ESPORTE

Academias adaptadas serão ferramentas de inclusão APITO | Pág. 8

diSTRiTO induSTRiAlVereadores acusam Raimundão de avançar sobre terras do CratoPOlíTIcA| Pág. 4

fesTA urbAnIzAdA

Modernidade reconfigura tradição junina

Saiba mais

Aos poucos, as tradições nordestinas e os folguedos juninos vão se reconfigu-rando no confronto com a modernidade. As fogueiras de São João e São Pedro e as quadrilhas de rua, grandes símbolos das festas do mês de junho, têm cedido espaço para um São João urbaniza-do. O novo formato da festa faz com que manifestações mais tradicionais percam força na Região.

ÚlTIMAs | Pág. 8

JusTIÇA X PrefeITurA

De 24 a 30 De Junho De 2014 ano 15 número 2645 Preço: r$1,50

www.jornaldocariri.com.brO periódico do Cariri independente

Raimundão diminui frota e dobra gasto com fornecedor

farra dos combustíveis

A novela de denúncias que envolvem a farra dos combustíveis entre a FP Petróleo e a gestão do prefeito Raimundo Macedo parece estar longe do fim. Após a divulgação de vídeo postado nas redes sociais pelo filho do empresário Carlos Henrique Torqua-to, administrador do grupo empresarial, o JC teve acesso à planilha de pagamentos nos últimos oito meses de governo do ex-prefeito Manoel Santana. Comparamos os

números com os da atual gestão e foi percebido um aumento de quase 100% nas des-pesas. Santana destaca outro fato importante: diminuiu consideravelmente o número de carros em operação e abastecidos pela prefeitura. “Na nossa gestão, abastecíamos uma frota de compactadores de lixo que era de responsabilidade do município e mais nove ambulâncias, o que, hoje, não existe mais,” diz Santana. POlíTIcA | Pág. 4

gRAndES nOMESCoelho Alves, o mestreda radidifusão no Cariri

grAndes nOMes | Pág. 6

Serena Morais

Serena Morais

Serena Morais

Serena Morais

POlíTIcA | Pág. 3

POlíTIcA | Pág. 3 MeTrOPOlITAnA | Pág. 5

seM PrOTeÇãO

fAlTA de dInheIrO!

O descumprimento das leis vigentes sobre o uso obrigatório dos materiais de proteção, assim como a ausência de manu-tenção das bombas e falta dos testes de qualidade da gasolina, colocam a vida dos frentistas em risco. No Cariri, ainda é co-mum encontrar trabalhadores expostos às substâncias quími-cas, sem o uso dos utensílios de segurança.

Postos descumprem lei e expõem frentistas

Os frequentes casos de violência amedrontam a população. Assustados, os cidadãos se tornam vulneráveis ao desenvolvimento de problemas psicológicos decorrentes do medo. Esta sensação, segundo profissionais especialisas em saúde mental, é capaz de modificar a rotina da pessoa afetada, que pode desenvolver sin-tomas como tristeza e desinteresse por atividades prazerosas.

POPulAÇãO cOM MedO

Sensação de insegurança afeta saúde mental

De acordo com o prefeito Raimundo Macêdo, a decisão de não realizar o evento foi tomada porque o município está sem recursos para contratar bandas nacionais. O gestor alega que, no momento, a prioridade de gastos é voltada para a infraestrutura da cidade.

Juazeiro fica sem Juaforró em 2014

Saúde de Juazeiro entra em colapso e abre rombo de R$ 2,6 milhões

MeTrOPOlITAnA | Pág. 5

Região do caRiRi, de 24 a 30 de junho de 20142

APESAR dos milhões que o Juazeiro recebe para gerir a saúde, apenas os governos federal e estadual estão investindo. Faltam médicos nos PSFs, exames e medicamentos para a população. cláudIO luz - vereAdOr de JuAzeIrO

“ “

Opinião

CARTAFicamos com medo, após a morte do nosso amigo, por conta de intoxicação. É algo que começa a afetar a nossa saúde aos poucos, sem que a gente perceba. Aí já é tarde demais. As nossas vidas ficam entregues nas mãos de Deus, porque nem todos os donos de postos têm a consciência que é preciso fazer manutenção nas bombas, fazer teste de qualidade da gasolina e oferecer nos equipamentos de proteção, como as máscaras.

gusTAvO AlMeIdA,

SEXTilHAQUEM SÓ RECLAMA DA VIDADRAMATIZANDO SUA DORFALANDO DOS SEUS PROBLEMASSEJA LÁ PARA QUEM FORAFASTA A AJUDA ALHEIAE AS BÊNÇÃOS DO SENHOR

WelIngTOn cOsTA

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Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores.

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ESCândAlO, uM PROblEMA MORAl

Palavra de FéPr. Jecer goeS

o evangelista e médico São Lucas registrou em seu evangelho, um discurso ve-emente e inflamado de Cristo a respeito dos escândalos: “E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem’. - Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar as pessoas santas. - (Lucas 17:1-2).

O vocábulo grego por trás do português ‘escândalo’ é o grego “skándalon”, que significa “causa de tropeço”. Em seu uso moderno, a palavra indica uma re-petição maliciosa e constante de comportamentos ilícitos. São as usuais falsas declarações de mistura com a verdade. O termo indica também a vergonha cau-sada por uma conduta imprópria.

De acordo com as definições legais, um escândalo consiste em difamação maliciosa através da palavra falada ou impressa. Com freqüência, também está envolvida a veiculação de noticias falsas, ou, então, em que a verdade é mistu-rada com a falsificação.

Na bíblia sagrada, predomina o sentido do termo grego. Isto é, somos adverti-dos contra pessoas que provocam escândalos e fazem pessoas incautas, ingênuas e inocentes ‘tropeçarem’, ou seja, pecarem, acreditando em suas falsidades, colocando obstáculos diante do próximo, ou fazendo pessoas mudarem a conduta para pior.

O escândalo é também considerado literalmente o gatilho de uma arma-dilha ou cilada. Pode-se dizer então que “ninguém erra no vácuo”, sempre os outros são afetados.

Cristo, o mestre da vida, ensinando sua pedagogia a sociedade judaíca, adver-tiu-a certa ocasião dizendo: “Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é mis-ter que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem”. - Mateus 18.7).

É certo que a constituição divina, a biblia sagrada nos avisara sobre essa pro-blemática social, religiosa e moral que tanto nos deixa intrigado, que é o escândalo, mas, cá pra nós, não dá pra se adaptar a essa imoralidade que todo dia nos é apre-sentado pela mídia.

O que é que está ocorrendo com a sociedade? - Parece que os homens resolve-ram dar as costas a Deus e correr para os braços do mal, encontrando neste abraço a familiaridade de seu próprio braço, presunçoso por pensar ser Deus, e orgulhoso demais para admitir que não é. O coração do homem tornou-se uma fonte de toda a maldade. “Nada é mais ardiloso e irremediavelmente mau que o coração. Quem o poderá compreender? - (Jeremias 17:9).

Isto é fruto de uma sociedade que produz uma visão desinteligente de Deus, fru-to da existência do mal que é associada a inexistência de Deus, evidenciada por este homem que busca no hedonismo, sua realização.

Parece que fazer o mal para nós humanos é natural, e fazer o bem é um milagre que precisamos descobrir de onde vem. O apóstolo Paulo analisando essa situação afirmou: “Todos se extraviarem, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só”. - (Romanos 3:12).

É terrível ver a arrogância humana e a desgraça de sua doença e mania de se achar um deus com capacidade de fazer o que bem quer, se achando eterno e abso-luto. Precisamos pensar no outro. Quando não pensamos no próximo, damos vazão a presunção, a exaltação, o individualismo, o egoísmo e a capacidade de nos despir das virtudes altruístas e voluntariosas.

É daí que surge a corrupção, o desvio moral, a pedofilia, as traições, as mentiras, as armações, os esquemas, a depreciação do sagrado e toda sorte de ilicitudes que destrói tanto a coletividade como a individualidade de uma sociedade.

Precisamos com urgência de uma reforma nos pilares que dão sustentação a essa sociedade que clama por socorro. Reforma na família, nos políticos, nos juízes, nos advogados, nos religiosos, nos que promovem a segurança, nos médicos, nos pro-fessores, nos alunos, no servidor público, etc.

Estamos doentes, precisando com urgência de um antídoto. Caso contrário, não teremos futuro. Pensem !

Que deus Abençoe !

