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Setembro de 2018 Edição: 384 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Aguda Páginas 16 e 17 Arcos de Valdevez Páginas 18 e 19 VOLUNTÁRIOS DE LISBOA PEDRÓGÃO GRANDE FEDERAÇÃO DE SETÚBAL FEDERAÇÃO DE SETÚBAL “Os bombeiros, todos os dias, fazem a diferença” Um príncipe nos bombeiros LBP solidária com bombeiros acusados “Nasci e fui criado nos bombeiros” “Nasci e fui criado nos bombeiros” Página 12 Página 9 Páginas 14 e 15

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S e t e m b r o   d e   2 0 1 8   Edição:  384  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

AgudaPáginas 16 e 17

Arcos de ValdevezPáginas 18 e 19

VOLUNTÁRIOS DE LISBOA

PEDRÓGÃO GRANDE

FEDERAÇÃO DE SETÚBALFEDERAÇÃO DE SETÚBAL

“Os bombeiros, todos os dias, fazem a diferença”

Um príncipenos bombeiros

LBP solidáriacom bombeiros acusados

“Nasci e fui criado nos bombeiros”“Nasci e fui criado nos bombeiros”

Página 12

Página 9

Páginas 14 e 15

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2 SETEMBRO 2018

A força das raízesNos dias de hoje, em ne-

nhuma associação e cor-po de bombeiros se usa

uma maca rodada para prestar socorro. As existentes descan-sam em recantos dos nossos quartéis como memórias vivas do passado.

Hoje, fruto da evolução dos conhecimentos e dos meios téc-nicos, usam-se novas ambulân-cias de socorro dotadas dos melhores equipamentos para que os bombeiros que nelas se deslocam possam prestar so-corro nas melhores condições, fazendo uso da sua competên-cia, conhecimento e experiên-cia.

E como bem sabemos, hoje o socorro pré-hospitalar prestado no nosso país é assegurado em cerca de 90 por cento pelos bombeiros, aliando eficácia, prontidão e uma muito signifi-cativa capacidade de resposta, como fica bem patente.

Aparentemente poderá en-tender-se que não haverá nada em comum entre a primeira si-tuação e a segunda. Mas eu atrevo-me a dizer que é preci-samente o contrário. Há mais semelhanças, e mais profun-das, do que se possa pensar, pese embora as enormes dife-renças, até óbvias, que inexo-ravelmente a distância tempo-ral de muitas décadas possa também ditar.

A questão é que, em primeiro lugar, ambas as situações são protagonizadas por bombeiros. E que, nos dois casos, prestam socorro fazendo uso dos meios e dos conhecimentos de cada época. E a razão para tal é sim-ples. É que no passado e hoje são os bombeiros quem, de fac-to, respondem à totalidade das chamadas de socorro.

Muito recentemente, D. José

Tolentino de Mendonça, arce-bispo nomeado pelo Papa Fran-cisco para responsável do Ar-quivo e Biblioteca Apostólica do Vaticano, afirmou que “a força das raízes não é (apenas) o passado da árvore, mas a ga-rantia da sua vitalidade”.

Esta expressão dá que pen-sar e, em meu entender, pode bem servir como tema de refle-xão a propósito da história e da evolução dos bombeiros e do voluntariado em Portugal.

É a força das raízes que ao longo do tempo vai alimentando a árvore. É a força das raízes que a vai fazendo crescer e moldando-a em função das condições e oportunidades que vai obtendo para crescer e de-senvolver-se. Assim se passa também nas associações e cor-pos de bombeiros.

Começou por uma lingua-gem, uma intenção comum di-tada pela vontade de concreti-zar um sonho de alguns para responder às necessidades de todos.

Tratou-se de uma linguagem, uma vontade, que ao longo do tempo foi revelando e consoli-dando uma identidade própria, uma cultura de estar, saber es-tar, querer estar de modo dife-rente para, além das suas vidas e experienciais pessoais, poder responder às necessidades do colectivo, da comunidade de que fazem parte. Uma vontade que criou raízes, que foi cres-cendo delas, uma vontade solí-cita e activa em prol dos outros.

Tal coisa afigurar-se-ia tão simples como tão complicada ao longo do tempo em função da evolução da própria socieda-de em que essa cultura nasceu, cresceu e desenvolveu-se.

A força das raízes natural-mente testemunha o seu vigor,

a sua força de crescer, a evolu-ção, as suas diferentes etapas, e evidenciam a força anímica e a determinação com que surgi-ram, com que se desenvolve-ram e como continuam a ser úteis, como sempre, à vitalida-de da árvore ou da instituição.

Os fundadores das associa-ções e corpos de bombeiros, por isso, não são apenas uma memória que se esfuma na né-voa do passado. São as nossas raízes e é partir do sonho que acalentaram, que ao longo das diferentes épocas, ao longo do crescimento da árvore ou da instituição, foi possível aos seus sucessores, com os seus cunhos próprios por certo também, ir dando passos importantes que garantiram e garantem hoje a sua vitalidade.

A cultura a que me refiro são obviamente os bombeiros, no-meadamente voluntários, e a imagem da árvore aplica-se perfeita e justamente às nossas associações e corpos de bom-beiros.

A par do crescimento da ár-vore, a sociedade que decidiu criar os bombeiros também

evoluiu, com novas formas de ver as coisas, com base em no-vas relações sociais, novas for-mas de organização. E, a par disso, a linguagem, a identida-de e a cultura subjacente aos bombeiros também evoluiu, de-monstrando dinamismo próprio e capacidade de ler a história e os seus acontecimentos.

Ao longo dos tempos, a socie-dade que decidiu criar os bom-beiros foi, ela própria, que deu como adquirida essa realidade, como fazendo parte de si pró-pria, mas, por vezes, sem cui-dar de saber e fazer com que ela continue a ver reunidas as con-dições para se manter e desen-volver. Trata-se de, tão simples-mente, saber cuidar da árvore. Tarefa que cabe a todos realizar.

Trata-se de, em função da qualidade das raízes dotá-las dos meios que as permita conti-nuar a assegurar o crescimento e a vitalidade da árvore, tam-bém dito, dos bombeiros.

Trata-se de assegurar o equi-líbrio de meios que alimentem a vontade colectiva dos que que-rem ajudar, os bombeiros, com a dos que desejam e agrade-

cem a sua disponibilidade e efi-cácia, a comunidade de que fa-zem parte.

Ora, como bem sabemos, esse equilíbrio, que pareceria simples e plenamente justifica-do, nem sempre tem funciona-do da melhor maneira.

E a sociedade, e o Estado que ela criou, por inércia ou demis-são, como se queira interpretar, não têm sabido manter esse equilíbrio, aliás, bem traduzido no desfasamento entre os be-nefícios que os bombeiros lhes têm assegurado e os custos bem demonstrados que isso acarreta e de que eles não têm sido ressarcidos pelos primei-ros.

Todos saúdam, e até tecem laudas, à missão dos bombei-ros, mas sem as devidas e ne-cessárias compensações, práti-cas e directas, à sua sustenta-bilidade.

Esta é a luta de há muito. Esta é a luta em que a Liga dos Bombeiros Portugueses se tem empenhado. Luta que lhe deu origem e que ainda hoje, pas-sados 80 anos, lhe continua a dar sentido.

Todos os dirigentes e coman-dantes que a integram sabem por experiência própria, até das associações e corpos de bom-beiros de que fazem parte, da importância de salvaguardar as raízes para garantir a vitalidade da árvore. E fazem-no em dife-rentes momentos e diferentes fases, em circunstâncias por vezes particularmente difíceis, mas procurando sempre, em qualquer caso, manter aberta a via do diálogo e da concertação, mesmo que musculada e tensa, como tantas vezes tem aconte-cido, quer no passado, quer nos dias de hoje.

Falei antes de uma lingua-gem ditada pela vontade de concretizar um sonho. Sonho que deu origem a uma identida-de e a uma cultura própria. Cul-tura que criou raízes que têm sempre crescido, amadurecido e rejuvenescido a árvore, asse-gurando-lhe o alimento, logo, a vitalidade necessária para que possa manter-se.

É assim que os bombeiros têm prosseguido, cuidando das suas raízes. Por certo, não será com meros populismos inflama-dos e plagiadores que iremos prosseguir essa tarefa, pese embora os efeitos mediáticos que daí possam advir. Mas um processo negocial eficaz não se sustenta nem se radica nisso.

A questão, se assim lhe qui-sermos chamar, cala mais fun-do, ou seja, tem horizontes mais vastos e complexos, que a espontaneidade, e atrevo-me até a admitir, a bondade de pe-quenos gestos não resolve nem ajuda a resolver. Prossiga-se a luta, com verdade e com deter-minação com base nas raízes e em prol da vitalidade da árvore.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

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“Os bombeiros portugue-ses esperam há um ano

pela legalização de viaturas de socorro, sem que nem carro-çadores nem as próprias auto-ridades (IMTT) tenham resol-vido a situação”, denuncia em comunicado a Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP) la-mentando o que se a tornar numa “situação comum”.

A confederação dá como exemplo o caso de Mogadouro, que aguarda há um ano pela vistoria e matriculação de duas viaturas, uma de coman-

do e uma outra ligeira de com-bate a incêndios.

“Os bombeiros lamentam

que o processo, encaminhado através da delegação de Avei-ro do Instituto da Mobilidade e

dos Transportes (IMTT), assu-ma contornos lamentáveis já que neste momento, inclusive,

os documentos necessários às vistorias, pedidas há um ano, já se encontram caducados”,

assinala fonte da LBP, adian-tando que estas “duas viaturas são consideradas imprescindí-veis já que se destinam a re-forçar o atual dispositivo de intervenção e socorro”, ao que acresce “um investimento que não está a ter expressão práti-ca na sua operacionalidade”.

“Casos como este são con-denáveis também porque in-cluem dezenas e dezenas de viaturas ambulâncias de so-corro na emergência e trans-porte de doentes”, reforça a confederação.

IMTT FAZ ESPERAR OS BOMBEIROS

Viaturas há um ano por legalizar

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3SETEMBRO 2018

Se alguém tivesse alguma vez dú-vida, que não tenha, porque, como temos enunciado e de-

monstrado não abdicamos nem abdi-caremos da nossa missão enquanto dirigentes da Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP), da defesa dos Bom-beiros, dos Dirigentes, dos Comandos e das suas Associações e Corpos de Bombeiros.

Trata-se de um imperativo estatutá-rio, mas também, e não menos impor-tante, de um imperativo de consciên-cia de todos nós, ao assumirmos fun-ções de dirigentes desta confederação, cientes das dificuldades e dos obstácu-los conhecidos e de outros que pos-sam surgir, mas também determina-dos a fazer tudo para os transpor.

Poderemos não fazer milagres, ao contrário daquilo que alguns palavro-sos e plagiadores das nossas propos-tas poderiam querer exigir-nos, mas, sem dúvida alguma, trabalhamos afin-cadamente com a convicção que ao defender as nossas propostas estamos num caminho certo e justo que terá como objetivo primeiro os Bombeiros e as suas Associações e Corpos de Bombeiros e como segundo objetivo, igualmente importante, as comunida-des que estiveram na sua origem e que juraram defender.

Nunca nos verão carpir ou claudicar perante as dificuldades. A experiência assim o demonstra e testemunha.

Mesmo que sabendo, que muitas delas são até conhecidas e esperadas nunca deixaremos de as enfrentar como o mesmo denodo de sempre. Te-mos a certeza que as vitórias nem sempre se conseguem alcançar à pri-meira. Mas estamos também bem cer-tos que a persuasão, o espírito de diá-logo, a própria diplomacia podem ser bons instrumentos e meios para que, com tanta determinação como bom senso, possamos chegar a bom porto.

O incêndio do Chiado foi há 30

anos e as fotos de então são um tes-temunho concludente das dificulda-des operacionais que os bombeiros então acusavam. Era evidente a falta de equipamentos de proteção indivi-dual. E isto acontecia quando muitos dos nossos congéneres europeus e de outras partes do mundo, nomeada-mente norte-americanos, há muito os usavam.

Muito antes e, particularmente desde então, os registos da LBP tes-temunham os alertas feitos perante as estruturas do Estado para essas insuficiências e riscos em proteção in-dividual.

Ao longo destes 30 anos muito foi feito fruto do trabalho partilhado en-

tre a LBP, as federações, as associa-ções e corpos de bombeiros junto do próprio Estado e das Autarquias. A história recente faz-nos essa justiça. E testemunhará ainda que esse pro-cesso, a que também não foi alheio o esforço na construção de novos quar-téis, foi crescente, acelerado e con-certado.

Hoje, à distância será possível fa-zer o balanço positivo dos objetivos alcançados. Mas o que hoje nos moti-va mais é o facto de, tendo alcançado tantos patamares, mesmo que nem sempre à primeira nem de forma de-finitiva, importa não descansar, não aliviar o esforço e, pelo contrário prossegui-lo.

Concluída positivamente uma pri-meira fase acordada com o Estado para garantir EPI florestais para to-dos importa considerar que apenas ganhámos uma etapa e que a se-guinte, que há muito defendemos e que agora se começa a esboçar, é que possamos passar a ter pelo me-nos dois, senão três, EPI florestal por bombeiro.

O mesmo entendemos que se de-verá passar com os EPI estruturais, para combate a incêndios urbanos. Há ainda um longo trabalho a fazer nesse âmbito que também não ire-mos descurar.

São visíveis as muitas frentes de trabalho e de luta que se nos apre-

sentam. Não esquecendo nem des-curando nenhuma delas, perante a impossibilidade real de as concreti-zar no imediato e no conjunto, im-porta que assumamos algumas de-las como mais prioritárias que ou-tras. Para tal, teremos que ter em conta a urgência e o risco que lhes estão associados. Os EPI correspon-dem sem dúvida à urgência e ao ris-co identificados e, por isso, são nes-te momento, em termos de equipa-mentos, a nossa principal preocupa-ção.

Não desmerecer a confiança dos Bombeiros Portugueses é o nosso compromisso de ontem, hoje e sem-pre!

Não abdicamos nem abdicaremos da nossa missão

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4 SETEMBRO 2018

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) defende o

cumprimento de um despacho anterior do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para que o transporte de todos os doentes não urgentes possa finalmente ser todo concentra-do no Sistema de Transporte de Doentes (SGTD), a plataforma já utilizada pelas administra-ções regionais de saúde (ARS).

Essa garantia foi dada há muito à LBP pelo ministro, mas que tem tardado em ser con-cretizada. Agora, porém, sur-gem informações que levam a concluir estar esse despacho fi-nalmente para ser cumprido.

O recente Despacho nº 7299/2018 da secretária de Es-tado da Saúde, Rosa Valente de Matos, vem agora dar mais um passo em frente nesse sentido dando conta “da aplicação de transporte não urgente de doentes que se pretende que esteja concluída em todas as instituições do SNS (Serviço Nacional de Saúde) até final de março de 2019”.

Uma das razões apontadas

para essa medida tem a ver com “garantir que o alargamen-to da utilização do sistema por todas as entidades do permite efetivamente a obtenção de si-nergias entre instituições, de-signadamente no agrupamento de doentes para o mesmo des-tino”.

Os chamados Serviços Parti-lhados do Ministério da Saúde (SPMS), no âmbito do sistema de informação de transporte não urgente de doentes está em funcionamento com 16 ins-tituições do SNS.

O despacho salienta novas

etapas que “atendendo à expe-riência e conhecimento adquiri-do com o funcionamento expe-rimental em duas unidades hospitalares da Região de Lis-boa e Vale do Tejo e com a uti-lização da Plataforma Sul nas Regiões do Alentejo e do Algar-ve, das quais resultaram alguns contributos para o funciona-mento mais eficiente das plata-formas regionais”.

