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Ano 5 nº 17 - janeiro, fevereiro e março de 2010 Concurso público , o começo de tudo Regras para abertura de seleções públicas são diferentes para esferas federal, estadual e municipal, mas seguem a mesma lógica. Nos últimos sete anos, mais de 170 mil vagas foram criadas em órgãos federais. PLANEJAMENTO Pág. 6, 7 e 8 pág. 12 Internet como aliada Cespe/UnB investe em novas tecnologias para capacitar equipes e corrigir provas discursivas. Redações do Enem foram corrigidas em ambiente virtual. SELEÇÕES )) Avaliações completam 20 anos Ferramenta é utilizada para monitorar o sistema de ensino nacional. Estados e municípios também realizam testes de conhecimento. EDUCAÇÃO )) pág. 3, 4 e 5 Campus Universitário Darcy Ribeiro | Sede do Cespe/UnB - Brasília-DF | CEP 70904-970

Jornal do Cespe n.17

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Jornal do Cespe/UnB, primeira edicao com o novo projeto grafico, iniciado em janeiro de 2010.

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Ano 5 nº 17 - janeiro, fevereiro e março de 2010

Concurso público,o começo de tudoRegras para abertura de seleções públicas são diferentes para esferas federal, estadual e municipal, mas seguem a mesma lógica. Nos últimos sete anos, mais de 170 mil vagas foram criadas em órgãos federais.

PLANEJAMENTO

Pág. 6, 7 e 8

pág. 12 Internet como aliada

Cespe/UnB investe em novas tecnologias para capacitar equipes e corrigir provas discursivas. Redações do Enem foram corrigidas em ambiente virtual.

SELEÇÕES ))

Avaliações completam 20 anos

Ferramenta é utilizada para monitorar o sistema de ensino nacional. Estados e municípios também realizam testes de conhecimento.

EDUCAÇÃO ))

pág. 3, 4 e 5

Campus Universitário Darcy Ribeiro | Sede do Cespe/UnB - Brasília-DF | CEP 70904-970

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nº 17

ReitorJosé Geraldo de Sousa Junior

Vice-ReitorJoão Batista de Souza

Diretor-Geral Ricardo Carmona

Diretora-Executiva Rosalina Pereira

Endereço:Campus Universitário

Darcy RibeiroEdifício Sede do Cespe/UnB

Caixa Postal 0448870904-970 Brasília/DF

Telefone: (61) 3448 0100Fax: (61) 3448 0110

Site: www.cespe.unb.brE-mail: [email protected]

Assessoria de Comunicação Editora

Graziella NunesReportagem

Ciléia Pontes, Rafael Baldo e Wilton Castro

FotografiaFlora Egécia

Diagramação e IlustraçõesAndré Tiroles, Carolina Woortman

e Gabriela AlvesProjeto Gráfico

André Tirolês, Gabriela Alves e Rui de Paula

RevisãoElaine Oliveira

ImpressãoGráfica Cidade

Tiragem15 mil exemplares

O Jornal do Cespe/UnB entra em seu quinto ano de edi-ção de cara nova. A repaginada chega para tornar a leitura mais agradável e dar leveza e modernidade à publicação. Mais espaço para conteúdo, valorização de fotos e imagens e me-lhor organização das informações são alguns dos destaques do novo projeto gráfico, desenvolvido pela equipe de designers da Assessoria Técnica de Comunicação do Cespe/UnB.

A mudança explora a simplicidade de soluções gráficas, como ícones e cabeçalhos, e aposta no uso de ilustrações, in-fográficos e de nova tipografia – trazendo as fontes UnB como padrão. O jornal também ganhou quatro páginas a mais e no-vas seções. O Fique por Dentro, por exemplo, agora concentra informações com foco no candidato, com respostas às dúvidas frequentes e dicas sobre as diferentes fases de uma seleção.

Além do novo layout, a edição traz outros destaques. A matéria central fala do processo de criação de vagas e concur-

sos. O país tem hoje mais de 8 milhões de servidores públicos. E novas vagas surgem a cada ano. Em 2009 foram criados 17 mil postos em órgãos federais.

Na pauta também estão incluídas as avaliações edu-cacionais, que este ano completam 20 anos de existência. O primeiro instrumento utilizado para verificar a qualidade da educação brasileira foi o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado pelo Ministério da Educação em 1990. As reflexões sobre o tema estão no artigo da página 3 e também na reportagem das páginas 4 e 5.

Já o balanço do número de eventos realizados pelo Cespe/UnB no ano passado pode ser conferido na página 10, onde ainda é apresentada uma pesquisa inédita sobre como as provas de concursos podem ser mais eficazes na hora de selecionar os profissionais com perfis mais adequados aos cargos que irão ocupar.

APRESENTAÇÃO

Caso você queira fazer críticas ou enviar sugestões ao Jornal do Cespe/UnB, escreva para: [email protected]

Confira as últimas notícias sobre novos concursos, inscrições e datas de provas no nosso site: www.cespe.unb.br

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Caravanas de alunos de diferentes partes do país participaram do Programa de Avaliação Seriada da Universidade de Brasília (PAS/UnB). Provas foram aplicadas nos dias 12 e 13 de dezembro em Brasília e mais oito cidades de Goiás e Minas Gerais.

