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Jornal do nº 4/2012 - stu.org.br · PDF filetou 94,72% do orçamento anual. Em 2010 o percentual foi de 82%. Os dados evidenciam que a re-dução do impacto orçamentário da folha

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Page 1: Jornal do nº 4/2012 - stu.org.br · PDF filetou 94,72% do orçamento anual. Em 2010 o percentual foi de 82%. Os dados evidenciam que a re-dução do impacto orçamentário da folha

Agosto de 2012

nº 4/2012GESTÃO

Vamos à Luta!

Jornal doSindicato dos

Trabalhadores da Unicamp

LUTA

LUTALUTALUTALUTALUTALUTALUTAVamos à LUTA!

PARA TODOS OS TRABALHADORESCONTRATADOS PELA FUNCAMP

ALIMENTAÇÃOAUXÍLIO

Campanha salarial FUNCAMP 2012

E DE BENEFÍCIOS ENTRE TODOS OSTRABALHADORES DA UNICAMP

SALARIALISONOMIA

Diferença de salários e direitosentre Funcamp e Unicamp

é golpe no serviço público

Plano de Metas

Em entrevista, diretora do STU fala sobre como a política de gestão de pessoal da reitoria

Fernando Costa avança na privatização

Páginas 4 e 5

Universidade

Dados da Aeplan mostram redução do quadro funcional

e de gastos com a folha de pagamento

Página 3

Aposentados

Reportagens abordam polêmica do auxílio

alimentação e assistência médica

Páginas 6 e 7

Campanha Salarial

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“Alvorada lá no morro, que beleza /Ninguém chora, não há tristeza /

Ninguém sente dissabor”(Alvorada, Cartola)

“Amanhã, A tristeza vai transformar-se em alegria/E o sol vai brilhar no céu de um novo dia”(A cor da esperança, Cartola)

2 - Jornal do STU Jornal do STU - 3

PrecarizaçãoEditorial Imagem

Agenda

Anuário da Aeplan mostra que gasto com folha de pagamento encolheu 12%

Auxílio alimentação para todos, já!

Servidores vão à luta!

Enxugamento do quadro funcional, acompanhado por crescimento das aposentadorias e escassez de contratações diretas influenciam na queda do impacto orçamentário, mas política privatista e de arrocho também empurrou para baixo os investimentos em pessoal

Rodrigo Cruz

A Assessoria Economia e Plane-jamento da Unicamp (Aeplan) lan-çou em junho deste ano o Anuário Estatístico 2012. Chama atenção no relatório a redução do comprome-timento orçamentário da Universi-dade com a folha de pagamento dos funcionários na última década. Em 2003, ano em que a Unicamp bateu o recorde da última década com gastos de pessoal, o pagamento de salários e benefícios dos servidores represen-tou 94,72% do orçamento anual. Em 2010 o percentual foi de 82%.

Os dados evidenciam que a re-dução do impacto orçamentário da folha de pagamento é fruto de uma política de desvalorização do qua-dro técnico-administrativo pois o quantitativo de servidores também encolheu. E, no mesmo período, a arrecadação derivada do ICMS cresceu quase 50%, passando de R$ 1.075.333,00 para R$ 1.662.978,00. E a Universidade ainda conta com re-cursos de arrecadação própria.

Redução do quadro funcional

Em 1989, quando a Unicamp pas-sou a ter um orçamento vinculado à arrecadação de ICMS do Governo do Estado, o quadro de servidores téc-nico-administrativos era de 10.161 profissionais. Hoje, 23 anos depois, com um significativo incremento fi-nanceiro derivado do crescimento da arrecadação do ICMS, dezenas de novos cursos de graduação e pós-graduação e um novo campus em Limeira, o número de servidores não

docentes da Unicamp despencou para 7.994, uma redução de aproxi-madamente 22%.

Na última década, enquanto o nú-mero de aposentadorias subiu 61%, o corpo de funcionários cresceu me-nos de 5%.

Como evidência de um processo de precarização do trabalho na Uni-

versidade, o diretor do STU Paulo Gouveia destaca que, embora o en-xugamento do quadro funcional nos últimos 20 anos tenha relação com o uso de novas tecnologias nas rotinas de trabalho da categoria, a Unicamp dobrou de tamanho no mesmo perí-odo. “É claro que o uso do computa-dor permite a um único funcionário realizar mais tarefas em menor tem-po, mas essa mudança não justifica

uma redução tão brusca no quadro funcional em um período de expan-são”, analisa. Ele atenta para o fato que de que o número de concursos públicos abertos para a contratação de novos servidores também caiu, enquanto as terceirizações se multi-plicaram no mesmo período.

