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CULTURA DÍVIDA RECONHECIDA JUAZEIRO ALEITAMENTO ESPORTE CRATO PREVISÃO EMENDA 29 O periódico do Cariri independente REGIÃO DO CARIRI l DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 2012 l ANO XIV l NÚMERO 2518 R$ 1,50 Documentários serão distribuídos em escolas O ex-prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo (PMDB), assinou, como urgente, documento enviado pela Secretaria da Receita Federal e orientou os assessores, identificados como Ítalo e Tibúrcio, a agilizarem respostas sobre as cobranças de dívidas do Município com o Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). Os débitos, com valores atualizados, chegam, hoje, a R$ 22,5 milhões. O ex- prefeito Carlos Cruz (PP), que antecedeu Macedo na Prefeitura, também deixou dívidas. Raimundão, durante a semana, tentou desmentir reportagem do JC que revelou, com exclusividade, a cobrança feita pela Justiça Federal do débito com o INSS. 4 Alerta máximo contra a dengue A cidade de Juazeiro do Norte está em estado de alerta contra a dengue, após serem constatados casos da doença em diversos bairros do município. Os órgãos responsáveis pelo combate ao mosquito transmissor estão intensificando os trabalhos, na tentativa de reduzir os problemas para população. Plano de leite incentiva doações a crianças Pediatras lançam campanha de incentivo à doação de leite materno para bebês internados na UTI neonatal da Maternidade São Lucas. Após instalação do banco de leite, médicos começam a estocar o leite humano e realizam orientações sobre a amamentação e sua importância para a saúde dos recém-nascidos. Criado há três décadas, o Hospital Regional Manuel de Abreu, no Crato, que atende pacientes de diversas regiões do Cariri, enfrenta dificuldades financeiras e isso dificulta as ações do órgão. Uma possível parceria entre a instituição e a Prefeitura ajudaria a minimizar o problema, mas questões jurídicas podem dificultar o acordo. Sem verba, o hospital continuará em crise. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o período de chuvas no Cariri deve começar entre o final de janeiro e início de fevereiro. São esperados, para os próximos quatro meses, entre 700 e 1.000 milímetros na região, índice dentro da normalidade, segundo o órgão. Mesmo sem vitória, início de temporada é bem avaliado por dirigentes Funceme anuncia chuvas para fevereiro Hospital Manuel de Abreu enfrenta crise Municípios sem perspectiva de investimentos na saúde Uma das poucas unanimidades no Cariri, em ano de eleição, é que a Emenda 29, sancionada pelo Governo Federal, pode não trazer benefícios à Saúde. Aprovada com 15 vetos, ela gera preocupação, porque acaba com as últimas esperanças de quem acreditava que seria possível o repasse de 10% da receita da União para a Saúde de estados e municípios. Um ponto positivo será a fiscalização no uso da verba, que não deverá ser utilizada em outros setores. Fideralina Augusto Lima GRANDES NOMES 9 6 4 10 7 8 7 7 8 A arte está na essência do nordestino. Na forma de agir, pensar e, claro, na riqueza e diversidade de manifestações que nascem e ganham vida nesta terra. Por isso, nada mais justo do que este povo, há 13 anos, ter no Centro Cultural Banco do Nordeste um múltiplo espaço para experimentar e viver a cultura da Região e do mundo. Banco do Nordeste. A nossa cultura é investir na sua. SAC Banco do Nordeste • Ouvidoria: 0800 728 3030 www.bnb.gov.br/cultura /ccbnb /ccbnb ROMBO NO INSS: RAIMUNDÃO JÁ SABIA

Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

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Jornal do Cariri - Edição 2518 - ANO XIV

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Page 1: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

CULTURA

DÍVIDA RECONHECIDA

JUAZEIRO

ALEITAMENTO

ESPORTE

CRATO

PREVISÃO EMENDA 29

O periódico do Cariri independente REGIÃO DO CARIRI l DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 2012 l ANO XIV l NÚMERO 2518 R$ 1,50

Documentários serão distribuídos em escolas

O ex-prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo (PMDB), assinou, como urgente, documento enviado pela Secretaria da Receita Federal e orientou os assessores, identificados como Ítalo e Tibúrcio, a agilizarem respostas sobre as cobranças de dívidas do Município com o Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). Os débitos, com valores atualizados, chegam, hoje, a R$ 22,5 milhões. O ex-prefeito Carlos Cruz (PP), que antecedeu Macedo na Prefeitura, também deixou dívidas. Raimundão, durante a semana, tentou desmentir reportagem do JC que revelou, com exclusividade, a cobrança feita pela Justiça Federal do débito com o INSS.

4

Alerta máximo contra a dengue

A cidade de Juazeiro do Norte está em estado de alerta contra a dengue, após serem constatados casos da doença em diversos bairros do município. Os órgãos responsáveis pelo combate ao mosquito transmissor estão intensificando os trabalhos, na tentativa de reduzir os problemas para população.

Plano de leite incentivadoações a criançasPediatras lançam campanha de incentivo à doação de leite materno para bebês internados na UTI neonatal da Maternidade São Lucas. Após instalação do banco de leite, médicos começam a estocar o leite humano e realizam orientações sobre a amamentação e sua importância para a saúde dos recém-nascidos.

Criado há três décadas, o Hospital Regional Manuel de Abreu, no Crato, que atende pacientes de diversas regiões do Cariri, enfrenta dificuldades financeiras e isso dificulta as ações do órgão. Uma possível parceria entre a instituição e a Prefeitura ajudaria a minimizar o problema, mas questões jurídicas podem dificultar o acordo. Sem verba, o hospital continuará em crise.

De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o período de chuvas no Cariri deve começar entre o final de janeiro e início de fevereiro. São esperados, para os próximos quatro meses, entre 700 e 1.000 milímetros na região, índice dentro da normalidade, segundo o órgão.

Mesmo sem vitória, início de temporada é bem avaliado por dirigentes

Funceme anuncia chuvas para fevereiro

Hospital Manuel de Abreu enfrenta crise

Municípios sem perspectiva de investimentos na saúdeUma das poucas unanimidades no Cariri, em ano de eleição, é que a Emenda 29, sancionada pelo Governo Federal, pode não trazer benefícios à Saúde. Aprovada com 15 vetos, ela gera preocupação, porque acaba com as últimas esperanças de quem acreditava que seria possível o repasse de 10% da receita da União para a Saúde de estados e municípios. Um ponto positivo será a fiscalização no uso da verba, que não deverá ser utilizada em outros setores.

Fideralina Augusto Lima

GRANDES NOMES

9 6

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10

7

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7 78

A arte está na essência do nordestino. Na forma de agir, pensar e, claro, na riqueza e diversidade de manifestações que nascem e ganham vida nesta terra. Por isso, nada mais justo do que este povo, há 13 anos, ter no Centro Cultural Banco do Nordeste um múltiplo espaço para experimentar e viver a cultura da Região e do mundo. Banco do Nordeste. A nossa cultura é investir na sua.

SAC Banco do Nordeste • Ouvidoria: 0800 728 3030

www.bnb.gov.br/cultura /ccbnb/ccbnb

ROMBO NO INSS: RAIMUNDÃOJÁ SABIA

Page 2: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

A crise europeia, que hoje corrói salários, pensões e a economia dos países da chamada “zona do euro”, nasceu de uma mentira. O Governo da Grécia, com rombos monstruosos em suas contas, maquiava o orçamento e negava a existência de déficit. Tudo só foi descoberto após uma matéria de jornal, que investigava o dinheiro dado pelo Governo a monges de uma cidade pequena do interior do país. Com a polêmica, abriram-se as contas públicas, o primeiro-ministro caiu e os novos dirigentes descobriram o tamanho do desastre econô-mico.

Juazeiro do Norte vive algo parecido: o Jornal do Ca-riri revelou a existência de um rombo de R$ 22,5 milhões nas contas do município. São dívidas com o INSS, dinheiro que deveria ser recolhido dos servidores, pago pela Prefeitura e enviado para a autarquia que paga pensões e aposentadorias. Se um empresário reter as contribuições da empresa e de seus empregados e não pagar o INSS, pode ser preso e ainda paga-rá multas milionárias.

Desde 2005, o ex-prefeito Raimundo Macedo sabia do descalabro, que vem, em grande medida, de seu tempo como

dirigente máximo de Juazeiro. Após a divulgação, ele atacou o JC e seus dirigentes, além de negar que sabia do problema.

Nesta edição, o jornal comprova que Raimundo Mace-do sabia de tudo e, mesmo com prazo de defesa vencido, o que demonstra como as coisas eram tratadas com “seriedade” em sua época, ele tentou justificar o injustificável para não pagar a “módica” quantia de R$ 22,5 milhões. Falsear a verdade não funciona e não resolve nada. Nem em Atenas, nem em Jua-zeiro do Norte. O problema é que a mentira não pode custar apenas a condenação administrativa, financeira e criminal dos responsáveis. No Brasil, poucos acreditam que um poderoso possa ser preso por desviar as contas públicas. O verdadeiro problema é que a mentira e a tentativa de encobrir o déficit po-dem quebrar um país ou um município. Juazeiro vive o drama hoje, após descoberto o escândalo, de como pagará suas con-tas, como cumprirá a Lei de Responsabilidade Fiscal e como vai honrar seus compromissos com tamanho endividamento.

Nem se discute, ainda, algo bem simples: se existe dívi-da, é porque havia obrigações a serem recolhidas. E se elas não o foram, esse dinheiro, nada insignificante, foi parar em algum

lugar. Onde? Sim, Raimundo Macedo, onde está o dinheiro? O JC não administrava Juazeiro naquele período. O prefeito San-tana, que tantas vezes foi alvo de editoriais e matérias revelan-do problemas em sua Administração por este jornal, também. Quem pode dizer aonde foi o dinheiro? Talvez valha a pena perguntar ao Sr. Gepetto, o criador do boneco de madeira Pi-nóquio, aquele cujo nariz crescia a cada mentira que contava. Sim, pois parece que o Pinóquio está em Juazeiro, com novo nome, sobrenome e vasta experiência política.

Raimundo Macedo, não adianta acusar pessoas de bem, como os diretores do Grupo CearaSat e do Jornal do Ca-riri, e responsabilizar terceiros ou brigas políticas por seus pró-prios erros. E que erros, Raimundo Macedo! Ou seria melhor chamar as coisas pelo nome e voltar a perguntar: Onde está o dinheiro, Raimundo Macedo? Cadê o dinheiro dos servidores municipais, que poderão perder o direito à aposentadoria? A tática de Pinóquio não resolve nada.

As páginas do JC não perdoam o erro, a mentira e a mistificação. Quem enganou o povo, terá de prestar contas.

EditorialONDE ESTÁ O DINHEIRO DO INSS, RAIMUNDO MACEDO?

