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Outubro de 2006 Ano II - n.º 14 Preço: 0,6 Euros Plano Nacional de Leitura: CHÃO PARA DAR UVAS? Director: Renato Albuquerque Director-Adjunto: Ana Santiago plano nacional de leitura pp 5-10 aulas de substituição estão a condenar a becre pág. 10 BD p. 16 Casa nova Professor e poeta Gente que lê p. 2 p. 10 p. 5

Jornal ESCrito n. 14

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Jornal da Escola Secundária de casquilhos - Barreiro - Portugal

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Page 1: Jornal ESCrito n. 14

Outubro de 2006Ano II - n.º 14Preço: 0,6 Euros

PlanoNacional de

Leitura:

CHÃO PARA DAR UVAS?

Director: Renato Albuquerque Director-Adjunto: Ana Santiago

plano nacional de leitura pp 5-10aulas de substituição estão a condenar a becre pág. 10

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p. 1

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Casa nova

Professor e poeta

Gente que lê

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Ano II, nº 14, Outubro/20062

SumárioSumárioSumárioSumárioSumárioRómulo de Carvalho 2Editorial 3Ver para ler 3A insustentável leveza 4ESCrito recebe novo espaço 5PNL - O que é? 6

PNL - 12º volta à primária 7PNL - EB1 Telha 1 7PNL - EB1 nº 2 do Barreiro 8PNL - EB1 Vila Chã 9Gente que lê 10Substituição condena BECRE 10

Inquérito sobre a leitura 11Dia-a-dia 12Rankings 14Mentos e Coca-Cola 14Palavras Cruzadas 15BD - Era uma vez... 16

Rómulo de CarvalhoNasceu há 100 anos

Num dia de Outubro de 1975 assisti, no então Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, a um encontro de professores de CiênciasFísico-Químicas que iam leccionar pela primeira vez o 7º Ano Unificado.

Estava a acontecer a primeira reforma no ensino depois do 25 de Abril de 1974. As expectativas eram muitas e anecessidade de mudar era óbvia.

Orientou a reunião o professor Rómulo de Carvalho, cujo centenário de nascimento se comemora no próximo dia 24 deNovembro*.

Nunca esqueci aquele encontro e quero deixar-lheaqui, professor, o meu muito obrigado. Obrigado porme ter feito perder o medo do que ainda desconheciaou não compreendia.

Tudo era novo: os programas, as estratégias, osmétodos, os objectivos, a avaliação. O professor mostrou-me com clareza e simplicidade (como ninguém, até hoje,em idênticas situações) o que se pretendia e como erapossível fazer e fazer melhor. Naquele encontro depressaperdemos o medo de o questionar, de expor as nossasdúvidas, de assumir as nossas opiniões.

E o professor? E o poeta? Compreendeu os medos,percebeu as dúvidas, incentivou-nos a acreditar e adescobrir novas maneiras de ensinar e aprender.Transmitiu-nos, generosamente, o seu saber de umaforma inesquecivelmente bonita e sugeriu-nosestratégias que nos ajudaram pela vida fora a fazer pornós próprios. O professor/o poeta conseguiu naquele

dia, e com certeza muitas outras vezes, ter diante de si umaturma fascinada, encorajada, pronta a partir para outrasturmas e passar a palavra daquilo que nos ensinou com umbrilho tão especial. [::]

* Rómulo de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 e faleceu a 19 de Fevereiro de 1997. Professor do ensinosecundário e divulgador de Físico-Química, Rómulo de Carvalho publicou também vários livros de poesia com o pseudónimode António Gedeão, tendo muitos dos seus poemas sido cantados antes do 25 de Abril. Prevê-se que o Ministério daEducação inclua, este ano, diversas obras suas no Plano de Nacional de Leitura de que falamos neste número.

Desde 1996 que o dia 24 de Novembro é considerado Dia Nacional da Cultura Científica em Portugal.

Alda Barataprof. F.-Q.

Encontrei uma pretaque estava a chorar,pedi-lhe uma lágrimapara a analisar.

Recolhi a lágrimacom todo o cuidadonum tubo de ensaiobem esterilizado.

Olhei-a de um lado,do outro e de frente:tinha um ar de gotamuito transparente.

Mandei vir os ácidos,as bases e os sais,as drogas usadasem casos que tais.

Ensaiei a frio,experimentei ao lume,de todas as vezesdeu-me o que é costume:

nem sinais de negro,nem vestígios de ódio.Água (quase tudo)e cloreto de sódio.

António Gedeão(do livro Máquina deFogo, 1961)

Lágrima de preta

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Ano II, nº 14, Outubro/2006 3

Editorial

Ana Santiagoprof. 8ºB

Vivemos uma época conturbada. Todos parecemdescontentes, há greves, manifestações, barricadas,protestos de rua mais ou menos espontâneos. A tudo issoos nossos governantes respondem com Planos. E olhemque é caso sério. Querem ver? Uma pesquisa de poucamonta em qualquer motor de busca da Internet dá-nos aconhecer uma vasta e nobre família com nomesrespeitáveis: temos o Plano Nacional Contra a ViolênciaDoméstica; o Plano de Acção para oDescongestionamento dos Tribunais; o Plano Nacionalde Prevenção Rodoviária; o Plano Nacional de Emprego;o Plano Tecnológico; o Plano Nacional de Defesa daFloresta Contra Incêndios; o Plano de Acção para aMatemática e o Plano Nacional de Leitura, que motivouestas palavras. Alguns são já velhos conhecidos, mascontinuam a ser anunciados com pompa e circunstância,talvez porque ainda não conseguiram atingir os seusobjectivos: a morte nas estradas mantém-se, a violênciaainda não saiu das casas, o desemprego oscila entre bonse maus números, as florestas continuam a arder e ostribunais afundam-se apinhados de processos.

Por isso, é com prudência que o povo recebe a notíciade novos Planos. O povo e a escola, que já há muito lidacom os seus velhos conhecidos planos de aula, de ano,de actividades e, agora, recebe de bandeja o Plano deAcção para a Matemática e o Plano Nacional de Leitura(PNL). O primeiro já roda na nossa escola que viu o seuprojecto aprovado; o segundo chegará a passo de caracol,lá para 2008, que isto de pôr um país inteiro a ler, aomesmo tempo, tem muito que se lhe diga.