Precarização da carreira estimula evasão de pessoal

Paulo atenta ainda para o fato de que o enxugamento do quadro fun-cional foi acompanhado por uma série de medidas que precariza-ram o carreira do funcionário téc-nico-administrativo e tornaram o trabalho na Universidade cada vez menos atrativo. O Plano de Carrei-ra implantado em 2010, que tornou o estágio probatório mais longo; o arrocho salarial após consecutivas perdas históricas e o Plano de Metas que está sendo elaborado pela rei-toria Fernando Costa são exemplos dessas políticas. “Hoje, o trabalhador

da Unicamp trabalha mais, recebe os menores salários se comparado com os funcionários das outras universi-dades estaduais paulistas, possui me-nos benefícios e demora até 30 anos para atingir o topo da carreira”.

Como consequência desse proces-so, os profissionais que antes se viam estimulados a permanecer na Univer-sidade acabam abrindo mão de seus cargos para buscar oportunidades em outras instituições ou mesmo na ini-ciativa privada. “Com isso muda ra-dicalmente o perfil da categoria. Não temos mais aquele profissional que fica 15, 20 ou 30 anos, que é especiali-zado, que busca fazer carreira. E essa alta rotatividade acaba influenciando diretamente a qualidade do serviço prestado à sociedade”, afirma Paulo. Ele também relaciona a precarização da carreira, a rotatividade e o enxu-gamento do quadro funcional com a questão das terceirizações. “Sem contratação de profissionais as portas ficam abertas para os chamados con-vênios temporários”, finaliza.

A partir do mês de agosto tem início a campanha salarial dos tra-balhadores da Funcamp. Uma óti-ma oportunidade para recompor a mobilização unitária de todos os funcionários da Unicamp (es-tatutários, celetistas, terceirizados e Funcamp, ativos e aposentados) em defesa da isonomia de salários e benefícios. A pauta foi mais uma

vez desrespeitada pelo Cruesp na campanha salarial unificada do Fórum das Seis deste ano. É hora de somar forças para avançar na reversão deste quadro.

As denúncias de irregularida-

des na gestão da Fundação publi-cadas nos últimos dias pela gran-de mídia campineira reforçam a avaliação da diretoria do STU e do XI Congresso de Trabalhado-res da Unicamp de que é preciso combater a privatização da Uni-versidade. E um elemento funda-mental deste combate é a retoma-da de critérios públicos na gestão de pessoal. Por isso, a pauta de reivindicações dos trabalhadores da Funcamp é a nossa pauta. As-sim como a luta contra o Plano de Metas da reitoria Fernando Costa é uma pauta de todos os técnico-administrativos da Universidade.

Após a conquista do reajuste do auxílio alimentação para os trabalhadores contratados dire-tamente pela Unicamp, fruto da greve do ano passado, é hora de garantir a extensão dessa vitória para todos. Vamos à luta!

Assim como o governo Alckmin e os reitores das universidades esta-duais paulistas, até agora o governo Dilma mantém a intransigência e recusa-se a negociar com os técnico-administrativos das universidades federais. Os trabalhadores estão em greve desde o dia 11 de junho e até o fechamento desta edição não tinha sido apresentada nenhuma proposta à categoria. Aos professores, de braços cruzados desde 17 de maio, o Executivo da União apresentou a proposta de um reajuste par-celado em três anos, o que foi rejeitado pela categoria. O movimento de greve nas categorias federais abrange os docentes e técnico-admi-nistrativos das universidades e outros setores que cobram negociação efetiva. Acima, marcha unificada do funcionalismo no dia 5 de junho.

SERVIDORES NÃO DOCENTES ATIVOS POR REGIME JURÍDICO - 2003 A 2011 Durante a gestão Fernando Costa mesmo os concursos que foram realizados ocorreram todos sob o regime celetista. E ainda assim, apenas 524 funcionários foram contratados em três anos, enquanto 338 estatutários deixaram o quadro de ativos, por exoneração ou aposentadoria. Ou seja, em três anos a Universidade gerou um saldo de contratações de apenas 186 servidores técnico-administrativos.

PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DA FOLHA DE PAGAMENTO BRUTA SOBRE LIBERAÇÕES FINANCEIRAS - 2003 A 2011

Buscando retomar o papel da Universidade como espa-ço privilegiado para debate sobre os temas que afetam a sociedade brasileira, as di-retorias do STU, da Aduni-camp e do DCE decidiram impulsionar o projeto ‘Uni-camp Debate’, que consisti-rá num conjunto de ativida-des a serem realizadas nos próximos semestres.

A discussão sobre um dos temas mais candentes do ce-nário nacional na atualida-de, a questão do direito da Nação à memória, à verdade e à justiça sobre os crimes da ditadura militar, será pauta da primeira rodada de eventos.

