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Obra: Violeta passeia entre amarelos
Artista: donLeal
o1 Congresso Nacional de Educação Ambiental
Literatura e Ecocrítica
5ª Jornada Interartes Outras Palavras
Universidade Estadual de Maringá
15 a 19 de Outubro - 2013
CADERNO DE PROGRAMAÇÃO,
SIMPÓSIOS E RESUMOS
Realização
UEM
Apoio
5ª Jornada Interartes Outras Palavras 1º Congresso Nacional de Educação Ambiental, Literatura e Ecocrítica
CADERNO DE PROGRAMAÇÃO, SIMPÓSIOS E RESUMOS
UEM – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – 15 A 19 DE OUTUBRO DE 2013
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CADERNO DE PROGRAMAÇÃO
SIMPÓSIOS E RESUMOS
DA 5ª JIOP & CONAELE
MARINGÁ 15 a 19 DE OUTUBRO DE 2013
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
REITOR
Júlio Santiago Prates Filho
VICE-REITORA Neuza Altoé
CHEFE DE GABINETE
Magda Lúcia Félix de Oliveira
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
Diretora: Dra. Nerli Norato Robeiro Mori
Diretora Adjunta: Dra. Maria Célia Cortez Passetti
DEPARTAMENTO DE TEORIAS LITERÁRIAS E LINGUÍSTICAS Chefe: Milton Hermes Rodrigues
Chefe Adjunto: Flávia Zanutto
COMISSÃO ORGANIZADORA: .
Dr. Marciano Lopes e Silva (DTL - UEM) - Coordenador
Dra. Evely V. Libanori (DTL - UEM)
Dr. Fábio Lucas Pierini (DLM - UEM)
Dra. Marcele Aires Franceschini (DTL - UEM)
Dr. Weslei Roberto Candido (DTL - UEM)
Beatriz Yoshida Protazio (Curso Letras Port./Francês)
Virgínia Nuss Fortes (Curso Letras Português)
Hilda Carvalho (DTL - UEM) - Secretária
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MONITORES:
Aline Fernandes
Douglas de Campos Dantas
Jaciara Borges Romualdo
Jéssica Thiago Santos
João Gabriel Pereira Nobre de Paula
Lucas Mastrineire Hungaro
Ludiane Aparecida de Souza
Luis Fernando Aguiar de Souza
Mariany Camilo Nabarrete
Michelle Cerqueira Cezar Tambosi
Rafael Emanuel
Ueysla Priscila Sinhoreto
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APRESENTAÇÃO
Na atualidade, a questão ambiental constitui o maior desafio a ser enfrentado
por todos os governos, pois a falência da ideia de que a natureza nos proporciona
recursos gratuitos e infinitos resultou na crise da principal ideia que norteou a
modernidade: a crise na crença do progresso ad infinitum. E para o en frentamento
deste problema, mais do que nunca se torna necessário um esforço coletivo e
integrado de todas as ciências, o que leva à necessidade de uma prática inter, multi ou
transdisciplinar, o que já vem acontecendo – exemplo disto é o Programa de P ós-
graduação em Ciências Ambientais da USP (Procam), composto por profissionais das
mais diversas áreas (oceanografia, administração, ciências biológicas, sociológicas
etc.). É pensando nesta perspectiva que o Projeto Outras Palavras, sempre
comprometido com a inovação das práticas culturais e científicas no meio acadêmico,
propõe o 1º CONAELE juntamente com a 5ª JIOP. Desta forma, pretendemos:
1- promover um evento interdisciplinar integrando as áreas de literatura, educação
ambiental e bioética;
2- articular os diferentes saberes da literatura, da ecologia crítica, da filosofia, do
direito e dos estudos culturais;
3- discutir problemas ambientais tanto em âmbito global quanto local;
4- interagir com públicos de diversos campos de conhecimento;
5- promover a cidadania através da divulgação dos debates sobre a crise ambiental e
a necessidade de novos valores existências para o enfrentamento da mesma;
6- aproximar profissionais de diferentes locais e ár eas visando o futuro
desenvolvimento de pesquisas e ações articuladas no campo da educação ambiental
e da ecocrítica.
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Convidamos a todos a participarem deste esforço para pensar e construir
novos rumos para a humanidade.
Marcele Aires & Marciano Lopes
Coordenadores do Projeto Outras Palavras
A Comissão Organizadora
Congresso Nacional de Educação Ambiental, Literatura e Ecocrítica
V Jornada Interartes Outras Palavras
15 a 19 de outubro de 2013
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SUMÁRIO
Programação da 5ª JIOP e 1º Conaele
Programação do 5º Sarau Outras Palavras
Programação dos Simpósios:
Simpósio 1: Natureza, identidade e visão de mundo no texto literário 1 - As cantigas de amigo e os espaços naturais
2 - Representação do espaço natural na poesia de Cesário Verde e na pintura de Camille Pissarro
3 - A casa como espaço de resistência cultural em Um rio chamado tempo, uma casa chamada vida, de Mia Couto
4 - Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto: natureza e renascimento
5 - O espaço existencial: a dialética natureza-homem e o sentido da imortalidade
6 - A natureza em poemas de Castro Alves
7 - As forças sagradas da natureza no romance O sumiço da santa, de Jorge Amado
8 - A natureza na poesia romântica de Annita Philipowsk
9 - A natureza na poesia de Adda Macaggi
10 - A natureza na poesia romântica de Rosy Pinheiro Lima
Simpósio 2: Entre o cânone e o index: literatura e cultura de massa 1 – “O amor, essa palavra”: crítica ao imaginário amoroso em Rayuela
2 – O sucesso das narrativas transmídias nas redes sociais brasileiras de literatura
3 – A Torre Negra: literatura trivial ou obra de convergência?
4 – Um diálogo entre o cânone e o trivial: a representação feminina em Crepúsculo e O morro dos ventos uivantes
5 – Entre Jane Austen e histórias de zumbis: reflexões sobre cânone e literatura de massa
Simpósio 3: Os espaços naturais no texto literário 1 - A marcha do progresso: insólito, historicidade e meio ambiente em “A usina atrás do morro”, de José J. Veiga
2 - A natureza como espaço de impressão/expressão na poesia de Florbela Espanca
3 - Os espaços da morte em Santa Evita, de Tomás Eloy Martínez
4 - A “Guerra silenciosa” de Manuel Scorza: um espaço literário de resistência humana e de motivações ecológicas
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5 - Interfaces da vida no campo: sonho e natureza na obra de Guimarães Rosa
6 - A inter-relação entre Sujeito e Natureza em Pedro Páramo, de Juan Rulfo
Simpósio 4: Literatura de autoria feminina & ecofeminismo: reinvidicando a alteridade
1 - A opressão feminina e o revide em Pena de Ganso, de Nilma Lacerda
2 - O Bildungsroman de autoria feminina contemporâneo
3 - A representação literária da opressão da mulher espanhola no séc. XVII em La inocencia castigada de María de Zayas y Sotomayor
4 - Uma análise sobre a objetificação feminina em Mulheres Frutas – Efeito Melancia
5 - Impressões a respeito da relação entre literatura e humanização
6 - Humana Festa, de Regina Rheda: uma porção de literatura com ativismo
7 - O lugar de resistência e a dominação masculina em Ruídos, de Luci Collin
Simpósio 5 - Nacionalismos e mobilidades identitárias na América Latina 1 - Imaginários des(re)territorializados na literatura rioplatense contemporânea
2 - Um estudo estatístico das cores na poesia de Cruz e Sousa
3 - Aspectos líricos em “Lamentações da Rua Ubaldino” - Alexandre Gaioto
4 - Sujeito e narração em Hotel Atlântico, de João Gilberto Noll - Pedro Garcia dos Santos Neto (G-UEM) e Alexandre Villibor Flory (UEM - Orientador)
5 - Violência congênita: como a realidade é representada por novos escritores brasileiros - Murilo Filgueiras Correa (PG-UEM)
Simpósio 6: Representações sociais do meio ambiente e educação ambiental 1 - Escola, comunidade e educação ambiental
2 - Educação ambiental aplicada aos resíduos sólidos: um estudo de caso como estratégia para a construção da consciência crítica dos alunos
3 – Aprendendo ecologia com o Saci, de Monteiro Lobato
Simpósio 7: O materialismo lacaniano e suas implicações na literatura e em outras artes 1 - Os desvios da identidade – formas de reconhecimento do narrador
2- Slavoj Žižek lê Madame Bovary: Emma e a paixão pelo Real
3 - O hiato linguístico em “Juliano Pavollini”, de Cristovão Tezza: Aplicação da teoria da Visão em Paralaxe, de Slavoj Žižek
SIMPÓSIO 8: O teatro dialético no Brasil e a obra de Augusto Boal 1 - O percurso do Teatro de Arena segundo Augusto Boal
2 - Os recursos épicos em Revolução na América do Sul, de Augusto Boal e o teatro político no Brasil dos anos 1960
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3 - Arena conta Tiradentes: dialética entre teatro e música
4 - Murro em ponta de faca, de Augusto Boal: seis personagens à procura de um país
5 - O teatro de caráter épico no Modernismo brasileiro - uma discussão sobre a obra O rei da vela, de Oswald de Andrade
6 - A dialética no teatro infantil brasileiro
7 - A importância do espaço em O Paraíso Perdido
8 - Teatro na escola: tecendo relações culturais e sociais
Simpósio 9: Discursos midiáticos em circulação: o funcionamento do (não) dito 1 - Mídia institucional e a ressocialização do apenado pelo trabalho: a demanda do mercado na opacidade dos (in)dizeres
2 - Formação imaginária, discurso político e religioso nas eleições brasileiras de 2010
3 - No (dis)curso da história, a(s) possibilidade(s) de “ser” e “poder ser” jornalista
4 - O comunismo no imaginário dos telejornais
Simpósio 10. Literatura e primitividade: as ancestralidades do eu
1. Aspectos líricos em Lamentações da Rua Ubaldino
2. E existe lirismo em Augusto dos Anjos, o poeta do “mau gosto”?
3. O passado arqueológico em A Paixão segundo G.H., de Clarice Lispector
4. O poeta sem plumas: cão, mangue e homem na Poesia de João Cabral
Simpósio 11: A Narrativa literária francesa: uma leitura sócio-histórico-ideológica 1 - Estudo sócio-histórico do conto “Le Chat Botté”, de Charles Perrault
2 - As alegorias no c onto de P errault: uma análise sócio-histórico-ideológica de “Le petit poucet”
3 - A literatura e o ens ino de F LE: uma leitura do conto “Riquet à la houppe”, de Char les Perrault
4 - Ensino de literatura em sala de FLE
5 - O texto literário no ensino da língua francesa
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PROGRAMAÇÃO DA 5ª JIOP& CONAELE
Dia 15 de outubro Local: Anfiteatro Adelbar Sampaio (Prédio F-67 - CCE - Térreo)
17 h 00 - Início da entrega do material aos participantes
19 h 30 - Abertura
19 h 45 - 21 h 00 – Conferência de abertura: Literatura, sociedade e ecofeminismo
Conferencista: Dra. Angélica Maria Santos Soares (UFRJ)
21 h 15 – Palestra: Políticas públicas e representações sociais
Palestrante: Ms. Robertson Fonseca de Azevedo (University of Florida) - Promotor de Justiça do Estado do PR / Doutorando em Ecologia (PEA-UEM)
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Dia 16 de outubro
8 h 30 – 11 h 30 - Minicurso - Simpósios
a) Minicurso: Quando a psicanálise e a filosofia atentaram para o fantástico
Ministrante: Dr. Fábio Lucas Pierini (UEM)
Local: auditório do CCH - Prédio H-35
b) Simpósios
Locais: Prédio G-34 e H-35
13 h 30 – 17 h 30 – Simpósios
Locais: Prédios G-34 e H-35 (auditórios CCH e DLM)
19 h 30 – 22 h 30 – Mesa-redonda: Literatura, ecofeminismo e ecosofia
Local: Anfiteatro Adelbar Sampaio (Prédio F-67 - CCE - Térreo)
Debatedores:
a) Dra. Alba Krishna Topan Feldman (UEM)
Palestra: A identidade da mulher indígena na literatura brasileira e norte-americana
b) Dr. Márcio Matiassi Cantarin (UTFPR – Campus Curitiba)
Palestra: Ecosofia e ecofeminismo na obra de Mia Couto
c) Dr. Marciano Lopes e Silva (UEM)
Palestra: A natureza na poesia paranaense de autoria feminina
Mediadora: Dra. Luzia Marta Belini (UEM)
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Dia 17 de outubro
8 h 30 – 11 h 30 - Minicurso - Simpósios - Oficina
a) Minicurso: Ecocrítica e literatura africana: caminhos de leitura
Ministrante: Dr. Márcio Cantarin (UTFPR - Curitiba)
Local: auditório do CCH - Prédio H-35
b) Simpósios
Locais: Prédio G-34 e H-35
13 h 30 – 17 h 30 – Simpósios
Local: Prédios G-34 e H-35 (auditórios CCH e DLM)
c) Oficina: Arte e equilíbrio: simetria em questão - Dra. Tânia Rossetto (UEM)
Local: Prédio G-34, térreo (em frente ao elevador)
19 h 30 – 22 h 30 – Mesa-redonda: Espaço e identidade na literatura latino-americana
Local: Anfiteatro Adelbar Sampaio (Prédio F-67 - CCE - Térreo)
Debatedores:
a) Dra. Diana Araújo Pereira (UNILA)
Palestra: Horacio Quirora: um escritor na fronteira
b) Dra. Evely Vânia Libanori (UEM)
Palestra: Espaço e identidade em Pedro Páramo, de Juan Rulfo
c) Dr. Weslei Roberto Candido (UEM)
Palestra: Borges e Martín Fierro, os pampas como espaço de construção identitária na América do Sul
Mediador: Dr. Marciano Lopes e Silva (UEM)
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Dia 18 de outubro
8 h 30 – 11 h 30 - Simpósios - Oficina
a) Simpósios
Locais: Prédio G-34 e H-35
b) Oficina: Oficina cartoneira: leitura e produção - Dra. Diana Araújo Pereira (UNILA) e Bolsistas PET
Local: Prédio G-34, térreo (em frente ao elevador)
13 h 30 – 17 h 30 – Simpósios
Local: Prédios G-34 e H-35 (auditórios CCH e DLM)
19 h 30 – 20 h 45 – Palestra: As cidades sob o olhar da educação ambiental
Palestrante: Dra. Luzia Marta Bellini (UEM)
Local: Anfiteatro Adelbar Sampaio (Prédio F-67 - CCE - Térreo)
21 h 00 – 22 h 30 – Conferência de encerramento: Bioética e direito animal
Conferencista: Dra. Sônia T. Felipe (UFSC)
Local: Anfiteatro Adelbar Sampaio (Prédio F-67 - CCE - Térreo)
Dia 19 de outubro
18 h 00 - 24 h 00 - V Sarau Outras Palavras
Local: Casa da Vó Bar - Av. Euclides da Cunha, 155 (em frente ao Country Club)
Programação: Lançamento de livros e CD, bate-papo com autores maringaenses, apresentação de poesia e músicos locais, exposições Arte pelos Animais e Poesia na mesa de bar.
