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Entrevista: Engenheiros Valter Fanini, Joel Krüger e Paulo Ferraz Páginas 5 a 9 Jornal do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná Ano 19. Número 106. Novembro e Dezembro de 2010 Pode ser aberto pelos Correios Diretores do Senge-PR avaliam as perspectivas e desafios para a próxima gestão do governo paranaense Em defesa do engenheiro Economista do Dieese no Senge-PR analisa os números da PNAD para traçar um perfil mercado de trabalho dos engenheiros Página 16 e 17 Notas sobre o mercado de trabalho dos engenheiros Em defesa do engenheiro Eventos realizados na sede e regionais do Senge-PR reuniram mais de mil convidados em comemoração ao Dia do Engenheiro Páginas 12 a 15 Jantar do Dia do Engenheiro: veja as fotos das confraternizações Desafios para o Paraná Artigo: Presidente do Senge-PR, Valter Fanini, sugere a reconstrução das instituições públicas, principalmente as ligadas aos investimentos públicos Páginas 3 e 4

Jornal do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná ... · revisão da curva sala- ... luta pelo reenquadramento salarial dos en- ... prazos deixaram de fazer parte das agendas

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O Engenheiro n.º 1062

www.senge-pr.org.br

Entrevista: Engenheiros Valter Fanini, Joel Krüger e Paulo Ferraz Páginas 5 a 9

Jornal do Sindicato dos Engenheiros no Estado do ParanáAno 19. Número 106. Novembro e Dezembro de 2010

Pode ser aberto pelos Correios

Diretores do Senge-PRavaliam as perspectivas

e desafios para apróxima gestão

do governoparanaense

Em defesa do engenheiro

Economista do Dieese no Senge-PR analisa osnúmeros da PNAD para traçar um perfil mercado detrabalho dos engenheiros Página 16 e 17

Notas sobre omercado detrabalho dosengenheiros

Em defesa do engenheiro

Eventos realizados na sede e regionais do Senge-PRreuniram mais de mil convidados em comemoraçãoao Dia do Engenheiro Páginas 12 a 15

Jantar do Diado Engenheiro:veja as fotos dasconfraternizações

Desafios parao Paraná

Artigo: Presidente do Senge-PR, Valter Fanini, sugere a reconstrução das instituições públicas, principalmente as ligadas aos investimentos públicos Páginas 3 e 4

3Novembro/ Dezembro de 2010

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SINDICATO DOS ENGENHEIROSNO ESTADO DO PARANÁ SENGE-PR

Diretor-PresidenteValter FANINIVice-PresidenteErnesto Galvão Ramos de CARVALHODiretor-SecretárioUlisses KANIAKDiretor-Secretário AdjuntoMarcos Valério de Freitas ANDERSENDiretor FinanceiroLÍdio Akio SASAKIDiretor Financeiro AdjuntoJorge Irineu DEMÉTRIO

DiretoresADRIANO Luiz Ceni Riesemberg, Antonio Cezar QuevedoGOULART, CLODOMIRO Onésimo da Silva, Décio José ZUFFO,EDISON Samways Junior, ERASMO Felix Benvenutti Filho,GERALDO Rocha de Barros, GISLENE Lessa, JOÃO GUILHERMEIansen Baptista, Joel KRUGER, José da Encarnação LEITÃO, LuizAntônio CALDANI, MARGIT Hauer, PAULO SIDNEI Carreiro Ferraz,ROLF Gustavo Meyer, ROSANA Scaramella, SANDRA CristinaLins dos Santos, WILSON Uhren

Sede Rua Marechal Deodoro, 630, 22.º andar.Centro Comercial Itália (CCI). CEP 80010-912Tel./fax: (41) 3224 7536. [email protected]

Diretores RegionaisRoberto Menezes MEIRELLES (Campo Mourão)HÉLIO Sabino Deitos (Cascavel)ROGÉRIO Diniz Siqueira (Foz do Iguaçu)ORLEY Jayr Lopes (Francisco Beltrão)WILSON Sachetin Marçal (Londrina)SAMIR Jorge (Maringá)RUDMAR Luiz Pereira dos Santos (Pato Branco)

Campo Mourão Avenida Capitão Índio Bandeira, 1400,sala 607, Centro, 87300-000. Tel./fax: (44) 3523 [email protected]

Cascavel Rua Paraná, 3056, sala 703, Centro, 85801-000. Tel./fax: (45) 3223 [email protected]

Foz do Iguaçu Rua Almirante Barroso, 1293,loja 9, Centro, 85851-010 Tel./fax: (45) 3574 [email protected]

Francisco Beltrão Rua Palmas, 1800, loja D, Centro,85601-650. Tel./fax: (46) 3523 [email protected]

Londrina Rua Senador Souza Naves, 282, sala 1001,Centro, 86010-170. Tel./fax: (43) 3324 [email protected]

Maringá Travessa Guilherme de Almeida, 36, cj.1304,Centro, 87013-150. Tel./fax: (44) 3227 [email protected]

Pato Branco Av. Tupi, 2715, Galeria Itacolomi, sala 6.Centro, 85505-000. Tel./fax: (46) 3025 [email protected]

Publicação bimestral do Sindicatodos Engenheiros no Estado do Paraná

Editor responsável Felipe A. Pasqualini (Reg. Prof. 3.804 PR)

Ilustrações e diagramação Alexsandro Teixeira Ribeiro

Fale conosco [email protected]

Artigos assinados são de responsabilidade dos autores.O Senge-PR permite a reprodução do conteúdo deste jornal,desde que a fonte seja citada.

Fotolitos/impressão Reproset Tiragem 12 mil exemplares

Filiado à Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros

Desafios para a engenharia no Paraná

Valter Fanini

Editorial4

Chegamos ao fim de mais umano com a sensação de devercumprido. Afinal, neste ano queo Senge-PR comemorou 75 anosde história, o Sindicato manteve-se firme na defesa dos interessesdos engenheiros, da engenhariae da sociedade paranaense comoum todo. Ao longo do ano,realizamos importantes debatescomo o Seminário Nacional deInvestimento Público, com a presença doeconomista Carlos Lessa, lançamos a Revistadas Privatizações e comemoramos nossojubileu com uma palestra sobre a conjunturaeconômica brasileira, ministrada pelojornalista Luis Nassif.Um ano que vai ficarmarcado na história doSenge-PR.

Além disso, parti-cipamos ativamentedas diversas cam-panhas salariais naSanepar, Copel, Itaipu,Cohapar, Lactec, entreoutras. Conseguimosimportantes vitórias,como a conquista darevisão da curva sala-rial nos níveis iniciaisdas carreiras dos en-genheiros da Copel,que a partir de janeiro de 2011, serão con-templados com reajustes de até 20%. Dessaforma, os engenheiros da empresa voltam areceber ao menos o piso mínimo profissionalgarantido pela Lei 4950-A/66, que estavasendo descumprindo nos últimos dois anos.Essa vitória nos dá força para continuar nossaluta pelo reenquadramento salarial dos en-genheiros do serviço público no Paraná, queapesar de todo o esforço realizado pelo Senge-PR ao longo de 2010, ainda continuam receben-do menos do que o piso mínimo profissional.

Também procuramos disponibilizar novosprodutos aos nossos associados e ampliamossignificativamente o leque de serviçosdisponíveis aos engenheiros filiados. Além dosconvênios já existentes, firmamos duas im-portantes parcerias na área de saúde, com a

Unimed Paraná, maior rede deassistência médica do país e coma OdontoPrev, referência na áreaodontológica. Os convêniosoferecem preços mais atrativos esão uma boa oportunidade para osengenheiros que não possuemplano de saúde ou para aqueles quejá possuem, mas que podem re-fazer os cálculos e refletir sobre apossibilidade de migração para o

plano firmado entre o Senge-PR e a Unimed.Em novembro, o Senge-PR recebeu pela

primeira vez o primeiro lugar na categoria“Responsabilidade Social e Administrativa”, doIII Prêmio Crea de Qualidade nas Organizações

Profissionais” (PCQ).Mais que uma premia-ção pelo desempenhoorganizacional das enti-dades de engenharialigadas ao Crea-PR, oPCQ já se tornou umareferência adotada pormuitas entidades para opromover melhorias emseus modelos orga-nizacionais. Por isso,essa conquista foi muitocomemorada, pois re-conhece nossa preocu-pação em contribuir comuma sociedade mais

justa e igualitária.Nesta edição O Engenheiro, apresen-

tamos alguns desafios para o novo governodo Paraná, que toma posse no próximo dia 1ºde janeiro de 2011. Alguns diretores do Senge-PR, especialistas em determinadas áreas, foramentrevistados e avaliaram o que é necessáriorealizar para que o Paraná retome seu rumode crescimento e resolva seus principaisgargalos logísticos. Em nossa avaliação, éfundamental que os órgãos de engenharia doEstado, que já foram referências nacionais,sejam devidamente reestruturados, tecni-camente e organizacionalmente.

