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A Projeto Feliz Idade faz sucesso em Frutal Pág. 3 A paixão também acontece na terceira idade Pág. 8 Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da UEMG - Campus de Frutal | Ano 1 Edição 2 | Frutal, julho de 2010 Idade Nova Como alcançar qualidade de vida depois dos 60 UNAF: há 20 anos cuidando dos idosos frutalenses Pág. 4 Vaidade: uma preocupação de todas as idades Pág. 3 Alfabetização de adultos: um projeto que deu certo Pág. 7

Jornal Laboratório O Foca

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Jornal laboratório do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade do Estado de Minas Gerais, Campus de Frutal

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Page 1: Jornal Laboratório O Foca

A

Projeto Feliz Idade faz sucesso em FrutalPá

g. 3

A paixão também acontece na terceira idadePá

g. 8

Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da UEMG - Campus de Frutal | Ano 1 Edição 2 | Frutal, julho de 2010

IdadeNova

Como alcançar qualidade de vida depois dos 60

UNAF: há 20 anos cuidando dos idosos frutalensesPá

g. 4

Vaidade: uma preocupação de todas as idadesPá

g. 3

Alfabetização de adultos: um projeto que deu certoPá

g. 7

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Frutal, julho de 20102

Carta ao leitor

O Foca é um jornal laboratório do 7º semestre do curso de Jornalismo da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) –

Campus de Frutal.

UEMG - Campus de FrutalAv. Professor Mário Palmerio, 1000

Bairro Universitário – Frutal/MGFone: (34) 3423-2700

www.uemgfrutal.org.br

ReitoraJanete Gomes Barreto Paiva

Vice-ReitorDijon Moraes Júnior

Campus de FrutalDiretor

Ronaldo Wilson Santos

Coordenadora PedagógicaMaria Batista da Cruz Silva

Coordenadora do Curso de Comunicação Social

Ana Carolina de Araújo Silva

Professora Responsável pelo jornal laboratórioJociene Carla Bianchini Ferreira

MTB: 41.490-SP

Editora ChefeZilma de Oliveira Ferreira

EdiçãoAdemir Silva Silveira, Andria Piai, Delcione Bento,

Soleny Rocha da Silva Reportagem

Francielly Queiroz , João Cerino Faria Filho, Camilla Faria Marchi, Cinthia Queiroz de Souza, Eliane Franco de Jesus, Laene Mara da Silva e

Marco Aurélio Alípio

Projeto Gráfico, Diagramação e Edição de Imagem

Daniela Moreira da SilvaPâmela Biage Gomes

CapaIgor Caldeira dos Santos Bernardo

Artes e Apoio GráficoAgência Escola de Comunicação da UEMG –

Campus de FrutalImpressão

Jornal A Cidade Fone 17-3422-4199

Tiragem1. 500 exemplares

EXPEDIENTE

Quando Jociene Ferreira, professora do Curso de Comunicação da UEMG, me propôs a tarefa de escrever esse texto falando so-bre a segunda edição do Jornal O Foca, con-fesso que pensei: “O que textualizar e como textualizar a mensa-gem que desejo?”. Fui além: “Vou deixar o pensamento fluir de maneira que as idéias cheguem naturalmente e, assim, possa pas-sar a mensagem que o íntimo e o conscien-te desejam transmitir”. Então, vamos lá. Inte-ressante como as coi-sas vão acontecendo na vida da gente. Sou da velha teoria (e de-fendo até a morte) de que “nada é por aca-so”, e é por isso que estou aqui.

Para mim, um ser sem informação se perde no seu próprio mundo e está fadado ao isolamento mais do que físico: a meu ver, espiritual, intelectual, educacional e muitos outros “als”.... por aí.

Digo sempre que a vida é feita de desafios e que sozinhos somos menores do que um grão de areia em um deserto. Imaginem, então, quando veio o dever de ser a editora-chefe da segunda edi-ção! E o que é melhor:

escolhida de forma democrática pela tur-ma em votação na sala de aula. Que honra! Obrigada a todos pela gentileza da escolha. E perdão àqueles que não agradei ao longo da caminhada.

O tema engraçado e curioso como o tema terceira idade de algu-ma forma faz parte da minha vida. O motivo eu não sei, mas espero um dia ter a resposta.

A primeira expe-riência, também por meio da faculdade, foi me tornar assessora de comunicação vo-luntária do Asilo Pio XII de Frutal. Confes-so que tal experiência tem sido não só um aprendizado, mas um sentimento de gratidão íntima inexplicável. Agora, volto a traba-lhar com o tema por meio do Jornal O Foca. Volto à frase que iniciei este editorial: “nada é por acaso”

Agradeço à pro-fessora Jociene pela chance de aprender, à turma pela colabo-ração e a Deus, a ins-piração de entender que o que se planta hoje, colhemos não no futuro, mas no dia-a-dia... e o Jornal O Foca faz parte desta colheita.

