28
Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalizaç ão

Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

TRANSNACIONALIZAÇÃO – ProduçãoGlobalização

Page 2: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

MUNDIALIZAÇÃO

VS

GLOBALIZAÇÃO O fenómeno da mundialização alarga-se, assim, do domínio económico para os domínios social, político e cultural, atingindo toda a vida social.

Trocas comerciais à escala mundial: livre circulação de capitais, de tecnologias e de pessoas e localização das actividades produtivas no espaço internacional.

Page 3: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Transnacionalização da Produção

Globalização Financeira

Globalização Cultural

Outras Globalizações•Saúde•…

Várias Globalizações?Ou uma Globalização?

Page 4: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

A fábrica de Palmela parou por falta de cablagens Vítor Mota 4 Fevereiro 2010 - 00h30

A Autoeuropa parou ontem um turno de trabalho afecto à montagem final do monovolume Sharan. A produção do Volkswagen deveria hoje retomar a laboração normal, de acordo com fonte oficial da empresa. O mau tempo que está a afectar a Europa atrasou a entrega de cablagens na fábrica de Palmela, explicou ao Correio da Manhã a mesma fonte, concretizando que o material vem da Roménia.Este atraso levou a administração a parar um dos turnos de trabalho, constituído por 115 trabalhadores, mas a expectativa é que a produção normalizasse a partir de hoje. O maior fabricante europeu de automóveis quer crescer 60 por cento até 2018 e deverá apresentar os seus planos de aumento das vendas através de crescimento orgânico na Ásia e sem recorrer a aquisições, divulgou ontem o site negocios.pt.

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=A28DC4E0-B979-41F1-BECB-F1C2AD801BE7&channelid=00000011-0000-0000-0000-000000000011

Page 5: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização e desterritorialização

A globalização pode ser considerada uma forma de desterritorialização (ou como uma disseminação de supraterritorialidade). As estruturas de trabalho (linhas de produção, organização da força de trabalho, sistemas de gestão, formação, condições de trabalho) também se integram neste processo de desterritorialização, ou seja, podem organizar-se em espaços territoriais descontínuos.

António Brandão Moniz,Globalização e implicação nas estruturas do trabalho», Janus, 2008.

Globalização da Produção

Page 6: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da Produção O que são afinal as

Multinacionais?

De acordo com Nicole Dubois, as multinacionais são empresas ou grupos de empresas privadas, juridicamente ligadas umas as outras, exercendo as suas actividades e gerindo os seus bens em Estados diferentes, mas segundo uma estratégia global.

Para G. Bertin, a empresa multinacional é a empresa ou grupo de empresas cujas actividades se estendem a vários países e são concebidas, organizadas e dirigidas à escala mundial ou pelo menos plurinacional.

Page 7: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da Produção Aspectos comuns e característicos

das Multinacionais

• a sua implantação em vários países;

• o facto de ter política global de empresa;

• a aspecto de formar um todo coerente e prosseguir objectivos, que podem entrar conflito com os vários objectivos das políticas nacionais, mas integrados nos objectivos globais da multinacional;

• a realidade de reproduzir o modelo adoptado no país de origem, um pouco por todo o mundo, produzindo o mesmo bem ou em conjunto o mesmo bem.

Page 8: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da Produção Origem das Multinacionais

• no fim da Idade Média, nos impérios ou cartéis industriais, comerciais e financeiros e com a extracção e comercialização dos minérios?

• no século XVII, com a Companhia das índias Orientais e o controlo do comércio entre a Índia e a Europa?

• após1945, com as empresas americanas a instalar as suas filiais na Europa e na Ásia?

• nos anos 70, com a expansão das empresas europeias e japonesas (inclusive para o mercado americano, onde competem com sucesso)?

Page 9: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Page 10: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da Produção O processo de construção de

Multinacionais

Ao nível da firma - o percurso que conduz uma firma desde o seu início a um estado de multinacionalização avançado

1. Produção nacionalExportação

2. Redes de agências de venda no estrangeiro através da cedência de patentes e de processos técnicos a firmas estrangeiras.

3. Implantação de unidades de produção no estrangeiro, através de criação, compra ou associação.

4. Integração progressiva de todas as operações.5. Multinacionalização da administração e dos títulos de

propriedade (acções) da companhia.

Page 11: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da Produção

O processo de Globalização produtiva dá-se:

• pelo investimento directo internacional e o reenvio dos lucros desses investimentos;

• pela difusão de padrões tecnológicos e modelos deorganização industrial;

• pela internacionalização das estruturas de mercado.

Page 12: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da ProduçãoGlobalização da Produção

Page 13: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Factores atractivos do investimento estrangeiro:

Mão-de-obra barata?Redução de custos?Produtividade acrescida?Acesso aos mercados?Infra-estruturas de transporte e de comunicação?Apoio ao investimento?Economias de escala?

Globalização da Produção

Page 14: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

A maior parte das componentes dos diferentes bens produzidos provém de diferentes países. Não havendo em rigor uma nacionalidade específica de

produção para aquele bem, a versão made in EUA ou made in Japão torna-se made in planeta.

Transnacionalização da Produção

Produtos Globais

Page 15: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Diferença entre Multinacional e Empresa Transnacional

As segundas são empresas globais que se organizam mundialmente numa estrutura em rede. Actuação complementar e a coordenação baseada mais na

confiança do que na autoridade.Funcionamento em Rede

Sede

Filial 1Filial 2

Sede

Filial 1Filial 2

Page 16: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da Produção As empresas transnacionais são

entidades jurídicas, económicas e técnicas complexas.