ATENÇÃO: a p articipação no Sarau Outras Palavras será por adesão (R$ 5,00) e aqueles que participarem receberão certificado de 40 horas. A adesão será feita através de inscrição com os monitores durante os dois primeiros dias (15 e 16) do evento.
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PROGRAMAÇÃO DO 5º SARAU OUTRAS PALAVRAS Lançamento do livro Poemas para quem não me quer, de Nelson Alexandre.
Lançamento do livro Por uma nova arrumação do mundo: a obra de Mia Couto em seus pressupostos ecosóficos, de Márcio Matiassi Cantarin.
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Exposição Arte pelos Animais
Apresentação das bandas:
Retrosense
Esperanto
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Sansão Blues Rocker e amigos convidados
O 5º SARAU OUTRAS PALAVRAS TEM O APOIO
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SIMPÓSIOS & RESUMOS
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Simpósio 1: Natureza, identidade e visão de mundo no texto literário
Coordenador: Dr. Marciano Lopes e Silva (UEM)
Contato: [email protected]
A proposta do simpósio é descrever e analisar as representações da natureza e do
meio ambiente nos textos literários com o objetivo de discutir sua importância para os
processos de subjetivação e construção de identidades, sejam estas de gênero, raça,
etnia, tribos, nações e/ou regiões. Considera-se que as representações da natureza e
do meio ambiente carregam em si valores cognitivos, éticos e morais das diferentes
visões de mundo que as concebem. Ao longo da história, elas têm expressado (e
servido a) interesses diversos, tais como científicos, religiosos, comerciais e políticos,
assim como expressivos. Suas representações já serviram, por exemplo, à divulgação
das riquezas do Novo Mundo, à c onsolidação de nossa identidade nacional e de
diversas identidades regionais, à afirmação das teses do darwinismo social (tão
importantes para justificar o colonialismo e o racismo) ou mesmo para a aceitação
religiosa da infinita magnitude e do insondável mistério de Deus . Recentemente,
acompanhando o surgimento de uma consciência ecológica, a natureza tem sido
valorizada per si, o que não exclui sua relação com a subjetividade que a
representa. Sob este aspecto, muito interessa seu estudo visando sua importância
para o estabelecimento de territórios existenciais segundo a perspectiva da
ecosofia proposta por Felix Guattari.
COMUNICAÇÕES
Sessão 1
Quinta-feira, dia 17 de outubro – 13 h 30 a 17 h 30 – Prédio G-34 – Sala 216.
1 - As cantigas de amigo e os espaços naturais - Célia Santos da Rosa (PG-UEM)
e Clarice Zamonaro Cortez (UEM)
2 - Representação do espaço natural na poesia de Cesário Verde e na pintura de Camille Pissarro – Célia Soares (PG-UEM)
3 - A casa como espaço de resistência cultural em Um rio chamado tempo, uma
casa chamada vida, de Mia Couto - Jesuel Gonçalves de Oliveira (FAP / PG-Unimar)
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4 – Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto: natureza e renascimento - Luciana Lupi Alves (PG-UEM)
5- O espaço existencial: a dialética natureza-homem e o sentido da imortalidade -
Fernanda Tonholi Sasso (PG - UEM) e Alessandra Carvalho (PG - UEM)
6 - A natureza em poemas de Castro Alves - Letícia Jovelina Storto (UENP-CCP)
COMUNICAÇÕES
Sessão 2
Sexta-feira, dia 18 de outubro - 13 h 30 – 17 h 30 – Prédio G-34 – Sala 216.
7- As forças sagradas da natureza no romance O sumiço da santa, de Jorge Amado - Ismael de Oliveira Lima (PG-UNIPOS)
8 - A natureza na poesia romântica de Annita Philipowski - Beatriz Yoshida
Protazio (G-UEM; bolsista PIBIC) e Marciano Lopes e Silva (UEM, orientador)
9 - A natureza na poesia de Adda Macaggi - Douglas de Campos Dantas (G-UEM;
PIC) e Marciano Lopes e Silva (UEM, orientador)
10 - A natureza na poesia romântica de Rosy Pinheiro Lima - Mariany Camilo
Nabarrete (G-UEM; bolsista PIBIC) e Marciano Lopes e Silva (UEM, orientador)
RESUMOS
1
As cantigas de amigo e os espaços naturais
Célia Santos da Rosa (PG-UEM)
Clarice Zamonaro Cortez (UEM)
Resumo: As primeiras manifestações literárias da poesia lírica trovadoresca galego-
portuguesa, cantigas de amor e cantigas de amigo, na P enínsula Ibérica, datam,
provavelmente, dos fins do século XII. O eu-lírico da cantiga de amigo é feminino,
trata-se de uma jovem solteira que expressa suas emoções por meio do canto. O
espaço tem um papel de destaque nestas composições. As paisagens naturais como
as fontes, as praias, as árvores contextualizam o am biente, atuando sobre o “eu”,
despertando o amor, ou a confissão do desejo. Sentimentos e paisagem estão
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interligados nas cantigas de amigo. Desta maneira, este trabalho tem como objetivo
apresentar uma leitura das cantigas de amigo enfatizando o pa pel das paisagens
naturais na expressão dos sentimentos da jovem.
Palavras-chave: Idade Média; Cantigas de amigo; Espaço; Representações da
natureza.
2
Representação do espaço na poesia de Cesário Verde e na pintura de Camille Pissarro
Célia Soares (PG-UEM)
Resumo: O estudo sobre o campo é realizado por meio de dois artistas, na poesia
com o poeta português Cesário Verde (1855-1886) e o artista plástico francês Camille
Pissarro (1830-1903) considerado o “pintor da terra”. Pissarro pinta em suas telas
campos lavrados e paisagens sonolentas. Em sua tela Encostas de Vesinet, Yvelines,
é apresentada a imagem do campo no século XIX que vem ao encontro às imagens
poéticas dos poemas de Cesário Verde. Em seu poema Nós, o campo representa a
fuga em busca de sua própria saúde. Porém, o poeta não o apresenta idealizado ou
paradisíaco, pelo contrário, é revelado um contexto de dificuldades provocadas por
várias situações em que o homem campesino está inserido.
Palavras-chave: Cesário Verde; Camille Pissarro; Campo; Poesia; Pintura;
Representações da natureza.
3
A casa como espaço de resistência cultural em Um rio chamado tempo, uma casa
chamada vida, de Mia Couto
Jesuel Gonçalves de Oliveira (FAP / PG-Unimar)
Todos os elementos da narrativa são importantes para a composição da estrutura
textual, ainda mais na literatura. Destaca-se no romance de Mia Couto intitulado, Um
rio chamado tempo uma casa chamada terra, a necessidade da casa como espaço
marcador de uma cultura, um povo, uma nação. Desde o início da leitura o narrador
transporta o leitor ao universo moçambicano. Isso se torna tão real a ponto do receptor
da obra se imaginar vivendo e sentindo todos os medos dos personagens ao se
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desfazerem alguns preceitos ou tradições africanas. Moçambique é um dos países
mais pobres do globo, mas isso não impede seu desenvolvimento cultural. É palco de
vários escritores, entre eles Mia Couto, vencedor de diversos prêmios literários, como
Camões, um dos mais almejados na área da Língua Portuguesa. Serão abordadas
teorias da chamada crítica pós-colonialista aplicadas à casa no romance. Importante à
observação de que este espaço denominado de casa vai muito além do mero
sinônimo de lar. A casa, no enredo, será a resposta para muitas indagações de
Marianinho, o narrador e personagem principal, ao ver-se afirmando como membro
importante para preservação dos usos e costumes na Ilha Luar-do-chão. Foi a Casa
Grande que ao retornar à família ele avistara. Foi nos telhados desta que percebeu
frestas para o ritual fúnebre, tradição africana local. É dentro deste recinto que o leitor
encontrará, nos cômodos descritos e nas cenas presentes, fortes marcas da
resistência cultural. Nyumba-Kaya, como Marianinho prefere denominar a c asa, no
começo do romance, possui muitos significados. Como respaldo teórico será utilizado
análises dos críticos Bonnici, Memmi e Bachelard, para a confirmação desse espaço
tão comum, ao mesmo tempo importantíssimo para propagar o hibridismo, a diáspora,
entre outras marcas pós-colonialistas no romance.
Palavras-chave: Espaço; Literatura africana; Conto africano; Mia Couto; Pós-
colonialismo.
4
Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto: natureza e renascimento
Luciana Lupi Alves (UEM)
O presente trabalho tem como objetivo analisar a f orma lírica como a na tureza é
abordada no romance “Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra”, do
moçambicano Mia Couto. Partindo de conceitos como identidade e cultura africanas,
segundo teorias pós-colonialistas de Hall (2005), Gilroy (2001) e Eliade (1992), as
representações da natureza e suas implicações na cerimônia fúnebre do personagem
Dito Mariano na obra apresentam-se como um rito de passagem e renascimento da
sociedade africana. Somado a isto, a e nigmática e des amparada ilha de Luar-do-
Chão, tal como a África no período pós-colonial, passa por transformações que
implicam também em mudanças na sua condição cultural.
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Palavras-chave: Espaço; Literatura africana; Conto africano; Mia Couto; Pós-
colonialismo.
5
O espaço existencial: a dialética natureza-homem e o sentido da imortalidade
Fernanda Tonholi Sasso (PG - UEM)
Alessandra Carvalho (PG - UEM)
Sendo uma das maiores dúvidas humanas, a vida após a morte é uma lacuna que
venceu todos os embates filosóficos e paradigmáticos da ciência. Abordado em
leituras de literatura existencial, este tema é altamente trabalhado por Raul Brandão
em sua narrativa Os Pobres. Valendo-se artisticamente de todos os conceitos
científicos vigentes na época, o autor relaciona, através do olhar dramático e
contemplativo de seu personagem Gabiru, vida e existência com o espaço natural que
amalgama a perenidade do ser no mundo. A natureza, que gentilmente recebe os
restos mortais do ser, tudo renova e reaviva, permitindo ao homem ser, ainda que
matéria, imortal.
Palavras-chave: Existencialismo; Literatura portuguesa; Raul Brandão;
Representações da natureza.
6
A natureza em poemas de Castro Alves
Letícia Jovelina Storto (UENP-CCP)
Resumo: Este trabalho, fundamentado na teoria semiótica greimasiana, tem por
objetivo apresentar uma leitura da presença da natureza em poemas de Castro Alves.
Para tanto, faz-se, inicialmente, uma breve abordagem dessa teoria, enfatizando-se o
percurso gerativo de sentido. Em seguida, discute-se a M etodologia de Campos
Lexicais de Georges Maurand, que é adotada para o es tudo dos textos. Por fim, a
partir da divisão dos poemas em campos lexicais, são analisados os três níveis do
percurso gerativo: fundamental, narrativo e discursivo. Por meio do exame, verificou-
se que existe uma sublimação de desejos e afetos do eu lírico para os elementos da
Natureza, de modo que esses desejos e afetos possam se realizar.
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Palavras-Chave: Natureza. Castro Alves. Poemas.
7
As forças sagradas da natureza no romance O sumiço da santa, de Jorge Amado
Ismael de Oliveira Lima (PG-UNIPOS)
Resumo: O candomblé de alaketu, do rito nagô, originado na Nigéria, tem como
princípio a pr eservação das folhas, dos espaços sagrados, das raízes medicinais e
das plantas. Conforme Roger Bastide e Pierre Verger, esses vegetais e lugares são
usados nos ritos, nas oferendas aos orixás e nas curas, tanto para o corpo como para
alma. Na obra O sumiço da santa, de Jorge Amado, há uma exposição vasta sobre o
candomblé. Nela a força da natureza aparece como um elemento que interage com as
ações da narrativa. Este trabalho tem por objetivo identificar os momentos em que o
meio ambiente e o s animais são importantes no e nredo da obra e di scutir a
significação e importância dos mesmos não somente para a trama do romance, mas
especialmente para a religiosidade afro-brasileira.
Palavras-chave: Candomblé; Literatura e identidade; Representações da natureza;
Romance brasileiro.
8
A natureza na poesia romântica de Annita Philipowski
Beatriz Yoshida Protazio (G-UEM; bolsista PIBIC)
Marciano Lopes e Silva (UEM, orientador)
Resumo: A pesquisa sobre “A natureza na poesia de Annita Phlipowski” faz parte do
projeto “Arqueologia crítica da poesia paranaense de autoria feminina”, orientado pelo
prof. Marciano Lopes e Silva e vinculado ao projeto “Portal da Literatura Paranaense:
formação e consolidação de um campo literário”, que tem apoio da Fundação
Araucária e é c oordenado pela profa. Alice Áurea Penteado Marta. Nesta etapa da
pesquisa, nosso objetivo é identificar o(s) estilo(s) de época, os principais temas e
como se realiza a representação da natureza na poesia de Annita Phlipowski (Ponta
Grossa, 1886 - ?). Após estudo dos seis poemas da autora que constam na coletânea
Meio século de poesia, publicada pelo Centro Paranaense Feminino de Cultura, em
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1953, constatamos que eles são escritos em estilo romântico e privilegiam um lirismo
impregnado de civismo, ou patriotismo, conforme pode-se ver nos poemas “O soldado
que não voltou” e “O V da vitória”, os quais tratam da presença dos expedicionários
brasileiros na II Guerra Mundial, e no longo poema “Os poentes da minha terra”, o qual
se apresenta impregnado de um lirismo bucólico em que a beleza do espaço natural é
expressão da grandeza de sua terra natal – o Paraná. A representação romântica da
natureza que encontramos no citado poema, embora desprovida de religiosidade,
também está em “Noite fria em alto mar”, “Canto do lavrador” e em “O soldado que
não voltou”.
Palavras-chave: Literatura de autoria feminina; Literatura e identidade; Poesia
paranaense; Representações da natureza; Romantismo.
9
A natureza na poesia de Adda Macaggi
Douglas de Campos Dantas (G-UEM; PIC)
Marciano Lopes e Silva (UEM, orientador)
Resumo: A pesquisa sobre “A natureza na poesia de Adda Maccagi” (Paranaguá/PR,
1906 – Rio de Janeiro/RJ, 1947) faz parte do projeto “Arqueologia crítica da poesia
paranaense de autoria feminina”, orientado pelo prof. Marciano Lopes e Silva e
vinculado ao projeto “Portal da Literatura Paranaense: formação e consolidação de um
campo literário”, que tem apoio da Fundação Araucária e é c oordenado pela profa.