Aproveito a oportunidade para desejar atodos os os engenheiros e profissionaisrepresentados pelo Senge-PR, um excelente anode 2011, com muitas conquistas e realizações.

“ Em nossaavaliação, é

fundamental que osórgãos de engenharia

do Paraná, que jáforam referênciasnacionais, sejam

devidamentereestruturados,tecnicamente e

organizacionalmente”

O Engenheiro n.º 1064

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Artigo4

Os desafios do novogoverno do ParanáO diretor presidente do Senge-PR, engenheiro civil Valter Fanini, faz sugestõesao novo governo do estado e sugere a reconstrução das instituições públicasque ao longo dos anos foram sendo desestruturadas, principalmente asligadas aos investimentos públicos

O Paraná não é uma ilha de prosperidadenem de desgraças dentro do estado brasileiro.Afinal, padecemos em menor ou maior graudos mesmos problemas que vivenciamoutros estados da federação, pois estamosinseridos dentro de um mesmo contextosocial e econômico.

Contexto ditado por um histórico deestagnação econômica vivido entre os anosde 1980 e 2005, que deixou profundasmarcas na sociedade e na economiabrasileira. Sua face mais visível se revelana degradação da educação e da saúdepública, na desordem urbanística, naviolência das grandes cidades brasileiras eno caos das infraestruturas de transporte.

A face invisível, mas não menosperversa desta história econômica recenteestá na expansão da divida pública da união,estados e municípios que somados chegama R$1,45 trilhão. Esta dívida é formadaquase exclusivamente pelo pagamento dejuros à um sistema financeiro que soubese apropriar das situações de fragilidadepelos quais passaram os governos eleitosdesde a década de 80.

O Governo do Estado do Paraná, queassume a partir de 1º de janeiro, tem pelafrente enormes desafios a seremsuperados, em menor ou maior grau, emtodas as áreas de sua administração.Herança de um período em que osgovernos limitaram-se a tratar de questõesemer-genciais, os investimentos públicosse reduziram a valores inexpressivos e oplanejamento de ações de médio e longoprazos deixaram de fazer parte dasagendas governamentais

Diante de tantos desafios, por ondecomeçar? Esta é a pergunta que o novogoverno do Estado do Paraná dever fazer.

Nós, do Sindicato dos Engenheiros temosuma recomendação a fazer: começar pelareconstrução das instituições públicas queao longo dos anos foram sendodesestruturadas, principalmente aquelasligadas aos investimentos públicos.

Dentro do contexto observado nasdécadas de 1980 e 1990 e no início doséculo XXI, o enfraquecimento daengenharia do setor público obedeceu umarelação direta de causa e efeito. A falta derecursos financeiros para investimentos

públicos reduziram a demanda porplanejamento e obras, levando à fragilizaçãodos setores da engenharia.

O caso do Paraná é ainda maisemblemático. Assistimos o enfraquecimentoe o desmantelamento de entidades que outroraforam referências nacionais e exemplo deentidades estruturadas técnica e organi-zacionalmente. Exemplo disso é o Depar-tamento de Estradas de Rodagem (DER-PR),que por muito tempo exerceu com eficiênciasua função de gestor da rede viária estadual.Foi também um centro de pesquisa e >>

desenvolvimento de tecnologias para o setorrodoviário, chegando a obter reconhecimentointernacional de organismos como o BancoInteramericano de Desenvolvimento (BID) eo do Banco Mundial (Bird) como entidademodelo em seu campo de atuação.

O caminho tomado com a privatizaçãodas rodovias no Paraná é um sintomarepresentativo deste processo. O novomodelo, que a princípio não representariaum malefício à sociedade paranaense,transformou-se em um transtorno àeconomia e aos cidadãos pela inoperânciadas entidades gestoras. Por absolutaincapacidade de administrar os contratos,o governo do Paraná deixou os interessesdas concessionárias prevalecerem mesmoem relação ao simples cumprimento doscontratos entre as partes.

Outro sintoma da fraqueza institucionalna gestão dos transportes do Paraná é aausência de uma política sustentada emum plano de transporte de carga epassageiros com visão de longo prazo ecom integração das modalidades. Ainexistência desse planejamento deixa osinvestimentos públicos para o setor sejamdecididos por opiniões exógenas que, namaioria das vezes, não representam ointeresse público do Paraná.

Entidades como a Coordenação daRegião Metropolitana de Curitiba (Comec),que capitaneava os investimentos públicosna Região Metropolitana de Curitiba (RMC)e era o centro de formulação das políticaspúblicas, hoje não tem qualquer expressãocomo entidade. Como consequência desseprocesso nefasto, assistimos diariamenteo impasse nas soluções dos problemascomuns dos municípios da RMC. Sãoemblemáticas as questões da coleta e

“ Assistimos oenfraquecimento e odesmantelamento deentidades que outrora

foram referênciasnacionais e exemplo deentidades estruturadas

tecnicamente eorganizacionalmente”

5Novembro/ Dezembro de 2010

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>>tratamento de resíduos sólidos e dotransporte público de passageiros. Por nãoterem sido tratadas pelo órgão metropolitano,não produziram até hoje soluções que sejampolítica, técnica e economicamente viáveis,transformando-se num campo de batalha dediversos interesses.

Questões fundamentais da RMC, comoo sistema viário metropolitano, a preservaçãodas áreas de mananciais, o equilíbrio e aredistribuição da riqueza econômica entremunicípios, a habitação de interesse social(que sem tratamento levarão a RMC a umverdadeiro caos urbano), aguardam a re-estruturação de um órgão capaz de assumirestes desafios, fundamental para umametrópole de três milhões de habitantes.

Em relação à manutenção e construçãode obras do governo do Paraná, temos aSecretaria de Estado de Obras Públicas(Seop). Atualmente é sustentada por uminsuficiente quadro de engenheiros, já emfinal de carreira, com grande risco dedescontinuidade na transferência deexperiência e tecnologias conquistada pelaSeop ao longo de seus anos de existência.

A Companhia de Habitação do Paraná(Cohapar), responsável pela nossa políticahabitacional, foi uma das poucas Cohabsdo Brasil a conseguir manter a produção demoradias após o fechamento do BancoNacional de Habitação (BNH). Com a criação

do Ministério das Cidades em 2003, foipioneira na busca e conquista de recursosfederais para a construção de habitaçõespopulares, abrindo caminho para os demaisestados. Hoje, sequer participa dos leilõesde recursos federais e está com muitasobras paralisadas e atrasadas.

O Instituto Paranaense de AssistênciaTécnica e Extensão Rural (Emater)responsável pela política de assistênciatécnica aos agricultores e por organizaras ações para o fortalecimento de cadeiasprodutivas sofre com a alteração efetuadaem sua personalidade jurídica. Foitransformado em uma autarquia estadual,com o objetivo exclusivo de resolver suaspendências trabalhistas. Tal situação geroudesequilíbrio funcional entre servidores queexercem papeis equivalentes, agravadopelo enquadramento da maioria de seusfuncionários num quadro de profissionaisceletistas em extinção, além da falta derenovação de seus quadros de engenheiros.

Outro aspecto que deve ser visto pelogoverno do estado para reconstruir a suacapacidade de investimento é o estabelecimentode um novo marco regulatório para as relaçõesentre o setor público e o setor privado na áreade engenharia, naquilo que diz respeito aosprocessos licitatórios e a formação dos preçosde referência para projetos e obras públicas.

Nos últimos anos, as normas comple-

mentares editadas pelo governo do estadotinham o objetivo de armar o governo do estadopara um confronto com a iniciativa privada,como se ali estivessem dois lutadores,decididos a travar um batalha, onde um doslados será perdedor. Mas sabemos que épossível estabelecer uma relação onde ointeresse público e o interesse privado sejampreservados.

Para isto, deve-se trabalhar na formulaçãode normas complementares às leis federais queregem a matéria de contratação de obras eserviços de engenharia para setor públicofundamentando-se mais na cooperação entreas partes do que na desconfiança. Além disso,reduzir os mecanismos puramente burocráticospor outros, alicerçados na transparência e nocontrole social dos processos, fundamentadosna informação e comunicação.

O sucesso na implementação de qualquerplano de governo dependerá fundamen-talmente da restruturação técnica eorganizacional de suas entidades deplanejamento e implantação. Boas intençõesmanifestadas por ocasião das eleições pelosgovernantes não se transformarão emrealizações governamentais mantida a atualfragilidade das entidades técnicas deengenharia. Além disso, corremos o sériorisco de nos transformarmos em retardatáriosno processo de investimentos públicos emrelação aos demais estados da federação.

