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Com duas aulas semanais, o judô tira os jovens de casa e incentiva uma prá- tica esportiva que beneficia não só a saúde, mas também o comportamento dos praticantes. Projeto de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Território (DIST) do Vista Bela e seu entorno É possível evitar a dengue Judô transforma rotina de crianças e adolescentes Bruna Ferrari Não deixar lixo acumulado e prestar atenção em locais que tenham água pa- rada são algumas das medidas que os moradores podem tomar dentro de casa para combater a dengue. Pág. 02 Pág. 05 JOVENS RECEBEM CAPACITAÇÃO EM INFORMÁTICA. Aprender nunca é demais e foi pensando nisso que um grupo de jovens concluiu o curso de informárica do Instituto CDI. A ação, promovida pelo Projeto DIST, busca pela qualificação profissional dos moradores melhorar toda comunidade. LONDRINA, ABRIL de 2015 - Nº 03 Pág. 04

Jornal informAção - 3º edição

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O Jornal InformAção é o veículo de comunicação do Projeto de Desenvolvimento Integrado e Sustentável de Território (DIST) do Residencial Vista Bela e seu entorno. Além de abordar as ações do projeto, o jornal conta com pautas que foram escolhidas junto com o Comitê de Comunicação, que é formado por moradores dos territórios que estão envolvidos com as atividades do DIST.

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Com duas aulas semanais, o judô tira os jovens de casa e incentiva uma prá-tica esportiva que beneficia não só a saúde, mas também o comportamento dos praticantes.

Projeto de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Território (DIST) do Vista Bela e seu entorno

É possível evitar a dengue Judô transforma rotina de crianças e adolescentes

Bruna Ferrari

Não deixar lixo acumulado e prestar atenção em locais que tenham água pa-rada são algumas das medidas que os moradores podem tomar dentro de casa para combater a dengue. Pág. 02 Pág. 05

JOVENS RECEBEM CAPACITAÇÃO EM INFORMÁTICA. Aprender nunca é demais e foi pensando nisso que um grupo de jovens concluiu o curso de informárica do Instituto CDI. A ação, promovida pelo Projeto DIST, busca pela qualificação profissional dos moradores melhorar toda comunidade.

LONDRINA, ABRIL de 2015 - Nº 03

Pág. 04

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2ABRIL de 2015

Expediente Projeto de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Território (DIST) do Vista Bela e seu entorno

Coordenação projeto DIST: Ciliane Carla Sella de Almeida

Equipe Projeto DIST: Gracielli Aparecida de Souza, Rosemari Friedmann Angeli, Mara Regina Rodrigues e Cristiana dos Anjos.

Equipe de Comunicação do DIST: Tatiana Fiuza (MTB - JP03813DF), Bruna Ferrari, Luiza Belloto (estagiária) e Marcos Gomes (estagiário)

Diagramação: Bruna Ferrari

Comitê de Comunicação do território atendido pelo DIST: Ana Lucia Cardoso, Diego Rossi, Edileusa S., Felipe Oviedo, José Vannelço, Leandro Claudino, Luiza Ap. da Silva, Maria Eliza da Silva, Vanda Alves.

Parceiro gestor: Instituto PólisCoordenadora geral Instituto Pólis: Margareth Uemura

Sede DIST: Avenida Giocondo Maturi 731, Jardim Maria Celina

Execução:

(43) 3327-6421 - CEP: 86081-542

Impressão: Editora e Gráfica Paraná Press S/A - GRAFIPRESSTiragem: 2.000 exemplares

Financiador:

Luiza Bellotto

O verão é bom para pegar uma cor, mas também é propício para alguns hóspedes que acham água parada por aí: o mosquito Aedes aegypti. Parecem pequenos e ino-fensivos, mas são eles que trans-mitem a temida dengue. Os casos da doença já cresceram cerca de 57% no Brasil em relação a 2014, de acordo com um comunicado do Ministério da Saúde de fevereiro desse ano. A dengue é propagada a partir de água parada, em que o mosquito transmissor se reproduz. Dessa forma, quintal com vasos de plantas, pneus e até mesmo lixos em geral podem ser perigosas fon-tes de dengue se não forem devi-damente cuidados.

