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CURITIBA, SETEMBRO DE 2014 BOCAS LITERATURA • RECEITAS • INDICAÇÕES • ENTREVISTAS Ilustração: Lecia Rosa Lago

Jornal Bocas

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1ª Edição - Setembro de 2014

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CURITIBA, SETEMBRO DE 2014

BOCAS

LITERATURA • RECEITAS • INDICAÇÕES • ENTREVISTAS

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EditorialBOCAS |PÁGINA 2

O jornal BOCAS, que está em sua 1ª edição, foi elaborado

por estudantes de jornalismo e tem como objetivo abordar a culinária de Curitiba, repleta de peculiaridades. A gastronomia da capital pa-ranaense conta com diversas opções de restaurantes e espa-ços gastronômicos, e suas influ-ências são as mais diversas: da cozinha italiana à tailandesa, passando pela árabe, chinesa, alemã, peruana, entre outras.Abordaremos receitas de va-riados tipos, entrevistaremos pessoas que usam a gastrono-mia como trabalho e também daremos dicas para que você, querido leitor, descubra novos sabores.De vegetarianos a doceiros, amantes de vinho a um bom fei-jão com arroz, o BOCAS trans-formará a gastronomia em lite-ratura cotidiana, trabalhando com a imaginação e o paladar de cada um.Para a concretização do projeto, contamos com o capricho e de-dicação de André G. Silveira. As ilustrações do artista deram ao jornal mais vida e personalida-de. Além disso, a capa foi feita com muito esmero por Letícia R. Lago.Delicie-se com nosso jornal e boa leitura!

“O prazer da comida é o único que, desfrutado com modera-

ção, não acaba por cansar.“ Anthelme Brillat-Savarin, gas-

trônomo francês

#LiteraturandoBianca Ogliari

Ainda que a declaração se in-sira num contexto peculiar,

literatura sempre existiu na gas-tronomia.Em Roma, a subsistência foi, desde cedo, um problema fun-damental para despertar o aprendizado culinário. A necessidade de assegurar o abastecimento público é de-fendida e elogiada por Plínio, o Velho, entendida já pelo grego Xenofonte como obrigação do chefe e torna-se um ditame im-portante no tempo da Repúbli-ca, e sobretudo na Época Impe-rial, a partir de Nero. Júlio César distribuía, para seus homens, carne de porco, azeite

e trigo. Eram os alimentos ricos e calóricos que a sociedade ro-mana acolhia com louvor.A referência do alimento, mui-tas vezes pouco explicada, sem-pre nos deixou do lado de fora da literatura gastronômica, por exemplo, em detrimento da importância que possuem os divertimentos em Roma, pare-ce-nos prorrogar uma reflexão sobre a alimentação dos roma-nos. É devidamente que o ali-mento tão simples como o pão, no sentido em que entendemos hoje, e também no sentido que tinha entre os romanos primi-tivos. Surgindo a literatura gas-tronômica na época Imperial,

ExpedienteEditora-chefe:Bianca OgliariRedação:Ana Santos, Ana Plassmann, Bianca Ogliari, Camilla de Oliveira, Josiane de Souza, Maria Luiza Lago, Sarah Menezes e Stephanie Machado.Diagramação:Camilla de OliveiraIlustrações:André G. Silveira e Letícia R. LagoImpressão:Gráfica ExceuniTiragem:50 exemplaresContato:facebook.com/jornalbocasissuu.com/jornalbocas

Esse projeto foi elaborado por alu-nas da Universidade Positivo e rea-lizado para as disciplinas de Intro-dução ao Jornalismo e Legislação e Planejamento Gráfico, do curso de Jornalismo.Ilustração: André G. Silveira

tão afamada entre nós pelos ex-cessos nos banquetes e festins, ninguém lembrará ou lerá que o pão era o pasto mais apetecível nesta época, para os romanos.Mudam-se os tempos, mudam--se os gostos e trazem agora novas iguarias, ficando por isso esquecido o puls, o azeite dos romanos, as histórias das avós com seus pratos eternizados nas nossas mentes, porém, surge o Literaturando para retratar aqui a nova literatura gastrônomica, contando histórias do antes e do agora. Esse é o meu “seja bem-vindo” aos leitores de estômago inte-lectual.