Alice Áurea Penteado Marta. Neste trabalho, tivemos por objetivo discutir a
representação da natureza nos poemas que compõem seu livro Vozes efêmeras,
publicado em 1927 e, posteriormente, na coletânea Meio século de poesia, organizada
e publicada pelo Centro Paranaense Feminino de Cultura em 1953. Após análise,
concluímos que, apesar de escritos em um estilo bastante clássico, visto o gosto por
versos decassílabos e dodecassílabos, assim como pela forma soneto, entre outros
aspectos, os poemas apresentam um lirismo confessional, amoroso e bucólico
expressivo de uma visão de mundo romântica. Neles, a beleza do espaço natural –
tema importante em 56 % dos poemas do livro – não somente é expressão da
sensibilidade do eu -lírico feminino como também constitui fonte de inúmeras
analogias, o q ue parece apontar para a c rença romântica nas correspondências
universais. Neles, encontramos não somente o elogio da natureza idílica em oposição
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à vida nas cidades, como também a exaltação das forças incontroláveis da natureza
(representadas especialmente pelo mar e pelo vento), o que aponta para a presença
do sublime romântico em sua poesia.
Palavras-chave: Literatura de autoria feminina; Literatura e identidade; Poesia
paranaense; Representações da natureza; Romantismo.
10
A natureza na poesia romântica de Rosy Pinheiro Lima
Mariany Camilo Nabarrete (G-UEM; bolsista PIBIC)
Marciano Lopes e Silva (UEM, orientador)
Resumo: A pesquisa sobre “A natureza na poesia de Rosy Pinheiro Lima” faz parte do
projeto “Arqueologia crítica da poesia paranaense de autoria feminina”, orientado pelo
prof. Marciano Lopes e Silva e vinculado ao projeto “Portal da Literatura Paranaense:
formação e consolidação de um campo literário”, que tem apoio da Fundação
Araucária e é coordenado pela profa. Alice Áurea Penteado Marta. Neste trabalho,
tivemos por objetivo discutir a r epresentação da n atureza nos 22 poemas que
compõem seu livro Poeira ao sol, publicado em 1953 na coletânea Meio século de
poesia, a qual foi organizada pelo Centro Paranaense Feminino de Cultura. Após
análise, concluímos que os poemas são escritos em estilo romântico e privilegiam um
lirismo confessional, amoroso e bucólico. Neles, a beleza do espaço natural é
expressão da sensibilidade do eu-lírico feminino e da grandeza de sua terra natal – o
Paraná. No entanto, o eu-lírico lamenta a destruição deste espaço no qual era feliz,
que é apresentado como pertencendo a “um passado que não volta mais”. Para
demonstrar isso, privilegiaremos, na comunicação proposta, a an álise dos poemas
“Terra brasileira”, “O pinheiro”, “Cedros”, “São João” e “Balançoire”.
Palavras-chave: Literatura de autoria feminina; Literatura e identidade; Poesia
paranaense; Representações da natureza; Romantismo.
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Simpósio 2: Entre o cânone e o index: literatura e cultura de massa
Coordenador: Dr. Márcio Roberto do Prado (UEM)
Contato: [email protected]
No âmbito dos estudos literários, as discussões sobre o cânone ocupam uma posição
relevante e sempre trouxeram a necessidade de reflexões sobre seus limites, seus
pressupostos e seus preconceitos. Longe de se constituir como uma instância além de
qualquer contestação na atualidade, o cânone ainda é capaz de fomentar profícuas
discussões que se desenvolvem em torno da fundamental questão do valor e da
maneira como esse valor, enquanto conceito e dinâmica, põe em movimento um
instigante jogo de legitimação de obras e autores, relegando, sobretudo no âmbito
acadêmico, alguns deles a um impiedoso Index que perdura em pleno século XXI.
Assim, o presente simpósio pretende discutir questões dessa natureza relacionadas a
obras que fujam do contexto canônico tradicional, com destaque para best-sellers e
outras produções da cultura de m assa que dialoguem com diversas dinâmicas
comunicacionais além da literária, como quadrinhos, games e produções televisivas e
cinematográficas.
COMUNICAÇÕES
Quarta-feira, dia 16 de outubro – 13 h 30 – 17 h 30 – Prédio G-34 – Sala 216
1 – “O amor, essa palavra”: crítica ao imaginário amoroso em Rayuela - Pollyanna
Niehues (PG-UFSC)
2 – O sucesso das narrativas transmídias nas redes sociais brasileiras de literatura - Thiago Soares (PG-UEM)
3 – A Torre Negra: literatura trivial ou obra de convergência? - Jhonatan Edi
Mervan Carneiro (G-UEM) - Orientador: Prof. Dr. Márcio Roberto do Prado (UEM)
4 – Um diálogo entre o cânone e o trivial: a representação feminina em Crepúsculo e O morro dos ventos uivantes - Ana Maria Reino Cavalieri (PG – UEM)
5 – Entre Jane Austen e histórias de zumbis: reflexões sobre cânone e literatura de massa – Elenice Koziel (PG-UEM)
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6 - Fala sério, Thalita: ideologia, escolhas anárquicas, mercado e o ensino de literatura - Jaime dos Reis Sant’Anna (UEL)
7 - Entre tronos e metanfetamina: Game of Thrones, Breaking Bad e dinâmica valorativa na atualidade – Márcio Roberto do Prado (UEL)
RESUMOS
1
“O amor, essa palavra”: crítica ao imaginário amoroso em Rayuela
Pollyanna Niehues (UFSC)
Famoso por um estilo irreverente e frases intermináveis, o argetino Julio Cortázar
escreve, em 1963, uma de suas obras mais extensas e expressivas, não somente pela
forma, mas também pelo fundo: a Rayuela, traduzido para o português como O Jogo
da Amarelinha. Escrever sobre esta novela romântica é es crever sobre a busca de
todo ser que está no mundo, em tentar preencher suas faltas e trazer propósitos para
a existência. No desenrolar da trama diversas colocações do autor trazem à tona uma
percepção filosófica, a vida está dada de tal formas aos seres que para conseguirem
criar algo novo, haverão de encontrar novas formas e percursos de liberdade para
além do imaginário amoroso. Cortázar fala de outra forma sobre o amor e c ritica a
produção cultural daquela época, presa a dramas empobrecidos de romantismo. Palavras-chave: Corpo; Sexualidade; Ser; Afeto; Cultura.
2
O sucesso das narrativas transmídias nas redes sociais brasileiras de literatura
Thiago Soares (PG-UEM)
A comunicação busca, além de contextualizar alguns dos conceitos como redes
sociais, narrativas transmídias e cânone literário, apresentar um panorama sobre as
principais redes sociais virtuais brasileiras de literatura. Também é o bjetivo dessa
comunicação analisar a l ista dos 10 livros mais lidos por usuários na principal rede
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social do segmento do país, discutir as convergências e divergências entre eles, e
ainda a relação do cânone literário e os usuários do site. Com isso, esse trabalho visa
refletir sobre tendências mercadológicas no universo literário, além da participação da
internet no sucesso comercial dessas obras.
Palavras-chave: Internet; Literatura; Redes Sociais; Narrativas Transmídia; Cânone
Literário.
3
A Torre Negra: literatura trivial ou obra de convergência?
Jhonatan Edi Mervan Carneiro (G-UEM)
Orientador: Prof. Dr. Márcio Roberto do Prado (UEM)
No âmbito acadêmico, uma obra literária é muitas vezes taxada como literatura trivial
baseada apenas em seu número de exemplares vendidos. Todavia, sem uma leitura
atentada, as qualidade de obras mais populares pode acabar sendo ignorada, como é
o caso da série A Torre Negra, de Stephen King e s eu aspecto de obra de
convergência. A grande popularidade da obra, somada à sua exposição em diferentes
mídias e públicos resulta em um número considerável de fanfictions, as produções
feitas por fãs baseadas no universo ficcional inspirador. Desta forma, resta indagar se
essa obra deve ser relegada ao Index, devido ao fato de ser um best-seller, ou se seu
aspecto motivador e c onvergencial valida a obra como importante produção
contemporânea. Palavras-chave: Literatura trivial; Convergência; Fanfiction; Cibercultura.
4
Um diálogo entre o cânone e o trivial: a representação feminina em Crepúsculo e O morro dos ventos uivantes
Ana Maria Reino Cavalieri ( PG – UEM)
Esta comunicação visa apresentar, mediante um estudo comparativo focado em
personagens femininas centrais, aspectos semelhantes e/ou diferentes na
caracterização destas personagens no tempo/espaço em que estão inseridas, fator
que promove ou não identificação de uma parcela do público leitor composta por
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adolescentes. Para tanto, serão trabalhados O morro dos ventos uivantes e a série
Crepúsculo, propondo, assim, também a reflexão a respeito dos motivos do sucesso
junto ao público de textos que, independentemente de sua classificação pela crítica
literária, originam at rativos que permitem aos leitores, além de imergir em seu
universo, criar outro universo por meio do diálogo entre aspectos provenientes do
texto literário original e outras artes. Palavras-chave: Leitura; Narrativa; Personagens femininas.
5
Entre Jane Austen e histórias de zumbis: reflexões sobre cânone e literatura de massa
Elenice Koziel (PG-UEM)
Em 3013, o livro Orgulho e preconceito, de Jane Austen, completou 200 anos. Dois
séculos depois da publicação da sua primeira edição, a obra ocupa um lugar de
destaque, o q ue se nota, sobretudo, pela diversidade de novas “obras” que foram
criadas a partir dela: paródias, continuações, adaptações para cinema e televisão,
fanfics, games, aplicativos, entre outras produções. O presente trabalho busca refletir
sobre a l iteratura canônica e a l iteratura considerada de massa, considerando o
diálogo entre literatura e outras mídias no contexto da pós -modernidade. Para isso,
partiremos da análise da obra Orgulho e preconceito e os zumbis, mashup criado por
Seth Grahame-Smith. Palavras-chave: Cânone; Literatura de massa; Mashup.
6
Fala sério, Thalita: ideologia, escolhas anárquicas, mercado e o ensino de literatura
Jaime dos Reis Sant’Anna (UEL)
O objetivo deste trabalho é discutir a l iteratura de massa como ferramenta para a
formação de leitores no Ensino Básico, conforme se verifica em certas práticas
docentes cotidianas e com o suporte teórico de alguns estudos acadêmicos. A partir
de autores como Petrucci, Sodré, Chiappini, Jenkins, e à luz das OCEMs e DCEs,
discutiremos os riscos, mesmo com a mediação do professor de língua materna, da
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valorização das chamadas “escolhas anárquicas”, como se fora uma forma libertária e
democrática de construção da leitura literária. Para aprofundar a di scussão, a
abordagem se servirá dos 5 t ítulos da s érie Fala sério, de Thalita Rebouças, cuja
venda alcançou a marca de 1,5 milhão de exemplares, em 2013. Palavras-chave: Literatura de massa; Ensino; Mercado; Ideologia.
7
Entre tronos e metanfetamina: Game of Thrones, Breaking Bad e dinâmica valorativa na atualidade
Márcio Roberto do Prado (UEM)
As produções artísticas dos dias de hoje, situadas em um contexto de atualização
feroz e pouco espaço para a s edimentação dos julgamentos, não parecem ser o
terreno mais fértil para que se (re)coloque a fundamental questão do valor. Ao se
confundir o m encionado princípio de atualização com uma ligeira descartabilidade,
temos dificuldades em perceber as sutiliezas da atual dinâmica cultural, bem como
suas leis e propostas. Dessa forma, a presente comunicação pretende investigar a
atual dinâmica valorativa tendo em vista a relação comunicacional e poética
estabelecida entre a série romanesca A song of ice and fire, de George R. R. Martin e
produção televisiva da HBO Game of Thrones, criada a partir dos livros. Além disso,
buscando compreender a ev olução e as particularidades das produções televisivas,
serão feitas considerações sobre a série da AMC, Breaking Bad. Palavras-chave: Literatura; Televisão; Game of Thrones; Breaking Bad; Valor.
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Simpósio 3: Os espaços naturais no texto literário Coordenadora: Evely Vânia Libanori
Contato: [email protected]
A proposta do simpósio é pensar a relação entre o texto literário e o espaço natural.
Trata-se, portanto, de estudar a presença da fauna e da flora em narrativas e em
poemas com vistas a destacar a relação do ser humano com a Natureza. O cenário
das três dimensões que abriga seres e objetos, mas que é estático e inalterado, não é
o que interessa. Interessa pensar o es paço como um componente expressivo que
ganha relevância e sentido à medida que integra os propósitos humanos. Pretende-se
destacar a ligação orgânica entre os espaços e as personagens, e mostrar a função
estética desses espaços.
COMUNICAÇÕES
Sexta-feira, dia 18 de outubro, 8 h 30 a 11 h 30 – Prédio H-35 – Auditório do CCH
1 - A marcha do progresso: insólito, historicidade e meio ambiente em “A usina atrás do morro”, de José J. Veiga - Eny Araujo Rocha (UFPB)
2 - A natureza como espaço de impressão/expressão na poesia de Florbela Espanca - Aline Carla Dalmutt (UEM)- Clarice Zamonaro Cortez (UEM)
3 - Os espaços da morte em Santa Evita, de Tomás Eloy Martínez - Jessica Baia
Moretti (UEM) – Evely Vânia Libanori (UEM)
4 - A “Guerra silenciosa” de Manuel Scorza: um espaço literário de resistência humana e de motivações ecológicas - Elda Firmo Braga (UERJ)
5 - Interfaces da vida no campo: sonho e natureza na obra de Guimarães Rosa – Ceres Moraes Gomes Lima (SEDUC – MT)
6 - A inter-relação entre Sujeito e Natureza em Pedro Páramo, de Juan Rulfo.-
Larissa Walter Tavares (UEM) – Evely Vânia Libanori (UEM)
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RESUMOS
1
A marcha do progresso: insólito, historicidade e meio ambiente em “A usina atrás do morro”, de José J. Veiga
Eny Araujo Rocha (UFPB)
Numa narrativa literária é possível verificar o intercâmbio e as mútuas implicações
entre o texto narrativo, o contexto histórico e as interferências com o meio ambiente. O
propósito desse trabalho direciona-se na discussão do exame do conto A usina atrás
do morro, de José J. Veiga, analisando não apenas o espaço, como também o
comportamento dos personagens, que se modificam a partir da chegada de pessoas
misteriosas na cidade. No conto de Veiga é pertinente a investigação dessas
categorias narrativas e c omo elas expressam, alegoricamente, conflitos ligados ao
meio ambiente dentro de um determinado contexto histórico. A escolha do conto recai
nas tendências literárias da época e nas reflexões sobre a noção de contexto
implicado na obr a. Sendo assim, observou-se que a realidade ficcional do texto
dialoga com o contexto, sem considerar, contudo que a estética do insólito é uma
forma de ver a realidade através de outra perspectiva.
