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Navarro Jornal da Escola Secundária de Emídio Navarro - Viseu Ano 3 | Número 6 | Maio 2018 | 1 Navarro SUMÁRIO página 2 EDITORIAL ....................................................................................................................... 2 O PROJETO ERASMUS+ NA ESEN .................................................................................... 2 DEUS VS MATHEMA ......................................................................................................... 2 VISITA DE ESTUDO A SEVILHA ......................................................................................... 3 VISITA DE ESTUDO AO PORTO .......................................................................................... 3 VIAGEM INESQUECÍVEL A ROMA ..................................................................................... 3 VISITA DE ESTUDO 9.º ANO.............................................................................................. 3 GEOGRAFIA EM AÇÃO ...................................................................................................... 4 A ÁGUA, UM RECURSO VITAL…...................................................................................... 4 JORNADAS DE EXPRESSÕES............................................................................................. 5 APESEN ........................................................................................................................... 5 IV JORNADAS SER ESEN- EDUCAR SEMPRE, EXCLUIR NUNCA ......................................... 5 A NARRATIVA MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA ................................... 5 TEMAS DO MUNDO CONTEMPORÂNEO ........................................................................... 6 VIAGEM A TAIZÉ 2018 ...................................................................................................... 7 SOBRE A ADOLESCÊNCIA… ............................................................................................ 7 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ADOLESCÊNCIA ........................................................... 7 CONCURSO LITERÁRIO – ESCRITA CRÍATIVA ................................................................... 8 NOITE DE NATAL .............................................................................................................. 8 COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DO LIVRO – 23 A 27 DE ABRIL ................................. 8 SEMANA DA LEITURA – 12 DE MARÇO A 20 DE ABRIL .................................................... 9 EXPOSIÇÃO - VIVER ABRIL! – 23 DE ABRIL A 2 DE MAIO................................................. 9 INTERNET SEGURA–FORMAÇÃO ..................................................................................... 9 COMEMORAR A ESCOLA ................................................................................................ 10 DIA DA MOTRICIDADE HUMANA.................................................................................... 10 VIII JORNADAS DE INFORMÁTICA .................................................................................. 11 #ESEN-GPSI ................................................................................................................... 11 PROGRAMA - CRESCER COM OS OUTROS ...................................................................... 12 PASSEANDO NO COMBÓIO TURÍSTICO… ...................................................................... 12 JOGANDO BOCCIA…..................................................................................................... 12 EXPLORANDO AFETOS … ............................................................................................. 12 FORMAÇÃO EM CONTEXTO DE TRABALHO .................................................................... 12 UM LIVRO, UM AMIGO ................................................................................................... 13 CLUBE DOS POETAS MORTOS......................................................................................... 13 PORQUÊ A ESEN? ........................................................................................................... 14 TEENS AND MUSIC ......................................................................................................... 14 MUSIC IN TEENS’ LIVES .................................................................................................. 14 THE LANGUAGE OF MUSIC ............................................................................................. 14 AÇÃO ESCOLA SOS AZULEJO 2018 ................................................................................. 15 O NOSSO “VISEU AZULEJAR” .......................................................................................... 15 PROJETO NÓS PROPOMOS! ............................................................................................ 15 FERNANDO PESSOA ....................................................................................................... 16 OFICINA DE TEATRO ....................................................................................................... 17 LEANDRO, REI DA HELÍRIA NO IPDJ ............................................................................ 17 MOMENTO DE POESIA ................................................................................................... 18 O BÚZIO ......................................................................................................................... 18 OFICINA MULTICULTURAL ............................................................................................. 18 A PROPÓSITO DE “O CAVALEIRO DA DINAMARCA”........................................................ 18 ÁREA DE INTEGRAÇÃO EM NOTÍCIA............................................................................... 18 O LUTHIER DO MESTRE JOSÉ ......................................................................................... 18 MULTIPLICAÇÃO NA CHINA ........................................................................................... 19 PROBLEMA DO MÊS DE JANEIRO ................................................................................... 19 A TABUADA DA SORAIA ................................................................................................. 19 CANGURU MATEMÁTICO SEM FRONTEIRAS................................................................... 19 PRIMAVERA VERDE ........................................................................................................ 20 PARTILHANDO … PERPLEXIDADES .............................................................................. 20 O PROJETO ERASMUS+ NA ESEN COMEMORAR A ESCOLA VIII JORNADAS DE INFORMÁTICA página 11 Decorreu, de 17 a 19 de abril, a 8.ª edição das Jornadas de Informática. Teve como tema «Geração Y», também conhecida por geração do milénio ou Milennialls, que representava, em 2012, cerca de 20% da população mundial. VIAGEM A TAIZÉ 2018 A ESEN A LER... página 9 página 7 Fazer a experiência de Taizé na primeira pessoa é sentir na pele as palavras do papa João Paulo II: “Passa-se por Taizé como se passa perto de uma fonte. O viajante para, sacia a sede e continua o seu caminho.” página 10

Jornal da Escola Secundária de Emídio Navarro - Viseu Ano

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NavarroJornal da Escola Secundária de Emídio Navarro - Viseu Ano 3 | Número 6 | Maio 2018 | 1 Navarro

SUMÁRIO

página 2

EDITORIAL .......................................................................................................................2O PROJETO ERASMUS+ NA ESEN ....................................................................................2DEUS VS MATHEMA .........................................................................................................2VISITA DE ESTUDO A SEVILHA .........................................................................................3VISITA DE ESTUDO AO PORTO ..........................................................................................3VIAGEM INESQUECÍVEL A ROMA .....................................................................................3VISITA DE ESTUDO 9.º ANO ..............................................................................................3GEOGRAFIA EM AÇÃO ......................................................................................................4A ÁGUA, UM RECURSO VITAL…......................................................................................4JORNADAS DE EXPRESSÕES.............................................................................................5APESEN ...........................................................................................................................5IV JORNADAS SER ESEN- EDUCAR SEMPRE, EXCLUIR NUNCA .........................................5A NARRATIVA MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA ...................................5TEMAS DO MUNDO CONTEMPORÂNEO ...........................................................................6

VIAGEM A TAIZÉ 2018 ......................................................................................................7SOBRE A ADOLESCÊNCIA… ............................................................................................7A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ADOLESCÊNCIA ...........................................................7CONCURSO LITERÁRIO – ESCRITA CRÍATIVA ...................................................................8NOITE DE NATAL ..............................................................................................................8COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DO LIVRO – 23 A 27 DE ABRIL .................................8SEMANA DA LEITURA – 12 DE MARÇO A 20 DE ABRIL ....................................................9EXPOSIÇÃO - VIVER ABRIL! – 23 DE ABRIL A 2 DE MAIO .................................................9INTERNET SEGURA–FORMAÇÃO .....................................................................................9COMEMORAR A ESCOLA ................................................................................................10DIA DA MOTRICIDADE HUMANA....................................................................................10VIII JORNADAS DE INFORMÁTICA ..................................................................................11#ESEN-GPSI ...................................................................................................................11PROGRAMA - CRESCER COM OS OUTROS ......................................................................12

PASSEANDO NO COMBÓIO TURÍSTICO… ......................................................................12JOGANDO BOCCIA… .....................................................................................................12EXPLORANDO AFETOS … .............................................................................................12FORMAÇÃO EM CONTEXTO DE TRABALHO ....................................................................12UM LIVRO, UM AMIGO ...................................................................................................13CLUBE DOS POETAS MORTOS .........................................................................................13PORQUÊ A ESEN? ...........................................................................................................14TEENS AND MUSIC .........................................................................................................14MUSIC IN TEENS’ LIVES ..................................................................................................14THE LANGUAGE OF MUSIC .............................................................................................14AÇÃO ESCOLA SOS AZULEJO 2018 .................................................................................15O NOSSO “VISEU AZULEJAR”..........................................................................................15PROJETO NÓS PROPOMOS! ............................................................................................15FERNANDO PESSOA .......................................................................................................16

OFICINA DE TEATRO .......................................................................................................17LEANDRO, REI DA HELÍRIA NO IPDJ ............................................................................17MOMENTO DE POESIA ...................................................................................................18O BÚZIO .........................................................................................................................18OFICINA MULTICULTURAL .............................................................................................18A PROPÓSITO DE “O CAVALEIRO DA DINAMARCA” ........................................................18ÁREA DE INTEGRAÇÃO EM NOTÍCIA ...............................................................................18O LUTHIER DO MESTRE JOSÉ .........................................................................................18MULTIPLICAÇÃO NA CHINA ...........................................................................................19PROBLEMA DO MÊS DE JANEIRO ...................................................................................19A TABUADA DA SORAIA .................................................................................................19CANGURU MATEMÁTICO SEM FRONTEIRAS...................................................................19PRIMAVERA VERDE ........................................................................................................20PARTILHANDO … PERPLEXIDADES ..............................................................................20

O PROJETO ERASMUS+ NA ESEN

COMEMORAR A ESCOLA

VIII JORNADAS DE INFORMÁTICA

página 11

Decorreu, de 17 a 19 de abril, a 8.ª edição das Jornadas de Informática. Teve como tema «Geração Y», também conhecida por geração do milénio ou Milennialls, que representava, em 2012, cerca de 20% da população mundial.

VIAGEM A TAIZÉ 2018 A ESEN A LER...

página 9página 7

Fazer a experiência de Taizé na primeira pessoa é sentir na pele as palavras do papa João Paulo II: “Passa-se por Taizé como se passa perto de uma fonte. O viajante para, sacia a sede e continua o seu caminho.”

página 10

O PROJETO ERASMUS+ NA ESEN

Deus vs MathemaGraça Rocha, Sérgio Machado e Valter Roque

No âmbito da mobilidade do Projeto Erasmus+ Renergy, três alunas e dois professores da nossa escola viajaram, de 4 a 11 de março, para Taranto, no sul da Itália. Foi o encontro em que houve a participação de alunos das escolas de Portugal, da Hungria, da Polónia, da Turquia e da Islândia.

Para além da parte teórica e das aulas de energia, houve lugar ao processamento das atividades desenvolvidas nos diversos países

Volvido este quadriénio, a Escola Secundária de Emídio Navarro foi-se adaptando às novas realidades do Século XXI, no sentido de se tornar numa organização dinâmica de aprendizagem ao aumentar e diversificar a sua oferta formativa, numa resposta ao meio envolvente e indo ao encontro das prioridades de educação da União Europeia, que visam o desenvolvimento de aptidões e competências relevantes em matéria de empregabilidade, inovação, cidadania ativa e bem-estar (criatividade, iniciativa, pensamento crítico, educação inclusiva, igualdade, não discriminação, participação cívica e integrada na era digital).

Da herança comercial e industrial, o conhecimento de hoje faz-se pelo desenvolvimento de projetos e de competências não formais, abrindo as portas para o futuro, onde alunos e professores, em conjunto, delineiam marcas na comunidade, onde o talento se constrói diariamente, com regras e esforço, tendo sempre presente a formação integral do aluno como construtor do amanhã.

Continuamos a observar uma escola em que a tradição se funde com a inovação e o ensino é sinónimo de aprendizagem.

Hoje, recordamos as marcas do passado, sempre presente no quotidiano, abrindo janelas para o pensamento criativo e empreendedor. Do desafio e sonho dos mestres de outrora, ao caminho de visão e conhecimento dos professores de hoje, os alunos são a nossa voz do amanhã.

Investe no teu futuro!

Diretor da ESEN, José Rosa

- This is my story, Teacher. After all you were right, math is everywhere!

O teatro é uma escola muito séria. É a expressão da realidade, um instrumento de divergência, advertência, ensinamento, documentação e instrução. É, sem dúvida, uma arte, em que um ator ou um grupo de atores, orientados, objetivam apresentar um quadro de

vida e despertar reações, pensamentos, sentimentos...

Recordando William Shakespeare, quando sustenta que “fortes razões, fazem fortes ações”, os docentes de Matemática dinamizadores do Projeto Erasmus+ “Math&Science practices with fun!”, Sérgio Machado e Valter Roque, com a colaboração da professora da Oferta Complementar de Teatro, Graça Rocha, pensaram no desafio de adaptar pequenas narrativas matemáticas ao teatro, as histórias originais do professor Sérgio Machado. Os “jovens atores” que aceitaram este desafio são os alunos Gonçalo Calvo, do 7.º A e Joana Roque, Maria Fonseca e Rita Trindade, do 8.º C.

A primeira parte deste projeto, a peça teatral Deus vs Mathema, na versão em Inglês, foi dramatizada no dia 16 de abril para as turmas do 7.ºA, 8.ºB, 8.ºC e para os professores dos países parceiros deste

projeto, oriundos da Letónia e da Turquia, e irá estender-se a uma segunda parte, de que fará parte a narrativa 00PI, já adaptada ao texto dramático, também na versão em inglês, a apresentar nos países parceiros e também na nossa comunidade escolar.

Os momentos de grande ansiedade vividos pelos dinamizadores e pelos jovens atores ao longo dos ensaios, transformaram-se, após a dramatização, em momentos de plena satisfação, não só pelo momento lúdico criado, que divertiu os presentes, mas principalmente pela pedagogia presente no texto, capaz de sensibilizar os alunos para a aprendizagem divertida da Matemática.

- I surrender to such evidence; here is an attentive and

committed student. Let this be a lesson for all of us. It’s time to learn!

e da verificação que, apesar das diferenças, em todos os países existe uma cultura e uma preocupação efetiva para com a produção e (re)utilização adequada da energia, a par com a reutilização e a reciclagem de bens e produtos. Este projeto possui uma página na Internet e um grupo público de facebook ativos.

Do ponto de vista cultural, a deslocação foi extremamente enriquecedora, dada

a herança “grega” da cidade e tivemos a oportunidade de visitar o museu de arqueologia, uma aldeia típica e as grutas. Foi também bastante interessante a visita ao Castelo Aragonês, um forte construído para o controlo da baía durante a ocupação espanhola.

Em outubro será a nossa escola a anfitriã, com a água e a sua importância como mote.

Na TurquiaSempre adorei viajar. Penso que conhecer

novas pessoas, culturas, mentalidades e outros modos de vida é uma das melhores coisas que podemos fazer… Por isso, quando me sugeriram ir à Turquia, aceitei logo!

Partimos no dia 2 de maio, de manhã, e só lá chegámos à noite. Eu sei que fui recebida pela família com quem fiquei da melhor maneira! Ajudaram-me em tudo o que precisava e trataram-me como um verdadeiro membro da família deles!

Houve várias atividades ao longo dos cinco dias em que lá estivemos, todas me marcaram de diferentes maneiras… Mas o que me marcou mais foram as amizades e os laços que lá criei. Conheci imensas pessoas, umas melhor, outras nem tanto… Mas todas me marcaram imenso, pois são as pessoas com quem partilhei uma experiência que

me marcou, e, apesar de longe, ainda comunicamos.

Para mim, a experiência de quem faz Erasmus vai muito além daquilo que se pensa… A realidade é outra e ajuda-nos imenso para o nosso desenvolvimento pessoal e a crescer no meio de uma comunidade multicultural. Conhecer e conviver com outras culturas e pessoas, ver outros lugares, hábitos e até provar novas comidas é das melhores experiências que pode haver!

Ana D’Assenza, 10.º F

Em HanauNos dias 4 a 10 de março, alguns alunos do

Clube Erasmus viajaram para a Alemanha, mais precisamente para Hanau, com o intuito de acabar o projeto Ear2ear, que já

se estava a realizar há algum tempo.Esta troca de cultura permitiu aos alunos

contactarem com outras culturas, pois, para além de ficarem em casas de alunos nativos, que os acolheram de braços abertos, eles também visitaram lugares típicos, monumentos históricos, chegando até a visitar Frankfurt por vários dias.

Os alunos foram inseridos na cultura germânica, com uma língua e gastronomia diferentes e tiveram, por isso, de colocar em prática conhecimentos da língua inglesa, para conseguirem comunicar com as pessoas.

Participaram vários países neste projeto, foram eles Portugal, Alemanha, Espanha, França e Polónia, tendo todos de trabalhar em harmonia para criar um produto final.

Alexandra Costa, 11.ºF

Fernando Lima

2 maio 2018Navarro

Ficha TécnicaPropriedade: Escola Secundária de Emídio NavarroTel. 232480190e-mail: [email protected]

Produção: Equipa da Bibliotecae-mail: [email protected]ção: Graça Rocha

Composição: Adelino Amaral; Graça Rocha

Colaboração:Comunidade Escolar

Impressão: Sá Pinto Encadernadores - Viseue-mail: [email protected]: 500 exemplares

EDITORIAL

Visita de Estudo do 9.º Ano Carolina Póvoas, Gabriela Rebelo e Mariana Figueiredo – 9.º D

No âmbito das disciplinas de Físico-Química e Geografia, no dia 8 de março, as turmas do 9.º ano dirigiram-se a Aveiro para uma visita de estudo. Visitamos o Navio - Museu St.º André, onde se praticava a pesca de bacalhau. Durante o percurso, uma Guia mostrou-nos as várias secções do navio, dos quais se destacam o refeitório, os dormitórios dos tripulantes e do comandante. Vimos também as áreas de preparação, conservação e armazenamento do bacalhau.

Em seguida, visitamos o Centro de Ciência Viva “A Fábrica”, onde realizamos várias atividades. Na cozinha pedagógica, fizemos pão para compreendermos as reações químicas que ocorrem quando cozinhamos;

assistimos a uma apresentação, onde foram concretizadas experiências químicas, algumas das quais com a participação de alunos; por fim, construímos e programamos robots em legos.

Foi uma experiência muito interessante, pois aprendemos e verificamos como os conteúdos das disciplinas estão tão relacionados com a vida do dia a dia. Verificou-se também um convívio muito saudável entre os alunos e professores.

