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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | AGOSTO 2019 | EDIÇÃO 217 | ANO 18 AVENIDA DR. CASAGRANDE, 05 | EM FRENTE AO CENTRO ESPÍRITA CACIQUE DE BARROS | BENTO GONÇALVES ABERTO DE SEGUNDA A SEXTA, DAS 12 ÀS 19H E SÁBADOS, DAS 9 ÀS 17H OUTLET VINHOS & ESPUMANTES Fotos: André Pellizzari Fotografia NOVO PRESÍDIO ESTADUAL PRONTO PARA RECEBER PRIMEIROS DETENTOS Antigo prédio do Presídio, construído na década de 1950 no centro de Bento Gonçalves, deve ser demolido até o final do ano

Jornal Integração da Serra - NOVO PRESÍDIO ESTADUAL PRONTO … · 2019. 8. 7. · (Itália), o programa de reabilitação de presos com a elaboração do vinho Gorgona, em 2012,

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | AGOSTO 2019 | EDIÇÃO 217 | ANO 18

AVENIDA DR. CASAGRANDE, 05 | EM FRENTE AOCENTRO ESPÍRITA CACIQUE DE BARROS | BENTO GONÇALVES

ABERTO DE SEGUNDA A SEXTA, DAS 12 ÀS 19H E SÁBADOS, DAS 9 ÀS 17H

O U T L E TV I N H O S &E S P U M A N T E S

Fotos: André Pellizzari Fotografia

NOVO PRESÍDIO ESTADUAL PRONTOPARA RECEBER PRIMEIROS DETENTOS

Antigo prédio do Presídio, construído na década de 1950 no centro de Bento Gonçalves, deve ser demolido até o final do ano

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NOVO PRESÍDIO JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Agosto 20192

Por Rodrigo De MarcoEdição Kátia Bortolini

Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda. Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS | Fone: (54) 3454.2018 | 3451.2500 | E-mail: [email protected] | www.integracaodaserra.com.br

Periodicidade: Mensal | Circulação: Primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves, Garibaldi, Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira | Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374 |

Jornalista e Social Media: Rodrigo De Marco - MTB 18973 | Área Comercial: Moacyr Rigatti | Atendimento: Sinval Gatto Jr. | Diagramação: Vania Maria Basso | Editor de Fotografia: André Pellizzari | Colaboradores e

Colunistas: Aldacir Pancotto, Carina Furlanetto, Cesar Anderle, Elvis Pletsch, João Paulo Mileski, Melissa Maxwell Bock, Rogério Gava, Thompsson Didoné

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Novo prédio da penitenciária estadual deBento Gonçalves começará a ser ocupado

A nova casa prisional de Bento Gonçalves é considerada modelo no Estado. Com uma estrutura moderna e capacidade para 420 detentos, o presídio, localizado no bairro Barracão, já está pronto para receber os primeiros apenados

ara este mês de agosto, está previsto o início do processo de transferência dos detentos para a nova sede da Peni-tenciária Estadual de Bento Gonçalves, localizada no bair-

ro Barracão. A transferência dos mais de 300 presidiários deve ser concluída num tempo estimado de dois meses. A nova estrutura, com capacidade para 420 detentos, é representada por 143 mil metros quadrados de área construída, em cima de rocha maciça, de 18 prédios interligados, com sistema auto-mático de abertura e fechamento de celas, evitando o contato dos detentos com os agentes de segurança. Das 420 vagas, 384 são em celas coletivas. Do restante, 12 são destinadas para isolamento, oito para portadores de necessidades especiais e 16 para o alojamento inicial.

Além de duas galerias com 48 celas, o novo espaço com-porta enfermaria, laboratório de exames clínicos, gabinete odontológico, sala de videoconferência, lavanderia, cozinha industrial, oficinas de ressocialização, quatro salas de aula, área administrativa e local específico para visitas íntimas. Os detentos andarão uniformizados. As duas empresas de trans-porte coletivo urbano que atuam em Bento Gonçalves incluí-ram o novo presídio em seus roteiros.

A construção da nova sede da penitenciária, que tam-bém atende a demanda dos municípios de Garibaldi, Carlos

Barbosa, Monte Belo do Sul, Santa Tereza, Boa Vista do Sul e Coronel Pilar, demandou um investimento de R$ 30,8 milhões por parte do Estado, oriundo da venda de imóveis do Daer em Bento Gonçalves (sede da superintendência e residência do superintendente), localizados em área nobre do município, e de recursos do Fundo Estadual de Gestão.

A área de terra que sedia o antigo presídio e três Delega-cias de Polícia, situada no centro da cidade, de propriedade do Estado, será comercializada em sua totalidade. O imóvel que comporta o antigo presídio foi construído em 1956, com capacidade para abrigar 96 pessoas. O espaço estava compor-tando 320 detentos, em precárias condições, sujeitos a várias doenças, entre elas tuberculose, devido a focos infecciosos in-crustados no prédio.

Para pagar a construção, o Estado vai permutar a sede da superintendência do Daer em Bento Gonçalves, avaliada em R$ 19,1 milhões, e complementar o restante com recursos do Fundo Estadual de Gestão Patrimonial, que são provenientes da alienação de imóveis - um dos exemplos é o dos R$ 2,2 mi-lhões pelos quais a residência do superintendente do Daer em Bento foi arrematada em janeiro por uma empresa da cidade, que pretende estabelecer no local um escritório de arquitetu-ra e uma sala comercial.

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Prefeito tem pressa em derrubar o prédiodo antigo presídio para evitar invasões

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Agosto 2019 NOVO PRESÍDIO 3

“No dia seguinte em que o último detento for transferido eu estarei ligando para o Governo do Es-tado, solicitando a autorização para a derrubado do prédio pelo município, para evitar ocupações”, acen-tua o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin.

“A estrutura física da nova casa prisional facilita a preservação da integridade física do detento e o processo de ressocialização. Os apenados poderão estudar e trabalhar, num ambiente aprazível, silen-cioso, com boa circulação de ar. Também terão aces-so a atendimento médico e odontológico no próprio local, com profissionais cedidos pelo município”, res-salta Pasin.

Segundo ele, os presidiários que se adaptarem à rotina de trabalho oferecida no local estarão aptos a serem reinseridos no mercado, após o cumprimento da pena. A ideia do Prefeito é direcionar essa mão de obra para a colheita da uva nas propriedades do interior do município, atualmente feita por safristas moradores de outras regiões do Estado. A vitivini-cultura vai fazer parte da realidade do novo presídio ainda neste ano. Pasin adianta que será destinada uma área de terra de 1.500 metros quadrados para o plantio e cultivo de videiras a cargo dos detentos. Ele acrescenta que as uvas colhidas no local serão adquiridas pelo município, para vinificação. “Vamos fazer um concurso entre eles para a criação da marca e do rótulo do vinho. A ideia é comercializar a bebida como lembrança, pelo apelo emocional do cultivo

das uvas pelos detentos. Há dois casos semelhantes no mundo a essa proposta, um na Itália e outro em Portugal. O Estado já aprovou o projeto”, ressalta o Prefeito.

Pasin também adianta que o município vai dis-ponibilizar ao Estado uma área de terra no final da

rua Presidente Costa e Silva, em ponto estratégico, para a construção de novas sedes para as delegacias, hoje situadas ao lado do presídio antigo, no centro da cidade. “O Estado poderá permutar essa área de terra, em sua totalidade, em troca das obras”, afirma ele.

Foto: Kátia Bortolini Foto: André Pellizzari

Prefeito Guilherme Pasin Prédio do presídio localizado no centro da cidade deverá ser demolido

Presença plena do Estado no sistema prisional se faz necessária para reduzir a cooptação pelo crime organizado

com presença plena do Estado precisa ser am-pliada no sistema para reduzir a cooptação, pelo crime organizado, de detentos menos violentos”, ressalta ele.

Faccioli acentua que os projetos prioritários da Secretaria da Administração Penitenciária são voltados ao incentivo do trabalho prisional, atra-vés de parceria com órgãos públicos e empresas.

“O detento merece a oportunidade de deixar a cadeia melhor do que quando entrou, cumprin-do assim uma das principais funções da pena de restrição de liberdade, que é a de ressocialização da pessoa”, conclui o Secretário.

O secretário da Administração Penitenciá-ria César Faccioli afirma que não há projeto de futura ampliação de vagas no novo presídio, quase lotadas apenas com as transferências dos atuais apenados.

“O sistema prisional do Estado tem um déficit de aproximadamente 16 mil vagas e soluções de cunho construtivo precisam ser adotadas para diminuir essa demanda repri-mida, através de obras. Entretanto, somen-te construir não representa a solução para o crescente índice de reincidência. A ocupação de unidades prisionais de forma coordenada,

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César Faccioli, secretário da Administração PenitenciáriaNovo presídio terá capacidade para abrigar 420 detentos

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“A estrutura é bem maior na nova casa prisional, proporcionando condições mais dignas ao cumprimento da pena e facilitando a propos-ta de ressocialização do detento. No antigo prédio, celas com capacida-de para nove presos abrigavam mais de 30. Nesse, o máximo será de oito presos por cela”, ressalta o diretor do presídio de Bento Gonçalves, Volnei Zago.

Segundo ele, 54 agentes penitenciários vão trabalhar na nova casa, mas para atender a demanda de forma plena há a necessidade da desig-nação de mais 16 funcionários estaduais concursados para atuar na área. Zago ressalta que existe um núcleo de educação dentro do presídio com 17 professores estaduais, ministrando aulas para 105 apenados.

“Agora, precisamos de mais professores para lecionar em quatro sa-las de aulas, duas em cada galeria”, pontua.

Serviços de saúde

Zago salienta ainda que será de extrema importância a presença de médicos para atender os detentos no próprio presídio, sem haver a necessidade de deslocamentos para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

“Temos a expectativa de que o município destine médico, enfermei-ro e dentista para atendimentos no local. O serviço médico na casa pri-sional vai evitar possíveis riscos no deslocamento até a UPA, levando em conta que a população que aguarda atendimento também pode sofrer algum tipo de ataque”, explica.

O que diz o diretor do presídio de Bento GonçalvesFoto: Rodrigo De Marco

Edson Neves, Diretor Interino da Penitenciária de Bento Gonçalves e Volnei Zago, Diretor do Presídio

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Os apenados designados para os serviços no parreiral receberão treina-mento constante e orientações per-manentes a cada ação realizada na área, através de informações teóricas e práticas. Possibilitando que os par-ticipantes tenham o conhecimento necessário para implantação do par-reiral, cultivo, e os tratos adequados para a colheita da uva.