CHARGE

Na ausência de notícias do fu-tebol local, falemos sobre a Copa do Mundo de 2014. “Quem diz que futebol não tem lógica, ou não entende de futebol ou não sabe o que é lógica”. Quando a seleção brasileira derrotou a sele-ção espanhola, por 3X0, no Ma-racanã, e conquistou a Copa das Confederações, os guardiões da sapiência esportiva nacional fi-zeram jorrar dislates do tipo: “Os espanhóis vieram aqui farrear”, “Na noite que antecedeu o jogo, a concentração espanhola foi só festa”. Houve, até, quem publicas-se fotos de mulheres de programa saindo de apartamentos de joga-

dores da seleção espanhola, na véspera da partida. Quer dizer, na avaliação desses analistas, a con-quista brasileira foi desprovida de mérito, posto que os espanhóis estivessem de ressaca ou coisa que o valha. É consabido de todos, mas ressaltamos aqui, á guisa de ilustração, que a seleção coman-dada pelo Sr. Vicente Del Bosque foi campeã da Europa em 2008, campeã do Mundo em 2010 e, novamente, campeã europeia em 2012. Por anos seguidos, o futebol espanhol manteve o status de me-lhor futebol do planeta. Mas há um fato relacionado à hegemonia desse esporte, pelo excrete espa-nhol, nesses anos todos, que nos causa estupefação. Olvidaram--se de que a motricidade humana tem limites e que uma equipe de futebol - composta por seres hu-manos, tal qual uma máquina, necessita renovar as suas peças. E a renovação se faz substituindo as

peças desgastadas pelo tempo por novas, gradativa e adredemente moldadas. A ainda campeã Es-panha está cansada. É preciso re-novar, a partir do outrora grande goleiro Casilla e do lateral direi-to Piquet, para citarmos apenas dois. Com respeito a ambos, não é difícil a constatação das falhas de um e de outro nos dois primeiros jogos da equipe contra Holanda e Chile, pela atual Copa do Mundo. Falhas por deficiência física, que acarreta deficiência técnica. Tan-to o goleiro quanto o lateral, ocu-pam posições importantes num time de futebol - principalmente o primeiro – e os jogadores em ques-tão, além de outros do mesmo time, já não possuem o mesmo reflexo, elasticidade e velocidade, consumi-dos pela voracidade do tempo. Por motivos assemelhados - mas não idênticos - Espanha e Camarões foram precocemente eliminados. Existe lógica no futebol.

“UNVUELO DE VUELTA A ESPAÑA”Josival da Silva

edITOrIAl

Com 18 meses de gestão, Raimundo Macedo, o prefeito de Juazeiro do Norte, substi-tuiu 6 vezes o titular da Se-cretaria Municipal de Saúde. Apenas esse dado é revelador da enorme crise de gestão na saúde do maior município da Região Sul cearense.

Agora, divulga-se outro nú-mero assustador: somente no primeiro semestre de 2014, Jua-zeiro foi condenado em mais de R$ 1,3 milhão por efeito de de-cisões judiciais que determinam custeio de tratamento de saúde pelo município aos pacientes que ingressaram em juízo, sob a alegação de que não tiveram atendimento na rede pública ou que precisam de medicamentos.

A causa é muito simples: fe-chamento de serviços médicos, carência de remédios, licitações

fraudadas, má gestão das uni-dades hospitalares e ausência de comando na área da Saú-de. Esse conjunto de fatores explica o porquê do aumento de 400% nas condenações judi-ciais ao Município de Juazeiro. Além, é claro, da ineficiência da Procuradoria-Geral do Mu-nicípio, cuja chefia era da advo-gada Mariana Gurgel, mas que foi substituída por João Vitor de Alencar Grangeiro, que foi seu adjunto. Ou seja: não have-rá mudança efetiva no órgão. Enquanto isso, os procurado-res de carreira continuam a se reportar a pessoas alheias à re-alidade da Procuradoria-Geral e oriundos do mundo privado, com os conflitos de interesse que isso pode acarretar.

No campo da Saúde, unem--se dois fatores para justificar

a tragédia no setor. O médico Raimundo Macedo, que co-meçou na política graças a sua fama como bom profissional, um homem querido do povo, não conseguiu dar à Secretaria de Saúde uma gestão compe-tente e impessoal. A circunstân-cia de ter uma dos maiores or-çamentos do município faz com que a Saúde seja alvo da pilha-gem de pessoas inescrupulosas, que não têm o menor puder de roubar o dinheiro que seria des-tinado aos pobres pacientes do Sistemas Único de Saúde.

Além da incompetência da gestão de Raimundo Macedo na área da Saúde, existe a in-capacidade de sua Procura-doria-Geral de fazer frente a uma ação orquestrada na Jus-tiça para se obter decisões de fornecimento de medicamen-

tos. Hoje, segundo dados da própria Secretaria de Saúde, o exorbitante número de 47% dos gastos com medicamentos devem-se ao custeio de 79 pa-cientes. É impossível que haja qualquer planejamento de po-líticas públicas sanitárias com esse tipo de ingerência judicial na Administração. É necessá-rio, portanto, rediscutir o modo como a Procuradoria-Geral do Município vem sendo gerida. Não dá mais para colocá-la nas mãos de pessoas sem experi-ência na área pública em detri-mento de um quadro próprio de procuradores.

O colapso da Saúde em Juazeiro tem nome e sobre-nome: Raimundo Macedo. O médico precisa provar que não é o monstro da Saúde. Ainda é tempo.

O COLAPSO DA SAÚDE EM JUAZEIRO DO NORTEA circunstância

de ter uma dos maiores orçamentos do município faz com que a Saúde seja

alvo da pilhagem de pessoas inescrupulosas,

que não têm o menor puder de roubar

o dinheiro que seria destinado aos

pobres pacientes do Sistemas

Único de Saúde.

JuRISTA E fILóSOfO

Região do caRiRi, de 24 a 30 de junho de 2014 3

PolíticaSentenças judiciais crescem400% contra saúde municipal

cOlAPsO eM JuAzeIrO

Madson Vagner

Cercada por denúncias de desvios de recursos, fraudes em licitações,

fechamento de hospital e outros equipamentos, além das acusa-ções de abandono do sistema de saúde do município, a gestão do prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo (PMDB), deve responder, em breve, pelo exorbitante crescimento dos prejuízios com sentenças ju-diais pagas pelo Município.

Segundo levantamentos no Portal da Transparência do Município, em 2012, foram gastos R$ 373.075,78 dos re-cursos da saúde somente com sentenças. No ano passado, o valor chegou a mais de R$ 1,3 milhão. Em 2014, de janeiro a junho, ultrapassou os R$ 1,3 milhão, e agora, já são mais de R$ 2,6 milhões gastos com de-mandas judiciais em 18 meses de administração.

Para a dona de casa Ose-lita Maia, mãe do pequeno Pedro Lucas, de oito anos, não há desespero maior do que ver seu filho piorando de saúde por conta de um siste-ma de atendimento que não funciona. A criança espera, há dois meses, por um exame de raio-X do tórax. “Tanto dinheiro que este Município recebe e o prefeito não resol-ve esse problema. É entregar nas mãos de Deus, porque os homens só fazem promessa”, desabafa a dona de casa.

Os vereadores de oposição avaliam que as sentenças ape-nas confirmam que o prefeito Raimundo Macedo levou a saúde do município ao colapso. “Apesar dos milhões que o Ju-

azeiro recebe, todos os meses, para gerir a saúde, apenas os go-vernos federal e estadual estão investindo. Faltam médicos nos PSFs, exames e medicamentos para a população”, reclama o vereador Cláudio Luz (PT).

Entre os investimentos do Governo Federal no Municí-pio, está a reforma do Hospital Tasso Jereissati, orçada em R$ 1,4 milhão. Segundo o verea-dor Normando Sóracles (PSL), a obra se resume a pouco mais que uma pintura. “É impres-cindível trocar os equipamen-tos. É tanto ferrugem que o paciente corre o risco de adqui-rir tétano. Não existem sequer banheiros para os funcionários dos PSF’s. Isso é uma vergo-nha”, disse Normando.

Os vereadores denunciam, ainda, os fechamentos de oito PSF’s noturnos, da UPA Frei Jeremias (Bairro dos Francis-canos), da pediatria do Hospi-tal São Lucas e a sobrecarga do Hospital Infantil Maria Amélia Bezerra. Para o vereador Cláu-

dio Luz, a grande proposta de campanha de Raimundo Ma-cedo, o Hospital Municipal, não saiu do papel.

Na última semana, a Se-cretaria de Saúde do Muni-cípio realizou um fórum para elaboração do Plano Muni-cipal de Saúde. Durante o evento, o secretário Francisco Plácido de Souza Basílio disse que foi o primeiro passo para o Planejamento da Saúde Públi-ca de Juazeiro.

Segundo Plácido, o gover-no trabalha, primeiramente, em médio prazo. “Estamos restaurando o Hospital Este-fânia Rocha (Tasso Jereissati), fazendo com que ele se trans-forme em um grande hospital cirúrgico, para resolver as de-mandas do município”.

Plácido não soube preci-sar, de pronto, os valores dos investimentos recebidos para a saúde. Argumenta que o fecha-mento dos PSF’s noturnos e da UPA Frei Jeremias se deu por-que o serviço não podia existir.

Segundo ele, a estrutura do Mi-nistério da Saúde não reconhe-ce os PSFs noturnos.

Com relação ao crescimen-to exponencial do número de sentenças judiciais, o secretá-rio disse que elas são resulta-dos de demandas reprimidas de 2012. Parte das sentenças, argumenta, é destinada à compra de medicamentos de responsabilidade do Estado, os quais o município está sen-do obrigado a pagar.

O secretário informa, ain-da, que 47% dos gastos com medicamentos são destinados a apenas 79 pacientes ampa-rados por sentenças judiciais. “Estamos acionando o Estado para que possamos ressarcir os cofres do município”, finalizou o secretário.

Para os vereadores de oposição as explicações não convencem. Eles prometem formalizar as denúncias ao Mi-nistério Público Federal, pois se trata de verba federal do Mi-nistério da Saúde.