A atividade foi muito enriquecedora e permitiu o aprofundamento de alguns conhecimentos!

Museu Navio St.º André e Centro de Ciência Viva “A Fábrica”

Viagem Inesquecível a RomaMariana Pereira, 12.º C

No dia 12 de fevereiro, alunos das turmas A, B e C do décimo segundo ano começaram uma viagem inesquecível a Roma, acompanhados de dois professores, a professora Alexandra Cardoso e o professor Vítor Amado.

O objetivo desta viagem era “abrir horizontes”. Uma expressão bastante cliché, mas que descreve na perfeição o que queríamos atingir: um lugar novo, uma língua desconhecida, comida diferente, cheiros inovadores e caras estranhas. Resumindo, tudo o que queríamos era ver para além da nossa aldeia, da nossa rua, dos nossos vizinhos e da floresta ao lado de nossa casa. Seria preciso ir tão longe? Provavelmente não, mas mentes jovens pensam em grande e não deixaríamos escapar esta oportunidade.

Após muito esforço, dedicação e ajuda dos nossos professores, conseguimos concretizar o nosso objetivo e estávamos finalmente em Roma. Regressei a casa cansada, com tosse e com umas olheiras enormes, mas aquela semana em Roma sem dúvida que valeu a pena. Começo por destacar a arte daquela cidade. Por mais que tente não consigo descrever a grandiosidade daqueles monumentos. Fez-nos questionar a habilidade humana, porque no passado a nossa raça foi capaz de construir tudo aquilo sem quaisquer

utensílios desenvolvidos, portanto somos, realmente, seres com grandes capacidades. Por outro lado, também refletimos sobre o facto de as igrejas serem tão ornamentadas enquanto o povo morria de fome. De facto, as desigualdades fazem parte da história do homem e creio que farão parte do futuro.

Concluindo, esta viagem foi inesquecível, tudo foi surpreendente, desde os grandiosos monumentos à pizza que comíamos quase diariamente. Nada disto seria possível sem as amizades incríveis que fiz ao longo da preparação desta viagem, sem a vontade enorme de atingir o nosso objetivo e sem o apoio dos nossos professores, incluindo aqueles que não foram connosco, mas que trabalharam incansavelmente para a realização desta viagem e dos familiares que sempre estiveram disponíveis.

A todos, obrigada!

Visita de estudo a SevilhaPaula Marques

“Los viajes son como pequeñas vidas”

Nos dias 20, 21 e 22 de abril, os alunos do ensino secundário tiveram oportunidade de participar na visita de estudo a Sevilha, realizada no âmbito da disciplina de Espanhol.

Nestes três dias, foram muitas as experiências vividas. No dia 20, depois de superarmos um pequeno percalço, chegámos a Sevilha e encontrámos uma cidade cheia de vida e cor. Fomos visitar o Real Alcázar de Sevilha, monumento património da Humanidade que nos deslumbrou. Também ficámos a conhecer a Catedral e a sua Giralda e todo o entorno dessa zona de Sevilha. Seguimos para a emblemática Plaza de España, junto ao Parque María Luisa. Aí, mais uma vez,

sobressaiu o colorido de Sevilha e dos trajes das sevilhanas ao som do flamenco.

No dia seguinte, os alunos usufruíram ao máximo de todas as diversões do parque Isla Mágica. Foi um dia repleto de emoções! À noite, jantámos na cidade e quem quis pôde saborear comida típica espanhola e depois dar um passeio numa das zonas mais turísticas da cidade, junto ao Guadalquivir e à Torre de Ouro.

No domingo, visitámos o Conjunto Arqueológico de Itálica, testemunho da longa história de ocupação deste território e onde foram filmados episódios da série Guerra dos Tronos.

De volta à cidade, houve tempo para visitar o Metropol Parasol, a maior estrutura de madeira do mundo, com 150 por 70 metros e uma altura aproximada de 26 metros. Regressámos, depois, ao centro da cidade, para uma visita final, as últimas e incontornáveis compras, algumas tapas e a inevitável despedida desta cidade que nos deixou saudades.

Ao longo desta visita, pudemos contactar com diferentes traços da cultura espanhola, a diversidade cultural, tradições, história e monumentos, o que foi uma mais-valia para a nossa formação geral.

Toda esta visita decorreu num ambiente de grande convívio, aprendizagem e responsabilidade, o que contribuiu para que tudo corresse da melhor forma e regressámos mais enriquecidos e com vontade de voltar!

Visita de estudo ao Porto

No passado dia 21 de março, as turmas do sétimo ano participaram numa visita de estudo ao Porto, acompanhados pelos professores António Bento, Helena Marques, Lurdes Frias, Lurdes Santos, Paula Marques e Sílvia Fernandes. No Porto, estas turmas foram visitar o Sea Life, o maior aquário do norte de Portugal. Durante a visita, os alunos viram mais de 3000 espécies marinhas, aprenderam mais sobre elas e presenciaram os treinadores a alimentá-las. Perceberam que as raias, por exemplo, se alimentam de peixe e de ração própria para elas. A terminar, foram à loja de recordações para comprarem a tradicional lembrança da visita.

Pelas 12h30, a visita continuou com um passeio pela zona ribeirinha do Porto até à foz do rio Douro. Depois deste passeio, houve tempo para o almoço.

Da parte da tarde, visitaram o Planetário - Centro de Ciência Viva. Aqui, formaram-se grupos e mediram a nossa massa e peso na Terra e, de seguida, em Júpiter. Os alunos repararam que a nossa massa não varia, mas o nosso peso aumenta em Júpiter, pois a sua massa é maior do que a da Terra. Ainda dentro do Planetário, foram para uma sala

ver um filme sobre telescópios e quem os inventou. Nessa sala, as cadeiras deitavam-se para trás e o vídeo era projetado no teto.

No final, voltaram à escola felizes por terem desfrutado de um convívio salutar e aumentado os seus conhecimentos.

Francisca Quadros Leal, 7.º A Explorar e aprender – Aveiro

3Navarromaio 2018

Geografia em Ação

7.º A e Helena Marques

A água, um recurso vital…Francisca Francisco, Joana Santos e Renato Almeida – 10.º J

A água, assim como o sol, é um recurso natural indispensável à vida no Planeta Terra, possui um enorme valor económico,

ambiental e social. As primeiras formas de vida surgiram nos oceanos, há milhões de anos atrás. Esta é fundamental para a sobrevivência de todos os seres vivos

A água, na natureza, pode encontrar-se no estado líquido como, por exemplo,

Com o objetivo de motivar os alunos, bem como consolidar e enriquecer conhecimentos, durante os 2.º e 3.º períodos letivos, os alunos de Geografia, dos 7.º, 8.º, e 9.º anos, concretizaram atividades no âmbito dos temas “A Geografia é…”, a “Diversidade Cultural / A Mulher no Mundo” e “Os Direitos Humanos vão à Escola”.

A Diversidade Cultural /A Mulher no Mundo …

No âmbito da disciplina de Geografia, realizamos um trabalho sobre a Diversidade Cultural no Mundo, isto é, os vários aspetos que representam as diferentes culturas, como a linguagem, as tradições, a gastronomia, a religião, os costumes, o modelo de organização familiar, a política, entre outras características de uma sociedade que habita determinado território. Para concretizarmos esse objetivo, vários grupos de alunos do 8.ºB desenvolveram projetos onde realçaram o papel da mulher nas diferentes sociedades. A exposição, que decorreu de 11 a 18 de abril, incluiu trabalhos em maquetes e em cartazes sobre o tema. Podemos concluir que há uma grande heterogeneidade relativamente ao papel da mulher, havendo em algumas situações grandes limitações à sua intervenção social e política.

Catarina Campos, Maria Inês Marques,

Maria Inês Cunha, Maria João Dias,

Sara Gabriel - 8.ºB

A Geografia é...

Foram concretizados trabalhos diversos, alusivos ao papel da Geografia como ciência e a sua utilidade no dia a dia, bem como organizada uma exposição que esteve patente no átrio da entrada (piso 1).

Os Direitos Humanos vão à Escola

Nos dias 24 de abril e 2 de maio, integrada nas atividades da disciplina de Geografia, os alunos do 9.º ano, turmas A, C e D, tiveram a oportunidade de participar na palestra dinamizada pelo grupo de Viseu, da Amnistia Internacional, subordinada ao tema: “Os Direitos Humanos vão à Escola”. Para além da divulgação da missão e das atividades desenvolvidas pela Amnistia Internacional, procedeu-se à reflexão/discussão sobre diversas temáticas, como a problemática dos refugiados e a liberdade de expressão. Desenvolveram-se atividades práticas relacionadas com a elaboração de mensagens no âmbito do projeto “Eu acolho” e subscreveu-se uma petição no âmbito da salvaguarda dos Direitos Humanos.

Esta atividade complementou e enriqueceu o processo ensino/aprendizagem e aproximou a escola da sociedade, fomentando a cidadania ativa.

Helena Marques

nos rios, lagos e mares; no estado gasoso, como o vapor de água na atmosfera e no estado sólido, como o gelo nos glaciares. No nosso corpo, esta tem várias funções muito importantes, tais como regular a temperatura corporal, melhorar o oxigénio para a respiração e ajudar a converter os alimentos em energia.

Os recursos hídricos são limitados e, por isso, torna-se necessário protegê-los e conservá-los. Esta é uma temática que

“A educação para os direitos humanos é a

chave para lutar contra as causas profundas de

injustiça em todo o mundo. Quanto mais as

pessoas sabem sobre seus direitos e os direitos

do outro na sociedade, melhor preparadas estão

para protegê-los.”

Salil Shetty, Secretário-Geral da Amnistia Internacional

temos estudado e aprofundado nas aulas de Geografia.

4 maio 2018Navarro

Jornadas de Expressões11.º G, 12.º G, Susana Paiva

No dia 22 de março, os alunos do 11.º G e do 12.º G do Curso Profissional Técnico de Apoio à Infância participaram nas Jornadas de Expressões, organizadas pela Escola Secundária de Felgueiras.

Esta iniciativa pretendia colocar em debate a questão das Expressões e do Teatro

na Educação. Os alunos apresentaram uma peça desenvolvida na disciplina de Expressão Dramática, intitulada “Há Festa no Castelo”. O enredo desenrola-se na festa de aniversário da Rainha de Copas e todas as princesas da Disney foram convidadas. O texto da peça é original e escrito no âmbito da disciplina. Os alunos do 11º G eram os soldados da Rainha, valentes cartas, que mostravam danças e coreografias. Também foram escritas letras originais para músicas já conhecidas.

A nossa escola foi muito bem representada por estes alunos e por esta apresentação que demonstra bem os conteúdos lecionadas na disciplina de Expressão Dramática e que preparam os alunos para eventos deste género na sua vida profissional futura.

IV Jornadas SER ESEN- Educar Sempre, Excluir NuncaDepartamento de Educação Especial da ESEN

O Departamento de Educação Especial, pelo quarto ano consecutivo, realizou as IV Jornadas SER ESEN - Educar Sempre, Excluir Nunca, nos dias 21 e 28 de abril, no auditório da escola.

As Jornadas destinaram-se a docentes, psicólogos e outros técnicos de educação, no sentido de refletir sobre temas pertinentes e transversais da educação contemporânea, que se deseja cada vez mais inclusiva, num tempo em constante mutação epistemológica, sociológica e cultural. Para tal, foram convidados formadores de diversas áreas do saber com o objetivo de partilha e aprofundamento de assuntos em debate.

Nas Jornadas estiveram presentes 110 formandos, oriundos de vários agrupamentos/escolas, o que mostra a importância que este evento tem vindo a assumir nos últimos anos. A avaliação revelou-se indiscutivelmente positiva, o que abre caminho para novas edições.

APESEN

Se num primeiro olhar este nome é longo e até diria de senso comum, uma designação que representa mais do mesmo, num segundo momento é preciso reconhecer que esta relação entre pais e comunidade escolar não se tem apresentado como um ato de participação influente e afirmaria que tem assumido um papel cada vez mais ausente daquele que pretendemos todos atingir.

Associação não pode ser considerada apenas um aglomerado de pessoas (poucas), com alguma disponibilidade (ou nenhuma) que têm em comum filhos/educandos que frequentam a mesma escola e partilham alguns aspetos do ponto de vista educacionais/escolares; Associação deveria envolver ativamente os pais/encarregados de educação numa relação de parceria com a instituição que acolhe os nossos filhos/educandos, colaborando numa dimensão coletiva.

A APESEN apresenta-se, neste novo

Associação de Pais e Encarregados de Educação da ESEN

ciclo 2017/2018, de forma muito modesta com onze membros nos seus três órgãos sociais, numa tentativa fulcral de se manter viva e focada num objetivo de organização e participação efetiva e responsável de todos os seus elementos.

A APESEN quer ser uma voz conciliadora de vontades para ajudar a ESEN a crescer no seu projeto pedagógico e educativo, apelando à participação da família na escola, bem como trabalhando com a escola naquilo que ela proporciona às famílias.

A nossa mensagem é simples: conduzir à reflexão, ao envolvimento, à cidadania – queremos pais/encarregados de educação que não sejam meramente colaboradores; pretendemos pessoas com iniciativa, com atitude construtivamente crítica; desejamos valorizar e aprender com todos, sensibilizando cada um para o seu papel interventivo numa escola que beneficiará com uma relação de proximidade pais/encarregados de educação – filhos/educandos - comunidade.

Estamos ao Vosso dispor!

A Narrativa Matemática como Ferramenta PedagógicaSérgio Machado

O professor do século XXI deve reinventar-se, assumindo o papel de um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. No caso específico da Matemática, deve ser apresentada com encanto e simplicidade, de modo a torná-la leve e agradável, transformando-a numa ciência cheia de atrações e de faces pitorescas.

No projeto didático CSI MATEMÁTICA: Cálculo Sob Investigação, a Matemática surge naturalmente como protagonista de pequenas histórias (três delas vencedoras do concurso literário dinamizado pela ESEV “Histórias com…Matemática”) que resultam da partilha de práticas letivas. O conto oral suscita o debate e o diálogo entre o que se ensina e o que se aprende: os alunos compreendem a história e sentem curiosidade de saber como vai terminar,

tentam eles próprios adivinhar o que irá acontecer de seguida, levando a que os conceitos não sejam esquecidos.

Este projeto foi apresentado a uma equipa da Direção Geral da Educação, em Lisboa, tendo merecido um olhar atento e a sua possível divulgação a nível nacional. Foi também candidato à primeira edição do Global Teacher Prize Portugal, tendo o seu autor sido convidado a estar presente no passado dia 16 de Maio, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.

Todos os recursos deste projeto estão disponíveis no Youtube, bastando para tal pesquisar por “CSI Matemática” e um dos dispositivos didáticos, “A Guerra dos Tornos”, está também disponível em www.casadasciencias.org, sendo candidato ao “Prémio Casa das Ciências 2018” na categoria de “Recurso Educativo”.

Associada a esta ferramenta pedagógica e como complemento de aprendizagem, decorre já a encenação de algumas peças, que resultam da adaptação destas narrativas matemáticas ao Teatro (uma delas foi já apresentada em Inglês no dia 16 de Abril, inserida também no projeto ERASMUS+).

A organização agradece a todos os que, de diferentes formas, contribuíram para o sucesso das IV Jornadas.

5Navarromaio 2018

Temas do Mundo Contemporâneo

No século XIII, após uma viagem de 30 meses, o mercador veneziano Marco Polo chegou às portas do extremo oriente, capital do imenso império de Kublai Khan, atual Pequim, onde permaneceu 17 anos, desempenhando importantes funções diplomáticas.

Devemos acolher os refugiados, pondo em risco a nossa segurança?Na peça “As cidades invisíveis”, foram

abordados alguns temas de natureza filosófica, tais como o racismo, a migração ilegal dos refugiados e a homofobia.

O mundo está perto de se tornar uma grande “aldeia global”. Graças aos esforços dos líderes mundiais, o valor do ser humano tem vindo a sobrepor-se ao patriotismo e às diferenças culturais. A União Europeia, por exemplo, é a prova de que é possível a cooperação entre países diferentes para um bem comum. Contudo, alguns países orientais ainda acreditam que isto é uma invenção do Ocidente, a fim de impor a sua cultura, e, por isso, desrespeitam frequentemente os direitos humanos. Deste modo, as guerras persistem, obrigando muitas pessoas a emigrarem.

É nosso dever sermos solidários com os refugiados, mesmo que isso ponha em risco a nossa segurança? Afinal de contas, “devemos acolher os refugiados” mesmo quando temos já milhares de desempregados para empregar e muitos sem-abrigo para acolher?

Rafael Gonçalves, 10.º B

Eu acredito que sim. Apesar de diferentes, somos todos seres humanos. Porque não haveremos de nos relacionar? O primeiro passo é a tolerância. Não nos devemos dividir em grupos, mas sim pensar na Humanidade como um todo, com um espírito de fraternidade.

É preciso deixar claro que, acima de tudo, os refugiados são pessoas, assim como nós, por isso, a atitude correta é ajudá-los. Não pode haver “mas…”, pessoas ajudam pessoas. E aceitá-los não é só trazê-los, mas dar a todos a oportunidade de um lugar digno para viver. Fácil não será. Estamos perante um exercício gigantesco de tolerância e aceitação. Mas temos também de nos lembrar que não precisamos de mudar o nosso estilo de vida, nem podemos exigir que eles mudem o deles. Aliás, este erro foi cometido pela França quando há uns anos proibiu os muçulmanos de rezarem em público. Não é vital entender as outras pessoas, o importante é conviver naturalmente com elas, reconhecendo que somos diferentes.