Esses treinamentos serão minis-trados pelos técnicos da Embrapa, da Emater e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) com apoio dos funcionários da Prefeitura de Bento Gonçalves. Todos os passos e ativida-des serão registrados em Caderno de Campo, já implantado nas proprieda-des vitícolas, possibilitando a Rastre-abilidade do produto, exigência legal para a atividade.

Ao final do período, os apenados envolvidos serão avaliados pelo gru-

O vinho do PresídioO projeto de ressocialização da prefeitura de

Bento Gonçalves é embasado na viticultura e ins-pirado em práticas semelhantes em Portugal e na Itália. Em Portugal a produção de vinho na prisão começou nos anos 1950 como trabalho manual para os detentos, mas o programa evoluiu para um siste-ma de recompensa aos mais comportados.

Já na colônia penal em Gorgona, na Toscana (Itália), o programa de reabilitação de presos com a elaboração do vinho Gorgona, em 2012, gerou ex-celentes resultados. As uvas para o vinho Gorgona, batizado com o nome do arquipélago, são cultiva-das na ilha que sedia o presídio. O processo de pro-dução de elaboração da bebida também conta com a ajuda dos detentos. A atividade envolve cerca de 100 detentos.

po da Assistência Técnica, podendo, ser emitido Certificado de Aptidão, para os que se posicionarem capazes perante os examinadores, capacitan-do-os a se apresentarem para buscar emprego em locais que demande essa qualificação ou para iniciarem seu próprio empreendimento.

Valores e entidades parceirasOs valores necessários para ins-

talação do parreiral (que estará lo-calizado numa área de vinhedo de 1.500 m²) serão captados através de parcerias. Serão apoiadoras do pro-jeto para produção do Vinho da Casa Bento Gonçalves no Presídio Estadual a Prefeitura de Bento Gonçalves, Em-brapa, Emater, IFRS, Instituto Rinaldo Dal Pizzol, Associação Brasileira de Enologia, Associação Brasileira de Sommeliers. Além do Poder Judiciá-rio, Ministério Público, Conselho do

Presídio e SUSEPE. Será destinado um conselho curador entre os parceiros do projeto.

Variedade de uva elogomarca do vinhoA escolha da variedade de uva

para cultivo no local será definida após amplo estudo das condições geográficas e climáticas da localida-de que será implantada o parreiral. A denominação do vinho poderá ser

feita através de um concurso entre os artesãos do Município para escolha da marca e rótulo.

VinificaçãoA uva produzida será colhida

conforme orientação dos técnicos e transportada para a vinificação na localidade definida para produção e engarrafamento do vinho. Os parcei-ros manterão um acompanhamento e fiscalização durante o processo indus-trial, bem como do acondicionamen-to e estocagem do vinho em recipien-te adequados, até o engarrafamento.

Destinação do produtoO valor do produto será definido

pelo Conselho Curador. Posterior-mente 50% do que for produzido e engarrafado será destinado ao Muni-cípio como lembrança oficial da cida-de, para ser entregue a autoridades que visitam o Município. 8.2 Os ou-tros 50% do valor serão destinados a comercialização e o valor destinado para: Fundo Municipal de Agricultura, Fundo Municipal de Segurança, Fun-do Municipal da Criança e do Adoles-cente e Fundo de Inovação.

Imagens: Divulgação

Como irá funcionar o treinamento dos apenados

Imagem: Divulgação

A vitivinicultura vai fazer parte da realidade do novo Presídio

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Agosto 2019EVENTOS6

Melhores vinhos, espumantes e sucos de Garibaldi serão premiados em jantar

No próximo dia 23 de agosto se-rão conhecidos os mais pontuados na 17ª Seleção de Vinhos, Espumantes e Sucos de Garibaldi, evento promovido pela Associação dos Vinicultores de Garibaldi (Aviga).

A seleção foi feita de 23 a 25 de julho, na Câmara de Indústria e Co-mércio de Garibaldi (CIC). 30 enólogos avaliaram as 146 amostras de 16 viní-colas inscritas. Os números compro-vam a confiança e a tradição do even-to. O concurso tem se notabilizado pelo envolvimento de, praticamente, todas as empresas vinícolas de Gari-baldi, associadas ou não à entidade, contemplando toda a cadeia de Uva e Vinho, pois o reflexo na elaboração de excelentes produtos tem sua origem no cultivo das parreiras e na relação entre empresa e produtor.

Idealizado pela Aviga, o concurso, a cada edição, ganha em competitivi-dade e a apresentação de novos pro-dutos e novas marcas.

“Ter um acréscimo de 15% no número de inscrições denota que o evento está se tornando ainda mais

representativo a cada ano que pas-sa. Os enólogos e mesários avaliado-res são altamente técnicos e todo o processo tem muita transparência e credibilidade”, avalia o presidente da Avoiga, Elenir Antonio Cesca.

Serão premiadas as empresas e seus produtos em cada categoria ins-crita, durante jantar à moda italiana, que será realizado no dia 23 de agos-to, a partir das 19h30, na Associação dos Motoristas de Garibaldi (AMG).

O evento conta com apoio da Apeme, onde podem ser adquiridos ingressos antecipados para o jantar de premiação. Mais informações pelo fone (54) 3462.7228 ou email [email protected].

Foto: Alexandra Ungaratto

Com novidades, Expoagas 2019 deverámovimentar R$ 520 milhões em negócios

Consolidada como um evento para empresas de todos os tamanhos e dos mais diferentes setores da eco-nomia, a Expoagas 2019 - 38ª Conven-ção Gaúcha de Supermercados reuni-rá 48 mil pessoas ligadas à cadeia do abastecimento, entre os dias 20 e 22 de agosto, no Centro de Eventos Fier-gs, em Porto Alegre, para oportunizar networking, relacionamento, negó-cios e qualificação aos participantes.

Promovida pela Associação Gaú-cha de Supermercados (Agas), a feira deverá movimentar pelo menos R$ 520 milhões em negociações entre os 372 expositores e os visitantes, em sua maioria, representantes de empresas supermercadistas de todo o Brasil e de outros 11 países. Além da feira de negócios, que contará com fornece-dores de produtos, equipamentos e serviços para o varejo e apresentará mais de 800 novidades ao mercado, a Expoagas 2019 possibilitará, em uma série de palestras, visitas, seminários e oficinas, qualificações para diferentes públicos.

Cada vez mais multisetorial, a fei-ra novamente tem gratuidade nas inscrições antecipadas a varejistas de supermercados e de outros setores do comércio, como hotéis, bares, restau-rantes, farmácias e lojas de bazar e R$ 1,99. Neste ano, a cortesia estende-se

também a produtores rurais pela pri-meira vez. A principal novidade desta edição é o reposicionamento dos es-paços Premium e Circuito de Negó-cios, criados no ano passado e que integram novos expositores às opor-tunidades oferecidas pelo evento.

PalestrasParalelamente à feira de negó-

cios, a 38ª Convenção Gaúcha de Su-permercados oportunizará entrete-nimento, reflexões e capacitação aos participantes da Expoagas 2019. Entre as palestras magnas, realizadas sem-pre pela manhã no Teatro do Sesi, os destaques deste ano serão a jornalista Glória Maria, o consultor canadense Mike Ross, o filósofo, professor e escri-tor Clóvis de Barros Filho, o jornalista Alexandre Garcia, e o educador físico Márcio Atalla.

Capitaneando as programações das tardes, três grandes painéis vão mobilizar o público, sempre às 15 horas, no Teatro do Sesi: no dia 20 de agosto, com o subsecretário da Recei-ta Estadual, Ricardo Neves Pereira. No dia 21, a atriz e bailarina Cláudia Raia e, no dia 22, o CEO do iFood, Carlos Eduardo Moysés.

A programação será gratuita, me-diante pré-inscrições para os três dias, pelo site www.agas.com.br.

CDL 50 anosA Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL-BG comemorará sua trajetória de

cinco décadas de representatividade e conquistas no próximo dia 16 de agos-to, com o lançamento do livro que conta a história do comércio de Bento Gon-çalves, a partir das 20 horas, no Clube Aliança.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Agosto 2019 7ENTIDADES

Gilberto Durante é o diretor geral da 30ª ExpoBentoMaior feira multissetorial do país está confirmada para 5 a 14 de junho de 2020

A 30ª edição da maior feira mul-tissetorial do país já começa a ganhar seus primeiros contornos sob a pro-moção do Centro da Indústria, Comér-cio e Serviços de Bento Gonçalves. Confirmada para ocorrer de 05 a 14 de junho do próximo ano no Parque de Eventos do município, a ExpoBento 2020 anuncia Gilberto Durante para o cargo de diretor-geral.

Experiente gestor na área do tu-rismo e promoção de eventos, com ampla bagagem em projetos comuni-tários e participação em diversas enti-dades, Durante aceitou com entusias-mo o novo desafio. “Sinto-me muito feliz. Estar à frente de um projeto de sucesso, como a ExpoBento, na sua trigésima edição, juntamente com ou-tras pessoas, será um grande desafio por tudo o que ela representa e, neste momento, acompanha também, para-lelamente, a consolidação e o retorno da Fenavinho. A Expobento, hoje, é responsável fortemente pela divulga-ção da nossa cidade e região. É, tam-bém, uma fomentadora da economia, gerando importantes retornos para o município no que tange a negócios, impostos, entre outros fatores”, co-menta.

Isso porque chega à edição de

O empresário Clovis Tramontina, presidente do Conselho de Adminis-tração da Tramontina, será o pales-trante da reunião-almoço do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), marcada para o dia 26 de agosto. Ele comanda uma empresa secular, presente em mais de 120 países e produtora de mais de 18 mil itens.

Intitulada “Empreendedorismo na Prática - A história e o segredo de uma empresa que empreende há 108 anos”, a palestra gira em torno do case Tramontina. A empresa nasceu em 1911 como uma pequena ferraria pe-las mãos do avô de Clovis, Valentin, em Carlos Barbosa.

Desde 1992, o empresário pre-side uma das maiores indústrias do país, que se mantém genuinamente brasileira. Antes de chegar ao cargo, atuou durante diversos anos em vá-rios setores da empresa. Atualmente, a empresa que comanda tem mais de 8 mil funcionários espalhados em 10 unidades fabris.

Na palestra-almoço, Clóvis Tra-montina será homenageado com o Troféu Dom Empreendedor, prêmio que distingue personalidades gaú-chas por seu legado de contribuições com o desenvolvimento da região.

