8
Jornal Regional de Itariri www.redebrasilatual.com.br ITARIRI nº 8 Dezembro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA jornal brasil atual jorbrasilatual Prefeito não dá ônibus e equipe não participa do torneio Pés Velozes Pág. 7 ATLETISMO FIM DA PICADA Programa Luz para Todos ilumina 17 bairros da cidade Pág. 6 ENERGIA LUTA PELA LUZ Impasse que envolve 300 famílias parece estar perto do fim Pág. 2 JUREIA POVO QUER FICAR FIM DE GOVERNO Na lista há creches, quadra esportiva, ruas sem asfalto e falta de saneamento básico Pág. 3 OBRAS INACABADAS, MARCA DE DINAMERICO Prefeita eleita Rejane Silva fala o que vai fazer no comando de Itariri ENTREVISTA “ESTOU ANSIOSA”

Jornal Brasil Atual - Itariri 08

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Jornal Regional de Itariri

www.redebrasilatual.com.br ItarIrI

nº 8 Dezembro de 2012

DistribuiçãoGratuita

jornal brasil atual jorbrasilatual

Prefeito não dá ônibus e equipe não participa do torneio Pés Velozes

Pág. 7

atletismo

fim da picada

Programa Luz para Todos ilumina 17 bairros da cidade

Pág. 6

energia

luta pela luz

Impasse que envolve 300 famílias parece estar perto do fim

Pág. 2

jureia

povo quer ficar

fim de governo

Na lista há creches, quadra esportiva, ruas sem asfalto e falta de saneamento básico

Pág. 3

obras inacabadas, marca de dinamerico

Prefeita eleita Rejane Silva fala o que vai fazer no comando de Itariri

entrevista

“estou ansiosa”

2 Itariri

expediente rede Brasil atual – itariri editora Gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Enio Lourenço e Lauany Rosa revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3295-2800tiragem: 5 mil exemplares distribuição Gratuita

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.rede-brasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected] ou [email protected] facebook jornal brasil atual twitter @jorbrasilatual

jornal on-line

editorial

As eleições municipais mostraram ao País que a mídia co-mercial tem, sim, um lado: o da incondicional defesa de um projeto nacional que não tolera a vitória dos partidos afeitos à causa dos trabalhadores, pela inclusão e contra a miséria e a barbárie. Este ano, essa tal mídia – chamada de PIG, o Partido da Imprensa Golpista – teve a seu lado os homens que vestem a capa escura do Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar aqueles que eram tidos como responsáveis pelo Mensalão e a culpá-los com as penas da lei, sem ao menos terem uma prova contra os acusados. Valeram, sim, os indícios de culpa-bilidade, acomodados na tese do Direito do domínio do fato. Nem mesmo o jurista e professor alemão Claus Roxin, de 81 anos, autor da tese, considerou justa a atitude incriminatória do STF. No fim, eles apanharam de novo. De São Paulo veio a derrota maior, com o tucano José Serra bicado de morte pelo “poste” Fernando Haddad. Resta o exemplo nefasto do PIG, para que se evite, no futuro, essa afronta à democracia.

Nesta edição, a gente mostra ainda como termina um go-verno fraco, batido nas urnas, que chega ao fim de forma me-lancólica, sem ao menos concluir as obras a que se propôs. Ao triste fim de Dinamerico Peroni contrasta-se a vontade da prefeita eleita Rejane Silva de assumir logo a cidade, arrega-çar as mangas e pôr-se a trabalhar, sabendo das dificuldades que enfrentará, mas contando com a participação e a torcida de todos. É isso. Boa leitura!

a solução vem este ano?José Zico (PT) quer garantir moradias à população

jureia

As cerca de 300 famílias tradicionais – caiçaras, indíge-nas e quilombolas – que vivem na Estação Ecológica Jureia-Itatins querem ver aprovada a lei que cria as Reservas de Desenvolvimento Sustentá-vel (RDS) – que permitem a presença humana na região –, na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) ainda este ano. “As RDS estão defi-nidas. As famílias que vivem isoladas vão ser incorporadas a outras comunidades que fa-rão parte das RDS” – garante o deputado estadual José Zico (PT), membro substituto da Comissão de Meio Ambiente.