Com objetivo de resolver pendência trabalhistas, a autarquização da Emater, votada em 2005, gerou descontentamento e outros problemas trabalhistas

Arquivo do Senge-PR

O Engenheiro n.º 1066

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Logística4

Muitos problemas,poucos engenheirosO diretor do Senge-PR e coordenador do curso de Engenharia Civil da PontifíciaUniversidade Católica do Paraná (PUCPR), Joel Krüger, avalia quais são os principaisproblemas logísticos do Paraná, que precisa de investimentos em todas as áreas,além da contratação de engenheiros para a execução dos projetos necessários

Senge-PR - Atualmente, o Paraná temmuitas estradas em más condições, nãoduplicadas e/ou inadequadas ao volume detráfego atual. É possível citar quais são asobras que o governo do Estado deve priorizarpara resolver os gargalos logísticos?

Krüger - Esta questão deve ser respondi-da em duas etapas. Primeiro: devemos resol-ver a questão de manutenção de nossas estra-das. Com isso vamos melhorar o nível de ser-viço tanto em conforto, redução do tempo deviagem e também de segurança. Isto é urgen-te. Em segundo lugar, no setor rodoviário te-mos a duplicação da BR-277 por exemplo,em especial concluir o trecho Cascavel-Fozdo Iguaçu, a duplicação da BR-116, por exem-plo no trecho Curitiba-Mandirituba, os aces-sos da BR-277 a Matinhos e Pontal do Paraná,duplicações na região de Maringá-CampoMourão e Cianorte-Paranavaí, com vários tre-chos com urgência de duplicação.

No setor aéreo precisamos resolver proble-mas em aeroportos existentes. Por exemplo, am-pliar o de Curitiba (pista, terminal de passageirose cargas, estacionamentos). Em Cascavel, cons-truir um aeroporto de cargas na região dos Cam-pos Gerais, garantir a operação dos aeroportosde Pato Branco e Francisco Beltrão. No setorportuário precisamos resolver questões deParanaguá como ampliação de cais, dragagem,construção de terminal de passageiros. Além dedefinir um novo porto no Litoral do Paraná(Pontal do Paraná - Porto do Mercosul). Nosetor ferroviário, ampliar a rede para Foz do Iguaçue Guaíra, construir novo trecho Ponta Grossa-Guarapuava e duplicar Curitiba-Paranaguá, alémdo contorno de Curitiba.

Senge-PR - O Paraná sofre o risco deum apagão logístico?

Krüger - Sim, temos muitos problemase o nível de investimentos para ampliação

e para manutenção é muito baixo.Senge-PR - O ex-governador Requião

prometeu acabar com os pedágios, mas naprática não conseguiu resultados efetivos,além de algumas ações judiciais que se ar-rastam nos tribunais. Existe alguma alter-nativa viável para equacionar essa questão?

Krüger - A questão central não é o pe-dágio em si, mas a questão dos valores co-brados em relação aos serviços e as obrasexecutadas. Este deve ser o ponto central.A construção efetiva de alternativas viáriassem pedágio também é interessante.

Senge-PR - Uma das propostas do go-vernador eleito Beto Richa é a criação doPrograma Estadual de Infraestrutura deTransporte e Logística para realizar deforma integrada e estruturante, os fluxose demandas dos modais rodoviário, ferro-viário, aeroviário, dutoviário, hidroviárioe portuário. Qual seria a maior dificulda-

de para implantação desse programa?Krüger - A execução de forma rápida de

um plano integrado de transportes e logística,viabilização de projetos executivos e logicamenterecursos. Além disso, a inteligência do poderpúblico estadual em termos de engenharia pre-cisa ser reavaliada, pois a questão da falta decontratações de engenheiros nos últimos anos,bem como salários baixos, prejudicam a exe-cução de um projeto deste porte.

Senge-PR - O que falta para o Paraná terum planejamento de setor de transporte quecontemple a diversas modalidades de formaintegrada e que oriente os investimentos a cur-to médio e longo prazos? Isto já foi tentado?

Krüger - Falta reestruturar os órgãosde planejamento do Estado, contratar en-genheiros, pagar melhores salários,viabilizar os meios para o planejamento.

Senge-PR - Quais são as obras deinfraestrutura fundamentais que Curitibanecessita para receber a Copa do Mundo?

Krüger - Aeroporto, sistemas viário (Av.das Torres, por exemplo), melhorias notransporte público, melhorias na engenha-ria de tráfego, pois os congestionamentosde Curitiba são insuportáveis. A Linha Ver-de já está congestionada, pois no lugar dastrincheiras necessárias, colocaram apenassemáforos. É necessário também concluira obra, nos trechos sul e norte. Além disso,saneamento (o Rio Belém é um exemplodeste problema) e segurança pública.

Senge-PR - A administração do Porto deParanaguá sofreu pesadas críticas durante ogoverno Requião. Como resolver os proble-mas de um terminal cuja ameaça de paralisa-ção pode gerar imensos prejuízos ao Estado?

Krüger - A gestão do Porto é um pro-blema de engenharia e deve ser resolvidopor engenheiros.

7Novembro/ Dezembro de 2010

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Ferrovias4

“A criação da Ferrosul não éum luxo”, afirma FerrazO Diretor do Senge-PR, engenheiro civil Paulo Sidnei Ferraz, especialista em transportes eaposentado da Rede Ferroviária Federal S/A (RFSSA), onde atuou por 26 anos, critica o veto dogovernador Orlando Pessuti a criação da Ferrosul e pede que o Paraná una todos os esforçospossíveis para conquistar recursos orçamentários para a solução dos gargalos de infraestrutura

Senge-PR - A ferrovia é o meio maisbarato para resolver o gargalo no setor decargas no Estado. Porém, demandasantigas do setor, como a ligação entreGuarapuava e a região de Ponta Grossanunca saem do papel. O que realmentefalta para a realização dessas obras?

Paulo - O projeto da varianteGuarapuava/Ipiranga (Ponta Grossa) éuma obra superada que não atende asnecessidades atuais da economia doParaná, embora muitos políticos tenhamdefendido esse traçado contando comalguma fatia do superfaturamento doscustos propostos no PAC. Tecnicamente,a solução para resolver o problema doescoamento das cargas da região oestesem prejudicar os fluxos do norte doParaná é a construção de uma nova linhada Ferroeste de Guarapuava direta paraParanaguá. No Governo Federal que sefinda, onde o Paraná teve representantesem Ministérios importantes e em órgãoschaves perdemos a grande chance degarantir recursos para a solução degargalos relevante da infraestrutura detransportes. Precisamos de uma grandemobilização cívica para que o Paranáfinalmente junte todas as forças econquiste os recursos orçamentários queo estado merece para deslanchar projetosimprescindíveis ao desenvolvimentoregional.

Senge-PR - O secretário dosTransportes do governo Pessuti, MarioStamm Junior, afirmou que o problemalogístico regional somente será solucionadocom um novo modelo ferroviário e aimplantação da Agência Reguladora deInfraestrutura do Paraná. Qual suaopinião a respeito dessa afirmação?

Paulo - São assuntos em discussãomas não são os mais relevantes e de açãoimediata que possam mudar o perfilcaótico das ferrovias em nosso estado.O Governo do Estado precisa ter pulsoforte cobrando uma fiscalização maisrigorosa da Agência Nacional deTransportes Terrestres (ANTT) sobre oscontratos de Concessão e Arrendamentodas Ferrovias e Rodovias exigindoinvestimentos reais que apresentemmelhorais nos sistemas revertendo àdegradação e dilapidação que vemocorrendo. Precisamos também correratrás do prejuízo e sensibilizar asautoridades federais na busca de recursospara dar continuidade ao plano deexpansão da Ferroeste para construçãode 1.000 km de linhas novas em regiõeshoje não atendidas por ferrovia e a novaligação direta Guarapuava/Paranaguá. Éimprescindível criar novas ligações porferrovia com os estados vizinhos assimcomo ao Paraguai criando uma malhaestratégica na região sul e em direção aoPacífico. A Secretaria de Fazenda doEstado precisa também criar umafiscalização sobre o transporte em vagões,semelhante à atuação sobre os caminhões,para verificação das cargas, volumes evalores declarados movimentados pelaferrovia que circulam livremente numafaixa transito livre.

Senge-PR - O governador OrlandoPessuti vetou o projeto de criação daFerrosul que promoveria a integraçãoferroviária do Paraná com Santa Catarina,Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul ejá tinha sido aprovado pela AssembleiaLegislativa de três estados. Qual a suaopinião sobre o veto?

“ O veto foi umapiada. O Executivo

do Paraná apresentaum projeto de lei e

depois de aprovado naAssembleia Legislativa

o Governadorveta alegando

inconstitucionalidade”

O Engenheiro n.º 1068

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Paulo - O veto foi uma piada. OExecutivo do Paraná apresenta um projetode lei e depois de aprovado na AssembleiaLegislativa o Governador veta alegandoinconstitucionalidade. Além disso, osoutros estados não entenderam assim eprosseguem com entusiasmo dandoseguimento a medidas para criação daFerrosul. Por trás desse recuo estão outrosinteresses. A última votação da AssembleiaLegislativa do Paraná garantindo aparticipação do Governo do Estado naFerrosul sinalizou que os deputadosestaduais irão derrubar esse vergonhosoveto. Talvez o pecado da Ferrosul sejatratar-se de um projeto audacioso pararesgatar os 50 anos de atraso nainfraestrutura ferroviária por inércia políticada região sul. Não é um luxo! Éimprescindível para atingirmos as metasdaquela proposta da ConsultoriaCanadense, contratada pelo Codesul em1999, que diagnosticou a necessidade depassarmos de 18% para 45% até 2020 comas principais cargas do estado rodandosobre trilhos garantindo o desenvolvimentoeconômico previsto para a região.

