram ao poder e desencadearam uma campanha contra as

heresias. Então, algum monge do mosteiro de São Pacômio, nas cercanias de

Nag Hammadi, tomou os livros proibidos e os escondeu no pote de barro,

onde permaneceram enterrados por 1.600 anos.

São textos que devem ser colocados sob análise e cautela, até a

comprovação de sua veracidade. Possuem, no entanto, informações

interessantes que permitem ao bom senso atribuir-lhes alguma relação com

a intricada história da vida de Jesus Cristo.

Entre eles encontramos o Evangelho escrito por Pedro6, considerado o

quinto deles, escrito, segundo consta, de acordo com relatos feitos por

Maria, mãe de Jesus, diretamente ao apóstolo. Publicado pela primeira vez

em 1677, conta com versões e, grego, latim, armênio e árabe.

Em sua narrativa, há maiores detalhes sobre o encontro de Jesus com

os sábios, no templo de Jerusalém, além de suas brincadeiras com as outras

crianças e seu trabalho na companhia de José, somado a fatos que

envolveram Seu nascimento, reforçando Sua vida humana, sem

adestramentos esotéricos de qualquer ordem. Apresenta-nos trechos da

Infância onde algumas passagens extras esclarecem momentos importantes

da vida de Jesus e completam lacunas dos relatos considerados oficiais.

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Ele nos mostra o que foi a infância Jesus que, desde a mais tenra

idade, quando já manifestava Sua origem divina. É um texto que encanta

pelas situações que retratam, onde o Cristo surge como a criança que foi,

muito embora Sua divindade O levasse a gestos inusitados, mas marcados

pela sabedoria precoce e pela coerência de Seus atos.

Destacamos alguns trechos para melhor ilustrar nosso trabalho:

“O Evangelho de Pedro - (...) Com o auxílio e a ajuda do

Deus todo poderoso, começamos a escrever o livro dos

milagres de nosso Salvador, Mestre e Senhor Jesus Cristo,

que se intitula o Evangelho da Infância, conforme narrado

por Maria, Sua mãe, na paz do Nosso Senhor e Salvador. Que

assim seja.” (...)

“II - Viagem a Belém - (...) No ano de 309 da era de

Alexandre, Augusto ordenara que todos fossem recenseados

em sua cidade natal. José partiu, então, conduzindo Maria,

sua esposa. Vieram a Jerusalém, de onde se dirigiram a Belém

para inscreverem-se no local onde ele havia nascido. Quando

estavam próximos a uma caverna (o grifo é nosso)*, Maria

disse a José que sua hora havia chegado e que não poderia ir

até a cidade.” (...)

“III - A Parteira de Jerusalém - (...) Entremos nesta

caverna - disse ela.”

“O sol estava começando a se pôr. José apressou-se em

procurar uma mulher que assistisse Maria no parto e

encontrou uma anciã que vinha de Jerusalém.”

“Saudando-a, disse-lhe: Entra na caverna onde

encontrarás uma mulher em trabalho de parto.”

“Após o pôr-do-sol, José chegou com a anciã à caverna e

eles entraram. Eis que a caverna estava resplandecendo com

uma claridade que superava a de uma infinidade de labaredas

e brilhava mais do que o sol do meio-dia. A criança, enrolada

em fraldas e deitada numa manjedoura, mamava no seio da

mãe. Ambos ficaram surpresos com o aspecto daquela

claridade e a anciã disse a Maria: És tu a mãe desta criança?”

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“Ao responder afirmativamente Maria, disse-lhe: Não és

semelhante às filhas de Eva.” (...)

“(...) - Senhora e ama, vim para receber uma

recompensa que perdurará para todo o sempre.”

“Maria lhe disse, então: Põe tuas mãos sobre a criança.”

“Quando a anciã o fez, foi purificada. Ao sair, ela disse:

A partir deste momento, eu serei a serva desta criança e quero

consagrar-me a seu serviço, por todos os dias da minha vida.”

(...)

“IV - A Adoração dos Pastores – (...) Em seguida, quando

os pastores chegaram e acenderam o fogo, entregando-se à

alegria, as cortes celestes apareceram, louvando e celebrando

o Senhor, a caverna parecia-se com um templo augusto, onde

reis celestiais e terrestres celebravam a glória e os louvores de

Deus por causa da natividade do Senhor Jesus Cristo. E esta

anciã hebréia, vendo estes milagres resplandecentes, rendia

graças a Deus, dizendo: Eu te rendo graças, ó Deus, Deus de

Israel, porque os meus olhos viram a natividade do Salvador

do mundo.”

“VII - A Adoração dos Magos – (...) Aconteceu que,

enquanto o Senhor vinha ao mundo em Belém, cidade da

Judéia, Magos vieram de países do Oriente a Jerusalém, tal

como havia predito Zoroastro, e traziam com eles presentes:

ouro, incenso e mirra. Adoraram a criança e renderam-lhe

homenagem com seus presentes. Então Maria pegou uma das

faixas, nas quais a criança estava envolvida, e deu-a aos

magos que a receberam como uma dádiva de valor

inestimável. Nesta mesma hora, apareceu-lhes um anjo sob a

forma de uma estrela que já lhes havia servido de guia, e eles

partiram, seguindo sua luz, até que estivesse de volta a sua

pátria.” (...)

“(...) Os reis e os príncipes apressaram-se em se reunir

em torno dos magos, perguntando-lhes o que haviam visto e o

que havia feito, como haviam ido o como haviam voltado e

que companheiros eles haviam tido então durante a viagem.

Os magos mostraram-lhes a faixa que Maria lhes havia dado.

Em seguida, celebraram uma festa, acenderam o fogo segundo

seus costumes, adoraram a faixa e a jogaram nas chamas. As

chamas envolveram-na.”

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“Ao apagar-se o fogo, eles retiraram o pano e viram que

as chamas não haviam deixado nele nenhum vestígio. Eles se

puseram então a beijá-lo e a colocá-lo sobre suas cabeças e

sobre seus olhos, dizendo: Eis certamente a verdade! Qual é,

pois, o preço deste objeto que o fogo não pode nem consumir

nem danificar?”

“E pegando-o, depositaram-no com grande veneração

entre seus tesouros.” (...)

“XI - A Cura do Menino Endemoninhado – (...) O filho do

sacerdote, acometido do mal que o afligia, entrou no albergue

insultando José e Maria, já que os outros hóspedes haviam

fugido. Como Maria havia lavado as fraldas do Senhor Jesus

e as estendera sobre umas madeiras, o menino possuído pegou

uma das fraldas e colocou-a sobre sua cabeça. Imediatamente

os demônios fugiram, saindo pela boca, e foram vistos sob a

forma de corvos e serpentes. O menino foi curado

instantaneamente pelo poder de Jesus Cristo e se pôs a louvar

o Senhor que o havia libertado e rendeu-lhe mil ações de

graça.”

“Quando seu pai viu que ele havia recobrado a saúde,

exclamou admirado: Meu filho, mas o que te aconteceu e

como foste tu curado?”

