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3 ILHA SOLTEIRA- O co- lorau, ou o urucum, está fa- zendo a alegria de muitos agri - cultores em Ilha Solteira.No mês de agosto a colheita foi comercializada em Tupi Pau- lista, onde uma empresa está comprando toda produção da região. O Departamento Municipal Agrícola, através do diretor João de Oliveira Machado, incentivou há dois anos os assentados a planta- rem urucum. A cultura não é muito exigente e um dos co- lonos que aceitou a proposta foi Joel Canuto dos Santos, do Assentamento Estrela da Ilha. Aos 69 anos de idade, Joel e sua esposa Onicea de Pau- la Santos não tiveram muita dificuldade para efetuar sozi- nhos a colheita dos 400 pés que plantaram. O espaço en- tre as plantas foi de 5 metros X 5 metros e isso permite que durante o ano, a área seja uti- lizada também para outras cul- turas como a abóbora, maxixe e outros legumes. Segundo João de Oliveira, o urucum é uma lavoura perene, ou seja, poderá permanecer produzin- do duas safras por ano durante várias décadas. É a primeira safra que Joel e Onicea efetuam a colheita, um ano e meio após o plantio. Não foi preciso irrigação ou aplicação de qualquer defen- sivo agrícola. Para Joel a safra desse ano não foi boa, mas rendeu aproximadamente 200 quilos que poderá representar faturamento de até R$ 1 mil. A empresa que compra o pro- duto faz a medição da “bixina”. É o componente que defini a qualidade do urucum. O seu Milton, que mora no mesmo assentamento de Joel, plantou uma área bem maior e colheu 70 sacas de urucum. A previ- são de faturamento está entre R$ 17 mil e R$ 20 mil, depen- dendo da análise da qualidade do produto. A vantagem da lavoura perene é que depois do pri- meiro ano, os tratos culturais são simples. Os técnicos da Prefeitura de Ilha Solteira re- comendam aplicação anual de adubo localizado, sempre com orientação de quem entende. Eis então uma boa opção para diversificação de renda. O Governo da presidente Dilma Roussef ain- da não começou de fato para os assentados do Ex- tremo Noroeste Paulista. O governador Alckmin chegou falar em fechar o Itesp. A reforma agrária está esquecida. O Incra virou um saco de gatos, com penca de gente incompetente, sob suspeita de corrupção, técnicos despreparados e uma gran- de infra-estrutura, com veículos e computadores que só servem para dar visibilidade. É muita agitação e pouca ação. O Itesp faz quase nada, pela importância que já teve que nem parece que é presidido por um andradinen- se, o ex-vereador Marcos Pila. Basta uma sim- ples enquete junto aos assentados para se con- cluir que as ações dos governos são desconexas, com poucos resultados, muita confusão e desa- provação total dos beneficiados. A esperança está no Colegiado que o Ministério da Reforma Agrária está organizando na região. Se de fato ele tiver poder e comando político voltado para a pluralidade, o Colegiado poderá encaminhar a condução de uma política no mínimo unificada para os assentamentos. Qual a política de extensão rural? Como vai se dar a comercialização? Quem está coorde- nando os programas de compras diretas como da merenda escolar e da Conab. Lembram os alertas que o Jornal do Assentado vez sobre o uso das verbas da Conab na compra das safras? Analisem os noticiários sobre as suspeitas no Ministério da Agricultura que já trocou de mi- nistro, e vejam que não estávamos enganados. Heroicamente as prefeituras da região, em sua maioria, está salvando os assentamentos promovendo a construção de estradas, ajudando na comercialização dos produtos e incentivando a vida no campo com transporte de alunos, de forma legal e dos colonos, de maneira contrária às orientações do Tribunal de Contas. Os pre- feitos também ficaram com a responsabilidade de assumir a carga de aumento nas demandas de saúde, assistência social e educação, sem que os Governos estabelecessem qualquer política preferencial de apoio para os municípios impac - tados com a reforma agrária. Mas tudo isso pode ser corrigido. Basta o Co- legiado ser formado conforme sua concepção e a sociedade começar a ser ela mesma a gestora dos recursos da reforma agrária, com planejamento e fiscalização da aplicação dos recursos públi- cos. Transparência. Nada mais. É que a gente se esquece de alguns princípios quando ganha Colonos faturam com poder. urucum em Ilha Empresa de Tupi Paulista está comprando toda produção que encontra pagando até R$ 5,00 o quilo Seu Joel e esposa ao lado de João, Diretor do Departamento Agricola de Ilha Solteira Editorial: Governos abandonaram Reforma Agrária na região

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Jornal do Assentado - informaçoes de um forma livre

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ILHA SOLTEIRA- O co-lorau, ou o urucum, está fa-zendo a alegria de muitos agri-cultores em Ilha Solteira.No mês de agosto a colheita foi comercializada em Tupi Pau-lista, onde uma empresa está comprando toda produção da região. O Departamento Municipal Agrícola, através do diretor João de Oliveira Machado, incentivou há dois anos os assentados a planta-

rem urucum. A cultura não é muito exigente e um dos co-lonos que aceitou a proposta foi Joel Canuto dos Santos, do Assentamento Estrela da Ilha.