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#ABocaDisseAna Plassmann

Sabe aqueles dias em que você quer sair da mesmice, mas

nem tanto? Se dar ao luxo de co-mer fora, mas nem tanto? Então, foi na Avenida Água Verde, núme-ro 19, que encontrei o restauran-te Divino Mestre. Um cenário que por minha visão, talvez conside-rado rústico, é uma churrascaria, que, por meio de pesquisas e opi-niões do público, é muito elogia-da e bem conceituada. Com uma localização fácil, tem um ambiente amplo, que nos dei-xa à vontade. Luzes baixas e de-coração em cores neutras trazem um novo formato de churrascaria. Mas, como nem tudo são flores e excelentes refeições, o restauran-te pecou um pouco no estacio-

Divino Mestrenamento, que foi um problema. Por ser pequeno, comportar pou-cos carros e ter vagas estreitas, há congestionamento quando o limite de veículos é ultrapassa-do, principalmente em finais de semana e datas comemorativas. Com um variado cardápio, por rodízio, não há um momento em que o garçom não passe por sua mesa. Você não se verá à espera das carnes. Mas não se surpreenda se, em algum momento, a carne chegar fria. Ao questionar o garçom so-bre, ele se desculpou e disse que isso ocorreu em vista da rotativi-dade dos pratos. Como eu estava sentada no canto, perto da porta, consequentemente eu era a “úl-

Ilustração: André G. Silveira

WikiMaki

Viajando para outra cultura, sem sair do país, da cida-

de, e até mesmo da sua própria casa, o WikiMaki está disposto a fazer você saborear variados pratos inclusos no cardápio re-cheado e ainda a sua especiali-dade, o Temaki. Ali, a culinária japonesa é abordada de forma simples, perfeita para qualquer hora e momento. Ao chegar, fui muito bem atendida, sem de-mora, e logo me apaixonei, em especial, pelo Temaki Salmão Filadélfia, que é composto por boas doses de salmão e cream cheese. Outra exclusividade e diferencial do restaurante é o sanduwiki. Como o nome sugere, é um san-duíche, porém modificado. No lugar do pão, entra o arroz ja-ponês grelhado, havendo duas opções de recheio: salmão ou shitake. Eu não experimentei, mas não duvido que seja tam-bém uma delícia. E, após a refeição, não se dê por satisfeito e invista na sobre-mesa. Você pode optar por um Temaki doce. Sugiro o de dois amores com morango, doce de leite, côco queimado e banana. Não é possível que não te dê água na boca! Não se acanhe se estiver em casa com aquela preguiça boa de domingo. Você pode ligar para o número (41)3049-0029, com funcionamento extenso das 18:30h a 00h. Ou se preferir, vá até a Avenida Munhoz Rocha, 755, no Cabral. Já marquei a mi-nha volta, aprovado!

tima” a ser servida. Entretanto, após minha reclamação, não tive mais problema e tudo se re-solveu rapidamente. Os garçons mostraram-se competentes quanto ao bom atendimento ao cliente e não deixaram a desejar quando se é feita alguma obser-vação. O que vale é o preço, que, por sua vez, é acessível, mediano e cabe no bolso facilmente. O Divino Mestre é, com certe-za, um restaurante muito bom e convidativo para voltar outras vezes. Garanto que quem visitar o estabelecimento não irá de maneira alguma se arrepender. Recomendação do BOCAS para você. Aprovado!