Segundo Diana Martins, coorde-nadora do setor de Endemias da Secretaria Municipal da Saúde, Londrina tem atualmente 186 ca-sos positivos e 1.325 notificados de dengue. Os números não aumen-taram muito em relação ao mesmo período do ano passado, que foram 125 casos positivos e 1363 notifi-cados, “mas isso não significa que devemos baixar a guarda. Com a dengue devemos sempre estar atentos e nos previnir o ano todo”, completa a coordenadora.

O setor de Endemias tem traba-

lhado para conter o avanço do ví-rus. Agentes da saúde passam de casa em casa do município alertan-do sobre como se proteger e falan-do das consequências da doença. “Outras medidas para prevenção são os bloqueios realizados quando há um terreno com infestação con-firmada ou suspeita, a delimitação de um raio de 300 metros a partir do local, inspeção com remoção mecânica dos focos da dengue, en-trevista com o morador da casa ou

dono do terreno e, se necessário, a aplicação de inseticida com bomba costal motorizada”, explica Diana.

Acúmulo de lixo

Para tentar conter perigos vindos de acúmulo de materiais, a Com-panhia Municipal de Transito e Urbanização (CMTU) de Lon-drina adota uma medida que pesa nos bolsos de alguns moradores: aqueles que jogam lixo em terre-nos baldios ou acumulam entulhos

dentro do próprio terreno podem pagar uma multa que varia de R$ 60 até R$ 100 mil. “Os locais com acúmulo de lixo servem como po-tenciais criadouros do mosquito da dengue, além de favorecerem a proliferação de roedores, cobras e outros tipos de insetos e vetores de doenças”, afirma Gilmar Do-mingues, gerente de resíduos da CMTU.

Por isso, os moradores devem lem-brar que o acúmulo de materiais é prejudicial não apenas para eles próprios, mas também para os vi-zinhos. Caso algum cidadão queira denunciar atos como esses, o cami-nho é simples: para acúmulos que podem incentivar a proliferação da dengue e outras doenças, denun-ciar no setor de Endemias pelo te-lefone 3372-9427; se o problema for em terrenos públicos ou parti-culares, deve-se entrar em contato com a CMTU, por meio dos tele-fone 3379-7968 e 3379-7946.

Sintomas

Existem dois tipos de dengue: a dengue clássica, que é menos pe-rigosa e a dengue hemorrágica. No primeiro caso, os sintomas são: fe-bre alta, dores de cabeça, dores nos olhos, perda de apetite, manchas na pele, enjoos, tonturas, cansaço e dores nas articulações. No segun-do, os sintomas são os mesmos, mas com agravamentos após a febre: dores abdominais, pele páli-da, fria e úmida, sangramento nas mucosas (boca, nariz e gengivas), sonolência, confusão mental, boca seca, dificuldade respiratória e per-da de consciência. A dengue he-morrágica é um quadro grave, que deve ser tratado imediatamente, pois pode ser fatal.

Moradores podem evitar dengueNúmeros de casos estão estáveis em relação a 2014, mas os cuidados não devem diminuir

Saiba o que você pode fazer para evitar a proliferação da dengue:

-Verificar o quintal ao menos uma vez por semana, redobrando os cuidados após as chuvas;

-Para quem tem piscina, mesmo a de plástico, manter com a quantidade de cloro adequada para o tamanho da piscina;

- Jogar o lixo recliclável em local adequado, com cobertura, até o dia da coleta pública. Se o morador perder o dia da coleta, guardar o lixo em local protegido de chuvas até a próxima;

- Não jogar recipientes como potes de sorvete, latas de refrigerante, po-tes de iogurte, sacolas plásticas ou pacotes de salgadinhos na rua ou em terrenos baldios, porque eles podem acumular água, além de entupir bueiros e causar outros males como alagamentos;

- Lavar os bebedouros de animais e pratinhos de vaso de planta com bucha, água e sabão para eliminar os ovos do mosquito transmissor que podem ficar colados nas paredes do recipiente.

Ações de prevenção

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3ABRIL de 2015

Bruna Ferrari

Tradição de Pernambuco, com presença marcante na cidade de Recife, o Maracatu ecoou pelas ruas do Vista Bela em Março. O ritmo que teve origem nas mani-festações religiosas dos escravos, chegou em Londrina por meio do grupo Semente de Angola, que há cinco anos traz todos os sons dessa tradição cultural.