O dOnO dA FP PETRólEO, Carlos Henrique Torquato, é um homem bomba. Sabe muito. E teria, em seu poder, vídeos comprometedores, gravados em seu escritório. Carlos Henrique nega. Diz ser um empresário da paz. não é assim que o vê o ex-prefeito Manoel Santana.

RebateDONIzETE ARRuDAO COLAPSO DA SAÚDE EM JUAZEIRO DO NORTE

A circunstânciade ter uma dos maiores

orçamentos do município faz com que a Saúde seja

alvo da pilhagem de pessoas inescrupulosas,

que não têm o menor puder de roubar

o dinheiro que seria destinado aos

pobres pacientes do Sistemas

Único de Saúde.

HOSPiTAl Tasso Jereissati passa por uma reforma orçada em R$ 1,4 milhão

Leia rápidoO encerramento do período legislativo 2014.1 foi marcado por tensão entre os vereadores de crato. O vereador Jales Veloso (PTN) rasurou sua assinatura em um dos projetos que iria ser votado na mesma sessão e, logo em seguida, extraviou o documento. Um bate-boca entre os parlamentares dividiu a Casa que, em sua maioria, classificou a atitude como quebra de decoro.

Ainda no Crato, o vereador roberto Anastácio (Pros) acusou os demais edis de fazerem retaliação à sua oposição ao governo municipal. Segundo ele, todos os projetos de sua autoria estão sendo reprovados, de propósito, pelos parlamentares.

O prefeito de Caririaçu, João Marcos (PMDB), assinou, na semana passada, o processo de licitação que prevê a contratação da empresa para execução da obra da adutora do açude dos Carneiros, que abastecerá a cidade de Caririaçu. A obra será de R$ 13.289.791,92 e terá um prazo de 18 meses para ser concluída.

O final de semana foi de intensa movimentação política no Cariri. Na última sexta-feira (20), o senador Eunício Oliveira (PMDB) veio ao Crato e Caririaçu, onde recebeu o título de cidadão caririaçuense. O peemedebista recebeu a comenda de honra ao mérito pelos serviços prestados ao município cratense e participou das entregas dos Títulos de Cidadão ao deputado estadual Daniel Oliveira e ao deputado federal Mauro Benevides.

Serena Morais

InAgurAÇãO dA sAnTA

Vice-governador falasobre sucessão estadualSamylla Alves

Em visita a Região do Cari-ri, no último sábado (21), por ocasião da inaugura-

ção do monumento em home-nagem a Nossa Senhora Fátima e as comemorações dos 250 anos de emancipação política do Cra-to, o vice-governador Domingos Filho (PROS) disse acreditar que o governador Cid Gomes deve anunciar o nome do seu candi-dato até o meio desta semana.

Com relação aos nomes na dis-puta, Domingos relacionou o pró-prio nome, além do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zezinho Albuquerque, o ex-ministro Leônidas Cristino, e os ex-secretários Mauro Filho e Izolda Cela. “Todos esses estão como pré-candidatos do PROS, mas é importante dizer que isso não tem gerado disputa interna. O que for escolhido terá o apoio dos demais”, disse Domingos.

Perguntado sobre seu projeto, caso seja o indicado, Domingos Fi-lho disse que qualquer um dos que concorrem terá o mesmo projeto, que é dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido no Estado. “Qualquer reformulação será pontual. Será mexido nos se-

tores que não surtiram o resultado esperado. Temos a humildade de reconhecer que ninguém acerta em tudo, mas que tivemos um grande número de ações que ajudam o povo do Ceará. Isso e percebido, in-clusive, em pesquisas de opinião”, ressaltou o vice-governador.

Sobre ter o melhor desempe-nho nas pesquisas, Domingos Fi-lho disse ser motivador e que deve ser avaliado, mas que esse será apenas um critério dentre muitos a ser levado em conta. Ele disse, ainda, que a experiência deve ser outro critério. E aí, segundo ele, todos os cinco se destacam.

O evento, realizado a partir das 9h como parte das comemorações dos 250 anos do Crato, contou com a presença do prefeito municipal, Ro-naldo Mattos (PMDB), dos deputa-dos federais Arnon Bezerra (PTB) e Antônio Balhmann (PROS), e os deputados estaduais Ely Aguiar (PSDC), autor do projeto do monu-mento, Sineval Roque (PROS), Téo Menezes (PSDB) e Miriam Sobreira (PROS). Estiveram presentes, ain-da, o prefeito de Antonina do Norte, Antônio Filho (PDT) e a prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar.

Ronaldo Mattos disse que o Crato estava ganhando um grande presente nos seus 250 anos. O prefeito agradeceu, ain-da, ao empenho dos deputados Ely Aguiar e Camilo Santana, além do governador Cid Gomes, para tornar o sonho realidade.

O momento foi abençoado pelo Bispo Diocesano do Crato, Dom Fernando Panico, que des-tacou a característica romeira da Diocese. O evento conto, ainda, com autoridades como a reito-ra da Universidade Regional do Cariri (Urca), Otonite Cortez, e o secretário das Cidades do Estado, Carlos Ferrentini Sampaio.

Serena Morais

dOMingOS inaugurou Santa no Crato

Encruzilhada de RaimundãoComplicou demais a situação política do prefeito Raimundo Macedo e, principal-mente, de seu herdeiro, Mauro Macedo. A decisão de trocar a candidatura de Mau-rinho pela de Davi Macedo à Câmara federal, se torna, a cada dia, mais provável. Os novos escândalos envolvendo Maurinho inviabilizam eleitoralmente seu sucesso nas urnas. E novas denúncias devem aparecer, nas próximas semanas, pelas mãos do vereador Cláudio Luz, do PT. Para piorar, a credibilidade de Raimundão está aba-lada e ficará irremediavelmente comprometida após a publicação da reportagem desta semana do Jornal do Cariri, quando o ex-prefeito Manoel Santana e o parla-mentar petista comprovarem a suspeita de superfaturamento de mais de 100% no consumo de combustíveis na atual administração, mesmo com a redução da frota de veículos.

Coordenador dos financiadoresO jovem empresário Diego Torquato, filho de Carlos Henrique, tem usado as redes sociais, sem acesso público, para dizer aos amigos que não está deprimido e muito menos pensou em se matar, como revelou seu pai em entrevista ao programa do radialista João Hilário. Confessa estar irradiante com a repercussão do caso e com os resultados das negociações promovidas entre seu pai e o prefeito Raimundo Ma-cedo. O Ministério Público Estadual e federal precisa apurar direito essa revelação vinda, novamente, do surpreendente Diego Torquato. Segundo ele, cabe a seu pai o papel de financiar as campanhas do prefeito Raimundo Macedo. Quando não tem recursos próprios, arranja com amigos para emprestar a Raimundão. Depois, é de competência de Carlos Henrique receber do prefeito Raimundão e repassar aos credores, retendo sua comissão nas negociações. Hoje, ainda de acordo com as infor-mações fornecidas por Diego Torquato, Raimundão tem dívidas superiores a R$ 10 milhões. Seria uma herança da campanha a prefeito de 2012. Carlos Henrique, mais uma vez, nega serem verdadeiras essas revelações e de ter qualquer envolvimento com agiotagem no cariri. Pai e filho encurralados A divulgação do vídeo do empresário Diego Torquato, afirmando sair da Prefeitura de Juazeiro com elevada quantia em espécie – seriam R$ 500 mil, mas o pai de Die-go admitiu apenas R$ 50 mil - e nominando Raimundão como o autor da liberação desses recursos, pôs na defensiva o Governo Municipal. O encaminhamento da fil-magem ao Ministério Público do Ceará pelo vereador Cláudio Luz, deixou em pânico a base do prefeito na Câmara de Vereadores. Há temor de que o MP venha a pedir até o afastamento de Raimundão do cargo, pois novas denúncias estão surgindo a cada dia. Num esforço de conter a avalanche de más notícias, o por enquanto candidato a deputado federal, Mauro Macedo, convocou ao Hotel Verdes Vales, o vereador Alberto do PT. Maurinho queria que o parlamentar petista não embarcas-se na onda do quanto pior melhor e o ajudasse a isolar Cláudio Luz no Legislativo juazeirense. Alberto aceitou jogo de MaurinhoA conversa entre Maurinho e Alberto do PT foi testemunhada pelo presidente da Câmara, Capitão Vieira e pelo líder do Governo, sargento Nivaldo. Alberto mais ouviu do que falou. Temia estar sendo gravado. E estava. Assumiu um compromisso: fica-rá mudo e não dará contribuições para incendiar o debate político no parlamento. Topou a proposta de Maurinho. O presidente do PT em Juazeiro, Manoel Santana, convocará Alberto para conversar com a Executiva sobre essa reunião. Alberto suja sua carreira, que mal começou, numa suspeita articulação nada republicana para salvar o mandato de Raimundão e garantir a eleição de Maurinho à Câmara federal. Adeus à velhas liderançasJuazeiro assistirá a aposentadoria de mais um político importante em sua história dos últimos 35 anos. Ciente de que sua reeleição era improvável, o deputado Mano-el Salviano decidiu não disputar um novo mandato à Câmara federal. Irá lançar a candidatura de seu filho, o empresário Samuel Salviano, também do PSD, em uma provável coligação com PP, DEM, PRB e PPS, onde esses cinco partidos fariam, no máximo, dois deputados federais. um seria Moroni Torgan e a outra vaga disputada, voto a voto, por Padre zé Linhares(PP), Pastor Ronaldo Martins (PRB) e o empresá-rio Moses Rodrigues(PPS), dono da faculdade Inca, que chegou ao Cariri agora. Ele foi chefe de gabinete de cid gomes na Prefeitura de Sobral. Para ter alguma chance de sonhar com um lugar ao sol, Samuel Salviano terá que conseguir 100 mil votos.