2020 extremamente consolidada, di-ferenciada pela excelência na organi-zação e gestão, graças aos empresá-rios que, desde 1990, dedicam-se em prol do seu sucesso. “Nesse contexto, o papel do CIC-BG, como promotor e organizador, é muito importante pois a entidade tem sido protagonista em muitos avanços para a cidade e re-gião, conquistando muito respeito. Consequentemente, todos os proje-tos nos quais o CIC-BG se envolve têm transparência, gerando confiança pe-rante a sociedade”, reforça.

A escolha do nome de Gilberto Durante para o cargo é sustentada em um critério principal: meritocracia, na avaliação do presidente do CIC-BG, El-ton Paulo Gialdi. “Essa indicação é por mérito e, também, gratidão por tudo o que Gilberto já fez pela ExpoBento e principalmente por Bento Gonçal-ves”, diz. Durante trabalha, agora, na composição da diretoria que o acom-panhará nos trabalhos de organização da ExpoBento 2020. O grupo de vo-luntários está sendo formatado e deve ser anunciado já nos próximos meses.

Gilberto Durante, diretor geral da 30ª ExpoBento

Foto: Augusto Tomasi

Clóvis Tramontina palestra no CIC-BG

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Agosto 2019ESPECIAL DIA DOS PAIS8

Esses seus cabelos brancos, bonitos, esse olhar cansado, profundo, me dizendo coisas, num grito, me ensi-nando tanto, do mundo”. Com esses versos o rei da jovem guarda, Roberto Carlos, conquistava o coração de pais e filhos nos anos 1970. O Dia dos Pais é todo dia, é bem verdade, mas no domingo, dia 11, todo simbolismo da data vai aflorar no coração de pais e filhos. Pode ser a oportunidade de colocar o rei Roberto tocar no velho rádio de casa e celebrar mais um Dia dos Pais. Foi pensando na importância desta data que o Integração da Serra reuniu quatro pais de diferentes perfis, mas que em comum compartilham o amor incondicional pelos filhos.

IntEgRação: na sua opinião, qual o significado e importância do Dia dos Pais?

MaSSolInI: É um dia propício para viver o sentimento que liga pai e filho. Penso que esta data deve ser comemorada, pois valorizar o pai também é uma forma de ensinar aos próprios filhos valores familiares de grande importância. É demonstrar gratidão, carinho e alegria.

IntEgRação: o que aprendestes com a paternidade?

MaSSolInI: A paternidade me fez crescer como pessoa e aumentar minha responsabilidade com a famí-lia. É estar em constante aprendizado, procurando entender cada fase que meus filhos se encontram, ter muita paciência em tentar conduzi-los para o caminho que considero certo.

Dia dos Pais é celebrado por pais de diferentes gerações e perfis

O PAI ROCK AND ROLLizem que a música é uma das melhores terapias

para a alma. Algumas pessoas acreditam, inclusive, que está diretamente ligada ao bem-estar. O comerciante e também músico, Volnei antônio Massolini, 54 anos, é pai de Sophia Massolini, 18 anos, Thomás, 15 anos e Pedro Henrique, 11 anos. Apaixonados pelo rock and roll, pai e filhos são parceiros também na música.

IntEgRação: tu és da velha guarda roqueira de Bento gonçalves. Costuma influenciar os teus filhos com a música? Conte sobre essa relação de pai rock and roll com os filhos.

MaSSolInI: Meus filhos cresce-ram me vendo tocar e, sempre que possível, acompanham meus shows. A música faz parte da nossa vida, em casa tenho vários instrumentos musi-cais e mídias e eles convivem com isso. Da minha geração para a dos meus

filhos houve muitas mudanças nos tipos e ritmos musicais e eles gostam destes novo hits, mas sabem apreciar o velho e bom rock and roll.

IntEgRação: na sua visão, o ensino da música é importante para a educação dos filhos?

MaSSolInI: Sim, ouvir música não é só um divertimento, a música desperta a sensibilidade, acalma... traz muitos benefícios e tocar um instru-mento estreita ainda mais o vínculo com meus filhos.

IntEgRação: Qual foi a maior aventura já vivida entre você e seus filhos?

MaSSolInI: Uma viagem para a terra dos Beatles, em Liverpool, na Inglaterra. Lá tivemos a oportunida-de de partilhar a história dos Beatles, uma das fontes de inspiração da mi-nha formação musical, conhecer o Cavern Club, onde tudo começou, além de fazer o magic mistery tour, culminando com uma visita à grava-dora Apple e uma travessia na faixa de segurança mais famosa do mundo, a

Abbey Road, em Londres.

IntEgRação: Quais são os maiores desafios de ser pai?

MaSSolInI: Os maiores desafios são os de manter sempre forte os ensi-namentos que foram dados e sempre reforçados, como respeito e honesti-dade.

IntEgRação: o que seus filhos representam para você?

MaSSolInI: Amor, continuidade, esperança, alegria, razão da existên-cia.

IntEgRação: Se você pudesse escolher uma banda que melhor representasse a relação entre você e seus filhos, qual seria essa banda e por quê?

MaSSolInI: Seriam duas bandas: Lynyrd, Skynyrd e The Allman Brothers Band. Desde pequenos eles ouviam as músicas intensamente, assistiam aos vídeos, eu contava a história dessas bandas a eles e, além disso, sempre fizeram relação com as tatuagens que tenho em homenagem a elas.

Fotos: Arquivo Pessoal

Volnei com os filhos Thomás e Pedro Henrique, a esposa Margarete e a filha Sophia

Por Rodrigo De Marco

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Agosto 2019 9ESPECIAL DIA DOS PAIS

O PAI CLÁSSICO E COMPANHEIRO

ada pai tem um perfil, uma vivência, mas todos compartilham

o amor por seus filhos. O empresário leandro Magnaguagno, de 38 anos, é pai de Otávio, de 8 anos e Francisco, 5 anos. Para Magnaguagno, compartilhar cada momento com os filhos significa estar junto e acompanhar o crescimento deles.

IntEgRação: na tua opinião, qual o significado e importância do Dia dos Pais?

lEanDRo Magnaguagno: É um momento de reforçar ainda mais a presença do pai e o valor na famí-lia. Tem muita mãe que é pai, e não se trata apenas da figura paterna, masculina, mas valorizar essa questão do amor, do carinho. Deixando fora a questão comercial, percebo que é um dia de valorizar. É um momento legal de encontro, de reflexão, de perdão.

IntEgRação: o que aprendestes com a paternidade?

Magnaguagno: Tem alteração das obrigações, preocupações, horá-rios e tudo mais. A maior mudança é o próprio amadurecimento. Quando tu não é pai tu tem um pensamento in-dividual, e quando vira pai a responsa-bilidade é maior, principalmente com a formação, educação. Tem a preocu-pação com a saúde, o eu se transforma em nós. O filho muda completamente a agenda do casal. Tem que trocar fral-da, dar mamadeira, dar banho. No de-senrolar o pai vai se adaptando.

IntEgRação: tu te consideras um pai à moda antiga?

Magnaguagno: Eu sou o pai bem à moda antiga, o pai que quan-do indireita o bigode o filho já sabe (risos). Claro , damos amor e carinho. A mãe é a Daiane, as coisas de mãe é com ela. Mas eu ajudo bastante, dar banho, trocar fralda de madrugada. Na parte inicial dos primeiros meses, eu ajudo. Um dia ela dá banho, outro dia

Leandro Magnaguagno com os filhos Francisco e Otávio

Foto: Helio Alexandre

eu. Nós compartilhamos bastante, mas deixo essa parte do sentimental para a mãe. Eu sou mais da parte razão. Nos damos super bem, nos divertimos. Eu amo demais eles. Quero proporcionar um crescimento saudável.

IntEgRação: Qual é a rotina de brincadeiras dos seus filhos?

Magnaguagno: Eles tem um videogame e um tablete, e é de uso compartilhado, mas posso dizer que numa semana eles devem usar o vide-ogame uma hora por semana. Eles não têm por gosto isso, de ficar na frente de um computador ou videogame por muito tempo. Eles preferem jogar

bola, andar de bicicleta, correr. Eles querem pescar. No sitio fiz uma casa da árvore com tirolesa e eles sempre querem brincar. Usam o computador para assistir desenhos educativos, mas muito pouco.

IntEgRação: Conte a história sobre a escolha do nome Francisco para seu filho mais novo.

Magnaguagno: Nós tinhamos escolhido os nomes tanto para meni-no e menina. Para menino havíamos decidido que seria Murilo, e se fosse menina seria Martina. Me recordo que o Otávio (filho mais velho) tinha na época uns três aninhos, e já havia dito

para as pessoas que o nome do irmão seria Francisco. Um dia ele falou para a minha mãe que os pais teriam um filho e o nome dele seria Francisco. Naque-le momento nós brincamos dizendo que ele poderia ter falado em função do papa Francisco. 15 dias depois aconteceu de novo. Ele falou que seria menino e que o nome seria Francisco. Nós não sabíamos se seria menino ou menina, mas naquele momento deci-dimos então que se nascesse um me-nino o nome dele seria Francisco. E as-sim esperamos chegar o dia. No dia 12 de maio, que é também o aniversário de falecimento do meu sogro, nasceu o Francisco na sala de pré- parto, ainda na maca e com o circular do cordão no pescoço, e de parto natural. Eu estava do lado da obstetra. Naquele momen-to colocamos o nome de Francisco.

IntEgRação: a família de vocês é bastante religiosa. Como é transmitir esses ensinamentos para seus filhos?

Magnaguagno: Participamos muito da religião, da igreja, dos va-lores. Lembro que desde pequeno cantávamos a consagração com eles no colo, e na hora de dormir rezamos um pai nosso, santo anjo. Hoje eles não dormem se a gente não for rezar com eles. Quando estou em casa eles começam a pedir se eu vou rezar com eles. E muitas vezes a Daiane reza com eles e deixa fora uma oração. Aí eles lembram que falta outra oração. De-pois da oração então eles conseguem descansar.

Foto: Arquivo Pessoal

Leandro com os filhos Francisco e Otávio e a esposa Daiane

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Agosto 2019ESPECIAL DIA DOS PAIS10

IntEgRação: na sua opinião, qual o significado e importância do Dia dos Pais?

alExanDRE PRESSI: Pai é aque-le que está presente, muitas vezes é o pai biológico, o que adotou, o tio, pa-drinho ou o irmão mais velho. Eu con-sidero pai aquele que consegue ofere-cer o caminho correto para os filhos, segurança. Aquele que está presente e disponível para que eles possam, sem-pre que necessário, não ficar constran-gidos ou com medo de pedir ajuda. E que na pessoa do pai eles vão ter o conselho certo. Sempre com a boa in-tenção de colocar o filho no caminho adequado.

