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JORGE AMADO ESTRUTURA DA OBRA Apresentação III http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/portugues/literatura < acesso 02/03/2012 às 15:21h>

JORGE AMADO ESTRUTURA DA OBRA Apresentação III

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JORGE AMADO

ESTRUTURA DA OBRA

Apresentação III

http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/portugues/literatura < acesso 02/03/2012 às 15:21h>

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Após a seção “Cartas à Redação”, a narrativa propriamente dita se inicia apresentando uma divisão em três partes:

1ª parte: Sob a lua num velho trapiche abandonado, parte mais longa (em média, 130 páginas), constituída por 11 capítulos. Apresenta o grupo dos Capitães da Areia, relata a vida de seus participantes e suas ações no grupo. Essa parte se finaliza com a epidemia de varíola que assola a cidade, matando centenas de pessoas.

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2ª parte: Noite da grande paz, da grande paz dos teus olhos, mais curta do que a anterior (em média, 55 páginas), é constituída por 8 capítulos.

Foca maior atenção no chefe do grupo, Pedro Bala, que descobre o amor, Dora, a única menina do grupo. Essa parte se finaliza com a morte de Dora e a dor de todos.

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3ª parte: Canção da Bahia, Canção da liberdade, um pouco mais curta que a anterior (em média, 41 páginas), é constituída por 8 capítulos.

Por ser a finalização da obra, apresenta o destino dos Capitães da Areia e o inevitável engajamento político de Pedro Bala na causa operária.

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A obra faz uso de um narrador em 3ª pessoa onisciente que, mesmo relatando os crimes, os assaltos e toda sorte de delitos realizados pelos Capitães da Areia, não deixa de mostrar o lado doce e carente dessas crianças que se lançaram ao crime como última possibilidade de sobrevivência.

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A narrativa transcorre na cidade de Salvador, capital da Bahia, e mais precisamente no velho trapiche que serve de esconderijo, moradia e ponto de

encontro dos Capitães da Areia. Nos momentos de descrição do ambiente, o narrador apresenta forte

lirismo e uma evidente admiração pela cidade de Salvador, suas ruas, seus becos, suas praias.

“A GRANDE NOITE DE PAZ DA BAHIA VEIO DO CAIS, envolveu os saveiros, o forte, o quebra-mar, se estendeu sobre as ladeiras e as torres

das igrejas. Os sinos já não tocam as ave-marias que as seis horas há muito que passaram. E o céu

está cheio de estrelas, se bem a lua não tenha surgido nesta noite clara. O trapiche se

destaca na brancura do areal, que conserva as marcas dos passos dos capitães da Areia,

que já se recolheram. Ao longe, a fraca luz da lanterna da Porta do Mar, botequim de

marítimos, parece agonizar.” (cap. 2)

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A narrativa apresenta tempo cronológico bem marcado, com inúmeras

citações de horas, dias da semana etc. As citações de tempos passados só ocorrem para esclarecer algum

dado presente ou para conhecermos melhor determinadas personagens.

“SOB A LUA, NUM VELHO TRAPICHE ABANDONADO, as crianças dormem.

Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras pedras dos alicerces do trapiche

as ondas ora se rebentavam fragorosas, ora vinham se bater mansamente. [...]

Hoje a noite é alva em frente ao trapiche. É que na sua frente se estende agora o

areal do cais do porto. Por baixo da ponte não há mais rumor de ondas. A areia invadiu tudo, fez o mar recuar de muitos metros. Aos poucos, lentamente, a areia foi conquistando a frente do trapiche. (cap. 1)

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A narrativa apresenta linguagem coloquial, aproximando-se do mundo vivido pelas personagens. Em certos momentos, o narrador nos presenteia com

imagens líricas e delicadas em meio àquele submundo. Quando o narrador dá voz às personagens, percebemos erros na fala e a utilização de palavrões e expressões duras.

O lirismo na linguagem apresenta-se exacerbado nos momentos em que Pedro Bala e Dora descobrem o amor puro, verdadeiro e pueril.