Foto da edição

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De acordo com Sanders e Horn (1995) a ava-liação educacional é uma ferramenta útil para melhorar o sistema educacional, fornecendo informações que permitem aos educadores deter-minar quais práticas promovem resultados dese-jados e quais não. Ela provê um monitoramento contínuo do sistema educacional, detectando os efeitos positivos ou negativos de políticas adota-das (Soares, Cesar & Mambrini, 2001).

Na avaliação educacional geralmente se utiliza como variável indicadora da eficácia do sistema o desempenho acadêmico dos alunos, sendo também coletadas informações acerca do contexto escolar. Nesse sentido, o processo de avaliação deve contemplar diversos aspectos, partindo da coleta e organização das informações de forma sistemática, até chegar à verificação de como determinado sistema está funcionando. A esse respeito, o governo brasileiro tem se mobi-lizado e investido recursos, a fim de tornar mais eficaz a educação oferecida no país.

A primeira avaliação em escala nacional realizada no Brasil foi o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), cujo obje-tivo é conhecer o sistema educacional brasileiro com a maior profundidade possível. O Saeb começou a ser desenvolvido no final dos anos 80 e foi aplicado pela primeira vez em 1990.

Atualmente há no Brasil algumas gran-des avaliações em larga escala realizadas pelo governo federal, como por exemplo a Prova Brasil, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Enade – que subsidia a avaliação do ensino superior. A Prova Brasil e o Enade produzem

A avaliação educacional no

século XXIGirlene Ribeiro de JesusProfessora da Faculdade de Educação da Universidade

de Brasília e responsável pela Coordenadoria de

Pesquisa em Avaliação do Cespe/UnB

aRtiGo �

indicadores de qualidade para as instituições de ensino avaliadas, os quais são utilizados para a indução e implementação de políticas públicas.

A década de 90 foi fundamental para a consolidação da avaliação da educação básica nacional, inicialmente por meio do Saeb e, posteriormente, do Enem. As técnicas cientifi-camente mais avançadas e consolidadas em países desenvolvidos, como os Estados Unidos da América, são utilizadas no Saeb e na Prova Brasil. Nessas avaliações, o avanço mais impor-tante foi a introdução da Teoria de Resposta ao Item (TRI), com todas as suas possibilidades de uso. Entre as contribuições mais relevantes da TRI para a avaliação educacional está a possibi-lidade de aplicação e comparabilidade de resul-tados obtidos por meio de formas paralelas de um mesmo teste, assim como a possibilidade de estudos longitudinais mais fidedignos na área. Outra contribuição para a área é a utilização de indicadores e o estabelecimento de metas para a educação nacional.

O Brasil tem crescido em diversos aspec-tos, tanto economicamente quanto no desen-volvimento da sua população. E a avaliação educacional não está em descompasso com a situação de crescimento do país, pelo contrá-rio, tem se expandido e disseminado sua cul-tura por diversos estados e municípios. O futuro parece ainda mais promissor, com a introdução do computador tendo como funções tanto mon-tar quanto aplicar provas. Cabe aos pesquisa-dores dessa área no país continuar formando recursos humanos e aprimorar as técnicas que já vêm sendo utilizadas.

Mais de 2,5 milhões de estudantes participaram

do Enem em 2009

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Cada vez mais conhecidas e utilizadas por instituições públicas e privadas para verificar a efi-ciência do ensino e aprendizagem nas escolas, as avaliações educacionais completam, em 2010, 20 anos de existência no país. Em 1990, o Ministério da Educação (MEC) iniciou a aplicação das provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), considerado o primeiro instrumento a verificar a qualidade da educação brasileira. De lá pra cá, as avaliações foram aprimoradas e dividi-das de acordo com o nível de ensino.

Para a presidente da Associação Brasileira de Avaliadores Educacionais (Abave), professora Lina Kátia de Oliveira, as avaliações educacionais pas-saram a ser adotadas pelos gestores porque têm o papel de trazer à tona a realidade da educação no Brasil e vêm sendo eficientes na elaboração e implantação de políticas públicas que garantam a qualidade do ensino. “Elas possibilitam obter um retrato fiel da educação que está sendo proporcio-nada aos estudantes brasileiros”.

Atualmente, o governo federal aplica avalia-ções para estudantes do ensino básico até o en-sino superior. A partir do lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e a institui-ção do Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educação, em 2007, as avaliações passaram a ser realizadas também por estados e municípios, em-bora muitos destes já tivessem experiência nesse tipo de exame em anos anteriores.