Confesso que gostaria de estar optimista quanto aoPNL mas quando algumas escolas básicas, as primeirasvisadas pelo plano, se queixam de falta de informação eafirmam que não sabem exactamente o que fazer, eupergunto, de novo, tantos planos... quanta uva? [::]

Tantos planos... quanta uva?Sempre que olhamos à nossa volta vemosalguém que usa óculos daqueles que não sãosó para enfeitar ou dar um look diferente, querno nosso grupo de amigos, quer na nossafamília.

É um facto que o nosso país é dos que vê pior.Mais de metade da população portuguesa (55,8%) tem

problemas de visão, mas 22% nunca foram a umoftalmologista.

Estes problemas, sendo uns mais sérios que outros,existem na verdade e não deviam de modo algum serignorados.

De entre as diversas complicações, as mais comuns são,sem dúvida, a miopia (43,6% de pessoas afectadas), ahipermetropia (24,2%) e o astigmatismo (18,7% deafectados).

A miopia está relacionada com o ver mal ao longe e ahipermetropia com a falta de vista a pequenas distâncias.O astigmatismo, por sua vez, é provocado por uma alteraçãoda curvatura da córnea (tecido resistente e transparenteque cobre a superfície anterior do olho) que faz com que aimagem apareça desfocada e com pouca nitidez, havendopor isso uma disfunção da qualidade da imagem.

Actualmente, as camadas jovens sofrem cada vez maisdestas doenças e em idades cada vez mais baixas. Aexplicação para isto reside no tempo excessivo que os jovenspassam em frente à televisão e ao computador que emitemradiações nocivas à visão e que conduzem a estesproblemas.

Em Novembro (ver notícia na página 13), a nossa escolavai receber técnicos que vão fazer um despiste gratuito deproblemas relacionados com a visão.

Fica atento e poupa os teus olhos para poderes desfrutardos inúmeros prazeres que a leitura esconde.

E nunca te esqueças, faz uma consulta de rotina no teuoftalmologista. [::]

AnaMargaridaCarrilho12º A

Ver para ler

Para saber +Sociedade Portuguesa de Oftalmologia em www.spoftalmologia.ptMinistério da Saúde emwww.min-saude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/oftalmologia

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Ano II, nº 14, Outubro/20064

Acreditámos que as saídas profissionais para as quaisse orienta o curso, tais como dirigir obras, desenharprojectos, medir e orçamentar uma obra ou controlar asegurança em obra, entre outros desempenhos, eramtópicos aliciantes para atrair um determinado perfil dealuno. Um aluno eventualmente desmotivado peloexcessivo peso académico da escolaridade básicaobrigatória, mas empenhado em adquirir uma formação médiaque lhe facultasse o desempenho de um cargo técnico e oacesso qualificado à vida activa, sem prejuízo de vir a adquiriroutras especificações ou formações ao longo da sua vidaprofissional.

Porém, a experiência angariada ao fim de dois anos docurso obriga-nos a fazer uma avaliação muitoreservada dos resultados obtidos e a verificaçãode que estamos muito aquém das expectativasiniciais.

Os alunos, eles próprios, manifestam a suadecepção. Afirmam o seu desalento pela “máreputação” que o curso angariou na escola,menosprezando as saídas profissionais, ascompetências e as habilitações que pretendem alcançar. Semperderem o sentido de humor que os caracteriza referemque são conhecidos pelo curso “IBM”, leia-se “introduçãoao balde da massa”, diminuindo assim toda a elevação queum curso tecnológico poderia atingir. Afinal, após a conclusãodo curso, sempre obterão uma formação de nível III referenteà especificação que adquirirem no 12º ano.

Sugerem que uma divulgação do curso mais eficiente porparte da escola poderia contribuir para alterar esta imagemdepreciativa e redutora que se encontra instalada tanto nacomunidade escolar em geral, que se lhes referem como “os

tipos das obras”, como nos próprios pais que, segundoos alunos, não levam os propósitos deste curso muito asério. Mas, se numa conversa mais envolvente nãodeixamos de compreender a justiça das suas razões,sobretudo a exigência do cumprimento de umacomponente de Formação Geral comum a todos osoutros cursos, da parte docente não são menores as

críticas, neste caso as que se prendem com a falta demeios e recursos para desenvolverem as experiências eos projectos essencialmente práticos que os programasapresentam. Uma situação que se torna mais preocupantepelo facto de já nos encontrarmos a meio do 1º Períodosem indícios de este ser um ano diferente dos anteriores

no que respeita a suportes materiais para ocurso, ou à falta deles.

Vem tudo isto a propósito de uma recenteparticipação da turma 11º G nolevantamento das instalações do ESCRITO,no respectivo desenho técnico para finsexplicados ao lado e no estímulo que essacolaboração constituiu para o

reconhecimento e a integração destes alunos nacomunidade em que se encontram inseridos. Comodisseram alguns, afinal, as nossas aprendizagens servempara alguma coisa e são reconhecidas por outrosprofessores na escola, enquanto outros exclamaram enão se trata de carregar baldes de massa, insistindonum estigma que urge eliminar. E serve esta simplesiniciativa de exemplo para um trabalho que todos nós,empenhados no sucesso destes alunos e em última instânciada vitalidade do curso, temos a responsabilidade dedinamizar com vantagens directas para todos os envolvidosem particular e para a escola em geral. [::]

O Curso Tecnológico de Construção Civil e Edificações abriu as suas matrículas pela primeira vez no ano lectivo de 2004-2005.

A insustentável leveza de um curso tecnológicoConstrução Civil e Edificações (11º G)

afinal, as nossasaprendizagens servempara alguma coisa e sãoreconhecidas por outrosprofessores na escola

Paulo Nunesprof. 5ºG

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ESCRITO recebe novo espaçoEm Setembro, o ESCRITO iniciou a sua mudança para a

sala C6, com vista para os Campos e para o Parque daCidade.

Nos dois anos lectivos anteriores, a redacção do ESCRITO

funcionou numa sala emprestada, a D11. Apesar de pacífica,a coabitação com as informáticas começou a tornar-seinsustentável porque o ESCRITO cresceu. Cresceu o númerode colaboradores, cresceu o arquivo, cresceu a vontade deter um espaço próprio, partilhado por todos os que acreditamneste projecto.