Aos 69 anos de idade, Joel e sua esposa Onicea de Pau-la Santos não tiveram muita dificuldade para efetuar sozi-nhos a colheita dos 400 pés que plantaram. O espaço en-tre as plantas foi de 5 metros X 5 metros e isso permite que durante o ano, a área seja uti-lizada também para outras cul-turas como a abóbora, maxixe e outros legumes. Segundo João de Oliveira, o urucum é uma lavoura perene, ou seja, poderá permanecer produzin-do duas safras por ano durante várias décadas.

É a primeira safra que Joel e Onicea efetuam a colheita, um ano e meio após o plantio. Não foi preciso irrigação ou aplicação de qualquer defen-

sivo agrícola. Para Joel a safra desse ano não foi boa, mas rendeu aproximadamente 200 quilos que poderá representar faturamento de até R$ 1 mil. A empresa que compra o pro-duto faz a medição da “bixina”. É o componente que defini a qualidade do urucum. O seu Milton, que mora no mesmo assentamento de Joel, plantou uma área bem maior e colheu 70 sacas de urucum. A previ-são de faturamento está entre R$ 17 mil e R$ 20 mil, depen-dendo da análise da qualidade do produto.

A vantagem da lavoura perene é que depois do pri-meiro ano, os tratos culturais são simples. Os técnicos da Prefeitura de Ilha Solteira re-comendam aplicação anual de adubo localizado, sempre com orientação de quem entende. Eis então uma boa opção para diversificação de renda.

O Governo da presidente Dilma Roussef ain-da não começou de fato para os assentados do Ex-tremo Noroeste Paulista. O governador Alckmin chegou falar em fechar o Itesp. A reforma agrária está esquecida. O Incra virou um saco de gatos, com penca de gente incompetente, sob suspeita de corrupção, técnicos despreparados e uma gran-de infra-estrutura, com veículos e computadores que só servem para dar visibilidade.

É muita agitação e pouca ação. O Itesp faz quase nada, pela importância que já teve que nem parece que é presidido por um andradinen-se, o ex-vereador Marcos Pila. Basta uma sim-ples enquete junto aos assentados para se con-cluir que as ações dos governos são desconexas, com poucos resultados, muita confusão e desa-provação total dos beneficiados. A esperança está no Colegiado que o Ministério da Reforma Agrária está organizando na região. Se de fato ele tiver poder e comando político voltado para a pluralidade, o Colegiado poderá encaminhar a condução de uma política no mínimo unificada para os assentamentos.

Qual a política de extensão rural? Como vai se dar a comercialização? Quem está coorde-nando os programas de compras diretas como da merenda escolar e da Conab. Lembram os alertas que o Jornal do Assentado vez sobre o uso das verbas da Conab na compra das safras? Analisem os noticiários sobre as suspeitas no Ministério da Agricultura que já trocou de mi-nistro, e vejam que não estávamos enganados.

Heroicamente as prefeituras da região, em sua maioria, está salvando os assentamentos promovendo a construção de estradas, ajudando na comercialização dos produtos e incentivando a vida no campo com transporte de alunos, de forma legal e dos colonos, de maneira contrária às orientações do Tribunal de Contas. Os pre-feitos também ficaram com a responsabilidade de assumir a carga de aumento nas demandas de saúde, assistência social e educação, sem que os Governos estabelecessem qualquer política preferencial de apoio para os municípios impac-tados com a reforma agrária.

Mas tudo isso pode ser corrigido. Basta o Co-legiado ser formado conforme sua concepção e a sociedade começar a ser ela mesma a gestora dos recursos da reforma agrária, com planejamento e fiscalização da aplicação dos recursos públi-cos. Transparência. Nada mais. É que a gente se esquece de alguns princípios quando ganha

Colonos faturam com

poder.

urucum em IlhaEmpresa de Tupi Paulista está comprando toda produção que encontra pagando até R$ 5,00 o quilo

Seu Joel e esposa ao lado de João, Diretor do Departamento Agricola de Ilha Solteira

Editorial:

Governos abandonaram Reforma Agrária na região

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Circulação: Andradina, Castilho, Ilha Solteira, Mirandópolis, Pereira Barreto, Nova Independência, Guaraçaí, Murutinga do Sul

Sítio garante renda média de R$ 5 mil/mês

Em Ilha Solteira, Nerci do

Assentamento Santa Maria da

Lagoa, prova que é possível

ter boa renda e vida

confortável na roça.

As vítimas da corrupção que se apura

Em Andradina, no As-sentamento da Timborezi-nho, os colonos são reféns das denúncias de corrupção no Incra.

