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JONATHAN EDWARDS - A PIEDADE GENIAL Da Série Escravos do Senhor Jonathan Edwards é um dos meus heróis na fé. Pastor avivalista e erudito da Nova Inglaterra em Northampton nos idos do século XVIII, este homem lendário fascinava crianças como pregador. Dr. Lloyd-Jones o compara ao Monte Everest por sua piedade e, de fato, por esta causa as pessoas temiam encará-lo. Contudo, a homenagem não vem a público com o fito de beatificá-lo. Anseio, antes de tudo, compartilhar com irmãos e amigos o papel exercido por ele em meu pensamento teológico. Sua biografia proporciona um fascínio estético, imaginativo, a ser imitado (Hb 11.7). Ela serve como antídoto a nossa inveterada impostura. Somos erráticos, superficiais e levianos. Jonathan Edwards não. Ele foi um gigante espiritual. Um escravo de Cristo, o Senhor. Observe esta argumentação devastadora: "Deus é glorificado em seu próprio ser de duas maneiras: 1. Pela manifestação de si mesmo, em sua perfeita ideia de si mesmo, ou em seu Filho, que é o brilho de sua Glória; 2. Pelo deleite e prazer em si mesmo, pelo fluir de si mesmo, através da eternidade, ao se deleitar nele, ou em seu Espírito Santo. Assim Deus glorifica a si mesmo em relação às criaturas de dois modos específicos: 1. Pela manifestação ao entendimento. 2. Ao se comunicar ao coração dos homens e no regozijo, deleite e prazer deles nas manifestações que Ele realiza de si mesmo... Deus é glorificado não apenas por sua glória sendo contemplada mas pelo regozijo nela. Quando aqueles que a contemplam passam a deleitá-la, Deus é mais glorificado do que se elas fossem somente compreendidas. Sua glória é então recebida pela totalidade da alma, pelo entendimento e pelo coração (grifo meu). Deus fez o mundo de sorte que ele pudesse se comunicar e a criatura receber sua glória; e que ela pudesse ser recebida tanto pela mente quanto pelo coração. Aquele que atesta a ideia divina da sua glória não o glorifica tanto quanto aquele que a compreende e se deleita nela (grifo meu)” A digressão de Edwards coloca em relevo um pensamento fulcral: a piedade inclui mente e coração. Não há uma hierarquia entre ambos aspectos. Esta é a essência mesma da

Jonathan Edwards - A Piedade Genial

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Jonathan Edwards - A Piedade Genial Wellington Costa

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JONATHAN EDWARDS - A PIEDADE GENIALDa Srie Escravos do SenhorJonathan Edwards um dos meus heris na f. Pastor avivalista e erudito da Nova Inglaterra em Northampton nos idos do sculo XVIII, este homem lendrio fascinava crianas como pregador. Dr. Lloyd-Jones o compara ao Monte Everest por sua piedade e, de fato, por esta causa as pessoas temiam encar-lo. Contudo, a homenagem no vem a pblico com o fito de beatific-lo. Anseio, antes de tudo, compartilhar com irmos e amigos o papel exercido por ele em meu pensamento teolgico. Sua biografia proporciona um fascnio esttico, imaginativo, a ser imitado (Hb 11.7). Ela serve como antdoto a nossa inveterada impostura. Somos errticos, superficiais e levianos. Jonathan Edwards no. Ele foi um gigante espiritual. Um escravo de Cristo, o Senhor.Observe esta argumentao devastadora: "Deus glorificado em seu prprio ser de duas maneiras:1. Pela manifestao de si mesmo, em sua perfeita ideia de si mesmo, ou em seu Filho, que o brilho de sua Glria;2. Pelo deleite e prazer em si mesmo, pelo fluir de si mesmo, atravs da eternidade, ao se deleitar nele, ou em seu Esprito Santo. Assim Deus glorifica a si mesmo em relao s criaturas de dois modos especficos: 1. Pela manifestao ao entendimento. 2. Ao se comunicar ao corao dos homens e no regozijo, deleite e prazer deles nas manifestaes que Ele realiza de si mesmo... Deus glorificado no apenas por sua glria sendo contemplada mas pelo regozijo nela. Quando aqueles que a contemplam passam a deleit-la, Deus mais glorificado do que se elas fossem somente compreendidas. Sua glria ento recebida pela totalidade da alma, pelo entendimento e pelo corao (grifo meu). Deus fez o mundo de sorte que ele pudesse se comunicar e a criatura receber sua glria; e que ela pudesse ser recebida tanto pela mente quanto pelo corao. Aquele que atesta a ideia divina da sua glria no o glorifica tanto quanto aquele que a compreende e se deleita nela (grifo meu)A digresso de Edwards coloca em relevo um pensamento fulcral: a piedade inclui mente e corao. No h uma hierarquia entre ambos aspectos. Esta a essncia mesma da Nova Aliana em Cristo Jesus: "Porque esta a aliana que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: na mente, lhes imprimirei as minhas leis, tambm no corao lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles sero o meu povo" (Jr 31.33).Edwards sabia que as mais trridas emoes so oriundas da vertical meditao teolgica. Ao mesmo tempo, via na prtica crist, uma forma de elev-lo at ao cume do regozijo. Edwards chama isso de simetria piedosa. Esposo leal e pai exemplar de 11 filhos, Edwards orava frequentemente com a esposa Sarah, com quem teve 11 filhos e gastava uma hora com cada, em dias intercalados, para trein-los. Missionrio entre os ndios americanos, ficou conhecido como o telogo de um dos maiores avivamentos desde a era apostlica. Jejuava dois dias na semana, e era um exegeta, filsofo e escritor prolfico.Sua genialidade reside no fato de associar o evangelho s mais severas restries, ao ponto do ascetismo, sem com isso recair no legalismo. Seu alvo era o gozo em Deus. Assim, compunha seus escritos em pedaos reaproveitados de papel, em letras microscpicas, inelegveis, o que hoje dificulta a pesquisa em seus manuscritos, compadecido pela escassez de papel na Nova Inglaterra. Ou ento, a dieta propositalmente balanceada para aumentar seu desempenho mental na meditao das Escrituras. Isso me fascina. Saber ao mximo para se deleitar, servir ao extremo, em busca da alegria em Deus. Jamais vou me esquecer quando li isto. Sempre retorno para meditar, assustado com o poder vulcnico das declaraes de Jonathan Edwards. Elas se encontram em sua obra magna Religious Affections ( Afeies Religiosas) e continua sendo uma dos livros mais perturbadores que j li.Rev. Wellington CostaWellington Costa bacharel em Teologia pelo Seminrio Presbiteriano Denoel Nicodemos Eller e jornalista formado pela Pontifcia Universidade Catlica. tradutor, revisor e colabora na produo de Revistas de Escola Dominical, publicadas pelas Editoras Cultura Crist e Os Puritanos. casado com Janana Michele e tem dois filhos. Atualmente pastor da Igreja Presbiteriana de Brotas em Salvador/Ba.Site: http://ipbrotas.org.br/