Está próxima a união entre o vice-prefeito do Crato, Raimundo filho, e o deputado Sineval Roque. Os dois andam se encontrando, constantemente.

A história política do Legislativo do Crato não admite ataques como o presenciado pelos parlamentares e o público na última sessão do semestre.

durante a sessão, o vereador Jales Veloso teve uma crise nervosa e invadiu a Mesa Diretora. Arrebatou das mãos do presidente Luiz Carlos o projeto que ele já havia assinado, riscou sua assinatura, amassou o documento e colocou no bolso, em uma gritante quebra de decoro.

A atitude deve ser repudiada pela agressão ao parlamento. À exceção do vereador Amadeu de freitas, autor do projeto, o gesto recebeu público repúdio. Há, inclusive, movimento para levar Jales Veloso ao conselho de ética no retorno dos trabalhos.

Quem acompanhou a vinda do senador Eunício Oliveira ao Cariri, não deixou de observar que o prefeito Raimundo Macedo evitou aparecer ao lado do senador e pré-candidato ao governo.

Não foi à entrega do título de cidadão em Caririaçu e a da medalha do Mérito Legislativo no Crato. Pior: não mandou nem representante.

Raimundão tenta uma reaproximação com o governador Cid Gomes. A última tentativa de reaproximacão aconteceu durante evento na TV Verdes Mares e foi um desastre.

Desculpe a ignorância, o Pai, o filho e o Espírito Santo vão conseguir driblar tantos escândalos em Juazeiro do Norte?

diSSE ME diSSE

PERSOnAgEM EXPlOdE JuAzEiROO dono da fP Petróleo, Carlos Henrique Torquato, é um homem bomba. Sabe muito.

E teria, em seu poder, vídeos comprometedores, gravados em seu escritório. Carlos Henrique nega. Diz ser um empresário da paz. Não é assim que o vê o ex-prefeito Manoel Santana. Ele responsabiliza-o pelo seu rompimento com o atual prefeito

Raimundo Macedo, fato ocorrido no início da gestão passada. Motivo: sua recusa em entregar, numa licitação de cartas marcadas, aos postos de Torquato, o fornecimen-to de combustíveis. Raimundão queria que Santana aceitasse as regras e preços de do empresário. Santana não aceitou. Carlos Henrique tentou intimidá-lo. Santana

sustenta que perdeu tempo, pois suas ameaças não fizeram efeito. Está, aí, um bom começo: uma acareação entre Raimundão, Santana, Carlos Henrique e Cláudio Luz

para colocar holofotes nessa suspeita e milionária licitação de R$ 5,7 milhões de combustíveis da Prefeitura de Juazeiro.

Região do caRiRi, de 24 a 30 de junho de 20144

Política VEREAdORES do Crato discutem georreferenciamento intermunicipal

Leia rápidoO vereador bosco Vidal (PR) exigiu da administração municipal a conclusão do calçamento do Conjunto Nassau, em Barbalha. De acordo com o edil, a obra encontra-se paralisada há meses.

O vereador normando Sóracles (PSL) anunciou, na última semana, a oficialização de sua pré-candidatura ao cargo de deputado federal, para as eleições de 2014. Ele afirma que vai trabalhar em cima de 100 votos para ser eleito.

O PSOL oficializou, em convenção, no final de semana, o nome do sindicalista Ailton Lopes como candidato a governador em 2014. Como vice-governador, disputará Jean Carlos, do PCB, e para o Senado, o sindicalista Valdir Pereira, do PSTu. Além destes, a sigla definiu cerca de 43 nomes para deputado federal e 15 para estadual.

E o fim do mistério que marca a indicação do governador cid gomes na escolha do candidato do Pros que vai disputar o Palácio da Abolição, já começa a se desenhar. É que o governador definiu a data da convenção estadual do partido, que será dia 29. Hora de homologar a chapa que disputará o governo e o Senado, além de oficializar os nomes que postularão os cargos proporcionais.

dIsTrITO IndusTrIAl dO cArIrI

Vereadores acusam Raimundão de avançar sobre terras do CratoAmanda Salustiano

A disputa por uma de-limitação latifundiária, principalmente na área que agrega o Distrito Industrial do Cariri, deixou os verea-dores de Crato irritados com o prefeito de Juazeiro. Du-rante uma audiência públi-ca, com a presença do depu-tado estadual Neto Nunes (PMDB), os parlamentares acusaram Raimundão de avançar os limites territo-riais dos municípios do Cra-jubar e de fugir das reuniões sobre a discussão do georre-ferenciamento intermunici-pal. Para os parlamentares, a esquiva de Raimundo Ma-cedo gera conflito e dificulta as negociações político - ad-ministrativas.

Para o vereador Tiago Esmeraldo, que apresentou um levantamento sobre os pontos que estariam sendo ‘tomados’ do Crato, o pre-feito de Juazeiro demonstra total desinteresse no assun-to. Ele acredita que o político tem se esquivado das reuni-ões para não perder as áre-as ocupadas, erroneamen-te. Concordando com edil, Antônio Marcos (PMDB), o

‘Marquim do Povão’, acres-centa ser de interesse de Rai-mundão se apropriar da área para melhor arrecadação de FPM e angariar votos. “Vão chegar às eleições para de-putados federais e estaduais e querem levar uma fatia do Crato pra lá”, alega.

O deputado Neto Nunes propõe uma nova reunião para debater a problemática com os prefeitos interessa-dos. “O que tenho defendido é que os terrenos não podem ser vistos como meras pro-priedades particulares ou servirem como colégio eleito-ral para determinado políti-co. Por se tratar de uma área nobre, indico como solução uma negociação pacífica en-tre os gestores. O que não está sendo fácil, principal-mente porque o prefeito de Juazeiro não sinalizou para este entendimento. Contu-do, insisto nesse diálogo a ser realizado, em Fortaleza, pois se trata do desenvolvimento da região do Cariri como um todo”, reforça.

O prefeito Raimundão rebateu as críticas. Ele ar-gumentou que o território não foi tomado porque per-tence por direito a Juazeiro.

“Eu tenho total interesse, se me convidarem. Por isso, a crítica não me atinge. Não estamos avançando coisa nenhuma. Nesse contexto, o mais prejudicado foi Juazei-ro nos limites com Caririaçu, Missão Velha, Barbalha e Crato. O distrito está total-mente dentro de Juazeiro e, embora o correto seja o georreferenciamento, pode-mos chegar a um entendi-mento. Só não vou abrir mão dos direitos de Juazeiro, que segundo o IBGE, censo de 2010, aponta como nossa essa terra”, assegura.

Lei do georreferenciamentoConforme Neto Nunes, a

lei do georreferenciamento encontra-se a espera de uma negociação, para ser votada na Assembleia Legislativa. “Segundo o IBGE, a verifi-cação foi cumprida em con-formidade com a legislação atual, sendo dissonante dos documentos entregues pe-los vereadores cratenses. É bem verdade que a legislação atual dá direito a Juazeiro do Norte, mas precisamos lembrar que queremos um desenvolvimento regional”, conclui o deputado.

Frota diminui e gasto de combustível dobra

Serena Morais

gesTãO rAIMundãO

E Detonada depois da divulgação de um ví-deo postado nas redes

sociais pelo filho do empresá-rio Carlos Henrique Torqua-to, administrador do Grupo FP Petróleo, a farra dos com-bustíveis entre a empresa e a gestão do prefeito Raimundo Macedo (PMDB) parece es-tar longe do fim.

Na última semana, o Jornal do Cariri teve acesso à plani-lha de pagamentos de forne-cedor nos últimos oito meses de governo do ex-prefeito Manoel Santana (PT). Com-paramos os números com os da atual gestão e foi percebido um aumento de quase 100% nas despesas.

Procurado para comen-tar a situação, o ex-prefeito Manoel Santana chamou a atenção a outro fato impor-tante: a atual administração diminuiu consideravelmen-te o número de carros em operação e abastecidos pela prefeitura. “Na nossa gestão, abastecíamos uma frota de compactadores de lixo que era de responsabilidade do município e mais nove ambu-lâncias, o que, hoje, não existe mais,” disse Manoel Santana.

O ex-prefeito enumerou, ainda, outros serviços onde houve uma redução consi-derável. “Além da limpeza pública e das ambulâncias, tínhamos os transportes dos fiscais da Semasp, da Saúde, das Finanças e dos PSFs que faziam um trabalho regular e contínuo. E o que sabemos, inclusive, como reivindicação da greve dos servidores do município, é que, hoje, houve uma redução drástica no tra-balho dos fiscais pela falta de condução e, até, de combustí-veis. Já a limpeza, hoje, é ter-ceirizada,” observa Santana.

Nos últimos oito meses de gestão do ex-prefeito Mano-el Santana, a administração gastou cerca de R$ 955 mil, uma média de R$ 119 mil mensais. Já na atual gestão do prefeito Raimundo Ma-cedo, nos últimos seis meses, de janeiro a junho, o custo já ultrapassou R$ 1,3 milhão, uma média superior a R$ 216 mil por mês.