Senge-PR - Mesmo antes da escolhade Curitiba como uma das cidades sedesda Copa de 2014, já se falava naimplantação do metrô na cidade, no eixoNorte-Sul. O sr. acredita que existaalguma possibilidade do projeto seconcretizar até lá?

Paulo - No ritmo que as coisas vão epelas dificuldades apresentadas paraimplantação do metrô e veículos levessobre trilhos (VLTs) em Curitiba estamoscada vez mais atormentados com o trânsitoe vendo o tempo passar sem solução parao transporte de massa em nossa capital.Nossas vias estão saturadas. E a únicasolução que vemos é por mais ônibus efacilitar a circulação de automóveis.Precisamos quebra esse paradigma! Aténas cidades de Crato e Sobral, no estadodo Ceará, os VLTs já circulam. Maceiótambém está ganhando transporte porVLTs. Até 2014 teremos trechos de VLTsimplantados em mais de uma dezena decidades do Brasil. Lamentavelmente aquitem o lobby dos ônibus e um grupo detécnicos inimigos do trem que seassociaram não deixando evoluir osprojetos de transporte ferroviários emnosso estado. Enquanto isso os Metrôs deSão Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegrevão se expandindo e nós ficamos vendo abanda passar.

9Novembro/ Dezembro de 2010

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Fabiano - Observando o período de 2000a 2009, o Paraná destinou a investimentos omontante de R$ 6,452 bilhões. Por outro lado,neste mesmo período, o orçamento públicoconsumido para o pagamento de credoresfinanceiros, foi de R$ 12,637 bilhões emjuros, encargos e amortização da dívidapública do estado. Ou seja, quase o dobro dodestinado para investimentos (realização deobras, aquisição de material permanente,constituição ou aumento de capital deempresas industriais, etc). Em apenas umano (2006) o valor dos investimentos foimaior do que os encargos financeiros, R$1,325 bilhão contra R$ 1,103. Os recursosdestinados aos credores poderiam serutilizados para outras finalidades como saúde,educação, segurança, habitação,infraestrutura, etc. Não é a toa que em estudodivulgado recentemente em conjunto peloSenge-PR e o Dieese, o Paraná que ficou empraticamente todos os indicadores deinvestimento público localizado entre osúltimos colocados, mesmo quandocomparado a estados de perfil social eeconômico semelhante.

Senge-PR - O Paraná cumpre alegislação de destinar 12% da suaarrecadação para a saúde?

Fabiano - Nos últimos anos o Paranánão tem cumprido as normas estabelecidaspela emenda constitucional 29, que prevêque os estados devem destinar para saúde12% das suas receitas. No caso do Paraná,o governo tem utilizado artifícios parachegar no valor estipulado, acrescentandoa saúde gastos com programas sociais,como o leite das crianças e também gastoscom saneamento. Segundo dados doMinistério da Saúde, em 2009 foi investidoem saúde o percentual de apenas 9,76%.

Finanças4

Muita verba para juros,pouca para investimentosO economista da subseção do Dieese no Senge-PR, Fabiano Camargo analisa asituação financeira do Paraná, que ainda sofre com a privatização do Banestado egasta a maior parte do seu orçamento com o pagamento de juros e encargos daamortização da dívida pública do estado

Senge-PR - Até quando os paranensesterão que pagar as contas da venda doBanestado?

Fabiano - Durante a década de 90,muitas empresas estratégicas nacionaisforam privatizadas, pois, segundo os gover-nantes da época, a participação do estadona economia deveria ser reduzida, seguindoos postulados das doutrinas neoliberais. NoParaná, a situação não foi diferente, oBanestado foi vendido e se não fosse a lutado povo paranaense o mesmo teria ocorridocom a Copel. No caso do Banestado, aprivatização foi no mínimo estranha.Segundo informações divul-gadas pelogoverno do estado, o Paraná recebeu R$5,6 bilhões para sanear e vender o banco,mas até 2009 já haviam sido pagos R$ 7,9bilhões em dívidas e o saldo devedor eraainda de R$ 8,2 bilhões referentes aofinanciamento do Programa de Incentivo àRedução da Presença do Estado naAtividade Bancária (Proes) que tem vigênciaaté 2026. A operação foi muito lesiva aoscofres públicos do Paraná, beneficiandoapenas os agentes privados. Além de venderum ativo que tinha importante papel defomento na economia paranaense, o estadocontinuou pagando por esta venda. Isso semcontar os problemas de ordem econômica-financeira ocasionados pela venda do banco,pois muitos trabalhadores (aproximada-mente 8 mil) acabaram perdendo seusempregos e consequentemente seu sustento.

Senge-PR - Mesmo com o fim dopagamento da multa do Banestado, que eraaplicada pela União ao Paraná devido aodescumprimento do contrato relacionado àprivatização do banco, em 2000, membrosda nova equipe do governador eleito BetoRicha afirmaram que a situação das contas

do estado é preocupante. O Paraná corre orisco de “quebrar”?

Fabiano - Não vejo motivos parapreocupação, afinal as contas do governo estãosob controle, equilibradas, portanto, o futurogovernador não vai encontrar empecilhos parahonrar os compromissos estabelecidos. Paraeste ano, a expectativa é de um crescimentoacima de 10% da arrecadação do estado. Já

para 2011, o crescimento deve ficar próximo a10%. O cenário de crescimento econômicosustentado pelo mercado interno temcontribuído de forma significativa para aelevação de arrecadação por parte dosmunicípios, estados e união.

Senge-PR - O estado do Paraná temdestinado mais recursos para investimentos oupara pagamento de encargos da dívida pública?

“ Nos últimos anos oParaná não tem cumpridoas normas estabelecidas

pela emenda constitucional29, que prevê que os

estados devem destinarpara saúde 12% das suas

receitas. No caso doParaná, o governo temutilizado artifícios para

chegar no valor estipulado,acrescentando a saúdegastos com programas

sociais, como o leite dascrianças e também gastos

com saneamento”

O Engenheiro n.º 10610

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Regiões Metropolitanas4

É preciso implantar um novomodelo de gestão para asregiões metropolitanasO presidente do Senge, Valter Fanini, consultor técnico do Projeto de Lei do novomodelo de Gestão da RMC, afirma que é preciso um novo arranjo institucional de gestãometropolitana, feita por um órgão com instância decisória, consultiva e deliberativa

Senge-PR - Quais os principaisdesafios que as regiões metropolitanas dasprincipais cidades parananenses precisamsuperar para se desenvolver?

Fanini - As Regiões Metropolitanas deCuritiba, Londrina e Maringá abrigam juntas4,6 milhões de Habitantes, cerca de 44%da população paranaense, e sãoresponsáveis pela produção de 54% do PIBparanaense. Os principais desafios a seremvencidos por estas três metrópoles dizemrespeito a redução do enorme déficit eminfraestrutura, habitação e equipamentosurbanos, além de um encaminhamentodefinitivo para a gestão dos serviçospúblicos de interesse comum, marca-damente as questões de transporte públicode passageiros e a coleta e tratamento deresíduos sólidos.

Senge-PR - De que forma o governodo estado pode colaborar com a reduçãodesses déficits nas cidades?

Fanini - O governo do estado tem umimportante papel a cumprir diante dosdesafios a serem vencidos por suasregiões metropolitanas, tanto em relaçãoaos investimentos em infraestruturaquanto na gestão das chamadas funçõespúblicas de interesse comum de seusmunicípios. A responsabilidade dosEstados sobre a gestão metropolitana jáestava indicada na Carta Constitucionalde 1967 e foi confirmada pela constituiçãode 1988. No entanto o que assistimos nosúltimos 25 anos foi um completodesencontro entre a política do governodo estado para suas regiões metropo-litanas e as demandas sociais e eco-

nômicas advindas da concentraçãopopulacional que ali aconteceram.Enquanto cresciam as demandas sociaise econômicas das populações dasmetropolitanas os governos que sesucediam caminhavam em sentidocontrário, desativando as entidadesresponsáveis pelo planejamento eimplementação das políticas públicasvoltadas a solução das questões urbanasde suas metrópoles. O caso maisemblemático deste processo foi odesmonte do órgão metropolitano daRegião Metropolitana de Curitiba a Comec.Portanto o principal desafio a ser vencidopelo governo que se inicia é oferecer umnovo modelo de gestão para as suas regiõesmetropolitanas que contemple aparticipação do Estado, de seus municípiose da sociedade civil organizada, que sejasustentada por uma boa organizaçãotécnica capaz de dar suporte a formulaçãodas políticas públicas para o setor.

