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& Caderno de Terras de Bouro Caderno de Terras de Bouro 1 de Novembro . 2011 . Director: Manuel Alfredo Oliveira / Sub-Director: Pedro Costa . [email protected] . Ano: I . Nº6 . € 0,75 (C/IVA) 16 PÁG. Destaque DESPORTO FC Amares 23 PÁG. Aposta na formação 14 PÁG. 02 PÁG. Município sem dinheiro para investimentos Câmara de Amares com endividamento excessivo 15 PÁG. Presidente diz que é avesso às ‘chicotadas’ Terras de Bouro 26 PÁG. 06 PÁG. Pais e educadoras de ‘costas voltadas’ Escolas de Amares com evolução positiva no ranking Centro Escolar de Amares António Afonso diz estar disponível para servir Terras de Bouro Chuva ‘estraga’ Festa de S.Martinho Rancho da Balança comemora 1º aniversário Caldelas 03 PÁG. 03 PÁG. Grande Entrevista MENINA DO MÊS DORISA LOPES FREGUESIAS Seramil 12 PÁG. Caires 12 PÁG. Sta. Maria de Bouro 17 PÁG. Prozelo 10 PÁG. Quer lutar pela subida Rendufe 26 PÁG. Mapa administrativo ‘Novas freguesias’ até ao final do ano 07 PÁG. GD Gerês 25 PÁG. Reúne mais de 150 amigos Novas obras adiam sintético Estrela de Figueiredo 24 PÁG.

Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

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Edição de Novembro de 2011 do jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

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Page 1: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

& Caderno de Terras de Bouro

Caderno de Terras de Bouro

1 de Novembro . 2011 . Director: Manuel Alfredo Oliveira / Sub-Director: Pedro Costa . [email protected] . Ano: I . Nº6 . € 0,75 (C/IVA)

16PÁG.

Destaque

DESPORTOFC Amares 23

PÁG.

Aposta na formação

14 PÁG.

02PÁG.

Município sem dinheiro para investimentos

Câmara de Amares com endividamento excessivo

15PÁG.

Presidente diz que é avesso às ‘chicotadas’Terras de Bouro 26

PÁG.

06PÁG.

Pais e educadorasde ‘costas voltadas’

Escolas de Amares com evolução positiva no ranking

Centro Escolar de Amares

António Afonso diz estar disponívelpara servir Terras de Bouro

Chuva ‘estraga’ Festa de S.Martinho

Rancho da Balança comemora 1º aniversário

Caldelas 03PÁG.

03PÁG.

Grande EntrevistaMENINA DO MÊS

DORISA LOPES

FREGUESIAS

Seramil 12PÁG.

Caires 12PÁG.

Sta. Maria de Bouro 17PÁG.

Prozelo 10PÁG.

Quer lutar pela subidaRendufe 26

PÁG.

Mapa administrativo‘Novas freguesias’ até ao final do ano

07PÁG.

GD Gerês 25PÁG.

Reúne mais de 150 amigos

Novas obras adiam sintético

Estrela de Figueiredo 24PÁG.

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2Jornal

1 de Novembro, 2011

educação

Agrupamento de Terras de Bouro contesta critérios de avaliação

O ranking das escolas ela-borado pelo Ministério da Educação gerou, mais uma vez, um grande debate em torno da temática ‘Ensino’. Se para os encarregados de educação esta lista au-xilía na procura da melhor escola, para os especialis-tas nesta matéria as listas não traduzem a realidade e apresentam poucos resul-tados viáveis. De uma for-ma global, o ranking anual das escolas acaba por des-pertar curiosidade, sur-preender alguns cépticos nesta matéria e ostentar opiniões sobre a qualidade do ensino em Portugal.

Este ano o pódio é ocupa-do pelas escolas privadas, facto que não é surpresa

para os especialistas que, mais uma vez, assumem que o tipo de aluno define a escola. Para Cristina Tino-co, membro da direcção do Agrupamento das Escolas de Terras de Bouro, este ano «a ‘fornalha’ de alunos não foi a melhor o que in-fluenciou negativamente os resultados da Escola Básica e Secundária Padre Martins Capela, bem como da Escola Básica e Secun-dária de Rio Caldo».

Ensino BásicoAo nível dos concelhos de

Amares e Terras de Bouro e em termos do ensino bá-sico, a lista é liderada pela Escola Básica de Amares. Segundo o director Ma-

nuel Moreira, «este foi, sem dúvida, o resultado de um processo de trabalho, du-rante três anos consecuti-vos, em prol dos alunos». Assim, este longo proces-so colocou a escola numa posição invejável face a outros estabelecimentos de ensino básico. A nível nacional, a Escola Básica de Amares ocupa a 342ª po-sição e levou 106 alunos a exame.

A Escola Secundária de Amares ocupa a segunda posição e apresenta, em comparação com o ano an-terior, uma evolução posi-tiva. Este estabelecimento de ensino contou com 241 alunos no exame nacional e registou uma média de

2,41. Ocupa assim, a nível nacional, a 867ª posição.

A Escola Básica e Secun-dária Padre Martins Capela ficou com o terceiro lugar e obteve resultados menos positivos. A nível nacional, a escola sofreu uma queda e passou à 1162ª posição (tinha sido 1111ª colocada em 2010) e os 78 alunos que foram a exame obtive-ram uma média de 2,17.

Com resultados também pouco positivos e a ocupar a quarta posição, está a Es-cola Básica e Secundária de Rio Caldo que obteve uma média de 2,15 com 52 alu-nos submetidos a exame. A nível nacional o estabe-lecimento de ensino de Rio Caldo ficou no 1172º lugar,

enquanto que no ano pas-sado tinha sido o 1004º classificado.

Ensino secundárioNo que diz respeito ao

ensino secundário, o des-taque vai para a Escola Se-cundária de Amares que, para além de ter subido no ranking a nível nacional, obteve este ano uma mé-dia de 10,36 (0 a 20). Na lis-tagem nacional, o estabe-lecimento de ensino surge na 261ª posição, enquanto no ano anterior não tinha ido além do 337º lugar.

A Escola Básica e Secun-dária Padre Martins Capela também foi alvo de uma evolução positiva, tendo passado para a 509 ª posi-

ção, com 79 alunos subme-tidos a exame e uma média de 9,12. Em 2010, a escola de Terras de Bouro foi 562ª colocada.

Em contrapartida, e fu-gindo um pouco à regra de evolução no ensino secun-dário a nível local, encon-tra-se a Escola Básica e Se-cundária de Rio Caldo. Tal como aconteceu no ensino básico, este estabeleci-mento desce de posição e ocupa agora a nível nacio-nal o 556º lugar, com uma média de 8,62 para 48 alu-nos submetidos a exame.

ficha técnicaDirector: Manuel Alfredo Oliveira (CP 4746), Sub-Director: Pedro Peixoto Costa (TE 552). Redacção: António Valdemar (CP 3055), Carlos Machado Silva (CP 3022), Daniela Sepúlveda, Dominique Machado, Eduarda Silva, Luís Filipe Pereira (CP 8851), Octávio Pedrosa (TP 14 63). Editor Gráfico: Paulina Lira. Publicidade: Anabela Silva, Ângela Fernandes, António Marques, Jorge Lemos, Maria Rodrigues e Paula Carvalho. Colaboradores: Ana Lúcia Pei-xoto, Ana Maria Fernandes, André Janela (grafismo), Carlos Pedro, Cristiano Pinheiro, Jacinto Correia, José Cunha, José Manuel Cerqueira, José Pin-heiro Lopes, Luís Gonçalves / Foto Felicidade, Luís Salvador, Luís Vasconcelos Ribeiro (fotografia), Manuel Brito, Pedro Costa e Rafael Andrade. Edição: Ideiacinco Multimédia, Lda., Avenida Prof. António Machado Vilela, 18 - 1º Esq. Frente, 4730 - 721 Vila Verde Tlf.: 253312019/912306547 E-mail: [email protected] Propriedade: Ideiacinco Multimédia, Lda. Registo na ERC nº 126069 Impressão: Diário do Minho Tiragem: 2.000 exemplares.

Jornal

Escolas de Amares com evolução positiva no ranking das escolas

Ranking das Escolas do Ensino Básico

342867

11621172

Ranking2011 Escola

Escola Básica de AmaresEscola Secundária de Amares

EB e Secundária Padre Martins Capela

EB e Secundária de Rio Caldo

Concelho Nº de provas

AmaresAmares

Terras de BouroTerras de Bouro

1062417852

Média

2,752,412,172,15

Ranking2010

922960

11111004

Ranking das Escolas do Ensino Secundário

261509556

Escola Secundária de AmaresEB e Secundária Padre Martins Capela

EB e Secundária de Rio Caldo

AmaresTerras de BouroTerras de Bouro

2827948

10,369,128,62

337562475

Ranking2011 Escola Concelho Nº de

provas Média Ranking2010

Daniela Sepú[email protected]

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3Jornal

1 de Novembro, 2011

educação

Manuel Moreira, director da Escola Básica de Ama-res, considera que os resultados positivos alcançados no ranking das escolas de 2011 se devem ao trabalho desenvolvido nos últimos três anos, nomeadamente, à conjugação de vários aspectos como a dedicação dos alunos, empenho dos professores, maior acompanha-mento dos pais/encarregados de educação e à dinâmi-ca organizacional implementada pela direcção.