Na opinião da presidente da Abave é possível utilizar as avaliações de forma coordenada entre os governos das três esferas e, com isso, repen-sar o número de exames aplicados. “Tem alunos

A importância das avaliações educacionais

Instrumentos de avaliação são utilizados para calcular índice de desempenho de alunos e definir metas para a educação no país

DESEMPENHO �

As avaliações possibi-litam obter um retrato fiel da educação que está sendo proporcio-nada aos estudantes brasileiros

OUTUBRO

NOVEMBRO

DEZEMBRO

Avaliações educacionais

Desde o ano 2000, o Cespe/UnB organiza e executa avaliação de programas e sistemas educacionais tanto de instituições públicas quanto de privadas. Somente no final do ano passado, o Centro esteve envolvido na realização de cinco avaliações:

Prova Rio 2009: aplicada para 128.703 alunos da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro.

Sistema de Avaliação de Desempenho da Educação do Amazonas (Sadeam): aplicado para cerca de 50 mil estudantes de escolas estaduais.

Sistema de Avaliação Educacional do Rio de Janeiro (Saerj): aplicado para 1 milhão de alunos da rede estadual de ensino.

Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): aplicado para 2,5 milhões de estudantes em todo o país. Em 2009, o exame obteve visibilidade ao ganhar cará-ter de seleção de universitários.

Programa de Avaliação do Senai São Paulo (Provei): aplicado para 9.681 estudantes dos cur-sos de aprendizagem industrial, técnicos e supe-riores de tecnologia ministrados nas escolas da rede em todo o estado.

[Ciléia Pontes] Da Assessoria Técnica de Comunicação

Foto: Arquivo pessoal

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que ao final do ano passam por quatro avaliações. Acredito que deveria existir um acordo de coopera-ção entre governo federal e os estados para que as avaliações fossem compartilhadas, já que os itens e a metodologia utilizada são os mesmos”, disse.

O que é verificadoA pesquisadora do grupo de avaliação

da Faculdade de Educação da Universidade Federação da Bahia (UFBA), Cristiane Brito, expli-ca que com as avaliações é possível verificar, por exemplo, se o aluno aprendeu determinado con-teúdo na carga horária adequada e que fatores são determinantes para essa aprendizagem. “As avaliações conseguem identificar cada momento da educação desse aluno”, resume.

Na maioria dos exames, além de conteúdo escolar, os alunos respondem a questionários socioeconômicos para verificar em que contexto ocorre o aprendizado. Há, ainda, avaliação dos conteúdos e planos pedagógicos desenvolvidos pelas escolas e do modelo de gestão administra-tiva de cada instituição de ensino. “Associando o resultado das provas aos questionários, pode-se verificar porque os alunos de uma escola tiveram desempenho melhor que de outra escola. Por exemplo, é possível saber se a biblioteca existen-te na instituição fez diferença no aprendizado dos alunos”, explica Cristiane Brito.

A importância das avaliações educacionais

2008Avaliações Participantes

Avaliação de Rede das Escolas Municipais de Teresina (PI) 12.000

Sistema de Avaliação de Desempenho da Educação do Amazonas (Sadeam) 117.875

Avaliação Externa do Ensino Médio da Bahia (Avalie) 70.000

Sistema de Monitoramento da Educação Básica (Simeb) das Escolas do Serviço Social da Indústria (Sesi) 36.000

Boletim de Desempenho Individual dos Candidatos do PAS 24.937

Avaliação Externa das Escolas Americanas 2.000

Programa Brasil Alfabetizado 2.240

Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 287.000

Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 1.500.000

Avaliação de Usuários do Programa TV Escola 59.121

2009 Avaliações Participantes

Avaliação de Docentes da UnB realizada pelos Discentes 43.529

Sistema de Avaliação de Desempenho da Educação do Amazonas (Sadeam) 50.000

Sistema de Avaliação Educacional do Rio de Janeiro (Saerj) 1.000.000

Prova Rio 2009 128.703

Programa de Avaliação do Senai São Paulo (Provei) 9.681

Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 3.500.000

Programa Brasil Alfabetizado 2.000

ESCOLA

NOTA10!

Curiosidades

Em alguns estados, como no Amazonas e na Paraíba, as escolas e seus funcioná-rios são premiados quando atingem a meta estabeleci-da. No Amazonas, segundo a Secretária de Educação do Estado, a escola com

nota acima de 5 recebe R$ 30 mil em dinheiro e mais o pagamento do 14º salário para todos os funcionários.

Em João Pessoa, segundo a Secretaria Municipal de Educação, as escolas com melhor desempenho na avaliação conhecida como Escola Nota Dez recebem um selo de qualidade e prêmio de 14º salário para professores e demais funcionários.

No Rio de Janeiro, os primeiros mil colocados do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio da rede pública que alcançaram as melhores notas na avalia-ção da rede estadual de 2009 ganharam um lap top.

Políticas públicas Em todas as modalidades de avaliação, a pro-

posta é verificar deficiências na educação e propor medidas que alterem possíveis resultados negati-vos do ensino oferecido pela União, estados e mu-nicípios. “O objetivo é prover diagnósticos e apon-tar rumos”, reforça a coordenadora de Pesquisa em Avaliação do Cespe/UnB, Girlene de Jesus.

