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Jornal da SBD - Nº 5 Setembro / Outubro 2013

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Jornal da SBD Ano 17 n.5 ● 1

Diretoria 2013/2014

Presidente Denise Steiner

Vice-presidente Gabriel Gontijo

Secretária-geral Leandra D’Orsi Metsavaht

Primeira secretária Flávia Addor

Segundo secretário Paulo R. Cunha

Tesoureira Leninha Valério do Nascimento

Jornal da SBDEsta é uma publicação da Sociedade Brasileira deDermatologia dirigida a seus associados e órgãos deimprensa.

Publicação bimestralAno 17 - n.5 - setembro - outubro - 2013

Coordenadores médicos do Jornal da SBDOmar LupiAldo Toschi

Conselho editorial Denise SteinerGabriel GontijoLeandra D’Orsi MetsavahtFlávia AddorPaulo R. Cunha Leninha Valério do Nascimento

Jornalista responsável Erika Drumond - Reg. MT n. 31.383

Redação e edição Erika Drumond

Editoração eletrônica Nazareno Nogueira de Souza

Contato publicitário Priscila Rudge Simões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagan-das de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e os textos assinados são de inteira responsa-bilidade de seus autores.

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/17o andar Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 120,00Número avulso: R$ 20,00Tiragem: 6.000 exemplaresImpressão: Grafi tto

Sociedade Brasileira de DermatologiaAfi liada à Associação Médica Brasileirawww.sbd.org.br 20. Capa: SBD no centro dos acontecimentos: Brasília é sede de

Congresso Brasileiro e principal local das manifestações da classe médica nos últimos meses

12. Dermatologia no esporte:dermatites por animais e plan-tas em ambientes rurais e aquá-ticos

16. Pele solidária: mais de uma década de solidariedade

2 Carta do Editor3 Palavra da Presidente4 Ouvidoria5 Defesa Profi ssional6 Grape – SBD8 From Brazil to the World10 Fide14 Biblioteca18 Mídias Sociais24 Projeto Novo Associado30 XX Cilad33 Analogias em Medicina

Sumário

34 Destinos36 Quebrar barreiras - o estigma da lepra39 Recife: museu de arte a céu aberto40 Tecnologia e Medicina42 Biológicos e biossimilares44 A indústria e a dermatologia48 Grandes mestres: memória Prof. Luiz Henrique Camargo Paschoal51 Regionais53 Serviços Credenciados56 Departamentos

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2 Jornal da SBD ● Ano 17 n.5

Lutas e luto

Aldo Toschi

Editor associado

do Jornal da SBD

Carta do Editor

Nós, dermatologistas, que já víamos com grande pre-ocupação a invasão de nossa especialidade por profi s-sionais de outras áreas, agora temos que conviver com profi ssionais médicos de outras nacionalidades a prati-car a medicina sem a devida homologação do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB). Quando aos fatores políticos aliam--se interesses ideológicos, a saúde pública é posta em risco em todos as esferas: municipal, estadual e federal. Este número do Jornal da SBD aborda bem esse tema.

Os últimos meses colocaram toda a classe médica em alerta. Há necessidade premente da defesa coleti-va dos nossos direitos para a prática da medicina com amor e dignidade. Esse amor ao exercício profi ssional brota de nós, médicos, em parte pela vocação e muito devido à infl uência e aos exemplos que grandes mes-tres nos deram durante suas vidas profi ssionais. Em outubro, recebemos com muito pesar e tristeza a notí-cia do falecimento do querido professor Luiz Henrique Camargo Paschoal. Desnecessário é falar a respeito de sua rica vivência acadêmica. Sua atividade associativa constitui exemplo a ser seguido. Com enorme poder agregador presidiu a SBD Nacional e a regional do es-

Minha experiência com os lasers no pós-venda – Os lasers são máquinas fantásticas, que em muito têmauxilia-do os pacientes. É gratifi cante poder ver um nevo de Ota eliminado, dermatoses papulosas nigras retiradas com precisão. É ótimo ir descobrindo novas aplicações para seus equipamentos. Mas não há nada mais frustrante do que querer trocar um aparelho ou ponteira por algo mais atualizado e descobrir que é pior do que vender um carro usado. Os fabricantes não têm o menor pudor em levar o preço ao escrúpulo zero. Não se esforçam para ajudar ou propor trocas razoáveis. Minha sugestão é ampliar a interação entre os dermatologistas por vias diferentes das empregadas pelas empresas a fi m de conseguir melhor resultado para todos nós, dermatologistas e consumidores. ■

Emmanuel FrançaCoordenador do Departamento de Laser da SBD

Nesta coluna o associado poderá manifestar de forma ética e responsável suas sugestões, insatis-fações e experiências com a indústria, na compra de insumos ou equipamentos. Participe!

Preste seu Depoimento

tado de São Paulo, onde atuou e formou três gerações de dermatologistas.

Como seu ex-aluno, quero deixar mais um depoi-mento de sua extrema agilidade e percepção de ten-dências e inovações. Além de ter sido um dos intro-dutores da cosmiatria no Brasil, participou e fomentou a cirurgia dermatológica e o estudo da dermatoscopia em nosso meio. Homem culto e simples, era sempre acessível, amigável e divertido. Bom humor era uma de suas marcas características. Sempre tinha uma anedo-ta ou um caso engraçado a comentar.

Quem não o teve como professor, seguramente, foi aluno de um de seus alunos ou simplesmente o teve como “amigo” no Facebook, espaço em que, frequentemente, dis-cutia temas importantes de ética e defesa profi ssional em absoluta igualdade com jovens colegas de todo o Brasil. Tal-vez isso explique a sensação coletiva da perda de um “pai”, um “avô” ou de um grande “amigo dermatológico”.

Sua ausência abre uma enorme lacuna na dermato-logia brasileira.

PS: Em função de problemas e compromissos pes-soais, despeço-me, neste número, da função de editor associado do Jornal da SBD. ■

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Jornal da SBD Ano 17 n.5 ● 3

Palavra da Presidente

A aprovação da medida provisória Mais Médicos (621), trouxe mais uma vez à tona o problema da saúde pública no Brasil. Dessa vez, foi conveniente para o go-verno colocar o médico como o responsável por todos os problemas da área e, por meio de medidas eleitorei-ras, conseguir mais domínio e autoridade sobre o siste-ma de saúde como um todo. Felizmente, depois de ár-duas negociações, as entidades médicas conseguiram que a Associação Médica Brasileira (AMB) junto com as especialidades médicas continuassem outorgando o título de especialista.

No entanto, somos e estamos muito frágeis, pois a qualquer momento podem ser articuladas “leis” que contrariem os objetivos da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Sendo assim, enfatizamos a importância de sermos a cada dia mais politizados e participarmos ativamente das políticas institucionais e governamentais.

Até o momento, a Diretoria da SBD já participou de várias reuniões no Congresso Nacional, travando diálogos, buscando o consenso junto a senadores e

Denise Steiner

Presidente da Sociedade

Brasileira de

Dermatologia (SBD)

(2013/2014)

Novos tempos, novos rumos, novas perspectivas!

Tour de Prevenção na estrada

Dermatologistas baianos se unem para mais um Tour de Prevenção, que assistiu a mais de nove mil pessoas desde 2009

Câncer da Pele

deputados com vistas à harmonização dos interesses da população, da dermatologia e da medicina. Preten-demos seguir esse caminho institucional participando e contribuindo com as principais resoluções sobre a especialidade.

Outro assunto fundamental destacado nesta edi-ção é o lançamento da Campanha Pele 100% Der-matologista da SBD. A ação enfatiza a importância da especialidade mostrando que nenhum paciente quer ter apenas 50% do diagnóstico e do tratamen-to. Ao longo de 2013 e 2014 a Campanha estará no ar, levando informações e conteúdos relacionados aos grandes temas da dermatologia, como doen-ças de pele, cabelo e unhas, câncer da pele, cirurgia dermatológica e cosmiatria. É essencial a participa-ção e a replicação da campanha por todos os 7.100 dermatologistas da SBD. Reafirmamos que apenas com união e comprometimento será possível reper-cutir sistematicamente a ideia de que um tratamen-to 100% seguro e eficaz pode ser feito apenas com dermatologista da SBD. ■

Começou no dia 12 de outubro, em Salvador, a quinta edição do Tour de Combate ao Câncer da Pele da SBD. Este ano, o caminhão passará pelas cidades de Palmei-

ra dos Índios (AL), Teresina (PI), Palmas (TO), Sinop (MT), Presidente Prudente (SP), Sorocaba (SP), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ), com o objetivo de atender a população e educá--la sobre prevenção e diagnóstico do câncer da pele. O Tour tem o apoio da La Roche-Posay e coordenação do dermatolo-gista Marcus Maia (SP). ■

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4 Jornal da SBD ● Ano 17 n.5

Maria Helena Sandoval Ouvidora da SBD CRM 3238/ES

RQE 1752 Vice-Presidente da SBD-ESOuvidoriaCaros associados,

Tenho tratado neste espaço das questões enviadas à Ou-vidoria da SBD e das respostas e ações da Diretoria no aten-dimento dessas demandas. Atualmente, estamos vivendo uma situação grave em função das iniciativas do governo que afetam a classe médica. Abaixo cito alguns assuntos de des-taque que estão sendo articulados:

I – Situação atual da Lei do Ato Médico e da MP 621 que institui o programa “Mais Médicos”: Os recentes acon-tecimentos gerados em Brasília – vetos à Lei do Ato médico e MP 621 – e acompanhados pela classe médica em todo o país nos mostraram o frágil equilíbrio das garantias de atendimento médico de qualidade para todas as camadas sociais brasileiras.

Ao adotar a posição de que o problema da saúde no Brasil é a escassez de médicos, o governo desconsidera a falta de estruturas e de gestão, aliada à não criação de sistemáticas simples – e sérias – de implementação da carreira médica no Estado brasileiro, e consequente atração e retenção de pro-fi ssionais em todas as áreas carentes. Os acontecimentos parecem ter provocado uma refl exão nova em todos os médi-cos e, de forma particular, nos dermatologistas. A Ouvidoria tem recebido muitos registros desde o início da atual gestão, e no último período vemos que houve redução acentuada nos registros de lutas com invasão de área por outras especiali-dades.

Aparentemente, esse é um sintoma de que nossa luta se tornou mais pesada e que existe uma ameaça de perda de es-paços do médico para não médicos. O foco da nossa atenção deve ser esse. Quero destacar a participação da Diretoria da SBD nos esforços do Conselho Federal de Medicina (CFM) que produziu acordos nos dias fi nais do debate para a apro-vação da MP 621. Obteve-se alguma melhoria no texto fi nal que deve retornar ao Senado Federal em breve. Isso pode ser considerado uma vitória dentro do cenário tão adverso que imperava até então.

II – Novidades sobre o Exame doTED, debatidas no Con-gresso Brasileiro de Dermatologia em Brasília: A partir de 2015 será criada a prova prática oral. A Avaliação Opcional para os R3 de Serviços Credenciados será mantida, e quem for aprovado fará apenas a prova prática.

As modifi cações não serão adotadas imediatamente em função da logística que envolve a prova prática oral e porque será criada uma Comissão na SBD para averiguar a melhor forma de aplicar a prova a partir de 2015. Essa comissão fará um estudo para aplicar a prova prática oral nos moldes dos melhores métodos de avaliação em formação médica ado-tados universalmente, de forma que haja o mínimo de sub-

jetividade, evitando ou diminuindo ao máximo as possíveis ações judiciais. A mesma Comissão irá analisar a adoção da Avaliação Opcional para os R2 dos Serviços Credenciados da SBD. Não há previsão de data para essa Avaliação do R2 dadas as obrigações legais junto à Associação Médica Brasi-leira (AMB).

III – Equipamentos de laser e outras tecnologias utilizados na dermatologia: Há uma postura da Anvisa de subclassifi car esses equipamentos. Dessa forma a Agência classifi ca como Classe II vários aparelhos com comprimentos de onda e ener-gia capazes de atingir a derme profunda e, consequentemen-te, provocar complicações como discromias, queimaduras e cicatrizes permanentes. Essa prática acaba por liberar os equipamentos para utilização por não médicos.

A Diretoria da SBD encaminhou ofício à AMB dando co-nhecimento aos fatos e solicitando as devidas providências. Convidou também os representantes da Anvisa para parti-cipar do Fórum de Defesa Profi ssional, durante o Congres-so Brasileiro em Brasília. Adicionalmente, a atual Diretoria da SBD, por intermédio de seu Departamento de Laser, irá agendar audiência na Anvisa, solicitando explicações sobre a incoerente classifi cação dos aparelhos utilizados na derma-tologia.

IV – Sistematização do recebimento, análise e trata-mento das questões apresentadas pelos dermatologistas. Na reunião da Diretoria Estendida da SBD, ocorrida durante o Congresso de Brasília, alguns pontos foram defi nidos para melhorar a segurança e o desempenho das atividades da Ou-vidoria da SBD: Entre eles, fi cou decidido que será disponibi-lizada via de comunicação com a Ouvidoria no site da SBD para que as sugestões, críticas e reivindicações apresentadas tenham respostas e rastreabilidade, aumentando assim a efi -ciência nas resoluções das questões enviadas. Inicialmente, e até que o sistema seja disponibilizado no site da SBD, as demandas deverão ser encaminhadas para o e-mail da Ouvi-doria ([email protected]) com as seguintes informações: nome completo, CRM – RQE, categoria do associado na SBD e número do associado.

O novo sistema contará com campos para essas informa-ções que serão armazenadas em forma de banco de dados para facilitar as respostas e rastreabilidade das demandas. Dessa forma, questões recorrentes poderão ser alvo de ações de maior alcance para garantia da abrangência das soluções.

Contamos com a participação continuada de todos a fi m de que as percepções sejam usadas para a melhoria de nos-sos processos e para a defesa do dermatologista.

Um grande abraço para todos, lembrando que agora, mais do que nunca, precisamos da união de todos. ■

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MP do Mais Médicos aprovada: Entidades garantem que continua a luta pelo desempenho ético da medicina

A comissão especial criada para discutir a medida provisória que cria o programa Mais Médicos (MP 621/2013) aprovou no dia 1o de outubro o parecer

do deputado Rogério Carvalho (PT/SE) que mantém as re-gras gerais do programa de recrutamento de médicos para atuar no interior do país e na periferia das grandes cidades. De acordo com o parecer, os profi ssionais não terão direitos trabalhistas, e estrangeiros não precisarão revalidar diploma nos primeiros anos de atuação. A proposta foi aprovada pelo Senado Federal no dia 16 de outubro e agora aguarda a san-ção presidencial.

As entidades médicas nacionais lamentaram a aprovação do relatório pela Comissão Mista do Congresso Nacional. Em comunicado enviado aos médicos e à população brasileira, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacio-nal dos Médicos Residentes (ANMR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Brasileira das Academias de Medicina (FBAM) ressaltaram que continuarão a defen-der o debate em torno do tema com o objetivo de “fi scalizar a execução das medidas e colaborar eticamente e tecnica-mente com a correção dos rumos tomados até o momento”.

De acordo com as entidades médicas, o documento apre-sentado pelo deputado Rogério Carvalho manteve uma série

de inconsistências relacionadas ao programa “Mais Médicos” e desconsiderou propostas que abordavam aspectos essen-ciais ao exercício da medicina e à qualifi cação do atendimen-to em saúde para a população. Entre elas, constam mudan-ças que aperfeiçoavam as regras para o funcionamento dos cursos de medicina, o processo de formação médica e de residência médica, bem como os fl uxos relacionados ao re-gistro, à atuação e à fi scalização dos médicos intercambistas do referido Programa.

Defesa Profi ssional

Foto: A

gência Brasil

As lideranças das entidades médicas realizarão ações do segmento no Dia do Médi-co (18 de outubro) a fi m de chamar a atenção para o descontentamento da classe e a postura antiética de algumas empresas com relação aos direitos dos pacientes e à valo-rização dos profi ssionais. Este ano, a Semana do Médico será um ponto de reencontro entre médicos e sociedade. Todas as atividades programadas foram articuladas pelas Associações Médicas, Conselhos Regionais de Medicina, Sindicatos Médicos e Socie-dades Estaduais de Especialidades que reafi rmaram publicamente o repúdio contra os abusos praticados. O Conselho Federal de Medicina (CFM) desenvolveu uma campanha nacional para o Dia do Médico em que defende a ética e a qualidade da assistência à saúde pública e privada. ■

Dia do médico terá ações em todo o país

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Educação em Saúde

Encontro dos grapeanos no Congresso Brasileiro

Sob a coordenação de Oswaldo Delfi ni Filho e Car-los Augusto S. Bastos, sete membros do Grape se reuniram durante o Congresso Brasileiro para

a discussão dos trabalhos realizados ao longo do ano em seus grupos de apoio, bem como das difi culdades e sugestões para o aprimoramento do atendimento aos pacientes. O encontro ocorreu no dia 9 de setem-bro e contou com a presença da presidente da SBD, Denise Steiner, e do vice, Gabriel Gontijo.

Em sua explanação, Oswaldo Delfi ni disse que os verdadeiros protagonistas dos Grupos de Apoio Per-manente (Grape) são seus coordenadores e criadores pelo destacado trabalho que realizam. “São eles os responsáveis por toda repercussão positiva e valoriza-

Grupos de Apoio Permanente analisam trabalhos realiza-

dos e desafi os enfrentados ao longo de sua trajetória

ção da dermatologia e do dermatologista. Os Grupos pertencem a seus idealizadores que, no atual momen-to, se encontram associados ao projeto, o que confe-re peso institucional muito importante a suas ações, abrindo muitas portas e permitindo reconhecimento social”.

Um dos pontos mencionados foi a difi culdade que alguns médicos encontram em obter locais para a realização das reuniões que, mesmo quando ocor-rem em associações médicas, sofrem taxação. Diante desse fato, a presidente Denise Steiner sugeriu que o Projeto Grape-SBD fosse incluído nas negociações da SBD, e o montante obtido tivesse distribuição equâ-nime entre todos. “Ainda assim, os grupos teriam a

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realização de sua primeira reunião em Maringá, PR. Na ocasião, aproveitou também para comunicar a criação da Associação Paranaense de Pessoas com Psoríase que tem como objetivo dar todo o suporte necessá-rio a esses pacientes, até no sentido de auxiliá-los no recebimento de medicações especiais, de alto custo, junto aos órgãos públicos. “Acreditamos que o Grape SBD Psoríase-Maringá enquadra-se e complementa perfeitamente os desígnios dessa associação”, co-menta Delfi ni. ■

liberdade de realizar negociações pontuais, desde que a empresa esteja no pool da SBD e não haja colisão com o Estatuto da SBD e com o Regimento Interno do Projeto Grape-SBD, preservando sempre os melhores preceitos éticos”, afi rmou Delfi ni.

Em parceria com a coordenação do Ações Institu-cionais da SBD, a Diretoria estuda a inclusão do Proje-to Grape-SBD nos eventos da entidade, e isso já deve ocorrer no III Masterclass on Vitiligo, nos dias 25 e 26 de outubro, em São Paulo. Na ocasião, a dermatolo-gista Tânia Nely Rocha, do Grape Vitiligo-Belo Hori-zonte, MG, deverá proferir palestra sobre seu trabalho à frente do grupo.