2Opinião

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 2012

Envie sua carta para [email protected] e dê sua opinião faça sua sugestão, uma crítica. Esse espaço é aberto para você, caro leitor.

SEXTILHA CARTA

CADA SONHO NESTA VIDATEM O SEU ENTARDECER...O APEGO É UMA DROGAQUE FAZ O HOMEM SOFRERNO FOSSO DAS ILUSÕESPARA DEPOIS PADECER![

Welington Costa

A superlotação das cadeias de Crato e Juazeiro é um problema sério que as autoridades estão deixando pra depois. Apesar da penitenciária regional, a Pirc, que pode absorver alguma parte dos criminosos, mais estrutura é necessária para a região. Mas vamos pensar além. Criar mais espaço para presos é uma solução, mas também precisamos ressocializá-los.

Carlos Beto, do Crato

Com a chegada do ano eleitoral, os parti-dos políticos devem intensificar suas ações e me-tas para as eleições municipais, tanto no que diz respeito aos apoios partidários, apoios pessoais e principalmente começarem a formular estratégia de pré-campanha. É muito comum nesse período que os partidos políticos e pretensos candidatos intensifiquem as ações em busca de apoios com outros partidos, negociarem e listarem possíveis investidores, começarem a manter contato com a população através de reuniões, encontros, con-fraternizações. Essas ações, que são muito impor-tantes, também servem para que o pré-candidato apresente seus planos, sua ideia conseguintemen-te tornar seu nome mais conhecido e automati-camente ver o seu nome pontuar nas primeiras pesquisas realizadas.

É oportuno nesse período começar a mon-tar sua estrutura de campanha, começando por coletar e armazenar informações, que chamamos de biblioteca eleitoral, tais informações como: mapa da cidade, principais localidades com maior número de votantes, acervo de suas ações, ma-térias que circularão nos meios de comunicação, informações sobre adversários, suas promessas

atuais, as promessas antigas, os fei-tos, resultado de pesquisas passadas, pesquisas atuais, atuação no cargo, até mesmo sua vida pessoal. Com essas informações você poderá partir na frente com objetivos, traçar metas e começar a focar sua candidatura. Posicionar-se estrategicamente como, por exemplo: se sua candidatura será oposição, situação, uma nova opção.

É desaconselhável que você comece sua ação eleitoreira sem es-tratégia, sem planejamento. Procure conhecer os problemas da sua cidade, fique atento a notícias e a acontecimentos, procure reestruturar sua base eleitoral, caso não tenha, construa. Você pode-rá começar por pessoas que o cercam, grupos do mesmo segmento profissional. Se pretende pleitear um cargo legislativo, pesquise como funciona uma Câmara Municipal, o regimento interno, o que os vereadores apresentaram durante seus mandatos, seus posicionamentos e pronunciamentos e na prá-tica. A aparência física é fundamental. Cuide-se, tenha cuidado com o que diz ou com que escreve. Não é aconselhável participar de discussões sem um

verdadeiro conhecimento de causa. Se o pré-candidato dispõe de recursos, deverá fazer uma pesquisa de opinião publica, para economizar dinheiro. Nessa primeira pesquisa, o questioná-rio poderá conter perguntas de inten-ção de votos como também conhecer as necessidades dos eleitores.

Nesse período, o pré-candi-dato terá tempo de sobra para pre-parar sua candidatura. É aconselhável

que comece a utilizar a internet parti-cipando de redes sociais, criando seu próprio site ou blog, interagindo bastante com os internautas. Quando começar a campanha, toda a estrutura passa por transformações incluindo até o psico-lógico-pessoal. Prepare-se de forma organizada, inteligente. Procure desde já pessoas certas para as diferentes funções na campanha. Conhecendo cada ativista, você poderá montar uma campanha competitiva.

Jean CarlosMarketing Político

O ANO ELEITORAL CHEGOU. O QUE FAZER?

O SILÊNCIOMIL SIMPATIAS À ESPERA DE UM MILHÃO DE MILAGRESVeste-se branco para paz, amarelo para

dinheiro, verde para não sei o quê, e eu fico a me perguntar: Qual será a cor de dentro? Que cor a alma está vestindo? Essa alma, algo de errado deve ter, para esperar uma data especial para ter espe-rança de mudar, de agir, de buscar. Faz-se lista de resoluções para o próximo ano! Geralmente, so-nhos empurrados com a barriga para um tempo seguinte, por pura preguiça de batalha.

Fé? Sim. A fé move montanhas, meu caro, se você estiver rezando e empurrando a montanha. Uma vez foi feita uma pergunta a Madre Teresa de Calcutá. “Qual a sua religião?’’, e ela respondeu: “minha religião é você, minha religião é lutar por você, independente de tudo’’.

Um minuto de silêncio. Analise seu ano até agora. Você consegue definir seu sonho? Pen-se. Enquanto isso, sugiro que descubras o “novo”, do tal ano novo. Por exemplo, será que tudo que nós cobramos, nós somos capazes de oferecer? Tudo pode começar a mudar agora mesmo.

Comecemos olhando para o passado re-cente... o que foi feito deste ano? Você fez sen-tido? Sorriu com alguém? Descobriu algo novo? Trabalhou até cansar? Abraçou efusivamente? Olhou-se no espelho? Programou uma viagem? Se a maior parte das respostas foi um sonoro “não”, então está explicado! Um ano novo não começa para quem não é capaz de se fazer novo.

Óbvio que nem tudo são flores. Certa-mente adquiriram contas, tiveram aporrinhações,

momentos de desespero, entre tantos outros aborrecimentos... Mas o que a maioria encara como problema, eu chamo de vida... Afinal, antes de encantar-se com o fim da viagem, deve-se curtir a estrada e seus contor-nos. Comecemos também lembrando onde estamos depositando nossa feli-cidade. É ótimo ter alguém ao nosso lado, sendo companheiro e espírito de vida renovada a cada dia, mas e se um dia essa pessoa se for, no sentindo literal da pala-vra também, e se um dia essa pessoa voar? Onde estará a sua felicidade? Tirei uma conclusão neste ano, que para fazermos o bem, fazer a felicidade de alguém, temos que primeiro nos conhecer, ser feliz, estar livre... Quem sabe a gente consiga ar-rancar sorrisos sinceros.

Volte a olhar para frente agora. Que de hoje em diante a gente converse mais, comece a falar alto, baixo, lenta ou rapidamente. Que tenhamos noção de que ouvir é essencial. Mas antes, é preciso dizer que se hoje somos adultos, antes disso, somos humanos e precisamos de cer-tas doses de aventura sadia para que tudo faça sentido. De resto, sobram as contas, as dores, as mágoas e os afazeres domésticos. Chegou a hora de sorrir mais, escutar mais! Leia mais e escreva, escreva muito. Um dia seus filhos vão ler e terão orgulho de tudo isso.

A propósito, conseguiu definir seu sonho?

Já sabe o que quer fazer no próximo fi-nal de semana? Então, se o seu sonho é ir a Amsterdam e declamar um po-ema em uma ponte, o que você está esperando que ainda não aprendeu a decorar? Ou se sonhas em ir a Fernan-do de Noronha e mergulhar com os golfinhos, corra! Ainda há tempo para aprender a nadar. Não existe “se der”. Existe apenas “já foi!”.

Esqueça de que “ser feliz” é esperança! Deixe as fitinhas, os desejos e as “man-dingas” em segundo plano e projete-se. A partir de agora, “viver” plenamente deixa de ser um so-nho e passa a ser a nossa pele. Jean-Paul Sartre já dizia que “o homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo”.

Realizemos nossos sonhos, mostremos nossa garra! Encare a vida com criatividade, si-nergia e intensidade. Mude, aconteça, seja! Seja o que bem entender. Jamais você irá se recuperar de um ano em que sua vida fez sentido. Se tudo muda a todo o momento, um ano novo pode co-meçar agora mesmo. Corra, resta um ano inteiro para se fazer melhor. Já dizia Humberto Gessinger, “somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter”. E teremos!

Jamile FeijãoEstudante

O silêncio é o estado de quem se recusa a falar. É comum ouvir as expressões como “tu falas demais”, “cale essa matra-ca” ou “hoje pare-ce que você bebeu água de choca-lho”. Situações como essas são um convite para alguém fazer silêncio. Por esse moti-vo, “quem cala consente” e aceitar o silêncio é respeitar aquele que não suporta mais os excessos.

Na religião, o primeiro ato de silêncio foi o de Jesus Cristo, quando na crucifica-ção e diante das muitas pro-vocações, simplesmente si-lenciou. Essa atitude desperta a atenção de estudiosos da filosofia e teologia. O grande Mestre sabia que o silêncio era preciso para salvar essa humanidade. Para determi-nado segmento religioso, o “silencio é uma prece”.

Será o silêncio a me-lhor arma para se defender? Ou será o silêncio um meio para condenar ainda mais a situação do acusado. Saindo do exemplo religioso e en-trando na Justiça Comum, observa-se que o réu sempre está de cabeça baixa, senta-do, onde maior parte do tem-po fica em silêncio e só fala quando alguma pergunta é feita.

Em alguns momentos, o silêncio pode ser um recur-so muito bem utilizado para evitar conflitos. Não sendo bem trabalhado, pode des-gastar o relacionamento e a convivência harmoniosa com as pessoas.

No mundo das ex-ceções, se alguém, mesmo errado, quiser ser dono da “razão”, estará condenado ao insucesso nas relações in-terpessoais.

O silêncio na área ur-bana deixa de existir pela embriaguês e desordem dos

paredões de som, por barulhos do motor e buzina dos veículos. O silêncio pode ser restabele-cido no domingo, quando a massa de trabalhadores em seus lares, se prepara para voltar

a movimentar o mundo com sua força de trabalho na se-gunda-feira.

A falta de silêncio para alguns pode tirar o estímulo para estudar. Já para outros, o barulho não incomoda. Logo, a natureza humana é bem diferenciada. Se um con-segue suportar o barulho, há pessoas que não conseguem superar “o silêncio dos ino-centes”. Treinar o silêncio é demonstração de educação.

Levantar questiona-mentos sobre o respeito para com as áreas de silêncio, faz--nos lembrar que Igrejas e hospitais são surpreendidos vez por outra com sons em alto volume condutores im-prudentes. A tranquilidade e o silêncio das cidades é inter-rompida com a chegada do Carnaval, decorrente do som e das músicas que embalam essa festa grandiosa no mês de fevereiro.

Os filhos já não sa-bem mais ouvir em silêncio as ‘broncas’ dos seus pais. O silêncio extremo pode prejudicar e travar o proces-so de comunicação com as pessoas.

Abelardo Barbosa, nosso saldoso Chacrinha, já dizia: “Quem não se comuni-ca, se trumbica”.