Itapura instala Departamento Agrícola

Prefeitura de Castilho entrega trator

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ANDRADINA- A Assessoria de Desenvolvimento Agrário de Andradina, dirigida por Rosivaldo de Paula promoveu em agosto, uma reunião no assentamento Timboré com a presença de dezenas de co-lonos, para discutir a proposta da Cooperativa dos Produtores de Al-godão – Cooperalgo da cidade de Tupi Paulista, que está interessada em incentivar o plantio e comprar

toda safra de algodão. O encontro foi realizado na residência de Geral-do José da Silva, liderança histórica da Federação da Agricultura Fami-liar do Estado de São Paulo.

Rosivaldo disse que pelo menos uma dezena de colonos mostrou in-teresse em obter maiores informa-ções para o plantio. Segundo ele a Prefeitura vai ajudar no preparo do solo e outras iniciativas para redu-

zir o custo da lavoura. Além disso, a Cooperativa considera viável so-mente uma área mínima de 30 al-queires, pois a colheita é feita meca-nicamente com equipamentos que ela envia para os assentamentos. Quem estiver interesse em plantar algodão deve procurar o Rosivaldo de Paula pelo fone (18) 9793 0974 ou na sede da Assessoria de Desen-volvimento Agrário que funciona

numa sala na sede regional do Incra de Andradina.

Tradição O algodão já foi um produto de

grande importância para a econo-mia da região Alta Noroeste. Foi a atividade que mais empregou traba-lhadores no campo. Mas há cerca de 20 anos a presença de uma praga co-nhecida por “bicudo” fez as lavouras de algodão desaparecerem daqui. Os grandes produtores passaram a ex-plorar o Mato Grosso e a região de Rondonópolis se transformou numa das maiores produtoras do país.

Mas a região de Andradina tem clima favorável ao algodão e os téc-nicos consideram que o “bicudo” não seja mais uma praga que impeça o retorno a essa atividade. A gran-de diferença no entanto, é que hoje não se colhe mais algodão de forma manual, mas com equipamentos modernos.

ANDRADINA- A Prefeitura Municipal de Andradina começou reformar as estradas dos assenta-mentos Timboré e Primavera. Uma parceria conta com a colaboração especial da Pedreira Três Irmãos que está fornecendo o moledo para im-plantação nos trechos mais críticos. O trabalho vem sendo intensificado para antecipar o período de chuva e evitar o isolamento de quem precisa da estrada para escoar a produção.

Após contato do secretário de Agricultura e Abastecimento, Sil-vio Spegiorin, com o proprietário da pedreira, Alberto Garcia, houve o entendimento de a empresa fazer a doação do moledo para a Prefeitu-ra melhorar tanto as estradas rurais quanto as ruas que ainda não são

pavimentadas na área urbana do município.

O coordenador Geral do Serviço Público, Luiz Carlos de Souza (To), destacou ainda o investimento fei-to na frota para conseguir atender a demanda também da área rural.

“São caminhões transportan-do moledo o dia todo enquanto a motoniveladora faz o trabalho com a agilidade precisa para atender o maior número de locais possível”, comentou Luiz de Souza.

A recuperação das ruas da cidade vem sendo um dos focos do Governo de Andradina, tanto na zona rural como incentivo a produção e forta-lecimento da economia, quanto na área urbana com correção de erosões e pavimentações nos bairros.

Estradas do Timboré e do Primavera são restauradas

Estradas do assentamento Timboré estão sendo melhoradas com

crédito foto: Assessoria de Comunicação da Prefeitura

implantação de moledo

Cooperativa incentiva plantio de algodão

Na residência de Geraldo José da Silva, na Agrovila do Assentamento Timboré, dezenas de colonos se reuniram para dis-cutir o plantio de algodão com apoio da Prefeitura de Andradina, através da Assessoria de Desenvolvimento Agrário.

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MIRANDÓPOLIS- A Associa-ção Central Aliança dos Produtores de Ovos – Acapo recebeu esse mês uma homenagem da Prefeitura Mu-nicipal de Mirandópolis pela for-malização da associação. O prefeito José Antônio Rodrigues entregou uma placa de homenagem ao presi-dente da Acapo, Milton Ono pela união do grupo e expectativas de crescimento.

A homenagem aconteceu duran-te a reunião na Granja Hayashi na Primeira Aliança para se informar sobre o preço nacional atribuído ao ovo, ações e compras conjuntas, adequações das granjas e trocas de experiências em geral.

A união do grupo começou em 2010 quando eles procuraram a Pre-feitura Municipal solicitando apoio técnico, pois estavam com dificulda-de em comercializar o produto e na gestão da empresa. O certificado das propriedades também estava retido pelo SIF - Serviço de Inspeção Fe-

deral por falta de adequação às boas práticas de produção. Desde então, o Departamento de Agricultura e Meio Ambiente e o Departamento de Planejamento e Desenvolvimen-to oferecem suporte técnico.

Os granjeiros recuperaram o

Certificado de suas respectivas pro-priedades e já começam a planejar o crescimento e expansão dos ser-viços. Uma das iniciativas é a ins-talação de um entreposto adequado com as normas do Serviço de Ins-peção Federal, onde os 10 produto-

res poderão classificar e embalar os ovos produzidos para vender com uma única marca (padronização) e poder atingir maiores clientes. A centralização dos serviços também permitirá aos produtores a redução de custos de produção e aumento da competitividade.