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#CantinhoVerdeSarah Menezes

Recentemente conheci uma médica que me ajudou a

mudar muitos maus hábitos do meu cotidiano. A doutora Léia, além de médica, é uma mãe que arranjei em Curitiba para fazer com que eu coma direito. Ela percebeu a minha vontade de chegar em casa e comer algo quentinho para aquecer o cora-ção. E assim, conheci o omelete mais gostoso da vida! Com apenas dois ovos, duas colheres de sopa de farinha de aveia (média), uma colher de sopa de requeijão e alguns tem-peros, você tem uma comida quentinha e saudável. É difícil? Não, e nem precisa jo-gar a preguiça pra lá. Você só deve mexer bastante tudo isso, colocar um fio de azeite de oliva na frigideira, virar tudo lá e es-perar o omelete inflar. Às vezes, ele quebra ao meio porque a gente não é profissional, mas o gosto continua o mesmo. Além de gostoso, o omeletinho da doutora Léia é super saudá-vel. A farinha de aveia é rica em proteínas, vitaminas (como B3, B1 e E), fibras e minerais; e tam-bém ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue. Os ovos são ricos em ômega 3, e, se você colocar um pouco de alho, ele ajuda seu sistema imu-nológico a funcionar melhor.Espero que, depois de um dia frio fora de casa, você consiga colocar suas pantufas e comer uma comida rápida, quentinha e saudável. Afinal: barriga cheia, coração feliz.

Omeletinho

Ilustração: André G. Silveira

Ai, ai, eu não gosto de abóbora

Conheço muita gente que não gosta de cozinhar. Acha que

é muito difícil, não consegue fa-zer arroz que não desgrude da panela, e, ainda por cima, tem preguiça de limpar. Pois bem, eu nunca fui assim. Desde mui-to pequena eu percebi que co-zinhar é fácil, que fazer arroz soltinho é possível, e que lavar a louça não faz a mão de nin-guém cair. E assim, nasceu um pequeno sonho de falar para as pessoas como cozinhar pode ser prazeroso. Aqui no Cantinho Verde, eu pre-tendo compartilhar receitas fá-ceis, e que, além disso, fazem bem para a saúde. Cozinhar leite condensado com chocola-te em pó é facílimo, mas arcar com as consequências de viver à base de brigadeiro não é tão simples. Minha proposta é uma culiná-ria saudável e prazerosa. Sen-do assim, logo lembrei da frase que tanto ouço “éca, abóbora” ou então “ui, vai abóbora nisso aí?”. Pois bem, queridos: abóbo-ra faz muito bem para a nossa saúde, e é super recomendado que a gente inclua ela na nossa alimentação. É bom comer abó-bora cozida, pura? Olha, ruim não é, mas é meio sem graça. Por estas e outras, eu compar-tilharei uma receita que faz até criança mimada comer abóbo-ra: Um purê. Primeiro, largue esta abóbora gigante. Você vai perder alguns dedos tentando cortá-la. A mi-nha dica é você comprar aque-la abóbora da feira que já vem

picadinha. Ou então, se você tem o sonho de cozinhar essa abóbora enorme, cozinhe ela e descasque depois. Certo? Não quero ninguém sem dedo me processando depois. Bem, a abóbora precisa cozi-nhar bastante, e isso depende da quantidade que você está fazendo e da capacidade do seu fogão. Portanto, fique atento. Quando perceber que a abóbo-ra está mole o suficiente para virar um purê, tire ela da panela e coloque em uma vasilha. Com o auxílio de um garfo e de azeite de oliva, esmague tudo. Um ou dois fios de azeite já é o suficien-te. Agora, se você quiser deixar bem cremoso, coloque duas co-lheres de sopa de cream cheese ou requeijão light. Tempere este purê com orégano, e reserve.Ele já está delicioso, ok? Mas nós vamos deixá-lo irresistível. Para isso, vamos para a próxima etapa. Para deixar o seu purê inacre-ditavelmente delicioso, vamos precisar de proteína de soja. Aquela bem miúda. Deixa hidra-tar em água morna por 15 mi-nutos, enquanto você refoga ce-bola e alho a gosto. Acrescente a proteína, sal, e seus temperos favoritos. Vale pimenta do reino, orégano, salsinha, e o que você quiser. Para deixar o molho bem su-culento, pique um ou dois to-mates, dependendo da quanti-dade de PTS que você utilizou. Se você quiser acrescentar um molho de tomate, fique à von-

tade. Ingredientes como cenou-ra e beterraba cozidas também acrescentam muito sabor ao molho. Depois de cozido, é só jogar no purê. Agora, finalize com o queijo de sua preferência (ralado ou fatia-do), e leve ao forno por cerca de cinco minutos. Espere o queijo derreter, e veja a mágica acon-tecer. Olha, se você não conseguir fazer seu filho comer abóbora depois deste purê, está na hora deste mocinho levar umas pal-madinhas. Não esqueça que a abóbora é rica em fibras, água, vitaminas A, C e E; além de ferro, fósforo e outros minerais. Vale a pena comer um pouqui-nho desta hortaliça!