Porém, as famílias que chegaram à Jureia nos últimos anos, consideradas não tradi-cionais, serão removidas. “A perspectiva é de que ninguém fique sem moradia” – diz o

deputado, ao relembrar que o projeto de lei capta recursos do Banco Interamericano de De-senvolvimento (BID), para pro-teger a Mata Atlântica. “A luta é para incluir na lei uma inde-nização para quem chegou de-pois à região.” Zico defende ur-gência na votação no plenário,

devido a Ação Judicial do Mi-nistério Público (MP-SP), que prevê, desde julho, a retirada de todos os moradores da região. “Fizemos um Termo de Ajusta-mento de Conduta (TAC) para eles não executarem a sentença enquanto estamos tramitando a questão na Casa.”

anuncie aqui!Telefone: (11) 3295–2800

E-mail: [email protected]@gmail.com

jornal brasil atual | jorbrasilatual

luc

ian

o f

au

stin

o

3Itariri

obras inacabadas são marcas do prefeito dinamericoNa lista estão duas creches, uma quadra, asfaltamento de ruas e saneamento básico

fim de governo

A gestão que se encerra pode ser lembrada como a das obras inacabadas. Nos bairros de Nova Itariri e Ana Dias, o prefeito Dinamerico Gonçalves Peroni (PSDB) iniciou a cons-trução de prédios municipais (ou continuou a tocar as obras da gestão anterior), mas, a pou-co mais de um mês do fim de seu mandato, as obras seguem sem previsão de entrega.

Duas creches não funcio-nam há quatro anos: uma em Nova Itariri, ao lado da Escola Estadual, foi entregue no fim da gestão do prefeito Daniel Silva (2005-2008), mas con-tinua com as salas sem equi-pamento, com boa parte das vidraças quebrada e a grama do jardim sem corte. O estado é de total abandono. “A gente entregou essa creche, em ou-tubro de 2008, com tudo com-pleto: material e infraestrutu-ra. Faltava só o pessoal, que a nova gestão da Prefeitura de-veria contratar com concurso público” – diz Estanislau de Mattos, o Pança, vice-prefeito na gestão anterior.

O prefeito Dinamerico Pe-roni contesta essa versão: “A creche de Nova Itariri não ti-nha equipamento nem infra-estrutura. Existia apenas o prédio deteriorado. Agora, a gente ainda tenta equipá-la. Por isso, ela não está funcio-nando”.

No distrito de Ana Dias, a situação das mães que têm de deixar os filhos numa institui-ção de educação é alarman-te. Algumas relatam que até perderam o emprego, porque

a creche municipal e a escola infantil não foram inaugura-das. A empregada doméstica Vânia Rodrigues, 34, diz que uma vizinha perdeu o empre-go num sítio de banana porque não tinha com quem deixar o filho pequeno. Já Giovana de França, 18, mãe de Nicolas, 3, está desempregada e deixa o filho com a mãe para procurar trabalho. Mas mantém a espe-rança: “Acho que a creche sai até o final do ano”.

O prefeito Dinamerico também atribui a culpa da não entrega dessa creche à gestão anterior. “Ao assumir, a gente constatou que a obra não ti-nha qualidade e suspendeu o contrato com a empresa que estava construindo. Daí, fo-mos a Brasília e conseguimos mais recursos para entregá-la até o final deste ano.” Pança, contudo, discorda. Ele diz que a construção da creche e da escola infantil, erguida com recursos do Ministério da Educação (MEC), iniciou-se em 2008 e foi entregue à

atual gestão com 30% das obras concluídas.

Já na divisa com Peruíbe, a construção de uma quadra poliesportiva na Rua 32, em Nova Itariri (oficialmente cha-mada de Loteamento Estância dos Eucaliptos) foi licitada em junho, por R$ 125 mil, mas só a terraplanagem foi realizada. A estudante Bárbara Santos, de 16 anos, mora em frente à fu-tura quadra e conta que a obra só trouxe transtornos. “Quan-do chove a rua fica alagada. É uma lamaceira até as canelas.” Ela acha que seria melhor in-vestir o dinheiro em ilumina-ção, jogar cascalho na rua ou asfaltá-la. “A quadra pode até movimentar a rua, mas pode virar um ponto de venda de drogas, aglomerando muitos ‘noias’ (usuários).” Para o en-genheiro do Departamento de Obras da Prefeitura, Rober-to Horácio, tudo está atrasa-do por falta de pagamento da União. “Ainda não iniciamos a concretagem, porque o gover-no federal não pagou.