Como forma de homenagear o grupo pela organização e persis-tência no negócio, o prefeito José Antônio Rodrigues entregou uma placa em homenagem à Acapo, cuja mensagem central era: “Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se sonha junto é o come-ço da realidade”, de Dom Quixote. E parabenizou a equipe e granjeiros pela organização. “Nós [Prefeitura] estamos fazendo o nosso papel em orientá-los, mas nenhum esforço seria válido se vocês não estivessem tão dispostos a superar as dificulda-des, se unir e continuar competindo no mercado”, enfatizou o prefeito parabenizando o grupo.

ITAPURA- O prefeito Jerry Dourado com apoio da Câmara Mu-nicipal, está instalando em Itapura, um Departamento que há muito tempo é esperado para dar apoio ao processo produtivo rural: o Depar-tamento Agrícola. O fato é históri-co e merece todo reconhecimento, aplausos e elogios. Afinal, a inicia-tiva demonstra pela primeira vez

que a Prefeitura quer levar a sério a atividade rural no município. Afi-nal, a agropecuária é a única e mais objetiva forma de se gerar riquezas, emprego e renda para as famílias mais carentes e desembuchar o cres-cimento da velha Itapura.

Na verdade Itapura não tinha muita gente morando na roça. An-tes da Reforma Agrária ser instituí-

da no município, apenas meia dúzia de grandes pecuaristas era dona das áreas rurais. E assim mesmo, não re-sidiam no município e não se impor-tavam com a função social da terra para os moradores daquele lugar. Mas há alguns anos foram criados três assentamentos: Roseli Nunes com 85 famílias, Cachoeira com 65 famílias e Zumbi dos Palmares, com 80 famílias. E todos eles enfrentam problemas gigantescos para inicia-rem o processo produtivo.

Até hoje a contratação de técni-cos era feita precariamente pela Pre-feitura. Os profissionais prestavam serviços durante um ano, e depois eram demitidos para recontratação de outros técnicos. Com isso os pro-jetos eram interrompidos. Agora, tudo mudou. A Prefeitura realizou concurso público e contratou defi-nitivamente para os cargos os novos profissionais.

O veterinário é Frederico Tostes Palmas, formado em Campo Grande (MS) e o agrônomo é Milton Akira

Yokota que já havia trabalhado em alguns projetos como funcionário temporário. Agora Milton está mais motivado. Ele conhece muito da re-alidade dos assentados e começa afir-mando que a Prefeitura não tem es-trutura para dar assistência devida aos assentamentos e que na sua opinião, o Incra deveria ajudar o município a construir estradas, escolas, perfurar poços d’água, além de ampliar a capa-cidade de assistência à saúde e outras de grande importância social.

Por enquanto a Prefeitura está providenciando instalações míni-mas e veículo para que os técnicos possam atender os assentados. Tra-ta-se portanto de um bom começo, pois é a primeira vez que a Prefei-tura e a Câmara de Vereadores de Itapura vê com seriedade a presença dos assentados no município. O De-partamento Municipal Agrícola de Itapura já está funcionando numa sala ao lado da Câmara Municipal e o telefone de contato com os técni-

Itapura instala Departamento Agrícola

cos é (18) 3745- 1245.

Prefeitura homenageia granjeiros pela união

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Prefeitura faz serviço do IncraA Prefeitura Municipal de Castilho vem realizando muito serviço que deveria ser feito pelo Incra. O prefeito

Antonio Carlos Ribeiro passou esse mês por vários setores da zona rural e fiscalizou as ações da Prefeitura.

Com recursos próprios a Prefeitura de Castilho realizou abertura de estradas no assentamento da ex-fazenda Penden-go, após informações recebidos da Supe-rintendência do Incra, segundo as quais não havia recursos do Governo para in-vestimentos nesse tipo de obra. Ouvindo queixas dos moradores e sensibilizado pela

necessidade urgente das pessoas se loco-moverem até a cidade em busca de pro-dutos ou serviços ou mesmo para comer-cialização da colheita, o prefeito Antônio Ribeiro decidiu assumir a responsabilida-de e determinar a realização das obras que incluem serviços de implantação, alarga-mento e moledamento dos prontos críti-cos. A expectativa é que até dezembro a melhoria das estradas atinja a maioria dos 14 assentamentos do município.

Os colonos se queixaram da falta de condições de tráfego no assentamento São Luiz e por causa disso, o prefeito Antônio Ribeiro determinou melhorias na ponte que estava precária. A família Michelino, que reside no local, infor-

mou que vem sendo obrigada a passar por dentro de outros lotes vizinhos para chegar até a cidade, por causa do mau estado da ponte que o prefeito mandou recuperar.