Mudadas as malas e a bagagem, o espaço acabou porficar acolhedor, mas a redacção quer mais. Por isso,arregaçou as mangas e escreveu uma carta para umconhecido programa televisivo da SIC Mulher, Querido,Mudei a Casa, que efectua remodelações e decora espaços.Para que nada fosse deixado ao acaso, a turma do 11º G, docurso tecnológico de construção civil, orientada pelo profes-sor Paulo Nunes (a todos, o nosso público obrigado), efectuouos desenhos técnicos da sala e alguns esboços. Depois, foisó juntar umas fotografias e enviar tudo.

Não sabemos se vêm, nem sequer se a carta terá resposta.Mas o esforço dos envolvidos merece ser partilhado com aescola. Por isso reproduzimos aqui o texto e algumas imagensque enviámos.

Meus queridos,Antes de nos excluírem automaticamente com base nos

cruéis e frios dados de localização, gostaríamos de pedirque nos dessem um bocadinho da vossa atenção. Sabemosque só se deslocam até 30 km de Lisboa e é bem verdadeque ficamos a uns gigantescos 37. Porém, pelo nosso bemamado Tejo, a viagem fica reduzida a uns meros 10 km dedistância e, possa isto causar qualquer inconveniente,responsabilizamo-nos pela compra dos bilhetes.

Ah, pedimos desculpa, não nos apresentámos. Somosmembros da redacção do jornal escolar ESCRITO, sediadona Escola Secundária de Casquilhos, localizada na belacidade do Barreiro,margem Sul do rio Tejo.

Passando ao queinteressa, o motivo deste e-mail é a vontade de tornara sala que foi atribuída aonosso Jornal num localmais aprazível, ondeapeteça trabalhar. Até hápouco tempo, o jornal eraum “sem abrigo”desterrado para uma vulgarsala de TIC (Tecnologiasda Informação e Comunicação) e agora, quase dois anosapós a fundação, recebemos o nosso “lar”. No entanto,deparamo-nos com vários problemas. Tem-nos sido muitodifícil manter a qualidade do jornal neste ambientedesmotivante, em que cada vez que tentamos discutir umtema surge o sempre presente burburinho da sala ao lado,nada há a fazer quando uma parede termina a ¾ a não sersentarmo-nos numas cadeiras da 2ª Guerra Mundial à voltade mesas coxas e permanecer em silêncio até o burburinhoacabar. Para além deste maravilhoso isolamento acústico,temos uma abundância de tomadas eléctricas que se resumea uma, localizada debaixo do quadro. Excelente para ligaras dezenas de computadores inexistentes.

Por todas estas razões precisávamos de um espaço maisconfortável, funcional e onde consigamos trabalhar emconjunto e uma pequena área para desenvolvermos ostrabalhos individuais.

Certos de que não nos irão desiludir, despedimo-nos comum carinhoso Até já.

Ana Arêde e Sofia Pia,Em nome da Redacção do Jornal ESCRITO. [::]

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Ano II, nº 14, Outubro/20066

A primeira fase, iniciada este ano, tem comoobjectivo promover a leitura em jardins-de-in-fânciae escolas de primeiro e segundo ciclos, não só nassalas de aula, mas também em bibliotecas públicase em família. Vão também ser realizadas váriascampanhas de sensibilização da opinião pública eprogramas recreativos e informativos centradosno livro e na leitura. Sim, porque todos nóssabemos que os livros são “apoios” para mesasdesequilibradas.

A segunda fase entrará em vigor em 2008 eterá como alvos o 3º Ciclo e o Secundário.

Para o sucesso desta batalha será posto emprática o seguinte plano de ataque: em primeirolugar, a leitura deverá ser amplamente promovida(cada um tem de puxar a brasa à sua sardinha

O que é ?No último Dia da Criança foi lançado o Plano Nacional de Leitura (PNL) cujo objectivo

principal é aumentar os níveis de literacia dos portugueses de modo a conseguirmos alcançar osnossos “amigos” da União Europeia.

Esta iniciativa, da responsabilidade do Ministério da Educação juntamente com o Ministério da Cultura e o Gabinete doMinistro dos Assuntos Parlamentares, está estruturada em duas fases de cinco anos, cada uma abrangendo um público-alvodiferente.

- falando de livros, é claro); em segundo lugar,deve ser criado um ambiente social favorávelà leitura; em terceiro lugar, devem serassegurados, quer informação apropriada, querinstrumentos de apoio; em quarto lugar, deveráser realizado um inventário de tudo o que temcontribuído para criar hábitos de leitura edisponibilizar os meios necessários para a suadivulgação; por último, todo o Plano deve serconstantemente avaliado pelo que será criadoe mantido um sistema de informação eavaliação.

A verdade é que as motivações para estePlano são bastante preocupantes, tendo emconta a vergonhosa situação em que Portugalse encontra. Os estudos europeus maisrecentes avaliaram 48% dos jovens portugueses

nos patamares inferiores (1 e 2) de uma escala de 5níveis de leitura. É triste quando uma sociedade inteiraconsegue ler apenas o que tenha menos de duas letras.

Para finalizar, deve ser dito que apesar de todasas boas intenções do Ministério, parecem existiralgumas dificuldades de comunicação, já que toda ainformação existente sobre este Plano está contidanum site oficial no qual, até há pouco tempo, apenasse mencionava vagamente que para que as escolaspudessem receber financiamento a partir de Janeirode 2007, graças ao contributo de mecenas epatrocinadores do PNL, deveriam ser preenchidasfichas de inscrição disponíveis no sitewww.planonacionaldeleitura.gov.pt durante o mês deSetembro de 2006 e que deveriam ser enviadas atéao dia 16 de Outubro. O site foi actualizadorecentemente com a informação de que o prazo deentrega das fichas foi alterado.

Enquanto isso a nossa escola tem que se contentarcom o orçamento destinado à biblioteca e esperar pelanossa vez em 2008.