Boa parte das ruas de Nova Itariri não foram asfaltadas, caso das Ruas 9, 12 e 13. Em algumas, parte do calçamento foi iniciado, mas parou. Em outras, apenas parte da sarjeta foi feita. E, na maioria, as vias de terra batida prevalecem. A moradora da Rua 12, Daiane Santos da Silva, 20, diz que “no período eleitoral os políticos falam que vão asfaltar as ruas, mas, no máximo, começam a construir as guias”. Ela tam-bém reclama da inexistência de saneamento básico, que re-

sulta no alagamento das valas entre as casas e as ruas nos dias de chuva. “Muitas crian-ças caem nas valas e ficam doentes. Já conheci gente que foi embora de Itariri por causa disso.”

O engenheiro Roberto Ho-rácio afirma que a pavimenta-ção dessas ruas está parada por causa do mau serviço da EDE Terraplanagem. “Notificamos a empresa para saber por que ela não executou a obra. Po-demos, inclusive, rescindir o contrata”. Segundo o enge-nheiro, os recursos do gover-no federal não são suficientes para asfaltar todas as ruas. Ele também diz que o saneamento básico dos bairros é respon-sabilidade do programa Onda Limpa, da Sabesp, do governo estadual. Horácio garante que o sistema de esgoto já foi feito em Nova Itariri, mas que há problema na interligação com a Estação de Tratamento de Esgoto de Peruíbe, o que hoje faz com que as valas das ruas do bairro fiquem cheias de de-jetos.

en

io l

ou

ren

ço

en

io l

ou

ren

ço

4 Itariri

fala a educadora rejane silva, prefeita eleita de itaririComo ela pretende administrar o município nos próximos quatro anos Por Enio Lourenço

entrevista exclusiva

A pedagoga Rejane Maria Silva, 47 anos, prefeita eleita de Itariri, concedeu entrevis-ta exclusiva ao Brasil Atual. No encontro, ela falou de sua trajetória profissional, de seu ingresso na política, da preo-cupação com investimentos e das novas parcerias que pre-tende promover. Mas é com a perspectiva da juventude ita-ririense, que carece de todo o tipo de políticas públicas, que ela mais se preocupa, assim como com a aplicação dos re-cursos do governo nas áreas sociais. A pouco mais de um mês de assumir a Prefeitura, a futura chefe do Poder Executi-vo resume seu sentimento: “A ansiedade é grande”.Fale de sua biografia.Eu sou formada em Pedagogia na Unisantos, com pós-gradu-ação na área administrativa. Atuo na Educação há 27 anos. Comecei como professora de magistério, depois me tornei coordenadora da rede públi-ca estadual por 11 anos. Em 1997, eu deixei de trabalhar no Estado e ingressei na Pre-feitura de Itariri como diretora do Departamento de Educação – permaneci até 2000. No fim do mandato do prefeito Jesui-tas Silva, eu fui para Peruíbe e fui cedida a Pedro de Toledo.

Em Peruíbe eu também atuei como coordenadora pedagó-gica, vice-diretora e assisten-te técnica na área pedagógica – vários cargos técnicos. Em 2005, voltei a Itariri e fiquei até 2008, novamente como Diretora de Educação. No ano seguinte, assumi o Departa-mento de Educação de Pedro de Toledo, onde estou até agora. Agora vou sair de lá e voltar para Itariri numa função maior (risos).Como foi sua gestão na Edu-cação em Itariri?O maior impacto foi na qua-lidade do ensino. Em Itariri, como em Peruíbe e em Pedro de Toledo, nós aumentamos o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em Pedro de Toledo, a elevação foi de 4,2 para 5,4. A última medição indicou uma qualifi-cação de 13% nesses índices. Além da infraestrutura, você tem de dar condições de tra-balho ao professor, transfor-mar a escola em um ambiente acolhedor, gostoso, não tornar

a aula um negócio cansativo. É necessário trabalhar com profissionais formados e la-boratórios bem equipados. A gente deve cobrar sempre a capacitação dos professores e estabelecer uma política de valorização. É o primeiro pas-so: aumentar o salário deles, para que eles se motivem e, assim, possamos cobrá-los. Como começou a sua carrei-ra na política institucional?Eu tinha muita resistência à po-lítica. Como atuo na educação há muitos anos, especializei- -me na área e achava que não havia necessidade de mudar, pensava que não precisava ser prefeita para ser feliz. Só que a população me abordava na rua e pedia para eu me candidatar a prefeita de Itariri. Com o

