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Ribeirão Preto, dezembro de 2005 - ano I - nº 3

Jornal da Vila - n03 - dezembro de 2005

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Jornal da Vila Tibério, bairro da zona oeste de Ribeirão Preto, tiragem de 10 mil exemplares com circulação também na Vila Amélia, Jardim Santa Luzia, Jardim Antártica, e parte do Sumarezinho e do Monte Alegre

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Ribeirão Preto, dezembro de 2005 - ano I - nº 3

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Dezembro de 2005

Considerações sobre a VilaWladimir C. Bianchi *

Falar da Vila Tibério para mim,se confunde com falar de mim mes-mo. Nasci na Vila e vivi lá até os 21anos, quando minha mulher me rap-tou e me levou para o outro lado dacidade. Desde então, vivo atraves-sando a cidade para visitar meuspais em minha antiga casa tiberiana,além de ir à praça para decidir o fu-turo do país.

Para mim, a Vila tem um pontochave, a pracinha Coração de Ma-ria. Foi nos arredores dela que amaior parte dos eventos aconteceu.Da minha casa, tinha que andar cin-co quadras. Sempre que sinto ocheiro da “dama da noite” eu melembro desse trajeto, de mãos da-das com meus pais, passeando nosilêncio da noite. No caminho, acada três casas tinha um tio, em suacadeira trançada, trocando uma pro-sa em frente aos jardins e curtindoa brisa característica da noite deRibeirão.

Ao chegar à praça, o parque eos círculos de areia sempre foram adiversão da garotada. Eu adoravadar voltas em cima do muro de umdos círculos e saltar dali de cima. Ali tinha um lugar que me chamavaatenção, o antigo “Cine Vitória”,que não funcionava, mas tinha vá-rios cartazes de filmes, dentre eles,o impressionante “Tubarão”.

Aos domingos meu tio me leva-va na Igreja da Rosário, também napraça, onde mais tarde fiz o catecis-mo e a crisma no prédio do SESI.Quando saia da igreja, muitas vezesíamos à banca de revistas, onde euganhava um gibi do Tio Patinhaspara aumentar a coleção.

Algumas vezes, escondido, e

ignorando os conselhos de minhamãe, pulei na fonte da praça para merefrescar. A fonte ficava em frente àescola de datilografia, onde aprendia usar meus dez dedos para contaressa história. A loja da praça era a“Confecções Pedro”, do próprioPedro, que namorou minha prima. Foilá que eu ganhei meu primeiro Jeans.Quando fiz sete, em 79, eu fui para o“Sinhá”, a escola da praça, e fiqueilá até o oitavo ano.

Na mesma praça eu também na-morei, beijei, chorei, fiquei commedo, fugi de briga, fugi de aula etambém me cocei muito! É... Cocei-ra forte! Na praça tinha uma árvoreque dava um fruto chamado de “sa-bão de macaco”. Não sei como éurtiga, mas acho que deve ser pior.Uns engraçadinhos passaram o talsabão nas minhas costas... Fiqueimaluco, me esfregando naquelesbancos de cimento. O assunto pa-rou na diretoria da escola...

Ainda continuo indo na praça,ano após ano para dar meu votonas urnas do “Sinhá”, além de en-contrar amigos e rever momentosmarcados nos corredores da esco-la e da praça.

Eu sinto a Vila e a praça comominha grande casa, como um gran-de ninho, como um colo de mãe.Dali tirei minha percepção de mun-do e passei a entender minha cida-de. No coração da Vila temos o “Co-ração de Maria”, que como umgrande templo, guarda histórias esaudades de muitos que por ali pas-saram e cresceram. A praça que épara mim o “Coração de Ribeirão”.