IntEgRação: o que você aprendeu com a paternidade?

PRESSI: O principal aprendizado é que a gente começa a se colocar em segundo, terceiro ou quarto lugar. Eles (os filhos) acabam sendo nossa priori-dade e acabamos vendo que é impor-tante a gente oferecer nosso carinho,

om uma rotina atribulada e com plantões nos finais de semana, o médico

se desafia diariamente para prezar pela saúde e bem-estar de seus pacientes. alexandre Pressi, de 48 anos, é pai de Nicole, 17 anos, Alexia, 11 anos e Henrique, de 7 anos. Além de ser um médico preocupado com seus pacientes, pode-se dizer que é o famoso paizão, aquele que quer sempre estar ao lado dos filhos e acompanhar o crescimento deles.

Alexandre Pressi com os filhos Alexia, Henrique e Nicole

Fotos: Arquivo Pessoal

MÉDICO, PAI E COMPANHEIROamor e conhecimento, sem nunca co-brar algo de volta. E temos que utilizar essa alegria diária com nossos filhos em nossa vida também, já que a minha profissão lida com morte, dor e sofri-mento, podemos muitas vezes espe-lhar isso para os pacientes e familiares.

IntEgRação: Quais são os maiores desafios de ser pai?

PRESSI: Hoje eu vivo uma realida-de bem diferente do que vivia. Quan-do eu era criança vivíamos numa rea-lidade financeira bem mais limitada. Tínhamos poucas opções de telefone, internet, computador, e hoje podemos oferecer para eles um mundo inteiro, seja literalmente visando ou através da computação. O maior desafio é ofere-cermos ferramentas para que possam crescer como cidadão ou profissional competente. Mas também mostrar que é difícil ganhar isso, e que só con-seguimos as custas de muito trabalho e estudo. O limite é muito estreito sobre o que podemos oferecer e não

devemos oferecer. O maior desafio é estabelecer esse limite.

IntEgRação: Você se considera um pai à moda antiga?

PRESSI: Hoje não temos mais lu-gar para esse pai clássico, acabamos nos moldando, porque a minha esposa também tem muitas atribuições aqui na clínica e também como mãe. Temos que se alternar, tem a nossa função pa-terna e materna, e vamos trocando de função. Fugimos um pouco da rotina masculina e feminina e vivenciamos coisas novas e vamos aprendendo.

IntEgRação: Como é conciliar a vida corrida do consultório, com a educação dos filhos?

PRESSI: Precisam o priorizar mui-to mais a qualidade do que a quanti-dade, porque o médico realmente tem uma rotina pesada, trabalha nos sába-dos, domingos, feriados. Não paramos nunca. O tempo que temos para a de-dicação tem que ser exclusiva, porque

temos que separar o momento do trabalho para o familiar desligando o celular, televisão, ajudando a estudar para uma prova, para jogar futebol, videogame. Tem que ter a consciên-cia que esse momento é exclusivo pra eles. Se não será difícil fazermos com que aprendam com a nossa vivência de uma vida inteira. Precisamos desse tempo exclusivo para poder passar es-ses ensinamentos todos.

IntEgRação: Queres deixar uma mensagem final para os pais?

PRESSI: Eu como médico (prin-cipalmente no início de carreira, que fizemos plantões, trabalhando no final de semana) digo que é impor-tante não esperar para amanhã para vivenciar o crescimento deles. É muito importante vivenciar cada momento de crescimento de forma presente e esquecer o mundo ao redor no tempo que está com os filhos. Pequenos atos e pequenos momentos juntos fazem muita diferença.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Agosto 2019 11ESPECIAL DIA DOS PAIS

IntEgRação: na sua opinião, qual o significado e importância do Dia dos Pais?

DaltRo: O significado é poder estar presente em todas as atividades das crianças, além de trans-mitir toda a história de suas origens, essenciais, tradições e a árvore genealógica. O Dia dos Pais e outras datas devem ser celebradas diariamente, in-dependente de bens materiais, festas e comemora-ções.

IntEgRação: o QuE aPREnDEStE CoM a PatERnIDaDE?

DaltRo: Maturidade, todos os dias se recebe ensinamentos, se aprende com cada amanhecer e anoitecer, em cada olhar. Muitas vezes não tem res-posta, se vai em busca de algo novo. É a grandeza maior da vida. São verdadeiros milagres.

IntEgRação: Quais são os maiores desafios de ser pai?

DaltRo: Os desafios ainda estão por vir. Na ver-dade até hoje os desafios vividos não foram difíceis. Entendemos que os desafios estão por vir, porque tudo que até hoje passamos foi tratado com natu-ralidade. Não houveram dificuldades nos enfrenta-mentos. Os desafios começam agora quando nos-sos filhos começam a se identificar com algumas carreiras. É saber como é que vai ser explorada a área deles e conduzir para que não percam o ins-tinto natural que eles têm. Eles são muito geniais, e manter sempre a casa em condições com uma boa estrutura é primordial.

IntEgRação: Queres deixar uma mensagem final para os demais pais?

DaltRo: Muitos casais pensam e postergam por muito tempo em ter filhos, constituir famílias. Entendo que se tiveres com a pessoa certa ao lado e se fores uma pessoa responsável, firme na fé e saber o que quer você pode não se preocupar com isso desde o início. Não espere para depois porque tudo se encarrega, tudo acontece naturalmente. Pensan-do hoje eu teria antecipado algumas coisas. No meu caso foi na hora certa e no momento certo, mas se eu pudesse eu teria um pouco antes. Por isso eu digo que não deixe a felicidade para depois e seja um pai responsável.

IntEgRação: tu se considera um pai à moda antiga?

diretor técnico da Prevserra Daltro Roni Pfeiffer Cairuga

é um pai presente, convicto de que os ensinamentos de seu pai fazem toda a diferença na educação que dá hoje para seus filhos. Pai de João Pedro, 11 anos, Vitor Roni, 6 anos e Livia Maria, 1 mês, ele participa intensamente da educação deles, e não esconde a felicidade em falar sobre a importância que os pequenos têm em sua vida. Com um sorriso no rosto e a alegria contagiante de um pai, Daltro pode ser considerado o pai clássico.

Daltro Roni Pffeifer com os filhos Vítor Roni, Livia Maria e João Pedro

Fotos: Arquivo Pessoal

PAI EM TODOS OS MOMENTOSDaltRo: Sou um pai conservador. O que eu vejo

é que alguns pais responsabilizam escola, avós, tios, de fazerem os seus papéis. E a criança é a verdadei-ra prejudicada em sua formação. Lamentavelmente observo que alguns pais na sociedade pensam que a formação da criança é substituída por deixá-la com avós, em alguma recriações, com amigos, aulas par-ticulares, na casa do tio ou na praça. Isso é muito pre-ocupante na formação da criança. E quando estão na adolescência lamentam que não sabem o que fazem com algumas atitudes de seus filhos. E eu digo para algumas pessoas que conheço que não tem mais o que fazer, porque a hora de fazer é o agora.

Integração: Qual momento mais marcante entre você e seus filhos?

DaltRo: O nascimento.

Em meu nome e em nome da equipe Prevser-ra desejamos a todos os pais, avós, futuros pais, um abençoado Dia dos Pais.

Homenagem especial da equipe da Prevserra

MEu quEriDo, MEu vElho, MEu aMiGo

EssEs sEus caBElos Brancos, BonitosEssE olhar cansaDo, profunDoME DizEnDo coisas nuM GritoME EnsinanDo tanto Do MunDoE EssEs passos lEntos DE aGoracaMinhanDo sEMprE coMiGoJá corrEraM tanto na viDaMEu quEriDo, MEu vElho, MEu aMiGo(trecho da canção de Roberto Carlos)

Daltro, o pai Alvino e o irmão Roger

Com a esposa Rochiele e os filhos

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Agosto 2019EVENTOS12

Hotel Villa Michelon aguarda a Primavera com pacotes imperdíveis em setembro

Os dias de baixa temperatura es-tão contados no Vale dos Vinhedos. Em setembro é época do roteiro ga-nhar novos contornos. Os parreirais começam o seu despertar rumo à saga que levará à Vindima 2020.

Em meio a essas transformações de aromas e sabores, o Villa Michelon prepara pacotes para aproveitar os fe-riados do mês de setembro, que inicia o último quadrimestre de 2019!

Os trabalhos iniciam no dia 6 de setembro, com o Pacote de Indepen-dência. São duas diárias, de sexta--feira a domingo, com café da manhã, meia pensão jantar.

Uma quinzena depois, é a vez de gaúchos celebrarem seu dia. E, para isso, um pacote de hospedagem com direito a costelão aguarda os tradi-cionalistas! De 19 a 22 de setembro, a espetacular paisagem dos vinhedos gaúchos celebra a chegada do feriado do Dia do gaúcho.

Ambos os pacotes incluem pro-gramação de lazer para crianças em todo o período, celebrando o fato do Villa Michelon ser o único hotel do

Fotos: Rita Michelin

Vale dos Vinhedos com uma estru-tura voltada para a diversão e o des-canso em família.

Para desfrutar de qualquer uma das alternativas, as reser-vas devem ser feitas por What-sApp: (54) 98112.5443, telefone 0800.703.3800 ou e-mail [email protected].

O Hotel Villa Michelon, projetado e construído em uma área total de 23 hectares, conta com lago para pesca e pista de cooper, academia ao ar livre e também interna, trilhas ecológicas, horta, piscina térmica, Memorial do Vinho e Casa do Filó, Parreiral Mode-lo e passeios de quadriciclo terceiri-zados, em parceira com o Parque de Aventuras Gasper.

O cuidado para que as experiên-cias dos hóspedes sejam inesquecí-veis são constantes, de modo que, no ato da reserva, é fundamental que sejam informados detalhes da hospe-dagem para que o Complexo Turístico possa atender a todas as expectativas.

Para os pequenos, de 0 a 12 anos, são oferecidos descontos especiais no valor da diária, de acordo com a idade. É ideal que, até determinada faixa etá-ria, ou por escolha dos responsáveis, a criança ocupe a mesma habitação que seus acompanhantes. O Hotel dispõe de três categorias de apartamentos que comportam berços e camas au-xiliares: Apartamento Standard, Super Luxo e Suíte Especial.