Os grupos que tocam Maracatu no Recife são chamados de Nações e além dos instrumentos que com-põe o ritmo, se apresentam em cor-tejos completos, com reis, rainhas e outros elementos da corte. O Semente de Angola é apadrinha-do pela Nação do Maracatu Porto Rico, o que o tornou um grupo pa-rafolclórico (nome dado a grupos de maracatu fora de Recife).

Batuqueira do Semente, Ana Ca-rolina Luz conta que para tocar Maracatu é preciso mais do que instrumentos e pessoas. “O Mara-catu tem ligação com o Candom-blé, quem participa não precisa

Bruna Ferrari

Aprovado este ano pelo Programa Municipal de Incentivo a Cultura (Promic) o projeto MH2 – Música e Hip Hop, do rapper Leandro Pal-merah, irá oferecer oficinas culturais dentro do bairro Vista Bela. As ati-vidades que começaram no dia 21 de março são gratuitas e incluem, além de duas oficinas semanais, a realização de quatro eventos que vão dar espaço para artistas locais.

Integrante do grupo Família IML, Leandro começou a trabalhar com música há 15 anos e conta que o projeto, além de identificar novos talentos, busca desenvolver os jovens da comunidade. “O hip hop possui elementos que proporcionam res-peito mútuo e divisão de responsa-bilidades entre os jovens. Ele nasceu nos guetos de Nova York, da resis-tência contra o racismo e a pobre-za e o Vista bela é um bairro com a mesmas características dos guetos norte americanos. O bairro necessita de estrutura social e de mais atenção para as crianças e os jovens”, salienta.

As oficinas ministradas por Lean-

Batuque de Recife para Londrina Projeto traz estudo musical para o Vista Bela

Ação cultural apresenta o Maracatu para a comunidade Ideia é identificar talentos musicais com oficinas de Hip Hop e curso de canção

dro irão trabalhar a história do Hip Hop e capacitar os jovens para pro-duções artísticas. Além dessas ofici-nas, o projeto também vai oferecer o curso “A canção e seus sentidos” elaborado pelo músico João Paulo de Toledo Carvalho, que irá traba-lhar quatro elementos da canção: a poesia, a compatibilidade, a música e os elementos sócio culturais.

Formado em música e estudando o Hip Hop e o Rap no mestrado, João Paulo conta que escolheu esse estilo musical pelo alto nível de criativida-de. “É a forma de canção mais cria-tiva que existe no mundo. Quando você escuta com critério e rigor, você percebe que as coisas que as pessoas estão fazendo no pop rock e até na MPB são infantis. A construção que você tem dentro do Hip Hop tem um nível de poesia e articulação poética muito alto”, explica o músi-co.

As atividades estão sendo realizadas nas salas de aula do Projeto DIST, que ficam na rua André Buck nº 641, das 16h às 19h30, no Vista Bela. Mais informações pelo telefo-ne 9134-0359 com Leandro.

fazer parte da religião, mas precisa saber que essa relação existe e res-peitar.”

A apresentação do Semente de Angola no Vista Bela foi uma das várias intervenções artísticas e cul-turais que o DIST pretende reali-zar ao longo do ano, de acordo com a coordenadora do Projeto, Ciliane Carla Sella de Almeida. “O DIST pretende propor atividades que permitam o encontro das pessoas em ambientes mais descontraídos e assim possibilitem a formação de vínculos sociais. As atividades cul-turais e artísticas colaboram para a transformação das pessoas, do ambiente”, observa.

Quer saber mais sobre Maracatu?

Os ensaios do Semente de Angola são toda terça-feira, às 19h30, na Vila Cultural Alma Brasil, que fica na rua Mar Del Plata, 93. Já as ofi-cinas para aprender a tocar Mara-catu são aos sábados e as datas e locais são divulgadas na página do facebook do grupo, que é Maraca-tu Semente de Angola.

Bruna Ferrari

Bruna FerrariApresentação do grupo de Maracatu Semente de Angola no Vista Bela

Oficina do Projeto MH2 - Música e Hip Hop realizado no Vista Bela

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4ABRIL de 2015

Marcos Gomes

A preparação profissional faz dife-rença na busca pelo primeiro em-prego, é o que diz a moradora do Vista Bela 9 e formanda no curso de Informática Gabriela Gonçal-ves, 14. Ela e mais um grupo de 12 jovens concluiram em fevereiro o curso de Informática oferecido pelo Instituto CDI em parceria com o Projeto DIST. O objetivo do curso foi de qualificar adolescentes ofere-cendo experiência e conhecimento profissional nesse momento estra-tégico da vida deles, a entrada no mercado de trabalho.