Andson Andrade da SilvaLicenciando em Letras

pela URCA

Exped

iente

:

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Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores

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Page 3: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

3REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 2012

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Page 4: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 20124Política

ROMBO NA PREFEITURA

DONIZETE ARRUDAPolítica

Documentos datados de março de 2008, aos quais o Jornal do Cariri teve acesso

com exclusividade, compro-vam que o então prefeito e hoje deputado federal Raimundo Macedo (PMDB) tinha conheci-mento da dívida do Município de Juazeiro do Norte com o Ins-tituto Nacional da Seguridade Social (INSS).

O JC, em sua última edi-ção, publicou reportagem so-bre o valor de R$ 22,5 milhões de dívidas das administrações de Carlos Cruz e Raimundo Macedo com o INSS. O Muni-cípio foi acionado pela Procu-radoria da Fazenda Nacional para pagar a dívida. Durante a semana, Raimundão tentou se explicar, disse que a dívida não existia.

Um dos documentos enviados ao Jornal do Cariri mostra que no dia 10 de março de 2008, em correspondência endereçada “ao Ilustríssimo Senhor Prefeito Municipal de Juazeiro do Norte (Raimundo Macedo)”, a Secretaria da Re-ceita Federal, do Ministério da Fazenda, comunica que está “enviando, em anexo, os se-guintes documentos: a) Rela-tórios Fiscais Complementares das NFLD – Notificações Fis-cais de Lançamentos de Débi-tos (Números 37.087.343-2 e 37.087344-0) lavradas em nome do Município de Juazeiro – Pre-feitura Municipal; b) Planilhas; c) Resoluções DRJ/RJO I, nú-meros 255 e 256’’.

O texto da correspon-dência, assinada pelo delegado da Receita Federal em Juazeiro do Norte (Seção de Fiscaliza-ção - Safis), Antonio Leite Sil-va, acrescenta que ‘’outrossim, informamos que estamos rea-

brindo prazo de (30) dias para impugnação, a contar da data de recebimento deste, para as NFLD acima”.

O documento passa pela assessoria Técnica da ad-ministração do então prefeito Raimundo Macedo, com assi-naturas de servidores nos dias 11 e 25 de março de 2008. Em meio a essas duas datas, surge a assinatura de Raimundo Ma-cedo encaminhando, em tom de urgência, o documento de cobrança da Receita Federal a assessores identificados com os nomes de Carlos Renato Mi-randa e Italo/Tibúrcio.

O assessor técnico da Coordenação do Departamen-to de Recursos do Governo de Raimundo Macedo, Carlos Re-nato Miranda, enviou à Procu-radoria Municipal de Juazeiro do Norte, no dia 2 de abril de 2008, o ofício 105/2008, com so-licitação para ser encaminhada à Secretaria da Receita Federal do Brasil – Delegacia da Recei-ta Federal do Brasil em Juazei-ro do Norte, pedido de pror-rogação do prazo concedido, referente ao ofício anexo, por mais 90 dias, tendo em vista a complexidade do trabalho a ser executado, como você pode atestar na publicação do docu-mento nesta página.

O JC também teve aces-so a ofícios e planilhas relativas a processos e resoluções da De-legacia da Receita Federal de Julgamento – Rio de Janeiro I, bem como a Relatórios Fiscais Complementares de Notifica-ção Fiscal de Lançamento de Débitos (NFLD), datados dos meses de dezembro de 2007 e março de 2008, observando “VALORES ARRECADADOS E NÃO REPASSADOS” à Pre-vidência Social.

Em documento de 2007, a Receita manifesta-se com re-soluções sobre impugnações e contestações feitas pelo Muni-cípio sobre “créditos tributários lançados pela Fiscalização con-tra o interessado (Município de Juazeiro do Norte – Prefeitura), relativos às contribuições devi-das à Seguridade Social, corres-pondentes à parte da empresa (quota patronal) incidente so-bre a remuneração dos segu-rados à serviço do Município e valores pagos à cooperativa de trabalho, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de capa-cidade laborativa decorrentes do riscos ambientais de traba-lho (SAT) e as contribuições de-vidas pelos segurados a serviço do município entre os períodos de 10/2001 a 03/2007”.

Outra resolução trata da parte dos segurados emprega-dos e contribuintes individu-ais à serviço do Município, no período de 10/2001 a 01/2007, onde, conforme relatório fiscal, “tem-se que constituíram fatos geradores do presente crédito previdenciário as remunera-ções pagas, devidas ou credi-tadas aos empregados através das folhas de pagamento, avi-so prévio de férias e termos de rescisão de contrato de traba-lho, assim como remunerações pagas ou creditadas a qualquer título no mês aos contribuin-tes individuais, autônomos e transportadores autônomos que lhe prestaram serviço, atra-vés de recibos de pagamentos identificados nas notas de em-penho e respectivos processos de pagamento”.

Raimundão assinou documento com cobrança da dívida do INSSRaimundão cada vez mais enrolado

O deputado federal Raimundo Macedo deve estar a se perguntar: e agora, o que falo? Como sair de casa? Isoladamente e contra sua assessoria de imprensa, Raimundão ocupou os microfones de sua rádio FM em Juazeiro durante vários dias da semana passada, para atacar o Jornal do Cariri, seus diretores Luzenor de Oliveira e Donizete Arruda, e negar a existência de um rombo do INSS na prefeitura durante sua administração. Confundiu respeito com subserviência. Mas, mesmo mantendo uma relação respeitosa com o parlamentar, a direção do JC faz jornalismo sem medo e amarras. Só assim cresce a sua credibilidade no Cariri. E ao fazer novamente jornalismo com independência, o Jornal do Cariri traz nesta semana uma prova irrefutável de que Raimundão não falou a verdade em suas entrevistas. A dívida milionária do INSS existe, supera hoje os R$ 27 milhões – quando recalculada até 2011 – e Raimundão sabia dela, tanto que assinou documento – o JC publica a assinatura dele na capa desta edição - pedindo urgência de seus assessores para resolver esse imbroglio.

Carlos Cruz tenta sair do escândalo

Diferente de Raimundão que negou os débitos superiores a R$ 22,5 milhões, o ex-prefeito Carlos Cruz procurou o Jornal do Cariri para confirmar a sua dívida. Através de sua assessoria jurídica explicou que ficou devendo apenas quatro meses – setembro, outubro, novembro e dezembro – de 2004. Atualizando, esses valores hoje não ultrapassariam os R$ 20 mil(cálculos de Carlos Cruz). Segundo Carlos Cruz declarou via assessoria jurídica, o restante do rombo é de inteira responsabilidade de Raimundão. Essa confissão de Carlos Cruz só complicam a vida e o discurso de Raimundão.

Trabalho extra para Arnon

A presidente Dilma Roussef com sua popularidade nas alturas – 62% de ótimo e bom no Nordeste – decidiu que este ano os ministérios da Integração e Turismo não irão liberar as emendas parlamentares que destinarem verbas para passagens molhadas, pontes, pequenas estradas e festas no interior nordestino. E já avisou que não adianta pressioná-la. Porém, é isso que o coordenador da bancada do Ceará, deputado federal Arnon Bezerra terá que fazer: mobilizar os deputados cearenses e brasileiros para convencer Dilma de que essa decisão é radical e pune os pequenos municípios que só têm investimentos com essas emendas parlamentares. Arnon defende a liberação dos recursos e uma fiscalização rígida pelos ministérios. Esse tema irá dominar os debates do Congresso em sua volta ao trabalho em fevereiro.

Aproximação cada vez maior

Enquanto Raimundo Macedo se enrolava com suas desculpas inconsistentes sobre o rombo no INSS deixado por sua administração na prefeitura de Juazeiro do Norte, o prefeito Manoel Santana e o deputado federal Manoel Salviano jantavam na noite de quinta passada em Juazeiro. Raimundão que já tinha problemas de sobra, aumentou o fosso de sua distância de Salviano atrapalhando as tentativas feitas pelo deputado Arnon Bezerra de reaproximá-los. Durante entrevista de Raimundão a sua emissora de rádio, o ex-deputado Giovani Sampaio, gerou mais uma crise. Ao participar para dar apoio a Raimundão, Giovani atacou duramente a Salviano. A conseqüência desses ataques é que a aliança de Santana com Salviano está cada vez mais próxima. Salviano poderá indicar a vice na chapa do PT com o aval do Planalto e possivelmente do próprio governador Cid Gomes.

Isolamento de Zé Leite irrita PT

A direção estadual do PT tem cobrado uma nova atitude do prefeito de Barbalha, Zé Leite. É enorme o temor que a falta de habilidade política de Zé Leite leve o PMDB de João Hilário e da vice-prefeita Betilde Sampaio a fechar um acordo com o ex-prefeito Rommel Feijó. Para complicar, o presidente regional do PMDB, senador Eunício Oliveira, irá se envolver pessoalmente na sucessão barbalhense. Não descarta que o PMDB tenha uma candidatura própria, disputando com Zé Leite. Nesse caso, Rommel indicaria a vice. Quem também poderia apoiar essa chapa de oposição é o deputado federal Manoel Salviano.

Disse me disse...

• Complicado para conquistar apoios a sua reeleição, o prefeito Zé Leite contabiliza uma aliança de peso.

• Deputado Arnon Bezerra,do PTB, já se definiu e irá apoiar a reeleição de Zé Leite.

• Esse voto no PT de Barbalha é uma chance que os petistas de Juazeiro vêem para que ele apóie a reeleição de Santana.

• Por ora, esse acordo não sai do papel. Arnon Bezerra concedeu entrevista em Fortaleza, na semana que passou, e defendeu a união das oposições juazeirenses para impedir a reeleição de Santana.

• Eunício Oliveira passa o próximo final de semana no Ceará articulando o PMDB, em especial, a candidatura de Ronaldo Gomes de Matos a prefeito do Crato.

• Deputado Sineval Roque com o aval do governador Cid Gomes se esforça para fechar um acordo com o PT cratense. Os entendimentos devem prosseguir nesta semana.

• Desculpe a ignorância, e agora que todos descobriram que Raimundão sabia do rombo no INSS, qual vai ser a desculpa do ex-prefeito e atual deputado federal?

Raimundão volta a negar dívida e se contradiz ao acionar advogados

No mesmo tom em que concedeu entrevista ao Jornal do Cariri, o ex-pre-feito de Juazeiro do Norte, o deputado federal Raimundo Macedo (PMDB), voltou a negar a existência do rombo previdenciário de sua gestão à frente da Prefeitura Muni-cipal de Juazeiro do Norte. O parlamentar procurou acionar os próprios micro-fones para dar explicações sobre o caso, mas optou por um caminho inverso ao esperado pela população e atacou o veículo.