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Caderno de Cultura e Arte |

Jornal Integração da Serra | Nº 70 |

Agosto 2019

Foto: Vagão Filmes

O curta-metragem, que estreia no dia 9, é assinado pelos bento-gonçalvenses Rodrigo De Marco e Giana Milani. O filme retrata a vida e obra da drag queen Lola, vivida por Alcides Furlin.

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2 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Agosto 2019

Rogériogava

[email protected]

A Busca Ilusória

unca corremos tanto atrás da felicidade. Ser feliz tornou-se

obrigação. Ou pelo menos parecer que se é. Vivemos uma verdadeira “tirania da felicidade”. Isso significa que a felicidade nos é imposta, tra-vestida nos mais diversos objetos, experiências e sensações. As redes sociais amplificaram essa busca: viramos expectadores e protago-nistas de um grande “teatro da feli-cidade compartilhada”. A felicidade alheia soa hoje como uma bofetada. No campeonato da felicidade total, quem não está feliz é rebaixado.

Essa verdadeira obsessão pela felicidade não tem sido satisfató-ria. Pelo contrário, ela está nos es-magando. As estatísticas mundiais de depressão (a incapacidade de sentir-se feliz) e do uso de drogas (a busca por uma felicidade artificial) – só para citar dois grandes males de nosso tempo – falam por si só. Ado-lescentes se mutilam e postam suas cicatrizes na internet. A intolerância virtual prolifera. Algo não está bem. A impressão é que nunca fomos tão infelizes. Por mais que nos esforce-mos para não o ser.

A busca da felicidade se transfor-mou em um grande paradoxo: quan-to mais procuramos a felicidade,

“Essa felicidade que supomos,Árvore milagrosa, que sonhamos

Toda arreada de dourados pomos,Existe, sim: mas nós não a alcançamos

Porque está sempre apenas onde a pomosE nunca a pomos onde nós estamos”.

Vicente de Carvalho (1866-1924)Poeta brasileiro

menos a encontramos. Isso ocorre pois nos vendem uma ideia insidio-sa: a noção de que a felicidade deve ser caçada, garimpada como a um metal precioso. Essa é uma grande falácia, um engodo, mas que assu-miu ares de grande verdade. Como se a felicidade morasse em algum lugar distante, esperando para ser encontrada. É a felicidade das fé-rias, da próxima viagem, do Ano-No-vo. Do corpo perfeito. Do emprego dos sonhos.

Temos que aprender que quanto mais buscamos a felicidade desse jeito, menor é a chance de sermos felizes. Embora essa afirmação cau-se estranheza, sua lógica é encanta-doramente simples: correr atrás da felicidade faz acreditar que ela é um estado perene, permanente, um ob-jetivo a ser alcançado. Mais do que isso: um direito que temos. E algo que pode, sim, ser comprado. E aí nos projetamos como loucos na pro-cura de uma vida feliz. A qual, como diz o poeta, pomos sempre lá onde não estamos.

Essa busca desenfreada pela fe-licidade esconde outro detalhe per-verso: ela nos faz crer que existe um modelo único para uma vida feliz, a ser perseguido por todos de forma

padronizada. Nada mais falso. A fe-licidade, como a nossa impressão digital, é única. Cada um tem a sua. A felicidade do prezado leitor e da estimada leitora é diferente da mi-nha; que por sua vez é diferente da do meu vizinho. Não tem cópia ou imitação.

Prefiro pensar a felicidade como um subproduto de tudo o que faze-mos. Nesse sentido, ela chega sem-pre sem fazer alarde, como que por acréscimo a um momento que esta-mos vivendo. Como disse o grande Guimarães Rosa, “a felicidade se acha em horinhas de descuido”. Um exemplo corriqueiro: você está junto à família, compartilhando boas gar-galhadas em torno de uma comida saborosa: pronto, você está feliz. Note que você não está procurando a felicidade; é ela que surge. Bem falou o filósofo Alain: “a felicidade é uma recompensa que advém àque-les que não a procuram”.

Tal e qual a caricatura do idoso a procurar os óculos por toda a casa, apenas para encontrá-lo sobre o na-riz, seguimos buscando a felicidade que se escancara a nossa frente. Procuramos o que já temos? O poe-ta francês Chamfort nos dá uma pis-ta da resposta: “a felicidade não é coisa fácil: é muito difícil encontrá-la em nós e impossível encontrá-la em outro lugar”.

O culto da felicidade já provou ser um engano. A felicidade não é um dever. Tampouco um prêmio. A felicidade é o que ela é: um misté-rio; uma brisa que passa; uma gota de orvalho que tão logo nasce já se esvai. Nos resta vivê-la. E parar de procurá-la.

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Mosaico | Jornal Integração da Serra | Agosto 2019 | 3

Os jornalistas Carina Furlanetto e João Paulo Mileski estão rodando a América do Sul de carro com o projeto “Crônicas na Bagagem”, em uma expedição que deve durar até dois anos. Eles já passaram pelo Uruguai, Argentina, Chile e estão na Bolívia, escrevendo sobresuas experiências nas redes sociais: instagram: @cronicasnabagagemfacebook.com/cronicasnabagagem, site www.cronicasnabagagem.com e nas páginas do Integração da Serra.

Foto: Arquivo Pessoal

Quando deixamos de planejarPor João Paulo Mileski

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

Foto

: Arq

uivo

Pes

soal

o meio do maior salar do mundo, em Uyuni, na Bolívia,

para todos os lados em que olhá-vamos víamos o azul do céu sobre o branco do sal. Era como se esti-véssemos ilhados em um mar de sal, sem um caminho propriamente traçado (dirigimos quase 150 quilô-metros dentro do salar seguindo as marcas de pneus, que nessa época do ano, com poucas chuvas, ficam bastante expostas).

O Uyuni foi mais um marco da nossa expedição, e quase no cen-tro dos 10.582 metros quadrados de sal, quando já não havia resquício algum de civilização, imaginei aque-le imenso deserto como uma me-táfora do atual momento das nos-sas vidas. Também não temos um caminho propriamente delineado na expedição. Sabemos onde que-remos chegar, mas quando ou por qual estrada, são as circunstâncias e os acasos do dia a dia que pas-saram a decidir por nós. Antes de sair de casa preparamos um roteiro

bastante minucioso para o Uruguai, Argentina e Chile, mas à certa altura, por conta das situações imprevisí-veis que uma viagem como essa vai revelando, aos poucos, acabamos rejeitando-o.

Ainda que sempre estivéssemos acostumados a planejar tudo com antecedência, estamos lidando bem com essa imprevisibilidade, porque descobrimos que quando paramos de nos preocupar tanto com o ama-nhã, passamos a viver mais inten-samente cada minuto que temos hoje, nesse momento. Nos alegra-

mos com as pequenas conquistas, choramos com as saudades, nos emocionamos com as pessoas e lu-gares, como se não tivéssemos ou-tra oportunidade de viver aquilo de novo. Nos tornamos mais sensíveis ao que acontece à nossa volta.

Aprendemos que o segredo pode ser o equilíbrio. Saber onde se quer chegar, mas não esquecer de onde estamos. Se pensarmos ape-nas no amanhã, nossas vidas serão uma eterna espera.

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4 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Agosto 2019

Césaranderle

Diretor da Anderle Transportes

Ética

Princípios não se compram no mercado e nem na fruteira da esquina, mas se adquirem na família...

ivemos um momento conturbado em nosso país, episódios negativos nos últimos anos, décadas

e, porque não dizer, desde o descobrimento do nosso querido Brasil, A impressão que fica é de cada um por si e ninguém pensando para o “todo”, olhan-do apenas para seus próprios interesses.

Nos parece que ninguém respeita ninguém, em busca de uma satisfação pessoal. A razão de algu-mas pessoas extrapola o bom senso. Esta reflexão se dá em todos os níveis da sociedade, quantos ci-dadãos se acobertam dos maus exemplos de outros para justificarem suas atitudes antiéticas.

Entretanto, devemos pensar num primeiro mo-mento em nossa comunidade, em nosso bairro e em nossa cidade, e aqui encontramos muitos exemplos de pessoas respeitosas e que possuem ética nas suas ações.

Mas, como somos seres inacabados e suscetíveis ao erro, infelizmente o mal, ao menos nos comentá-rios, deixa o bem para trás. Na interpretação e nos pensamentos, as pessoas ruins se sobressaem às boas, que coisa..., isso não é verdade? Pois quem é do bem, e faz o bem, nunca é reconhecido ou muito pouco reconhecido pela sociedade. Já quem desres-peita e oprime pessoas, essas se destacam.

A mídia tem um enorme poder e trunfo em suas mãos, pois informa centenas de pessoas através de seus jornais, telejornais, redes e demais canais.

Acredito que notícias boas deveriam ser diagnos-ticadas, exploradas e difundidas. Só assim as coisas boas, e que são muitas, serão lidas, ouvidas e apre-ciadas.

A sociedade é fruto de nossas famílias e, muitas vezes, pais e mães não se dedicam a educar seus fi-lhos, ensinando-os a serem ordenados, disciplinados e respeitosos com os outros.

Se não houver estas atitudes por parte dos pais, o jovem poderá imaginar que ele deverá se dar bem na vida, custe o que custar, e quando este jovem crescer, o pensamento não será diferente.

Princípios não se compram no mercado e nem na fruteira da esquina, mas se adquirem na família, com ensinamentos diários, com limites, regras, fir-meza de conduta e exemplos dos pais.

Pode ser triste, quem em sua vida teve a ausên-cia dos pais por algum motivo, porém, triste mesmo, é quem posterga aos professores darem esse ensi-namento aos seus filhos.

Felizmente, em nosso meio, temos centenas de bons exemplos de pessoas com ética e ótima bagagem de bons comportamentos. Cabe a cada pessoa a busca destes bons exemplos, para um es-pelhamento positivo de atitudes, e assim nos solidi-ficarmos como uma sociedade coerente.

Somos responsáveis pelos nossos filhos, é nos-so dever sermos coerentes, honestos e com ideais sensatos. Temos obrigação de darmos exemplos positivos, motivadores e de empatia às pessoas ao nosso redor. Se não formos ouvidos, paciência, mas ao menos é necessário tentar, e se, por outro lado, não formos compreendidos, a vida mostrará a ver-dade.