Zilma de OliveiraEditora Chefe

Soleny Rocha

A velhice é quase sempre encarada com preconceito pela maioria das pessoas. Para muitos, envelhecer é sinal de inutilidade e a partir de então, se cria uma bar-reira impedindo que essas pessoas desenvolvam seu potencial.

Aos 66 anos, José Leoli-no da Silva, mais conhecido como “Zé da Laranja”, é re-ferência para muitos que se vêem desanimados nessa luta contra os anos vividos e o preconceito da sociedade em relação ao idoso. Para ele, que trabalha desde os cinco anos, garantir o pão de cada dia com esforço de seus próprios braços é uma conquista inigualável. Ele ressalta ainda que seu maior prazer é ter saúde para con-tinuar trabalhando. “Meu tra-balho não me rende muita coisa mas com o pouco que ganho, consigo manter minha

casa, meus compromissos, tudo em dia. Então esse é meu maior prazer: ter saúde para trabalhar e honrar meus compromissos”, explica o co-merciante.

Percebe-se, então, que o preconceito das pessoas em relação à terceira idade, apa-rentemente, se fundamenta mais na aparência física do idoso do que mesmo na ca-pacidade que os mesmos possuem para desenvolve-rem atividades. De acordo com Zé da Laranja, tudo seria diferente se ele tivesse pros-seguido com seus estudos.

“A falta de cultura, de es-tudo, faz com que a gente acabe realizando o que a ca-pacidade dá. Então, as con-seqüências de quem não es-tuda são essas, fazer aquilo que se dá conta”, afirma Zé da Laranja.

A educação no Brasil, como todos sabem, é um dos

principais problemas enfren-tados pelo país e tem sido motivo de especulações. Apesar dos investimentos feitos nessa área, ainda as-sim o Brasil está longe de ser referência para outros países.

Zé da Laranja, apesar de seus 66 anos, consegue manter-se firme na sua pro-fissão, cumprindo uma jorna-da de trabalho que gira em torno de dez horas diárias. Os frutos do seu trabalho estão presentes na qualida-de de vida de sua família, o que ajudou os filhos a terem um curso superior, comprou casa e tudo isso graças ao esforço e dedicação com que encara o trabalho. Ao ser questionado sobre sua aposentadoria, o comercian-te é categórico ao afirmar: “Enquanto eu tiver vida e saúde, não deixarei meu tra-balho de lado”.

Superando os desafios da vida

Carta à redação

Recebi, orgulhoso, a edição número um do jornal O FOCA, digno do melhor jornalismo escrito do País.

Fiquei feliz pela qualidade do material editado e pela escolha do tema principal da primeira edição: exatamente o Hidroex, essa iniciativa que vai mudar a história de Frutal, da região e de Minas Gerais.

Vi, no esmero editorial, no bom texto desenvolvido, o nível de profis-sionalismo que os alunos da UEMG estão atingindo e me deu vontade de estar novamente na redação, trabalhando textos e editando matérias.

Estou feliz por tudo isso estar acontecendo na minha terra com vo-cês, que são como membros da minha família.

Parabéns e um grande abraço do jornallista Narcio Rodrigues da Silveira

Prezados companheiros do jornal O FocaErrataNa primeira edição de “O Foca”, a imagem do pro-jeto da Cidade Universi-tária que ilustra a matéria “De portas abertas para o mundo”, na página 7, é de autoria de Thiago Rodrigues e foi retirada do site www.thiagorodri-gues.net e não é uma foto de “Arquivo”, como foi publicado no jornal.

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Olhar-se no espelho e se sentir bonito é um passo impor-tante para a autoestima do ser humano em qualquer fase da vida. O cuidado com a aparência é fundamental para a saúde dos idosos, tão essencial quanto exames periódicos.

Lucélia Neves, proprietária de um salão de beleza em Frutal, afirma que os idosos estão cada vez mais vaidosos, principalmente as mulheres. “As pessoas da terceira idade representam um número significativo de clientes, muitos têm seus horários fixos toda semana, não abrem mão de melhorar a aparência cada dia mais”.

Os tratamentos procurados pelos idosos nos salões de be-leza são bem diversificados: eles gostam de colorir, escovar e cortar os cabelos, além de fazer as unhas, maquiagem e mas-sagem para relaxar. “Todo tipo de tratamento faz bem ao ego, ajuda a levantar a autoestima” afirma Lucélia Neves.

Risoleta Campos de Oliveira, 71 anos, vai ser vovó pela primeira vez e faz parte desse grupo da terceira idade que gos-ta de se cuidar. Ela vai sempre que pode ao salão de beleza e faz questão de aproveitar todos os tratamentos oferecidos.

Durante a entrevista, Dona Risoleta fez as unhas, pintou e escovou os cabelos e, para terminar, fez uma bela maquia-gem.