* Diretor de Tecnologia em uma dasmais bem conceituadas empresas de

tecnologia da região, a Cions Software– www.cions.com.br

[email protected]

Informativo mensal com circulação na Vila Tibério.Tiragem: 7 mil exemplares

[email protected] - Fones: 3966-1829 / 3610-4890

Jornalista responsável: Fernando Braga - MTb 11.575Reportagens: Inês Zaparolli

Impresso na Gráfica Verdade Editora Ltda.Rua Coronel Camisão, 1184 - Ribeirão Preto - SP

Editorial

OPINIÃO

No dia 11 de outubro de 2005, foi aprovado requerimento decongratulações pelo lançamento do Jornal da Vila. Apresentadopelo vereador Walter Gomes, que ressaltou o fato do jornal estaraberto a todos que queiram se expressar.

Agradecemos a homenagem e isso só aumenta nossa responsa-bilidade para com os moradores da Vila Tibério.

Câmarahomenageia JV

Passado, presente e futuroA antiga fábrica da Antarctica,

uma importante área da Vila Tibé-rio, no coração da cidade, pode serconsiderada como um grande va-zio urbano.

Pensando na revalorização dobairro, apresentamos uma propos-ta para colocar em discussão o quepoderia ser feito com esse impor-tante quadrilátero que, pode nãoser uma panacéia para todos osmales, mas certamente pode “me-xer” muito a dinâmica da Vila.

Sabemos que tombamentos,que implicam em restauração emanutenção são onerosos. No Bra-sil são poucos os empresários queinvestem na área cultural e a de-pendência exclusiva de verbas pú-blicas inviabiliza qualquer proje-to. O aproveitamento do imóveldeve servir para alguma finalidadee gerar seus próprios recursos.

Em São Paulo, o Sesc Pompéiapode servir como exemplo datransformação de uma área fabrilem um complexo esportivo e cul-tural, tornando atrativo todo oentorno, revalorizando uma áreaantes decadente e vazia.

Em Ribeirão temos o exemplodo Parque Curupira, uma pedreiraabandonada que se transformounum centro de lazer.

Precisamos de espaços parareunir as pessoas, seja por moti-vos culturais, esportivos ou de la-zer.

Com a falta de segurança e omedo em transitar em espaços aber-tos, a tendência é formar núcleos,como os shoppings, calçadões,centros comunitários.

A proposta do JV é preservara história de uma fábrica que osmoradores da Vila, em especial, ede Ribeirão, ainda se orgulham defazer parte e ao mesmo temporevitalizar um espaço tão nobre.

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Dezembro de 2005

Uma proposta paraa área da Antarctica

A antiga fábrica de cervejaainda poderia estar emfuncionamento, não fos-se a nova ordem mundial

que, em nome da produtividade,exige linhas de montagem com-putadorizadas com poucos fun-cionários.

Ficou a saudade e uma gran-de área no coração da cidade.

O Jornal da Vila atreve-se afazer uma proposta, que a prin-cípio pode parecer maluquice,mas, na verdade, alguns proble-mas do bairro e da cidade comoum todo seriam atenuados.

Poderia aliviar os problemasdas enchentes, preservar valiosopatrimônio histórico para uso desecretarias, desonerando o mu-nicípio do aluguel mensal, alémde propiciar solução viária comnova ligação com o centro.

Tudo isso beneficiaria nãoapenas a Vila Tibério, mas tam-bém contribuiria para a revitali-zação da “Baixada”, que é aliásuma grande preocupação mani-

festada pelo poder público na de-cisão de manter a Rodoviária ondese encontra e pelos comercian-tes da área.

A PROPOSTA - A área seriadesapropriada e os vértices doquadrilátero seriam vendidos paraamortização do valor a ser pago.Poderiam ser construídos cen-tros comerciais (1). O vértice 2é ocupado pela Dira, Divisão Re-gional Agrícola do Estado de SãoPaulo.

O local abrigaria um parque,fechado com grades para evitaro uso indevido.

Possibilitaria também a aber-tura da rua Joaquim Nabuco, li-gando-a com a rua Mariana Jun-queira, onde já existe uma pontesobre o ribeirão, dando nova op-ção de escoamento para a regiãooeste da cidade, e ligaria tambéma rua Padre Feijó com a avenidaFábio Barreto.