O parlamentar inicial-mente havia dito que desco-

nhecia a dívida. Depois, em atitude contraditória, acio-nou sua equipe jurídica para estudar os documentos re-lativos aos processos admi-nistrativos e judiciais, bem como verificar os números. Por último, ainda na manhã da última quarta-feira (18), embora se mantivesse ne-gando a dívida previdenci-ária, voltou a se contradizer ao cogitar até a possibilida-de de parcelamento do valor pelo atual prefeito, Manoel Santana. “Esse débito, se for parcelado, se for comprova-do, ele vai dividir, no míni-mo, em 20 anos, em 240 me-

ses. Quem vai pagar serão os gestores futuros, se é que existe esse débito, porque eu não fui citado pela Justiça.”

A transparência e a lisura do Jornal do Cariri também foram questiona-das pelo político. No en-tendimento de Raimundão, o periódico já o atacou e o defendeu, fazendo o mes-mo com outras autoridades. O parlamentar, por várias vezes, atacou a história e o compromisso do JC, negan-do os princípios do jornal em apurar quaisquer de-núncias, com imparcialida-de. Durante a entrevista de

38 minutos, vários pontos relativos ao rombo previ-denciário da sua gestão do ficaram sem resposta do ex--prefeito.

Raimundo Mace-do voltou ao rádio cin-co horas depois, com os mesmos argumentos da manhã, deixando a mes-ma interrogação aos jua-zeirenses. A insegurança nas falas e a falta de uma resposta imediata, clara e substancial prejudicaram as pretensões do deputa-do federal em comunicar satisfações públicas via emissoras de rádio.

Page 5: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

Prejuízo pode gerar ações de improbidade

Cariri fortalecido com liderança de Guimarães

Alcymar declara: “Não seremos vice de ninguém”

Mirelly Morais

O Jornal do Cariri, em sua última edição, trou-xe matéria especial sob o tí-tulo “Rombo em Juazeiro”, tornando pública a cobrança pela Justiça Federal de uma dívida de mais de R$ 22 mi-lhões do Município com o Instituto Nacional de Seguri-dade Social (INSS), referente ao não repasse das gestões dos ex-prefeitos Carlos Cruz e Raimundo Macedo. A re-velação causou grande re-percussão e durante toda a semana foi o principal assun-to na região. O procurador--geral do Município, Luciano Daniel, é categórico ao afir-mar que a Prefeitura não tem

condições de pagar tamanha dívida. “Se isso se concreti-zar como de fato já caminha para isso, vamos ter uma in-viabilização em todas as ges-tões futuras. É um prejuízo estratosférico”, ressalta.

De acordo com Lucia-no, dentro do prazo legal de 30 dias, a Procuradoria fará a defesa técnica e jurídica. Ele diz que a ação será contestada e, nesse jogo de recursos, pode levar bastante tempo para ser julgada em definitivo. “Já contratamos uma auditoria especializada para fazer um levantamento técnico e con-tábil da real situação e vamos questionar valores e tentar impedir os bloqueios”, afirma o procurador, esclarecendo

que em caso de comprova-ção de responsabilidades dos gestores, uma das imposições seria a improbidade adminis-trativa, que incluiria perda de direitos políticos e ressar-cimento dos cofres públicos, podendo haver o bloqueio de bens dos responsáveis.

Porém, Luciano alerta que as sanções são imediatas, uma vez que a cobrança segue os trâmites de execução fiscal e o Município já é conside-rado inadimplente. Por sua vez, o hoje deputado federal Raimundo Macedo foi à im-prensa e em seu discurso de defesa, alegou o não conheci-mento da dívida ora cobrada da sua gestão entre os anos de 2005 a 2008. Macedo repetiu

seguidas vezes que jamais foi informado sobre os débitos e que tudo não passava de uma jogada política de seus adver-sários, já que pretende voltar à Prefeitura. Mas, ao se defen-der, Raimundão se contradiz quando afirma primeiramen-te não haver débitos de sua gestão, e, em seguida, explicar que, se ela existir, não seria de sua responsabilidade e sim do Município. “Nunca fui citado, intimado, nem chamado pela Justiça”, responde.

Raimundão diz ter em mãos as oito certidões emiti-das semestralmente pelo INSS atestando não haver dívidas durante seu mandato. E suge-re que a atual administração deveria contestar a dívida.

Mirelly Morais

Ainda há um impasse para saber quem começa no cargo de líder da bancada pe-tista na Câmara Federal no dia primeiro de fevereiro. Mas o deputado cearense José Gui-marães, que disputa o espaço com Jilmar Tatto (SP), assegura que independente de ser ele ou não a iniciar no mandato, nada mudará para a região. Segundo Guimarães, “o Cariri já faz parte da agenda nacional do PT e Ju-azeiro do Norte é prioridade”.

O deputado federal faz questão de ressaltar que a re-gião já foi incluída na agenda nacional e contará com a pre-sença das lideranças maiores do partido, inclusive do ex--presidente Lula. Ele comenta que o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Fal-cão (SP), ficou impressionado quando visitou a região no final do ano passado e isso contou pontos positivos para o Cariri.

Porém, Guimarães res-salta que sendo líder, tudo se fortalece, pois trata-se de um

Mirelly Morais

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) se conside-ra uma via alternativa e não uma terceira opção em com-paração aos outros partidos com pré-candidatos já decla-rados em Juazeiro. Os diri-gentes acreditam que a sigla virá para a disputa em pé de igualdade com as demais. De acordo com o pré-candidato pela legenda em Juazeiro, cantor Alcymar Monteiro,

“essa coisa de terceira via não existe, somos uma via alternativa, e disputaremos de forma igualitária com os demais”.

Em meio às negocia-ções e articulações que ante-cedem as convenções, Alcy-mar já afirma que não será vice de ninguém. “Formare-mos coligações sim e estamos conquistando adesões impor-tantes, mas se não tivermos na cabeça de chapa, seremos dependentes e não é isso que

o nosso projeto defende”. Alcymar, porém, reconhece que será uma missão difícil. “É uma engenharia política que não é fácil, ainda con-versaremos muito com muita gente”, antecipando também estar fora de cogitação uma desistência de candidatura.

Para o presidente do partido em Juazeiro, ex-vere-ador Roberto Arrais Sampaio, ainda não é hora de falar em coligações. “É preciso articu-lar nos bastidores, pois os par-

tidos maiores querem apagar esse foco”, mas ele garante que o trabalho tem avançado com sucesso, conquistando importantes adesões”.

Alcymar classifica de desocupados os que fazem campanha denegrindo a ima-gem dos adversários, mas al-fineta os concorrentes dizen-do que o “povo está cansado de ouvir escândalos pelos veículos de comunicação e quer mudanças. Essa política antiga de alguém achar que

é dono do poder está ultra-passada. O poder pertence ao povo, que elege e retira”, declara. O pré-candidato do PDT relata que nas visitas que tem feito pelos bairros de Juazeiro, o que tem ouvi-do é a insatisfação geral com as duas últimas administra-ções. “São gestões muito pa-recidas, seguindo os mesmos caminhos, deixando as mes-mas seqüelas, resultantes das mesmas faltas de objetivo”, critica Alcymar Monteiro.

Em Barbalha As pretensões são de

emplacar o nome do seu pre-sidente municipal, Geraldo Sinésio, como o candidato das forças que se formam de oposição. Sinésio é cauteloso, mas manifesta a vontade de encabeçar uma chapa. “Con-versamos com as principais lideranças de Barbalha, inclu-sive aqueles que já estiveram no poder, como os ex-prefeitos João Hilário (PMDB) e Rom-mel Feijó (PSDB).”

5REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 2012

PolíticaROMBO DO INSS

Receita acata defesa e isentaCruz do pagamento de multasA Secretaria da Re-

ceita Federal, por meio da Delegacia de Julgamento em

Fortaleza, acatou, no dia 27 de agosto de 2008, a defesa interposta pelo ex-prefeito de Juazeiro do Norte, Car-los Cruz, isentando-o do pagamento de multas pelo não-recolhimento de con-tribuições para o Instituto Nacional da Seguridade So-cial (INSS). Cruz, que cum-priu mandato no período de 2001-2004, alegou que o seu sucessor no cargo, Raimun-do Macedo (PMDB), deveria ter encaminhado as informa-ções solicitadas pelo INSS sobre transferência de con-tribuições previdenciárias.

‘’Essas informações não poderiam ser repassadas pelo ex-prefeito Carlos Cruz porque ele (Cruz) não mais estava na Prefeitura, fican-do, assim, impossibilitado de responder aos questiona-mentos da Receita Federal’’, expôs o advogado, Nildo Rodrigues, ao conversar, nesta segunda-feira, com a

reportagem do Jornal do Ca-riri. Em sua última edição, o JC veiculou reportagem com base em decisão do juiz da 16ª Vara da Justiça Federal de Juazeiro do Norte, Tiago José Brasileiro Franco, co-brando dívidas do Municí-pio com o INSS no valor de R$ 22,5 milhões. As cobran-ças eram referentes às ges-tões de Cruz (débitos corres-pondentes a quatro meses) e Macedo, 2005 a 2008.

A Receita Federal imputa-va, em duas ações, multas de R$ 1.882,335,00 (proces-so 10315.000677/2008-13) e R$ 12.548,77 (processo 10315.000679/2008-11) ao ex-prefeito Carlos Cruz . De acordo com decisão da Receita Federal, ‘’acordam os membros da 5ª Turma de Julgamento, por maioria de votos, considerar impro-cedente o lançamento, nos termos do relatório e voto que integram o presente jul-gado, cancelando o crédito tributário exigido’’. A deci-são se refere a multa de R$ 12.548,77.

cargo inédito para o Ceará e um dos cargos mais nobres da Câmara Federal. Ele se diz pronto para o desafio e pro-mete trabalhar ainda mais. “É uma tarefa árdua, porém de grande dimensão coleti-va e pessoal. Topo o desafio e quero, como líder, colocá--la à serviço dos nossos pro-jetos nacionais, estadual e especialmente no Cariri”, promete Guimarães, comple-tando que a discussão que se faz na bancada atualmente é apenas para decidir quem já

comanda a bancada em 2012. “Que vou ser líder, não resta dúvidas, apenas decidiremos se agora ou em 2013”, revela.