Relativamente à média, apesar de não ser positiva, o director está satisfeito com os resultados deste ano vis-to que, comparativamente aos outros estabelecimen-tos com este grau de ensino, a Escola Básica de Ama-res encontra-se, mais uma vez, bem posicionada no ranking das escolas de ensino básico

O trabalho está longe de terminado e, apesar de es-tar satisfeito, Manuel Moreira diz que o primeiro lugar no ranking é o objectivo maior. No entanto, o director da Escola Básica de Amares assume que existe muito trabalho pela frente e, apesar de as infra-estruturas não serem as melhores, Manuel Moreira diz-se orgulhoso do corpo docente da escola.

Pedro Cerqueira, membro da direcção da Escola Se-cundária de Amares, salienta que, ao longo destes cinco anos, registou-se uma evolução positiva tanto a nível do secundário e do básico, realçando melhorias constantes devido ao trabalho exaustivo do corpo do-cente e de várias práticas implantadas na escola no sen-tido de apoiar o aluno.

Apesar desta evolução, a média ainda apresenta um valor menos positivo mas, mesmo assim, Pedro Cer-queira fala em aprovação a rondar os 100 por cento, visto que apenas 4 alunos do ensino básico não tran-sitaram de ano.

Os projectos que visam melhorar estes resultados já estão em curso e passam por investir bastante no apoio aos alunos, apresentando novas dinâmicas, nomeada-mente, no apoio às disciplinas de Matemática e Portu-guês.

Para Cristina Tinoco, membro da direcção do agru-pamento das escolas de Terra de Bouro, os resultados menos positivos dos rankings de avaliação do ensino básico tanto da Escola Básica e Secundária Padre Mar-tins Capela como Escola Básica e Secundária de Rio Cal-do já eram expectáveis. Acrescenta como justificação a este facto que «os resultados dependem das turmas e o ano lectivo anterior não recebeu uma boa ‘fornalha’ e não soube aproveitar os apoios extracurriculares, bem como as aulas extras». Relativamente ao ensino secun-dário destas duas escolas atrás mencionadas, Cristina Tinoco questiona-se até que ponto é que os rankings das escolas elaborados pelo Ministério da Educação são indicadores viáveis assumindo que «os critérios de avaliação, ao não excluir a participação externa (alunos que frequentam o ensino profissional), vão influenciar, neste caso de uma forma negativa, a evolução do ensi-no secundário destas escolas».

Ana CatarinaAluna do 12º ano de HumanidadesEscola Secundária de Amares

Estou nesta escola desde o 7º ano e gosto bastante de cá estar. Vim estudar para a Secundária de Amares porque, para além de ser próximo do local onde moro, os meus pais pediram indicações acerca do funciona-mento, instalações e docentes deste estabelecimento e concluíam que seria um bom sítio para eu estudar. Tenho bons professores, a biblioteca é excelente e, sempre que preciso consultar um livro sobre alguma matéria, encontro sempre informação. Relativamente ao apoio extracurricular, há a possibilidade de ter ex-plicação às disciplinas onde temos mais dificuldades.

Escola Básica de Amares Escola Secundária de Amares Agrupamento de Escolasde Terras de Bouro

Um habitante da freguesia de Caldelas denunciou a existência de uma fossa a céu aberto junto às insta-lações do novo centro escolar. A situação está a fazer com que vizinhos e habitantes daquela zona estejam preocupados com o caso devido aos maus cheiros numa zona que também é visitada por muitas pesso-as dada a sua proximidade às Termas de Caldelas. O denunciante diz que esta fossa vem de uma pensão de hóspedes e, segundo o mesmo, o proprietário não tem qualquer tipo de interesse por este assunto.

Em declarações ao Jornal ‘O Amarense’, o presiden-te de Junta de Freguesia de Caldelas, Carlos Oliveira, diz que a situação já se encontra resolvida, uma vez que já foi tudo contratualizado com o proprietário do terreno, juntamente com a Câmara Municipal de Ama-res. O autarca referiu ainda que o prazo previsto para resolução do problema aponta para o final do mês de Novembro.

Caldelas com fossa aberta juntoao novo Centro EscolarPopulação preocupada com maus cheiros

Eduarda [email protected]

Pedro FernandesAluno do 12º de Científico e tecnológicoEscola Secundária de Amares

Depois de ter terminado o 6º ano na Preparatória vim estudar para aqui. O que diziam sobre esta esco-la não influenciou a minha escolha, nem a dos meus pais. Acredito que o facto de existirem bons profes-sores neste estabelecimento de ensino foi motivo pri-mordial pelo qual subimos no ranking de escolas, em 2011. Quando entramos no período de testes, os pro-fessores ajudam bastante e até se dispõem a dar-nos explicações fora do horário escolar.

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4Jornal

1 de Novembro, 2011

sociedade

Os focos de incêndio re-gistados no concelho de Amares, no passado Ve-rão, foram «extintos logo à nascença e os casos mais preocupantes acon-teceram já em Outubro». A informação é dada pelo adjunto do comando de Bombeiros Voluntários de Amares, Domingos Fer-reira, que classifica estes fogos como «fora de épo-ca». Os fogos que causa-ram maior preocupação foram os que deflagaram nas freguesias de Lago, Paranhos e Vilela.

Domingos Ferreira reve-la que Setembro foi «agi-tado no que diz respeito ao número de ocorrên-cias e saídas à rua», mas aponta o mês de Outubro como o mais problemáti-co, classificando-o mes-mo como um «verdadeiro pandemónio».

Em termos de origem dos fogos, a ‘mão crimi-nosa’ continua a ser muito apontada, mas as deten-ções são praticamente nu-las. Lago e Torre são dois exemplos apontados por Domingos Ferreira. «Em

Lago fomos chamados por diversas vezes para o mesmo sítio, encharcava-mos o local, voltavamos ao posto e, mais tarde, havia nova denúncia de fogo». Na freguesia de Torre os bombeiros foram solicitados por oito vezes e acabaram por permane-cer no local desde a uma às sete da manhã. Em ambos os casos, a Polícia Judiciária foi chamada e continua a investigar as ocorrências. Tudo apon-ta para ‘fogo posto’, mas para já «existem suspei-

tos, mas não culpados».Os bombeiros de Amares

foram também chamados para combater vários in-cêndios nos concelhos vizinhos. «Temos, quase diariamente, uma viatura com cinco homens fora do concelho», disse Do-mingos Ferreira que justi-fica a situação com o facto de possuirem bons meios de combate ao incêndio.

Vila Verde foi fustigado por uma onda de incên-dios, sendo por isso o con-celho onde os Bombeiros de Amares realizaram

maior número de opera-ções.

Em termos de equipa-mento, este ano a insti-tuição apresentou uma candidatura aos progra-mas de apoio e Domin-gos Ferreira está certo que uma nova viatura de cabine dupla fará parte da equipa de combate ao incêndio florestal no próximo ano. O adjunto do Comando considera no entanto que «a actual frota de veículos é eficaz embora seja, maioritaria-mente, do início da déca-

da de 90». A nível de recursos hu-

manos, a corporação de Amares dispõe de um colectivo de 50 homens no corpo activo, 14 dos quais efectivos e devida-mente assalariados. Está também para terminar uma formação que colo-ca ao dispôr do adjunto, e da população, mais oito bombeiros.

Colisão frontal provoca um ferido graveUma das vítimas teve que ser desencarcerada

A estrada nacional que faz ligação entre Ponte de Bico e Amares foi, no passado dia 23 de Outubro, palco de um grave acidente de viação. Tudo aconteceu por volta das 09h15, quando uma colisão frontal, entre duas viaturas ligeiras, vitimou três pessoas, tendo uma das vítimas ficado em estado considerado grave.

Inicialmente, os bombeiros enviaram para o local duas viaturas, uma delas com equipamento de desen-carceramento, e sete homens. Dada a gravidade da si-tuação, foi necessário deslocar mais duas ambulâncias.

Como uma das vítimas se encontrava presa dentro do carro, os bombeiros avançaram com uma operação de desencarceramento, que durou cerca de 30 minutos.

A GNR de Braga e Amares tomaram conta da ocorrên-cia e a vítima foi transportada para o Hospital de Braga.