“O filho respondeu: No momento em que me

atormentavam, eu entrei na hospedaria e lá encontrei uma

mulher de grande beleza, que estava com uma criança. Ela

estendia sobre umas madeiras as fraldas que acabara de

lavar. Eu peguei uma delas e coloquei-la sobre minha cabeça e

os demônios fugiram imediatamente e me abandonaram.”

“O pai, cheio de alegria, exclamou: Meu filho, é possível

que essa criança seja o Filho do Deus vivo que criou o céu e a

terra e, assim que passou por nós, o ídolo partiu-se, os

simulacros de todos os nossos deuses caíram e uma força

superior à deles destruiu-os.” (...)

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“XXXVI - As

Estatuazinhas de Barro – (...)

Quando o Senhor Jesus havia

completado o Seu sétimo ano,

Ele brincava um dia com

outras crianças de Sua idade.

Para divertirem-se, eles

faziam com terra molhada

diversas imagens de animais,

de lobos, de asnos, de

pássaros, cada um elogiando

seu próprio trabalho e

esforçando-se para que fosse melhor que o de seus

companheiros. Então o Senhor Jesus disse para as crianças:

Ordenarei às figuras que Eu fiz que andem, e elas andarão.”

“As crianças perguntaram-Lhe se Ele era o filho do

Criador e o Senhor Jesus ordenou às imagens que andassem e

elas imediatamente andaram. Quando Ele mandava voltar,

elas voltavam. Ele havia feito figuras de pássaros que voavam,

quando Ele ordenava que voassem, e que paravam, quando

Ele dizia para parar. Quando Ele lhes dava bebida e comida,

eles comiam e bebiam.”

“Quando as crianças foram embora e contaram aos seus

pais o que haviam visto, eles disseram: Fugi, daqui em diante,

de Sua companhia, pois Ele é um feiticeiro! Deixai de brincar

com Ele!” (...)

“XXXVIII - Jesus na Carpintaria – (...) José ia por toda a

cidade, levando com ele o Senhor Jesus. Chamavam-no para

que fizesse portas, arcas e catres e o Senhor Jesus estava

sempre com ele. E sempre que a obra de José precisava ser

mais comprida ou mais curta, mais larga ou mais estreita, o

Senhor Jesus estendia a mão e ela ficava exatamente do jeito

que queria José, de forma que ele não precisava retocar nada

com sua própria mão, pois ele não era muito hábil no ofício de

marceneiro.”

“L - Jesus, o Mestre – (...) Quando contava doze anos de

idade, levaram Jesus a Jerusalém por ocasião da festa e,

quando ela terminou, eles voltaram, mas o Senhor Jesus

permaneceu no templo, em meio aos doutores, aos velhos e aos

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mais sábios dos filhos de Israel, que Ele interrogava sobre

diferentes pontos da ciência, mas também respondia-lhes as

perguntas.”

“Jesus perguntou-lhes: De quem é filho o Messias?”

“Eles responderam: Este é o filho de Davi.”

“Jesus respondeu: Por que então Davi, movido pelo

Espírito Santo, chama-o Senhor, quando diz que o Senhor

disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita para que

coloque teus inimigos aos teus pés?”

“Um importante rabino interrogou-o, dizendo: - Leste

os livros sagrados?”

“O Senhor Jesus respondeu: - Eu li os livros e o que eles

contêm.”

“Dito isso, explicou-lhes as Escrituras, a lei, os preceitos,

os estatutos, os mistérios que estão contidos nos livros das

profecias e que a inteligência de nenhuma criatura pode

compreender. E o principal entre os doutores disse: Eu jamais

vi ou ouvi tamanha instrução. Quem credes que seja essa

criança?” (...)

“LI - Jesus e o Astrônomo - (...) Havia lá um filósofo,

astrônomo sábio, que perguntou ao Senhor Jesus se Ele havia

estudado a ciência dos astros. Jesus, respondendo-lhe, expôs o

número de esferas e de corpos celestes, sua natureza e sua

oposição, seu aspecto trinário, quaternário e sêxtil, sua

progressão e seu movimento de leste para oeste, o cômputo e o

prognóstico e outras coisas que a razão de nenhum homem

escrutou.” (...)

/“LII - Jesus e o Médico – (...) Havia entre eles um filósofo

muito sábio em medicina e ciências naturais e quando ele

perguntou ao Senhor Jesus se Ele havia estudado a medicina,

Este lhe expôs a física, a metafísica, a hiperfísica e a

hipofísica, as virtudes do corpo, os humores e seus efeitos, o

número de membros e de ossos, de secreções, de artérias e de

nervos, as temperaturas, calor e seco, frio e úmido e quais as

suas influências, quais as atuações da alma no corpo, suas

sensações e suas virtudes, a faculdade da palavra, da raiva, do

desejo, sua composição e dissolução e outras coisas que a

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inteligência de nenhuma criatura jamais alcançou. Então o

filósofo ergueu-se e adorou o Senhor Jesus, dizendo: Senhor,

daqui em diante serei Teu discípulo e Teu servo.” (...)

“LIII - Jesus é Encontrado – (...) Enquanto Jesus assim

falava, Maria apareceu, junto com José, pois fazia três dias

que procuravam por Jesus. Vendo-O sentado entre os

doutores, interrogando-os e respondendo-lhe alternadamente,

ela lhe disse: Meu filho, por que agiste assim conosco? Teu pai

e eu Te procuramos e Tua ausência causou-nos muita

aflição.”

“Ele respondeu: - Por que Me procuráveis? Não sabíeis

que convinha que Eu permanecesse na casa de meu Pai? Eles

não entendiam as palavras que Ele lhes dirigia. Então os

doutores perguntaram a Maria se Ele era seu filho e tendo ela

respondido que sim, eles exclamaram: Oh feliz Maria, que

deste à luz tal criança.”

“Ele voltou com os pais para Nazaré e Ele lhes era

submisso em tudo. Sua mãe conservava todas as Suas

palavras em seu coração e o Senhor Jesus crescia em

tamanho, em sabedoria e em graça diante de Deus e diante

dos homens.”

“LIV - Via Oculta – (...) Ele começou desde esse dia a

esconder os Seus segredos e Seus mistérios, até que completou

trinta anos, quando Seu Pai, revelando publicamente Sua

missão às margens do Jordão, fez soar, do alto do céu, essas

palavras: É meu filho bem-amado no qual coloquei toda

minha complacência.”

“Foi quando o Espírito Santo apareceu sob a forma de

uma pomba branca.” (...)

“LV - Doxologia – (...) É a Ele que humildemente

adoramos, pois Ele nos deu a existência e a vida. Ele nos fez

sair das entranhas de nossas mães, tomou, por nós, o corpo de

homem e nos redimiu, cobrindo-nos com Sua misericórdia

eterna e concedendo-nos a graça do Seu amor e de Sua

bondade.”

“A Ele, portanto, glória, poder, louvores e domínio por

todos os séculos.”

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Relatos semelhantes sobre a infância de Jesus são encontrados no

Evangelho apócrifo de Tomé.