Assim, a secretária de Estado determina “o alargamento do modelo de funcionamento do sistema de informação de transporte não urgente de

doentes disponibilizado pelo SPMS, numa primeira fase, em contexto regional e, numa se-gunda fase, em contexto de plataforma nacional, para que seja possível a gestão por vá-rias entidades prescritoras, no mesmo sistema, de diferentes contratos com entidades trans-portadoras”.

O despacho define ainda que

“o sistema de informação de transporte não urgente de doentes seja implementado, com carácter obrigatório, em todas as instituições do SNS de forma gradual”.

Para o cumprimento dessa decisão, o despacho aponta a implementação do sistema, até 30 de novembro de 2018, nas entidades hospitalares perten-

centes às Administrações Re-gionais de Saúde do Alentejo, Algarve e Centro, até 15 de fe-vereiro de 2019, nas entidades hospitalares pertencentes à Ad-ministração Regional do Norte e, finalmente, até 31 de março de 2019, nas entidades hospi-talares pertencentes à Adminis-tração de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

TRANSPORTE DE DOENTES

LBP quer despacho sobre SGTD cumprido

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Comunicar é preciso, sem dúvida, e até o setor dos bombeiros, até há uns anos

avesso à notoriedade, rendeu-se à necessida-de de interagir com o exterior, porque na ver-dade tornou-se fundamental dar a conhecer o trabalho desenvolvido dentro e fora dos quar-téis, e que inclui não apenas a atividade ope-racional, mas, também, um conjunto diversifi-cado de outras iniciativas de cariz social, des-portivo, recreativo ou cultural.

Num mundo perfeito, as redes sociais não seriam mais do que uma boa ferramenta de comunicação, contudo, com o tempo, conquis-taram espaço e ganharam estatuto e, hoje servem para quase tudo, sem grande regula-ção, pouca contenção ou nenhuma responsa-bilização pelo que é veiculado.

Vale tudo, sobretudo, odiar e exacerbar o direito à indignação. E como os temas a deba-te se renovam todos os dias está assegurada a rentabilização de uma espécie de destilação coletiva de veneno. Os uten-tes das redes sociais têm, periodicamente, novos motores de indigna-ção, questões fraturantes, que alimentam horas, por vezes dias, de apai-xonadas e, quase sempre, acesas discussões, que se extinguem com a chegada de um novo “caso”.

Os “haters” – os mais puristas – nem sequer se preocupam em inda-gar a veracidade das notícias ou das denúncias, porque o fundamental é alimentar polémicas, ainda que isso implique, não raras vezes, difamar, ofender ou maltratar indiscriminadamente.

Ainda, recentemente, um cidadão indignado colocou em praça pública uma história que configura uma atuação, alegadamente, menos correta, ou pouco humana de um corpo de bombeiros. Os contornos da situação deverão ser apurados, sendo certo que a imagem dos soldados da paz sai beliscada de um processo que configura total desconhecimento da missão destes operacionais e das fontes de financiamento das associa-ções humanitárias de bombeiros voluntários de todo o País.

O Estado não paga tudo, na verdade em muitos casos estas institui-ções pagam para socorrer, e só por isso será lícito, óbvio e da mais ele-mentar justiça, que certos serviços sejam cobrados, nomeadamente, o corte de árvores, a limpeza de estradas ou a abertura de portas.

É estranho que as populações continuem a desconhecer a realidade destas instituições e que não se interroguem sequer como é possível que organizações privadas se evidenciem na prestação de serviço público. Lamentavelmente, não sabem, nem querem saber quem paga os meios e os equipamentos, mas exigem a proteção de bens e o socorro, da mes-ma forma que parecem ignorar que o principal pilar da proteção civil são os bombeiros, na sua esmagadora maioria voluntários.

Importava, pois, que os portugueses, sempre solidários, e que nos incêndios deste ano voltaram aos quartéis para entregar águas e alguns bens alimentares, regressassem com o intuito único de conhecer a rea-lidade destas casas que assentam na abnegação e na entrega de mulhe-res e homens que, todos os dias, se superaram no exemplar serviço prestado à nação.

O (bom) funcionamento destas instituições depende, contudo, das re-ceitas sempre poucas para fazer face às crescentes solicitações, e, assim sendo, todos podemos fazer a diferença no apoio aos bombeiros, en-grossando as fileiras dos associados.

Se a crítica, muitas vezes, não tem rosto, importa “dar a cara” pela causa!

Sofia Ribeiro

JORNAL@LBP

A crítica fácil e o exacerbadodireito à indignação

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Do-

mingos de Rana acaba de perder uma das suas bombeiras especialistas, a médica Beatriz Amaral, vítima de acidente de via-ção ocorrido na Tanzânia durante um safa-ri.

O acidente ocorreu na sequência de uma ultrapassagem mal calculada de um ca-mião à viatura onde seguia Beatriz Amaral, que teve como consequência a sua morte e ferimentos nos restantes ocupantes.

Beatriz Amaral, além de bombeira espe-cialista dos Voluntários de Carcavelos, era também médica na viatura de emergência (VMER) sediada no Hospital de Cascais.

Aos Bombeiros de Carcavelos, dirigen-tes, comando e bombeiros, bem como aos familiares da falecida endereçamos senti-dos pêsames.

CARCAVELOS

Bombeira falecida

em acidente

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5SETEMBRO 2018

A Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP) reuniu o Conselho de Federações,

em Coimbra, no dia 14 de se-tembro, num encontro que per-mitiu o debate de vários temas e a análise critica da atual si-tuação do setor ensombrada pelas dívidas dos hospitais, que o ministério da Saúde admite ascenderem a 45 milhões de euros.

Registe-se que a confedera-ção, numa tentativa de quanti-ficar os incumprimentos da Saúde, efetuou uma consulta a todas as associações humanitá-rias, mas apenas 125 das mais de 400 responderam, o que, como defende Jaime Marta Soares, adia a resolução de uma “situação grave” que está na origem do “sufoco” das as-sociações de bombeiros que “continuam a subsidiar o misté-rio da saúde”, em “muitos casos obrigadas a recorrer à banca ou a protelar pagamentos aos for-necedores”.

Neste fórum, Jaime Marta Soares admitiu mesmo que “os bombeiros poderão ver-se obri-gados a recorrer a outras medi-das” para exigir o pagamento dos montantes em falta que es-tão a comprometer a sustenta-bilidade financeira das institui-ções.

O presidente da liga passou em análise os acontecimentos recentes, nomeadamente os in-cêndios florestais, com particu-lar destaque para o de Monchi-que. Da mesma forma, deu a conhecer o desenvolvimento dos processos negociais nas vá-

rias matérias que ao setor im-portam.

Jaime Marta Soares defendeu a urgente criação de um plano estratégico, a cinco anos, e que envolva “a participação de to-dos, incluindo, naturalmente, as federações, as associações e os comandos dos corpos de bombeiros”. Este documento que, defende Jaime Marta Soa-res, permitirá “sustentar um conjunto de propostas” e efeti-var a cooperação institucional, mereceu bom acolhimento dos representantes federativos.

Relembrou depois que a Liga dos Bombeiros Portugueses, em tempo oportuno, propôs a criação do Observatório dos In-cêndios Florestais, – que “até foi aceite” – tendo na sua com-posição “professores universi-tários, mas também represen-tantes dos ministérios da Agri-cultura e da Administração In-terna, bombeiros, juntas de freguesia e outras entidades do sector”. Contudo num volte face confuso acabou por vingar uma ideia da Assembleia da Repúbli-ca que embora “plagie” o proje-to da liga “afasta liminarmente os bombeiros” do processo.

Jaime Marta Soares apresen-tou aos representantes distri-tais o “Balanço Provisório DE-CIR 2018”, que a confederação pretende que seja “um docu-mento generalista, com uma análise nacional e sobretudo com os pontos fortes e fracos e propostas para o próximo ano”. A confederação pretende que este seja um trabalho participa-do e melhorado com os contri-

butos das federações e das suas federadas que terão até 15 de outubro de 2018, para apre-sentar sugestões.

O encontro de Coimbra ser-viu ainda para a apreciação de alguns diplomas legais que re-gulamentam o setor, nomeada-mente, as propostas de retifica-ção do DL n.º 247/2007, altera-do pelo DL n.º 248/2012 e à Lei 94/2015 e da alteração à Lei 65/2007, bem como a análise e recolha de contributos para a Lei de Bases da Saúde.

Esteve ainda em análise o Programa de Vigilância Médica dos Bombeiros, a decorrer até fevereiro do próximo ano e que envolve, presentemente, 53 corpos de bombeiros, 17 dos quais já em fase de conclusão do processo.

A isenção de Taxas de Porta-gens para os Veículos Dedica-dos ao Transporte de Doentes (VDTD), foi outras das questões abordadas, mas para a qual a liga não tem ainda resposta, bem como o desenvolvimento do processo para a instalação de novos Postos de Emergência Médica (PEM), que a confedera-ção continua a negociar com o Instituto Nacional de Emergên-cia Médica (INEM). O plano de reequipamento mereceu tam-

bém análise, estando a liga a reivindicar junto do Governo a abertura de um concurso de âmbito nacional para a aquisi-ção de equipamentos de prote-ção individual, enquanto proce-de ao levantamento de necessi-dades junto de associações e corpos de bombeiros.

O encontro terminou com Jai-

me Marte Soares a anunciar à assembleia a criação de uma plataforma digital, como uma efetiva aposta na comunicação que abra caminho ao desenvol-vimento de várias ferramentas, nomeadamente de uma news-letter, mas também de um site, sem esquecer as redes sociais. O apoio às associações e corpos

de bombeiros, a vários níveis, surge também como uma mais--valia deste projeto que com-porta uma vertente de intera-ção.

Este e outros temas estarão, certamente, em cima da mesa para debate, ainda este mês, em Conselho Nacional.

Sofia Ribeiro

COIMBRA

Dívidas da Saúde (continuam) na ordem do dia

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6 SETEMBRO 2018

“1 – As Associações Humanitárias de Bombeiros (AHB) são pessoas coleti-vas, sem fins lucrativos, de utilidade

pública administrativa que tem como escopo principal a proteção de pessoas e bens, designa-damente o socorro a feridos, doentes e náufragos e a extinção de incêndios, detendo e mantendo em atividade, para o efeito, um Corpo de Bom-beiros Voluntário ou Misto.

2 - Para efeitos contabilísticos as AHB são EN-TIDADES do SECTOR NÃO LUCRATIVO, conforme o enquadramento estabelecido na alínea g), do art.º 3.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, na atual redação dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, na medida em que prosseguem, a títu-lo principal, atividades sem fins lucrativos e não podem distribuir, pelos seus membros ou contri-buintes, qualquer ganho económico ou financeiro direto.

3 – De acordo com o estabelecido no art.º 9.º - E do Decreto-Lei n.º 158/2009, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, às ENTIDA-DES do SETOR NÃO LUCRATIVO aplica-se a NOR-MA CONTABILÍSTICA e RELATO FINANCEIRO para Entidade do Sector Não Lucrativo (NCRF – ESNL).

4 – De acordo com o estabelecido no art.º 11.º, do Decreto-Lei n.º 158/2009, com a reda-ção dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, e conju-gado com o estabelecido no art.º 4º, da Portaria n.º 220/2015, de 24 de julho, as ENTIDADES DO SETOR NÃO LUCRATIVO são obrigadas a apre-sentar contas de exercício com as seguintes de-monstrações financeiras:

– Balanço: – MODELO ESNL – Anexo 11 – Portaria

220/2015;– Demonstração de RESULTADOS POR NATU-

REZA – MODELO ESNL - Anexo 12, Portaria

220/2015;

– Demonstração de RESULTADOS POR FUN-ÇÕES

– MODELO ESNL – Anexo 13, Portaria 220/2015;

– Demonstração das ALTERAÇÕES DE FUNDOS PATRIMONIAIS

– MODELO ESNL – Anexo 14, Portaria 220/2015;

– Demonstração dos FLUXOS CAIXAS – MODELO ESNL – Anexo 15, Portaria

220/2015;– Anexo: – MODELO ESNL. – Anexo 16, Portaria

220/2015.5 – Os instrumentos/diplomas do SISTEMA de

NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA para as ENTI-DADES do SECTOR NÃO LUCRATIVO, atualmente em vigor, são:

• Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, republicado pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho – Aprova o Sistema de Normalização Contabilística;

• Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março – Aprova os regimes de normalização contabilística para microentidades e para as entidades do setor não lucrativo e transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º 2009/49/CE, do Parlamen-to Europeu e do Conselho, de 18 de junho e a Diretiva n.º 2010/66/UE, do Conselho, de 14 de outubro. Alterado pela Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro; Decreto-Lei n.º 64/2013, de 13 de maio e Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho;

• Decreto-Lei n.º 64/2013, de 13 de maio – Procede à segunda alteração do Decreto-Lei n.º 36-A/2011, concretamente o seu art.º 12.º;

• Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho – Transpõe para o ordenamento jurídico interno a Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013, introdu-zindo alterações no Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho e sua republicação, e ainda, no De-creto-Lei n.º 36-A/2011 de 9 de março, e no Có-digo das Sociedades Comerciais;

• Portaria n.º 218/2015, de 23 de julho de 2015 – Aprova o Código de Contas para as ESNL. Revoga a Portaria n.º 106/2011, de 14 de março;

• Portaria n.º 220/2015, de 24 de julho de 2015 – Aprova os modelos de demonstrações fi-nanceiras aplicáveis às entidades do setor não lu-

crativo (ESNL). Revoga a Portaria n.º 105/2011, de 14 de março;

• Aviso n.º 8259/2015, de 29 de julho – Norma Contabilística de Relato Financeiro para as Enti-dades do Sector Não Lucrativo que substitui a NCRF – ESNL constante do Aviso n.º 6726-B/2011, de 14 de março;

6 – DEVERES DE APRESENTAÇÃO DE CONTAS/ACTOS SUJEITOS A COMUNICAÇÃO/Deveres de Informação:

6.1 – De acordo com o estabelecido no art.º 15.º da lei n.º 32/2007, que aprova o Regime Jurídico das AHB’s, a Assembleia Geral de AHB dever ser convocada pelo órgão de administração (direção) nas circunstâncias fixadas nos Estatu-tos uma vez em cada ano para APROVAÇÃO e BALANÇO, RELATÓRIO e CONTAS;

– De acordo com o art.º 40.º do mesmo diplo-ma o RELATÓRIO e CONTAS dos exercícios findos devem ser enviadas anualmente ao Ministério de Administração Interna, através de Autoridade Nacional de Proteção Civil;

– Estabelece ainda o art.º 42.º do mesmo di-ploma que as Associações que usufruam de al-guns apoios públicos, previsto na presente lei (art.º 31º e art.º 33.º) ficam sujeitos a FISCALI-ZAÇÃO de Autoridade Nacional de Proteção Civil e demais entidades competentes, para a verifica-ção dos pressupostos de atribuição de benefícios respetivas e do cumprimento das obrigações de-correntes.

As AHB devem facultar à ANPC, no prazo por esta fixada, todos os documentos solicitados no exercício de competência prevista.

6.2 – A Lei n.º 94/2015, de 13 de agosto, que aprova as Regras de Financiamento das AHB, en-quanto entidades detentoras de Corpos de Bom-beiros, estabelece que:

– Art.º 9.º - Deveres de Informação• O Financiamento das AHB está sujeito ao

princípio de transparência, que se traduz no de-ver de resposta a quaisquer pedidos de informa-ção realizadas pela ANPC, no prazo nunca supe-rior a 15 dias.

• Sem prejuízo das demais obrigações legais as AHB devem depositar as suas contas junto de ANPC

– Art.º 10.º - Avaliação• O Estado, através da ANPC, procede ao

acompanhamento e avaliação sistemática de aplicação dos financiamentos atribuídas às AHB, visando uma maior nacionalização dos recursos financeiros e a apresenta alocação daqueles re-cursos aos Corpos de Bombeiros e suas missões.