PARA MELHORAR A VIDA DAS PESSOAS QUE PRECISAM

A dermatologista Elisabeth Aguiar Barbosa, coor-denadora do Grape Psoríase e Câncer da Pele-Linha-res, ES, relatou que há vários anos vinha realizando em sua cidade esse trabalho de atendimento, que se en-quadrava perfeitamente no Projeto Grape-SBD. Assim que se associou, foi homenageada pela Câmara Mu-nicipal de Linhares com o título de “cidadã honorária”.

Maria Natália Inácio de Freua e Souza, represen-tante de Enilde Borges, comentou sobre os 10 anos de existência do Grupo de Apoio aos Pacientes com Alo-pecia Areata (Aagap) em São Paulo, que este ano se associou ao Projeto Grape-SBD, e a árdua batalha de todos esses anos, com a frequente troca de local das reuniões. Segundo sua informação, a partir de 2011, o Grupo conseguiu um espaço na sede da SBD-Resp, mantido até então.

O excelente trabalho em educação em saúde reali-zado em julho na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) junto ao espaço da Presença Franciscana, arduamente conseguido por Vânia Manso, que por meio do Grape SBD Hanseníase-São Paulo, chamou a atenção da mí-dia internacional e do Ministério da Saúde, foi comen-tado por Dilhermando Calil.

Sineida Ferreira reforçou o valor que a instituição agrega, citando sua importância fundamental para a

Membros do Grape com a presidente da SBD, Denise Steiner, e o vice-presidente, Gabriel Gontijo, na reunião do grupo realizada durante o Congresso Brasileiro de Dermatologia

GRAPE NO INSTAGRAM

O Grape-SBD lançou em setembro um perfi l ofi cial no Instagram para se aproximar do público e compartilhar imagens das ações realizadas pelos grupos associados em todo o país. Entre as fotos, estão imagens feitas durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro. Além do Insta-gram, o Grape também tem uma página no Face-book, “o que contribui para passar as orientações necessárias à divulgação das ações dos Grapes--SBD diretamente nas redes sociais”, esclareceu Oswaldo Delfi ni. A dermatologista Vânia Manso foi convidada e aceitou ser a coordenadora geral do Projeto Grape-SBD nas redes sociais.

Os endereços do Instagram e do Facebook são: www.instagram.com/projetoinstagramgrapesbd e www.facebook.com/projetograpesbd

Mais um grupo acaba de se associar ao Grape--SBD: a Escola de Atopia-Curitiba, PR, situada no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitá-rio Evangélico de Curitiba. Coordenado pelo der-matologista Lincoln Fabrício, o Grape-SBD Escola de Atopia realiza reuniões mensais contando com equipe multidisciplinar de colaboradores, entre médicos e psicólogos. Desde sua criação, no iní-cio do ano, o Grape-SBD já contabiliza 14 grupos.

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Brasileiros participam de EADV e realizam ações visando a candidatura do Rio de Janeiro à sede do WCD 2019

O presidente do WCD Rio 2019, Omar Lupi, o presidente do Congresso da EADV, Ali Gürer, e a dermatologista Andreia Mateus (RJ)

Membros da Diretoria da SBD e dermatologistas brasi-leiros participam do jantar da presidente da EADV, Jana Hercogová, que aparece na foto à esq. com Paulo R. Cunha, secretário-geral do WCD Rio 2019

Aestratégia de divulgação do Comitê WCD Rio 2019 em grandes eventos internacionais de der-matologia deram continuidade no Congresso da

European Academy of Dermatology and Venereology (EADV), ocorrido de 2 a 6 de outubro, na Turquia. Cerca de 200 dermatologistas brasileiros participaram do en-contro, entre eles a presidente da SBD, Denise Steiner, o vice-presidente, Gabriel Gontijo, o presidente do WCD Rio, Omar Lupi, o secretário-geral, Paulo R. Cunha, en-tre outros médicos do país. “Divulgamos a candidatura do Brasil para o World Congress of Dermatology 2019 e trocamos ideias com lideranças mundiais da especia-lidade sobre esse projeto”, disse Paulo R. Cunha.

As ações, estruturadas desde o começo do ano, têm contribuído para que dermatologistas do mundo afora tomem conhecimento do projeto da candidatura brasileira. A equipe tem se desdobrado no trabalho de divulgação: “Estamos todos envolvidos, tentando par-ticipar do maior número de eventos possível num úni-

Membros da diretoria realizam ações estratégicas

em busca da candidatura para

o Rio no Congresso Mundial de

Dermatologia, em 2019

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David Goldberg (EUA), presidente da European Society for Laser Dermatology e Paulo R. Cunha

Os dermatologistas Iza Maria Bottene, Paulo R. Cunha e Oswaldo Delfini

From brazil to the world

Um grupo de palestrantes internacionais altamente qualifi cados se apresentou na terceira edição do

5-Continent Congress Laser and Aesthetic Medicine, em Cannes, França, de 18 a 21 de setembro. Foram quatro dias de conferências que discutiram inovações e controvérsias no campo da cosmetologia contando com participantes de mais de 30 países.

O evento teve a coordenação de renomados profi s-sionais, entre eles o presidente do encontro, David Gol-dberg (EUA), o presidente da European Society for La-ser Dermatology, Moshe Lapidoth (Israel), Klaus Fritz (Alemanha), Maurice Adatto (Suíça) e Michael H. Gold (EUA). O segundo secretário da SBD e secretário-geral do WCD Rio 2019, Paulo R. Cunha, esteve presente no encontro e pleiteou junto aos estrangeiros a candidatura do Rio ao Congresso Mundial de Dermatologia (WCD) em 2019. “Tive a oportunidade de solicitar apoio a eles

co objetivo que é o trazer o Congresso Mundial para o nosso país. Estamos animados”, considera o presidente Omar Lupi.

Já está sendo preparada uma agenda de ativi-dades de divulgação do WCD Rio no 11o Congresso Mundial da Sociedade Internacional de Dermato-logia (ISL) a ser realizado em dezembro (leia mais sobre o assunto na pág 35). Não deixe de conferir a nova página do Comitê de Candidatura do Rio de Janeiro para sede do Congresso Mundial de Derma-tologia (www.wcdrio2019.org).

sobre a candidatura do Brasil para o WCD 2019, o que foi muito bem recebido e penso que teremos o empe-nho deles em nosso favor”, disse o dermatologista que ministrou palestra sobre o tratamento de melasma com Q-Switched Laser e/ou luz intensa pulsada. ■

3RD 5-CONTINENT CONGRESS LASER AND A AESTHETIC MEDICINE

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Fide

Bolsa Fide leva dois dermatologistas ao 72nd Meeting da AAD

Os dermatologistas Ciro Martins Gomes, de Brasília, e Emerson Henrique Padoveze, de São Paulo, foram os vencedores do Prêmio Fide de

2013. Ambos receberão bolsa de 2.500 dólares, ins-crição e curso gratuitos no 72nd Meeting da Academia Americana de Dermatologia, em março do ano que vem, em Denver, Colorado.

Formado em Medicina pela Pontifícia Católica de São Paulo (PUC-SP), com residência em dermatologia no Hospital Universitário de Taubaté e formação com-plementar especializada em Cirurgia Micrográfi ca de Mohs e cirurgia do aparelho ungueal no Hospital do Ser-vidor Público Municipal de São Paulo (HSPM), Emer-son Padoveze, de 30 anos, vai participar pela primeira vez de um congresso internacional, e as expectativas são as maiores possíveis. “Ouço falar muito da gran-diosidade do Meeting da AAD e do intenso conteúdo científi co. Participar desse evento será muito proveito-so para minha formação e meu enriquecimento profi s-sional”, declarou o médico, que já publicou cinco tra-balhos em importantes revistas indexadas e tem como área de interesse a cirurgia dermatológica, em especial

os tumores de pele e a cirurgia de Mohs, esta tema de sua dissertação de mestrado.

O dermatologista Ciro M. Gomes (30), divide seu tempo entre o atendimento no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e a pesquisa básica no laboratório de dermatomicologia da Faculdade de Medicina da UnB, sob orientação de Raimunda Sampaio. A cada dois me-ses, vai a Ribeirão Preto (SP) para realizar e aprender exames de biologia molecular sob orientação de Ana Maria Roselino. Com 15 artigos publicados em revis-tas indexadas ao Pubmed e seis capítulos de livros nacionais, Ciro enfatiza que todo incentivo à produção científi ca é bem-vindo, já que estimula o pesquisador a desenvolver novos trabalhos.

“A Bolsa Fide vai além, pois propiciará minha par-ticipação em um dos eventos mais importantes para atualização dermatológica. Espero adquirir novos co-nhecimentos e ideias para pesquisa”, afi rma Ciro, que já apresentou trabalhos em congressos realizados em países de língua francesa, como França e Marrocos. O Meeting da AAD será seu primeiro evento em país de língua inglesa. ■

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Ambos participarão pela primeira vez do maior encontro

de dermatologia do mundo

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Amaioria das dermatites causadas por plantas e animais ocorre após contato com ambientes selvagens,1-4 hoje muito valorizados para o la-

zer. A prática de grande parte dos esportes terrestres e aquáticos também ocorre em ambientes abertos, por vezes selvagens. Com isso, podem surgir derma-tites associadas a toxinas ou fenômenos alérgicos, e o conhecimento dos acidentes mais comuns em espor-tistas é útil, pois sua incidência vem aumentando pro-porcionalmente ao número de esportistas amadores e profi ssionais nos últimos anos.

Em uma série de 25 pacientes em área rural e 43 na área litorânea, 36% eram esportistas regulares ou praticavam esportes de maneira irregular, associados a atividades de lazer.4 O número é signifi cativo e justifi ca novos estudos diagnósticos, terapêuticos e preventi-vos. Esses pacientes foram classifi cados pelos tipos de lesões que apresentaram e pelos agentes causadores:

TIPOS DE LESÕES OBSERVADAS

Placas lineares de distribuição bizarra (cnidários, fi tofo-todermatites); nódulos eritematosos (miíases, picadas de carrapatos e abelhas); nódulos eritematosos com espículas (acidentes por ouriços-do-mar); pápulas e

Dermatologia no esporte

Por Vidal Haddad Jr.

Vidal Haddad Junior, daFaculdade de Medicina de Botu-catu (Universidade Estadual Paulista)

placas infl amatórias dolorosas (picadas de abelhas, lagartas); pápulas pruriginosas do tipo prurigo agudo; pustuloses (picadas de formigas); quadros eczemato-sos extensos (contatos com plantas); sangramento e necrose cutânea (envenenamentos por peixes e ser-pentes); vesículas e bolhas (prurigo agudo, fi tofotoder-matites, besouros urticantes)

AGENTES EM DERMATITES AGUDAS EM ÁREA RURAL, MONTANHOSA E SILVESTRE Prurigo agudo (mosquitos) – todos os tipos de esportes terrestres (ciclismo, caminhadas, corridas e outros); fi to-fotodermatite – idem; abelhas – acidentes únicos ou múlti-plos – idem; serpentes (Bothrops) – caminhadas, corridas; carrapatos – caminhadas, corridas; lagartas – caminhadas, corridas; besouros urticantes – todos os tipos de esportes terrestres (ciclismo, caminhadas, corridas e outros).

AGENTES EM DERMATITES AGUDAS EM ÁREA LITORÂNEA Cnidários (águas-vivas) – banhistas, nada-dores, mergulhadores, surfi stas; peixes pe-çonhentos (bagres e arraias) – banhistas, nadadores, mergulhadores; ouriços-do-mar – banhis-tas, surfi stas, mergulhadores.

dermatites por animais e plantas em esportistas em ambientes rurais e litorâneos

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Em ambientes rurais, o prurigo agudo foi mais co-mum, associado ou não a fenômenos alérgicos, assim como as picadas únicas de abelhas.3 As fi tofotoderma-tites também foram comuns, devido à manipulação de frutas cítricas.4 Em determinadas épocas do ano, os car-rapatos causam dermatites vesiculosas extremamente pruriginosas e passíveis de transmitir enfermidades como a febre maculosa e a doença de Lyme. Dor, pápu-las e/ou placas se associam a acidentes por animais peçonhentos como as lagartas,2,4 enquanto pustuloses súbitas após estada no campo podem ser causadas por formigas lavapés (Solenopsis sp).2,3 Vesículas e bolhas nas áreas expostas podem ser causadas por besouros urticantes (potós).2 Necroses podem ser provocadas por animais peçonhentos como arraias, bagres e ser-pentes do gênero Bothrops,1,2 e quadros eczematosos generalizados agudos são sugestivos de contato com os fenóis dispersos no ar por plantas da família Ana-cardiacea, especialmente as aroeiras.4 Em ambientes marinhos ou litorâneos, existe o risco de acidentes como os das áreas rurais, pelo contato crescente com as matas e cursos fl uviais das regiões, mas a maioria dos acidentes está ligada ao mar.1-3 Novamente existe grande incidência de fi tofotodermatites, mas a maior

REFERÊNCIAS: 1. 1. Haddad Jr. V. Haddad Jr. V. Atlas de animais aquáticos perigosos do Atlas de animais aquáticos perigosos do BrasilBrasil: guia médico de identifi cação e tratamento. São Paulo, : guia médico de identifi cação e tratamento. São Paulo, Editora Roca, p.145.2. Editora Roca, p.145.2.

2. Cardoso JLC, França FOS, Wen FH, Malaque CMS, 2. Cardoso JLC, França FOS, Wen FH, Malaque CMS, Haddad Jr. V. Haddad Jr. V. Animais Peçonhentos no BrasilAnimais Peçonhentos no Brasil: biologia, clínica : biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo, Editora Sarvier, p.468.e terapêutica dos acidentes. São Paulo, Editora Sarvier, p.468.

3. Haddad Jr. V. Identifi cação de enfermidades agudas cau-3. Haddad Jr. V. Identifi cação de enfermidades agudas cau-sadas por animais e plantas em ambientes rurais e litorâneos: sadas por animais e plantas em ambientes rurais e litorâneos: auxílio à prática dermatológica. auxílio à prática dermatológica. An. Bras. Dermatol.An. Bras. Dermatol. 2009; 2009; 84: 343-348. 84: 343-348.

4. Haddad Jr. V. Skin manifestations caused by Brazilian 4. Haddad Jr. V. Skin manifestations caused by Brazilian traumatic, allergenic and venomous plants: main species, traumatic, allergenic and venomous plants: main species, therapeutic and preventive measures. J. Venom. Anim. Toxins therapeutic and preventive measures. J. Venom. Anim. Toxins incl. Trop. Dis. 2004; 10 (3): 199-206.incl. Trop. Dis. 2004; 10 (3): 199-206.

incidência de problemas foi provocada por ouriços-do--mar, pisados pelos banhistas e causadores de derma-tite nodular com presença de espículas, geralmente nas regiões plantares.1-3 Os acidentes por águas-vivas e caravelas também podem ser comuns e assemelham--se aos quadros de fi tofotodermatites, podendo haver confusão diagnóstica.1-3

O paciente na maioria das vezes procura um der-matologista na volta à cidade. Devemos estar atentos ao fato, e informações sobre as enfermidades mais co-muns e o conhecimento de suas características podem ser muito úteis para a prática nos consultórios. Os tra-tamentos para essas dermatites podem ser obtidos nas referências citadas. ■

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Biblioteca

Além de organizar a exposição digital intitulada “Lugar de Memória da Sociedade Brasileira de Dermatolo-gia: 80 anos da Biblioteca”, no Congresso de Brasília,

em comemoração aos 80 anos da biblioteca, celebrados em outubro, a SBD acaba de lançar Programa de Orientação para Publicação de Artigo Científi co, o Popac. O serviço vai auxiliar o dermatologista associado quite da SBD na reda-ção, revisão de normas, edição de texto e tradução de arti-gos científi cos para a publicação em revistas especializadas em dermatologia, por intermédio da Palavra Impressa Edito-ra. A condição para tanto é ser o autor principal do artigo e oriundo de Serviço Credenciado.

O programa fará o tratamento editorial dos textos para reduzir as chances de recusa e reprovação pelos periódicos científi cos por falta de clareza ou de cumprimento de nor-mas, bem como por leitura pouco fl uente. A participação se dará da seguinte forma: o chefe de Serviço enviará carta autorizando a submissão do estudo ao Popac, que aceitará um trabalho por Serviço até o fi nal do ano. Este artigo deve-rá ser aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e não poderá ser patrocinado.

Os interessados deverão fazer suas inscrições direta-mente no site da SBD, no portal da biblioteca, bastando o associado preencher a fi cha de inscrição, acrescentando o termo de compromisso e a carta do chefe de Serviço devi-damente assinados, e enviar esse material por correio para a sede da SBD, no Rio. “A documentação será analisada, e, estando em conformidade, a Palavra Impressa Editora en-trará em contato com o autor principal por e-mail”, afi rma Ana Paula Meski, diretora da Biblioteca da SBD.

Biblioteca

Uma das ações mais importantes implementadas pela Diretoria orienta e incentiva a publicação de artigos científi cos

PRÊMIO RIMA – Com contrato renovado, a base Rima oferece cinco créditos por mês para os associados baixarem arti-gos, e ainda existe a possibilidade de este número aumen-tar. Basta entrar em contato com a biblioteca, por meio do e-mail [email protected] e fazer a solicitação. Outra no-vidade importante é a possibilidade da devolução dos cré-ditos do usuário que não tenha conseguido baixar o arquivo solicitado. O processo é concluído em média após 72 horas e, para obter o benefício, o usuário deverá entrar em contato com a biblioteca e informar os dados do artigo indisponível.

Usuários mais assíduos vão concorrer ao Prêmio Rima em Excelência na Atualização Científi ca Internacional. Na premiação, os contemplados ganharão medalhas de ouro e prata e terão 10 pontos acrescidos na Comissão Nacional de Acreditação (CNA). A pontuação tem sido creditada desde fevereiro e a premiação será entregue no fi m do ano. “Esses projetos em andamento mostram o valor dado pela atual Diretoria à nossa biblioteca, que é o grande patrimônio da SBD. Os associados têm essa certeza, e os solicitamos que enviem suas teses, dissertações e livros para o nosso acervo continuar mantendo essa alta qualidade”, disse.

MAIS ATUAIS – Os sites das revistas Surgical e ABD ganha-ram novo visual em setembro. O trabalho de reformulação do layout foi realizado pela empresa GN1, a mesma que faz o sistema de submissão online dos artigos. “O visual fi cou muito moderno e leve, de nível internacional. Espero que os leitores gostem dessa inovação”, considera Izelda Costa, editora chefe dos ABD. ■

Biblioteca

80 anos da Biblioteca

da SBD são celebrados

com diversos projetos

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D e 14 a 17 de novembro, cerca de 30 crianças e adoles-centes entre nove e 12 anos participaram do vigésimo Acampamento Dermacamp, na Fazenda Flamboaiã, em

Pindamonhangaba, São Paulo. Este ano, o projeto de respon-sabilidade social, o único nos moldes voltados para crianças com dermatoses graves, completa 12 anos de atividades inin-terruptas. No projeto, os pequenos participam de sessões de teatro, recreação na piscina, jogos de voleibol, futebol, ofi cina de percussão, de sanfona, sempre interagindo uns com os ou-tros num espaço que estimula seu desenvolvimento interpes-soal e afetivo. O projeto, que há cinco anos recebe apoios ins-titucionais da SBD e da SBD-Resp e organização do Centro de Estudos Dermatológicos Dr. Abrahão Rotberg, da Universidade de Taubaté (Unitau), é realizado anualmente.