Senge-PR - Como conseguir recursospara a execução dessas obras?

Fanini - O cumprimento deste desafiose reveste de grande urgênciaconsiderando-se que, por um bom tempo,os recursos financeiros para investimentopermanecerão concentrados no governofederal. Com isso, seguirá a tendência decriação de programas setoriais deinvestimentos como o “PAC”, pelos quaistodos os entes federados competirão.Obviamente, conseguirão maisinvestimentos os estados que tiveremmelhores condições de planejamento,projetos e negociação.

AEN

Desocupação de área no Guarituba

11Novembro/ Dezembro de 2010

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Negociações4

Copel revisa a curva salarial evolta a pagar o piso mínimoDecisão homologada em 15 de dezembro foi uma grande vitória para os engenheirosda empresa. Ao longo deste ano, o Senge-PR e os engenheiros da Copel semobilizaram em prol de antigas reivindicações da categoria, principalmente emrelação ao pagamento do piso mínimo profissional

No último dia 15 de dezembro, ostrabalhadores da Copel receberam umaótima notícia, com a aprovação por parteda diretoria de um incremento nos níveisiniciais das carreiras de Junior, Pleno,Senior e Consultor. Dessa forma, a partirde de janeiro de 2011, mais de 420profissionais da empresa, incluindoengenheiros, geólogos e arquitetos,serão contemplados comreajustes de até 20% parareadequação a essas faixas.

Para conquistar oreajuste salarial, foi precisomuita luta. Ao longo desteano, o Senge-PR e osengenheiros da Copel semobilizaram em diver-sas frentes em prol deantigas reivindicaçõesda categoria, princi-palmente em relação aopagamento do piso mí-nimo profissional garan-tido pela Lei 4950-A/66 eque estava sendo descum-prindo nos últimos 2 anospela empresa.

Em junho, o diretor-pre-sidente do Senge-PR, Valter Fanini eo Diretor Secretário, Ulisses Kaniak,realizaram uma audiência com o governadordo Estado, Orlando Pessuti. Na ocasião, foirelatado ao governador que algumasempresas públicas do Estado não pagavamo piso mínimo, caso por exemplo da Copel.Pessuti, que é médico veterinário, categoriaabrangida pela mesma lei do pisoprofissional, mostrou-se sensibilizado coma questão e solicitou à direção da empresaque a situação dos engenheiros fosse revista.

as discussões, o então presidente daempresa, Ronald Ravedutti, firmou ocompromisso de discutir a nova modelaçãoda curva salarial profissional até o final

deste ano - cláusula inclusa no ACT.Em novembro foi iniciado o trabalho

da Comissão de Engenheiros para aNegociação da Curva Salarial, formadapelos engenheiros Emerson Pepplow,Herbert Correa Dias, Leandro José

Grassmann, Luiz Iurkiewiecz e UlissesKaniak, que trabalhou em conjunto

com a Superintendência deRecursos Humanos (SRH) da

Copel e o aval da diretoria daempresa. Paralelamente, o

Senge-PR produziu ma-teriais específicos para acampanha “EngenheiroCopel - Profissional deValor” que foram dis-tribuídos aos engenhei-ros (adesivos, porta-crachá e camisetas).

No início de de-zembro, a comissão se

reuniu com os repre-sentantes da SRH e

apresentou propostas decurva salarial com di-

versos cenários que con-templavam a categoria como

um todo.O Senge-PR agradece pelo

empenho de todos os envolvidos nanegociação, ao Governador do Estado,Orlando Pessuti, ao ex-presidente RonaldRavedutti in memoriam, a toda atualDiretoria e à SRH, pelo reconhecimentoao valor dos profissionais de engenharia.Mas, principalmente, agradece aosengenheiros, geólogos e arquitetos que semobilizaram e acreditaram que, com aunião de todos, é possível ter força paraalcançar os objetivos.

Os meses de setembro e outubro forammarcados pela negociação do AcordoColetivo de Trabalho. Na negociação doSenge-PR e dos demais sindicatos doColetivo Sindical dos Empregados daCopel, foram discutidos os 46 itens da pautade reivindicação dos copelianos. Durante

O Engenheiro n.º 10612

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Opinião4

Brasil de sempreO engenheiro eletricista Luiz Carlos Correa Soares, ex-presidente do Senge-PR eda Fisenge, faz uma análise realista sobre o Brasil, que apesar de ter conquistadopequenos avanços e reduzido algumas injustiças, continua sem realizar as reformasnecessárias em setores fundamentais como educação, saúde, habitação.

F e r n a n d oHenrique Car-doso, o pessoal-mente afortuna-do ex-presiden-te do nosso so-cialmente desa-fortunado Brasil,em uma das su-as muitas e inu-

sitadas tentativas de frases de efeito, diziaque o Brasil não é um país subdesenvolvido,é apenas injusto.

De fato, temos uma economia dinâmicae, ao mesmo tempo, somos um paíssocialmente tão fraturado e injusto. Por quê?Estudiosos como a economista, Professorado Departamento de Economia da UFPE,Tânia Bacelar têm reduzido a resposta aquatro explicações, com as quais estouplenamente de acordo. E as tomo comofundamentos para o inicio desta prosa.

A primeira é a concentração da riqueza e adificuldade de acesso aos bens de produção,porque temos uma longa história deconcentração de renda e de dificuldade de acessoà produção por parte da população em geral. Operfil produtivo sempre teve a marca daconcentração e o nosso padrão de oligopo-lização é um dos mais fortes do mundo, desdeos bens mais simples aos mais complexos.

A segunda é a orientação da produção,isto é, o fato da produção ser dirigida paradois grandes mercados, prioritários: o daselites e o externo.

Terceira, o papel do Estado brasileiro, quesempre foi patrocinador da orientação dodesenvolvimento para as elites, sem atuar nacontraposição das tendências elitistas naturaisdas economias de mercado. Sempre esteve aserviço da acumulação privada, inclusivequando estatizava, porque sempre teve em vistaa ampliação de facilidades para a acumulaçãodo capital privado. Nas poucas vezes em queoptou por ser um Estado desenvolvimentista,

foi sempre conservador ao invés de um Estadodesenvolvimentista transformador. E nuncapriorizou a democratização da educação, nãofez a reforma agrária nem outras reformasestruturantes.

A quarta explicação é a mentalidade da elitebrasileira, que não tem apenas o sentidoeconômico. Também é cultural e ideológica,porque somos herdeiros de quatro séculos deescravidão e apenas pouco mais de um séculode “libertação”.

Aqui, libertação vai entre aspas porquecontinuam persistindo processos de dominaçãoe exploração capitalistas, às vezes diferenciados,mas tão cruéis quanto os de antigamente. Dequalquer modo, são mais de cinco séculos deuma história nada bonita nem louvável, sob essesaspectos. É verdade que em alguns períodosforam obtidos alguns avanços e melhorias,porém sempre breves e inconsistentes, ou seja,logo a seguir reduzidos e/ou anulados.

Será esta também a história da próximadécada? É difícil afirmar, mas os indícios nãosão animadores, tendo em vista que as razõesdas fraturas e injustiças sociais e econômicasnão foram removidas. Sob alguns aspectoshouve avanços, mas foi mantida a maioria das

dificuldades e algumas foram até agregadasde novas condições de ampliação dos padrõeshistóricos, acima destacados.

Por exemplo, não foram feitas reformasnem transformações profundas em setores etemas fundamentais: a distribuição de renda, aquestão agrária, a educação, a saúde, ahabitação, a mobilidade urbana e territorial, aecologia, a política, a economia, as finançasdo Estado. Para algumas situações, apenaspaliativos tópicos, com o sentido de analgésicospara doenças graves.

Para o não enfrentamento desses desafiossão alegadas muitas e variadas razões pífias,inconsistentes e insustentáveis em suasessências. É que, historicamente, asverdadeiras razões têm sido, tão somente, apreservação de interesses das elites e a falta devontade política e de coragem para mudar ostatus quo. Exemplos: o Brasil necessita deaporte de recursos externos para sedesenvolver (mas os recursos “saintes” sãomaiores do que os “entrantes”); os juros altossão necessários para controlar a inflação (masestá provado que existem outros mecanismosde controle de inflação mais eficazes e baratos,porém não transferem riqueza nacional pararentistas e especuladores...); a preservaçãoecológica e dos recursos naturais éincompatível com o desenvolvimentismo (qualdesenvolvimentismo, a quem se destina,quanto custa, como deve se dar?); o superávitprimário e as reservas cambiais sãoindispensáveis (serão, mesmo? e qual o custoeconômico e social disso?). E tantas outrasmistificações e mitos ou falsos paradigmas,cuja efetividade pífia convence apenas osincautos, os aderentes, os interesseiros, osinteressados ou os informados apenas pelagrande mídia ideologizada e tendenciosa oupor espaços mal intencionados da Internet.