• No âmbito da sua atividade, a ANPC promove auditorias e fiscaliza o uso dos apoios financeiras atribuídas nos termos do art.º 4.º (Financiamen-to Permanente dos CB para cumprimento das suas missões) e do art.º 6.º (Financiamento Es-trutural para Infraestruturas e Equipamentos)

– Art.º 11.º - Incumprimento das AHB• A dotação financeira atribuída nos termos do

art.º 4.º, pode ser suspensa, mediante parecer de ANPC e DESPACHO do membro do Governo responsável pela área de Administração Interna, em caso de:

a) ALOCAÇÃO de dotação financeira a outro fim não previsto na Lei;

b) O INCUMPRIMENTO reiterado, por parte de AHB, das obrigações previstas na lei.

Face ao exposto, deve concluir-se que:– As AHB estão obrigadas à elaboração das

Contas de acordo com a NORMA CONTABILÍSTI-CA e RELATO FINANCEIRO para o SECTOR NÃO LUCRATIVO (NCRF-ESNL) – art.º 9.º-E – Decre-to-Lei n.º 158/2009, com redação do Decreto-Lei n.º 98/2015;

– As AHB estão obrigadas a apresentar as con-tas elaboradas de acordo com as disposições atrás referidas para aprovação em Assembleia--Geral de Associação (art.º 15.º - Lei n.º 32/2007);

– As AHB estão obrigadas a depositar as con-tas na ANPC (art.º 40º - Lei n.º 32/2007 e art.º 9 da Lei n.º 94/2015);

– A ANPC, apenas tem a legitimidade de fisca-lizar os subsídios e apoios concedidos por esta entidade, razão pela qual, continuamos a consi-derar fundamental a alteração do Despacho n.º 110/GP/ANPC/2018 do Presidente da A N P C , em tempo remetido às AHB.

No entanto, isto não invalida que as AHB não tenham que cumprir o que são obrigações da Lei”.

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Confederação lança alerta às associaçõesA liga dos Bombeiros

Portugueses (LBP), na sequência das dúvidas

suscitadas em matéria de Prestação de Contas, esclarece:

O bombeiro de 1.ª do Qua-dro de Honra, crachá de

ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses e fundador dos Bombeiros Municipais de Ga-vião, Serafim Alves Faca fale-ceu recentemente aos 86 anos de idade.

Serafim Faca, que era natu-ral da freguesia de Atalaia, hoje União de Freguesias de Gavião e Atalaia, foi um dos dez elementos fundadores dos Bombeiros de Gavião, em 1947, conjuntamente com José Severino Mar-ques, Serafim Alves Faca junta-se agora àqueles que já partiram: António Machado, Emílio Arez, Francisco Rafael, José Estevinha, Alberto Pereira, José Pedro, José Batata e António Porfírio.

De todos os dez fundadores Serafim Faca, po-rém, foi o único se que manteve nos Bombeiros de Gavião até entrar para o Quadro de Honra, aos 65 anos.

Segundo o comandante dos Bombeiros do Ga-vião, Francisco Louro, o extinto “era uma pessoa muito acarinhada, muito respeitada, um amigo muito dedicado que vivia a instituição e que man-

teve até à sua morte uma grande ligação aos bombei-ros”.

O próprio comandante Francisco Louro, há 47 anos na corporação, dá testemunho da importância que Serafim Faca teve na sua carreira de bombeiro, apontando-o como “um exemplo, que deu muito à causa dos bombeiros, ao País e ao concelho” e lem-brando que foi uma figura com particular importância

para ele próprio, recordando-o como a pessoa que mais o incentivou quando assumiu funções de chefia, nomeadamente quando aos 22 anos (hoje tem 64) ocupou o cargo de ajudante de co-mando.

O falecimento de Serafim Faca foi muito senti-do no concelho e, em particular pelos bombeiros e o comandante Francisco Louro, que o recorda, também, como um professor para todos, “quer a nível técnico como disciplinar, de ordem”.

Aos familiares de Serafim Faca, ao comando e corpo de bombeiros apresentamos sentidas con-dolências.

GAVIÃO

Corpo de bombeiros perde fundador

Simão Rebocho Velez fale-ceu recentemente vítima

de um trágico acidente de viação onde sua mulher, Zé-lia Velez, ficou também feri-da. O acidente ocorreu em Avis e Pavia. Como alguém o caracterizou, e bem, trata-va-se de “um Homem Bom, um Bombeiro sem farda, um servidor”.

Simão Velez, tinha 70 anos de idade, era funcioná-rio aposentado dos Serviços de Registo e Notariado, e pautou a sua vida sempre a bem das suas gentes de Avis e com um percurso notável de serviço à comunidade.

Foi presidente da direção da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Voluntários de Avis durante muitos anos e foi também durante largo tempo presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Portalegre, estrutu-ra onde ainda se mantinha, agora como presi-dente da mesa da assembleia-geral.

Simão Velez marcou a sua existência pela discrição e pela eficiência e empenho em prol dos bombeiros e das populações.

À esposa, Zélia Velez desejamos rápidas melhoras e apresentamos sentidas condolên-cias aos familiares, bem como ao comandante Simão Velez dos Bombeiros de Ponte de Sor, seu afilhado, aos Bombeiros Voluntários de Avis e à Federação dos Bombeiros do Distrito de Portalegre.

PORTALEGRE

Simão Velez vítima de trágico acidente

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7SETEMBRO 2018

O Conselho de Ministros aprovou recentemente, nos dias 13 e 20 de setembro, no primeiro

caso 7 e no segundo 4, diplomas que concretizam a transferência de competências para as autar-quias locais e para as entidades intermunicipais prevista na Lei-Quadro da Descentralização publi-cada a 16 de agosto, após um processo de con-sensualização com a Associação Nacional de Mu-nicípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias.

Este processo de descentralização, para o qual a Liga dos Bombeiros Portugueses contribuiu com o seu parecer, inclui-se alguns aspetos relaciona-dos com a Proteção Civil.

A transferência das novas competências não pode pôr em causa a natureza pública das políti-cas e deve garantir a universalidade do serviço público e a igualdade de oportunidades no acesso ao mesmo. Segundo um comunicado do Governo, esse processo que “garante igualmente os neces-

sários recursos financeiros, patrimoniais e huma-nos”, pode ser implementado de forma faseada até 2021.

Entre outras atribuições, os municípios passam a assegurar o funcionamento das equipas de in-tervenção permanente (EIP) das associações de bombeiros voluntários.

Por outro lado, segundo o Governo, “as entida-des intermunicipais passam a participar na defini-ção da rede dos quartéis de bombeiros voluntários e na elaboração de programas de apoio às corpo-rações de bombeiros voluntários, em ambos os casos através de parecer prévio sobre os projetos de instalação dos quartéis e sobre os programas de âmbito regional de apoio às corporações”.

O mesmo processo transfere para os municípios a aprovação dos planos municipais de proteção civil e assegurar o funcionamento dos centros de coordenação operacional municipal no domínio da proteção civil.

AUTARQUIAS

Competências descentralizadas

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) defende um investimento de

cerca de nova milhões de euros “como determinante para a reposição e refor-ço de equipamentos de proteção indi-vidual (EPI) para os bombeiros no combate aos incêndios florestais”.

Essa mesma pretensão foi “reafir-mada” ao secretário de Estado da Proteção Civil (SEPC), Artur Neves,

num encontro de trabalho durante o qual a confederação exigiu “a abertu-ra imediata do respetivo concurso pú-blico”.

Na resposta a esta reivindicação antiga da LBP, Artur Neves anunciou nesta ocasião que, numa primeira fase e “de imediato”, será lançado um concurso público, no valor de 304.500 euros, para a aquisição de EPI para as

associações de bombeiros de Casta-nheira de Pera, Pedrógão Grande, Fi-gueiró dos Vinhos, Sertã, Góis, Pam-pilhosa da Serra, Cernache do Bonjar-dim e Penela”.

A LBP defendeu ainda na mesma reunião a necessidade, “também ur-gente”, de ressarcimento das “asso-ciações de bombeiros que tenham acidentado ou perdido viaturas em

serviço”, deixando claro que “esta questão deverá ser tratada pelo Go-verno com a celeridade que permita a reposição imediata desses meios”.

Jaime Marta Soares, também, apresentou a Artur Neves uma pro-posta para que seja “retomada uma prática do passado” defendendo “a marcação de reuniões para avaliação final do Dispositivo Especial de Com-

bate a Incêndios Rurais o que segun-do o presidente da confederação de-vem ser efetuadas “por agrupamen-tos e contar com a presença dos pre-sidentes de direção e comandantes das associações e corpos de bombei-ros”, num processo de análise e deba-te que culminará “com uma reunião magna, presidida pelo ministro da Ad-ministração Interna (MAI)”.

REUNIÃO COM O GOVERNO

LBP propõe 9 milhões para proteção individual

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8 SETEMBRO 2018

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

Voluntariado: Ontem, Hoje… Sempre!“Doutrinar e teorizar o

Voluntariado portu-guês” eram, em

1968, palavras que consubs-tanciavam uma necessidade no seio das associações e corpos de bombeiros do país, segundo a opinião do engenheiro Lou-renço Antunes, ao tempo presi-dente da Direcção e comandan-te dos Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique. Recorda-mo-las, 50 anos depois, no mo-mento em que o voluntariado continua a constituir um sério desafio para as estruturas dos bombeiros portugueses. Fala-mos da sua adaptação aos no-vos tempos.

Marcando efectivamente uma postura crítica e invulgar na época entre a classe dirigen-te, aquele responsável proferiu, no referido ano, uma interes-sante conferência subordinada ao tema “No Limiar do Século II do Voluntariado”.

Estamos, no fundo, na pre-sença de um exercício discursi-vo que anuncia o início de uma nova era dos bombeiros em ter-mos de pensamento e discus-

são dos problemas, o qual veio a assumir a sua máxima ex-pressão aquando do Congresso de Aveiro de 1970, inclusive, com o válido contributo do en-genheiro Lourenço Antunes e de tantos outros congressistas.

“A falta de pessoal e a dificul-dade de escolha de comandos e de elementos directivos virão afectar o nosso movimento”, perspectivava-se em 1968.

Para que tal não pudesse vir a acontecer, era importante “conceber missões futuras, pensar em estratégia, em co-mando, em meios, em tecnolo-gia e até em riscos calculados”.

“(…) temos um grande traba-lho a empreender: rever e pen-sar os nossos sistemas, se exis-tem, mesmo que essa tarefa colida com qualquer de nós”, afirmava o conferencista, de-

Engenheiro Lourenço Antunes

Monumento ao Bombeiro Voluntário, em Barcelos

O voluntariado em 1968…

…e os seus dirigentes nesse mesmo ano

Cartaz do Congresso de Aveiro – 1970

fendendo ainda que “o Volunta-riado tem de ser um reflexo da marcha ascendente em que o conjunto da Nação está empe-nhado”.

Na consulta a informação re-portada aos anos 60, dificil-mente encontramos um diri-gente com uma visão tão objec-tiva e, sobretudo, dotado de tanta capacidade introspectiva, direccionada para os reais pro-blemas das estruturas dos bombeiros, pelo que não é de admirar ter sido o mesmo can-didato à presidência do Conse-lho Administrativo e Técnico da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, dois anos após a realização desta sua análise-diagnóstico.

Por várias vicissitudes não foi eleito, motivando, supostamen-te, alguma reserva junto de certa ala conservadora, devido ao desassombro das suas pala-vras: “não devemos quedar-nos na contemplação estática do passado, mas antes renovar na continuidade, temos de reco-nhecer as nossas deficiências e, com plena consciência desses factores e dos nossos deveres, prepararmos a entrada e em especial a permanência no Sé-culo II”.

Tal como hoje, embora nou-tras dimensões, o financiamen-to das associações de bombei-ros constituía um quebra-cabe-ças. Eram necessárias “algu-mas medidas de carácter oficial que viriam diminuir os encargos associativos”, tais como: “dimi-nuição dos preços de combustí-vel para viaturas; passagens gratuitas nos transportes urba-nos; isenção dos descontos para fins de previdência social que incidem sobre os nossos assalariados; isenção dos direi-tos alfandegários para as viatu-ras adquiridas, já usadas, às forças armadas”.

Ao nível individual do bom-beiro, aspirava-se “o apoio pos-sível através das entidades ofi-ciais e particulares, mesmo na possibilidade de empregos, me-

lhores condições de habitação e ainda assistência durante a doença, a eles e a seus familia-res mais próximos, quando não gozem dos benefícios da previ-dência”.

Estava então o voluntariado configurado, segundo Lourenço Antunes, numa “mendicidade disfarçada”, justificando que “pedimos para tudo: para uma nova ambulância, para um pronto-socorro, para obras na sede, para rádios, etc, etc”. E dizia, na mesma linha: “estes factos, que nos parecem dentro das realidades, põem proble-mas que merecem meditação, e exigem de nós novas provas de capacidade, na medida em que concorrerão para a sobrevivên-cia do nosso movimento”.

Segundo apurámos, o uni-verso dos bombeiros portugue-ses comportaria mais de 13 500 voluntários, distribuídos por 337 corporações. Números ex-pressivos, reveladores da forte implantação do voluntariado nos bombeiros em Portugal, que explicam o sentido da res-posta à pergunta formulada e respondida pelo próprio enge-nheiro: “Nos tempos modernos, deve existir o Voluntariado?”

“A pergunta não é despropo-sitada para um espírito menos lúcido que porventura pensasse que a nossa tese vem demolir um edifício penosamente cons-truído.

Mas se assim fosse, diria que é amor, simplesmente amor do Voluntariado o que nos move a exprimir uma tentativa de teori-zação que julgamos útil a todos nós; diria que é o respeito pelos

que concordam e pelos que dis-cordam.

Se o Voluntariado deixasse de existir, diria que o País ficava incomparavelmente mais po-bre, não tanto pelos serviços materiais que deixaria de pres-tar, facto importante, sem dúvi-da mas sobretudo porque tinha sido atingido o cerne da alma nacional, na medida em que se-ria negar a existência de milha-res e milhares de homens bons capazes de tudo darem, até a própria vida, no serviço desin-teressado pelo próximo; seria abdicarmos de aceitar o desafio do presente e do futuro; seria não sermos dignos de desven-dar o Século II do Voluntariado, em cujo limiar nos encontra-mos.”

Decorridos 50 anos, o volun-tariado permanece como princi-pal base organizativa dos bom-beiros em Portugal, conhecendo diferentes condições de vida face aos direitos alcançados após a institucionalização do re-gime democrático, fruto do “desvendar” de sucessivos res-ponsáveis pelo sector. Porém, sendo um valor evolutivo, re-sultante das mutações da so-ciedade, continua a representar um permanente “desafio”. Fal-tam, acima de tudo, incentivos, para que – como diria o enge-nheiro Lourenço Antunes, no longínquo ano de 1968 – o vo-luntariado seja “um reflexo da marcha ascendente”.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

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9SETEMBRO 2018

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, presidiu à cerimónia evocativa do 30.º aniversário do Incêndio

do Chiado e do Dia Municipal do Bombeiro na qual a Liga dos Bom-beiros Portugueses se fez representar pelo vice-presidente da mesa dos congressos, comandante Carlos Jaime. Estiveram tam-bém presentes, o comandante do Regimento de Sapadores Bom-beiros de Lisboa, tenente-coronel Pedro Patrício, um conjunto sig-nificativo de chefias da mesma unidade e dirigentes e comandos das associações de bombeiros voluntários da capital.

A cerimónia constou da habitual deposição de uma coroa de flo-res na fachada do edifício dos antigos Armazéns Grandella, da en-trega de distinções da LBP a diversos bombeiros sapadores e da apresentação de uma nova viatura ao serviço do RSB, uma plata-forma, já anunciada anteriormente, este ano, no decorrer do ani-versário da unidade.