“Nos últimos cinco anos a SBD tem sido a responsável pelos custos de estada, alimentação e transporte a partir da capital de São Paulo. A SBD-Resp é responsável pela realiza-ção dos Encontros Dermacamp a cada dois meses (na oca-sião, os responsáveis pelas crianças, médicos e monitores voluntários avaliam os resultados dos pequenos no projeto e também conhecem melhor seu funcionamento), cedendo a sede e fornecendo o lanche dos participantes. O Serviço de Dermatologia da Universidade de Taubaté é responsável pela logística e pelo atendimento médico durante o Acampamento. Temos que agradecer muito à SBD e à SBD-Resp o apoio que o Dermacamp recebe atualmente, que é fundamental para que aconteça. Por diversas vezes, anteriormente, por falta de apoio, tivemos de custear todas as atividades do Acampamento. As crianças que têm vindo de outros estados têm tido seu trans-porte custeado por médicos dermatologistas voluntários que o fazem de maneira anônima e fazem questão de que assim permaneça”, explica o idealizador do projeto e chefe do Serviço da Unitau, Samuel Mandelbaum.

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Em sua trajetória de 12 anos, o Dermacamp, que é apoiado pela

SBD Nacional e SBD-Resp, coleciona histórias de transformações

De acordo com o dermatologista, o único pré-requisito para a criança participar do Dermacamp é estar necessaria-mente em tratamento com algum dermatologista da SBD e, claro, frequentando escola. A participação não envolve custo algum, sendo totalmente gratuita, e no caso de médicos, enfer-meiros e monitores é voluntária. Desde 2001, quando foi cria-do, o Acampamento reuniu cerca de 300 crianças, vindas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Paraíba. “O projeto começou com o total de 12 participantes, passando para mais de 50 nos últimos acampamentos. As crianças que começaram no Der-macamp aos oito anos foram crescendo e não quiseram deixar o projeto”, afi rma Samuel.

O dermatologista revela os planos futuros para o projeto: “Nosso sonho é receber crianças e voluntários do país inteiro. Precisamos do trabalho voluntário de médicos dermatologistas em seus estados, reunindo grupos de crianças em ambulatórios de dermatologia pediátrica e formando delegações para parti-cipar do Acampamento. Temos a certeza de que a SBD apoiará a vinda dessas crianças e dos adultos voluntários, companhei-ros ou monitores. Já estivemos participando de uma apresen-tação do Dermacamp em Salvador, Bahia, e aguardamos a presença dos baianos no Acampamento conosco. Desejamos um dia poder realizar um Acampamento Dermacamp em cada região do país”, ressalta Samuel Mandelbaum.

A novidade desta edição foi a presença de uma voluntária dos Estados Unidos. “Em outras ocasiões, já recebemos crian-ças e voluntários, médicos entre eles, por meio de intercâmbio que temos com a American Academy of Dermatology (AAD), tendo nossos monitores e crianças também já participado de acampamentos nos Estados Unidos”, lembra Mandelbaum. Para informações mais detalhadas e incrições visite o site www.dermacamp.org.br. ■

Mais de uma década de solidariedade

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Destaco nesta edição da coluna, a repercussão po-sitiva do 68o Congresso Brasileiro de Dermatolo-gia nas redes sociais. Os associados elogiaram

vários aspectos do Congresso, entre eles, o alto nível científi co, a estrutura do evento e a excelente organi-zação. Foi respeitado o acordo do limite de vagas para somente 5% de não sócios da SBD. Dessa forma, não houve superlotação nem tumulto, e os associados pu-deram aproveitar ao máximo as atividades científi cas e os eventos sociais, resgatando, assim, o orgulho de pertencer à SBD e o entusiasmo de participar sempre do maior evento anual da Sociedade. A dermatologia para os verdadeiros dermatologistas!

Em um dos diversos fóruns do Congresso, tivemos a oportunidade e o privilégio de discutir os rumos da especialidade com grandes mestres da dermatologia brasileira, entre eles, Dr. Evandro Rivitti, Dr. Cyro Fes-ta Neto, Dr. Bernardo Gontijo, Dra. Gladys Martins, Dr. Jorge José de Souza Filho, além da ilustre presença da presidente e do vice-presidente da SBD, Dra. Denise

Steiner e Dr. Gabriel Gontijo. Durante a sessão, foram debatidos os aspectos mais relevantes das característi-cas de nossa especialidade e o papel do dermatologista no cenário econômico e social atual. Foi um encontro histórico, unindo diferentes gerações de dermatologis-tas, em torno de um bem comum, a dermatologia.

Vários assuntos atuais, que são discutidos constan-temente nas redes sociais, puderam ser confrontados com um passado muito diferente do que vemos hoje. A evolução histórica da dermatologia foi brilhantemente abordada pelo Dr. Bernardo Gontijo e, diante dos as-pectos do passado, pudemos entender o presente e estimar o que nos espera no futuro. Não sabemos ao certo para onde vamos; o cenário dermatológico atual é inédito, confuso e crítico, e muitas variáveis, indepen-dentes de nossa vontade, poderão infl uenciar os rumos da dermatologia. A união da classe, o aprendizado com os mais experientes e a troca de informações são muito importantes neste momento e determinarão o futuro da dermatologia. A participação de todos os associa-

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Carolina Reato MarçonAssessora para Comunicação SBD

Mídias Sociais

Interações das mídias sociais no Congresso Brasileiro de Dermatologia

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dos de diferentes gerações, competências, estados, ci-dades e atividades soma, fortalece, propicia aquisição de informações e consciência sobre fatos, favorecendo a efetividade de ações.

Na sessão, foi possível compreender que a percep-ção dos mais jovens em relação aos mais experientes, e vice-versa, é muitas vezes equivocada, simplesmen-te porque a dermatologia mudou, os momentos e situações são diferentes e discrepantes, e o desconhe-cimento gera preconceitos que não somam, apenas desfavorecem. Discussões como essa esclarecem mui-tas coisas e fazem com que mudemos conceitos pesso-ais. Seria interessante se pudéssemos interagir sempre, presencialmente ou via redes sociais.

Um dos temas em voga, que é dos mais frequen-tes nas redes sociais, foi a invasão desenfreada da der-matologia. As especialidades mais procuradas são as que oferecem maior ganho fi nanceiro e menor carga de trabalho, e, nesse contexto, a dermatologia é uma das especialidades mais requisitadas.

De acordo com o último censo médico (2013), o Brasil se aproxima dos 400 mil médicos e atinge taxa de dois profi ssionais por 1.000 habitantes. Cerca de 13 mil médicos são diplomados por ano e a distribuição desses médicos nas diferentes regiões do país é desi-gual. Em São Paulo, por exemplo, o número de médico cresceu 33% em 10 anos. A diminuição do ritmo de crescimento populacional, secundário à queda da fe-cundidade, e a rápida evolução no número de médicos fazem com que ocorra aumento progressivo da razão médico/habitante. Com a abertura de novas escolas e vagas de medicina e facilitação da entrada de médicos

estrangeiros, estima-se que em 2022 tenhamos 2,52 médicos por 1.000 habitantes, número muito acima do preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, 55% dos médicos brasileiros pos-suem título de especialista. Em 2012, tivemos 430 va-gas de residência médica para 53 especialidades, tendo sido as mais concorridas: dermatologia (22 candidatos por vaga), radiologia (16), otorrinolaringologia (15) e anestesiologia (11,65).

Baixa remuneração, más condições de trabalho, per-da da dignidade e respeito de médicos e não médicos (biomédicos, fi sioterapeutas, dentistas, farmacêuticos etc.), somadas à falta de fi scalização e regulamentação e aos empecilhos jurídicos (judiciário frágil e inefi cien-te), fazem com que a invasão da dermatologia aumente exponencialmente. Com isso, as complicações de proce-dimentos realizados por não médicos, estetas e pseudo-dermatologistas, tornam-se cada vez mais frequentes. Uma das sugestões dos associados é que seja elaborado pela SBD um protocolo de atendimento às complica-ções, com padronização das condutas e possibilidade de proteção contra eventuais consequências processuais.

Nosso foco principal agora é lutar para que a der-matologia sobreviva diante de tanta invasão e pela preservação da saúde dos pacientes, que, sem dúvida, serão os mais prejudicados. A ética deixou de existir, os valores estão invertidos, e a população se confunde. A briga é jurídica e política. A união da classe é funda-mental neste momento, e as mídias sociais favorecem e facilitam o entrosamento entre os associados e cada vez mais mostram-se como recurso efi caz e positivo para que alcancemos nossos objetivos. ■

TED terá prova prática oral a partir de 2015

A partir de 2015 será incluída a prova prática oral no Exame do Título de Especialista da SBD. A decisão foi também aprovada pela Assembleia Geral Ordinária da SBD, ocorrida no dia 9 de setembro, em Brasília. As

modifi cações, no entanto, não poderão ser adotadas imediatamente. Antes de concretizadas, será criada uma Comissão para estudar a melhor forma de imple-mentar a prova prática oral a partir de 2015, nos moldes dos melhores métodos de avaliação de formação médica existentes. Segundo o vice-presidente da SBD, Gabriel Gontijo, “essa mesma Comissão irá sugerir toda a logística desse tipo de avaliação oral que será implantada”.

Já a avaliação opcional para os R3 de Serviços Credenciados da SBD será mantida, e os aprovados farão apenas a prova prática oral. A Comissão do Título de Especialista deverá avaliar a possibilidade de a avaliação opcional ser aplicada também para os R2 dos Serviços Credenciados da SBD. Não há previsão para que essa avaliação do R2 seja implementada, já que a SBD deve seguir as obrigações legais junto à AMB. ■

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Congresso Brasileiro cumpre seu papel de levar sólido conhecimento científi coa dermatologistas em tempos turbulentos na área da saúde pública do país

Durante quatro dias, Brasília foi o destino principal dos aproximadamente 3.500 dermatologistas inscritos no 68o Congresso Brasileiro de Derma-

tologia (CBD). De 7 a 10 de setembro, o Centro de Con-venções Ulysses Guimarães sediou uma série de fóruns, cursos, simpósios e palestras, que reuniu 500 especia-listas nacionais e estrangeiros de toda parte do mundo para a troca de conhecimentos e experiência profi ssio-nal. “Durante quatro dias, a capital federal foi a meca da dermatologia brasileira. Resultado dos esforços de centenas de profi ssionais que assumiram com orgulho a tarefa de oferecer um amplo espaço de conhecimento, troca de experiências, capacitação e amizade. Em nome da Comissão Organizadora do Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), agradeço a todos que compareceram e fi zeram do evento uma experiência inesquecível”, disse Gilvan Alves, presidente do CBD.

O programa científi co recebeu elogios dos partici-pantes, deixando um grande legado para os especialis-tas. Temas tradicionais como a história da dermatologia e o futuro da especialidade foram debatidos de maneira entusiástica por grandes médicos que compõem a enti-dade, hoje com 7.100 associados. A presidente da SBD,

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Denise Steiner, e o vice-presidente, Gabriel Gontijo, es-tiveram presentes em várias palestras, mostrando enga-jamento e compromisso com a SBD e seus associados. Uma das aulas a que eles assistiram e em que levanta-ram questões importantes para os rumos da especiali-dade intitulou-se Anvisa e Defesa Profi ssional, assunto que vem sendo muito bem trabalhado pela atual Direto-ria. Representando o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), o diretor José Luiz Dantas Mestrinho debateu ao lado dos dermatologistas Vicente Pacheco, da Câmara Técnica de Dermatologia no CFM, e Samuel Mandelbaum, integrante da Comissão de Defesa Profi s-sional da SBD desde 1994, os desdobramentos do Ato Médico. “Este é um momento de refl exão proporciona-do pelo governo. Que esse panorama nos auxilie a criar uma consciência tão necessária”, disse Mestrinho, as-sinalando que a categoria médica ainda é muito pouco participante, mas que a dermatologia se destaca pela persistência nas questão da melhoria profi ssional. “Exis-te no Brasil cerca de 400 mil médicos. A dermatologia é uma das especialidades que mais primam pelo seu pro-fi ssional. E é por isso que tem esse grande número de associados.”

SBD no centro dos acontecimentos:Dermatologia do país fortalecida

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gência Brasil

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A presidente da SBD frisou a iniciativa recente da en-tidade em preparar e enviar a senadores e a deputados um documento mostrando as contrarrazões da SBD à Lei do Ato Médico e as complicações de procedimen-tos realizados por não médicos. “Nosso relacionamento com a AMB é o melhor possível, e estarmos inseridos e dialogando constantemente com a entidade é funda-mental neste momento. Lamentamos que esse quadro adverso não seja rapidamente resolvido, mas estamos trabalhando juntamente com as entidades médicas para tentar reverter essa situação de toda a nossa classe”, salienta Denise Steiner. “Sentimos necessidade de ter maior ativismo político profi ssional. Gradativamente, va-mos conseguir esse objetivo. Nós, médicos, temos saído da nossa zona de conforto para ir à luta”, reforça Vicente.

Já na parte social, a festa de encerramento, que este ano ocorreu no último dia do evento, também agradou, por permitir que todos pudessem participar do congres-so sem perda do aprendizado. “Deixo meu agradeci-mento a toda a comissão organizadora, que realizou um trabalho brilhante e exaustivo desde o ano passado para que esse Congresso ocorresse da melhor forma possí-vel. Creio que cumprimos bem a missão. A dermatologia brasileira se fortalece”, frisa Gilvan.

Uma das mudanças dessa edição foi o fato de as ins-crições para não dermatologistas fi carem restritas a 5% da capacidade do evento, o que reforça a preocupação da SBD com a defesa profi ssional. “Esse é um ponto im-portante e contínuo na nossa gestão. Ter essa medida adotada no Congresso é uma forma de valorizar nos-sos verdadeiros especialistas. Vimos que o Congresso de Brasília foi mais tranquilo, com presença maciça dos nossos colegas dermatologistas”, pontua Denise, lem-brando que houve procura e elogios de todos os temas dentro da programação, que foi muito bem-planejada.

Um show com a banda de rock Capital Inicial encer-rou de forma descontraída o evento dermatológico, que já pensa em Recife, próxima cidade a sediar o Congresso Brasileiro. Nos anos seguintes, as cidades que recebe-rão o CBD serão São Paulo, em 2015, Porto Alegre, em 2016, e Salvador, em 2017.

CERIMÔNIA DE ABERTURA

A presidente da SBD disse na cerimônia de abertura que a SBD tem reforçado seu vínculo de atuação junto às entidades médicas, como a Associação Médica Bra-sileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM), destacando a criação da Câmara Técnica de Dermatolo-gia, criada em 2012, e a luta junto ao governo federal ao apresentar as defesas da classe. “Estamos caminhando e atentos a tudo o que está acontecendo, honrando sem-pre essa Sociedade centenária. Também temos procu-rado nos dedicar às questões científi cas e de formação, para que os jovens sejam bem formados e que tenham apoio, bem como promover aproximação cada vez mais intensa com as Regionais. Cada estado tem trabalhado em suas especifi cidades, e isso nos tem deixado felizes”, aponta a presidente. O presidente do Congresso, Gilvan Alves, agradeceu o apoio institucional dado pela Direto-ria, ressaltando que a dermatologia é mais importante que o dermatologista.

APLICATIVO

O aplicativo ofi cial do 68o Congresso Brasileiro de Der-matologia fez sucesso entre os presentes. Pelos corredores e salas do Centro de Convenções, os congressistas utilizaram o Demarto2013 para se atualizar sobre a programação, checar informações e interagir pelas redes sociais.

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DECISÕES DO CONSELHO DELIBERATIVO E ASSEMBLEIA

Durante a reunião ordinária do Conselho Deliberati-vo da SBD, ocorrida no dia 6 de setembro, houve a defi -nição por votação dos novos membros das Comissões Permanentes da SBD. Foram eleitos para a Comissão de Ética e Defesa Profi ssional, José Ramon Varella Blanco (RJ) e Antonio Renê Diógenes de Sousa (CE); na de Tí-tulo de Especialista, Francisca Regina Oliveira Carneiro (PA) e Walter Belda Jr (SP); na Comissão de Ensino, Cídia Vasconcellos (SP); e na Comissão Científi ca, Caio de Castro (PR). Conforme o estatuto, os dermatologis-tas eleitos são associados titulares da SBD há mais de cinco anos e quites com suas obrigações sociais.

Também foram inscritos os candidatos para con-correr às próximas eleições, que defi nirão a próxima Diretoria Executiva da SBD para o biênio 2015/2016. São eles: Gabriel Gontijo (presidente), Jayme de Oli-veira Filho (vice-presidente), Leninha V. do Nascimento (tesoureira), Leandra Metsavaht (secretária geral), Flá-via Addor (primeira secretária) e Oswaldo Delfi ni (se-gundo secretário). A outra chapa é formada por Sérgio Palma (presidente), Silvia Schmidt (vice-presidente), Joaquim Mesquita (tesoureiro), Fernanda Gavazzoni (secretária geral), Adilson Costa (primeiro secretário) e Lúcia Arruda (segunda secretária).

Uma ação importante implementada recentemente pela Diretoria foi uma consultoria fi nanceira para ava-liar sua atual situação, incluindo as Regionais. A audi-toria constatou que a SBD tem sobrevida de 19 meses e ainda depende dos recursos obtidos no Congresso Brasileiro. Já algumas Regionais têm sobrevida de 100 meses, como a do Maranhão. O levantamento inédito vai ajudar na elaboração de planejamento estratégico visando a melhores resultados fi nanceiros. Em julho, as Regionais da SBD receberam aporte de 63 mil reais.

CAMPANHA PSORÍASE A presidente da SBD, Denise Steiner, e o coordena-

dor da Campanha Nacional de Psoríase, Marcelo Arno-ne, lançaram durante o Congresso Brasileiro, o primeiro evento ofi cial da Campanha Nacional de Conscienti-zação de Psoríase 2013, que teve seu auge no dia 29 de outubro e enfocou o tratamento da doença e o ga-nho da qualidade de vida para o paciente. Participaram membros da Diretoria e congressistas.

Os cursos de atualização em psoríase tiveram con-tinuidade no dia 28 setembro, em Cuiabá, sob coor-denação de Marcelo Arnone e com a participação de André Vicente de Carvalho, do Rio Grande do Sul. E, em outubro, Salvador recebeu a dermatologista Tânia Cestari, também do Rio Grande do Sul, que abordou assuntos como avanços em fototerapia, psoríase na infância, o que há de novo em imunopatogenia, entre outros. A próxima edição do JSBD destacará o V Sim-pósio de Psoríase, realizado em 24 de outubro, em SP.