Por isso, o Brasil do futuro tem muitas ereais perspectivas para continuar sendo o Brasilde sempre. Ou, como se diz por aí: “apenas omais do mesmo”! A conferir.

“ Não foram feitasreformas nem

transformações profundasem setores e temas

fundamentais: a distribuiçãode renda, a questão agrária,

a educação, a saúde, ahabitação, a mobilidadeurbana e territorial, aecologia, a política, aeconomia, as finanças

do Estado”

13Novembro/ Dezembro de 2010

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Dia do Engenheiro4

Jantar do Dia do Engenheiroreúne mais de 600 em CuritibaEvento de encerramento das comemorações dos 75 anos do Senge-PR emCuritiba foi bastante prestigiado pelos associados que puderam reencontrarcolegas engenheiros e confraternizar com familiares

O Senge-PR realizou no dia 10 de de-zembro o jantar em homenagem ao Diado Engenheiro, comemorado em todo opaís no dia 11. O evento, realizado noCapri Eventos, no bairro Ecoville, reuniumais de 600 pessoas, entre associados,familiares e convidados do Senge-PR eencerrou o ciclo de comemoração aos 75anos do Sindicato, fundado em 6 de abrilde 1935, sendo, portanto, o segundo sin-dicato de engenheiros mais antigo do país.

No evento, o Sindicato realizou a tradi-cional entrega de certificados e canetas per-

sonalizadas aos associados remidos, porter cumprido suas obrigações estatutáriase participação comprometida com a defe-sa das causas dos engenheiros e da cida-dania paranaense. Neste ano, foram remi-dos mais de 40 engenheiros.

Além da entrega dos certificados, oSenge-PR sorteou três netbooks e novepen drives entre os engenheiros presen-tes. No evento, também foi exibido ovídeo institucional que conta a história dosindicato. Quem tiver interesse em assis-tir ao vídeo institucional, é só acessar o

site do Sindicato em www.senge-pr.org.br, e clicar no campo “vídeos”, nomenu à esquerda da página.

Em seu discurso, o diretor presidentedo Senge-PR, engenheiro civil ValterFanini, destacou a importância do Senge-PR para a defesa de todos os paranaenses.“Ao longo dos seus 75 anos de história, oSenge-PR participou de muitas lutas econquistas, defendendo não apenas o in-teresse de seus representados, mas dasociedade parananense em geral”, ressal-tou Fanini.

Jantar em comemoração ao Dia do Engenheiro reuniu mais de 600 associados, familiares e amigos do Senge-PR

Fotos: Guilherme Pupo

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A confraternização contou com banda ao vivo Valter Fanini e o presidente da Fisenge, Carlos Roberto Bittencourt

Convidados premiados com o pendrive personalizado do Senge-PR

Presidente do Senge-PR, Valter Fanini, e remidos de 2010

Presidente Valter Fanini: “o Senge-PR tem 75 anos de lutas pelo engenheiro” Sorteado, o engenheiro da Emater, Antonio Celso Souza, ganhou um netbook

Valter Fanini e Ulisses Kaniak entregam um netbook a Sérgio R. Machado

Faustino Lauro Corso, do Instituto das Águas do Paraná, foi sorteado e ganhou um netbook

15Novembro/ Dezembro de 2010

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Dia do Engenheiro4

Regionais do Senge-PR realizamjantar de confraternizaçãoAs regionais do Senge-PR reuniram engenheiros, familiares e amigos em confraterniza-ção do Dia do Engenheiro e encerramento das comemorações aos 75 anos do Sindica-to. Em Pato Branco, Sindicato presta homenagem póstuma ao ex-diretor da regional,Carlos Scipioni

Foz do Iguaçu

Pato Branco

A regional do Senge-PR em Foz do Iguaçu realizou no dia10 de dezembro o jantar de confraternização emcomemoraçao ao Dia do Engenheiro. No evento, realiza-do no Ipê Clube, foram sorteados entre os convidadosuma coleçao de livros, pendrives e um netbook.

Na regional de Pato Branco, o jantarde confraternização e comemoraçãoaos 75 anos do Senge-PR e ao Dia doEngenheiro foi realizado no dia 11 dedezembro, no restaurante Bela Casa.No evento, que reuniu associados,familiares e amigos do Sindicato, foirealizada a homenagem póstuma aoex-diretor da regional, o engenheiroagrônomo Carlos Scipioni, falecido nodia 6 de julho, vítima de enfarte agudo.Scipioni também atuava como diretor-adjunto do Crea-PR e como presidenteda Associação dos EngenheirosAgrônomos de Pato Branco. Em nomedo Senge-PR, o atual diretor daregional, Rudmar Luiz Pereira dosSantos, entregou à viúva de Scipioni, Alda Callegari Scipioni, e aos filhos Juliano e Gustavo Callegari Scipioni umaplaca em homenagem ao ex-diretor, que sempre lutou com convicção e coragem pelos interesses dos engenheiros eda engenharia no Paraná.

O Engenheiro n.º 10616

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A regional do Senge-PR em Campo Mourão realizou nodia 3 um jantar de confraternização com engenheiros daregião. O evento foi realizado no Buffet Daimaru, emGoioerê, e reuniu cerca de 50 convidados, entreengenheiros filiados ao Senge-PR e representantes desindicatos e associações.

A regional do Senge-PR em Maringá realizou no dia 2 o jantarde confraternização, no Buffet Della Rè e reuniu aproximada-mente 160 convidados. Os vereadores Mario Verri eHumberto Henrique e o gerente do Crea-PR em Maringá,Edgar Tsuzuki, também prestigiaram a comemoração.Durante o jantar, o engenheiro Sérgio Lauer Amaral Camargo,foi homenageado com o certificado de Associado Remido.

Campo Mourão

Maringá

Londrina

Cascavel

Em Londrina, a regional do Sindicato realizou o jantarno Rancho Grill, e reuniu mais de 40 pessoas, dentreassociados e acompanhantes, no dia 10 de dezembroem comemoração aos 75 anos da entidade e ao Dia doEngenheiro. Foram sorteados pendrives e um netbook.

Em Cascavel, a regional realizou o jantar no dia 10 dedezembro, em parceria com a Associação dosEngenheiros e Arquitetos de Cascavel (AEAC). Oevento reuniu cerda de 50 pessoas, dentre associados,familiares e amigos do Sindicato.

17Novembro/ Dezembro de 2010

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Artigo4

Notas sobre o mercado detrabalho dos engenheirosO economista Fabiano Camargo, da subseção do Dieese no Senge-PR, analisa osnúmeros da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE para traçar umperfil mercado de trabalho formal e informal dos profissionais de engenharia

Recentementefoi divulgada pe-lo Instituto Bra-sileiro de Geo-grafia e Estatís-tica (IBGE), aPesquisa Nacio-nal por Amostrade Domicílio(PNAD), com in-

formações referentes ao ano de 2009. APNAD, é uma valiosa fonte de dados,fornecendo informações sobre educação,moradia, rendimentos, migração, saúde,segurança alimentar, entre outros.

Com base nos dados da pesquisa doIBGE, foi possível também obter in-formações sobre o mercado de trabalhoformal e informal dos profissionais deengenharia. Os dados foram extraídos dosmicro-dados da PNAD, pelo Núcleo deProdução de Informação (NPI) doDepartamento Intersindical de Estatística eEstudos Socioeconômicos (DIEESE) parao período entre 2004 e 2009.

Pelos dados tabulados em 2004, existiam313 mil engenheiros no Brasil, passando para422 mil em 2009. Um crescimento

percentual de 34,93% e de 109 mil emtermos absolutos das ocupações.

Do total de 422 mil engenheiros em 2009,57,88% (244,4 mil) eram empregados comcarteira de trabalho assinada, 11,24% (47,5mil) eram funcionários públicos estatutários,e 7,16% (30,2 mil) eram outros empregadossem carteira de trabalho assi-nada, sendo quea soma destas três categorias representam ototal de assalariados, ou seja, 76,27% (322mil). Do total dos assalariados, 69,11%apresentavam vínculo formal e 7,16%vínculo informal. Por outro lado, 23,73% ou100 mil, estavam distribuídos da seguintemaneira: conta própria (19,39%),empregadores (3,97%) e não remunerados(0,37%). A exemplo do que vem ocorrendono mercado de trabalho brasileiro em geral,observamos também no caso dos engenheirosum avanço expressivo nas ocupações formais,com destaque para empregado com carteirade trabalho assinada e funcionário públicoestatutário, que responderam por 84,16% ou92 mil das ocupações criadas no período.

O Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada (IPEA), estima que em 2008, haviamno país, aproximadamente 750 mil pessoascom formação em engenharia. Segundo

informações do sistema Confea/Crea, haviamem seus registros, cerca de 765 milengenheiros cadastrados em 2009. Logo,podemos estimular que existam no país entre327,7 mil e 342 mil engenheiros, emocupações não típicas da engenharia oumesmo desempregados, Portanto, umpercentual de aproximadamente 45% dosengenheiros está fora do mercado de trabalhoformal e informal da engenharia. Uma parceladeste contingente de profissionais que nãoestá exercendo sua real ocupação, foi“expulsa” do mercado em função do cenárioeconômico desfavorável das últimas décadas:baixo crescimento econômico somado àspolíticas trabalhistas das empresas, baixossalários, elevado nível de exigência e muitasdas vezes não oferecendo aos trabalhadoresas condições necessárias para exercício desua profissão.