Seriam preservados algunselementos arquitetônicos originaiscom valor histórico que pode-riam abrigar, com as devidas ade-

quações, as secretarias que nãopossuem sede própria, e obrigama Prefeitura a empregar umaquantia considerável do recursopúblico. Outra opção seria fazerum convênio com o Sesc, que aexemplo do Sesc-Pompéia, emSão Paulo, onde ocupou área deuma antiga fábrica e revalorizoutodo o entorno.

Além disso, poderia se pen-sar no desvio de parte do leito doribeirão Preto, tirando a junçãodos rios em ângulo reto, diminu-indo o impacto das cheias nasavenidas Jerônimo Gonçalves eFrancisco Junqueira.

Outra alternativa é a reaber-tura do caminho dos trilhos, pelapraça Schmidt, dando nova saí-da para os ônibus que partem darodoviária, desafogando o trân-sito da Vila Tibério e da avenidaJerônimo Gonçalves.

Propostas melhores que estapodem surgir num amplo debatepúblico, que aliás é o que o Jor-nal da Vila deseja levantando aquestão. Fernando Braga

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No mapa, oquadriláteroda Antarcticamostrando a

possívelabertura viáriae abaixo, um

dos prédios doconjunto

PraçaAmimCalil

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Dezembro de 2005HISTÓRIA

Luís e Catarina Tam-burus vieram da Áus-tria, por volta de 1880,com o filho Miguel.

Os outros filhosnasceram no Brasil,sendo uma delas, Fran-cisca afilhada de Henri-que Dumont.

O casal morava naSanta Cruz onde tinhamum sítio em sociedadecom Bernardino, umdos filhos.

Bernardino casou-se com Amélia Chúfalono final de 1923 venderam o sítioe vieram se instalar na Vila Tibé-rio, com os filhos Egídio, Adelmo,Catarina, Dalva, Aládia e Edsoncom seis meses de idade, ondepossuíam um armazém na rua Luizda Cunha com a Barão de Cotegi-pe. Os outros três irmãos, Otávio,Adelino e Ivone, nasceram na Vila.

Após algum tempo venderamo armazém e compraram um bar, naesquina das ruas Castro Alvescom Martinico Prado, conhecidocomo bar do Nardim, apelido deBernardino. Esse bar foi vendidomais tarde para José Spinelli. Ed-son, talvez por sentir saudadescostumava passar pelo local e co-nheceu Valda, filha do Spinelli. Ca-saram-se e estão juntos há cin-qüenta e quatro anos.

Egídio (falecido em 1998), o fi-lho mais velho, era barbeiro e abriuum salão na rua Luiz da Cunha. OEdson, ainda criança, todos osdias levava o almoço para o irmãoe aos poucos foi aprendendo oofício. Trabalharam juntos duran-te vinte e oito anos.

Edson, então foi para arua Martinico Prado, onde era aquitanda do Manoel da Nóbrega,o Português. Ali trabalhou por maisvinte e cinco anos até aposentar,deixando o salão para Antonio Luizde Oliveira, um dos sócios da Inte-gral Odontológica.

Eram muitos os fregueses deEdson, sendo que numa vez con-versavam um pastor protestante,um vigário e o próprio Edson queé espírita.

Edson e Valda moram na mes-ma casa há quarenta e nove anos,têm uma filha, Regina Célia Tam-burus Burim casada com AntonioCésar Burim, e dois netos, o pu-blicitário Mateus e Ana Fredericaque cursa doutorado em DireitoInternacional na Sorbonne, naFrança.

Eles representam muito bem aVila Tibério, trabalharam muitoquando jovens, constituíram umafamília com fortes laços afetivos,passaram para os filhos a impor-tância do estudo e hoje desfrutamtranqüilos com a serenidade dodever cumprido.

M uito se falou de José Wil-son Toni, jornalista, políti-co e radialista que nos dei-

xou precocemente no início destemês de dezembro.

A família de Toni veio de BonfimPaulista onde seus avós tinhamuma padaria e seu pai trabalhavana extinta EPA – Escola Prática deAgricultura, atual campus da USP.

Com o fechamento da EscolaPrática, por volta de 1954, os paisde Toni mudaram-se para a Vila Ti-bério.