No dia 23 de agosto, será exibido o documentário “Hér-cules 56”, seguido de debate

com Cláudio Torres e Manoel Cyrillo, protagonistas do filme. Em 13 de setembro, após a exi-bição de “Cidadão Boilesen”, haverá um debate com impor-

tantes figuras da resistência à ditadura: Carlos Eugênio, Guiomar Lopes e Takao Amano. E no dia 27 de se-tembro, está prevista me-sa-redonda que examinará o significado, os limites e as possibilidades da atual Co-missão da Verdade e Justiça, criada e implementada pelo governo federal.

O STU convida toda a ca-tegoria a participar das ati-vidades. A única forma de agir conscientemente para que nunca mais se repita um dos períodos mais infames da História do Brasil é não esquecer o que foi vivido

por milhares de brasileiros que deram suas vidas para garantir as liberdades democráticas que temos hoje.

‘Unicamp Debate’ direito à memória, à verdade e à justiça

A pauta de reivindicações dos trabalhadores da

Funcamp é a nossa pauta

A redução do impacto da folha de pagamento é fruto

da política de desvalorização. Quantitativo de servidores

também encolheu

JORNAL DO STU É UMA PUBLICAÇÃO DOSINDICATO DOS TRABALHADORES DA UNICAMPRua Sérgio Buarque de Holanda, 800, Ciclo Básico I - Cidade Universitária Zeferino Vaz – Barão Geraldo, Campinas/SP - CEP: 13.081-970 – Caixa Postal 6167. Tel: (19) 3521-7412 / 3521-7147 / 3289-4242 / 3289-3502. Ramais: 17694 / 17147 / 17412. INTERNET: www.stu.org.brEMAIL: [email protected] FACEBOOK: stu.unicamp

DIRETORIA GESTÃO“Vamos à Luta!”Antônio (Toninho) AlvesPaulo GouveiaDiego AssisPatrícia LemosAna Márcia MoreiraGustavo HenriqueFelipe CardosoReginaldo Alves (Biroska)Danielle ConsolinoRosiani de SouzaRosana AranhaTatiane Moraes FariasMaria Edith de AlmeidaDanilo NegretiLuiz Gonzaga de Oliveira

Wilson KawaiAntônio Benedito (Santão)Evandro Marques (Salsicha)Fabrício RamosIuriatan (Iuri) MunizIvete dos SantosMichel PenaReginaldo CésarJamilson AlvesHenrique FariaDaniel Monte CardosoEraldo MarianoAntônio Prado (Bauru)Civaldo Gomes (Maradona)Eliana PalharesEdson Nogueira (Kung Fu) Jorgias Alves (Mike)

COORDENAÇÃO DE IMPRENSA:

IURIATAN MUNIZ (IURI), DANIELLE IwAMURA CONSOLINO, REGINALDO NASCIMENTO

(BIROSKA) E DIEGO ASSIS

IMPRESSÃO: FORMA CERTA SOLUÇõES GRáFICAS LTDA EDIÇÃO: LUCIANA ARAúJO TEXTOS: FERNANDA DE FREITAS, LUCIANA ARAúJO E RODRIGO CRUZ EDITORAÇÃO

ELETRôNICA: VINÍCIUS SOUZA E LEON CUNHA

TIRAGEM: 9.000 EXEMPLARES

EXPEDIENTE

"Para virar a página, antes é preciso lê-la"(Baltasar Garzón)

Montagem sobre a capa do livro Direito à Memória e à Verdade: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

27 de setembro - mesa-

redonda

"Significado, limites

e possibilidades

da Comissão da Verdade

e Justiça"

13 de setembro - exibição

do

documentário “Cidadão Boil

esen”

debate com Carlos Eugênio

Paz,

Guiomar Lopes e Takao Aman

o

23 de agosto - exibição

do

documentário “Hércules 5

6”

debate com Cláudio Torre

s e

Manoel Cyrillo

PARTICIPE

O direito do Brasi

l

à memória, à verda

de

e à justiça

João Cam

ilo

Dados: A

eplan/Unicam

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“Assim não dá, não dá não /Não vai dar meu irmão”

(Assim não dá, Cartola)

“Se o operário soubesse/ Reconhecer o valor que tem seu dia/ Por certo que valeria/ Duas vezes mais o seu salário”(O samba do operário, Cartola)

4 - Jornal do STU Jornal do STU - 5

Jornal do STU - Em linhas gerais, o que é o Plano de Metas elaborado pela reitoria da Unicamp?

Patrícia - O que sabemos até agora é que o Plano de Metas vem para complementar a avaliação de desempenho que já existe e que hoje é o único mecanismo que permite ao tra-balhador progredir na carreira. É assim des-de 2010: a partir da avaliação de desempenho você recebe uma nota e quem tem as maiores notas vai para o topo do ranking, ou seja, está apto a ganhar uma referência. O problema desse sistema é que a maioria dos critérios de avaliação são pouco objetivos. O mais objetivo é a pontualidade. Os demais, por se pautarem na questão do desempenho e da produtivida-de, são muito subjetivos e geralmente deixam o trabalhador nas mãos na chefia.