Na foto, a presidente fala durante a Assembleia Geral, ocorrida no dia 9 de setembro

Denise Steiner e Marcelo Arnone no momento do lançamento da cam-panha, que contou com a presença de membros da diretoria e associados

A imagem mostra a sala lotada para a reunião do Conselho Deliberati-vo, realizada no dia 6 de setembro

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O coordenador da Campanha Nacional de Psoríase, Marcelo Arnone, o ex-presidente de congresso da SBD e deputado estadual suplente pelo RN, Arnobio Pacheco, a presidente da SBD, Denise Steiner, o sena-dor Paulo Davim, e o editor médico do JSBD, Omar Lupi

DEMANDAS ENVIADAS A GOVERNANTES

Em 11 de setembro, durante o Congresso Brasileiro, a Diretoria realizou uma consulta privada com o sena-dor Paulo Davim, médico e grande apoiador das causas médicas no Senado Federal. O objetivo foi apresentar sua pauta de solicitações, que inclui, entre outros as-suntos, o apoio do governo ao projeto “A Pele e o Sol”, gibi lançado pela SBD-Resp que busca conscientizar as crianças em idade escolar sobre boas práticas em exposição solar na infância. “Levamos também a so-licitação de apoio ofi cial do governo federal ao WCD Rio 2019 bem como solicitamos a inclusão da psoríase como indicação formal para uso dos biológicos”, infor-mou Omar Lupi. Foi discutida ainda a insatisfação dos dermatologistas com o projeto Mais Médicos. Além do senador Paulo Davim, a Diretoria se reuniu com o de-putado federal Fábio Faria.

CAMINHO ÁRDUO

Em agosto, a Diretoria da Sociedade foi a Brasília entregar pessoalmente a senadores e deputados o dossiê técnico com as razões e contrarrazões da SBD para a derrubada dos vetos à Lei do Ato Médico. Na oportunidade, em conjunto com outras entidades mé-dicas, foram estabelecidas reuniões para o enfrenta-mento da crise na saúde. “Elaboramos um documento bastante completo, contendo nossas justifi cativas e as discordâncias com relação ao que estava sendo vetado. Também incluímos um documento mostrando os pro-cedimentos de riscos que a população fi caria exposta ao ser atendida por não médicos. Os senadores fi caram sensibilizados, mas as ações da política brasileira são complexas. Independentemente dos resultados adver-sos, vamos continuar a trabalhar e a mostrar as nossas manifestações aos representantes do governo”, assina-la Denise Steiner. ■

Em um dos encontros, Denise Steiner e Gabriel Gontijo mostram o posicionamento da SBD ao sena-dor Romero Jucá

Representantes da SBD se reúnem com os senadores Gim Argello e Gabriel Chalita

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24 Jornal da SBD ● Ano 17 n.5

Novos associados da SBD são recepcionados

pela Diretoria em coquetel de boas-vindasEm ação inédita na história da entidade, Jovens aprovados no TED 2013 recebem kits contendo material informativo sobre gestão e outros assuntos importantes para orientá-los no início de suas carreiras

A recepção aos aprovados na Prova de Título de Espe-cialista em Dermatologia da SBD não poderia ter sido melhor. Dezenas de jovens aprovados no último exa-

me, ocorrido em 14 de abril em São Paulo, participaram de um coquetel de boas-vindas idealizado pela Diretoria, para marcar esse momento tão fundamental em seus caminhos profi ssionais. Na cerimônia, ocorrida no dia 9, no estande da SBD, os dermatologistas receberam das mãos da presidente, Denise Steiner, e do vice-presidente, Gabriel Gontijo, um kit contendo fascículos para leitura sobre temas diversos, como gestão, marketing, normas da Anvisa, ética e publicidade mé-dica, comportamento perante a mídia, além de canudo sim-bólico, contendo mensagem institucional, caneta, chaveiro e bóton. A ideia foi bem recebida pelos jovens, que elogiaram a maneira como foram recepcionados, fato inédito nesses 100 anos de SBD.

“Nós achamos que eles mereciam essa recepção e esta-mos lutando para que consigamos realizar um curso de gestão de clínicas mais aprofundado. Estamos estudando uma parce-ria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) para que possamos implementar isso já no ano que vem”, adianta Gabriel Gontijo. O vice-presidente frisou a importância da obtenção do Regis-tro de Qualifi cação do Título (RQE), já que sem ele os médicos

fi cam impossibilitados de se denominar dermatologistas. “Sa-bemos o quanto é difícil chegar aqui e é por isso que valori-zamos muito a conquista de vocês”, completa Denise Steiner.

Mineiro da cidade de Formiga, Marcelo Batista, de 38 anos, ressaltou a aproximação da Diretoria com os jovens aprovados. “Isso nos deixa à vontade para participar mais diretamente da SBD. Essa aproximação cria mecanismos de confi ança e que-bra a hierarquização, gerando uma relação mais leve entre to-dos”, refl ete Marcelo, que fez residência na Faculdade de Me-dicina de Itajubá (MG). “A iniciativa foi muito válida, sobretudo em nos oferecer esse material informativo que contém assun-tos importantes para nos ajudar nesse início de carreira. É uma ação que nos faz sentir acolhidos como membros titulares da SBD”, emenda Luciana Rabelo de Carvalho, de Brasília, que concluiu a residência no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

RQE – Para efetuar o registro, basta entrar no site da SBD (www.sbd.org.br) e acessar o passo a passo da requisição. A confecção do Título é responsabilidade do aprovado, e o pro-cesso todo demora cerca de cinco meses, depois do que é ne-cessário registrar o título no Conselho Regional de Medicina (CRM) de seu estado. ■

Ações da diretoria

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Jornal da SBD Ano 17 n.5 ● 25

Lançada durante o Congresso Brasileiro de Dermato-logia, a Campanha Pele 100%, promovida pela SBD junto com o Grupo Triunfo, vai ser apresentada às

mídias brasileiras este ano e em 2014 com o objetivo de conscientizar a população da importância de procurar um profi ssional capacitado para cuidar da pele, dos ca-belos e das unhas.

Procure um dermatologista SBD, trate sua pele com quem entende 100% do assunto é o mote da campanha que pretende abordar pontos importantes que podem impactar a saúde da pele: proteção solar e câncer da pele, cosmiatria, cirurgia dermatológica e laser.

A campanha estará presente em quase todas as pla-taformas de comunicação, com a exibição de quatro ví-deos nas tevês nacionais; anúncios nas maiores revistas de saúde e bem-estar, incluindo as plataformas digitais. Já no fi m de outubro, a entidade lançou o site (www.pelecemporcento.com.br) e as redes sociais deram iní-cio à divulgação de conteúdo atualizado sobre cuidados com a pele. Um material de conscientização sobre os profi ssionais adequados para se tratar, além de inserção

campanha: pele 100% dermatologista da SBD

é lançada em setembro

de conteúdo online nos principais sites de saúde e bem--estar serão outras ferramentas de divulgação.

A atriz Lavínia Vlasak abraçou a causa de maneira autruísta e será a embaixadora da campanha, atuando na divulgação sem qualquer tipo de ônus para a SBD. “Queremos que a população saiba quem é o especialista da SBD, nosso objetivo é valorizá-lo. Ao longo da ação, vamos mostrar várias doenças de pele importantes na saúde pública, como a hanseníase, a psoríase, que em alguma oportunidade estarão nessa agenda. Além da fotoproteção, do câncer da pele, da cosmiatria, do laser e da cirurgia dermatológica. A Diretoria enxerga a der-matologia como um todo, e a campanha está completa-mente integrada às nossas Regionais”, salienta a presi-dente Denise Steiner.

Também em parceria com o Grupo Triunfo, a SBD realizou uma pesquisa com os associados de todo o Brasil para a elaboração de uma proposta de nova mar-ca para a entidade. A votação foi realizada durante os meses de agosto e setembro e em breve o resultado será divulgado. ■

Mensagem da campanha abordará três pilares: doenças da pele, proteção solar e câncer da pele, cosmiatria, cirurgia dermatológica e laser

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Artigo - Esporotricose

A esporotricose é a micose subcutânea mais comum da América Latina e endêmica em alguns países da Amé-rica do Sul, incluindo o Brasil. Benjamin R. Schenck foi

o primeiro cientista que descreveu a doença, em 1896, a par-tir de lesão em quirodáctilo com formação de abscessos que drenavam secreção seropurulenta no braço (Johns Hopkins Hospital Bulletin, 1898).

A publicação de Barros, MB e colaboradores (Mem Inst Oswaldo Cruz, 2001 96(6) 777-9), alertava para o início da epidemia no Rio de Janeiro, sob o título “Esporotricose: uma zoonose emergente no Rio de Janeiro”. Relatava a ocorrên-cia de esporotricose entre 1987 e 1998, quando 13 casos foram notifi cados. Após dois anos, 60 humanos e 117 gatos receberam o diagnóstico de esporotricose.

Já se passaram 15 anos desde o início da epidemia e con-sidera-se que ela está fora de controle, com agravo adicional de contaminação do ambiente. Não se conhece até hoje ne-nhum outro lugar em que a doença tenha assumido propor-ções epidêmicas como ocorre no estado do Rio de Janeiro, considerada hoje a maior epidemia de transmissão zoonótica do mundo. Era de estranhar que não tivéssemos quadro se-melhante no estado de São Paulo, pela proximidade e pelas condições epidemiológicas semelhantes.

A partir de rumores sobre a presença de felinos com es-porotricose na região de A. E. Carvalho, Itaquera, zona leste da cidade de São Paulo, foi iniciada investigação em maio de 2011 pela Gerência do Centro de Controle de Zoonoses da Coordenação de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo – CCZ (Centro de Controle de Zoono-ses) – Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde).

Nos meses de junho e julho, a partir do mapeamento dos casos rastreados, delimitaram-se três áreas de concentra-ção distintas, próximas entre si, e realizou-se busca ativa por equipe conjunta do CCZ, da Gerência de Vigilância em Saú-de Ambiental – GVisam e Suvis Itaquera. Foram trabalhados 865 imóveis, onde foram encontrados 198 gatos e 486 cães. Desses, 25 gatos e um cão apresentaram lesões sugestivas de esporotricose.

Inspirada nas lições do Rio de Janeiro e a fi m de evitar proporções epidêmicas foi realizada força-tarefa envolvendo Covisa (Controle de Vigilância do Município de São Paulo), CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e Iier (Instituto de Infectologia Emílio Ribas) para agilizar fl uxo de informações, de controle e também de tratamento. Assim, para fi ns de in-vestigação a partir de 20 de setembro de 2011, temos: Caso suspeito: Paciente com nódulos e/ou úlceras que não cicatri-

zam, com ou sem comprometimento linfático, e que tenha tido contato nos últimos 12 meses com gatos com lesões no-dulares e/ou ulceradas. Suspeitar de lesões em veterinários, cuidadores de animais em clínicas ou não. Caso confi rmado: Evidências clínico-epidemiológicas associadas a exames complementares como exame direto e cultura, sorologia e exame anatomopatológico.

Situações e fl uxo de informação de esporotricose no mu-nicípio de São Paulo:

1. O paciente é atendido em qualquer unidade de Saúde (Centro de Saúde, PS, consultório particular etc.) e relata que teve ferimento com gato (doente ou não). Confi rmou o caso com exames complementares. Notifi car o CCZ e a Covisa.

2. O paciente é atendido em qualquer unidade de Saúde (Centro de Saúde, PS, consultório etc.) e relata que teve fe-rimento com gato (doente ou não), no entanto, não se tem condições de confi rmar o caso: encaminhar para o Iier, Av. Dr. Arnaldo, 165 (Ambulatório de Dermato-Infectologia), às segundas e quintas-feiras, de 8h ao meio-dia, sem agenda-mento e aos cuidados de José Angelo Lindoso/Luiza Keiko.

3. Os casos confi rmados têm sido medicados com itraco-nazol no momento inicial do surto.

Considerando que a esporotricose é zoonose emergente no município de São Paulo, é necessário conhecer a situação epidemiológica dessa doença em nosso meio. Portanto, to-dos os serviços de saúde deverão estar atentos a esse agravo. É necessário que clínicos e, principalmente, dermatologistas estejam atentos para o diagnóstico clínico epidemiológico e contactem os serviços de referência.

Informações básicas: 1. CCZ – Centro de Controle de Zoonoses. Tel.: (11) 3397-8918 para notificação de animais suspeitos ou doentes; 2. Covisa – Controle de Vigilância Sanitária, Subgerência de Vigilância de Zoonoses e Agra-vos Transmitidos por Vetores. Tel.: (11) 3397-8296 para casos suspeitos ou confirmados em humanos; 3. Iier – Ins-tituto de Infectologia Emílio Ribas. Tel.: (11) 3896-1388 em casos de dificuldades de confirmação diagnóstica e tera-pêutica. ■

DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE ESPOROTRICOSE NOTIFICADOS NO IIER: DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE ESPOROTRICOSE NOTIFICADOS NO IIER: DE JANEIRO DE 2011 A

AGOSTO 2013, FORAM ATENDIDOS 38 CASOS SUSPEITOS, COM 27 CONFIRMADOS E 11 EM

FASE DE CONCLUSÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA. (FONTE: SEÇÃO DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓ-

GICOS E PLANEJAMENTO DO SERVIÇO DE EPIDEMIOLOGIA DO IIER. DADOS ATÉ 2 DE AGOSTO

DE 2013)

Por Luiza Keiko

Luiza Keiko (SP)Coordenadora do Departamento de

DST & Aids da SBDCRM 28645 SP

Surto epidêmico de esporotricose na Grande São Paulo

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Jornal da SBD Ano 17 n.5 ● 27

A força do laser na dermatologia

N os últimos anos, o uso do laser na medicina tem evo-luído bastante, e os equipamentos tornaram-se mais efi cazes e menos agressivos. Na dermatologia, dis-

pomos de aparelhos que podem tratar cicatrizes inestéticas, lesões vasculares, lesões pigmentares, além de depilação e rejuvenescimento, e, até mesmo, vitiligo e psoríase. Os estu-dos sobre física e fundamentos do laser e luz pulsada são de extrema importância para o perfeito manuseio das máquinas a fi m de evitarmos eventos adversos desnecessários.

Por esses motivos, a Sociedade Brasileira de Dermatolo-gia (SBD) defende exaustivamente a utilização desses apa-relhos por profi ssionais médicos. Nos dias de hoje, a popu-laridade desses procedimentos tem aumentado, com maior número de profi ssionais não médicos inadequadamente su-pervisionados utilizando os lasers e luz pulsada para diversas fi nalidades e levando a signifi cativo aumento na incidência de complicações, como queimaduras e alterações pigmentares permanentes, bem como erros de diagnóstico de condições médicas graves. Por esse motivo, em agosto, a presidente da SBD, Dra. Denise Steiner, junto com o vice-presidente, Dr. Ga-briel Gontijo, estiveram em uma reunião em Brasília e entre-garam um complexo dossiê ressaltando essas complicações, além de lutar a favor do ato médico, com objetivo de mudar essa e outras realidades atuais. Infelizmente, o desfecho foi desfavorável para nossa classe médica, mas a esperança e a continuidade nessa luta persistirão.

Outro importante trabalho realizado pela SBD foi a exi-gência de que as empresas que comercializam aparelhos de laser e luz pulsada para a classe médica forneçam a documentação comprobatória dos registros na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desses aparelhos, juntamente com sua classifi cação de risco. As empresas que comercializavam máquinas sem seus devidos registros foram orientadas a recolher esses equipamentos. Quanto aos apa-relhos de laser que eram registrados, mas que não foram re-validados, seu uso poderá ser feito enquanto durar a vida útil do aparelho, que, contudo, não poderá ser comercializado. Ou seja, o que a Anvisa proíbe é a comercialização do aparelho com registro vencido, e não a sua utilização. Essas e outras informações e dúvidas poderão ser encontradas no site da Anvisa (www.anvisa.gov.br), em equipamentos para saúde.

Outro ponto de discussão a respeito dos aparelhos de laser e LIP foi quanto a sua classifi cação de risco. Com relação ao

risco à saúde associado à tecnologia (RDC número 185/2001), a Anvisa classifi cou os aparelhos de laser em: classe I: baixo risco; classe II: médio risco; classe III: alto risco; e classe IV: má-ximo risco. Teoricamente, os lasers utilizados na dermatologia são classifi cados como classe III, no entanto, encontramos al-gumas divergências em classifi cações de aparelhos comercia-lizados e usados rotineiramente no nosso meio. Acreditamos que lasers com penetração mais profunda na pele, como Yag 2940, e CO2, que têm comprimento de onda de 10600nm, pelo maior risco de complicações como queimaduras graves, discromias permanentes e cicatrizes, deveriam ser classifi ca-das como máximo risco à saúde (classe IV).

Quanto aos aparelhos de luz pulsada, de modo geral, a Anvisa os classifi ca como classe II. No Brasil, um problema que vem ocorrendo está relacionado à compra e utilização dos aparelhos de luz pulsada de origem desconhecida e du-vidosa, usados em clínicas de estéticas por profi ssionais não médicos, para fi ns principalmente de fotodepilação. Devido às complicações que podem ocorrer, não concordamos em classifi car a luz pulsada em médio risco à saúde, agravando ainda mais essa condição, quando seu uso é indiscriminado. Julgamos, portanto, que classifi cá-la em alto risco à saúde do paciente (classe III) seria o melhor feito.

Em função disso, a Diretoria da SBD e o Departamento de Laser formularam um documento para ser entregue aos responsáveis técnicos da Anvisa com propósito de modifi car essa situação. No último Congresso Brasileiro de Dermatolo-gia, realizado em Brasília, os representantes da Anvisa foram convidados a participar do Fórum de Defesa e Ética Profi s-sional, a fi m de discutir essas e outras questões. Infelizmen-te, nenhum deles compareceu. Entendemos que a mudança nessa classifi cação de risco é um ponto a mais em defesa da classe médica, com o objetivo de que sejam seus membros os únicos profi ssionais capacitados a manusear os aparelhos, uma vez que tais procedimentos são passíveis de complica-ções mesmo que executados por profi ssionais qualifi cados.

Enfi m, o principal objetivo da SBD é defender o correto exercício da medicina, com o uso adequado de novas tec-nologias a favor do paciente. Tem por obrigação orientar os associados quantos às diversas questões que surgem e lutar por essas causas. Sabemos que muitas vezes, o caminho é árduo, mas a esperança e a persistência devem sempre per-manecer. ■

Por Caroline Assed Saad

Caroline Assed Saad (RJ) Membro Titular da SBD e da SBCDCRM: 5283072-0 RJ

Artigo - Laser

A força do laser na dermatologia

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O ano de 2014 será especial para a dermatologia brasileira e latino-americana. Em novembro, a cidade do Rio de Janeiro vai receber o XX Con-

gresso Ibero-Latino-Americano (Cilad), após período de 31 anos e pela terceira vez na história. O último encontro ocorreu em 1983, no Centro de Convenções do Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, e reuniu 600 participantes de 26 países, sob a organização dos pro-fessores Rubem David Azulay, na época presidente, e José Serruya, secretário-geral. Além da expectativa de todos por grandes aulas, o congresso do ano que vem reserva uma particularidade: o Cilad se adequará às normas que a SBD utiliza em seus congressos anuais e seguirá estritamente a política de inscrições da entida-de, restringindo a participação a membros da SBD e do Cilad e abrindo espaço para a presença de apenas 5% de não sócios, como o estabelecido anualmente nos congressos brasileiros de dermatologia.

