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Jorge Augusto Wissmann
Estudo de Vigas de Aço com Aberturas de Alma Tipo Alveolar, Litzka e Vigas Expandidas em
Altura
Dissertação de Mestrado
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio.
Orientador: Sebastião Arthur Lopes de Andrade
Rio de Janeiro, Setembro de 2009
Jorge Augusto Wissmann
Estudo de Vigas de Aço com Aberturas de Alma Tipo Alveolar, Litzka e Vigas Expandidas em
Altura
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Pendente de Aprovação pela Comissão Examinadora abaixo.
Sebastião Arthur Lopes de Andrade Orientador
Departamento de Engenharia Civil - PUC-Rio
Pedro Colmar Gonçalves da Silva Vellasco Departamento de Estruturas e Fundações - UERJ
José Guilherme Santos da Silva Departamento de Engenharia Mecânica – UERJ
Raul Rosas e Silva Departamento de Engenharia Civil - PUC-Rio
José Eugênio Leal Coordenador Setorial do Centro Técnico Científico - PUC-Rio
Rio de Janeiro, 21 de Setembro de 2009
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador.
Jorge Augusto Wissmann Graduou-se em Engenharia Civil na UNIOESTE (Universidade Estadual do Oeste do Paraná). Na UNIOESTE, participou de programas de Iniciação Científica na área de Engenharia Civil. Na PUC-Rio desenvolveu seu trabalho de pesquisa com ênfase em Estudos Numéricos em Vigas de Aço com Aberturas na Alma.
Ficha Catalográfica
CDD: 624
Wissmann, Jorge Augusto
Estudo de vigas de aço com aberturas de
alma tipo alveolar, Litzka e vigas expandidas em
altura / Jorge Augusto Wissmann ; orientador:
Sebastião Arthur Lopes de Andrade. – 2009.
139 f. : il. (color.) ; 30 cm
Dissertação (Mestrado em Engenharia
Civil)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
Inclui bibliografia
1. Engenharia civil – Teses. 2. Análise
pelo método dos elementos finitos. 3. Mecanismo
de Vierendeel. 4. Abertura na alma. 5. Curvas de
interação flexão-cisalhamento. 6. Não linearidade
física e geométrica. 7. Vigas de aço. 8. Vigas
expandidas. 9. Análise paramétrica. I. Andrade,
Sebastião A. L. de. II. Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro. Departamento de
Engenharia Civil. III. Título.
Aos meus pais e toda minha família, pelo amor e apoio.
Agradecimentos
Aos meus pais e minha família, pelo apoio a minha escolha em dedicar mais
alguns anos aos estudos, sem poderem contar com meu apoio próximo em uma
época de problemas.
A Édina Michelli Allebrandt, que esteve ao meu lado durante esse período,
apoiando e escutando nos momentos de necessidade.
Aos professores Fábio Luiz Willrich e Humberto Correia Lima Júnior pelo
apoio e recomendação ao início do mestrado.
A Dilnei Schmidt, colega e amigo, pela dedicação de seu tempo ao me
ensinar a como utilizar o software de elementos finitos. Sem sua ajuda a pesquisa
teria sido comprometida.
A Arthur Medeiros, João Soto Krause e Paul Antezana que durante toda a
convivência desta época foram mais que colegas, se tornaram amigos também.
A Sebastião Arthur Lopes de Andrade, orientador da presente dissertação,
que protagonizou seu papel direcionando leituras e autores, guiando pensamentos
e idéias, assim como auxiliando em momentos de necessidade intelectual durante
nossos encontros.
As agências de fomento CNPq e CAPES, que propiciaram condições
financeiras, sem as quais a pesquisa e a obtenção do título de mestrado não seriam
possíveis.
Resumo
Wissmann, Jorge Augusto.; Andrade, Sebastião Arthur Lopez. Estudo de Vigas de Aço com Aberturas de Alma Tipo Alveolar, Litzka e Vigas Expandidas em Altura. Rio de Janeiro, 2009. 136p. Dissertação de Mestrado - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Estruturas cada vez mais esbeltas têm sido usadas para otimizar edifícios de
grande porte e reduzir custos, inclui-se nisto o pé-direito das edificações e
portanto a altura das vigas. Grandes vãos são cada vez mais comuns,
principalmente quando se utiliza aço em edificações, gerando então amplos
espaços de serviço em uma direção, mas obstáculos na outra pela continuidade das
vigas. A utilização de aberturas na alma das vigas para passagem de tubulações de
ar-condicionado, incêndio, etc., evita um acréscimo na altura. Em consequência há
uma grande diminuição da capacidade resistente nestes elementos estruturais que
dependem diretamente da forma, do tamanho e da posição destas aberturas. A
presente dissertação descreve alguns métodos construtivos de aberturas em almas
de vigas de aço, cálculos de dimensionamentos e normas relacionadas. Alguns
estudos numéricos com aplicações do método dos elementos finitos foram
realizados investigando: angulação de aberturas hexagonais, vigas com três
aberturas nos terços médios, vigas casteladas (tipo Litzka, com quantidades
diferentes de aberturas), vigas expandidas em altura e uma viga Litzka Expandida.
Para tal, utilizou-se de seis perfis de uso prático e comparando-os entre estas
alternativas descritas. A viga Litzka Expandida se destacou em resistência quando
comparada com outros métodos de fabricação, como também pelo menor peso
linear, praticidade na fabricação e posicionamento das aberturas.
Palavras-chave
Análise pelo método dos elementos finitos; Mecanismo de Vierendeel;
Abertura na alma; Curvas de interação flexão-cisalhamento; Não linearidade física
e geométrica; Vigas de aço, Vigas casteladas, Vigas alveolares, Vigas Litzka,
Vigas Expandidas, Viga Litzka Expandida, Análise paramétrica.
Abstract
Wissmann, Jorge Augusto.; Andrade, Sebastião Arthur Lopez (advisor). Study of Steel Beams with Web Openings Including Cellular, Litzka and Depth-Expanded Beams. Rio de Janeiro, 2009. 136p. MSc. Dissertation – Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
More slender structures are used in order to reduce costs, floors depht and
floor to ceiling clear heights. Steel construction and composite construction for
buildings often employs long spans for beams and girders, offering service room
between beams in one direction only. The use of web openings for passage of
service ducts avoids increasing the depth of construction. Beams with web
openings have reductions on flexural and shear resistances depending on the
geometry, size and position of such openings on the beam. This dissertation
presents some construction methods of beam web openings, analysis and design
recommendations, related standards and codes. Some numerical studies by the
finite elements method were carried out and results are presented for: type of
openings, number and spacing of openings, castelled beams (Litzka type and non-
uniform distribution of openings) and expanded in depth beams. For this purpose,
six commonly used profiles were used for testing the described web openings
solutions. Some comparison results are presented. The Litzka type of web
expanded beam presented the best performance in terms of strength, easy of
fabrication and reduction of material costs.
Keywords
Finite Element Analysis; Vierendeel Mechanism; Web Opening; Moment-
shear Interaction Curves; Material and Geometrical Non-linearity; Steel Beams,
Castellated Beams, Cellular Beams, Litzka Beams, Depth-expanded Beams,
Litzka Depth-expanded Beams, Parametric Analysis.
Sumário
1 Introdução 20
1.1. Motivos e Utilizações 20
1.2. Objetivo 21
1.3. Organização do Trabalho 22
2 Revisão Bibliográfica 23
2.1. Aberturas em Vigas de Aço 23
2.1.1. Formas e Variações 25
2.1.1.1. Tipos 25
2.1.1.2. Aberturas Alongadas 26
2.1.1.3. Excentricidade 27
2.1.2. Viga Castelada 27
2.1.2.1. Viga Litzka (Peiner) 28
2.1.2.2. Viga Celular 30
2.1.2.2.1. Vigas de Inércia Variável 31
2.1.2.3. Viga Angelina 32
2.1.3. Viga Expandida 33
2.1.4. Comparações entre aberturas 34
3 Análise dos Esforços 36
3.1. Esforços no Entorno da Abertura 36
3.2. Modos de Falhas 45
3.2.1. Flexão 46
3.2.2. Cisalhamento 46
3.2.3. Mecanismo de Vierendeel 46
3.2.4. Flambagem Local da Mesa Comprimida 47
3.2.5. Flambagem Local da Alma 48
3.3. Reforços Estruturais 48
3.4. Procedimentos de Dimensionamento 50
3.4.1. Aberturas sem Reforço 50
3.4.1.1. Excentricidade 63
3.4.2. Aberturas Reforçadas 67
3.5. Normas 70
4 Modelo Numérico Computacional 73
4.1. Introdução 73
4.2. Elemento Finito 73
4.3. Malha 74
4.4. Hipóteses Simplificadoras 76
4.5. Software Ansys 76
4.6. Análise Paramétrica 77
4.7. Geometria dos Modelos de Validação 77
4.8. Validação do Modelo 80
5 Estudo Computacional 82
5.1. Abordagem Local de Redwood 82
5.2. Estudo Paramétrico 84
5.2.1. Angulação de Abertura Hexagonal Isolada 86
5.2.2. Estudo de Perfis 94
5.2.2.1. Vigas Originais 96
5.2.2.2. Viga Original com Três Aberturas 97
5.2.2.3. Viga Expandida com Três Aberturas 104
5.2.2.4. Viga Litzka 107
6 Viga Litzka Expandida 109
6.1.1. Litzka Expandida Alongada 112
6.1.2. Padrão de Comparação Litzka Expandida 116
6.2. Comparações com Resultados Anteriores 117
6.2.1. Variações para o perfil W200 118
6.2.2. Variações para o perfil W250 119
6.2.3. Variações para o perfil W310 120
6.2.4. Variações para o perfil W360 121
6.2.5. Variações para o perfil W410 122
6.2.6. Variações para o perfil W460 123
7 Considerações Finais 125
7.1. Introdução 125
7.2. Resultados Alcançados 125
7.3. Sugestões para Trabalhos Futuros 127
8 Referências Bibliográficas 128
Anexo A – Curvas de Interação Flexão-cisalhamento 132
Anexo B – Exemplos de Dimensionamento 137
Listas de Figuras
Figura 1.1- Representação da flexibilidade na fabricação de viga castelada 20
Figura 1.2 - Passagens de tubulações em aberturas de vigas de aço [24] 21
Figura 2.1 - Centro de Convenções World Trade Center, São Paulo [18] 23
Figura 2.2 - Pórtico de Catálogo da Gerdau Açominas [12] 24
Figura 2.3 - Configurações geométricas mais comuns de aberturas na alma 25
Figura 2.4 - Abertura alongada e sua flexibilidade [5] 26
Figura 2.5 - Abertura circular alongada aparelhada para ensaio [19] 26
Figura 2.6 - Representação de viga celular com excentricidade 27
Figura 2.7 - Corte na alma em padrão trapezoidal 27
Figura 2.8 – Resultado final do transpasse e solda 28
Figura 2.9 Ensaio de viga castelada [21] 28
Figura 2.10 - Ilustração do dimensionamento de uma viga Litzka [11] 29
Figura 2.11 - Fabricação de viga celular (duas linhas de corte) 30
Figura 2.12 - Fabricação automatizada da viga celular [19] 31
Figura 2.13 - Transpasse, solda e sobra (scrap) 31
Figura 2.14 - Tapered ACB Beam [19] 32
Figura 2.15 - Viga Angelina [2] 32
Figura 2.16 - Corte da viga original e da chapa de expansão 33
Figura 2.17 - Resultado da viga expandida 33
Figura 2.18 - Viga Castelada expandida 34
Figura 2.19 - Comparativo de seções de aberturas [1] 35
Figura 3.1 - Ilustração dos “tês” e das variáveis utilizadas por Redwood [15] 36
Figura 3.2 - Localização das rótulas plásticas Redwood [15] 38
Figura 3.3 - Distribuição de forças na seção perfurada [5] 39
Figura 3.4 - Mecanismo de Vierendeel no entorno de uma abertura circular,
Chung et at [6] 40
Figura 3.5 - Exemplo de curvas de interação flexão-cisalhamento obtidas por
investigações em elementos finitos [5] 42
Figura 3.6 - Formas e variáveis das aberturas estudadas por Chung et al [5] 43
Figura 3.7 - Redução na curva de iteração flexão-cisalhamento de uma seção
perfurada devido ao mecanismo de Vierendeel [5] 47
Figura 3.8 - Tipos de Reforço para Aberturas na Alma - Redwood [15] 49
Figura 3.9 - Região adicional considerada em um “T”, dada pela mesa da viga [5]
51
Figura 3.10 - Curvas de iteração flexão-cisalhamento propostas [5] 56
Figura 3.11 - Valores típicos do parâmetro Vierendeel para um perfil UB
457x152x52 S275 [5] 57
Figura 3.12 - iv , v e m das seções perfuradas ao longo do vão da viga. Perfil UB
457x152x52 S275 [5] 59
Figura 3.13 - Análise dos esforços assumindo plastificação, Redwood [15] 60
Figura 3.14 - Diagrama de interações momento-cortante para o perfil IPE550 63
Figura 3.15 - Abertura circular excêntrica sujeita a momento e cortante, Redwood
[15] 64
Figura 3.16 - Detalhes e notações da abertura na alma utilizadas por Redwood e
Shrivastava [17] 68
Figura 3.17 - Ilustração da “zona neutra” segundo Veríssimo [24] 71
Figura 3.18 - Condições para execução de aberturas circulares [3] 72
Figura 4.1 - Elemento SHELL 281, 8-Node Finite Strain Shell [10] 74
Figura 4.2 - Seqüência de modelagem representando linhas, áreas, malha de
elementos carregamento 75
Figura 4.3 - Modelo elaborado para validação do estudo 75
Figura 4.4 - Detalhes da modelagem utilizada por Chung et al [6] 78
Figura 4.5 - Localização da abertura e da aplicação da carga, Viga3A 78
Figura 4.6 - Diagrama de momento fletor e representação de esforços em seções
da Viga3A 79
Figura 4.7 - Solução Nodal de Tensões pelo critério de Von Mises, Viga3A 79
Figura 4.8 - Comparação da formação de rótulas plásticas conforme literatura 80
Figura 4.9 - Resultados obtidos por Chung [6] para vigas 2A e 3A 80
Figura 4.10 - Comparação com os ensaios Chung [6], obtidos através dos modelos
criados para VIGA2A e 3A 81
Figura 5.1 - Curva de interação M-V para viga IPE550 com abertura 50% da
altura da viga 82
Figura 5.2 - Curva de interação M-V para viga ipe550 com abertura 70% da altura
da viga 83
Figura 5.3 - Variáveis utilizadas na presente pesquisa, forma hexagonal alongada
85
Figura 5.4 - Esboço dos esforços de momento fletor e esforço cortante
respectivamente, nas aberturas da VIGA3A 86
Figura 5.5 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1 isolada para
o braço de 762mm 87
Figura 5.6 – Distribuição de tensões Von Mises para os ângulos simulados das
aberturas centradas a 762 mm do apoio esquerdo, com o comprimento total
fixo 88
Figura 5.7 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1 isolada para
o braço de 556 mm 88
Figura 5.8 - Rótulas plásticas desenvolvidas para cada ângulo simulado, a 556 mm
do apoio e com o comprimento total fixo 89
Figura 5.9 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1 isolada para
o braço de 350mm 90
Figura 5.10 - Nova configuração com o comprimento total da abertura 90
Figura 5.11 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1 isolada
para o braço de 762 mm com 2a fixo 91
Figura 5.12 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1 isolada
para o braço de 556 mm com 2a fixo 92
Figura 5.13 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1 isolada
para o braço de 350mm com 2a fixo 93
Figura 5.14 – Rótulas plásticas desenvolvidas para cada ângulo simulado, a 350
mm do apoio e com o comprimento total variável 93
Figura 5.15 - Aplicação de deslocamentos nos terços e esforços 96
Figura 5.16 – Curvas de resistência dos perfis originais, sem aberturas 96
Figura 5.17 - Modelo da viga W200 com três aberturas, representação das áreas 98
Figura 5.18 – Curvas de resistência dos perfis originais com três aberturas para a
tabela de configuração 1 99
Figura 5.19 - Viga W200 com três aberturas, tensão Von Mises em MPa,
configuração 1 100
Figura 5.20 - Viga W200 com três aberturas, deformação plástica Von Mises,
configuração 1 100
Figura 5.21 - Viga W460 com três aberturas, Von Mises Strain-Plastic,
configuração 1 101
Figura 5.22 – Curvas de resistência dos perfis originais com três aberturas para a
tabela de configuração 2 102
Figura 5.23 - Formação de rótulas plásticas para a viga W200 com três aberturas
para a configuração 2 103
Figura 5.24 - Formação de rótulas plásticas para a viga W460 com três aberturas,
configuração 2 103
Figura 5.25 - Representação da chapa de expansão em vermelho com outra
espessura 104
Figura 5.26 - Simulação da viga W200 + chapa de 100 mm, com três aberturas,
Von Mises Stress 104
Figura 5.27 – Curvas de resistência dos perfis com chapa de expansão e três
aberturas para a configuração 1 105
Figura 5.28 – Curvas de resistência dos perfis mais chapa de expansão com três
aberturas para a configuração 2 106
Figura 5.29 - Plastificação no lado de menor momento para perfil W250 para
configuração 2 106
Figura 5.30 - Modelo de viga Litzka W200 (áreas), com 27 aberturas 107
Figura 5.31 – Curvas de resistência dos perfis em forma de viga Litzka 108
Figura 6.1 - Modelo de Viga Litzka Expandida demonstrando espessuras das
chapas 109
Figura 6.2 Litzka expandida W200, tensões para configuração 1 110
Figura 6.3 Litzka expandida W200, tensões para configuração 2 110
Figura 6.4 Litzka expandida W250, tensões para configuração 3 111
Figura 6.5 Litzka expandida W360, tensões para configuração 4 111
Figura 6.6 – Curvas de resistência dos perfis Litzka Expandida 112
Figura 6.7 - Litzka Expandida W200 com quatro aberturas alongadas,
configuração 5 112
Figura 6.8 Litzka expandida W200, deformações plásticas para configuração 5 113
Figura 6.9 - Litzka Expandida W200 com quatro aberturas alongadas,
configuração 6 113
Figura 6.10 Litzka Expandida W200, deformações plásticas para configuração 6
114
Figura 6.11 - Configurações simuladas da viga Litzka Expandida W200 114
Figura 6.12 Litzka expandida W410, deformações plásticas para configuração 7
115
Figura 6.13 Litzka expandida W460, deformações plásticas para configuração 8
115
Figura 6.14 - Resistências das vigas Litzka Expandidas com aberturas alongadas
116
Figura 6.15 - Curvas de resistência dos perfis com dimensões de Litzka Expandida
mas com alma cheia 117
Figura 6.16 – Curvas de resistência para as simulações do perfil W200 118
Figura 6.17 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W250 119
Figura 6.18 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W310 120
Figura 6.19 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W360 121
Figura 6.20 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W410 122
Figura 6.21 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W460 123
Listas de Tabelas
Tabela 3.1 - Aumento da resistência ao cisalhamento fornecido pela nova
consideração da mesa [5] 52
Tabela 3.2 - Algumas relações de resistência dupla, v , para diferentes relações
h
d 0 , examinadas por Chung et al [5] 53
Tabela 4.1 - Comparativo de resultados com Chung para Vigas 2A e 3A 81
Tabela 5.1 - Novos comprimentos totais das aberturas 91
Tabela 5.2 - Perfis estudados 94
Tabela 5.3 - Configurações das Vigas Litzka 95
Tabela 5.4 - Configuração um, para vigas com três aberturas 98
Tabela 5.5 - Configuração dois, para vigas com três aberturas 101
Tabela 6.1 – Peso dos perfis estudados com alma cheia mas com altura Litzka
Expandida 117
Tabela B.1 - Esforços solicitantes em cada abertura do exemplo B.1 138
Tabela B.2 - Esforços solicitantes em cada abertura do exemplo B.2 139
Lista de Símbolos
E é o módulo de elasticidade do aço;
fy é a resistência ao escoamento do aço;
α é o ângulo formado pela abertura hexagonal;
2H é a altura vertical da abertura;
2a é o comprimento da abertura ;
d é a altura total do perfil;
b é largura da mesa;
w é a espessura da alma;
t é a espessura da mesa;
L é o comprimento da viga ;
echapa é a espessura da chapa de reforço;
hchapa é a altura da chapa de expansão;
Hfinal é a altura final do perfil modificado;
N é o número de aberturas (para vigas Litzka).