E como isso funcionaria? Como seria colo-cado em prática?

O mais provável é que não seja um parâme-tro para a progressão, e sim um pressuposto para a avaliação de desempenho. Se for as-sim, há duas possibilidades. Uma delas, mais simples, é que as metas se tornem um critério para que o funcionário participe do proces-so de avaliação. Ou seja, só entra no ranking quem atingir as metas. Outra possibilidade é que essas metas sejam um critério a mais de avaliação, ou seja, que correspondam a uma nota específica, como a da chefia, a da autoa-valiação ou a nota da equipe.

Considerando que os processos de trabalho no serviço público são distintos de uma em-presa privada, ao não terem como objetivo os lucros, o trabalho executado pelos téc-nico-administrativos na Unicamp pode ser enquadrado em um plano de metas?

Isso é uma coisa que toda a categoria tem questionado. Primeiro porque a maioria dos funcionários realiza um trabalho não mensurá-vel. E, segundo, porque esse serviço geralmente é parte de um processo burocrático maior. Você pode, por exemplo, colocar como meta na DAC emitir 50 mil diplomas em um mês, mas isso não depende dos funcionários da DAC, e sim de uma ampliação do número de vagas, condi-ções de estudo, ensino, contratação de docentes, construção de laboratórios, novos cursos etc. Ou seja, a meta na maioria dos casos é absurda, mesmo para um setor onde o trabalho pode ser mensurado, pois sabemos que esse plano não virá acompanhado de um investimento na ex-pansão da Universidade. Quanto à burocracia, a maioria dos processos com os quais lidamos passam por outras instâncias de deliberação (as diretorias de departamento, a congregação etc). É a dinâmica própria do serviço público. Como seria possível, então, aumentar a meta no ano seguinte sem aumentar a demanda, que por sua vez depende da expansão, que não é possível sem mais investimentos?

Qual o significado político do Plano de Metas?As metas consolidam a inversão dos valores

da administração pública. O objetivo passa a ser extrair mais produtividade do trabalhador - e até nisso levando em conta só critérios nu-méricos porque a produtividade do trabalho do servidor da Unicamp hoje já é bastante alta, não à toa estamos entre as melhores universi-

dades do país. Mas a preocupação da reitoria são só os rankings, ao invés de satisfazer as demandas da sociedade. Nas outras categorias do serviço público onde as metas foram ado-tadas, os resultados foram a intensificação do ritmo de trabalho, o enxugamento do quadro e grandes ameaças à estabilidade do servidor. Saímos prejudicados e não houve nenhuma melhora no atendimento à população. Basta ver o exemplo dos hospitais públicos geri-dos por Organizações Sociais (OSSs), onde a saúde continua sucateada, as filas continuam enormes e os trabalhadores são mais explora-dos do que já eram antes da privatização.

Longe se ser um critério mais objetivo que permita ao trabalhador ser reconhecido, valo-rizado e obter progressão, as metas vêm para aumentar a competição e o controle entre os trabalhadores no interior das equipes, e não levam em conta nem as nossas condições de trabalho, nem a qualidade do serviço. Para a reitoria Fernando Costa o que interessa é ga-rantir uma posição nos rankings internacio-nais à custa da precarização do nosso traba-lho. A Unicamp não é uma empresa privada, que precisa reduzir custos para garantir lucro anual. Entretanto a atual gestão da Universi-dade acredita que sim. Isso fica evidente quan-do a reitoria diz que tem várias reservas finan-ceiras, mas não tem orçamento fixo suficiente para a implantação de uma carreira decente ou para garantir a isonomia salarial.

Carreira

Direitos

“As metas vêm para aumentar a competição e o controle”, afirma diretora

Após a reitoria Fernando Costa divulgar os parâmetros de formulação

do novo Plano de Metas, que começa a ser implementado já neste

segundo semestre sem discussão com a categoria, o STU abriu uma

jornada de discussões sobre o tema. Foi realizado um seminário em

julho, novos debates estão previstos e também foi criado um grupo de

estudos sobre o tema no Conselho de Representantes. Nesta edição, o

Jornal do STU publica entrevista concedida ao jornalista Rodrigo Cruz

pela diretora do Sindicato e servidora do IFCH Patrícia Rocha, que fala

porque a categoria deve ser contra esse novo ataque. Patrícia já foi

funcionária da Diretoria Geral de Recursos Humanos.

Luciana Araújo

Desde o dia 19 de junho, quando acon-teceu a última reunião de discussão da pauta específica da campanha salarial des-te ano e a reitoria informou que manteria as retaliações aos grevistas de 2011 (sob a forma de descontos sobre as férias) as negociações estão paralisadas. A reitoria Fernando Costa simplesmente furtou-se a discutir os demais pontos da pauta.