A nós, cabe apenas aconchegar a cabeça no travesseiro e, elevando o pensamento a Deus, re-fletir, tendo a certeza de que tentamos, a semente foi plantada, regada e só o tempo fará brotar essa planta do bem.

A Felicidade se traduz nas boas práticas do dia a dia, somos merecedores dela, mas temos de nos alinhar na coerência das atitudes, só assim alcan-çaremos de fato, a alegria de ter trilhado o bom ca-minho.

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Mosaico | Jornal Integração da Serra | Agosto 2019 | 5

A 27ª edição de um dos festivais de dança mais importantes do país ganha forma. O Bento em Dança acontece de 5 a 11 de outubro. Ao longo dos anos, profissionais de re-nome internacional engrandeceram o festival e proporcionaram à comu-nidade bento-gonçalvense momen-tos únicos. A programação deste ano ainda não está fechada, porém a presidente e idealizadora do fes-tival, Erci Grapiglia, não esconde o entusiasmo e ansiedade para mais uma edição do Bento em Dança.

“A lista de nomes que irão com-por o quadro de professores e jura-dos já está praticamente fechada, somente aguardando algumas con-firmações. Mas já podemos adiantar que teremos profissionais de diver-sos estados do Brasil, bem como da Itália e de Buenos Aires. O forte do festival é exatamente esse, se preo-cupar com a escolha de bons profis-

Bentoem Dança

Um dos festivais de dança mais importantes do Brasil começa a ganhar forma. 27ª edição acontece de 5 a 11 de outubro

Fotos: Divulgação

sionais, que foi o que fez com que o evento crescesse”, destaca.

Com prestígio internacional, o Bento em Dança atrai bailarinos de diversas modalidades e de diferen-tes países. Para Erci, no entanto, o público local tem ficado mais disper-so do festival nos últimos anos. Na tentativa de atrair a comunidade, a idealizadora do festival diz que nes-te ano devem acontecer algumas apresentações no centro da cidade.

“Aqui em Bento as pesso-as se envolveram muito nos primeiros anos do festival, quando tudo acontecia no centro. Eu me recordo que, quando tinha mostra aberta na frente da prefeitura, era neces-sário fechar o trânsito, de tan-ta gente que tinha para assistir os espetáculos. Era lindo de ver. A partir do momento que

ficou difícil de fazer mostra aberta no centro, ele ficou mais localiza-do na Fundaparque. Para este ano, vamos tentar ter palcos no centro e em alguns outros locais para mos-trar o Bento em Dança e para que as pessoas despertem para o festival”, projeta.

A preocupação de Erci com a popularidade do festival é legítima.

Nos últimos anos o Bento em Dança correu sérios riscos de ser extinto, muito em função da falta de verba para realizá-lo. A dificuldade em manter o festival acontecendo che-gou ao ápice em 2017, quando ha-via sido anunciado que naquele ano o festival iria terminar. Foi então que a Câmara da Indústria e Comércio de Bento Gonçalves (CIC-BG) “res-gatou” o festival e se comprometeu

a patrociná-lo. Para Erci, o CIC é um grande apoiador do Bento em Dança.

“O CIC tem uma importância muito grande e os parabenizo por isso. Outras gestões já foram muito parceiras de diversos even-tos. Todo o apoio é sempre muito bem-vindo. Cada edição do Fes-tival Bento em Dança é única. E isso é um desafio, porque não é fácil realizar um evento desse por-te”, afirma.

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6 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Agosto 2019

Plataforma brasileira de streaming gratuita completa dois anos, com média de 85 mil acessos mensais, com obras de diferentes estilos

Programe-se

Por Rodrigo De [email protected]

Atualmente o mercado de pla-taformas de streaming ocupa uma fatia importante do público consu-midor de séries e filmes. É possível afirmar que a Netflix é a empresa que abocanha o grande público disposto a pagar uma mensalida-de média de R$ 30 reais para ter acesso ao seu catálogo. Por outro lado, tem surgido alternativas que têm conquistado uma outra parte do público ávido pelo audiovisual.

Foi pensando em oferecer um conteúdo de qualidade e gratuito que, em 2017, o jovem pesquisa-dor paranaense Guilmour Rossi, graduando na Universidade Tecno-lógica Federal do Paraná (UTFPR) lançou o Libreflix, uma plataforma de streaming colaborativa e gratui-ta.

Ao acessar a plataforma o usu-ário se depara com uma coleção de obras de diferentes gêneros e estilos catalogadas em diferentes grupos de categoria, tais como: Social, Tech, Música, Sci-Fi, Ativis-mo, Veganismo, Feminismo e Edu-cação. Tudo isso disponível de for-ma gratuita. Rossi concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Integração da Serra, contando sobre os dois anos desde o surgi-mento do Libreflix e os planos de expansão da plataforma.

Show Kelvin Alves e bandaLocal: Sesc de Bento GonçalvesData: 8 de agostoHora: 20 às 21:30Show Autoral de Kelvin Alves Quarteto, passando por diversos gêneros musicais envolvidos em canções que carregam poesias e reflexões a respeito da vida.

Exposição Não Abafa o CasoFundação Casa das ArtesData: 6 à 16 de agostoDe 6 a 16 de agosto, a Fundação Casa das Artes recebe a exposi-ção “Não abafa o caso”, que foi desenvolvida pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos e está sendo trazida para Bento Gonçal-ves pela Coordenadoria da Mulher e Centro Revivi, órgãos vinculados ao Gabinete do Prefeito e a Secre-taria Municipal de Habitação e As-sistência Social/SEMHAS e conta com o apoio da Fundação Casa das Artes e da Secretaria Munici-pal de Cultura.

Lançamento do livro Três QuintosNo próximo sábado dia 10 de agosto, às 14h, na Dom Quixote Livraria & Cafeteria, estreia a pri-meira obra de Gabriel Elias Josen-de. “Três quintos”, financiado pelo Fundo Municipal de Cultura, relata dois amores intensos que trans-bordam em poemas.Data: 10 de agostoHora: 14 horasLocal: Dom Quixote Livraria e Ca-feteria

Oficina Arqueólogo por um dia, com escavação simuladaA oficina contará com duas eta-pas, na primeira será realizada uma conversa com arqueólogo sobre Pré-história do RS e região de Bento Gonçalves. Na segunda etapa, ocorrerá a atividade prá-tica com escavação simulada. A atividade será oferecida para es-tudantes do 4º ano do ensino fun-damental e integra a programação da Semana do Dia Estadual do Patrimônio organizada pelo Museu do Imigrante.Data: 13 de agostoHora: 08:30 às 16:30Local: Fundação Casa das Artes

Arte em QuintaMovimentando a cena cultural da cidade surge Arte em Quinta.Uma quinta-feira por mês aconte-cerão apresentações na Dom Qui-xote Livraria e Cafeteria. Data: 15 de agostoHora: 19:00 às 22:00Local: Dom Quixote Livraria e Ca-feteria

21ª edição do Eles na Cozinha Data: 31 de agostoLocal: Hall pavilhão A Fundapar-queRecepção: 20hJantar: 20h30minShow com Orquestra de TeutôniaEncerramento: 1h30min

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INTEGRAÇÃO: O Libreflix é uma plataforma de streaming colaborativa e gratuita. Foi necessário quanto tempo para desenvolver a página?

GUILMOUR ROS-SI: O Libreflix sem-pre está em constan-te desenvolvimento, onde as melhorias sugeridas e discuti-das pela comunida-de e usuários são implementadas e in-corporadas ao proje-to. E nisso já se vão dois anos. A primeira versão beta, lançada em agosto de 2017,

demorou pouco mais de quatro me-ses para ficar pronta e desenvolvi-da para um projeto na Universida-de Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

INTEGRAÇÃO: Qual o número de pessoas envolvidas na criação da página?

ROSSI: Inicialmente essa versão beta começou como um projeto solo, mas após o “lançamento”, outros desenvolvedores puderam mandar contribuições. Como é um projeto que segue a filosofia do Software Livre, qualquer um pode sugerir e implementar melhorias. Assim, mesmo não tendo um time oficial de colaboradores, o número de pessoas que já auxiliaram diretamente com a programação ao longo desses dois anos chega a 10.

INTEGRAÇÃO: Como surgiu a ideia de criar a plataforma e quais foram as maiores dificuldades no início do processo de criação?

ROSSI: Eu desejava que exis-tissem meios de acessos à cultura audiovisual, tão práticos e amigá-veis como os já existentes, só que se fundissem com as ideias que eu acredito, sejam elas políticas: do uso de software livre, do sem fins lucra-tivos e do fomento à cultura livre; ou técnicas: do desenvolvimento cola-borativo e do uso de código-aberto.

INTEGRAÇÃO: O Libreflix tem uma média de quantos acessos ao mês?

ROSSI: A média de acessos para esse ano é de 85 mil acessos mensais.

INTEGRAÇÃO: Conte sobre o processo para conseguir os direitos de exibição dos filmes na plataforma. Como funciona?

ROSSI: No Libreflix podemos definir que existem dois tipos de obras a respeito de seu licenciamen-to. As primeiras são as obras cujos realizadores apenas liberaram para serem assistidas gratuitamente pela web. Neste caso, não há nenhuma cessão de direitos de cópia para a plataforma e, caso o autor venda es-ses direitos para outros meios, pre-cisa nos avisar para que retiremos a obra do catálogo, como já acon-teceu algumas vezes. Outro caso de obras no Libreflix, e o que mais fomentamos, é que as obras sejam liberadas com licenças permissivas, como a Creative Commons, Licen-ça Arte Livre ou outras. Nesse caso, além da obra ficar disponível para exibição dentro do Libreflix, ela, po-tencialmente, poderá também ser baixada, copiada pelos usuários para uma amizade, ou ainda, se a li-cença permitir, ser usada e remixada em outras obras. Sempre de acordo com a licença.

INTEGRAÇÃO: O catálogo conta com quantos títulos?

ROSSI: Hoje, no Libreflix temos pouco mais de 300 títulos, mas o nú-mero de obras cadastradas chega a 700. Nosso desafio é receber as obras, colher suas informações, fa-zer artes de capa e adequar os víde-os para exibição. Então, logo após o recebimento, há um processo de arquivamento que precisa ser feito pelos voluntários que moderam es-sas obras em seu tempo livre.

INTEGRAÇÃO: O Libreflix é gratuito, porém existe a possibilidade de contribuição com qualquer valor. Atualmente a página conta com quantos cadastros e quais são as formas de captação de recursos para manter a página funcionando?