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#NaquelaRua...Ana Santos e Camilla Oliveira

Numa bela tarde de domingo, um pouco chuvosa, mas bo-

nita, resolvo ligar pra nova amiga que fiz na cidade a fim de jogar conversa fora e, quem sabe, ir co-mer alguma coisinha boa. Afinal, ninguém é de ferro e merecemos comer umas besteirinhas de vez em quando. Pego o telefone e então ligo. Ela logo atende, sendo simpática como sempre é. Faço o convite e aguardo a resposta que virá do outro lado da linha. Percebo que Maria sorri e logo responde com um sim bem alegre e feliz. Pron-to, nossa programação para a tar-de está combinada. Agora corro ao Google para dar uma olhada e descobrir qual ôni-bus devo pegar para chegar até o local. Não demoro a descobrir. Santo Google! Vou para o ponto de ônibus e em-barco para encontrar com Maria e curtir a tarde de domingo de uma maneira prazerosa. Seguimos en-tão em direção à Bella Banoffi.O estabelecimento é uma ótima opção pra quem gosta de um cli-ma mais hippie, tranquilo e acon-chegante. Localizada na Rua Itupava, Alto da XV, em Curitiba, a doceria e bistrô é sinônimo de qualidade e efici-ência, tendo recebido vários e importantes prêmios gastronômi-cos da cidade, como o Prêmio Co-mer&Beber Revista Veja Curitiba - Melhor Doceria de Curitiba, em 2013/2014; Prêmio Comer&Be-ber Revista Veja Curitiba – Eleita a Melhor Doceria em 2010; e sen-do indicada a várias premiações da capital paranaense.

...existe um aconchego

Um diferencial do estabelecimen-to é a própria decoração. Com diversos elementos vintages, o espaço é super aconchegante e acolhedor. Dá a impressão de ser um ambiente retrô mistura-do com um ar hippie, sendo um lugar ideal pra quem quer jogar conversa fora com os amigos e se deliciar com as saborosas tortas que a casa oferece. E por falar em tortas, o xodó da casa recebe o nome do próprio estabelecimento. A Torta Banoffi é feita com pedaços de banana, nata, biscoitos e doce de leite. Irresistível! Quem vai até a Bella Banoffi, não pode deixar de ex-perimentar essa delícia. Quem experimenta, não quer saber de outra torta.

Ilustração: André G. Silveira

O bistrô também oferece aos clientes um cardápio irresistível e inconfundível. De terça a do-mingo, os pratos variam de filé de frango cremolado à macarrão tailandês. No domingo, o cliente pode pedir um filé curitibano de escondidinho de camarão, entre outros itens. Outro diferencial são as sobreme-sas de dar água na boca, como o cheesecake de frutas amarelas, ou o sorvete de queijo com calda de goiaba.O filosofo Cícero já dizia: “O pra-zer dos banquetes não está na abundância dos pratos e, sim, na reunião dos amigos e na conver-sação.” Entretanto, na Bella Ba-noffi você pode saborear o prazer desses banquetes juntamente

com reunião de seus amigos.Voltei para a casa, alegre e feliz por poder passar bons momentos com minha amiga Maria. Pude desfrutar de uma boa gas-tronomia e de uma ótima compa-nhia.Alguns diriam que de um dia chu-voso não se pode esperar nada de bom, e que domingo sempre é chato. Eu discordo. Indo à Bella Banoffi com boas amizades, qual-quer dia ruim se transforma. A casa funciona de terça a domin-go, das 11h00 às 22h00, e ofere-ce a opção Vallet para estaciona-mento. Para mais informações, ligue (41)3262-0004.