Abreviaturas
ACB – ArcelorMital Cellular Beam
AISC – American Institute of Steel Construction
APDL – Ansys Parametric Design Language
CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço
CSA - Canadian Standards Association
EC3– Eurocode 3
ECCS - European Convention for Constructional Steelwork
EN - European standard
ENV - European pre-standard
ENV - Eurocode - Version of Eurocode published by CEN as a pre-standard
ENV - (for subsequent conversion into EN)
HMS – High Moment Side (lado de maior momento)
LMS – Low Moment Side (lado de menor momento)
MEF – Método dos Elementos Finitos
UB – Universal Beam
Toda a nossa ciência, comparada com a
realidade, é primitiva e infantil e, no entanto, é
a coisa mais preciosa que temos.
Albert Einstein
1 Introdução
1.1. Motivos e Utilizações
A utilização de estruturas de aço tem crescido muito nos últimos anos.
Associado a este crescimento, estruturas cada vez mais esbeltas têm sido usadas
para reduzir custos e otimizar espaços úteis em edifícios de grande porte, trazendo
limitações ao pé-direito das edificações. Grandes vãos são cada vez mais comuns,
gerando um amplo espaço de serviço em uma direção, mas obstáculos na outra
pela continuidade das vigas de aço. Seguindo-se esta tendência, em muitos casos,
não existe espaço suficiente entre as vigas da estrutura metálica e o forro de
acabamento dos pavimentos, sendo necessária então, a utilização de aberturas na
alma das vigas para passagem de tubulações de ar-condicionado, incêndio, etc.
Em alguns casos, estas aberturas podem chegar a 75% da altura da viga
provocando uma grande diminuição na capacidade resistente destes elementos
estruturais que dependem diretamente da forma, do tamanho e da posição destas
aberturas.
As vigas casteladas são o exemplo extremo da utilização das aberturas, a
Figura 1.1 ilustra a fabricação de uma viga castelada celular. Neste caso a altura
exata final, o diâmetro da célula e o espaçamento são bem flexíveis. Uma viga
celular pode ser até 2,5 vezes mais resistente que seu perfil original.
Figura 1.1- Representação da flexibilidade na fabricação de viga castelada
A Figura 1.2 mostra a utilização de uma viga celular para passagem de
tubulações e ilustra aberturas retangulares isoladas em vigas perpendiculares.
1.Introdução 21
Figura 1.2 - Passagens de tubulações em aberturas de vigas de aço [24]
Estas aberturas podem ser feitas durante o processo de fabricação da viga,
como posteriormente com cortes de soldagem ou até mesmo através de punção.
Cientes deste problema, diversos pesquisadores têm desenvolvido trabalhos
neste assunto. Como forma de se avaliar a influência de reforços em aberturas em
vigas de aço com perfis I, foram desenvolvidos modelos computacionais com base
no Método dos Elementos Finitos, baseados em autores como Rodrigues [20] e
Liu [14].
Freqüentemente dutos e tubulações atingem 60% da altura da viga e
comprimentos de até três vezes esse valor. Isto conduz a aplicação de reforços que
chegam, algumas vezes, a 3% do peso da estrutura gerando altos custos.
Aberturas circulares e retangulares são comuns, assim como o uso de cantos
arredondados, Redwood [15].
O reforço faz-se necessário quando a resistência da peça é diminuída devido
à existência da abertura. Para tal, deve-se estudar detalhadamente os esforços nela
atuantes, assim como a resistência efetivamente fornecida pelos reforços.
1.2. Objetivo
Realizar estudo através da aplicação do método dos elementos finitos sobre
expansão em altura de vigas de aço com aberturas na alma, utilizando-se técnicas
de fabricação conhecidas.
Aberturas efetuadas diretamente na alma dos perfis, aberturas resultantes de
expansão em altura, aberturas pelo método de fabricação Litzka e aberturas
resultantes da fabricação da viga Litzka Expandida, a qual é o fruto da união
destes dois últimos métodos citados.
1.Introdução 22
Demonstrar quais são as opções mais adequadas para determinadas
configurações de aberturas dentre estes métodos de fabricação que serão expostos.
1.3. Organização do Trabalho
O Capítulo 2 apresenta a revisão bibliográfica com as formas de aberturas
mais utilizadas, métodos de fabricação, principais vigas casteladas utilizadas,
assim como um novo método de fabricação de viga expandida.
No Capítulo 3 apresenta a análise da redistribuição dos esforços causada
pelas aberturas, dimensionamentos de autores consagrados no assunto, modos de
falhas, disserta um pouco sobre reforços em aberturas e comenta algumas
diretrizes históricas de normas correlatas.
No Capítulo 4 é descrito o modelo numérico, com a escolha do elemento
finito, pressuposições feitas, breve apresentação de um software utilizado para
modelagem, e ao final uma validação destes modelos através de comparação com
um ensaio realizado por Chung et al [6].
No Capítulo 5 tem-se o estudo computacional realizado em planilha do
software Mathcad e no software de elementos finitos Ansys, onde foram
modeladas variações de ângulos de uma abertura hexagonal e variações de
fabricação com aberturas e expansão em altura, onde foram utilizadas seis vigas
comumente usadas em pisos de edificações.
No Capítulo 6 tem-se um capítulo direcionado ao estudo da Viga Litzka
Expandida, comparando-a e descrevendo suas vantagens com as demais variações
modeladas para cada perfil estudado. Vários gráficos de resistência são
apresentados.
No Capítulo 7 são apresentadas as considerações finais e indicações para
trabalhos futuros.
2 Revisão Bibliográfica
2.1. Aberturas em Vigas de Aço
Com o intuito de otimizar o espaço e custos nas construções em aço, as
aberturas tornaram-se uma saída viável. Variações quanto à forma podem ser
encontradas facilmente, assim como seu uso de maneira estética. Mas, como
reportado por autores como Redwood [15], Chung et al [6], Veríssimo [24] e
Rodrigues [21]; a presença da abertura pode causar uma severa penalidade na
capacidade de carga em seus membros estruturais.
Um exemplo brasileiro do uso de vigas com aberturas, no caso viga celular,
é o Centro de Convenções World Trade Center em São Paulo e que fica sobre o
shopping D&D, possui distância de 47m entre pilares e uma altura máxima de
15m. As diretrizes para dimensionamento foram que estrutura deveria ser leve,
seriada e modulada para permitir o transporte e a movimentação das peças numa
região com alto volume de veículos, e, sobretudo, de baixo custo. A solução
utilizada foram vigas celulares obtidas a partir do corte de vigas laminadas de
alma cheia com altura de 600 mm. Após a soldagem das partes, passaram a ter
900 mm de altura, aumentando assim a inércia e conseqüentemente a resistência à
flexão, com o mesmo peso linear. A Figura 2.1 ilustra esta obra citada.
Figura 2.1 - Centro de Convenções World Trade Center, São Paulo [18]
2.Revisão Bibliográfica 24
O uso do o sistema de vigas casteladas é antigo, porém, em sua maioria o
sentido é arquitetônico. A Gerdau Açominas oferece pórticos simples utilizando
para as vigas inclinadas os perfis laminados formando vigas casteladas ou
celulares. Onde os perfis podem aumentar a altura em aproximadamente 50%,
sem aumentar a massa linear, vencendo-se vãos de até 60m. A Figura 2.2 mostra
uma opção de pórtico que esta empresa fornece.
Figura 2.2 - Pórtico de Catálogo da Gerdau Açominas [12]
Dentre os aços estruturais existentes atualmente, o mais utilizado e
conhecido é o ASTM A36, que é classificado como um aço carbono de média
resistência mecânica, segundo a CBCA [4]. Entretanto, a tendência moderna no
sentido de se utilizar estruturas cada vez maiores tem levado os engenheiros,
projetistas e construtores a utilizar aços de maior resistência, os chamados aços de
alta resistência e baixa liga, de modo a evitar estruturas cada vez mais pesadas.
Outra forma desta redução de peso é o uso de soluções geométricas,
especificamente com aberturas na alma de forma controlada. O aço modelado na
presente dissertação possui o limite de escoamento deste tipo de aço, ou seja, entre
290 a 345 MPa.
Os aços de alta resistência e baixa liga são utilizados toda vez que se deseja:
• Aumentar a resistência mecânica permitindo um acréscimo da carga
unitária da estrutura ou tornando possível uma diminuição proporcional da
seção, ou seja, o emprego de seções mais leves;
• Melhorar a resistência à corrosão atmosférica;
• Melhorar a resistência ao choque e o limite de fadiga;
• Elevar a relação do limite de escoamento para o limite de resistência à
tração, sem perda apreciável da ductilidade.
2.Revisão Bibliográfica 25
2.1.1. Formas e Variações
A magnitude dos esforços nas aberturas depende da forma, tamanho e
localização, o que torna essas variáveis extremamente necessárias no cálculo de
dimensionamento.
2.1.1.1. Tipos
Algumas formas básicas tornaram-se comuns quando se fala de aberturas
em vigas de aço, como mostra a Figura 2.3.
Figura 2.3 - Configurações geométricas mais comuns de aberturas na alma
Para fins de cálculo, diversos autores computam aberturas circulares e
outras proporcionalmente a uma abertura retangular, deixando assim a capacidade
de carga subestimada.
As aberturas podem ser criadas por cortes de soldas, ou até mesmo por
punção, criando assim aberturas isoladas em qualquer posição desejável na alma
do perfil de aço.
2.Revisão Bibliográfica 26
2.1.1.2. Aberturas Alongadas
No caso de vigas casteladas, se uma abertura maior é necessária, pode-se
recortar a alma entre duas aberturas adjacentes, criando assim uma abertura
alongada, ou durante o próprio processo de fabricação pode-se alterar o corte,
resultando numa abertura de maior comprimento. As Figura 2.4 e Figura 2.5
demonstram aberturas alongadas.
Figura 2.4 - Abertura alongada e sua flexibilidade [5]
Figura 2.5 - Abertura circular alongada aparelhada para ensaio [19]
Não somente a forma circular, mas todas as demais podem usufruir destas
técnicas. Contudo, devem-se sempre considerar as penalidades de resistências que
são envolvidas, penalidades estas que serão discutidas no próximo capítulo.
2.Revisão Bibliográfica 27
2.1.1.3. Excentricidade
Muitas vezes os tubos e dutos de instalações devem ser levemente
inclinados, para proporcionar um escoamento apropriado. Concomitantemente, as
aberturas de alma não podem estar todas centradas no eixo baricêntrico da viga.
Essa situação exigiu a elaboração de formulações que considerassem a
excentricidade das aberturas em relação ao eixo da viga (Douglas & Gambrell
1974). A Figura 2.6 ilustra uma excentricidade em uma viga celular.
Figura 2.6 - Representação de viga celular com excentricidade
2.1.2. Viga Castelada
A viga castelada consiste no recorte da alma do perfil original de aço e
posterior soldagem de modo intercalado, criando aberturas na própria alma,
aumentando deste modo a altura e a inércia da viga. Várias formas geométricas
podem ser adotadas dentro deste processo: quadrada, retangular, hexagonal,
octogonal e circular. A viga celular (aberturas arredondadas) é a versão moderna
da viga castelada, que se diferencia por utilizar duas linhas de corte na alma
durante o processo. A viga ou coluna castelada resulta em aproximadamente 40 a
60% de acréscimo na altura de sua seção original. As Figura 2.7 e Figura 2.8
demonstram a fabricação de uma viga castelada clássica.
Figura 2.7 - Corte na alma em padrão trapezoidal
2.Revisão Bibliográfica 28
Figura 2.8 – Resultado final do transpasse e solda
Na fabricação perde-se uma pequena parte do material (sucata) nas
extremidades da viga, após o transpasse das duas peças geradas.
Na Figura 2.9 tem-se uma viga castelada em escala real sendo ensaiada.
Figura 2.9 Ensaio de viga castelada [21]
Neste caso a viga castelada é composta de aberturas hexagonais, a qual será
a principal forma aqui estudada.
2.1.2.1. Viga Litzka (Peiner)
A viga Peiner-Schnittführung também é conhecida como Litzka-
Schnittführung, e é uma viga castelada com dimensões proporcionalmente
determinadas, como ilustrado na Figura 2.10.
2.Revisão Bibliográfica 29
Figura 2.10 - Ilustração do dimensionamento de uma viga Litzka [11]
Grünbauer [11] cita várias escolhas de dimensões devem ser feitas ao se
fabricar uma viga castelada. Esta viga é caracterizada pelas três seguintes
suposições:
• A taxa de altura h
H é ajustada para 1,5 (a altura H da viga castelada é
uma vez e meia a altura do perfil original antes do corte);
• O “passo” é assumido sendo igual à altura H da viga castelada;
• O ângulo α é ajustado para 63.43o (sendo preciso, 2tan =α ).
Essas três suposições definem as vigas casteladas. O comprimento da solda
no topo do dente é 2
h; a maior largura da abertura da alma é h . A profundidade
da abertura é também h .
Na Inglaterra, Américas e Canadá o dimensionamento tradicional é
diferente. Nas Américas o ângulo α tem sido configurado em 60°. A taxa h
Hdas
dimensões nominais é tomada como sendo 1,5; e o passo é tomado como sendo
1,08 vezes a altura da abertura da alma. A altura da abertura é escolhida como na
viga Peiner-Schnittführung, a saber, igual à profundidade nominal h do perfil
antes de cortar. Estas suposições conduzem a um perfil com dentes mais curtos.
Na viga Peiner-Schnittführung, o comprimento de solda em um dente é igual a 1/3
do passo; na tradição anglo-saxônica, o comprimento de solda em um dente é
igual à somente 1/4 do passo. Já que o comprimento de solda pode determinar a
resistência da viga, a viga castelada anglo-saxônica está conseqüentemente em
desvantagem neste aspecto.
2.Revisão Bibliográfica 30
Um exemplo de viga castelada é feito com o perfil UB-914x419. Nos países
anglo-saxônicos diferentes seções laminadas são usadas em relação ao continente
europeu, em polegadas. UB significa "universal beam" (viga universal) e as
dimensões atuais da viga original UB-914x419 são as seguintes: a altura nominal
é 914,4 mm; a altura atual h é 921 mm; largura das mesas 420,5 mm; espessura da
alma 21,5 mm e espessura das mesas 36,6 mm; raio de 24,1 mm. O peso é
388 kg/m. A viga castelada padrão feita através da UB-914x419 é chamada de
"Viga Castelada Universal" 1371x419. A altura nominal desta viga é 1371 mm; a
altura atual H é 1377,7 mm.
Esses padrões de corte se tornaram obsoletos a partir do momento que a
condução do corte é computadorizada. Atualmente é possível selecionar padrões
de corte e taxas h
H, tais que as vigas casteladas somem os requisitos técnicos
desejados (como resistência ao momento, deflexão, cortante transversal, e
flambagem da alma). Antigamente, o superdimensionamento de vigas era
inevitável, o que não é mais necessário quando se dispõe de tecnologia.
Atualmente otimiza-se as vigas casteladas de acordo com o critério econômico.
Precisamente fabricada ao serviço a ela designado.
2.1.2.2. Viga Celular
No caso da viga celular, além da perda nas extremidades durante o processo
de fabricação, ainda há uma perda adicional devido à diferença entre as duas
linhas de corte, como ilustrado nas Figura 2.11 a Figura 2.13.
Figura 2.11 - Fabricação de viga celular (duas linhas de corte)
2.Revisão Bibliográfica 31
Figura 2.12 - Fabricação automatizada da viga celular [19]
Figura 2.13 - Transpasse, solda e sobra (scrap)
As sobras nas extremidades são também recortadas, como mostra a Figura
2.13, mas não representam perda percentual significativa caso o comprimento
total da viga seja grande.
2.1.2.2.1. Vigas de Inércia Variável
Utilizando este método de fabricação que resulta em uma viga com inércia
variável, pode-se aumentar a resistência ao cisalhamento onde este esforço é mais
solicitante, supondo um carregamento distribuído sem cargas locais de
importância.
2.Revisão Bibliográfica 32
As duas linhas de corte da viga celular são processadas de forma inclinada e
anterior ao transpasse e solda, efetua-se um giro de 180º em relação ao eixo do
peso próprio em uma das partes resultantes ao corte, como mostra a Figura 2.14.
Figura 2.14 - Tapered ACB Beam [19]
Este tipo de corte exige maior precisão, sendo necessário o auxílio da
automatização computacional.
2.1.2.3. Viga Angelina
A viga Angelina é um lançamento da ArcelorMittal [2]. Sendo uma nova
idéia na área das vigas casteladas, mantendo a flexibilidade com menos perdas.
Um bom exemplo dos possíveis padrões de corte dos dias atuais.
Esta viga é feita com apenas uma linha de corte, reduz perdas de material
substancialmente se comparada com a viga celular que possui duas linhas de
corte, e outra vantagem também são suas extremidades que simulam uma mísula.
Tornando-a, em determinados casos, uma opção econômica. A Figura 2.15 ilustra
esta novidade em termos de viga castelada.
Figura 2.15 - Viga Angelina [2]
2.Revisão Bibliográfica 33
2.1.3. Viga Expandida
Pode-se ainda cortar o perfil de aço e acrescentar chapas entre as duas almas
secionadas, aumentando-se assim a inércia e de acordo com a geometria do corte
destas chapas, regular a forma das aberturas. As Figura 2.16 e Figura 2.17
demonstram esta idéia.
Figura 2.16 - Corte da viga original e da chapa de expansão
Figura 2.17 - Resultado da viga expandida
Desta forma tem-se o controle do comprimento total da abertura, seu ângulo
α de corte, sua altura (altura h da chapa de expansão) e também sua posição ao
longo da extensão da viga.
O mesmo princípio ainda pode ser utilizado para ampliar uma viga
castelada. No caso seguinte, utilizando um ângulo reto na fabricação da chapa de
2.Revisão Bibliográfica 34
expansão, resultando em abertura com formato octogonal, como mostrado na
Figura 2.18.
Figura 2.18 - Viga Castelada expandida
Esta configuração torna-se complexa, em matéria do cálculo de resistência,
pela criação de aberturas trapezoidais excêntricas, simétricas e próximas umas as
outras.