A formatura do grupo foi realiza-da na sede do DIST, no dia 20 de fevereiro e foi marcada por um ví-deo com momentos de aulas e a fala

Jovens recebem capacitação em Informática Adolescentes realizaram curso oferecido pelo Instituto CDI

dos jovens sobre os aprendizados e expectativas do curso. Pais e for-mandos festejaram o encerramento desta etapa durante a entrega dos certificados.

Na opinião de Gabriela, participar do curso foi um privilégio. “O cur-so irá ajudar no futuro profissional de todos que participaram, pois a informática está presente nas em-presas e entendê-la é essencial para conseguir um bom emprego”, rela-ta.

Curso de Informática

O curso teve duração de três me-ses. Os jovens receberam conhe-cimentos básicos de informática, manipulação de arquivos, pesquisa e navegação na internet, noções de

e-mail, elaboração de documentos no Word e criação de planilhas no Excel. A parceria com o Instituto CDI busca fortalecer a Meta 3 do Projeto DIST, que visa qualificar a população para impulsionar a en-trada no mercado de trabalho.

No curso de Informática oferecido pelo CDI, o aluno tem, além da for-mação preparatória para o merca-do de trabalho, a formação cidadã. Entre as aulas que são ministradas, está a de Ética. Nessa disciplina, são ensinados valores morais úteis para a vida pessoal e profissional dos jo-vens e adolescentes.

De acordo com a Gestora Peda-gógica do CDI, Poliana Pulici, os jovens superaram positivamente a expectativa. “A oportunidade que

eles estão tendo é algo que trans-forma a vida e eles valorizam isso. Esperamos que o fruto desse curso resulte na abertura de muitas portas e sucesso para os alunos”, ressalta Poliana. De acordo com a Gestora, novas parcerias serão muito bem-vindas.

Para a assistente social do Projeto DIST, Gracieli Aparecida de Sou-za, esse tipo de parceria é de extre-ma importância para o desenvol-vimento dos jovens nos territórios atendido pelo projeto. “Os alunos participaram com um bom apro-veitamento. O acesso aos direitos acontece com as oportunidades. Toda a formação profissional é um processo. Esse curso representa uma semente que foi plantada”, destaca.

A assistente social do DIST, Gracieli, e a coordenadora pedagógica do CDI, Poliana Pulici, entregam os certificados para os estudantes Gabriela Gonçalves, John Victor Ferreira, Paulo Willian, Aline Stochi, Christyan Hideaki, Giovanna Pereira, Gustavo akaho, João Lucas Braz, Matheus Alves, Mayara Maryama, Pedro Henrique Cruvinel e Willian Henrique de Souza.

Fotos: Bruna Ferrari

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5ABRIL de 2015

Marcos Gomes

Começou no mês de março o curso de Eletricista Predial e Residencial do Sistema Nacional de Apren-dizagem Industrial (SENAI), que está sendo realizado pelo Projeto DIST. Ao todo, 20 vagas foram dis-ponibilizadas gratuitamente para moradores do Vista Bela e região, que irão frequentar as aulas todos os sábados, das 13h às 19h30 por um período de sete meses.

Para o Operador de Máquinas, Gilson Moraes de Resende, 26, um dos fatores que influenciou para na decisão de fazer o curso foi a pro-ximidade, “muitas vezes não temos condições de estudar longe de onde moramos. O fato do curso ser gra-tuito também é muito bom, facilita bastante”, explica. Ele afirma que espera trabalhar e crescer nessa área. “Existe a possibilidade de abrir a minha própria empresa ou passar em um concurso. Depois pretendo também fazer outros cursos para adquirir novos conhecimentos, me especializar”, complementa.

O professor do SENAI, Nelson Fi-lho, é quem está ministrando as au-las. Ele espera que os alunos deem valor na oportunidade de aprender uma profissão. “Eles podem me-lhorar o nível de vida financeiro e o aspecto moral”, explica. Para Nel-son, não se acomodar faz diferença na vida das pessoas. “A vantagem do curso é o aluno aprender. Isso é o que nos faz crescer no dia a dia”, afirma.

A ação faz parte da Meta 3 do Pro-jeto DIST, que visa a qualificação profissional da população, buscando assim, o desenvolvimento do terri-tório.