Eleições 2012A estratégia do PT

para as eleições municipais só será discutida durante um encontro do Diretório Na-cional, no próximo dia nove de fevereiro, e no Encontro Nacional de Prefeitos e De-putados Estaduais, que vai acontecer no dia seguinte, em Brasília.

n Procurador do Município afirma que Prefeitura não tem como pagar dívida

n Deputado José Guimarães elege Juazeiro como prioridade para ações

n Advogado Nildo Rodrigues defende Cruz de responsabilidades no débito n Ex-prefeito Carlos Cruz não deve responder por pendência

Page 6: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 20126Grandes Nomes

Fideralina Au-gusto Lima nasceu na Vila de São Vicente

Férrer das Lavras, hoje Lavras da Mangabeira, no dia 24 de agosto de 1832, primogênita dos doze filhos do casal Isa-bel Rita de São José e do Major João Carlos Au-gusto. Recebeu o nome inusitado, dizem, numa homenagem aos movi-mentos revolucionários de 1817 e da Confede-ração do Equador, em 1824.

E ela já nasceu familiarizada com o po-der. Pelo lado materno, era bisneta de Francisco Xavier Ângelo, Capi-tão-Mor e Comandan-te-Geral de Lavras. Já o pai era chefe político na região e também descendia de família poderosa, tanto que ele teve como padrinho de batismo o então presidente da Província do Ceará, João Carlos Augusto de Oyenhausen e Gravemburg, marquês de Aracati.

Corajosa e de temperamento forte desde pequena, isso explica porque quando o pai morreu aos 56 anos, víti-ma de um atentado político, Fideralina, já casada e sendo a mais velha de “três irmãos fracos e oito irmãs que não viam a mulher em posição de mando”-segundo a historia-dora Heloísa Buarque de Holanda no livro “Matriarcas do Ceará-D. Fideralina de Lavras”-, tornou-se uma espécie de herdeira maior da família.

Ainda segundo Heloísa Buarque de Holanda, ela ca-sou-se nova “aos 15, 16 anos, com Ildefonso Correa Lima, major da Guarda Nacional, nascido em Várzea Alegre, en-tão distrito de Lavras, e filho do tenente Raimundo Duarte Bezerra e de Ana Correa Lima, também donos de muitas fazendas”. O problema é que, mesmo recém-casada, Fide-ralina já tinha fama de mandona. “Tanto que a família do marido não aprovou a união. Eram contra, não queriam ver Ildefonso submisso à mulher. Mas não foi uma submissão duradoura. Ele morreu ainda jovem, aos 42 anos, depois de ser presidente da Câmara de Lavras, e deixou sete filhos e um certo poder político, que logo foi assumido pela mu-lher,” explica a historiadora.

Herdeira, portanto, de dois grandes chefes, ela assumiu a política da Região num estilo bem de “coronel” e sem admitir oposição. E manda-va sem nunca ter sido investida, legalmente, de nenhum cargo público. Senhora de inúmeras propriedades rurais no município e prédios re-sidências em Lavras, além de muito gado e ne-gros, segundo o historiador Joaryvar Macedo, ela criou os filhos sozinha e deu-lhes educação rígida. Mas gostava de trabalhos manuais como fiar e fazer varanda de rede, e tinha uma bela le-tra, costumando assinar “Federalina”, com a le-tra E no lugar do I, como era conhecida. Era, tam-bém, muito religiosa, rezava o Ofício de Nossa Senhora e, quinzenalmente, assistia à missa que mandava celebrar na capela da sua casa de cam-po, o Sítio Tatú.

O sítio era uma propriedade comum: casa grande com alpendre, açude, engenho, uma fileira de casas de taipa para os negros; seria uma das únicas da região a ter uma capela. Tratava-se da área de maior concentração de escravos nos sertões, a ponto de existirem quadrinhas abordando o as-sunto: “Caraíba é prata fina/Sussuarana, ouro em pó/Xique Xique é mala véia/E o Tatu é negro só”e “O Tatu para criar negros/Sobradim prá criação/São Francisco para fuxico/Ca-labaço prá algodão”.

Apesar do fervor religioso, ela não temia nem a Igreja. Um exemplo foi o embate que travou com o Monsenhor Mi-ceno Clodoaldo Linhares. Vigário em Lavras por 49 anos, de 1879 a 1925, ele ousou opor-se a Fideralina e sofreu com o seu ódio. Embora conhecido pela sua retidão de caráter e tendo a admiração do restante do Clero, acabou atingido em cheio pela vingança de Dona Fideralina. Ela procurou, pesquisou e descobriu que, quando jovem, ele teve uma filha em Tauá. Ela simplesmente tornou público o erro do vigário, que teve

que abando-nar Lavras.

S e -gundo o site http://w w w . l a -v r a s c e .c o m . b r /g a l e r i a /l e g a d o --fideralina--augusto--lima.html, Dona Fide-ralina vivia cercava de cabras ar-mados, ho-mens ágeis no trabuco

e cangaceiros destemidos, como Antonio Pre-to e Miguel Garra, conhecidos como “os cabras de Dona Fideralina”. A postura destemida ali-mentava calúnias e lendas. Uma destas histórias garantia que Dona Fidera rezava o rosário num terço feito com orelhas dos seus inimigos. Ou-tra assegurava que antes de matar os desafetos, os capangas eram orientados a anunciar o golpe mortal com a seguinte frase: “Está aqui o presen-te que Dona Fideralina lhe mandou”.

Reconhecida como uma das mais fortes figuras femi-ninas da história cearense, ela foi definida pelo historiador Raimundo Girão Barroso, como “valente espírito feminino a quem muito interessava a política cearense”. Já a romancista Rachel de Queiroz a descreveu como “uma espécie de rainha sem coroa, uma legenda”. Verdade é que Dona Fidera manti-nha o poder com uma estratégia simples: conseguia sempre estar bem com os governos. De monarquista converteu-se em republicana, valia tudo porque o que lhe interessava era do-minar a região de Lavras da Mangabeira.

E graças a esse poder político, acrescido do poder econômico, Dona Fideralina podia manter certos hábitos impensáveis para uma mulher na época como falar o que lhe viesse à cabeça, usar palavrões e alterar a voz com os homens. Entre os negros da fazenda do Tatu, quatro deles, dos mais fortes, deviam estar sempre prontos para carregar a liteira de Dona Fideralina, nas suas idas à cidade. Corpulen-ta, medidas avantajadas, quadris largos, rosto cheio, bonita – diziam, com o tempo ela trocou a liteira pelo cabriolé (uma espécie de charrete), e, depois de uma certa idade, estranha-mente, começou a andar a cavalo, sempre com um bacamar-te na lua da sela.

Mas, foi em 1903 que a fama dela começou a ganhar os Sertões muito além do Cariri, gra-ças a um episódio em que ela reuniu cem cabras, com a ajuda de outros coronéis da região, para vingar a morte de um neto, Ildefonso Lacerda Leite, ocorrida em Princesa, na Paraíba.

Formado em medicina pela Faculdade do Rio de Ja-neiro, Idelfonso se estabeleceu na cidade que era a terra de seu pai, Luís Leônidas Lacerda Leite, marido de Joana Au-gusto Leite, uma das filhas de Fideralina. Lá, casou-se com Dulce Campos, filha de um chefe político do município. O problema é que a moça tinha outro pretendente, Manoel Flo-rentino que, enraivecido, vendo-a casar-se com o forasteiro Ildefonso, resolveu vingar-se. Para isso, juntou-se a José Poli-carpo, ex-aluno do Seminário da Paraíba e ligado ao vigário de Princesa, Manoel Raimundo Donato Pito, que não gostava do médico por julgá-lo ateu.

Assim, no dia 6 de janeiro, feriado do Dia de Reis, Flo-rentino e Policarpo mataram o neto de Fideralina com uma punhalada no peito e um tiro no coração, quando ele ia à far-mácia providenciar remédios para a mulher. Após o crime, tentaram enterrar o cadáver, mas deixaram o corpo com os pés de fora. A ordem dada por Fideralina aos capangas foi clara: trazer as orelhas de cada um dos assassinos do neto. Dizem que isso só não aconteceu porque ao chegar à cidade os capangas não encontraram mais os criminosos que ha-viam morrido de estranha febre epidêmica. No entanto, os adversários de Fideralina, bem como o povo, juram que essas orelhas vieram a enriquecer o seu famoso rosário.

Mas Dona Fideralina não cultivava inimigos só entre os estranhos. Um dos filhos, Honório Correa Lima foi vítima da ira materna. No livro “Império do Bacamarte”, do histo-riador Joaryvar Macêdo, em trecho transcrito no site http://lavrasce.blogspot.com/2011/11/lavras-1907-deposicao-do--coronel.html, narra o episódio ocorrido no dia 26 de novem-bro de 1907 quando dona Fideralina e outro filho, Gustavo Augusto Lima, juntos, tiraram do poder o mais velho dos seus filhos homens.

O problema começou quando, preocupado com três mandatos consecutivos de deputado es-tadual, o que achava que estava afastando-o das suas bases no município, o coronel Honório con-seguiu, à revelia da mãe, junto ao governo, a sua nomeação para o cargo de intendente de Lavras. O fato acabou deixando Dona Fidera desconten-te, tanto por ter sido colocada de lado na nego-ciação como pelo fato do ato governamental ter afastado da intendência um velho e fiel correli-gionário seu, o coronel Manuel José de Barros.

Aproveitando-se do fato, Gustavo que invejava as po-sições ocupadas pelo irmão mais velho, pressionou a mãe. Coagida, Dona Fideralina bem que tentou evitar um desfe-cho violento, insistindo para que Honório abrisse mão do cargo, mas ele permaneceu irredutível.

Assim o ataque a Lavras foi organizado. Quatro-centos homens participaram da empreitada. Antes da sa-ída da tropa, no entanto, Dona Fideralina fez uma última recomendação: “Quem acertar um tiro no Torto, morre!” O Torto, segundo os historiadores, era Honório que sendo estrábico, era assim conhecido popularmente. Na verdade, ela fez a recomendação porque deixou falar mais alto o ins-tinto materno.

Fato é que ninguém ousou desobedecer e o coronel Honório capitulou sem ser atingido durante o combate. Derrotado, retirou-se com a família, primeiro para Fortale-za e, depois, para a localidade de São Pedro, hoje Caririaçu. Desse mesmo episódio se origina a briga de Dona Fiderali-na com a irmã, Pombinha. É que Honório não só era casado com uma das filhas de Dona Pombinha, sua prima, como era o genro favorito da tia e sogra e dona Pombinha nunca perdoou a ofensa. Tanto que quando, antes de morrer, Fide-ralina pediu a presença da irmã, obteve fria e dura respos-ta: “Se ela quer me pedir perdão, diga que perdôo. Mas ir vê-la, diga que não vou”.

Quando por volta de 1911 surgiram movimentos contra as oligarquias no Ceará, a derrubada da família Nogueira Acioli levou de roldão Fideralina e os coronéis do Sertão do Cariri. Mas, o tempo em que o poder fugiu de suas mãos, época em que seus parentes, partidários do oposicionista Franco Rabelo, mandaram em Lavras, foi in-significante em relação ao período em que ela deteve o po-der. Depressa ela retomou o domínio da situação, tornando a fazer jus a certas quadrinhas populares. “O Belém manda no Crato/Padre Cícero em Juazeiro/Na Missão Velha, An-tônio Rosa/Barbalha, Neco Ribeiro/Das Lavras, Fiderali-na/Quer mandar no mundo inteiro.”