Agora, é só esperar que a batalha contra um fu-turo povoado de analfabetos seja ganha. [::]

Ana Arêde12ºD

Sofia Pia

A primeira fase temcomo objectivo

promover a leituraem jardins-de-

infância e escolas deprimeiro e segundo

ciclos

Plano Nacional de Leitura

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Para saber +

Plano Nacional de Leitura emhttp://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/

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Ano II, nº 14, Outubro/2006

Os repórteres do ESCRITO foram a três escolas básicas do concelho falar com professores e alunos acerca do PlanoNacional de Leitura (PNL). Entraram em salas com cheiro a iogurte e bolacha Maria. Voltaram uns anos atrás. Sentiram aanimação dos intervalos. Ouviram a «infantil chilreada» nos corredores. Gostaram da experiência, que aqui mostram. Naprimeira pessoa. Um pequeno trabalho de campo. Uma reportagem que nos ajudou a perceber o que sentem as escolasbásicas no que toca ao plano que quer pôr os portugueses a ler. Dúvidas, certezas e testemunhos inesquecíveis.

7

12º ano volta à primária

EB1 Telha nº 1Chegámos à Escola Telha 1, pertencente ao

Agrupamento de Escolas D. Manuel I, durante ointervalo da manhã. Tínhamos uma entrevista marcadacom o professor Manuel Candeias, presidente doConselho Executivo deste Agrupamento, sobre o PNL.Antes, porém, tivemos oportunidade de falar com EvaAlmeida, dinamizadora do centro de recursos desteagrupamento que nos disse que, antes de desempenhar essasfunções, já existia na escola um projecto de quatro anos combase em actividades de incentivo à leitura.

Para controlar o sucesso deste projecto foi criado umlivro onde são anotadas as requisições feitas pelos alunos eque mostra que são as turmas do 2º e 4º anos asmais interessadas pela leitura. Para além dasleituras voluntárias, efectuadas em tempos livres,todas as turmas possuem uma hora semanaldedicada à leitura. O espaço do centro derecursos, bem equipado com livros ecomputadores, é bastante concorrido, comoverificámos.

Já dentro do seu gabinete, o professor Manuel Candeiasrespondeu atenciosamente ao nosso convite e às nossasperguntas.

Segundo este professor o PNL justifica-se pelos baixosvalores de literacia em Portugal e está convencido de que

este terá impacto a nível nacional. Considera, porém,que no seu Agrupamento, o PNL não alterará o dia-a-dia, já que existe há alguns anos um programa deactividades associado a um centro de recursos vasto.De facto, são várias as iniciativas agendadas ao longode cada ano escolar, desde a dramatização de histórias,passando pela recolha de lengalengas, até às oficinas

de escrita e de leitura. É igualmente escolhido o livro/escritordo mês e, numa semana dedicadaà leitura, realiza-se anualmenteuma feira do livro, muitoparticipada.

Ainda assim,o PNL impôsacertar algumas agulhas e foram pedidas aosprofessores planificações das actividades demodo a controlar a leitura efectuada na sala deaula e a melhorar o antigo projecto da escola.

Para o professor Manuel Candeias, o PNL éuma iniciativa positiva que deve ser consolidada:

Muitas vezes estes projectos são interrompidos quandoos governos mudam e a importância do PNL exige quenão seja apenas uma “questão de modas”.

Quanto à avaliação deste projecto, está convencido queos resultados das provas de aferição são a forma mais eficazde o fazer e termina reafirmando que o PNL contribuirá, amédio prazo, para o sucesso educativo dos alunos.

Foi com estas palavras optimistas e seguras queterminámos a nossa conversa e deixámos a escola, agoramais silenciosa, entretida nas suas actividades educativas.[::]

o PNL justifica-sepelos baixos valores

de literacia em Portu-gal e terá impacto a

nível nacional.

AS

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Cátia Duarte12º D

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Ano II, nº 14, Outubro/20068

Foi na Escola Básica nº 2 do Barreiro que encontrámos a professora Susana Canelhas.Depois de nos conduzir à sala onde lecciona a sua turma de 4º ano, aceitou falar com o

ESCRITO acerca do novo Plano Nacional de Leitura e do impacto que este causou na planificaçãodas suas aulas.

Fiquem com as palavras desta professora do ensino básico acerca de mais uma medidainovadora do Ministério da Educação.

O Plano Nacional de Leitura (PNL) cria, porassim dizer, obrigatoriedade em ler uma obra, oque é muito importante visto que eles têm de o fazerfuturamente, ao longo do ciclo. Além disso, muitasvezes, eles não têm em casa essa experiência e,assim, chegam à idade adulta sem teremconhecimento de nenhuma obra ou autor.

O PNL é visto como algo necessário. No entanto,quanto aos seus resultados ainda surgem muitas dúvidas:

Não penso que ele resolva os nossos problemas,porque se as crianças em casa não tiverem contactocom a leitura e não lhes for cultivado esse gosto no seuambiente familiar, não vai ser unicamente a escola acultivá-lo.

O problema principal que a Escola nº 2 enfrentapara cumprir este plano é ser “muito diminuta”, jáque tem apenas duas salas, e por isso não tem espaçopara uma biblioteca. Mas essa “falha” já foi resolvida.Levamos os miúdos uma vez por semana à

biblioteca da escola 1, onde eles encaram a leiturae conhecem várias obras e autores, além da FadaOriana, obra que adoptei para explorar na aula.

É exactamente essa exploração acompanhada na aulaque esta professora está a usar para controlar e dinamizar ocumprimento do PNL. No entanto, foi-nos dito que a maiorparte da leitura será feita em casa e acompanhada tambémpelos pais, sendo posteriormente feitas na escola fichas deleitura.

Ao terminar a entrevista, esta professora do 1º cicloafirmou também ao ESCRITO que o PNL não está muitoclaro, pois, por um lado, é-nos dito pelo Ministério quetêm de ser reservadas 5 horas para leitura por semana.No entanto, não nos é dito se serão para textos domanual e para o dito Plano, ou se abrangem unicamenteeste último. [::]

O João não gosta de ler, mas gosta que lhe leiamas histórias em voz alta.

No entanto, reserva a culpa para a preguiça porque,para adormecer, lê para ele próprio.

Pelo contrário, a Rafaela começou a ler, pela primeiravez, um livro dos Cinco e está a gostar muito. Para ela,ao lermos, aprendemos novas palavras. O pior équando não as entende… mas aí pergunta à mãe e oproblema fica resolvido.

O Tiago disse-nos que a leitura estimula a suaimaginação, e por isso, lhe permite desenhar e escrevercomposições mais imaginativas.

Gosto de ler devido à imaginação.