ROSSI: Mesmo o cadastro não sendo obrigatório, a plataforma con-ta hoje com quase 30 mil usuários cadastrados. Nesse ano começa-mos uma maneira formal de con-tribuição, com qualquer valor, para

ajudar na manutenção e expansão do serviço. Fizemos uma vaquinha que ficará no ar o ano todo e o nos-so objetivo é captar R$ 10.000,00 para cobrir gastos básicos com ser-vidores e alguns equipamentos.

INTEGRAÇÃO: Existe um plano de expansão do Libreflix?

ROSSI: Sim, com certeza. Nos-so principal objetivo é conseguir chegar a mais pessoas, levando o streaming livre da plataforma. Nos-sas metas são criações de aplicati-vos para smartvs e o aprimoramento dos aplicativos para smartphones. Outra coisa interessante é a criação do Libreflix Offline, que possibilitará que a plataforma rode em redes co-munitárias onde o acesso à internet seja nulo ou limitado. Mas acredita-mos que isso possa ser feito com um desenvolvimento horizontal e sem a pressa habitual do mercado.

INTEGRAÇÃO: O Libreflix apoia produções independentes. Para quem tem um curta-metragem ou até mesmo um média ou longa realizado com pouco recurso e tem o desejo de incluir no catálogo de vocês, de que forma é

possível?ROSSI: É bem simples, basta

apenas entrar na plataforma e sub-meter a produção. As dificuldades atuais dizem apenas respeito, como já mencionado, ao trabalho pós-ca-dastro de arquivamento inerentes a plataforma e que também acabam esbarrando em questões técnicas e financeiras para que a distribuição ocorra adequadamente.

INTEGRAÇÃO: Vocês recebem quantas produções para análise ao mês?

ROSSI: O recebimento de obras cadastradas é bem variado com o tempo, mas no último ano podemos dizer que fica entre 5 e 10 todo mês.

INTEGRAÇÃO: De que forma você avalia o mercado audiovisual independente brasileiro?

ROSSI: O audiovisual brasileiro independente é, mesmo com todas as dificuldades, extremamente rico e potente. Os problemas hoje são relacionados ao financiamento e a distribuição dessas obras, e mais recentemente vêm sofrendo com uma demonização cultural. Mas a principal ferramenta que pode aju-dar o audiovisual independente é a internet como um todo. De uma forma mais “rebelde” por meio de blogs e das redes sociais cria-se um maior diálogo entre criadores e expectadores e surgem novas pos-sibilidades de mobilização como as campanhas de financiamento cole-tivo, a organização de festivais e a maior oferta para o acesso e down-load das obras. É um meio que só tende a crescer, junto com o poder da internet. O dever agora é nosso, seja como consumidor ou criador, de debater a mudança e advogar por um novo audiovisual e por meios mais democráticos de distribuição.

Foto: Karolyna GutierresGuilmour Rossi, criador do Libreflix

23º aniversário de falecimento

pai, marido e avô...um sopro de saudadese mantém vivo emnossos corações...

João troian

+ 6 de agosto

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Reafirmando novos contextos de emer-gência da cena cultural de Bento Gonçal-ves, o projeto Rolê Coolture Trip evidencia a linguagem contemporânea das danças ur-banas e promove novos códigos estéticos para diálogos sobre dança, artes visuais e comportamentos culturais. Com registros fotográficos de Bruna Ferreira, a exposição evidencia a Cypher Vico, um dos principais pontos de encontro urbanos da Cultura Hip Hop, que ocorre semanalmente em Bento Gonçalves, na Praça Vico Barbieri.

Criada em 2017 e mostrada pela pri-meira vez na galeria da Fundação Casa das Artes, durante a Battle In The Cypher, a exposição começa a circular agora com recursos do Fundo Municipal de Cultura de Bento Gonçalves, dando potência e impor-tância a esses novos contextos artísticos contemporâneos.

No dia 5 de agosto, os trabalhos foram expostos no SESC Bento Gonçalves. Após o Sesc, quem recebe as obras é a Livraria Dom Quixote, para depois os trabalhos se-guirem para outros locais, tais como a Casa De Criar, de São José Do Rio Preto, a Casa de Cultura Afrouruguaya, em Montevidéu, no Uruguai e a ACHE Casa da Cultura Hip Hop, em Esteio.

Os protagonistas das cenas registra-das pela fotógrafa são, além dos b.boys e b.girls que “colam” na Vico desde 2012, os anônimos e parceiros que circulam por lá por afinidade ou simpatia, o espaço, o am-biente, o fluxo dos movimentos as danças urbanas na paisagem da cidade.

“Dessa exposição o que eu mais gosto é o calor, pensei em juntar o conceito do en-contro da Cypher da Vico, mas sem mostrar especificamente dança, e sim o que acon-tece em todo o rolê que é estar na Vico. A criançada brincando, interagindo, o sol que invade a cypher durante as tardes. Vendo a

RolêCooltureTrip

Fotógrafa Bruna Ferreira lança exposição da cena hip hop de Bento Gonçalves

Fotos: Bruna Ferreiraexposição se entende que o rolê une dança, a necessidade de estar ao sol e tudo o que rodeia a cypher na praça”, diz Bruna.

Estes recortes visuais estão reunidos em 10 trabalhos tamanhos 100 x 80cm, em material de pvc, todos coloridos. As imagens foram feitas entre 2018 e 2019 e, nesta proposta de circulação, o trabalho também ganha outros suportes pois exposi-ção também será dotada de QR Codes que linkam para vídeos exclusivos dos artistas dançando, e falando de suas caminhadas artísticas. Assim, o conceito e a proposta do projeto se expandem, dando aos artis-tas de Bento Gonçalves protagonismo e representatividade, expondo seus trabalhos no município e também chegando a outras cidades do Estado, do Brasil e da América do Sul.

Autoria artísticaO projeto Rolê Coolture Trip também

afirma a construção de uma autoria artís-tica. Afinal, a fotógrafa Bruna Ferreira teve seus primeiros contatos com a Cultura Hip Hop na praça onde fez seus registros foto-gráficos. Além de se tornar uma praticante das danças urbanas, ela percebeu a falta de registros dessa manifestação e “fez seu core”. Começou de forma amadora e infor-mal, mas foi refinando a prática fotográfica e buscando profissionalização. Outra faceta desse processo é o livro de registros Nossa casa: Cypher Vico e a realização da Expo Coolture Trip, feita com recursos próprios.

Reunindo estes contextos, o projeto Rolê Coolture Trip faz este passeio pelas diferentes vertentes da Cultura Hip Hop, re-gistra um momento e um contexto histórico--cultural da cena artística contemporânea da cidade, projetando e dela para outros contextos e promovendo intercâmbios e projeções artísticas.

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O curta-metragem Lola 27, so-bre a história de uma artista drag queen, estreia no dia 9 de agosto, às 19h30, na Fundação Casa das Artes, em Bento Gonçalves. O filme é dirigido pelo jornalista e escritor Rodrigo De Marco, que também assina o roteiro com a produtora audiovisual e repórter Giana Mila-ni, responsável pela produção da obra. O curta conta com recursos provindos do Fundo Municipal de Cultura e foi aprovado no edital de 2018.

A obra audiovisual aborda a vida do artista e estudante de En-genharia Civil mato-grossense, radicado em Bento Gonçalves, Al-cides Furlin, de 27 anos. Ele adota o nome artístico Lola, para dar vida a drag queen que se apresenta em bares de Porto Alegre. O curta con-ta com depoimentos de familiares e amigos do jovem, que falam sobre a trajetória, além do depoimento de Alcides e “Lola”, estrela do curta.

De Marco, com experiência na área literária, encara o primeiro de-safio no campo do audiovisual. Para o jornalista, o filme tem o propósito de apresentar um artista que explo-ra a arte de forma pura e legítima. “A Lola é excêntrica, é audaz, ela quer abrir as cortinas e brilhar no palco. Só de descrever essa personagem lindamente vivida pelo Alcides me dá a certeza de que esse filme é uma das experiências profissionais mais belas vividas por mim. Não

Curta-metragem sobre drag queen Lola estreia no dia 9 de agosto, na Fundação Casa das Artes, assinado por Rodrigo De Marco e Giana Milani

SERVIÇO

O que: Estreia do curta-metragem Lola 27Data: 9 de agostoHorário: 19h30Local: Sala de Cinema da Fundação Casa das Artes (R. Herny Hugo Dreher, 127 - Planalto, Bento Gonçalves)Entrada: Gratuito

posso deixar de mencionar a amiga e parceira de produção, Giana Mila-ni, que também tem trabalhado de forma intensa nesse projeto”, diz.

Ainda de acordo com ele, o filme conta com a trilha original da cantora uruguaia Patricia Horovitz, conhecida pelo nome artístico de Phoro. “Quem assistir Lola 27 vai se deparar com muita cor, brilho e música boa, é cla-ro. A obra conta com a música Drive Into the night, da Patricia, uruguaia conhecida internacionalmente pela música eletrônica. Ela adorou a ideia de ter um de seus singles em nosso filme e isso é lindo”, explica.

Giana salienta que o curta des-mitifica a imagem da figura da drag queen. “Alcides é meu ex-colega de escola e amigo. Acompanhei todo o desdobramento dele até agora. Pre-cisamos falar sobre preconceito e superação”, finaliza.

A cantora uruguaia Patricia Horo-vitz (Phoro), lançou o álbum “Aljibe” em novembro do último ano e não esconde o entusiasmo em participar do curta-metragem dirigido pelos bento-gonçalvenses.

“Estou mais do que animada para participar com essa música em Lola 27. Para começar, estou muito interessada em todo o tema LGBT. Isso é algo extremamente podero-so e elevado ao meu entendimento. “Drive Into The Night” é uma das pri-meiras músicas que compus e con-tinua a ser a minha favorita e a que melhor me descreve”, comemora.

Foto: Vagão FilmesDa esquerda para direita: Gustavo Bottega, Rodrigo De Marco, Lola, Giana Milani, André Cavalini e Augusto Tomasi

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ElvisPletsch

[email protected]

Como tirar uma ideia do papel

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GLOSSáRIOPitch - Apresentação de 3 a 5 mi-nutos com objetivo de despertar o interesse da outra parte (inves-tidor ou cliente) pelo seu negócio.

MVP - Prática de administração de empresas que consiste em lançar um novo produto ou ser-viço com o menor investimento possível.