INCÊNDIO DO CHIADO

Cerimónia evocativa do 30.º aniversário

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) assume-se “perentoriamente solidária com os três bombeiros” acusados pelo Mi-

nistério Público do crime de homicídio por negli-gência e de ofensa à integridade física na se-quência do incêndio ocorrido em Pedrógão Grande em 2017.

Em comunicado a confederação reforça, uma vez mais, que os visados – Sérgio Gomes, co-mandante operacional distrital de Leiria, Mário Cerol, 2.º comandante distrital e Augusto Ar-naut, comandante dos Bombeiros de Pedrógão Grande – “fizeram operacional e tecnicamente tudo o que havia a fazer perante circunstâncias únicas de um incêndio atípico e complexo, dita-do por condições atmosféricas muito adversas e o mau estado geral da floresta”.

No mesmo documento, a LBP considera ainda que a acusação é “um claro desrespeito, não só para os três bombeiros, mas também para to-dos os que em Portugal denodadamente com-batem os incêndios florestais”, da mesma forma que constitui “uma ofensa à memória dos 280 bombeiros falecidos em serviço nos últimos 30 anos, larga maioria deles caídos no campo de batalha”.

No extenso comunicado é ainda denunciada “uma forte componente política” que permite criar “bodes expiatórios” e, na realidade, fugir “à verdade da situação vivida”, numa clara ten-tativa “encontrar culpados avulsos” em vez de “apurar as reais circunstâncias e os respetivos responsáveis”.

A LBP não tem dúvida em apontar o dedo a todos os que “durante décadas nada fizeram para conservar, ordenar e tornar mais resilien-tes as florestas portuguesas”, salientando que “ao contrário do que era suposto, lamentavel-mente, não se vislumbra que nenhum deles ve-nha a estar sentado no banco dos réus”, ainda que existam “factos devidamente conhecidos”

PEDRÓGÃO GRANDE

LBP solidária com bombeiros acusados

que confirmam “mau ordenamento, falta de planeamento, crescimento selvático”, ao arre-pio de “constantes alertas da sociedade científi-ca internacional sobre o aquecimento global do planeta, com especial incidência em Portugal”, .

A LBP aponta ainda responsabilidade ao pró-prio Estado, que, defende, “se demitiu e se des-responsabilizou das suas funções políticas”, não tendo, inclusive, “implementado projetos estru-turantes para a defesa da floresta portuguesa”.

“Não foram facultados ao País e em especial aos bombeiros, nem as condições nem os equi-pamentos que pudessem garantir maior e me-lhor prevenção e combate aos incêndios flores-tais”, reafirma a liga, entendendo, contudo, ser possível concluir que esse facto tivesse “impli-

cações diretas nos incêndios de junho e de ou-tubro de 2017, atendendo às condições anóma-las, violentas e catastróficas, mesmo que tives-ses melhores equipamentos, em circunstância alguma, conseguiria impor-se a tamanha cala-midade”. Perante esta situação, a confederação entende “ser fácil ao Estado criar um fait-diver político para argumentar hipotéticas razões, en-cetando uma verdadeira fuga para a frente, numa tentativa de fugir às suas verdadeiras responsabilidades”.

“Confiamos na justiça portuguesa e acredita-mos na sua decisão final, porque sobre qual-quer ação até transitar em julgado, existe sem-pre a presunção da inocência”, pode, ainda, ler--se ainda na nota enviada às redações.

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10 SETEMBRO 2018

Na edição online mensal da “Fire Rescue Magazine” que habi-tualmente apresenta vários artigos da temática dos bombei-

ros e do socorro, foi publicado um artigo que mostra uma pers-pectiva de análise de acidentes e incidentes.

Em inúmeras ocasiões a análise dos acidentes efectuada é ba-seada na tática e no comportamento do fogo. No entanto, este artigo tenta responder a questões complementares tais como:

• Porque é que muitos acidentes são precedidos de sinais que parecem tão claros?

• Porque é que por vezes fazemos coisas que parecem não ter sentido?

Para tentar encontrar uma explicação são tidas em considera-ção situações de tomada de decisão, percepção situacional e comportamento humano. Quanto mais importância se der a questões como:

• Porque é que o bombeiro não conseguiu “ler” aquele fogo?• Porque é que a tática que usou lhe fez sentido?Mais preparados vamos estar para evitar a repetição dos er-

ros.Neste artigo são mencionados dois erros principais e sete bar-

reiras que podem levar à tomada de decisões erradas. No que respeita aos erros eles são:

• Subestimar os perigos bem como o uso de medidas de se-gurança inadequadas;

• Falha na observação da alteração das condições e conse-quente ajuste da tática

Estes erros surgem associados a dois aspetos da natureza hu-mana: otimismo, em que existe uma tendência para assumir que “as coisas vão correr bem e nada de mau vai acontecer” e inér-cia, significando que, quando formamos uma opinião sobre uma situação e escolhemos um caminho, temos tendência a manter essa escolha.

As sete barreiras apresentadas são: Inexperiência, hábito, dis-tração, prioridades, influência social, stresse e condição fisica.

• Inexperiência, quando ela existe não se tem a perfeita no-ção de qual é o foco e o que é necessário filtrar uma vez que existe demasiada informação para tratar.

• Hábito, ao se estar demasiado habituado a fazer uma tare-fa o cérebro fica em modo “piloto automático” pelo que reduzi-mos a nossa atenção e corremos riscos desnecessários.

• Distração da tarefa principal, uma vez que só é possível focar uma situação de cada vez e no máximo lidar com cinco si-tuações distintas, logo com mais fatores distratores a capacidade de perceção fica prejudicada.

• Ordem das prioridades, em que existem vários tipos de prioridades, sendo que a segurança é uma delas e apagar o in-cêndio, o mais depressa possível, pode ser outra. Quando as prioridades secundárias ultrapassam as da segurança, podem surgir riscos adicionais.

• Influência Social, em que a pressão dos pares pode ser co-

lossal, o pensamento e a dinâmica de grupo pode alterar toda a perceção da situação, mais uma vez, em detrimento da seguran-ça.

• Stresse, se for demasiado intenso, a análise racional da situação pode ficar alterada, dando espaço à análise emocional tendo como possível consequência o pensamento ficar fixo numa tarefa e num objectivo, bloqueando o acesso a nova infor-mação.

• Condição Física, a falta dela, a fadiga, o calor, as condições de combate adversas, podem alterar a capacidade de perceção, pensamento e resposta.

Como se usa esta ferramenta para realizar a análise de um acidente?

Pense num acidente que tenha envolvido uma tomada de de-cisão errada, e em seguida verifique qual dois dois erros princi-pais, atrás referidos, esteve presente. Paralelamente pense nas sete barreiras e como estas podem ter influenciado o desfecho. Após os resultados e as conclusões, retire as ilações necessárias e implemente a mudança ou alteração das condições, ou conju-gação de condiçoes, que deram origem ao acidente.

A grande mais valia desta ferramenta não está no modelo em si, mas na troca de ideias que pode surgir durante a discussão.

O artigo completo, que apresenta também alguns exemplos da análise de um acidente, “a New Lessons-Learned Tool for the Fire Service” está disponível, em língua inglesa, on-line: https://www.firerescuemagazine.com/articles/print/volume-3/issue-8/firefighter-safety-and-health/a-new-lessons-learned-tool-for--the-fire-service.html.

Para mais informações ou esclarecimentos, contacte a Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do ende-reço eletrónico [email protected].

Análise de acidentes, novas perspectivas de abordagem

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

Passaram 52 anos após o trágico incêndio ocorrido na serra de Sintra

no qual faleceram 25 militares. O Regimento da Artilharia Antiaérea nº 1, de Queluz, de onde eram originários os falecidos, promoveu mais uma vez uma cerimónia evocativa que se iniciou na sede da unidade, com uma missa, e que continuou no Pico do Monge e depois no local onde foram encontrados os corpos dos militares.

A cerimónia, organizada pelo comandante do Regimento, coronel de artilharia António José Ruivo, contou com a presença de vários bombeiros que participaram também no combate ao incêndio, os vários elementos do comando das associações envolvidas à época nessa acção, o secretário do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, Eduardo Correia, o vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Sintra, Domingos Quintas, e outros autarcas.

INCÊNDIO DE SINTRA - 1966

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Page 11: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 384 – setembro 2018bombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_384.pdf · 2 SETEMBR 2018 A força das raízes N os dias de hoje, em

11SETEMBRO 2018

Os Bombeiros Voluntários de Cantanhede deverão em

breve substituir o autotanque inutilizado na sequência do des-piste quando se dirigia para o combate a um incêndio em Ar-ganil em outubro passado. Nes-te momento encontram-se a analisar as propostas recebidas para a sua substituição na se-quência da confirmação da res-tituição de parte do valor da

viatura sinistrada por parte da Autoridade Nacional de Prote-ção Civil.

Entretanto, vão poder refor-çar a resposta ao transporte não urgente de doentes com a aquisição de uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM).

Incluindo estas duas, eleva--se a seis o número de viaturas adquiridas pelos Voluntários de Cantanhede nos últimos 12 me-

ses. A esse número junta-se uma viatura para combate a in-cêndios florestais (VFCI) obtida com base numa candidatura a verbas comunitárias (POSEUR), um veículo dedicado ao trans-porte de doentes (VDTD), uma embarcação de socorro e a am-bulância de socorro resultante do protocolo com o INEM.

A partir do investimento em meios de socorro, no último

ano, os Bombeiros de Canta-nhede adquiriram painéis foto-voltaicos para satisfazer o obje-tivo de fornecimento próprio e procederam à ampliação do quartel da secção da Tocha onde foi possível estabelecer a ligação entre o edifício inaugu-rado em 2006 com o contíguo, cedido pela Junta de Freguesia, para ali instalar balneários e zo-nas de apoio.

CANTANHEDE

Investimentos em novas viaturas

Um empresário local ofere-ceu à Associação Humani-

tária de Bombeiros Voluntários de Vila Velha de Ródão uma viatura de combate a incêndios urbanos e industriais (VUCI).

A oferta foi feita pelo em-presário Simão Rocha, da Plastificadora de Ródão – Ro-clayer.

A oferta “surge fruto da ca-

pacidade de integração deste empresário não só nos investi-mentos já feitos no concelho, mas na vertente de apoio so-cial que sempre procurou de-ter”, refere a Associação.

A apresentação e entrega da viatura realizou-se na pre-sença do comando e direção da Associação que, na pessoa do seu presidente, José Ma-

nuel Alves, agradeceu a oferta que lhes permitirá a “melhor proteção de pessoas e bens”.

No momento da entrega da viatura o presidente da Câma-ra Municipal de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, também presente, realçou a importân-cia dos sucessivos investimen-tos efetuados no concelho pelo empresário, que “procura aliar

o investimento a uma respon-sabilidade social constante”. Para o autarca, a oferta deste meio reveste-se de “enorme relevância”, pois irá “prover a instituição de meios mais efi-cazes, que possam garantir uma ampliação da sua capaci-dade de resposta, nos mais variados cenários de opera-ção”.

VILA VELHA DE RÓDÃO

Empresário oferece veículo urbano

O Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, no âmbito

de uma forte aposta do Governo Regional no reforço de meios técnicos para a prevenção e para o combate aos fogos, entregou, no final do passado mês de agos-to, nove Veículos Ligeiros de Combate a Incêndios (VLCI), aos corpos de bombeiros desta re-gião autónoma.

Refira-se que este investimen-to, na ordem dos 600 mil euros, obteve cofinanciado em 85 por cento da União Europeia ao abri-go do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR).

Os VLCI chegaram aos quar-téis dos voluntários madeirenses nos dias 29, 30 e 31 de agosto e as entregas foram acompanha-das pelo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque que, aproveitando o contacto

com os bombeiros, anunciou a aquisição de mais nove Veículos com Equipamento Técnico de Apoio (VETA), ainda em fase de transformação, mas que devem chegar à Madeira em finais deste mês ou no início de outubro. En-tretanto, o jornal Bombeiros de Portugal apurou que os meios bombeiros da região autónoma serão, ainda, reforçados com quatro veículos de combate a in-cêndios florestais (VFCI) e dois tanques táticos florestais (VTTF).

Na ocasião o governante anunciou ainda que o executivo está já iniciar um processo de promoção destes operacionais defendendo ser “muito impor-tante dar boas condições em ter-mos de materiais, mas, também, criar os incentivos em termos de carreiras”, estando para tal asse-gurada “uma base de apoio fi-nanceiro”.

MADEIRA

Governo regional investe em novas viaturas

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12 SETEMBRO 2018

Não deixa de ser curiosa e de causar enorme curiosi-dade a presença do Afon-

so de Bragança no quartel da Largo Barão de Quintela ainda que esta seja uma instituição de pergaminhos, desde logo, os do pioneirismo, enquanto associa-ção humanitária mais antiga do País. Na verdade, a história de Portugal dos últimos 150 anos cruza-se com a da Real Associa-ção Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, que esta-tutariamente nunca perdeu o vínculo à monarquia, mas que sempre escancarou os portões as pessoas dos mais variados estratos, condições e profissões religiões e credos e que se adaptou a novos desafios e rea-lidades sociais. O comandante Paulo Vitorino faz questão de destacar inúmeras personalida-des que, aos longo dos tempos, acrescentaram valor à institui-ção, cintando mesmo casos mais recentes como os do padre Vítor Melícias, de António Guter-res ou do sheik David Munir, imã da Mesquita Central de Lisboa que sempre conviveram em harmonia com os “anónimos”, hoje mais de uma centena, que garantem o socorro à capital do País, e que integram, também, muitas outras missões pelo País.

A equipa do jornal Bombeiros de Portugal conversou com o primogénito de Duarte Pio no quartel dos Voluntários de Lis-boa, numa sexta feira em que a cidade fervilhava de animação que leva aos excessos, que dão sempre muito trabalho aos bombeiros.

À chegada dos jornalistas, Afonso de Bragança apoiava os bombeiros de serviço em tare-fas de rotina, sempre necessá-rias para que nada falhe na res-posta à comunidade. Para esta noite estava marcado um en-contro preparatório das come-morações do 150.º aniversário da associação, agendadas para 19 de outubro próximo. Reuni-dos na Calçada do Combro, no Polidesportivo de Santa Catari-na, mulheres e homens reviam a ordem unida e ensaiavam a formatura que, em dia de festa, fará a receção às entidades convidadas. Afonso, inserido num grupo de estagiários, rece-bia as indicações das chefias sem que a presença dos jorna-listas ou o flash da câmara foto-gráfica perturbasse sequer a sua concentração, porque ali, como sublinhou o comandante, é “só mais um”, sem estatuto especial ou tratamento diferen-ciado.

Minutos antes, discreto e aparentemente tímido o “prínci-pe bombeiro” revelou que deci-diu responder ao desafio do co-mandante porque sentiu que, na sequência das tragédias de 2017, teria de “dar o exemplo” emprestando tempo aos bom-beiros, cumprindo, também, um sonho de criança alimenta-do em cada uma das visitas o quartel dos Voluntários de São Pedro de Sintra, que então es-tavam sediados muito próximo da sua residência.

“Recordo a sirene do meio dia, a azáfama dos bombeiros e a simpatia com que nos rece-biam… foram marcas que ficam para sempre, mas que se aviva-ram o ano passado…, com tudo aquilo o que aconteceu. Achei que teria de fazer alguma coi-sa… tentar ajudar”, conta-nos.

A decisão foi anunciada à fa-mília que reagiu com alguma “surpresa”. Afonso garante que o pai “até ficou contente”, mas não esconde as preocupações da mãe, que mesmo assim “não se opôs” e hoje já fala “com or-gulho” da decisão do filho mais velho.