Toni estudou no Grupo EscolarSinhá Junqueira, uma de suas pro-fessoras na época, DalcyAbade (foto) diz queToni era um menino mui-to inteligente, bom alu-no, se expressava numportuguês correto e fa-lava sem medo, essa ca-racterística vem de mui-to cedo. Dalcy costumava levar seufilho mais novo na escola, por nãoter onde deixá-lo, e numa das vezesToni presenteou o menino com umtamborzinho. Fato que Dalcy se lem-bra até hoje com emoção.

Célia Reis ainda guarda comcarinho um livro ganhou de presen-

Egídio e Edson Tamburus,barbeiros com orgulho

Edson e Valda.Egídio no destaque

Toni: a trajetória de umcomunicador nato

te de Wilson Toni no seu ani-versário há 32 anos. Amigos deinfância e adolescência, nostempos da Vila Tibério, Céliaacredita que era ele quem tinhaa magia do menino do dedo ver-de que podia transformar omundo com um simples toque.Henrique Bartsch que morava

na Gonçalves Dias, quase esquinacom a Joaquim Nabuco, afirma quealém de uma grande amizade quevem desde quando jogavam bolaaos cinco anos de idade, Toni sem-pre foi muito generoso com os ami-gos e conhecidos.

Toni começou a trabalhar na rá-dio 79 ainda garoto, formou-se emjornalismo e advocacia, e além deuma carreira de sucesso no rádio,jornal e TV, foi vereador em Ribei-rão Preto, deputado estadual, se-cretário estadual da Promoção So-cial. Toni era apresentador e fun-dador do Clube Verdade.

Toni gostava de provocar po-lêmicas, com isso fazia as pessoaspensarem e tomarem uma posição,contra ou a favor, ninguém ficavaneutro com suas investidas. Suafigura carismática e possuindo odom de falar de improviso comempolgação não terá substituto tãocedo, numa era em que apresenta-dores lêem numa telinha à sua fren-te o que informarão ao público, cal-mos e pasteurizados.

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Dezembro de 2005 GENTE

Hermínio Fernandes filho deAntonio Fernandes Figueiroa, ogarapeiro, tem muito orgulho desuas origens e acha graça que seupai, homem tão simples, seja nomede rua em bairro classe alta.

“Seu” Hermínio sabe convivermuito bem com os extremos. Hácinqüenta e três anos possui umarmazém, desses que se encontradesde miudezas para pequenos re-paros até torrador de café, rega-dor, chapéu de palha, fumo emcorda, panelas, vasos, manguei-ras, corda, abajur, louças, além debar e mercearia.

Nascido na rua Joaquim Nabu-co, desde pequeno adotou o lema“tempo é dinheiro e dinheiro é difí-cil de ganhar”. Começou a traba-lhar bem cedo, como pespontadorde sapatos, e até hoje nem pensaem deixar de trabalhar, junto comseu ajudante, José Mário, entre umfreguês e outro vai contando suashistórias.

Na época do fogão a lenhaquando chovia, era um corre-cor-re para guardar a lenha. Nem sem-pre era possível e a madeira úmidanão pegava fogo, o jeito era tirarum pouco do capim do colchãodo filho para atiçar as chamas.

“ Seu” Marcílio Pereira mora namesma casa desde 1957.

Houve uma época que seus vizi-nhos não tinham despertador. É quepontualmente ele saía de casa àsseis horas e ligava sua motocicle-ta, uma Norton 500cc, inglesa mui-to usada na segunda guerra, o ron-co funcionava como um desperta-dor coletivo.

E sempre foi assim, quando sóexistiam no Brasil motos importa-das, o jeito era improvisar adaptan-do um motor na bicicleta, eram asbicicletas motorizadas.

Dentre as várias motos, “seu”Marcílio teve uma Triumph e umaCezepel, de origem tcheca. Nuncaforam para oficina. Ele mesmo asconsertava e também as dos ami-gos.

Sua carta de motociclista é de1962, mas nunca dirigiu um carro.Teve vários acidentes de pequenagravidade, mas nada que abando-nasse sua paixão.