Palavras-chave: José J. Veiga; insólito; contexto; meio ambiente.
2
A natureza como espaço de impressão/expressão na poesia de Florbela Espanca
Aline Carla Dalmutt (UEM)
Drª. Clarice Zamonaro Cortez (UEM)
O espaço da natureza é um componente constante na obra de F lorbela Espanca
(1894-1930), em especial o cenário do Alentejo – Portugal, onde a poetisa nasceu e
viveu, tanto que um de seus livros intitula-se Charneca em Flor. Na sua poesia, tanto o
cenário é i nfluenciador do estado de espírito do eu-lírico (impressionismo) como os
sentimentos do eu lírico influenciam o es paço (expressionismo). Em vista disso, o
objetivo deste trabalho é analisar como a poetisa pinta e ao mesmo tempo é refletida
pelo cenário do crepúsculo, do luar, do mar e da noite. A “liricização” dos elementos da
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natureza traz a simbologia para a sua poesia, que será estudada principalmente a
partir dos pressupostos teóricos de Santos e Oliveira, Maurice Blanchot e Michel
Collot.
Palavras-chave: Florbela Espanca; Poesia; Elementos Naturais; Sensação.
3
Os espaços da morte em Santa Evita, de Tomás Eloy Martínez
Jessica Baia Moretti (UEM)
Essa comunicação analisa os espaços anteriores e posteriores à morte de Eva Perón
no romance Santa Evita, do escritor argentino Tomás Eloy Martínez e tem como base
teórica principal o estudo O homem e a morte, do filósofo francês Edgar Morin. O
romance narra a trajetória de Eva Perón antes e depois de sua morte. No romance, é
principalmente depois de morta que Evita, paradoxalmente, ganha força existencial.
Domingo Perón, o marido, providencia o embalsamamento do corpo que, depois do
golpe militar, fica em poder dos militares. A múmia de Evita passa por situações
inusitadas, é escondida em espaços claustrofóbicos e a própria múmia torna-se
responsável por diversas mortes. Trata-se, enfim, de estudar a relação de Eva Perón
viva e morte com os espaços por onde ela passou em vida e em morte.
Palavras-chave: Espaço; Eva Perón; Natureza; Morte.
4
A “Guerra silenciosa” de Manuel Scorza: um espaço literário de resistência humana e de motivações ecológicas
Elda Firmo Braga (UERJ)
O presente trabalho visa apresentar um estudo de t extos ficcionais do jornalista e
escritor peruano Manuel Scorza (1928-1983), intitulados Guerra silenciosa ou
Pentalogía. Trata-se de um conjunto de cinco romances produzidos entre 1970 e
1979, protagonizados por indígenas do altiplano central peruano. A base teórica que
orienta nossas reflexões é a abordagem ecocrítica, que propõe a leitura de textos
literários a partir de um olhar ecológico (RUECKERT, 1996) e a perspectiva ecosófica,
que se fundamenta em uma tripla articulação integrada: a ecologia ambiental, a social
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e a m ental (GUATTARI, 2001). O ciclo narrativo scorziano retrata o “problema do
índio” (MARIATEGUI, 2004), mais especificamente os conflitos agrários, e denuncia a
exploração e os abusos de poder cometidos por grandes proprietários rurais e por
companhias mineradoras estrangeiras contra as comunidades indígenas, sobretudo
quando estes povos optam por lutar pela preservação ou recuperação de suas terras.
Essa resistência culmina em uma acentuada violência, que, muitas vezes, gera
reiterados massacres, vitimando uma infinidade de s eres. Scorza projeta a v oz dos
silenciados e dá visibilidade às arbitrariedades da justiça e ao desamparo sofrido pelos
camponeses andinos. Por meio de um âmbito estético, a l inguagem literária,
teceremos considerações sobre aspectos ambientais e sociais.
Palavras-chave: literatura peruana; ecocrítica; ecosofía.
5
Interfaces da vida no campo: sonho e natureza na obra de Guimarães Rosa
Ceres de Moraes Gomes Lima – SEDUC - MT
O trabalho tem como objetivo mostrar a relação dos temas da obra roseana com o
interior brasileiro, com o sertão, com o homem do campo, e que legado há na literatura
brasileira para ser trabalhado fazendo a relação Literatura, natureza, cultura e
ambiente. O conto estudado é da obra Primeiras Estórias, especificamente “As
margens da Alegria”, que tem como personagem um menino, que sai da cidade e vai
passar uns dias no campo e passa por várias experiências que marcam sua vida. O
menino não tem nome, é o menino, representação da infância, da criança, e de toda
criança que há no interior de cada ser humano, seja homem ou mulher. Assim as
margens da alegria transmitem magia, realidade e sonho. Mostra as passagens do
conto em que retratam momentos vividos pelo personagem central e secundários, e
nesse processo é feita a leitura dos fatos acontecidos, mostra, portanto, que a questão
ambiental no Brasil vem de muito tempo, e que também há a possibilidade de naquele
momento da escritura do conto, o autor estar fazendo uma denúncia, pois em
determinadas passagens verificam-se abordagens à natureza. Para fazer essa leitura
da obra de Guimarães Rosa observam-se referências teóricas de autores como
Bakhtin, Bystrina, Fiorin, Simões, Soares e Boff, um diálogo breve com as correntes
distintas.
Palavras-chave: Menino, Campo, Realidade.
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6
A inter-relação entre Sujeito e Natureza em Pedro Páramo, de Juan Rulfo.
Larissa Walter Tavares (PG – UEM)
Esta pesquisa propõe a análise de elementos que compõem o espaço na obra Pedro
Páramo, de Juan Rulfo, apontando como esses elementos naturais se relacionam com
o sujeito. No romance, as personagens se espacializam, ou seja, o indivíduo deve ser
compreendido “com” o es paço. Por ser uma narrativa em que os narradores e as
personagens já morreram, as configurações de tempo e de espaço são atípicas e
únicas. Nesse caso, descarta-se a convenção inicial de que espaço é um lugar
material composto por altura, largura e profundidade, para estabelecê-lo através da
relação entre seres humanos e seres não humanos.
Palavras-chave: Espaço; Natureza; Sujeito; Pedro Páramo; Juan Rulfo
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Simpósio 4: Literatura de autoria feminina & ecofeminismo: reinvidicando a alteridade Coordenadores: Dra. Lúcia Osana Zolin (UEM) - Me. Andiara Maximiano de Moura
(UEM)
Contato: [email protected]
Historicamente, as relações sociais foram sendo construídas sobre os alicerces do
patriarcalismo, de modo a fazer com que a m ulher incorporasse e ac reditasse na
naturalização da dominação masculina. O feminismo, desde as suas origens, nos
remotos oitocentos, vem reivindicando a igualdade de direitos entre os sexos. De
modo especial, o chamado ecofeminismo também vem abraçando a causa, baseado
no reconhecimento das ligações entre a exploração da natureza e a opressão das
mulheres; assim como, na ideia de que tanto a natureza quanto as mulheres são
socialmente construídas. A natureza passa a ser entendida como um lugar de
resistência e d e luta para as mulheres, seja em contextos específicos, seja em
contextos mais amplos de resistência contra a opressão e exploração generalizada do
planeta. O presente simpósio pretende pôr em discussão a construção de identidades
e/ou de alteridades femininas em narrativas de escritas por mulheres, enfocando
questões como: representação de identidades femininas; de alteridades; de relações
de poder; de pr áticas de preservação de vidas, de r e-tecitura da sociedade; de
implicações da nova ordem social e econômica; entre outras. Essas discussões
podem estabelecer relações inter-, trans- ou multidisciplinares/culturais.
COMUNICAÇÕES
Quarta-feira, dia 16 de outubro – 13 h 30 – 17 h 30 – Prédio H-35 – Auditório do DLM
1 - A opressão feminina e o revide em Pena de Ganso, de Nilma Lacerda -
Fabiana dos Santos (PG-UEM)
2 - O Bildungsroman de autoria feminina contemporâneo - Wilma dos Santos
Coqueiro (FECILCAM/PG-UEM) e Lúcia Osana Zolin (OR-UEM)
3 - A representação literária da opressão da mulher espanhola no séc. XVII em La inocencia castigada de María de Zayas y Sotomayor - Jandirene Tiburcio
(UEPB) e Elda Firmo Braga (UERJ) 4 - Uma análise sobre a objetificação feminina em Mulheres Frutas – Efeito Melancia - Karen Cristina de Medeiros (PG-UEM)
5ª Jornada Interartes Outras Palavras 1º Congresso Nacional de Educação Ambiental, Literatura e Ecocrítica
CADERNO DE PROGRAMAÇÃO, SIMPÓSIOS E RESUMOS
UEM – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – 15 A 19 DE OUTUBRO DE 2013
38
5 - Impressões a respeito da relação entre literatura e humanização - Michelle
Cerqueira César Tambosi (UEM)
6 - Humana Festa, de Regina Rheda: uma porção de literatura com ativismo -
Lígia de Amorim Neves (UEM)
7 - O lugar de resistência e a dominação masculina em Ruídos, de Luci Collin - Andiara Maximiano de Moura (UEM)
RESUMOS
1
A opressão feminina e o revide em Pena de Ganso, de Nilma Lacerda
Fabiana dos Santos (PG-UEM)
O presente trabalho tem por finalidade apresentar uma perspectiva de leitura da obra
Pena de Ganso (2005), de Nilma Lacerda observando através da a nálise dessa
narrativa, a opressão feminina e o revide. Considerando que os estudos sobre
literatura juvenil são muito recentes e essas produções são apresentadas como um
subgênero intimamente ligado à literatura infantil é de gr ande valia, tecer discussões
que demonstrem a importância das narrativas juvenis e suas contribuições nas
narrativas brasileiras contemporâneas. Em relação à mulher não é novidade que
durante séculos foi silenciada e excluída da sociedade em que estava inserida. Banida
da participação e do convívio em um ambiente reservado exclusivamente ao homem
se destinava apenas a vida doméstica. Na tentativa de sair do silenciamento, e em
busca de movimentos sociais que, visavam à l ibertação da mulher e conjuntamente
denunciassem a ex istência das mais diversas formas de opressão, assim temos o
início de um a trajetória de constante reivindicação de direitos, que garantissem a
igualdade entre os sexos.
Palavras-chave: Opressão; Mulher; Literatura juvenil; Nilma Lacerda.
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2
O Bildungsroman de autoria feminina contemporâneo
Wilma dos Santos Coqueiro (FECILCAM/PG-UEM)
Lúcia Osana Zolin (OR-UEM)
O romance como uma grande instituição sócio-literária, que projeta os ideais da classe
burguesa, torna-se a ex pressão máxima de modernidade, a partir do século XVIII.
Esse gênero, caracterizado pela sua maleabilidade e am bivalência, reflete uma
orientação individualista e inovadora. Nesse sentido, os romances de personagem dão
origem a subtipos, como o Bildungsroman, cujo modelo paradigmático seria Os Anos
de Aprendizado de Wilhelm Meister (1795), do escritor alemão Johann Wolfgang von
Goethe. Essa obra, ao mostrar o processo de aperfeiçoamento do herói e a formação
do seu caráter, seria considerado como romance de formação, dando origem ao
gênero, tido como um fenômeno tipicamente alemão e voltado a representação de
personagens masculinos. Contudo, o conceito de Bildungsroman começa a ser
problematizado e, na atualidade, pode-se falar de um romance de formação que inclui
as minorias étnicas, raciais e s exuais. O objetivo desse trabalho é discutir as
formulações teóricas acerca do Bildungsroman de autoria feminina no Brasil,
sobretudo a partir da obra precursora de Cristina Ferreira Pinto, de 1990, cuja análise
de romances de autoras como Rachel de Queiroz e C larice Lispector, entre outras,
balizam o caminho para uma reflexão fecunda sobre o romance de autoria feminina
contemporâneo, como, entre outros, Ponciá Vicêncio, publicado por Conceição
Evaristo, em 2003. Por meio de uma prosa densa e poética, Conceição Evaristo narra
a trajetória da protagonista Ponciá, descendente de escravos, marcada pela exclusão
social e racial e pela opressão patriarcal, da infância à maturidade, configurando-se,
assim, como um romance de formação feminino
Palavras-chave: Literatura de autoria feminina; Bildungsroman; representação das
minorias.
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3
A representação literária da opressão da mulher espanhola no séc. XVII em La inocencia castigada de María de Zayas y Sotomayor
Jandirene Tiburcio (UEPB)
Elda Firmo Braga (UERJ)
O presente trabalho tem como objetivo refletir acerca da repressão que vitimava as
mulheres no século XVII, na E spanha, a partir do m ini-romance La inocencia
castigada, de María de Zayas y Sotomayor (1590-1650), presente no livro Desengaños
amorosos, publicado em 1647. Temos como foco a representação literária como um
elemento de contrapoder e de denúncia contra a opressão, submissão, marginalização
e exclusão social que a mulher deste período sofria por parte de uma sociedade
especialmente patriarcal e misógina. Como apoio para a realização do estudo
proposto, contaremos com Lerne (1990) e Ordorika (2006).
Palavras-chave: Literatura Espanhola; Escrita feminina; Contrapoder.
4
Uma análise sobre a objetificação feminina em Mulheres Frutas – Efeito Melancia
Karen Cristina de Medeiros (PG-UEM)
Os resquícios da cultura patriarcalista estão ainda hoje presentes em nossa
sociedade. Uma das formas de materialização dessa ideologia patriarcal é a
objetificação do ser, ou seja, tratar o outro como inferior, seja pela raça, etnia, gênero
ou religião. Este trabalho caminha na discussão da superposição discursiva de
representações culturais de animais feminilizados e mulheres animalizadas – presente
na Política sexual da carne (2012). Tendo-se em vista que a cultura androcêntrica
possui em sua essência a v isão do objeto sexualmente desejado como consumível,
pretende-se analisar de que a forma essa visão é abordada no conto Mulheres Frutas
– Efeito Melancia (2012), da autora contemporânea Salma Ferraz.
Palavras-chave: Feminismo; Objetificação; Salma Ferraz.
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5
Impressões a respeito da relação entre literatura e humanização
Michelle Cerqueira César Tambosi (UEM)
Antonio Candido, em sua obra Direitos humanos e literatura (1989), expõe a
capacidade humanizadora da literatura. Ainda que Candido escreva somente sobre a
esfera social, este artigo tirará proveito das noções cedidas pelo autor para pensa-las
na esfera ecológica, ou, ecoesfera, como aponta Glotfelty (1996). Visando unir
literatura, ecologia e feminismo, traremos a ec ocrítica e o ec ofeminismo como
agregadores de sentido aos apontamentos de Candido. Este trabalho é uma proposta
de aplicação pratica que se dará a partir do contato do leitor com determinados
poemas da poeta contemporânea Angélica Freitas.
Palavras-chave: Literatura e humanização; Ecocritica; Ecofeminismo.