Manoel Santana observa, ainda, que os valores só ultra-passam os R$ 100 mil pelo acréscimo de restos a pagar de meses anteriores. “Na ver-dade, gastávamos uma média de R$ 80 mil mês e, vale sa-lientar, com uma frota bem maior que a de hoje,” diz o ex-prefeito.

Sobre uma possível ligação com o empresário dono da

FP Petróleo, Manoel Santa-na assegurou que jamais teve qualquer aproximação com o grupo empresarial ou com o seu proprietário. “Chegaram a especular que, nas minhas campanhas de 2008 e 2012, os carros teriam sido abaste-cidos nos postos da FP, mas isso não é verdade. Em 2008, Raimundão já tinha ligação com ele, mas eu não,” finali-zou Santana.

Para o vereador Cláudio Luz (PT), autor da denún-cia entregue ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), a prefeitura precisa mostrar o seu controle dos abastecimentos para dirimir qualquer dúvida. “Queremos ver a autorização do abaste-cimento com a placa do veí-culo e os nomes e assinaturas

de quem autoriza e de quem recebe (motorista) o combus-tível,” disse Cláudio. O vere-ador lembra, também, que sugeriu o pedido das autori-zações ao MPCE.

Sobre a ligação entre o pre-feito Raimundo Macedo e o empresário Carlos Henrique Torquato, o vereador de-nuncia que o empresário se apossou de uma área pública, antes destinada à uma praça, localizada em frente à sua chácara, na Rua João Alves de Sousa, nº 269. “São cerca de 3.200 m2 que o empresá-rio se apossou, incorporando à sua propriedade, através um muro, e que o municí-pio, simplesmente, fechou os olhos,” disse Cláudio, ressal-tando uma suposta relação de negócios entre os dois.

CARROS QuE SERViAM como ambulância tiveram quantidade diminuida em operação desde a gestão Santana

ChapadaMADSON VAGNER

inquéritos eleitorais na PFQuem acredita que a campanha eleitoral termina com a votação está enganado. Que o diga o ex-prefeito de Caririaçu, Edmilson Leite. Ele tem visitado a Delegacia da Polícia federal, constantemente, para prestar esclarecimentos sobre os inquéri-tos eleitorais abertos durante a campanha. Se isso compromete o futuro político do ex-prefeito? Na verdade, Edmilson perde apenas tempo e ocupa os profissionais da Polícia federal. Na sua maioria, são denúncias vazias e que não darão em nada. O problema é que toda denúncia tem que ser investigada e as partes ouvidas. findam virando papel sem função. Como Edmilson, tantos outros prefeitos e ex-prefeitos têm visitado a Pf a convite dos delegados. Ouvidos, nunca mais ouvem falar sobre o assunto novamente. Mais de 90% das denúncias são arquivadas por falta de con-sistência.

E por falar em Caririaçu...A população parece estar vendo uma luz no fim do túnel com relação à ameaça de colapso no abastecimento d’água do município. Somente na semana passada, foram anunciadas duas alternativas de prevenção para o problema. As comuni-dades do Bom Jardim, Mulungu, São Roque, Mameluco, Candeias e umburanas, na zona rural, já estão vendo as obras de um Sistema de Abastecimento do “Pro-grama Água para Todos”. Ao custo de mais de R$ 1,2 milhão, deve beneficiar 247 famílias. Dias antes, foi anunciada a maior licitação a ser realizada em Caririaçu. A tão sonhada adutora, que vai trazer água do Açude dos Carneiros, a um custo su-perior a R$ 15 milhões, deve ficar pronta em 18 meses. É esperar que a prática siga a teoria e o problema seja resolvido.

Romaria FranciscanaAcredite quem quiser, mas a cidade de farias Brito tem a maior Romaria franciscana da Região do Cariri. Pelo menos, é que o então deputado federal Raimundo Macedo e o prefeito José Vandevelder francelino fizeram o Ministério do Turismo acreditar. Isso, para receber um recurso de quase R$ 300 mil, destinado à pavimentação de algumas ruas da cidade. O problema é que farias Brito não tem, sequer, uma Igreja de São francisco. Porém, na justificativa, as ruas dão acesso à essa igreja imaginária. E tem mais. As ruas ligam o centro a bairros sem qualquer atrativo turístico. A justifica-tiva, “bem fundamentada”, vale salientar, rendeu a liberação dos recursos. A atitude poderia ser entendida como a velha máxima de Maquiavel, onde os fins justificam os meios, o que não deixa de ser uma grande viagem imaginária. Romaria franciscana? É brincadeira!

Altaneira: A dúvida do prefeitoQuem parece estar quase decidido com relação aos apoios para a próxima eleição proporcional é o prefeito de Altaneira, Delvamberto Soares (Pros). Segundo as últi-mas perspectivas de aliados próximos, ele deve votar em Camilo Santana para de-putado federal e avalia o voto em Sineval Roque para deputado estadual. A dúvida com Roque seria fruto de uma avaliação de que as obras vindas pelas mãos do de-putado seriam fruto de promessas antigas. Na última semana, o prefeito assinou três convênios no valor de R$ 1 milhão. Roque e Camilo estavam presentes, mas só Camilo saiu com a certeza do apoio. Parece que, mais uma vez, Roque precisará recorrer aos apelos do governador Cid Gomes. O problema é que estão se tornando rotina.

PMdb com novo comandoDepois de muitos anos de comando, o grupo do ex-prefeito de Jardim, fernando Luz, perdeu o poder sobre o PMDB local. Desde a última semana, o partido possui nova Comissão Provisória. Agora, a sigla tem como presidente o médico Antônio Coutinho, um dos lideres da oposição. A radical mudança foi motivada pela divisão do grupo do ex-prefeito entre o PMDB e o PROS. Ou seja, não é possível servir a dois senhores. A prefeita Ana Leda, mulher de fernando, foi para o PROS. Para segurar a sigla, ficaram no PMDB o próprio fernando e os vereadores Cosmo da Cruz, Nego Sarna e fernando Bringel. A manobra não deu certo. Outro detalhe que teria pesado na avaliação da direção estadual foi o fato do ex-prefeito jamais ter votado nas candidaturas propor-cionais do PMDB. Às vésperas de uma eleição difícil, não vale a pena arriscar.

Enquanto isso..Quem se prepara para mais uma eleição em Araripe é o petista Giovane Guedes. A decisão do TRE de cassar o prefeito Germano Correia (PSD) fez crescer a expectativa sobre a sua candidatura. Em conversas de bastidores, o grupo do petista dá como certo o registro para a disputa.

E por falar em germano, nos últimos dias, ele reuniu a base por duas vezes, para discutir sua situação. Na primeira, Germano assegurou que a decisão não duraria uma semana. Na segunda, começou cogitando sua aposentadoria e terminou dizen-do que o grupo vai ter um candidato forte. Ninguém entendeu nada.

A presidente da Câmara de Altaneira, vereadora Lélia de Oliveira (PCdoB), adiou a última sessão do primeiro semestre de terça-feira (17) para a sexta-feira (20). A de-cisão foi motivada pela realização do jogo do Brasil contra o México. Apesar de ser a última sessão, não faltou polêmica.

Quem se configura como o candidato com mais apoio na Região do Cariri é o atual deputado estadual Camilo Santana. Segundo pessoas de sua articulação, Camilo já teria mais de uma dezena de prefeitos na sua base de apoio somente no Cariri, para disputar uma vaga na Câmara federal. Camilo trabalha para ser o mais vo-tado do estado.

TRAnSPOSiçãO PARAliSAdAA obra da transposição do Rio São francisco parece, realmente, não

ter fim. Mais uma vez, o trecho que passa pelo município caririense de Mauriti está paralisado. O motivo é uma greve dos funcionários da cons-

trutora responsável. É a segunda vez que os trabalhadores paralisam as obras por descontentamento nos vencimentos e gratificações. Já se

conta cerca de um mês de braços cruzados, reivindicando melhorias em horas extras e cesta básica. O problema é que a própria presidente Dilma Rousseff já se comprometeu em entregar a obra em 2015. Terá que des-cascar mais esse abacaxi. Já o município, está mais preocupado é com

queda na arrecadação. São cerca de R$ 800 mil com ISS, em média, por mês. Segundo rumores, o prefeito Evanildo Simão já se reclama da

queda e começa a atrasar compromissos. Isso realmente preocupa.

Serena Morais

Região do caRiRi, de 24 a 30 de junho de 2014 5

Violência urbana gera e agrava transtornos à saúde mental

sensAÇãO de InsegurAnÇA

POSTOS de gasolina devem oferecer equipamentos de segurança do trabalho aos frentistas durante o expedienteMetropolitanaVEREAdORES do Crato discutem

georreferenciamento intermunicipal

Joaquim Júnior

A crescente onda de vio-lência no Cariri pre-ocupa os cidadãos e

órgãos de segurança. Além das frequentes ocorrências de assaltos nos estabelecimen-tos comerciais, as pessoas se tornam vítimas até mesmo nas portas de suas casas, onde roubos são praticados sob a luz do dia. Assustada, a população se torna refém de seu próprio medo, o que contribui, segun-do especialistas, para o surgi-mento de problemas psicoló-gicos que interferem em sua vida emocional.