Considerando que no período de 2005a 2009, formaram-se nos cursos deengenharia 142 mil pessoas, com base nosdados do Censo da Educação Superior -os dados referentes a 2009, ainda nãoforam divulgados pelo Instituto Nacionalde Estudos e Pesquisas EducacionaisAnísio Teixeira (INEP) - podemos notar que

Evolução do número de engenheiros no mercado detrabalho formal e informal - Brasil (2004/09)

Ocupação 2004 2009 Variação - 2004/09

Empregado com carteira de trabalho assinadaFuncionário público estatutárioOutro empregado sem carteira de trabalho assinadaConta própriaEmpregadorNão-remuneradoTotal

175.31824.55230.03770.52712.257310313.001

56,017,849,6022,533,920,10100,00

244.43647.45630.22381.90316.7721.549422.339

57,8811,247,1619,393,970,37100,00

39,4293,290,6216,1336,84399,6834,93

69.11822.90418611.3764.5151.239109.338

Ocupação Part. (%) Ocupação Part. (%) Relativa Absoluta

Fonte: PNAD/IBGE Elaboração: Dieese/Subseção Senge-PR

O Engenheiro n.º 10618

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o número de ocupações geradas no mercadode trabalho formal e também informal, foimenor do que a quantidade de pessoas quese formaram em cursos nas áreas deengenharia. Ou seja, fazendo o cruzamentodos dados, torna-se mais coerente afirmarque está ocorrendo um déficit de vagas paraengenheiros num montante de 33 mil. Valeressaltar, que se em 2009 se formaram 35mil pessoas em engenharia – ou seja, a médiade concluintes de 2005 a 2008 – o déficitsubiria para 68 mil, e não um déficit deprofissionais no mercado. Neste período(2005 a 2008), notamos, que em dois dosquatro anos analisados, o número deconcluintes foi superior ao total deocupações criadas e em também em doisanos ocorreu o inverso. Em 2006, nota-seuma expressiva elevação no número deocupações criadas, totalizando quase 80 mil.Já em 2007, verifica-se uma quedasignificativa nas ocupações. E em 2009, emfunção dos impactos da crise econômicasobre o país, houve uma redução do ritmode criação de ocupações para os engenheiros.

Analisando estes números, não há comoafirmar categoricamente que o país sofreou vá sofer uma carência crônica deengenheiros. Pelo contrário, o queobservamos é que faltam ocupações paraos engenheiros. O que ocorre, é que emalgumas áreas específicas existe a falta deengenheiros, assim como é visto em outrascategorias e em outros setores de atividadeeconômica, em função do elevado ritmo decrescimento econômico observado no Brasilno período recente, quando o país tem batidorecordes na geração de postos de trabalho.

Mas observando o mercado de trabalhode forma ampla, vemos que no períodorecente os trabalhadores brasileiros têmconseguido muitas conquistas, tais como:

avanço no emprego formal, negociaçõescoletivas com obtenção de ganhos reais,política de valorização do salário minimonacional e queda nas taxas de desemprego.De janeiro a outubro de 2010, foram gerados2,4 milhões de postos de trabalho formais,ritmo que deve se desacelerar em dezembro,em função de fatores sazonais. Assim, nãoserá permitido que a geração de vagas atinjaa marca de 2,5 milhões. Mesmo assim, o

Número de concluintes no ensino superior e ocupações geradasno mercado de trabalho formal e informal - Brasil (2004/09)

Período

200420052006200720082009Acumul. 2005/09Var. (%) 2005/09

Fonte: PNAD/IBGE Elaboração: Dieese/Subseção Senge-PR

--24.65444.180-78.3017.407--32.534-

Vagas Geradas(-) Concluintes

Ensino Superior Mercado de Trabalho Saldo

-11,8612,936,762,76--23,89

Var. (%)

27.73131.01935.02937.39638.428-141.872-

Concluintes

-2,0324,80-10,2612,814,67-28,91

Var. (%)

-6.36579.209-40.90545.83518.834109.338-

OcupaçõesGeradas

313.001319.366398.575357.670403.505422.339--

Engenheiros

ano de 2010 baterá o recorde anual da criaçãode empregos formais. No estado do Paraná,o cenário também é positivo. Nos dezprimeiros meses do ano foram criados 164mil empregos formais.

Já para 2011 o mercado de trabalhocontinuará aquecido, porém em um ritmomenor do que o deste ano em função daredução do ritmo de crescimento daeconomia. Mesmo assim, continuaremoscrescendo em um ritmo razoável, situadoentre 4,5% e 5,5% nos próximos anos. Para2010 estimativas apontam que ocrescimento do PIB se situará no intervaloentre 7,5% e 8%. A perspectiva é que nospróximos anos setores como o daconstrução civil e infraestrutura sejam ossetores mais dinâmicos na criação de novospostos de trabalho, favorecendo todos ostrabalhadores, em especial os engenheiros,em função da exploração do Pré-Sal, doprograma Minha Casa Minha Vida, doPrograma de Aceleração do Crescimento(PAC) e também em função dosinvestimentos necessários para realização daCopa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil.

Nos dez primeiros meses do ano foram criados 164 mil empregos formais no Paraná

Banco de imagem

19Novembro/ Dezembro de 2010

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Cidadania4

Senge entrega assinaturasdo “Paraná que Queremos”à Gazeta do Povo“Barraca da Cidadania”, instalada no calçadão da Rua XV de Novembro em Curitiba,ajudou a mobilizar a população paranaense contra as irregularidades da AssembleiaLegislativa do Paraná. Ao todo, mais de 3 mil assinaturas foram recolhidas

O grupo de sindicatos instalou no dia 22de setembro no calcadão da Rua XV deNovembro, em Curitiba, a “Barraca daCidadania”. A ação foi encerrada dia 29 deoutubro. Além de arrecadar assinaturas parao movimento “O Paraná Que Queremos”, aBarraca da Cidadania também arrecadouassinaturas para o abaixo-assinado promovidopelo Fórum Popular Contra o Pedágio,organização suprapartidária de defesa dacidadania e dos direitos constitucionais deliberdade e ir e vir. O Fórum pretende coletar1,6 milhões de assinaturas para que o projetode lei de iniciativa popular seja encaminhadoao Congresso Nacional.

O diretor-presidente do Senge-PR, ValterFanini, esteve no dia 1.° de dezembro naredação do jornal Gazeta do Povo paraentregar ao vice-presidente do GrupoParanaense de Comunicação (GRPCom),Guilherme Döring Cunha Pereira, asassinaturas recolhidas pela “Barraca daCidadania”. A ação, que arrecadouaproximadamente duas mil assinaturas emapoio ao movimento “O Paraná que Quere-mos”, foi realizada pelo Senge-PR em conjuntocom o Sindicato dos Administradores doParaná (Sinaep), o Sindicato dos Economistasdo Paraná (Sindecon-PR) e o Sindicato dosMédicos Veterinários do Paraná (Sindivet).

Durante o encontro, Fanini destacou aimportância do movimento liderado pelojornal Gazeta do Povo e pela RPC TV ecumprimentou Cunha Pereira pelacapacidade de aglutinação de diversasentidades em torno da campanha contra oesquema criminoso de desvio de dinheiropúblico da Assembleia Legislativa do Paraná.“Ficamos satisfeitos em poder colaborarcom esta campanha e procuramos cumprirnosso papel em favor da justiça, dasolidariedade, da ética na política e, com oapoio da população, colaborar na tentativade livrar definitivamente o Paraná dacorrupção, ressaltou Fanini.

O vice-presidente do Grupo Paranaensede Comunicação, Guilherme Döring CunhaPereira, agradeceu o empenho de todos ossindicatos envolvidos na campanha e aconscientização da população paranaense.“Chegamos a um nível de conscientizaçãomuito importante no Paraná e é fundamentalpara nós saber que o espírito que nos uniu

continua vivo”, ressaltou Pereira.O grupo de sindicatos aproveitou o

encontro para parabenizar a equipe de jornalistasdo GRPCom pela conquista histórica dos maisimportantes prêmios do jornalismo brasileiro:o Prêmio Esso 2010 e Prêmio Imprensa

Embratel (Tim Lopes). Uma vitória que deveser comemorada por todos os paranaensesque, assim como o Senge-PR, condenam acorrupção e defendem a liberdade deexpressão e as causas que resultem nodesenvolvimento da cidadania.

Sindicatos colheram maisde três mil assinaturas

Valter Fanini e o vice-presidente do Grupo Paranaense de Comunicação, Guilherme Döring Cunha Pereira

O Engenheiro n.º 10620

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Em defesa do engenheiro4

Contribuição sindical: saibaporque vale a pena se associarCLT diz que todos os trabalhadores devem pagar a contribuição; para associados aoSenge-PR, ela não custa nada.