Uma vez foi parado por um guar-da que o alertou que estava comexcesso de passageiros. Estavamcom ele, dois filhos e a esposa.

Em outra ocasião, quando des-cia bem devagar a rua Tamandaré,onde o declive é bem acentuado

Uma pausa para a freguesaque procura tinta para tecido, ou-tra quer molho de tomate, um pe-dido de cerveja, mais uma porçãode salame e outra história.

Um dia “seu” Hermínio depa-ra com uma das vizinhas com carade poucos amigos. Ela morava emcasa geminada com fogão a lenhae a outra casa era espelho da sua.No fogão tinha um compartimen-to em baixo que servia para guar-dar a lenha e de tanto bater naparede, formou um grande bura-co. Não é que a outra vizinha ar-rastava a lenha para seu fogão.

O ambiente com as histórias éuma volta no tempo, suas irmãsMaria e Delfina, sua esposa MariaAparecida, seus filhos HermínioJúnior, Maria Emília, Tereza, Antô-nio Sérgio e Fernando mais os onzenetos sabem que as estórias do“seu” Hermínio se confundem coma história da Vila Tibério.

“perdeu” dona Dirce, sua esposa,que estava na garupa. Ela tinha to-mado um analgésico e desceu damoto em movimento.

Os três filhos do casal, Ailton,Maria Aparecida e Eduardo, todostiveram suas motos com incentivodos pais.

O fato de não possuírem carronão os impediam de viajar. Já forampara Franca, Ituverava, Poços deCaldas, Araraquara, Tambaú e re-

Armazém do Hermínio,desde a década de 50

Uma família de motociclistas

centemente foram até São Joaquimda Barra, visitar os familiares dedona Dirce.

Em Bebedouro, tem um clube demotociclista, onde esteve em no-vembro passado. “Seu” Marcíliocom setenta e cinco anos pretendeconviver ainda muito com suascompanheiras de estrada, umaShadow 60, uma CG 400, além dedona Dirce, que tem a mesma pai-xão do marido.

A Digital foi campeãde futebol da Série

Ouro do Regatas 2005

Casamento de Fer-nando Berto, ponta-es-querda do Botafogo,com Ivanilde, na IgrejaMatriz da Vila Tibério, em1957, com os padrinhos,prefeito Costábile Roma-no, e Aquilino Ribeiro,pai da noiva, alfaiate tra-dicional da Vila Tibério emúsico da Orquestra Sin-fônica

Fotos antigasda Vila Tibério

AJUDE-NOS A CONTARA HISTÓRIA DO BAIRRO.

Ligue3966-1829 ou 3610-4890 .

As fotos serão escaneadase devolvidas. Será publicado

o nome das famílias.

Seu Marcílio e dona Dirce

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Dezembro de 2005PRATA DA CASA

H enrique Bartsch contaa trajetória musical doGrupo Nós, banda ri-

beirãopretana nascida na dé-cada de sessenta, no come-ço da Gonçalves Dias, e atéhoje na ativa.

Henrique herdou do avôalemão, Max Bartsch, o gos-to pela música e aos oitoanos começou pelo pianoclássico. Não durou muitotempo, pois com o surgimen-to dos Beatles tudo virou depernas para o ar. Apaixonado pelamaior banda de todos os tempos,conseguiu que sua tia Odila lhedesse um violão.

Um dia, Zé Pardal, seu vizinho,já acostumado a ouvi-lo no violãoou no piano, levou-o até um ensaiodos Lawers e Henrique que nuncatinha visto uma banda ao vivo enem pego em uma guitarra depoisde cantar algumas músicas dosBeatles, passou a se apresentar como conjunto.

Foi no Salão Paroquial da igrejada Vila Tibério, próximo de sua casa,a primeira apresentação. Foi um tre-mendo sucesso, e a partir daí nãoteve mais volta, com 15 anos des-cobriu que não havia melhor ma-neira para um garoto tímido arru-mar garotas.