De acordo com o psiquiatra Carlos Ticiano, as pessoas que sofrem violência podem passar por um quadro agudo, de curta duração, onde há o sobressalto, choro frequente, sensação de culpa e insônia. Com o sofri-mento, elas podem adquirir, inclusive, síndromes prolonga-das com tristeza intensa, desin-teresse por atividades prazero-sas, irritabilidade e lembranças frequentes do evento.

“Dependendo da intensi-dade desses sintomas, a víti-ma pode ter desenvolvido ou um transtorno depressivo ou o chamado transtorno do es-

tresse pós-traumático”, explica o psiquiatra. Como reforçou, é importante buscar um profis-sional de saúde mental quando se observa que sintomas como mal-estar, medo e insônia, de-corridos pela violência, aumen-tam com os dias ao invés de diminuir.

De acordo com o psiquia-tra, o medo atua de forma da-

nosa fazendo com que as pes-soas abandonem hábitos que contribuiriam para uma vida mais saudável. “Assim, a socie-dade vai ficando cada vez mais restrita e propensa a sofrer do-enças do corpo ou da mente”, afirma. É o caso da vendedora de cosméticos Liduína Santos, que teve sua moto tomada por assaltantes, próximo a sua casa.

Após adquirir início de síndro-me do pânico, aos poucos sua rotina volta ao normal, graças ao apoio familiar e médico.

Segundo indicou o psiquia-tra Carlos Ticiano, para que a sensação de insegurança seja encarada é importante que, em primeiro lugar, a pessoa faça uma avaliação da violên-cia para estar ciente do risco

de sofrer um crime em deter-minada situação. “Isso faz com que, evitando expor-se desne-cessariamente, poupemo-nos de ser vítimas e, por outro lado, quando há uma relativa segu-rança, permita-nos usufruir da tranquilidade”, explica. Ele afirma que, além disso, pra-ticar atividade física, possuir horários de sono regulares e ter

uma rede de apoio, mantendo contato frequente com familia-res e amigos, minimiza os da-nos causados por uma situação adversa da vida.

Números no CaririSomente na Área Integra-

da de Segurança 11, da qual o Cariri faz parte, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado registrou 137 crimes letais intencionais (que englobam roubo consumado), nos cinco primeiros meses do ano. O número representa au-mento de 6,2% se comparado ao período do ano anterior. Já em relação a furtos, uma dimi-nuição de 12,62% foi registrada no primeiro trimestre – foram 810 no deste ano contra 927 do ano anterior. Sobre as apreen-sões de armas, foram 268 entre janeiro e maio, 31 a menos que na temporada de 2013.

Para o Coronel Wellington, Comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Juazeiro, a violência está presente no mundo e, para combatê-la, é necessário um esforço mútuo entre os órgãos de segurança. Ele alerta que a população fi-que atenta e não utilize deter-minados objetos em público, como celulares nas ruas.

CERCAS elétricas são cada vez mais utilizadas nos muros das casas e condomínios

Frota diminui e gasto de combustível dobra

Serena Morais

CARROS QuE SERViAM como ambulância tiveram quantidade diminuida em operação desde a gestão Santana

Serena Morais

Contas no vermelho inviabilizam tradicional JuaforróPrfeITurA de JuAzeIrO

Samylla Alves

Este ano, a população caririense não vai parti-cipar de um dos eventos mais tradicionais da re-gião. A 14º edição do Ju-aforró não vai acontecer, segundo a Secretaria de Cultura de Juazeiro do Norte. A festa, que trazia anualmente o festival de quadrilhas, cidade ceno-gráfica, barracas com co-midas típicas e shows com artistas locais e nacionais, foi cancelada para con-tenção de despesas.

De acordo com Marli Bezerra, secretária de Cul-tura de Juazeiro do Norte, em conversa com o prefei-to Raimundo Macêdo, fi-

cou acordado a não reali-zação do evento, por falta

de verba. “O prefeito nos passou que o Município

tem outras prioridades, como obras de infraes-

trutura na cidade e, in-felizmente, não será pos-sível realizar um evento no porte do Juaforró. No entanto, nós realizamos o festival de quadrilhas, que contou com a participação de vários grupos da região e shows com artistas lo-cais”, explica.

Em 2013, o Juaforró, orçado em aproximada-mente R$ 614 mil, foi suspenso pelo Ministério Público, por indício de fraude e falta de plano de segurança. A ação, movi-da pelas promotoras de justiça Alessandra Magda Ribeiro Monteiro e Julia-na Mota, gerou um acordo entre o Ministério Públi-co e a Prefeitura, no qual

foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que cancelou a fes-ta junina ainda nos pri-meiros dias do evento.

Para o vereador Clau-dio Luz (PT), a não rea-lização em 2014 acarreta prejuízos para a econo-mia do município. “O ju-aforró era um evento tra-dicional no calendário de Juazeiro. Sem a sua realização, muitos profis-sionais do setor hoteleiro, do turismo e prestadores de serviço são prejudica-dos. É possível realizar um evento desse porte obedecendo ao que é es-tabelecido pela lei e sem onerar os gastos do muni-cípio”, finaliza.

Frentistas arriscam vida por falta de materiais de proteçãocArIrI

Além de ficarem expostos aos assaltos e aos mais varia-dos tipos de violência, os fren-tistas que trabalham em pos-tos de combustíveis também estão vulneráveis a sérios pro-blemas de saúde. No Cariri, tem sido comum o frequente descaso dos donos de postos com os utensílios de proteção obrigatórios para o exercício da profissão. Eles não só des-cumprem as legislações vi-gentes, mas colocam em risco a vida dos profissionais.

A morte recente de um frentista, ocasionada por in-toxicação, deixou os profis-sionais da área preocupados com a constante exposição às substâncias. De acordo com o trabalhador Gustavo Almeida, o contato frequen-te com os solventes da gaso-

lina costumam causar pro-blemas de saúde. “Às vezes temos problemas respirató-rios, neurológicos, gástricos, entre outros”, explica.

O empresário Arlindo Borges defende o uso dos materiais. “Vejo muitos pos-tos em Juazeiro, Barbalha e Crato que não dão subsídios para o exercício seguro de seus funcionários. Eu pre-zo pela segurança dos meus frentistas. Trata-se de res-peitar à saúde e a vida de-les. Sempre faço manuten-ção nas bombas de gasolina, nunca utilizei substâncias adulteradas, disponibilizo de material de proteção e peço, sempre, a fiscalização do cor-po de bombeiros para saber se tudo está dentro da con-formidade legal”, declara.

De acordo com o asses-sor de comunicação Antônio José, do Sindicato dos pos-tos de combustíveis do Ceará (Sindipostos), a entidade não tem como regra multar os postos, apenas orientar os as-sociados sobre as leis vigen-tes e ensinar aos funcionários dos estabelecimentos a ma-nusear os testes obrigatórios de combustíveis. “Vamos identificar os males e ajudar a consertar a adversidade para que os proprietários não sejam multados pela Asso-ciação Nacional do Petróleo (ANP), Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace), Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), Agência Nacional de Saúde (ANS), Inmetro, dentre outros”, finaliza.

Serena Morais

PROFiSSiOnAiS precisam usar máscaras de proteção durante o abastecimento de carro

JuAFORRó acontecia tradicionalmente no mês de junho

Região do caRiRi, de 24 a 30 de junho de 20146

a assembleia Legislativa do ceará valoriza o caririA Assembleia Legislativa do Ceará contribui para o resgate da história de homens e mulheres que ajudam a engrandecer as artes, a religiosidade, a política, a economia, a cultura e a educação de uma das regiões mais prósperas e ricas do nosso Estado, a Região do Cariri.

Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

Admirador e defensor do Padre Cícero, em chão juazei-rense, Coelho Alves morou, es-tudou, trabalhou, se diplomou e morreu aos 60 anos de idade. Sua estrela de comunicador foi descoberta e projetada ainda em 1943, durante rápida passagem, ao som dos alto-falantes do an-tigo Centro Regional de Publici-dade (CRP), pioneiro serviço de amplificação surgido no municí-pio ao final da década de 1930.

Reconhecida escola do rá-dio, além de Coelho Alves, o CRP preparou nomes como Al-celi Sobreira, Geraldo Menezes Barbosa e Aderson Brás. Este último, também, notável valor que, em pouco tempo, seguiu para Fortaleza, convidado a compor o cast da Ceará Rádio Clube. Era início dos anos 40, época de renovações, quando a pioneira da Capital foi substi-tuindo, gradativamente, a antiga geração de locutores. Do Cariri, emergiram Aderson Brás e João Ramos. Outros famosos comos Wilson Machado e Cândido Co-lares, viriam na década seguinte.

Já a sorte da jovem revelação Coelho Alves coube a Lourival Marques, outra mítica figura do rádio caririense à época e futuro diretor da Rádio Nacional, no Rio de Janeiro. Destacado pro-dutor, cronista, roteirista de te-atro e novelista, chegando a di-retor artístico daquela emissora por 20 anos, Marques foi quem trouxe Coelho para o CRP e o levou para a grande vitrine da radiofonia nacional.