Isso tem de se aplicar também à religião. Se eu falo com uma pessoa com diferentes crenças, o mais provável é tocarmos num assunto em que as nossas opiniões divergem. É normal que fique alterado ou até ofendido. O correto não é parar o debate. Isso é saudável. Mas devo ter o cuidado de ouvir os argumentos do outro, respeitá-los, estar aberto a diferentes pontos de vista e participar na conversa, pensando sempre que nada é certo. O outro pode estar certo e eu errado, da mesma forma que eu posso estar certo e ele errado. Ou colocamos isto em prática ou não haverá paz no mundo. Temos de nos conformar com a ideia de que nenhuma ideologia pode mudar a capacidade que nós temos de acolher qualquer tipo de pessoa na nossa sociedade.

Ainda assim, há quem diga que se aceitarmos os refugiados perderemos muitas vidas inocentes. Mas, na minha opinião, se simplesmente os recusarmos, perderemos a Humanidade, porque deixará de haver seres humanos para haver muçulmanos, cristãos, ateus, etc. Não se

Todos temos o direito de sermos como gostamos, como queremos, simplesmente como somos, mas há sempre alguém que julga.

Nos últimos anos têm aumentado cada vez mais os casos de racismo e homofobia, sem razão alguma. Todos devemos aceitar as pessoas como elas são e não tentar transformá-las no que nós queremos. As pessoas que gozam e julgam não sabem o quão parvas e ignorantes são, mas um dia quando caírem nessa realidade vão perceber que é só estúpido.

Apesar das imensas campanhas que há a dizer que “somos todos iguais” ou até “diz não ao racismo”, há uma grande parte da população mundial que continua a gozar seja em músicas, seja em piadas ou brincadeiras.

Eu vejo, pela minha faixa etária, que há imensos adolescentes que gozam com o assunto.

Não só os adolescentes, mas também numa vida toda que está fora das escolas, podemos ler, ouvir casos de pessoas que são olhadas de lado, são humilhadas em público, simplesmente porque a sua cor de pele é diferente.

O nosso amor e a nossa amizade são muito mais importantes para uma relação com alguém do que as críticas ou as bocas

que vêm da sociedade. Muitos casais em que um é negro e o outro tem cor, muitas vezes dita “normal”, são completamente discriminados sem razão alguma, as pessoas são ignorantes ao ponto de não perceberem que é um casal como todos os outros, com os mesmos direitos.

Casais negros, ou até com um dos membros de cor, são muitas vezes impedidos de adotarem uma criança, principalmente se não for uma criança negra.

Estas pessoas são sempre consideradas como seres que não têm condições nenhumas, que têm uma vida muito difícil, seres inferiores, o que é um rumor muitas vezes falso, mas mesmo assim não tentam ajudar; em empregos são dificilmente aceites por os outros acharem que eles não sabem nada; em simples centros comerciais ou supermercados são olhados como se não pudessem pagar nada.

Por fim, é importante salientar que o racismo foi o principal motivador de alguns crimes muito horrendos já existentes. Tanto pela brutalidade, quanto pela abrangência. Evitar a repetição dos mesmos será talvez a prova definitiva de que o Homem conseguiu avançar em sua marcha.

Matilde Esteves, 10.º B

De que serve julgarmos os outros?Será que Deus existe?

João Pedro Leal Martins, 10.º B

Desde o início das civilizações antigas que as crenças divinas são uma realidade. No entanto, os mais curiosos sempre se interrogaram “Será que Deus existe?”. Há provas da sua existência ou de contrário?”. Como até aos dias de hoje nada foi provado, a resposta a este problema prende-se com a fé de cada um. Esta questão filosófica tem certas implicações na vida das pessoas. As várias respostas poderão, por exemplo, dar um sentido diferente à vida. Enquanto uns creem em Deus, e por isso acreditam na vida para além da morte física, outros julgam apenas verdadeira a razão e a ciência e como tal a morte é o fim do ser humano.

A viagem a Taizé serviu, a mim, que era um pouco incerto acerca da existência de Deus, para refletir e tentar encontrar uma resposta. Apesar de ainda persistirem algumas dúvidas e perguntas, julgo que Deus é uma realidade. Mas Deus, para mim, não dita as minhas ações nem as minhas escolhas.

Acredito piamente que a fundamentação das minhas escolhas e ações se encontra na minha vontade própria e nos meus gostos, e não na vontade de Deus. Como exemplo disso utilizo o roubo. Aqueles que acreditam em Deus e também que Ele dita as nossas ações certamente dirão que Deus quis que o indivíduo roubasse. No entanto, vejo Deus como uma divindade bondosa e

nesse sentido não pretende que ninguém roube. Assim, a vontade de roubar partiu do interior da pessoa e não do divino.

Mas Deus, creio eu, manifesta a sua existência de outra forma, impondo-nos obstáculos de modo a ajudar-nos com futuras situações. A morte é um dos desafios que nos coloca. É certo que não se aceita a partida de alguém próximo facilmente, e quando isso acontece podemos achar que Deus é mau e que é um Deus que castiga. Durante a viagem a Taizé, o avô de um amigo morreu. Mesmo não o conhecendo senti a dor da sua morte. Naquele momento pensei que Deus não existia, ou que se existisse não era bondoso, mas nos restantes dias refleti e conclui que, embora seja algo triste e de lamentar, fortaleceu-nos para novas situações adversas que possam surgir.

Críticos dirão que a morte é uma realidade humana e que nada terá a ver com Deus. Ainda que acredite na ciência e saiba que a morte é própria de tudo o que tem vida, acredito nela como um desafio imposto por Deus para nos fortalecer enquanto pessoas.

De um modo geral, ainda que Taizé não me tenha esclarecido na totalidade quanto a Deus, percebo que me ajudou a entender a Sua ação no Homem, levando-me a crer cada vez com mais convicção que Ele é real!

Professores de Filosofia, 10.º Ano

Em “As cidades invisíveis”, Italo Calvino imagina um diálogo fantástico entre Marco Polo e o imperador do imenso império, Kublai Khan, descrevendo minuciosamente 55 cidades por onde teria passado.

Este ano, em parceria com a Escola Secundária de Emídio Navarro, o Teatro

Viriato encenou e proporcionou a apresentação da obra “As cidades invisíveis” aos alunos do 10.º ano, inscritos na disciplina de filosofia.

Nessa obra são abordados muitos temas e problemas filosóficos da atualidade. Em situação de aula, foi pedido aos alunos a

redação de um ensaio filosófico sobre um problema filosófico à sua escolha, abordado na apresentação da referida peça teatral.

Um ensaio filosófico é um texto argumentativo em que se defende uma posição sobre um determinado problema filosófico. Aqui ficam alguns exemplos.

pode ser radical a esse ponto. A segurança deve ser sim reforçada, mas não se pode generalizar e pôr, por exemplo, todos os muçulmanos na mesma condição.

Mas “como é que podemos acolher os outros, se estamos em crise?”

Numa situação destas, não podemos acolher muita gente, é certo, por isso, a ajuda terá de ser proporcional ao poder económico. E quando os governos se esquecem dos seus próprios cidadãos para ajudarem os refugiados? Aí o problema não está em aceitá-los, isso é o nosso dever como humanos. O problema está na gestão dos políticos, que devem distribuir essas oportunidades de forma igual. Já os refugiados devem aceitar essas oportunidades que lhes são dadas.

Certamente esta discussão continuará, enquanto ninguém tomar esta atitude. O único dever que nos compete é sermos tolerantes. Se isso acontecer, depressa essa tolerância será retribuída. A tolerância e o respeito são valores contagiosos.

6 maio 2018Navarro

Em Taizé…

Eydís Lilja Kristínardóttir, 12.º A

Sou Eydís Lilja, venho da Islândia e vim para Portugal em setembro de 2017.

No dia 10 de fevereiro de 2018, fui para Taizé, França, com a escola e fiquei lá até ao dia 18 de fevereiro. Não sou religiosa, mas decidi participar nesta viagem pela experiência. Gostei imenso de ficar lá. Foi novo para mim, por exemplo, ficar com muitos jovens e fazer orações três vezes num dia.

Nunca tinha estado num lugar assim. A religião na Islândia não é praticada por muita gente, especialmente na minha cidade. Normalmente só temos orações em dias especiais, nas missas.

No primeiro dia, havia muita confusão, com chuva e lama e jovens em todo lado, por isso não gostei muito. Mas os dias seguintes foram muito melhores. A comida era razoável para mim, umas vezes melhor e outras pior. No entanto, o que gostei mais foram as atitudes dos jovens e o Silêncio. Também gostei de conversar com jovens de países diferentes, com opiniões e culturas várias.

Para mim foi uma experiência maravilhosa, que nunca me vou esquecer. Estou muita agradecida a todos os que ma proporcionaram.

Obrigada.

Sobre a adolescência…Beatriz Correia, 11.º E

A adolescência não é nada mais do que o período com mais complicações de que já ouvi falar! Nada mais, se acharmos isto pouco! Complicações porque não podemos ser isto, porque a “sociedade” aceita mais aquilo, complicações porque somos jovens e temos o futuro nas mãos e ainda nem sabemos bem o que queremos para o nosso futuro! Mas todas estas complicações têm causas, ou melhor, têm duas causas: uma, que eu pensava que já não existia, a chamada “sociedade de classes” e outra, que eu pensava que ainda não tinha chegado, a chamada “Lei da Falsidade”.

“Sociedade de classes”? Sim. “Aquela da Idade Média”? Sim. Bem, digamos que vai dar ao mesmo. Tudo se pode resumir numa palavra: “grupos”. Não é que haja, em todas as escolas, “Clero”, “Nobreza” e “Povo”, mas é como se houvesse. Vejamos: cada escola tem a sua “nobreza”, as elites que querem, podem e mandam (em quê? Não sei, mas deixá-las sonhar…!), e que estão prontas a receber quem pode e a ostracizar quem não pode; cada escola tem o seu “clero”, as almas arrependidas

que não puderam ser nobres, mas que gostam de viver como se fossem e de cobrar autoestima ao “povo” por não ser nada; e, enfim, cada escola tem o seu “povo”, que não é nada, que é ostracizado pela “nobreza” e a quem o “clero” cobra para que ele viva a sua adolescência a pensar que nunca nada lhe vai correr bem (pelo menos até que ele se revolte…).

“Lei da Falsidade?” Sim, a lei segundo a qual todo aquele que tentar ser ele próprio será julgado por uma sociedade que já não é feita de pessoas, mas de tipos. A sociedade onde, hoje em dia, está na moda ser como fulano, porque ele é melhor, e onde amanhã vai tudo ser como sicrano porque, afinal, ele é melhor que fulano.

Em suma, esta sociedade é mais que uma das causas das complicações da adolescência, ela é a causa. A sociedade que nos faz pensar se o lema-base da vida é sermos nós próprios, ou sermos os outros, se é sermos importantes para todos os nossos seguidores, ou se é sermos importantes na mudança daquilo que realmente importa.

A importância da família na adolescênciaMatilde Lourenço, 7.ºA

Na minha opinião, a família é uma referência fundamental para qualquer jovem, independentemente da sua constituição, pois é no seio familiar que se aprende e se incorporam princípios morais e onde são vivenciadas experiências afetivas.

Do meu ponto de vista, a família é uma base essencial no desenvolvimento intelectual e cutural de um adolescente, pois esta é a fase da vida mais difícil de ultrapassar, são exemplo disso as nossas alterações de humor constantes.

Para mim, se existe algo ou alguém em que um jovem pode depositar a sua confiança, é na sua família. Mas este facto não implica que a nossa família sejam os nossos pais, veja-se o caso de muitos adolescentes viverem com outras crianças em casas de acolhimento.

No meu entender, o seio familiar desempenha um papel decisivo na nossa educação enquanto jovens, pelo facto de muitos valores éticos serem adquiridos neste espaço, inspirando a formação de novas gerações com princípios íntegros.

Assim sendo, a família é uma base ao nosso desenvolvimento enquanto indivíduos, destacando-se este como o primeiro espaço de convivência do ser humano, ganhando assim um papel indispensável na vida dos jovens.

Eu considero que a família tem um papel fundamental na vida dos jovens, sendo que, para mim, na família não só os pais e os irmãos são importantes, mas também os avós, os tios, os primos e os amigos.

Julgo que a família é indispensável, pois ela pode aconselhar os jovens acerca do rumo das suas vidas, como, por exemplo, dizendo-lhes que devem estudar para um dia serem o que quiserem. Com isto, não quero dizer que a família mande na vida deles, porque ela também lhes deve dar algum espaço para se tornarem independentes e terem as suas opiniões.

Os avós podem partilhar com os netos as suas vivências e assim demonstrar-lhes que eles não devem seguir determinado caminho, como, por exemplo, contando a história de um colega que desde novo começou a fumar, teve problemas de saúde e partiu cedo para o outro mundo.

A família também é importante para dar apoio moral e psicológico e para mimar os adolescentes. Isto porque a fase da adolescência é complicada e os jovens precisam que alguém os oriente.

Concluindo, considero que a família é um apoio importante para, no futuro, os jovens se tornarem adultos educados, responsáveis e amáveis.

Vera Rebelo, 7.ºA

Viagem a Taizé 2018Dois Olhares: Uma Experiência Inesquecível

Fazer a experiência de Taizé na primeira pessoa é sentir na pele as palavras do papa João Paulo II: “Passa-se por Taizé como se passa perto de uma fonte. O viajante para,

Paulo Leão

sacia a sede e continua o seu caminho.”Mais uma vez, vinte e um alunos de

E.M.R.C. da Escola Secundária de Emídio Navarro sentiram este apelo de, juntamente com mais de seiscentos alunos de várias escolas da diocese de Viseu, viver uma semana inesquecível que, certamente, deixou boas recordações e permitiu sentir e ver os outros e o mundo de outra forma.

Nada melhor do perceber isso mesmo através das palavras de duas alunas com histórias de vida muito iguais, mas ao mesmo tempo muito diferentes.”

Taizé… O que dizer? É paz, é união, é o descobrir daquilo que pensávamos já saber, é a energia de tantas pessoas juntas que, realmente, estão ali por algo que não o sofrimento que umas causam às outras…

Isto é o que quase toda a gente, que já viveu essa experiência fantástica que é Taizé, diria se lhe pedissem para a descrever. Mas eu não sou quase toda a gente, eu sou eu, e, por acaso, … ah, sou cega mesmo… Mas também não estou aqui para descrever condições de mobilidade ou livros em braille que quase não existem em tudo o que é lugar. Não, estou aqui só para dizer como é o que foi Taizé para e em mim. Se há algo que Taizé é, de certeza, esse algo é inexplicável.

Eu fui para lá sem muita esperança, quero dizer, sabia que seria algo inesquecível, como qualquer pessoa que tenha amigos que já lá foram, saberia, mas, tirando isso, a única coisa que esperava era conseguir integrar-me em Taizé e vir de lá a dizer todas aquelas palavras carinhosas que ouvia os meus colegas proferirem.

Em Taizé descobri muito, mas a primeira coisa foi que a minha integração só não seria possível se eu não quisesse que fosse, tinha de fazer duas coisas: libertar-me da minha concha protetora, deixar-me levar pela energia contagiante de todos e estar disposta a receber ajuda de toda a vivalma que me encontrasse. Assim que consegui isso, Taizé foi para mim o que é para tantos

outros e que eu, que achava impossível, comecei a acreditar.

Foi uma escapadela do mundo real para um lugar onde até o milagre de uma fila para as refeições que não demora horas é possível, e isso para não falar em orações que não são, em circunstância alguma, secantes; foi a minha reconciliação com o mundo interior que vive em mim; foi o sítio que me fez finalmente entender que não estou e não vou estar, nunca, sozinha; foi a descoberta de coisas que eu posso sentir, dizer e fazer, que eu própria achava serem meras utopias; foi, enfim, o lugar que fez aquilo que nenhum outro lugar fez por mim: fez-me acreditar, acreditar em mim, nos outros e nos seus sentimentos e numa paz que pensei nunca alcançar.

E agora só quero mandar uma mensagem para quem está a pensar, mas que ainda hesita: Taizé não faz maravilhas por si só, mas se precisas de uma escapadela do mundo para um bom lugar de reflexão, vai a Taizé e começa tu a fazer maravilhas por ti próprio(a)!

Beatriz Correia, 11.º E

7Navarromaio 2018

Concurso Literário – Escrita CriativaAna Paula Menezes

Ana Paula Menezes (Professora Bibliotecária)

Comemoração do Dia Mundial do Livro – 23 a 27 de abril

O Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e, por decisão da UNESCO, a 23 de Abril. Pretende anualmente promover o prazer da leitura e o respeito pelos livros e pelos seus autores.

Esta data foi escolhida com base na tradição catalã, segundo a qual, neste dia, os homens oferecem às suas «damas» uma rosa vermelha de S. Jorge e recebem em troca um livro, testemunho das aventuras do cavaleiro. Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare, Cervantes e Garcilaso de la Veja.

Com base nesta tradição, a Biblioteca desenvolveu a exposição Livros de Outros Tempos e de Sempre, com vista a divulgar o acervo e as novidades editoriais, dando a conhecer o seu espólio e motivar os alunos para a leitura:

De repente sobre as páginas lançou-se uma[ luz

e em vez da tímida confusão de palavras estava: tarde, tarde... em todas elas. Não olho ainda para fora, mas rasgam-se já as longas linhas, e as palavras rolam dos seus fios, para onde elas querem.

Rainer Maria Rilke, in “O livro das imagens”

A data serve ainda para chamar a atenção para a importância do livro como bem cultural, essencial para o desenvolvimento da literacia. Neste âmbito, foi ainda lançado o desafio Já leste, hoje? – da estante para a vida, com fotos das últimas aquisições dos novos números, cerca de uma centena e meia, visando a requisição domiciliária das obras.