Ela afirma que está sempre motivada a se cuidar. “Quando a gente se olha e se sente bem, não sentimos a idade. Gosto de estar bem comigo e estar assim, feliz.”

Contudo, Dona Risoleta não fica só no salão. Por iniciativa própria, caminha todos os dias ao ar livre. “Gosto de contem-plar o que Deus deu pra gente, além de exercitar o corpo, eu distraio a mente”, completa.

A busca pelos cuidados com a beleza não fica só no salão.

Uma mistura de saúde e vaidade também seduz os mais experientes. Marilena Moreli Machado, proprietária de uma academia de ginástica, afirma que há vários clientes com idade acima de 60 anos e que a pro-cura por parte deste público está aumen-tando.

Há oito anos, Jucenima Leonel Gomes, de 62 anos, faz hidroginástica e assim cui-da da saúde e da vaidade. “Me sinto mais leve, e me faz muito bem.”

Marilena destaca que a maioria dos idosos faz hidroginástica e musculação. “A prática de exercícios visa a saúde e o bem estar físico e mental, melhora a qualidade de vida e aumenta a autoestima”, desta-ca a profissional.

Idosos cuidam cada vez mais da aparência e da autoestima

Beleza

Frutal, julho de 2010 3

Franciely Queiroz

Foto

: Franciely Q

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Durante o dia, use pó compacto, blash pêssego, rimel incolor, batom ou gloss suave.

À noite, use base facial, pó compac-to, blash rosado, rimel e lápis marrom. No caso do batom, escolha a cor que mais lhe agrade.

Dicas de Maquiagem

Vaidade não tem idade

Risoleta Campos, 71, após tratamento de beleza

Feliz Idade é criado para preencher lacuna social

O Projeto Feliz Idade nasceu há cerca de um ano, por iniciativa da Secretaria de Promoção Humana da Prefeitura de Frutal, com o objetivo de atender a necessidade social da Terceira Idade. A secretária Ana Cláudia Brito Marchi revela que foi um dos projetos sociais mais bem aceitos e hoje, pouco tempo depois, já consegue colher os frutos. “Já pudemos perceber uma melhora na qualidade de vida das pessoas que estão participando, além da melhora na

auto-estima como um todo”. Além de atividade física, o idoso tem

acesso a uma melhor qualidade de vida, alimentação balanceada, alfabetização, acompanhamento médico e recebe estímulo à convivência entre as pessoas que integram o projeto. Atualmente, cerca de 70 idosos participam diariamente das atividades, mas a frequência é livre, ou seja, participam quando querem. Para ter acesso ao programa é preciso ter acima de 50 anos e passar por uma avaliação social, que é feita pela instituição. “Se a pessoa

se enquadrar nas regras, ela está apta a participar.” O projeto, que é integralmente administrado pela Prefeitura, tem também apoio dos governos estadual e federal, que viabilizam recursos para sua manutenção.

Uma das atividades do projeto é desenvolvida na UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais), que também é parceira, proporcionando aulas gratuitas de informática, ministradas pelo Centro de Vocação Tecnológica aos sábados.

De acordo com a terapeuta ocupacional do projeto, Renata Lacerda,

o projeto desenvolvido no Feliz Idade já transformou muito a vida dos idosos e alguns deles até deixaram de manifestar sintomas de depressão. “Nós estamos conseguindo alcançar esses objetivos, estimulando a funcionalidade, a inserção no contexto social. Oferecemos aulas de informática, atividades físicas, tudo o que for possível para que eles possam alcançar esse resgate de autonomia”.

O Projeto Feliz Idade funciona de segunda a sexta-feira, na Rua Senador Gomes da Silva, 1.235, no prédio onde antigamente funcionava o Mutirão.

Ademir Silveira

Projetos

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Estatuto do Idoso não é respeitadoEspecialistas comentam sobre novas leis formuladas para defender a terceira idade

UNAF: há vinte anos cuidando da terceira idadeJoão Cerino

Frutal, Julho de 20104

Camilla Marchi

Criado em 1997, o Estatuto do Idoso ainda gera dúvidas e o des-cumprimento por grande parte da população. O assunto foi rediscutido em 2000 quando foi formada uma comissão para tratar das questões relacionadas a este tema. O objetivo era garantir os direitos aos idosos acima de 60 anos, dando a eles o amparo necessário como prevê a lei número 10.741-2003. De acordo o promotor de Justiça da Comarca de Frutal, Renato Teixeira Rezende, o Estatuto do Idoso, assim como o Estatuto da Criança e do Adoles-cente como a lei Maria da Penha, representam uma descentralização da legislação civil, da legislação pe-nal comum, para atingir um público que é considerado socialmente vul-nerável e, no caso dos idosos, são pessoas em processo de envelheci-mento.