tempo a ideia amadureceu. Eu nunca tive filiação partidária e entrei no Partido Progressista (PP) por indicação de tios que estavam no partido. Eu pode-ria ter entrado no PT ou em outro partido. A minha filia-ção ocorreu este ano para eu poder me candidatar porque minha parte é técnica: entrar e trabalhar, só isso. E, para ser franca, somente após as eleições eu tive contato com representantes externos do PP – além do presidente do par-tido no município, fiz contato com a assessora do deputado federal Beto Mansur, que veio com outros assessores a Itariri. O que você pensa do deputa-do federal Paulo Maluf? Falar de Paulo Maluf é difícil. Eu nunca participei da carrei-ra dos políticos. Eu sempre me preocupei com o meu municí-pio e não tenho no que criticá-lo também. Quer dizer, exis-tem pontos positivos e pontos negativos. Aqui em Itariri, por exemplo, ele ajudou a ci-dade quando foi governador (1979-1982). Talvez seja por isso que pessoas da minha fa-mília estão no PP. Ele realizou muitas obras, pontes, etc. Um município pobre, que depende de ajuda externa, de repente é beneficiado por uma pessoa que libera recursos! Foi o que ocorreu na época. O Maluf teve grande valor na cidade, fazendo muitos se filiarem ao PP devido aos recursos que ele liberou em seu governo.Como a senhora vê o gover-no Lula e o governo Dilma?Exemplar. Eu passei a gostar

do Partido dos Trabalhado-res (PT) depois do presidente Lula. Nós temos na cidade um militante, o Pança, do PT, que corre atrás de recursos para a cidade com o governo fede-ral. E sempre consegue. Tanto que, na última gestão em que estivemos juntos (2005/2008), eu como diretora de Educa-ção e ele como vice-prefeito, conseguimos muitos recursos para a cidade. E isso ele faz in-dependentemente de estar em cargo político. Ele é um repre-sentante do partido fortíssimo no município, talvez o único. Em que áreas a senhora pre-tende investir na cidade? Todas as áreas, sem exceção, precisam de investimento. Eu preciso priorizar algumas áreas. Na zona urbana é pre-ciso ver a questão da limpe-za, que está caótica. Tem de se fazer uma faxina em toda a cidade, inclusive no meio dos bairros. A última gestão não se preocupou em limpar a cidade e o lixo se acumulou. Vamos fazer um mutirão. Essa vai ser a primeira medida de governo. Outro ponto: vamos exercer o controle financeiro da máquina pública e enxugar as despesas para equilibrar as contas, por-que precisamos ter algum di-nheiro para investir na cidade. Não adianta pagar apenas as contas de água, luz e o salário dos funcionários. Como está hoje não sobra R$ 1,00 para investir em nada. Aí temos de ficar pedindo dinheiro fora. Eu ainda não sei os gastos da má-quina pública. Vamos saber na transição de governo.

“Assumi a Educação em

Pedro de Toledo. Agora, volto a Itariri numa função maior”

“Todas as áreas da cidade,

sem exceção, precisam de

investimentos”en

io l

ou

ren

ço

5Itariri

A próxima gestão vai assu-mir sem dinheiro em caixa? Sem nenhum dinheiro. A ci-dade está endividada, mas eu não tenho documento dos valores. Esse é um dado que também saberemos na transi-ção. Podem ser R$ 500 mil, R$ 3 milhões ou R$ 8 milhões. O que vou fazer? Vou buscar parcerias. Antes da eleição, eu já buscava parceiros, porque durante a campanha a gente descobriu gente interessada em investir em Itariri, que não tinha apoio. A USP, instituição famosa, quer desenvolver no município trabalho com a fibra da banana e eu quero firmar essa parceria com eles, porque isso gera emprego. Queremos também explorar a área do tu-rismo. Eu sei que os recursos são poucos, mas é preciso. O município não está prepara-do para receber os turistas, já que eles chegam à cidade e ela está toda bagunçada, suja. No momento em que a cidade es-tiver limpa, a gente vai montar uma equipe para receber os turistas e cobrar uma taxa de visita para levá-los aos rios, às cachoeiras. E não é pensando em lucro, mas para manter as áreas que os turistas utilizam. Começaremos pelo bairro Igrejinha, uma das principais áreas de turismo da cidade, em que moradores se organi-zam como podem para receber os turistas. Hoje a cidade não tem política de turismo.A senhora pretende concluir as obras paradas?