6
Humana Festa, de Regina Rheda: uma porção de literatura com ativismo
Lígia de Amorim Neves (UEM)
Esta comunicação tem como objetivo investigar as relações de poder entre a
exploração dos animais e das mulheres e o patriarcalismo. Diante da naturalização da
dominação exercida sobre esses dois grupos, a qual tem como base o mesmo
pressuposto para ambos, a saber, a Outremização e a consequente inferiorização do
Outro, torna-se relevante investigar em conjunto tais mecanismos de opressão, ainda
mais quando a mulher, historicamente subjugada pelo homem, exerce poder sobre os
animais, passando de explorada a ex ploradora. É nesse contexto que se insere o
romance Humana Festa (2008), de Regina Rheda, considerado, no Brasil, um dos
primeiros (talvez o pioneiro) a empreender o veganismo como tema.
Palavras-chave: Humana Festa; Regina Rheda; Veganismo; Feminismo; Literatura de
autoria feminina.
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7
O lugar de resistência e a dominação masculina em Ruídos, de Luci Collin
Andiara Maximiano de Moura (UEM)
Durante muitos anos, a tradição patriarcal vem marcando a nossa história colocando a
mulher em um plano inferior. O silenciamento feminino causou a exclusão social da
mulher ao longo da história, devido aos valores patriarcais existentes, que via a mulher
com o propósito único de procriação. Ancorado nos pressupostos teóricos de Pierre
Bourdieu (2005), essa pesquisa tem por objetivo realizar uma análise do conto Ruídos,
da coletânea de contos da autora paranaense Luci Collin, intitulada Vozes num
divertimento, levando em consideração como a ligação da personagem principal com a
natureza está simbolicamente relacionada ao discurso da dominação masculina.
Busca-se, sobretudo, verificar o modo como a autora vê e representa a questão do
gênero, ou s eja, o c omportamento do homem e da m ulher na s ociedade
contemporânea, bem como o seu lugar de resistência contra a opressão.
Palavras-chave: Representação feminina; Dominação masculina; Natureza; Luci
Collin.
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Simpósio 5 - Nacionalismos e mobilidades identitárias na América Latina Coordenador: Prof. Dr. Weslei Roberto Cândido (UEM)
Contato: [email protected]
As literaturas latino-americanas sempre estão às voltas com questões de identidade
nacional. A produção romanesca desses países vive a eterna contradição de produzir
uma obra que tenha caráter universal, mas que não perca o t raço local de crítica à
política, à sociedade e até mesmo ao sistema literário a que pertence. No entanto,
reconhecer-se como latino-americano é uma tarefa que exige o deslocamento, o
afastamento do l ocal de n ascimento para se enxergar como um membro dessa
comunidade. Como afirma Canclini (2002), as pessoas não querem ser latino-
americanas, a necessidade de se sentirem como tal vem justamente do deslocamento
geográfico a q ue são submetidas por necessidades financeiras, de estudos ou
causadas pelo exílio. Portanto, o r econhecimento da latinidade, em geral, vem do
Outro que acusa o local de origem do sujeito em deslocamento. Desta maneira, o
presente simpósio receberá contribuições de textos que visem discutir os
nacionalismos, as construções identitárias, o espaço natural como forma de identidade
e outros estudos de literatura que versem sobre a produção literária nas Américas de
uma forma geral.
COMUNICAÇÕES
Sexta-feira, 18 de outubro - 13 h 30 a 17 h 30 – Prédio H-35 – Auditório do DLM
1- Imaginários des(re)territorializados na literatura rioplatense contemporânea
- Maria Josele Bucco-Coelho (UFRGS – PPG/Letras)
2- Um estudo estatístico das cores na poesia de Cruz e Sousa - Adailton
Almeida Barros (G-UNESPAR/FECILCAM) – Mônica Luiza Socio Fernandes (OR
– UNESPAR/FECILCAM)
3- Aspectos líricos em “Lamentações da Rua Ubaldino” - Alexandre Gaioto
4- Sujeito e narração em Hotel Atlântico, de João Gilberto Noll - Pedro Garcia
dos Santos Neto (G-UEM) e Alexandre villibor Flory (UEM - Orientador)
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5- Violência congênita: como a realidade é representada por novos escritores brasileiros - Murilo Filgueiras Correa (PG-UEM)
RESUMOS
1
Imaginários des(re)territorializados na literatura rioplatense contemporânea
Maria Josele Bucco-Coelho (UFRGS – PPG/Letras)
Segundo Jean Luc-Nancy (1996, p.34), a propagação de toda sorte de passagens, de
movimentações, de deslocamentos e de p artidas impulsionam o i ndivíduo, na
contemporaneidade, a sair daquilo que lhe é próprio ou de buscar o que lhe pertença.
Isso transformou-se em um lugar comum na tradição ocidental e na história
contemporânea e essa é a r azão pela qual, Giddens (1991), afirma que as culturas
tradicionais estão passando por diversas mudanças que provocam um choque entre a
busca da integração e o f undamentalismo, entre as identidades nacionais e os
processos de unificação global. Tomando como base tal premissa, esse estudo busca
delinear de q ue forma esses deslocamentos engendram movimentos de
des(re)territualização (Deleuze-Guattari) influenciando no processo criativo e no
delineamento de estéticas da distância na obra da escritora argentina María Rosa
Lojo.
Palavras-chave: Literatura hispano-americana; Processo criativo;
Des(re)territialização; Identidade.
2 Um estudo estatístico das cores na poesia de Cruz e Sousa
Adailton Almeida Barros (G-UNESPAR/FECILCAM)
Mônica Luiza Socio Fernandes (UNESPAR/FECILCAM - orientador)
Cruz e Sousa, poeta simbolista brasileiro é visto, por muitos, como obsessivo pela cor
branca, tanto que Roger Bastide (1973) chegou a realizar um levantamento estatístico
das cores utilizadas pelo poeta, muito embora tenha se atido às obras Broquéis e
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Missal, ambas publicadas em 1893. Contudo, há i númeras outras cores em sua
poesia, todas são importantes referências para a construção do sentido e d o
entendimento de sua produção. Destarte, o presente trabalho pretende apresentar a
estatística das cores em toda a poesia de Cruz e Sousa e, a partir desses dados,
estabelecer a relação delas com a sutentação temático-semântica de cada livro. Essa
particularidade será analizada com base nos estudos acerca da semântica e da
simbologia das cores desenvolvidos por Chevalier e Gheerbrant (1982).
Palavras-chave: Cruz e Sousa. Estatística. Cores.
3 Aspectos líricos em “Lamentações da Rua Ubaldino”
Alexandre Gaioto
Resumo: Com mais de 30 obras publicadas, Dalton Trevisan é reconhecido como um
dos maiores contistas do País. Este trabalho se propõe a analisar os aspectos líricos
no conto “Lamentações da Rua Ubaldino”, do livro “Em Busca de Curitiba Perdida”.
Para isto, serão retomados os estudos de Massaud Moisés e Aguiar e Silva sobre o
gênero lírico. Observar as metáforas presentes no conto e investigar a ironia
concernente ao discurso religioso também estão no bojo deste trabalho. Pretende-se
concluir que, a partir da articulação do lirismo, da ironia e das metáforas na história, o
contista assume a postura de um poeta satírico, ao retratar, sardonicamente, a mistura
do discurso religioso com elementos profanos.
Palavras-chave: Dalton Trevisan; Literatura Brasileira; Literatura contemporânea;
Sátira.
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4
Sujeito e narração em Hotel Atlântico, de João Gilberto Noll
Pedro Garcia dos Santos Neto (G-UEM)
Alexandre villibor Flory (UEM - Orientador)
Resumo: Neste trabalho, partimos da obra literária de João Gilberto Noll Hotel
Atlântico (2004) para estudar, baseado em teorias hoje muito em voga, a questão da
noção de sujeito na contemporaneidade, refletir a respeito de seu comportamento e
sobre as condições que possivelmente o levam a agir no mundo da forma como o faz.
Este estudo é realizado tendo em vista os conceitos em torno da construção da
identidade contemporâneos de Bauman, Hall, Kurtz e outros autores, além da
necessária historicização e atualização dos conceitos, no contexto da crítica
materialista que estuda a dialética entre forma literária e processo social, onde se vê
também a importância de Cândido, Adorno, Benjamin, Rosenfeld e outros.
Palavras-chave: Literatura e sociedade; Literatura e identidade; João Gilberto Noll;
Teoria do romance.
5
Violência congênita: como a realidade é representada por novos escritores brasileiros
Murilo Filgueiras Correa (PG-UEM)
A ficção brasileira contemporânea apresenta maneiras diversas de representações da
manifestação e da configuração da violência na vida social. O mundo, segundo Pierre
Lévy, está submerso em um oceano infinito de informações e plataformas de acesso,
diminuindo distâncias e encurtando caminhos, colocando todos os textos praticamente
na mesma estante. Ciente da nova situação e com vistas ao es tabelecimento de
critérios de julgamento acerca da presença da literariedade no texto, o presente artigo
procura demonstrar como dois autores brasileiros novos, Ferréz e Marcelino Freire,
tratam com a temática da violência. Sob a luz de teóricos como Roland Barthes e
lançando mão de definições acerca de literariedade e comparação propostas por Inês
Oseki-Dépré e Sandra Nitrini, explorar-se-ão as diferentes formas de representação da
violência e da vida miserável e silenciosa dentro da grande metrópole. Através da
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comparação e ponderação sobre as características narrativas dos dois autores,
espera-se que, num contexto de total acesso a todo tipo de conteúdo, tal trabalho
possa contribuir com questões relativas ao julgamento e seleção de obras baseadas
em critérios cientificamente definidos.
Palavras-chave: Literatura brasileira contemporânea; Literariedade; Violência.
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Simpósio 6: Representações sociais do meio ambiente e educação ambiental Coordenador: Dr. Marciano Lopes e Silva (UEM)
Contato: [email protected]
O objetivo deste simpósio é discutir as representações sociais da natureza e do meio
ambiente (o que inclui o espaço urbano e a natureza modificada pelo homem, tais
como o m eio rural, praças, parques, reservas, jardins, etc.) considerando sua
importância para a construção de identidades (de gênero, região/nação, étnicas,
raciais etc.) e para o planejamento de uma educação ambiental mais efetiva. Para
tanto interessa a análise de representações sociais em grupos e comunidades, como
também em textos literários e midiáticos, além de relatos de experiências
educacionais acompanhados de seus resultados e reflexões críticas.
COMUNICAÇÕES
1 - Escola, comunidade e educação ambiental - Regina Silvana Silva Costa
(SEDUC/MT)
2 - Educação ambiental aplicada aos resíduos sólidos: um estudo de caso como estratégia para a construção da consciência crítica dos alunos - Joici de Carvalho
Leite (PG-UEM) - Rodrigo Leite Arrieira (PG-UEM)
3 – Aprendendo biologia com O Saci, de Monteiro Lobato
RESUMOS
1
Escola, comunidade e educação ambiental
Regina Silvana Silva Costa – (SEDUC/MT)
Neste trabalho procuro contribuir com a compreensão do que vem se construindo
como Educação do Campo, para tanto, apresento uma reflexão sobre os conceitos de
Campo e discutimos algumas diferenças da Educação Rural e da Educação do
Campo. O campo da Educação do Campo é analisado a partir do conceito de território,
aqui definido como espaço político por excelência, campo de ação e de poder, onde se
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realizam determinadas relações sociais. O conceito de território é fundamental para
compreender os enfrentamentos entre a agricultura camponesa e o agronegócio, já
que ambos projetam distintos territórios. O território é apenas uma referência ao
espaço geográfico controlado por determinada instituição ou relação social, também é
utilizado para representar o poder das teorias nos processos de transformação da
realidade. A questão central deste trabalho é: qual o campo da Educação do Campo?
O que as Escolas do Campo entendem por Escolas Sustentáveis? Em que a
interferência da Comunidade Escolar, dos Profissionais da Educação, dos Movimentos
Sociais e da G estão da SEDUC podem colaborar para o desenvolvimento dessas
escolas sustentáveis? Como construir uma sociedade sustentável? Neste sentido,
discutimos a Educação do Campo como uma construção teórica que se consolidada
na comunidade, é incorporada por todos (as) e se transforma em um projeto de
desenvolvimento territorial. Para responder às perguntas acima, apresento reflexões a
respeito da formação de professores, da participação da SEDUC e instituições
parceiras nesta formação, dos conceitos de escola sustentável, dos trabalhos
realizados nas escolas da rede estadual, não só para o ambiente interno da escola
como também envolvendo o m eio ambiente na relação com a comunidade escolar,
visando o campo da agricultura camponesa, explicitando os conteúdos e apresentando
as práticas pedagógicas elaborados pelos estudantes das Escolas Estaduais do
Campo. Esperamos que esta contribuição seja motivo de debate entre as pessoas que
se preocupam com a construção de uma comunidade sustentável que preserve o
ambiente em que vivem e que tenham o sentimento de pertence pelo local onde
moram, onde possam contribuir com a c onstrução de um Brasil mais justo e
democrático, onde o campo seja ocupado por diferentes modelos de desenvolvimento
e que seja plena a liberdade de escolha do mundo que queremos.
Palavras Chaves: Sustentável, Escola Campo, meio ambiente.
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2
Educação ambiental aplicada aos resíduos sólidos: um estudo de caso como estratégia para a construção da consciência crítica dos alunos
Joici de Carvalho Leite (PG-UEM)
Rodrigo Leite Arrieira (PG-UEM)
Este estudo investigou a percepção de alunos do Ensino Fundamental a respeito da
destinação dos resíduos sólidos em um Colégio Estadual de Maringá-PR, avaliados
pela resolução de um problema proposto. Após a i nvestigação dos conhecimentos
prévios, o estudo de caso foi aplicado com o objetivo de sugerirem alternativas para o
destino correto do lixo gerado por uma empresa de fast food, visando à preservação
do meio ambiente. Deste modo, evidenciou-se pelos resultados obtidos que o estudo
de caso foi uma estratégia eficaz para promoção da Educação Ambiental com os
alunos, tanto para o processo de ensino-aprendizagem quanto para a construção de
postura crítica, frente às questões ambientais relacionadas aos resíduos sólidos.
Palavras-chave: Educação Ambiental; resíduos sólidos; prática de ensino; reciclagem.
3
Aprendendo ecologia com O Saci, de Monteiro Lobato
Marciano Lopes e Silva (UEM)
O presente trabalho faz um estudo da representação social da natureza em O Saci, de
Monteiro Lobato, com o objetivo de discutir como o autor incorpora conhecimentos de
genética e biologia sobre algumas espécies de animais e plantas pertencentes à Mata
Atlântica. Desta forma, pretende-se oferecer subsídios aos professores de literatura,
biologia e ciências para a sua utilização no ensino fundamental em uma perspectiva
interdisciplinar e ecocrítica que permita ao aluno não apenas aprender conhecimentos
de ecologia e g enética como também pensar criticamente a r elação entre o s er
humano e a natureza não humana. Para tanto, a discussão incorpora ao estudo da
obra e à proposição didática reflexões sobre problemas de ética e ideologia que
perpassam o debate sobre a preservação e o manejo dos recursos ambientais.