Folhear um livro, um álbum ilustrado, constitui também uma incursão nas artes visuais, no mundo das formas, das cores, das sensações, na consciência que Ler é sonhar pela mão de outrem, (Fernando Pessoa)

Durante os meses de dezembro e janeiro decorreu o Concurso de Escrita Criativa, destinado aos alunos dos Ensinos Básico e Secundário.

Publicamos o texto vencedor no Ensino Secundário, produzido pelas alunas Ana

Carolina Silva e Kathleen Osório (12.º N).O texto vencedor no Ensino Básico será

publicado no próximo número deste jornal. Parabéns a estas alunas e a todos os que participaram no Concurso!

Vera Rebelo, 7.º A Ana Carolina e Kathleen Osório, 12.º N

Noite de Natal

Ana Silva, Kathleen Osório, 12.º N

A noite tinha chegado depressa numa pequena vila Europa, era véspera de Natal, soprava um vento gelado e havia neve no chão.

Aquele pobre vendedor de feira tinha passado o dia inteiro a vender uns poucos, simples brinquedos de madeira e pano. Graças a Deus, tinha vendido quase todos. Na verdade, só tinha sobrado uma linda boneca, que ele tinha pensado em vender por um bom dinheiro.

Mas a rua já estava deserta, eram poucas as pessoas que lá passavam e as que passavam iam apressadas, sem prestar atenção aos seus chamamentos.

É a última! - dizia ele já desconsolado – a última boneca ! Ninguém a quer levar?

Como ninguém parava, ele começou a desmontar a barraca.

O frio era intenso, dava vontade de correr para dentro de casa, ficar junto à lareira. Foi, então, que ele percebeu a figurinha magra de uma menina, teria os seus seis anos, tremia de frio, mas estava quieta, calada, parada, a olhar fixamente para a boneca.

-Vá para casa, menina! - disse-lhe o vendedor. -Vá para casa, aquecer-se um pouco.

A menina não respondia. No rosto magro, só se viam os olhos fixos, enormes.

O vendedor ainda perguntou:- Onde está a tua mãe? - Ela morreu. - disse a menina num fio

de voz. Não tenho mais ninguém!O vendedor era pobre, muito pobre,

mas o brilho dos olhos enormes daquela menina cativaram-no e, de repente, levado por uma força estranha, estendeu a boneca e deu-a à menina. Ela pegou na boneca, abraçou-a, murmurou um obrigada e foi-se embora.

Naquele mesmo instante, uma estrela

de um brilho excecional apareceu, acendeu-se mais intensamente, atravessou o veludo escuro do céu e perdeu-se no horizonte distante. O vendedor acompanhou admirado o seu trajeto. E soube, do fundo do seu coração, que aquele sinal era o agradecimento de uma mãe.

Só que o vendedor, de tão sonhador que era, não ficou por ali. Seguiu aquela estrela, sem nunca olhar para trás.

Ela irradiava um brilho tão intenso e duradouro que este vendedor já havia percorrido tantos quilómetros e mesmo assim tinha a sensação de que ela não perdia aquele brilho excecional.

Conduziu-o até uma caverna, escondida por debaixo daquele musgo húmido do Douro.

As pernas tremiam-lhe tanto, parecendo uma panela de água a fervilhar ao lume. Entraria ou não? Acabou por entrar.

Mal colocou os pés dentro daquela caixa de pedras, sentiu um frio a percorrer-lhe a medula. Não sabia se aquilo que iria encontrar era bom ou mau. Poderia ser perigoso, mas se não arriscasse nunca saberia.

Dotado de coragem, pegou numa lamparina, que por entre as pedras se encontrava perdida e foi ela a iluminadora do seu caminho. Havia uma sombra, uma sombra que a todos os seus passos se ia tornando cada vez maior e com formas esquisitas.

O coração frágil daquele vendedor quase que se soltava pela cavidade oral, como se de um trampolim se tratasse. No fundo daquela caverna estava a imagem de uma mulher pálida, com cabelos loiros, despojada de tudo. Aquela imagem inundou-lhe a retina. Assolou-lhe o seu coração. Não conseguia falar. Será que era

verdade aquilo que estava a ver?Pensei em ir-me embora. Mas aquela

mulher foi mais perspicaz e deu conta da minha presença antes de eu me ausentar.

- Que fazes aqui? – perguntou.Se-se-se-gui-gui a es-tre-la-la, mas eu ia-

me já embora, desculpe. - respondeu.-Não, fica comigo tenho algo para te

dizer!- suplicou ele.O que viria aí? Esta incerteza apodera-se

de mim a cada palavra que ela emite. - Eu sei quem tu és e sei o que fizeste pela

minha filha! Infelizmente, ainda hoje choro por não poder estar com ela, sentir os seus abraços e sentir aqueles lábios cheios de chocolate a encher-me de beijos. – disse ela.

-A sua filha é um doce, o seu rosto é puríssimo. Educou-a muito bem enquanto pôde. – respondeu.

- E por isso quero recompensá-lo. Ali ao fundo está um pote, espero que o tenha conseguido ajudar, assim como ajudou a sorrir a mim e à minha filha. - informou ela.

O vendedor deslocou-se até ao pote,

pesado e opaco. -VIL-METAL ! Parecia um disco riscado,

pois só repetia estas palavras. – exclamou.Os meus olhos inundaram-se com

lágrimas salgadas. Aquela mulher trouxe-me esperança, só tinha de lhe agradecer.

Cheguei ao pé dela, com todo o êxtase querendo abraçá-la intemporalmente. Mas ela só me disse:

- Faça o favor de ser feliz! Aquela sombra, que no inicio era

escura, rapidamente se tornou numa mancha branca inovadora.

Construí juntamente com aquela menina a minha fábrica. Sem eu dar conta, já começava com exportações em massa. Cada ano era mais e melhor! “Brinquedos do Douro” estava nas bocas do mundo.

E hoje, penso neste dia 25 de Dezembro e em como aquela mulher mudou a minha vida, ou melhor, as nossas vidas.

Foi o melhor Natal que tivemos!

Ana Paula Menezes

8 maio 2018Navarro

Exposição - Viver Abril! – 23 de abril a 2 de maio

Ao longo dos anos, especialmente no período compreendido entre o final da década de 30 e as vésperas do 25 de Abril, foi-se definindo, entre nós, uma tradição de poesia de resistência, de oposição ao Estado Novo. Para a definição de tal tradição contribuíram poetas cuja voz foi, durante décadas, lamento, protesto, acusação, ora animada pela esperança, ora abatida pelo desânimo.

Apelo à mudança, à transformação,

procurou captar a adesão, a cumplicidade dos que a liam, dos que nela, muitas vezes, procuravam ânimo para o combate em que estavam igualmente empenhados.

A partir da década de 60, a poética de resistência encontrou um novo meio a que frequentemente recorreu para as suas letras – a canção de intervenção!

E chegou finalmente a madrugada que eu esperava / O dia inicial, inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo, Sophia de Mello B. Andresen, a esperança de um futuro libertador, que celebra o emergir da noite e do silêncio.

Como, algum tempo depois, Manuel Alegre afirmará em País de Abril – Era um Abril na praça Abril de massas / era um Abril na rua Abril a rodos/ Abril de sol para todos.

A exposição Do Estado Novo a ABRIL visou a reflexão em torno dos percursos de ABRIL:

- o 25 de abril nos jornais da época;- o percurso histórico e a manifestação

da poética. Na vivência das palavras de Sérgio Godinho

– “… a Liberdade está a passar por aqui!”VIVA ABRIL!

Semana da Leitura – 12 de março a 20 de abrilAna Paula Menezes

Subordinada ao tema – Liberta o Leitor que há em ti! – foi comemorada a Semana da Leitura.

A relevância do ato de ler,

com a partilha do gosto que decorre da experiência da leitura é uma oportunidade para se estreitarem laços e para se cimentarem partilhas, estimulando a imaginação, o sonho e a compreensão da realidade e do mundo. Partilhar o gosto pela leitura é, nesta medida, um convite à vivência de narrativas, explorando a musicalidade das palavras e refletindo em conjunto sobre o que se lê.

Durante este período foram implementadas diversas atividades, no cumprimento do PAA da Biblioteca, quer enquanto dinamizador individual, quer em trabalho de parceria com o Departamento de Línguas, com turmas dos Cursos Profissionais, quer com entidade externa.

O Teatro vem à Escola12 de março

No âmbito da partilha de narrativas e exploração da musicalidade das palavras, foi dinamizada a atividade Momentos de encantar – O Teatro na Escola -, atividade em parceria com o Curso Profissional Técnico de Apoio à Infância, 12.º G, orientado pela professora Susana Paiva. A atividade teve como público os alunos do pré-escolar, da Escola da Ribeira. Um momento em que se viveu a magia da palavra, na dramatização de histórias de encantar e na vivência de emoções.

Emoções à solta – Encontro com a Poesia - 14 de março

A atividade “Emoções à solta - Encontro com a Poesia” foi destinada aos alunos do Projeto Palco e aos alunos do ensino articulado de dança, do 7.º A.

A atividade pretendeu a sensibilização para a vivência de emoções, com referentes distintos - a música, a poesia e a criatividade através da magia, na interpretação de diferentes quadros sensoriais.

Os alunos participaram de forma ativa, interessada e empenhada, questionando em diferentes momentos o dinamizador. Foram parte ativa, participando nas diferentes atividades implementadas e na vivência de sensações distintas ligadas à magia das palavras.

Internet Segura–Formação

No âmbito da Literacia dos Media foi dinamizada pelo professor Adelino Amaral, na qualidade de elemento da equipa educativa da biblioteca, a formação Internet@segura. Esta atividade realizou-

se em contexto de aula, em todas as turmas de 7.º ano de escolaridade.

Com a presente formação, pretendeu-se alertar os alunos para o uso crítico e informado da Internet e conduzi-los ao debate em torno da partilha de informação com responsabilidade.

Os alunos consideraram o espaço de reflexão Excelente, tendo permitido alertar para comportamentos de risco e atitudes preventivas a observar na navegação na net.

Ana Paula Menezes

A ESEN a ler – 19 a 23 de março

A ESEN a Ler: Parceiros de Leitura, em parceria com o Departamento de Línguas, envolveu dezassete turmas de diferentes níveis de escolaridade, sete do ensino básico e dez do ensino secundário, acompanhados pelos respetivos docentes de Português. A iniciativa pretendeu explorar a musicalidade das palavras na fruição da pluralidade dos sentidos, dramatização de universos narrativos e poéticos de todos os tempos, estimulando a criatividade e a compreensão do mundo.

Foram dinamizadas sete sessões de partilha de leituras.

Esta atividade foi concretizada com iniciativas distintas, a saber:

- no âmbito da Medida 3 do Plano de ação estratégica para a promoção do sucesso escolar – “Ler para aprender” foi realizada

a formação “7 passos para apresentar um livro”, pela professora bibliotecária, em todas as turmas de 7.º e 8.º anos de escolaridade, como preparação para o trabalho a desenvolver na semana da leitura;

- os Parceiros de Leitura foi extensivo a todos os níveis de escolaridade, partindo do trabalho desenvolvido em contexto da aula de Português - domínio da oralidade - apresentação de um livro.

De salientar a excelente participação dos cinquenta alunos envolvidos, com uma postura extremamente correta e sempre disponíveis para o debate em torno das obras partilhadas.

Foi a Festa da Leitura!

Feira do Livro – 19 a 23 de março

Com vista a divulgar o livro como ferramenta de estudo e de cultura e promover hábitos de leitura junto da comunidade discente, tendo no livro o seu protagonista, foi

dinamizada a Feira do Livro. No presente ano, a feira foi visitada por vinte turmas, acompanhadas maioritariamente por docentes de Português. A mesma foi ainda visitada a título pessoal por diferentes membros da comunidade educativa (alunos, docentes e não docentes).

Emoções à solta com os 5 sentidos

No dia 14 de março, os alunos do articulado de dança do 7.ºA e do “Projeto Palco” participaram num Encontro com a Poesia , no âmbito da Semana da Leitura. Tal como o nome indica, realizaram-se atividades utilizando os cinco sentidos: paladar; visão; audição; tato e olfato. Relativamente ao paladar, realizou-se a prova de um chá com três sabores, sendo que num deles estava uma meia lavada. Quanto à visão, assistimos a truques de magia de cartas, em que os naipes se alteravam de forma surpreendente. No sentido da audição, ouvimos declamar vários poemas, escritos por um dos declamadores. No tato, tateámos um ovo de chocolate, que depois degustámos. Por fim, relativamente ao cheiro, inalámos os vapores libertados pelo chá, tentando identificar os três ingredientes da mistura.

Esta atividade despertou-nos para uma reflexão sobre algo que utilizamos diariamente, mas porque é feita de forma irrefletida damos pouco valor, que é a importância que damos aos sentidos.

A atividade descrita foi uma mais-valia no contexto das atividades desenvolvidas no âmbito da semana da leitura, dinamizada pela excelente equipa bibliotecária da Escola Secundária Emídio Navarro.

Gonçalo Calvo, 7.º A

9Navarromaio 2018

Comemorar a Escola

Ana Paula Menezes

“Ensinar”, verbo que pressupõe uma dinâmica constante na arte de transmitir conhecimentos e competências.

Falar da Escola é assumir distintas manifestações dessa arte maior de ensinar. É reportar episódios diários, desde a chegada apressada dos alunos, de mochilas às costas ou de livros debaixo dos braços, em conversas rápidas de ocasião, nos pátios que transbordam de vida, até às salas de aula, onde um novo dia de trabalho se inicia. É a arte de moldar, formar, na transmissão do saber, sempre acompanhada da reflexão de comportamentos e ensinamentos de e para a Vida.

É o desenvolvimento/valorização de competências vividas na primeira pessoa, construção da magia que se transforma em percursos de excelência, criatividade, mérito desportivo, vivência de projetos, tardes passadas nos clubes, no espaço lúdico, nos campos desportivos, na biblioteca, preparando ansiosamente o próximo teste, realizando os trabalhos de casa/de pesquisa … Uma Escola plural!

De momento em momento, o tempo foi-nos aproximando da semana de comemoração: exposições, momentos/aulas de dança, oficinas de expressões e, em sala de aula, a revisitação ao patrono e à nossa história.

Os corações inicialmente repletos de ansiedade foram sossegando – foram longas horas/dias de preparação, ensaios, partilha … Num misto de coragem e medo, o dia da cerimónia havia chegado, a entrada do público voltou a fazer bater aceleradamente os corações; nos bastidores vivia-se o receio de falhar, sempre compensado pela vontade maior de viver a Escola, testemunhar, na primeira pessoa, SER ESEN!

A Arte de Ensinar

Era o momento de cumprir a máxima – “The show must go on!” – os apresentadores conduziram o barco com grande profissionalismo e navegámos seguros pelos mares do saber e da criatividade.

E a sala encheu-se de calmas e ondulantes marés de canto, de dança, de música, de declamação e representação, na magia que só a arte conhece.

Chegar até aqui pressupõe um nome e um prestígio que se constrói diariamente, minuto a minuto, nas salas de aula, nos ginásios, nas salas de estudo e nos apoios à turma que alicerçam os Rumos, porque “O essencial é invisível para os olhos” (O Principezinho, Saint Exupéry).

“Não demorei a conhecer melhor essa flor. No planeta do principezinho sempre tinha havido flores muito simples, guarnecidas com uma única fiada de pétalas … Tudo era simples – as flores “desapontavam de manhã … e apagavam-se à noite” (ob.cit.), nesse tempo de dedicação e entrega que torna a relação pedagógica tão grandiosa. Efetivamente, o tempo que cada um de nós investe a cuidar da rosa é que a torna única. Não temos qualquer dúvida, somos desenhadores de rumos, tornando-nos responsáveis por aquilo que cativamos, porque cativar é “criar laços”, é passar a precisar um do outro, é a construção partilhada, a vivência de um tempo comum em que o professor orienta, desenha com … e, depois, os deixa voar.

Mas porque somos História e memórias construtivas, também valorizamos o passado feito presente. Neste âmbito foi o jornalista e ex-aluno da Escola, José Alberto de Carvalho, designado Embaixador da ESEN para o ano letivo em curso. Num discurso leve e muito significativo traçou as linhas fundamentais de um percurso pessoal vivido intensamente.

As luzes apagam-se. É só o fim de um momento, porque a história continua em construção. Sobre a Escola cai um manto de silêncio e de quietude. Na memória fica o murmúrio dos sons, da cor, do movimento, da juventude... na antevisão do raiar do novo dia.

É o pulsar de uma Escola que se escreve no presente SER com os olhos postos no futuro ESEN!

Dia da Motricidade HumanaCoordenador do Departamento de Motricidade Humana - Fernando Sá Correia

No passado dia 23 de março, comemorou-se, mais uma vez, na ESEN, o Dia da Motricidade Humana, que contou com atividades.

A partir das nove horas, para os alunos do Ensino Secundário, realizou-se um torneio de Quadribol (voleibol, basquetebol, futsal e andebol). À tarde, decorreram várias atividades interturmas em todos os espaços desportivos, nomeadamente atividades com música no G2 e torneios.

À semelhança dos anos anteriores, todas as atividades decorreram sempre dentro do melhor espírito desportivo.

10 maio 2018Navarro

VIII Jornadas de InformáticaVítor Costa

Decorreu, de 17 a 19 de abril, a 8.ª edição das Jornadas de Informática. Teve como tema «Geração Y», também conhecida por geração do milénio ou Milennialls, que representava, em 2012, cerca de 20% da população mundial. Uma geração que cresceu num mundo digital e está, desde sempre, familiarizada com dispositivos móveis e comunicação em tempo real.