A que se destacar, no entanto, independentemente da posição em que

se coloque de Jesus, seja como o Cristo encarnado, seja como o “Discípulo

escolhido” do Cristo, todos são unânimes em reconhecer Sua missão de

redenção da Humanidade.

Vejamos então o lado dogmático, em torno do qual tanta controvérsia

ocorre e ainda pode ocorrer. Vejamos o Jesus Cristo que aparece como o

Ideal da alma, e se eleva acima de todas as controvérsias da história e da

doutrina naquela forma poderosa e que a tudo atrai, tanto quanto analisar

seu Evangelho buscando, dentro de uma visão transcendental, seu lado

esotérico.

Jesus, o Grande Iniciado

Alice Bailey, em seu livro “De Belém ao Calvário”4 nos oferece

interessante interpretação de Jesus como um grande Iniciado, de cuja obra

buscaremos uma síntese, visto corresponder a uma abordagem incomum à

figura deste Grande Mestre.

“A Sabedoria que expressa relação com Deus; as

indicações do roteiro que guiam nossos errantes passos de

retorno ao lar do Pai e os ensinamentos que trazem a

revelação, têm sido sempre os mesmos, através das idades e

idênticos aos que o Cristo transmitiu. Este corpo de verdades

internas e esta riqueza de conhecimentos divinos sempre

existiram, desde tempos imemoriais. Tal é a verdade que o

Cristo revelou, porém Ele fez mais; Ele revelou em Si mesmo, e

através da história de Sua vida, o que estes acontecimentos

poderiam fazer pelo homem. Demonstrou, ademais, a total

expressão de divindade em Si próprio e depois instou Seus

discípulos a fazerem o mesmo”.4 (Item 5)

O Budismo, ainda que anterior à vinda do Cristo, expressa as mesmas

verdades básicas trazidas pelo Mestre Nazareno. Pode-se pensar que seus

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dois sistemas são interdependentes, e doutrina budica preparou o mundo

para receber a missão e a mensagem do Cristo

A tarefa realizada pelo Buda e a mensagem que transmitiu,

estimularam a inteligência para alcançar a Sabedoria, sendo este um

princípio cósmico e uma potência divina.

Todavia, o Amor chegou ao mundo por intermédio do Cristo que, com

Seu trabalho, transmutou a emoção em Amor. Como “Deus é Amor”, a

compreensão de que o Cristo revelou o Amor de Deus torna clara a

magnitude da tarefa que empreendeu – missão que transcende os poderes

de qualquer instrutor ou mensageiro que o precederam.

Cristo valoriza a individualidade, dando ênfase à sua ação em sua

dualidade: Corpo e Espírito.

“A conscientização desta dualidade é uma etapa

imprescindível no desenvolvimento do homem, e o propósito do

cristianismo tem sido revelar esta característica; assim como

assinalar a luta do homem inferior e o superior; entre o homem

carnal e o espiritual, unidos em uma só pessoa, afirmando a

necessidade de que o homem inferior seja salvo pelo homem

superior”. 4 (item 18)

É característica de Sua doutrina, também, conduzir o homem à

compreensão e vivência da verdadeira “Fraternidade”, a grande mensagem

da união e comunhão de pensamentos, de relacionamento como irmãos, uma

vez que somos todos filhos de um mesmo Pai.

Determinados acontecimentos são considerados como “Grandes

Iniciações” na vida de Jesus, iniciações pelas quais, segundo os escritos,

todos os homens deverão passar um dia.

Mas, é importante entender que a “Iniciação” é um processo ativo

através do qual todos os que se disciplinam e cumprem voluntariamente

determinados preceitos podem passar, seguindo determinadas regras ou

princípios transcendentais que independem de nossa limitada compreensão.

É a expansão da consciência conseqüente a uma “Reforma Íntima”, ou

“Renovação Interior”, ou mesmo “Vitriol”, seja qual for à denominação que

desejemos dar a este processo íntimo e pessoal.

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A iniciação é, pois, uma conquista, o fruto de muito trabalho e

dedicação alcançada pelo esforço individual de cada ser; uma realidade, e

não uma “visão extra-física” de fácil conquista como apregoam determinadas

linhas de pensamento.

A Iniciação não pode ser oferecida por sociedades, escolas

esotéricas ou organizações, a não ser simbolicamente. Torna-se, então,

apenas um título, mas não uma realidade. Ela transcende as palavras e exige

realizações.

O que as estruturas humanas podem fazer apenas, é indicar o

“caminho” ou ensinar determinadas “regras fundamentais” esotéricas que já

são de domínio público, mas cabe ao candidato ao inicialato buscá-las, na

medida de seu interesse e grau de desenvolvimento, por esforço e iniciativa

próprios.

“A Iniciação é, portanto, uma série gradual e realizada

de expansões de consciência; uma crescente e constante

percepção da divindade e de todas as suas implicações. Muitos

dos pseudo-iniciados dos dias de hoje crêem haver alcançado

este estado porque algum guia esotérico ou vidente psíquico

assim lho disse; no entanto, em seu foro íntimo, eles nada

sabem do processo mediante o qual poderão passar (como

ensinou a maçonaria) por esta porta misteriosa, entre dois

grandes pilares, em sua busca da Luz; eles não têm um

conhecimento consciente daquele programa auto-iniciado que

deve ser seguido, em plena vigília, o qual deve ser

simultaneamente conscientizado pela Alma divina imanente, pela

mente e pelo cérebro do homem, na vida física. Estas

expansões de consciência revelam ao homem, progressivamente,

a qualidade de sua natureza superior e inferior; esta

conscientização é assinalada pelo apóstolo Paulo, tendo sido ele

um dos primeiros iniciados que preencheram esta condição, sob

a dispensação cristã”: 4 (Item 27)

“E eu sei que em mim, (isto é, em minha carne) não

mora bem algum, pois o querer está em mim; mas não consigo

realizar o bem”.

“Porque, não faço o bem que quero, mas o mal que não

quero, esse eu faço”.

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“Porque, segundo o homem interior, eu me deleito na

Lei de Deus”;

“Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha

contra a Lei do meu conhecimento e que me prende debaixo

da lei do pecado, que está nos meus membros”.

“Miserável de mim! Quem me livrará do corpo desta

morte?”

“Graças dou a Deus por Jesus Cristo, Senhor nosso”.

(Paulo - Romanos, 7: 18, 25)

É uma afirmativa de vários e diferentes textos esotéricos que, se

nos tempos antigos a Iniciação era conquistada por alguns poucos, hoje a

grau de desenvolvimento alcançado pela humanidade a permite fazê-lo de

uma forma maciça.

Isto porque todo descobrimento moderno, o mecanicismo que permite

a educação alcançar um grande contingente de pessoas, todo o estudo e

conhecimento psicológico, avanços tecnológicos e científicos, assim como o

conhecimento esotérico agora veiculado de forma mais ampla, são de

natureza espiritual e servem de ajuda para a expansão da consciência que

converterá o gênero humano em “um grande iniciado”.

Esta afirmativa nos permite uma compreensão maior da importância

da Educação na evolução espiritual de nossa sociedade, uma atividade muitas

vezes conduzida sem o necessário cuidado, qualidade e abrangência.