“Tenho uma relação de ami-

zade com Sr. D. Duarte há já alguns anos, e defendi, várias vezes, a importância do Afonso receber uma instrução mínima, até porque o serviço militar obrigatório terminou. Quando completou 17 anos lancei nova-mente o repto ao pai e à mãe que, na verdade, manifestou al-guma inquietação, nomeada-mente por causa dos fogos, mas como os bombeiros fazem muito mais do que combater in-cêndios florestais… Afonso aca-bou por ingressar nos Voluntá-rios de Lisboa como estagiário especialista na área da saúde e ação social”, explica Paulo Vito-rino, anunciando, contudo, que o, ainda, estagiário-especialista já manifestou vontade de dar um passo em frente e “ingres-sar na escola de bombeiros”.

Afonso de Bragança confirma essa intenção, que terá de ser bem pensada e analisada em família, até porque tem noção que ao assumir esse compro-misso não poderá falhar e os “estudos são, neste momento, prioritários”. Numa espécie de pré-balanço considera que esta “experiência só pode ser enri-quecedora”.

Enquanto pondera o futuro, o primogénito de Duarte Pio vai, regularmente, ao quartel onde participa em várias atividades que lhe permitem a integração no grupo, confessando, ainda assim, que gostaria de “fazer um pouco mais”.

“Receberam-me muito bem, aqui sou muito bem tratado. No início estava um pouco nervoso, pois não conhecia ninguém, mas acredito que posso cons-truir aqui grandes amizades”, revela, para sublinhando que em nenhum momento se sentiu diferente de qualquer um dos outros bombeiros, até porque, assinala Paulo Vitorino “nesta casa as pessoas são tratadas pelo nome ou por camaradas”.

Aos 22 anos, Afonso de Bra-gança já serviu a causa do vo-

luntariado em várias vertentes, nomeadamente na Marinha Portuguesa a bordo do navio--escola Sagres, e também na organização do Prémio Infante D. Henrique a que o pai preside e integrou o projeto Re-Food que visa assegurar apoio ali-mentar às famílias mais caren-ciadas.

Estuda Ciências Políticas, que o podem preparar para uma carreira diplomática que, confi-dencia, não sabe ainda se quer abraçar, contudo garante que esta formação lhe permitirá co-nhecer e compreender a reali-dade civil, social, política e or-ganizacional do mundo em que vive.

“Os bombeiros, todos os dias, fazem a diferença e acho que foi isso que me trouxe até aqui. Se me imagino na frente de um incêndio? Não sei…” con-fidencia, para, em sentido con-trário, afirmar que estaria mui-to mais à vontade na emergên-cia pré-hospitalar.

Afável e de sorriso fácil Afon-so de Bragança foi satisfazendo a curiosidade dos jornalistas, mas sempre de uma forma pon-derada, pensada, amadurecida. Sabe que a decisão de ingressar no corpo de bombeiros pode in-fluenciar outros jovens e, só por isso, considerou, estar a “pres-tar um bom serviço à causa”.

Contrariando estereótipos enraizados e rótulos erróneos o “príncipe bombeiro” revela que

aprende muito no quartel dos Voluntários de Lisboa, que é afi-nal uma escola de vida e, neste caso concreto, um acervo dinâ-mico da história e das estórias dos bombeiros e de Portugal.

“Afinal eu nem sou o primeiro membro da família real portu-guesa a prestar este tipo de serviço” revela para depois re-lembrar que também, o infante D. Afonso, irmão de D. Carlos I, teve uma estreita ligação aos Voluntários da Ajuda, onde aliás foi comandante honorário.

Longe do glamour e dos holo-fotes das festas e encontros da realeza europeia, o já cobiçado príncipe, é só um jovem com sonhos e ambições, mas que decidiu dar um pouco mais de si, envergando a farda de bom-beiro, como aliás tantos outros um pouco por todo o País.

A nação, o voluntariado e os bombeiros de Portugal preci-sam destes exemplos!

AFONSO DE BRAGANÇA

Príncipe das Beiras é bombeiro voluntárioAfonso de Santa Maria João Miguel Gabriel

Rafael de Herédia de Bragança, Príncipe das Beiras e Duque de Barcelos, filho

primogénito de Duarte Pio e Isabel de Herédia, assume-se como um dos reforços

dos Voluntários de Lisboa que integra como bombeiro especialista. Embora já considere

esta “experiência só pode ser enriquecedora” pondera ainda o ingresso

na escola para formação inicial de bombeiro até porque os “estudos são, neste

momento, prioritários”.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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14 SETEMBRO 2018

No âmbito de um protocolo firmado com a em-presa H Sarah Trading, os Bombeiros de

Águas de Moura asseguram a colocação, na sua área de intervenção, de mais dois contentores destinados à recolha de roupa, calçado e brinque-dos.

Os recetáculos instalados na Sociedade Re-creativa 1.° de Janeiro, na Lagoa do Calvo e no Café Murilhas, no Forninho, confirmam a proximi-dade da população aos bombeiros, que neste caso em concreto, tem, também, repercussões tanto a nível social como ambiental.

Em nota enviada às redações os Bombeiros de Águas de Moura salientam a participação ativa da comunidade e destacam e agradecem a pronta colaboração de Rosa Dinis e de Jocelina Ferreira,

que cederam os espaços para a colocação destes contentores.

ÁGUAS DE MOURA

Ampliado projeto social e ambiental

No passado dia 27 de julho, 14 elementos dos Voluntários Torrejanos receberam publica-

mente a Certificação Profissional de Bombeiro, numa cerimónia decorreu no salão nobre da Câ-mara Municipal de Constância.

Este processo foi possível na sequência de acordos de cooperação celebrados entre o Centro Qualifica Abrantes do Centro de Emprego e For-mação Profissional do Médio Tejo e as associa-ções humanitárias de Abrantes e Constância, para a promoção de processos de Reconhecimen-to, Validação e Certificação de Competências (RVCC), em vários quartéis.

Os Bombeiros Torrejanos aderiram também ao projeto, vendo assim reconhecidas e certificadas competências nesta matéria, estando assim con-cluído um processo encetado no final do ano de 2017.

Para além dos Torrejanos, receberam também certificados de RVCC mais 21, de outros corpos de bombeiros no Médio Tejo.

TORRES NOVAS

Certificação profissional para 14

No passado dia 12 de setem-bro, nas instalações do Car-

tório Notarial “Bruna Almeida Santos”, em Portimão, foi assi-nada a escritura de doação do edifício e terreno circundante, localizado na Bemposta, fregue-sia e concelho de Portimão, “na sequência de uma extraordiná-ria ação solidária de Patricia Serras Gago Mergulhão e que corporiza o início de um projeto inovador e pioneiro para o futu-ro”, segundo anunciam os Bom-beiros de Portimão.

Desde o primeiro momento que esta benemérita aceitou o desafio lançado, dando corpo a mais um sonho da direção e do comando dos voluntários porti-monenses, e que visa desenvol-ver um espaço social dirigido às mulheres e homens que tudo têm dado em prol da comunida-de norteados pelo lema “fazer o bem, sem olhar a quem”.

“Com um percurso desafiante ainda por percorrer, a ideia está consolidada e os próximos pas-sos vão incindir na requalifica-ção do espaço (edifício e terreno circundante) numa área total de 1600 m2 reunindo as condições ideais para a criação de um alo-jamento à altura dos seus bene-ficiários, isto é, Mulheres e Ho-mens que nunca regatearam

esforços quando se trata de pro-teger e socorrer os seus conci-dadãos”, conforma explica a as-sociação em comunicado.

Campanha de angariação de fundos

A doação do espaço foi ape-nas o “pontapé de saída”, por isso, os Bombeiros de Portimão pretendem agora sensibilizar

outros beneméritos e captar fon-tes de financiamento que permi-tam assegurar esta resposta so-cial que surge como “um singelo reconhecimento a quem, diaria-mente, coloca a sua vida em ris-co para ajudar o próximo”.

Os interessados em apadri-nhar a futura “Casa do Bombei-ro” devem contactar a associa-ção pelo número 282 402 130 (24 horas por dia).

PORTIMÃO

Associação lança novo projeto

João Teixeira Ludovico ocupa há quase um ano a cadeira da presidência da Federa-

ção de Bombeiros do Distrito de Setúbal, uma casa que não lhe era estranha, até porque no mandato anterior já desempe-nhava as funções de vice ao lado do comandante José Rai-mundo, que aliás não hesitou em propor a candidatura do jo-vem dirigente nas últimas elei-ções.

Tendo em conta as especifici-dades deste território, não dei-xa de ser curioso que o presi-dente da Associação Humanitá-ria de Bombeiros Voluntários do Cercal do Alentejo assuma a representação das congéneres. No limite do distrito, o concelho de Santiago do Cacém tem muito mais similitudes sociais, geográficas e operacionais com qualquer área do Alentejo do que com a capital de distrito. Ainda assim, e como para gran-des homens, grandes desafios João Ludovico aceitou o repto, mais um, porque este jovem soma no seu currículo cargos de direção em clubes desportivos, associações juvenis e recreati-vas, banda de música e até numa unidade de ensino.

De sorriso fácil e um acen-tuado “sotaque” alentejano, João Ludovico é já uma figura (re)conhecida no mundo dos bombeiros, não apenas pelo trabalho desenvolvido nos últi-mos anos no quartel do Cercal, mas, sobretudo, pelas interven-

ções e as posições duras assu-midas nos vários fóruns onde são discutidas e analisadas to-das as questões do setor.

O presidente da Federação de Setúbal recebe o jornal Bom-beiros de Portugal, numa das suas casas: a Sociedade Juven-tude Cercalense, a que preside desde 2011. Fala com orgulho do trabalho desenvolvido pela equipa que encabeça com espe-cial destaque para o apoio dado aos mais novos no Espaço Jo-vem, onde a par da orientação escolar, os utentes dispõem de um conjunto de atividades lúdi-cas que complementam e enri-quecem o seu percurso escolar.

“Este espaço começou com 5 ou 10 miúdos, agora chegam a ser meia centena que, diaria-mente, aqui fazem os trabalhos da escola, mas também partici-pam em passeios, visitas e ati-vidades mais práticas ligadas às tradições da terra, nomeada-mente com os seniores utentes da Casa do Povo”, assinala João Ludovico, sublinhando que este trabalho é coordenado por téc-nicas com formação na área da educação e em articulação com os professores da escola.

Intervenções recentes permi-tiram, ainda, criar o “Mini Espa-ço Jovem”, que por estes dias “começa já a receber as pré--inscrições dos mais pequeni-tos”.

Revela que a instituição, fun-dada 10 de outubro de 1991, fruto da “fusão da União e dos

Sempre Fixes”, passou por mo-mentos menos bons e porque era preciso dar nova vida à so-ciedade arregaçou as mangas para fazer acontecer.

“Acho que foi nos bombeiros que ganhei o gosto por estas coisas do associativismo”

Das conquistas obtidas fala com particular satisfação da es-colinha de futebol que já conta com mais de 30 atletas de pal-mo e meio. Para o ano, conta poder dotar a freguesia com um campo sintético e assim dar “mais condições aos miúdos”, que ainda jogam no único pela-do existente no concelho o que permitirá, também, “retomar e reforçar a aposta no futebol sé-nior”, diz-nos não escamotean-do, contudo, as dificuldades em gerir uma casa “com muitas áreas e atividades que movi-mentam, no total cerca de 200 pessoas”, uma estrutura que exige muito trabalho dentro e fora da sede para amealhar re-ceita.

João Ludovico é ainda secre-tário da direção do Instituto Nossa Senhora de Fátima, casa “onde estudou” e presidiu à as-sociação de estudantes pelo que, apesar de tantos afazeres, “não podia deixar de aceitar o honroso convite da senhora di-

JOÃO LUDOVICO - PRESIDENTE DA

“Nasci e fuiJoão Filipe Teixeira Ludovico é o rosto da Federação de Bombeiros

do Distrito de Setúbal (FBDS), mas, também, o mais jovem presidente da história das 20 estruturas que, no continente e ilhas, representam os mais de quatrocentos corpos de bombeiros do País

Aos 26 anos, mas já com vasta experiência no setor associativo, João Ludovico cumpre mais uma missão nos bombeiros, que

constituem aliás uma paixão de menino.De bombeiro a presidente da federação foi um pequeno passo, mas

é longo o caminho que se propõe trilhar na defesa da causa, mas, sobretudo, das mulheres e homens que a servem de forma

exemplar.Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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15SETEMBRO 2018

FEDERAÇÃO DOS BOMBEIROS DO DISTRITO DE SETÚBAL

criado nos bombeiros”

retora de uma instituição onde fui sempre muito bem tratado”. Também por aqui está empe-nhado num novo projeto, o da construção da creche e infantá-rio, obra orçada em 500 mil eu-ros, que permitirá aumentar a oferta da instituição que conta, atualmente, com cerca de 500 alunos.

Apesar de tantas responsabi-lidades é junto dos bombeiros que se sente em casa e encon-tra força para abraçar outras causas:

“Acho que foi nos bombeiros que ganhei o gosto por estas coisas do associativismo”.

“Aos 14 anos fui logo falar com o comandante para entrar para o corpo de bombeiros”

Filho de pai e mãe bombei-ros, João Ludovico só podia ser bombeiro:

“Nasci e fui criado no quartel dos bombeiros do Cercal. A mi-nha mãe é bombeira, o meu pai chegou a ser 2.º comandante… A minha vida foi passada aqui.”, conta como que revelando uma espécie de sina que cedo fez cumprir:

“Aos 14 anos fui logo falar com o comandante para entrar para o corpo de bombeiros. Fui cadete, fui estagiário fiz o curso de ingresso na carreira”.

O percurso do jovem bombei-ro foi, contudo, interrompido em 2012, quando se tornaram evidentes problemas na asso-ciação:

“As coisas andavam um pou-co tremidas e em 2012 tive que avançar, fiz uns tantos contac-tos, consegui o apoio de pes-soas com algum peso e reuni uma equipa engraçada que por cá se mantém há seis anos”, conta com especial vaidade, sem esconder ajudas importan-tes que permitiram devolver es-tabilidade financeira à institui-ção:

“Tivemos uma grande ajuda do Crédito Agrícola e um finan-ciamento que nos permitiu es-tabilizar. Depois conseguimos receber algumas verbas em atraso tanto do hospital de San-tiago como de particulares. Ain-

da assim, no primeiro ano de mandato, andamos, como se costuma dizer, com a “corda ao pescoço”, explica, adiantando que a contenção da despesa permitiu investimentos na área operacional e uma melhoria sig-nificativa do serviço prestado às populações.

Volvidos seis anos, assegura-da a sustentabilidade financei-ra, a instituição emprega 21 pessoas, que asseguram três turnos diários de bombeiros profissionais, que constituem um apoio fundamental para o funcionamento do quartel que conta, atualmente, com 52 operacionais, num território onde o voluntariado é um bem escasso, porque por ali faltam oportunidades, sobretudo, pro-fissionais.

“Hoje passo mais tempo nos bombeiros do que em casa, qualquer dia sou despejado”

“O voluntariado é um grande problema. As pessoas cada vez mais abalam daqui, onde faltam empregos e apoios. Vamos ten-tando colmatar esta lacuna com a escola de infantes e cadetes que, nos últimos tempos, já deu seis novos elementos ao corpo de bombeiros”, destaca.

João Ludovico, enquanto pre-sidente da direção da Associa-ção Humanitária de Bombeiros Voluntários do Cercal do Alente-jo, está, agora, empenhado no projeto ampliação e requalifica-ção do quartel, uma obra orça-da em 416 mil euros que, se tudo correr dentro da desejada normalidade, deverá estar con-cluída em meados do próximo

ano. Para trás ficam vários in-vestimentos na modernização dos meios, entre os quais três novas ambulâncias de socorro, mas também de transporte de doentes não urgentes até por-que a qualidade do serviço prestados aos cerca de cinco mil habitantes da área de inter-venção deste corpo de bombei-ros constitui uma preocupação constante.

“Hoje passo mais tempo nos bombeiros do que em casa, qualquer dia sou despejado”, ironiza, ainda que leve muito a sério o compromisso que assu-miu com as várias associações a que está ligado e que lhe dei-xa pouco tempo para a família e, também, para a licenciatura em Ciências Sociais que conti-nua por concluir.