O programa das jornadas contou com um abrangente ciclo de eventos, abordando temas emergentes e transversais às áreas da Informática e Tecnologias: workshops, palestras, apresentações e exposições

#ESEN-GPSICarlos Malta

Este ano assinalam-se na ESEN os 10 anos do Curso Profissional Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos (GPSI) que, juntamente com o Curso Profissional Técnico de Multimédia, tem prolongado o pioneirismo da escola no ensino da informática. A efeméride é assinalada pela iniciativa «10 anos, 10 testemunhos», um reconhecido relato na primeira pessoa, por parte de ex-alunos, que destaca o contributo da ESEN na sua formação pessoal e académica, no fundo, também, uma evidência da capacitação adquirida, primordial para a sua inserção no competitivo mercado de trabalho global.

eSportsVítor Costa

Programa completo, incluindo álbuns de fotografias e vídeos!

Para saber mais sobre eSports

temáticas e de trabalhos desenvolvidos pelos alunos estiveram abertos à comunidade.

A sessão de abertura contou com a presença do diretor da ESEN, José Rosa, do coordenador do Departamento de Tecnologias, Carlos Almeida e de Fernanda Ledesma, presidente da ANPRI (Associação Nacional de Professores de Informática) que, no seguimento, dinamizou uma palestra subordinada ao tema «Comunicar em segurança».

Na modalidade de workshops, direcionados para um público mais restrito, (turmas de Multimédia ou GPSI) foi um privilégio poder receber: Ivan Terra (2play+ e ESEV), dinamizando «Desenvolvimento de Apps Híbridas para dispositivos móveis»;

João Fernandes e António Lima (respeti-vamente, doutorando em Eng. Informática pela UC, e software developer na Deemaze), dinamizando «Programação web/mobile e integração de uma aplicação nas redes sociais»; Bruno Quadros (Fotógrafo), dinamizando «Ser Fotógrafo»; Filipa Pereira (ESEV), «Noções de Infografia».

Na modalidade de palestras, para um público mais abrangente, no auditório da escola, prestigiaram o certame: Rosa Carreto, Ricardo Vieira Campos e Miguel Alvim Gonçalves Pereira (Visabeira), «Oportunidades estágio/trabalho»; João Pedro Pires (SOCIMAVIS), «O Mundo do Trabalho em Contexto Local»; Hugo Oliveira (Universidade de Coimbra), «Inteligência Artificial,

Linguagem e Criatividade»; Fátima Reis (InterRecycling), «Reciclagem de materiais, tecnologia e ambiente»; Nuno Maneca (Soveco), «Viaturas elétricas e híbridas».

As Exposições enquadraram-se em duas vertentes, a primeira mostra os trabalhos desenvolvidos pelos alunos: «InfoGráfico - Digital Consumers», Escadas do Bloco B (10.º H, GPSI); «Talk to me - Conversas com ícones de Viseu», Corredor do Piso 3 (11.º H, GPSI); «Labirinto de trabalhos», Átrio do Piso 3 (10.º I, Multimédia); «Rostos Suspensos», Átrio do Piso 3 (turmas de Multimédia). Na segunda vertente, serviram de complemento a palestras de empresas convidadas, numa perspetiva de aproximação da escola ao mundo empresarial, de onde inclusivamente resultaram algumas parcerias, nomeadamente a nível da FCT (Formação em Contexto de Trabalho). Nesta vertente, enquadram-se: «Viaturas elétricas e híbridas», em frente à Biblioteca (Soveco); «Reciclagem de materiais, tecnologia e ambiente», Átrio do piso 1 (InterRecycling).

A sessão de encerramento constituiu uma oportunidade para fazer um balanço do evento e novamente para destacar o trabalho desenvolvido pelos alunos. Contou com a pré-apresentação da edição deste ano da revista eTIC, pelos alunos Francisco Sol e Bruno Silva, e finalizou com a exibição em estreia da curta-metragem «Volto já», desenvolvida pelos alunos do 12.º I.

No ano em que o Moche XL eSports chega a Portugal, anunciado como o maior evento de eSports alguma vez realizado no país, a ESEN ensaiou a 1.ª edição da LAN Party «ESEN CS:GO MAJOR».

Os desportos eletrónicos (eSports), são um fenómeno global, em crescimento exponencial, reclamando para si algum do destaque dado aos desportos tradicionais. Têm conquistado milhões de espectadores e captado a atenção de marcas, empresas e meios de comunicação social. Os eSports são um dos desportos do futuro, colocando em competição jogadores dos principais títulos

de videojogos como o FIFA, o PES, o Counter Strike (CS) ou o League of Legends (LoL).

Nomes como Paris Saint-Germain, Schalke 04 ou Manchester City, Ajax, Wolfsburg, Valência, Santos, entre outros, já se encontram fortemente enraizados na modalidade. Por cá, Sporting, Boavista, Feirense, Belenenses, Estoril, Tondela e outros têm vindo gradualmente a apostar num mercado global, cada vez maior. Sinal disso é a divisão de eSports criada pela Federação Portuguesa de Futebol, assumindo responsabilidade e a competição em torno do jogo FIFA.

No torneio realizado na ESEN, no âmbito das Jornadas de Informática, os participantes ligaram os seus computadores numa rede local (LAN), com o objetivo de competir em jogos de computador multiplayer. Para além da componente lúdica, esta atividade teve fins didáticos, na medida em que os participantes puderam pôr em prática competências específicas na área de redes e arquitetura de computadores. Foi um evento onde os alunos envolvidos, tanto na organização, como na própria competição, puderam incrementar o seu espírito de iniciativa e aprofundar laços de camaradagem e espírito de grupo tão importantes nos soft skills que são enfatizadas no perfil do aluno do século XXI.

A organização esteve a cargo de um grupo de alunos de GPSI (André Monteiro, Gonçalo Rodrigues e Luís Lisboa, do 12.º H), que contou com a colaboração dos colegas de Multimédia (Dehbora Alves e Sofia Barquinha, do 12.º I) para a elaboração do cartaz de divulgação.

vídeos 10 anos 10 testemunhos

11Navarromaio 2018

Programa - Crescer com os outros

Ana Carreira (Psicóloga), com os alunos José Martins e Marco Paiva (12.ºE)

Passeando no Comboio Turístico…

Foi realizado, no dia 4 de janeiro de 2018, um passeio no Comboio Turístico, pela cidade de Viseu. Esta iniciativa, que teve o apoio da Câmara Municipal de Viseu, iniciou-se no Rossio, passando pelo Adro da Sé e pelo Fontelo. Durante o itinerário tivemos um guia que nos foi dando a conhecer o património cultural, arquitetónico e natural da cidade de Viseu.

Após o passeio de comboio, foi também concretizada uma viagem de funicular, seguida de uma visita ao Fórum de Viseu e de um lanche-convívio patrocinado pela pastelaria “Pope Doce”.

Foi uma atividade divertida, interessante e enriquecedora para todos nós.

Explorando Afetos …Ana Carreira (Psicóloga), com as alunas Diana Silva -11.ºF, Catarina Lopes - 10.ºG

No dia 20 de fevereiro de 2018, visitámos o Lugar dos Afetos, em Aveiro. Neste “Parque das Emoções” existem várias casas temáticas, caminhos, jardins e recantos que permitem fazer turismo emocional, ou seja, ligado a sentimentos e emoções. Aqui, tivemos a oportunidade de fazer alguns jogos com o objetivo de nos conhecermos melhor, exprimirmos os nossos sentimentos e descobrirmos caminhos para o nosso coração e o dos outros. Nesta visita aprendemos a dizer o que sentimos e foi interessante.

Depois, fomos ver o Navio-Museu Santo André, que fez parte da frota portuguesa do bacalhau e pretende ilustrar as artes do arrasto. Aqui, ficámos

Barbosa (Estagiário), com os alunos Jorge Figueiredo (10.ºD) e Diogo Costa (10.ºE)

Jogando Boccia…

Esta modalidade desportiva está a ser implementada na escola, no âmbito do desporto escolar. Treinamos, semanalmente, e já participámos em 3 torneios interescolares, tendo nestes sido apurados para o torneio regional.

No dia 23 de janeiro de 2018, no torneio que se realizou na escola EB 2/3 do Viso, conquistámos o 3.º lugar, o que nos fez dedicar ainda mais nos treinos e ficar mais motivados na prática desta modalidade.

No torneio seguinte, conseguimos conquistar um honroso 1.º lugar, na EB 2/3 D. Luís de Loureiro, em Silgueiros, em duas categorias: equipas e cadeira de rodas.

Na etapa seguinte, na EB 2/3 do Viso, prosseguimos para a conquista do 1.º lugar na categoria de equipas e o 2.º lugar na categoria de cadeira de rodas.

Com estas honrosas classificações fomos apurados para as competições regionais, que se realizaram no Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho, no dia 20 de março. Apesar do nosso empenho na categoria de

Já agora, sabias que…

…O Boccia é uma modalidade de cariz universal, descendente de um jogo da antiga Grécia, que progrediu através do Império Romano, tendo vindo a

com mais informação acerca das condições de vida dos pescadores e relembrámos todos aqueles que, durante meio século,

utilizaram este Navio.Neste dia, também houve almoço-

convívio, passeio nas margens da Ria de Aveiro, fotografias aos moliceiros, muito sol e calor. Gostámos de tudo, mas tivemos pena de não termos ido à praia. Talvez para a próxima!

equipas, conquistámos o 7.º lugar.Estamos todos de parabéns e gostaríamos

de reconhecer o trabalho e empenho do nosso treinador, professor António Serafim, e a força transmitida pelo Núcleo de Estágio de Educação Social da Escola Superior de Educação de Viseu. Reconhecemos também a envolvência das professoras de Educação Especial, que sempre nos incentivaram e acompanharam aos torneios.

dar origem a outros jogos, como, por exemplo, o bowling?

…O Boccia foi introduzido em Portugal em 1983, durante um curso organizado pela APPC (Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral), em estreita colaboração com a CP-ISRA (Associação Internacional de Desporto e Recreação para a Paralisia Cerebral)?

…. As vertentes do Boccia vão do simples lazer ao mais alto nível de competição, sendo hoje uma modalidade paraolímpica?

Formação em Contexto de TrabalhoFilomena Gato (Psicóloga)

Nos dias 24, 26 e 27 de abril de 2018, realizaram-se três Mesas Redondas com o tema Formação em contexto de trabalho, destinadas a todos os alunos do 11.º ano dos Cursos Profissionais que irão contactar, pela primeira vez e de uma forma mais estruturada, com as exigências deste contexto formativo.

Esta iniciativa dos Serviços de Psicologia e Orientação, integrada nas atividades de Orientação Escolar e Profissional e de Desenvolvimento da Carreira, contou com a colaboração dos Diretores de Curso, representantes de empresas/instituições e ex-alunos, que apresentaram as competências mais valorizadas no mundo do trabalho, através da sua experiência concreta e/ou das suas perceções enquanto empresários, trabalhadores e estagiários.

Assim, os debates realizados incidiram não só nas competências concretas exigidas na vertente de formação que se avizinha, mas também na apresentação de ideias importantes, tais como a mudança de paradigma face ao conceito de profissão e carreira estruturada e fixa ao longo da vida; a necessidade de preparação dos jovens para a imprevisibilidade e para os desafios crescentes que têm de enfrentar; a importância não só de construir um projeto de vida, mas também estar preparado para a sua redefinição e readaptação constantes; a necessidade de desenvolver e aprofundar o leque de competências pessoais, sociais e profissionais; o investimento em formações que se adequem às exigências dos possíveis

empregadores e dos perfis profissionais exigidos; a valorização de um conjunto de competências científicas e técnicas, mas também de natureza atitudinal e motivacional (autonomia, iniciativa, comunicação, facilidade relacional, resolução de problemas, trabalho em equipa, criatividade…).

Os ex-alunos também partilharam as suas vivências pessoais e académicas, falando das experiências da formação em contexto de trabalho, dos seus percursos e projetos de vida, da importância dos conhecimentos adquiridos na escola para as exigências das tarefas requeridas, da maior motivação que após o estágio sentiram face ao curso, das opções e tomadas de decisão, por vezes difíceis, entre ingressar no mundo do trabalho ou continuar os estudos em termos superiores.

No decorrer deste Encontros, pudemos verificar com agrado que estes debates vieram ao encontro da opinião de alguns autores que se debruçam acerca destas matérias. Assim, segundo o World Economic Forum, as 10 competências chave em 2020 serão: ser capaz de resolver problemas complexos, ter pensamento crítico, ser criativo, saber gerir, conseguir cooperar com os outros, ser capaz de tomar decisões, estar orientado para o cliente/serviço, ser dotado de inteligência emocional, ser bom negociador, ter flexibilidade cognitiva…

Tal como diz Albert Einstein” Não tente ser uma pessoa de sucesso. Em vez disso, seja uma pessoa de valor…”

12 maio 2018Navarro

Um livro, um amigo

Carolina Cabral, 8.º A

A lua de Joana de Maria Teresa Gonzalez é um livro que tem como tema a toxicodependência e, na minha opinião, um livro muito bem estruturado e de fácil

compreensão.Em primeiro lugar, realço que está escrito

de uma forma muito criativa, uma vez que está organizado por dias, como pequenas cartas que Joana escrevia à sua falecida amiga Marta, mas ao mesmo tempo consegue-nos transmitir uma história e uma “moral”.

Em segundo lugar, acho que este livro nos mostra um caminho que não devemos seguir, bem como nunca experimentar (drogas). Ensina-nos também a escolher melhor as pessoas com quem lidamos no nosso dia-a-dia e nunca fazer algo apenas por curiosidade ou influência, como a personagem principal que escolheu mal as suas amizades e acabou no mundo das drogas por influência delas.

Por fim, considero que este livro se adequa imenso à nossa idade, uma vez que fala sobre um assunto muito atual e nos mostra, não de uma forma muito chocante, algumas das consequências da droga, por isso, aconselho imenso a sua leitura.

Na minha opinião, o livro O Diário de Anne Frank foi o melhor que já li. Está extremamente bem escrito e adaptado para a leitura jovem.

Em primeiro, faz-nos ganhar noção dos benefícios que temos. O diário é escrito durante a Segunda Guerra Mundial, na altura em que os judeus foram perseguidos e Anne, uma menina judia, teve que se esconder num anexo onde ficou durante dois anos com mais judeus, vivendo em condições desumanas. No anexo, tinham que fazer pouco barulho, tinham uma alimentação pobre, não conviviam com mais ninguém a não ser entre eles, não iam à escola, já que não podiam sair de lá. Ao lado de Anne, nós temos tudo, no entanto há milhões de pessoas a passar pelo mesmo atualmente.

Em segundo, como já referi, o livro está escrito de uma forma fantástica, tendo em conta que foi escrito por uma adolescente. A história é muito fácil de compreender, visto que, no diário, Anne relata alguns dos problemas pessoais que tem e que nós também temos, fala da política do país, do quotidiano, dos seus sentimentos, praticamente de tudo.

Concluo dizendo que toda a gente deveria ler esta obra para benefício pessoal, porque a história é cativante e fascinante.

A obra História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar, de Luís Sepúlveda, foi um dos livros que mais gostei de ler. Trata-se de Zorbas, um gato generoso, que encontra uma gaivota

prestes a morrer na sua varanda, tenta ajudá-la e compromete-se a cuidar e ensinar a voar a sua cria, Ditosa.

Em primeiro lugar, este livro reforça o conceito de amizade, uma vez que o gato cuidou e ensinou a gaivota bebé com todo o seu esforço.

Em segundo lugar, esta obra mostra que não existe desigualdade, já que mesmo sendo de espécies diferentes, Zorbas dedicou-lhe todo o seu tempo e carinho, como se fosse sua mãe.

Para concluir, na minha perspetiva pessoal, este livro de facto impressionou-me pela sua simplicidade e pela forma como aceita a diferença. Recomendo-o às pessoas de todas as idades, porque nos faz refletir sobre os problemas do quotidiano.

Leonor Chaves, 8.º A

Na minha opinião, o livro que despertou muito o meu interesse foi O Mundo em que Vivi de Ilse Losa, porque nos fala duma época onde houve grandes dificuldades (a

Segunda Guerra Mundial).A meu ver, é um livro que se insere no

género de memória, porque nos conta os acontecimentos e experiências vividas por Rose (personagem principal). Rose era uma menina que passou por discriminação e pressão pelo facto de ser judia e até poderia ter sido levada para um campo de concentração.

É um livro que nos leva a pensar sobre as atitudes do ser humano, perante outros seres humanos, pelo facto de terem uma religião diferente, cor de pele mais escura ou mais clara, culturas diferentes, entre outros aspetos.

Nos dias de hoje, ainda existem bastantes pessoas com mentalidades parecidas com as que são demonstradas neste livro, como, por exemplo, a situação vivida pelos refugiados que nem sempre são bem aceites.

Esta memória conta-nos factos reais, por exemplo, a morte de milhares de pessoas inocentes.

Aconselho-vos a leitura deste livro, porque nos leva ao passado e nos faz refletir sobre os acontecimentos vividos naquela altura e também no mundo em que vivemos atualmente.

Marta Silva Loureiro, 8.º A

O livro que eu li e me provocou momentos de alegria e aventura foi Os Cinco e os contrabandistas. Este livro foi escrito por Enid Blyton e, tal como

nos outros livros desta coleção, há muitas situações de mistério e aventura. Neste livro os cinco e dois amigos (o Mascarrado e a Marybelle) têm desconfianças para com o assistente do pai, o Sr. Block. O senhor diz ser surdo, mas eles acreditam que é um dos contrabandistas da aldeia.