São consideradas as Iniciações de Jesus: a) O Nascimento em Belém;

b) O Batismo no Jordão; c) A Transfiguração; d) A Crucificação; e) A

Ressurreição e Ascensão.

1. Nascimento em Belém:

“Estamos, agora, à beira do nascimento do Cristo racial

e, das trevas do útero da matéria, o Cristo-Menino pode

entrar na luz do reino de Deus. Espera-nos outra crise, e o

Cristo já preparou a raça para isso porque, quando nasceu em

Belém, não ocorreu, simplesmente, o nascimento de outro

Instrutor e Mensageiro divino, mas o aparecimento de uma

individualidade Que, não somente sintetizou em Si mesma as

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realizações passadas do gênero humano, senão que foi,

também, o precursor do futuro, encarnando em Si próprio tudo

que era possível à humanidade realizar. O aparecimento do

Cristo, na caverna de Belém, marcou a inauguração da

possibilidade de um novo ciclo de desenvolvimento espiritual,

tanto para a espécie humana como para o indivíduo”. 4 (Item

36)

Há um interessante simbolismo místico envolvendo o nascimento de

Jesus. Por exemplo, na Sua época, a maioria dos estábulos era instalada em

escavações e, muito provavelmente, o estábulo onde Nasceu também o era.

Esta referência de Alice Bailey sobre cavernas utilizadas como

estábulos na época do nascimento de Jesus é coincidente com as citações do

Evangelho Apócrifo de Pedro.

A “caverna” simboliza o local de todas as Iniciações. O estábulo,

reduto final de longa e penosa viagem, foi para Maria um local de dor e

desconforto, de trevas e esgotamento. De sua dor, brilharia a Luz que

haveria de iluminar o mundo.

A todos os candidatos das diferentes correntes, é determinado

empreender diferentes e difíceis viagens místicas, para conquistar o

merecimento da Iniciação, alcançada nas trevas de uma caverna. As viagens

da iniciação maçônica provavelmente encontram aqui a gênese de sua

existência.

Na “caverna”, também, estão simbolizados os quatro reinos da

natureza: sua estrutura rochosa representando o Reino Mineral, a forragem

e o feno o Reino Vegetal, o boi e o asno o Reino Animal. Em Maria e José

representa-se o Reino Humano e, na sua união, a dualidade, essencial para a

existência material, enquanto que, no recém-nascido, a expressão divina

encarnada. Na expressão de todos estes elementos, temos a representação

do Cosmo.

Quando viram brilhar uma estrela, três Reis empreenderam uma

viagem e, carregados de presentes, foram para Belém. Eles simbolizam os

aspirantes ao inicialato da primeira Iniciação, a de transmutar seu

conhecimento em sabedoria, e oferecer tudo que possuem ao Cristo interno.

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Os Reis ofereceram ao Infante ouro, incenso e mirra. O ouro é o

símbolo da natureza material (Terra) que deve ser oferecido ao serviço

divino e humano; o incenso simboliza a natureza emocional (Água), com suas

aspirações e desejos que devem elevar-se como o incenso ao plano divino; a

mirra, ou a amargura, relaciona-se com a mente (Ar), através da qual

sofremos para a devida adequação às Leis de Deus. A dor sempre

acompanha o “nascimento” para o divino, o Cristo Cósmico (Fogo).

A primeira Iniciação é a Alma manifestando-se em toda sua plenitude

na vida física, dominando a natureza e a Personalidade, representada por

todos os corpos que compõem o homem. É a vida espiritual nascendo na vida

material.

2. O Batismo no Jordão:

“A primeira Iniciação se realizou. Cristo nasceu em

Belém. A Alma alcançou sua expressão externa e, agora, esta

Alma – o Cristo (como o representante histórico de tudo que

uma Alma pode ser), o iniciado individual – caminha para a

grandeza. A missão do Salvador se inicia, definidamente, nesse

momento, mas, em benefício dos que virão depois. Ele deve

emitir a nota da purificação e adaptar-se aos requisitos do

ritual, bem como à tendência geral do pensamento de Sua

época. O iniciado que tiver dado o primeiro passo deve por

ênfase na purificação da natureza inferior, essencial para o

preâmbulo da segunda Iniciação. O batismo de João foi o

símbolo desta purificação. Cristo submeteu-Se ao batismo,

fazendo caso omisso aos protestos de Batista, dizendo-lhe:

„Deixa, por agora, porque assim nos convém cumprir toda a Justiça‟”

(Mateus, 3:15) 4 (Item 87)

Reza a tradição que Jesus tinha trinta anos quando foi batizado e

iniciou Sua magistral vida pública. O número trinta é significativo, porque

expressa o aperfeiçoamento dos três aspectos da Personalidade – o Corpo

Físico, a Natureza Emocional (Corpo Astral) e a Mente (Corpo Mental).

Estes aspectos constituem a forma pela qual ocorre a manifestação física

do homem, mas que ocultam a Alma, restringindo-a.

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Simbolicamente, pode-se dizer que foi necessário ao Cristo completar

trinta anos para começar Sua tarefa. Dez é o número da perfeição, e trinta

a perfeição nas três partes do equipamento da Alma.

É importante lembrar que são estes três aspectos da composição

humana materializada, que permitem seu contato com o universo existente,

portanto, com Deus imanente na natureza. O Corpo Físico nos permite

estabelecer contato com mundo tangível; o Corpo Emocional permite o

ensaio das emoções que, amadurecidas, transformam-se em Amor ao

alcançar o coração, permitindo maior aproximação ao Amor Universal; e

através da Mente, definitivamente dirigida e perfeitamente orientada,

conseguimos a harmonia com a Mente Universal. Somente através da mente

iluminada do homem, a Mente Divina é revelada.

Não podemos nos esquecer que o Homem unifica em si as chamadas

“Manifestações Inferiores da Divindade”, pois, os aspectos dos três reinos

subumanos – o mineral, o vegetal e o animal – nele se encontram, somados a

outro fator: o “Intelecto Divino”.

Ele encarna a percepção do mineral – a consciência individualizada -

com sua capacidade de descriminação subjetiva; do vegetal – a sensibilidade

- e seu mecanismo de resposta aos estímulos externos; e do animal – o

instinto – os rudimentos da afetividade e de um raciocínio não cognitivo.

Acresce-se a estes três a misteriosa faculdade humana denominada “mente

racional”, cuja síntese encontra-se na palavra “Autoconsciência” ou

“Intelecto Divino”.

Entretanto, na experiência do ser humano inteligente, há um lento,

mas contínuo, reconhecimento de que existe algo maior e de mais valor, fora

de si mesmo, e um novo tipo de “Consciência” começa a se manifestar, algo

além de sua realidade material e com qualidades não humanas. Quando

ocorre o simbólico “Nascimento em Belém”, a Alma se manifesta e é

reconhecida.