Na esfera federal, o resultado das avaliações no Saeb e Prova Brasil subsidiam o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de cada escola e cada rede de ensino. O índice mede a qualidade da educação a cada dois anos e tem a meta de alcançar nota 6 até o ano de 2022. A nota 6 corresponde à qualidade de ensino de países de-senvolvidos. Atualmente, a nota nacional é de 4.2, segundo cálculo feito em 2007.

Os municípios que apresentaram os menores índices entraram na lista de prioridade das ações do MEC. Eles foram obrigados a assinar o Plano de Ações Articuladas (PAR) e, a partir daí, passaram a elaborar diagnósticos da educação básica ofere-cida, verificando o que precisa ser melhorado para atender as metas definidas pelo governo, listando as principais necessidades. Entre as ações finan-ciadas estão a capacitação de gestores e forma-ção continuada para professores e conselheiros. Atualmente, estão na lista de prioridade para rece-ber essas ações 1.820 municípios.

Avaliações realizadas pelo Cespe/UnB nos últimos dois anos

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Os candidatos a uma vaga no setor público costumam observar quais são as fases e exigên-cias das seleções. Porém, um concurso público começa muito antes da divulgação do edital. Desde a constatação da necessidade de vagas até a nomeação dos aprovados, o processo pas-sa por várias etapas (confira o quadro abaixo).

Atualmente, existem 8.310.136 servidores públicos nas esferas federal, estadual, municipal e distrital. Entre 2002 e 2009, 174.201 novas va-gas foram autorizadas pelo Ministério do Plane-

Abertura de novas vagas segue várias regras e leis de cada esfera de poder. Criação de novos cargos depende de regulamentação do Congresso Nacional

Como nasce um concurso público

[Rafael Baldo] Da Assessoria Técnica de Comunicação

CONCURSO

1 Um órgão identifica a necessi-dade de novas vagas. Os mo-

tivos mais comuns são a substitui-ção de aposentados e o aumento do volume trabalho na área.

2 Feita a análise interna, este ór-gão envia o processo de pedido

de vagas para a Secretaria de Ges-tão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

3 O processo é analisado pelo ministério. Além do tipo de

cargos requeridos (efetivos ou de comissão), é verificada a dispo-nibilidade orçamentária prevista para o número de vagas pedidos.

a. Se o pedido é negado, o pro-cesso é devolvido para o ór-

gão de origem com a justificativa. O órgão pode reformular e enviar nova solicitação para o MPOG.

b. Se o pedido for aceito, o pro-cesso continua. O Decreto nº

6.944 exige o encaminhamento das solicitações até 31 de maio de cada ano. Assim, o MPOG evita pedidos de última hora sem uma avaliação mais criteriosa.

jamento, Gestão e Orçamento (MPOG) na esfera federal. No entanto, cada esfera de governo e de poder cuida do seu próprio concurso.

De acordo com o Decreto nº 6.944, o MPOG não tem atribuição sobre os concursos referentes a vagas nas carreiras de Advogado da União, de Procurador da Fazenda Nacional e de Procurador Federal, de Defensor Público

Etapas de um concurso público na esfera federal

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da União e de diplomata. Elas fi-cam sob responsabilidade do ór-gão de origem.

PlanejamentoO concurso da Fundação Uni-

versidade de Brasília (FUB), por exemplo, seguiu a legislação fede-ral, depois da liberação de vagas para o Ministério da Educação. O MEC, por sua vez, dividiu-as entre as instituições de ensino superior e as novas vagas foram reservadas. O concurso, de formação de cadastro de reserva, aguarda a liberação do orçamento do MPOG para iniciar a nomeação.

“Com o aumento de vagas para estudantes e a criação de novos cur-sos na UnB era necessário mais pro-

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a. Se o pedido é negado, o pro-cesso é devolvido para o ór-

gão de origem com a justificativa. O órgão pode reformular e enviar nova solicitação para o MPOG.

b. Se o pedido for aceito, o pro-cesso continua. O Decreto nº

6.944 exige o encaminhamento das solicitações até 31 de maio de cada ano. Assim, o MPOG evita pedidos de última hora sem uma avaliação mais criteriosa.

4 Aprovado o pedido, o órgão pode firmar contrato com uma

organizadora de concursos públicos.5 A organizadora fica responsá-

vel pelo planejamento, aplica-ção e correção das etapas neces-sárias de seleção dos candidatos.

6 Depois da divulgação do re-sultado final da seleção (a ho-

mologação), o MPOG volta a verifi-car o orçamento previsto. O órgão chama os aprovados para a posse dentro do número de vagas previs-tas no orçamento do Ministério.

FederalSão regidos pelo Decreto presidencial nº 6.944,

de 21 de agosto de 2009. Regulamenta a autoriza-ção de concursos públicos para órgãos da adminis-tração pública federal direta e indireta (ministérios e entidades vinculadas).

Exceções: não tem atribuição nas seleções das carreiras de Advogado da União, Procurador da Fa-zenda Nacional e de Procurador Federal, Defensor Público da União e de Diplomata.