Eu gosto muito dele, porque já li outros desta coleção e sempre me prenderam aos mistérios. Sou adepta deste tipo de livros que envolvem ação.

Também o adorei ler, já que, à medida que o vamos lendo, ficamos presos à história e queremos sempre saber o que vai acontecer a seguir, como vão as personagens resolver as situações complicadas que enfrentam.

Esta foi, sem dúvida, a melhor história, pelos motivos que já referi e por nos ajudar a nunca duvidarmos daquilo que pensamos, apesar dos outros dizerem que estamos errados. Eu recomendo a leitura não só para aqueles que como eu gostam de aventura e mistério, mas para os outros também.

Alexandra Torres Saraiva, 8.ºA

Clube dos Poetas MortosSara Gabriel, 8ºB

Vi recentemente um drama com alguma comédia intitulado Clube dos Poetas Mortos. Este filme suscitou o meu interesse pois

penso que tem um princípio que todos devíamos seguir: aproveitar a vida ao máximo. Com duração aproximada de 2 horas, a obra cinematográfica tem atores como Robin Williams, Ethan Hawke e Robert Sean Leonard. O filme já recebeu vários prémios e nomeações entre os quais podemos destacar o Óscar de Melhor Argumento Original em 1990. Estreou em Portugal em janeiro do mesmo ano.

Nesta longa-metragem, num colégio interno, americano, só de rapazes, John Keating, o novo professor de Inglês utiliza métodos de ensino bastante invulgares relativamente aos habitualmente utilizados naquela escola. Este incentiva os alunos a seguirem os seus sonhos e objetivos e ensina-os que por vezes temos

que lutar e contestar os outros para os conseguirmos alcançar. Com este propósito, fala a um pequeno grupo de alunos mais curiosos de um clube secreto ao qual pertencera enquanto frequentou a escola onde agora ensinava – o Clube dos Poetas Mortos, onde eram lidos e ouvidos diversos poemas, diariamente. O clube que, ilegalmente, fora restabelecido baseava-se em algo que o professor lhes ensinara – Carpe Diem – que em latim significa «Aproveita o dia», o que os alunos se esforçavam por cumprir. Desde o dia em que redefiniram o clube, apercebendo-se que deviam realizar todos os desafios que a vida lhes propunha, viveram novas experiências que nunca usufruiriam se não tivessem recriado o clube.

No meu ponto de vista, este filme é bastante inspirador e poético, porque transmite várias lições de vida que nos ajudam a encarar alguns problemas, principalmente dos adolescentes, o que acaba por nos cativar mais. Explicando melhor, esta produção demonstra-nos que é muito importante aproveitar cada momento

da nossa vida por mais insignificante que pareça, pois a qualquer altura podem surgir problemas que nos impedirão de gozar a vida como devíamos.

Durante o filme conseguimos aperceber-nos dos diferentes estados de espírito das personagens e de várias lições e morais que podemos retirar a partir dos seus comportamentos e ações. Por exemplo, conseguimos reparar na mudança de estado de todas as personagens, principalmente dos jovens do clube.

Concordo plenamente com as estratégias de ensino do professor Keating que explica aos alunos a essência da poesia e que a contextualiza com a vida, criando aulas mais interessantes, acabando por motivar e envolver os alunos.

Desta forma, o professor cria uma relação de proximidade com eles, como se denota nesta frase característica que me marcou “Oh Captain, my Captain”(retirada da obra de um poeta norte-americano).

Eduardo, 8.º A

13Navarromaio 2018

Porquê a ESEN?

Madalena Esteves, nº 21, 11.º C

A Escola Secundária de Emídio Navarro debruça-se sobre o progresso dos seus alunos ao longo dos diversos anos letivos, de modo a conduzi-los a um futuro com sucesso. A escolha desta escola proveio de vários fatores, nomeadamente, a sua localização, a presença de familiares a exercerem a sua profissão em diversos espaços, mas sobretudo pela disponibilidade dos professores face à dificuldade dos alunos nas diversas disciplinas.

Como aluna desta escola, devo referir a familiaridade a que sou votada, num ambiente que se torna harmonioso na relação e no respeito com os outros. Gostaria de destacar os espaços que a escola nos proporciona para a realização de jogos didáticos, leituras, pesquisas.

Desta forma, o estabelecimento de ensino que eu escolhi para ser aluna reúne um conjunto de condições sociais e culturais, que nos irão permitir o progresso na nossa vida como pessoas respeitosas e, consequentemente, o sucesso e a concretização dos nossos objetivos. Assim, orgulho-me de pertencer a esta escola.

Music in teens’ livesJoão Pedro Martins, 10.ºB

Music has becoming more and more important to teenagers. That´s because of new ways to spread singers, bands and music such as YouTube and Spotify!

In general, I think music is crucial to teens because it shows their feelings and it translates their lives sometimes.

On the other hand, music influences teens to do certain things that aren´t correct.

In case of myself, I must agree that music is relevant for the survival of any teenager. I feel myself like an “addicted to music”. Normally I listen to reggae and jazz music when I´m alone. Those are my favourite styles. When I´m listening those types I´m much more relaxed and that´s a good vibe for me. One of my favourite singers is Richie Campbell and I had the opportunity to see him singing live! One of his best songs, in my opinion, is “Better than today” because it shows that sometimes everything can be wrong, but next day will be alright…

Teens and MusicRafael Gonçalves, 10.ºB

It also gives us different feelings, such as joy, sadness and anger, so many teens use it as an escape. Often, people try to find lyrics that best identify to their present situation. That will help them establishing who they are, because of the message of the music. No matter what a teen is interested in – from hip-hop to metal – it’s a fact that music will change your mood, social interactions, schoolwork, dreams and future perspectives. The music you listen to depends on your mood, but it can also change it. Lyrics have become more explicit in their references to drugs and violence, so parental control is essential. However, parents are usually unaware of the lyrics due to the use of earphones. It wouldn’t be a problem if parents talked more with their children about society gaps.

And you, as a teen, should talk about your kind of music with your parents. Your preferences are very important. Nevertheless, they won’t determine your destiny completely. Your future still depends on you.

Como aluna da Escola Secundária de Emídio Navarro há cinco anos, acredito que esta proporciona tanto a alunos, como a professores e funcionários, a oportunidade de aprender e partilhar experiências num ambiente acolhedor e amigável.

Mas, afinal, não deveriam todas as escolas proporcionar isto? Pois, claro que sim!

Então, em que difere a ESEN das outras?Poderíamos falar dos bons resultados

dos alunos, da excelência dos professores, da simpatia dos funcionários, mas isso não nos distinguiria, a nós, ESEN, das outras escolas. Então o que nos caracteriza? O que nos enaltece? O que torna a nossa ESEN tão especial?

São os porteiros que todos os dias dizem “Bom dia” e “Boa tarde” a centenas de alunos e que tantas vezes não ouvem uma resposta, mas que mesmo assim continuam a acolhê-los de forma carinhosa.

São os funcionários do bar e da cantina que sempre, com um ar animado e festivo,

Salomé Almeida, 11.º C

Every time I feel goosebumpsI know there’s music around.This feeling is what tells meMusic is so powerful it can shake the ground.

Lara, Júlia, Juliana, 10.ºF

I get goosebumps every timeI think about people dead.At night, nightmares comeand I can’t get out of bed.

Daniela, Daniel,

João Pereira, 10.º F

My life is crazybecause my day is lazy.Leave me to rap with Mr. Lil Pumpto feel those goosebumps.

Gonçalo, Kika,

Francisca, 10.º F

When you feel like you can’t do it anymore,look to the sky and see what lies ahead.Close your eyes, open the doorto the wonderful thoughts inside your head.

Sweep your problems under the rug.Come on, get up from your bed.You don’t even need no drug,be high on happiness instead.

Guilherme Almeida,

Joana, Raul, 10.º A

I feel amazinggetting the most of life.I’ll never stop dreaming,that’s why I feel Alive.

Ana, António,

Bernardo, 10.ºA

Here I am,listening to reggae,chilling in my carand feeling amazing.

Reggae is peace of mind.It takes me into paradise,where I leave this world behindand have a chance to see a new sunrise.

Raquel, Luís and

Guilherme Fernandes , 10.ºA

The Language of Music

I like coffee, he likes tea,I like lakes, he likes the sea.

I like beef, he likes ham,I like marmalade, he likes jam.

I like cars and he likes trains,I hate boats and he hates planes.

I live in a flat, he lives in a house,My pet is a cat, his pet is a mouse.

I like sailing, he likes biking,I hate walking, but he loves swimming.

I like Madrid, he likes Barcelona,I hate Paris, but he loves Arizona.

Mais um aniversário A nossa escola vai celebrar, Já passou do centenário Vamos todos celebrar.120 anos de histórias,120 anos de fantasias,Vamos levar memórias Para o resto dos nossos dias.

Raquel Antunes, 11.° C

Para um bom futuro prepararNa Emídio Navarro tens de andar.Conhecimento e amizades edificarPara um dia mais tardar recordar.

Beatriz Cunha, Gonçalo Costa, Leonardo Silveira, Maria Dias - 11.ºC

“Opposites Attract”

I like coffee, she likes tea,I like lakes, she likes the sea.

I like beef, she likes ham,I like marmalade, she likes jam.

I like cars and she likes trains,I hate boats, but she hates planes.

I live in a flat, she lives in a house,My pet is a cat, her pet is a mouse.

I like sailing, she likes biking,I hate walking, but she loves hiking.

I dream of going to Holland, she dreams [of going to Brazil,

I love being a poet, but she loves [climbing a hill.

Pedro Castanheira 11ºL

entre cantigas e gargalhadas, todos os dias, nos servem o lanche e o almoço.

São as funcionárias da biblioteca que têm sempre uma dica para uma boa leitura ou um conselho para melhorar um trabalho.

São os funcionários dos diferentes pisos que alegram alunos e professores com as suas histórias e anedotas e que resolvem sempre o típico mistério das chaves desaparecidas.

São os professores que repetem, vezes e vezes sem conta, a mesma matéria para que os seus alunos a percebam e que mesmo assim têm tempo para organizar as mais divertidas e fenomenais viagens, ao longo de todo o ano.

E claro quem falta?Os colegas que aturam sete horas por dia

as nossas resmunguices e os nossos maus-humores, que suportam os nossos nervos e ansiedades, que nos apoiam nos maus resultados e nos felicitam nas nossas vitórias.

Assim, a ESEN, apesar de ser o nome de uma escola, de um conjunto de salas e mesas, é muito, muito mais…

A ESEN é a ESEN. E só quem realmente experimentou esta ESEN é que sabe o porquê da ESEN.

E tu? Sabes o porquê?

Sofia Henriques 11.º N

14 maio 2018Navarro

AÇÃO ESCOLA SOS AZULEJO 2018Isabel Medeiros, Isabel Fonseca e Susana Paiva

“VISEU AZULEJAR” em jeito de balanço

Em primeiro lugar, a equipa do projeto batizado com o nome “VISEU AZULEJAR” dirige umas palavras aos seus primeiros destinatários, os alunos(as) do 10.º I e P. Inicialmente desafiados a fazer uma viagem a um universo que lhes era estranho e desconhecido, progressivamente foram levados a acreditar nele e alargaram o seu olhar para uma tomada de consciência do valor deste património, que é referência identitária de um local, de uma região, de um país, que é o seu e do qual muito se devem orgulhar. A apropriação do valor simbólico do património azulejar de Viseu, com vista à sua proteção e fruição por todos, seria o desígnio maior deste projeto junto dos nossos alunos (as) e, neste sentido, estamos convictas de que teremos dado um pequeno contributo para o alcance desse propósito. Correlativamente, fazer deste projeto uma forma de enriquecimento dos processos de ensino e aprendizagem no que respeita aos diferentes conteúdos dos programas curriculares das disciplinas de Expressão Dramática, Design, Comunicação e Audiovisuais e Área de Integração, dos respetivos cursos profissionais, Técnico de Apoio à Infância e Técnico Multimédia.

A todos e todas que acreditaram connosco e se associaram com veemência a esta viagem, os nossos agradecimentos, e neste contexto enaltecemos o especial carinho que o Município, na pessoa do Sr. Vereador da Cultura, Dr. Jorge Sobrado, manifestou desde a primeira hora no bom acolhimento do projeto, e à mais estreita colaboração no acompanhamento do mesmo pelo seu assessor, Dr. Luís Fernandes. Na verdade, esta parceria acrescentou uma nova dimensão a este desafio, por um lado, tornando-o mais rico e consistente e, por outro, ao beber do seu propósito, permitiu levá-lo mais longe, a toda a comunidade. Ainda neste

âmbito, uma palavra de agradecimento à colaboração da equipa de técnicas do Serviço Educativo da Casa do Miradouro, que esteve connosco no dia 4 de maio, dinamizando uma das oficinas de expressão plástica, que completou a peça de teatro dirigida às crianças do pré-escolar, intitulada “Há um fenómeno do jardim!...”, pelas alunas do 10.º ano do Curso Profissional de Apoio à Infância. Ao jardim de infância Nossa Srª. de Fátima da Santa Casa da Misericórdia, gratas também pela viva e colorida participação das suas crianças.

Aos jovens criativos e empreendedores que a nós se associaram com uma mostra de produtos, que muito veio enriquecer a exploração temática da exposição VISEU AZULEJAR, com as marcas: Delícia – chocolateria; Andaver Portugal; Só Sabão; Digital 3, Portugal Encantado e CentroPontoArte.

À Professora Doutora Fátima Eusébio, Coordenadora do Departamento de Bens Culturais da Diocese de Viseu, um bem-haja pela gentil colaboração na celebração do Dia Nacional do Azulejo, com o entusiástico e esclarecido acompanhamento das visitas à Igreja de Stº António, no final da manhã e início da tarde, dirigidas aos nossos alunos(as) e da Escola Secundária Alves Martins. Um especial agradecimento, também, ao Senhor Cónego Arménio, que simpaticamente nos acolheu.

Para terminar, uma palavra de agradecimento à Direção e ao corpo docente que mais direta ou indiretamente colaborou e participou neste projeto, nomeadamente envolvendo as suas turmas na vivência do programa de dia 4 de maio, e aos senhores(as) assistentes operacionais, sempre disponíveis às nossas solicitações, e, de uma forma muito especial, ao Senhor Cristiano!

O Nosso “Viseu Azulejar”Matilde Ferreira e Ricardo Pereira, 10.º Ano

Em nome de todos os alunos e alunas das turmas do 10.º ano do Curso Profissional de Multimédia e 10.º ano do Curso Profissional de Apoio à Infância, que ativamente se dedicaram para tornar este projeto uma realidade, deixamos aqui o nosso testemunho do quanto foi importante para nós participar e estar envolvido ativamente neste desafio desde o início do ano letivo.

Foi uma viagem cheia de momentos bons, mas também momentos frustrantes; houve alturas em que a inspiração era quase

nula, ou não conseguíamos ver a utilidade dos nossos trabalhos, mas vimos este projeto a florir à frente dos nossos olhos e descobrimos que todo o nosso esforço ia ter um impacto real, maior do que alguma vez imaginámos… Ao agarrarmos este projeto com dedicação, adquirimos um novo conhecimento que nos ajudou a valorizar este património, reconhecendo a sua importância e, acima de tudo, a necessidade da sua preservação. Podemos dizer que nunca mais vamos olhar para os azulejos da mesma maneira e gostávamos que a comunidade também o fizesse, que olhassem para o painel do Rossio e para todos os azulejos escondidos na nossa cidade com mais valor (e talvez também com um bocadinho de amor), tal como nós fizemos ao longo deste projeto.

Aproveitamos também para reforçar o facto de que, tal como os azulejos, os nossos cursos profissionais continuam a ser desvalorizados pela sociedade em geral e esperamos, assim, que este projeto tenha dado um contributo para que as pessoas mudem a sua maneira de ver os nossos cursos e reconheçam a sua importância para o desenvolvimento do país no presente e no futuro.

Deixámos uma marca para a cidade e demos-lhe asas, agora é a altura de a deixarmos voar.

Projeto Nós Propomos!

Chegou ao fim mais um ano de concretização do Projeto Nós Propomos! Participaram os alunos de Geografia A, do 11.º Ano, das turmas E e F, do Curso de Línguas e Humanidades.

No dia 23 de abril, ocorreu na Escola a apresentação dos projetos dos alunos perante um júri composto pelo Diretor da Escola, José Rosa, pelo Presidente da Junta de Freguesia de Viseu, Diamantino Santos, por um representante da Câmara Municipal de Viseu, Eng. Figueiredo e pelos professores de Geografia António Almeida e Helena Marques.

Os alunos apresentaram diversas propostas, traduzidas em onze projetos, com vista à valorização territorial, ambiental, cultural e socioeconómica do município de Viseu.

Saíram ganhadores os projetos “A mata da serra do Crasto: valorização social de recreio

e lazer” da turma 11.º E e “A poupança de água na cidade de Viseu, no setor público” da turma 11.º F.

No dia 30 de abril, todos os alunos participaram no Seminário Nacional, no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.

A realização deste projeto representou para todos os intervenientes um grande desafio e uma oportunidade para aprender, de forma diferente, a pensar e a analisar criticamente o território.

Muito contribuíram para o sucesso deste projeto os vários parceiros que, com a escola, têm trabalhado, designadamente Juntas de Freguesia e Câmara Municipal de Viseu e também todos os responsáveis pelas instituições que colaboraram com os alunos nos seus trabalhos de investigação.

Os alunos estão de parabéns, a Escola está de parabéns!