“Acho que conseguimos unir o pessoal”

Na pele de presidente de fe-deração João Ludovico dá conta

de um “distrito partido em dois”, de “duas realidades muito distintas”.

“O Sul revê-se mais no Alen-tejo do que em Setúbal, no-meadamente pelo tipo e núme-ro de serviços e as distâncias percorridas diariamente”, refe-re, considerando que um dos grandes desafios do mandato começou por ser unir as asso-ciações e criar pontos de con-vergência.

Ainda no congresso eletivo de Fafe da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que se rea-lizou em outubro do ano passa-do, foi possível encontrar uma lista de consenso em que o Sul e o Norte estivessem represen-tados.

“Acho que desta forma con-seguimos unir o pessoal, que até está muito mais participati-vo nas ações que vamos desen-volvendo”, considera João Lu-dovico agora apostado em ge-rar recursos – leia-se assegurar receita – para a organização que “sobrevive apenas da quo-tização das federadas e do fi-

nanciamento da LBP”. O presi-dente considera desadequado pedir apoios às autarquias pois, defende que “devem ir por in-teiro para as associações e cor-pos de bombeiros”, por isso procura alternativas para a fe-deração, designadamente uma certificação como entidade for-madora da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Tra-balho (DGERT), uma ferramen-ta que, no entender de João Lu-dovico, permitiria um papel mais ativo junto das federadas, até porque alega que a estrutu-ra deve servir para um pouco mais do que fazer representa-ções ou “levantar problemas nas reuniões do setor”. Contu-do, reconhece que este é um processo complicado e dispen-dioso, mas nada que demova um jovem de apenas 26 anos, determinado em deixar a sua marca nas organizações por onde passa.

Apesar da excelência das ins-talações-sede da FBDS, cedidas pela Câmara Municipal do Sei-xal, com condições para rece-

ber as diversas iniciativas, a atual equipa diretiva tem inves-tido, estrategicamente, na des-centralização, em ações de pro-ximidade ou nos “roteiros fede-rativos” que acabam por fo-mentar a mobilização e uma intervenção ativa de todas as 24 associações humanitárias e corpos de bombeiros.

“A minha casa é tudo, prefiro fazer um esforço, ir e voltar, vencer muitos quilómetros, mas ficar perto dos meus”

Nas várias incursões pelo país dos bombeiros e as inúme-ros viagens a Lisboa e aos vá-rios concelhos do distrito de Setúbal, João Ludovico faz questão de se afirmar um orgu-lhoso cercalense, ainda que, em jeito de reparo ou desaba-fo, declare ser “esta terra, mui-tas vezes, madrasta para quem dá tudo por ela”.

“A minha casa é tudo, prefiro fazer um esforço, ir e voltar, vencer muitos quilómetros, mas ficar perto dos meus”, con-fidencia, reafirmando o amor por uma terra calma que preci-sa de gente, da sua gente, para se desenvolver, sendo claro que João Ludovico parece não querer abandonar mais essa importante missão.

Sobre o futuro não arrisca em previsões. Sabe o que quer, mas fundamentalmente o que o move assumindo, por isso, uma enorme entrega ao asso-ciativismo e, claro está um fer-voroso ativismo pelos bombei-ros, pelos quais despiu a farda, mas que um dia, se as circuns-tâncias assim o exigissem vol-taria, certamente, a envergar.

Bem ao seu jeito, e já na despedida, o jovem presidente de quase tudo faz questão de assegurar:

“Não quero, nunca ambicio-nei, ser presidente de tudo. Prefiro acreditar que gostam de mim, que sou a pessoa certa para a função ou então sou mesmo o único parvo que se vai metendo nestas coisas to-das”.

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16 SETEMBRO 2018

O sonho tem mais de duas décadas, mas parecem, finalmente, estar reuni-

das as condições – leia-se pro-jeto e financiamento – para o arranque da empreitada de am-pliação e requalificação das ins-talações da Associação Huma-nitária de Bombeiros Voluntá-rios da Aguda, essa é pelo me-nos a expectativa do presidente da direção Manuel de Oliveira Guedes, ainda que com caute-losa reserva, anuncia “o início dos trabalhos ainda em 2018”, porque essa foi a “garantia dada pela autarquia”. O dirigen-te, na frontalidade que lhe é pe-culiar, não deixa, contudo, de sublinhar que “essa promessa tem três anos” e ainda que su-cessivamente renovada e refor-çada, “continua por concreti-zar”.

A empreitada que deverá rondar o meio milhão de euros permitirá dar condições de tra-balho aos 80 voluntários que ao serviço dos Bombeiros da Agu-da servem a causa e o País, que há muito deixaram de existir no quartel inaugurado em 1997, com um projeto da década de 70, cuja obra, iniciada em 1981, se prolongou por quase uma década ou seja, como assi-nala Manuel de Oliveira Guedes, “novo, mas já estava desatuali-zado”.

O projeto das renovadas ins-talações assenta na expansão do complexo para um terreno contíguo cedido pela autarquia.

A ideia é não só conferir maior operacionalidade ao complexo, mas também criar condições de conforto para os bombeiros e ainda criar novas áreas, desig-nadamente “um cantinho para os elementos do quadro de honra”, como faz questão de assinalar o comandante Olímpio Pereira.

Enquanto aguardam pelas novas instalações, direção e co-mando, muito tem investido em intervenções mais urgentes, muitas delas asseguradas pela “prata da casa”, como é o caso da recente remodelação da se-cretaria de comando.

Esta é sem dúvida uma insti-tuição de referência, que faz questão de se afirmar a vários níveis, nomeadamente na qua-lidade do serviço prestado aos 45 mil habitantes das fregue-sias Arcozelo, Serzedo e Perosi-nho e ainda da São Félix da Ma-rinha.

Apesar do empenhamento de direção, comando e corpo de bombeiros, Manuel Guedes par-tilha o louro das vitórias alcan-çadas, designadamente com a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia “a grande parceira” da instituição, mas também com “vários beneméritos”.

“Na verdade, não nos pode-mos queixar, felizmente pode-mos sempre contar com muita gente boa que nos apoia em to-das as circunstâncias”, destaca o dirigente dando como exem-plo os gestos solidários dos em-

presários Manuel Violas, do grupo Solverde, de Vítor Aguiar e, também, dos familiares do comendador de Joaquim Cardo-so, “que nunca se esquecem dos Bombeiros da Aguda”.

Também as juntas de fregue-sia, têm assumido uma colabo-ração ativa com os Voluntários da Aguda. Ainda, recentemen-te, a União de Freguesias Ser-zedo e Perosinho apadrinhou uma viatura, curiosamente ad-quirida com o dinheiro dos elei-tos que “abdicaram do valor das presenças e juntaram numa continha 10 mil euros”.

“Nunca esquecerei este ges-to, até porque foi dos mais bo-nitos que vi nos 24 anos que aqui estou”, regista Manuel Guedes, com particular emo-ção.

No campo dos apoios, o co-mandante Olímpio Pereira faz questão de salientar a união da população em torno da causa, revelando que, no âmbito de uma “campanha que foi um êxi-to”, a associação angariou mais de 55 mil euros, verba que será aplicada na aquisição de uma nova ambulância de socorro.

Direção e comando registam, ainda, com natural gratidão que também a “Academia do Baca-lhau de Rouen (França) deu dois mil euros aos três corpos de bombeiros da Marginal –Aguda, Valadares e Coimbrões –, sendo que outras iniciativas estão já agendadas desta feita para apoiar a missão e a ação dos Voluntários dos Carvalhos, Crestuma e Avintes.

Uma gestão equilibrada ga-rantiu há muito a sustentabili-dade financeira que permite o investimento nos meios, contu-do faltam mulheres e homens para fazer face ao crescente nú-mero de solicitações, como re-conhece o comandante:

“O que mais falta nos faz são bombeiros”, dispara para depois explicar que embora o corpo ativo não tenha sofrido grandes perdas, “a disponibilidade não é a mesma, é cada vez menor”, sendo que a profissionalização

se torna inevitável, até para proteger ou poupar os voluntá-rios que teimam em ficar, que recusam baixar os braços.

“Esta é uma gestão difícil… Isto é muito complicado”, assi-nala o comandante, defenden-do que o futuro deverá impor “profissionais de segunda a sexta e ao fim semana pelo me-nos uma equipa paga”. Olímpio Pereira rende-se ás evidências para reconhecer que “os tem-pos mudaram” e que, por isso mesmo, “importa, pois; encon-trar mecanismos que permitam enfrentar uma realidade que é nova”.

No mesmo sentido, Manuel Guedes recorda “os dias em que os voluntários chegavam ao quartel à sexta-feira com uma mala e só de lá saíam à segunda”, hoje isto já não acon-tece, e esse, sublinha, “é talvez o maior problema destas asso-ciações”.

“Os nossos melhores voluntá-rios são, na verdade, os profis-sionais que acabam por ficar muito por aqui, muito para além das horas de serviço”, considera o dirigente, para depois sem es-conder “alguma mágoa” decla-rar:

“Sinto-me um pouco ferido… Eu desde 2008 que não faço ou-tra coisa que não seja estar aqui. Afinal, somos ou não so-mos voluntários?”, indaga.

Ainda que reclame mais algu-ma entrega de alguns, Manuel Guedes não deixa de elogiar a ação de todos dos homens e mulheres que servem a associa-ção.

Com o intuito de assegurar o futuro e fomentar o voluntaria-do os Bombeiros da Aguda vão desenvolvendo um amplo traba-lho junto da comunidade escolar que o comandante está aposta-do em complementar com a di-namização de uma escola de in-

Os nossos melhores voluntários são, na verdade, os profissionais que acabam por ficar muito por aqui, muito para além das horas de serviço

Manuel Oliveira Guedes,presidente da direção

da Associação Humanitáriade Bombeiros Voluntários da Aguda

palavra de PRESIDENTEFundada a 29 de março de 1925 a

Associação Humanitária de Bom-beiros Voluntários da Aguda assu-me-se hoje como uma instituição moderna plenamente adaptada aos desafios do presente e às mudanças do setor.

Bem equipada, com um parque de viaturas, devidamente adaptado às exigências do território que ser-vem, os Bombeiros da Aguda con-tam, no presente, com um efetivo de cerca de 80 voluntários, apoiados por 27 profissionais.

A área de intervenção dos Voluntários da Aguda compreende três das freguesias da 15 de Vila Nova de Gaia, que no total albergam perto de 45 mil habitantes, número que au-menta substancialmente no verão quando

esta afamada estância balnear se enche de fo-rasteiros.

Em termos operacionais os Bombeiros da Aguda partilham o concelho com os Voluntá-rios de Avintes, Carvalhos, Coimbrões, Cres-tuma, Valadares e o corpo de Bombeiros Sa-padores de Vila Nova de Gaia.

Cartão de visita

AGUDA

Novo quartel poderá serAinda este ano devem ter início as obras de

ampliação e requalificação do quartel dos Voluntários da Aguda, essa é pelo menos a

expetativa de direção e comando que há muito aguardam a concretização de uma

aspiração já antiga, mas que, por motivos vários, tem vindo a ser protelada, com

prejuízos óbvios, para os cerca de 80 operacionais deste efetivo do concelho de

Vila Nova de Gaia.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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17SETEMBRO 2018

Os tempos mudaram (…) “importa, pois, encontrar mecanismos que permitam enfrentar uma realidade que é nova

Olímpio Pereira, comandante do corpode Bombeiros Voluntários da Aguda

voz de COMANDO

uma realidade em breve

fantes e cadetes, ainda que, por agora, o quartel não disponha de grandes condições, uma si-

tuação que esperam tenha, de facto, os dias contados, eminen-te, que parece estar o início de

um novo capítulo da já longa história nonagenária associação do distrito do Porto.

Foram apenas precisos 102 mi-nutos para consumar uma das

maiores tragédias vividas pela humanidade num ataque terro-rista.

Passam 17 anos sobre o 11 de setembro de 2001, dia que ficará na memória dos americanos e de todo o mundo, também, como uma das maiores, senão a maior e mais prolongada mobilização de meios de socorro e proteção civil da história moderna.

Nesse fatídico dia ficaram feri-das 6 mil pessoas e morreram 2996, 5 delas portuguesas, in-cluindo ainda 300 bombeiros e polícias da cidade de Nova Ior-que.

O número de mortos incluiu os resultantes do colapso das Torres Gémeas, dos passagei-ros dos dois aviões que choca-ram nelas; os 125, dos quais 55 militares, do embate de ou-tra avião no edifício do Pentá-gono bem como na queda de um quarto avião em campo aberto. Da queda dos quatro aviões resultaram 246 mortos.

Do total de mortos regista-dos, 40 por cento continuam ainda por identificar. As estru-turas de medicina legal de Nova Iorque continuam a estu-dar cerca de 19 mil restos hu-manos. Foi possível identificar até 1642.

Mais de 3 mil crianças per-deram um dos pais nesta tra-gédia e 17 nasceram depois de mães cujos maridos morre-ram na tragédia.

Os dois embates fatais nas Torres Gémeas ocorreram, no primeiro caso, com um avião da companhia American Airli-nes entre os andares 93 e 99 e, no segundo caso, com um avião da “United Airlines” en-tre os andares 75 e 85. Os dois acidentes provocaram pouco depois o colapso dos dois edifícios com 110 andares cada.

O 11 de setembro de 2001 ficará na memória como, ver-

dadeiramente, um dia que mundo o mundo e em que, pela primeira vez, a segurança

dos Estados Unidos da Améri-ca foi posta em causa dentro do seu próprio território.

Ficam-nos também na me-mória inúmeros registos de heroicidade de bombeiros e polícias na tentativa de salvar o maior número de pessoas. Muitos deles, como sabemos, pagaram com a própria vida o sentido do dever de velar pelo bem do seu semelhante. Ou-tros sobreviveram, dão teste-munho do ocorrido, mas, nal-guns casos, continuando ain-da a sofrer das sequelas gra-ves sofridas.

Todos eles são credores do respeito e da admiração dos norte-americanos, em primei-ro lugar, mas também de to-dos nós.

11 DE SETEMBRO DE 2001

Foram apenas precisos 102 minutos

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18 SETEMBRO 2018

Com uma nova área ope-racional estreada há pou-co mais de três meses, os

Bombeiros Voluntários de Arco de Valdevez já contam os dias para inauguração do complexo logo que estejam concluídos os trabalhos de requalificação das antigas instalações, ainda a tempo das comemorações do 130.ª aniversário da institui-ção, que se assinala a 5 de maio do próximo ano.

Refira-se que a intervenção decorreu a dois tempos, sendo que a prioridade foi construir um novo polo contiguo ao anti-go quartel destinado a albergar toda a zona operacional e só depois avançou a intervenção nas antigas instalações que passam a acolher os serviços associativos e administrativos.

Depois de dois anos a opera-rem em instalações cedidas pela autarquia, depois de um

investimento na ordem dos 600 mil euros, a associação prepara-se para aplicar mais de 300 mil euros, na correção de vários problemas, na reno-vação de espaços mais antigos e na substituição da cobertura, obra considerada “prioritária”, e ainda a aquisição de equipa-mento, nomeadamente de tec-nologia, que permita acompa-nhar e confirmar este esforço de modernização

O presidente da direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ar-cos de Valdevez, Germano Amorim, revela que as obras de ampliação e remodelação do quartel foram, assumidamen-te, “o” projeto de direção e co-mando certos de que o bom desempenho dos bombeiros, nas mais diferentes missões, impõe “o máximo de condições para que possam realizar o seu

trabalho da forma mais eficien-te possível”.

Para trás, revela, ficam tem-pos difíceis, uma herança pesa-da, por isso, é com da natural satisfação e evidente, orgulho que o dirigente apresenta aos jornalistas uma organização recuperada e preparada para enfrentar o futuro.