“Esta cidadania superior envolve a expressão da

consciência crística, que é a consciência grupal, da relação da

parte com o todo (algo acentuado, continuamente, pelo Cristo),

e do humano com o divino. O resultado desta conscientização

deve ser, seguramente, de acordo com o esquema evolutivo, o

aparecimento de outro reino da natureza. Esta é a grande

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tarefa do Cristo. Pelo poder de Sua divindade realizada, constitui-se no homem, que reuniu, em Si mesmo, o melhor de

tudo o que havia sido e revelou, também, o que poderia ser.

Ele enfeixou, em uma unidade funcional, o superior e o

inferior, fazendo disso o „homem novo‟. Fundou o Reino de Deus

na terra e realizou uma síntese de todos os reinos da natureza,

provocando assim, o aparecimento de um quinto reino”. 4 (Item

95)

Após a exemplificação do “Homem Perfeito” em Si mesmo, em

benefício da humanidade, Jesus se apresenta a João batista e passa pela

Segunda Iniciação, a da “Purificação” nas águas do Jordão.

“Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do

Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe,

dizendo: Eu careço ser batizado por Ti, e vens Tu a mim?”

“Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por

agora, porque assim convém cumprir toda a Justiça. Então,

ele o permitiu.”

“E sendo Jesus batizado, saiu logo da água e eis que se

lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como

pomba, e vindo sobre Ele”.

“E eis que uma voz dos céus dizia: „Este é meu filho

amado, em quem me comprazo‟.” (Mateus, 3: 13-17)

Este ato simboliza a purificação

da consciência no homem na sua

natureza inferior, um chamado ao

reconhecimento de valores superiores

e de verdades mais profundas. É a

purificação da natureza emocional que

deve, no tempo, preceder a purificação

da natureza mental. O batismo que o

Cristo dá aos Seus seguidores

concerne à purificação da mente pelo

fogo. O fogo é o símbolo universal da

natureza mental. O batismo do mental pelo fogo é aqui representado pelo do

Espírito Santo, a pomba.

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Vimos, portanto, que a primeira Iniciação simboliza a consagração do

corpo, assim como a vida do plano físico, pela Alma; a segunda, o domínio do

Corpo Emocional, da “vida de desejos”, consagrando-a a uma existência de

elevados preceitos morais e espirituais.

Se considerarmos Jesus Cristo como uma única pessoa, este momento

representa o instante que a “Alma - Cristo” assumiu total controle de Sua

“Personalidade - Jesus”, e iniciou Sua Divina missão pela humanidade. Por

outro lado, em se considerarmos Jesus como o Discípulo Escolhido, o

momento representa a chegada do Mestre Divino, assumindo Seu corpo e

missão redentora para a humanidade, estabelecendo o “Reino de Deus” na

terra.

É o momento em que cabe a pergunta: Independente da alternativa

verdadeira faz isto alguma diferença?

Evidentemente que não...

Se Jesus foi o Discípulo/Médium que ofereceu Sua vestimenta física

para o Cristo cumprir a missão estabelecida, que dimensão e pureza

espiritual não Lhe foi necessária para se tornar o veículo de um Espírito de

abrangência cósmica e suportar tão maravilhosa tarefa a princípio, porém

difícil e penosa até a crucificação?

Por outro lado, se Jesus foi o próprio Cristo encarnado, que palavras

podem ser suficientes para representá-Lo em tão augusta tarefa e

demonstração de Humildade e Amor a todos nós?

Optamos pela silenciosa oração de agradecimento e admiração...

Importante, sim, é conscientizarmo-nos que o “Reino de Deus” é um

estado de Alma, que provém do Espírito e se reflete no corpo, e isto Ele

personificou de forma magistral.

***

Algumas passagens evangélicas informam que, após o batismo, Jesus

procurou o deserto por quarenta dias, permanecendo em jejum e oração,

período em sofreu as “Tentações do Diabo”.

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“Toda a existência do homem, como homem, transcorre

oscilando entre os pares opostos, até que, com o tempo, ele

alcance o equilíbrio e, desde então, marche para o que é

divino. Poderia ser proveitoso para todos nós se, às vezes,

refletíssemos extensa e profundamente sobre esses dois

extremos da existência humana, o bem e o mal, a luz e as

trevas, a vida e a forma, o espírito e a matéria, o “eu” e o

“não-eu”, o real e o irreal, a verdade e a falsidade, o certo e

o errado, o prazer e a dor, o anelo e a inércia, a alma e a

personalidade, o Cristo e o diabo. Nos dois últimos resumem-se

o problema das três tentações”. 4 (Item 113)

“E tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites,

depois teve fome; e chegando-se a Ele o tentador, disse: Se Tu

és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem pão.

Ele, porém, respondendo disse: Está escrito: Nem só de pão

viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de

Deus”. (Mateus, 4: 2-4)

“Então o diabo O levou à santa cidade e O pôs sobre o

pináculo do templo, e Lhe disse: Se és Filho de Deus lança-Te

abaixo, porque está escrito: A Seus anjos mandará por Ti, e

em suas mãos Te sustentarão para que não tropeces com Teu

pé na pedra. Jesus lhe disse, está escrito também: Não

tentarás o Senhor teu Deus”. (Mateus, 4: 5-7)

“Novamente O transportou o diabo a um ponto muito

alto: e Lhe mostrou todos os reinos do mundo e a glória deles.

E disse-Lhe: Tudo isto Te darei se prostrado, me adorares.

Então, disse-lhe Jesus:Vai-te satanás porque está escrito: Ao

Senhor teu Deus adorarás e só a Ele serviras”. (Mateus: 4: 8-

10)

Nos textos evangélicos existem algumas diferenças, pois se Mateus

disserta sobre as “tentações” sofridas por Jesus, como acima o

transcrevemos, seu relato difere do evangelho de Lucas; o evangelho de

Marcos apenas menciona que o Cristo foi tentado, enquanto que o de João

não faz qualquer referência a elas.

Qual seria o critério da valorização dos atos de Jesus no que se

refere este assunto? Sabemos que os quatro evangelhos descritivos da vida

do Messias foram escritos várias décadas após a Sua morte e, pode-se

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supor, que determinados enfoques estavam sujeitos à interpretação de cada

apóstolo.

De qualquer forma as três tentações, esotericamente, foram provas

simbólicas dos três aspectos da natureza humana inferior: a prova do físico,

a do emocional (ou dos desejos) e a do mental.

“Portanto, como homem íntegro e, entretanto, totalmente

divino, Cristo empreendeu a batalha final com o diabo. Como

ser humano, em que o espírito divino se expressava plenamente,

enfrentou o diabo em Sua própria humanidade (separadamente

de Deus) e o venceu. Não tratemos de separar a ambos – Deus

e o homem – quando pensamos em Cristo. Alguns pensadores

dão ênfase à Sua humanidade e ignoram Sua divindade”. 4

(Item 115)

Importantes considerações nos permitem estas passagens referentes

às tentações sofridas por Jesus Cristo, e Seu comportamento diante das

mesmas, pois, uma vez mais, traz-nos o exemplo de que, na carne, as Leis

Eternas são soberanas e a ninguém privilegiam.

O Mestre Nazareno foi tentado a utilizar Seus poderes divinos com

fins egoístas, pela sutil reiteração de Sua divindade, a qual se funda na

universalidade da “Palavra”. A ilusão da natureza física não O podia prender.