Para o promotor Renato, a pre-ocupação com o idoso não está re-lacionada somente à proteção aos direitos dos idosos, mas evitar que eles sejam vítimas de agressões e atentados à vida. “O Estatuto do

Idoso é uma legislação que busca a promoção da dignidade humana e o idoso se insere nesse contexto. A lei procura resgatar a auto-estima, não apenas do ponto de vista individual, mas de forma coletiva”. Na opinião do representante do Ministério Pú-blico, é necessário que haja políti-cas públicas concretas, voltadas a área do idoso. Ele entende que o idoso tem condições de trabalhar, exercer uma atividade que ofereça prazer. No entanto, tais políticas de assistência devem ser fiscalizadas e incentivadas por todos os órgãos públicos e não apenas pelo MP. “Te-mos que criar os Conselhos Munici-pais dos Idosos, que têm o papel de ajudar de forma não individualmen-te, e, portanto, mais ampla”, destaca o promotor.

No parecer do representante do Ministério Público, o preconceito contra o idoso não é um problema exclusivo do Brasil. Mas com im-plantação de novas políticas públi-cas, ele acredita que essa realidade pode mudar. Segundo Rezende, a violência contra o idoso pode se ma-nifestar de várias formas. No caso da agressão psicológica, pode dei-

xar marcas que afetam profundamente a auto-estima do idoso e por isso, é tão grave quan-to a agressão física. Os abusos são os mais variados, lembra o pro-motor, ao exemplificar uma situação comum na maioria dos lares, em que os idosos ao invés de serem amparados, têm que sustentar toda a família com o salário que recebem da apo-sentadoria.

Realidade que é confirmada pela assis-tente social Maiza Sig-norelli Nunes. Ela vai além ao afirmar que o preconceito fica de lado quando o assunto é di-nheiro. “Enquanto há aposentadoria, a gente nota que o idoso acaba sendo mais bem trata-do e com isso, por uma questão de interesse, o preconceito acaba dimi-nuindo”. Estatísticas apontam que as pessoas estão vivendo cada vez mais no Brasil. Nesse sentido, Mai-

Assistente Social Maiza Signorelli defende Estatuto do Idoso

za se mostra à vontade ao afirmar que “felizmente, a política de assis-tência pública como o SUS (Sistema Único de Saúde), tem melhorado a cada ano, o que tem garantido um atendimento melhor e mais digno ao idoso”, finaliza.

A história da UNAF (União dos Apo-sentados de Frutal) se confunde com a de sua fundadora. Laudelina Palha-res de Carvalho é uma mulher solteira e, aos 78 anos, mantém o entusiasmo de quando fundou a entidade em 1990, para reunir pessoas que, ao se aposen-tarem, não se conformavam com a ina-tividade.

Segundo Nêga Palhares, como é popularmente conhecida, a idéia foi de uma amiga, Sônia Beatriz, que se apo-sentou antes, dizendo que gostaria de fundar uma entidade para proporcionar atividades para as pessoas que tam-

bém se aposentavam. “Ela me falou que gostaria de criar a associação e eu dis-se que era desimpedida, solteira e me candidatava a presidente. Outra pessoa seria a oradora, a outra a tesoureira e resolvemos: vamos fundar já.”

A fundadora não se esquece do dia em que começou a discutir sobre a UNAF: 12 de agosto de 1990, inaugu-rando oficialmente a entidade 12 dias depois. Uma de suas primeiras ações em prol dos aposentados foi a busca de descontos nas compras do comércio lo-cal. “A primeira coisa que fizemos foi sair em busca de descontos no comércio e conseguimos até 30%. Não teve um que negasse”, comemora Nega.

Graças à força de vontade e à cam-panha desenvolvida pelas voluntárias, a UNAF até hoje já desenvolveu aulas de alfabetização de adultos, tricô, crochê, bordado, corte de cabelo, manicure, cos-tura e outros, tudo isso gratuitamente. “Infelizmente, essas aulas não existem hoje porque faltam alunos interessados. Na entidade, não faltam pessoas capa-citadas e dispostas a ensinar”, lembra a fundadora.

Para Laudelina Palhares, é funda-mental estar bem disposto para dirigir a associação. “Nós começamos com mui-to entusiasmo e esse entusiasmo é o mesmo até hoje. Fui presidente tempo-rária por um ano, depois eleita de 1991

a 2009. Quando questionada se perma-nece no cargo no próximo mandato, ela brinca: “vamos ver o que acontece em 2011”.

Atualmente, a Unaf mantém os tra-dicionais bailes noturnos, a ginástica às terças-feiras e uma série de reuniões e atividades durante todo o ano. Laudeli-na Palhares também dá o segredo da disposição aos 78 anos “Para se man-ter sempre bem, o aposentado tem que apostar no movimento, tem que ser útil, tem que trabalhar em sua casa e ter uma ocupação, precisa ser produtivo. Fazer o bem à outra pessoa faz bem a nós mes-mos e sentindo-se útil o aposentado tem mais vida.”