A Consolidação das Leis do Trabalho(CLT) determina que todo empregado devepagar a contribuição sindical. Segundo aCLT, o trabalhador deve pagar o valor cor-respondente a um dia de trabalho por anoao sindicato que representa sua categoria.O Sindicato dos Engenheiros no Estadodo Paraná (Senge-PR) enviou à casa dosengenheiros não-associados, pelo correio,a guia para recolhimento da contribuiçãosindical obrigatória. O Senge-PR cobra omenor valor possível para a contribuiçãosindical. Ele é definido a partir do piso sa-larial profissional, o menor salário que podeser pago aos engenheiros.

Seguindo orientação da Federação In-terestadual dos Sindicatos de Engenheiros(Fisenge), à qual é filiado, o Senge-PRpassa a adotar o valor de oito vezes e meiao salário-mínimo vigente em 2010 para opiso profissional no cálculo da contribui-ção sindical. Assim, ela irá custar R$ 144,50em 2011, valor correspondente a um trin-ta avos de oito salários-mínimos e meio.

Prazo para quitação

A contribuição deve ser paga até o dia28 de fevereiro de 2011. Os engenheirosque não realizarem a quitação do boleto,serão descontados automaticamente pelaempresa em um dia de seu salário em mar-ço de 2011. Logo, os engenheiros que re-cebem salário superior ao piso profissio-nal, que atualmente é de R$ 4.335, irãoeconomizar pagando os R$ 144,50 defini-dos pelo Senge-PR.

Fique atento às datas e prazos de paga-mento. Para evitar duplo pagamento, infor-me o setor de Recursos Humanos da suaempresa que você quitou sua contribuiçãosindical. Basta entregar ao RH da empresauma cópia da guia devidamente quitada.

É possível não pagar acontribuição sindical?

Sim. O Senge-PR lhe oferece essaoportunidade. Para isso, basta se associarao Sindicato. Engenheiros associados es-tão livres da contribuição sindical. Ao setornar associado, o Senge-PR passa a pa-gar essa conta. Ser associado traz uma sériede vantagens — descontos em assistênciajurídica em todas as áreas, inclusive traba-lhista, convênios com a Unimed Paraná eOdontoprev, bolsa de currículos e opor-tunidades de trabalho, entre outros.

Tudo isso custa pouco mais que a con-tribuição sindical obrigatória. Associar-seao Senge-PR irá custar R$ 28,00 por mêsem 2011. Quem se associar em janeiro,não precisará pagar a contribuição sindi-cal obrigatória que vence em fevereiro. OSenge-PR paga a contribuição sindical detodos os engenheiros celetistas associadose em dia com suas obrigações.

Faça a conta. A anuidade do Senge-PRem 2010 para engenheiros celetistas custaR$ 316,00, com o desconto de 6% para opagamento à vista. Descontada a contri-buição sindical obrigatória de R$ 144,50,os associados pagaram apenas R$ 171,50— o equivalente a R$ 14,30 por mês.

Representar os engenheiros, lutar porseus direitos e interesses é a razão de exis-tir do Senge-PR. Nas duas últimas déca-das, o Sindicato se consolidou pela forçaque demonstra nas discussões por respei-to aos profissionais e suas condições detrabalho. Com firmeza e determinação, oSenge-PR participa de negociações comempresas, busca acordos e convençõescoletivas de trabalho, defende remunera-ções dignas aos engenheiros que prestamserviços como autônomos.

Além disso, o Sindicato é o espaço departicipação política dos engenheiros. Assim,tem posições firmes, decididas, em favor dajustiça, da solidariedade, da ética na política,da soberania do Estado nacional.

A força do Senge-PR vem da participa-ção e da dedicação dos engenheiros. As-sim, sua participação fortalece o Sindicatoe a defesa da sua profissão, traz novas ideiaspara os desafios que enfrentaremos agora eno futuro. Participe. Associe-se ao Senge-PR. Acesse o site (www.senge-pr.org.br)e saiba como se associar.

Fortaleça quem lutapor você. Nas ARTs,marque o código 201

A Anotação de Responsabilidade Técnica(ART) é obrigatória na execução dequalquer obra, atividade, projeto ou serviçoexecutado nas áreas de Engenharia,Arquitetura e Agronomia. A taxa da ART édividida entre o Conselho, a Mútua deAssistência dos Profissionais de Engenharia,Arquitetura e Agronomia e a entidade declasse indicada por você.

Ao preencher suas ARTs, você podemarcar o código 201 no campo Entidadede Classe. Assim, escolhe o Senge-PRpara receber a porcentagem destinada àentidade de classe.

O dinheiro da ART ajuda a fortalecer oo Sindicato que representa você e suaprofissão, contribui com a manutenção deum trabalho que beneficia os engenheirose a engenharia. Atualmente, os optantespelo código 201 são apenas 5% dosemitentes de ART do Crea-PR. Quandopreencher uma ART, não se esqueça deoptar pelo código 201.

21Novembro/ Dezembro de 2010

www.senge-pr.org.brETIQUETA

REMETENTE:Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná

Rua Marechal Deodoro, 630, 22.º andar, Curitiba.CEP 80010-912. Tel.: (41) 3224 7536. e-mail: [email protected]

Agenda SindicalInformações sobre o dia-a-dia e a atuação do Senge-PR4

Sindicato realiza curso sobre direitotrabalhista para engenheiros

Nos dias 31 de novembro e 1.° de dezembro o Senge-PR realizou o curso DireitoTrabalhista Para Engenheiros, realizado e elaborado pela assessoria jurídica do Sindicato.O objetivo foi orientar os engenheiros e profissionais da engenharia sobre questõestrabalhistas como acordo coletivo, estrutura do poder judiciário, da justiça do trabalho,tramitação processual e ações trabalhistas. O curso contou com a participaçaõ deaproximadamente 40 associados e foi ministrado pelas assessoras jurídicas do Senge-PR, as advogadas Giani Cristina Amorim, Adriana Frazão da Silva e Melina Aguiar Rosa.

Presidente do Senge-PR éeleito coordenador da regionalparanaense do Dieese

O presidente do Senge-PR, ValterFanini, foi eleito coordenador da regionaldo Departamento Intersindical deEstatísticas e Estudos Socioeconômicos.A votação foi realizada em assembleia nodia 23 de novembro, na sede do Senge-PR, com a participação de representantesdos sindicatos associados ao Dieese, dentreeles os sindicatos dos bancários deCuritiba, dos professores do Paraná, dosmetalúrgicos e dos trabalhadores daindústria petroquímica. O mandato temduração de seis meses. O Dieese é umaentidade reconhecida nacionalmente pela suaatuação idônea na fundamentação técnica dasreivindicações dos trabalhadores. A entidadeestá presente em 17 estados, e há 55 anosatua na área de assessoria, pesquisa e formaçãosindical junto a entidades de trabalhadores.

Presidente do Senge-PR seencontra com diretor geral deItaipu

No dia 1º de dezembro, o presidente doSenge-PR, Valter Fanini, aproveitou olançamento do livro do escritor, ex-deputadofederal e atual presidente do Conselho deAdministração da Copel, Léo de AlmeidaNeves “Privatizações de FHC, a Era VargasContinua” para conversar com o diretor-geral de Itaipu, Jorge Miguel Samek, autordo prefácio da obra.

Senge-PR realiza AssembleiaGeral e Reunião do ConselhoDeliberativo

No dia 26 de novembro, o Sindicato dosEngenheiros do Paraná realizou em sua sedeAssembleia Geral Ordinária e Reunião doConselho Deliberativo da entidade. Duranteos eventos, que contaram com a

participação de membros da DiretoriaExecutiva do Senge-PR, DiretoresRegionais e associados em geral, foramaprovados o plano orçamentário para 2011e foi definido o valor da Contribuição SindicalObrigatória para o próximo ano. Tambémforam definidos os candidatos para as vagaspara renovar os conselheiros do Senge-PRno Conselho Regional de ArquiteturaEngenharia e Agronomia (Crea-PR).

Na parte da manhã, a reunião foi abertapelo doutor em sociologia e pesquisador doCentro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores(Cepat), César Sanson, que realizou a palestraO Brasil que Saiu da Urnas, onde apontou asperspectivas do novo governo e aspeculiaridades das eleições para presidente.“Não acredito que tenha ocorrido uma “ondaverde” nestas eleições com o fator Marina Silva.Acredito que, dadas as contendas envolvendotemas religiosos, o Partido Verde tenha ficadocom alguns votos de Dilma”, afirma Sanson.Quanto aos votos da presidente eleita, Sansonaponta que foram influenciados pela esperançade continuidade do atual governo. “A maioriados eleitores não votaram apenas na Dilma,mas sim, na continuidade dos projetos dogoverno de Lula”, disse Sanson.