O prefeito informou que a ponte também está sendo providenciada com recursos da Prefeitura e não do Incra. O assentado Nivaldo, agradeceu ao prefei-to e desabafou: “se não fosse a Prefeitura não sei o que seria, pois o Incra simples-mente não existe para nós”, disse ele ao lado da filha Juliana. O Departamento de Obras da Prefeitura está finalizando a instalação de 150 metros de estrutura com tubos de concreto que vão conduzir a água e viabilizar a ponte.

ESTRADAS

PONTES

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A estrada vicinal SPV-9 que liga Castilho às re-giões do Pontal e Iate Clube de Castilho, passou por reparos recentemente. A obra foi realizada graças às articulações políticas e parcerias comandadas pelo prefeito Antônio Ribeiro que procurou e obteve apoio da Usina Viralcool, do DER- Departamento de Estra-das e Rodagens do Estado de São Paulo e do Porto de Areia Pontal. Todos colaboraram um pouco, e com ajuda da Prefeitura, foi possível de vários trechos que estavam esburacados. Já era quase noite quando o pre-feito vistoriou a estrada e pode constatar que de fato, as melhorias na zona rural estão sendo executadas.

A Prefeitura Municipal de Castilho está ajudando os colonos de assentamentos a enfrentarem o período de seca. Com a falta do capim e de ração suplementar, o prefeito Antônio Ribeiro buscou apoio da destilaria Viralcool que está oferecendo gratuitamente o bagaço da cana ( bagacinho ) aos produto-res de leite que se encontram em dificulda-des para alimentar o rebanho. O alimento é transportado da usina até os assentamentos, onde permanece em ponto estratégico para que possa servir o maior número possível de lotes. O prefeito Antônio Ribeiro agradeceu a colaboração da Viralcool que considera par-ceira de sua administração e também da Câ-mara Municipal pelo apoio à essa iniciativa.

O prefeito Antônio Ribeiro visitou o assentamento São Luiz e visitou a escola que ele mesmo inaugurou em 2009. Lá a diretora Iara Del Negro sugeriu a amplia-ção da cobertura da frente do pátio, pois durante a tarde o sol reflete forte nas salas. Atencioso, o prefeito solicitou ao Matita que providenciasse com urgência o aten-dimento do pedido da diretora. O prefei-to também observou a necessidade de se efetuar algumas correções nas estruturas do sistema de esgoto e determinou enca-minhamento de relatório para a empresa

PREFEITURA AJUDA

Construtora AaZ, responsável pela obra.

ENFRENTAR A SECA

REPARO EM ESCOLA

VICINAL RECUPERADA

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ANDRADINA- O processo de assentamento das famílias em qua-tro fazendas da região de Andra-dina, simplesmente foi paralisado. Os repasses de recursos foram sus-pensos e alguns projetos como o da construção de casas e perfuração de poços, ficaram pela metade ou nem tiveram início.

A situação se repete em Castilho

nos assentamentos Ipê e Pendengo; em Guaraçaí no assentamento San-to Luzia e em Andradina, no assen-tamento Josué de Castro.Centenas de famílias enfrentam sérias dificul-dades como a falta de água, estradas e moradias inacabadas. E nessa épo-ca do ano a situação se agrava. As vacas já começaram a morrer.

A reportagem esteve no assen-

tamento Josué de Castro, que em setembro completa dois anos de existência. São 52 famílias, onde os maiores problemas são estrada a falta de água. A prefeitura de An-dradina ainda é responsável pelo abastecimento uma vez por semana com água potável em cada lote. O dinheiro para compra de vacas ain-da não saiu, mas algumas famílias usaram suas próprias economias e adquiriram alguns animais, aprovei-tando a cana que estava plantada na fazenda quando os lotes foram entregues.

Gracieli Evangelista usa o carrinho de tração animal e vai buscar água a 3 quilômetros, numa represa do assen-tamento Timboré, vizinho ao seu. O caminhão pipa da Prefeitura às vezes tem problemas e atrasa alguns dias. Nesse caso, só resta essa alternativa de buscar água na represa.

A questão no entanto é intrigan-te, porque em frente ao seu lote, do outro lado da rua, existe um poço paralisado porque a bomba queimou. O conserto fica em R$ 1.500,00 e os moradores até fizeram uma festa e arrecadaram R$ 1.400,00. Mas

as lideranças estão em dúvida se mandam consertar o motor que-brado com o risco dele se danificar novamente em pouco tempo, ou se compram um compressor novo que custa R$ 5 mil.

Gracieli acha que os colonos mesmos poderiam se juntar e resol-ver o problema, com uma pequena contribuição financeira. “É falta de união”, diz ela. Mas Jonas da Silva, coordenador Geral do Assentamen-to, disse que a responsabilidade é do Incra. Silva que é líder também do MST está muito revoltado. Segundo ele a reforma agrária está paralisada. As famílias receberam duas das três parcelas de R$ 5 mil da ajuda para habitação e as casas ficaram pela metade. “Prometerem liberar R$ 26 mil no kit-casa, mas ninguém sabe quando virão as demais parcelas e isso causa sérios problemas a todos”, disse Jonas.