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Frutal, Julho de 2010 5

Eliane Franco

Nos últimos anos, a melhoria das condições de saúde têm feito com que o número de ido-sos venha crescendo tanto no mundo quanto no Brasil. Todos os seres vivos passam por um pro-cesso de envelhecimento e, para que isso ocorra da melhor forma, é estarmos preparados para enfrentar esse desafio. A ciência não descobriu nenhum medicamento para retardar o envelhe-cimento, contudo, um estilo de vida saudável pode fazer a diferença e proporcionar o melhor bem estar. De acordo com a nutricionista Sara Franco Dinis Heitor, a alimentação tem que ser equilibrada e balanceada como a de todo ser hu-mano com a idade menos avançada, mas para os idosos, deve ser especial, pois eles têm certa dificuldade de absorção dos nutrientes.

Ainda segundo Sara Heitor, os alimentos ricos em sódio e temperos prontos, industrializados, além de presunto, mortadela e salsicha, devem ser evitados, porque a maioria deles podem cau-sar a hipertensão. De acordo com a nutricionista, outros fatores podem contribuir com essa doen-ça, entre elas está a idade avançada e o excesso de peso. Sara Heitor aponta ainda que o indicado é que a comida deva conter temperos naturais com ervas caseiras e aromáticas. Dar preferên-cia para frutas e verduras cruas, que possam ser

mastigáveis. “Para o idoso que tem dificuldade em engolir, o ideal é que esses alimentos sejam cozidos ou assados, pois vão ficar macios e não vão perder as propriedades”, destaca.

A nutricionista faz uma importante observa-ção ao afirmar que o idoso brasileiro se alimen-ta muito mal, principalmente o de classe média baixa, já que, segundo ela, os de classe média ou média alta, normalmente, recebem maiores cuidados devido às suas condições financeiras. “Com a perda do cônjuge ou quando os filhos saem de casa, o idoso começa a se alimentar de refeição pronta e se esquece da alimentação saudável.

O que nós comemos hoje, vai determinar quantos comprimidos iremos tomar quando tiver-mos 60 anos”, finaliza a nutricionista. A alimen-tação é uma preocupação constante na vida de Lígia Maria de Morais, 65, que faz questão de manter uma alimentação balanceada devido aos problemas de saúde que possui. Ela foi orienta-da a procurar uma nutricionista e se sente me-lhor depois que passou a ter cuidado com a sua alimentação. Vários alimentos foram retirados do cardápio de Dona Lígia, entre eles massas, doces, refrigerantes, entre outros. “Atualmente, faço seis refeições ao dia. O importante é comer em pequenas quantidades várias vezes ao dia”, completa. Com a alimentação balanceada, Lígia diminuiu o seu estresse, a ansiedade, além de se prevenir contra várias doenças.

Envelhecimento desafia a ciênciaCuidados com a saúde e alimentação balanceada ajudam idoso a ter uma vida melhor

Frutal, Julho de 2010

A frase acima é do personal train-ner Wiliam Souza, 26 anos. Segundo ele, a população idosa vem aumen-tando consideravelmente. Isso se atribui a uma qualidade de vida me-lhor, que está relacionada à atividade física, que é um importante meio de prevenção contra vários tipos de do-enças que surgem ao longo dos anos. Uma delas é a atrofia muscular.

De acordo com Souza, com o pas-sar do tempo, a pessoa vai perdendo massa muscular, o que ocorre por vol-ta dos 28 anos. É aí que a atividade fí-sica e, principalmente, a musculação

Atividade física ajuda combater atrofia muscularé importante para combater esse pro-cesso. Contudo, o professor esclare-ce que essa perda não deixa de acon-tecer. “A atividade física faz com que o processo de atrofia seja mais lento, e não eliminado da nossa vida”, com-pleta. Todos sabem que exercícios sempre fazem bem à saúde e para a terceira idade são mais importan-tes ainda. Musculação, alongamento, exercícios aeróbicos, hidroginástica ou até mesmo uma caminhada ao ar livre são algumas das opções que po-dem garantir uma perspectiva de vida melhor.

Na opinião do professor William, o fundamental é o aluno gostar do que

Andria Piai faz. “Geralmente, eu indico uma ati-vidade que a pessoa sinta mais pra-zer em praticar, mas é preciso estar atento a algumas restrições médicas”, orienta o profissional.

Atualmente, está comprovado que quanto mais ativa é uma pessoa, me-nos limitações físicas ela tem. Dentre os inúmeros benefícios que a prática de exercícios físicos promove, um dos principais é a proteção da capacidade funcional em todas as idades, princi-palmente nos idosos. Marilene Ferrei-ra Moura é um exemplo de que a ativi-dade física é muito importante nessa faixa etária. Há dois anos, ela pratica exercícios físicos e hoje o resultado é

visível. Ela passou de sedentária para aluna fiel da academia. “Antes eu tra-balhava e depois que me aposentei fiquei parada. Senti meu corpo duro e o colesterol aumentou muito. Hoje, posso falar que a academia fez com que eu melhorasse 99%”, afirma ela.