“Quando cá chegamos en-contrámos uma situação muito complexa. Tivemos que rene-gociar dívidas, arrumar a casa, no fundo resgatar a associa-ção”, uma missão espinhosa, mas cumprida com êxito em menos de um ano.

Por outro lado, “os bombeiros não se reviam no elenco direti-vo” o que esteve na origem de muitos conflitos que acabaram por passar para o exterior. O comandante Luís Filipe Guima-rães lembra, mesmo, que foi necessário “limpar a imagem dos bombeiros” e renovar uma estrutura “bastante abalada e desfalcada”.

“Tínhamos apenas 18 bom-beiros no ativo. Mas, felizmen-te, conseguimos fazer uma es-cola com 36 elementos. Todos jovens. Quando essa escola ter-minou abriu uma outra recruta com mais 20”, sintetiza o res-ponsável operacional para num ápice regressar ao presente:

“Hoje remamos todos no mesmo sentido”, enfatiza para depois afirmar, que direção e comando “privilegiam, comple-tamente, a parte operacional”

Germano Amorim persegue, assumidamente, a sustentabili-dade económica da instituição, alertando, contudo, para as responsabilidades do Estado e das autarquias em matéria de

proteção civil, até porque, sa-lienta, “não podem continuar a exigir de privados aquilo que nem o público faz”.

“Fomenta-se uma espécie de política de mendicidade face às câmaras municipais” critica, para depois considerar que as necessidades das associações e corpos de bombeiros “são mui-to superiores aos apoios conce-didos pelas autarquias”. Ger-mano Amorim vai mais longe:

“O Estado tem de olhar para nós de uma outra forma, dife-rente mais séria. Não podemos

aceitar que nos tratem como o parente menor da proteção ci-vil”.

Apesar da vitalidade desta rejuvenescida instituição, a me-nor disponibilidade dos atuais voluntários constitui, também por aqui, uma preocupação constante que direção e coman-do tentam colmatar garantindo todas as condições aos opera-cionais.

“Os jovens continuam a pro-curar alguma estabilidade”, con-sidera Germano Amorim pelo que a instituição, sempre que

ARCOS

“O Estado tem de olhar para nósConcluída a primeira fase das obras

de ampliação e requalificação do quartel,os Bombeiros Voluntários

de Arcos de Valdevez regressaram a casa, ainda que os trabalhos prossigam,

agora na área associativa, prevendo-seque a empreitada esteja totalmente

concluída, no inicio maio de 2019.

Texto e fotos: Sofia Ribeiro

Não podemos aceitar que nos tratem como o parente menor da proteção civil

Germano Amorim, presidente da direção da associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários de Arcos de Valdevez

palavra de PRESIDENTEA história da Associação Hu-

manitária de Bombeiros Voluntários de Arcos de Valde-vez começou a ser contada a 5 de maio de 1889. De lá para cá muitos factos, episódios e feitos abriram e fecharam ci-clos sendo que todos foram determinantes para o desen-volvimento da instituição que, presentemente, enfrenta mo-mentos de prosperidade. Atualmente, integram o corpo de bombeiros 70 mulheres e homens que garantem a se-gurança e socorro aos cerca de 22 mil habi-tantes, das 36 freguesias deste concelho raia-no do distrito de Viana do Castelo.

Os “Pinguinhas” são o cartão de visita da

instituição que muito tem investido neste gru-po de infantes e cadetes que, num futuro pró-ximo, podem vir a ser um importante reforço para o corpo de bombeiros.

Cartão de visita

Hoje remamos todos no mesmo sentido

Luís Filipe Sá Guimarães,comandante do corpo de Bombeiros

de Arcos de Valdevez

voz de COMANDO

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19SETEMBRO 2018

As seis associações de bom-beiros voluntários de Lisboa

asseguram diariamente mais de 80 intervenções de socorro pré-hospitalar no âmbito do dispositivo integrado perma-nente de emergência pré-hos-pitalar da capital. Este disposi-tivo funciona em articulação com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes e é assegu-rado pelas seis associações mediante um protocolo estabe-lecido com a Câmara Municipal de Lisboa.

O balanço desta experiência foi feito pela oficial bombeira

Débora Alves, dos Voluntários de Lisboa, em nome das seis associações, num workshop realizado recentemente na FIL, no Parque das Nações.

O workshop alusivo aos “Meios e Recursos dos Agentes de Proteção Civil” integrou-se na iniciativa promovida pelo Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa denominada “Segurança e Socorro em Lis-boa” que permitiu a realização de uma exposição estática e demonstrações por todos esses agentes. A começar pelos bom-beiros, sapadores e voluntários

presentes, estiveram também presentes, as forças de segu-rança, as Forças Armadas, a Autoridade Marítima Nacional, o INEM, a Cruz Vermelha Portu-guesa, o próprio Serviço Muni-cipal de Proteção Civil de Lis-boa e as várias juntas de fre-guesia.

No workshop sobre os meios e recursos intervieram tam-bém, o major Manuel Cordeiro, ANPC, Carlos Morgado, Serviço Municipal de P. Civil Lisboa, o coronel Lavado, Forças Arma-das, o comandante João Afonso Gil, capitão do Porto de Lisboa,

Débora Alves, Bombeiros Vo-luntários, chefe Carlos Bispo, Regimento Sapadores Bombei-ros de Lisboa, Jorge Maurício, PSP, Rui Oliveira, Cruz Verme-lha, e Filipe Costa, GNR.

Na oportunidade, o major Manuel Cordeiro referiu a im-portância das associações e corpos de bombeiros do distrito de Lisboa, aquele que mais es-forço tem desenvolvido no apoio a outras zonas do país durante o período de fogos flo-restais. Em 2017, segundo aquele responsável, o distrito contribuiu com 75 grupos de

combate que foram distribuídos em diferentes fases e locais pelo país em apoio às congéne-res locais.

Na sua intervenção, o repre-sentante da ANPC chamou

também a atenção para, até ao momento, o registo significati-vo de descida do número de ig-nições este ano em 44 por cen-to e em 63 por cento na área ardida.

LISBOA

Voluntários fazem mais de 80 intervenções diaFo

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DE VALDEVEZ

de uma outra forma”possível, tem vindo a fomentar o emprego, mantendo assim elevados os níveis de prontidão no socorro às populações.

“Estamos a tentar acabar com os ordenados mínimos”, acrescenta o presidente da di-reção reforçando uma clara aposta nos recursos humanos.

“Temos 22 profissionais for-matados para o socorro e não para o transporte de doentes” faz questão de assinalar Luís Fi-lipe Guimarães, sustentado que a “organização de recursos per-mitiu efetivar essa estratégia”,

Com a casa praticamente ar-rumada, o comandante conse-guiu concretizar um projeto an-tigo e já bastante amadurecido. Os “Pinguinhas” surgiram já este ano e são apresentados como um investimento no futu-ro. Frequentam esta escola de infantes e cadetes mais de três dezenas de crianças com idades compreendidas entre os seis e os 16 anos que se reúnem, to-

dos os sábados, para de uma forma lúdica começarem a co-nhecer a realidade dos bombei-ros.

Registe-se que a renovação das instalações abriu caminho a

outras ideias e projetos, estan-do a direção da associação a analisar a hipótese de colocar em funcionamento um centro de enfermagem que permita garantir cuidados mínimos de

saúde aos arcuenses, privados de serviço de atendimento per-manente (SAP), transferido para município de Ponte, há já uns anos, e que tanta falta faz, sobretudo, aos mais idosos.

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20 SETEMBRO 2018

A comemoração do 70.º aniversário da Asso-ciação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-

rios de Alter do Chão ficou assinala com um lou-vor público do comandante José Vargas a todo o corpo de bombeiros. Nele, fica expresso que “ao longo destes 16 anos e 362 dias que levo como elemento do comando, tenho consciência que o vosso voluntarismo/profissionalismo é demais evidente, os tempos que atravessamos não são fáceis, nem o serão os que se seguem, mas a vossa resiliência e forma de trabalho pró-pria de cada um de vocês, tem sido e serão sem a mais mínima dúvida o garante dos feitos por vós atingidos em todos os teatros de operações para que foram chamados a intervir e que de-veriam encher de orgulho todos os habitantes desta muito nobre vila que abnegadamente servimos”.

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão, Francisco Reis, do comandante Adelino Gomes, em repre-sentação da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), do secretário da Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre, Joaquim Medalhas, do comandante distrital da ANPC, Rui Conchinha,

acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral, António Cruz, pelo presidente da direção, Emílio Ribeiro, pelo comandante José Vargas, restantes órgãos sociais e comando e ainda pelo pároco lo-cal, padre Rui Rodrigues.

Procedeu-se à inauguração de uma nova viatu-ra, um veículo dedicado ao transporte de doentes (VDTD) oferta conjunta da Câmara e da Junta de Freguesia.

Procedeu-se ainda à atribuição de medalhas de dedicação da LBP, grau ouro, por 25 anos, ao co-mandante do QH José António Ferreira, aos bom-beiros de 1.ª, João Testa e Hélder Bugalho, ao

bombeiro de 2.ª João Marques, e aos bombeiros de 3.ª, João Paulo Pereira e Carlos Silva.

Decorreu depois a atribuição de medalhas de assiduidade da LBP, por 20 anos, ao comandante José Vargas, aos bombeiros, de 1.ª, Rafael Reis e José Marques, de 2.ª João Marques, e de 3.ª, An-tónio Salgueiro e Carlos Silva, por 15 anos, aos bombeiros de 1.ª, José Marques, José Calado, João Xavier, Armando Abreu, de 2.ª, João Mar-ques, Filipe Palmeiro, Natércia Paulo, Pedro Cor-rula, Jorge Correia, e de 3.ª, Bruno Pimenta.

A medalha de assiduidade da LBP, prata, 10 anos, foi entregue, ao adjunto de comando Pedro

Beguilhas, e aos bombeiros, de 1.ª, Aramando Abreu, de 2.ª, Cátia Quina, Tiago Martins, João Nascimento, Patrícia Ribeiro, Luis Bizarro, Sara Perpétua, Jorge Ferreira, e de 3.ª, Eduardo Car-vão, Tatiana Jesus, Henrique Quina, Eurico Rami-nhos e Francisco Correia.

Por fim, procedeu-se à entrega de medalhas de assiduidade da LBP, cobre, cinco anos, ao bombei-ro de 1.ª, José Calado, aos bombeiros de 2.ª, Na-tércia Paulo, Tiago Martins, Sara Perpétua, Jorge Ferreira, José Pereira, Tiago Quina, Eduardo Car-vão, Tatiana de Jesus, Henrique Quina, José Rufi-no, Fábio Ferreira, Paulo Pereira e Artur Ferreira.

Estava ainda prevista a atribuição do crachá de ouro da LBP ao chefe Silvestre Ildefonso, por 40 anos de dedicação à causa, mas o próprio decli-nou o referido galardão.

Na sequência das comemorações, o coman-dante José Vargas fez questão de realçar o esfor-ço de meios das associações congéneres, “agra-decendo aos respetivos comandos, por parte do CB de Ponte de Sor com uma equipa para guar-necer o INEM e uma equipa para reforço da ECIN por parte do CB de Fronteira num total de sete elementos”.

ALTER DO CHÃO

Comandante louva o corpo de bombeiros

A Associação Humanitária de Bombeiros de Carnaxide

comemorou o seu 106º aniver-sário com a inauguração de quatro novas viaturas. Tratou--se de três dedicadas ao trans-porte de doentes não urgentes, duas VDTD e uma ABTM e de um tractor para reboque de uma cisterna de grande capaci-dade.

Enquanto as primeiras três viaturas foram obtidas por in-vestimento directo da própria instituição, a restante resultou do apoio do cônsul de Portugal no Estado da Florida, Estados Unidos da América (EUA).

Na sessão solene, que ocor-reu após a inauguração das viaturas na parada do quartel, procedeu-se à promoção a 1.ª do oficial bombeiro de 2.ª Luis Nunes, e à atribuição de meda-lhas da Câmara Municipal de

Oeiras e de assiduidade e dedi-cação da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Neste caso, com a medalha de dedicação da LBP, grau ouro, 25 anos, foram distinguidos, os chefes, Francisco Matos, Carlos Brito e Raul Gonçalves, e o subchefe João Coxixo.

Foram também entregues medalhas de assiduidade da LBP, por 15 anos, ao bombeiro de 2.ª Fernando Santos, e por 10 anos, ao oficial bombeiro de 1.ª Luis Nunes, e aos bombei-ros de 3.ª, Ruben Silva, Ana Cristina Barata e Fernando Amado.

A sessão foi presidida pelo vice-presidente da Câmara Mu-nicipal de Oeiras, Francisco Ro-cha Gonçalves, na presença, do vice-presidente do conselho executivo da LBP, Rama da Sil-va, do vice-presidente da Fede-

ração de Bombeiros do Distrito de Lisboa, comandante Manuel Varela, do presidente da União de Freguesias de Carnaxide e Queijas, Inigo Pereira, acolhi-dos, pelo presidente da assem-bleia-geral da instituição, Rui Pereira, do presidente do con-selho fiscal, Joaquim Marques, do presidente da direção, Fer-

nando Curto, do comandante Reinaldo Muralha e restantes órgãos sociais.

A questão do acordo de tra-balho para os bombeiros assa-lariados das associações foi um dos temas abordados nas inter-venções. O presidente da dire-ção, Fernando Curto, defendeu essa necessidade como pre-

mente, no que foi acompanha-do pelo representante da LBP que deu conta de todos os pas-sos dados nesse sentido para a criação de um modelo que não vincula todas as associações e que poderá ser seguido por aqueles que o entenderem fa-zer.

Ficou expresso que sendo as

associações de bombeiros ins-tituições com preocupações so-ciais importantes para com as populações que servem não poderão deixar também de as ter para com os seus colabora-dores, garante, ora da presta-ção do socorro com prontidão, ora do transporte de doentes não urgentes.

CARNAXIDE

Apoio para viatura veio dos EUA

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Page 21: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 384 – setembro 2018bombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_384.pdf · 2 SETEMBR 2018 A força das raízes N os dias de hoje, em

21SETEMBRO 2018

“A Autoridade Nacional de Proteção Civil exis-te para servir, não

para se servir dos bombeiros”, defendeu Jaime Marta Soares na sessão solene comemorativa do 123.º aniversário da Asso-ciação Humanitária de Bombei-ros Voluntários de Caldas da Rainha, que se realizou no pas-sado dia 13 de setembro. Da tribuna caldense, o presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP), falou ao País para reafirmar o compromisso assu-mido há mais de meio século com a causa, marcado pela en-trega total a uma missão que assenta no reconhecimento e valorização do serviço prestado à pátria pelos bombeiros de Portugal aproveitando para, uma vez mais, apelar à “união” que garante a força deste exér-cito de paz e que lhe permite “fazer ainda mais e melhor”.

“A minha primeira prioridade é o exercício de presidente da Liga dos Bombeiros Portugue-ses”, esclareceu o dirigente de-terminado em desfazer outros “pequenos equívocos”:

“Em circunstância alguma me verguei perante qualquer go-verno, pois para viver de cons-ciência tranquila e continuar a merecer a confiança depositada em mim tenho de estar sempre ao lado dos que me elegeram. Nunca me desvio do caminho traçado pelos bombeiros de Portugal”, enfatizou.

Num discurso abrangente, Jaime Marta Soares saudou di-rigentes, associados e benemé-ritos de uma instituição de refe-

rência não apenas a nível local, mas que ao longo dos anos tem funcionado como epicentro de alguns momentos-chave do se-tor. Deixou ainda elogios e pala-vras de incentivo e conforto aos bombeiros, especialmente aos sete jovens que, nesse mesmo dia, assumiram publicamente o compromisso com a causa e ju-raram honrar o lema “vida por vida”.