Bombeiros de Amares com deslocações constantes aos concelhos vizinhos

Outubro foi o pior mês em termos de incêndios

Dominique [email protected]

Dominique [email protected]

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5Jornal

1 de Novembro, 2011

sociedade

O fecho do posto de CTT de Amares é recente, mas é já motivo de polémica junto da população local. O prédio encontra-se agora devoluto e quem procura os serviços dos correios tem que se deslocar à nova unidade dos CTT, recente-mente inaugurada, numa pastelaria local, perto do antigo posto, ou então di-rigir-se à freguesia vizinha de Ferreiros, local onde se encontra o único balcão que garante a totalidade dos serviços.

A nova unidade é ex-plorada por um privado, que também explora a pastelaria. Grande parte da clientela encontra-se resignada com o fecho do antigo posto, apesar de não encontrar qualquer tipo de explicação para o seu encerramento. Segun-do apuramos, o terreno do posto de Amares havia sido oferecido por um benemé-rito à freguesia para que os amarenses pudessem usu-

fruir de um digno serviço de correio. Agora, várias pessoas se questionam so-bre o interesse em deixar uma casa vazia, na qual não se pagava qualquer tipo de arrendamento, em troca do posto de Ferreiros.

As críticas ao fecho do posto por parte dos uten-tes são várias e algumas são também uma marca visível da rivalidade antiga entre as populações das duas freguesias envolvi-das (Ferreiros e Amares), principalmente por parte das pessoas mais idosas. Sameiro Antunes é prova viva dessa rivalidade que não oculta. Esta amarense resigna-se a ir ao posto de Ferreiros para usufruir dos serviços CTT mas não deixa de salientar que «não vou lá fazer nada, até porque em Amares roubam-nos tudo».

Uma das utentes da nova unidade de Amares é Ma-ria Pereira. Esta amarense comenta que, por vezes, o

posto não recebe verbas suficientes para pagar os vales dos pensionistas que lá acorrem. «Não me con-seguiram arranjar dinheiro para pagar o vale. Da últi-ma vez que lá fui tive que o deixar ficar e passar lá no dia seguinte. Antigamente, não havia esse problema».

Existem também pes-soas que receiam que o fecho do posto, e a mi-gração dos serviços para Ferreiros, venha causar uma diminuição de fluxo a Amares o que poderá ser prejudicial para o comér-cio local. «Acho que tirou muito movimento à sede de concelho. Agora, a zona está muito parada. Os CTT traziam muitas pessoas ao centro, era algo muito im-portante para a freguesia» relatou Felicidade Fernan-des. Por sua vez, Rosa Alves lamenta que agora muitas pessoas sejam obrigadas a deslocarem-se a Ferreiros para tratar dos seus assun-tos.

Utentes criticam funcionamento da nova unidade dos CTT em Amares

Paulo Martins

Simplesmente, não vejo explicação nenhuma para o encerramento destas instalações e para a passagem do posto de CTT para Ferreiros. Aqui, não se pagava qualquer tipo de aluguer pela utilização do espaço já que os terrenos foram oferecidos a Amares. Fazia mais sentido encerrarem os de Ferreiros e este continuar em funcionamento. Por outro lado, não faz sentido o novo posto CTT funcionar num café, é a mesma coisa que ir a um banco e, ao lado do atendimento, estarem pesso-as a tomar o pequeno-almoço.

José Silva

Critico o encerramento do posto de CTT de Amares porque o terreno, segundo ouvi dizer, foi dado para construir os correios e agora o serviço vai sair daqui para fora. Não havia necessidade de se estar a pagar uma renda quando temos aqui um edifício onde não é preciso pagar nada. Fui carteiro durante vários anos e todo o correio saía daqui, não percebo porque decidi-ram fazer isto.

Bibiana Oliveira

Está muito mal feito, até porque os Correios não pa-gavam renda, nem qualquer tipo de aluguer. Era um posto que tinha bastante movimento, não existe uma explicação lógica para o seu encerramento. Por outro lado, a nova unidade não assegura todos os serviços, pelo que temos que nos deslocar à freguesia vizinha para realizar algumas operações que, anteriormente, podíamos fazer aqui.

Dominique Machado

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6Jornal

1 de Novembro, 2011

política

Câmara de Amares sem dinheiro para investimentos

Mau tempo faz estragos em todo o concelhoO mau tempo que se fez sentir no passa-

do dia 27 de Outubro inundou de chama-das o quartel dos Bombeiros Voluntários de Amares. A partir das 17 horas, e até às 24 horas, foram registadas 16 ocorrências

para várias situações, devido às cheias e fortes chuvadas que se fizeram sentir na região.

O adjunto dos comandos dos Bombeiros de Amares, Domingos Barbosa, diz que a

situação mais complicada se viveu em Rendufe, tendo sido necessário solicitar uma máquina à protecção civil para reali-zar o escoamento de uma via pública. Os pedidos de ajuda fizeram-se sentir pela

noite dentro, por pessoas que temiam pelas suas casas e, noutros casos, para es-coar a muita água que se acumulava nas vias públicas e dificultava a circulação.

Mudança na Lei coloca Município numa situação de endividamento excessivoO Município de Amares

poderá ser ‘obrigado’ a apresentar um Orçamento de base zero no que res-peita ao investimento para 2012. Na base da situação está uma mudança na Lei das Finanças Locais que co-locou a Câmara amarense numa situação de endivi-damento excessivo.

A alteração promovida pelo Governo colocou mais de cem câmaras mu-nicipais numa situação de incumprimento, o que significa que, em 2012, terão que pagar facturas adicionais com que não contavam. Para não serem penalizados, os Municípios terão que canalizar verbas que estavam destinadas para outros fins. Se não o fizerem, em 2013, o poder central cortará a transfe-rência do montante equi-valente.

O presidente da autarquia amarense, José Barbosa, reconhece que o Município de Amares foi gerido no limite do endividamento

desde 2002. «Defendemos este modelo de gestão porque nos permitia as-segurar o pagamento das nossas responsabilidades e, ao mesmo tempo, fazer novos investimentos», diz José Barbosa.

O primeiro entrave na estratégia aconteceu em 2007, com o aparecimento da Lei das Finanças Locais. A aplicação da lei colocou o Município de Amares numa situação ilegal no que toca ao endividamen-to de médio e longo prazo.

«A legislação dizia que o montante em excesso tinha que ser amortizado anualmente em dez por cento, mas a Câmara de Amares conseguiu regula-rizar esse valor em 4 anos, em vez dos 10 previstos pelo Governo», refere José Barbosa que acrescenta que «ultrapassado esse constrangimento, Amares teria agora condições para recorrer ao crédito bancá-rio em regime normal».

Situação de incumpri-mento

Mas, as pretensões da autarquia amarense fo-ram, mais uma vez, ‘fura-das’ por uma alteração na lei. «Novamente por via administrativa fomos co-locados numa situação de incumprimento e temos mais 10 anos para corrigir esse excesso», lamenta o presidente que diz que, se-gundo as novas premissas, o Município ultrapassa os níveis de endividamento a médio/longo prazo, bem como o endividamento lí-quido municipal.

«O endividamento líqui-do baixa para metade, pelo que a nossa capacidade de execução financeira é mui-to limitada. Significa prati-camente que, nos próximos anos, só podemos assegu-rar a actividade corrente da Câmara Municipal», afirma o presidente do Município. Segundo José Barbosa, a edilidade «não tem no seu Orçamento ordinário mar-gens para qualquer inves-

timento, estando sempre condicionados ao Quadro Comunitário de Apoio e à possibilidade de recorrer ao Banco Europeu de In-vestimento».

Assim, o investimento fica dependente de duas com-ponentes, a subvenção comunitária e o financia-mento bancário. Para 2012, a Câmara de Amares tinha já projectos prontos e can-didaturas para apresentar aos programas comunitá-rios, mas com as alterações na lei, deixou de ter pos-sibilidades de assegurar a componente municipal para fazer face às iniciati-vas.

José Barbosa lembra ain-da que a «arrecadação de receitas próprias tem sido difícil e perspectiva-se que venha a continuar devido à fraca dinâmica do sector privado. Amares é também um Município onde se pra-ticam as taxas mais baixas do IMI e a isto temos que juntar as reduções do po-der central, endividamen-

to líquido municipal e do financiamento a médio e longo prazo».

O presidente da Câmara de Amares frisa também que, nos últimos três anos, o Município viu-se privado de incluir no Orçamento verbas do poder central que representam 800 mil euros, ou seja, mais de 60 mil euros por mês.

«Temos menos condições financeiras para assegurar a actividade corrente do município e somos con-frontados com um cons-trangimento enorme para os novos investimentos», lamenta José Barbosa.

«Uma inverdade artifi-ciosa»

As críticas de José Barbo-sa não se limitam à actua-ção do actual Governo. O presidente amarense quei-xa-se também do anterior executivo e considera que «fomos envolvidos num embuste ou, se acharem a palavra demasiado forte, vítimas de uma inverda-

de artificiosa. O anterior Primeiro-Ministro sempre disse aos Municípios para tudo fazerem para concre-tizar os investimentos no que diz respeito à requali-ficação do Parque Escolar e para não se preocuparem com as verbas pois as co-munidades intermunici-pais iriam ser dotadas com os meios financeiros neces-sários».