Curso de Eletricista traz qualificação

profissional

Marcos Gomes

Duas turmas de jovens com idades entre 10 e 17 anos vêm descobrin-do no judô uma forma saudável de ocupar o tempo livre. A ativida-de é resultado da parceria entre o Projeto DIST e o educador físico Wellington Berbel. As aulas são realizadas todas as segundas e sex-tas-feiras, no período da manhã e da tarde, assim, os alunos partici-pam da atividade no contraturno da escola, ou seja, quem estuda de manhã, pode fazer judô de tarde, ou vice versa.

De acordo com Berbel, o judô é uma importante modalidade es-portiva para desenvolver potencia-lidades de crianças e jovens, além de ser uma maneira de fazer com que os alunos saiam do sedenta-rismo. O educador conta que tam-bém haverá avaliações e acompa-nhamento de saúde, o que tornará as aulas uma ponte para esse aten-dimento periódico.

Ele ainda lembra que essa prática esportiva ensina questões impor-tantes de comportamento, como autocontrole, educação e respeito à hierarquia. Além da atividade em si, o objetivo é oferecer também uma formação cidadã dos alunos. “Vamos trazer para as aulas de judô enfermeiros para falar sobre educação sexual, questões de gê-neros e outros temas importantes atualmente”, afirma.

Matheus Neri, 12, morador do Vista Bela 8, conta que está gos-tando das aulas e pretende se tor-nar um bom representante dessa prática esportiva. “Antes de co-meçar o judô, eu costumava ficar

Judô transforma rotina de crianças e adolescentes Parceria entre o Projeto DIST e educador físico desenvolve

potencialidades por meio do esporte

mais no computador. Tudo isso é muito novo para mim. O que eu faço é bem melhor do que fi-car em minha casa ou na casa de amigos”, conta o aluno ainda com a respiração ofegante após uma aula. Tímido, Matheus diz que aos poucos está fazendo novos amigos e aprendendo muito em cada aula.

Já Solange Andrade Correia, 35, mãe de Ruan Miguel, 14, diz que matriculou o filho a fim de ocu-par o tempo dele. “Ele tem muita energia, espero que com as aulas de judô essa hiperatividade possa ser canalizada”.

Todas as atividades desenvolvidas pelo Projeto DIST, incluindo o judô, têm o objetivo final de desen-volver o território, de acordo com a coordenadora do Projeto, Celiane Carla Sella de Almeida. “O espor-te atua no desenvolvimento indi-vidual e é fonte de coesão social e educação. Não há muitos projetos na comunidade do Vista Bela en-volvendo crianças e elas acabam fi-cando presas em suas casas, diante da televisão ou de um computador. O esporte é um agente transfor-mador, que possibilita a inserção social e melhora o processo edu-cativo” ressalta.

Fotos: Marcos G

omes

O educador físico Wellington Berbel e alunos das aulas de judô do Projeto DIST

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6ABRIL de 2015

Produção: Maria Socorro Gomes (Parigot II), Iracema Paula Guedes (Parigot), Doralice Bento (To-cantins), Elza Aparecida (Vista Bela V), Lícia Bras Alineda (Vista Bela), Maria José da Silva (Vista Bela), Francisca Maria Bento de Souza (Vista Bela) e Conceição Aparecida Soares (Vista Bela)

O Grupo de Idosos do Vista Bela tem pessoas de vários lugares. Elas saem dos seus bairros para vir aqui porque não tem essas atividades onde moram. No Parigot, por exemplo, tinha um grupo com mais de cem idosos, mas depois que o centro de convivência do bairro ficou sem manutenção, praticamente abandonado, não tem mais onde realizar as atividades. A Secretaria do Idoso apóia esses grupos, nós participamos das reuniões que eles fazem, mas o que falta muitas vezes é o espaço, então, no ano passado, começamos esse grupo no Vista Bela.

É bom participar do grupo porque conhecemos coisas novas. Só o fato de sair de casa já é uma grande coisa, não nos deixa cair em depressão, por exemplo, e vale a pena porque aprendemos muito. Ainda tem lugares que queremos conhecer, como o Planetário e os museus da UEL, tem gente aqui que nunca foi nem no campus da universidade. Também é bom quando conseguimos praticar atividades físicas, é importante na nossa idade.