Os dermatologistas vão desfrutar de um programa completo – já em fase de preparativos –, abrangen-

do cosmiatria, laser, cirurgia dermatológica, além das doenças infectoparasitárias, em parceria com a Funda-ção Oswaldo Cruz. O Congresso avançará com inova-ções no idioma: todas as aulas serão 100% bilíngues (português/espanhol). “Essa mudança irá permitir que todos os membros do Congresso possam compreender as conferências, simpósios e workshops nas duas lín-guas ofi ciais do Cilad. Isso nos deixa um precedente im-portante e esperamos que nos futuros congressos isso continue a acontecer para que perdure o benefício para os membros do Colégio”, opina o presidente do Cilad, Jorge Ocampo Candini.

Destaque também para o número de estrangeiros participantes mostrando a consolidação da estraté-gia de internacionalização brasileira, sobretudo com o apoio da América Latina. Serão 350 coordenadores de atividades estrangeiros e aproximadamente 3.500 es-pecialistas de todo o mundo, entre palestrantes de bom potencial científi co. Para o presidente do XX Cilad Rio, Omar Lupi, a presença maçica de estrangeiros no Brasil

30 Jornal da SBD ● Ano 17 n.5

SBD defi ne alinhamento institucional com o Cilad na vigésima edição do Congresso Processo de inscrições será idêntico ao que

ocorre no Congresso Brasileiro de Dermatologia,

com apenas 5% das vagas destinadas a não

associados da SBD e do Cilad

Jorge Ocampo, presidente do Cilad, Fernando Gatti, ex-presidente do Cilad, Denise Steiner, presidente da SBD, e Omar Lupi, presidente do Congresso Cilad Rio 2014

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“evidencia a capacidade de organização do país na rea-lização de eventos científi cos consistentes e atrativos”. Já confi rmaram presença os dermatologistas Bruce Thiers, Mark Lebwohl e Stephen Tyring (dos EUA), Thomas Ruziscka (Alemanha) e Jacek Szepietowski (Polônia). Todos acreditam em um grande evento.

“O Conselho de Administração do Cilad e eu parti-cularmente achamos que este XX Congresso no Rio de Janeiro será a maior conferência da história do Cilad, sob todos os pontos de vista, já que será assistido por mais de 6 mil delegados de toda a América ibérica, que tem o maior número de simpósios, ofi cinas, apresen-tações orais e posters. Temos também uma extensa e magnífi ca exposição técnico-comercial. Eventos so-ciais maravilhosos que todos os participantes poderão compartilhar, desfrutando da diversidade da cultura brasileira. Tudo em um cenário majestoso, como é o centro de convenções e da cidade do Rio de Janeiro”, assinala Ocampo.

Após ter rompido a barreira de 7 mil associados, a SBD, a SBD volta seus olhos para a busca de soluções e parcerias conjuntas com seus vizinhos. A intenção é de que juntos possam fortalecer sua importância no con-texto mundial. “Ações agudas estão sendo traçadas ao longo desses anos entre o presidente do Cilad, Jorge Ocampo, e a SBD para tornar a relação das duas enti-dades mais coesa”, informou Lupi. “O Cilad é a maior e mais importante entidade ibero-latino-americana da nossa especialidade, composta por dermatologistas de mais de 23 países. Somos uma organização moderna, temos uma equipe administrativa e profi ssional com grande dedicação ao serviço, temos comunicação ele-trônica frequente e constante com nossos parceiros por meio do Infocilad (newsletter), Facebook e Twitter. Nosso site é constantemente atualizado e recebe mais de 350 mil visitantes por ano. Temos nossa revista Me-dicina Cutânea que é distribuída em formato impresso e eletrônico. Apoiamos a realização de várias obras,

Cilad 2014

Jornal da SBD Ano 17 n.5 ● 31

como livros impressos, eletrônicos, atlas e CDs, que suportam o crescimento de nossos parceiros e nossa especialidade. Estamos confi antes de que a inclusão de um maior número de parceiros brasileiros vai fortalecer ainda mais nosso Colégio, porque temos a consciência de quão importante e valiosa é a dermatologia brasi-leira para o mundo dermatológico, sobretudo para nós, ibero-latino-americanos”, complementa Ocampo.

O XX Cilad vai ocorrer de 15 a 18 de novembro, no Riocentro, com o apoio da SBD e SBCD. O site do con-gresso (www.cilad-rio.com) está disponível para con-sultas e inscrições. Nao deixe de acessar e de conferir os temas e palestrantes do Brasil e de toda a América Latina. ■

VOTAÇÃO

O Cilad no Brasil constitui etapa fundamental para a captação do 24o Congresso Mundial de Der-matologia (WCD), no Rio de Janeiro, em 2019. A candidatura brasileira está sendo trabalhada desde o início deste ano para que em 2015 sejam colhidos os frutos desse esforço. A expectativa é de que o Rio seja eleito na votação que ocorrerá no WDC em 2015, em Vancouver, Canadá.

ESTRATÉGIA DE ENDOMARKETING A SBD tem realizado pesquisa de endomarket-

-ing junto aos associados para medir o apoio que receberá na campanha envolvendo sua candidatu-ra no Mundial. Até o fi m do ano, o Grupo Triunfo vai elaborar uma série de trabalhos para a SBD a fi m de alavancar a participação de indústrias que tenham interesse em investir no WCD. O projeto já está sendo articulado, e as novidades serão divul-gadas em breve.

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Jornal da SBD Ano 17 n.5 ● 33

A coluna “Analogias em Medicina” tem signifi cativa utilidade prática, parti-cularmente por seu papel didático-peda-gógico e por facilitar a compreensão de diversos processos patológicos que aco-metem o ser humano. Muitas vezes colo-quial e/ou restrita ao diálogo entre mé-dicos e outros profi ssionais envolvidos, mantém-se dentro das normas éticas.

Patologista HFR/BHProfessor de patologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e membro da Academia Mineira de Medicina [email protected]

Analogias em Medicina

Tapa na cara

O tapa, como se sabe, é pancada aplicada com a pal-ma ou as costas da mão aberta; pancada no rosto com a mão aberta, bofetada. Nota-se, em seguida,

rubor, aumento de temperatura local e tumefação na pele devido à congestão dos vasos sanguíneos e exsudação lí-quida. É o momento irritativo da infl amação, que se traduz pela liberação dos mediadores químicos responsáveis pelos fenômenos subsequentes, como a hiperemia ativa e o ede-ma infl amatório.

“O parvovírus humano B19 foi essencialmente des-conhecido até sua descoberta acidental em 1975. Cossart e col. foram os primeiros a relatar a presença do parvoví-rus em seres humanos. Enquanto realizavam a triagem da amostra de soro à procura do antígeno de superfície da he-patite B, esses pesquisadores verifi caram, em várias amos-tras, partículas virais diferentes das do já conhecido vírus da hepatite B. Posteriormente, esse vírus foi classifi cado, por análise genética e bioquímica, como pertencente ao grupo da família Parvoviridae. Desde meados de 1980, esse vírus tem sido associado a várias doenças em seres humanos, incluindo: eritema infeccioso em crianças, crises aplásticas em pacientes com anemia hemolítica crônica, artropatia em adultos e hidropisia fetal em gestantes. O parvovírus B19 é um dos menores vírus DNA da família Parvoviridae.

O parvovírus B19 tem distribuição mundial, podendo ocorrer em qualquer faixa etária, afetando principalmente crianças com idade de quatro a 14 anos. Pode surgir espora-dicamente, sendo mais comum em surtos em comunidades fechadas como creches e escolas. Os surtos ocorrem mais no fi nal do inverno e início da primavera. O período de incubação varia entre quatro e 14 dias, podendo ser longo, até 20 dias.

Só em 1983, por intermédio de Anderson e col., houve associação entre o parvovírus B19 e o eritema infeccioso. A doença incide, na sua maioria, em crianças entre quatro e 14 anos e é moderadamente contagiosa. As manifesta-

ções clínicas iniciais incluem cefaleia, mialgia, mal-estar e outros sintomas constitucionais, com duração variável de dois a três dias. Aproximadamente sete dias depois surge a fase exantemática da doença, que pode ser dividida em três estágios. No primeiro surge face eritematosa denomi-nada aparência de bochecha esbofeteada. Inicia-se nas re-giões zigomáticas, com aspecto eritematoso e confl uente. Após um a quatro dias, inicia-se o segundo estágio, surgin-do exantema macropapular distribuído simetricamente no tronco e extremidades, envolvendo grandes extensões, com posterior clareamento central das lesões, dando-lhe aspec-to rendilhado característico. O terceiro estágio, fase de con-valescença, é variável, podendo levar uma ou mais semanas e é caracterizado pela mudança na intensidade do rash (= exantema, erupção cutânea).” (Trecho retirado de Carvalho, ES e Ferreira, LLM, Parvoviroses humanas (eritema infec-cioso). In Veronesi, R. e Focaccia, R. Tratado de Infectologia. São Paulo: Editora Atheneu, 1997, p.464).

O eritema infeccioso ou “quinta doença” – assim cha-mada porque foi classifi cada no fi nal do século 19 como a quinta de uma série de seis exantemas da infância – é mais comum em crianças e na faixa etária referida. Uma das suas principais manifestações é o aparecimento súbito, muitas vezes em criança assintomática, de erupção maculopapu-lar nas bochechas, semelhante àquela produzida por uma bofetada e, por isso, denominada aspecto de face ou de bochecha esbofeteada, ou seja, tapa na cara (em inglês, slapped-cheek appearance). Trata-se de sinal clínico mui-to fi dedigno para o diagnóstico dessa virose. A viremia pelo B19 pode ser detectada por exames especiais de laboratório. O quadro microscópico é de dermatite perivascular super-fi cial inespecífi ca.

Portanto, nem sempre as bochechas avermelhadas de uma criança signifi cam maus-tratos provocados por um adulto agressivo. ■

José de Souza Andrade Filho

Aspecto de bochecha esbofeteada (“tapa na cara”) no eritema infeccioso Dispo-nível em www.patient.co.uk/doctor/Parvovirus Infection--(Including-Erythema-Infectiosum).htm

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Nova Délhi,

Destinos

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Capital do segundo país mais populoso do mun-do e ponto de partida para quem deseja visitar o incrível Taj Mahal, a cidade de Nova Délhi, na Ín-

dia, é cheia de contradições. Lá o turista é capaz de ver, por exemplo, um camelo e edifícios recém-construídos numa mesma esquina. É famosa por ter tráfego caótico, com ruelas por onde carros, triciclos, carretas, bicicle-tas e transeuntes tentam a todo custo dividir o espaço. Seus altos níveis de poluição e de pobreza chamam a atenção, tanto quando sua riqueza histórica e cultural.

Os templos são interessantes atrações da Índia, que abriga alguns patrimônios da humanidade, como a Tumba de Humayun, Qutb Minar e o Forte Red. O hinduísmo é a principal religião do país, e por todos os lados há imagens de seus deuses, como Brahma, Shiva, Vishnu (os mais importantes e responsáveis pela formação do mundo de hoje), além de Ganesha (aquele que tem muitos braços e cabeça de elefante) e Krishna (que toca fl auta).

Com o passar dos anos a capital indiana sofreu mu-danças signifi cativas e, hoje, divide-se em duas áreas distintas: a antiga e a moderna Délhi. Sede do governo da maior democracia do mundo, Nova Délhi é formada por avenidas margeadas por árvores e parques espaço-sos. Já a Velha Délhi tem história que se arrasta pelos séculos, e nela proliferam ruas estreitas, templos, mes-quitas e bazares.

CORES E TONS

Um dos paraísos das compras é o bazar indiano, uma festa de cores e indumentárias, repleto de vende-dores e artistas de rua. Em muitos locais, artes tradi-cionais são transmitidas de pais para fi lhos. É possível deslumbrar-se com belíssimos tapetes pintados, már-mores com incrustações de pedras semipreciosas se-melhantes às do Taj Mahal, joias de prata e ouro com rubis, diamantes, esmeraldas e pérolas.

Sua gastronomia é apimentada, carregada de tex-turas, aromas e temperos (o curry é o principal deles) que seduzem o turista pelas cores. Os tandoori (assa-dos) dominam as mesas, sempre acompanhados pelo chapatis, um pão fi no feito de farinha de trigo integral especial. Entre as iguarias, os vodka gol gappa (pastéis crocantes cujos recheios picantes levam uma dose de vodka), o cordeiro assado no forno e o peixe tikka são os carros-chefes. A diversifi cada gastronomia indiana inclui também iguarias vegetarianas, como o panner kofta, bolinhos de queijo de cabra com molho de es-peciarias.

ALGUNS LUGARES

Taj Mahal: Patrimônio da Humanidade e eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno, é o palácio mais famoso e foi erguido em nome de um grande

uma ode aos sentidosJama Masjid: principal mesquita da Índia. Visitar o local é mergulhar na tradição e cultura de um povo milenar

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líder foi cremado no local, que está sempre coberto de fl ores.

Rashtrapati Bhavan: Construído em arenito e már-more, é a residência ofi cial do presidente da Índia, loca-lizado na colina Raisina. Até 1950, era conhecido como Casa do Vice-Rei, e serviu como residência ao vice-rei da Índia. É tida como a maior residência de qualquer chefe de Estado no mundo. A construção do prédio co-meçou na Primeira Guerra Mundial e levou cerca de 19 anos para ser concluída. ■

amor. O imperador Shah decidiu construir o monumen-to em homenagem a sua esposa favorita, que faleceu em 1631, após o parto. Mais de 20 mil operários traba-lharam na obra, ao longo de 12 anos. Situado na cidade de Agra, trata-se de um palácio imponente, com belos jardins. Em noites de lua cheia, pode-se ver o mausoléu refl etindo uma luz dourada.

Bahai Temple: O templo de Bahai foi construído em 1996 na forma de lótus, sendo o último dos sete tem-plos desse tipo erguidos no mundo. Cercado por vários lagos artifi ciais, sua estrutura é integralmente em már-more branco, o lótus simbolizando tanto o hinduísmo como o budismo, o jainismo e o islamismo, as religiões com maior número de adeptos na Índia.

Mausoléu de Humayun: É o mais antigo mausoléu mongol de Délhi e uma das mais extraordinárias constru-ções históricas da cidade. Serviu modelo para o Taj Mahal.

Memorial e Museu Gandhi: Idealizador e fundador do Estado indiano, Gandhi é recordado e idolatrado por todo o país. É possível conhecer mais a história daquele que liderou a luta pela independência da Índia em 1948 e aboliu o sistema de castas visitando o Memorial Mahat-ma Gandhi e o Museu Gandhi. No parque Raj Ghat podem ser lidas as últimas palavras pronunciadas por Gandhi antes de morrer: “He-Ram” (“Oh, Deus!”). O

Comidas e temperos indianos

11O CONGRESSO MUNDIAL DA ISD E A 42A CONFERÊNCIA ANUAL DA IADVL

Dermatologistas brasileiros, entre eles o editor do JSBD, Omar Lupi, estarão na Índia para o 11o Congresso Mundial da Sociedade Internacional de Derma-tologia (ISL) e a 42a Conferência Anual da IADVL (Associação Indiana de Der-matologistas, Venereologistas e Hansenólogos), de 4 a 7 de dezembro. Serão debatidos, entre outros temas, cirurgia estética, dermato-histologia, laser, tera-pia fotodinâmica, alergia, doenças sexualmente transmissíveis e as principais doenças tropicais que também incidem em locais cujo clima é moderado. No encontro, Lupi coordenará simpósio de Dermatologia Tropical e dará prossegui-mento à estratégia delineada este ano pela Diretoria, de divulgação da candida-tura do Rio de Janeiro à sede do Congresso Mundial de 2019.

Taj Mahal

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Nascido na Tanzânia, há 74 anos, Heiner Pfl ug passou a juventude entre a África Oriental, a Alemanha e a Polônia. Quando adulto, teve vida

muito rica de experiências, tendo trabalhado em vários continentes e países, sempre na indústria farmacêuti-ca. Em 1982, o destino o trouxe para o Rio de Janeiro, onde assumiu a presidência de uma multinacional. A partir daí, foram 16 anos dedicados à área empresarial até a decisão de aposentar-se para se dedicar à vivên-cia mais particular, com ênfase nas viagens, na escrita e na fotografi a.

Nesse meio tempo, lançou sete livros de fotografi a, registrando paisagens, gente, animais, fl ores. O oitavo acaba de ser lançado e faz um registro sensível de suas visitas às colônias de hansenianos no Rio, Niterói e Mi-nas Gerais – Curupaiti, em Jacarepaguá, Itaboraí e Três Corações, Bambuí, Ubá e Betim. Quebrar barreiras – o estigma da lepra é resultado de conversas com portado-

res e ex-portadores da doença, seus fi lhos, enfermeiros e médicos, bem como com autoridades no assunto e, na-turalmente, das fotografi as feitas nas comunidades.

O trabalho começou em 2009, quando Pfl ug ven-deu uma casa e decidiu doar móveis, geladeiras e outros eletrodomésticos para a Colônia de Curupaiti, por sugestão de uma amiga que trabalhava como vo-luntária ensinando arte aos internos da instituição. A aproximação com a hanseníase – uma das mais anti-gas doenças, com referências que datam de 600 a.C. – tornou-se para ele um projeto de vida.

“Fotografo e escrevo, intensivamente, há dez anos. Publiquei livros com temática variada. Conheci a han-seníase por acaso, me sensibilizei com os portadores dessa doença e tendo na cabeça a ideia de que, se a sociedade deixasse de ignorar o que se refere ao des-tino dessas pessoas, conseguiria reduzir o preconcei-to e aceitar os hansenianos como parte dela. Médicos e outras pessoas que tiveram a possibilidade de ler o livro me atestaram que a hanseníase foi humanizada. Foram três anos de convívio com os portadores da do-ença, buscando entrevistas e fotografi as, até recolher material histórico e médico para compor o livro”, ex-plica o fotógrafo, que editou as 150 páginas por conta própria.