O presidente da Câmara lembra que carta educativa do concelho está concluída e os seis Centros Escolares estão já a funcionar, para logo em seguida referir que «a meio do jogo, vie-ram dizer para irmos bus-car as verbas em falta para a rede escolar ao domínio das acessibilidades e valo-rização territorial».

Perante tantas contrarie-dades, José Barbosa diz estar «algo apreensivo em relação ao futuro, pois não temos condições para de-fender mais que pequenas intervenções no próximo orçamento».

Manuel Alfredo [email protected]

Page 7: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

7Jornal

1 de Novembro, 2011

Associação de pais e educadoras não se entendem

Prestações voluntárias geram mau estar no novo Centro Educativo de Amares

Estalou o verniz entre a Associação de Pais do Agrupa-mento de Escolas de Amares (APAEA) e a Coordenadora e educadoras do Centro Escolar de Amares. Em causa esta-rão as prestações voluntárias solicitadas no início do ano lectivo aos encarregados de educação, para a compra de materiais de apoio. Pelo que ‘O Amarense’ apurou, nos ca-sos do pré-escolar foi solicitado aos pais uma prestação voluntária de €6,00 por mês, o que alguns pais chegaram a considerar elevado, principalmente considerando o caso do primeiro ciclo a quem foram solicitados donati-vos mais baixos, na ordem dos €12,00 por ano.

No entanto, os problemas terão começado quando a

Coordenadora do Centro Escolar de Amares solicitou à APAEA que esta mediasse estes donativos. Esta associa-ção terá recusado participar no processo, sem gerir os fundos disponibilizados pelos pais. Num comunicado emitido pela associação pode ler-se «a APAEA apresentou à Coordenação… uma proposta de gestão dos referidos donativos», acrescentando acreditar que «a Coordenação apenas queria uma instituição que processasse recibos e legitimasse os donativos».

Ter-se-ão sucedido reuniões entre as partes, onde as conversações não terão sido pacíficas, pois a APAEA de-nuncia «a Coordenação e algumas docentes do pré-esco-

educação

lar responderam com veemente desagrado» à proposta, «usando expressões injustas e ofensivas, que põem em causa o bom nome da APAEA e dos seus representantes», pelo facto desta querer «dar entrada do dinheiro prove-niente dos respectivos donativos na sua contabilidade»

As posições estão extremadas e, tudo o indica, as partes terão dificuldade em entender-se, embora, segundo a sua versão, a APAEA esteja «absolutamente convencida de que esta proposta que apresentou corresponde à trans-parência e rigor da gestão a que obrigam os milhares de euros que estão em causa», assegurando poder ter pro-porcionado «a compra dos materiais de apoio em gran-des quantidades, beneficiando de descontos na ordem dos 25%», as educadoras consideram pouco exequível este método e não verão razões para alterar os procedi-mentos de outros anos.

As prestações voluntárias são um procedimento antigo nas escolas do ensino pré-escolar e básico, no entanto, os órgãos da tutela, nomeadamente as Direcções Regio-nais, terão em diversas ocasiões apelado à sensibilidade e cuidado na gestão destes recursos. Num documento a que ‘O Amarense’ teve acesso, a DREN aconselhava um estabelecimento de ensino do Norte do país a uma distri-buição equitativa dos materiais provenientes destes do-nativos, dentro da própria escola, sublinhando o carácter voluntário das prestações, não podendo este factor gerar qualquer tipo de discriminação na sua utilização.

Pedro Peixoto [email protected]

Page 8: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

8Jornal

1 de Novembro, 2011

entrevista

António Costa, coordenador da concelhia de Amares do PCP

«Todas as câmaras do país se queixam de falta de dinheiroe Amares não será excepção»

Jornal O Amarense: Qual o balanço que faz da actividade da Câmara Municipal de Amares durante estes dois primeiros anos de mandato?

António Costa: De uma forma geral, po-demos dizer que o presente mandato tem sido idêntico aos anteriores. Houve muitas promessas do actual executivo que não foram cumpridas e outras que, felizmente para o concelho, foram concretizadas.

Reconheço que, no início deste manda-to, foram resolvidos alguns assuntos de grande importância para a população e que eram reivindicações antigas, como é o caso da Biblioteca e do quartel da GNR. Eram ‘bandeiras de luta’ do PCP há longos anos e a sua execução valoriza o concelho de Amares. Mas, se virmos o programa eleitoral do movimento que ganhou as eleições autárquicas, existem outras pro-postas que não foram feitas. Por exemplo, em Santa Maria de Bouro, junto ao Santu-ário da Abadia, existem muitos caminhos

que são importantes para a promoção do turismo na vila e ainda estão à espera de arranjo.

Que análise faz da situação financeira do Município?

Todas as câmaras do país se queixam de falta de dinheiro e Amares não será ex-cepção. Acreditamos também que este clima de crise possa ter afectado a saúde financeira da autarquia, mas não temos dados concretos.

Qual a posição do PCP em relação à re-estruturação da Administração Local e à fusão de freguesias?

No concelho de Amares ainda não existiu um debate profundo sobre esta matéria. A nossa posição é que a reestruturação não pode ser feita ‘em cima do joelho’ e tem que ter em conta o bem-estar da popula-ção.

Pensam apresentar alguma proposta no debate que vai ser promovido pela edilidade?

Primeiro, queremos conhecer a data da sessão. Depois, vamos reunir e discutir no seio do partido para poder apresentar uma opinião mais sólida sobre esta maté-ria.

O PCP esteve muito envolvido na luta contra o fecho do posto dos CTT de Ama-res. Cerca de um mês depois da abertura da nova unidade, qual é leitura que faz da situação?

Até ao momento, só tive duas reacções e ambas foram no mesmo sentido: os servi-ços encontram-se mais lentos. As pessoas que falaram comigo disseram que estive-ram cerca de vinte minutos para fazer o que dantes era quase imediato.

Quais são os problemas sociais que mais afectam o concelho de Amares?

Os amarenses têm tido bastantes proble-mas na assistência médica. Com todas as reduções que têm vindo a acontecer, há cada vez mais pessoas a queixarem-se da falta de médicos de família e das longas

esperas para a marcação de uma consulta. Esta situação já tinha acontecido na altu-ra das mudanças para o actual Centro de Saúde e agora as queixas voltaram a subir de intensidade.

O concelho está algo envelhecido e se optarem por fechar as extensões de saúde localizadas mais longe da sede do conce-lho as pessoas ainda vão ter mais dificul-dade em ter acesso aos cuidados mínimos de saúde.

Outro problema que vem afectando os amarenses é o desemprego. Tivemos co-nhecimento que há casais em que os dois elementos não têm trabalho. São situa-ções preocupantes que merecem toda a atenção.

O concelho já tinha poucas unidades in-dustriais e, nos últimos tempos, viu fecha-rem algumas fábricas. Esperemos que a situação a nível nacional melhore e que os empresários apostem no nosso concelho.

As freguesias mais afastadas da sede do

António Costa assume-se como um operário fabril que entrou para o Partido Comunista, ainda muito novo, por ideal e con-vicção. Depois de ter passado pela União de Sindicatos de Braga e pelo Movimento dos Trabalhadores Desempregados, Antó-nio Costa desempenhou cargos dirigentes no PCP em Amares, sendo o actual coordenador da estrutura.

O dirigente comunista considera que, nos últimos anos, o PCP tem estado mais activo no concelho e salienta que o projecto da concelhia não se esgota no curto prazo. António Costa garante a presença da CDU nas próximas eleições autárquicas e pretende concorrer a mais freguesias do que em 2009. A eleição de deputados comunistas para a Assembleia Municipal é um dos objectivos apontado por António Costa.

No concelho de Amares ainda não existiu um debate profundo sobre esta matéria (fusão de freguesias).A nossa posição é que a reestruturação não pode ser feita ‘em cima do joelho’e tem que ter em conta o bem-estar da população.

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entrevista

Manuel Alfredo [email protected]

O PCP tem influência em Amares e temos tido uma intervenção muito activa

em algumas situações, como por exemplo,

no caso do encerramento no Posto dos CTT em Amares ou no fecho da

farmácia de Santa Maria de Bouro.

O presente mandato tem sido idêntico aos anteriores.Houve muitas promessas do actual executivo que não foram cumpridas e outras que, felizmente para o concelho, foram concretizadas.

concelho têm cada vez menos gente. O que pode ser feito para inverter a situa-ção?

O concelho precisa de gente nova em algumas freguesias e é preciso lançar po-líticas que promovam o desenvolvimento das zonas mais interiores. O observatório que o PCP sempre defendeu para o distri-to seria uma estrutura válida para o estudo do problema e para a promoção de ideias para o concelho.