Nessa época conheceu o Jon-nhy Oliveira e talvez já mereçam serincluídos no Livrodos Recordes, poisHenrique e Johnnytocam juntos háquase 40 anos, edesse encontronasceu o Grupo 17.

O fato determi-nante para que con-tinuassem com acarreira musical foivencer um festivalem 1968. Com muitaluta, conseguirammontar um repertó-rio próprio, com lar-ga influência dosMutantes.

Como os inte-

grantes do conjunto cursa-vam faculdade, em 1977 al-guns se formaram e resolve-ram deixar o grupo. Os rema-nescentes, respondiam à per-gunta quem era a banda,“Nós 4”, e assim ficou o nomedo novo grupo.

Em 1980 veio o primeirodisco gravado, “Rasante”.Neste ano morreu JohnLennon e o Grupo Nós fez umshow em homenagem no Tea-tro Municipal.

Como o evento foi um sucesso,logo após, foram reservar novamen-

Max Bartsch,fundador da

SinfônicaMax Bartsch nasceu na Ale-

manha em 1898 e chegou ao Brasilcom cerca de doze anos. Seus paismoravam em uma fazenda em Jar-dinópolis e mudaram-se para Ri-beirão.

Max foi gerente da Compa-nhia Antarctica Paulista e partici-pava de associações culturais esociais da cidade. Fundou o Quin-teto Max e se apresentava tocan-do cítara alemã (foto), uma mistu-ra de harpa com violão, na antigarádio PRA-7.

Nessa época era comum osmúsicos terem uma formação mu-sical e conhecer peças clássicas.Foi assim que um grupo de músi-cos procurou Max, que era bas-tante conhecido, para criar umaorquestra. Era uma tarefa difícil,mas Max aceitou o desafio e em22 de maio de 1938 estava funda-da a Sociedade Lítero Musical,mantenedora da Orquestra Sinfô-nica de Ribeirão Preto, uma dasorquestras mais antigas do país eem atividade.

Max foi seu fundador e a or-questra ensaiava e se apresentavano Teatro Pedro II, daí se compre-ende a luta de Henrique, do Gru-po Nós, para reerguer o teatro. Umfator hereditário e musical.

Inauguração do ArmazémAurora, “do Tonim” (rua Au-rora esquina com a rua Con-selheiro Saraiva), em 1958.

Na foto, Antônio DellaAgostini, hoje aposentado,com a esposa Zélia, o ex-pre-feito Alfredo Condeixa Filhoe o vendedor Wilson FerreiraGomes (falecido).

Grupo Nós, 40 anos de carreirate o teatro, e foi aí que Antonio Pa-locci, secretário da Cultura, deu ainformação de que um banco iriacomprar o Teatro Pedro II, símboloarquitetônico de Ribeirão Preto,que havia pegado fogo, e estavaabandonado há um bom tempo semsinais de restauração.

Usando o prestígio que o Gru-po NÓS tinha e mais o equipamen-to próprio, chamaram os músicosque participarem do show paraJohn Lennon e constituíram aSOMA, um movimento musicalpara restaurar o Teatro.

A SOMA conseguiu um abai-xo-assinado com 30 mil assinatu-ras e ajudados pelo deputado An-tonio Calixto, foram ao governadore o Teatro foi tombado. Com o apoioda TV Ribeirão, hoje EPTV, provo-caram uma situação incômoda, eos políticos aproveitando o prestí-gio que traria reativar o teatro aca-baram restaurando o imóvel.

Henrique já havia desistido deser engenheiro, embora formado,vivia de música. Apoiado peloJohnny, que sempre acreditou nosonho, orgulha-se de ter formadomuitos músicos, dos quais váriosseguem seu caminho baseados naconvivência de quando aqui esti-veram, ou seja, é possível viver daarte.