Neste caso as aberturas octogonais criadas, com altura maior devido à
chapa, podem ser utilizadas para passagem de tubulações de diâmetro mais
elevado, enquanto as trapezoidais têm a vantagem de permitir uma inclinação em
tubulações de menor diâmetro, por possuírem dois níveis de altura.
2.1.4. Comparações entre aberturas
Para uma melhor compreensão entre aberturas a Figura 2.19 ilustra a
comparação entre os principais métodos de fabricação das aberturas em vigas de
aço.
2.Revisão Bibliográfica 35
Figura 2.19 - Comparativo de seções de aberturas [1]
Nesta figura comparam-se as seções cortadas da viga Litzka, viga celular
(ACB) e a Angelina, nota-se claramente a diferença de quantidade de material em
cada tipo de corte, o que influencia no peso linear das vigas e em suas respectivas
resistências.
3 Análise dos Esforços
Neste capítulo serão descritas as abordagens de autores renomados no
assunto, as hipóteses assumidas para cada maneira de analisar o problema e suas
indicações de uso.
3.1.Esforços no Entorno da Abertura
As tensões em uma viga de aço, sujeitas a carregamentos, são prontamente
encontradas através dos diagramas de esforços, para qualquer ponto da viga sem
abertura. Mas a perda de material na região devido à abertura leva a uma nova
distribuição de esforços, e consequentemente uma redução da resistência neste
local. Esta redistribuição é suportada pela nova geometria formada pelos “tês”
acima e abaixo da abertura. Vários autores realizaram estudos em vigas de aço
com aberturas na alma, como Redwood [15], Cung et al [5], Rodrigues [21], etc.
Figura 3.1 - Ilustração dos “tês” e das variáveis utilizadas por Redwood [15]
Redwood [15] contribuiu revisando estudos de vários autores, comentados
na sequência, e realizando estudos de dimensionamento que serão demonstrados
no item 3.4.
Neste mesmo trabalho Redwood cita que Bower, em 1966, considerou
esforços através da totalidade da viga e não apenas nas extremidades da abertura,
comparando os esforços resultantes com os requisitos de equilíbrio e estabeleceu
tamanhos de aberturas em que sérios erros surgiriam. O autor sugeriu que para o
3.Análise dos Esforços 37
intervalo de taxas de momento-cortante apropriado para construção de edifícios,
uma abertura de 50% da altura do perfil seria amena para a solução elástica.
Bower constatou também, dois anos depois, que os esforços cortantes influem
significativamente com o aumento desta proporção. Esta análise formou a base
para a construção de diagramas de interação.
Através de análises em elementos finitos verificou-se que aberturas
espaçadas em dois diâmetros absorvem esforços eliminando efeitos de interação
entre aberturas em todas as taxas práticas de cortante-momento. Estes resultados
foram obtidos com diâmetros de aberturas com 57% da altura do perfil da viga.
Assumindo pontos de deflexão dentro das seções da viga acima e abaixo da
abertura, a deformação local dessas seções devido à força cortante que suportam
pode ser encontrada usando as teorias de equilíbrio. Esses resultados podem ser
somados às deformações causadas pelo momento global primário, calculado com
a inércia original da seção sem abertura. Este processo tem sido chamado de
aproximação de Vierendeel. Ignoram-se as concentrações de deformações nos
cantos das aberturas.
Dimensionando somente com base no regime elástico, o máximo esforço
deve ocorrer na mesa da viga e não na extremidade da abertura.
Redwood [15] cita o trabalho de Frost e Leffler, de 1971, onde uma possível
situação de fadiga poderia ser combatida nos cantos das aberturas, utilizando-se
raios de 16 mm ou com o dobro da espessura da alma, ao invés de cantos retos.
As flechas podem ser obtidas sobrepondo três partes, a primeira pela viga
não perfurada, a segunda pela flexão das seções “tês” no comprimento da abertura
e a terceira pelo cortante nos “tês” no comprimento da abertura, sem assumir
rotações relativas. Em aberturas com até 60% da altura do perfil, aberturas
circulares isoladas podem ser desprezadas. Flechas locais devem ser consideradas,
pois podem variar significativamente com a presença das aberturas.
Uma primeira abordagem plástica nas perfurações foi feita em 1958 por
Worley como cita Redwood [15], demonstrando a formação de quatro rótulas
plásticas nos cantos das aberturas, como mostra a Figura 3.2.
3.Análise dos Esforços 38
Figura 3.2 - Localização das rótulas plásticas Redwood [15]
Entre 2000 e 2002 Chung e Ko, pela Universidade Politécnica de Hong
Kong na China e Liu pela Universidade de Manchester na Inglaterra, através de
dois trabalhos [5] e [6], analisaram e desenvolveram esforços e dimensionamentos
para vigas de aço com aberturas na alma. Esta análise e suas conclusões são
descritas na sequência.
Cada “T” possui uma resistência à flexão local, difícil de ser mensurada sob
presença simultânea de forças axiais e de cisalhamento resultante do momento
global.
Após uma revisão das recomendações de projeto, Chung et al [5] em 2003
mostram que existem duas abordagens na avaliação do comportamento
estrutural de vigas de aço com aberturas na alma:
• Abordagem da seção “T”: a seção perfurada é considerada ser constituída
por dois “tês” que são separados por uma distância que depende da altura do
furo, e todas as ações globais são representadas como forças locais. A
estabilidade estrutural das vigas de aço depende da capacidade de resistência
dos “tês” submetidos a esforços axiais de cisalhamento e de flexão
simultaneamente. Geralmente, os métodos de dimensionamento com esta
abordagem são complicados e o esforço de cálculo é considerável. A
precisão dos métodos depende da precisão de um número de regras de
dimensionamento contra os respectivos modos de falha. Contudo, devido à
complexidade dos problemas, expressões aproximadas de dimensionamento
são freqüentemente apresentadas para reduzir o esforço de cálculo,
conduzindo a resultados conservadores;
3.Análise dos Esforços 39
• Abordagem da seção perfurada: a seção perfurada é a seção crítica a ser
considerada no dimensionamento, e a estabilidade estrutural das vigas de
aço depende da capacidade de resistência da seção perfurada submetida a
esforços simultâneos globais de cisalhamento e de flexão. Curvas simples e
empíricas de interação flexão-cisalhamento são freqüentemente utilizadas,
portanto, os métodos de dimensionamento são geralmente considerados
simples e adequados para os engenheiros em seu dimensionamento prático.
Contudo, consideram que os métodos de dimensionamento são de alguma
forma restritivos, com aplicações limitadas e freqüentemente são muito
conservadores.
Chung, Ko e Liu, [5] e [6], demonstram os esforços em uma seção perfurada
submetida a momento global, SdM ,0 , e a uma força de cisalhamento global ,
SdV ,0 ,
na Figura 3.3 (parte a), e as três ações locais que são induzidas nos “tês” superior
e inferior (parte b):
Figura 3.3 - Distribuição de forças na seção perfurada [5]
3.Análise dos Esforços 40
Sendo as forças locais as seguintes:
• Força axial no “T”, TN , devido ao momento global SdM ,0 ;
• Força de cisalhamento no “T”, TV , devido à força de cisalhamento global
SdV ,0 ;
• Momento local no “T”, TM , devido à transferência da força de
cisalhamento SdV ,0 , ao longo do comprimento da abertura.
Chung et al [6] dizem que no método corrente do ano de 2001, o
dimensionamento da capacidade de vigas com aberturas é limitada pela formação
de rótulas plásticas no “T” superior do lado de menor momento do furo (LMS).
Classificando o método como conservador, pois a formação de rótulas plásticas no
“T” superior no lado de menor momento (LMS) das aberturas na alma nem
sempre causa a falha. As vigas são capazes de suportar carga adicional até que
sejam desenvolvidas quatro rótulas plásticas em posições críticas nas seções
perfuradas, para a formação de um mecanismo de Vierendeel. A forma de
interação linear utilizada neste método para avaliar a capacidade ao momento dos
“tês” submetidos a esforços axiais e de cisalhamento simultâneos subestima a
resistência. Os autores propuseram então a utilização de dimensionamento
plástico para incorporar a formação das quatro rótulas plásticas nos “tês”,
objetivando uma previsão aprimorada da capacidade de carga das vigas.
Figura 3.4 - Mecanismo de Vierendeel no entorno de uma abertura circular,
Chung et at [6]
Um modelo em elementos finitos, que segundo Chung et al [6], consegue
avaliar a resistência à flexão dos “tês” superior e inferior quando submetidos a
3.Análise dos Esforços 41
esforços axiais e de cisalhamento simultâneos, foi concebido. As não-linearidades
geométricas e do material, para que a redistribuição de carga ao longo da abertura
na alma foi representada. Assim um estudo paramétrico foi realizado
detalhadamente em artigo publicado por Liu e Chung [14], onde podem ser
observados esses modelos numéricos, as curvas carga-deslocamento, os modos de
ruína e os modelos de escoamento observados na região ao redor dos furos após as
falhas das vigas.
Seguindo seus trabalhos sobre a investigação do mecanismo de Vierendeel
em vigas de aço com furo circular na alma [6], Chung et al [5]. Nesse artigo, os
autores propõem um método de dimensionamento empírico que versa sobre o
dimensionamento de vigas de aço, com aberturas de diferentes tamanhos e formas
fazendo uso de uma curva de flexão-cisalhamento generalizada, para a previsão
das resistências aos esforços globais que atuam no centro do furo das vigas. Pois
após comparações entre as curvas de interação flexão-cisalhamento de vigas de
aço com furos de diferentes tamanhos e formas, encontraram similaridade entre as
mesmas, sugerindo que seria possível o desenvolvimento de uma curva de
interação flexão-cisalhamento generalizada para a avaliação da capacidade de
carga de todas as vigas de aço.
Assim realizado, geraram várias curvas de dimensionamento, flexão-
cisalhamento para diferentes formas e tamanhos de aberturas e quatro diferentes
perfis. Algumas delas estão aqui apresentadas na Figura 3.5, por tratarem de
formas similares às aqui estudadas, c-hexagonais e circulares.
3.Análise dos Esforços 42
Figura 3.5 - Exemplo de curvas de interação flexão-cisalhamento obtidas por
investigações em elementos finitos [5]
3.Análise dos Esforços 43
As outras formas e suas curvas de resistências pesquisadas pelos autores
podem ser encontradas no Anexo A desta dissertação. E suas geometrias estão
representadas na Figura 3.6.
Figura 3.6 - Formas e variáveis das aberturas estudadas por Chung et al [5]
Deve ser notado que a despeito da variação dos tamanhos e das formas das
aberturas na alma, todas as curvas convergem para o mesmo ponto de interseção
“x”, apresentando a mesma resistência à flexão sob cisalhamento global nulo,
desde que as aberturas na alma tenham a mesma profundidade. Contudo, todas as
curvas apresentam diferentes pontos de interseção “y”, diferentes capacidades ao
cisalhamento nas seções perfuradas sob momento global nulo, provavelmente
3.Análise dos Esforços 44
devido aos diferentes momentos locais de Vierendeel atuando nos “tês” superior e
inferior.
A fim de se compreender os efeitos das formas e dos tamanhos das aberturas
na resistência das seções perfuradas, é importante relacionar a profundidade da
abertura, 0d , e o comprimento crítico de abertura, c , da seguinte maneira:
• Cisalhamento e momento global atuando na seção perfurada;
• Esforços locais axiais, de cisalhamento e de flexão simultâneos atuando nos “tês” superior e inferior.
Geralmente, um aumento na profundidade da abertura, 0d , sempre reduz a
resistência ao cisalhamento e ao momento das seções perfuradas e, portanto, as
falhas por cisalhamento e por flexão das seções perfuradas são controladas pela
magnitude de 0d . Contudo, enquanto um aumento no comprimento da abertura, c,
não afeta a resistência ao cisalhamento e à flexão das seções perfuradas, tal
incremento aumenta diretamente o momento local de Vierendeel atuante nos “tês”
e, portanto, promove o mecanismo de Vierendeel nas seções perfuradas.
Consequentemente, para furos na alma com os mesmos valores de 0d , mas com
diferentes valores de c, a capacidade de carga das seções perfuradas é
inversamente proporcional aos valores de c.
Pode ser conveniente considerar que as ruínas por cisalhamento e por
mecanismo de Vierendeel nas seções perfuradas são primariamente causadas pelo
cisalhamento global. A resistência ao cisalhamento global das seções perfuradas
atinge seu valor máximo na ausência de forças axiais devido ao momento global.
Qualquer aumento no momento global na seção perfurada irá induzir esforços
axiais locais nos “tês”, promovendo escoamento local dos “tês” e, portanto,
colapso das seções perfuradas, como mostrado na Figura 3.3. Para seções
perfuradas submetidas a momentos globais significativos, a capacidade de
resistência ao cisalhamento global será reduzida fortemente.
A apresentação das fórmulas de dimensionamento para vigas de aço com
furo na alma, bem como o desenvolvimento de um “parâmetro Vierendeel” e a
curva de interação flexão-cisalhamento generalizada proposta por Chung et al [5],
estarão contemplados no item 3.4.
3.Análise dos Esforços 45
O trabalho de Liu e Chung [14] descreve, após uma extensiva investigação
paramétrica em elementos finitos, alguns comportamentos notados:
• Quando a seção perfurada está sob força cortante pura, não existe força
axial nas seções “tês” do momento global, então o padrão de escoamento é
devido a forças cortantes locais e também pelo momento de Vierendeel. É
interessante que as rótulas plásticas se formam perto dos cantos das
aberturas com padrões assimétricos em relação ao centro da abertura,
simétricos na diagonal. (Figura 3.4).
• Quando a seção perfurada está sob alto esforço cortante global e pequeno
momento global, geram-se rótulas plásticas no lado de maior momento
(HMS). Enquanto as mesas das seções “tês” no lado de menor momento
(LMS) não escoam, o momento resistente destas seções é parcialmente
mobilizado.
• E quando sob baixo cortante global adicionado a um alto momento global,
rótulas plásticas em ambos os fins das seções “tês”, acima e abaixo da
abertura da alma são mobilizadas sob presença de grande força axial local.
Para aberturas c-hexagonais e circulares, ambos os lados (HMS e LMS)
apresentaram zonas significantes de escoamento.
Teremos no item seguinte os modos de falhas que as vigas de aço com
aberturas na alma podem apresentar.
3.2. Modos de Falhas
Chung et at [6] consideram que a presença de aberturas na alma de vigas,
introduzem três tipos de modos de falhas nas seções perfuradas, por flexão,
cisalhamento e pelo mecanismo de Vierendeel. Mas ainda podem ocorrer falhas
por flambagem na mesa e na alma cheia (regiões entre aberturas adjacentes).
Uma deflexão adicional devido à presença destas aberturas também deve ser
considerada, Chung et al [6].
3.Análise dos Esforços 46
3.2.1. Flexão
A profundidade da abertura diminui a quantidade de material da alma,
podendo causar falhas por flexão assim como por cisalhamento das seções
perfuradas.
A comparação dos resultados da investigação de Chung et al [5] realizada
em elementos finitos, revelou que para aberturas na alma com altura considerável,
submetidas a cisalhamento reduzido, constata-se que a ruína por flexão na seção
perfurada pode ser crítica.
3.2.2. Cisalhamento
A redução de material da alma diminui drasticamente a resistência ao
cisalhamento. Para aberturas na alma com comprimento reduzido, submetidas a
elevado esforço cisalhante, a ruína por cisalhamento é aparente na seção
perfurada, especialmente nas aberturas com grandes alturas.
O aumento na altura da abertura afeta diretamente a resistência ao esforço
cortante e momento na abertura, Liu e Chung [14].
3.2.3. Mecanismo de Vierendeel
O mecanismo de Vierendeel, ilustrado na Figura 3.4, mostra que há a
formação de quatro rótulas plásticas nos “tês”, oriundas da transferência de
cisalhamento lateral ao longo da abertura da alma, sendo esse fenômeno sempre
crítico em vigas de aço com aberturas na alma.
É o comprimento da abertura na alma que controla o mecanismo de
Vierendeel, que por sua vez depende das resistências locais ao cisalhamento e à
flexão dos “tês” superior e inferior, Chung et al [5].
Após avaliação das capacidades de resistência ao cisalhamento e ao
momento global das seções perfuradas, pode ser conveniente em alguns casos
conhecer a importância relativa do mecanismo de Vierendeel nas seções
perfuradas de diferentes tamanhos e formas.
3.Análise dos Esforços 47
Um “parâmetro de Vierendeel” foi estabelecido no artigo por Chung et al
[5] para se avaliar o grau de importância do mecanismo de Vierendeel nas seções
perfuradas. Através da comparação entre as proporções utilizadas da resistência à
flexão “ m” e ao cisalhamento “ v ”, e do parâmetro Vierendeel “ iv ”, os modos
críticos de falha nas seções perfuradas sob diferentes “ m” e “ v ” puderam ser
prontamente avaliados, e serão aqui descritos.
A Figura 3.7 apresenta a curva montada com a redução adicional provocada
pelo mecanismo de Vierendeel:
Figura 3.7 - Redução na curva de iteração flexão-cisalhamento de uma seção
perfurada devido ao mecanismo de Vierendeel [5]
As investigações em elementos finitos, realizadas por estes autores,
confirmaram que para aberturas na alma com comprimento considerável,
submetidas a elevado esforço cisalhante, a falha pelo mecanismo de Vierendeel é
predominante nas seções perfuradas.
3.2.4. Flambagem Local da Mesa Comprimida
A flambagem da mesa pode ocorrer quando a viga estiver solicitada por um
grande esforço de momento global na região da abertura, a qual tem suas tensões
redistribuídas pelas novas áreas reduzidas dos “tês” de compressão e tração, que
resultam em um esforço de compressão exagerado na área da mesa em questão.
3.Análise dos Esforços 48
3.2.5. Flambagem Local da Alma
Para vigas com múltiplas aberturas na alma, como no caso de vigas
casteladas ou celulares, a flambagem da alma pode ser crítica quando as aberturas
adjacentes estiverem pouco espaçadas.
Recomendam-se espaçamentos de, no mínimo, dois comprimentos de
aberturas, evitando sobreposição de esforço de uma abertura na outra. Condição
inatingível no método de fabricação de vigas casteladas, pois este espaçamento é
de no máximo o comprimento da própria abertura, quando no caso de abertura
retangular.
3.3. Reforços Estruturais
Redwood [15] cita que exceto no caso de vigas casteladas, o reforço ao
redor de aberturas é frequentemente usado. Vários tipos de reforços são mostrados
na Figura 3.8. O propósito estrutural varia dos tipos (a) a (d), que ressaltam
predominantemente a resistência à flexão global e local, até tipos (j), que realçam
predominantemente a resistência de carga ao cisalhamento da alma. Ambas as
resistência à flexão e ao cisalhamento podem ser melhoradas pela combinação
desses tipos ou por agrupamentos com os tipos (g) a (i).
3.Análise dos Esforços 49
Figura 3.8 - Tipos de Reforço para Aberturas na Alma - Redwood [15]
A seleção de um reforço em particular é influenciada por um número de
fatores: o tipo de carga, especialmente a relativa importância do momento fletor e
da força cortante, que vai determinar quando o reforço deverá ser
predominantemente à flexão ou ao cisalhamento; a facilidade de fabricação; e o
grau de confiança em que a análise pode ser conduzida.
O reforço horizontal é efetivo quando há pouco esforço cortante. O reforço
inclinado é utilizado quando se quer reduzir esforço nas bordas e, quanto menor
for a taxa de momento-cortante. O reforço circular se mostrou mais efetivo,
contudo experimentalmente a distribuição não foi uniforme segundo Redwood
[15].