A postura da administração ajudou a emperrar o debate sobre a isonomia sa-larial e de benefícios entre as três univer-sidades paulistas, além da revogação das punições a servidores (em decorrência das greves de 2010 e 2011) e estudantes. Esses dois pontos foram unilateralmente joga-dos pelo Conselho de Reitores (Cruesp)

para discussão interna às instituições, numa manobra para encobrir a falta de justificativas para o fato dos salários dos docentes serem iguais na USP, Unesp e Unicamp e os dos funcionários não. A Unicamp paga os piores salários entre as três universidades, abaixo inclusive do sa-lário mínimo do DIEESE.

Agora no mês de agosto tem início a campanha salarial dos trabalhadores da Funcamp, que o STU está ajudando a or-ganizar, como nos últimos anos. Os tra-balhadores cobram a extensão do auxílio alimentação pago aos funcionários con-tratados diretamente pela Universidade e a luta pela isonomia segue na pauta.

O STU convoca o conjunto da catego-ria a participar da mobilização da campa-nha salarial dos funcionários da Funcamp,

para fortalecer a luta pela equiparação sa-larial e de benefícios entre todos os tra-balhadores na Unicamp, ativos e aposen-tados.

O sindicato e as demais entidades do Fórum das Seis seguem cobrando regu-larmente do Cruesp a reabertura das ne-gociações da pauta unificada, que inclui, além da reposição das perdas salariais, a equiparação entre os pisos dos servidores técnico-administrativos; a equiparação do auxílio-alimentação, com sua incorpora-ção aos salários; liberdade de organização e manifestação dos movimentos; perma-nência estudantil; condições de trabalho e estudo; financiamento; reversão do pro-cesso de privatização dos hospitais uni-versitários; e paridade entre ativos e apo-sentados.

Intransigência da reitoria e do Cruesp paralisa negociações da campanha salarialSindicato e Fórum das Seis seguem cobrando negociação das reivindicações de servidores, docentes e estudantes * Campanha salarial dos trabalhadores da Funcamp também reivindica isonomia

O problema desse sistema é que a maioria dos critérios de avaliação são pouco objetivos

A produtividade do trabalho do servidor da Unicamp hoje já é bastante alta, não à toa

estamos entre as melhores universidades do país

Rodr

igo

Cru

z

Fernando de Freitas

Reunião de discussão da pauta específica, em 19 de junho.

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“A sorrir, eu pretendo levar a vida /Pois chorando /

Eu vi a mocidade Perdida”(A sorrir, Cartola)

“Pudesse um dia/ Juro faria/Do samba o maior herói”(Pudesse meu ideal, Cartola)

6 - Jornal do STU Jornal do STU - 7

Fernanda de Freitas

A saúde gratuita e de qualida-de sempre foi uma das bandeiras defendidas pelo STU. Mas o fato é que com o passar dos anos, os governos Federal e Estadual têm patrocinado o desmanche desse serviço público essencial com a terceirização, desvalorização do serviço e do servidor, e cortes de verbas, num completo desrespeito à população que paga os impostos em dia e não pode contar com o serviço quando necessita.

Na esteira do desmonte públi-co, o STU defende o Hospital do Servidor Público Estadual, o Hos-pital das Clínicas e o Centro de Saúde da Comunidade Unicamp (CECOM) como alternativas viá-veis de atendimento ao trabalha-dor da Unicamp e seus familiares.

O Instituto de Assistência Mé-dica ao Servidor Público Estadu-al (IAMSPE) tem uma rede de credenciados que inclui consul-tórios, clínicas e hospitais, além da rede própria - que é formada pelo Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) e 18 Centros de Assistência Médico-Ambulatorial (CEAMAS) espalhados pelo Es-tado de São Paulo, com unidade presente na cidade de Campinas.

Para utilizar a assistência mé-dico-hospitalar, o funcionário público estadual, o aposentado e seus beneficiários devem estar inscritos no cadastro IAMSPE e apresentar a Carteira de Identifi-cação IAMSPE.

Atendimento

Apesar das poucas unidades no Estado de São Paulo, o IAMSPE oferece uma rede de assistência de qualidade a custo bem abaixo dos valores cobrados pelos pla-nos de saúde privados. O servidor (ativo ou inativo) desconta para o IAMSPE 2% do total dos venci-mentos para cada beneficiário as-sistido. Isso quer dizer que os va-lores variam entre R$ 14,00 e R$ 240,00. Levantamento realizado pelo Departamento de Aposenta-dos e Assuntos de Aposentadoria do STU junto aos planos comer-

ciais encontrou mensalidades en-tre R$ 190,00 e R$ 943,00.

Em tempos de sucateamento da Saúde e da Educação, que impac-tam negativamente o atendimen-to e a qualidade dos serviços ofe-recidos à população, é importante manter-se assegurado quando o assunto é saúde, principalmente em idade avançada.