Como está a implementação do PCP em Amares?

Estamos no concelho há muitos anos mas, ultimamente, a nossa voz tem che-gado mais alto. Gostaríamos de chegar ainda mais longe, mas não nos podemos esquecer que em Amares não temos fun-cionários, nem ninguém a dedicar-se a tempo inteiro à actividade partidária. O PCP tem influência em Amares e temos tido uma intervenção muito activa em al-gumas situações, como por exemplo, no caso do encerramento do Posto dos CTT em Amares ou no fecho da farmácia de Santa Maria de Bouro. Através do nosso deputado na Assembleia da República, Agostinho Lopes, questionámos também as entidades competentes sobre o núcleo dos Bombeiros Voluntários que existiu em Santa Maria de Bouro.

A concelhia de Amares do PCP tem um projecto que não é para ser executado em um, dois ou três anos, é um projecto a longo prazo que visa aproximar os jovens das populações, de modo a que possam conhecer melhor as realidades locais para

depois poderem intervir no partido de uma forma mais correcta.

O projecto iniciou-se com a eleição desta estrutura, todos os anos se faz um balanço da situação e pensamos que o resultado é muito positivo. O partido tem tido inter-venções constantes no concelho Amares, enquanto que anteriormente estas acon-teciam só na altura das eleições.

O facto de não terem representação na vereação, nem na Assembleia Municipal, tem dificultado a vossa penetração?

Tivemos já um deputado na Assembleia Municipal, mas neste mandato não con-seguimos alcançar esse objectivo. No entanto, tentamos continuar a participar activamente em todas as matérias impor-tantes para o concelho. A curto prazo, por exemplo, vamos participar nos debates promovidos pela Câmara sobre a revisão do Plano Director Municipal e a reestrutu-ração da administração local.

Claro que, se tivéssemos um deputado ou um vereador, a nossa visibilidade seria maior. Mas não é pelo facto de não ter re-presentantes eleitos que o PCP vai esmo-recer ou deixa de lutar pelos seus ideais.

Vai estar envolvido no processo de constituição das listas da CDU para as próximas eleições autárquicas?

Certamente que irei trabalhar no pro-cesso, no entanto, não posso afirmar que serei, ou não, candidato. Neste momento, o que é certo é que haverá uma lista da CDU à Câmara de Amares e às juntas de freguesia.

Tradicionalmente, a CDU tem dificul-

dade em apresentar listas em algumas freguesias do concelho. Qual é o vosso objectivo para o próximo acto eleitoral?

O nosso objectivo é sempre concorrer a mais juntas que nas eleições anteriores. Vamos lutar para que, em 2013, isso volte a suceder e a CDU apresente candidaturas de qualidade que sirvam para beneficiar cada freguesia individualmente.

Em termos de resultados, qual é a vossa meta?

Um objectivo é voltarmos a estar repre-sentados na Assembleia Municipal. Na al-tura certa, divulgaremos a estratégia que vamos seguir para que isso venha a acon-tecer.

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Junta de Freguesia de Prozelo procura «dinamizar a população»

Espaço para o idoso e aulas de dança

sociedade

A Junta de Freguesia de Prozelo tem em funcionamento, na sede da autar-quia, aulas de dança e o espaço para o idoso, iniciativas que têm como objec-tivo «dinamizar a população, proporcio-nar momentos de lazer e hábitos de ac-tividade física regular», de acordo com Filomena Araújo, presidente da Junta local.

O espaço para o idoso está aberto às terças-feiras, entre as 14h00 e as 17h00, e conta neste momento com cerca de 15 utentes, que realizam actividade físi-ca monitorizada por um fisioterapeuta. No entanto, está já projectada a abertu-ra às quintas-feiras, no mesmo horário, com um maior leque de actividades, como a psicoterapia e a informática.

Filomena Araújo deixa mesmo um apelo para que todos os interessados compareçam, num espaço destinado a «proporcionar bons momentos, promo-ver o convívio e partilhar conhecimen-

tos». Neste âmbito, estava projectado um passeio ao Gerês para o passado dia 27 de Outubro, que teve de ser adiado para o mês de Novembro em função das condições climatéricas adversas, sem que esteja, para já, definida nova data.

As aulas de dança, que são compartici-padas pela Junta de Freguesia de Proze-lo, decorrem desde o início de Outubro, às quartas-feiras, entre as 21h00 e as 22h00, sendo frequentadas por cerca de 20 pessoas. A presidente da autarquia local mostra-se satisfeita com a afluên-cia a esta iniciativa, destacando que se tem verificado uma «evolução muito positiva». Os habitantes da freguesia de Prozelo pagam uma mensalidade de 5 euros para frequentar as aulas de dan-ça e aos alunos de fora é cobrada uma mensalidade de 10 euros.

Octávio [email protected]

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1 de Novembro, 2011

«Folclore não é parolice, é cultura»O Rancho Folclórico ‘As Lavradeiras

de S. Vicente do Bico’ surgiu da ne-cessidade de se criar uma forma de trazer cultura à freguesia. Tudo co-meçou em 1988, quando João Alves, presidente e fundador do rancho, juntamente com um amigo decidi-ram criar um rancho.

Actualmente, com cinquenta e cin-co elementos, o rancho tem pesso-as oriundas de várias localidades do concelho de Amares e mesmo de concelhos vizinhos, como é o caso de Vila Verde, Soutelo, Lanhas e Loureira. Para além de achar ser um privilégio receber no rancho pessoas de vários locais, João Alves lamenta o facto de as pessoas da freguesia de S. Vicente

do Bico não valorizarem o que é da terra.

«Quando formamos o rancho, as pessoas gostavam de folclore. De-pois, começaram a desinteressar-se e, a partir daí, para essa população o folclore já era parolo. Para mim, estas posições fazem-me imensa confusão, uma vez que o folclore é cultura».

Apesar disso, o presidente do Ran-cho garante que o grupo está forte e bem de saúde, com um número con-siderável de membros e com condi-ções bastante favoráveis.

Em termos de agenda, o grupo vai ter várias participações em magustos e, para 2012, já tem agendadas várias saídas, dentro e fora do concelho.

Duas cassetes e um CD Com 23 anos de existência, o Ran-

cho Folclórico ‘As Lavradeiras de S.Vicente do Bico’ já tem duas casse-tes e um CD gravados. O lançamento da primeira cassete surgiu em 1990, a segunda em 1995 e o CD três anos mais tarde.

Para além de mostrar a tradição tí-pica desta região, com os cantares e dançares pelo concelho, o grupo já percorreu vários locais do país, mas também no estrangeiro, como é o exemplo de França e Espanha. No total, o Rancho de S. Vicente do Bico soma já 18 participações em Festivais Internacionais de Folclore.

Eduarda Silva

cultura

Rancho precisa de carrinhaA maior preocupação de João Alves, como presidente,

é a falta de condições para tansportar os elementos do rancho. «Existe muita gente que mora fora do concelho, pelo que, neste momento, o mais importante era arran-jar uma carrinha», diz o presidente que acrescenta que «a nível orçamental o rancho encontra-se numa situa-

Glória PiresCantadeira

Faço parte do rancho desde que se iniciou. Co-mecei como cantadeira e continuo com a mes-ma função até hoje. Há uns anos houve um cor-tejo na freguesia e nós fomos vestidas de la-vradeiras. Nessa altura, o actual presidente teve a iniciativa de formar um rancho e eu resolvi aderir. Gosto muito do convívio, de cantar e dançar. É também uma oportunidade de co-nhecer outras terras e pessoas e dar também a conhecer um pouco da nossa freguesia.

Joaquim Ribeiro Cantador/dançador

Faço parte deste gru-po há vinte anos mas, antes de vir para aqui, integrei ranchos do concelho de Vila Verde. Neste, faço um pouco de tudo, desde tocar a dançar. O que mais gos-to é do convívio que há entre as pessoas e, en-quanto puder, vou fazer parte do rancho.

Maria Ribeiro Dançadeira

Estou neste grupo há uns vinte anos. Andei no rancho de Caires mui-tos anos, mas depois acabou. Entretanto, o meu marido veio para este como cantador e, com ele, também vim eu. Neste momento, só eu é que faço parte do rancho. Gosto disto pelo convívio. O grupo é como se fosse uma família. Para além de dançar, também ensaio as dançadeiras mas, infelizmente, há pou-cas jovens que queiram aprender mas, mesmo assim, temos um rancho forte.

Cláudia LourençoDançadeira

Vim com seis anos para este grupo e já cá estou há vinte e dois. Quem me incentivou foram os vizinhos, vim com eles e adorei. No rancho gosto de tudo, dos convívios e de co-nhecer outros lugares. Quando era mais nova havia mais jovens a participar, agora não se interessam por este tipo de tradições. Continua-rei sempre a fazer parte deste rancho e, se um dia sair, não vou para outro.