Em 1973, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu transnacionais como a firma ou a sociedade:

• com o volume de negócios no mínimo de 500 biliões de dólares;

• que realiza mais de 25% da produção e das trocas por filiais implantadas no mínimo em 6 países.

A principal característica da empresa transnacional é a sua dispersão geográfica, paralelamente à sua capacidade de organizar actividades complexas numa escala multinacional. A partir dessa especificidade, a transnacional adopta/constrói o seu sistema económico e técnico de acordo com as suas necessidades e os interesses.

Page 17: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

A transnacionalização da produção consiste na segmentação da actividade produtiva e sua localização nos países que ofereçam maiores vantagens competitivas.

Uma empresa transnacional localiza as suas actividades em territórios geograficamente distantes e, fruto das novas tecnologias de informação e comunicação, organiza-se e actua em rede.

Proposta de correcção do exercício da página 140

Page 18: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da Produção

… são firmas sem nacionalidade devido à origem do seu capital (proveniente de variados países, dispersos por vários accionistas) e à utilização de trabalhadores de diferentes países, múltiplos países portadores de culturas distintas);

As Transnacionais serão empresas sem pátria?

De facto, as transnacionais…

… oferecem para venda bens e serviços padronizados, que comercializam por todo o mundo e são o resultado do conjunto de produções e de serviços geograficamente dispersos.

…consideram o mundo como um mercado único para decisões de investimento e de consumo e organizam-se em rede, associando locais de produção e de comercialização muito distantes entre si.

Page 19: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Quase 100% dos activos, 63% do volume de negócios, 82% dos trabalhadores

0% dos activos, 32% do volume de negócios, 20% dos trabalhadores

Page 20: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) chegou à conclusão de que, em termos médios, as transnacionais, a nível mundial, conservam uma forte identidade cultural e mantêm laços com o país de origem. As transnacionais continuam a ter uma forte ligação ao país onde foram criadas:

• ao nível dos seus trabalhadores• ao nível dos quadros dirigentes• ao nível dos capitais• ao nível dos centros de pesquisa

Podemos afirmar que as empresas globais ainda não existem verdadeiramente e que o mercado global está em construção.

Globalização da Produção

Page 21: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

A exportação, a partir de uma base nacional, continua a ser o primeiro vector de internacionalização, surgindo antes da produção a partir de filiais estabelecidas no estrangeiro.

Entre as firmas fabricantes, só a Ford tem mais de 50 por cento dos seus assalariados no estrangeiro. A situação é ainda mais nítida no caso das empresas japonesas. A Sony, com 55 por cento da sua mão-de-obra no estrangeiro, constitui excepção.

Só se encontram realmente globalizadas as transnacionais de pequenas economias abertas. Para elas, torna-se uma necessidade imposta pela divisão do trabalho à escala internacional. A Nestlé (Suíça), a ABB e a Electrolux (Suécia) são exemplos.

Globalização da Produção

Page 22: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

As multinacionais ( ou ETN) procuram obter vantagens comparativas decorrentes:

• da utilização do acesso directo às matérias-primas ou bens primários;

• do contorno dos entraves ao comércio internacional, evitando obstáculos proteccionistas; para isso localizam as filiais no interior dos espaços de integração económica;

• da estrutura cada vez mais oligopolista do comércio mundial (as empresas têm de ter dimensão para poderem competir);

• da diferença salarial, possibilitando a redução dos custos salariais noutros pontos do globo

Page 23: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Vídeo do Bloco de Esquerda Vídeo da Auto-Europa

Globalização da ProduçãoGlobalização da Produção

Deslocação empresarial

Deslocalização empresarial

Page 24: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Consideramos deslocação empresarial quando uma empresa abandona na totalidade um país, não conservando nele qualquer área de funcionamento.

A deslocalização empresarial está associada ao fenómeno da produção geograficamente repartida. É essa repartição que possibilita a transferência de uma das filiais da empresa para outro país em busca da produção a menores custos, geralmente à procura do menor custo do factor trabalho.

Globalização da produçãoGlobalização da Produção

Page 25: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da Produção

A transnacional organiza-se, tendo por base a concorrência mundial e a liberdade de mover os recursos, de acordo com os seus interesses, fazendo deslocar de uns países para os outros as filiais, mesmo contra os interesses dos Estado onde, até então, estavam instaladas.

A sua implementação em múltiplos Estados permite-lhe sobrepor-se aos Estados nacionais na optimização dos recursos e na redução dos riscos.

Todos estes procedimentos têm sido facilitados pela desregulamentação e liberalização dos espaços nacionais, associados à perda de poder do Estado-Nação.

Page 26: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Globalização da Produção

Page 27: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

Sistematização

• O papel das Empresas Transnacionais (ETN) na globalização da economia;

• Produtos globais; • Deslocalização e Deslocação das empresas

Globalização da Produção

Page 28: Jorge Lopes TRANSNACIONALIZAÇÃO – Produção Globalização

Jorge Lopes

As ETN dispõem de elevada capacidade de obter economias de escala na fabricação e no desenvolvimento de inovações. A sua implementação em múltiplos Estados permite-lhes sobrepor-se aos Estados nacionais na optimização dos recursos e na redução dos riscos.

Então, quais as vantagens e a razão de tanta concorrência entre os Estados para atraírem Investimento Directo Estrangeiro?

E as Pequenas e Médias Empresas? Estarão condenadas a desaparecer?