A Mariana considera as histórias que lê fruto demuita imaginação e escritas cuidadosamente para nãoterem erros. Ler ajuda-a a escrever melhor.

Ana BeatrizSantos12º D

EB1 nº 2 do Barreiro

Por sua vez, o Quico prefere a banda desenhadaquando está em casa porque são engraçadas e ofazem rir, mas na escola tem de ler outro género delivros.O Orlando segue-lhe o exemplo e adora BDs.

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Ano II, nº 14, Outubro/2006 9

O ESCRITO falou também com professores do 2º e 4º anos da Escola da Vila Chã e descobriu que dentro da mesma escolaas opiniões acerca do Plano Nacional de Leitura (PNL) são mais reticentes do que positivas.

Henrique, 4º ano.Gosto muito de ler livros de aventuras, BD e livros

sem imagens. Leio na sala de aula e gosto.Normalmente leio todos os dias mais ou menos 4páginas por noite antes de me deitar. Os meus livrospreferidos são Uma Aventura e o Clube das Chaves.

Miguel, 9 anos, 4º ano.Gosto de ler, mas não leio muito. Prefiro ler BD e,

de vez em quando, outros tipos de livros. O únicolivro que já li sem imagens foi o Harry Potter e gosteimuito. Leio sempre um bocadinho todos os dias, masnão sei qual é o meu livro favorito. Gosto de todosum pouco.

Daniela, 9 anos, 4º ano.Gosto de ler fora e dentro da sala de aula. Leio

todas as noites 2-3 páginas, mais ou menos. O meulivro preferido é Uma Aventura, mas também gostode livros de contos tradicionais.

Cátia Duarte Gil Marques12ºD

A professora Antónia do 4º ano está convencidade que o Plano Nacional de Leitura não irá resultar.Não é isto que os vai pôr a ler, afirma,reforçando que não é através de algo como o PNLque as crianças vão ganhar gosto pela leitura.

Já Ivo Landeck, professor do 2º ano, apresentauma posição ainda mais céptica, dizendo que se outrasinstituições para além da escola não incentivarem tambémo gosto pela leitura o PNL não irá resultar sozinho: Não háplano que venha a ser milagroso e faça com que osmeninos passem a ter um nível de literacia maior ou

A Professor Antónia respondendo à nossa entrevista

mais elevado.Foi realçado novamente o facto de já existirem

actividades para os alunos no âmbito do incentivoà leitura (actividades iguais às praticadas naEscola Telha 1, pois ambas as escolas pertencemao Agrupamento de Escolas D. Manuel I).

Ângela, também professora do 2º ano,acrescentou ainda que já executava práticas de leitura antesde integrar o corpo docente da Escola da Vila Chã e queconsidera o PNL mais uma obrigação. [::]

EB1 da Vila Chã

O Professor Ivo Landeck

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Ano II, nº 14, Outubro/200610

Maria Clementina, funcionária da reprografia da nossaescola, faz parte da gente que lê, e não lê pouco. Sempreque pode aproveita para o fazer. Todos os dias.

Gente que lê

No âmbito do tema deste mês do ESCRITO, o Plano Nacional de Leitura, dirigimo-nos à BECRE da nossa escola, onde,segundo a D. Elisabete Ferreira (Beta), os alunos se dirigem cada vez menos pois, com a chegada das aulas de substituição,deixaram de poder aproveitar o “tempo livre” para consultar livros ou mesmo assistir a filmes e passam a ter esse tempo

ocupado.Apesar dessa enorme contingência, a

BECRE continua a ter clientes fiéis e váriosprojectos para o presente ano. Mesmodepois de ter estado em obras há poucotempo, o espaço continua a não reunir todasas condições que favoreçam uma maioradesão por parte dos alunos. Um dosproblemas apontados é o estado domobiliário, que não foi renovado, aocontrário das janelas, portas e chão,tornando assim, a biblioteca um sítio aindapouco atractivo.

Outro dos problemas é a falta decomputadores. Neste momento, aqueleespaço dispõe apenas de dois, o que épouco, tendo em conta o número de alunosdesta escola. Quanto aos livros, as notíciassão um pouco melhores, pois espera-se,para breve, a chegada de vários títulos. [::]

Aulas de substituição condenam BECRE

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Ano lectivo 2005/2006:1º Período: 4.694 livros requisitados2º Período: 11.336 livros requisitados

3º Período: encerrada para obras

Maria Clementina

Joana Alves12º D

Os romances históricos são o tipo de livro que maisgosta. O avô paterno deu-lhe a conhecer os museus deLisboa, e ensinou-a a gostar de história. Cresceu comos livros à sua volta e aprendeu a amá-los e a respeitá-los

O facto de gostar de ler influenciou, de certo modo,a sua vida e acredita que tal se deve às bases cultivadas emcasa, tanto por parte do avô como do próprio pai: ambos lheliam histórias e ofereciam-lhe livros.

Maria Clementina, que encara a leitura como algo inte-rior e pessoal, gosta de ler os seus próprios livros em vez deler os alheios, para os poder reler sempre que quiser, e trata--os como se fizessem parte da família.

De entre os livros que mais gostou surgem nomes comoO Primo Basílio e A Cidade e as Serras de Eça de Queirós.Agora, a sua atenção está focada em Amadeo um livro deMário Cláudio. [::]

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Ano II, nº 14, Outubro/2006 11

Inquérito aos alunos da escola

O que lêem os alunos dos CasquilhosNo seguimento dos inquéritos que o nosso jornal tem levado a cabo

fomos conhecer os hábitos de leitura dos alunos.Vejamos os resultados.Quase 70% dos nossos alunos respondem no nosso inquérito que

gostam de ler, contra 29% que assumem que não gostam de o fazer.Não respondem a esta questão apenas 3 alunos.

Quando inquiridos quantos livros lêem por mês, mais de metade (52%) afirmaler pelo menos 1 livro nesse espaço de tempo, sendo a média da escola (emrelação apenas aos alunos que lêem) de 1,73 livros por mês. 33% dos alunosnão respondem a esta questão, enquanto 15% afirmam não ler nenhum livropor mês.

Ao pedirmos uma estimativa anual, o valor dos que não respondembaixa quase para metade (17%), enquanto que a percentagem dos alunosque afirmam não ler nenhum livro por ano passa para apenas 4%. Assim,os que afirmam ler pelo menos 1 livro por ano é de 79%, cifrando-se amédia da escola em 9,42 livros por ano.