3º idade e os bairros

Nós que moramos há muito tempo nos bairros ou ainda que conhecemos eles desde o início, podemos ver mudanças que pessoas mais novas não conseguem. No Parigot, por exemplo, as enxurradas são um grande problema faz mui-tos anos e ninguém muda nada. Mas também tivemos mudanças boas por lá, como a horta comunitária. No Vista Bela, é triste ver como as pessoas não respeitam a natureza. Tem gente que estraga o jardim do vizinho e tem aqueles que nem ligam em plantar alguma coisa, para deixar o bairro mais bonito. Mas também vimos que aos poucos o comércio do bairro foi crescendo, além de novas construções. No Tocantins, alguns espaços estão livres faz anos e pode-riam ser usados, para uma academia ao ar livre, por exemplo. É uma mudança boa, e iria ajudar nas pistas que já fizeram para a comunidade caminhar por lá.

Nós sabemos dessas coisas porque vimos o crescimento desses bairros e mo-rando neles há tantos anos podemos dizer, com certeza, que as pessoas devem participar mais do seu bairro e ver o que se pode melhorar.

Produção: Osvaldo Martins (Parigot II), Antonio de Souza Santiago ( José Giordano), Anerita Gon-çalves ( José Giordano), Floripes Alice da Silva (Vista Bela), Maria Jesus Soares (Vista Bela), Elza Aparecida (Vista Bela V) e Maria José (Vista Bela).

Gostamos de participar do grupo de idosos para sair um pouco da rotina. Não existem muitas opções de atividades para nós, então quando aparece uma oportunidade, não deixamos passar. Encontrar com outras pessoas e conversar nos deixa ativos, o que ajuda a afastar pensamentos negativos e é bom também porque conversando, vamos lembrando de coisas que estavam ficando para trás.

Como moramos todos nessa região da cidade [região Norte], nos grupos aca-bamos encontrando ou conhecendo alguns vizinhos, que no fim, são nossos companheiros do dia a dia. Claro que existem alguns vizinhos rabugentos, que não querem se misturar ou só nos procuram quando têm algum interesse, mas são só alguns.

Além das amizades, o grupo é bom pelos passeios e as atividades, como a ida ao cinema. É muito legal fazer coisas novas e mais passeios são sempre bem-vindas. Nesse grupo é tudo bem organizado, em outros lugares a gente as vezes começava uma oficina e não terminava, mas aqui não, tem até uma agenda programada.

3º idade e os bairros

Nós que moramos em bairros mais antigos, vimos como as coisas mudaram com o tempo. No José Giordano, por exemplo, o comércio aumentou e ficou mais variado, passou a suprir necessidades básicas. É importante ter esse co-mércio local, porque ir até o centro ou em bairros vizinhos pode ser complica-do. No Vista Bela, o comércio cresceu também e quando falta alguma coisa, a gente acaba pedindo uma ajuda para os vizinhos.

Uma coisa boa que surgiu nos bairros com o tempo foi a academia ao ar livre, mas em alguns lugares falta manutenção, o que acaba impedindo a comuni-dade de usar. Já o asfalto precisa melhorar em quase todos os bairros. Fazer a manutenção, ficar de olho nos buracos, isso deixaria o lugar melhor ainda para se morar.

Mudança na rotina ativa melhor idade

Nos primeiros encontros de 2015, o grupo da 3º idade DIST participou de uma atividade com a equipe de comunicação do projeto e elaborou os textos a seguir. A ideia era expressar a opinião do grupo, eles escolheram o tema, produziram o texto com a equipe e decidiram o título. Confira:

3º idade DIST

Melhor idade: um olhar sobre os bairros e a amizade

Bruna Ferrari

Marcos G

omes

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7ABRIL de 2015

Luiza Bellotto

A violência doméstica no Brasil ainda é pouco discutida. Por isso o país é um dos líderes de violência contra a mulher. Ele ocupa 7º lugar no ranking mundial, com 4,7 mu-lheres assassinadas em cada 100 mil mulheres brasileiras, segundo uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2010. Desde que foi criada a Lei Maria da Pe-nha (Lei nº 11.340/2006), o Brasil vem, aos poucos, diminuindo esses números.