Palavras-chave: ecologia, saci, Monteiro Lobato
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Simpósio 7: O materialismo lacaniano e suas implicações na literatura e em outras artes Coordenadores: Me. Diego Müller Fascina (PG-UEM) e Me. Thays Pretti (PG-UEM)
Contato: [email protected]
O objetivo deste simpósio é aplicar a teoria do filósofo esloveno Slavoj Zizek e a do
francês de origem marroquina Alain Badiou ao c ampo literário e em outras
manifestações artísticas. Num paradigma que mescla psicanálise com idealismo
alemão e c om aplicações inicialmente na filosofia política, a teoria de tais filósofos,
cunhada de materialismo lacaniano, propõe reflexões a r espeito de nossa condição
contemporânea e resgata um humanismo que salva os grupos sociais e a humanidade
da lógica do capitalismo. Além das relações entre o materialismo lacaniano e a
literatura e outras artes, serão bem vindas comunicações que enfrentem o desafio de
recuperar as discussões de Zizec e Badiou sobre biogenética, ecologia e, de maneira
geral, a relação da humanidade com a natureza.
COMUNICAÇÕES
Quinta-feira, 17 de outubro – 13 h 30 a 17 h 30 – Prédio H-35 – Auditório do DLM
1 - Os desvios da identidade – formas de reconhecimento do narrador – Edson
Gemes (UEM) – Giselle Cristian Gregório da Silva (UEM) – Marisa Correa Silva (UEM
– orientadora)
2- Slavoj Žižek lê Madame Bovary: Emma e a paixão pelo Real – Ariane Andrade
Fabreti (UEM - [email protected]) e Marisa Correa Silva (UEM – orientadora)
3 - O hiato linguístico em “Juliano Pavollini”, de Cristovão Tezza: Aplicação da teoria da Visão em Paralaxe, de Slavoj Žižek – Estela Pereira dos Santos (UEM) e
Marisa Corrêa Silva (UEM – orientadora)
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1
Os desvios da identidade – formas de reconhecimento do narrador
A formação da identidade é uma questão em aberto devido, entre outros motivos, ao
fato de que muitos são os modelos apresentados para o indivíduo e, em sua maioria,
tais modelos são plenos de características discrepantes. Apesar de problemática e,
mesmo que não exista a perfeita identificação da c riatura com o conjunto de
características do modelo apresentado, sempre resta um traço que pode vir a ser
determinante na composição identitária do ser em construção, marcada por lacunas a
serem preenchidas e dúvidas exigindo interpretação. Partindo de uma obra
consagrada, Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, a análise das
personagens marginais, escondidas nos desvios da trama central, pode revelar traços
que são preponderantes para a formação da identidade da personagem central. Cada
aparição é comparada à personagem principal e analisada à luz da teoria materialista
lacaniana, cujo principal expoente é Slavoj Žižek. A identidade é o grande mistério
presente em obras cujo narrador é não confiável (cf BOOTH, 1983). Este trabalho
procura-se mostrar como se dá a identificação do narrador com as personagens por
ele citadas. A forma como narra é a chave para desvendar a tentativa de propor sua
verdade em conformidade com a verdade do outro, sujeito suposto crer, consultado
durante a narrativa.
Palavras chave: Identidade, verossimilhança, materialismo lacaniano, sujeito suposto
saber.
2
Slavoj Žižek lê Madame Bovary: Emma e a paixão pelo Real
Ariane Andrade Fabreti (PG-UEM)
Marisa Corrêa Silva (UEM - orientadora)
Usando o c onceito de paixão pelo Real do filósofo político esloveno Slavoj Žižek
(2003, 2004), um dos principais expoentes do Materialismo Lacaniano, teoria que une
Marx e Lacan para tentar explicar fenômenos sociais, políticos e culturais que não
mais se apoiam de forma sólida no Materialismo Histórico, o presente estudo tenta
aproximar as teorias de Žižek com o desconforto social que perpassa o enredo de
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53
Madame Bovary, sendo a sua protagonista o maior símbolo deste incômodo, que,
antes de ser privado, seria historicizado, pois envolve o c apitalismo liberal, cujo
crescimento seria mais evidente no período em que a obra foi ambientada e publicada
(1857). A identificação com Emma Bovary talvez se basearia no fato de a personagem
prenunciar o s éculo XX, causando um desconforto atemporal e mantendo a sua
atualidade.
Palavras-chave: Madame Bovary; Gustave Flaubert; Materialismo Lacaniano; Slavoj
Žižek; Paixão pelo Real.
3
O hiato linguístico em “Juliano Pavollini”, de Cristovão Tezza: Aplicação da teoria da Visão em Paralaxe, de Slavoj Žižek
Estela Pereira dos Santos (PIBIC/CNPq/UEM)
Marisa Corrêa Silva (UEM - orientadora)
Esta pesquisa propõe uma análise do romance Juliano Pavollini, de Cristovão Tezza, a
partir do hiato entre o tipo de marcas discursivas perceptíveis nos diálogos dos
personagens da obra e a fala do narrador. Há no romance um Juliano narrador,
autodiegético, que apresenta uma linguagem altamente elaborada, com domínio total
da norma culta, e um Juliano personagem, cujas intervenções podem ser percebidas
nos diálogos em discurso direto. Para estudarmos essa hipótese, utilizaremos o que
Slavoj Žižek define como a necessidade de olhar a distorção da linguagem de forma
paralática, ou seja, uma visão em paralaxe. Ele empresta o conceito de "paralaxe" da
Física para referir-se a situações nas quais um mesmo objeto, "quando visto de
perspectivas diferentes, se apresenta ao observador de duas maneiras completamente
irreconciliáveis”. Partimos, portanto, da hipótese de que se trata de um hiato de efeito
calculado sobre o l eitor e sobre a estrutura textual do romance. A proposta deste
estudo é não somente analisar o hiato e descompasso entre o narrador autodiegético
e o personagem Juliano, mas também quais os efeitos que isso provoca no texto.
Ressaltamos que esta pesquisa encontra-se em desenvolvimento e é um trabalho de
Pesquisa com Bolsa de Iniciação Científica (CNPq/UEM).
Palavras-chave: Juliano Pavollini. Diálogos. Paralaxe. Distorção
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SIMPÓSIO 8: O teatro dialético no Brasil e a obra de Augusto Boal Coordenadores: Dr. Alexandre Villibor Flory (UEM) e Thaís Tolentino (PG-UEM)
Contato: [email protected]
Se as artes em geral são negligenciadas como caminho para um pensamento crítico
sobre a relação entre literatura e sociedade, o caso do teatro é ainda mais agudo. Isso
se deve ao seu esquecimento (que equivale a um apagamento) no âmbito dos estudos
literários, a despeito de sua importância histórica e formal a partir do século XIX. No
entanto, aos poucos esse espaço vem sendo rediscutido e o teatro já desponta como
um lugar privilegiado para o estudo das artes no Brasil a partir dos anos 1950 e se
configura como um dos campos mais importantes e produtivos da arte no Brasil. Neste
contexto, Augusto Boal é um dos nomes mais importantes do teatro mundial. Como
diretor de Teatro de Arena, como dramaturgo de várias peças decisivas do teatro
nacional, como ativo participante da luta, no campo estético, contra todo tipo de
autoritarismo. Sua militância teórica, crítica e prática, no campo estético, que nunca foi
alheia à sociedade e à política, é um dos pontos altos do pensamento artístico crítico
brasileiro da segunda metade do século XX. A fundação e o desenvolvimento do
Teatro do Oprimido, que reúne e dialetiza suas diversas fases artísticas, chegando ao
Teatro Fórum e ao Teatro Invisível, para citar apenas dois, tem alcance e repercussão
mundiais. Peças tão diversas como A revolução na América do Sul, a série Arena
conta... e Murro em ponta de faca, para citar algumas, mostram a variedade formal e
temática com que trabalhou. Neste simpósio, portanto, pretendemos discutir sobre a
história e a atualidade do teatro dialético no Brasil e, mais especialmente, sobre a
instigante obra de Augusto Boal.
COMUNICAÇÕES:
Quarta-feira, dia 16 de outubro – 13 h 30 – 17 h 30– Prédio H-35 – Auditório do CCH
1 - O percurso do Teatro de Arena segundo Augusto Boal - Karyna Bühler de Melo
(UEM)
2 - Os recursos épicos em Revolução na América do Sul, de Augusto Boal e o teatro político no Brasil dos anos 1960. - Thaís Aparecida Domenes Tolentino (PG -
UEM)
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3 - Arena conta Tiradentes: dialética entre teatro e música - Pedro de Almeida e
Braga (G-UEM) - Alexandre Villibor Flory (UEM)
4 - Murro em ponta de faca, de Augusto Boal: seis personagens à procura de um país - Alexandre Villibor Flory (UEM)
5 - O teatro de caráter épico no Modernismo brasileiro - uma discussão sobre a
obra O rei da vela, de Oswald de Andrade - Fabrício César de Aguiar (Mestre - UEM)
6 - A dialética no teatro infantil brasileiro - Carla Kühlewein (Mestre - UNESP)
7 - A importância do espaço em O Paraíso Perdido - Míriam Juliana Pastori Bosco
(PG-UEM/CAPES)
8 - Teatro na escola: tecendo relações culturais e sociais - Cláudia de Godoy Braz
(G-UEM) - Cláudia Bellanda Pegini (Mestre - UEL)
RESUMOS
1
O percurso do Teatro de Arena segundo Augusto Boal
Karyna Bühler de Melo (UEM)
O presente estudo pretende recuperar a trajetória artística e política do Teatro de
Arena a partir da visão crítica de Augusto Boal. Como diretor do grupo, Boal
influenciou de forma bastante notável na constituição de uma dramaturgia que visasse
à abordagem cênica a partir de estudo em torno dos aspectos políticos e sociais que
compunham o cenário brasileiro, tendo em vista, sempre, a importância da reflexão
sobre questões de es colha estética na composição dramatúrgica. Diante disso, é
possível prever uma leitura consciente do autor sobre a sua própria concepção
artística e sobre o Teatro de Arena enquanto grupo. Logo, a proposta deste trabalho é
analisar, a partir da leitura de Boal, o processo de concepção estética que auxiliava o
grupo na abordagem dos materiais cênicos ao longo da trajetória do grupo, passando
por algumas peças e suas discussões.
Palavras-chave: Teatro de Arena; Augusto Boal; Teatro brasileiro.
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2
Os recursos épicos em Revolução na América do Sul, de Augusto Boal e o teatro político no Brasil dos anos 1960
Thaís Aparecida Domenes Tolentino (UEM)
O processo de modernização do teatro brasileiro encontra no teatro épico de Bertolt
Brecht os pressupostos formais necessários para a superação do drama modernizado
importado da Europa em meados dos anos 1960 no Brasil. Se na peça Eles não usam
black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, montada em 1958 no Teatro de Arena em São
Paulo, a dramaturgia nacional voltava-se para o herói popular, em Revolução na
América do Sul, de Augusto Boal, a discussão acerca dos pressupostos épicos no
teatro são incorporados à dramaturgia brasileira, definindo também um
posicionamento político do gr upo acerca dos debates sociais que ganhavam
notoriedade. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo primordial discutir as
inovações formais inauguradas por Boal no que diz respeito à superação da forma do
drama tradicional. Impulsionado pelos Seminários de Dramaturgia do Arena, essa
experiência épica dramatúrgica ressoou em certa medida no projeto de criação do
Centro Popular de Cultura da UNE, que embora estigmatizado pela crítica devido à
sua militância e e ngajamento, deve ser compreendido dialeticamente dentro do
contexto político e social dos anos 1960.
Palavras-chave: Teatro épico; Teatro brasileiro; Augusto Boal; Teatro de Arena.
3
Arena conta Tiradentes: dialética entre teatro e música
Pedro de Almeida e Braga (G-UEM)
Alexandre Villibor Flory (UEM)
A presente comunicação pretende promover uma discussão sobre o musical Arena
conta Tiradentes, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, apresentado resultados
de um Programa de Iniciação Científica realizado entre 2012 e 2013. Por meio de uma
rápida contextualização histórica sobre o grupo Teatro de Arena de São Paulo,
pretende-se percorrer suas diferentes fases, tratando do período nacionalista, da
etapa de nacionalização dos clássicos, e por fim um dos momentos em que o grupo
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cria obras muito ricas e influentes: a fase dos musicais, na qual se deu a peça cuja
análise realizamos por meio da pesquisa (PIC). Dada a grande variedade de aspectos
temáticos e formais estudados que o pr ojeto abrange, essa comunicação irá se
restringir a uma análise das músicas da peça, de modo a evidenciar o caráter
subversivo da crítica que o grupo estabelece por meio da revisão de um movimento
libertário – a Inconfidência Mineira – e sua relação com o contexto em que a peça é
concebida: a ditadura militar.
Palavras-chave: Teatro de Arena; Arena conta Tiradentes; Augusto Boal e
Gianfrancesco Guarnieri; Teatro e sociedade; Música e teatro.
4
Murro em ponta de faca, de Augusto Boal: seis personagens à procura de um país
Alexandre Villibor Flory (UEM)
Augusto Boal é um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, com uma
obra reconhecidamente importante e instigante até os dias de hoje. Obra essa que, a
rigor, deve ser entendida como um processo em aberto, dado o seu caráter de
imbricação constitutiva entre arte e s ociedade, numa perspectiva sempre crítica e
engajada. Sendo assim, o efêmero deixa de ser uma qualidade negativa que limita a
obra de arte, mas sua própria natureza desnudada de qualquer idealismo ou de
submissão cega aos valores do mercado consumidor. Seu percurso teórico, crítico e
prático evidencia esse aspecto cada vez com mais clareza, de sua participação no
Arena como diretor, dramaturgo, debatedor, à sua atuação fora do país e depois de
sua volta, com práticas como o teatro-jornal, teatro-fórum, teatro invisível, teatro do
oprimido, que de fato remontam ao mesmo ímpeto criador. Um dos momentos dessa
trajetória é a peça Murro em ponta de faca, de 1978, que sob uma estrutura
aparentemente tradicional faz irromper um dos momentos históricos mais
assustadores de nossa história e da América Latina, das ditaduras patrocinadas pelos
EUA e p ela pax americana. A marca principal aponta para a i nação, a es pera, o
questionamento a respeito do passado, as dúvidas existenciais que afloram dadas as
aporias políticas. Discutir alguns aspectos dessa estrutura complexa é o objetivo
principal dessa comunicação.