Agora, na transição, eu tam-bém já pedi para saber porque há obras que não foram finali-zadas, em que situação se en-contram, quais os prazos, etc. A gente vai pegar esses con-vênios não executados e ver o que fazer, mas, com certeza, iremos garantir a continuidade do convênio, pedindo para fi-nalizar essas obras. Problemas nós vamos pegar, e muitos. O desafio é enfrentá-los.Esporte, o que fazer?Muita gente atua na área es-portiva e vamos investir nes-sas pessoas, dar suporte para o trabalho delas. Como eu sou educadora, vejo o esporte e a cultura como necessidades na educação, uma área faz parte da outra e eu pretendo amarrar essas áreas. Durante a cam-panha, lá em Nova Itariri, por exemplo, além do futebol des-cobrimos um grupo de jovens que me perguntou se eu iria apoiá-los com o minirrodeio. Temos de levantar a demanda de cada bairro e investir no que o eleitor exige. No corpo a corpo da campanha eu já pude mapear a necessidade bairro por bairro. Eu encontrei mu-lheres que pintam muito bem, que bordam muito bem, mas

que estão dentro de casa com os trabalhos delas. Eu preciso resgatar tudo isso e trazer pra fora. Aproveitar as habilidades de mulheres que têm máquina de costura em casa, que que-rem ensinar o ofício a outras pessoas. Vamos impulsionar o que já existe e explorar.

Como a senhora vai tratar a falta de empregos e a evasão de jovens?O jovem se preocupa com uma política que dê oportunidades para eles ficarem em Itariri e não terem de ir embora. É cla-ro que é uma utopia falar que vamos manter 100% dos jovens no município, mesmo porque se alguém resolve fazer uma faculdade de engenharia meca-trônica, que não tem por aqui, ele tem de ir embora para outra cidade. Mas, por exemplo, na área do turismo, eu quero tra-zer um jovem turismólogo ita-ririense, que eu soube estar em

São Paulo fazendo bicos, para trabalhar com a gente no gover-no. Eu pensei em pegar esse ra-paz e outra pessoa, da Igrejinha, que já recebe turistas, tem o seu comércio e sabe o que o turista quer. Os jovens não têm opor-tunidade na cidade. Na minha administração eu pretendo dar essa oportunidade para eles. Qual é a plataforma da se-nhora na saúde?Na saúde, eu estou com a equi-pe montada e é uma das me-lhores da região. Claro que as demandas que temos de espe-cialistas são atendidas em ou-tros municípios. Aqui, temos o básico: o pronto-socorro e os postos de saúde nos bairros. Como já existe uma infraes-trutura, vamos melhorar as de-ficiências. Já previmos a cons-trução de uma nova unidade de saúde, porque a que existe está precária. Não dá pra construir um Hospital Municipal, a ci-dade não comporta. Mas pode-mos buscar recursos em parce-ria com os governos estadual e federal para construir um pré-dio novo para o Pronto Socor-ro. Não dá pra ampliar mais o que já existe. A pessoa chega lá, vê aquele ambiente feio, acaba ficando mais doente.

E na educação?Os índices da educação caí-ram bastante nos últimos qua-tro anos e temos de melhorar muitas coisas. A merenda, o material escolar, o Ideb. Mas é uma área que não me assusta. Então, independentemente de quem eu escolher para a pasta, vou ajudar o tempo todo.O que Itariri pode esperar nos próximos quatro anos?Eu espero que as pessoas que depositaram confiança na mi-nha pessoa e no meu profis-sionalismo, assim como as que não votaram em mim, vejam a olho nu e cru a mudança que vai acontecer em Itariri. Em quatro anos você não faz mila-gre, não dá pra consolidar mui-ta coisa, mas dá pra iniciar um bom trabalho. O pessoal deve acreditar que o nosso municí-pio tem potencial para muita coisa, porém falta investimento e coragem para dar o pontapé inicial. E eu vou estar na Pre-feitura só para isso: dar o pon-tapé inicial e depois deixar para outro continuar. Eu conto com a colaboração e a compreensão de todos os itaririenses, pois o primeiro ano é um ano difícil, de adaptação, de ajustes. Te-mos de enxugar muitas coisas, colocar a casa em ordem, para só depois o trabalho começar a fluir. Então eu espero a partici-pação, colaboração e compre-ensão das pessoas para algu-mas situações. Fora isso, estou muito ansiosa e com vontade de começar logo a governar a cidade. Eu já estou trabalhan-do. Eu já fui a São Paulo bus-car ajuda do governo estadual, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), na Secretaria de Esportes. Infe-lizmente ainda não posso fazer ofícios e desenvolver projetos. A ansiedade é grande.