Grupo 17, em 1968

Formação atual do Grupo Nós

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Dezembro de 2005

DICAS

Curta o verão noPoliesportivo do BotafogoPraticar esportes faz bem para a saúde, deixa o corpo em forma e

alivia o stress. Com o calor que já vem batendo recordes de temperatu-ra, chegou a oportunidade de aproveitar o verão à beira da piscina oubatendo papo com os amigos na lanchonete. O Poli do Botafogo temum conjunto aquático com 3 piscinas, incluindo uma olímpica; quatroquadras de esportes, sendo uma coberta; playground, lanchonete,escolinha de futebol e futuramente uma academia. O clube está compromoção para aquisição de títulos individual e familiar. Não perca achance! Venha conhecer o Poliesportivo. Rua Paraíso, 671 - fone:3930-3003.

Mariana, Ma-ria Luísa e Gabrie-la se encontrampelo menos umavez por semanapara brincar. Nacasa de Maria Luí-sa tem quintal deterra, com jabutica-beira, acerola emuitas plantas. Láas “menininhassuperpoderosas”como se auto-denominam brincamde boneca, fazem comidinha comfolhas, bolinho de terra vira briga-deiro, sobem nas árvores e quandose entusiasmam passam até barrono corpo. Marilda, a mãe de MariaLuísa, ajuda fornecendo massinhapara enfeitar os bolinhos, faz lan-che com suco natural e assim comoas outras mães dão total apoio àsbrincadeiras das filhas. Elas nãoimaginam o bem que estão fazendoàs suas crianças.

Segundo o jornalista GilbertoDimenstein, da Folha de S. Paulo,em matéria publicada em 11 de de-zembro: “Há pencas de estudomostrando como a brincadeira,dessas em que nos sujamos, rala-

Criança que brincacomo criança

LAZER

A Café Video está com umasuper promoção neste mês nas ven-das de VHS, a partir a R$ 4,00 eDVDs a partir de R$ 19,90. É a opor-tunidade de ter seu artista preferi-do sempre em sua casa. Aproveitepara montar sua videoteca.

E os DVDs mais alugados :1º. Guerra dos mundos2º. Madagascar3º. Cruzada4º. A ilha5º. Constantine6º. Batman Begin7º. Jogos mortais8º. Guerra nas estrelas – 39º. A sogra10º. Sr. e Sra. Smith

Av. do Café 550 F: 3635-9988Rua Eduardo Prado, 766

F: 3633-4994

As férias estão chegando e a oportunidade de fazer um curso deartesanato também. No Empório do Artesanato aprende-se as técni-cas de pintura na madeira, como pátina, decoupage e country; biscuite mosaico. Há turmas de manhã, tarde e noite e o material é encontra-do lá mesmo. Caixinhas para mil coisas, porta-retratos, bandejas,objetos para decoração, prontos ou sob encomenda, são ótimasescolhas para presentear quem já tem de tudo ou dar um toquediferente na casa.

O Empório do Artesanato fica naRua Henrique Dumont, 537 – tel.: 3632-5003

Arroz com Bacalhau

500 grs. de bacalhau desalgado - desfi-ado1 cebola média3 dentes de alho3 tomatesCheiro verde½ xícara de azeite2 xícaras arroz cru4 xícaras de água (fervendo)1 lata ervilha

Modo de fazerRefogar o bacalhau com todos os

temperos. Colocar metade do arroz cruem um pirex. Depois colocar o baca-lhau refogado, a lata de ervilha, o res-tante do arroz, as 4 xícaras de água fer-vendo. Cobrir com papel alumínio. Le-var ao forno por aproximadamente 45minutos ou até que o arroz esteja ma-cio ou secar a água.

Rendimento: 6 porções.

Laurice - Regional Mat. Elétricos

mos o joelho na árvore, ajuda a de-senvolver a criatividade, o sensode autonomia e a cooperação. É umespaço de estímulo à imaginação”.

Marilda, Odete, mãe de Maria-na, e Cássia, mãe de Gabriela, estãodando condições às suas filhas dese tornarem “adultas superpodero-sas”.

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Dezembro de 2005

Se essa rua fosse minha...Bartolomeu de Gusmão – o homem

ESPECIAL

lão de ar quente, a Passarola ou Balão de São João,que chegou a se elevar do solo (ilustração).

Gusmão foi o precursor da aviação e fez a apre-sentação diante do rei D. João V. Em Portugal teveposição de destaque na corte, além de inventor, foiorador sacro e historiador.