Com o envelhecimento, a pes-soa geralmente necessita de trata-mento preventivo e médico-hos-pitalar regularmente. Neste caso, é fundamental contar com um atendimento de qualidade por um preço compatível com a renda do aposentado.

Muitos funcionários aprovam o serviço oferecido pelo IAMSPE atestando que o atendimento é bom, rápido e barato. Para a fun-cionária do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCH) Joana

Bernadete de Campos, é um be-nefício viável. “Comecei a usar o IAMSPE há pouco mais de 15 anos apenas para conhecer. Na época eu tinha o convênio da Unimed e estava muito caro. E como eu tinha direito a usar o Ceama resolvi conhecê-lo. Ini-cialmente eu utilizava o convê-nio e inclui meu pai e minha mãe como dependentes, depois eu cancelei quando eles faleceram. Hoje meus três netos utilizam o convênio e para mim eles aten-dem bem”, conta ela.

Para Joana, que paga R$ 123,00 por mês para quatro pessoas, o IAMSPE é muito bom e atende as suas necessidades, “eles dão o encaminhamento de exames e a gente é atendido rapidinho. Mais rápido que o próprio CECOM da Unicamp, que demora muito para fazermos os exames. Você chega

no IAMSPE e no máximo em 15 dias faz o exame e dependendo da situação é atendido bem antes. O atendimento é bem simples e mais rápido, você liga e pronto, já consegue fazer”, explica.

O servidor que se aposenta per-manece automaticamente como usuário do plano e pode cancelar o benefício no IAMSPE a qual-quer momento, mas o desliga-mento é irreversível. Então pense bem antes de tomar sua decisão.

Aposentados Aposentados

IAMSPE: assistência a preços acessíveis Segue a polêmica com a reitoria sobre o auxílio-alimentaçãoDesligamento do serviço é irreversível, por isso Deptº de Aposentados orienta cautela no momento da decisão

Fernanda de Freitas

A reitoria da Unicamp man-teve-se intransigente contra a extensão do auxílio alimentação aos aposentados, ignorando esta reivindicação histórica. Há mais de três anos a administração pro-mete estudar formas para conce-der o auxílio a este segmento da categoria, mas nada de concreto foi apresentado. A desculpa ini-cial foi de que havia necessidade de analisar as possibilidades e va-lores. Depois, “era preciso saber como as demais universidades tratavam o caso e como a Procu-radoria Geral avalia a questão”.

Com a greve de 2011, os tra-balhadores da ativa conquistaram R$ 600,00 de auxílio-alimentação. Então, na data-base, o STU vol-

tou a cobrar que os aposentados fossem contemplados com esse valor. Novamente a reitoria des-conversou, alegou “problemas legais” para estender o benefício e chegou a afirmar que caberia ao STU apresentar uma solução para o impasse. O sindicato, por sua vez, propôs que a Unicamp atendesse as reivindicações eco-nômicas da comu-nidade universitária ao invés de comprar um terreno de R$ 150 milhões de um doa-dor de campanha do PSDB (partido pelo qual o ex-pró-reitor de Desenvolvimen-to Urbano, o Paulão, é candidato a vice na chapa de Jonas Doni-

zette). A gestão Fernando Costa/Paulão preferiu manter o negócio com o terreno e deixar os apo-sentados, estudantes, técnico-ad-ministrativos da ativa e docentes sem respostas.

A posição da reitoria é desres-peitosa com aqueles que contribuí-ram para que a universidade se tor-nasse essa conceituada instituição.

O STU discute com os apo-sentados que medidas podem ser tomadas para buscar equipara-ção. A paridade nos vencimentos e benefícios de ativos e aposen-tados é uma das lutas prioritárias do sindicato, tendo em vista que o custo de vida para os servidores aumenta muito na aposentadoria. Os baixos reajustes salariais e a perda de benefícios são os princi-pais fatores para a perda do poder aquisitivo desses servidores ao longo dos anos.

Faixa Etária

Bradesco Saúde SulAmérica Coopus Unimed Assimédica Iamspe

49 a 53 anos R$322,82 R$351,46 R$226,94 R$416,32 R$189,38 Desconto

de 2% do salário (varia

entre R$ 13,93 a

238,43)*

54 a 58 anos R$384,10 R$435,80 R$345,26 R$634,53 R$257,70

Mais de 59 anos R$676,78 R$847,59 R$525,28 R$942,52 R$339,56

Cotação em 06/07/12 para plano básico com enfermaria. * Média com base no menor e maior salários pagos na Unicamp.

Vem aí o 21º Congresso Nacional

dos Aposentados

Festa da Primavera será dia 21/9

Participe das reuniões do Departamento de

Aposentados

A coordenação do Depar-tamento dos Aposentados e Assuntos de Aposentadoria do STU está se organizando para participar do 21º Congresso Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, que deve ocorrer entre 8 e 11 de no-vembro deste ano, na Costa do Sauípe (Salvador/BA).