Este é o verdadeiro caminho de todo Iniciado, a eterna luta entre a

Matéria e o Espírito. E isto Ele nos ensinou.

3. A Transfiguração.

“Outro período de serviço terminou. O Cristo enfrentou

outra crise interior e, desta vez, de acordo com a história,

uma crise que compartilhou com Seus três discípulos favoritos,

com as três pessoas que Lhe eram mais chegadas. Seu

autocontrole – e, por conseguinte, Sua imunidade à tentação,

tal como podemos compreender – demonstrado, fora seguido por

um período de intensa atividade. Ele havia também lançado o

fundamento do reino de Deus, que tinha por missão

estabelecer, e cuja estrutura interior fora erigida sobre os

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doze apóstolos, os setenta discípulos que Ele selecionara e

preparara, e os grupos de homens e mulheres de toda a parte

que responderam à Sua mensagem. Até aqui Ele fora bem

sucedido. Agora Ele enfrentava nova Iniciação e uma expansão

mais ampla de consciência. Estas Iniciações, às quais Ele se

submetera em nosso benefício, e às quais todos nós poderemos

aspirar no devido tempo, constituem, em si próprias, uma

síntese viva da revelação que nos poderá ser proveitosa

estudar, antes de considerarmos o detalhe da estupenda

revelação que foi concedida aos três apóstolos no topo da

montanha”.4 (Item 135)

Pode-se considerar que a verdadeira Iniciação é trazida, em todas

suas etapas, pelo Mestre da Galiléia, numa demonstração única de que a

todos é permitido o acesso, desde que se cumpram as leis que a regem. O

“Nascimento em Belém”, a subseqüente “Purificação”, para que a correta

manifestação do Espírito possa ocorrer na matéria em seus três planos,

através de uma matéria “Transfigurada”, atingindo o objetivo maior – a Vida

Eterna – descentralizada e liberta das limitações impostas pela carne.

Após a experiência na “Caverna” e a “Iniciação das Águas”, cada uma

delas operou seu trabalho revelando, progressivamente, a divindade do

Homem Jesus Cristo.

A “Transfiguração” é a representação tácita da unificação do homem

inferior com o superior, do “dois em um”, com um “novo homem”, agora

espiritualizado, permitindo que sua divindade de origem se manifeste. Isto

Jesus sintetizou em Si próprio.

Aqui jaz o grande enigma da vida e, ao mesmo tempo, a chave de sua

solução: a expressão da divindade essencial de cada um. O ser superior

existe, e é o caminho natural da evolução seu domínio sobre o inferior. Esta

é a nova fase da evolução da humanidade, dentro de sua evolução cósmica.

A integração que o Cristo tão plenamente exemplificou, assim

resolvendo as dualidades do superior e do inferior em Si mesmo, fazendo

dos dois “um novo homem”, “novo homem” esse que resplandeceu na

Transfiguração, ante o olhar atônito dos três apóstolos.

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Importante, também, destacar, que Jesus unificou em Si mesmo, o

passado e o futuro, na medida em que isto diga respeito à humanidade,

significativamente ilustrado pela presença de Elias e Moisés, os

representantes dos Profetas e da Lei.

Elias simboliza o passado do homem, com a adição da Lei de Moisés,

estabelecendo os limites além dos quais o homem não deve passar, definindo

os limites de sua natureza inferior (a natureza-desejo ou emocional).

Elias, cujo nome significa “a Força do

Senhor”, representava a todas as escolas dos

Profetas que, durante séculos, previram a vinda

d’Aquele Que simbolizaria a perfeita Retidão e

que, em Sua própria pessoa encarnaria a

conquista e os objetivos futuros da humanidade.

Cristo é, na verdade, o Profeta Eterno, de Quem

Elias e os demais profetas deram testemunho.

Moisés, cujo nome significa “salvo das

águas”, lembrando que a “água” é o símbolo da natureza emocional ou do

desejo do homem, foi o responsável por trazer a Lei que restringiu e educou

o “corpo emocional” de um povo, cuja técnica de controle seria substituída

pela mensagem de vida do Cristo, a se expressar pela consciência do homem

na fantástica síntese: “Amai-vos uns aos outros”.

Por esta razão a presença simbólica de ambos no monte ao lado de

Jesus, representando que o passado e o futuro da humanidade n’Êle se

encontrava.

“Por trás da manifestação de Jesus Cristo jazem eons de

experiência. Deus Se expressara através de processos

naturais, através da humanidade como um todo e através de

indivíduos específicos, à medida que as épocas se tornaram

oportunas. Então veio o Cristo e, no curso do tempo, como um

definido cumprimento do passado e como uma garantia do

futuro, sintetizou em Si Próprio, em uma transcendente

Personalidade, tudo que tinha sido conquistado em tudo que

fora imediato na experiência humana. Ele foi uma

Personalidade, assim como uma individualidade divina. Sua vida,

com Sua qualidade e Seu objetivo, estabeleceu Seu selo sobre

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nossa civilização, e Sua demonstrada

síntese é a inspiração do presente. Esta

consumada Personalidade, sintetizando em

Si Própria tudo que precedeu na evolução

humana, e expressando tudo que é

possível imediatamente ser, é a grande

dádiva de Deus ao homem”. 4 (Item 140)

Cristo como personalidade que curou a

divisão na natureza humana, e Cristo como a

síntese dos aspectos superior e inferior da

divindade espiritual de todos nós, é a

maravilhosa herança da humanidade de hoje. E é

isto está representado na “Transfiguração”.

“Seis dias após, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e a

João, seu irmão, e os conduziu em particular até um alto

monte e se transfigurou diante deles; e o seu rosto

resplandeceu como o Sol, e suas vestes se tornaram tão

brancas como a luz”.

“E eis apareceram Moisés e Elias, falando com ele”.

“E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, é

bom estarmos aqui; se queres, façamos aqui três

tabernáculos, um para Ti, um para Moisés e um para Elias”.

“E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem

luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este

é o meu amado Filho, em quem me comprazo: Ouvi-O”.

“E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre seus

joelhos, curvaram seus rostos e tiveram grande medo”.

“E aproximando-se Jesus, tocou-lhes e disse: Levantai-

vos; e não tenhais medo”.

“E, erguendo eles os olhos, ninguém viram, senão

unicamente Jesus”. (Mateus, 17: 1-8)

Um detalhe que se destaca é que Três Reis, ou Magos, assistiram de

joelhos à “Iniciação do Nascimento” e, agora três discípulos prostrados

sobre o solo, assistem a “Iniciação da Transfiguração”.

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Este momento é o primeiro no qual se revela o Esplendor e a Luz do

Messias, predicados estes que O capacitam a dizer, com legítimo direito

“Eu Sou a Luz do Mundo”.

Contam os versículos do Velho Testamento que Moisés ao descer do

Monte Sinai, trazia sua face resplandecente e, com brilho tal, que os

homens de seu povo não podiam fitá-lo. Isto o obrigou a usar um véu por

determinado tempo, objetivando ocultar o esplendor dos demais.