Uma grande parte dessa popula-ção já tem consciência da importância dos exercícios físicos em suas vidas e apesar da idade, nunca é tarde para começar e ter um final diferente.

“É um público bem fiel, carismáti-co, bem simpático. Eles levam muito a sério o que a gente propõe, e é claro que o que se propõe é sempre o me-lhor”, finaliza Souza.

Lígia Maria mantém sempre uma alimentação saudável

Foto: Eliane Franco

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Frutal, julho de 20106

Creche do Vovô será mais uma opção para idososMarco Aurélio

O processo de envelhecer é algo que faz parte da vida do ser humano. Quando se chega à terceira idade, tudo se transforma, a começar pe-los traços físicos, problemas biológi-cos, fisiológicos e muitos outros que vem em função dos anos vividos. A partir daí, começa uma nova etapa da vida, em que muitos idosos são levados para instituições especiali-zadas como os asilos e, outros per-manecem aos cuidados da própria família.

De acordo com a assistente so-cial do asilo Pio XII, Lilian Viscone, não há diferença no tratamento para com os idosos. O que existe é uma qualificação no atendimento a essas pessoas. “Normalmente, os idosos que são assistidos têm uma questão social atrás desse atendimento, ou seja, desse acolhimento aqui no asilo, porque são idosos que já passaram da vida produtiva, e que hoje têm um grande comprome-timento da saúde física ou psíquica. Eles não conseguem sobreviver sozinhos, precisam de terceiros para desenvolver as atividades da vida diária como banho, alimentação, locomoção e o

próprio ato de medicar. No caso dos idosos que possuem vínculo familiar, eles estão aqui acolhi-dos somente em duas situações: se as famílias estão em situação de miserabilidade ou se esse idoso apresenta algum histórico de violência do-méstica”, explica Lilian.

Para as pessoas que lidam com essa parce-la da sociedade, é preciso que se desenvolva um trabalho voltado ao carinho e atenção, fato

importante para aqueles que se veem como inú-teis. A enfermeira Ilca Batista de Menezes fala de suas experiências com idosos e ressalta a importância de se dedicar a essas pessoas. “O meu sonho é que a comunidade adotasse um idoso, que o buscasse para um almoço de do-mingo, porque eles têm saudades da rua, da fa-mília.”

Ilca Menezes revela que no asilo há uma se-nhora que passa o fim de semana com a família e se nota que ela é mais centrada, mais feliz, sem maiores problemas, então isso justifica a neces-sidade dessa interação com as pessoas, senti-mento que para a enfermeira é insubstituível.

Além disso, a diretora do asilo Pio XII, Eleni Ali Meri, destaca a importância do trabalho de-senvolvido pelo asilo. “Na entidade, os 55 inter-nos entre homens e mulheres são tratados com dignidade, principalmente porque há várias pes-soas designadas e preparadas para tal função, diferente do que acontece em casa, que muitas das vezes não tem as pessoas capacitadas para cuidar desse idoso.”

Percebe-se, então, que em casa ou no asilo, a qualidade de vida do idoso não se refere ape-nas à assistência, mas principalmente ao cari-nho e atenção de todos.

Idoso precisa de atenção e carinhoSoleny Rocha

Seja em casa ou no asilo, o que não deve faltar é respeito com quem chega à terceira idade

A direção do Lar Maria do Car-mo Rio Vez, que já cuida de pes-soas idosas em Frutal, juntamen-te com alguns voluntários que se preocupam com o mesmo objetivo, está procurando ampliar a assistên-cia prestada à terceira idade. Essa intenção está sendo levada adiante com a proposta de instalar a Cre-che do Vovô, que é uma instituição que terá como base o Lar, mas de-verá oferecer maior assistência e conforto aos idosos.

A nova entidade tem como ob-jetivo aumentar os cuidados atual-mente dispensados para as pes-soas da terceira idade tendo como base a preparação para atender a todas as recomendações do Esta-tuto do Idoso.

Segundo a empresária Maria Inês Ribeiro Azevedo, uma das lí-deres desta iniciativa, as pessoas envolvidas com essa proposta têm buscado meios para arrecadar fun-dos. Um deles foi firmar uma parce-ria com o Sindicato Rural de Frutal. “Nós tínhamos a idéia de realizar

um desfile e deu certo fazer o even-to junto com a eleição da Rainha da Festa do Peão”, afirma.

Maria Inês afirma ainda que o idoso está vivendo cada vez mais e que por falta de assistência ade-quada, tem ficado a cada dia mais abandonado. “O objetivo da institui-ção é fazer com que o idoso seja mais bem cuidado e que tenha uma série de atividades que ocupe as suas mentes”, observa.