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#AdoçandoAVidaMaria Luiza Lago

Quando comi pela primeira vez a torta de pistache, es-

tava em clima de festa e alegria: era Ano Novo de 2013 e toda mi-nha família estava reunida numa mesa rodeada de delícias salga-das e doces. A torta de pistache foi criada por Andrea Destri Krieger Lago e é uma das melhores sobreme-sas que já experimentei, por ser cremosa e crocante ao mesmo tempo, por cair bem em reuniões familiares, por ser esteticamente bonita e por deixar um gostinho de “quero mais”.Você deve pensar: pistache deve ser muito enjoativo... Pelo contrá-rio, é muito saboroso! Não deixa de ser bastante adocicado, mas o sabor da massa crocante de mai-sena equilibra o gosto doce do pistache e do leite condensado. Você ainda pode colocar peda-cinhos de pistache para deixar a torta mais crocante, equilibrando a cremosidade do recheio. De acordo, com Andrea, “essa torta de pistache é ideal para fi-nalizar uma refeição leve ou ser degustada como um pequeno lanche, acompanhada de um chá, café ou suco. Seu recheio é doce, com sabor pronunciado de leite condensado e deliciosamente sal-picado de pedaços de pistache. O contraste da cremosidade do re-cheio com a casquinha crocante que envolve a torta deixa esse doce muito especial. Prove e não irá se arrepender!”.

Segue aqui a receita dessa deli-ciosa torta:

Torta de Pistache Massa:- 1 pacote de bolacha maisena moída no processador (200g);- 100g de manteiga sem sal (pode derreter um pouco no micro-on-das);Misture tudo e forre uma fôrma redonda com fundo removível. Deixe assar por uns 15 minutos e estará pronta quando a borda dourar. Aguarde a massa esfriar e faça o recheio.

Recheio:- 200g de pistache descascado;- 2 latas de leite condensado;- 1 colher de chá de manteiga;- 2 latas de creme de leite sem soro.Moa o pistache no processador,

mas deixe pequenos pedacinhos. Misture o pistache com o leite condensado e a manteiga, e leve ao fogo até dar ponto (descolar da panela quando for mexen-do com a colher). Deixe esfriar e depois misture com o creme de leite gelado e sem soro. Recheie a massa e coloque na geladeira por algumas horas para firmar. Se quiser, finalize com algumas ras-pas de chocolate preto ou branco para enfeitar a torta.

A torta de pistache é uma receita prática e fácil de fazer, com ape-nas seis ingredientes que podem adocicar o seu dia e servir de so-bremesa para qualquer tipo de ocasião. As raspas de chocolate

Ilustração: André G. Silveira

como finalização complementam o sabor da torta, que, por ter um gosto doce marcante, dão desta-que ao chocolate, que pode ser branco, preto ou amargo. A bo-lacha maisena também equilibra esse gosto, não deixando que fi-que muito enjoativo de comer. A sobremesa combina com vinho, sucos e chás, sendo leve e, ao mesmo tempo, doce. Você pode variar os recheios para misturar com o leite condensado: choco-late, morangos picados, diversas frutas, diversas sementes; não só pistache, como nozes, amêndoas, castanhas: deixe sua imaginação te guiar! O leite condensando mais a mas-sa de maisena lhe darão abertura para que você possa criar infini-tas possibilidades de sobremesa, desde as mais doces até as mais leves. Para servir a torta, são também indicadas raspas de limão (o aze-do característico dessa fruta pode dar uma quebra do gosto doce), raspas de laranja ou outros ali-mentos que não interfiram no gosto do pistache, mas que ape-nas deixem uma lembrança ao comer a torta.Dependendo do tamanho em que ela for feita, pode servir 10 pes-soas ou mais; mas também pode ser feita em miniatura. Para quem procura um doce re-quintado, que não precise de muita prática na cozinha para ser preparado e que seja saboroso, a torta de pistache é ideal.Não deixe de experimentar, fazer em casa e comer com os amigos.