3.Análise dos Esforços 50
3.4. Procedimentos de Dimensionamento
Nesta seção serão apresentados critérios de dimensionamentos sugeridos por
alguns autores e algumas diretrizes constantes em normas.
3.4.1. Aberturas sem Reforço
Chung et al [5] propõem um método de dimensionamento baseado em uma
investigação numérica em elementos finitos, abrangendo várias formas de
aberturas na alma e com diferentes tamanhos. Onde uma curva de interação
flexão-cisalhamento rege a resistência da viga com a abertura.
O momento resistente da seção perfurada, RdM ,0 , é dado por:
SdplyRd MWfM ,0,0,0 ≥=
eq. 3-1
4
20
,0w
plpl
tdWW −=
eq. 3-2
Onde:
plW é o momento plástico da seção não perfurada;
wt é a espessura da alma;
0d é a altura da abertura;
yf é a tensão de escoamento do aço.
Usualmente, a área destinada a resistir esforços cortantes em uma viga de
aço é assumida como sendo a altura h multiplicada pela espessura wt da alma.
Esta aproximação é feita pela simplicidade de cálculo, pois é de praxe considerar
que as mesas resistem ao momento fletor enquanto a alma ao cisalhamento. Esta
simplificação desconsidera uma pequena seção da mesa que auxilia na resistência
ao cisalhamento sem causar erros significativos ao dimensionamento comum (sem
abertura). Tratando-se de uma alma com a resistência reduzida devido à perda de
área na região da abertura, esta simplificação não é utilizada.
3.Análise dos Esforços 51
Este fenômeno foi verificado por Chung et al [5] em sua investigação em
elementos finitos, representada na Figura 3.9:
Figura 3.9 - Região adicional considerada em um “T”, dada pela mesa da
viga [5]
Tendo assim uma área total de resistência ao cisalhamento fornecido pela
mesa, vfA dada por:
( )fwffvf ttttA 375,0375,0 ++=
eq. 3-3
Onde:
wt é a espessura da alma;
ft é a espessura da mesa.
Conseqüentemente, a resistência plástica ao cisalhamento da seção
perfurada, RdV ,0 , será dada por:
SdvvRd VAfV ,00,0 ≥=
eq. 3-4
wvv tdAA 00 −=
eq. 3-5
( )ffwv tthtA 75,02+=
eq. 3-6
Onde:
vf é a resistência ao cisalhamento da viga de aço tomada como 0
577,0
M
yf
γ;
0Mγ é um coeficiente de segurança parcial do material adotado como 1,0;
3.Análise dos Esforços 52
vA é a área cisalhada da seção não perfurada.
Para uma seção típica de viga tal como, UB 457x152x52 S275, a área
cisalhada adicional das mesas contribui com um aumento de 10% na resistência
ao cisalhamento de uma seção perfurada com abertura na alma de h
d 0 igual a 0,50.
Para uma seção perfurada com h
d 0 igual a 75, o aumento na resistência ao
cisalhamento é de 21%. Deve ser notado que para as seções com mesas espessas,
o aumento na resistência ao cisalhamento frequentemente excede 30%. A Tabela
3.1 apresenta os aumentos na resistência ao cisalhamento em quatro vigas de aço
com aberturas na alma para três diferentes relações de h
d 0 .
Tabela 3.1 - Aumento da resistência ao cisalhamento fornecido pela nova
consideração da mesa [5]
Perforated section d0/h=0.50 d0/h=0.67 d0/h=0.75
UB 457x152x52 10% 16% 21%
UB 457x152x82 22% 33% 43%
UB 610x229x101 10% 16% 21%
UB 610x229x140 18% 27% 36%
Após a determinação da resistência ao cisalhamento da seção perfurada,
RdV ,0 , é importante considerar o efeito do momento local de Vierendeel, atuando
nos “tês” acima e abaixo da abertura na alma, na capacidade de resistência global
da seção perfurada. Deve ser notado que o esforço de cisalhamento global e o
momento local de Vierendeel interagem, atuando simultaneamente na seção
perfurada. A extensão da iteração na seção perfurada é obviamente muito
complicada, dependendo não somente das formas e dos tamanhos das aberturas,
mas também da força de cisalhamento global e do momento fletor global
solicitantes na seção perfurada. A resistência ao cisalhamento global considerando
o mecanismo de Vierendeel, ou a resistência dupla ao cisalhamento global,
ViRdV ,,0 , da seção perfurada contemplada no estudo de Chung et al [5], pode ser
obtida diretamente das curvas flexão-cisalhamento apresentadas na Figura 3.5, e
na íntegra no Anexo A. Para propósitos de dimensionamento, uma relação de
3.Análise dos Esforços 53
resistência dupla ao cisalhamento para as seções perfuradas, v , é definida a
seguir:
Rd
ViRd
V
Vv
,0
,,0=
eq. 3-7
A relação de resistência dupla ao cisalhamento governa a resistência ao
cisalhamento global de uma seção perfurada submetida simultaneamente à ruína
por cisalhamento e por mecanismo de Vierendeel na ausência de momento global.
A Tabela 3.2 resume os valores de v para as seções perfuradas presentes no
trabalho de Chung et al [5], que foram obtidos diretamente dos modelos em
elementos finitos por eles investigados. É mostrado que para aberturas na alma
com pequeno comprimento de abertura, tal como c-hexagonal, os valores de v
estão próximos da unidade para várias relações de h
d 0 , indicando pouco efeito de
interação do mecanismo de Vierendeel nas seções perfuradas. Contudo, para as
aberturas na alma com grandes comprimentos de abertura, tal como em uma
abertura retangular e em uma abertura alongada, o mecanismo de Vierendeel
torna-se aparente e os valores de v são frequentemente menores que 0,5.
Tabela 3.2 - Algumas relações de resistência dupla, v , para diferentes
relações h
d 0 , examinadas por Chung et al [5]
Opening shapes Opening sizes
d0/h=0.50 d0/h=0.67 d0/h=0.75
C-hexagon 1.00 0.96 0.91
Circle 0.95 0.87 0.80
Regular octagon 0.90 0.78 0.68
Regular hexagon 0.82 0.66 0.55
Square 0.66 0.42 0.32
Elongaded circle 2d0 0.56 0.35 0.26
Rectangle 2:1 0.38 0.21 0.16
Elongaded circle 3d0 0.35 0.19 0.13
Uma expressão elíptica pode ser utilizada para considerar a curva de
iteração momento fletor e esforço cisalhante em placas sólidas retangulares:
122 =+ vm eq. 3-8
3.Análise dos Esforços 54
ou
21 mv −= eq. 3-9
Onde:
v é a proporção utilizada da resistência ao cisalhamento dada por Rd
Sd
S
S
,0
,0 ;
m é a proporção utilizada da resistência à flexão dada por Rd
Sd
M
M
,0
,0 .
Contudo, para seções perfuradas, esta curva de iteração deveria ser
modificada para considerar a presença do mecanismo de Vierendeel conforme
mostrado na Figura 3.7.
Geralmente, para seções perfuradas submetidas a momento fletor global
nulo, a proporção utilizada da resistência ao cisalhamento é reduzida da unidade
para a relação de resistência dupla ao cisalhamento, v . Na presença de momento
global, a proporção utilizada da resistência ao cisalhamento das seções perfuradas
diminuirá gradualmente, dependendo da magnitude do momento global. Após
uma calibração cuidadosa com as curvas de iteração flexão-cisalhamento obtidas
no trabalho de Chung et al [5], uma curva de iteração flexão-cisalhamento
generalizada é recomendada, conforme mostrado a seguir:
Para 3
2<v
12
2
=+
m
v
v
eq. 3-10
Para 3
2≥v
1
3
23
22
2
=+
−−
m
vv
eq. 3-11
mé a relação de resistência dupla à flexão dada por Rd
ViRd
M
M
,0
,,0
3.Análise dos Esforços 55
Por análise direta, a proporção utilizada da resistência ao cisalhamento, v , e
a relação de resistência dupla à flexão, m , são dadas por:
Para 3
2<v
2
1
−=
v
vm
eq. 3-12
Para 3
2≥v
2
3
23
2
1
−−
−=
vv
m
eq. 3-13
Em todos os casos, a proporção utilizada da resistência ao cisalhamento, v ,
não deve exceder a relação de resistência dupla ao cisalhamento, v . A Figura 3.10
exibe as curvas de iteração flexão-cisalhamento propostas por Chung et al [5] para
aberturas na alma com diferentes tamanhos e formas, e elas são consideradas
aplicáveis a vigas de aço com dimensões práticas.
É importante notar que, baseado em três relações denominadas: a proporção
utilizada da resistência ao cisalhamento, v ; a proporção utilizada da resistência à
flexão, m ; e a relação de resistência dupla ao cisalhamento, v ; a capacidade de
carregamento das vigas de aço com aberturas na alma de diferentes tamanhos e
formas pode ser obtida prontamente através das curvas de iteração flexão-
cisalhamento propostas.
3.Análise dos Esforços 56
Figura 3.10 - Curvas de iteração flexão-cisalhamento propostas [5]
Deve ser notado que o método de dimensionamento proposto é bastante
eficaz e foi cuidadosamente calibrado com os resultados das análises não-lineares
com elementos finitos. A expressão de dimensionamento é simples e fácil de usar.
A fim de se avaliar o grau de importância do mecanismo de Vierendeel nas
seções perfuradas, um parâmetro indicativo denominado parâmetro de Vierendeel,
iv , foi estabelecido por Chung et al [5] e é definido a seguir:
=
c
M
Vv
RdT
ViRd
i
,
,,0
4
eq. 3-14
Onde:
RdTM , é a capacidade básica de resistência à flexão dos “tês” submetidos à
forças axiais e de cisalhamento nulas;
ViRdV ,,0 é a resistência dupla ao cisalhamento global da seção perfurada;
3.Análise dos Esforços 57
c é o comprimento crítico da abertura.
Para seções perfuradas com momento global nulo, o parâmetro de
Vierendeel, iv , é igual à unidade desde que rótulas plásticas sejam totalmente
desenvolvidas nas extremidades dos “tês” acima e abaixo da abertura.
A fim de se ilustrar a importância do mecanismo do Vierendeel nas seções
perfuradas de diferentes tamanhos e formas, um gráfico que relaciona o parâmetro
Vierendeel, iv , com a relação 0d
c, para seções perfuradas submetidas a momento
global nulo é representado na Figura 3.11. Pode ser observado que para aberturas
na alma com c significativo, tal como aberturas quadradas, retangulares e
alongadas, iv está sempre próximo à unidade, mostrando a importância do
mecanismo de Vierendeel. Para aberturas na alma com c reduzido, tal como as
aberturas c-hexagonal, circular, octogonal e hexagonal, iv é geralmente pequeno,
particularmente nas aberturas com h
d 0 igual a 0,50.
Figura 3.11 - Valores típicos do parâmetro Vierendeel para um perfil UB
457x152x52 S275 [5]
Na Figura 3.12 é apresentado um gráfico para três formas diferentes de
aberturas na alma localizada em diversas posições ao longo de uma viga
3.Análise dos Esforços 58
simplesmente apoiada com um vão de 12m. Trata-se de um perfil UB
457x152x52 constituído de um aço S275. As proporções utilizadas das
resistências ao cisalhamento e à flexão das seções perfuradas, v e m, são plotadas
no gráfico para uma comparação imediata. Pode ser observado que:
• Para seções perfuradas com aberturas retangulares (parte a) com
hd 5,00 = , iv é bastante elevado onde as seções estão submetidas às forças
de cisalhamento com intensidade variando de elevada a média. Nas seções
perfuradas localizadas a uma distância maior que 4 m em relação ao apoio
mais próximo, m aumenta rapidamente em detrimento de iv , demonstrando
uma mudança repentina do modo crítico de ruína, do mecanismo de
Vierendeel para ruína por flexão;
• Para seções perfuradas com abertura regular hexagonal (parte b) com
hd 67,00 = , iv é bastante elevado somente nas seções submetidas à grande
cisalhamento. Nas seções perfuradas localizadas a uma distância maior que
2 metros em relação ao apoio mais próximo, iv diminui rapidamente, mas m
aumenta vertiginosamente tendendo à unidade mostrando uma redução
significativa na resistência à flexão das seções perfuradas devido à presença
das aberturas na alma;
• Para seções perfuradas com abertura c-hexagonal (parte c) com
hd 75,00 = , o valor de v é sempre maior que iv ao longo do vão da viga,
mostrando que a ruína por cisalhamento é sempre mais crítica do que o
mecanismo de Vierendeel, pois o comprimento crítico da abertura é
pequeno. Contudo, a troca do modo crítico de ruína de falha por
cisalhamento para ruína por flexão ocorre aproximadamente a 1,5 metros
em relação ao apoio mais próximo, mostrando uma severa redução na
resistência ao momento das seções perfuradas devido à presença das grandes
aberturas da alma.
3.Análise dos Esforços 59
Figura 3.12 - iv , v e m das seções perfuradas ao longo do vão da viga. Perfil
UB 457x152x52 S275 [5]
No Anexo B; serão apresentados alguns exemplos de previsão da
capacidade de um carregamento de vigas de aço com aberturas na alma de
3.Análise dos Esforços 60
diferentes tamanhos e formas, baseados nas fórmulas empíricas de
dimensionamento propostas por Chung et al [5].
Drawin [8] desenvolveu a segunda versão de um guia de dimensionamento
para o AISC, o qual também utiliza curvas de interação flexão-cisalhamento.
Ressalta que a seção com a abertura possui uma resistência máxima ao momento
mM e outra resistência máxima ao cisalhamento mV , mas quando há a interação
dos esforços produz-se uma resistência mais baixa que sob puro momento fletor
ou puro esforço cortante sozinhos. Acrescenta que a interação entre o momento e
o cortante é fraca, isto é, nem a resistência ao momento nem a resistência ao
cortante caem rapidamente quando as aberturas estão sujeitas a combinação destes
esforços.
Redwood [15] trabalhou com a abordagem local das seções “tês”. Os pontos
mais relevantes deste trabalho são apresentados a seguir.
Em aberturas sem reforço, considerando material perfeitamente plástico,
escoamento total, pode-se dividir a abertura em duas seções (1 e 2), como mostra
a Figura 3.13, onde a seção 1 é onde o momento fletor é maior e onde o esforço
normal muda de sinal dentro da seção “T” de acordo com o valor da taxa
momento-cortante, sendo este ponto na mesa ou na alma tem-se baixo ou alto
valores de taxa de momento-cortante respectivamente.
2a
FF
1y2y
-
+
tk1
yσ yσ
σNormal
τCortante
SEÇÃO 1
σNormal
τCortante
SEÇÃO 2
+
-
tk2
σ
σ+
-
Sk1
(a)
(b)
(c)
1 2
yσ yσ
Figura 3.13 - Análise dos esforços assumindo plastificação, Redwood [15]
3.Análise dos Esforços 61
Sendo:
a) Seção “T” acima da abertura;
b) Distribuição de esforços nas seções 1 e 2 para taxas de LMS;
c) Distribuição de esforços na seção 1 para taxas de HMS.
O equilíbrio é dado por:
FHyFyFM 22
_
1
_
++= eq. 3-15
2
_
1
_
yFyFVa −= eq. 3-16
Para baixa taxa de momento-cortante na seção 1 tem-se:
σσ swkbtF y −−= )12( 1 eq. 3-17
( ) ( )[ ]2111
_
5,025,0 tktstskbtswyF y −+−++−= σσ eq. 3-18
E na seção 2, novamente para baixa taxa de momento-cortante tem-se:
( )221 kbtswF y −+= σσ eq. 3-19
( ) ( )[ ]222
22
_
5,025,0 tktstskbtwsyF y −+−+−= σσ eq. 3-20
Para o caso de alta taxa de momento-cortante as equações eqs. 2-17 e 2-18
são substituídas por:
)21( 1kswbtF y −+= σσ
eq. 3-21
( ) )21(5,05,0 21
21
_
kwstsbtyF y −++= σσ
eq. 3-22
Onde 1k agora tem um significado diferente como demonstrado na parte “c”
da Figura 3.13. A tensão normal na alma, σ , está relacionada com a tensão
cisalhante τ (que é assumida constante na alma e zero na mesa) através do
critério de escoamento.
Assumindo o critério de escoamento Von Mises, σ é dado por:
3.Análise dos Esforços 62
22
2
23 y
sw
Vσσ =
+
eq. 3-23
No caso de baixa taxa de momento-cortante as equações 2-15 a 2-20 e 2-23
podem ser utilizadas para encontrar valores de M e V . Assumindo-se valores do
cortante V , baseado em frações de Vp , a eq. 2-23 fornece σ e as eq. 2-17 e 2-19
podem ser usadas para eliminar 1k (ou 2k ). Da equação 2-16 resulta 2k (ou 1k ) e
então o valor limite do momento M é dado pela equação 2-15. Se o valor de 1k
excede a unidade, a solução para alta taxa momento-cortante que segue a mesma
aproximação deve ser utilizada.
Para uma viga com abertura dada, pode-se utilizar este processo para
fornecer curvas de interação relacionando M e V . Criando-se taxas destes valores
relacionando-os aos Mp e Vp da viga não perfurada, no caso Mp
M
e Vp
V
, tem-se a
resistência proporcional destas novas vigas com aberturas em relação às
resistências sem a presença das mesmas:
( ) ( )[ ] yy tdwtdbtZMp σσ2225,0 −+−==
eq. 3-24
( )3
23
yywtdw
AVp
σσ−==
eq. 3-25
A Figura 3.14 foi retirada de Redwood [15], e ilustra as curvas de
resistência encontradas por ele para o perfil IPE550 com diferentes variações de
uma abertura.
3.Análise dos Esforços 63
Figura 3.14 - Diagrama de interações momento-cortante para o perfil IPE550
3.4.1.1. Excentricidade
Redwood [15] cita estudos de alguns autores pela teoria da elasticidade em
chapas sujeitas a esforço uniaxial ou biaxial e que funções complexas foram
criadas por Muskhelishvili para vários tipos de aberturas. Utilizaram métodos
fotoelásticos para análise, com aberturas de até 50% da altura da viga. Apresenta
também uma equação formulada por Helder sobre o esforço tangencial para um
dado ângulo medido da horizontal.
( ) ( )
−
+−
= φφφσ φ 2cos2123sinsin
2
d
e
d
R
S
M
x
( )
−−
−Γ+ φφφ 3cos3cos
Re2sin
24
2
I
A
I
Ae
A
V ww
w
eq. 3-26
Onde:
φ é o ângulo medido da horizontal com origem no centro da abertura;
Γ é a taxa do máximo para a média do esforço cortante nominal na viga não
perfurada;
3.Análise dos Esforços 64
xS é o módulo de elasticidade do perfil da viga não perfurada;
e é a excentricidade medida do centro da abertura a meia altura do perfil da
viga;
R é o radius da abertura circular;
d é altura total da seção da viga.
φ
Figura 3.15 - Abertura circular excêntrica sujeita a momento e cortante,
Redwood [15]
Redwood [15] também cita o trabalho de Frost de 1971, quando este
determina o valor das forças cortantes tV e bV acima e abaixo da abertura,
respectivamente como sendo:
GAEI
a
GAEI
a
V
V
wtt
wbb
b
t
21
3
21
32
2
⋅+
⋅+
=
eq. 3-27
VVV bt =+ eq. 3-28
Onde:
t e b referem-se à acima (top) e abaixo (bottom) da abertura
respectivamente;
I é o momento de inércia;
wA é a área da alma;
G é o módulo de elasticidade transversal.