Na maior emissora do país, Coelho trabalhou ao lado da co-municadora Deyse Lúcide, apre-sentando atração de perguntas e respostas, e da atriz de cinema Nilza Magrassi, no programa “Seu Criado, Obrigado”. Dono de excelente dicção e agradá-vel timbre de voz, o caririense chegou a receber convites das emissoras Mayrink Veiga, Tupi e Clube de Pernambuco. Mas preferiu voltar ao rádio regional, onde além de locutor foi redator, escreveu crônicas e fez radiotea-tro. Em 1951, assumia o cargo de

diretor-gerente da Rádio Irace-ma de Juazeiro, a pioneira.

Iracema, a pioneira - As co-memorações de aniversário da Proclamação da República, em 1951, na terra do Padre Cícero foram ofuscadas pela chegada da primeira emissora do muni-cípio, a Rádio Anhanguera de Juazeiro. Posteriormente, de-nominada de Rádio Iracema, a estação marca a entrada da en-tão pequena “Capital da Fé” na nova era das comunicações. E com a extraordinária motivação de dar celeridade ao crescimen-to do lugar. Até porque ali, por enquanto, só havia um comércio em ebulição, romarias em cres-cimento e uma indústria inci-piente, baseada no algodão.

Um novo clima se estabele-ceu na comunicação da cidade, embora fosse apenas razoável o número de aparelhos recep-tores. Um luxo que logo se po-pularizou por toda a região, como já acontecera com outro semelhante empreendimento já instalado pelos irmãos e empre-sários fortalezenses Flávio e José Parente, em 1948: a Rádio Ira-cema de Fortaleza.

Depois de pesquisarem o mercado do Cariri, os Parente não tardaram em enxergar as possibilidades de retorno do negócio. Em pouco tempo, era intensa a penetração do novo veículo mesmo em fase experi-mental. Isso ficava atestado nas milhares de cartas chegadas de todos os municípios vizinhos a Juazeiro. Setores da econo-mia formal e informal da re-gião foram motivados a ajudar a emissora a conquistar novos anunciantes. Tudo em uma épo-ca ainda distante da chegada da energia elétrica de Paulo Afonso.

A programação tinha forte influência dos padrões da Rá-dio Nacional. A sintonia com o estilo emissora era permanente, como forma de melhor adequar desde o conteúdo programáti-co aos critérios de admissão de pessoal. Locutor, por exemplo, deveria ter sempre um bonito e agradável timbre de voz, ler com

desenvoltura e possuir relativa capacidade de improviso.

Nas primeiras audições, os sucessos musicais em discos de 78 rpm e a divulgação dos fatos mais importantes da cidade. Adiante, uma grade mais dinâ-mica com programas de audi-tórios, campanhas e serviços. O primeiro programa de auditório da Iracema foi o “Bazar”, reali-zado às quartas-feiras, no andar térreo do Clube dos Doze, salão onde aconteciam as festas dan-çantes da cidade, em meados da década de 1950.

Os animadores eram Coelho Alves e Robson Xavier, revezan-do-se a participação com Fran-cisco Barbosa Silva, o “Chicão”. A seguir, veio o “Domingo Ale-gre”, irradiado do palco dos Ci-nes Capitólio e Eldorado, com Alceli Sobreira, Geraldo Alves e Francisco Barbosa. Outro pro-grama de sucesso foi a “A Ci-dade se Diverte”, transmitido da sede social do antigo Treze Atlético Juazeirense e, depois, do Cine Plaza. Seus animado-res eram Pedro Duarte, Geral-do Alves, Donisete Sobreira e José Brasileiro.

A Iracema teve noticiosos de grande audiência como o jornal Sonoro Iracema que, durante os anos 60 e meados da década de 1970 conseguiu deixar juazeiro

e cidades vizinhas a par do que acontecia no Brasil e no mundo. Na apresentação, os destaques ficaram para Coelho Alves e Al-celi Sobreira, outra jovem reve-lação cratense, que iniciou sua carreira profissional na Iracema em 1954, após uma rápida pas-sagem pelo CRP. Eles, inclusive formaram com Francisco de As-sis Ferreira Lopes (Escurinho), a dupla Xexéu e Cajarana, apre-sentando o humorístico a “Colu-na da Hora”, de segunda à sexta--feira, ao meio dia. Um êxito de atração que era já a segunda versão do programa lançado por Coelho Alves, intérprete do per-sonagem “O Sombra”; com Rob-son Xavier e o famoso humoris-ta Aloísio Campelo, o “Pingüim”.

As missões de cidadania en-campadas pela emissora no auge do seu reconhecimento público sempre obtiveram massiva ade-são. A primeira AM de juazeiro também chegou a transmitir programas musicais de todos os gêneros. Inclusive com auditó-rio e festas dançantes transmi-tidas ao vivo das sedes do Treze Atlético Juazeirense, da Quadra João Cornélio e, depois, de ou-tros clubes sociais inaugurados na década de 1970.

Sob uma primeira direção de João Vitoriano Pereira, o “Bibiu”, e de Paulo Guedes, em

pouco mais de um ano, a pionei-ra já demonstrava capacidade de ajudar no desenvolvimento comercial de juazeiro. Ao mes-mo tempo, precisava projetar e revelar comunicadores. Gente “tipo-exportação”, com carreira iniciada no CRP, deu conta do recado. Entre eles, Coelho Al-ves, Dario Maia Coimbra, Alceli Sobreira, Robson Xavier de Oli-veira, Geraldo Alves, Francisco e Pedro Barbosa da Silva, Newton Pedrosa, Jucier Lima, Erivam Xavier, Suiberto Tavares, Fran-cisco Ferreira Lopes (Escuri-nho), Edésio Oliveira, Aderson Borges, Gilberto Sobreira e Pe-dro Duarte.

Ao lado dos comunicadores, escritores e intelectuais da re-gião começaram a se notabilizar como célebres cronistas e edito-rialistas do rádio. Era o caso de Geraldo Menezes Barbosa, já atuante desde a Amplificadora Cratense e CRP, José de Sousa Menezes, Elias Rodrigues So-bral e Espedito Cornélio. Dia-riamente, seus textos passa-ram a imprimir credibilidade e a visão oficial da emissora no enfoque dos assuntos de inte-resse coletivo.

Já com atento e zeloso co-mando de Coelho Alves como diretor-gerente, começam a pontificar na Iracema, da segun-

da metade dos anos de 50 às três décadas seguintes, quadros ta-lentosos de uma segunda gera-ção de locutores, redatores, pro-dutores e apresentadores. Entre os principais nomes: Francisco de Assis Silva (“Foguinho”), Luiz Carlos de Lima, Valmir e Vil-mar Lima, Oliveira Lima, José Boaventura de Sousa, Iderval Pedroso, Daniel Walker, Norões de Oliveira, Wellington Amo-rim, Damião Medeiros, Maciel Silva, Jota Alcides, Wellington Balbino, Dalton Medeiros, Car-los Alencar, Lucimir e Lucier Menezes, jussier Cunha e Fábio Soares.

Transmissões esportivas pioneiras dos torneios inter-municipais de futebol e ou-tros eventos ao vivo foram memoráveis. A maturidade do novo veículo deveu-se, em grande parte, ao exercício dessas jornadas. No esporte, eram cumpridas, ao início da década de 1960, sob a coor-denação de José Boaventura, por nomes como: Dalton Me-deiros, Luiz Carlos de Lima, Jucier Lima, Nestor Gondim, Paulo Duarte, Luiz Marques e Wellington Balbino.

Inúmeras coberturas a eventos, além do estúdio, ti-veram a coordenação de Co-elho Alves. Ele era a grande voz na interpretação ensaia-da das crônicas e editoriais. Outra faceta do “mestre” in-cluía escrever os roteiros de programas musicais como o Hit Parade e Spot-Light Sonoro, apresentados por Jucier Lima.

O escritor juazeirense Rai-mundo Araújo lembra que, “sem exageros ou inverdades, mas pelas próprias virtudes e feitos”, Coelho Alves era cha-mado de “O Mestre” pelos fãs, amigos e companheiros de rádio. Partiu em 24 de no-vembro de 1984, sete meses após ter participado como sócio-fundador da primeira estação de frequência modu-lada do sul do Estado, a Rádio Transcariri FM Stereo.

Grandes Nomes“MesTre” cOelhO Alves

Quase 30 anos já se contam desde que a radiofonia e o povo do Cariri se despediam da voz e do talento de Vicente Alves dos Santos, o inesquecível Coelho Alves. Uma das maiores legendas da comunicação regional, notabilizou-se e fez carreira ao microfone de amplificadoras e emissoras de rádio instaladas em Juazeiro do Norte. Mas era natural do Crato e

iniciou trajetória ainda nos anos 40, em Missão Velha, terra de seus pais, onde foi criado

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Símbolo de gerações da radiodifusãofotos: Divulgação

Com o pai da noiva Múcio Duarte, Matheus, Luciana, Arnaud, Kátia, Beatriz, Alice, Isis, Gabriel, Emanuella, Iasmin e Júnior.