Leis de concursos públicosEstadual e MunicipalCada estado possui leis específicas para realização

de concursos públicos, mas seguem diretrizes semelhan-tes à instância federal. No Distrito Federal, por exemplo, é o Decreto nº 21.688, de 7 de novembro de 2000.

A maioria das seleções passa por aprovação or-çamentária da Secretaria de Planejamento da região. Porém os prazos de solicitação, exigências e outros por-menores variam de acordo com as regulamentações do estado ou município.

fessores e funcionários para atender a demanda”, afirma Thelmo Rocha, gerente de Ingresso e Movimenta-ção da Secretaria de Recursos Hu-manos da Universidade. A previsão inicial é a convocação de 150 novos funcionários até 2010 e mais 150 ate 2011, com a realização de uma nova seleção.

No caso de concursos estaduais ou municipais, o processo é pareci-do, mas reserva particularidades de acordo com o estado e até a cidade onde o órgão de origem está loca-lizado. Antes de fazer a seleção, a Prefeitura Municipal do Ipojuca (PE) fez um relatório das necessidades de cada secretaria do município e ainda aguardou a aprovação das no-vas vagas pela Câmara Municipal.

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“Só depois dessas etapas e a ade-quação do orçamento previsto, seguin-do a Lei de Responsabilidade Fiscal, o concurso foi liberado”, lembra Joaquim de Lima, Secretário de Administração de Recursos Humanos da Prefeitura do Ipojuca. Segundo ele, o processo para selecionar guardas municipais come-çou em 2007. A aplicação das provas foi realizada quase um ano depois.

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Vagas autorizadas na esfera federal

Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Um novo cargo público só pode ser criado após a aprovação de um projeto de lei ou medida provisória no Congresso Nacional

Novos cargosCom a velocidade e especialização do merca-

do, algumas vezes novas profissões que não estão previstas no quadro de um órgão precisam ser cria-das. Esse processo, no entanto, exige um estudo bem mais demorado e sua aprovação pode levar, literalmente, anos. Somente com um projeto de lei ou medida provisória para o Congresso Nacional é possível a regulamentação da nova profissão.

Um caso recente é a regulamentação do cargo de Analista de Sistemas, ligado à área de Tecnolo-gia da Informação. O Projeto de Lei nº 607, de 2007, tramita na Câmara dos Deputados, mas não é con-senso entre os profissionais da área. Embora seja uma mudança para a inclusão dessa profissão em concursos públicos, os profissionais liberais que não possuem a formação indicada criticam o projeto.

Outra alternativa é a buscada pela Medida Provisória nº 193, que preten-de criar e transformar cargos de qua-tro agências reguladoras. Entre elas, está a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, onde 50 cargos de Técnicos em Regulação e Vigilância Sanitária vagos virariam 50 cargos de Técnico Administrativo.

“Adequamos a vaga com a formação de nível médio exigida e reduzimos assim as contratações tercerizadas“, explica Lúcia Masson, Coordenadora de RH da Anvisa. Porém, a criação dos cargos não indica que os mesmos serão ocupados no mesmo ano em que forem criados.

*vagas temporárias e fixas

Foto: Sara Marques

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Em seminário que reuniu aproximadamente mil diretores de escolas em janeiro, o Cespe/UnB fez a entrega dos resultados da Prova Rio 2009, que avaliou o desempenho dos estudantes do ensino fundamental da rede pública da cidade do Rio de Janeiro. Os dados também serão apresentados a coordenadores pedagógicos em fevereiro. A pro-va, aplicada pelo Cespe/UnB entre 29 de outubro e 3 novembro do ano passado, reuniu 128.703 alunos do 3º e 7º anos. As questões foram de Português e Matemática. Essa foi a primeira etapa de três provas – além de 2009, em 2010 e 2011 – que devem retratar o aprendizado dos alunos ao longo deste de período de formação escolar. A Secretaria Municipal de Educação, co-ordenadora do exame, vai utilizar o estudo para corrigir deficiências e indicar quais habilidades dos estudantes que os professores e dirigentes educacionais devem dedicar mais atenção. Os resultados da avaliação também serão disponi-bilizados para as escolas por meio de uma pági-na eletrônica na internet.

GRADUAÇÃOResultado do 1º Vestibular 2010 para indígenas sai em fevereiro

ENSINO MÉDIOEnem mobilizou 150 mil pessoas em cada dia de aplicação

AVALIAÇÃOProva Rio 2009 revela desempenho do ensino fundamental

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Curtas

O Cespe/UnB esteve à frente do consórcio – for-mado com a Cesgranrio – que cuidou das etapas de aplicação e correção das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado nos dias 5 e 6 de dezembro. A aplicação das provas exigiu cerca de 150 mil pessoas por dia somente nos 18 estados sob a responsabilidade do Cespe/UnB. Ao todo, 13.326 malotes contendo as provas e folhas de respostas foram encaminhados aos locais de prova nesses estados. Foi necessária ainda a locação de 4.536 escolas, em um total de quase 59 mil salas de aulas. Celebrado o término da aplicação, seguiu-se a recepção dos malotes,