E ela envelheceu dando mostras da sua força e prestígio. Tanto que, dois anos antes de morrer, a sua influência garantiu a chegada via férrea a Lavras. No dia da inauguração da estação ela estava alegre, forte, com seu vasto corpo jogado numa cadeira de balanço, con-versando em altos brados. Aliás, ela sempre falava gritando. Na primeira vez em que bai-xou a voz, teve-se a certeza da doença que a levaria à morte, o que aconteceu aos 87 anos.

Fideralina Augusto Lima morreu no dia 16 de janeiro de 1919, mas deixou nos seus descendente o gosto pela po-lítica. De acordo com o site http://www.lavrasce.com.br/galeria/legado-fideralina-augusto-lima.htmlm

desde então, três dos seus filhos foram deputados es-taduais; dois bisnetos foram senadores e muitos outros têm exercício cargos de destaque na vida política, administrati-va e econômica do Ceará.

FIDERALINA AUGUSTO LIMA,

A MATRIARCA DE LAVRAS DA MANGABEIRAEla foi uma das figuras femininas mais famosas do Ceará em sua época. Mulher de fibra, valente e dona de uma

liderança incontestável, Fideralina Augusto Lima fez história, respaldada no seu poder político e econômico.

PESQUISA:

http://lavrasce.blogspot.com/2011/11/lavras-1907--deposicao-do-coronel.htmlhttp://www.lavrasce.com.br/galeria/legado-fiderali-na-augusto-lima.htmlh t t p : / / w w w . h e l o i s a b u a r q u e d e h o l l a n d a . c o m .br/?p=667

Page 7: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

Serena Morais

Os casos de dengue já começaram a aparecer e dei-xam em alerta a população e os órgãos que realizam o com-bate ao Aedes aegypti, mos-quito transmissor da doença. Juazeiro do Norte está entre os municípios preocupados com o crescimento dos focos de transmissão em diversos bairros. Outro agravante é a morte de um homem, de 57 anos, suspeito de ter contra-ído a doença. Exames labo-ratoriais ainda estão sendo realizados para diagnosticar a causa do óbito.

Cerca de 80% dos bair-ros apresentam casos de den-gue (entre confirmações e suspeitas), e por isso o estado de alerta foi acionado no mu-nicípio. Segundo o coordena-dor de endemias de Juazeiro do Norte, Francisco Macêdo,

quando o número dos focos de transmissão se torna tão elevado, o Governo do Estado passa a ser responsável por algumas precauções a serem tomadas. “Cerca de sete car-ros fumacê foram encaminha-dos à cidade para fazerem a cobertura de todo o território. Porque, diferente do que mui-ta gente pensa, os carros são do Estado.”

Uma equipe da Se-cretaria de Saúde do Estado também estuda a região, para saber se o tipo 4 da doença (variação do microorganismo que o sistema imunológico ainda não conhece), o mais grave, já está circulando no interior do estado. Paralela-mente, o núcleo de endemias continua com o tratamento da parte aquática, que é de sua responsabilidade.

Dois técnicos da Secre-taria de Saúde do Estado ava-

liam as condições atuais do município para fazer o plano emergencial, unindo as etapas de combate à larva e o comba-te aquático. Macêdo explica que, oficialmente, Juazeiro se encontra dentro da faixa de médio risco, mas devido ao aumento de casos, o assunto é tratado com mais seriedade. “Nos posicionamos como se já estivéssemos em uma situ-ação mais grave, para que não acabe se instalando uma epi-demia de alto risco”, disse.

Durante a entrevista com o coordenador de ende-mias, mais um caso de den-gue foi confirmado dentro do próprio núcleo, mostrando o aumento de pessoas expostas ao vírus. Outro fator que pode colaborar com o crescimento dos focos de transmissão é a água acumulada de forma irregular nas residências (em baldes, bacias e potes), moti-

vada pela distribuição desi-gual de água encanada.

Chegada da romaria preocupa ainda mais

Essa é a época em que a cidade recebe a segunda maior quantidade de fiéis no ano. Para minimizar o problema com o mosquito Aedes aegyp-ti, a equipe de endemias rea-liza um trabalho mais intensi-ficado. Durante a romaria, os carros fumacês percorrerão os locais onde há maior concen-tração de pessoas, assim como será realizada a conscientiza-ção e exercícios educativos de prevenção. “Existe uma orien-tação, por parte da Secretaria de Saúde, para que os postos, PSF’s e hospitais nos mante-nham informados no caso de alguém com suspeita de den-gue”, concluiu Macêdo.

RECURSOS FEDERAIS

Com emenda 29, saúde pública não poderá contar com novos repasses Raphael Barros

A Emenda Constitu-cional nº 29 obriga os municípios a gas-tarem 15% da receita

arrecadada no ano em saúde. A questão, é que isso já vinha sendo feito por boa parte dos municípios, e, às vezes, em porcentagens maiores. É o caso de Juazeiro do Norte, que, se-gundo o prefeito Manoel San-tana, só em 2011, investiu 32% da receita no setor. Para ele, o ponto positivo da Emenda, não é a obrigatoriedade do repasse do dinheiro, mas a fiscalização, que permite saber se a verba será utilizada, verdadeiramen-te, sem ser desviada para áreas menos vitais à sociedade.

O secretário de Saúde do Crato, Cícero França, também confirmou que o município in-veste o montante exigido por lei e que ficou mais preocupado com a falta de participação da União na obrigatoriedade dos repasses. Segundo Cícero, o go-verno federal encaminhou, no ano passado, para todos os en-tes da Federação, apenas 1,7% da receita arrecadada. Aliás, esse é um dos pontos pacíficos entre Cícero, o secretário de saú-de do Ceará, Arruda Bastos, e o prefeito de Juazeiro: a oposição ao veto do investimento de 10% dos impostos arrecadados pela União na saúde.

Para o secretário de Saú-de do Ceará, o interessante seria que o repasse de 10% da União

não tivesse sido vetado pela presidente da República, Dilma Rousseff. Arruda acredita que a Emenda foi uma meia-vitória. A conquista completa seria as duas partes juntas, os 10%, jun-tamente com a fiscalização de como o dinheiro destinado à saúde será gasto. Segundo Ma-noel Santana, o veto dificulta muito o trabalho da prefeitura na área da saúde.

Com a descentralização dos investimentos, a saúde irá sobrecarregar as contas dos municípios. Segundo Cícero, as cidades, que ficam na ponta da hierarquia dos poderes, vão ter de se organizar ainda mais para empregar a quantidade de recursos que recebem, já que um dos preceitos da Emenda é de que a saúde seja universal.

“E é justamente devido a essa quantidade limitada de recur-sos, que acontecem os gargalos nos atendimentos e as filas nas Secretarias de Saúde. Tudo por conta da questão financeira”, afirma o secretário do Crato.

Tanto o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), quanto o Tribunal de Contas do Estado (TCE) são responsáveis por fiscalizar o emprego do di-nheiro na saúde. O presidente do TCE, Valdomiro Távora, salienta que o Estado do Ceará sempre cumpriu o percentual mínimo, desde o exercício de 2000. Mesmo com as contas de 2011 do Governo do Estado ainda não tendo sido fechadas, o secretário Arruda acredita que o investimento na área te-nha girado em torno de 17%.

Caso a Emenda não seja cumprida, esclarece o presiden-te do TCE, haverá restrições do repasse de recursos destinados aos que infringirem a Lei. O presidente do TCM, Manoel Veras, entende que ainda não é o momento de se manifestar sobre o assunto, tendo em vista que a Emenda 29 ainda deve retornar ao Congresso Nacio-nal e os vetos podem ou não ser mantidos.

EntendaO começo do processo

aconteceu em 2000, quando a PEC 29 foi promulgada e definia o percentual mínimo de aplicação em ações e ser-viços públicos de saúde pela União, Estados, Distrito Fede-ral e Municípios. De lá pra cá,

passaram-se 12 anos e a EC 29 ainda causa desassossego para quem trabalha ou se preocupa com a saúde pública brasileira. Ainda mais agora, depois de sancionada, com 15 vetos, pela presidente Dilma Rousseff, no

último dia 16 de janeiro.Nela, torna-se obriga-

tório aos estados e municípios aplicarem na saúde, respec-tivamente, 12% e 15% da re-ceita provinda de impostos e transferências.

Samuel Macedo

n Contribuição Social para a Saúde seria uma boa solução para as demandas da saúde no Crato, diz Cícero França

Aumento de casos da dengue preocupa Juazeiro

Convênio entre Hospital Manuel de Abreu e Prefeitura pode não acontecerA dificuldade financei-

ra enfrentada pelo Hospital Regional Manuel de Abreu não é de hoje. O espaço, lo-calizado na avenida Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes, no Crato pertence a uma con-gregação religiosa alemã e é mantido por uma associação composta por seis médicos, que oferecem atendimentos como fisioterapia, cardiolo-gia, serviços ambulatoriais e de internação. O diretor ad-ministrativo do hospital, dr. José de Oliveira Cavalcante, afirma que o número de aten-dimentos realizados por mês é bastante significativo. Ape-sar do início das conversas entre a unidade e a Prefeitura do Crato para a concretização de um acordo, há um risco no caminho.

Para José de Oliveira,

seria muito bom se aconte-cesse essa parceria, pois aju-daria na divulgação da en-tidade e na manutenção do espaço. Ele comentou, po-rém, que é preciso saber que tipo de parceria poderia ser feita para evitar problemas jurídicos no futuro. Ele ex-plica que o espaço ocupado foi alugado para realizar um tipo de atividade médica, e trazer outros tipos de traba-lhos pode gerar problemas. “Tem que ser uma parceria que traga benefícios para to-dos” destacou o diretor, lem-brando que não tem nada fechado com a secretaria, e que as conversas ainda estão no inicio. “Não foi acertado nada até o momento. Ainda temos que conversar com a Secretaria de Saúde para ver como pode ser feita essa pos-

sível parceria”, esclareceu.À frente do órgão há

cinco anos, o diretor comen-tou que chegou a pensar em fechar o hospital por conta da carência financeira que persiste até hoje. Uma possí-vel parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Cra-to poderia mudar essa reali-dade. Essa parceria, de acor-do com o secretario de Saúde do Crato, Cícero França, con-siste na criação dos blocos desativados do hospital, um centro destinado a profissio-nais das quatro equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). O centro teria educador físico, fono-audiólogos, farmacêutico, fisioterapeuta e outros pro-fissionais que compõem o NASF. O que resultaria em um trabalho mais completo

junto à população, que “teria um espaço mais apropriado

para cada ação. No local há um espaço muito bom para

realizar essas atividades”, comentou França.

n Com dificuldades financeiras, o hospital deposita esperança no possível convênio com a Secretaria de Saúde do Crato.