Neste aspecto, podemos constatar diferenças entre os dois sexos: as raparigas dizem ler, em média, mais que os rapazes (10,1e 8,7 livros, respectivamente). Curiosamente (ou talvez não…), todos os alunos (19) que responderam taxativamente que lêem 0(zero) livros por ano são do sexo masculino. Secalhar, este é mais um dos motivos que faz comque, a nível nacional, as raparigas tenham melhoresresultados escolares que os rapazes.

Em média, cada aluno prefere entre dois e trêstipos diferentes de leitura. O preferido é a aventura,seguido do romance, da banda desenhada, daliteratura de terror e da ficção científica. Saliente--se que a poesia ocupa o 6º lugar, com 78 respostas,o que é surpreendente, embora a distribuição porsexo não deixe dúvidas: são 59 raparigas e apenas16 rapazes a gostar deste tipo de leitura. Em últimolugar, recolhendo apenas a preferência de 45 dosnossos alunos, ficam as biografias.

Independentemente da resposta que os alunosdão à questão Lês regularmente jornais e revistas,81,7% referem pelo menos um jornal ou revistacom o qual estão familiarizados, enquanto 18,3%ou afirmam não ler nenhum destes géneros de escrita ou não sabem referir o nome de nenhum.

Saliente-se que o jornal A Bola está destacado no topo das preferências dos nossos alunos e que no Top Ten encontram-se,nada mais, nada menos, que 3 jornais desportivos. Das chamadas revistas para jovens salientam-se a Bravo, seguida pela SuperPop, a Ragazza e a 100% Jovem como as mais lidas.A título de curiosidade, o nosso jornal é referido porapenas 6 alunos encontrando-se, apesar disso, à frentede outros jornais como o Público. [::]

FICHA TÉCNICA: Este inquérito realizou-se entre 12 e 14 deOutubro, sendo respondido em sala de aula.Foram inquiridas 26 das 29 turmas e recolhidas462 respostas das quais foram validadasapenas 448. Os respondentes são 209 do sexomasculino e 237 do sexo feminino (47 e 53%,respectivamente), dos 6 anos de escolaridade,sendo 42 do 7º, 65 do 8º, 39 do 9º, 106 do10º, 115 do 11º e 75 do 12º Ano. O trabalhode inserção de dados e tratamento estatísticofoi feito pelo André Carvalho (12ºD)

RenatoAlbuquerqueprof. 10ºA

André Carvalho12ºD

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Ano II, nº 14, Outubro/200612

BRINCADEIRA DE MAU GOSTO ?No passado dia 19 de Outubro, na primeira aula da

manhã, 5 alunos do 10ºB receberam tratamento hospitalarpor se terem sentido indispostos. Na origem parece ter estadoum cheiro muito intenso sentido dentro da sala E6. Outrosalunos, embora não tendo recorrido ao Hospital, queixaram--se insistentemente de dores de cabeça.

Mais tarde, uma das funcionárias, sofrendo de asma,acabou por perder os sentidos noutro bloco e por ser também

Dia-a-dia CINEMA NA ESCOLA

Dia 4 de Outubro, decorreu no Auditório a acção O Cinema na Escola.Esta acção de sensibilização foi organizada pelo Cine Clube do

Barreiro, em parceria com a nossa escola e teve o apoio da CâmaraMunicipal do Barreiro. Destinava-se a professores do ensino secundáriodo concelho do Barreiro que se interessam pela utilização do Cinemanas escolas.

A acção organizou-se em duas sessões: a primeira, quedecorreu entre as 15:00 e as 19:00 abordou a linguagemestética e a linguagem técnica no cinema; na segunda sessão,entre as 20:00 e as 23:00, foi feita uma breve história docinema.

Mais de 2 dezenas de participantes, de várias escolas,seguiram com interesse esta acção, ouvindo AntónioPascoalinho e Pedro Sena Nunes, da ETIC (Escola Técnicade Imagem e Comunicação) de Lisboa, esperando-se agoraos resultados. [::]

GREVE DE PROFESSORES

António Pascoalinho (à esquerda) e Pedro SenaNunes, da ETIC

JD

VISITAS DE ESTUDO

transportada ao Hospital.Em ambos os casos, nem o delegado de saúde, que

compareceu na escola, nem os exames médicos hospitalaresdetectaram a existência de vestígios tóxicos mas apenasligeiras irritações nas vias respiratórias superiores.

O Conselho Executivo iniciou imediatamente um inquéritopara averiguar todos os factos. No próximo número oESCRITO conta tudo sobre este caso. [::]

A greve de professores que decorreu a 17 e 18 de Outubro teve várias originalidades: pela primeira vez foi convocada,simultaneamente, pelos 14 sindicatos de professores; por outro lado, há muitos anos que não se realizava uma greve a umaterça e quarta-feiras. Os dados oficiais da adesão à greve na escola foram os seguintes: dia 17 de manhã - faltaram 21 em49 professores (42,8%); dia 17 à tarde - 25 em 38 (65,2%); dia 18 de manhã - 22 em 56 (38,9%); dia 18 à tarde - às quartas-feiras não há aulas à tarde. [::]

No âmbito da disciplina de Geografia e acompanhadopela professora Manuela Rodrigues, o 11º D foi no dia 16de Outubro à Fonte da Telha e zona envolvente conhecer aMata dos Medos e a Arriba Fóssil da Caparica, considerada,desde 1984, Área Protegida.

16.Out - 11ºD

Ballet na Baixa da Banheira? Não, não é a brincar: nodia 21 de Outubro o 12º D e a professora Edite Jubilotpuderam apreciar no Fórum Cultural desta vila o BalletClássico de Kiev (Ucrânia) que interpretou o Quebra-Nozes, de Tchaikovsky. Este espectáculo realizou-se à noite.

21.Out - 12ºD

EXERCÍCIO DE EVACUAÇÃO

No passado dia 25 de Outubro realizou-se o primeiroexercício de evacuação deste ano lectivo.

Com este exercício não se pretendeu avaliar a reacçãoda comunidade escolar a um simulacro de acidente con-creto mas apenas instalar rotinas no modo como se evacuamtodas as pessoas para um local de concentração pré-definido.