3.Análise dos Esforços 65
Redwood e Shrivastava [17] propuseram regras de dimensionamento para
vigas sujeitas a momento fletor e força cortante considerando excentricidade das
aberturas. Dividindo o artigo produzido em duas partes, sendo que a primeira
contém as recomendações de dimensionamento e a segunda, comentários mais
detalhados sobre pressuposições da primeira. Segue-se esse dimensionamento,
respeitando algumas restrições gerais:
• Vigas na classe 1 ou classe 2 de perfil W como definido na norma CSA CAN3-S16.1-M78 (1978);
• O aço utilizado deve ter uy FF 8,0≤ , onde yF é especificado como tensão
de escoamento mínimo, e uF é especificado como a força mínima elástica.
Em adição, o aço deve exibir as características necessárias para atingir redistribuição de momentos;
• As alturas das aberturas consideradas estão em 30 e 70% da altura da viga, e seus comprimentos devem ser até três vezes sua altura;
• Os cantos das perfurações devem ter raio de no mínimo 16mm ou duas vezes a espessura da alma;
• Forças pontuais não são aplicadas na viga dentro do comprimento da abertura.
Faz-se primeira uma checagem da estabilidade da alma de maneira a evitar a
flambagem da mesma. Para isto as seguintes condições devem ser satisfeitas:
Para seções de classe 1, rf VV 67,0≤ eq. 3-29
e p/ aberturas retangulares 0,3≤H
a e 6,5
26 ≤
+
d
H
H
aeqs. 3-30 e 3-31
Para seções de classe 2, rf VV 45,0≤
eq. 3-32
e p/ aberturas retangulares 2,2≤H
a e 6,5
26 ≤
+
d
H
H
a
eq. 3-33 e3-34
Onde:
fV é a força cortante devido à cargas fatoradas;
rV é a resistência ao cisalhamento fatorado de uma viga não perfurada;
a é metade do comprimento da abertura;
3.Análise dos Esforços 66
H é a metade da altura da abertura;
d é a altura total da viga.
A segunda parte deste artigo [17] faz referência a casos fora destes limites.
Estando estas condições satisfeitas, uma abertura retangular pode ser feita
na alma de um perfil W se a força cortante fatorada aplicada, fV , e o momento
fatorado aplicado, fM , na linha central da abertura satisfizerem:
1VV f ≤
eq. 3-35
( )
1
100
V
VMMMM
f
f
−−≤
eq. 3-36
f
w
f
w
r
A
A
d
H
d
e
d
H
A
A
M
M
41
242
41
2
0
+
+
−=
eq. 3-37
f
w
f
w
r
A
A
d
a
A
A
M
M
41
13
21
2
1
2
2
1
+
+
−
=α
α
eq. 3-38
++
+
=
2
2
1
11
113
2
α
α
α
α
d
a
V
V
r
eq. 3-39
22
1
221
16
3
−−
=
d
e
d
H
a
dα
eq. 3-40
22
2
221
16
3
+−
=
d
e
d
H
a
dα
eq. 3-41
Onde:
e é a excentricidade considerada positiva, se a abertura estiver acima ou
abaixo da linha central da viga;
3.Análise dos Esforços 67
rM é a resistência ao momento fatorado de uma seção de classe 1 ou 2
(yZFφ= )
fM é o momento fletor devido a cargas fatoradas;
0M , 1M são resistências de momento definido anteriormente nas equações;
rV é a resistência ao cisalhamento fatorado baseado na análise plástica
( ywdF55,0 )
1V valor de resistência ao cisalhamento fatorado definido nas equações;
wA é a área da alma dw= ;
fA é a área da mesa;
1α é uma variável auxiliar;
2α é uma variável auxiliar.
Para aberturas circulares de raio R , as equações 2-38 a 2-41 devem ser
usadas com o comprimento 2a e a altura 2H tomados como Ra 9,02 = e
RH 8,12 = . Na equação 2-37 a altura da abertura, 2H, deve ser tomada como
sendo 2R.
3.4.2. Aberturas Reforçadas
Ainda no artigo de Redwood e Shrivastava [17], adicionalmente as suas
restrições gerais aqui já citadas, tem-se que a taxa largura-espessura das placas de
reforço não devem exceder yF
145, onde yF tem unidades em megapascals.
A Figura 3.16 ilustra para melhor entendimento, algumas variáveis e reforço
horizontal:
3.Análise dos Esforços 68
Figura 3.16 - Detalhes e notações da abertura na alma utilizadas por
Redwood e Shrivastava [17]
Para o aumento da resistência na região da abertura através do uso de barras
horizontais, o artigo mostra que estas devem atender a estabilidade checada como
no processo anteriormente citado; estarem próximas às extremidades da abertura;
possuírem a mesma área rA acima e abaixo da abertura; assim como estarem
simétricas ao plano da alma. Como nas equações seguintes:
a. 1VV f ≤ b.
−≤
d
H
V
V
r
f 21
eq. 3-42a 2-42b
a.( )
1
100
V
VMMMM
f
f
−−≤ b. rf MM ≤
eq. 3-43a 2-43b
f
w
f
w
f
r
ar
A
A
d
e
d
e
d
H
d
H
A
A
d
H
A
A
M
M
41
24
224
2
4
2
1
22
0
+
−
+
−
+=
p/ w
r
A
A
d
e≤ eq. 3-44a
f
w
w
r
f
w
arbr
A
A
A
A
d
e
A
A
M
M
M
M
41
2
00
+
−
−
=
p/
w
r
A
A
d
e>
eq. 2-44b
3.Análise dos Esforços 69
f
w
f
r
r
A
A
A
A
M
M
41
11
+
+
=
eq. 3-45
−
=
d
H
A
A
a
d
V
V
w
r
r
2131
eq. 3-46
fr AA ≤
eq. 3-47
Onde rV é baseado em uma análise plástica e a excentricidade, e ,
sempre positiva.
Para aberturas circulares de raio R , devem ser usados com o
comprimento 2a e a altura 2H tomados como Ra 9,02 = e RH 8,12 = , e a
altura da abertura, 2H, deve ser tomada como sendo 2R.
De acordo com os autores, o reforço pode ser colocado em apenas um
dos lados da abertura (reforço assimétrico) em seções de classe 1, se as
seguintes condições forem satisfeitas:
fr AA 333,0≤ ; eq. 3-48
dVM ff 20≤ na linha central da abertura; eq. 3-49
5,2≤H
a; eq. 3-50
y
t
Fw
d 370≤ sendo yF em megapascals. eq. 3-51
Com a observação de que se a abertura possuir excentricidade deve-se tomar
td como a maior das duas possibilidades.
Dentro do comprimento da abertura, a resistência fatorada das soldas
conectando o reforço a alma devem ser de no mínimo duas vezes a resistência a
tensão fatorada da área relevante de reforço exceto quando não precise exceder
3
2 yawF. A solda deve ser contínua, e o filete pode ser feito em apenas um dos
3.Análise dos Esforços 70
lados do reforço. Se o filete de solda é locado no lado da barra voltado para a
abertura, será necessário deslocar a barra de modo a se ter um espaço mínimo para
a mesma.
A resistência fatorada das soldas ancorando o reforço antes e após a abertura
deve ser no mínimo igual à resistência a tensão fatorada da barra de reforço, e a
capacidade fatorada a esforço cortante da alma ao longo destas soldas não deve
ser excedido. O comprimento de solda irá depender da escolha do tamanho das
soldas e da resistência da alma, mas é recomendado que seja de no mínimo a um
quarto do comprimento da abertura.
3.5. Normas
Nesta seção tem-se um breve histórico de normas relacionadas a aberturas.
As primeiras recomendações européias que cobriam aberturas nos girders foram
desenvolvidas por Höglund e Johanson dentro do projeto ECCS e publicado em
1977 [23]. Ambas as recomendações lidaram com aberturas não-reforçadas e
reforçadas. Essas e outras informações formaram a base para o Anexo N do ENV
1993-1-1 [9].
Chung [6] comenta que Olander e Sahmel desenvolveram um método de
projeto explícito de vigas com várias aberturas circulares, no AISC de 1990 que
posteriormente foi adicionado ao Anexo N do Eurocode3.
Este instituto norte-americano AISC dispõe de um guia de dimensionamento
denominado “Steel and Composite Beams with Web Openings” pertencente ao
Steel Design Guide Series 2, que rege o dimensionamento de vigas de aço e mistas
com aberturas na alma.
Na Figura 3.7 é apresentado o critério de zona neutra, apresentado por
Veríssimo [24] e adaptado na NBR-8800/2008 Anexo “I” [3], delimitando áreas
onde aberturas não agravariam perda de resistência para a viga.
3.Análise dos Esforços 71
Figura 3.17 - Ilustração da “zona neutra” segundo Veríssimo [24]
Mais contribuições para o desenvolvimento de regras de dimensionamento
podem ser encontradas no relatório do Research Fund for Coal and Steel [19].
Quando se converteu ENV - Eurocodes para EN excluiu-se o Anexo N no intuito
de limitar o volume do EC3 e de não prolongar-se com detalhes de
dimensionamento. Este fundo de pesquisa citado acima realizou um projeto com
objetivo de atualizar e melhorar as regras do Anexo N, assim como aumentar o
escopo com girders compósitos.
A Norma brasileira que aborda o assunto é a NBR 8800/2008 [3],
especificamente no Anexo I (Aberturas em almas de vigas - antigo Anexo K desta
mesma norma). Ela cita que o método utilizado deve se basear em princípios
reconhecidos da engenharia de estruturas, e dispensando cálculos quando:
• O carregamento for uniformemente distribuído;
• Aberturas estarem dentro do terço médio da altura e nos quartos centrais do vão;
• A distância entre aberturas adjacentes for no mínimo de 2,5 vezes o diâmetro da maior das aberturas;
• A força cortante solicitante nos apoios seja menor que 50% da resistente de cálculo.
3.Análise dos Esforços 72
• A relação altura da alma e sua espessura seja no máximo yf
E76,3 ;
• Largura da mesa comprimida e sua espessura, fc
fc
t
b
2, de no máximo
yf
E38,0 .
A Figura 3.18 ilustra a área em que as aberturas circulares podem ser executadas segundo a norma brasileira.
Figura 3.18 - Condições para execução de aberturas circulares [3]
Para casos mais específicos que exigem cálculos fora destas restrições, a
norma cita três autores como referência. Portanto, outras formas mais complexas e
de dimensões maiores não são contempladas diretamente.
4 Modelo Numérico Computacional
4.1. Introdução
Neste capítulo serão descrito o modelo numérico utilizado, com descrição
do elemento finito e as hipóteses nas quais se basearam.
Os modelos numéricos aqui estudados foram elaborados utilizando-se
modelos similares aos utilizados por Rodrigues [22], Chung et al [6] e Chung e
Liu [14]. Foram calibrados através dos dois últimos trabalhos supracitados,
utilizando os resultados dos ensaios em laboratório por eles realizados como
parâmetro para a modelagem. Esta calibração será descrita no item 4.8 “Validação
do Modelo”.
4.2. Elemento Finito
O modelo numérico em elementos finitos no artigo de Chung e Liu [14], foi
composto de elementos de casca (shell) iso-paramétricos com 8 nós e esquema de
integração de 3x3x5. O esquema iterativo Newton-Raphson foi utilizado. O
material é isotrópico não-linear, com curva tensão-deformação bi-linear seguindo
critério de escoamento Von-Mises e fluxo plástico associado. Com a não-
linearidade geométrica o mecanismo de Vierendeel e formação de rótulas
plásticas puderam ser bem estudados.
O comportamento do material é elasto-plástico perfeito, com elementos de
casca, utilizando uma a tensão de escoamento de 345 MPa e um módulo de
elasticidade igual ao do aço, 200 GPa.
O elemento finito utilizado foi o mesmo dos autores, elemento SHELL 281,
que é composto por oito nós com seis graus de liberdade por nó, ou seja,
translações nas direções X, Y, Z e rotações em relação aos eixos X, Y e Z.
4.Modelo Numérico Computacional 74
Figura 4.1 - Elemento SHELL 281, 8-Node Finite Strain Shell [10]
Este elemento é recomendado para análise de estruturas em casca, de
espessura fina a moderada [10]. Assim como para aplicações lineares, grandes
rotações e/ou grandes tensões não lineares. Mudanças na espessura da casca são
levadas em conta para análises não lineares. Trabalha melhor utilizando um
esquema de solução Newton-Raphson.
4.3. Malha
Malhas grosseiras e refinadas não demonstraram muitas diferenças na
avaliação de resistência das vigas nos trabalhos de Chung et al [6] e Chung e Liu
[14], chegando a mil elementos como quantidade satisfatória. Após estudo
quantitativo, chegou-se a aproximadamente 1580 elementos de casca para as vigas
de perfis menores e a 5134 elementos para vigas de perfis maiores e de geometria
mais complexa, sendo em média metade locada em volta da abertura, pelo fato da
concentração de esforços. Comparações com testes em laboratórios foram
satisfatórias como podem ser visualizadas na Figura 4.10 na sequência deste
capítulo.
Para modelagem da abertura utilizou-se uma malha mais refinada para
demonstrar fielmente as concentrações de cargas. Os passos de modelagem estão
ilustrados na Figura 4.2, reconstituição da Viga3A de Chung et al [6].
4.Modelo Numérico Computacional 75
Figura 4.2 - Seqüência de modelagem representando linhas, áreas, malha de
elementos carregamento
A Figura 4.3 é outro modelo construído, reproduzido a partir das dimensões
e características da Viga2A de Chung et al [6]. Representa uma malha em
elementos finitos, demonstrando o refinamento no local da abertura, aplicação de
carga no topo do reforço central e as restrições dos nós.
Figura 4.3 - Modelo elaborado para validação do estudo
Estes dois modelos que serviram de calibração são constituídos de
aproximadamente 1000 elementos, de acordo com o número encontrado por
Chung et al [6]. Os perfis aqui estudados possuem dimensões maiores e, portanto,
malhas com maior quantidade de elementos.
4.Modelo Numérico Computacional 76
4.4. Hipóteses Simplificadoras
O modelo elasto-plástico perfeito foi escolhido por representar melhor os
resultados encontrados nos ensaios laboratoriais realizados por Chung et al [6].
Aplicou-se o deslocamento pontual no nó correspondente a aplicação de carga
utilizada pelos autores, no topo da mesa superior. Restringiu-se os movimentos
nas direções dos eixos X e Y nos nós dos apoios, assim como os movimentos no
eixo Z nos dois nós em cada extremidade superior da viga.
Enrijecedores em forma de chapas foram modelados no local de aplicação do
deslocamento a fim de evitar a flambagem prematura da peça.
As simulações foram rodadas somente até aplicação de deslocamento, não
houve o descarregamento elástico.
4.5. Software Ansys
Ansys Multiphisics é um conjunto de sistemas computacionais cujo
procedimento de análise e cálculo se baseia no Método dos Elementos Finitos.
Cada sistema contido no programa Ansys se destina a um determinado tipo de
análise. As principais análises que podem ser processadas pelo programa são:
• Mecânica estrutural;
• Transmissão de calor;
• Escoamento interno e externo de fluidos;
• Eletromagnetismo.
Dentre estas, o que mais se destaca é, sem dúvida, a mecânica estrutural.
As análises relacionadas à mecânica estrutural que podem ser desenvolvidas com
auxílio do Ansys são: estática, modal, fadiga, fluência, harmônica, transiente,
espectral e flambagem. Descrição do software retirada de apostila, UERJ-
LABBAS [13]. A análise estrutural é a ferramenta de estudo desta dissertação.
4.Modelo Numérico Computacional 77
4.6. Análise Paramétrica
Através da análise paramétrica, que consiste em “parametrizar” as variáveis
do modelo, podendo então realizar diversas simulações incrementando mudanças
localizadas. No caso de aberturas na alma de vigas, podemos criar variáveis como
distância da abertura ao apoio; excentricidade da abertura; dimensões da própria
abertura; dimensões dos reforços, assim como quaisquer outras dimensões que
venham a ser interessantes ao estudo.
Após uma calibração do modelo, no intuito de manter a fidelidade às
reações reais de uma estrutura, a parametrização possibilita ampliar o leque de
variáveis estudadas, poupando tempo e gastos com ensaios laboratoriais.
No trabalho de Chung e Liu [14] a redistribuições dos esforços após
escoamento são incorporadas através dos elementos finitos, possibilitando o
estudo do mecanismo de Vierendeel. Neste estudo foram examinadas as seguintes
variáveis paramétricas:
• Comprimento da abertura, c , em oito formas de aberturas (constantes no
anexo A);
• Profundidade da abertura, 0d , com 0,50h, 0,65h e 0,75h, sendo h a altura
da viga;
• Tamanho das vigas utilizando quatro tipos de perfis UB.
E estes autores realizaram 960 compilações não-lineares, com limite de
escoamento de 275N/mm2. Com objetivo de se comparar a capacidade de cargas
das vigas, demonstrando a praticidade da parametrização.
4.7. Geometria dos Modelos de Validação
Seguindo esses detalhamentos supracitados, inicialmente modelaram-se as
VIGA2A e VIGA3A do trabalho de Chung et al [6], obedecendo também os
detalhes geométricos apresentados pela Figura 4.4.
4.Modelo Numérico Computacional 78
Figura 4.4 - Detalhes da modelagem utilizada por Chung et al [6]
As características da localização abertura e aplicação de carga para a
VIGA3A estão apresentadas na Figura 4.5:
Figura 4.5 - Localização da abertura e da aplicação da carga, Viga3A
A Figura 4.6 ilustra o diagrama de momento fletor desta Viga3A se não
houvesse a presença da abertura, em contra partida, ilustram-se as diferenças dos
esforços nos pontos A e C, onde o ponto A é o centro da abertura e o ponto C
seria o local de esforço equivalente. Nota-se que no ponto A formam-se os “tês”
onde os esforços se concentram acima e abaixo da abertura, solicitando mais o aço
neste ponto, facilmente comparável com o ponto C de comparação.
4.Modelo Numérico Computacional 79
Figura 4.6 - Diagrama de momento fletor e representação de esforços em
seções da Viga3A
Após o output do software, tem-se a possibilidade de uma demonstração da
solução nodal de tensões pelo critério de Von Mises, como exemplo tem-se a
Figura 4.7 abaixo.
Figura 4.7 - Solução Nodal de Tensões pelo critério de Von Mises, Viga3A
Ilustrando assim a formação das quatro rótulas plásticas previstas na
bibliografia, apresentadas na Figura 4.8.
4.Modelo Numérico Computacional 80
Figura 4.8 - Comparação da formação de rótulas plásticas conforme
literatura
Percebe-se a simetria na direção diagonal quando se observam as tensões no
entorno dessa abertura circular.
4.8. Validação do Modelo
No intuito de validar a modelagem aqui utilizada comparam-se os resultados
obtidos por Chung et al [6] aos modelos obtidos pela análise por M.E.F.
O gráfico resultante do experimento de Chung, momento no centro da
abertura em kNm versus deflexão no meio do vão em mm, esta apresentado na
Figura 4.9.