Integram este grupo de re-forço Marcelo Faustino, Carolina dos Santos, Carolina Daniel, Rodrigo Vital, Telma Alves, Dio-go Daniel, Vítor Alves. Para o êxito desta escola de estagiá-rios, como sublinhou o coman-dante dos voluntários calden-ses, Nelson Cruz, em tudo con-tribuiu o trabalho desenvolvido, os conhecimentos e a entrega de formadores e tutores deste corpo de bombeiros, nomeada-mente o chefe Rui Faria, o sub-chefe Paulo Ferreira e os bom-beiros de 1.ª Vasco da Silva, Pedro Marques, João Fragoso, Marco Domingos, Nuno Maria, Bruna Simões e Telma Pacheco,

todos laureados com um agra-decimento público e o chefe Ví-tor Tavares, responsável pela recruta, distinguido com uma menção honrosa.

Nesta mesma ocasião, pe-rante uma vasta plateia de con-vidados, receberam medalhas de assiduidade grau Ouro (20 anos) o bombeiro de 1.ª João Fragoso; grau Prata (10 anos) o bombeiro de 3.ª Diogo Maltez; e grau Cobre (5 anos) os bom-beiros de 3.ª David Raposo, Da-niela Jacinto e Maria Beatriz Ro-que.

Por deliberação unanime, di-reção e comando agraciaram, ainda, com o galardão “Prestí-gio da Associação” os benemé-ritos Pedro Redondo, Alberto Linto e João Prezado Francisco que, recorde-se, num gesto so-lidário garantiram três novas

ambulâncias, inauguradas e benzidas neste dia de festa.

A sessão ficou ainda marcada pela a passagem ao quadro de honra do bombeiro de 3.ª Antó-nio Serrenho promovido, a títu-lo honorífico, a bombeiro de 2.ª, como forma de reconheci-mento de “um espírito inigualá-vel de sentir a causa de forma exemplar e abnegada” e de uma carreira pautada “pela dis-ciplina, assiduidade, pontuali-dade, com lealdade e vontade de bem servir no cumprimento das mais variadas tarefas” con-forme evidenciou o comandante Nelson Cruz.

Associaram-se às comemo-rações do 123.ª aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cal-das da Rainha, presididas pelo

edil Tinta Ferreira, entre ou-tras entidades civis militares e religiosas, os presidentes da Assembleia Municipal José Luís Lalanda Ribeiro, da Junta de Freguesia União das Fregue-sias de Caldas da Rainha - Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, Vítor Marques; o comandante ope-racional distrital (CODIS), Car-los Guerra e o comandante José António Rodrigues, em representação da Federação de Bombeiros do Distrito de Leiria, que tiveram como anfi-triões os presidentes da as-sembleia geral e da direção, respetivamente, Henrique Sa-les Henriques e Abílio Cama-cho e o comandante do corpo de bombeiros, Nelson Cruz.

Sofia Ribeiro

CALDAS DA RAINHA

“Nunca me desvio do caminho traçado pelos bombeiros de Portugal”

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22 SETEMBRO 2018

Passeio TT Bombeiros Voluntários de Ílhavo

20 de Outubro de 2018

Programa 08h00 – Concentração no quartel BVI 08h45 – Briefing 09h00 – InIcio do passeio 13h00 – Almoço 15h00 - Trial

Inscrição

Veículos 20 Mangueiras

Acompanhantes 20 Mangueiras

Contactos: António Cruz | 911 745 345 | [email protected]

Jeep’s Motos

Moto quatro

Xico Estoira | 969 164 702

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da

Ericeira assinalou no passado dia 9 de setembro o 87.º ani-versário.

O programa comemorativo teve início com a formatura, hastear das bandeiras, roma-gem ao cemitério e um desfile temático motorizado pelo cen-tro da vila. Seguiu-se a sessão solene realizada no quartel, presidida pela vereadora da Proteção Civil da Câmara Muni-cipal de Mafra, Aldevina Rodri-

gues, com as presenças, do co-mandante Adelino Gomes, em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), do vice-presidente da Federa-ção de Bombeiros do Distrito de Lisboa, comandante Pedro Araújo, do comandante distrital de Lisboa da ANPC, André Fer-nandes, e outros convidados, acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral, Fernando José Esteves, do presidente da direção, Ricardo Mestrinho, do comandante Nelson Romão, e

restantes órgãos sociais e co-mando.

A sessão ficou particularmen-te marcada com a homenagem a diversos bombeiros, traduzida na atribuição, da medalha de de-dicação, no grau ouro, da LBP por 25 anos de bom serviços prestados à instituição ao chefe António Neves Pessoa e à bom-beira de 2.ª Ana Isabel Caseiro Simões. Foram ainda agraciados com medalhas de assiduidade da LBP, grau ouro, 20 anos, o se-gundo comandante Sérgio Perei-

ra, o oficial bombeiro principal supranumerário Nuno Miguel Sil-va, os bombeiros de 2.ª Michel Marques, Edgar dos Santos, Ar-tur Paulo, Filipe Lesia e o bom-beiro de 3.ª Adriano Courela (15 anos). Receberam também me-dalhas de assiduidades da LBP, prata, 10 anos, o bombeiro de 2.ª Luís Lázaro e o bombeiro de 3.ª Fábio Santos e de cobre, re-lativo a cinco anos, os bombei-ros de 3.ª Rui Merenda, Mafalda Tomás, Mara Santos, Rui Bata-lha, Jorge Pinto e Sérgio Franco.

ERICEIRA

Tributo ao corpo ativo no aniversário

Foto

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Page 23: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 384 – setembro 2018bombeirosdeportugal.pt/imagens/Edicoes/PDFs/BP_384.pdf · 2 SETEMBR 2018 A força das raízes N os dias de hoje, em

23SETEMBRO 2018

em setembro de 1998 ANIVERSÁRIOS1 de outubroBombeiros Voluntáriosde Póvoa de Varzim . . . . . . . . . . . . . . . . . 141Bombeiros Municipais do Sardoal . . . . . . . . .65Bombeiros Privativos Vista Alegre . . . . . . . .912 de outubroBombeiros Voluntários de Queluz . . . . . . . . .97Bombeiros Voluntários de Velas . . . . . . . . . .403 de outubroBombeiros Voluntários de Valbom . . . . . . . .91Bombeiros Voluntários de Ribeira de Pena. . .405 de outubroBombeiros Voluntários Torrejanos – Torres Novas . . . . . . . . . . . . . .876 de outubroBombeiros Voluntários de Salto . . . . . . . . . .317 de outubroBombeiros Voluntários de Oleiros . . . . . . . . .70Bombeiros Voluntários de Nespereira . . . . . .458 de outubroBombeiros Voluntários de Baião . . . . . . . . . .56Bombeiros Voluntários de Juncal . . . . . . . . .339 de outubroBombeiros Municipais de Machico. . . . . . . . .58Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva . .4311 de outubroBombeiros Voluntários de Torres Vedras . . . 115Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória . . .3412 de outubroBombeiros Voluntários de Armamar . . . . . . .8714 de outubroBombeiros Voluntários de Penedono . . . . . . .4715 de outubroBombeiros Voluntários de Odemira. . . . . . . .83Bombeiros Voluntários de Moura . . . . . . . . .71Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga. . .58Bombeiros Voluntários de Lagoa . . . . . . . . .4018 de outubroBombeiros Voluntários de Lisboa . . . . . . . . 150Bombeiros Voluntários de Espinho . . . . . . . 12319 de outubroBombeiros Voluntários de Setúbal . . . . . . . 135

20 de outubroBombeiros Voluntáriosde Santiago do Cacém . . . . . . . . . . . . . . . 105Bombeiros Voluntáriosde Oliveira de Frades . . . . . . . . . . . . . . . . .89Bombeiros Voluntários de Mourão . . . . . . . .40Bombeiros Voluntários de Santa Marinha do Zêzere . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3022 de outubroBombeiros Voluntários de Évora. . . . . . . . . 136Bombeiros Voluntários de Campo Maior . . . .69Bombeiros Voluntários de Sátão. . . . . . . . . .4124 de outubroBombeiros Voluntários de Vinhais. . . . . . . . .83Bombeiros Voluntários de Almodôvar . . . . . .4125 de outubroBombeiros Voluntários de Alcácer do Sal. . . 107Bombeiros Municipais de Coruche . . . . . . . .9026 de outubroBombeiros Voluntários do Redondo . . . . . . .68Bombeiros Voluntários de Alcanede . . . . . . .24Bombeiros Municipais de Faro . . . . . . . . . . .9727 de outubroBombeiros Voluntários de Mortágua . . . . . . .9528 de outubroBombeiros Voluntários Pinhelenses. . . . . . . 112Bombeiros Voluntários de Borba . . . . . . . . .71Bombeiros Voluntários do Seixal . . . . . . . . .41Bombeiros Voluntáriosda Marinha Grande. . . . . . . . . . . . . . . . . . 11929 de outubroBombeiros Voluntários de Santarém . . . . . . 147Bombeiros Municipais de Olhão . . . . . . . . . .87Bombeiros Voluntáriosde Câmara de Lobos. . . . . . . . . . . . . . . . . .6930 de outubroBombeiros Voluntários de Paço de Arcos . . . 12531 de outubroBombeiros Voluntários de Alcochete . . . . . . .70Bombeiros Voluntáriosde Famalicão da Serra . . . . . . . . . . . . . . . .12

Fonte: Base de Dados LBP

O Museu do Caramulo decla-rou de interesse histórico

duas viaturas antigas dos Bom-beiros de Estremoz, no âmbito de processo de certificação pro-movido e custeado pela a Asso-ciação de Veículos Clássicos deste município do distrito de Évora.

Esta distinção surge no âmbi-to de uma parceria local oficiali-zada. no dia 20 de agosto, no âmbito das comemorações do 85.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros dos Voluntários de Estremoz.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Cantanhede voltou a lançar o jor-

nal “Bombeiros de Cantanhede” com o objetivo de divulgar a atividade da instituição e estreitar laços de proximidade com a comunidade.

A edição online encontra-se já disponível em: https://issuu.com/ahbvcantanhede/docs/bvc4.

CANTANHEDE

Jornalrelançado

ÁGUAS DE MOURA

Bombeiros apresentam“Casa Segura”

Os Bombeiros de Águas de Moura lançaram, recentemente, a campanha “Casa Segura”,

uma iniciativa que visa, no essencial, promover uma cultura de segurança e assim garantir a pro-teção das pessoas mas, também, dos seus bens.

Os novos associados, mediante o pagamento de uma simbólica quantia, recebem deste logo um extintor e a formação exigida para um correto manuseamento, sendo que o corpo de bombeiros ainda garante a manutenção anual do equipa-mento.

Desta forma, os Voluntários de águas de Moura pretendem investir na primeira intervenção que, destacam, “pode ser crucial na redução dos da-nos materiais, assim como pessoais”.

ESTREMOZ

Duas viaturascom interesse histórico

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24 SETEMBRO 2018

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

Amigos o que está a acontecer com as acusações aos bombeiros pelo

que se passou em Pedrógão é a mes-ma coisa que antigamente se fazia aos mensageiros que traziam más notícias.

É que de facto ao longo dos anos os bombeiros foram mesmo os mensa-geiros das más notícias. Quantos de nós, Liga, federações, associações nos insurgimos anos a fio contra o abandono da floresta, a falta de orde-namento, de limpeza. Quem ouvia ou encolhia os ombros ou fazia orelhas moucas. Alguns se calhar até pensa-vam que exagerávamos quando apontávamos o dedo a tudo isso, avi-

sando, alertando, denunciando. Mas passaram-se os anos e viu-se no que deu.

Depois de tantos alertas, ironia das coisas, é precisamente contra os bombeiros que se viram porque não fizeram isto, aquilo ou aqueloutro e ainda por cima também os acusam de ser responsáveis pelas lamentáveis mortes de tanta gente.

Se tivessem ouvido os bombeiros, não uma, mas as muitas vezes que teimosamente insistiram nos alertas e nas más e verdadeiras notícias por-ventura tinham-se poupado vidas e muito património destruído.

Agora, depois de não terem queri-

do ouvi-los, ainda por cima viram-se contra eles. E também se ouve dizer que a grande preocupação do Estado é agora sacar aos acusados o dinhei-ro que deu como indemnização pelas mortes.

Custa a acreditar que isso seja possível, mas não me admira porque o Estado sempre soube tratar-se bem e tratar mal os outros. O Estado algu-ma vez se preocupou em saber, antes e depois da tragédia de Pedrógão e outubro, de que meios os bombeiros dispunham e quais os que necessita-vam? Nem uma palavra sobre isso. Começaram a distribuir os EPI e de-pois mais nada. E não fosse a teimo-

sia da Liga e nunca mais se falava de distribuir mais EPI como agora se anuncia.

E quem fala das estradas que de-veriam ter sido fechadas e não foram, e onde morreu tanta gente. Não há responsáveis? E as outras entidades com responsabilidades de que se co-meçou a falar, mas que caíram no es-quecimento? Será que a culpa tam-bém vai sobrar para os bombeiros?

Querem bater-nos como antiga-mente se fazia aos mensageiros que traziam más notícias.

Saiu-nos a fava, sem dúvida.

[email protected]

Bater nos mensageiros

A Real Associação Humanitá-ria de Bombeiros Voluntá-

rios de Lisboa, a mais antiga do país, vai comemorar em 19 de outubro próximo o 150.º ani-versário. Trata-se de uma data importante para uma institui-ção que foi pioneira do associa-tivismo e voluntariado organi-zado nos bombeiros em Portu-gal.

Desta associação viriam a surgir, inclusive, outras, ainda hoje existentes na cidade de Lisboa.

A efeméride tem também um cunho especial dado estar a preparar-se o arranque do novo quartel da instituição junto à Alta de Lisboa. Será o primeiro quartel construído de raiz já que as atuais e ancestrais insta-lações existentes no Largo Ba-rão de Quintela, junto ao Largo Camões, são desde sempre provisórias.

A data de 19 de outubro coin-

cide com a primeira apresenta-ção do corpo de bombeiros há precisamente 150 anos.

A sessão solene comemorati-va irá decorrer nesse dia, às

21h, no Pátio da Galé, na Praça do Comércio.

Integrada também nas co-memorações, realiza-se uma missa solene, no dia 21 de ou-

tubro, às 11h, na Igreja de S. Roque, que será presidida pelo

cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e conta com

a participação do Coro da Fun-dação Calouste Gulbenkian.

LISBOA

Associação mais antiga comemora 150

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O Governo decidiu alargar o “período crítico de incên-

dios” até 15 de outubro, uma decisão justificada pelas “cir-cunstâncias meteorológicas” num início de outono marcado por “temperaturas com valores acima do que é o padrão para a

época e uma baixa probabilida-de de ocorrência de precipita-ção”.

“Face às condições descritas, considera-se necessário conti-nuar a adotar as medidas e ações especiais de prevenção de incêndios florestais, que de-

correm durante o período críti-co, no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta contra In-cêndios”, pode ler-se no despa-cho do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.

Assim sendo mantém-se o

INCÊNDIOS RURAIS

Período crítico alargadodispositivo de combate a incên-dios no Nível de Empenhamen-to Operacional (Reforçado) Ní-vel IV, que terminava a 30 de setembro.

Entre 1 e 15 de outubro, o dispositivo contará com 53 meios aéreos, ou seja, com mais 19 do que os previstos na Diretiva Operacional 2018 para

esse período, conforme esclare-ce um comunicado do Ministério da Administração Interna.

O Governo lembra que conti-nuam a vigorar, nos espaços florestais ou agrícolas, as proi-bições “de fumar, fazer lume ou fogueiras; fazer queimas ou queimadas; lançar foguetes e balões de mecha acesa; fumi-

gar ou desinfestar apiários, sal-vo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas; fazer cir-cular tratores, máquinas e veí-culos de transporte pesados que não possuam extintor, sis-tema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés”.