Lucimar Rodrigues da Silva Alves, diretora de Enfrentamento a Vio-lência contra a Mulher da Secre-taria Municipal de Políticas para as Mulheres (PML), afirma que a criação da lei foi um grande avan-ço para o combate à violência. “As mulheres passaram a contar com mais um mecanismo de proteção, portanto, começaram a denunciar mais seus agressores”, afirma.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Avon de 2010, os motivos para a violência são diversos, mas o machismo misturado ao alcoolismo e as drogas são os principais. Po-rém, além da violência física, uma mulher pode sofrer outros tipos de violência, como a psicológica e a sexual. Segundo a psicóloga Beatriz Bassalobre, a violência doméstica se caracteriza quando um indivíduo (o violentador) acredita ser o mais for-te (física ou psicológicamente) que o outro, o que dá a ele segurança de atacar o mais fraco (o violentado).

Beatriz conta que, por essa relação de força ser basicamente a válvula de início da violência doméstica, as mulheres são geralmente o alvo

Violência contra a mulher pode ser combatidaLei Maria da Penha tem contribuído para a diminuição dos casos e para o aumento de

denúncias contra as agressõesprincipal. “A maioria das mulheres se sente culpada de passar por isso. Não denunciam por medo e por acreditarem que estão realmente er-radas, o que é uma inverdade, já que qualquer tipo de violência é injus-tificável”, completa. Ainda segundo Lucimar, a violência psicológica é tão perigosa quanto a violência físi-ca. “A violência psicológica destrói a auto estima da mulher e é um dos motivos que a levam a permanecer na violência e pode até somatizar outras doenças”, defende.

A psicóloga Beatriz fala sobre meios de procurar ajuda, alegando que a denúncia e o apoio de fami-liares e amigos é essencial nesses casos. “Além disso, para superar essa situação, o melhor a fazer é procurar ajuda profissional para desconstruir algumas crenças que foram colocadas em nós, mulheres, a fim de aceitar injustiças e retalia-ções”, afirma.

A maioria dos ataques contra as mulheres acontece dentro de casa, de acordo com uma pesquisa rea-lizada pelo Data Popular e pelo Instituto Patrícia Galvão em 2013. Além disso, uma em cada cinco mulheres alegam já ter sofrido al-gum tipo de violência por parte de algum homem (sendo ele conheci-do ou desconhecido); os maridos ou namorados são responsáveis por mais de 80% dos casos reportados.

Lei Maria da Penha

O nome “Maria da Penha” foi dado à lei em homenagem a uma mu-lher que sofreu agressões de seu próprio marido durante 23 anos e o denunciou depois que ele tentou, pela segunda vez, matá-la. O caso

só foi resolvido após 19 anos de julgamento e resultou na prisão do agressor por apenas 2 anos.

A Lei Maria da Penha, criada em 2006, aumenta o rigor das punições aos agressores e possibilita que eles possam ser presos em flagrante ou, ao menos, tenham prisão preventi-va até que se esclareça o ocorrido.

A pena, que antes era de até um ano de prisão, passou a ser de até três anos, dependendo da agressão. A lei também faz com que o agres-sor possa ser retirado do âmbito da violência (que pode ser a própria casa) e proibido de chegar perto da agredida novamente. Além disso, favoreceu a criação de órgãos como as delegacias da Mulher e a Vara Maria da Penha, que são lugares es-pecíficos para os casos de violência doméstica.

Quebrando o tabu

A violência doméstica ainda é pou-co discutida na sociedade e por isso existem coletivos dentro de insti-tuições de pesquisa e ensino, que abrangem o assunto e buscam for-mas de melhorar a sociedade nesse sentido.

O Coletivo Mietta Santiago, do Curso de Direito da Universidade Estadual de Londrina (UEL), é um desses grupos. De acordo com Karen Philadelpho, uma das inte-grantes, falar sobre o assunto é de extrema importância para o seu combate. “As pessoas ainda têm di-ficuldade em aceitar que a violência de gênero é um problema estrutural da nossa sociedade machista. Cul-par a mulher pela relação de vio-lência, na qual é a vítima, só a de-sencoraja para enfrentar a situação que está sofrendo e denunciar seu agressor”, afirma.

Segundo a Lei, a violência é caracterizada e dividida em 5 tipos: As várias violências

- Física;

- Psicológica: qualquer conduta que cause dano emocional, dimi-nuição da auto- estima, que pre-judique seu desenvolvimento ou que controle suas ações;

- Sexual;

- Patrimonial: qualquer ação que retenha ou destrua parcial ou to-talmente seus bens e meios ne-cessários para sua sobrevivência;

- Moral: quando a mulher sofre com calúnias, difamações ou in-sultos.