“Vou assumir a Prefeitura sem

nenhum dinheiro e com a cidade

endividada”

“É preciso dar oportunidade

para que o jovem não tenha de ir

embora de Itariri”

além de educação, é preciso criar emprego para evitar que os jovens deixem a cidade

en

io l

ou

ren

ço

6 Itariri

Programa foi reivindicado por vários candidatos

Parque serra mar já tem luz

Moradora diz que eles afirmavam ser os responsáveis pela chegada da energia elétrica

luz Para todos

Em novembro de 2003, o ex-presidente Lula lançou o programa Luz para Todos de universalização ao acesso à energia elétrica, com o obje-tivo de erradicar a exclusão elétrica no país. O programa, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, proporciona o desenvolvimento socioe-conômico das populações de baixa renda das áreas rurais.

Até agora, quase 15 mi-lhões de brasileiros foram be-neficiados pelo programa do governo federal, dos quais 99 famílias – umas 400 pessoas – moram em Itariri, nos bairros e comunidades Ana Dias, Are-ado, Bom Jardim, Braço Feio, Três Barras, Fazendinha, Fa-zenda Branca, Igrejinha, Três Meninos, Gunhanhã, Laranja Azeda, Taquarussú, Parque Três Meninas, Sítio Rosália,

Anta Gorda, Rio Calmo e Parque Serra Mar. Segundo o coordenador do programa no Vale do Ribeira e Litoral Sul, Cláudio Garrafão, os inves-timentos na cidade foram de R$ 500 mil.

Quem não tem energia elétrica em casa deve se ca-dastrar nas concessionárias ou cooperativas de energia do município – a Elektro ou

a Companhia de Energização e Desenvolvimento Rural do Vale do Itariri (CEDRI), cujo presidente é o prefeito Dina-merico Gonçalves Peroni. De acordo com Garrafão, as em-presas de energia “instalam gratuitamente kits internos (lâmpadas e tomadas), o poste padrão e oferecem ainda tari-fas diferenciadas para famílias de baixa renda, porém elas de-

vem procurar as companhias e solicitar o benefício”.

Porém, no período eleito-ral, teve candidato reivindi-cando a chegada de energia elétrica à área rural como obra sua. Uma moradora da Igre-jinha, que não se identifica, ficou confusa com os boatos. Ela possuía energia empres-tada de familiares e aguardou sete meses pelo cadastro na CEDRI. De repente, os po-líticos apareceram no bairro depois da instalação dos pos-tes de energia. “Algumas pes-soas dizem que foi o prefeito Dinamerico que colocou a luz aqui. Mas outro dia apareceu um vereador falando a mesma coisa, que ele era o responsá-vel pela chegada da energia.”

Cláudio Garrafão ressalta que as prefeituras são parcei-ras que passam as demandas

da população. “A prefeitura pode realizar um banco de dados dos solicitantes do pro-grama, mas ela não é a res-ponsável pelo ingresso deles. Já houve casos desses bancos de dados se perderem entre secretarias municipais e os solicitantes ficarem esperan-do sem estar cadastrados.” O agente aponta a mobilização das comunidades como pre-ponderante para o acesso ao direito. “Muitas vezes a ação de empreender o Luz para Todos parte de lideranças co-munitárias, que nos procuram para solucionar a demora nos atendimentos.” Para 2012 e 2013, a Elektro tem 18 soli-citações de atendimento do programa Luz para Todos. Já a CEDRI tem uma demanda de 180 atendimentos para o biênio 2013/2014.

No fim de 2011, no Par-que Serra Mar, perto do bairro Nova Itariri, cerca de 20 famílias foram be-neficiadas com o programa Luz para Todos. A aposenta-da Dalva Cruz, de 69 anos, foi uma das lideranças da comunidade na conquista da energia elétrica para o bairro. Ela tinha energia em casa, porque o filho carre-gava uma bateria. Mas, os outros, era na base da lam-parina.

Ela lembra que se ca-dastrou no programa Luz para Todos, mas começou a demorar muito. O Ibama

impedia a chegada de ener-gia porque não podia cortar árvores. A gente fez um abai-xo-assinado e enviou à Casa de Agricultura, para que ela

realizasse um projeto de reurbanização” – conta a aposentada que, após sofrer um infarto, deixou o bairro rural onde residia sozinha.