Uma das primeiras so-luções pensadas para resolver o problema da saúde é a co-brança de um novo imposto. Com o fim da Contribuição Provisório sobre Movimen-tação Financeira (CPMF), em 2008, que em tese seria utilizada para a melhoria da saúde, tentou-se criar um tri-buto exclusivo para o setor, a Contribuição Social para Saú-de (CSS) - conhecida como “Nova CPMF” - mas foi ve-tada pelo Governo Federal. A diferença é que ela seria uma lei dentro da Emenda Cons-titucional nº 29, e não uma contribuição provisória como a CPMF. Todo o dinheiro ar-recadado precisaria ser utili-zado na área da saúde.

Ainda segundo o se-cretário de saúde do Crato, Cícero França, a CSS seria uma boa possibilidade para dar uma ajuda na área, pois alguma coisa precisa ser fei-ta para suprir as demandas diárias da saúde. “Se for pre-ciso criar uma alíquota que gere realmente uma base de

aumento na arrecadação, a gente é favorável, se realmen-te houver uma fiscalização de algum conselho e órgão, e que se reverta em benefícios para a saúde”, explica Cícero. Para o prefeito de Juazeiro, Manoel Santana, arrecada-ções como a CPMF e a CSS seriam a melhor forma finan-ceira para que a Saúde dos municípios se desenvolvesse.

Alguns otimistas acre-ditam que os vetos da EC 29 ainda possam ser revogados, mas para Arruda Bastos, di-ficilmente a CSS passe, caso retorne ao Congresso Nacio-nal, pois tendo a presidente Dilma a maior bancada, não haverá mobilização para que o veto seja desfeito. Ele acre-dita na existência de outras possibilidades, mas que pre-cisam ser estudadas para se saber a viabilidade. É o caso do aumento de impostos so-bre cigarros e bebidas, por serem produtos sabidamen-te prejudiciais à saúde e su-perlotarem o serviço público hospitalar.

Saúde do Cariri melhoraria com “Nova CPMF”

7REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 2012

Cidades

Page 8: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

Aglécio Dias

O início da quadra chuvosa no Cariri começará a partir de fevereiro. É o

que afirma o meteorologista da Fundação Cearense de Me-teorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Paulo José. Se-gundo ele, ainda é cedo para saber quais localidades rece-berão maiores quantidades de chuvas, mas lembrou que,

de acordo com estudos feitos pela Fundação, a perspectiva é que o inverno de 2012 seja muito parecido com o do ano passado, com um nível de chu-vas acima dos 700 milímetros. “Nos últimos anos, tem chovi-do praticamente igual em toda região do Cariri. Esse ano não será diferente”, prevê.A previsão da Funceme já era esperada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato, o agricul-

tor Antônio Alves da Gama (Tóta), que acredita que mes-mo com a demora na chegada da chuva, o inverno será bom. O atraso da quadra chuvosa da região do Cariri, que antes acontecia entre dezembro e janeiro, é visto pelo sindica-lista como algo normal, uma vez que o fenômeno vem acontecendo há vários anos, fato esse que, em seu enten-dimento, não atrapalha muito a safra da região. “Mesmo co-

meçando cada vez mais tarde, todos os anos, os agricultores sempre colhem um pouco do que plantaram”, disse.

Trabalhador rural há mais de 40 anos, José Fer-reira Lima, conhecido como Zé Coquinho, que mora no distrito de Monte Alverne, no Crato, não tem o mesmo otimismo que Tóta. Para ele, o inverno será mais fraco que no ano passado, e por isso, diz que ainda não pre-

parou a terra para o plantio e não sabe se o fará esse ano. “Ainda estou esperando as chuvas para plantar, porque pode até ser que chova e te-nha alguma safra, mas não estou tão otimista”, disse aparentando desânimo.

Para Eucileide Men-donça, gerente do escritório regional da Empresa de As-sistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), o momento é de cautela. Se-

gundo ela, a entidade acredi-ta que será um bom período para o produtor rural, mas a empresa tem orientado os agricultores para que te-nham paciência e esperem o início das chuvas para co-meçar o plantio. “A agricul-tura na região envolve mais de 40 mil trabalhos diretos, por isso é preciso ter calma na hora de plantar, para que o produtor não tenha prejuí-zos futuros”, explicou.

Funceme anuncia quadra chuvosa para início de fevereiro

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 20128Cidades

INVERNO NO CARIRI

SOLIDARIEDADE

Maternidade São Lucas recebe doações de leite maternoIngrid Monteiro

Para garantir alimen-tação de qualidade aos bebês prematuros da UTI Neona-tal, o Hospital e Maternida-de São Lucas inicia campa-nha de incentivo à doação de leite materno. A expectativa é que o banco de leite, inau-gurado em 2011, possa aten-der crianças da região do Ca-riri. A partir desta semana, a equipe realizará cadastro das doadoras, além de au-xiliar as mães nos cuidados durante a amamentação.

O hospital receberá o leite excedente tanto das mães de crianças que estão hospitalizadas, quanto de outras doadoras. Atualmen-te, o leite que os prematuros consomem é artificial, não possui gordura e nutrientes necessários para o desenvol-vimento do recém-nascido. “O ideal é que a criança re-ceba somente o leite mater-no por seis meses. Depois disso, a mãe poderá oferecer outros alimentos, mas deve continuar amamentando

durante dois anos”, explica a doutora Nadja Menezes, integrante da equipe que di-rige o projeto.

As mães com dificul-dade em amamentar o seu filho receberão o auxílio ne-cessário da maternidade para que ela continue realizando o aleitamento. Segundo a dou-tora Jeanne Alencar, coor-denadora do banco de leite, todas as crianças que deixam o hospital saem com agen-damento marcado para que, após sete dias, retornem ao ambulatório a fim de serem atendidas por pediatras, que farão o devido acompanha-mento do processo de ama-mentação. Os atendimentos são realizados em dias úteis, das 7h às 19h.

Nesta semana, a ma-ternidade inicia a pasteuri-zação do leite materno, que consiste na esterilização da substância. O procedimen-to pode ser realizado no leite doado para o banco, como também serve de me-canismo para as mães que trabalham e precisam ar-

mazená-lo para o consumo do seu filho, durante o dia. Segundo a doutora Andre-zza Siqueira, coordenadora do laboratório, a validade do leite pasteurizado é de até seis meses. “Quando o leite chega aqui no labora-tório, fazemos uma análise da aparência, acidez e colo-ração. Em seguida é feito o processo de pasteurização, garantindo que esteja pron-to para o consumo”, explica.

O único requisito para a doação é o excesso do lei-te, pois não deve prejudicar a alimentação de seu filho. Adriana Alves, mãe de crian-ça prematura, afirma que a iniciativa do banco de leite incentiva a amamentação, importante para toda crian-ça. Francisca dos Santos, que já manifesta o interesse em contribuir com a campanha, também aprova os cuidados que recebeu na maternidade. “No início, senti dificuldade em retirar o leite que alimen-to meu filho, mas recebi a ajuda necessária da equipe de médicos.”

n Mães recebem acompanhamento médico e instruções para doação de leite

n OAB de Juazeiro afirma que advogados são prejudicados com a lentidão

OAB DENUNCIA

Comarcas de Barbalha e Juazeiro têm 59 mil processos encalhados

Chagas Lima

A situação caótica do acúmulo de processos na Comarca do Crato se repete nos municípios de Juazeiro do Norte e Barbalha. A tra-mitação lenta gera mais re-clamações da população e de órgãos que dependem do correto andamento das ações, como a Ordem dos Advoga-dos do Brasil (OAB). O presi-dente da subseção de Juazei-ro do Norte, Cláuver Barreto, afirma que não é concebível uma Justiça tão morosa, ine-ficiente e problemática como tem sido a do Ceará. Exis-tem mais demandas sendo ajuizadas do que julgadas. Segundo Barreto, isso é de-corrente de diversos fatores, como número insuficiente de servidores, de juízes nas va-ras e vacância de promotores na região do Cariri, que, nas suas palavras, chega a ser vergonhoso.

Se no Crato são 15 mil processos empilhados, a Jus-tiça de Juazeiro e Barbalha acumula quase 60 mil. “Por esta e outras razões, a OAB tem cobrado que o Poder Judiciário adote medidas e passe a prestar um serviço adequado, porque sociedade e advogados têm sido gra-vemente lesados. Nunca se

viu um problema tão grave. Problema esse que aparente-mente poderá se agravar com possível corte de verbas do Governo do Estado”, afirma Cláuver Barreto.

Para solucionar o pro-blema, o presidente da OAB de Juazeiro sugere a contra-tação imediata de servidores pelo Tribunal de Justiça, ten-do em vista que hoje, princi-palmente em Juazeiro, Bar-balha, Missão Velha e Brejo Santo, comarcas são manti-das praticamente pelas pre-feituras. São mais servidores municipais cedidos e lotados nos fóruns das cidades do que propriamente servidores do Tribunal de Justiça. “Isso é um verdadeiro absurdo, tan-to porque os municípios não têm obrigação de ceder fun-cionários, quanto por não se-rem efetivamente treinados e habilitados para fazer esse tipo de serviço”, diz.

Outro ponto delica-do é o reduzido número de varas e de juízes na terra do padre Cícero. Hoje, segundo Cláver Barreto, Juazeiro do Norte precisaria de 10 ou 12 varas funcionando efetiva-mente para ter um serviço adequado. “Atualmente, a cidade tem sete varas e igual número de juízes titulares, contando com o Juizado Es-

pecial e o Juizado da Mulher. Só que, por vezes, como se verifica agora, estamos com juiz de férias e o Tribunal de Justiça não nomeou outro para responder por aquela vara ou, quando tem, a no-meação é fictícia.

“Estamos extrema-mente preocupados até com a sobrevivência de muitos colegas advogados”, lamenta Cláuver Barreto. Em Barba-lha, explica, além das duas varas efetivas, está sendo criada uma outra. O pro-blema é que nenhuma delas está funcionando. Existem as varas, mas não tem juiz. Ou, quando tem juiz, não tem promotor. Em Missão Velha, há uma vara e um juiz. Lá, o trabalho está transcorrendo normalmente.

Em Barbalha, são aproximadamente sete mil. No vizinho município de Ju-azeiro do Norte, o número de processos acumulados chega a uma média de seis mil em cada vara. Há ainda cerca de 10 mil processos no Juizado Especial. “A Vara da Família também conta com um enor-me número de processos, pelo fato de ter apenas um juiz, um promotor e poucos servidores. Por mais que haja empenho de todos, é impos-sível dar vazão”, acrescenta.