Isabel Loureiro e Rui Marques

15Navarromaio 2018

Fernando PessoaFernando de Gouveia e Sousa

: desassossegadamente sossegado- à luz de um pequeno “corpus”

“Senhor, que és o céu e a terra, e que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo estás — (o teu templo) — eis o teu corpo.

Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.

Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. (…)

Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.”

1912?

Páginas íntimas e de auto-interpretação, Fernando Pessoa,

(Textos estabelecidos e prefaciados por George Rudolf Lind e

Jacinto do Prado Coelho.), Lisboa, Ática,1966. p.61.

0. Fernando Pessoa é um caso singular na literatura portuguesa, e mesmo na literatura universal. Viveu numa época de profundas mudanças em Portugal e no mundo. Apesar de ter vivido apenas quarenta e sete anos (1888-1935), vivenciou vinte anos de monarquia, dezasseis de república e onze anos de ditadura.

Na arte e na literatura foi protagonista do movimento modernista, que abanou indelevelmente o panorama artístico-cultural de Portugal no primeiro quartel do séc. xx. Colabora ativamente com Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor e Amadeu de Souza-Cardoso, que concluiu com a publicação da Revista Orpheu e Portugal Futurista.

A poesia pessoana é marcada profundamente pelas vicissitudes da sua própria vida. A saber: a morte prematura do pai (1893), quando o poeta tinha cinco anos, a morte do irmão Jorge (1894), o segundo casamento da mãe com o comandante João Miguel Rosa, a partida para Durban (África do Sul) que o levará ao contacto com uma nova língua, outras gentes, outros costumes. De regresso a Lisboa (1905), o convívio com as tias, já velhas, Rita e Maria, e a avó Dionísia, semi-louca. Sente-se estrangeiro, estranho no seu próprio país.

“De onde sou, qual é, onde é a minha pátria? Lisboa? Portugal? Durban? África? Estrangeiro-estranho, aqui-lá? São perguntas sempre presentes. Acutilantes. Não o largam.” (NORONHA,2001:32)

Fernando Pessoa viveu a sua infância sempre rodeado de pessoas mais velhas, de adultos, não lhe permitindo dar assomo aos impulsos típicos desta fase da vida. Daí a necessidade de procurar amigos imaginários que são projeções de si próprio, germinativos desdobramentos da sua personalidade. É o início do processo heteronímico, da sua tendência prematura para se outrar. Surge assim, por volta dos seis anos de idade, o seu primeiro “conhecido-inexistente”- Chevalier de

Pas. Aos onze anos surge o semi-heterónimo Alexander Search.

Perante toda esta diversidade de atribulações vivenciadas desde a mais tenra idade, não admira que os temas chave da sua poesia ortónima e heterónima se dispersem por temáticas como a teoria do fingimento poético, a dor de pensar, sonho e realidade, a nostalgia da infância, a fragmentação do eu, a reflexão existencial, o imaginário épico, a consciência e a encenação da mortalidade, o imaginário urbano, a perceção e transfiguração poética do real, o sebastianismo…

O tópico da dor de pensar poderá colocar-se de forma sucinta do seguinte modo: o sujeito poético dominado pelo pensamento, pela necessidade permanente de problematizar a sua existência, negando-a, por vezes, o que o leva ao desdobramento e m m ú l t i p l a s personalidades ou personagens, uma resposta poética e concetual para o seu “drama em gente”. Essa interferência do pensar irá impedir e/ou anular o sentir. A vivência de qualquer emoção ou sensação é filtrada pela razão, levando à incapacidade de sentir sem pensar, provocando dor e sofrimento no poeta, que desejava ser como a “a pobre ceifeira”, um gato ou uma criança, que vivem apenas pelas sensações.

Deste modo, o poeta está irremediavelmente minado pela infelicidade, fruto de uma individualidade singular, condenada à solidão e às vicissitudes de um espírito superior, de uma inteligência hipertrofiada, que o incapacita para trivialidades do quotidiano, para a “a incompatibilidade profunda com as criaturas que o rodeiam”, como confidencia a Cortes-Rodrigues.

1. Livro do Desassossego (LD)O Livro do Desassossego, obra do semi-

heterónimo Bernardo Soares, é composto por um conjunto de fragmentos que o tornam um hino à modernidade pela intencional descontinuidade dos mesmos. Escreve Richard Zenith, no prefácio: “Mas é aí, na sua desarrumação que se manifesta a grandeza do Livro. Foi um depósito, sim, mas um depósito para joias, ora polidas ora em bruto, adaptáveis a uma infinidade de jogos, graças à falta de uma ordem preestabelecida. A sua incapacidade de constituir-se num Livro uno e coerente conferiu-lhe a possibilidade de ser muitos.” (PESSOA,2006,19/20)

Fragmentos que decorrem, que brotam do deambular e da observação do seu autor, que leva necessariamente a que o real observado, o ambiente citadino das ruas de Lisboa, seja filtrado pelo seu criador, “pela visão de artista”, num processo similar ao de Cesário Verde, ou seja, a transfiguração

poética do real, a passagem de uma realidade objetiva para uma realidade subjetiva.

O dilema pensar/sentir, a dor de ser lúcido, o não conhecer-se, o cansaço existencial, bem plasmado na poesia ortónima e nos heterónimos regressa agora no semi-heterónimo Bernardo Soares, que os fragmentos a seguir citados bem patenteiam:

“Quem sou eu para mim? Só uma sensação minha.

O meu coração esvazia-se sem querer, como um balde roto. Pensar? Sentir? Como tudo cansa se é uma coisa definida.” (LD, 154)

“Há um grande cansaço na alma do meu coração. Entristece-me quem eu nunca fui, e não sei que espécie de saudades é a

lembrança que tenho dele. Caí contra as esperanças e as certezas, com os poentes todos.” (LD,194)

“Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tangem e rangem, cordas e harpas, timbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia.”

(LD,310)

“Tornar puramente literária a recetividade dos sentidos, e as emoções, quando acaso inferiorizem aparecer, convertê-los em matéria aparecida para com ela estátuas se esculpirem de palavras fluidas e lambentes.” (LD,388)

“Tendo visto com que lucidez e coerência lógica certos loucos justificam, a si próprios e aos outros, as suas ideias delirantes, perdi para sempre a segura certeza da lucidez da minha lucidez.” (LD,430)

“Busco-me e não me encontro. Pertenço a horas crisântemos, nítidas em alongamentos de jarros. Deus faz da minha alma uma coisa decorativa.

Não sei que detalhes demasiadamente pomposos e escolhidos definem o feitio do meu espírito. O meu amor ao ornamental é, sem dúvida, porque sinto nele qualquer coisa de idêntico à substância da minha alma.” (LD,134)

“Invejo a todas as pessoas o não serem eu. Como de todos os impossíveis esse sempre me pareceu o maior de todos, foi o que mais se constituiu minha ânsia quotidiana, o meu desespero de todas as horas tristes.

Uma rajada baça de sol turvo queimou nos meus olhos a sensação física de olhar. Um amarelo de calor estagnou no verde preto das árvores. O torpor.” (LD,38)

00. Em conclusão e citando Eduardo Lourenço “A heteronímia é, sobretudo, a forma teatral de ilustrar a única “verdade” digna desse nome para Pessoa: o Ser é ausência. Ausência dolorosa, mais profunda que a do próprio tempo porque é a fonte desse tempo que Pessoa evoca num dos seus poemas como “o nada vivo em estamos”. (LOURENÇO,1986:61) Podemos assim afirmar que o poeta tentou através da fragmentação do seu próprio eu em múltiplas personalidades uma solução para a sua profunda angústia existencial, para a sua incapacidade de se relacionar com o mundo e os outros, a sua incapacidade para manter uma relação amorosa (Ofélia), numa recusa total que assume “um caráter doentio por vezes irremediável”, tal como afirma Diogo Ferrer. Este estudioso antecipa esta asserção com um comentário que nos parece bastante lúcido e muito pertinente para o tema que estamos a tratar: Assim, a fenomenologia pessoana da consciência vai integrar o eu e o mundo num espaço intermédio produzido pela negatividade. A “objectividade” perfeita proclamada corresponde ainda claramente à atitude de recusa, não do mundo, mas da categoria da sua positividade, posto que, uma vez desrealizado em experiências da consciência que encontramos, por exemplo, frequentemente em Bernardo Soares, o mundo é também inteiramente aceite como a ultra-sensação de Campos. Contudo, a recusa do mundo que assim se complexifica, confronta-se igualmente com a humanidade, e afirma-se no repúdio de todo o sentimento para com a humanidade, e na perfeita indiferença relativamente à amizade, ao amor e ao outro em geral (…).

Como diz o semi-heterónimo Bernardo Soares, “A felicidade está fora da felicidade. Não há felicidade senão com conhecimento. Mas o conhecimento da verdade é infeliz (…). Saber é matar, na felicidade como em tudo. Não saber, porém, é não existir.” (LD, 364)

Em suma, o génio do poeta fez gala de criar uma verdadeira sinfonia de vozes, como forma de evitar ou amortecer a sua desrealização contínua e progressiva, o cair na irreversibilidade do vazio.

Parece-nos assim oportuno, terminar este pequeno excurso com a citação de um clássico dos estudos pessoanos que é o ensaio de Jacinto do Prado Coelho, Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa, em que no capítulo sugestivamente intitulado “A dor de pensar “afirma:” Fernando Pessoa foi dos que mais sofreram com o terrível paradoxo. Vocacionado para o exercício exaustivo de uma inteligência esquadrinhadora (…) experimentou, a par do orgulho de conhecer afirmando-se contra a voragem, a pena mais frequente de lhe ser inacessível a felicidade dos que não conhecem. O privilégio de uma extraordinária lucidez paga-se caro. (…)”

Noite luminar do pretérito estioFernando de Gouveia e Sousa

16 maio 2018Navarro

Oficina de TeatroCarolina Araújo, Ana Rego, Ana Ferreira, alunas do 7.º B

No âmbito da oferta complementar Oficina de Teatro, os alunos criaram alguns textos ao longo do segundo período e dramatizaram-nos em sala de aula. O texto seguinte foi um dos que fez parte de uma vasta panóplia de “cenas do quotidiano”…

Um Segredo na Escola

Personagens:Alícia; Sara; Maria

Anotações:Alícia – aluna do 7.º ano, extrovertida,

cabeça no ar, sempre à procura de boatos para contar às amigas.

Sara – aluna do 9.º ano, atenta, cumpridora e disciplinada, preocupada com os outros.

Maria – aluna do 7.º ano, colega da Alícia, descontraída, calma e muito vaidosa.

Figurinos e adereços:Alícia – cabelo apanhado, lenço atado no

pulso, sempre com telemóvel na mão.Sara – aluna aprumada, com óculos e

vários livros na mão.Maria – seguidora das últimas tendências

da moda, mala de senhora com produtos de maquilhagem e espelho.

Ato ICena 1(No corredor da escola, à frente dos cacifos.

Ouve-se o toque de entrada e os outros alunos correm para as respetivas salas de aula. Duas raparigas cumprimentam-se e iniciam uma conversa.)

Maria: Olá Sara, que tal foram as tuas férias de Carnaval? (retira o espelho e retoca o batom)

Sara: Foram boas. Descobri uma livraria fabulosa e li vários livros.

Maria: Só tu! Nunca conheci ninguém que gostasse tanto de ler.

Sara: Sim, tens razão. Herdei o gosto dos meus avós. Tu também devias experimentar…

Maria: Ah!... Eu prefiro esperar pela estreia do filme!

Sara: Pois fazes mal. Ler é a melhor forma de viajar.

Maria: Viajar ?!? Só em 1.ª classe…N5_Diana

(Ouve-se o som de algo a cair. Alícia aparece a correr…)

Alícia: Amigas, ainda bem que estão aí! Acabei de assistir a uma cena “bué d’estranha…

Sara: Calma, calma… o que viste?Alícia: Ali em baixo, ao lado do bar, estão

dois rapazes a agredir violentamente um miúdo do 7.º ano. Vi sangue e tudo… Temos de fazer alguma coisa!

Maria: Nem pensem nisso, eu não me meto lá. Ainda sobra para nós.

Sara: Mas viste bem? Não estariam a brincar?

Alícia: Vi, vi… pareceu-me que lhe estavam a exigir o telemóvel e ele não queria dar…

Maria: Não podemos tomar conclusões precipitadas. Se calhar o telemóvel até era deles!

Alícia: Pela cara do rapaz não me pareceu isso… Ele estava mesmo assustado. Querem ver? Eu ainda apanhei isto… (mostra uma gravação no telemóvel)

Maria: Esta situação parece mesmo tirada da campanha da “Não Violência e da Prevenção do Bullying”.

Sara: Por acaso tenho aqui um livro sobre modos de atuar perante o Bullying.

(Sara e Maria debruçam-se sobre o livro. Alícia olha para trás, corre até à esquina do corredor, observa e regressa sobressaltada)

Alícia: Não temos tempo para isto… temos de agir já. Eles continuam lá!

Sara: Vamos ao Gabinete de Apoio ao Aluno. Deve lá estar algum professor. Temos de contar isto já.

Maria: E conseguiste identificá-los? Sabes de que turma são?

Alícia: Nem sei… com o susto e o medo nem olhei bem. Vi que um dos Bully era alto e usava camisola vermelha. A vítima parecia-me um colega do 7.ºA, mas não tenho a certeza!

Maria: Isso não importa agora. Tens aí o vídeo!Alícia: Pois… realmente…Sara: Bom, mas não convém mostrar isso.

Ainda te arriscas a um processo disciplinar. Não podemos filmar na escola. Lembras-te?!

Alícia: Não interessa, o que importa é acabar com aquilo depressa. Numa situação destas o que importa é acudir a vítima, eu não tenciono publicar este vídeo, apenas o vou mostrar ao diretor e depois apago-o.

Maria: Então, vamos, rápido!

Cena 2(Junto à porta do Gabinete de Apoio ao

Aluno que se encontra fechado com o aviso “Volto mais tarde”.)

Sara: Ora esta! Era o que faltava…Maria: E agora?!Alícia: Se não está aqui ninguém temos

de ir chamar um funcionário.Sara: Pois, mas para isso temos de

passar por eles!Maria: E é isso mesmo que vamos fazer!

Não nos disseram para não demonstrar medo?

Alícia: Mas somos só três!Maria: Isso eles não sabem. Liguem para

a turma toda por WhatsApp, se parecer que estamos ali todos, de certeza que eles não nos atacam.

(As três amigas começam a teclar nos seus telemóveis. Ouve-se um emaranhado de vozes.)

Cena 3(Na esquina do corredor, onde a Alícia

espreitara antes, as três com os telemóveis em punho ocultas atrás da parede.)

Alícia: Venham todos, eles estão ali! (Grita alto e vira-se para trás como que a chamar a turma toda).

Sara: Sr. Diretor, eles estão mesmo ali à frente, corra que ainda os apanha. (Grita, batendo os pés e fazendo de conta que alguém se aproxima a correr.)

Maria: Isso, fujam cobardes! Afinal só têm força para um! Esperem por nós… está aqui a turma toda!

Alícia: Ah! Ah! Ah! Agora fogem? (As três abraçam-se e batem as mãos em

sinal de vitória)Sara : Esta confusão toda deu-me fome.Maria: Vamos comer alguma coisa ali ao

café do “Teatro Viriato”.Alícia: Podemos ir, mas eu não quero

comer uma lancheira, ainda fico uma bola!Sara: Então que acepipe prefere, V. Exa?Alícia e Maria: Ace…quê?Sara: Estão a ver, eu bem vos digo, se

lessem mais até comiam melhor!(As três amigas dirigem-se ao café.)

Leandro, Rei da Helíria no IPDJ

Na tarde do dia 16 de março, todas as turmas do 7.º ano deslocaram-se ao Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), acompanhados de alguns professores, para o visionamento da fantástica peça de teatro Leandro, Rei da Helíria, da autoria da emblemática escritora Alice Vieira, dramatizada pelo conceituado grupo de teatro da Companhia Actus.

Este texto dramático tem como uma das personagens o grandioso Leandro, Rei da Helíria, que decide repartir o seu reino pela filha que demonstrasse mais amor por ele, acabando, contudo, por deserdar a mais nova por esta ter dito que “gostava do pai como a comida queria o sal”. Este não percebe o significado desta resposta e expulsa-a do seu reino. Vítima do próprio orgulho e castigado pela sua cegeira, o rei, escorraçado do seu reino pelas suas filhas, mergulha na miséria, até ser finalmente salvo e perdoado pela filha mais nova, entretanto reencontrada. No final, este acaba por perceber a importância do sal na comida, pois a filha ofereceu-lhe um jantar em que toda a comida não tinha sal e ele não conseguiu comer nada. Claro que

Matilde Lourenço, 7.ºA

temos de perceber esta mensagem à luz da época retratada na história, em que este condimento tinha grande importância para a conservação dos alimentos.

Passámos momentos aprazíveis, deleitosos, de muita interação, pois foi-nos dada a oportunidade de conversar com os atores e colocar-lhes algumas questões, a que eles responderam de forma muito simpática. A diversão e a aprendizagem foram constantes, pois jamais nos iremos esquecer dos valores morais que estiveram presentes em toda a peça e que, às vezes, as palavras mal interpretadas podem prejudicar-nos.

Todos os alunos participantes gostaram desta experiência e gostariam de a repetir no próximo ano. Um agradecimento às professoras que organizaram a atividade.

17Navarromaio 2018

Momento de Poesia

As minhas memórias

Saudades da minha escola,Os livros velhos do meu irmão,Ao ombro, a minha sacola,E no bolso o meu pão.

A lousa era pesada,cinco livros e uma sebenta,Descalça com os pés na geadaIa toda contente.

Foi numa carteira da frente,Que muitas vezes me sentei,Boa aluna procurei serEnquanto na escola andei.