Para bancar a edição, Heiner Pfl ug vendeu um car-ro e uma moto. São 180 fotografi as, sendo 30 delas

Fotógrafo faz registro histórico abrangente e tocante de colônias de hansenianos no Brasil

Fotos retiradas do livro retratam doentes e ex-doentes com sensibilidade, beleza e positivismoRara sensibilidade

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Livro

em preto em branco, clicadas em seis colônias das 30 existentes no país. “Me hospedei nas casas dos ex-por-tadores de hanseníase a fi m de ganhar a confi ança deles, partindo do fato de que a maior parte deles tinha uma vida isolada, distante da sociedade e da necessidade de quebrar esse vínculo estabelecido. O mais marcante, e que se repetiu muitas vezes, foi a questão humana das pessoas de ter aceitado o ‘destino’ de ter a doença, en-frentando a vida com determinação e humor, apesar da tristeza do isolamento, mas sem o perdão no tocante aos preconceitos da sociedade brasileira”, conta. Segun-do Heiner, as imagens em preto e branco representam a serenidade e melancolia dos internos, grande parte deles com mais de 60 anos de idade, e as coloridas mostram a alegria e confi ança no futuro. “Gostaria de dizer aos der-

matologistas que sejam sempre humanos, tratem os pacientes como seres humanos, e não somente como ‘casos’. A hanseníase hoje tem cura, mas continua en-volvendo pacientes numa questão social, junto com sua família”.

Médicos como a dermatologista da SBD Maria Leide Wand Del Rey de Oliveira, do Rio de Janeiro, tiveram participação no projeto, ajudando Heiner na revisão dos textos. Sobre o futuro, o fotógrafo é ca-tegórico: pretende continuar editando livros que en-foquem temas sociais e, por meio deles, “tentar con-tribuir para a abertura das mentes das pessoas com relação às questões marginais ignoradas”. Um exem-plar de Quebrar barreiras – o estigma da lepra foi do-ado por Heiner à Biblioteca da SBD. ■

Algumas ações implementadas pela SBD Nacional e Regionais no combate à hanseníase

No fi m de agosto, a SBD-RN realizou sua Campanha de Hanseníase com o objetivo de entender os dados relativos à doença no estado, que possui alto índice de incapacidade no diagnóstico, em função do baixo percentual de detecção de novos casos. A ação também serviu para o treinamento de diversos profi ssionais da área de saúde que lidam direta-mente com o desafi o do diagnóstico da hanseníase.

Organizada pela Diretoria da Regional e co-ordenada pelo dermatologista especializado em hanseníase Maurício Nobre (SBD-RN), a campanha cons-tou do treinamento de agentes de saúde para triagem de pacientes – em sua maioria habitantes de Mossoró, Natal, Nova Cruz e Espírito Santo, cidades que apresentam os maiores índices da doença –, de curso teórico sobre assun-tos inerentes à doença e de atendimento dos pacientes tria-dos previamente.

Equipes multidisciplinares, que incluíram 46 derma-tologistas, prestaram 315 atendimentos clínicos, fi zeram biópsias, sorologia e outros testes de interesse semioló-gico no diagnóstico da hanseníase. Antes da campanha, nos dias 9 e 10 de agosto, a Regional promoveu um curso

teórico preparatório, com a presença de vários pales-trantes experts no assunto, como Antônio Schettini, José Augusto Nery, Kathryn Dupnik, Maria de Fátima Morja, Marilda M. de Abreu, Maria Leide W. Oliveira, Samira Bührer-Sékula, Sinésio Talhari e Tatiana Moreira. Partici-param do curso 93 profi ssionais da área de saúde, entre eles dermatologistas, patologistas, infectologistas, mé-dicos residentes de dermatologia e estudantes de me-dicina, além de enfermeiros, técnicos de enfermagem, fi sioterapeutas e bioquímicos.

Em maio, a SBD Nacional promoveu o VI Simpósio Nacio-nal de Hanseníase, V Simpósio de DST/AIDS, IV Simpósio de Doenças Infecciosas e Parasitá-rias e XXXI Curso de Dermato-logia Tropical, em Maceió, sob coordenação de Joel Lastoria, Sinésio Talhari, Luiza Keiko, Di-lhermando Calil e Alberto Car-doso. O encontro deu destaque a importantes assuntos da área e contou com a presença de especialistas de diversas partes do país, como Vidal Haddad Júnior (SP), Sílvio Marques (SP), Arival Cardoso de Brito (PA), Iphis Campbell (DF), Heitor de Sá Gonçalves (CE), Al-dejane Gurgel (PE), entre outros grandes mestres da dermatologia brasileira. ■

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Uma cidade que abre espaço para as mais variadas ma-nifestações artísticas. É assim que podemos descrever Recife. Isso se explica por meio da história. Em 1961, foi

promulgada uma lei municipal que determina que, na entrada ou fachada de qualquer prédio com mais de mil metros qua-drados que obtenha licença para ser habitado, deverá haver um painel ou escultura. A ação foi um grande incentivo para os ar-tistas locais, que tiveram seu mercado ampliado. E a população também ganhou, já que passou a ter contato diário com a arte e teve a chance de admirar obras de grande beleza, de autores reconhecidos nacional e internacionalmente enquanto caminha pelas ruas. Escritores, artistas plásticos, músicos e diversos ou-tros artistas estão marcados na cidade. Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Nelson Rodrigues são os grandes nomes das letras que nasceram ou viveram em Recife ou retrataram a cidade em suas obras. Além deles, destacam-se outras fi guras relevantes da cultura de nosso país, como Lenine (música), Fran-cisco Brennand (artes plásticas) e Ariano Suassuna (teatro).

MOVIMENTO ARMORIAL – Fundado por Suassuna e outros artistas pernambucanos em 18 de outubro de 1970, na Igreja de São Pe-dro dos Clérigos, o movimento surgiu em plena ditadura militar, num país que sonhava em quebrar as correntes da censura e da repressão, e reconquistar a liberdade. Foi nesse contexto e em solo fértil para o mundo das palavras que apareceu o Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte brasileira erudita a partir de raízes populares e da cultura brasileira, com especial interesse por pintura, música, literatura, cerâmica, dança, escul-tura, tapeçaria, arquitetura, teatro, gravura e cinema.

O Movimento Armorial deu signifi cativo impulso à cultu-ra brasileira, permitindo que ela fosse respeitada no mundo todo. A corrente não se restringiu ao âmbito cultural, uma vez que estendeu sua infl uência também ao universo da moda e à esfera comportamental, gerando na época – fi nal do sécu-lo 20 – marca existencial própria. No movimento, tudo que representa a cultura popular é signifi cativo, desde as ence-nações em ruas e praças, com imagens extraídas do contex-to mítico, cantares, trajes de príncipes tecidos com farrapos, animais enigmáticos como o boi e o cavalo-marinho, inte-grantes do bumba meu boi, até o teatro de bonecos e outros elementos da criatividade.

JOANA LIRA E O CARNAVAL DE RECIFE – Figura marcan-te no carnaval de Recife, a designer gráfi ca e cenó-grafa Joana Lira trabalhou durante dez anos na criação de ilustrações que adornaram a de-coração da festa popular recifense entre 2000 e 2011. Seu trabalho em Pernambuco está documentado no livro Outros carnavais, na qual se pode observar sua leitura da obra de ar-tistas como Ariano Suassuna (carnaval de 2006), Lula Car-doso Ayres (2007), Abelardo da Hora (2008), Cícero Dias (2009), Vicente do Rego Monteiro (2010), e Tereza Costa Rêgo (2011). A artista desenvolveu uma bolsa exclusiva para quem se inscreveu para o CBD 2014 durante o VI Simpósio de Cosmiatria e Laser, em outubro, em São Paulo.

INSCRIÇÕES – Recife vai receber com arte os dermatologistas para o próximo Congresso Brasileiro de Dermatologia, de 27 a 30 de setembro. Segundo o presidente Emerson Andrade, já estão confi rmados dois grandes nomes da música popular brasileira para as cerimônias de abertura e encerramento do encontro: Alceu Valença e Elba Ramalho, respectivamente. A abertura do encontro ocorrerá na Ofi cina Brennand, criada em 1971 nas ru-ínas da antiga fábrica Cerâmica São João, como materialização de um projeto do artista Francisco Brennand. A fábrica foi co-mandada por seu pai, Ricardo Brennand, de 1917 a 1945, sendo local em que Francisco brincava quando criança. Hoje o acervo da ofi cina conta com mais de duas mil peças, entre esculturas e pinturas, espalhadas em área de 15 mil metros quadrados.

Para se inscrever com desconto até o dia 13 de novembro, acesse o site www.dermatorecife.2014.com.br. O presidente Emerson Andrade lembra ao associado que, no ato da inscri-ção, envie foto para o crachá. A ação inédita adotada no Con-gresso de Recife visa à segurança dos participantes, evitando fraudes ou troca de categoria no momento da inscrição, bem como à redução de fi la no ato do credenciamento. Recife es-pera por vocês! ■

Emerson Andrade ladeado por membros da Comissão de Organização do 69o Congresso da SBD

a céu aberto

CBD 2014

Recife: Um museu de arte

Cidade que sediará

o próximo

Congresso Brasi-

leiro de Dermato-

logia tem vocação

multicultural, se

destacando no

teatro, nas artes

plásticas, na

música e na

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Os chefes de Serviços Credenciados e Departamen-tos participaram da 2a Ofi cina de Teledermatologia da SBD, no dia 9 de setembro, durante o Congres-

so Brasileiro de BSB. Comandado pelo coordenador do Departamento de Teledermatologia, Maurício Paixão, o encontro teve a participação dos dermatologistas Daniel Nunes (SC), Tatiana Gabbi (SP) e do designer Calebe Be-zerra, que discutiram suas experiências de Teleducação por meio da plataforma Moodle. Uma plateia atenta ouviu as principais atividades e recursos do Moodle, software de código aberto e gratuito mais utilizado mundialmente, sendo bastante representativo como estratégia pedagógi-ca e acadêmica.

Maurício Paixão iniciou sua explanação comunicando que na fi cha de avaliação do nível de satisfação enviada aos participantes na primeira ofi cina, realizada em julho, 100% foi a resposta unânime, mostrando que a ação desenvolvida pelo Departamento de Teledermatologia superou todas as expectativas. Segundo sua informação, a SBD foi a primeira entidade médica a investir na Teleducação como modalida-de educacional para Serviços Credenciados e Departamen-tos, o que proporciona aos associados maior fl exibilidade no processo de aprendizagem e complemento da formação médica presencial com deslocamento zero.

Na aula, foram mostradas ferramentas e atividades que podem ser concebidas em cursos e que incluem conteúdo teórico, listas de discussão e fóruns, calendário de atividades, webconferência, repositório de arquivos (trabalhos, imagens, etc.), relatórios e desempenho nas avaliações, participação dos usuários, acessos dos usuários nos temas e atividades, entre outros. Todos esses mecanismos são oferecidos ao usuário de forma fl exibilizada.

Atualmente o Moodle contabiliza 71 milhões de usuá-rios em 236 países (sendo que esse número pode chegar a 100 milhões, já que muitos sites não são registrados), 7,5

Moodle: mecanismo de educação a distância é destaque na SBD

milhões de cursos, 82.950 sites registrados. “A ferramenta é tão versátil, que permite ao usuário criar ele mesmo e seu espaço/ambiente”, observou Paixão, explicando que, para acessar a plataforma, basta o associado se ‘logar’ no sbde-ducacional.com.br.

Já o Ambiente Interativo Educacional (AIE) tem por objetivo aumentar a integração entre Serviços, Departa-mentos e associados da SBD, por meio de chats, lista de discussão, conteúdo em texto e em slides (ppt), avaliações teóricas e verifi cação de acessos dos alunos, provendo autonomia para que os Serviços e Departamentos forne-çam conteúdos educacionais usando diferentes objetos de aprendizagem. O ambiente permitirá a oferta de aprendiza-gem dermatológica não presencial, utilizando os recursos existentes na teleducação, disponibilizando-os no Moodle. Os Serviços Credenciados e Departamentos irão dispor de ambientes específi cos voltados para a aprendizagem de residentes e associados da SBD. Em breve, a entidade dis-ponibilizará um vídeo dessa aula para o associado que tiver interesse em conhecer o conteúdo apresentado no treina-mento. A ofi cina contou com a presença da presidente da SBD, Denise Steiner.

FÓRUM MÍDIA ELETRÔNICA

Coordenado por Maurício Paixão e Aldo Toschi (foto aci-ma), o fórum de Mídia Eletrônica promoveu a discussão dos temas “Impacto das Mídias na Derma-

tologia e poteciais perspectivas” (Maurício Paixão), “Uso da Teleducação na Dermatologia” (Tatiana Villas Boas Gabbi), “Uma experiência em Teleassistência” (Daniel Houlthausen

Nunes) e “Redes Sociais e seu papel de apoio à SBD” (Caro-lina Marçon). Em sua aula, Tatiana Gabbi explicou os obje-tivos da Teledermatologia (assistência, educação e pesqui-sa), suas modalidades (store and forward, real time e aulas online) e mencionou o sucesso do Projeto R1, que ela criou no Hospital das Clínicas, em São Paulo, no ano passado, e que visou, por meio do Moodle, ao aprendizado integrado do residente e à produção de material didático com base em ca-sos clínicos para acessos futuros, possibilitando a discussão

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Tecnologia e Medicina

do primeiro ano e abertas aos demais residentes. “Verifi ca-mos o empenho dos residentes no estudo da dermatologia, sem que isso comprometesse o desempenho em outros estágios, além da integração da dermatologia com outras especialidades e a valorização do especialista diante de seus colegas de outras áreas. Fiquei muito satisfeita com a receptividade dos alunos e resultados obtidos”, concluiu Tatiana.

com residentes e assistentes do Serviço, o ensino da foto-grafi a dermatológica, bem como a publicação científi ca dos casos.

Em um ano de projeto, criado por meio de plataforma virtual que permitiu o envio de trabalhos e seu armazena-mento em ambiente seguro, 21 residentes enviaram e dis-cutiram 153 casos e 1.658 fotos. As discussões por web-conferência dos melhores casos eram feitas com residentes

Criada em agosto de 2011 pela Telemedicina (UFSC) e pelo Serviço de Dermatologia (HU-UFSC) em parceria

com a Secretaria de Estado da Saúde, a Rede de Teleder-matologia de Santa Catarina permite ao paciente realizar o exame de dermatologia e receber o laudo sem desloca-mentos. Instalada em quase 100 pontos de unidades bá-sicas de saúde (UBS) de Santa Catarina, a rede tem início na atenção básica: ao suspeitar de alguma lesão, em vez de encaminhar o paciente, o médico assistente solicita um exame de teledermatologia. De acordo com o mem-bro do Departamento de Teledermatologia da SBD e chefe de Serviço da UFSC Daniel Holthausen Nunes, o exame consiste em, seguindo protocolo preestabelecido, tirar fo-tos das lesões e encaminhá-las via portal de Telemedicina. “Além disso, os exames fi cam disponíveis também para o dermatologista, que pode acessá-los por meio de um sítio restrito, analisá-los e emitir o laudo em até 72 horas”, ex-plica. “É importante esclarecer que essa interação é sem-pre entre o médico assistente e o especialista; nunca dire-tamente entre o especialista e o paciente”, complementa a presidente da SBD, Denise Steiner.

Cada unidade contemplada com equipamentos (má-quina fotográfi ca digital e dermatoscópio) recebeu manuais de utilização e treinamentos de capacitação. “Dessa forma, é possível identifi car muitas lesões que não precisariam de encaminhamento a unidades terciárias de saúde, e o tempo de espera para aqueles que realmente necessitam se re-duz”, argumenta Daniel Holthausen.

Nos fóruns de Teledermatologia e Mídia Eletrônica, a presidente da SBD, Denise Steiner, apresentou a delibera-ção 366/CIB/13 da Sesc/SC que aprova “a utilização do te-lediagnóstico em dermatologia para classifi cação de risco e regulação dos pacientes que estão ou serão inseridos na fi la de espera da especialidade dermatologia, no sistema Sisreg administrado pela Central Estadual de Regulação de Con-sultas e Exames (CER/Gecor/SUR)”, assim como todos os seus instrumentos para regulação. A partir de outubro, to-dos os pacientes que apresentarem lesões dermatológicas que necessitem de encaminhamento, serão benefi ciados. Isso evitará que pacientes potencialmente graves fi quem numa mesma fi la de espera de pacientes com dermatoses menos urgentes.

Outras especialidades como a (otorrinolaringologia, of-talmologia, neurologia e pneumologia) já possuem essa re-gulamentação contemplada para o uso do telediagnóstico. O estado de Santa Catarina é pioneiro na iniciativa da Rede de Teledermatologia de ação governamental, totalmente volta-da para o Sistema Único de Saúde (SUS). A rede inclui hoje protocolos para o câncer da pele, psoríase e hanseníase.

TELESSAÚDE NO COMBATE À HANSENÍASE NO AMAZONAS O Projeto Telessaúde Aplicada ao Controle e Preven-

ção de Hanseníase nos Municípios do Estado do Amazo-nas, desenvolvido pelo governo do Amazonas, por meio da parceria entre a Fundação Alfredo da Matta (Fuam), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Fundação Novartis e o Movimento de Reintegração das Pessoas Atin-gidas pela Hanseníase (Morhan), foi o impulso que faltava para a concretização, em abril deste ano, de um projeto--piloto voltado para os municípios de Lábrea e Parintins. O projeto levou aos dois municípios do interior do Amazonas a teleducação – cursos a distância sobre hanseníase para profi ssionais de saúde dos municípios – e a telemedicina – discussão de casos clínicos de pacientes entre os profi s-sionais do interior e os especialistas da Fuam, para uma se-gunda opinião médica e diagnóstico.

Com o projeto, que usa ferramentas como as video-conferências e equipamentos de imagem de alta resolução, estabeleceu-se um canal de comunicação rápido e efi caz entre município e Fuam, dando suporte em tempo real às ações de monitoramento e controle de casos da doença.

De acordo com a diretora de Ensino e Pesquisa da Fuam, Carolina Talhari, o objetivo da Fuam é expandir a ação para todo o interior do Estado. “O projeto permitirá que levemos essa experiência para os demais municípios do interior. Queremos ampliar o serviço, porque sabemos que nessas localidades ainda há casos de hanseníase não diagnostica-dos; já fazemos esse trabalho, mas com essas ferramen-tas vamos ampliar o diagnóstico, aumentar o número de profi ssionais capacitados e, principalmente, tratar e curar ainda mais”, justifi cou Carolina Talhari, que apresentou tra-balho sobre a Telessaúde no combate à hanseníase no 18o Congresso Internacional de Hanseníase, em setembro, em Bruxelas, Bélgica. ■

TELEDERMATOLOGIA EM SANTA CATARINA, UM EXEMPLO PARA OUTROS ESTADOS BRASILEIROS

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42 Jornal da SBD ● Ano 17 n.5

Até 2016, o Ministério da Saúde (MS) pretende

investir 35 bilhões na aquisição de medicamentos biológicos

Os medicamentos biológicos são atualmente uma grande fonte de inovação na pesquisa farmacêuti-ca internacional e esperança para o tratamento – e

até cura – de inúmeras doenças autoimunes, como psoría-se, câncer, hepatite, artrite reumatoide, entre outras pato-logias. O que os diferem dos medicamentos sintéticos (os tradicionais) ainda levanta dúvidas da população e também da classe médica, que necessita ainda conhecer melhor a tecnologia que tem tudo para modifi car o rumo dos trata-mentos das doenças mais agudas. A complexidade desses medicamentos envolve um desconhecimento acerca dos as-pectos científi cos, regulatórios, econômicos em sua fabrica-ção, comercialização e aplicação. A fi m de esclarecer essas questões e também aprofundar o assunto dos biossimilares, Cláudia Maia (RJ) vem tentando disseminar a informação junto a classe dermatológica em alguns simpósios e eventos. A dermatologista aborda questões relacionadas aos “riscos e benefícios” dos biossimilares, assim como outros pontos importantes e que devem ser considerados tanto por médi-cos quanto por pacientes, como o controle de qualidade, a efi ciência clínica, a segurança e as difi culdades da aprovação regulatória.