Para que a empresa de energia elétrica instale a rede em todo as-sentamento, é preciso que 70% das casas estejam concluídas, mas como a verba foi suspensa, pouca gente tem casa completa e ninguém tem eletricidade. Sem energia não tem bomba de água, não tem triturador de ração, não dá para produzir nada irrigado. Mesmo assim a maioria plantou feijão e milho, sendo que o primeiro está sendo consumido pe-las pessoas e o segundo pelo gado. Há pouco excedente para se vender. Alguns plantaram abóbora e feijão de corda, mas a melhor alternativa

Incra suspende verbas e aumentam dificuldades

por enquanto, é trabalhar fora.

Plano da reforma agrária parou com a suspensão das verbas e centenas de famílias em quatro assentamentos da região, sofrem muito com o engessamento do Incra.

Graziela Evangelista busca água numa distância de 3km

Vento derrubou a caixa e motor da bomba está queimado

Jonas o lide do MST local

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ILHA SOLTEIRA- Estamos no Assentamento Santa Maria da La-goa e esse lote é o de número 46, onde moram Nerci José Neinerz, a esposa Luciana e os filhos Yan com poucos meses de vida e Nerci Júnior que está com 13 anos e já se integra à força de trabalho na roça.

Nerci recebeu a visita da reporta-gem do Jornal do Assentado porque foi apontado por seus colegas e vizi-nhos, como um sitiante que merece ser observado por causa das iniciati-vas que vem tomando para garantir uma boa produção e também a co-mercialização de seus produtos.

Nerci cria 20 vacas no lote, mas não precisa usar toda área de 5 al-queires. O sistema é o mais moderno, pois as vacas fazem o rodízio em 17 piquetes e assim aproveitam melhor a nutrição do capim. Para a ordenha que é feita mecanicamente, ele cons-truiu um curral adaptado e que além de facilitar a retirada do leite com menor esforço físico, propicia um ambiente higiênico e adequado para garantir boa qualidade do leite.

Um poço e uma caixa elevada garantem água o ano inteiro para irrigar o plantio de hortaliças. Nerci planta alface, almeirão, abobrinha, salsa, rúcula, brócolis e até repolho, cujas mudas ele trouxe de um vivei-ro em Álvares Machado.

O produto da colheita ele mes-mo vende com ajuda do filho e fu-turamente também da esposa, pois o bebê ainda está muito novinho

e precisa da presença constante da

mãe.

Nerci começou comercializando em Andradina, no prédio do antigo

Verdurão. Depois passou a vender na feira livre de Ilha Solteira, mas por causa de um desentendimen-to com os demais produtores em relação ao preço do maço de alfa-

ce, decidiu e desvincular do grupo. “Queria vender o maço a R$ 1,50,

mas os feirantes disseram que o pre-ço tabelado era R$ 2,00 e então re-

solvi me instalar no fim de semana ao lado de dois açougues de grande movimento na cidade”, disse Nerci que se orgulha em ter uma vida de trabalho, mas também de conforto para toda sua família. Ele já possui uma caminhonete e mensalmente ele fatura cerca de R$ 5 mil como renda para sobrevivência dele e da família.

Nerci é exemplo de colono bem sucedido na reforma agrária, embo-ra não tenha sido o primeiro ocu-

pante daquele lote. O beneficiário original mantinha tudo abandona-do, sem exploração e por isso Nerci acertou com o Incra a transferência que só correu há pouco mais de três meses. Mas Nerci tem passado liga-do á terra. Nasceu em Palotina-PR e aos três anos de idade foi para Ma-racajú-MS. Em Andradina, na Fa-zenda Macaé, foi plantador de soja e girassol. Mas seu sonho era ter um sítio. Agora está realizado e cheio

Sítio garante renda e vida melhor Com venda do leite e das hortaliças que cultiva com irrigação artificial, a renda média do sítio é de R$ 5 mil para toda família

de planos.

Nerci ao lado da mulher e dos filhos todos felizes em morar no assentamento

Ordenha mecânica, dentro dos padrões de higiêne Chiqueiro limpo, e manejo rotacionado com gado leiteiro, ao fundo

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CASTILHO- Adolescentes orientados pelo Proama preparam o solo para plantio de hortaliças. É um programa que valoriza o meio ambiente e o solo, patrocinado pela

Usina Viralco. O futuro da reforma agrária depende de todo trabalho que se faz valorizando o homem do campo e as atividades profissionais ligados ao solo e criação.

CASTILHO= O presidente da Câmara Municipal de Castilho Sebastião Reis de Oliveira ( Tião japonês ) atendendo pedido dos moradores do assentamento Ypê ( Esperança de Luz ), aceitou ser o padrinho da associação Nova Ypê. Com isso ele passa a ser um grande defensor dos interesses dos assen-tados, sendo companheiro em suas lutas.