Joana PereiraTocadora de concertina

Desde pequena que venho para o rancho, comecei com a minha tia e com a minha avó. Quando era mais nova gostava de tudo no ran-cho mas, hoje em dia, já não gosto tanto. Deve ser da idade, mas ape-sar de tudo pretendo continuar no grupo de São Vicente do Bico.

Carla NetoDançadeira

Vivi aqui dois anos, depois fui para Vila Verde, mas continuei no rancho. Desde os oito que estou cá, já lá vão vinte e dois anos desde que entrei. No rancho gosto muito do convívio, de visitar ou-tras localidades e de ir para fora do país, como já aconteceu. Sempre gostei do folclore e da forma como as pessoas dançam e é por isso que ainda cá estou.

Rancho Folclórico ‘As Lavradeiras de S. Vicente do Bico’ com tradição há 23 anos

Capa do CD

ção complicada, o grupo não existe para ter lucro e não têm verba para a compra de um veículo». João Alves refere que «este ano quase que an-dámos a ‘trabalhar’ para concertar a carrinha que possuímos».

Apesar de já ter falado com a Câma-ra Municipal de Amares acerca deste assunto, o presidente sabe que esta também se encontra em dificuldades e que, com os cortes às autarquias, dificilmente haverá verbas disponí-

veis. Ainda assim, João Alves agra-deceu todo o apoio que a Câmara tem prestado ao rancho.

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12Jornal

1 de Novembro, 2011

sociedade

piniãoMaria Teresa FernandesAdvogada

A prevalência da obesidade, a nível mundial, é tão elevada que a Organização Mundial de Saúde considerou esta doença como a epidemia do sécu-lo XXI.

Assim, se não se tomarem medidas drásticas para prevenir e tratar a obesidade, mais de 50% da população mundial será obesa em 2025.

Em Portugal, um estudo recente sobre a incidên-cia da obesidade revelou dados assustadores: mais de metade da população tem excesso de peso, e destes, 14,2% são casos de obesidade mór-bida. Ou seja, no nosso país existe já mais de um milhão e meio de obesos.

No que toca à obesidade infantil, a nível europeu, há 22 milhões de crianças com excesso de peso ou obesidade, sendo que a progressão é estimada em mais 400 mil de ano para ano. Segundo um estu-do que avaliou 13 países, Portugal encontra-se em 2º lugar no que diz respeito a número de crianças obesas. Quase 50% das crianças portuguesas têm excesso de peso ou são obesas. 14% são obesas e 32% têm excesso de peso.

São dados deveras preocupantes, uma vez que estas crianças têm maior risco de vir a sofrer de doenças como a diabetes, problemas de fígado e cardíacos, hipertensão e acidentes vasculares ce-rebrais.

A obesidade sempre existiu, havendo diversas causas genéticas que a explicam mas, na atuali-dade, com um estilo de vida moderno sedentário e a alimentação feita à base de calorias, esta do-ença começa na infância. As crianças deixaram de brincar na rua, preferindo o computador ou a televisão, comodamente sentados no sofá, horas a fio. Acompanham estes momentos de lazer co-mendo snacks, fast-food, refrigerantes, gomas e outros produtos alimentares repletos de calorias, açúcar e sal.

Apesar das escolas terem já assumido um papel fundamental no combate à obesidade, proibindo a venda de determinados produtos prejudiciais à saúde das crianças, há um longo caminho a per-correr na educação dos pais. São os pais, ou seja, os adultos em geral, quem mais precisa de uma verdadeira educação alimentar, de forma a evi-tar um conjunto de comportamentos e assumir, de uma vez por todas, uma atitude de verdadeira prevenção desta doença.

E pela forma como os valores da obesidade in-fantil têm evoluído e prometem evoluir, só uma campanha informativa, que recorra à divulga-ção de indicadores e de imagens que revelem o conjunto de doenças associadas à obesidade, as graves limitações na mobilidade destes doentes, os custos psicológicos, emocionais, laborais e fi-nanceiros, poderá alterar o rumo desta doença, considerada a verdadeira epidemia do Século XXI.

“Estados de alma”

oAlargamento de estradas e implementação de rede pública de àgua

Melhoramento das acessibilidadesé prioridade em Seramil

De acordo com o presi-dente da Junta de Fregue-sia de Seramil, Rui Tomada, neste momento, os inves-timentos prioritários para a localidade consistem no melhoramento das aces-sibilidades viárias. Assim sendo, a autarquia local pôs em marcha uma série de 3 investimentos que visaram o alargamento e requalifi-cação de caminhos da fre-guesia, nomeadamente no Caminhos das Prensas, no Lugar de Bacelo e no Lugar de Seramil de Baixo, tendo este último sido concluido em meados do passado mês de Outubro.

A intervenção no Lu-gar de Seramil de Baixo revestiu-se de particular importância, uma vez que os acessos existentes não possibilitavam a passagem de uma ambulância ou de um carro dos bombeiros, segundo Rui Tomada, que acrescentou que estas me-lhorias «promovem o cres-cimento da freguesia e aju-dam a fixar a população».

Recentemente, a Junta de Freguesia local investiu na aquisição de uma máqui-na retroescavadora, algo que «implicou um esforço financeiro considerável, mas que acabará por tra-

zer retorno financeiro no futuro», destacou o autar-ca local, acrescentando que, «antes de adquirir-mos este equipamento, o mesmo tinha que ser alu-gado frequentemente». A importância da máquina é justificada pela grande área florestal existente na freguesia, bem como pela utilidade na limpeza de ca-minhos e em obras realiza-das na freguesia.

Rui Tomada aponta ainda um exemplo recente de utilização deste equipa-mento, com uma parceria estabelecida entre a Junta local e a Câmara Municipal

de Amares, para imple-mentação da rede pública de água, em que «Seramil colabora com a retroesca-vadora sendo os restantes encargos da responsabi-lidade da autarquia ama-rense». Este serviço é visto pelo presidente da Junta local como imprescindível para a qualidade de vida da população, e Rui Toma-da revela que «será imple-mentada a rede pública de água na totalidade da fre-guesia e as obras deverão estar finalizadas até ao final do mês de Novembro».

Acessos melhoradosna freguesia de CairesEstão em decurso, na freguesia de Caires, obras de alargamento, requa-

lificação e colocação de águas pluviais e residuais do Caminho Municipal 1255-5 e do Caminho Municipal 535-5, investimentos que há longa data eram necessários na freguesia, de acordo com o presidente da Junta de Freguesia local, José Carvalho. «Estou muito satsifeito com as melhorias que estas obras acarretam, já há muitos anos que esperávamos por este investimento», afirmou. O autarca cairense acrescentou que o primeiro caminho encontrava-se em estado avançado de degradação, pelo que a intervenção no melhoramento dos acessos trará grandes vantagens para uma zona da freguesia que «estava praticamente isolada». No caso do se-gundo caminho, o elevado tráfego, com a passagem de muitos camiões, foi responsável pelo «mau estado do piso». As intervenções são da respon-sabilidade da Câmara Municipal de Amares e, de acordo com José Carva-lho, as obras no Caminho Municipal 1255-5 iniciaram em Julho e deverão estar concluidas até ao final do corrente ano. As da Estrada Municipal 535-5 começaram em Setembro e deverão terminar no primeiro semestre de 2012.

Alargamento, requalificação e colocação de águas pluviais e residuais

Octávio [email protected]

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Terras de BouroColectividade vai prestar maior apoio a idosos e crianças

Associação Sócio-Cultural e Desportiva de Valdosende em actividade há quase 30 anos

A Associação Sócio--Cultural e Desportiva de Valdosende figura entre as mais antigas do concelho de Terras de Bouro, encon-trando-se muito perto do 30º aniversário, que será celebrado a 22 de Feverei-ro do próximo ano, e, de acordo com Arantes Dias, presidente da direcção desde a altura da funda-ção, foi criada com o intui-to de dinamizar a fregue-sia de Valdosende. Apesar da grande longevidade, a colectividade procura dar resposta aos desafios colo-cados pelos novos tempos, tendo sido constituida IPSS no início deste ano. «Te-mos a vontade de alargar a componente social da as-sociação, prestando apoio a classes que necessitam de cuidados especiais, no-meadamente, os mais ido-sos e as crianças», afirmou Arantes Dias.

Neste âmbito, será criado um Centro de Dia para dar apoio às pessoas de idade mais avançada, que, por vezes, acabam por viver um pouco isoladas. «Que-remos evitar o isolamen-to e combater a solidão.

Muitas vezes, as pessoas sofrem sem que ninguém se aperceba da sua situa-ção. Também pretendemos realizar visitas domiciliá-rias a quem não se pode ausentar das suas resi-dências», afirmou Arantes Dias, acrescentando que o Centro de Dia funcionará na sede da colectividade que tem, inclusivamente, condições para confeccio-nar e fornecer refeições aos utentes. Neste momento, a associação tem também em vista a aquisição de uma ou duas carrinhas de 9 lugares, para garantir transporte aos idosos.