RAdiAliSTA Coelho Alves era presença constante na cobertura dos grande eventos do Cariri, Na foto, ao lado do prefeito de Juazeiro, Orlando Bezerra, e do promotor Edward Férrer AMigO de grandes estrelas da música, Coelho Alves ouve a cantora Ângela Maria, na Iracema, anos 60

À PORTA do edifício-sede da Rádio Iracema, na rua Santa Luzia, com o ator e diretor José Wilker, e o locutor e professor Luiz Carlos de Lima

Região do caRiRi, de 24 a 30 de junho de 2014 7

ÊxpoWALESKA MARROCOSwaleskamarrocos@hotmail.com

Símbolo de gerações da radiodifusãofotos: Evolution foto e filme

A Coluna desta semana é especial para guSTAVO SARAiVA E ClARA duARTE. O enlace matrimonial do casal foi realizado no último dia 30, na Igreja do Seminário São José, em Crato, pelo padre Edson. Os noivos receberam os convidados no Lagarta Pintada Buffet,em noite de

sofisticação, que brindou o amor. Festa perfeita! Fotos: Evolution Foto e Filme.

Com a mãe da noiva, Kátia Lopes, e o padrasto Antônio Arnaud

O noivo Gustavo Saraiva e sua mãe Ariani Saraiva.

Gustavo Saraiva com o prefeito de Juazeiro, Raimundo Macêdo, a primeira dama Maricoele Macedo, Teresa

Cristina (E) e a mãe da noiva, Kátia Lopes (D).

Com os padrinhos Adriana, Herlon Torres, Aline, Alan, Lidiane, Rommel Apolinário, Ana Paula e Everson.

Os pais do noivo Antônio Campos e Ariani Saraiva.

Na saída da igreja do Seminário São José.

Mais padrinhos. fábio, ursula, Alexandre, Susanne, Ivânova, Henrique, Aline e Leilton Jr.

Clara e Gustavo ladeados por Karine, Guelfer, Tálissa, Antônio Campos, Ariani Saraiva, Michelle e Raneaire Parente. Os noivos com os padrinhos José Ridalci, Teresa Cristinsa, francisco José, Danielle , Natália, Carlos Alberto, Soraia e Carlos.

Com o pai da noiva Múcio Duarte, Matheus, Luciana, Arnaud, Kátia, Beatriz, Alice, Isis, Gabriel, Emanuella, Iasmin e Júnior. Com fábio e esposa, Patrícia, Jonhson, Robério, Ludmila, Margareth, Clemir, Gláucia e Túlio.

Um brinde ao amor!

Os convidados, da direita para esquerda, Inaldo Sobreira, Karla Samara, Sara Bezerra, Rosinha Sobreira, Patrícia Sampaio, fernanda

Tesla, Wallace Brito e Cristiana Linhares.

Gustavo e Clara com os pagens e daminhas. Da direita para esquerda, Maria

Letícia, Túlio, Heloisa, Débora, Saulo e Diogo.

E o Caribe foi o cenário perfeito para a lua de mel de Gustavo e Clara. Casal perfeito!

Com Arnaud Lopes, Kátia Lopes, Beatriz, Gabriel e Emanuella.

gustavo e clara no momento do sim, com o Padre edson.

Região do caRiRi, de 24 a 30 de junho de 20148

Toquede PrimeiraCíCERO NICÁSSIO

ElEnCO O elenco do Icasa está inativo até o próximo dia 20. Enquanto isso, o departamento esportivo está trabalhando em busca de contra-tações. Ocílio Costa (Guru) já caiu em campo e trouxe dois atletas para o Verdão, o zagueiro Juliano e o volante Rodrigo Vitor, que estavam defendendoo guarany de Sobral. No momento, não dá mais para trazer jogadores para compor elenco, mas isso não de-pende de quem contrata, mas do treinador Tarcísio Pugliese, que é responsável pela escalação do time. O tempo é curto e não dá mais pra contratar errado.

ESTRElASAté o momento, as grandes estrelas da Copa do Mundo não jo-garam o futebol esperado e digno dos grandes atletas. Neymar, nesses três jogos, foi o jogador da Seleção Brasileira mais caçado em campo. Não posso dizer a mesma coisa de Cristiano Ronaldo e Messi, mas é bom esperar o afunilamento da Copa e ver se surge outros nomes para qualificar o maior torneio do mundo.

PÊnAlTiExiste dois tipos de pênaltis. O pênalti claro, que todo mundo con-corda, e o interpretativo, que é aquele que só o arbitro viu. No 0 a 0 de Brasil e México, o ala Marcelo foi puxado pelo zagueiro do Méxi-co e desistiu da jogada, e o árbitro nada marcou. No final do jogo, em entrevista, Marcelo afirmou que, realmente, o pênalti existiu. Dessa vez, o efeito fred não funcionou. A malandragem é inerente ao futebol, principalmente no brasileiro, porque os jogadores são orientados pelos treinadores para cavar pênaltis.

n SEGURANÇA ELETRÔNICA

n PORTARIA

n ZELADORIA

n TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS

Travessa Slino Duda, 59 - Bairro Santa Teresa - Juazeiro do Norte - CE

Peça já seu orçamento sem compromisso

Atletas terão incentivo para melhorar atividades

Modernidade muda formato de festejos

Solidariedade aliada ao esporte

Joaquim Júnior

Em Juazeiro do Nor-te, pessoas porta-doras de deficiência

e necessidades especiais contarão, em breve, com aparelhos voltados para in-serção no mundo esportivo. Planos de formação de atle-tas paraolímpicos e cons-trução de academias popu-lares adaptadas são alguns dos projetos que estão em andamento e, ao que tudo indica, serão instalados ainda este ano, contribuin-do para a execução dos di-reitos sociais.

Segundo o secretário de Esporte de Juazeiro, professor Antônio Ferreira, a inclusão de pessoas com deficiência no mundo esportivo se man-tém como um dos objetivos do município. Como citou, há cerca de 40 mil pessoas com necessidades especiais no Ca-riri e, para que seja incenti-vada à prática das atividades físicas, é necessária a partici-pação do poder público.

Em Juazeiro, conforme lembrou o Secretário, a par-ticipação de cadeirantes na Corrida Padre Cícero foi uma das primeiras atividades de-senvolvidas em âmbito local. Segundo ele, a instalação das academias voltadas às pessoas com deficiência está em fase licitatória. Nelas, es-tarão presentes profissionais capacitados, que poderão auxiliar aqueles que buscam o serviço. “Nosso intuito é ti-rar as pessoas com deficiên-cia de casa. Fazer com que se encorajem, venham para o convívio social e pratiquem esportes”, destaca.

Nos próximos meses será realizado, ainda por meio de parceria com o time de rugby Araripe Sol-diers, um treinamento para montar um time paraolím-pico do esporte. “Recente-mente, realizamos um se-minário para pessoas com deficiência. E vamos reali-zar outro, que já vai ser es-pecífico para o rugby”, ex-plica professor Antônio.

Samylla Alves No Cariri é cada vez mais

raro encontrar pessoas jun-tando gravetos e toras de ma-deira para acender fogueiras no mês de junho. Muitas das tradições juninas vão, aos poucos, se transformando em meio à modernidade. Com o passar do tempo e a urbani-zação das cidades, as festas juninas perdem seu caráter “matuto” e se transformam em algo diferente e estilizado.

A aposentada Maria Apa-recida Souza diz que, apesar da dificuldade, procura man-ter a tradição. “Graças a Deus, a minha rua não foi invadida pelo asfalto e eu tenho como fazer fogueira no dia de São João e São Pedro. A gente reúne a família e eu aprovei-to para ensinar meus netos antigas brincadeiras como o padrinho da fogueira. É cada vez mais difícil a gente ver

essa tradição. Os mais jovens preferem ir ao Parque da Ci-dade para comemorar. É tudo de roupa nova, ninguém quer se vestir de matuto”, explica Maria.

Para a historiadora Aline Salustiano, a modernidade e a urbanização não fazem com que a tradição cultural morra, mas sim permite uma recon-figuração da mesma. “Hoje, muitas pessoas, em vez de acender a fogueira, acendem uma vela em homenagem ao seu Santo, não deixam o costume de lado. Em vez de festejarem na rua, festejam nos parques da cidade. Isso não significa dizer que a tra-dição está sendo extinta, mas significa dizer que as práticas tomam outro perfil. As mu-danças provocadas na socie-dade moderna geram novas conotações culturais e isso não deve ser visto como algo negativo”, finaliza.

Últimas

InclusãO

ACAdEMiAS populares para portadores de deficiência serão instaladas

O Solidariedade Futebol Clube é um projeto que reúne a prática do esporte e o incen-tivo à solidariedade. Até o final deste mês, crianças e adultos participam de atividades, sob a supervisão de instrutores, num campinho montado em um dos espaços de interação do Cariri Garden Shopping. A iniciativa é fruto de uma par-

ceria entre o Espaço Esportivo Márcio Allan e o centro comer-cial.

As crianças recebem aula sobre noções de escolinha de futebol e participam de treinos no local. Já os adultos dispu-tam chutes a gol, embaixadas e pênaltis em duplas, podendo receber brindes como premia-ção. Para participar, basta doar 1kg de alimento não-perecível. O que for arrecadado será do-ado à instituições de caridade, como o Orfanato São Bento.

Para Gilberto Oliveira, pre-parador físico e instrutor do “Solidariedade Futebol Clube”, a questão das doações com as crianças é uma forma de mos-trá-las a importância de, desde cedo, participar de causas so-ciais. “A gente faz esse trabalho de mostrar a necessidade do irmão e procurar ajudá-lo”, ex-plica o professor.

Serena Morais

sãO JOãO