Denúncias

Órgãos de assistência que cuidam de casos de violência contra a mulher: Delegacia da Mulher - 3322-1633 -, o Centro de Referência e Atendi-mento à Mulher (CAM) - 3341-0024 -, Núcleo Maria da Penha (Nu-mape) - 3344-0929 ou 3344-0927 – e o Programa Rosa Viva - Atendi-mento a mulheres em casos de violência sexual - 3339-8090.

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8ABRIL de 2015

Bruna Ferrari

Os alunos que retomaram aos es-tudos com o SESI, por meio do Projeto DIST, já contam com as novas salas de aula. O espaço foi adaptado dentro do bairro Vista Bela, para facilitar a locomoção dos estudantes, que são morado-res do território ou de bairros vi-zinhos. Além do investimento do DIST nos equipamentos para as salas de aula, a Prefeitura Munici-pal de Londrina, através da Secre-taria de Educação, disponibilizou todas as carteiras para acomodar os estudantes.

Duas turmas, uma de ensino fun-damental e uma de ensino médio, já estão estudando e a lista de es-pera para novos grupos conta com mais de 60 inscritos, entre os ma-triculados e os que estão com pen-dência de documentos.

A expectativa é de que todos reto-

Escola do projeto DIST conta com novas salas de aulaMobiliário foi doado pela Prefeitura e galpão adaptado pelo DIST

para as salasmem os estudos até o mês de maio.

Durante as aulas, os pais que não têm com quem deixar seus filhos, contam com o acolhimento das crianças, que ficam na sede do DIST desenvolvendo atividades recreativas.

Novas chances

Depois de quase 25 anos afastado das salas de aula, Valter Lopes da Silva, morador do Jardim Maria Celina, retomou os estudos para concluir o ensino médio. Valter conta que ficou quase 20 anos tra-balhando no Japão e que ao voltar para Londrina, percebeu que teria que terminar os estudos para con-seguir melhores oportunidades. “Faltaram seis meses para eu ter-minar a escola, eu larguei quando entrei no exército. Quando pensei em voltar, tentei ver alguma coi-sa para concluir rápido, mas achei que se eu terminasse assim, depois

de tanto tempo fora da escola, não estaria pronto para prestar um ENEM ou mesmo tentar uma fa-culdade, então me interessei pela proposta do projeto”, explica.

A grade de estudos proposta pelo SESI faz com que os alunos ter-minem todo o ensino fundamen-tal ou o ensino médio no período de um ano e meio a dois anos.

Valter ressalta que conta com o apoio da mulher para concluir os estudos, “para mim está sen-do muito bom e tranquilo, pelo apoio da minha família, mas eu vejo meus colegas que trabalham e são mães, muitas vezes têm que chegar em casa, cuidar de tudo e ir para a escola correndo, não é fácil.” Apesar da correria para conciliar a família, o trabalho e os estudos, ele diz valer a pena “depois de tanto tempo, ter condições de frequentar a escola é muito prazeroso.”

Telefones úteis100 - Disque Direitos Huma-nos: denúncias de violação de direitos humanos;

146 - Receita Federal: informa-ções sobre imposto de renda, CPF e agendamento de serviços;

151 - Procon: assuntos relacio-nados ao direito do consumidor;

194 - Polícia Federal: denúncias de tráfico de drogas e transporte de mercadorias ilícitas;

(43) 3341-7733 - Força Verde - Polícia Ambiental: denúncias relacionadas ao meio ambiente.

155 - SANEPAR - Companhia de Saneamento do Paraná: as-suntos ligados ao abastecimento de água do município;

0800 510 0116 - Companhia Paranaense de Energia (CO-PEL): assuntos relacionadas à energia elétrica do município;

(43) 3379-7900 -Companhia Municipal de Trânsito e Urba-nização (CMTU): assuntos re-lacionados à trânsito, transporte coletivo, e limpeza pública.

(43) 3322-1633 - Delegacia da Mulher: para informações e de-núncias sobre violência contra a mulher.

(43) 3326-3224 - Alcoólicos Anônimos (AA)

192 - SAMU - Ambulância;

193 - Bombeiros;

190 - Polícia Militar;

197 - Polícia civil;

(43) 3372-4000 - Prefeitura Municipal de Londrina.

Bruna Ferrari

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