Produzidos por biossíntese em células vivas, diferente-mente do que ocorre com os medicamentos sintéticos, fei-tos por síntese química, os biológicos são preparados, em grande parte, em cultura de células. Os hormônios, fatores de crescimento e de coagulação, trombolíticos, anticorpos monoclonais, heparinas e citocinas são algumas das diversas classes desses medicamentos existentes hoje em dia, que

tendem a ser, no futuro, uma esperança para cura, sendo a mais nova perspectiva para o tratamento da psoríase.

Um ponto importante para o entendimento do assunto é que não existem genéricos para os medicamentos bioló-gicos. Existem os biossimilares, que reproduzem resultados semelhantes aos dos medicamentos biológicos. Porque são produzidos a partir de sistemas vivos, com insumos variá-veis, o produto fi nal depende da consistência do processo de produção. Por isso, não podem ser replicados de forma idêntica, e para entrar no mercado, os biossimilares precisam passar por estudos que comprovem essa similaridade.

TRATAMENTO ACESSÍVEL A chegada dos biossimilares ao Brasil poderá causar uma

redução nos custos para os sistemas de saúde público e pri-vado, já que a perda de patente dos produtos inovadores vai estimular a fabricação por mais laboratórios. Com a concor-rência, poderá haver queda de preços, aumentando o acesso ao tratamento. Na versão biossimilar, estima-se que seus custos cairão de 10% a 20% em comparação com os ori-ginais. Mesmo com essa perspectiva, ainda há um caminho extenso sobre a divulgação dos biossimilares – tanto para a população quanto para os profi ssionais de saúde. “O desafi o é trazer à comunidade médica e aos gestores de saúde mais esclarecimentos sobre esse novo tipo de tratamento”, frisa a dermatologista Cláudia Maia.

EFICÁCIA, SEGURANCA E IMUNOGENICIDADE DOS BIOSSIMILARES As questões mais críticas nas etapas de produção dos

Biológicos e biossimilares:menos custos e mais acesso

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ESTIMATIVAS DO MERCADO: 130 BILHÕES EM 2013 E 160 BILHÕES EM 2014Até 2016, o Ministério da Saúde (MS) pretende investir 35 bilhões para aquisição de medicamentos

biológicos. Atualmente, o governo federal responde por cerca de 60% das compras de biológicos no país. De alto custo, esses itens consomem 43% dos gastos do Ministério da Saúde com medicamentos, apesar de representarem 5% da quantidade adquirida. A produção nacional geraria economia de recur-sos para o MS, que seria revertida no aumento do acesso ao tratamento pela população. Entretanto, os biossimilares precisam ser avaliados com extrema cautela, visto as questões criticas de segurança e efi cácia.

BIOLÓGICOS NA MEDICINA Lançado em junho pela Associação Médica Brasileira (AMB), o livro Medicamentos biológicos na

prática médica conta com a colaboração de estudiosos de várias sociedades médicas, entre elas a SBD, que participou do capítulo “Psoríase: tratamento com biológicos”, de autoria dos dermatologistas Ricar-do Romiti, Marcelo Arnone, Paulo Oldani, Cláudia Pires Amaral Maia, Jane Marcy N. Pinto, Silvio Alencar Marques, André Vicente de Carvalho, Luciana Maragno, Clarice Kobata, Nathalia Carvalho de Andrada e Wanderley Marques Bernardo.

A obra traz informações e dados sobre como os especialistas devem utilizar os medicamentos bioló-gicos no tratamento de seus pacientes, sendo uma ótima bibliografi a para atualização do conhecimento científi co dirigido a médicos de diferentes áreas.

biossimilares são relativas à efi cácia e segurança, pois qual-quer modifi cação mínima nesse processo pode transformar o produto fi nal. “A demonstração de efi cácia é necessária para que sejam adotadas recomendações de dose estabe-lecidas para o produto de referência. Enquanto os genéricos só precisam demonstrar comparabilidade farmacocinética em relação ao produto original, os biossimilares devem apre-sentar comparabilidade farmacodinâmica e de equivalência clínica”, explica Cláudia Maia.

Já as pequenas variações na formulação das biomolécu-las podem gerar variações na imunogenicidade, com conse-quências clínicas que vão desde efeitos sem relevância a rea-ções graves. Contudo, ainda não é possível dizer quando um produto biotecnológico irá desencadear uma resposta imune. “É difícil avaliar a imunogenicidade, e muitas vezes ela não pode ser prevista em estudos pré-clínicos, sendo frequente sua identifi cada só após aprovação e uso do medicamento. Isso ocorre porque o sistema imune pode detectar alterações imperceptíveis aos métodos de análise atuais. Por tudo isso, os biossimilares não devem ser trocados inadvertidamente com o produto de referência, visto que a substituição pode ter consequências clínicas. Já os genéricos de drogas sintéticas são totalmente intercambiáveis com o produto original”, disse.

REGULAMENTAÇÃO O conjunto de regras dos biossimilares precisa ser dife-

rente daquele dos genéricos tradicionais, levando em con-sideração sua complexidade. Embora versões de cópias de biofármacos já estejam disponíveis em alguns países, não há regulamentação mundial consistente para sua aprova-ção e comercialização. No Brasil, a legislação estabelecida pela Anvisa (RDC 55/2010) diferencia os imunobiológicos de fármacos de moléculas pequenas. Restam, porém, ques-tões regulatórias sobre plano de farmacovigilância e inter-

cambialidade. A nomenclatura para os biofármacos utiliza-da pela Anvisa não é alinhada internacionalmente ao referir como “produtos biológicos novos” ou “biológicos originais” (ou inovadores), e como “produtos biológicos” os “biossi-milares”. As diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os biossimilares estabelecem princípios para que sejam asseguradas a qualidade, segurança e efi cácia, sendo recursos relevantes para as nações que ainda não têm concretizadas as normas regulatórias para o registro e co-mercialização de biossimilares. No Brasil, embora haja legis-lação para a intercambialidade de genéricos, não há para os biossimilares.

O QUE A SBD PENSA SOBRE O ASSUNTO?Realidades na medicina, os biológicos são utilizados hoje

na dermatologia para o tratamento de psoríase e câncer da pele, e na área da estética, com a toxina botulínica.

“O mais importante no momento é a disseminação do conhecimento acerca do que são os biossimilares. É extre-mamente necessário que a classe médica saiba do que se trata. Espera-se um benefi cio da redução de custos, mas o mais crítico e que deve ser avaliado são os riscos da sua utilização: qual a procedência do produto, quais os estudos utilizados que comprovem realmente a biossimilaridade e a segurança. Uma vez que nós, médicos, tenhamos esses co-nhecimentos, vamos poder nos posicionar e pressionar os gestores pela elaboração de legislação e normas regulató-rias adequadas para a aprovação dessas novas drogas, e não simplesmente aprová-las por serem mais baratas. A respon-sabilidade da prescrição é do médico, e é o que vai defi nir a aceitação ou não desses produtos no mercado. Portanto, acima de tudo - temos que conhecer este assunto que está em debate no mundo todo, e em todas as especialidades médicas. É isso que a SBD quer difundir entre seus associa-dos”, frisa Cláudia Maia. ■

Saúde

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Humberto Antunes, presidente do laboratório Galderma, e Ron Moy, ex-presidente da Academia Americana de Der-matologia (AAD) e da Sociedade Americana de Cirurgia Dermatológica, publicaram no volume 133 do Journal of Investigative Dermatology (JID) um interessante artigo intitulado “Preservando a dermatologia” (Preserving Der-

matology), no qual indagam sobre o futuro da especialidade, os desafi os para a obtenção de novas formas e fontes para o fi nanciamento das pesquisas em dermatologia, e a parceria de trabalho entre a indústria e dermatologistas, que, juntos, po-dem compartilhar o objetivo comum que é ajudar os pacientes no diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças da pele, contribuindo para a melhoria de suas condições de saúde. Nesta entrevista, Humberto reafi rma a importância da colabora-ção entre a indústria e o dermatologista, ressaltando o potencial do especialista brasileiro, no sentido de lhe proporcionar o suporte necessário para a geração de dados e informações científi cas com foco na pele do brasileiro e o desenvolvimento de soluções médicas concretas para melhor atender o paciente.

JORNAL DA SBD: No artigo Preserving Dermatology, o senhor enfatiza que o grau de colaboração entre derma-tologistas e a indústria defi nirá o rumo da especialidade. Qual é a importância dessa parceria para a continuidade da pesquisa científi ca que possa benefi ciar a população brasileira?

HUMBERTO ANTUNES: O Brasil é um país ímpar no que diz respeito a variadas etnias e fototipos cutâneos, além de o paciente brasileiro ser muito aberto à inovação. Adicional-mente, o dermatologista é bem formado, criativo e com enorme vontade de se envolver em algo maior. Por isso, nós escutamos o médico brasileiro com muita atenção. Há 15 anos, ao aceitar as opiniões de nossos profi ssionais de saúde sobre o futuro da dermatologia, criamos um cená-rio que nos permite, hoje, estar tão avançados com nossa toxina botulínica e com nossos dois tipos de preenchedo-res no mundo inteiro. Nosso trabalho para a dermatologia

não se limita apenas à pesquisa, mas também em criar o ambiente adequado para tal. Para isso, trabalhamos com a Liga Internacional de Sociedades Dermatológicas assegu-rando que o tema envelhecimento da pele esteja sempre, formalmente, nas mãos dos dermatologistas. Também buscamos a valorização dos estudos atuais sobre o en-velhecimento demográfi co, pela Organização Mundial da Saúde. Junto com a Derm Foundation apoiamos a forma-ção de pesquisadores em dermatologia. Hoje o foco está nos Estados Unidos, mas estamos trabalhando com eles para ampliar além de suas fronteiras.

Um aspecto em que buscamos melhorias é o processo regulatório de aprovação dos estudos clínicos no Brasil. É extremamente burocrático e lento, e nossas tentativas de incentivar melhoras foram sem sucesso. Isso não nos dei-xa desmotivados. Estamos novamente nos reorganizando, buscando novas estratégias, para atacar o tema novamen-te no próximo ano.

De mãos dadasIndústria e pesquisadores se unem para o desenvolvimento de soluções efi cazes para pacientes e médicos

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Entrevista

JSBD: É inquestionável o valor social e econômico da indústria farmacêutica e a existência de pontos de conver-gência entre ela e a dermatologia. No entanto, essa rela-ção é vista por alguns médicos como “de interesse”. Como mostrar que a parceria com a indústria tem sido benéfi ca para o desenvolvimento de medicamentos e, sobretudo, na pesquisa dermatológica?

HA: Claro que temos interesse na relação com o médi-co, já que nosso objetivo é o mesmo: o paciente. Não vejo confl ito de interesses, como muitas vezes é sugerido, já que a indústria farmacêutica visa servir bem a seu clien-te, que, por sua vez, é também paciente do profi ssional de saúde. Nossa relação com esses profi ssionais – tanto pesquisadores quanto clínicos – tornou-se extremamente madura há muito tempo.

Exemplo dessa parceria é o desenvolvimento, pela Galderma, de novas drogas que têm benefi ciado muito os pacientes brasileiros, como o adapaleno, o Epiduo, novos procedimentos estéticos, e, muito em breve, nosso novo tratamento para o eritema – Mirvaso. Este último acaba de ser aprovado pelo FDA, nos Estados Unidos, e se tor-nou uma grande arma de prescrição para o dermatologis-ta no tratamento do eritema associado à rosácea. Além disso, continuamos a buscar soluções inovadoras para o tratamento de outras afecções da pele, incluindo doenças raras. Já temos várias moléculas novas em mãos que, com certeza, chegarão um dia aos consultórios dos médicos.

Outro exemplo claro e concreto da parceria entre a in-dústria farmacêutica e a classe médica é a questão do acesso e fi nanciamento dos tratamentos dermatológicos. Pensando no futuro, para a expansão da base de pacientes com acesso a tratamentos de ponta no Brasil, todos os segmentos – pro-fi ssionais de saúde, Sociedade Brasileira de Dermatologia e indústria – devem trabalhar em conjunto, na busca de formas de fi nanciamento, por meio dos seguros privados e/ou, em casos particulares, do sistema público. Será um trabalho ár-duo, mas uma grande oportunidade de contribuir com a me-lhora da qualidade de vida de nossos pacientes.

JSBD: Qual é a importância da existência de novas fontes de fi nanciamento à pesquisa e do modelo de pesquisa em dermatologia que leva em consideração a ciência aplicada?

HA: É fundamental, pois hoje, conforme já mencio-nado, o governo brasileiro tem centralizado – e não só na dermatologia – esse papel de provedor, sem priorizar a pesquisa no país. Para que possamos incutir uma cultu-ra e um incentivo de pesquisa básica, é necessário ter a mente aberta a aceitar novos modelos de fi nanciamento e pesquisa. Um ambiente desburocratizado para a inovação, com boa proteção à propriedade intelectual, fará com que o capital fl ua naturalmente para a pesquisa, principalmen-te no caso da dermatologia.

JSBD: Em sua visão, quais são os maiores desafi os da dermatologia?

HA: O maior desafi o será atender à necessidade crescente de uma população que está envelhecendo. Isso pode parecer estranho para alguns médicos em re-giões do Brasil com grande população jovem, mas o que já aconteceu em países como o Japão, onde se vendem tantas fraldas descartáveis geriátricas quanto infantis, já está próximo de acontecer em algumas cidades brasi-leiras, como o Rio de Janeiro ou Santos. A humanidade nunca se confrontou com esse fenômeno demográfi co com curva inversa. E nós, que trabalhamos na derma-tologia, temos a enorme oportunidade de manter essa população que envelhece envolvida com suas atividades, com melhor qualidade de vida, mostrando saúde e ati-tude de bem com a vida. Se a função principal da pele é proteger o que está dentro do corpo e de comunicar o que somos e como nos sentimos, o dermatologista pode desenvolver papel crucial. Não vamos tirar o foco do paciente jovem, mas devemos levar à consciência coletiva que preservar a saúde da pele é uma atividade que se faz ao longo da vida toda. Em curto prazo, outro desafi o será buscar soluções para o uso de nossos preenchedores em áreas do corpo que chamamos de below the neck ou off-the-face. Vamos desenvolver es-sas técnicas junto com os brasileiros que muito nos ins-piram e ensinar ao mundo como se faz.

JSBD: De acordo com dados da Fapesp, atualmente a pesquisa científi ca brasileira atinge seu mais alto patamar de projeção internacional, com índices que têm demons-trado a crescente participação do país no sistema global de ciência e tecnologia. No entanto, não se veem muitos pesquisadores na área da dermatologia. Como estimular o jovem dermatologista da SBD a se interessar cada vez mais pela pesquisa científi ca?

HA: A Galderma tem-se preocupado com isso já há alguns anos e sempre tenta estimular, como por exem-plo por meio de patrocínios para projetos de pesquisa da Derm Foundation. No momento, para o Brasil, a Galder-ma tem dado esse estímulo por meio de projetos como o Prêmio Fernando Terra, implementado em parceria com a SBD, que prevê bolsa de estudos para os melhores tra-balhos científi cos realizados pelos residentes em derma-tologia no Brasil. O prêmio fi nancia o envio do residente para um intercâmbio em universidades fora do país vi-sando à extensão da sua formação científi ca. Outro in-centivo é o fundo criado há muito tempo pela Galderma que, por intermédio da Fide (Foundation for the Interna-tional Dermatological Education), patrocina a viagem e inscrição de jovens líderes em dermatologia, para a reu-nião anual da AAD. ■

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Grandes mestres - memória

O adeus a um grande nome da dermatologia brasileira

Um dos maiores nomes da dermatologia brasileira, Prof. Luiz Henrique Camargo Paschoal, faleceu no dia 4 de outubro. Fundador da Sociedade Brasilei-

ra de Cirurgia Dermatológica (SBCD) em 1988, ex-presi-dente da SBD (1989-1990) e professor de dermatologia da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC desde a década de 1970, Paschoal nasceu em 22 de setembro de 1934, na capital paulista.

Formado em 1960 pela Universidade de São Paulo (USP), onde também fez doutorado nove anos depois, iniciou sua trajetória profi ssional na Fundação do ABC – Faculdade de Medicina do ABC em 1972 como professor titular de dermatologia. Ao longo do tempo, foram inúme-ras suas atividades no Grande ABC, com destaque para a implantação do Instituto de Pele – que hoje leva seu nome – no campus da FMABC. Em reconhecimento a sua dedi-cação, recebeu os títulos de cidadão honorário de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.

Ao lado de outros dermatologistas, como Sebastião Prado Sampaio e Ival Peres Rosa, o ex-diretor da Medicina ABC fundou em 1988 a SBCD, um marco na história da der-

matologia, quando o profi ssional passou a tratar não só das doenças dermatológicas, mas também a fazer intervenções cirúrgicas antes sob responsabilidade do cirurgião plástico. Após essa mudança, o Prof. Paschoal fez o primeiro trans-plante de cabelo no país, sendo também um dos primeiros residentes da clínica do doutor Sebastião Sampaio.

O dermatologista morreu aos 79 anos de idade, cinco dias após descobrir uma leucemia. Deixou a viúva, Maria Gabriela, com quem foi casado por mais de meio século, dois fi lhos – um terceiro já é falecido – e seis netos.

REALIZAÇÕES COMO PRESIDENTE DA SBDAo assumir a presidência da SBD na gestão 1989-1990,

o dermatologista Luiz Henrique Camargo Paschoal quis criar um órgão de comunicação interna, e em 1989 instituiu o SBD Notícias, que seria publicado até a gestão de Antônio Pereira Júnior (1991), sendo reativado na presidência de Sa-rita Martins (1995), sob o título Jornal da SBD.

Segundo o livro História da dermatologia, de Glauco Carneiro (2001), entre as ações realizadas enquanto pre-sidente, Paschoal restabeleceu o convênio com a Associa-

Em uma de suas últimas aparições: ao lado de dermatologistas de São Paulo, Prof. Paschoal (Segundo da dir. para a esq.) participa do 25o congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, em maio deste ano, em Campos do Jordão

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ção Médica Brasileira (AMB), normalizando a entrega do título de especialista, participando das reuniões técnicas e atualizando a tabela de honorários relativa à especiali-dade. “Juntamente com a Fundação do Desenvolvimento Administrativo conseguimos reunir a maioria dos respon-sáveis pelas residências em dermatologia em São Paulo, para realizar um estudo sobre a formação do médico es-pecialista. A partir dessa reunião foi publicado o manual Requisitos mínimos de um Programa de Residência Mé-dica: Competências em Dermatologia, distribuído no 45º Congresso Brasileiro de Dermatologia (SP)”, informou Luiz Henrique Paschoal em seu relatório de gestão.