Este detalhe é interessante, pois, se Moisés trazia a face

resplandecente, Jesus Cristo resplandecia por completo, em Sua

totalidade física, demonstrando Sua superioridade espiritual absoluta.

Aqueles que estão despertando para as realidades espirituais da

Verdadeira Vida, conscientizam-se da divindade inerente no homem,

buscando através das ações altruístas, da bondade, do espírito pesquisador

e da alegria e compreensão das dificuldades básicas a que é submetido,

principalmente quando se defronta com a bondade transcendente que o

Cristo revelou.

O radiante corpo de luz interior está presente em todos nós, em toda

a humanidade, invisível e não revelado, mas lentamente emergente. Para

tanto, necessita-se do Amor combinado com a Razão, mais o poder do

Saber, predicado inerente à Alma, que reconhece intuitivamente aquilo que

é sagrado, universal e real, e que é, contudo, específico e verdadeiro,

sempre, para todos os seres.

A divindade humana não pode ser negada: o Homem é um ser divino.

Se não o for, a Paternidade de Deus não passa de uma forma vazia de

palavras e, Jesus e seus seguidores estariam em erro ao terem reconhecido

a verdade de nossa filiação.

A vida do Cristo interno produz a transformação do corpo físico e, de

uma forma mais profunda, opera sobre a natureza sensorial-emocional que,

através do processo de transmutação, converte desejos e sentimentos,

dores e prazeres, em suas correspondências superiores.

A Transmutação, segundo Alice Bailey, em “Um Tratado sobre o Fogo

Cósmico”, foi definido como “a passagem de um estado de existência para

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outro, por intermédio do fogo”. E “fogo” é o símbolo da ação do Corpo

Mental.

Este é o aspecto do Cristo-Interno, ou ação do Cristo em todos os

homens, a esplendorosa realidade interna, à qual os místicos de todos os

tempos dão testemunho. Uma vez transcendido o mundo dos sentidos e

ativadas as correspondências superiores, revela-se o mundo interior de

beleza e verdade, um mundo subjetivo cujas características são Luz, Beleza

e de indescritível Paz.

Há que se destacar outros detalhes que, habitualmente, passam

despercebidos pelos estudiosos, e que demonstra a presença de um “Poder

Espiritual Maior” ocupando-se de tutelar a missão do Nazareno.

1. Em Seu nascimento, o “Poder Maior” de Quem Jesus è o símbolo,

não se manifesta, mas anjos se incumbem de anunciar aos pastores o

nascimento do Messias;

2. Em Seu batismo, esse “Poder Maior” se manifesta diretamente pela

Sua identificação: “Este é meu filho amado, em Quem Me comprazo”;

3. Na Transfiguração, novamente a identificação do Mestre, porém

agora acrescido de um comando expresso: “Ouvi-O”.

Esta é, sem dúvidas, o reconhecimento da tarefa messiânica a que o

Cristo executava e o endosso de um “Poder Maior” que administra a evolução

da humanidade, em reconhecimento às Suas palavras e ensinos.

4. A Crucificação

“É certamente evidente que – se abordarmos o assunto

de maneira inteligente – o Cristo não morreu para que você ou

eu pudéssemos ir para o céu. Ele morreu como resultado da

natureza do serviço que prestou, da nota que emitiu e porque

Ele inaugurou uma nova era e disse aos homens como viver como

filhos de Deus”.

“Considerando o relato de Jesus na Cruz, é essencial,

portanto, que o vejamos em termos mais amplos e gerais do que

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habitualmente ocorre. Os tratados e escritos sobre o assunto

são, em sua maioria, controversos e polêmicos, via de regra

defendendo ou atacando a evidência ou a teologia associada ao

tema. Ou podem ser de natureza puramente mística ou

sentimental, em tom e objeto, ocupando-se com a relação do

indivíduo com a verdade ou com a salvação pessoal no Cristo”.4

(Item 177)

A crucificação de Jesus foi um

acontecimento cósmico, cujas

implicações e resultados dizem

respeito à massa humana, e não

especificamente a um indivíduo.

O Cristo deve ser

compreendido, antes de tudo, em seu

sentido cósmico.

“A Crucificação e a Cruz do Cristo são tão velhas quanto

à própria humanidade”.

“O Cristo cósmico existiu desde toda a eternidade. Este

Cristo cósmico é a divindade, ou Espírito, crucificado no

espaço. Ele personifica a imolação ou sacrifício do Espírito na

cruz da Matéria, forma, ou substância, para que todas as

formas divinas, inclusive a humana, possam viver. Isto sempre

foi reconhecido pelas crenças, assim chamadas, pagãs. Se o

simbolismo da cruz for rastreado até o passado distante,

verificar-se-á que ele precede o Cristianismo em milhares de

anos e que, finalmente, os quatro braços da cruz serão vistos desaparecendo, deixando apenas a figura do Homem Celestial vivo com Seus braços estendidos no espaço. O norte, o sul, o

leste e o Oeste representam o Cristo cósmico no que é

chamada a “cruz fixa dos céus”. Sobre esta cruz, Deus é

eternamente crucificado”.4 (Item 181)

Misticamente pode-se considerar o espaço como o Templo e local da

eterna manifestação de Deus. Seu altar é o Sol, cujos quatro braços, ou

raios, representam os quatro cantos, ou a Cruz Cardeal do universo, que se

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tornaram os quatro signos fixos do Zodíaco, que são considerados tanto

cósmicos como espirituais.

Conhecidos como Touro, Leão, Escorpião e Aquário, eles representam

os elementos fundamentais básicos da vida: Fogo, Terra, Ar e Água, e

constituem a Cruz da Alma, a cruz sobre a qual a segunda Pessoa da Divina

Trindade é crucificada.

Foram estes quatro aspectos o que Jesus personificou em Sua missão

e, como Cristo Cósmico, exemplificou em Sua pessoa as qualidades que cada

signo representava.

A crucificação de Jesus, quando alcançamos a compreensão de Sua

tarefa Cósmica, foi um acontecimento de amplitude muito maior do que se

pode imaginar a princípio. Muito mais do que salvar individualidades,

beneficiou milhões de seres, pois assinalou o fechamento de um grande ciclo

cósmico e o início de um novo, onde se abrem permanentemente os portais

celestes para todos que absorvessem Sua mensagem, e não mais

eventualmente e tão somente para aqueles que triunfassem sobre a matéria.

“Permitam-me afirmar aqui, breve e sucintamente, o que

deveria realmente ter transpirado quando Cristo morreu na

Cruz. Ele abandonou o aspecto forma e identificou-Se como

Homem, com o aspecto vida da Deidade. Ele libertou-nos,

assim, do lado forma da vida, de religião e da matéria, e

demonstrou para nós a possibilidade de estar no mundo e,

entretanto, não ser do mundo, vivendo como Almas, libertos

das tramas e limitações da carne, enquanto caminhando pela

terra”.4 (Item 187)

A grande lição se expressa no simbolismo de que a natureza carnal

inferior deve morrer, para que a natureza divina superior possa exibir-se

em toda sua beleza; o ser inferior deve morrer para que o ser superior

possa se manifestar na terra. O Cristo tinha que morrer para que, de uma

vez por todas, a humanidade aprendesse a lição de que, pelo sacrifício da

natureza humana, o aspecto divino poderia ser “salvo”.