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BOCASPÁGINA 7 |

#PrazeresDaMesaStephanie Machado

Apaixonada por churrasco, co-mida típica brasileira, a advo-

gada e estudante Briane Taques Posselt nunca priorizou o curso de gastronomia em sua vida, tan-to que sua primeira formação é em Direito. Porém, sempre quis saber mais desse universo da cozinha e tentar aprender a de-senvolver habilidades de comer e gostar de outros pratos que iam contra sua vontade.O curso está servindo bastante para isso, e as dicas que Briane deixa para quem gosta de cozi-nhar são de que as pessoas conti-nuem incentivadas com esse gos-to e que prossigam aprimorando os seus conhecimentos, pois exis-tem muitos cursos rápidos com especializações em determinadas áreas. “Acho esses cursos muito inte-ressantes. É sempre um conhe-cimento a mais que vai sendo adquirido, algo que vai ser usado na sua vida, afinal, todo mundo come. Se você não usar as técni-cas profissionalmente, vai usá-las na vida pessoal, e esse foi um dos motivos pelos quais resolvi fazer gastronomia, já que ela está em tudo no nosso dia a dia”, diz a ad-vogada.

Você se sentiu insegura com re-lação ao curso e às disciplinas? Me senti bem insegura. Como eu não tinha conhecimento ne-nhum, nunca fui de estar muito na cozinha, de observar... Minha família sempre pediu comida em casa, então eu não tinha esse do-mínio, esse conhecimento. Eu en-trei no curso sem saber de nada

Entrevista com estudante de Gastronomia da Universidade Positivomesmo, querendo aprender uma coisa que eu não conhecia. Então, me senti insegura, mas o curso está sendo tranquilo.

O que você aprecia na gastrono-mia?O fato dela fazer parte do nosso cotidiano, de você conseguir ter uma diversidade mudando os pratos, o estilo, a decoração. A gastronomia é muito dinâmica, sempre se aprimorando, desco-brindo novos temperos. O gosto-so na gastronomia é justamente esse dinamismo.

Na sua opinião, qual é o melhor prato da cozinha nacional?Não tive ainda aula de cozinha brasileira aqui na faculdade, mas eu gosto bastante de churrasco, um dos meus pratos preferidos. Amo churrasco desde criança! Sou daqui do Paraná, mas convivi muito com gaúcho. Nós fazemos carne de tudo quanto é tipo. Sou carnívora mesmo.

Há algum prato que você detes-ta?Um dos pratos que eu não con-sigo comer ainda é o de comida japonesa. Não como nada, não há o que faça eu comer (risos). Prefi-ro massas, mas quem sabe, com o tempo, eu consiga adaptar meu gosto.

Qual sua opinião sobre a gastro-nomia brasileira?Acho que a gastronomia nacional tem tido um up nos últimos anos. É um mercado que está crescen-do muito, que as pessoas estão

valorizando mais. Antigamente, ouvíamos: “essa pessoa vai fazer um curso para ser cozinheira”. Pa-rece que a gastronomia era uma coisa não muito valorizada. Entre-tanto, vejo que hoje a opinião das pessoas está mudando bastante. Elas estão querendo desenvolver seu paladar. Antes, pensava-se que os estu-dantes de gastronomia são de “baixo padrão”, mas não, são pes-soas que têm requinte, que gos-tam de saber o que combina ou não, que querem comer melhor.

É um mercado que está crescen-do bastante. Então, a tendência é melhorar, tanto que, há alguns anos, não tínhamos curso de gas-tronomia.

Confira uma das receitas prepa-radas pela nossa entrevistada:

RISOTO AL GAMBERONE

Ingredientes:

500g de camarão rosa médio sem casca2 tomates sem pele e sem se-mente2 colheres de cebola80g de manteiga sem sal 100ml de vinho branco seco75g de queijo parmesão 1/2L de caldo de camarão ou pei-xe 300g de arroz arbóreo100g ervilhas frescas (opcional)

Preparo:

Leve uma caçarola ao fogo com a manteiga, adicione a cebola e refogue. Junte o arroz, mexendo bem, adicione o vinho branco seco e deixe evaporar. Acrescen-te, aos poucos, o caldo de peixe ou camarão, mexendo sempre por, aproximadamente, 15 minu-tos. Junte o camarão e os tomates em cubos e cozinhe-os por mais 3 minutos. Por último, acrescente o restante da manteiga bem ge-lada. Se preferir, salteie os cama-rões com manteiga e ervas e adi-cione ao risoto somente no final. Sirva em seguida.