Dalva recorda com feli-cidade o dia em que o en-genheiro veio de São Paulo iluminar a vida no Parque Serra Mar: “Eu fui buscá-lo no trevo da cidade. Quando chegamos ao Serra Mar, ele tirou fotos e demarcou o ter-reno. Depois de uns 15 dias começaram as obras. O pes-soal deixava os materiais da empresa, o trator e as ferra-mentas lá em casa” – reme-mora.

tem gente no escuroO casal José Carlos de

Souza, 44, e Maria Valde-te, 63, saiu de São Paulo em busca de uma vida mais tranquila em Itariri. “Quero me dedicar àquilo que eu puder cuidar e plantar” – resume José. Ambos estão há um mês sem luz. “Sinto falta de tomar banho quente e assistir à novela. O banho de canequinha nunca fica bom como o do chuveiro” – conta Valdete. O marido diz que teve oferta para fazer um gato (ligação irregular), mas não aceitou. “Se fizer isso a situação vai piorar. Só espero que a minha es-

posa não vá embora para assistir à novela em outro lugar” – diz, rindo.

A dona de casa Rose Santos, 29, chegou há cin-co meses de Cotia e conta que em sua casa a energia cai de duas a três vezes por semana, quando a família (o marido e dois filhos) faz uso do chuveiro elétrico. E falta iluminação nas ruas. “Nós temos de instalar refletores para iluminar algumas áre-as. O ideal seria ter um re-fletor em cada poste, pois a noite aqui é um breu. Temos de sair com velas ou lanter-na. É muito perigoso.”

en

io l

ou

ren

ço

en

io l

ou

ren

ço

7Itariri

sem transporte, atletas não competem em são vicenteEquipe de Nova Itariri não representa a cidade no evento Pés Velozes. O culpado? O prefeito

atletismo

Em outubro, a equipe de atletismo ATLES, do bairro Nova Itariri, foi convidada a participar do torneio Pés Velo-zes – o maior evento regional da modalidade para crianças e adolescentes, cujo objetivo é

descobrir futuros atletas para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro –, realizado no 2º Batalhão de Infantaria Leve (BIL), em São Vicente. No entanto, as 40 jovens pro-messas itaririenses, de 10 a

14 anos, não conseguiram ir à cidade da Baixada Santista disputar a competição, devido à recusa da Prefeitura de Itari-ri de emprestar ônibus ou vans para levar os esportistas.

Segundo Pedro Virgulino da Silva, de 42 anos, repre-sentante da ATLES, a equipe nasceu de uma iniciativa vo-luntária de lideranças popula-res do bairro Nova Itariri e se mantém sem apoio do poder público municipal. “Nós que-ríamos apenas que a Prefeitura nos cedesse um ônibus para as crianças competirem em São Vicente naquele domingo. Eu falei com várias autoridades e me pediram para enviar um ofício solicitando o transpor-

te. Eu fiz isso na quinta-feira (véspera do feriado), o pedido foi protocolado, mas a Direto-ria de Educação (responsável pelo transporte) negou.”

O prefeito Dinamerico Gon-çalves Peroni diz que a sua ad-ministração apoia as iniciativas esportivas na cidade. No caso da ATLES, que o prefeito diz desconhecer, ele alega que o impasse ocorreu pela falta de tempo hábil para colocar os ve-ículos à disposição dos muníci-pes. “Eu nem sei quem é esse pessoal. Sei que não é da Prefei-tura nem das escolas da cidade. É um trabalho voluntário. Como eles solicitaram o transporte de maneira não oficial, sem ofício, não houve tempo de viabilizá-

-lo.” Segundo Dinamerico, o transporte sempre foi cedido para os alunos irem a eventos que sejam benéficos à popu-lação. “Nesse caso não havia tempo hábil pra disponibilizar ônibus e motorista. Nunca va-mos negar transporte aos alunos e esportistas” – diz o prefeito.

Por outro lado, Pedro afir-ma que no dia da competição os transportes municipais se encontravam estacionados no pátio da Prefeitura. “Quem passou em frente ao paço mu-nicipal viu os ônibus estacio-nados na garagem. Um fun-cionário da Prefeitura já me falara que não haveria trans-porte no domingo, devido à festa do Dia das Crianças.”