Na palavra dos responsáveis, o exercício correu muitobem, conseguindo-se tempos de evacuação razoáveis. [::]

REUNIÃO GERAL DE ALUNOS

Dia 27 de Outubro, sexta-feira, foi eleita a ComissãoEleitoral que dirigirá o processo eleitoral para escolha daDirecção da Associação de Estudantes.

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Ano II, nº 14, Outubro/2006 13

TERRAPLANAGEMRespondendo a um pedido que o Conselho Executivo

efectuou em Abril deste ano, os serviços da Câmara Mu-nicipal do Barreiro irão executar, em breve, a terraplanagemdo terreno entre os campos de jogos e o eucaliptal, junto aoportão que dá acesso ao Parque da Cidade (Portão Sul) [::]

COMPUTADORES PORTÁTEISComo noticiámos anteriormente, a escola candidatou-se

a um projecto do Ministério da Educação que visava fornecerdiverso material multimédia às escolas. Do material que nosestá prometido chegou já um ponto de rede wireless e umprojector multimédia (que pode ser requisitado na BECRE).Como os 24 computadores portáteis ainda não chegaram, oprofessor que quiser usar o projector tem de trazer o seupróprio portátil de casa.. [::]

SABER +: NOVIDADES NO SITE DA ESCOLA

O site da escola continua a evoluir. Desta vez, passou a disponibilizar aos alunos, na página “Saber +”, um conjunto deligações para sítios onde podem aprender mais, ou de forma mais divertida, aquilo que se ensina na escola. Desde dicionáriosaté resolução de problemas de Matemática, é possível encontrar um pouco de tudo. Esta página está receptiva às sugestõesde todos e espera, em breve, publicar também (bons) trabalhos de alunos.

O site passou também a fornecer informações sobre a música de fundo. A propósito: também se aceitam originais dosnossos alunos compositores para música de fundo.

A não perder em www.esec-casquilhos.rcts.pt [::]

Dia-a-dia

AO TEATRO !

A primeira ida ao teatro para os professores (e algunsnão professores) da Escola, este ano, aconteceu quinta-feira,dia 19 de Outubro. Fomos ver D. Juan, de Molière, pelaCompanhia de Teatro de Almada.

A noite estava invernosa mas o teatro aqueceu a alma.O mais apreciado: o texto de Molière, o preço dos bilhetes

(6 euros) e as instalações (a sala foi estreada recentemente).Esta iniciativa, que partiu da professora Maria Emília

Santos, de Filosofia, e que contou comcerca de 30 participantes é, sem dúvida,mais um contributo para continuarmos ater o prazer de ir ao teatro. [::]

Ana Garrido, prof.ª 8ºB

DESPORTO ESCOLAR

Este ano o Desporto Escolar vai ser coordenado pelo professor Augusto Jorge. Entretanto,o professor Pedro Cabanas assumiu a Coordenação do Departamento de Educação Física eDesporto da nosa escola.

Durante o presente ano lectivo irão funcionar 4 núcleos de Desporto Escolar: Ténis, Natação,Badminton e Xadrez.

Como se pode ver, há desportos para todos os gostos. As inscrições estão abertas junto dosprofessores de Educação Física. [::]

MINERÁLIA

Continuando o que já se transformou numa tradição, vai--se realizar, de novo, na nossa escola a Minerália, exposiçãoe venda de minerais e fósseis. Esta oportunidade deantecipar, por preços muito em conta, as compras de Natalterá lugar nos dias 28, 29 e 30 de Novembro no bar dosalunos. A iniciativa é, mais uma vez dos professores deBiologia, Ciências Naturais e Geologia [::]

RASTREIO VISUAL GRATUITONa semana de 6 a 10 de Novembro, a Multiópticas de

Santa Maria vai instalar na nossa escola um consultóriomóvel. Qualquer pessoa poderá verificar gratuitamente oestado dos seus olhos durante esses dias.

DOAÇÃO

No passado número de Julho noticiámos nesta páginaque se tinha realizado um jantar de convívio com 3professoras que, nesse ano lectivo, se tinham reformado: asprofessoras Carla Marina, Isabel Flório e Teresa Maurício.Após o jantar e pagas todas as despesas, a comissãoorganizadora, verificando que tinham sobrado 20€, entendeudoar essa verba ao nosso jornal. Uma atitude que muito nossensibilizou, que aqui agradecemos e que esperamos quevenha a ser seguida por outras organizações. [::]

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Ano II, nº 14, Outubro/200614

Numa aula laboratorial de Físico-Química, realizámos aexperiência da Coca-Cola com Mentos, com o objectivo deobservarmos a reacção do que poderia acontecer.

Procedimento: num espaço aberto (no pátio,entre os blocos D-E), colocaram-se 3 Mentosdentro de uma garrafa de Coca-Cola de 0,5 litro.

O que observamos?Observou-se uma produção e saída violenta

de gases comprimidos ao colocar os Mentos nagarrafa da Coca-Cola (como mostra a imagem).

Porquê?O que observamos na experiência, pode-se explicar com

a teoria da tensão superficial, isto é, se uma molécula dacamada superficial se move para o interior do líquido, estaforça realiza um trabalho positivo sobre ela, mas se umamolécula se move do interior do líquido da camada superfi-cial, esta força realiza um trabalho negativo sobre ela.

Assim, a superfície de um líquido pode seraumentada, se um certo número de moléculas passado interior do líquido para a camada superficial e issopode acontecer pela realização de trabalho externo.

Qualquer coisa que for colocada dentro da garrafaajudará as bolhas de gás a escaparem de forma maisrápida porque ela dá às bolhas de dióxido de carbonomais área na qual se forma, assim efervescendo.

Suponhamos que somos uma molécula de CO2 (dióxidode carbono). Nós e milhares dos nossos amigos, estamostodos “empanturrados” no quintal, num ambiente saturado,

rodeados por uma cerca de superfície líquida.Nenhum de nós, individualmente, poderá atravessar a

cerca líquida (que é a tensão da superfície doslíquidos) ainda que uns poucos, aqui e ali, consigamsaltar ou passar por baixo da cerca (processo dedifusão). Mas todos nós queremos sair de umlado da cerca para o outro lado, que tem maisespaço livre para nos movimentarmos (tentativade equilíbrio).