Pivotar - Mudar o rumo de um negócio que não teve o sucesso esperado com base na experiên-cia adquirida.

em 54 horasocê já teve uma ideia que acreditava ser o negócio do

século, mas não levou adian-te pois não sabia como transformar ela em um negócio de verdade?

O CIC de Bento Gonçalves foi tomado por diversas pessoas que já passaram por isso, pois elas tiveram que encarar o desafio de tentar tirar as suas ideias do papel e montar uma startup em 54 horas no final de

semana do dia 19 de julho.Eu era uma dessas pessoas.

Tive a oportunidade de participar pela segunda vez do Startup We-ekend, um evento que reúne apren-dizado, networking e empreende-dorismo. O “SW” é uma imersão desenvolvida nos Estados Unidos, onde os participantes trabalham uma ideia de negócio e verificam se ela é viável.

O método apresentado no even-to é chamado de “Zero to Hero”, pois direciona as ideias apresentadas na sexta-feira (Zero) para um caminho onde ela será testada em todos os aspectos possíveis, e provavelmen-te alterada inúmeras vezes, até ser apresentada no domingo (Hero), tudo isso com o auxílio de mentores experientes, workshops, dinâmicas e muito café.

No dia seguinte, após um café da manhã reforçado, a primeira lição do dia é que não adianta pensar em soluções focadas na sua ideia antes de descobrir qual é o problema que você vai solucionar. Acreditem, na primeira oportunidade que participei, isso se tornou quase um trauma para o nosso grupo. Ouvi tanto a pergun-ta “qual é o problema?”, que passei dias sonhando com isso.

Os mentores - também conhe-cidos como “polenteiros” por causa

“Esqueça o conceito de tranquilidade”

É com essa frase que tudo deveria começar, mas o apre-sentador (ou facilitador) inicia a noite com um entusiasmado “boa noite” para depois convidar os participantes (que ge-ralmente não sabem muito bem o que vai acontecer) para comentar a ideia de negócios que tiverem em um minuto.

O ambiente é imediatamente tomado por olhares des-confiados da plateia, já que o palco pode amedrontar os mais tímidos, mas logo alguém toma a frente para aquilo que se tornará um tsunami de ideias - das mais bizarras até as “como ninguém nunca pensou nisso?”, enquanto os participantes tentam descobrir quem ali tem potencial para ser o próximo Elon Musk.

As melhores ideias são votadas em seguida e os partici-pantes devem montar grupos multidisciplinares para traba-lhar com as ideias vencedoras.

“Ok, mas qual é o problema?”da camiseta amarela - são incisivos com essa etapa chamada de “vali-dação do problema”, em que você deve ir para a rua entrevistar pessoas e compreender se as suas hipóteses realmente são dificuldades reais da sociedade.

Esse momento é o mais impor-tante do evento, porque irá definir o sucesso do seu negócio. Caso a sua entrevista não seja bem feita ou o problema não seja tão importante quanto você pensava, a sua startup

terá que “pivotar” - ou seja, ser mo-dificada conforme os resultados que você obteve.

Se você ignorar isso, provavel-mente estará gastando tempo para solucionar algo que é apenas uma “marolinha” e, eventualmente, o seu negócio vai quebrar. É por isso que é comum ver que uma ideia de apli-cativo de transporte apresentada na sexta acabe se transformando em uma solução voltada para floricultu-ras no sábado.

Foto: Leo Hendges

Startup Weekend reuniu mais de 150 pessoas em Bento Gonçalves

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O conhecimento que é agregado durante um final de semana é imen-so. Aprender que devemos deixar de lado a nossa opinião e ir para a rua para validar as ideias e reconhecer o que todos têm a dizer é fundamental para o início de um negócio.

O trabalho com pessoas de ou-tras áreas também mostrou-se es-

“Nem todo problema tem solução”

Com o problema validado, par-te-se para a elaboração e validação da solução. Ali vale tudo: pode fa-zer a validação por celular, e-mail ou pessoalmente. O importante é você encontrar alguma forma viável de solucionar o problema que você encontrou.

Se o problema é que as pesso-as não têm tempo para ir ao mer-cado e precisam de alguém que faça compras por elas, ainda não é a hora de revolucionar o mundo e montar um aplicativo que faça essa intermediação. A simplificação é a regra: encontre alguém com o pro-

Com a solução feita, os grupos iniciam o “MVP”, onde é elaborada uma versão muito básica do produ-to ou serviço que se deseja ofere-cer. É muito comum que a maioria dos grupos do Startup Weekend pensem em aplicativos, softwares e sites para escalar a solução, mas basta produzir a simulação das te-las em programas de edição de imagem para que a fase seja con-cluída.

Nessa hora todo mundo já está quase maluco e o cansaço está batendo na porta. Por isso o even-to conta com dinâmicas diversas, como o campeonato de “pedra, papel ou tesoura”, que auxilia muito para levantar a moral e não pedir as contas.

O domingo também é volta-do ao treinamento do “pitch”, uma apresentação de quatro minutos, que deve surpreender os jurados, demonstrando como a sua startup poderá atingir o mercado e ganhar dinheiro.

Enquanto alguns membros irão se dedicar aos slides, outro será es-colhido para apresentar a startup, e o restante terá de continuar todo

blema e alguém que possa ir fazer as compras, trabalhando a comu-nicação das partes pelo celular. Se der certo e você ganhar uma por-centagem do valor com isso, sua solução está validada. Se não deu, talvez o seu problema não tenha solução e será hora de “pivotar” no-vamente.

A placa das mesas apontando “quero polenta” sinaliza o papel fundamental dos mentores nessa etapa, já que provavelmente vão su-gerir opções que são “escaláveis” e que possam ser replicadas através da tecnologia posteriormente.

Foto: Leo Hendges

MVP e Pitch

o trabalho de pesquisa que foi ini-ciado na solução, descobrindo o ta-manho do mercado de atuação, os concorrentes, os custos, as formas de monetização e possíveis proble-mas que o negócio pode enfrentar.

A hora do “pitch” chega ao pôr do sol. A pessoa mais comunicativa do grupo deverá estar preparada, pois de nada adiantará fazer um bom produto e não saber vendê-lo ao público. Todo o trabalho do final de semana será colocado à prova e está nas mãos desse representan-te. A presença de jurados concei-tuados em suas áreas de atuação dá credibilidade para o momento, ainda mais quando a maioria deles não facilita nos questionamentos.

Apesar do nervosismo, as apre-sentações passam rápido e o alí-vio e a sensação de sucesso logo tomam conta. Mesmo que, poste-riormente, a organização faça uma premiação simbólica para as três ideias mais viáveis (incluindo uma pré-aceleração com uma entidade apoiadora do evento), a verdadeira gratificação fica pelo aprendizado durante todas aquelas horas de de-dicação.

Muito mais queuma metodologia

sencial no momento em que cada um podia se dedicar para aquilo que mais se identificava, seja na vi-são de negócios, na tecnologia, na comunicação ou no design. Mesmo para quem não quer empreender, compreender que pessoas diferen-tes criam soluções diferentes pode ser o diferencial no desenvolvimento

de projetos e na procura de soluções para o seu trabalho.

Além disso, entender o conceito do “erro rápido”, permite que você veja a possibilidade de testar uma solução para qualquer problema da forma mais rápida possível, conse-guindo amenizar as consequências dos seus erros.

Se ainda levarmos em conta as

amizades formadas durante o even-to e o acesso à uma nova rede de networking que está diretamente en-volvida com inovação, não precisa pensar muito para entender que o Startup Weekend é justamente o que a nossa região precisa para trans-formar nossas dificuldades em solu-ções rentáveis. Se for em 54 horas, melhor ainda.

Os grupos fazem o seu “grito de guerra” após a validação da solução

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Não à toa, a procura por cirurgias plásticas no Brasil au-menta cerca de 50% nos me-ses mais frios do ano, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). O índice vai ao encontro do que afirmam médicos especialis-

tas: o inverno é a época ideal para intervenções cirúrgicas. Nesse contexto, o cirurgião plástico Felipe de David elenca as principais vantagens na escolha dos meses centrais do ano para procedimento estético que envolva cicatrização.

Os meses de junho, julho e agosto, de forma especial, são caracterizados por menos horas de exposição solar, o que favorece a cicatrização e os cuidados em manter a pele hidratada. “No inverno, é mais comum que a cicatriz fique protegida pelo uso de uma quantidade maior de rou-pa. Isso ameniza os riscos de marcas escurecidas ou man-chas cutâneas”, pontua o médico.

Outro ponto positivo é a diminuição do inchaço pós--operatório, comum em qualquer época do ano, porém su-avizado em temperaturas amenas. “Com o frio, os vasos sanguíneos se contraem, reduzindo o fluxo de sangue nas veias, amenizando o inchaço, o que ocorre de forma opos-ta em temperaturas mais altas”, explica.

O cirurgião plástico também cita a comodidade e o conforto na recuperação como mais um estímulo à reali-

BENTO GONÇALVESRua Dr. José Mário Mônaco, 227 - Sala 905, CentroFones: (54) 3702.4113(54) 99970.4113

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Foto: Eduardo Benini

zação dos procedimentos na estação mais fria do ano. “O uso de cintas e malhas pós-cirúrgicas é comum em algu-mas intervenções, porém esse material pode incomodar menos durante o inverno. Isso porque as baixas tempera-turas, além de serem mais sugestivas ao repouso, também diminuem o aquecimento do corpo devido à grossura dos acessórios e permite uma sudorese menor”, ressalta o es-pecialista. Além disso, o paciente tem a possibilidade de se recuperar para o verão com o procedimento cicatrizado, passível de exposição ao sol. “A pessoa pode aproveitar o verão de forma mais tranquila”, acrescenta Felipe de David.

Técnica cirúrgica e pós-operatório O médico salienta que a excelência no resultado do pro-

cedimento é obtida através de uma boa técnica cirúrgica e de cuidados no período pós-operatório “Sempre devemos alertar o paciente sobre as especificidades do tratamento posterior à cirurgia. A cicatrização é um processo de reparo em que o tecido conjuntivo fibroso se prolifera, substituin-do a área da incisão por uma cicatriz. Por envolver fatores genéticos e biológicos, é de suma importância a orientação de um profissional especializado no assunto”, enfatiza.

A SBCP faz um alerta com relação à escolha do profis-sional e do local adequado para a realização de cirurgias plásticas. A orientação é que o paciente sempre verifique se o cirurgião é membro associado ou titular da Sociedade para garantir a seguridade do procedimento.

Felipe de David,Cirurgião Plástico