Está prevista para o dia 10 de fevereiro a divulga-ção da relação de candidatos aprovados no 1º Ves-tibular de 2010 voltado para estudantes indígenas. Ao todo, 98 candidatos concorreram às 10 vagas oferecidas nos cursos de Agronomia, Enfermagem e Obstetrícia, Engenharia Florestal, Medicina e Nutrição. O vestibular é realizado por meio de um

Já está disponível no ambiente virtual de in-teração do Programa de Avaliação Seriada da Universidade de Brasília (PAS/UnB) a revi-são dos Objetos de Avaliação da 2.ª Etapa do Subprograma 2009 do Programa. A nova ver-são do texto atualiza as obras – artes visuais, filmes, peças teatrais, músicas e livros –, que se adequam aos pressupostos do Programa. A revisão é baseada em contribuições e de-bates entre professores de ensino médio de escolas públicas e particulares. O conteúdo pode ser acessado pelo site www.gie.cespe.unb.br, no link “Revisão dos Objetos do PAS”. Em 14 anos de existência do PAS/UnB, essa é mais uma etapa da segunda revisão de seus Objetos de Avaliação.

PASRevisão dos Objetos de Avaliação: mais uma etapa é concluída

convênio assinado em 2004 entre Universidade de Brasília (UnB) e a Fundação Nacional do Índio (Fu-nai). A primeira edição do vestibular ocorreu em 2006. Desde então, estudantes de mais de 10 et-nias frequentam as aulas na instituição. “O ingres-so desses alunos tem possibilitado o amadureci-mento da discussão sobre a importância de ações afirmativas como essa. O vestibular para indíge-nas da UnB é modelo para outras instituições de ensino superior”, reforça o coordenador de apoio pedagógico da Funai, Gustavo Menezes.

que juntos pesavam 37 toneladas, no Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília. O re-cebimento e a digitalização de todo o material de prova e das folhas de respostas e redações dos 2,5 milhões de estudantes que compareceram ao exame mobilizou cerca de 800 pessoas no Cespe/UnB. Já a correção das redações foi realizada por 3.600 professores de língua portuguesa. O resul-tado das provas foi entregue ao Ministério da Edu-cação no final de janeiro.

Foto: Estefan Radovicz

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Eventos mobilizaram mais de milhões de inscritos em 2009

[Ciléia Pontes] Da Assessoria Técnica de Comunicação

CESPE/UnB

O ano passado foi marcado por intenso tra-balho no Cespe/UnB, como demonstram os núme-ros de 2009. Os eventos realizados pelo Centro – como concursos públicos, avaliações e cursos de formação – mobilizaram mais de seis milhões de candidatos. Antes ou depois da realização dos eventos, muitos desses candidatos fizeram con-tato com o Cespe/UnB, que contabilizou mais de 300 mil registros de informações.

Durante as seleções, foram realizados 22.078 atendimentos especiais. Entre os recursos disponibili-zados estão provas ampliadas, provas em braile, softwa-re para leitura de textos, ledores e intérpretes de Libras.

O trabalho, desenvolvido por pesquisadora do Cespe/UnB,foi aprovado pelo Instituto de Psicologia da UnB

Eficácia das provas de concursos públicos é analisada em tese de doutorado

PESQUISA

É preciso haver maior alinhamento entre as características das provas de concurso público e a natureza do trabalho a ser realizado quando o can-didato assumir o cargo. Essa é uma das conclusões da tese de doutorado “Seleção de Pessoas e De-sempenho no Trabalho: um estudo sobre a validade preditiva dos testes de conhecimentos”, defendida pela psicometrista da Coordenadoria de Pesquisa e Avaliação do Cespe/UnB, Fabiana Queiroga, no Ins-tituto de Psicologia da Universidade de Brasília.

A pesquisadora verificou que a prova de concur-so é mais eficaz quando exige conhecimentos volta-dos para as tarefas que serão executadas no cargo. “Quanto mais a prova for direcionada para o que a pessoa vai fazer no emprego, maior é a chance de selecionar pessoas que apresentarão os desempe-nhos esperados pelas organizações”, explica.

O estudo mostra que os conhecimentos ge-rais – aqueles costumeiramente exigidos para to-dos os cargos – têm pouca relação com a prática no emprego, diferentemente do que ocorre com

os conhecimentos específicos, pois, dependendo de como forem avaliados, têm maior probabilida-de de se relacionar com o trabalho prático realiza-do pelos aprovados.

Outra relação demonstrada é que quanto maior o grau de complexidade do conteúdo cobrado, maior a relação com a função a ser desempenhada. “Ou seja, as provas que exigem apenas memorização de conteúdos têm menor chance de selecionar as pes-soas procuradas pelas organizações”, ressalta.