No caso das crianças, há o intuito de proporcionar actividades de convívio ao fim-de-semana e nos pe-ríodos de férias escolares, procurando complementar o trabalho dos pais, que, não raras vezes, têm inú-meras ocupações. O presi-dente da associação acres-centou que foi também a pensar nos mais novos que apostaram, há 3 anos, na recuperação das piscinas de Paradela, junto à barra-gem da Caniçada, que ou-trora pertenceram à EDP.

Entretanto, as piscinas aca-baram por ser colocadas ao serviço de toda a popu-lação, «tendo acolhido mi-lhares de pessoas durante os 3 meses de Verão».

Comemoração do 30º aniversário

Uma das novidades apre-sentadas pela associação durante o corrente ano é a formação de uma esco-la de música, que conta já com 20 elementos, onde se pode aprender a tocar «vio-la braguesa, cavaquinho e viola tradicional». As aulas decorrem, habitualmente, à sexta-feira e ao sábado. Para 2012 serão desenvol-vidas diversas actividades, com maior frequência nos meses de Verão, para co-memorar os 30 anos de existência da associação, «teremos fins-de-semana muito preenchidos com desporto, cultura, conví-vios, e iremos organizar, durante o mês de Agosto, um festival folclórico».

Música, desporto, teatro e folclore

De acordo com Arantes Dias, grande parte da po-

pulação está em Valdosen-de, principalmente ao fim de semana, daí que essa seja a altura propícia para implementar as activida-des, que passam por «pro-porcionar momentos de lazer e fomentar a cama-radagem entre as pessoas da freguesia, é muito gra-tificante juntar as pessoas para estes convívios». A colectividade procura não deixar passar em claro as festas tradicionais, além de promover acções des-portivas, teatro, música e a dinamização do grupo folclórico, além de também realizar cursos de Forma-ção Profissional. O último curso, ‘Curso de Cozinha’, nível B2/3, terminou em Ju-lho do corrente ano e teve a duração de 18 meses. As actividades não se restrin-gem aos associados, sendo, consequentemente, aber-tas a toda a população.

O presidente da associa-ção frisou que, nesta altura, a maior dificuldade pren-de-se com a falta de apoios financeiros, que acabam por limitar as actividades existentes e os seus meios de subsistência. «Desde

Arantes Dias

Arantes Dias é o presidente da Associação Sócio-Cultu-ral e Desportiva de Valdosende há quase 30 anos, desde a altura da sua fundação. «Após tantos anos, sinto uma ligação muito forte a esta colectividade, apesar de tam-bém me sentir um pouco cansado da tarefa que desem-penho», afirmou, revelando que a associação teve um papel importante na sua evolução pessoal. «É um traba-lho muito gratificante, aliás, o meu crescimento enquan-to pessoa e muitas relações pessoais que ainda preservo deram-se em consonância com o trabalho desenvolvido na associação. Mesmo que algum dia cesse funções na direcção irei continuar ligado à associação», vincou.

A redução do número de pessoas que se associam às actividades realizadas é a maior diferença que o presi-dente nota em relação aos tempos iniciais. «A popula-ção diminuiu desde o começo e nessa altura a funda-ção da colectividade era uma necessidade sentida pelas pessoas da terra, foi algo de novo que veio trazer uma ‘lufada de ar fresco’ naquela zona», afirmou Arantes Dias, deixando uma ‘dica’ para o futuro. «Penso que seria proveitosa uma maior cooperação entre colectividades vizinhas, para que pudéssemos ter maiores massas hu-manas nas actividades», frisou.

há uns anos, os subsídios são praticamente nulos, vamos angariando alguns fundos com o rancho fol-clórico, com o bar da sede e com o funcionamento da

piscina, que, apesar de ter grande movimento, ainda não gerou grande lucro, em função da necessidade de realizar investimentos avultados».

«Sinto uma ligação muito forte a esta colectividade»

Octávio [email protected]

Page 14: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

14Jornal

1 de Novembro, 2011

Caderno de Terras de Bouro

Chuva ‘estraga’ Feira de S. Martinho em Terras de Bouro

O brilho da Feira de S. Martinho, em Terras de Bouro, foi esbatido pela chuva que caiu incessan-temente durante a tarde de Domingo e que afastou

as pessoas da feira-mostra/venda de produtos típicos locais que decorreu na Praça do Município. Peran-te condições atmosféricas tão adversas, foram poucas

as pessoas que se aven-turaram pelas tendas de produtores e artesãos colo-cadas em frente à Câmara Municipal.

Apesar da chuva, a cor-

rida de cavalos de passo travado prevista no progra-ma acabou por se realizar, tendo contado com a par-ticipação de 14 cavaleiros. No entanto, pouca gente

presenciou o esforço dos cavaleiros.

O dia de Sábado foi bas-tante diferente. O sol mar-cou presença e a afluência de público foi significativa.

À noite, o recinto encheu para a actuação de Canário e no final a animação con-tinuou nas ‘tasquinhas’ que rodeavam o palco.

Este ano o movimento tem sido pouco, aliás, é o mais fraco desde que aqui estou. Há menos pessoas e, as que vêm, fazem menos compras, porque têm menos dinheiro. Agora, também há aqui perto um hipermer-cado o que dificulta as vendas. O produto mais procu-rado tem sido a castanha, pois estamos perto da data dos magustos, apesar de, este ano, ela não ser tão boa como o costume, está muito seca devido ao calor.Alice Cunha

Balança

É a primeira vez que estou a participar nesta feira, mas as vendas estão muito fracas. O tempo também acaba por não ajudar, choveu muito e as pessoas ‘fu-giram’ daqui. Temos vendido algumas peças, mas es-perávamos mais movimento. Tenho participado em diversas feiras e lá o movimento tem sido melhor mas, se me convidarem, voltarei a estar presente nos próxi-mos anos.Joaquim Ribeiro

Cesteiro

Pastel Cais Novo quer ser uma referência de Terras de BouroDoce foi lançado na Feira de S. MartinhoA Feira de S. Martinho foi

palco do lançamento do ‘pastel Cais Novo’, um doce que pretende conquistar o papel de ‘pastel de Terras de Bouro’. O desafio é pro-movido por uma pastelaria local que se baseou nos produtos da terra para criar uma iguaria que, para já, encantou os visitantes da

feira.No primeiro dia do certa-

me, foram disponibilizados cem pastéis, para oferta e venda, e rapidamente o stock esgotou. Manuel Tibo, responsável da Paste-laria Cais Novo, considera que «a apresentação cor-reu muito bem, as pessoas ficaram surpreendidas, mas

o feedback foi positivo». O empresário refere que «as nossas expectativas foram superadas, os clientes gos-taram bastante do pastel e penso que o primeiro ob-jectivo está cumprido».

Depois de ter aberto um espaço comercial há um ano, Manuel Tibo pretende «criar uma lembrança que

as pessoas possam levar daqui».

A receita não foi divulga-da, mas alguns ingredien-tes já são conhecidos. O cozido à Terras de Bouro serviu de inspiração, pelo que o pastel leva feijão, carne e couve. O doce con-ta ainda com amêndoa, nozes, canela e muita inspi-

ração do mestre pasteleiro.O empresário reconhece

que «ainda temos muito trabalho pela frente, te-mos de promover melhor o produto, pelo que va-mos criar alguns eventos e apresentar novamente o pastel». Manuel Tibo diz que o fabrico será exclusi-vo da sua pastelaria, mas

pretende colocar o ‘pastel Cais Novo’ em outros esta-belecimentos de Terras de Bouro. De referir ainda que para a confecção do pastel, a pastelaria terrabourense contou com o apoio técni-co de uma casa da Loureira, Vila Verde.

Manuel Alfredo [email protected]

Page 15: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

15Jornal

1 de Novembro, 2011

Rancho da Balança comemora 1º aniversário

O Rancho Folclórico da Balança assinalou a passagem do seu primeiro aniversário com uma série de iniciativas. O programa começou com uma eucaristia, na igreja ma-triz da freguesia, seguindo-se uma romagem ao ce-mitério para recordar um dos fundadores do rancho que entretanto faleceu.

A muita chuva que caiu durante a tarde levou ao can-celamento da actuação que estava prevista para o palco colocado junto ao adro da igreja. A efeméride terminou com um jantar/convívio na sede da Associação Nova Vida

da Balança, espaço que também acolhe os ensaios do Rancho da Balança.

Custódia Marques, uma das responsáveis do Rancho, re-fere que o primeiro ano de actividade «tem sido maravi-lhoso, temos sido muito bem recebidos e já actuamos por diversas vezes». Na base do sucesso está, segundo Custó-dia Marques, «a juventude do rancho e a sua energia, bem como, o trabalho feito por um elemento que já não está entre nós e que foi muito importante para todos».

O futuro do Rancho da Balança parece estar assegurado.