Alguém agora atira uma corda para dentrodo quintal (Mentos para dentro da Coca-Cola).

O que acontece?Todos tentamos agarrar a corda (processo de

agregação). A maior parte de nós (uma bolha) agora estáfortalecido o suficiente para atravessar a cerca (ruptura datensão superficial do liquido) e conquistar a liberdade.

Portanto, não se trata de uma reacção química, massim de um puro processo explicado pela física. Este éo processo de efervescência da Coca-Cola napresença de Mentos.

Com este trabalho aconselhamos a que não bebamCoca-Cola quando comem Mentos. Temos o exemplode uma brasileira que está internada no hospital e quedepois de consumir Coca-Cola e Mentos ficou comas paredes do estômago feridas pois a reacçãoocorreu no estômago. (1) [::]

(1) Apesar do que foi escrito neste trabalho, existe uma discussãona internet sobre a veracidade destes ferimentos pois ninguém consegueidentificar a (única) eventual vítima. [NR]

Mentos e coca-colaJá há algum tempo que circulam pela Internet vídeos sobre a reacção que ocorre quando se introduzem algumas pastilhas de

Mentos dentro de uma garrafa de Coca-Cola. Na nossa escola, vários alunos, no âmbito da disciplina de Físico-Química,tentaram intepretar este fenómeno. Deixamos aqui a explicação de um grupo do professor Mestre Coelho formado por AnaPereira (10ºA), Ana Filipa (10ºA), Íris Correia (10ºA), Cristy Pereira (11ºB) e Igor Maria (11ºB). [NR]

não se trata de umareacção química, mas

sim de um puroprocesso explicado

pela física

Há um ano, o ESCRITO deu a boa nova: os resultados dosexames colocavam-nos em número 1 no concelho doBarreiro. Sabemos que as listas apresentadas pelacomunicação social pouco valem, pois ignoram os imensoscontextos que condicionam uma escola. Sabemos também

que essa posição foi conseguida graças a uma felizcoincidência de alunos excepcionais no mesmo ano.

Agora, que ficámos em último lugar, é preciso parar parapensar e redefinir estratégias. Até porque, todos os que aquitrabalham sabem que merecem mais. [::]

RANKINGS

1 - Número de exames (Expresso); 2 - Classificação interna (Expresso); 3 - Classificação interna (DN); 4 - Média deexames (Expresso); 5 - Média de 8 exames (Público); 6 - Média de 14 exames (DN); 7 - Ranking 2005/2006(Expresso); 8 - Ranking 2005/2006 (Público); 9 - Ranking 2005/2006 (DN); 10 - Ranking 2004/2005 (Expresso); 11- Ranking 2003/2004 (Expresso)

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Ano II, nº 14, Outubro/2006 15

Palavras Cruzadas

Horizontais

1. Out Loud. Jornal escolar.2. Pus a cabeça na almofada. Brigada Contra o

Terrorismo.3. Quando toca temos de. Companhia Aérea

Portuguesa. O mais pequeno no Parlamento.4. Indica que é masculino. É usada nos baptizados.

Dói. No final quando são mais de um.5. Rir às gargalhadas. Pecado que não se pratica na

cantina.6. Melhor escola do Barreiro.7. Região do Oeste e Vale do Tejo. Falar com voz de

trovão.8. Ia-se embora. Estas palavras cruzadas são para…9. O Rio que desaguou na Liga de Honra. Corpo de

Salvação Pública do Barreiro. Campeão.10. Depois de passar o Conselho Executivo.

Aprendemos com estas a ler e escrever. O bebéfaz só um.

Verticais

1. Sentimento dos Hooligans. Não se joga nas aulasde TIC.

2. É preciso um Plano Nacional para. Se eumandasse, alguém fazia a cada hora nos WC daescola.

3. O primeiro em Roma. Sobremesas espanholas.4. E em francês. Index Lexicológico do Quebec.

Régua usada nos estiradores. Vogal nº 2.5. Usada por Cupido. Universidade da Terceira Idade

do Barreiro.6. Serviços de espionagem norte-americanos.

Rodava.7. Letra “rech” no alfabeto fenício. Segundo nome de

Karol Woitilla. Bem-bom.8. Abreviatura latina de “aí mesmo”. Camões

chamou-lhe “dos Amores”. 100 anos romanos.9. Vir para a escola de Mercedes ou de Volvo. Junto

ao coração.10. Aulas de substituição sem P. Letra de plural.

Antepositivo grego de igualdade.

Soluções

por Paulo Cruz

Ficha técnica Proprietário: Escola Secundária de Casquilhos – Barreiro Director: Renato Albuquerque (prof. 10ºA) Subdirector: Ana Santiago(prof. 8ºB) Redacção: Ana Arêde (12ºD); Ana Beatriz Santos (12ºD); Cátia Duarte (12ºD); Gil Marques (12ºD); Joana Alves (12ºD); José Costa (11ºD); Sara Heitor(11ºD); Sofia Pia (12ºD) Colaboraram neste número: 11ºG; Ana Filipa, Ana Pereira e Íris Correia (10ºA); Cristy Pereira e Igor Maria (11º B); Alda Barata (prof. 4ºA);Ana Garrido (prof. 8ºB); Ana Margarida Carrilho (12ºA); Ana Sousa (12ºE); André Carvalho (12ºD); Guilherme Oliveira (12ºE); Luís Lima (11ºG); Paulo Cruz; PauloNunes (prof. 5º); Soraya Silva (10ºF) Fotos: Ana Beatriz Santos; Jorge Duarte (prof. 5º); Guilherme Oliveira; Orlando Nunes (prof. 11ºA); Renato Albuquerque; SofiaPia Maquetagem: ReAl. Impressão: Serviços de Reprografia da Escola Capa: ReAl sobre foto de Sofia Pia (alunos da escola EB1 da Vila Chã) Correspondência: Jornal ESCRITO. Escola Secundária de Casquilhos. Quinta dos Casquilhos. 2830-046 BARREIRO Telef.: 212148370 Fax:212140265 E mail:jornal@esec casquilhos.rcts.pt Horário: Sala C6 - terças, das 14:45 às 16:15 Tiragem desta edição: 300 exemplares

Os textos não assinados são da responsabilidade da Direcção

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Ano II, nº 14, Outubro/200616

por WilliamO