PesquisaDurante três anos e meio, Fabiana Queiro-

ga pesquisou os bancos de dados dos concursos realizados pelo Cespe/UnB para duas organiza-ções no período de 10 anos. Os objetos de pes-quisa foram as provas aplicadas, as notas dos aprovados e o desempenho deles dentro das organizações. “Na pesquisa com esses profissio-nais também buscou-se controlar o grau de mo-tivação para trabalhar e o suporte oferecido pela

organização para enten-der melhor o impacto dos concursos nas avaliações de desempenho recebida pelos funcionários”, relata.

A pesquisadora conta que a ideia em estudar esse tema surgiu depois de conversas com re-presentantes de órgãos que realizaram concur-so público e se queixavam de que, apesar de as provas estarem de acordo com o esperado, elas ainda não conseguiam selecionar o candidato com o perfil ideal para a vaga oferecida. “Esse trabalho é para mostrar, com dados, que essas situações ocorrem e nem sempre o candidato com a maior nota vai desempenhar o trabalho como a organização quer”, observa.

A tese de doutorado, concluída no final do ano passado, poderá ser acessada no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a partir de fevereiro, pelo endereço www.capes.gov.br.

“As provas que exigem apenas memorização de conteúdos têm menor chance de selecionar as

pessoas procuradas pelas organiza-ções”, ressalta Fabiana Queiroga.

6A Central de Atendimento registrou 317.394 atendimentos a candidatos de todas as regiões do país, sendo 146.159 por telefone, 151.619 por e-mail e 7.072 presenciais. No geral, os atendimentos trataram de dú-vidas e requerimentos sobre os processos seletivos.

Mais de 4,8 milhões de pessoas se inscreve-ram para participar das avaliações realizadas pelo Cespe/UnB. No total, foram avaliações, entre educacionais, análises de perfil de candidatos de concursos públicos e proficiência em línguas.

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Em 2009, o Cespe/UnB realizou 69concur-sos públicos, nos quais se inscreveram mais de

milhão de candidatos. Os certames mais concorridos foram os da Polícia Federal, com 114 mil inscritos, e da Anatel, com mais de 98 mil.

1,1 Também estão na lista de eventos de 2009 os 11cursos de formação, capa-citação e ambientação de diferentes órgãos públicos, que juntos contaram com a participação de mais de mil pessoas.3

Além dos concursos, outros 99 eventos, como vestibulares da Universidade de Brasí-lia, testes de proficiência e Exames da Ordem dos Advogados do Brasil foram realizados no ano passado para mais de mil inscritos. 360

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?“Preciso reaver a minha senha, que já fiz mas não consegui localizar. Gosta-ria de me inscrever em um concurso, porém sem a senha não tenho acesso à página eletrônica do mesmo. O que pos-so fazer?”

José Carlos Valença da SilvaJuazeiro (BA)

Para reaver a senha, o candidato deve acessar o link “Página de Inscrição”, disponí-vel no rodapé da página inicial do Cespe/UnB (www.cespe.unb.br). O candidato, então, deve clicar no link “Esqueci a Senha” e responder ao que lhe for solicitado até que ele seja infor-mado de que a senha foi encaminhada ao e-mail. O envio é feito ao e-mail informado pelo candidato no momento em que seu cadastro foi preenchido. Contudo, o candidato deve prestar atenção no comando logo abaixo da mensagem que informa o envio do e-mail, que diz: “Se você não recebeu o e-mail com sua senha, clique aqui”. Ao acessar o link, uma nova página com perguntas surgirá. Respon-dendo-as corretamente, o candidato vai con-seguir visualizar sua senha na tela.

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Com o objetivo de avaliar aspectos como domínio do conhecimento, articulação do racio-cínio, capacidade de argumentação e emprego adequado da linguagem, a prova oral é muito utilizada em processos seletivos para cargos cujo perfil exija apresentação oral e capacida-de de argumentação, como, por exemplo, juízes, defensores públicos, delegados, professores, procuradores. Sua metodologia de aplicação, no entanto, pode variar de um concurso para o outro. A avaliação pode ser realizada a partir do sorteio de temas, da distribuição de candidatos por área de conhecimento ou da avaliação de todo o conteúdo. Também são considerados ti-pos de prova oral a defesa de memorial e a pro-va de tribuna.

Para obter um bom resultado nessa etapa, o candidato deve ser capaz de sintetizar o tema requerido de forma a demonstrar sua capacidade de articulação de raciocínio aliada à utilização de

linguagem adequada. Vale lembrar que o fator emocional influencia diretamente no desempe-nho dos candidatos. O nervosismo e a ansie-dade são as principais causas de reprovação. Por isso, tranquilidade é fundamental, uma vez que quem chega nessa etapa do concurso já demonstrou que tem conhecimento do con-teúdo programático.