Buscar recursos é uma forma de fazer com que sejam atendidas to-das as exigências dos idosos. “No

ano passado construímos um bal-cão multiuso e este ano, o desejo é construir os sanitários, com pisos antiderrapantes, corrimãos e outros equipamentos especiais para aten-der às necessidades dos idosos.”

Maria Inês adianta que a par-ceria de dois anos com o Sindicato Rural deve continuar e que a renda sempre será toda revertida para a manutenção da entidade já exis-tente, mas com o objetivo de fazer as modificações e adaptações para que a Creche do Vovô passe de projeto à realidade.

Asilo Pio XII atende 55 idosos, entre

homens e mulheres

Foto: Zilma de Oliveira

Page 7: Jornal Laboratório O Foca

A Secad (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetiza-ção e Diversidade), foi criada pelo Mec (Ministério da Educação) em julho de 2004. Ela reúne os temas como alfabetização e educação de jovens e adultos, educação do cam-po, educação ambiental, educação em direitos humanos, educação es-colar indígena e diversidade étnico-racial, temas antes distribuídos em outras secretarias. O objetivo da Secad é contribuir para a redução das desigualdades educacionais por meio da participação de todos os cidadãos em políticas públicas que assegurem a ampliação do acesso à educação.

Em Frutal, o projeto conhe-cido como EJA (Educação de Jo-vens e Adultos) tem proporcionado, na Escola Municipal Necime Lopes a realização de sonhos, dando a oportunidade de jovens e adultos que nunca tiveram contato com a educação, de conhecer o mundo alfabetizado.

De acordo com a Coorde-nadora Pedagógica do projeto em Frutal, Roselane Aparecida Furtado Ferreira, os alunos são frequen-tes, mostrando-se interessados em aprender, cumprindo 200 dias leti-vos. Para fazer parte do projeto, os alunos passam por uma seleção, analisando seu nível de conheci-mento e aprendizado e, em seguida são direcionados às salas de aula mais adequadas.

Corina Maria Ribeiro Teodo-ro, 61 anos, viúva, mãe de quatro filhos, dez netos e oito bisnetos, nasceu de uma família humilde, que sempre morou em fazenda, onde na época, seus irmãos mais novos tiveram a oportunidade de saber ler

e escrever. Ela, por ser mulher e casar muito cedo, não teve a mes-ma sorte.

Contudo, a realidade de dona Corina mudou. Ela se orgulha de se sentar, hoje, em uma carteira escolar pela primeira vez. “É a rea-lização de um sonho”, destaca.

Antes de ser aluna, ela traba-lhou como doméstica, mudou para São Paulo, onde viveu 25 anos, sem saber ler e escrever. Após um câncer, achando a vida um pouco vazia, resolveu voltar a estudar. Corina é uma das alunas mais fre-quentes e afirma que nunca é tarde para aprender.

Já aluna Vitalina Julia da Silva, 67 anos, morava na fazenda, quando foi à escola pela primeira vez, aos 22 anos. Devido ao casa-mento, parou de estudar. O mo-tivo pelo qual retornou à sala de aula foi a ausência do neto, que faleceu há pouco tempo. “No inicio, fiquei três dias receosa p o r q u e sent ia dificul-d a d e s , mas hoje já superei”, revela Dona Vitalina que conta sempre com o apoio dos demais colegas da sala.

Outro exem-plo é o da auxiliar de cozinha da Creche Jú-lia de Carvalo, Marilza Terezinha de Paula, 65 anos, que voltou a estudar

em 2005. Na infância, residia na fa-zenda, casou muito nova e não teve esta oportunidade.

Depois dos filhos crescidos, Marilda retomou os seus estudos, voltando à terceira série primária participando do projeto EJA, o qual já concluiu. Em 2006, prestou o seu primeiro vestibular na UEMG (Uni-versidade do Estado de Minas Ge-rais) disputando a vaga no Curso de Direito, se tornando universitária do curso que pretende finalizar.

Marilza conta que no início se sentiu meio deslocada, mas sempre deixou o o t i -

mismo prevalecer, superando todas as barreiras. Quando questionada se pretende atuar na área que está se especializando, Marilza sorri e diz que se conseguir ser aprovada no exame da OAB, não descar-ta a possibilidade de atuar como advogada.

Foto: Cinthia Queiroz

Corina Maria, 61 anos: sempre atenta ao que

aprende na aula

Fotos: Cinthia Queiroz

Ao lado, Marilza Terezinha, 65 anos,

durante pesquisa na sala de aula

O desafio de estudar aos 60 anosNunca é tarde para aprender. Idosos aproveitam oportunidade e realizam sonho

Cinthia Queiroz

Frutal, julho de 2010 7

Page 8: Jornal Laboratório O Foca

Frutal, julho de 20108

Quem olha para o casal Alice Rosania Ma-chado, 61 anos, e Adelino Estevão da Silva, 74 anos, não consegue imaginar que ambos saíram de um conturbado relacionamen-to e, agora, vivem uma in-tensa história de amor.