Só fiz a quarta classe,Não havia meios para estudar,Com onze anos fui trabalharPara os meus pais ajudar.

Eu era inteligente,Mas não valeu de nada.O pobre assim o sente,A inteligência fica abafada.

M.ª Fernanda Martins, avó da aluna

Vera Rebelo, 7.º A

Os meus versos

Deixai-me em meus versos meditar,Assim a minha cabeça alivia,Deixai-me comigo conversar,Escrevo e medito o meu dia-a-dia.

Eu não quero ir ao fundo,Deixo alimentar a esperança,Receio as injustiças do mundo,E quem espera sempre alcança.

Quem me dera pensar como criança,Às vezes penso no além,Como quando me embalavaA minha mãe.

M.ª Fernanda Martins

Coração

O coração não tem só de demonstrar [amor,

Mostra beleza, perfeição e rigor.O coração não tem de ser para só para

[ meninas,Para velhos, velhas, rapazes e raparigas.O coração não tem de ser infantil,Pode ser também estudantil.O coração não tem de ser perfeito,Sabes bem quando o amor está feito.O amor que sinto pela minha família É a minha maior relíquia.

Beatriz Oliveira, 7.º C

Oficina MulticulturalAna C. D’assenza, do 10.º F

No fim do 1.º período, foi realizada na escola uma Maratona de Cartas da Amnistia Internacional. Esta atividade foi sugerida pela professora de Inglês, Maria Lucília Marques, membro voluntário na mesma associação e professora responsável pela Oficina Multicultural da Escola Secundária de Emídio Navarro, que apresentará uma peça no Festival de Teatro de Viseu intitulada “Na Mesma Pele”, cujo tema está relacionado com um caso da Maratona de Cartas.

Este evento de ativismo consistiu na recolha de assinaturas em várias cartas referentes a diferentes casos que a Amnistia Internacional acolheu, com o objetivo de apelar ao fim das violações de Direitos Humanos em países como a Turquia ou Finlândia, etc. A atividade cativou alunos e professores, tendo essas mesmas cartas sido enviadas aos vários governos e entidades de forma a garantir o respeito pelos Direitos Humanos.

São de louvar todas as atividades que a Amnistia Internacional leva a cabo em prol da defesa da liberdade e dos direitos básicos, dos quais todos devem usufruir!

O BúzioDiogo Costa, 10.º I

(O Diogo encontra o Búzio a chorar e pergunta-lhe:)Diogo: O que é que tens, Búzio?Búzio: Nada, só uma coisa no olho!Diogo: Claro que tens! Essa coisa chama-se Tristeza.Búzio: Não mereces ser digno da minha palavra.Diogo: Não digas tolices, conta-me tudo.Búzio: Eu estou triste, porque ninguém quer saber de mim, estou velho e esquecido.Diogo: Não penses assim, eu vou ajudar-te a esquecer isso.Búzio: Obrigado, és um bom amigo.Diogo: É sempre um prazer ajudar.Búzio: Nunca mais vou esquecer este dia, passou a ser o melhor dia da minha vida.Diogo: O meu trabalho é ajudar as pessoas. Infelizmente tenho de ir para casa. A minha mãe está à minha espera. “Tchau”, Búzio.Búzio: “Tchau”.

Diálogo baseado no texto “Búzio” de Sophia de

Mello Breyner Andresen, “Homero”, in Contos Exemplares

Daniel Santos, 10.º IRetrato baseado no mesmo texto

Querida mulher,

Acalma-te, amor, que vivo eu estou.Já fui à terra SantaE a caminho de casa eu vou.

Já estou em Veneza,Longe de Ravena eu fiquei,Mas como sempreimensa beleza achei.

Ao pé do mar eu estou,em cima dele a navegar,Onde vejo muitas gôndolasE gaivotas a voar.

Já muitas histórias ouvi,Por isso vou partirPara Florença me vou dirigir,Um alojamento provisório vou arranjarE comer até fartar.

A propósito de “O Cavaleiro da Dinamarca”Gonçalo Calvo, 7.ºA

Falaram-me de um banqueiro Averardo,Onde, antes de partir, vou ficar alojado,E aí chegar,Para muitas aventuras contar.

Quando regressarA tradição vamos alterar,E muitas histórias e canções acrescentar.Por Viseu, não vou passarPara o tempo não se gastarE em dezembro aí chegar.

Eu sei que é tarde,ainda estou longeirei a Berlim a galopeEm busca da minha sorte.

Já estou cansado de tanto escrever,vou parar,vou-me recolher.

Beijinhos do teu cavaleiro, amor!C.D.

Área de Integração em Notícia

“Da multiplicidade dos saberes à ciência” - O saber nas “artes e ofícios”

Podemos associar a aprendizagem do “saber fazer” nas Artes e Ofícios - a todas as atividades independentes de produção, criação, transformação ou reconstituição, reparação e restauro do património, caracterizadas pelo domínio de gestos e técnicas com vista ao trabalho da matéria e exigindo um contributo artístico (INMA, 2014). O saber dos chamados mestres artífices pode ser desenvolvido com formação profissional específica em Escola (como aconteceu no passado na ESEN), ou como aprendiz em Oficina, onde os modos de produção são sobretudo técnicas e saber-fazer artesanais, trabalhando as matérias-primas, respeitando os materiais e conhecendo as suas potencialidades.

No Ano Europeu do Património Cultural 2018, que está a decorrer, alunos(as) dos cursos profissionais do 11.º ano foram levados a refletir um pouco sobre o património do saber nas artes e ofícios, considerando também que a Escola Secundária de Emídio Navarro é proprietária de um riquíssimo património histórico neste tipo de ensino, nomeadamente na mestria da aprendizagem do trabalho com o ferro, pelo grande Mestre Malho (o poeta do ferro – como lhe chamava o escritor Aquilino Ribeiro), ou no ensino do trabalho com as madeiras, pelo grande Mestre Álvaro Loureiro.

Isabel Fonseca

O LUTHIER do mestre JoséGuilherme António e André Duarte – 11.º I

Na Calçada da Vígia, aqui bem perto da nossa escola, fizemos uma visita ao luthier(1) do mestre José Pereira Costa, que nos ajudou a perceber como são feitos os instrumentos de corda, as dificuldades em fazê-los, os materiais utilizados e de onde eles provêm. Também nos mostrou a diferença da produção tradicional versus a produção em série ou fábrica, o tempo utilizado para o fazer e a diferença em deixar a nossa marca no instrumento ou saírem todos completamente iguais. O mestre José também disse que não herdou da família o gosto da criação de instrumentos, como aconteceu com os luthiers da família Capela mas, simplesmente, numa altura da sua vida a criação despertou-lhe interesse e começou a fazer como um hobbie (passatempo) e não como forma de ganhar dinheiro. Mas o tempo encarregou-se de fazer o resto e, hoje, o mestre José Pereira é principalmente procurado por profissionais, muitos deles do Conservatório de Música Azeredo Perdigão, que preferem ter um instrumento feito à mão. Cada instrumento demora quatro meses a construir e dificilmente custa menos de dois mil euros.

Obrigada ao mestre José Pereira por nos ter recebido no seu luthier e nos ter proporcionado o contacto com este mundo das artes e ofícios!

(1)Chama-se” luthier” a uma oficina de

construção e reparação de instrumentos de corda.

18 maio 2018Navarro

A Tabuada da SoraiaSoraia Patrícia, 11.º D

É múltiplo Não é múltiplo

Multiplicação na China

A civilização chinesa desenvolveu-se nas margens do rio Amarelo, tendo sido encontrados os seus primeiros registos matemáticos nos cascos de tartarugas e ossos.

Dada a abundância de canas de bambu, este povo desenvolveu um método de multiplicação através da interseção de barras verticais e horizontais.

Supõe que se deseja multiplicar dois números naturais A e B, A x B.

Procedimento:1. Desenha o número de linhas referente

ao primeiro algarismo de A, no sentido de cima para baixo;

2. Deixa um espaço e traça tantas linhas quanto o segundo algarismo de A. Executa este passo sucessivamente até percorrer todos os algarismos de A;

3. No sentido da esquerda para a direita, desenha as linhas relativas ao primeiro algarismo de B;

4. Após guardar um espaço, constrói o segundo algarismo de B. Realiza esta etapa ininterruptamente até percorrer todos os algarismos de B;

5. O número de cruzamentos que se encontra no canto inferior direito corresponde às unidades do resultado;

6. A soma dos números de interseções que se encontram na diagonal mais à direita corresponde às dezenas do resultado. Efetua este procedimento consecutivamente percorrendo todas as diagonais até à que se encontra mais à esquerda;

7. O número de cruzamentos que se encontra no canto superior esquerdo corresponde ao(s) primeiro(s) algarismo(s) do resultado.

Nota: Caso nos passos 5 e 6 o número de cruzamentos seja superior a 9 escreve o algarismo das unidades e soma o das dezenas na diagonal seguinte.

Exemplo 1: 32x21Traçam-se cinco linhas horizontais, 3 + 2,

e três linhas verticais, 2 + 1.Assim, o número correspondente às

unidades é 2, o das dezenas é o 7 (3 + 4) e o das centenas é 6.

Logo, tem-se que 32x21 = 672.

Canguru Matemático Sem Fronteiras

No dia 22 de março de 2017, realizou-se na ESEN o Canguru Matemático Sem Fronteiras. Participaram nesta atividade 46 alunos (25 na categoria Benjamim (7.º e 8.º anos); 1 na categoria Cadete (9.º ano); 14 na categoria Júnior (10.º e 11.º anos) e 6 na categoria Estudante (12.º ano).

A Associação Canguru sem Fronteiras é uma associação de caráter internacional, que reúne personalidades do mundo da matemática de 55 países. O seu objetivo é promover a divulgação da matemática elementar por todos os meios ao seu alcance e, em particular, pela organização anual do Concurso Canguru Matemático sem Fronteiras. Pretende-se, deste modo, estimular e motivar o maior número possível de alunos para a matemática e

é um complemento a outras atividades, tais como as olimpíadas.

Em Portugal, a organização deste concurso está a cargo do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Matemática.

O concurso consiste numa única prova: não existe nenhuma seleção prévia nem existe uma prova final. Esta baseia-se num questionário de escolha múltipla de várias questões de dificuldade crescente.

Os alunos Rodrigo Santos (7.ºA), Tiago Lopes (8.ºA) e Carolina Cabral (8.ºA) foram os primeiros classificados na categoria Benjamim.

Na categoria Cadete o primeiro classificado foi o aluno Nuno Loureiro (9.ºB).

Os alunos do 11.ºA, Samuel Casaquinha, Paulo Pereira e Ana Isabel Rocha foram os primeiros qualificados na Categoria Júnior.

Os alunos José Miguel Pereira (12.ºB), Catarina Dias (12.ºC) e João Almeida (12.ºD) alcançaram os primeiros lugares na categoria Estudante.

Parabéns a todos pela sua participação.

Tabuada do 5 Tabuada do 6 Tabuada do 7

Tabuada do 2 Tabuada do 3 Tabuada do 4

Tabuada do 2 Tabuada do 3

Exemplo 2: 321x21Desenhe-se seis linhas horizontais,

3+2+1, e três linhas verticais, 2 + 1.Tem-se assim que 1 é o dígito das

unidades, 4 (2 + 2) o das dezenas, 7 (3 + 4) o das centenas, e 6 o dos milhares.

Conclui-se então que 321x21 = 6 741.

Exemplo 3: 201x13Se algum dos números contiver um zero, este

é representado por uma linha de outra cor. As interseções com esta linha não são contadas.

Traçam-se quatro linhas horizontais, 2+1+1, e três quatro verticais, 1+3.

Logo, 3 é o dígito das unidades, 1 o das dezenas, 6 o das centenas, e 2 o dos milhares.

Conclui-se então que 201x13 = 2 613.

Carla Simões

Problema do mês de janeiroCarla Simões

Carla Simões

Um velho homem, prestes a morrer, mandou chamar os filhos para se despedir deles e distribuir o dinheiro que guardava num cofre. No entanto, o homem estava tão mal que já não se lembrava do valor da sua fortuna nem sequer de quantos filhos tinha.

Apesar disso pediu ao filho mais velho para tirar 5000 euros mais a sétima parte do

que sobrasse. Depois disse ao segundo filho para tirar 10000 euros mais a sétima parte do que ainda houvesse. A seguir o terceiro filho recebeu 15000 euros mais a sétima parte do restante. E assim sucessivamente. Quando os filhos compararam o que tinham recebido, verificaram que todos tinham recebido exatamente o mesmo.

Quantos filhos tinha o homem e quanto recebeu cada um?

A herança do velho senhor

19Navarromaio 2018

PARTILHANDO … PerplexidadesAntº Gonçalves Loureiro

Quem somos nós? O que caracteriza a natureza humana?

Dizíamos no último artigo do jornal “Navarro” que estas são algumas das perguntas fundamentais que atravessam a história da humanidade. Pensadores de todas as épocas e culturas têm procurado conhecer aquilo que caracteriza a natureza humana.

Parece um paradoxo, mas o maior “santo” é capaz de cometer a maior das barbaridades e o pior dos “bandidos” realizar a mais nobre das acções.

Há pensadores, como Hobbes, que consideram que o ser humano é naturalmente mau, o homem é o lobo do homem; outros, como Rousseau, defendem que o ser humano é bom por natureza, sendo a sociedade que o corrompe.

Há tempos, num programa televisivo, ouvi a seguinte história. Dizia-se que a guerra entre países e a guerra entre as pessoas começa num outro tipo de guerra que acontece dentro do ser humano. Era assim. Um dia, uma criança perguntou ao líder de um acampamento: “Às vezes, vejo que as pessoas são boas e as mesmas pessoas que são boas, às vezes, também são más. Como pode acontecer isto?”. O chefe respondeu: “Porque tu tens dois lobos dentro de ti: um lobo mau e um lobo bom e ambos lutam.” O miúdo pensou e disse ao chefe: “Qual dos dois ganha?” O chefe respondeu: “Aquele que for alimentado”.

Dentro de nós há bondade e maldade. Cada um de nós tem dentro de si uma enorme capacidade de violência e

destruição em relação a si e em relação aos outros. Só conseguimos parar a guerra entre os países e entre as pessoas quando pararmos a guerra dentro de nós. Durante muito tempo foram os “deuses moralizadores” que controlaram a agressividade humana. Hoje, continua ainda a ser importante salientar a parte positiva de todas as religiões, a única regra de ouro que todas as religiões partilham: “faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti”.

A atitude dos seres humanos, uns para com os outros, será o fator determinante para sabermos se o futuro vai ser um tempo em que queiramos viver.

O que é que a escola tem a ver com isto?No referido programa televisivo,

defendia-se que, perante os desafios do futuro, o investimento no conhecimento e na educação será o único caminho razoável. Educar é também dar aos nossos alunos uma capacidade de análise e reflexão que lhes permita compreender os outros, ser melhores, ser mais generosos. A educação será um aspeto importante a proteger e consolidar. Sem educação teremos a barbárie às nossas portas. Não são só os factores da ciência e tecnologia que trazem o progresso, é também a compreensão daquilo que é o ser humano e essa compreensão vem-nos das artes e das humanidades.

Assim sendo, é importante que todos nos sintamos parceiros na construção de uma escola onde a ciência e a tecnologia caminhem de mãos dadas com a literatura, a poesia, a história, a arte e a filosofia.

Com a chegada da primavera, a natureza convida-nos a respirar fragâncias e aromas que nos proporcionam um renovado estado de espírito e nos convidam a fruir de espaços ambientais, e a desenvolver práticas desportivas. Hoje em dia, existem infraestruturas e espaços próprios na envolvência da cidade de Viseu, que quase torna irresistível a prática desportiva, numa das suas diversas valências. As bicicletas tornaram-se um elemento comum, tal a quantidade de praticantes que inundam frequentemente as artérias e os trilhos envolventes à cidade. A atividade sénior é já uma referência e um marco no Município de Viseu tal a quantidade de aderentes, cerca de 3.000. Contudo, hoje em dia, assistimos a uma nova realidade: Viseu está a correr. Diariamente, verificamos que, em grupo ou individualmente, quase a qualquer hora do dia, as ruas florescem de “atletas” que, de forma quase sempre informal, correm por aí fora.

O tempo de vida do ser humano tem aumentado significativamente. Além dos avanços científicos e tecnológicos das diferentes áreas relacionadas com a saúde, o exercício físico assume

Primavera VerdeO Executivo da Freguesia de Viseu

aqui um papel de extrema relevância. A inatividade física, como a baixa aptidão física são prejudiciais à saúde. É preciso incorporar de vez a ideia que o exercício físico tem de fazer parte de nossas vidas. É preciso, diria mesmo, é obrigatório encontrar um espaço diário destinado a alguma prática desportiva.

Na melhor cidade para viver, a qualidade de vida não se pode medir apenas pela via da saúde e da prática desportiva, sabemos isso. No entanto, sabemos que a

boa condição física é um fator importante para a prevenção, tratamento de doenças e manutenção da saúde, e assim entendida como um instrumento precioso para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Hoje, em pleno século XXI, se perguntarmos às pessoas se exercício físico regular faz bem à saúde, quase todos responderão que sim. Todavia, se perguntarmos a essas mesmas pessoas se desenvolvem alguma prática

desportiva regular, esse percentual certamente diminuirá acentuadamente.

Entre o aceitar dos benefícios do exercício físico e a sua praticabilidade ainda vai uma grande distância. E é bom perceber bem cedo que a atividade física não tem idade e que deve ser uma prática desde a primeira hora.

De que está à espera? Vista o fato de treino e desfrute…

20 maio 2018Navarro