Luiz Mário CoutoProfessor responsável pela área de provas práticas do Cespe/UnB

Prova oral

Saiba maisA pergunta é

10 de fevereiroResultado final das provas objetivas e convocação para a perícia médica dos can-didatos que se declararam portadores de deficiência do concurso do Ministério da Previdência Social

12 de fevereiroResultado final da perícia médica dos candidatos que se declararam portadores de deficiência e do concurso do Tribunal de Contas do Esta-do do Acre

17 de fevereiroResultado final da avaliação de títulos e do concurso do Tribunal de Contas do Esta-do do Espírito Santo

19 de fevereiroResultado final das provas discursivas e convocação para avaliação de títulos do concurso da Procuradoria Geral do Estado de Pernam-buco

23 de fevereiroResultado final da prova ob-jetiva e convocação para pe-rícia médica dos candidatos que se declararam portado-res de deficiência do concur-so para cargos administrati-vos do Ministério da Saúde

5 de marçoResultado final da prova ob-jetiva e provisório da prova subjetiva do concurso da De-fensoria Pública de Alagoas

16 de marçoResultado final da prova dis-cursiva e convocação para a avaliação de títulos e expe-riência profissional e para a prova de defesa de projeto do concurso para Pesquisa-dor-Tecnologista do Institu-to Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

24 de marçoResultado final das provas objetivas e provisório das provas discursivas do con-curso da Defensoria Pública-Geral da União

19 de marçoResultado final da prova dis-cursiva e estudo de caso e convocação para a perícia médica dos candidatos que se declararam portadores de deficiência do concurso do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso

26 de marçoResultado final da perícia médica dos candidatos que se declararam portadores de deficiência e do concur-so (exceto para o cargo de Advogado) do concurso do Banco de Brasília

Agenda

* As datas são prováveis. Informações no site do Cespe: www.cespe.unb.br

Fique por dentro

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nº 17

Concursos e avaliações já não são os mes-mos de antigamente. Por meio das novas tecno-logias, o Cespe/UnB vem treinando e atualizando os colaboradores que atuam nos locais de prova utilizando a internet. A correção de questões discursivas e redações também se adequou à rede mundial de computadores, a exemplo do que ocorreu no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), visto que os textos foram digitalizados e corrigidos na tela do computador (ver box ao lado).

Recentemente, a era virtual abriu caminho para a realização de cursos a distância para a formação de chefes e fiscais de prova cadas-trados em todo o território nacional. Há qua-tro meses a primeira turma foi integrada ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) mon-

tado pelo Cespe/UnB para o treinamento nessa fun-ção. Desde então, foram capacitados cerca de mil colaboradores.

“O ganho dessa meto-dologia é levar a cada pessoa a exata definição dos procedimentos que serão usados na aplica-ção das provas”, justifica

Era digital contribui com a evolução dos concursos

Novas tecnologias permitem a capacitação de pessoal especializado e a expansão da correção de provas discursivas para o ambiente virtual.

[Wilton Castro] Da Assessoria Técnica de Comunicação

TeCnologia �

Luiz Mário Couto, professor res-ponsável pela área de provas práticas do Cespe/UnB

FerramentaO gerenciamento on-line dos

cursos a distância é feito por meio do Moodle, um software livre que é recomendado pelo Ministério da Educação e utilizado por institui-ções federais de educação, entre elas, a Universidade de Brasília (UnB). No Moodle, o participante “navega” nos conteúdos, realiza tarefas, consulta material instru-cional e estabelece comunicação com tutores e professores via chats e fóruns.

Lina Barreto, especialista em educação a distância e consul-tora do Cespe/UnB, afirma que a busca por formação permanente de pessoal está crescendo. “É um desafio rever os paradigmas edu-cacionais, tendo em vista a forma-ção de competências e a ampliação da demanda pelo ensino a distân-cia”, completa.

lina Barreto, especialista em educação a distância e consultora do Cespe/UnB, afirma que a busca por formação permanente de pessoal está crescendo.

A realização do Enem 2009 exigiu a correção de 2,5 milhões de provas por meio digital. As redações foram corrigidas duas vezes por 3.600 professores de português, que foram orienta-dos a utilizar um sistema seguro desenvolvido pelo Cespe/UnB exclusivamente com a finalidade de avaliar provas discursivas.

A capacitação para uso dessa ferramenta de correção ocorreu presencialmente e foi realizada em pólos regionais. A partir daí, uma rede com 127 supervisores foi criada para coordenar o trabalho dos corretores segundo os critérios de correção disponibilizados no sistema.

Qualidade ‣As redações foram disponibilizadas em pastas virtu-

ais, acessadas apenas pelos profissionais envolvidos por meio de uma senha específica. Durante todo o processo, o número de corretores trabalhando e a quantidade de textos corrigidos foram monitorados em tempo real. Estatísticas sobre a qualidade das correções também foram produzi-das diariamente.

“Considerando o volume de material gerado pelo Enem 2009, conseguimos dar um salto muito grande no sentido de criar mecanismos de controle da qualidade da correção à distância”, comenta Jorge Amorim Vaz, responsável pela Coordenação de Tecnologia do Cespe/UnB. A avaliação digital de textos utilizada no exame já é adotada há qua-tro anos pelo Centro em outros eventos e foi desenvolvida para descentralizar a correção de provas.

Digitalização permite correção à distância das redações do enem 2009