Palavras-chave: Augusto Boal; Teatro dialético; Teatro e sociedade; Murro em ponta
de faca.
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5
O teatro de caráter épico no Modernismo brasileiro - uma discussão sobre a obra O rei da vela, de Oswald de Andrade
Fabrício César de Aguiar (Mestre - UEM)
Este estudo visa discutir alguns aspectos de ruptura presentes na obra O rei da vela,
de Oswald de Andrade, na qual se evidenciam muitas críticas aos comportamentos
humanos e à estrutura do teatro convencional, uma vez que a obra se estrutura com
base em várias técnicas anti-ilusionistas utilizadas no teatro épico. Deste modo, por
vários pontos inovadores, esta obra trata-se de um marco na história do teatro
nacional, por ser uma das obras iniciadoras do teatro com tendência épica no
Modernismo brasileiro. Escrita em 1933 e publicada em 1937, veio a público de modo
efetivo com a montagem feita em 1967 pelo Teatro Oficina, na direção de José Celso
Martinez Corrêa. Desde então, suas discussões, seus estudos e seu valor não param
de crescer.
Palavras-chave: O rei da vela, Teatro épico brasileiro, Oswald de Andrade.
6
A dialética no teatro infantil brasileiro
Carla Kühlewein (PG- UNESP)
Uma vez que o teatro infantil se constrói paralelamente à história do teatro não-infantil,
é preciso considerar que aquele se faz pelas mãos de um autor que já não participa
mais do universo sobre o qual se propõe escrever: o infantil. Considerar, portanto, a
princípio a diferença etária entre quem produz a peça teatral e o público ao qual se
destina é o ponto de partida para se compreender com maior clareza a ideologia que
permeia os textos dessa natureza. Nisso se estabelece a dialética crucial, presente
não só no teatro infantil, como em toda a produção literária pertencente a esse veio:
universo adulto versus universo infantil. É esse movimento dialético que compõe o
tecido pelo qual as peças de teatro infantil, no Brasil, são produzidas desde suas
origens. Ainda que esse tecido oscile entre uma tendência didatizante e outra mais
artística, de cunho libertário, o caráter formador permanece em ambas. Ou seja, a
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tônica na ideologia que se promove por meio do teatro infantil ao expectador/leitor se
faz sentir pela pulsação dialética entre o uni verso adulto e o infantil, que ora se
entrechocam, ora se complementam, numa tentativa constante de formar o indivíduo,
seja pelo reforço de valores, seja pelo seu rompimento. Nessa vertente investigativa é
que se pretende analisar com cautela obras expoentes de Sylvia Orthof, em Eu chovo,
tu choves, ele chove, e Maria Clara Machado, em A bruxinha que era boa, autoras de
peças infantis que promovem a ruptura de valores que sua própria ideologia adulta se
esforçaria por manter.
Palavras-chave: Teatro infantil brasileiro; Movimento dialético; Universo infantil;
Universo adulto.
7
A importância do espaço em O Paraíso Perdido
Míriam Juliana Pastori Bosco (PG-UEM/CAPES)
O espaço sempre foi fator considerável para a significação das peças teatrais. O
espaço cênico é um elemento "a mais" em relação aos outros tipos de produção
artística. O "casamento" entre texto e espaço utilizado para sua representação é
fundamental. Nesse sentido, a exploração de espaços cênicos diversos pelo Teatro da
Vertigem é impactante. Os sentidos provocados por representações que ocorrem em
presídios, igrejas ou hospitais certamente “derrubam” a sensação de apreensão
passiva daquilo que está sendo representado. Este trabalho apresenta reflexões sobre
a peça O Paraíso Perdido, cujo roteiro é de Sérgio Carvalho e Antonio Araújo,
especialmente no que tange ao espaço utilizado para a construção da representação e
produção de sentidos.
Palavras-chave: Teatro da Vertigem; O Paraíso Perdido; Espaço cênico; Espaço
dramático.
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8
Teatro na escola: tecendo relações culturais e sociais
Cláudia de Godoy Braz (G-UEM)
Cláudia Bellanda Pegini (UEL)
O teatro na escola é uma prática consagrada e apr oxima os alunos do gê nero
dramático, contribuindo para amenizar a deficiência de um repertório teatral por parte
dos estudantes, expressão de uma falta cultural grave na sociedade brasileira como
um todo. Isso faz dessa experiência não só a oportunidade de levá-lo a entender o
gênero, mas também de vivenciar sua materialidade. Uma das grandes oportunidades
que projetos dessa natureza abrigam está na possibilidade de criar um diálogo entre
as referências dos estudantes e as dos professores envolvidos com a tessitura de uma
peça. Unir universos de leitura e de vivências distintos, utilizando o diálogo
característico do processo de estudo para a criação teatral, gera uma possibilidade de
confronto de percepções muito rica para a c ompreensão do ato de atuar e de
disseminar discursos. Para estudantes acostumados a assistir produções
hollywoodianas e a a preciar os clichês televisivos, a reflexão sobre as personagens
sociais; a compreensão de que fazemos teatro o tempo todo (vide Boal); a reprodução
ou questionamentos do gestus social; bem como o contato com textos que extrapolam
as vivências cotidianas, mas que permitem um novo olhar sobre as experiências do
dia-a-dia, eis uma série de razões que tornam a pr ática do teatro na escola uma
experiência significativa. A comunicação proposta pretende partilhar experiências de
projetos teatrais desenvolvidos em escolas da rede particular de ensino. Pretende-se,
a partir das vivências, discutir modelos, dividir percalços e propor caminhos para a
continuidade e a legitimação do teatro na escola.
Palavras-chave: Teatro na escola; Formação de repertório; Teatro e sociedade.
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Simpósio 9: Discursos midiáticos em circulação: o funcionamento do (não) dito Coordenadores: Dra. Renata Marcelle Lara (DFE/PLE-UEM) – Me. Vinícius Durval
Dorne (Unicesumar)
Contato: [email protected] & [email protected]
No contexto atual, a esfera midiática tem colocado em funcionamento discursos
provindos de diferentes campos do conhecimento, (re)significando e, muitas vezes – a
partir de uma linguagem tida como transparente, de um único sentido –, conferindo-
lhes efeitos de “verdade”. Desta forma, os discursos midiáticos (não) legitimam
sujeitos, práticas, identidades possíveis de ser/existir no mundo. Presente no cotidiano
da sociedade, a mídia apaga, ressalta, silencia, repete dizeres que constituem o
sujeito de/à linguagem. Desta forma, o presente simpósio se volta a problematizar
questões da linguagem em sua íntima relação com a mídia, tomando como aporte
teórico a Análise Discurso de linha francesa, a partir das contribuições de Michel
Pêcheux e Michel Foucault. Busca-se observar quais e como os discursos dos meios
de comunicação são produzidos e colocados em circulação em sociedade, quais
sentidos se põem/são postos em jogo nesse processo discursivo que constantemente
constitui os sujeitos, que reproduzem, transformam, assimilam, resistem a esses
dizeres.
COMUNICAÇÕES
Quinta-feira, dia 17 de outubro – 8 h 30 a 11 h 30 – Prédio H-35 – Auditório do DLM
1 - Mídia institucional e a ressocialização do apenado pelo trabalho: a demanda do mercado na opacidade dos (in)dizeres - Vera Lucia da SILVA
(PG/IEL/UNICAMP)
2 - Formação imaginária, discurso político e religioso nas eleições brasileiras de 2010 - Raquel de Freitas ARCINE (UEM) e Douglas ZAMPAR (UEM-CAPES)
3 – No (dis)curso da história, a(s) possibilidade(s) de “ser” e “poder ser” jornalista – Vinícius Durval DORNE (PG/UNESP-Araraquara)
4 – O comunismo no imaginário dos telejornais – Renata Marcelle Lara (UEM)
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RESUMOS
1
Mídia institucional e a ressocialização do apenado pelo trabalho: a demanda do mercado na opacidade dos (in)dizeres
Vera Lucia da SILVA (PG/IEL/UNICAMP)
O objetivo desta comunicação é apresentar, discursivamente, o modo como o governo
do Estado do Paraná (gestão 2011-2014) divulga seu plano de ressocialização para as
pessoas que estão sob sua custódia penal. Através de um projeto denominado Plano
de Desenvolvimento Integrado (PDI-cidadania), a Secretaria de Justiça, em parceria
com outras instituições (SENAC, SENAI, SESI, etc), apresenta a “ solução” para
atenuar a superlotação no sistema penitenciário do Estado. No entanto, a língua opaca
e capaz de pr oduzir outros sentidos (PÊCHEUX, 2009) silencia (ORLANDI, 2002)
dizeres impossíveis de serem produzidos em um site oficial, ou seja, que se está
atendendo a falta de mão de obra para alguns setores de produção específicos.
Palavras-chave: discurso; ressocialização; trabalho; sujeito; prisão.
2 Formação imaginária, discurso político e religioso nas eleições brasileiras de
2010 Raquel de Freitas ARCINE (UEM)
Douglas ZAMPAR (UEM-CAPES)
Nossa análise recai sobre o discurso de José Serra (PSDB) no horário gratuito de
propaganda eleitoral (HGPE/TV) e o discurso do jornal Folha de S. Paulo, no segundo
turno das eleições presidenciais de 2010. Partindo do entrecruzamento do discurso
político com o religioso, e do aparato teórico e metodológico da Análise do Discurso,
temos como objetivo comparar o funcionamento das formações imaginárias acerca
dos candidatos que disputaram o segundo turno das eleições, observando o HGPE/TV
de José Serra, buscando descrever a imagem que o sujeito político em questão tem
de si e da sua candidata adversária Dilma Rousseff (PT); e no Jornal Folha de S.
Paulo, focando a imagem que o referido jornal tem de ambos os candidatos.
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Palavras-chave: discurso político; discurso religioso; formação imaginária; horário
gratuito de propaganda eleitoral; Folha de S. Paulo
3 No (dis)curso da história, a(s) possibilidade(s) de “ser” e “poder ser” jornalista
Vinícius Durval DORNE (PG/UNESP – Araraquara)
A presente pesquisa realizada no âmbito de doutoramento toma forma a partir do
questionamento “quem é – e pode ser – jornalista?”. Para tanto, volta-se para a
história para observar quais são os discursos produzidos e colocados em circulação a
respeito do sujeito jornalista, especificamente a partir de livros que se debruçaram em
(re)contar a história da imprensa no Brasil. Amparado nas reflexões foucaultianas, este
estudo levanta nos discursos da/sobre a história as regularidades discursivas que
remetem a(s) identidade(s) do j ornalista. Acredita-se que, a partir destas
regularidades, é possível compreender como os discursos que tratam do que é ser
jornalista se (des)encontram, assimilam, refutam, silenciam, ora defendo ora não o
diploma para o exercício desta profissão.
Palavras-chave: análise de discurso; história; jornalista; diploma.
4 O comunismo no imaginário dos telejornais
Renata Marcelle Lara (UEM)
Este estudo considera a mídia televisiva como participante do processo de circulação
e fixação de uma memória social em torno do comunismo, no que tange a sentidos
permitidos e interditados nos e pelos telejornais. Discursivamente, parte-se da
compreensão de memória, na perspectiva pecheutiana, considerando aquilo que
retorna sob a forma do dizível ao disponibilizar determinados sentidos no
apagamento/silenciamento de outros. Norteado pela Análise de Discurso, objetiva-se
observar como o funcionamento discursivo do noticiário telejornalístico brasileiro põe
em cena sentidos filiados a uma memória oficiosa de comunismo, visibilizando o
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oficialmente aceitável e m antendo em silêncio sentidos interditados na/pela fixação
dessa memória.
Palavras-chave: comunismo; memória; telejornal.
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Simpósio 10. Literatura e primitividade: as ancestralidades do eu
Coordenador: Dra. Marcele Aires (UEM)
Contato: [email protected]
.
A proposta aqui é: LIBERDADE de análise aos mais diversos tipos de personagens e
narradores presentificados nas obras de cunho moderno. Assim, a quem se interessar
pelo tema de este simpósio, é importante tomar o sentido de "primitivo" na literatura
como a manifestação do relato denso, grotesco e, de certa forma, "estropiado" dos
tipos que circundam a literatura moderna, de tal modo que o proponente do simpósio
tome consciência da existência de um “eu” profano, primitivo, de “grandes extensões
milenares”, como escreve Clarice Lispector em Água viva (1973, p. 89). Um “eu”
atemporal, posto que pensar o “primitivo” literariamente exige o movimento diacrônico
de se desvincular a obra do compasso cronológico e do espírito formal da atribuição
de gênero, estilo, e, sobretudo, do que se apresenta como “expectativa de
personagem”. Ao contrário da categoria geral utilizada pela ideologia evolutiva e
imperialista característica do s éculo XIX, na qual “primitivo” descreve as culturas
“inferiores” à cultura europeia ocidental dominante, Franz Boas (1947, p. 141) explica
que o c onceito se estabelece por intuição, tornando-se preciso por comparação,
distinção, exemplificação, vivência; nascendo diretamente do conhecimento das coisas
por meio dos sentidos. É pelos sentidos que esta proposta visa entrar no "primitivo do
eu", de tal forma que inúmeras são as visões dos personagens.
COMUNICAÇÕES
Sexta-feira, dia 18 de outubro – 13 h 30 – 17 h 30 – Auditório do CCH
1. Aspectos líricos em Lamentações da Rua Ubaldino – Alexandre Gaioto (PG -
UEM)
2. E existe lirismo em Augusto dos Anjos, o poeta do “mau gosto”? – Nilséia
Charal Lopes (PDE – UEM)
3. O passado arqueológico em A Paixão segundo G.H., de Clarice Lispector -
Maiara Usai Jardim (PG-UEM). Orientadora: Prof. Dra. Evely Vânia Libanori
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4. O poeta sem plumas: cão, mangue e homem na Poesia de João Cabral –
Mayara Barbieri (G – UEM). Orientadora: Prof. Dra. Marcele Aires
5. O Eu nas Personagens de Edgar Allan Poe e as Obsessões e Neuroses Compartilhadas - Nilson Bazana (G – UEM). Orientadora: Prof. Dr. Marcele Aires
6. O cortejo dos desgraçados – Marcele Aires (UEM)
RESUMOS
1
Aspectos líricos em Lamentações da Rua Ubaldino
Alexandre Gaioto (PG - UEM)
Com mais de 30 obras publicadas, Dalton Trevisan é reconhecido como um dos
maiores contistas do País. Este trabalho se propõe a analisar os aspectos líricos no
conto “Lamentações da Rua Ubaldino”, do livro “Em Busca de Curitiba Perdida”. Para
isto, serão retomados os estudos de Massaud Moisés e Aguiar e Silva sobre o gênero
lírico. Analisar as metáforas presentes no conto e investigar a i ronia na história
também estão no bojo deste trabalho. Pretende-se concluir que, a partir da articulação
do lirismo, da ironia e das metáforas, o contista assume a postura de um poeta
satírico.