A presidente da entidade é Ro-semeire Montanha que, depois de consultar os associados, concluiu

que o vereador e presidente do le-gislativo deveria ser reconhecido e destacado pelos relevantes serviços que vem prestando para benefício dos colonos. Um desses trabalhos se refere à intervenções junto ao Sindicato Rural, para realização de cursos de capacitação profissional ministrados pelo SENAR.

“É muito gratificante ter o seu trabalho reconhecido, principal-mente vindo de pessoas que igual-mente a mim ,tem suas origens na terra. Fiquei muito grato pela gran-

de consideração destas famílias e pelo carinho dispensado a mim”, disse Tião Japonês. Ele destacou ainda o trabalho da presidente da Associação Rosemeire e das demais mulheres e homens assentados que integram a o grupo daqueles que defendem o progresso e a evolução

do assentamento, para que as pesso-as tenham cada dia mais conforto e alegria em morar no campo.

“Acredito no potencial dos as-sentados e acredito que assim como os assentados da Ypê trabalham para que seu assentamento possa ser mo-delo, acredito que todos os nossos treze assentamentos tem condições de serem exemplares, pois as famí-lias que ocupam os lotes possuem garra e potencial para aprender e crescer”, declarou o presidente da Câmara.

Adolescentes preparam horta

Presidente da Câmara é padrinho da Associação Ypê

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ILHA SOLTEIRA- O Prefeito Edson Gomes da Estância Turística de Ilha Solteira inovou o Projeto “Cinema nos bairros”, que é desenvolvido em parce-ria do Governo do Estado com o Departamento de Cultura, e no último fim de semana brindou a popu-lação do assentamento Santa Maria da Lagoa, com a exibição de um filme especial: “Os Enrolados”, do

estúdio Walt Disney.O setor de Comunicação da Prefeitura fez di-

vulgação em auto-falantes pelas estradas do assen-tamento que fica a mais de 40 quilômetros distante da cidade e o resultado foi surpreendente, segundo o diretor de Cultura Nilson Nantes, pois cerca de 50 pessoas compareceram à sede da antiga fazenda.

O colono Lidomar Loyola e toda sua família gos-taram muito da iniciativa. “A população do assen-tamento ficou maravilhada com o telão, a qualidade

do som e com toda exibição do filme que comoveu a todos”, disse Lidomar.

Além do filme, o Departamento de Cultura de Ilha Solteira entregou aos moradores, duas caixas cheias de livros para leitura e estudos, oferecidos pelo Programa Federal “Arca das Letras”. A finalida-de, segundo Nilson Nantes, é dar início à instalação de uma biblioteca naquele assentamento que fica muito distante da cidade.

Em Ilha, cinema chega ao Assentamento

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CASTILHO- A deputada federal Aline Corrêa (PP-SP) foi recebida dia 12 de agosto por colonos no Assentamento da antiga Fazenda Ipê e causou boa impressão aos moradores. O encontro correu no início da noite, na antiga sede da propriedade, depois de vários compromissos da deputada na cidade de Andradina, onde ela mantém equipe de assessores liderados por Fernando Mag-no, diretor municipal de Cul-tura da Prefeitura.

No assentamento a depu-tada foi recebida por dezenas de moradores e pela líder Rose que agradeceu ao presidente da Câmara de Castilho Tião Ja-ponês, ao seu irmão e ex-vere-ador Carlinhos da Algodoeira e aos vereadores Albecyr, San-dro do CD e Nico pelo empe -

nho em trazer Aline até aquele local e no incentivo para que ela apresentasse uma emenda parlamentar que deverá liberar R$ 250 mil para a compra de três tratores de médio porte. Carlinhos disse que Aline não abandonou os eleitores e que, ao contrário de muitos políti -

cos, está dando atenção a to-dos, mesmo estando longe da campanha para reeleição.

Os maquinários com im-plementos serão usados pela associação dos Assentados da Ipê que enfrentam várias difi-culdades como falta de água e estradas. Segundo o presiden-te da Câmara Tião Japonês, a Prefeitura Municipal de Cas-tilho vem realizando várias obras de melhorias das estra-das, é preciso contar com aju-da da deputada Aline Corrêa, para sensibilizar o Governo Federal a investir mais recur-sos na consolidação dos assen-tamentos.

A deputada Aline Corrêa caiu na simpatia dos colonos. Ela contou um pouco da sua vida. Disse que é dona de uma fazenda de gado no Estado do Pernambuco de onde veio para São Paulo com seu pai, que é médico. Aline disse que em Pernambuco eles criam gado de corte, mas enfrentam mui-tos problemas como a falta de água. A deputada também re-

velou aos colonos da Ipê, que nunca sofreu falta de neces-sidades básicas como muitas daquelas famílias assentadas, mas disse que abraçou a po-lítica como forma de dedicar sua vida para prestar serviço de apoio aos mais carentes. “ Estou aprendendo muito com vocês e quero contribuir para que todos tenham vida digna”, disse a deputada.