Figura 4.9 - Resultados obtidos por Chung [6] para vigas 2A e 3A
4.Modelo Numérico Computacional 81
Os resultados dos modelos aqui construídos podem ser visualizados pelo
gráfico da Figura 4.10 e da Tabela 4.1, que compara os momentos resistentes dos
ensaios de Chung [6] com os dos modelos aqui gerados.
Figura 4.10 - Comparação com os ensaios Chung [6], obtidos através dos
modelos criados para VIGA2A e 3A
Supõe-se que as ligeiras diferenças entre as respectivas curvas sejam pelas
imperfeições do ensaio laboratorial dos autores e pelo modelo elasto-plástico
perfeito aqui adotado. Tal curva de modelagem também foi encontrada por
Rodrigues [21], apresentando uma coincidência de pontos quase perfeita, com
diferença máxima de 1%.
Tabela 4.1 - Comparativo de resultados com Chung para Vigas 2A e 3A
Momento
resistente da seção
não perfurada
Momento de falha no centro
da abertura Mtest[6]
/ Mfem
Mfem[21]/
Mfem Mtest[6] Mfem Mfem[21]
Teste 2A 99,0 63.7 66.62 67.3 0.96 1.01
Teste 3A 88,7 69 74.17 74.1 0.93 0.99
Os resultados do modelo possuem uma margem de erro de no máximo 4 a
7% nos testes 2A e 3A respectivamente, quando comparados com os ensaios
realizados por Chung [6], e praticamente coincidem com os resultados gerados
pelos modelos de Rodrigues [21]. Portanto considera-se que a modelagem aqui
apresentada reproduz os ensaios laboratoriais de vigas providas de características
semelhantes. Futuros ensaios poderão confirmar a acuidade destes modelos.
5 Estudo Computacional
Neste capítulo tem-se resultados de uma planilha de cálculo elaborada no
software Mathcad, a qual simula os cálculos de dimensionamento sugeridos por
Redwood [15]; um estudo em elementos finitos sobre a angulação da abertura
hexagonal; assim como o estudo de várias configurações de aberturas para seis
diferentes perfis, seguindo os métodos de fabricação citados no item 2.1.
5.1. Abordagem Local de Redwood
Utilizando as fórmulas propostas por Redwood [15], desenvolveu-se uma
planilha de cálculo no software Mathcad para a avaliação da diminuição da
resistência local de aberturas retangulares. Reproduziu-se e acrescentou-se curvas
ao gráfico de resistência do perfil IPE550, apresentada por Redwood na Figura
3.14. Manteve-se a altura da abertura constante em 2h = 50% da altura total “d”
do perfil e comprimentos “2a” variando de 1; 1,25; 1,5; 2; 3; e 3,5 vezes esta
altura, e posteriormente foram construídas curvas de interação flexão-
cisalhamento, como mostra a Figura 5.1.
Figura 5.1 - Curva de interação M-V para viga IPE550 com abertura 50% da
altura da viga
5.Estudo Computacional 83
Para a abertura quadrada com altura de 50% da altura do perfil, o esforço
cortante máximo de dimensionamento segundo Redwood é reduzido em 66% se
comparado a seção da viga sem abertura. Quando esta abertura toma dimensões de
2:1(comprimento: altura) a perda é de quase 80%, e quando o comprimento
aumenta ainda mais, 3:1, a perda de resistência ao cisalhamento é de 85% da
resistência do perfil original.
Nota-se a perda expressiva de resistência ao esforço cortante com o aumento
do comprimento, mas se a viga estiver sob esforço de flexão puro, a perda é
aceitável como descreve a bibliografia, sugerindo a adoção de aberturas mais
compridas em regiões onde atuam esforços de momento fletor sem o esforço
cortante.
Para demonstrar o efeito do acréscimo de esforço cortante na taxa momento-
cortante, ainda utilizando o mesmo perfil IPE550, obtiveram-se as curvas de
flexão-cisalhamento para uma abertura de altura equivalente a 70% da altura e de
comprimentos variando de 1; 2 a 3 vezes esta altura, ilustradas na Figura 5.2.
Figura 5.2 - Curva de interação M-V para viga ipe550 com abertura 70% da
altura da viga
Nota-se que com a perda de 70% da área subtraída da alma do perfil
resistente ao esforço cortante, a queda de resistência ao cisalhamento diminui em
aproximadamente 87% em uma abertura quadrada, para uma abertura retangular
de dimensão 2:1 esta resistência é diminuída em 93% e por último, uma redução
de 95% quando se trata de abertura retangular de dimensões 3:1.
5.Estudo Computacional 84
Através desta planilha de cálculo foi possível gerar uma maior variedade de
curvas de resistência para a mesma viga IPE550 calculada por Redwood [15], o
que possibilitou comparações mais detalhadas entre resistência máxima de
esforços de momento fletor e esforço cortante à quantidade de material restante na
seção da abertura, pela maior gama de comprimentos e a nova altura da abertura
com 70% da altura do perfil. Desta maneira foi possível visualizar melhor as
penalidades de aberturas em vigas de aço segundo as equações do autor.
Estes resultados comprovam as preocupações de Bower citadas por
Redwood [15], e caracterizam as influências das alturas e comprimentos das
aberturas nas almas de vigas de aço.
5.2. Estudo Paramétrico
A modelagem “paramétrica” é realizada utilizando parâmetros para o
dimensionamento, as dimensões ficam proporcionalizadas e atreladas entre si.
Assim quando há a alteração de uma dimensão as demais também sofrerão
mudanças proporcionais. Um exemplo seria a distância de uma abertura locada
em relação a um apoio, este valor “dist_apoio” pode ser alterado nó código de
programação APDL e sua aplicação será simples e imediata. Estas dimensões,
variáveis paramétricas, podem ser isoladas e controladas dentro de diferentes
cenários, possibilitando assim uma investigação numérica ampla.
As formas aqui estudadas foram: a hexagonal com alongamento, sendo
isolada ou em trio ao longo da viga e vigas Litzka, com e sem expansão, sendo
que nesta última através expansão tem-se a forma octogonal. A abertura
hexagonal foi escolhida por mostrar-se relativamente resistente ao mecanismo de
cisalhamento duplo como consta na Tabela 3.2, e pela facilidade de fabricação da
mesma.
5.Estudo Computacional 85
A Figura 5.3 ilustra a geometria das variáveis paramétricas em estudo:
Figura 5.3 - Variáveis utilizadas na presente pesquisa, forma hexagonal
alongada
Onde:
α é o ângulo formado pela abertura hexagonal;
2H é a altura vertical da abertura;
2a é o comprimento da abertura;
d é a altura total do perfil;
b é largura da mesa;
w é a espessura da alma;
t é a espessura da mesa;
L é o comprimento da viga;
echapa é a espessura da chapa de reforço;
hchapa é a altura da chapa de expansão;
N é o número de aberturas (para vigas Litzka).
Outro exemplo da parametrização é o refinamento da malha em elementos
finitos, onde, por exemplo, quando a altura da abertura sofre alterações, a mesma
se altera proporcionalmente a fim de manter a fidelidade ao modelo original. A
malha ao redor da abertura é refinada de acordo com as novas dimensões de cada
input.
5.Estudo Computacional 86
5.2.1. Angulação de Abertura Hexagonal Isolada
Um estudo da abertura hexagonal 2:1 isolada também foi realizado, e para
tanto utilizou-se a mesma geometria e materiais do modelo da VIGA3A de Chung
et al [6], alternando somente a forma da abertura para hexagonal. Assim
modelada, alguns ângulos de aberturas foram simulados em três posições com
diferentes taxas de momento-cortante.
Para ilustrar estas taxas no comprimento da viga de acordo com as posições
das aberturas, a Figura 5.4 apresenta o esquema de carregamento e os diagramas
de momento fletor e esforço cortante respectivamente. Como os valores se alteram
de acordo com o deslocamento da abertura, esta ilustração não possui valores.
Figura 5.4 - Esboço dos esforços de momento fletor e esforço cortante
respectivamente, nas aberturas da VIGA3A
Os ângulos α, demonstrado na Figura 5.3, foram de 33º, 45º, 60º, 63.43º e
90º, sendo que neste último resulta-se em uma abertura retangular 2:1, e o
primeiro é o ângulo mínimo onde a geometria do modelo não gera erros de malha.
Os gráficos deste item são construídos com a deflexão no centro do vão (em
mm) versus o momento no centro de cada abertura (em kNm), seguindo a mesma
forma de apresentação de Chung mostrado na Figura 4.9.
Na Figura 5.5 tem-se as curvas de resistência para cinco diferentes ângulos
α de aberturas hexagonais, distadas a 762 mm do apoio esquerdo.
5.Estudo Computacional 87
Figura 5.5 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1 isolada
para o braço de 762mm
A variação dos ângulos α ilustra que a perda de material pelo aumento da
abertura é significativa para a resistência. Para o ângulo de 33º a plastificação se
restringiu ao local de aplicação do deslocamento, e para o ângulo de 45º houve
leve plastificação nas quatro bordas da abertura, sendo maior no local do
deslocamento.
A partir dos ângulos de 60º e 63,43º (tanα = 2) de fabricação mais comum,
a resistência é regida pelas aberturas, que plastificam de acordo com o mecanismo
de Vierendeel. A abertura com ângulo de 90º, a qual toma a forma retangular, é a
menos resistente como previsto, nela as quatro rótulas plásticas ficam bem
caracterizadas.
Os ângulos que mais apresentaram resistência foram os menores, de 33º e
45º, que possuem menos área aberta quando comparadas com os outros ângulos,
pois sofreram menos sem plastificações no entorno das aberturas.
Segue Figura 5.6 ilustrando as distribuições de tensões para as aberturas
hexagonais em seus respectivos ângulos simulados, centradas a 762 mm do apoio
esquerdo e carregadas com deslocamento de 28 mm sobre a alma enrijecida.
5.Estudo Computacional 88
Figura 5.6 – Distribuição de tensões Von Mises para os ângulos simulados
das aberturas centradas a 762 mm do apoio esquerdo, com o comprimento
total fixo
Aproximando a abertura ao apoio, a 556mm (Figura 5.7), tem-se uma menor
taxa de momento-cortante. A menor resistência permanece sendo a da abertura
retangular, α=90º. Nota-se que as curvas de resistências dos ângulos de 33 e 45º
se igualam.
Figura 5.7 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1 isolada
para o braço de 556 mm
5.Estudo Computacional 89
Nestes dois ângulos a plastificação é substancial, se não unicamente, no
ponto de aplicação do deslocamento, mesas acima e abaixo da alma reforçada,
demonstrado na Figura 5.8
Figura 5.8 - Rótulas plásticas desenvolvidas para cada ângulo simulado, a
556 mm do apoio e com o comprimento total fixo
Esta tendência se repete enquanto aproxima-se a abertura do apoio,
diminuindo ainda mais a taxa de momento-cortante. Nota-se uma perda continua
da resistência com a diminuição desta taxa, como previsto pela bibliografia e
confirmada pela planilha de cálculo demonstrada no item 5.1.
Na Figura 5.9, na qual a abertura esta a 350 mm do apoio vê-se que
diminuindo a taxa de momento-cortante, as curvas tendem a uma resistência
comum, a qual se aproxima da mais da abertura retangular de α=90º, a mais baixa
resistência apresentada.
5.Estudo Computacional 90
Figura 5.9 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1 isolada
para o braço de 350mm
Uma nova configuração de modelo foi elaborada mantendo o valor 2a
(comprimento) fixo com o comprimento total da abertura variável, atrelado ao
ângulo α. Esta nova configuração é apresentada pela Figura 5.10.
Figura 5.10 - Nova configuração com o comprimento total da abertura
Os mesmos valores do ângulo α foram simulados, exceto o mais baixo que
passou a ser de 26,57º (complementar ao tanα=2), pois a geometria assim
permitiu. Com esta nova configuração tem-se novos comprimentos totais para
cada ângulo investigado, como mostra a Tabela 5.1.
5.Estudo Computacional 91
Tabela 5.1 - Novos comprimentos totais das aberturas
Ângulo da abertura 26,57º 45º 60º 63,43º 90º
Comprimento da abertura (mm) 445,52 334,14 287,06 278,46 222,76
Proporção em relação à altura 4:1 3:1 2,6:1 2,5:1 2:1
Neste último caso com o ângulo de 90º tem-se a mesma abertura retangular
2:1 da primeira configuração onde o comprimento total 2a era fixo.
As curvas da Figura 5.11 foram obtidas com o centro da abertura a 762 mm
do apoio. Todos os ângulos desenvolveram as quatro rótulas pelo mecanismo de
Vierendeel, que foi ocasionado pelos novos comprimentos.
Figura 5.11 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1
isolada para o braço de 762 mm com 2a fixo
Percebe-se que a abertura de 90º é a mesma que da primeira geometria
citada, onde o comprimento total “2a” da abertura era fixo, gerando então a
mesma curva para o centro da abertura a 762 mm do apoio.
Quanto menor o ângulo, maior é o comprimento total da abertura, neste caso
há uma pequena redução extra da resistência para a abertura com o menor ângulo
simulado, de 26,57º, onde a abertura passa a ser de 4:1. Para os outros ângulos as
curvas coincidiram com a da abertura retangular, mesmo possuindo área maior
5.Estudo Computacional 92
que esta. Demonstrando que a abertura hexagonal, se comparada com a retangular
é mais eficaz, pois possui maior área relativa de utilização.
As curvas da Figura 5.12 foram obtidas com a abertura mais próxima ao
apoio, distante 556 mm do primeiro apoio, portanto com um esforço de momento
fletor menor, diminuindo a taxa de momento-cortante.
Figura 5.12 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1
isolada para o braço de 556 mm com 2a fixo
Percebe-se que a abertura de 90º é a mesma que da primeira geometria
citada, também de comprimento total “2a” da abertura fixo, gerando então a
mesma curva para o centro da abertura distante 556 mm do apoio.
Com a abertura mais próxima ao apoio, Figura 5.13, além de uma redução
geral em todos os ângulos simulados pela plastificação no entorno das aberturas,
percebe-se que além do ângulo de 26,57º, o ângulo de 45º também sofre uma leve
redução extra na resistência em relação aos ângulos maiores. Presume-se que seja
pelo mecanismo de Vierendeel, acrescido de uma menor taxa de momento-
cortante, influenciando nas aberturas de comprimentos maiores.
A Figura 5.13 demonstra as curvas obtidas para estas aberturas centradas a
350 mm do apoio esquerdo.
5.Estudo Computacional 93
Figura 5.13 - Estudo paramétrico no ângulo de abertura hexagonal 2:1
isolada para o braço de 350mm com 2a fixo
Outra leve redução de resistência é notada quando se aproxima a abertura
ainda mais do apoio (350 mm). A Figura 5.14 demonstra as rótulas plásticas
desenvolvidas no entorno das aberturas, para os ângulos simulados com todas
centradas a 350 mm do apoio esquerdo.
Figura 5.14 – Rótulas plásticas desenvolvidas para cada ângulo simulado, a
350 mm do apoio e com o comprimento total variável
5.Estudo Computacional 94
O que demonstra que os ângulos utilizados pela literatura (60 e 63,43º) são
plausíveis, pois as áreas geradas por estes ângulos aumentam substancialmente a
área total de passagem de dutos se comparada à abertura retangular, sem perdas de
resistência.
Este estudo da angulação da abertura hexagonal em três diferentes taxas de
momento-cortante com diferentes comprimentos confirmou o efeito das
dimensões de alturas e comprimentos em aberturas nas almas. Comprovando
também que ângulos intermediários são mais eficazes de forma generalizada, mas
quando sob esforço exclusivo de flexão podem ser dimensionadas com uma
angulação menor, possibilitando um comprimento total maior da abertura.
5.2.2. Estudo de Perfis
Na Tabela 5.2 têm-se a descrição dos perfis estudados na presente
dissertação, assim como quais chapas foram utilizadas para as respectivas
expansões e suas alturas resultantes. Estes perfis foram escolhidos por suas
dimensões, visando a aplicação de perfis representativos dos projetos de pisos em
edifícios de construção civil.
Tabela 5.2 - Perfis estudados
PERFIL W200 W250 W310 W360 W410 W460
peso Kg/m 35,9 38,5 38,7 44 46,1 52
d 201 262 310 352 403 450
b 165 147 165 171 140 152
w 6,2 6,6 5,8 6,9 7 7,6
t 10,2 11,2 9,7 9,8 11,2 10,8
altura chapa 100 125 150 150 150 150
espessura chapa 6,3 8 6,3 8 8 9,5
peso chapa Kg/m 4,95 7,85 7,42 9,42 9,42 11,19
d Expandido 301 387 460 502 553 600
d Litzka 301,5 393 465 528 604,5 675
d Litzka expandida 401,5 518 615 678 754,5 825
peso com chapa Kg/m 40,85 46,35 46,12 53,42 55,52 63,19
Para a modelagem das vigas Litzka utilizou-se, no máximo, dos
comprimentos originais das vigas sem aberturas, resultando então em
comprimentos ligeiramente menores que estas; devido às sobras pelo método de
5.Estudo Computacional 95
fabricação das vigas casteladas. Na Tabela 5.3 constam as informações sobre os
ângulos simulados; quantidade de aberturas; comprimentos de cada viga, original
sem abertura e os necessários para a fabricação da viga Litzka; e o comprimento
final da viga Litzka para cada perfil estudado.
Tabela 5.3 - Configurações das Vigas Litzka
PERFIL Ângulo α Quantidade de
aberturas Comprimento
original Comprimento
necessário Comprimento
final
W200 60º 27 9000 8711,03 8560,28
W250 63,43º 24 10000 9628,50 9432,00
W310 60º 24 12000 11967,99 11735,49
W360 60º 24 14000 13589,46 13325,46
W410 63,43º 24 15000 14810,25 14508,00
W460 60º 21 16000 15243,46 14905,96
Com estas opções de dois diferentes ângulos para a fabricação conseguiu-se
aproximar o comprimento final da viga Litzka ao da viga original, visando menos
perdas no processo. Pois comprimentos maiores são alcançados quando o ângulo
das aberturas hexagonais é mais agudo, nestes casos quando o ângulo é de 60º se
comparado com o de 63,43º (tan α = 2). O dente de cada abertura foi fixado como
sendo 2
h, respeitando esta proporção demonstrada na Figura 2.10. Algumas
pequenas alterações destas proporções ocorrem ao se utilizar o ângulo de 60º, uma
delas é o comprimento total maior pelo fato de cada abertura ter um ligeiro
acréscimo em sues comprimentos.
A mediação de deslocamento máximo é feito no nó da parte inferior e
central do vão da viga. Todas as vigas foram simuladas com deslocamento
simétrico, ou seja, de igual valor em cada terço, mas este deslocamento se alterou
de acordo com a resistência das vigas. Os deslocamentos permaneceram entre 150
a 400 mm para cada ponto de aplicação, sendo maiores para as vigas originais sem
aberturas e menores para as vigas Litzka expandidas. As curvas de resistência
geradas atingiram o patamar plástico para cada viga simulada.
5.Estudo Computacional 96
5.2.2.1. Vigas Originais
Na Figura 5.15 ilustra-se a aplicação simétrica de deslocamento no primeiro
e segundo terço de cada viga, apenas para demonstrar como foram simuladas,
portanto sem valores. Neste exemplo a viga tem 12 m de vão.