Política

r a d a r

div

ulG

ão

ma

ra

na

ut

a.B

loG

spo

t

Vereadores eleitosDos vereadores eleitos em outubro de 2012, as forças políticas ficaram definidas da seguinte maneira, conforme o grupo a que pertence o eleito: Grupo Rejane-Wilmar – Tenório, Maurício,

Baiano, Sinval e Josimar; Grupo Dinamerico-Ione – Arlindo e Élcio; Grupo Carlinhos-Iza – Beatriz, Elias Daniel, Quinho e Sérgio Kian.

Em BaixaO PSDB foi o partido que mais perdeu nas eleições em Itariri. Além de não reeleger o atual prefeito, a agremiação também não elegeu nenhum vereador, ficando sem qualquer representa-

ção em nossa cidade.

Dança das cadeirasDos 11 vereadores que irão terminar o mandato no final de 2012 – e mais os dois que foram cassados por terem mudado de partido, totalizando 13 vereadores – somente três consegui-

ram se reeleger. Dentre eles tivemos também um vereador que não concorreu à reeleição e outro que concorreu ao cargo de prefeito.

Dança das cadeiras IIOs três vereadores que conseguiram a reeleição foram Arlindo Leite (DEM), José Tenório (PV) (atual presidente da Câmara Municipal) e Luiz Alexandria (PDT), o “Quinho”.

PresidênciaA corrida pela presidência da Câmara Municipal de Itariri está a todo vapor. Hoje temos como pré-candidatos os vereadores eleitos: José Tenório (PV); Maurício (PV); Baiano (PR); e Qui-

nho (PDT), entre outros postulantes.

VerbasNo final de cada ano existe o corre-corre em busca de verbas dos orçamentos Estadual e Federal. Vários parlamentares, como o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), já mostram interes-

se em ajudar a nossa cidade, com emendas aos Orçamentos. Cabe a nós, do mu-nicípio, fazer os projetos e encaminhá-los aos respectivos ministérios ou secreta-rias para que as verbas possam ser liberadas. Portanto, pessoal, é preciso ir à luta.

div

ulG

ão

Por Pança

8 Itariri

foto síntese – estação ferroviária

div

ulG

ão

respostas

Palavras cruzadas

sudoku

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

vale o que vier

3 8 6

6 2 4 7

9 5 7

2 3 7

4 3 6 2

4 2 1

1 6 4

6 3 9 5

2 8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Palavras cruzadas

OrANgOTANgObAlErAZOEsIPEPOIrMOTOMZENAdArusAdOdgEIAACAPOssOrPOlArTAIMAAlPElOOIOdAIrAPsClATENOr

Horizontal – 1. grande macaco do sudeste Asiático, de pelos avermelhados, braços muito longos e cauda ausente 2. Arte e técnica da dança, do uso preciso, harmonioso e expressivo do corpo em movimentos e posições coreografados ou improvisados; Causas, motivos, explicações 3. designação de diversas árvores e arbustos elegantes, que dão lindas flores; Poeira; Mano, Irmão 4. um dos criadores da Tropicália; deslocar-se na água usando o corpo ou instrumentos como boias e pranchas 5. Estados unidos da América; Nome de uma fábrica de automóveis 6. Alcoólicos Anônimos; Clube Atlético Paranaense; Matéria que forma o esqueleto do homem 7. Próprio de um dos polos da Terra; Contração do pronome te e do pronome a 8. Coisa que atrai; Alagoas; Cabelo, penugem 9. Forma de cumprimento; José, prenome de um cantor brega; Amapá 10. Partido, grei; A mais aguda entre as vozes masculinas.

vertical – 1. registros de óbitos 2. Pessoa matreira; Terceira nota musical 3. Cidadã da Alemanha; Peça usada para cavar ou remover terra 4. Nordeste; Cobalto; sufixo que indica um álcool 5. Cada impulso dado sobre o pedal na bicicleta 6. rezo; Pedra preciosa de cor leitosa e azulada 7. Está combinado; Notre dame; Magnetismo pessoal 8. Que traz azar; Que denota precedência 9. região em que ficam os Estados do Ceará e de Pernambuco 10. Parte amarela do ovo de ave ou réptil, que contém substâncias nutritivas; sala destinada a reuniões e recepções sociais 11. Nome de um conhecido general brasileiro; Oficial Poker rankings.

sudoku

387621549652849173149573286291367854438195762576482391825916437764238915913754628