Ilustração: André G. Silveira

Page 8: Jornal Bocas

BOCAS | PÁGINA 8

Boca

Poesia

Bocalivre trânsitode vocábulos e avesfruições e frutos.

Bocasede de gozo e poderpombos lhe pousamentre os dentes ávidospêssegos se imolamcindindo-lhe os lábios.

Bocasítio de martíriose a contragostode fome se fechaou em pânico se calaatrás de uma mordaça.

Astrid Cabral

Eventos Gastronômicos1º Festival de Carne de Onça em Curitiba

Camilla de Oliveira

De 9 a 23 de setembro, acontecerá o 1º Festival de Carne de Onça em Curitiba, organizado pelo site Curitiba Honesta. De acordo

com a página, 34 estabelecimentos irão participar e o preço é único: R$9,90. A notícia animou os fãs do petisco, tanto pela variedade de opções quanto pelo preço acessível. A carne de onça é tradicionalmente consumida na capital paranaense, sendo saboreada desde 1950. O prato é formado por uma porção de carne moída servida sobre uma fatia de broa preta. O tempero é a marca registrada da receita: cebola branca e cebolinha picadas, azeite de oliva e mostarda escura. Entretanto, outros ingredientes podem ser acrescentados, dependendo do bar ou restaurante. Como acom-panhamento, um chopp bem gelado é a melhor opção.A expectativa em torno do evento é grande, e muita gente já está se programando para aproiveitar ao máximo esse festival. Então chame seus amigos e divirta-se!

Para saber quais são os estabelecimentos participantes, acesse a pági-na curitibahonesta.com/festival-de-carne-de-onca-de-curitiba. Ilustração: André G. Silveira

Experimente

Pierogi do Tadeu

Quem frequenta as feirinhas gastronômicas de Curitiba provavel-mente já conhece a Barraca do Tadeu, que vende os pierogis

mais famosos da capital paranaense. Há 26 anos, o polonês Tadeu Kawalec montou sua primeira barraquinha e vende hoje cerca de 6 mil unidades por semana.O pierogi, prato típico da Polônia, é um pastel cozido que, na receita do Tadeu, é recheado com ricota e batata ou carne defumada e repo-lho. O cliente pode escolher o tipo de molho que prefere: calabresa, champignon ou misto.A porção mínima vem com seis unidades e custa a partir de R$8,oo, dependendo do molho escolhido.O sucesso é indiscutível e a fila de clientes é longa. Entretanto, a es-pera vale a pena. A massa dos quitutes é macia e os molhos são deli-ciosos. Além disso, a barraquinha é um dos poucos estabelecimentos que vendem pierogi de qualidade em Curitiba.A cada dia da semana, exceto na segunda, a Barraca do Tadeu é mon-tada em um local diferente. No domingo, ela funciona em frente ao Cavalo Babão, no Largo da Ordem. O pagamento só pode ser feito em dinheiro.

Um lustre repleto de xícaras de porcelana, decoração delicada e alegre, livros e mais livros sobre gastronomia e, o mais impor-

tante, muitas gostosuras e variados tipos de chás. Essa é a The Kettle - chá com simpatia, uma casa de chá localizada na Alameda Prudente de Morais, no bairro Mercês. O ambiente é aconchegante e o cardá-pio é recheado de pratos e quitutes saborosos. Entre as opções, há sopas, quiches, muffins, waffles e até coalhada caseira. A variedade de bolos e tortas também é grande. Uma boa pedida é a “Rainha de Sabá“, um bolo sem farinha de trigo, que conta com chocolate amar-go e amêndoas.Com relação às bebidas, o cardápio também é extenso: cafés, acho-colatados, vinhos e espumantes. Entretanto, a especialidade da casa são os chás, que podem ser servidos de duas formas: bule ou xícara. O estabelecimento conta com chás de diversas partes do mundo, como o Earl Grey, o Darjeeling, o Chai Indiano e os chás de frutas.A casa funciona de segunda a sábado, das 14h00 às 21h00, e o tele-fone de lá é (41)3233-1978.A The Kettle é um ótimo lugar para relaxar e comer bem. Vale a pena experimentar!

The KettleCamilla de Oliveira