Figura 5.15 - Aplicação de deslocamentos nos terços e esforços
Cada perfil foi simulado inicialmente em sua forma original sem aberturas,
para servir de padrão comparativo. Os gráficos de resistência gerados relacionam
o momento fletor máximo da viga em kNm versus a deflexão máxima no centro
da viga em mm. Para estes perfis originais construiu-se o gráfico da Figura 5.16.
Figura 5.16 – Curvas de resistência dos perfis originais, sem aberturas
5.Estudo Computacional 97
Estas curvas serão posteriormente utilizadas para comparação de resistência
dos mesmos perfis, mas com diferentes processos de fabricação de aberturas e
também com e sem reforço através de uma chapa de expansão na altura das
mesmas.
5.2.2.2. Viga Original com Três Aberturas
A opção pelo estudo de viga com três aberturas é a praticidade de poderem-
se utilizar tubulações em toda a extensão da laje, relembrando que há uma
continuidade das vigas devido aos descarregamentos das vigas na outra direção.
Estando estas aberturas em cada terço do comprimento, possibilita-se a passagem
de tubulações em toda a área da estrutura.
Orientando-se pela análise do AISC e de Veríssimo [24] que posteriormente
foi adicionado a norma NBR 8800 (ver Figura 3.18), procurou-se posicionar estas
três aberturas de modo a distanciá-las de esforços de deslocamentos e das reações
de apoios, dentro de cada terço da viga em questão, assim como se respeitou o
espaçamento entre elas.
Os perfis citados na Tabela 5.2 foram simulados com três aberturas
hexagonais alongadas, cada qual em determinadas posições ao longo dos terços
das vigas. Estas vigas apresentaram a menor resistência entre as aqui estudadas,
pelo efeito das aberturas, onde nos três primeiros perfis estas aberturas têm suas
alturas próximas a 50% da altura do perfil e principalmente pelo comprimento de
2 a 4 vezes esta altura.
A abertura central esta exclusivamente sob esforço de momento fletor,
possibilitando um comprimento de abertura maior, sem penalidade excessiva.
Neste caso o método de fabricação das aberturas seria por esforço de
punção. Na Figura 5.17 tem-se a viga de perfil W200 modelada de forma a
simular esta viga.
5.Estudo Computacional 98
Figura 5.17 - Modelo da viga W200 com três aberturas, representação das
áreas
No intuito de aumentar a área útil da abertura central o ângulo é menor, de
33º alongando o comprimento total, já nas aberturas próximas aos apoios o ângulo
é de 60º, para otimizar a área e a resistência sob simultâneo esforço cisalhante e
momento fletor. Os comprimentos, ângulos e as distâncias do apoio esquerdo ao
centro para cada uma das aberturas estão citadas na Tabela 5.4, denominada de
configuração 1.
Tabela 5.4 - Configuração um, para vigas com três aberturas
Abertura1 Abertura 2 Abertura 3
comp ângulo centro comp Ângulo centro comp ângulo centro
W200 300 60 2000 400 33 4500 300 60 7000
W250 300 60 2000 400 33 5000 300 60 8000
W310 300 60 3000 400 33 6000 300 60 9000
W360 300 60 3000 400 33 7000 300 60 11000
W410 300 60 3000 400 33 7500 300 60 12000
W460 300 60 3500 400 33 8000 300 60 12500
A Figura 5.18 apresenta as curvas para estas configurações. Essas curvas
demonstram um aumento diretamente proporcional ao aumento das dimensões dos
perfis.
5.Estudo Computacional 99
Figura 5.18 – Curvas de resistência dos perfis originais com três aberturas
para a tabela de configuração 1
As figuras de tensões e deformações plásticas aqui representadas estarão em
um ângulo que possibilita à visualização de ambas as mesas e das aberturas nas
almas, lembrando que as aberturas são simétricas no comprimento da viga.
A Figura 5.19 é a representação das tensões no modelo da viga W200 com
três aberturas para a primeira configuração, a escala de cores mostram os valores
em MPa, notam-se acumulação de tensões nos cantos das aberturas e nas mesas
acima e abaixo das aberturas que possuem esforço cisalhante.
5.Estudo Computacional 100
Figura 5.19 - Viga W200 com três aberturas, tensão Von Mises em MPa,
configuração 1
A Figura 5.20 mostra a formação de rótulas plásticas para a viga da figura
anterior, percebem-se quatro rótulas se formando nos cantos das aberturas onde há
esforço cortante e nas mesas da abertura de esforço exclusivamente de momento
fletor, propagando-se para a alma acima e abaixo desta mesma abertura.
Figura 5.20 - Viga W200 com três aberturas, deformação plástica Von Mises,
configuração 1
5.Estudo Computacional 101
A deformação plástica para a viga de perfil W460 está ilustrada na Figura
5.21, nota-se que a proporção das aberturas em relação à altura do perfil é muito
menor, assim como que a plastificação se restringe as mesas no terço central da
viga, com início de propagação para a abertura central.
Figura 5.21 - Viga W460 com três aberturas, Von Mises Strain-Plastic,
configuração 1
A curva de resistência para esta viga não sofre alteração se comparada com
o perfil original sem aberturas, pois estas aberturas são relativamente menores.
Criou-se uma segunda Tabela 5.5 com novas configurações, simulando
aberturas com dimensões exageradas, para se poder visualizar as penalidades que
as mesmas causam em diferentes perfis.
Tabela 5.5 - Configuração dois, para vigas com três aberturas
Abertura 1 Abertura 2 Abertura 3
comp ângulo centro comp ângulo centro comp ângulo centro
W200 600 60 2000 800 33 4500 600 60 7000
W250 600 60 2000 800 33 5000 600 60 8000
W310 600 60 3000 800 33 6000 600 60 9000
W360 600 60 3000 800 33 7000 600 60 11000
W410 600 60 3000 800 33 7500 600 60 12000
W460 600 60 3500 800 33 8000 600 60 12500
5.Estudo Computacional 102
Com estas configurações exageradas tem-se o comprimento de 4 a 8 vezes a
altura da abertura, gerando falhas pelo mecanismo de Vierendeel previstas na
literatura.
Figura 5.22 – Curvas de resistência dos perfis originais com três aberturas
para a tabela de configuração 2
Para os primeiros perfis os pontos críticos foram as duas aberturas próximas
aos apoios, onde interagem esforço cortante e momento fletor simultaneamente, e
quatro rótulas plásticas formaram-se conforme a literatura.
A Figura 5.23 ilustra as deformações plásticas para a viga de perfil W200
com estas novas dimensões das aberturas pela tabela de configuração dois.
Mesmo possuindo um comprimento maior a abertura central, esta não participou
da causa da falha, que se deu pelo mecanismo de Vierendeel nas aberturas onde há
esforços cortantes e de momento fletor simultaneamente, atingindo plastificação
Von Mises maiores de 10%. Os deslocamentos são apresentados em uma escala
maior para melhor visualização.
5.Estudo Computacional 103
Figura 5.23 - Formação de rótulas plásticas para a viga W200 com três
aberturas para a configuração 2
À medida que perfis de maiores dimensões são simulados, como no caso do
perfil W460, os esforços cortantes e de momento fletor afetam menos as aberturas
laterais e tem-se um novo ponto crítico nas mesas acima e abaixo da abertura
central, onde se formam seis rótulas plásticas ao longo do comprimento da
abertura exagerada, propagando–se para a alma devido a um extremo esforço de
momento fletor. Situação visualizável na Figura 5.24.
Figura 5.24 - Formação de rótulas plásticas para a viga W460 com três
aberturas, configuração 2
5.Estudo Computacional 104
5.2.2.3. Viga Expandida com Três Aberturas
As mesmas duas tabelas de configurações de aberturas, Tabela 5.4 e Tabela
5.5, foram utilizadas para se modelar vigas expandidas em altura utilizando os
mesmos perfis supracitados. Este processo de fabricação foi explicado no item
2.1.3, e uma representação das áreas do modelo com a placa de expansão pode ser
visualizada nas Figura 5.25 e Figura 5.26.
Figura 5.25 - Representação da chapa de expansão em vermelho com outra
espessura
A chapa de expansão acrescenta uma inércia à viga, devido a sua própria
altura e ao distanciamento das mesas da linha neutra por ela ocasionado. Esta
inércia resulta em um perfil mais resistente, e o corte na chapa para fabricação das
aberturas é relativamente simples e sem perdas, como demonstrado no processo.
Figura 5.26 - Simulação da viga W200 + chapa de 100 mm, com três
aberturas, Von Mises Stress
Para a configuração número um com chapas de expansão e três aberturas,
tem-se as seguintes curvas de resistência da Figura 5.27.
5.Estudo Computacional 105
Figura 5.27 – Curvas de resistência dos perfis com chapa de expansão e três
aberturas para a configuração 1
Os comprimentos e alturas das aberturas desta configuração não acarretaram
em falha, sendo todas devido a deformações plásticas nas mesas.
Os resultados das simulações das vigas com chapas de expansão para a
segunda configuração, a de aberturas com comprimentos exagerados, podem ser
vistos na Figura 5.28.
Para esta configuração apenas o menor perfil, W200, teve falha devido às
aberturas onde há a interação de momento fletor e esforço cortante,
desenvolvendo as quatro rótulas plásticas do mecanismo de Vierendeel.
5.Estudo Computacional 106
Figura 5.28 – Curvas de resistência dos perfis mais chapa de expansão com
três aberturas para a configuração 2
O perfil W250 desenvolveu duas rótulas apenas nos lados de menor
momento (LMS) das aberturas, mas com falha nas mesas, como mostra a Figura
5.29.
Figura 5.29 - Plastificação no lado de menor momento para perfil W250 para
configuração 2
5.Estudo Computacional 107
Os demais perfis tiveram falha nas mesas, com propagação plástica através
da alma para a abertura central.
Nas duas configurações, um e dois, vemos que a resistência sofre pouca
alteração mesmo possuindo comprimentos bem diferentes, sugerindo que
comprimentos maiores podem ser utilizados quando devidamente estudados.
5.2.2.4. Viga Litzka
Conforme geometria ilustrada pela Figura 2.10, as vigas Litzka foram
modeladas utilizando-se dos comprimentos das vigas originais, portanto,
resultando em um comprimento final ligeiramente menor, pelas sobras que
resultam do processo de fabricação em questão. A ilustração de um modelo de
viga Litzka é visualizada na Figura 5.30.
Figura 5.30 - Modelo de viga Litzka W200 (áreas), com 27 aberturas
A Figura 5.31 mostra a resistências de cada uma dessas vigas modeladas
conforme a fabricação descrita, assim como ângulos utilizados e quantidade de
aberturas para cada perfil. Estas vigas ficam caracterizadas pela baixa ductilidade,
que é notada pela linearidade brusca após o escoamento do regime elástico.
5.Estudo Computacional 108
Figura 5.31 – Curvas de resistência dos perfis em forma de viga Litzka
Percebe-se uma constância no aumento de resistência com o aumento das
dimensões dos perfis, com exceção do perfil W250 que possui mesas e alma mais
espessas que o perfil W310, características que melhoraram seu desempenho na
fase elástica em relação ao próximo perfil em ordem crescente.
Este estudo comprovou a penalidade das aberturas em vigas sem expansão,
as quais desenvolveram quatro rótulas plásticas do mecanismo de Vierendeel na
maioria dos perfis menores onde a altura da abertura era aproximadamente 50%
da altura do perfil, quando adicionado a comprimentos de até quatro vezes essa
altura. Já para as os perfis maiores, também sem a chapa de expansão, a falha
ocorreu nas mesas.
Pelos modelos expandidos por chapa terem a relação entre altura da abertura
e altura total do perfil diminuída, o efeito das aberturas sobre as vigas foi
amenizado. A maioria das falhas ocorreram no terço médio, por esforços
exagerados de momento fletor.
As vigas com abertura de comprimentos exagerados falharam pelo
mecanismo de Vierendeel como previsto pelo dimensionamento de Chung et al
[5], [6] e Redwood [15].
As vigas Litzka, na forma original, atingiram valores de resistência
semelhantes as das vigas com chapa da expansão, mas demonstraram ter a
ductilidade reduzida, sugerindo reforços nas aberturas mais críticas.
6 Viga Litzka Expandida
Neste capítulo é dada ênfase ao estudo da viga Litzka Expandida, que
representa um dos objetivos desta dissertação. Comparações com resultados
anteriores serão também realizadas.
Variações do comprimento e a quantidades das aberturas foram algumas
variáveis testadas, resultando em configurações diversas. Para fins de comparação
de resistência, padrões de mesma altura, porém com alma cheia foram modelados.
O processo de fabricação da viga Liztka Expandida esta ilustrado na Figura
2.18. Neste processo tem-se um aumento na inércia da viga por dois motivos,
primeiro pela expansão da fabricação Litzka de aberturas e a segunda pela
expansão direta da chapa inserida verticalmente, resultando em uma forma final
octogonal para a abertura.
Nesta forma de fabricação tem-se uma flexibilidade na localização da
abertura, pois a chapa de expansão é deslocável na extensão do comprimento até
sua soldagem, transpassando apenas as aberturas pré-escolhidas. O conjunto total
possui uma maior rigidez se comparada uma viga Litzka de mesmas dimensões e
formato octogonal, pois as aberturas secundárias são “amarradas” pela chapa de
expansão, fornecendo este acréscimo de rigidez e combatendo possíveis
flambagens na alma, as quais são problemáticas nas vigas casteladas simples. A
Figura 6.1 representa a modelagem de uma dessas vigas Litzka Expandidas.
Figura 6.1 - Modelo de Viga Litzka Expandida demonstrando espessuras das
chapas
Estas novas aberturas octogonais possuem altura maior que as outras vigas
simuladas assim como a maior inércia dentre os perfis. Outra vantagem é de
6.Viga Litzka Expandida 110
possuírem praticamente o mesmo peso linear quando comparadas às vigas com
expansão simples.
As variações de aberturas simuladas são as seguintes:
• A primeira com três aberturas centradas em cada terço;
• A segunda sendo com quatro aberturas, estando duas dentro do terço
central;
• A terceira com seis aberturas, duas centralizadas em cada terço;
• E a quarta também com seis aberturas, mas homogeneamente
distribuídas na extensão da viga evitando esforços aplicados na viga.
Estas configurações podem visualizadas nas figuras Figura 6.2 a Figura 6.5,
que representam a distribuição de tensões dos modelos.
Figura 6.2 Litzka expandida W200, tensões para configuração 1
Figura 6.3 Litzka expandida W200, tensões para configuração 2
6.Viga Litzka Expandida 111
Figura 6.4 Litzka expandida W250, tensões para configuração 3
Figura 6.5 Litzka expandida W360, tensões para configuração 4
Para estas quatro configurações foram obtidas as curvas da Figura 6.6, onde
se observam as duas vigas de perfil W200 de aberturas com configuração um e
dois providas da mesma resistência. O que também pode ser observado para as
duas vigas de perfil W250 com configurações três e quatro.
6.Viga Litzka Expandida 112
Figura 6.6 – Curvas de resistência dos perfis Litzka Expandida
Novamente percebe-se a baixa ductilidade dentre as vigas, mas desta vez ela
se restringiu aos três primeiros perfis menores, pois a partir do perfil W360 a
ductilidade sofre acréscimos contínuos.
6.1.1. Litzka Expandida Alongada
Pode-se ainda utilizar a vantagem do alongamento entre aberturas de vigas
casteladas como descrito no item 2.1.1.2, também para este caso de viga Liztka
Expandida, cujo processo resulta em aberturas octogonais alongadas, ver Figura
6.7.
Figura 6.7 - Litzka Expandida W200 com quatro aberturas alongadas,
configuração 5
6.Viga Litzka Expandida 113
O alongamento, que é a eliminação da alma entre duas ou três aberturas, é
de simples execução. A chapa de expansão mantém certa rigidez na alma que
agora é subtraída entre as aberturas escolhidas.
A primeira configuração deste capítulo tem apenas três aberturas (Figura
6.2), já a quinta configuração possui quatro aberturas, sendo todas elas alongadas,
ver Figura 6.7. Nestas aberturas se notam plastificações nos quatros cantos das
duas aberturas externas assim como duas linhas paralelas em direção as semi-
aberturas do lado interno, sugerindo um possível reforço neste local. As principais
plastificações se dão nas mesas acima e abaixo das aberturas alongadas dentro do
terço central, propagando-se pela alma até as aberturas, fato ilustrado pela Figura
6.8.
Figura 6.8 Litzka expandida W200, deformações plásticas para configuração
5
Na sexta configuração têm-se quatro aberturas, sendo duas alongadas nas
pontas e duas centrais simples, sem alongamento (Figura 6.9).
Figura 6.9 - Litzka Expandida W200 com quatro aberturas alongadas,
configuração 6
6.Viga Litzka Expandida 114
Mesmo com duas aberturas menores no terço central a configuração seis
gerou deformações plásticas de Von Mises de 2,5% (Figura 6.10), maiores que as
de aberturas alongadas da configuração anterior de 1,9% (Figura 6.8).
Figura 6.10 Litzka Expandida W200, deformações plásticas para
configuração 6
As configurações seis e cinco quando comparadas a primeira configuração
de vigas Litzka expandidas, sofrem ligeira queda na resistência durante a fase
elástica, visualizável na Figura 6.11, a qual pode ser considerada aceitável pelo
acréscimo em área e em quantidade de aberturas.
Figura 6.11 - Configurações simuladas da viga Litzka Expandida W200
Todos os outros perfis também foram simulados e mais duas configurações
de aberturas alongadas forma criadas. A sétima configuração é feita com três
6.Viga Litzka Expandida 115
aberturas alongadas centradas em cada terço das vigas, demonstrado na Figura
6.12, onde também podem ser vistas as deformações plásticas para esta
configuração, as quais se caracterizam em concentrações nas mesas entre as
aberturas e acima e abaixo da abertura central. Uma leve plastificação se inicia no
lado de menor momento das aberturas externas.
Figura 6.12 Litzka expandida W410, deformações plásticas para
configuração 7
Por ultimo, a oitava configuração de três aberturas alongadas centradas nos
terços, mas a abertura central é modelada com a união de três e não somente duas
aberturas, ver Figura 6.13.
Figura 6.13 Litzka expandida W460, deformações plásticas para
configuração 8
O desenvolvimento da plastificação para esta viga se assemelha à anterior,
mas com a diferença de as deformações máximas se caracterizaram acima e
abaixo da abertura de maior comprimento.
6.Viga Litzka Expandida 116
Como na Figura 6.6, de aberturas simples, os primeiros três perfis têm
pouca ductilidade, a qual acresce com o aumento das dimensões dos últimos três
perfis maiores, demonstrado na Figura 6.14.
Figura 6.14 - Resistências das vigas Litzka Expandidas com aberturas
alongadas
As resistências das vigas Litzka expandidas com aberturas alongadas
mostraram-se satisfatórias, assumindo o grande aumento gerado em área de
serviço destas aberturas.
6.1.2.Padrão de Comparação Litzka Expandida
Para fins de comparações modelaram-se os mesmos perfis estudados, mas
com almas cheias e dimensões iguais as resultantes das expansões devido aos
processos de fabricação Litzka e de inserção de chapa de expansão vertical.
Simulando estes novos perfis com alma cheia e de espessura original, têm-
se parâmetros para visualizar o desempenho desta nova viga Litzka Expandida. A
redução de peso pelas semi-aberturas e o ganho na resistência na fase elástica,
quando comparada a uma viga simplesmente expandida de mesmo peso linear,
para cada perfil encontram-se na Tabela 6.1
.