A administração do Prof. Paschoal conseguiu elevar para 2.334 o número de associados da SBD. Outra realiza-ção foi manter e conseguir estabilizar a situação da enti-dade na crise econômica do início dos anos 1990. Na mes-ma época, a SBD foi totalmente informatizada e graças a isso, foi possível republicar o anuário da Sociedade, edição 1990. Três títulos honorários foram concedidos no perío-do, sendo contemplados Rubem David Azulay, Sebastião de Almeida Prado Sampaio e Bernard Ackerman. ■

Juntamente com a Fundação do Desen-

volvimento Administrativo conseguimos

reunir a maioria dos responsáveis pelas re-

sidências em dermatologia em São Paulo,

para realizar um estudo sobre a formação

do médico especialista. A partir dessa reu-

nião foi publicado o manual ‘Requisitos

mínimos de um Programa de Residência

Médica: Competências em Dermatologia’,

distribuído no 45º Congresso Brasileiro

de Dermatologia (SP)

Nota de falecimento – É com pesar que informamos o falecimento do Prof. Amado Baptista Barcaui, associado da SBD Nacional e SBD-RJ, no dia 13 de setembro, no Rio de Ja-neiro. O Prof. Barcaui deixa seus ensinamentos em derma-tologia, que irão perdurar ao longo de muitas gerações, e, na família, a certeza da continuação de suas contribuições para a especialidade por intermédio de seu fi lho, ex-presidente da SBD-RJ, Carlos Barcaui.

Em 17 de agosto de 2007, a FMABC lançou o livro Med Coração do ABC que em mais de 500 páginas conta a história da Faculdade de Medicina do ABC

DEPOIMENTO “O professor Luiz Henrique teve sua vida

profi ssional e pessoal marcada por uma palavra, “edifi car”. Edifi cou uma Faculdade de Medicina, a querida Faculdade de Medicina do ABC, edifi cou a SBD Resp em sua fundação, edifi cou a SBCD e edifi cou uma maravilhosa família, representada por esposa, fi lhos e netos. São raras as pessoas que têm o dom de edifi car, construir e principal-mente deixar sua marca como o fez nosso querido mestre. Em sua breve e repentina passagem para a imortalidade no rol da dermatologia brasileira, queremos deixar aos seus familiares nosso caloro-so abraço, e que tenham a certeza de que nosso professor só deixou exemplos de dignidade, espí-rito coletivo, altivez de caráter e alma agregadora, que em torno de si construiu não só uma história de sucesso, mas construiu pessoas para o sucesso. Nós, dermatologistas, seus ex-alunos e admirado-res, o reverenciamos e rogamos ao Pai eterno que receba nosso Professor Luiz Henrique no lar dos justos e retos na vida eterna”, Paulo Ricardo Criado presidente da SBD-Resp gestão 2013/2014 (publi-cado no site SBD Resp).

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Regionais

Santa CatarinaCriada em 5 de setembro de 1974 durante reunião do

Conselho Deliberativo, em São Paulo, a Regional Santa Catarina já se prepara para celebrar seus 40 anos em 2014. O atual presidente, André Luiz Rosseto, defl agrou os preparativos para que o ano que vem seja especial. Para isso, está prevista a realização de cursos itineran-tes pelo estado, de uma jornada científi ca comemorativa no mês de setembro e de nova identidade visual com a inserção de selo comemorativo com o mote escolhi-do pelos associados: “SBD-SC há 40 anos a saúde da sua pele é nossa responsabilidade”. A SBD-SC nasceu por iniciativa do dermatologista Jorge José de Souza Filho e de outros profi ssionais sob a liderança do Prof. Sebastião de Almeida Prado Sampaio, na época chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Regionais

Santa Cataririna

São PauloDe 5 a 7 de dezembro, em Santos (SP), será realizada a 18a Reunião Anual

dos Dermatologistas do Estado de São Paulo (Radesp). A programação científi -ca foi dividida em dez cursos e seis módulos de sessões plenárias, com assun-tos que resgatam a medicina dermatológica em sua plenitude: a interface com a medicina interna e outras especialidades médicas, reações adversas às drogas, procedimentos diagnósticos, cirurgia dermatológica, cosmiatria, terapêutica com fontes de luz e cirurgia dermatológica básica e avançada. “Conclamamos toda a comunidade dermatológica a estar presente neste evento exclusivo a associados da SBD e residentes e estagiários dos nossos Serviços Credencia-dos”, convida o presidente da Resp, Paulo R. Criado. Para outras informações e inscrições acesse: www.radesp.com.br.

AmazonasA SBD Amazonas, sob a presidência de Paula Rebello,

e a Liga Amazonense de Dermatologia, dirigida por Patri-cia Akel, realizaram no dia 18 de agosto (domingo) ativi-dade de esclarecimento à população sobre a prevenção do câncer da pele. O evento ocorreu na praia da Ponta Ne-gra, em Manaus, um dos locais mais movimentados da cidade nos fi ns de semana. Houve distribuição de panfl e-tos e protetores solares, com o patrocínio de laboratórios. Estiveram presentes sócios da SBD, residentes de derma-tologia e estudantes de medicina.

FluminenseUma das Regionais mais antigas da SBD, a Flu-

minense sempre foi conhecida por suas reuniões mensais repletas de excelentes casos ao vivo. Esse formato se mantém, mas a atual Diretoria tem ino-vado na programação, trazendo sempre mais de um palestrante. Em 14 de setembro, realizou um fórum sobre doenças infecciosas com quatro ex-perts da área: Maria Eugenia Noviski Gallo (“Por que usar os esquemas de tratamento para hanse-niase recomedados pela OPS/OMS/MS?”); Egon Daxbacher (“Reação hansênica tipo 2 atípica: diag-nóstico e manejo”); Antonio Carlos Francesconi do Valle (“Novidades em esporotricose”) e Maria Inês Fernandes Pimentel (“Diagnóstico e tratamento da leishmaniose tegumentar americana”). “Foi uma excelente oportunidade de aprendizado. Nas pró-ximos meses, após a reunião, ofereceremos gra-tuitamente para nossos associados workshops de cosmiatria com ofi cina de toxina botulínica e de preenchimento”, anunciou a presidente da Regional, Sandra Maria Barbosa Durães.

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ParaíbaNa foto estão os associados da Regional Paraíba

que marcaram presença no jantar de confraternização do Congresso Brasileiro de Dermatologia, em Brasília. Da esq. para a dir.: Francisca Estrela Maroja (Comis-são de Ética e Defesa Profi ssional da SBD), Luciana Trindade (presidente da Regional Paraíba), Otávio Lopes (delegado da Regional Paraíba) e Mohamed Azzuis (chefe do Serviço de Dermatologia do Hospi-tal Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa). A presidente aproveita para lembrar que a próxima Jornada Norte-Nordeste ocorrerá na Paraíba, em João Pessoa, de 1o a 3 de maio de 2014.

Rio Grande do NorteO dermatopatologista Nilceo Michalany (SP) foi o

convidado da reunião científi ca com discussão de casos clínicos ao vivo ocorrida nos dias 14 e 15 de junho, na As-sociação Médica do Rio Grande do Norte e no Ambulató-rio de Dermatologia do Hospital das Clínicas. Estiveram presentes associados da SBD-RN, residentes de derma-tologia do Hospital Universitário Onofre Lopes e médicos patologistas.

BahiaA Regional realizou no dia 23 de outubro o Curso de

Atualização em Psoríase da SBD. Sob coordenação local de Ivonise Follador, o encontro debateu as novidades em imunopatogenia, psoríase na infância, avanços em fotote-rapia, manejo prático do uso de infl iximabe, entre outros assuntos. Os dermatologistas Gleison Duarte e Maria de Fátima Paim Oliveira (BA) e Tânia Cestari (RS) e o gas-troenterologista Flávio Feitosa (BA) foram os palestrantes do curso.

ParáA reunião clínica de setembro contou com a edito-

ra chefe dos ABD, Izelda Costa, que em suas palestras abordou diversos temas, como peelings químicos su-perfi ciais, médios e profundos, procedimentos estéticos em fototipos altos e manifestações cutâneas de doenças sistêmicas em crianças. “Ministradas com excelência, as palestras lotaram nossa plateia”, informou a presidente da Regional, Clivia Carneiro.

Diretoria da SBD Pará com a professora convidada, Izelda Costa (a quarta da esq. para a dir.)

Dermatologistas da Regional com o dermatopatologista Nilceo Michalany (o quinto da esq. para a dir.)

Médicos trocam conhecimentos durante o Curso de Atualização em Psoríase da SBD Nacional

Regionais

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Univvversidade EEstaduall ddo Paarrá (Ueepa)O dermatologista e editor associado dos ABD Vi-

tor Reis foi o convidado da reunião do Serviço no mês de agosto. Na ocasião, foram apresentados 12 casos clínicos, muito bem documentados, com revisão da li-teratura, seguidos da palestra “Dermatite de contato, atualização”.

Serrrviços CCCredencciadooos

Univvversidadee Federall do Paará (UUUFPAA))Dois trabalhos da Universidade Federal do Pará

(UFPA) apresentados no Congresso Brasileiro foram classifi cados entre os melhores casos: “Síndrome de Kasabah Merrit: relato de caso” e “Doença de Rosai Dorfman cutânea ulcerada”. Na foto acima, estão os preceptores e residentes do Serviço no estande da SBD no Congresso em Brasília: Maraya Bittencout, Carolina Dias, Alessandra Haber, Rossana Veiga, Arival de Brito (chefe do Serviço), Deborah Unger, Clívia Carneiro (presidente da SBD-PA), Bianca Nascimento e Thaiane Lage.

Hospitaal de DDoençass Troppicais (HDTT-GO)

Recém-credenciado por dois anos e com duas vagas de residência, o Serviço de Dermatologia do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT--GO) é referência no Brasil, especialmente na Região Centro-Oeste, em doenças infectoconta-giosas e em dermatologia geral, sendo importante centro de ensino e aprendizagem para as institui-ções públicas e privadas na área de saúde. “A der-matologia do HDT existe há anos como assistên-cia e campo de estágio para residentes de clínica médica e para os residentes de dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG). Em março do ano passado, foi criado o Programa de Residência Médica (PRM) em Dermatologia do HDT, só iniciado após a aprovação do Ministério da Educação (MEC) e da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Em 9 de setembro obteve o credencia-mento pela SBD”, explica Mirian Lane de Oliveira Rodrigues Castilho, chefe do Serviço, supervisora do PRM de dermatologia e responsável pelos am-bulatórios de psoríase e hanseníase. Compõem a equipe as médicas Camila de Barros Borges, Mayra Ianhez, Beatriz Alves Justino, Ludmila Pai-va Queiroz, Nayana Chaves Aveiro, Maria Lígia de Moura Mendonça, Regina Célia do S. Fernandes e Vanessa Gomes Maciel.

Regina H. Buffman (R2), Nayana C. Aveiro, Carmélia M. S. Reis e Cacilda S. Souza (ambas da Comissão de Ensino SBD), Mirian Lane de O. R. Castilho e Cássia M. Gomes (R2)

Arival Brito, Regina Carneiro, Clivia Carneiro, Vitor Reis, Fran-cisca Miléo, Andréa Miranda, Deborah Unger, Alena Mendes e Fernando Carneiro

Centttro dde Esttuudo Der--matooológgico ddo Recifee (Cedder)

O Ceder congratula a alu-na Vanessa Fernandes Neres pela obtenção do primeiro lugar na categoria Minicomu-nicações do Congresso Brasi-leiro de Brasília com o trabalho intitulado “Liquen plano pigmentoso inverso: rara variante de liquen plano”. Pela classifi cação, Vanessa recebeu o prêmio Profa. Orcanda Patrus pela SBD e o prêmio Prof. Fernando Terra, da SBD em parceria com o laboratório Galderma.

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Univvversidadee dde Taubatté (Unnittau) -- SPNo dia 23 de novembro, em Campos do Jordão,

será realizado o III Encontro Dermatologia nas Alturas, em coordenação conjunta com o Prof. Nelson Proença. “Estaremos discutindo, com os médicos de Campos do Jordão e os colegas do Vale do Paraíba, a dermatologia na gestação e também o tratamento do câncer da pele, uma vez que na semana seguinte será realizada a Cam-

Günttter HHans –– HU/UFMMSOcorreu nos dias 15 e 16 de agosto, em Campo

Grande-MS, a VI Jornada do Serviço de Dermatologia Dr. Günter Hans. A jornada contou com a presença dos palestrantes Nilton di Chiacchio, Artur Duarte, Cyro Fes-ta Neto, Evandro Rivitti e Bertha Tamura, que abordaram temas como melanoníquias, queratoses actínicas, artrite psoriásica, imunobiológicos em psoríase, colagenoses e doenças bolhosas. Foram realizados também workshops sobre toxina botulínica, preenchedores cutâneos e cirur-gia das unhas.

panha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele. Esse nosso encontro é bienal e já se encontra em sua terceira edição. Com o entusiasmo do Prof. Proença e a partici-pação de todo o grupo da Universidade de Taubaté, o encontro sempre vem crescendo e se transformou numa excelente oportunidade para reciclagem científi ca e num delicioso encontro social de descontração e alegria”, afi r-ma Mandelbaum.

Mogggi daas Cruzes (SP)A Liga de Dermatologia da Universidade de Mogi

das Cruzes, orientada pela chefe de Serviço Denise Steiner, participou da Feira da Saúde, promovida pelo curso de medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), em 14 de setembro. O evento contou com a participação de vários outros cursos, como fi sioterapia, enfermagem, nutrição, odontolo-

gia, e teve como objetivo atender gratuitamente a população do Alto Tietê.

Neste ano, após triagem, 60 pessoas – em sua maioria idosos – receberam atendimento prestado pela Liga de Dermatologia sob supervisão da derma-tologista Kelly Cristina Signor. Entre os diagnósticos mais comuns estavam as lesões pré-cancerígenas, como queratose actínica e queratose solar, lesões cancerígenas de CBC e CEC, acne, queratose sebor-reica, nevos melanocíticos, eritrodermia e onicomi-coses. Após assistidos, os pacientes eram orientados e encaminhados ao Ambulatório de Dermatologia para o acompanhamento e biópsia das lesões.

A participação na Feira da Saúde permitiu aos acadêmicos maior familiarização com as lesões suspeitas e, principalmente, com a ajuda de um der-matoscópio, aprender a realizar os diagnósticos di-ferenciais. Para que a atividade fosse possível, todos os membros da Liga de Dermatologia foram subme-tidos a uma aula ministrada por Denise Steiner para ampliar os conhecimentos sobre o câncer da pele e a regra do ABCD (assimetria, borda, cor e diâmetro).

Participaram da Feira a doutora Kelly Cristina Sig-nor (supervisão), Camila Ribeiro Perucchi (Presiden-te da Liga de Dermatologia FMUMC), e as residentes Isabella Cardoso Mota, Mariane Bigotto, Ana Caroli-na Radicci Pégolo, Mariana Bovolon, Fernanda Baldin, Mariana Hool Bajerl e Natalie Priore.

Nas fotos: Equipe do

Serviço pres-tou

atendimento a 60 pessoas

durante a feira de

ciências

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Psicodermatologia“Os estudos sobre estresse e a experiência clínica de especialistas e clínicos gerais vêm demonstrando que mais de

70% das doenças têm o estresse em sua origem. Médicos são particularmente vulneráveis ao estresse crônico devido às características de sua atividade. Pesquisas diversas mostram que médicos têm taxa de suicídio superior à da população geral; 46% deles consideram a prática da medicina extremamente estressante, 58% avaliam que sua vida familiar é preju-dicada pelo trabalho, 38% dos estudantes de medicina têm sintomas de depressão, 25% dos médicos de atenção primária sentem-se esgotados, 15% dos cirurgiões são dependentes de álcool. Levando em consideração a importância desses dados, o Departamento de Psicodermatologia alerta para a necessidade de os médicos procurarem ilustrar-se sobre a formação do estresse, seus efeitos no organismo e as maneiras de se manter hígidos mesmo sob as pressões e desafi os da atividade clínica. O médico precisa curar a si mesmo primeiro”.

ROBERTO AZAMBUJA, COORDENADOR DO DEPARTAMENTO DE PSICODERMATOLOGIA

HanseníaseA dermatologista Marilda Aparecida Milanez Mor-

gado de Abreu (SP) representou o coordenador do Departamento de Hanseníase da SBD, Joel Lastória, na reunião de avaliação da implementação das ações do Plano Integrado de Hanseníase e Doenças em Eli-minação e da Campanha Nacional de Hanseníase e Geo-helmintíases, organizadas pela coordenação do Programa Nacional de Controle da Hanseníase e Doenças em Eliminação, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. O encontro ocorreu de 3 a 5 de setembro, em Brasília. Um banner com os re-

Departamentos

DST & AidsO Departamento de DST/Aids, sob coordenação de

Luiza Keiko, tem como objetivo primordial nesta gestão formar parcerias de conteúdo programático, priorizan-do sua execução e oferecendo legado efetivo para a próxima Diretoria dar prosseguimento e aprimoramen-to às programações. Entre as ações implementadas, destaca-se a formação da primeira mesa de grupos parceiros: CRTA/Aids (Centro de Referência de Trata-mento da Aids/São Paulo), Iier (Instituto de Infectolo-gia Emílio Ribas), Associação Brasileira de DST, Regio-nal São Paulo. Já fazem parte também a Faculdade de Saúde Pública e o Serviço de DST da Unifesp, estando o grupo aberto à participação de qualquer serviço bra-sileiro. “Essas parcerias visam obter um diagnóstico e abrir um canal de diálogo com os dermatologistas que trabalham no sistema SUS e, principalmente, os que não atuam, que constituem a maioria. Além do diag-

nóstico, já estamos providenciando um kit contendo material educativo (solicitado por muitos dermatolo-gistas que fazem palestras de DST/Aids Brasil afora) e um manual de informe técnico ou uma revista para informação atualizada”, explica a dermatologista Luiza Keiko.

Além disso, serão programados cursos em todos os Serviços parceiros, tendo como pú-blico-alvo multiplicadores de Serviços univer-sitários de dermatologia associados à SBD ou de Serviços de DST da rede pública do SUS (munici-pal ou estadual com profi ssionais médicos dermatolo-gistas). “Planejamos ainda um curso de atualização em DST/Aids para o ano que vem. Nossa maior urgência é estabelecer datas e critérios de seleção dos multiplica-dores para os cursos que serão oferecidos, aguardando um canal de diálogo deles conosco”, frisa.

sultados da Campanha Nacional contra a Hanseníase, promovida pelo Departamento em 2012, ao longo do mandato da ex-presidente da SBD Bogdana Kadunc, fi cou exposto no estande do Ministério da Saúde du-rante o Congresso Brasileiro de Dermatologia.

CONGRESSO INTERNACIONAL – Os membros do Departa-mento de Hanseníase da SBD, Joel Lastória e Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu participaram do 18o Congresso Internacional de Hanseníase, entre 16 e 19 de setembro, em Bruxelas, Bélgica (fotos acima).

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