Dado o seu prestígio como orador, o Padre Gus-mão foi vítima de uma campanha de difamação. Fugiu para a Espanha onde se recolheu em umhospital, vindo a morrer em 1724.

A rua Bartolomeu de Gusmão coma presença da estação da Mogiana, quenão permitia acesso direto ao centro dacidade, era uma rua residencial, assimcomo o bairro da Vila Tibério até pou-co tempo atrás.

Ladeira, ex-jogador do Botafogo,que jogou também pelo Palmeiras,Flamengo e Atlético Mineiro, até o fi-nal dos anos 50, montou a clicheriaLadeira, no começo dos anos 70 e éuma importante referência da rua Bar-tolomeu de Gusmão.

A Padaria da Mamãe, que fechourecentemente, a Farmácia do Ciro quecontinua até hoje e a recém-instaladaSorveteria Carlito. A Perfumaria Flor

Tomou posse, no último dia13 de dezembro na sede social doBotafogo, a nova diretoria da ACI– Vila Tibério, tendo como presi-dente Mário Luiz Muraca e os em-presários, Carlos Maurício Boni-fácio, Antonio Bernal, ÂndersonPetrorossi Pita, Sílvio César Ca-margo, Leila Ap. Baldocchi, Vicen-te Sin Júnior, Sergio Flávio Lopes,Dr. Antônio Luiz Oliveira, Bene-dito Sebastião Soares, Edmur DelLama, Francisco Carlos Oliveira,Ivo Capretz Filho, Jair FernandesCabrini, Jair Pinafo, Jeferson deOliveira Filho, João Mário Pas-choal Olaia, João Miguel Satzin-ger, José Cabrera, José CarlosSpanghero, José Luiz Bissoli,Marcos Sacilotto, Nanci Ap. Ap-

probato Silva, Nelson Gagiardi,Paulo Gabriel de Carvalho, Ronal-do Donisetti de Oliveira, Rober-val de Avelar Ruela.

Estavam presentes, FranciscoPinghera, presidente da ACI – Ri-beirão Preto, Afonso Reis Duar-te, secretário da Fazenda, repre-sentando o prefeito Welson Gas-parini, e demais personalidades.

Pinghera destacou a importân-cia de ter gente jovem no coman-do de uma entidade representan-do a renovação.

Segundo Muraca, “a diretoriatrabalhará com afinco, dedicaçãoe honestidade”.

Logo após a cerimônia de pos-se foi servido um coquetel aos pre-sentes.

Nova diretoria da ACIVila Tibério toma posse

Bartolomeu Lourenço de Gus-mão, nasceu em 1685 em Santos eganhou apelido de Padre Voador porseus experimentos. Inventou um ba-

Bartolomeu de Gusmão – a ruade Liz, que além de cosméticos, vendetambém artigos para presentes.

A Isabel, boleira famosa, a Bancado Ceará, o antigo Correio, a famíliaMassarotto, a família Golfeto, avós doex-vereador Antonio Vicente Golfeto.

Vicente Sin, do Supermercado Sin,falecido recentemente, dizia que a Bar-tolomeu de Gusmão era uma impor-tante via de ligação e uma das ruas maislongas de Ribeirão Preto. Começandono Anel Viário Sul, na City Ribeirão,como avenida Machado Sant´Anna, de-pois, ainda na City, av. Eduardo Go-mes de Souza, entrando na Santa Cruz

como av. Portugal, seguindo no Centrocomo Florêncio de Abreu, passando aolado da rodoviária pela alameda Tupi,depois, já na Vila Tibério, como Barto-lomeu de Gusmão, depois do córregoAntarctica, no Sumarezinho, passandoa denominar-se Paranapanema, mudan-do para av. Francisco Massaro até ga-nhar a área da antiga Fazenda Baixadãocomo Rene Olíva Strang, chegando no-vamente ao Anel Viário, desta vez naparte Norte.

A Bartolomeu de Gusmão é umadas mais importantes vias comerciaisdo bairro.