Muito mais do que libertar-nos do “pecado” natural, herdado de Adão,

esta é a grande tarefa realizada por Jesus: a libertação pelo Amor e a

crença em um Deus de misericórdia, e não tirano e vingativo.

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Aliás, esotericamente, considera-se a idéia do “pecado” como um

reflexo natural e intuitivo do ser ao vislumbrar sua origem divina,

contrapondo-se aos seus excessos materiais de toda ordem. É uma

conseqüência da consciência da dualidade. É a compreensão de que, em

última análise, o pecado significa uma inadequação às leis universais e na sua

relação com os demais seres humanos.

Cada um de nós deve trilhar o caminho da cruz e entrar no reino

celeste pelo direito da conquista. Diariamente tomamos nossa cruz e

prosseguimos nosso caminho, seja por provas menores ou maiores. O serviço

da dor, as dificuldades de toda ordem, seja com nossos familiares, seja com

os próximos que o destino nos traz nos caminhos da vida, é a cruz que

devemos carregar, e são as recompensas de quem coloca a humanidade em

primeiro e sua pessoa em segundo lugar.

Assim procedendo, percebe que os portais dos planos maiores estão

abertos para si, permitindo-lhe a entrada. Mas primeiro deve servir e

sofrer... Este é o Caminho.

Fizemos da Crucificação uma tragédia, enquanto a verdadeira

tragédia foi nosso fracasso em reconhecer seu significado real.

5. A Ressurreição e Ascensão.

Poucas são as informações sobre as duas metades que compõe a

quinta Iniciação, visto não terem sido objeto de relatos pelos evangelistas

com elementos suficientes para uma análise mais aprimorada.

”A iniciação crucial, de importância para que a

humanidade atual a compreenda, é a quarta. Somente quando

tivermos dominado o significado do serviço e do sacrifício,

poderão fato da imortalidade e seu verdadeiro sentido ser

revelado para nós. Como o Cristo se elevou, quais os processos

desenvolvidos, em que corpo exatamente apareceu, não podemos

dizer. Os apóstolos nos asseguram que parecia o corpo do qual

se tinha previamente utilizado, mas se era o mesmo corpo,

milagrosamente ressurreto; se era Seu corpo espiritual, que

parecia ser o mesmo aos olhos físicos daqueles que O amavam,

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ou se Ele construíra um corpo inteiramente novo, nas mesmas

linhas gerais que o anterior, não nos é possível dizer; nem nos

é possível afirmar que a visão dos discípulos não fosse supra-

normal ou que, através da intensificação de Sua divindade

expressa, o Cristo tivesse estimulado de tal maneira sua visão

interna que eles vissem de maneira clarividente, ou em outra

dimensão. O fato importante foi que Ele de fato se ergueu,

novamente, que foi visto por muitos, e que o fato de Sua

ressurreição foi creditado na mentes de Seus amigos e pelos

dois ou três séculos após Sua partida”.4 (Item 231)

A ressurreição é a chave para a superação da morte e para a

compreensão da eternidade e da continuidade da vida, e somente poderá ser

revelada quando o Amor tiver dominado a consciência humana e o

egocentrismo houver sido abolido das personalidades.

Somente através do Amor, e do serviço ao próximo como sua

expressão, pode a verdadeira mensagem da Ressurreição ser compreendida

pelo homem. O Amor nos torna mais humildes e, ao mesmo tempo, mais

sábios. Ele penetra no coração, abrindo-o para a realidade, e tem a

faculdade de revelar a Alma oculta pelo Corpo.

“Contudo, a verdade é que o Cristo morreu e levantou-se

novamente, porque Ele era a divindade imanente em um corpo

humano. Através dos processos de evolução e da iniciação, Ele

demonstrou-nos o significado e o propósito da vida divina

presente n‟Ele e em todos nós”.4 (Item 235)

Segundo os textos ocultos, os episódios relatados nos Evangelhos

não são acontecimentos isolados na vida de Jesus de Nazaré, mas eles

tinham ocorridos repetidamente nos lugares secretos dos “Templos dos

Mistérios”, desde a aurora dos tempos. Nestas antigas Iniciações, este

sepultamento e ressurreição após três dias, era ocorrência comum e

familiar.

Mas coube a Jesus revelar esta verdade, rompendo o oculto e

apresentando-a a Humanidade. A condição impar do trabalho do Cristo

está no fato de que Ele foi o primeiro a representar os ritos cerimoniais e

rituais inteiros secretos, que eram apresentados apenas àqueles

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considerados aptos a atravessar as cinco grandes experiências do

Nascimento à Ressurreição, publicamente e diante de todos.

“A principal necessidade da Cristandade de hoje é dar

ênfase ao Cristo vivo, levantado. Já discutimos demais sobre a

morte do Cristo, procurando impôs um Cristo estreito e

sectário ao mundo. Alimentamos os fogos da separatividade com

nossas divisões cristãs, igrejas, seitas e “ismos”. “Seu nome é

Legião” e a maioria delas é fundada com base em alguma

apresentação sectária do Cristo morto e dos aspectos

primitivos de Sua história. Unamo-nos agora com base no

Cristo elevado – o Cristo vivo hoje, Cristo fonte de inspiração e

fundador do reino de Deus; Cristo, o Cristo cósmico,

eternamente sobre a Cruz, entretanto, eternamente vivo;

Cristo, o Salvador histórico, o fundador do Cristianismo,

vigiando Sua igreja; Cristo, o místico, o Cristo mítico,

representando nos quadros dos Evangelhos os episódios do

desenvolvimento [humano], de modo que todos os vivos possam

aprendê-Lo e segui-Lo; e Cristo, vivo hoje em cada coração

humano, a garantia e a aspiração pela divindade, que a

humanidade tão constantemente exibe. Ele inevitavelmente,

ocupará cada vez mais, a atenção do homem, até que seja

demonstrado e comprovado, que algo persiste após a morte

física”.4 (Item 239)

Na Terra Paz e Boa Vontade entre os homens.

********************

Bibliografia:

1. O Plano Devachânico ou O Mundo Celeste - Suas Características e

Habitantes - C. W. Leadbeater - Segunda Edição - Revista e Ampliada - The

Theosophical Publishing Society - Londres – Benares.

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2. A Caminho da Luz - Emmanuel – Psicografia de Francisco Candido

Xavier – Edição FEB (Federação Espírita Brasileira).

3. Aspectos do Cristo - Annie Besant - The Theosophist Office

Adyar, Chennai, India.

4. Os Mistérios Menores - Annie Besant - 3ª Impressão - The

Theosophical Publishing House Adyar, Chennai, India.

5. De Belém ao Calvário - As Iniciações de Jesus – Alice A. Bailey –

Fundação Cultural Avatar.

6. O Evangelho de Pedro – Apócrifos - WWW.AUTORESESPIRITASCLASSICOS.COM