Samuel Macedo

Page 9: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

Wilson Rodrigues

O projeto “Terreiro dos Brincantes” produz docu-mentários de cur-

ta duração sobre os mestres e grupos da cultura popular da região do Cariri. A ini-ciativa, que teve início em 2010, é do Instituto Ecoló-gico e Cultural Martins Fi-lho (IEC) da Universidade Regional do Cariri (Urca), e do Coletivo Camaradas. A partir do próximo mês de fevereiro, oito documentá-rios serão distribuídos nas escolas da rede pública de ensino, visando fortalecer o projeto.

Para garantir as con-dições de continuidade do “Terreiro dos Brincantes”, o instituto acaba de firmar parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, Es-porte e Juventude do Crato, que visa articular o apoio logístico e a viabilidade de transportes para as visitas às comunidades e disponi-bilização de espaços para realização das reuniões do projeto.

Outro fator impor-tante da parceria é a aber-tura de monitoria para es-tudantes de universidades e faculdades da região do Cariri. Nos próximos dias, será divulgado o edital para o processo de seleção dos monitores, os quais te-

rão a oportunidade de es-tudar e vivenciar a cultura popular. Anteriormente, a monitoria era destinada apenas aos estudantes da Universidade Regional do Cariri.

A secretária de Cultura, Esporte e Ju-ventude, Danielle Esmeraldo, desta-cou que o projeto veio no momento oportuno, tendo em vista que a Secretaria tinha o interesse de fazer registro audiovisual das mani-f e s t a ç õ e s artísticas e culturais.

Destaca, ainda, que esse é um projeto importante para conhecer a diversidade dos grupos e dos mestres da cul-

tura popular da região. Para o diretor do

IEC, professor Ro-berto Siebra, essa

parceria oferece ao instituto a

p o s s i b i l i d a d e de ampliar

sua área de a t u a ç ã o .

Ele frisa

que o projeto é um mecanis-mo importante na socializa-ção do conhecimento sobre a cultura popular do Cariri.

Já o coordenador do projeto “Terreiro dos Brin-cantes”, o artista e edu-cador Alexandre Lucas, considerou que a parceria possibilitará as condições mínimas de funcionamen-to do projeto, que viabiliza o deslocamento da equipe para as comunidades em que residem os brincantes.

Ele enfatiza que os docu-mentários, além de serem distribuídos nas escolas, serão disponibilizados também na internet, para que qualquer pessoa possa ter acesso ao material pro-duzido. Os documentários, além de promover a aproxi-mação do público estudan-til com os pesquisadores e brincantes, propiciarão aos alunos escutarem os pró-prios feitores da cultura popular.

Sociedade em FocoPOR WALESKA MARROCOS [email protected]

9REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 2012

Social Cultura

Rua Senador Pompeu, Nº 429 - Centro - Crato-CE

ALFARMA, a primeira farmácia de manipulação genuinamente Cratense.Diretora TécnicaDrª Fabiana Pereira Rodovalho Alencar Gomes

CULTURA

ICASAPIQUENIQUE

Foi com muita alegria que encontramos Katia Turatto e seu esposo, o jogador de futebol André Turatto. Eles nos apresentaram Anderson Lobão e sua bela esposa, grávida da primeira filha que se chamará Lara. Vindo de Santa Catarina, ele se junta ao time do Verdão do Cariri para o campeonato de 2012. Sejam bem-vindos e boa sorte!

Minha querida Limadri Vieira e José Andrade Silva tomaram posse como delegados do Conselho Regional de Administração, da primeira Delegacia do conselho que atenderá todo interior do estado. Limadri, em seu discurso de posse, falou em cuidar e fortalecer a classe de administradores, pois certamente essa é uma profissão que desponta como uma das mais promissoras de nossa região. Parabéns por essa conquista.

A cidade do Crato é cheia de atrativos para quem quer ter um fim de semana repleto de aventuras ou somente descansar em contato direto com a natureza. Essa turma bonita de Juazeiro curtiu as belezas do espaço Quinta dos Lobos, aproveitando para fazer um delicioso piquenique. Programa saudável para uma juventude animada.

O consultor e professor Heleno Januario estava com sua bela esposa Francisca Alves. Casal simpático de um papo divertido.Ela nos contou as descobertas da filhota de apenas um ano e meio. Cada dia é uma alegria nova.

ADMINISTRAÇÃOEUROPAChegaram de merecidas férias na Europa o casal Aecio Santana (Clinimagem) e Socorro Nicodemos. Na foto o casal com sua primeira netinha, Ana Santana Lucena, filha de Levy Lucena e de Dra Erica Santana, que gentilmente nos cedeu a foto de sua princesinha. Felicidade a essa bela família.

Foi inaugurada, em Juazeiro do Norte, a sede da 1ª Delegacia do Conselho Regional de Administração, contando com a presença do prefeito Manoel Santana, do presidente do CRA, professor Ilailson Silveira, do professor Luiz Antônio, da professora Eva Campos e demais autoridades, como também administradores da região do Cariri. Na oportunidade, foi entregue a primeira carteira do CRA para Francisco Rubens que, com muita alegria, festejou com os demais convidados.

O periódico do Cariri independente

FELICIDADE

DELEGADOS

IEC firma parceria para levar cultura popular às escolas

n O projeto teve início em 2010 e deve se fortalecer com a distribuição de documentários

Samuel Macedo

Page 10: Jornal do Cariri - 24 A 30 de janeiro de 2012

FUTEBOL

ATLETISMO

10 REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 24 A 30 DE JANEIRO DE 2012

Esporte

CÍCERO NICÁSSIO

TOQUE DE PRIMEIRA

ABAIXO DA CRÍTICA Num passado remoto, os amistosos

eram uma fonte de renda, principalmente para os times grandes do Sul do país. Botafogo e Santos

lotavam os estádios no Brasil e no exterior, e ainda cobravam cotas extras com a presença de Pelé no Santos, e Garrincha pelo Botafogo. Hoje os amistosos são inviáveis, pois a televisão tratou de banalizar o futebol brasileiro, transmitindo até jogo de várzea, e qualquer time cheio de pernas de paus entra na sua sala de estar sem ser convidado. Corinthians e Flamengo fizeram um amistoso abaixo da critica.

CASO Time quando não tem dinheiro fica fazendo gracinha

com a imprensa. O centroavante Mota está confinado em alguma praia do litoral cearense, enquanto isso, a diretoria do Ceará fica empurrando o caso com a barriga; isso é uma falta de respeito com a torcida alvinegra, já que Mota tem uma historia forte vestindo a camisa do vovô.

IDÉIA BRILHANTE Um grupo de torcedores jovens do Icasa fundou a

Associação dos Torcedores Amigo do Icasa (ATAI). O objetivo da associação é formar um grupo de sócios que passaria a ajudar a equipe mensalmente, com uma quantia que é distribuída em três tipos de preços: R$ 100,00 para torcedor ouro, R$ 50,00 torcedor prata e R$ 25,00 torcedor bronze. A idéia é brilhante, mas é necessário que a diretoria do clube forme um time forte e capaz de chegar no final do campeonato. Isso faria com que o torcedor pagasse em dia as mensalidades.

Recado: O torcedor é movido pela emoção.

PRESTÍGIO O Ministério Público Estadual interditou o estádio

Mirandão, e estava tudo certo para o Crato estrear contra o Fortaleza no Romeirão. Mas como a imponderabilidade não acontece somente no futebol, o prefeito do Crato, Samuel Araripe, usou todo o seu prestígio político e fez com que o time da sua cidade estreasse nos seus domínios.

Recado: O que a política tem em comum com o futebol? Só a calada da noite sabe.

n O começo da temporada é animador para dirigentes e jogadores, que esperam um ano mais produtivo

Equipes motivadas para início de temporadapara inp

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As equipes de fute-bol que represen-tam o Cariri no Campeonato Cea-

rense estrearam na compe-tição demonstrando muita garra e vontade de fazer bo-nito. Os resultados, mesmo sem os três pontos, foram vistos como uma prepara-ção das equipes que estão se “entrosando” nesse início de temporada.

O Guarani abriu o ano jogando no Romeirão contra o Crateús. Começou perden-

do, conseguiu virar a partida, mas terminou cedendo o em-pate de 2 a 2 no finalzinho do jogo.

O resultado deixou a torcida um pouco decepcio-nada, mas não desanimou o grupo. Para o técnico do time, Vinícius Saldanha, esse resultado é até normal, con-siderando que o campeonato está no inicio. Segundo ele, os resultados logo vão apare-cer, assim que pequenos ajus-tes dentro da equipe forem feitos, coisa que acontecerá

com o tempo. “Faltam alguns acertos para que o time fique bom, e isso vai acontecer aos poucos, a cada jogo”, expli-cou.

O Crato Esporte Clu-be, na partida contra o forte grupo do Fortaleza, conse-guiu um empate de 0 a 0, jogando em casa, no estádio Mirandão. Esse resultado, assim como o placar do jogo do Guarani, também foi con-siderado positivo pelo presi-dente do clube, José Demós-tenes de Oliveira (Deóda).

Para ele, empatar com uma equipe da qualidade do For-taleza no início de um cam-peonato é muito importante e motivador. “Queríamos a vi-tória, mas o empate já está de bom tamanho para começar”, disse o presidente.

O Icasa estreou com derrota examente contra o Crato, no Romeirão. O gol foi marcado pelo atacante Pau-lo Ferreira. Mesmo assim, o time espera superar o 8º lu-gar na classificação geral de 2011.

XIII Corrida São José deve ter 450 competidores

Samuel Macedo

Raphael Barros

Já estão abertas as ins-crições para a XIII Corrida São José, que acontece no dia 18 de março, com largada na rua Delmiro Golveia, em fren-te ao SESI. O evento, além de estimular a corrida como prática de atividade física e proporcionar a revelação dos talentos de jovens e adultos, homenageia o padroeiro do Ceará, São José.

Para esse ano, são es-perados 450 inscritos, segun-do informa o organizador da corrida, Cícero Sales. No total, mais de 8 mil reais serão dis-tribuídos entre atletas das 29 categorias. Os interessados podem escolher entre dois percursos: o dia 5 km e o de 10 km.

As inscrições vão de 1º

de fevereiro a 16 de março, no SESI (Juazeiro do Norte, rua José Marrocos, 2265). A taxa

de inscrição custa R$ 20,00 até o dia 29 de fevereiro e R$ 30,00, de 1º a 16 de março.

Mais informações pelo telefo-ne (88) 9915-3367 ou pelo site www.caprius.com.br.