Entre os principais pontos a serem discutidos estão a mel-horia do atendimento na saúde pública e a garantia e ampliação dos benefícios da aposentadoria.

Durante o evento também acontece o Concurso Nacion-al Miss e Mister Terceira Idade, além de bailes e shows especiais. O Congresso é organizado pela Confederação Brasileira de Apo-sentados e Pensionistas (Cobap).

A Festa da Primavera dos Aposentados acontecerá no dia 21/09 (sexta-feira), das 14 às 18h, na Associação Campineira dos Funcionários Públicos (Rua José de Alencar, 795, Centro).

Os interessados devem en-trar em contato com o STU.

O Departamento de Aposen-tados e Assuntos de Aposenta-doria do STU tem reuniões toda quarta-feira, das 9 horas ao meio-dia, na sede do sindicato. Coordenadores: Edith, Toninho, Bauru, Mike, Gonzaga e Eraldo.Telefones: 3289-4242 / 3289-3502 / 3521-7412 / 3521-7147E-mail: [email protected]

Reajustes em 2012

Aposentados estatutários da Unicamp ............. 6,14%Aposentados celetistas da Unicamp (INSS) ...... 6,08%Cesta básica.................................................... 8,05%*Planos de saúde ............................................7,93%**Remédios.....................................................5,85%***Fontes: * Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) - acumulado entre maio/2011 a junho/2012). ** Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e *** Ministério da Saúde.

Cobrança da extensão do benefício aos servidores que dedicaram anos de suas vidas à construção do nível de excelência da Unicamp segue na pauta

Decisões judiciais reconhecem direito ao benefícioLuciana Araújo

Em dezembro de 2011, o juízo da 12ª Vara Cível de Goiânia condenou a Fundação dos Economiários Federais (Funcef S/A) a ressacir o auxílio ces-ta-alimentação a aposentados e pen-sionistas desde 13 de julho de 2004, com base no artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

Decisão proferida pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho Augusto César Leite de Carvalho, na subseção

1 da Seção de Dissídios Individuais, também assegurou o pagamento do benefício a um bancário aposenta-do. O magistrado baseou-se em duas súmulas do TST: a de número 51, que estabelece que “as cláusulas regula-mentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admiti-dos após a revogação ou alteração do regulamento” e a de número 241, que determina que “o vale para refeição, fornecido por força do contrato de tra-balho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para

todos os efeitos legais”.Em 2010, os desembargadores da

Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba também entenderam, por unanimidade, que a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) deveria in-corporar aos rendimentos de 14 apo-sentados o auxílio cesta-alimentação. A decisão também considerou o bene-fício como de natureza salarial.

Com informações do TJ-GO, da Escola Superior de Magistratura da Paraíba e do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá

O dia 13 de junho foi mar-cado por um passeio espe-cial para os aposentados da Unicamp que conheceram a cidade de Jacutinga, no sul de Minas Gerais. A viagem foi organizada pelo Depar-tamento de Aposentados e Assuntos de Aposentadoria do STU e acompanhada pela diretora do sindicato Maria Edith Almeida.

Foi um dia de confraterni-zação e muitas compras na capital nacional das malhas, numa iniciativa que agradou os aposentados. Outros pas-seios estão sendo programa-dos pelo Deptº de Aposen-tados, ainda sem data para acontecer.

Visita a Jacutinga inaugura série de passeiosEdinho

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Fernanda de Freitas

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Reunião de entrega da pauta específica, em 23 de maio.

Page 5: Jornal do nº 4/2012 - stu.org.br · PDF filetou 94,72% do orçamento anual. Em 2010 o percentual foi de 82%. Os dados evidenciam que a re-dução do impacto orçamentário da folha

“Disfarça e chora / Todo o pranto tem hora /E eu vejo seu pranto cair /No momento mais certo”(Disfarça e chora, Cartola)

8 - Jornal do STU

Luciana Araújo

Em março de 2012 acontece mais uma vez o anacrônico processo de indicação do reitor que dirigirá a Universidade entre 2013 e 2017. Na Unicamp, o reitor é escolhido pelo Governador do Estado a partir de uma lista tríplice elaborada pelo Con-selho Universitário depois de consul-ta simbólica à comunidade. E nem mesmo essa sondagem tem critérios democráticos. Os docentes têm peso de 3/5 e estudantes e funcionários representam apenas 1/5 cada no cál-culo do voto ponderado. Servidores e professores aposentados não podem votar, embora mantenham vínculo com a Universidade. E só podem con-

correr professores titulares do último nível da carreira docente (MS6). Esse sistema de castas explica os altos ín-dices de abstenção nas consultas. De acordo com a edição 423 do “Jornal da Unicamp”, em 2009, quando Fer-nando Costa foi indicado reitor pelo Governo do Estado, 91% dos alunos, 23% dos funcionários e 18% dos do-centes não participaram da consulta.