O vereador Nico disse que a deputada demonstrou um acolhimento especial aos cas-tilhenses. O presidente da Câ-mara Tião Japonês destacou a simplicidade da deputada e a líder Rose agradeceu o fato de deputada ter “enxergado va-lor nas mulheres assentadas” e que sua visita ao assentamento simbolizava um grande apoio. “Faremos desse assentamento um modelo e quando a senho-ra voltar da próxima vez, já po-derá observar essas mudanças”,

Assentamento recepciona

declarou a líder Rose.

deputada Aline CorrêaEmenda apresentada pela

deputada vai destinar R$ 250 mil para os colonos do Assen-tamento da Fazenda Ipê

Rosimeire Montanha, Tião Japonês e Deputada Aline

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CASTILHO- O prefeito de Castilho Antônio Carlos Ribeiro e o presidente da Câmara Muni -cipal Tião Japonês, participaram no mês de agosto, de uma soleni -dade realizada no Assentamento Anhumas, na presença de colonos dirigentes da associação de mora -dores daquele lugar, para efetuar a concessão de um trator com vários implementos. Todo maquinário vai ficar sob responsabilidade dos colonos, através da associação que representa juridicamente todos eles.

O Antônio Carlos disse que tomava aquele iniciativa para fortalecer a agricultura familiar e atender pedido de vereadores como o próprio presidente da Câ -mara que aprovaram em plenário, a autorização para que a Prefeitura procedesse a concessão do trator aos colonos.

Esta foi a segunda patrulha que o governo do prefeito Antônio

Carlos ofereceu aos assentamen-tos. A primeira foi em setembro do ano passado quando a Associação da Agricultura Familiar, FAVE, do assentamento Terra Livre, firmou parceria com a prefeitura de Casti -lho para poder utilizar máquinas e equipamentos agrícolas, sendo que todos os bens, desde então, ficaram à disposição da Associação.

Na solenidade de entrega do trator o presidente da Câmara Tião Japonês hasteou a bandeira da Associação Anhumas, e dessa forma foi destacado pelo apoio e constante presença junto aos co -lonos daquele assentamento. De -pois de receber a chave do trator, o vice-presidente da Associação, José Luiz de Souza, agradeceu ao prefeito e ao vereador em nome das famílias assentadas. Souza ain -da frisou que a atual administra -ção municipal é diferente das que se passaram... “é bem melhor ago -

ra, e o Japonês nos atende muito bem quando o procuramos, assim como o prefeito e o Renato (Rena -

to Bueno Borges – Diretor do De -partamento de Desenvolvimento Econômico e Social).

Prefeito entrega trator e implementos no Anhumas

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CASTILHO- Os ipês amarelos iluminam e diferenciam o Assenta-mento Celso Furtado. Aos antigos proprietários os colonos devem toda gratidão pela manutenção de uma grande arborização em meio à pas-tagem de gado. Felizmente a refor-ma agrário veio antes da cana, que as árvores não foram arrancadas e enterradas. Caberá aos novos ocu-pantes daquela gleba, a responsa-bilidade de preservar essa paisagem maravilhosa.

ILHA SOLTEIRA- As quei -madas estão ocorrendo em todos os assentamentos, causando gran -des prejuízos com a destruição das pastagens. O gado fica sem comida e acaba morrendo. No Assenta -mento Santa Maria da Lagoa, um incêndio queimou a pastagem de cinco lotes, levando pânico entre

os colonos que sofreram bastante para conter as chamas.

Um dos lotes atingidos foi de Lindolfo da Silva. Ele conta que o fogo começou num lote que estava sem gente em casa. Alguém deve ter colocado fogo, na previsão de Lidomar Loyola que usando um trator da associação, evitou que a

tragédia fosse maior. Ele saiu arre -bentando cercas e entrando para dentro dos lotes com o trator ras -gando a terra de arado e impedin -do que o fogo chegasse até a casa de Osmar.

O desespero dos moradores só não foi maior porque uma briga -da contra incêndio da Usina San -

ta Adélia chegou para ajudar. O Corpo de Bombeiros de Ilha Sol -teira foi avisado por vários colo -nos, mas segundo Osmar a pessoa que atendeu o telefone disse que o caminhão pipa estava quebrado e por isso não poderia vir atender a ocorrência. Dias depois Lidomar Loyola relatou o fato no Comando do Bombeiros e registrou queixa na Delegacia de Polícia, solicitan -do que seja apurado o motivo da omissão do socorro. As autorida -des recomendam que os colonos façam aceiros em torno das cercas. Mas, segundo os moradores, o fogo saltou de um lado a outro da estra -da jogado pelo vento.

RESERVA DESTRUÍDAMais uma vez a reserva florestal

às margens do rio Paraná, no mu -nicípio de Castilho, foi destruída pelo fogo. Os moradores das proxi -midades acreditam que muitos ani -mais morreram por falta de espaço para se refugiarem das chamas.

O fogo também atingiu pasta -gens nos assentamentos da Anhu -mas e Timboré, nos municípios de Andradina e Castilho, levando prejuízo com a destruição das pas -tagens de gado.

A beleza dos

Queimadas levam pânico ao campo

ipês no Celso Furtado