Alice, mais comu-nicativa, foi logo contando como aconteceu a aproxi-mação do casal. Antigamen-te, em Frutal, havia o famoso ISPA – Colégio dos Padres – e nos finais de semana, era reali-zado o tradicional forró, onde as pessoas se reuniam para descon-trair e, quem sabe, buscar um novo sentido para a vida. “Eu não gostava de forró, mas uma amiga insistiu muito e acabei indo com ela. Já faz tempo, foi em 1984, mas os detalhes não saem da minha mente. Fomos de circular, pois até hoje moro no Paralelo XX e o ISPA ficava no Alto da Boa Vista. Ele foi junto, porque o irmão dele namora-va minha amiga. Quando o vi, percebi que algo diferente havia tocado meu ser. Um misto de encanto e alegria invadiu meu coração e percebi que poderia ter encontrado o príncipe da minha vida”, conta ela emocionada.

Nessa época, Alice, com ,apro-ximadamente 35 anos, já amargava uma desilusão amorosa. Seu ex-ma-rido a abandonou com duas crianças pequenas, sendo uma de apenas três anos de vida. Sua vontade era de não se envolver com mais ninguém. Ela conta que o mundo era meio cinzento e que não acreditava mais no colorido do amor. Hoje, percebe que estava er-rada. “Após conversarmos naquela noi-te e dançarmos bastante, ele pediu pra vir na minha casa no dia seguinte, logo aceitei. O dia amanheceu ensolarado e parece que até o canto dos pássaros

era dife-rente. As ho-ras não passavam, pois ele havia prometido chegar às três da tarde, ain-da bem que antes das duas ele já estava no portão de casa”, relembra sorrindo.

Depois de quase dois me-ses de conversa séria, sem jamais ter avançado o sinal, aquele sábado pro-metia. Adelino se levantou, mas antes de pegar a bicicleta para ir embora, sentou-se novamente no banco de tá-bua rústica e com o olhar fixo nos olhos de sua amada disse para ela sentar em seu colo. Surpresa com o pedido, Ali-ce sentou sem pestanejar e, naquele momento, a conversa foi diferente de tudo que já haviam conversado antes. Quando ambos se levantaram, já esta-va decidido que Adelino viria morar na

casa d e

A l i c e no dia

seguinte. “Ele me pas-

sou bastante segurança e ho-

nestidade, acreditei e não me enganei.

Estamos juntos até hoje. Nós viemos de uma carga

de sofrimento, de luta, e quan-do nos encontramos fomos ca-

pazes de nos entender”, afirma.Adelino demostra ser uma pes-

soa muito sofrida. É um pouco mais velho que Alice.

Riqueza ou luxo não há, mas neste relacionamento tem algo que o dinheiro não compra. “Ele me deu uma vida de paz, sossego e tranqüilidade”.

Depois de 26 anos, o amor continua o mesmo de antes. O corpo físico não mais é o mesmo, porém, a mente conserva cada detalhe do pri-

Delcione Bentomeiro encontro ou do primeiro

toque. Primeira vez que já não tinha mais a inocência, só o comprometimento de uma vida para ser vivida por dois corações.

O casal se van-gloria de até hoje não ter nenhuma discussão, ne-nhuma mágoa e, agora, depois que conseguiram se aposentar, tudo é dividi-do, desde o salário até os trabalhos domésticos.

Discreta, Alice dis-se que na terceira idade, a

vida é totalmente diferente da juventude. “Em primeiro lugar, a

gente fica mais calmo. Muitas intri-gas que tinha na juventude, aquele

ciúme, coisa de jovem, já não existe mais. A gente passa a entender que ninguém é dono de ninguém. É pre-ciso aprender a aceitar o defeito do outro para poder sobreviver. Ninguém é perfeito e, no íntimo, buscamos se-gurança e confiança”, ressalta Alice.

O tempo mostrou para Adelino que as pessoas não devem procu-rar complicações no relacionamento. “A vida não é só festa, tem dores e alegrias, é preciso saber lidar com os dois lados da moeda”.

Deus tem sido bondoso com os dois. Quando um está de pé, o outro, às vezes, fica acamado, então quem está de pé socorre quem está na cama. Alice sofre com labirintite, ele já teve um infarto e um derrame. Já foi para o hospital desmaiado. Por duas vezes, Alice pensou que Adeli-no estava dormindo e na verdade ele estava desmaiado, com pressão alta. Foi uma correria, um desespero total que Alice não pretende passar nova-mente.

E assim segue o curso natural da vida, com princípio, meio e fim. O tempo passa, mas o amor continua renovando a cada dia.

o amor acontece...Quando