Em todo o país as instituições de ensino superior vêm abandonando o voto censitário na escolha de reitores. Levantamento realizado pela Univer-sidade de Brasília aponta que 37 das 54 universidades federais já adotam o modelo paritário. E uma pesquisa fei-ta pelo Jornal do STU constatou que em 14 das 37 universidades estaduais

do país a indicação do reitor também se dá por votação paritária entre os três segmentos das comunidades uni-versitárias.

O voto paritário constrange, por exemplo, que o governador de plan-

tão escolha quem bem entende na lis-ta tríplice - como aconteceu na última escolha do reitor da USP, quando o então governador José Serra (PSDB) nomeou o segundo colocado da lista, João Grandino Rodas.

Universidade

Eleições municipais

37 federais e 14 estaduais já adotam voto paritário para escolher reitor

Processo eleitoral traz à tona denúncias de irregularidades na gestão Fernando/Paulão

Unicamp está entre as instituições que mantêm critérios ultrapassados e excludentes de indicação da reitoria

Luciana Araújo

A Unicamp foi destaque na mí-dia nacional nas últimas semanas. Indícios diversos de irregularida-des receberam maior atenção dos veículos de comunicação devido à proximidade das eleições munici-pais e do fato de um dos concor-rentes ao Palácio dos Jequitibás ser o pró-reitor de Desenvolvi-mento Urbano licenciado, Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva (o Paulão, vice na chapa de Jonas Donizette).

O “Correio Popular” destacou que Paulão teve contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União quando dirigia a Funcamp, entre 1994 e 1996. O TCU julgou que houve aplicação de recursos fede-rais recebidos mediante convênios em títulos privados; apropriação da diferença entre a remuneração oferecida às aplicações lastrea-das em títulos privados e públi-cos; não recolhimento aos cofres dos órgãos concedentes de parte dos rendimentos de aplicação no mercado financeiro; e utilização

de parte dos rendimentos.As irregularidades foram consi-

deradas “insanáveis” pelo Minis-tério Público Eleitoral, que pediu a impugnação da candidatura. O Tribunal Regional Eleitoral im-pugnou Paulão no dia 02/08. Pela lei da Ficha Limpa, agentes pú-blicos cujas contas “relativas ao exercício de cargos ou funções públicas” foram rejeitadas são inelegíveis.

O jornal “O Estado de S. Pau-lo” divulgou que a Universidade prorrogou o contrato com a Del-ta Construções LTDA para obras do Pólo de Pesquisa e Tecnologia enquanto Paulão ainda comanda-va a PRDU. A Delta foi declarada inidônea pela Controladoria Ge-ral da União após as denúncias de envolvimento no esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

A compra da Fazenda Argen-tina, autorizada pelo Conselho Universitário, foi notícia por envolver os tucanos Paulão, que dirigiu a negociação em nome da Unicamp, e o corretor Fernando

Braga, ex-secretário do governo Alckmin. O fato do proprietário da área ser sócio de empresa do-adora de campanha do PSDB em 2010, também foi questionado.

Irregularidades em licitações

Pesquisa realizada pelo Jor-nal do STU verificou que Paulão também foi condenado, em agos-to de 2010, pelo juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas a ressarcir os cofres da Universi-dade. De acordo com a sentença, a empresa vencedora da concor-rência para explorar o serviço de alimentação na lanchonete da Fa-culdade de Ciências Médicas foi autorizada a realizar obras no es-paço e deduzir os gastos no valor do aluguel pago à Universidade. Para o juiz Mauro Iuji Fukumoto, “tal aditamento [autorizado por Paulão] constitui completa altera-ção do objeto da licitação, já que, em se tratando de obra pública, era necessária nova licitação, com a revogação da anterior. O adita-mento fere os princípios da vincu-

lação ao instrumento convocatório e da moralidade administrativa”. O processo aguarda julgamento do recurso impetrado pelos con-denados no Tribunal de Justiça.

Em janeiro de 2011 a Primeira Turma do Tribunal de Contas do Estado já havia julgado irregular o pregão presencial que levou à contratação da EB Alimentação Escolar Ltda para prestar servi-ços no Restaurante Universitario, Restaurante Administrativo, Ins-tituto de Filosofia e Ciências Hu-manas, Centro de Assistência In-tegral a Saúde da Mulher, Colégio Técnico e Programas Educativos. Paulão também foi a autoridade responsável pelo processo.

Relações perigosas entre o público e o privado

O STU acompanha e repercute estes fatos porque os questiona-mentos das autoridades fiscaliza-doras e da mídia às contratações de terceiros pela Universidade evidenciam os problemas desse modelo de gestão.

Blog Outubro Verm

elho

Ato unificado USP, Unesp e Unicamp, em 2009.