6.Viga Litzka Expandida 117
Tabela 6.1 – Peso dos perfis estudados com alma cheia mas com altura Litzka
Expandida
Peso/PERFIL W200 W250 W310 W360 W410 W460
Original Kg/m 35,9 38,5 38,7 44 46,1 52
d altura resultante (cheio) Kg/m 45,65 51,76 52,59 61,66 65,41 74,37
Litzka Expandida Kg/m 40,85 46,35 46,12 53,42 55,52 63,19
Redução de peso 12% 12% 14% 15% 18% 18%
Ganho em resistência 40% 60% 47% 53% 43% 53%
As curvas de resistência encontradas para estes perfis sem aberturas e de
altura final igual as da Litzka Expandida podem ser visualizadas na Figura 6.15.
Figura 6.15 - Curvas de resistência dos perfis com dimensões de Litzka
Expandida mas com alma cheia
6.2. Comparações com Resultados Anteriores
Analisando as variações dos modelos para cada perfil estudados no capítulo
anterior, tem-se uma visão clara das qualidades de cada método de fabricação.
Seguem as análises dos gráficos comparando os diferentes métodos de fabricação,
inclusive Litzka Expandida.
6.Viga Litzka Expandida 118
6.2.1. Variações para o perfil W200
As variações das vigas para o perfil W200 são visualizadas nas curvas de
resistência da Figura 6.16.
Figura 6.16 – Curvas de resistência para as simulações do perfil W200
Nota-se uma penalidade nas vigas com três aberturas sem expansão, fato
que deve ser atribuído as aberturas de comprimento até quatro vezes a altura da
própria abertura, que por sua vez é de quase 50% a altura do perfil,
desencadeando o mecanismo de Vierendeel.
As vigas expandidas com três aberturas e a Litzka mostraram
comportamento similar na fase elástica, mas tendo a Litzka uma ligeira queda na
ductilidade quando na fase plástica.
A viga Litzka expandida mostrou um aumento substancial de resistência
elástica assim como um aumento em área útil para passagem de tubulações, mas
perdeu sua ductilidade.
A viga de comparação com alma cheia, quando comparada à Litzka
Expandida, possui menor resistência na fase elástica, mas uma melhor ductilidade.
Fato devido à diferente espessura da chapa de expansão na Litzka Expandida, a
qual é maior.
6.Viga Litzka Expandida 119
6.2.2. Variações para o perfil W250
As variações das vigas para o perfil W250 são visualizadas nas curvas de
resistência da Figura 6.17 a seguir.
Figura 6.17 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W250
A mesma análise pode ser constatada para este perfil W250, mas
acrescentando um pequeno aumento em cada curva de resistência em relação ao
perfil W200.
A viga de comparação com alma cheia, quando comparada à Litzka
Expandida, tem pouca diferença na resistência durante a fase elástica, mas possui
uma melhor ductilidade. Fato atribuído a espessura da chapa de expansão na
Litzka Expandida ser semelhante a da alma do perfil de comparação, 8 mm e 6,6
mm respectivamente.
6.Viga Litzka Expandida 120
6.2.3. Variações para o perfil W310
As variações das vigas para o perfil W310 são visualizadas nas curvas de
resistência da Figura 6.18.
Figura 6.18 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W310
Novamente comparando-se com a primeira análise para o perfil W200, nota-
se uma diferença para a viga com três aberturas sem expansão, a qual mostra uma
tendência a equiparar sua resistência com a viga original sem aberturas. Pois neste
caso o modelo possui aberturas com comprimento de 2 a 2,7 vezes a altura das
aberturas que possuem 48% da altura do perfil, o que ruma para o aceitável
quando dimensionam-se aberturas nas almas de vigas.
A viga de comparação com alma cheia, quando comparada à Litzka
Expandida, possui a mesma resistência durante a fase elástica, mas possui uma
melhor ductilidade. Fato atribuído a espessura da chapa de expansão na Litzka
Expandida ser quase a mesma da alma do perfil de comparação, 6,3 mm e 5,8 mm
respectivamente.
6.Viga Litzka Expandida 121
6.2.4. Variações para o perfil W360
As variações das vigas para o perfil W360 são visualizadas nas curvas de
resistência da Figura 6.19.
Figura 6.19 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W360
Neste perfil percebe-se que as três aberturas no perfil sem expansão, não
influenciam na resistência da viga se comparada com o perfil original sem
aberturas. Pois na configuração deste modelo a altura da abertura é de 42% a
altura do perfil resultante, e seus comprimentos não ultrapassam 2,7 vezes a altura
desta abertura.
A viga de comparação com alma cheia, quando comparada à Litzka
Expandida, possui a mesma resistência durante a fase elástica e ductilidade
semelhante. Fato atribuído à menor relação entre a altura das aberturas e altura do
total do perfil; assim como à espessura da chapa de expansão na Litzka Expandida
ser quase a mesma da alma do perfil de comparação, 8 mm e 6,9 mm
respectivamente.
6.Viga Litzka Expandida 122
6.2.5. Variações para o perfil W410
As variações das vigas para o perfil W410 são visualizadas nas curvas de
resistência da Figura 6.20.
Figura 6.20 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W410
Este perfil comporta-se como o anterior, W360, com seus devidos valores
de resistência ligeiramente maiores, mas com a exceção da viga Litzka resultante
possuir uma resistência mais elevada na fase elástica que a viga expandida com
três aberturas. Fato ocasionado pela diferença em altura entre estas vigas que se
tornar maior com o aumento das dimensões dos perfis.
A viga de comparação com alma cheia, quando comparada à Litzka
Expandida, possui a mesma resistência durante a fase elástica e ductilidade
semelhante. Fato atribuído à menor relação entre a altura das aberturas e altura do
total do perfil; assim como à espessura da chapa de expansão na Litzka Expandida
ser quase a mesma da alma do perfil de comparação, 8 mm e 7 mm
respectivamente.
6.Viga Litzka Expandida 123
6.2.6. Variações para o perfil W460
As variações das vigas para o perfil W460 são visualizadas nas curvas de
resistência da Figura 6.21.
Figura 6.21 - Curvas de resistência para as simulações do perfil W460
Novamente a viga Litzka atingiu uma maior resistência elástica se
comparada com a viga expandida com três aberturas, devido sua altura ser maior.
As vigas com três aberturas sem expansão também não ocasionaram penalidades
quando comparadas com as vigas originais. E a viga Litzka expandida continuou
sendo a de maior resistência e com certa ductilidade.
Apesar de as vigas Litzka não terem sido investigadas profundamente à
flambagem, resultaram em perfis resistentes, mas de menor ductilidade. A
novidade foi a inserção de chapa da expansão em uma viga já expandida pelo
próprio método de fabricação, resultando nas vigas Litzka Expandidas de maior
resistência dentre as investigadas e providas de aberturas. Esta chapa de expansão
agiu como um travamento adicional, atribuindo rigidez a alma e agindo contra
essa desvantagem e contra a flambagem. Outro benefício desta viga é a perda da
massa ao longo da viga devido às semi-aberturas, quando comparada a uma viga
de alma cheia.
6.Viga Litzka Expandida 124
A viga de comparação com alma cheia, quando comparada à Litzka
Expandida, possui uma resistência até menor durante a fase elástica, mas
ductilidade semelhante. Fato atribuído à menor relação entre a altura das aberturas
e altura do total do perfil, assim como à espessura da chapa de expansão na Litzka
Expandida ser um pouco maior que da alma do perfil de comparação, 9,5 mm e
7,6 mm respectivamente.
7 Considerações Finais
7.1. Introdução
Aqui serão apresentados os resultados do estudo da geometria das aberturas
com ênfase no estudo dos ângulos mais adequados para aberturas hexagonais,
segundo estudo realizado e posições de aberturas simuladas ao longo da viga.
Principais vantagens e desvantagens das vigas com aberturas hexagonais
simuladas: vigas com três aberturas, vigas Expandidas com três aberturas, vigas
tipo Litzka e a viga Litzka Expandida que foi objeto principal da pesquisa.
7.2. Resultados Alcançados
Para o estudo das aberturas hexagonais que variaram seus ângulos dos dois
modos demonstrados, conclui-se que à medida que a taxa momento-cortante
diminui a resistência dos ângulos maiores tende a se igualar com a resistência de
aberturas com menor ângulo, tornando estas aberturas de maior área a melhor
opção. A escolha seria por ângulos intermediários (45 a 63,43º, por exemplo).
Na segunda maneira de variar o ângulo, onde o comprimento “2a” é fixo,
mas com o total variável, constatou-se que a perda de resistência somente será
expressiva quando o ângulo for menor de 45º, quando a relação entre o
comprimento total da abertura em relação a sua altura torna-se relativamente
elevada.
Em ambas as maneiras de se olhar essas aberturas hexagonais, nota-se que a
resistência continua sendo regida pela taxa momento-cortante, devendo-se evitar
valores baixos desta taxa, onde o esforço cortante predomina e leva a falha pelo
mecanismo de Vierendeel. As formas retangulares, as quais são utilizadas como
padrão de comparação por alguns dos autores citados, obtiveram sempre as
menores resistências.
7.Considerações Finais 126
Para a viga com três aberturas ao longo do vão e sem expansão, verificou-se
que aberturas com altura menor que 50% da altura do perfil sofreram pouca
penalidade em termos de perda de resistência, e à medida que essa proporção da
abertura diminuiu com o aumento das dimensões dos perfis, as aberturas não
causaram perda de resistência, notado nos três maiores perfis dentre os últimos
simulados. Com as configurações de aberturas exageradas as falhas pelo
mecanismo de Vierendeel foram bem caracterizadas.
A viga Expandida mostrou aumentar significativamente a resistência pela
ampliação com a chapa de expansão, e sofrer pouca penalidade até mesmo com
aberturas de comprimento até oito vezes a altura da abertura, simuladas para
configuração dois, propositalmente exagerada, apresentada na Tabela 5.5. Pois
nesta configuração de vigas e altura das aberturas em relação ao perfil é menor
que a das vigas sem expansão, permanecendo entre 25% no perfil W460 a no
máximo 49% da altura no menor perfil W200 resultante da expansão.
A viga Liztka apresentou aumento na resistência elástica de cerca de 35%
em relação as vigas sem aberturas e semelhante ou até maior que as vigas com três
aberturas expandidas, mas demonstrou menor ductilidade na fase plástica.
A viga Litzka Expandida mostrou manter a mesma resistência para
diferentes configurações de aberturas, de três a seis aberturas ou mesmo com
aberturas alongadas em duas a três “aberturas” de comprimento. Ela demonstrou
ter as maiores resistências no regime elástico dentre os modelos simulados,
providos de aberturas. Para a fase plástica notou-se baixa ductilidade para os três
menores perfis e um melhoramento nos três maiores, pelo fato de haver uma
menor relação entre as alturas das aberturas e a altura total dos perfis. Outra
vantagem foi a diminuição do peso desta viga quando comparada à viga
simplesmente expandida, sendo em média de 14,8% com um ganho de resistência
médio de 49,3%; ressalta-se que este aumento de resistência também se deve a um
maior distanciamento entre as mesas quando comparado à altura de um perfil
expandido.
7.Considerações Finais 127
7.3. Sugestões para Trabalhos Futuros
Um estudo de interesse seria elaborar perfis assimétrico com aberturas
utilizando dois perfis originais de dimensões diferentes, permutando parte inferior
e superior, de modo a tornar o perfil mais resistente na parte tracionada,
otimizando ainda mais sua geometria. Assim como melhorar a resistência do
conjunto modelando uma viga mista para este perfil assimétrico.
Realizar ensaios experimentais dos modelos aqui simulados, para confirmar
resultados de calibração, com estudo adicional para definir quais configurações de
soldas são necessárias e satisfatórias.
Realizar estudo detalhado de flambagem nos modelos aqui estudados,
especificamente a viga Litzka Expandida.
Realizar estudo com reforços, utilizando-os nos pontos críticos encontrados
para cada situação, horizontais, verticais, no entorno das aberturas e inclinados;
simulando uma treliça dentro da alma de forma a contornar as aberturas.
Sugere-se um estudo financeiro para constatar o custo de fabricação destes
cortes e soldas da viga Litzka Expandida, comparando-as com o custo de se
utilizar um perfil maior e simplesmente efetuar um corte neste.
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nov. 2008.
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Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de
edifícios, Rio de Janeiro, 2008.
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of Constructional Steel Research. Elsevier, 2000, pp. 467-490.
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ENV 1993-1-1: 1992/A2. European Committee for Standardisation.
[10] ANSYS, Inc. - Computer-Aided Engineering Technology and Engineering
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Documentation for Ansys, v. 11.
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<http://www.gerdau.com.br/gerdauacominas/br/produtos/pdfs/galpoes.pdf>.
Acesso em: 10 nov. 2008.
[13] LABBAS - Laboratório de Computação do Ciclo Básico. Apostila – Curso
Ansys. Disponível em: <http://www.labbas.eng.uerj.br/>. Acesso em: 10
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[14] LIU, T. C. H., CHUNG, K. F. Steel beams with large web openings of
various shapes and sizes: finite element investigation. Em: Journal of
Constructional Steel Research. Elsevier, 2003, pp. 1159-1176.
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Beams Columns Stability and Strength, chapter 4. Editado por R.
Narayanan, Editora: Applied Science Publishers, pp. 95-133, 1983.
[16] PEREIRA, L. A. Aspectos Fundamentais do Método dos Elementos
Finitos - apostila de elementos finitos. PPGEE - Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Elétrica, PUCRS, v. 1.8, 2005, 21 pp.
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steel beams with web holes. In: Canadian Journal of Civil Engineering,
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Ed. Maio/Junho/Julho, ano 7, no. 34, 2006, pp. 4. Disponível em:
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[19] RESEARCH FUND FOR COAL AND STEEL, Report. Web Openings for
Service Integration in Composites Floors, 2006. Disponível em
<http://cordis.europa.eu/coal-steel-rtd/home_en.html>. Acesso em 10 jan.
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[20] RIBEIRO, F. L. B. Introdução ao Método dos Elementos Finitos. COPPE
- Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de
Engenharia, UFRJ, Rio de Janeiro, 2004, 35 pp.
[21] RODRIGUES, F. Comportamento Estrutural de Vigas de Aço com
Aberturas na Alma. Dissertação de Mestrado, UERJ-RJ, 2007.
[22] RODRIGUES, F., LIMA, L. R. O., VELLASCO, P. C. G. da S.,
ANDRADE, S. A. L., SILVA, J. G. S. Análise do Efeito de Aberturas na
Alma no Comportamento Estrutural de Vigas de Aço. CILAMCE –
Congresso Ibero Latino-Americano sobre Métodos Computacionais em
Engenharia, Portugal, 2007.
[23] STUDIENGESELLSCHAFT FÜR ANWENDUNGSTECHNIK VON
EISEN UND STAHL. Steifenlose Stahlskelettragwerke und dünnwandige
Vollwandträger, Berechnung und Konstruktion, EKS - Europäische
Konvention für Stahlbau, Berlin 1977, 112 pp.
8.Referências Bibliográficas 131
[24] VERÍSSIMO, G. S., FAKURY, R. H., RIBEIRO, J. C.
Soluções Práticas para Execução de Aberturas em Almas de Vigas de
Aço. II CICOM - Congresso Internacional da Construção Metálica,
São Paulo, 2002.
Anexo A – Curvas de Interação Flexão-cisalhamento
Curvas de interação flexão-cisalhamento obtidas por Chung et al [5] através
dos estudos paramétricos em elementos finitos seguem as seguintes geometria de
aberturas:
Figura A.1 - Configurações geométricas analisadas
Anexo A - Curvas de Interação Flexão-cisalhamento 133
Figura A.2 - Gráfico de interação flexão-cisalhamento para as formas (a) C-
Hexagonal e (b) Circular
Anexo A - Curvas de Interação Flexão-cisalhamento 134
Figura A.3 - Gráfico de interação flexão-cisalhamento para as formas (a)
Regular Octogonal e (b) Regular Hexagonal
Anexo A - Curvas de Interação Flexão-cisalhamento 135
Figura A.4 - Gráfico de interação flexão-cisalhamento para as formas (a)
Quadrada e (b) Retangular
Anexo A - Curvas de Interação Flexão-cisalhamento 136
Figura A.5 - Gráfico de interação flexão-cisalhamento para as formas (a)
Circular Alongada em 2d0 e (b) Circular Alongada em 3d0
Anexo B – Exemplos de Dimensionamento
B.1 Exemplo dado por Chung et al [5], baseados nas fórmulas empíricas
de dimensionamento propostas.
a) Uma viga simplesmente apoiada com um vão de 7,5 m e com seis
aberturas circulares ( )hd 75,00 = é submetida a um carregamento uniformemente
distribuído de 35 kN/m. Trata-se de um perfil UB 457x152x52 S275. As
aberturas estão localizadas simetricamente em relação ao centro da viga com um
intervalo de 1,0 m começando pelos apoios. Pede-se verificar a adequabilidade
estrutural da viga de aço. A capacidade de carregamento da viga sem abertura na
alma, 0w , é igual a 42,9 kN/m para um vão de 7,5 m. Dados:
Figura B.1 - Viga do exemplo a) [5]
L=7,5 m; h=449,8 mm; tw=7,6 mm; bf=152,4 mm; tf=10,9 mm; d0=337,35
mm; Wpl=1096 x 10³ mm³; v =0,8 para abertura circular.
Passo 1: Determinar as resistências ao cisalhamento e ao momento da seção
perfurada.
−==
4
20
,0,0
dtWfWfM w
plyplyRd
Anexo B - Exemplos de Dimensionamento 138
kNm9.2411010004
35.3376.71096275 3
2
=×
×
×−×=
−
( ) ( )200 75,02 fwv tdhtA +−=
( ) 22 8,10329,1075,0235,3378,4496,7 mm=××+−×=
kNAfV vyRd 9,163108,1032275577,0557,0 30,0 =×××==
−
Passo 2: Determinar o esforço cortante e o momento fletor solicitantes no
centro da abertura.
Tabela B.1 - Esforços solicitantes em cada abertura do exemplo B.1
Passo 3: Determinar o momento resistente da seção perfurada sob grande
cisalhamento.
Para x0= 1,0m, v=0,587:
kNmvMM RdRd 8,195587,019,2411 22,0,1 =−=−=
Notando que 3
28,0 >=v , da Tabela 3.2 da página 53.
kNmMM
vv
MM RdRdRdRd 3,177733,0
3
23
28,0587,0
1
3
23
2
1 ,0
2
,0
2
,0,2 ==
−−
−=
−−
−=
Então kNmMkNmM SdViRd 8,1133,177,,0 =>=
Similarmente para as outras aberturas:
Anexo B - Exemplos de Dimensionamento 139
Para x0= 2,0m, kNmMkNmMM SdRdViRd 5,1924,224928,0, ,0,0 =>==
Para x0= 3,0m, kNmMkNmMM SdRdViRd 3,2368,238987,0, ,0,0 =>==
B.2 Este exemplo refere-se ao formato de abertura C-hexagonal para a
mesma geometria da viga e esforços solicitantes.
Figura B.2 - Viga do exemplo de Chung [5]
Para x0= 1,0m, v=0,587:
kNmvMM RdRd 8,195587,019,2411 22,0,1 =−=−=
Tabela B.2 - Esforços solicitantes em cada abertura do exemplo B.2