Palavras-chave: Dalton Trevisan; Literatura Brasileira; Literatura Contemporânea.
2
E existe lirismo em Augusto dos Anjos, o poeta do “mau gosto”?
Nilséia Charal Lopes (PDE – UEM)
Sabe-se que a literatura é meio autêntico e vital ao desenvolvimento e aprimoramento
cultural, criativo, crítico, bem como ao despertar do espírito subjetivo, imaginário e
emocional do estudante. Nesse plano, tomamos Augusto dos Anjos e seu impulso de
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“morte” no intuito de mostrar a real função poética: transmitir emoção, expressividade,
imaginação, sensibilizar e libertar o “eu” interior do leitor. Tido pela crítica e por
historiadores como Ferreira Gullar (1976), Eudes Barros (1996), e Anatol Rosenfeld
(1996) como “extravagante”, “filosófico”, “estranho”, “chocante”, “grotesco” e
“pessimista”, queremos mostrar que, apesar de tais características, o poeta esbanja de
um lirismo que mexe, sensibiliza, faz refletir e pensar no próprio “eu”.
Palavras-chave: Poesia; Grotesco; Augusto dos Anjos; Morte; Ensino.
3
O passado arqueológico em A Paixão segundo G.H., de Clarice Lispector
Maiara Usai Jardim (PG-UEM)
Evely Vânia Libanori (orientadora)
Em A paixão segundo G.H., o animal é apresentado carregando em si a
ancestralidade e a capacidade de resistir à truculência da vida. Coube à barata, inseto
considerado como asqueroso, ser o representante dessas qualidades animais. Diante
da vida animal que havia antecedido a vida humana sobre a superfície da terra, a vida
humana aparece como menorizada e o termo “humano” perde o seu sentido
classificatório, pois a mesma vida do ser humano de hoje reflete a vida antiquíssima
da barata. Considerando isso, essa comunicação tem por objetivo discutir o vínculo
entre a narradora protagonista, G.H., e a v ida animal, bem com as referências aos
tempos remotos do ser humano.
Palavras-chave: Clarice Lispector; A paixão segundo G.H.; Animais; Ser Humano.
4
O poeta sem plumas: cão, mangue e homem na poesia de João Cabral
Mayara Barbieri (G–UEM)
Marcele Aires (orientadora)
O cão sem plumas, notório poema de João Cabral de Melo Neto publicado em 1950,
em Barcelona, inicia um ciclo de poemas em que o poeta explicita sua visão
sociológica, cultural, histórica e crítica da realidade nordestina. Tendo como cenário as
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águas do Capibaribe – rio-símbolo de Pernambuco –, busca descrever a tríade
homem/cão/rio sem plumas, reduzindo-os todos aos detritos e à l ama. Em linhas
gerais, o poema é a denúncia das condições sub-humanas que vivem os habitantes
dos mocambos do Recife. Eis um extenso e fenomenológico poema, que denuncia
não só o estado do rio, mas também a situação de exclusão da população ribeirinha, à
margem de tudo.
Palavras-chave: O cão sem plumas; João Cabral de Melo Neto; fenomenologia
poética; denúncia social; Capibaribe.
5
O Eu nas personagens de Edgar Allan Poe: Obsessões e Neuroses Compartilhadas
Nilson Bazana (G – UEM)
Marcele Aires (Orientadora)
Temos em certas personagens de Edgar Allan Poe – a exemplo de dois narradores
anônimos em "O Gato Preto" e "O Coração Delator" – um “eu” um tanto estabanado:
sujeitos que conseguem manter o s angue frio e apatia enquanto o mundo parece
desabar à s ua volta (geralmente por culpa sua). Assim, sob o t ema do s impósio,
analisaremos as similaridades dos “eus” retratatados em contos allanpoenianos,
enfocando as unicidades e o extraordinário de cada personagem.
Palavras-chave: Edgar Allan Poe; contos; Eu; personagens.
6
O cortejo dos desgraçados
Marcele Aires (UEM)
Um mundo de rutilância africana, dilatado em poesia: assim se revela o remorso de
baltazar serapião (2006), premiado romance do escritor angolano Valter Hugo Mãe.
Com estilo inconfundível pela recusa às iniciais maiúsculas e aos moldes formais de
pontuação, o autor trabalha com uma linguagem densa, repleta de oralidade, cravada
nos mais carnais e primitivos sentidos da memória. A ancestralidade impera nas ações
do protagonista, baltazar, desde a desconstrução fisionômica/psicológica de sua
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amada à concepção de misoginia que transpassa a narrativa. Misoginia “às avessas”,
pois o eu-narrador não destrói apenas o feminino, mas o código de humanidade que
habita cada personagem. Bruxas, reis, fidalgos e os desgraçados: todos parceiros na
mesma dança convulsiva.
Palavras-chave: o remorso de baltazar serapião, Valter Hugo Mãe, memória primitiva
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Simpósio 11: A Narrativa literária francesa: uma leitura sócio-histórico-ideológica
Coordenadoras: Dra. Margarida da Silveira Corsi (UEM) e Dra. Carmen Rodrigues de
Lima Delagnese (UEM)
Contato: [email protected]
Nosso trabalho, vinculado aos Grupos de pesquisa Interação e Escrita (UEM/CNPq) e
Língua e l iteratura: interdisciplinaridade e docência (UNIFESP), visa discutir
resultados de pesquisas que abordem a leitura do gênero épico, especialmente,
romance, conto e novela, no contexto do ensino-aprendizagem de língua e literatura
estrangeiras, partindo da abordagem dos textos narrativos na sua conceituação como
gênero literário e sua expansão para o conceito bakhtiniano dos gêneros discursivos,
especialmente aos três pilares constitutivos – conteúdo temático, estilo e estrutura
composicional (BAKHTIN, 1992). Espera-se que tal trabalho possa contribuir para a
formação de um leitor crítico, consciente da riqueza linguístico-cultural da narrativa
literária, capacitando-o para interagir com e a partir dela.
Palavras-chave: leitura, gêneros, narrativa, literatura, aprendizagem.
COMUNICAÇÕES
Sexta-feira, dia 18 de outubro – 8 h 00 – 11 h 30 – Prédio G-34 – Sala 204
1. Estudo sócio-histórico do conto “Le Chat Botté”, de Charles Perrault - Natália
Godoy (G-UEM) e Margarida da Silveira Corsi (UEM)
2. As alegorias no conto de Perrault: uma análise sócio-histórico-ideológica de “Le petit poucet” - Aline Aparecida da Silva (G- UEM) e Margarida da Silveira Corsi
(UEM)
3. A literatura e o ensino de FLE: uma leitura do conto “Riquet à la houppe”, de Charles Perrault - Fernanda Giacopini Ramos (G-UEM) e Margarida da Silveira Corsi
(UEM)
4. Ensino de literatura em sala de FLE - Beatriz Moreira Anselmo (DLM-UEM)
5. O texto literário no ensino da língua francesa - Carmen Rodrigues de Lima
(UEM) e Nilda Aparecida Barbosa (UEM)
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6. A narrativa literária francesa: uma abordagem de leitura de Candide, de Voltaire - Margarida da Silveira Corsi (UEM)
7. Abordagem dos gêneros contos e fábula em aulas de língua francesa - Nilda
Aparecida Barbosa (UEM)
RESUMOS
1
Estudo sócio-histórico do conto “Le Chat Botté”, de Charles Perrault
Natália Godoy (G-UEM)
Margarida da Silveira Corsi (UEM)
Esta pesquisa, vinculada ao Grupo de Pesquisa Língua e l iteratura:
interdisciplinaridade e docência (UNIFESP), propõe o estudo do conto de fadas Le
Chat Botté, de Charles Perrault, partindo da análise centrada, na teoria literária dos
gêneros e, em seguida, nos três pilares constitutivos de gêneros discursivos –
conteúdo temático, estilo e estrutura composicional –, para apreender as
características das personagens centrais dos contos, segundo os conceitos da teoria
literária expandidos para os conceitos de B akhtin (1992; 2010). Pretende-se com a
proposta traçar um percurso de análise da narrativa literária baseado no conceito de
gêneros literários expandido para o conceito de gêneros do discurso.
Palavras-chave: gêneros literários; gêneros discursivos; narrativa; conto; Perrault;
2
As alegorias no conto de Perrault: uma análise sócio-histórico-ideológica de “Le Petit poucet”
Aline Aparecida da Silva (G- UEM)
Margarida da Silveira Corsi (UEM)
Este trabalho, vinculado ao Grupo de pesquisa Interação e Escrita (UEM/CNPq –
www.escrita.uem.br), à luz da Linguística Aplicada, numa perspectiva sócio-histórica
da linguagem, se propõe a apresentar resultados de análise proveniente de projeto de
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pesquisa “Os contos de fadas e o ensino de FLE: em busca de uma abordagem sócio-
histórica de Le Petit poucet de Charles Perrault”. Para tanto, efetuamos a análise o
conto de fadas, partindo da teoria literária assim como as alegorias existentes na
narrativa, partindos dos três pilares constitutivos de gêneros discursivos – conteúdo
temático, estilo e estrutura composicional. Com este trabalho, buscou-se contribuir
para a formação de um receptor, consciente da riqueza linguístico-cultural do gênero
conto, estimulando a aquisição de vocabulário, o estudo da gramática, a oralidade, a
leitura e a escrita, assim como para o aprimoramento de seus conhecimentos sócio
histórico-ideológicos.
Palavras chaves: literatura francesa; narrativa; conto; gêneros
3
A literatura e o ensino de FLE: uma leitura do conto “Riquet à la houppe”, de Charles Perrault
Fernanda Giacopini Ramos (G-UEM)
Margarida da Silveira Corsi (UEM)
Na tentativa de incentivar o gosto pela leitura do texto literário francês, esta pesquisa,
vinculada ao Grupo de Pesquisa Língua e l iteratura: interdisciplinaridade e docência
(UNIFESP), se propõe a estudar o conto Riquet à la houppe, de Charles Perrault,
partindo da análise centrada, na teoria literária dos gêneros e, em seguida, nos três
pilares constitutivos de gêneros discursivos – conteúdo temático, estilo e estrutura
composicional. Espera-se que tal trabalho possa contribuir para a formação de um
processo de an álise capaz de elucidar as potencialidades da nar rativa literária
francesa de Charles Perrault, podendo ainda contribuir para a formação de um leitor
crítico, consciente da riqueza linguístico-cultural da narrativa literária francesa,
capacitando-o para interagir com e a partir dela.
Palavras-chave: gêneros literários; gêneros discursivos; narrativa; ficção; leitura.
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Ensino de literatura em sala de FLE
Beatriz Moreira Anselmo (DLM-UEM)
A proposta deste trabalho é apresentar os resultados do Projeto de Pesquisa e Ensino
de Literatura Francesa desenvolvido no âmbito da disciplina Prática de Formação de
Professores de Francês do curso de Letras da Universidade Estadual de M aringá
(UEM). O projeto foi elaborado e executado com vistas a estimular a análise crítica de
livros que compõem materiais didáticos de ensino de FLE (Francês Língua
Estrangeira) – no que concerne à abordagem da literatura francesa e francófona por
tais métodos – e a elaboração e realização de aulas que tenham o texto literário como
principal objeto de discussão. Na posição de alunos prestes a se tornar docentes, os
participantes do projeto ministraram aulas de literatura percorrendo gêneros literários
diversos como narrativa, poesia, fábula, contos de tradição oral e histórias em
quadrinhos, e mostraram em suas apresentações a multiplicidade e a riqueza de
ensinamentos que tais textos estéticos possibilitam em sala de aula.
Palavras-chave: Pesquisa e Ensino de Literatura; Francês Língua Estrangeira;
Gêneros Literários.
5
O texto literário no ensino da língua francesa
Carmen Rodrigues de Lima (UEM)
Nilda Aparecida Barbosa (UEM)
Ao longo dos anos, temos visto, cada vez mais, que a literatura presente em alguns
métodos de Língua Francesa tem um espaço muito reduzido. Nesse sentido, seu
papel, no ensino-aprendizagem de língua, muitas vezes, se restringe apenas à
observação de alguns aspectos linguísticos importantes para o aprendizado da língua.
Essa visão empobrecedora do texto literário nos métodos de Língua Francesa conduz
o aluno a um a compreensão limitada desse tipo de di scurso. Desta forma, nosso
trabalho tem como objetivo analisar alguns métodos de Língua Francesa com o intuito
de verificar os encontros e desencontros nas propostas de aplicação do texto literário.
Palavras-chave: Literatura, Ensino, Língua francesa
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A narrativa literária francesa: uma abordagem de leitura de Candide de Voltaire
Margarida da Silveira Corsi (UEM)
Nosso trabalho, vinculado ao Grupo de pesquisa Interação e Escrita (UEM/CNPq –
www.escrita.uem.br), à luz da Linguística Aplicada, numa perspectiva sócio-histórica
da linguagem, propõe o estudo da abordagem da narrativa Candide de voltaire,
partindo da análise centrada no estudo dos gêneros literários e expandida para os três
pilares dos gêneros discursivos – conteúdo temático, estilo e estrutura composicional –
, segundo os conceitos de Bakhtin (1992). Em seguida, após a análise do gênero, o
estudo embasa o trabalho com o texto literário em sala de aula de Literatura francesa
– baseado na associação da versão impressa a uma versão em áudio do mesmo
enunciado abordado. Espera-se que o resultado de tal trabalho possa contribuir para a
formação de um leitor crítico, consciente da riqueza linguístico-cultural da narrativa
literária francesa, capacitando-o para interagir com e a partir dela.
Palavras-chave: Literatura. Gênero. Ensino-aprendizagem. Francês.
7
Abordagem dos gêneros contos e fábula em aulas de língua francesa
Nilda Aparecida Barbosa (UEM)
Ao longo dos últimos anos, temos trabalhado com o gênero narrativo e poético,
especificamente o conto maravilhoso e as fábulas de La Fontaine nas aulas do
primeiro e segundo anos do curso de Letras Português/Francês. Este trabalho
realizado em sala de aula é um desdobramento do projeto de Pesquisa Docente “A narrativa francesa como suporte para a aprendizagem de língua e literatura francesas. É possível encontrar novos caminhos?” e tem como pressuposto
teórico os estudos das teorias de Bakhtin referentes aos três eixos que devem ser
observados em um texto literário, ou seja, conteúdo temático, estilo e a es trutura
composicional. Nesta comunicação pretendemos apresentar uma sugestão de
abordagem de leitura e escrita através da fábula Le pot au lait, de La Fontaine, e Le
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petit Poucet , de Charles Perrault, direcionados ao primeiro ano e segundo do curso de
Francês, dentro dos pressupostos teóricos mencionados.
Palavras-chave: Conto; Fábulas, Leitura, Língua Francesa
Realização
UEM
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