Até ao final do ano, o grupo tem o seu calendário de actu-ações praticamente preenchido e, em 2012, o panorama não deve ser muito diferente.

A direcção do rancho está também contente com as condições que dispõe e Custódia Marques diz que a gran-de dificuldade é a falta de elementos masculinos. «Há poucos homens em Terras de Bouro», atira a dirigente.

Caderno de Terras de Bouro

Os terrenos baldios e as unidades de produção situados no Parque Nacional Peneda-Gerês serão alvo de apoios silvo-ambientais, provenientes de fundos comunitários no âmbito do Proder (Programa de Desenvolvimento Rural). Lúcia Jorge, responsável pela Associação de Bal-dios do Parque Nacional da Peneda-Gerês, destaca a im-portância das medidas, que vêm ajudar os agricultores e criadores de animais, sendo também importantes na di-minuição de áreas ardidas, abarcando também interesses mais amplos. «Com estes apoios finaceiros haverá maior conservação da natureza e preservação da biodiversida-de, algo que assume relevância a nível nacional», salien-tou Lúcia Jorge, frisando que se notam melhorias notórias nos locais que já foram contemplados por estas medidas, deixando satisfeitas as populações locais e tendo um cui-dado especial com o meio ambiente. «As intervenções são feitas nas alturas apropriadas, tendo em conta a acti-vidade natural da região».

A responsável pela associação geresiana vê as medidas

de apoio como um direito, mostrando satisfação pela sua implementação. «É muito bom o facto de terem sido im-plementadas pela primeira vez, a nível europeu, medidas para protecção destes baldios, estas acções são muito relevantes», afirmou, apesar de não esconder alguma preocupação pela continuidade das mesmas num futuro próximo. «Apesar de este ‘primeiro passo’ ser de louvar, é muito importante contemplar estas medidas no próximo quadro comunitário. A incerteza da continuidade do pro-jecto é algo que nos preocupa», realçou.

Sem desdenhar as acções que estão neste momento a ser desenvolvidas, Lúcia Jorge assume que caso as aju-das fossem superiores poderia ser preservada uma área mais vasta. Os apoios silvo-ambientais têm os seguintes objectivos: conservação e recuperação da diversidade inter-específica nos povoamentos florestais; requalifica-ção de matagais estremes de baixo valor de conservação; manutenção de maciços, bosquetes ou núcleos de espé-cies arbóreas ou arbustivas autóctones e de exemplares e

formações reliquiais ou notáveis; manutenção de galerias ripícolas e conservação da rede de corredores ecológicos.

Condições de AcessoAs condições de acesso para os detentores de unidades

de produção passam por possuir uma superfície florestal na área da ITI, nas zonas delimitadas pela Estrutura Local de Apoio (ELA); declarar toda a superfície da unidade de produção e apresentar um plano de intervenção pluria-nual aprovado pela ELA. No caso dos terrenos baldios é imperativo possuir uma superfície florestal na área da ITI na zona delimitada para cada tipo de apoio; declarar toda a superfície do baldio e apresentar um plano de interven-ção plurianual aprovado pelos compartes e validado pela ELA.

As candidaturas poderão ser entregues em organiza-ções de agricultores ou nas Delegações Regionais do Mi-nistério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

Apoios silvo-ambientais no Parque Nacional Peneda-GerêsMedidas promovem «conservação da natureza e preservação da biodiversidade» Octávio Pedrosa

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Manuel Alfredo [email protected]

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Caderno de Terras de Bouro

«A situação financeira é uma forma de se desculparem da falta de investimentos»

António Afonso é o actual presidente da concelhia de Terras de Bouro do PSD. Depois da derrota nas últimas autárquicas, e de oito anos como presidente do Município, António Afonso entendeu que era altura de ‘dar a cara’ pelo PSD e encabeçou a lista para a concelhia. A meio do mandato autárquico, o líder social-democrata de Terras de Bouro diz que está disponível para ser-vir o concelho mas salienta que tudo depende da vontade dos militantes. Em relação ao actual executivo camarário, António Afonso critica o crescimento das despesas correntes e diz que o Município não tem promovido o investimento.

Jornal O Amarense: Que balanço faz dos dois pri-meiros anos de mandato do actual executivo da Câ-mara de Terras de Bouro?

António Afonso: O balan-ço feito por um elemento da oposição não é, obvia-mente, positivo. Quando nos candidatámos tínha-mos um programa para o concelho baseado na con-tinuação de um conjunto de investimentos que es-tavam devidamente pro-gramados e, alguns deles, já com candidaturas apro-vadas. O actual executivo fez, na grande maioria, tá-bua rasa desses projectos e, durante estes anos, pri-vilegiou as despesas cor-rentes em detrimento das despesas de investimento. Por isso, não podemos con-siderar, de modo algum, positivos estes dois anos de gestão da autarquia li-derada pelo PS.

Houve alguns projectos que foram suspensos, ou-tros cancelados, outros adiados, como é o caso da piscina municipal cuja abertura estava prevista

para o final de 2009 e, pas-sados dois anos, as popula-ções continuam ser poder usufruir dos seus serviços.

A actual maioria diz que foi obrigada a reformular o projecto das piscinas municipais de Terras de Bouro…

Não era necessário, esta-va tudo programado e a obra estava praticamente concluída. O projecto, tal como todos os outros, é discutível mas na altura fomos obrigados a redu-zir à dimensão do tanque por imposição do Instituto do Desporto de Portugal que subsidiou a obra, caso contrário eles recusavam o financiamento.

Houve várias reuniões em Lisboa e, face à recusa do IDP, optámos por uma con-figuração em ‘L’, que manti-nha 25 metros de compri-mento, o que permitiria o treino de atletas para com-petição, mas reduzíamos o volume de água em cerca de 25 por cento. Esta alter-nativa tinha a vantagem de reduzir os custos do aque-cimento da água, que são

os mais significativos na manutenção deste espaço.

O novo executivo achou um disparate aquela situ-ação, que foi imposta pelo IDP do governo socialista, e o resultado é um acréscimo de 60 mil euros e um atraso de dois anos na abertura.

O executivo queixa-se que herdou uma situação financeira muito compli-cada. Que comentário lhe merece esta posição?

A situação financeira é uma forma de se desculpa-rem da falta de investimen-tos. O que constatamos é que houve um aumento da conta corrente, quando o ideal seria apostar em no-vos projectos.

Alguns municípios têm feito isso, optaram por re-duções nas despesas cor-rentes na ordem dos 15 por cento, para poderem liber-tar verbas para assegura-rem a componente muni-cipal nos projectos que são apoiados. Um município como Terras de Bouro tem que aproveitar, ao máximo, os fundos comunitários. Isso sempre foi a prática

corrente e devia ter sido continuada.

Ainda em relação à situa-ção financeira, basta ver o que tem saído na comuni-cação social ou consultar o Anuário dos Municípios Portugueses que foi publi-cado pelos técnicos oficiais de contas e onde vemos que a situação de Terras de Bouro é uma das me-lhores do país. A nível do distrito de Braga, Terras de Bouro é o município com melhor situação financei-ra. Sempre acautelamos a questão do endividamento e nunca nos aproximamos dos limites. Como todos os municípios que fizeram investimentos significati-vos, Terras de Bouro tem compromissos bancários de empréstimos a médio e longo prazo, mas estão de-vidamente contemplados e garantidos com o orça-mento municipal.

O ac tual presidente anunciou recentemente que o Município foi colo-cado em tribunal por dívi-das que vinham do ante-rior mandato…

Houve apresentação de um processo referente a algumas obras que esta-vam em curso e em fase de concurso mas, como é um processo que está em Tri-bunal, não gostaria de me pronunciar em pormenor sobre esta matéria. Quero aguardar pela decisão do Tribunal.

Na última Assembleia Municipal, a maioria quei-xou-se da relação com a Escola Profissional Amar Terra Verde. Como vê esta ‘guerra’ entre as duas ins-tituições?

Esta ‘guerra’ é já antiga. Há mais de 6 / 7 anos que elementos ligados ao PS questionavam a mais-valia da parceria entre Terras de Bouro e a escola profissio-nal. As críticas vinham so-bretudo de um elemento da Assembleia Municipal e tinham a ver com o facto de as admissões não terem contemplado um familiar. A situação terá sido agrava-da pelo facto da escola ter convidado os vereadores do PSD para darem forma-ção na EPATV.

Penso que Terras de Bou-ro deve continuar na so-ciedade gestora da EPATV, a escola é uma mais-valia para o concelho. Obvia-mente que houve uma redução do número de alunos, mas isso deve-se à política educativa do go-verno de José Socrates que criou nas escolas públicas cursos profissionais. Quem conhece a EPATV, sabe que as suas instalações são ex-celentes e não têm compa-ração com as das escolas públicas.

O concelho de Terras de Bouro será muito afecta-do pela Reforma Adminis-trativa?

Em Terras de Bouro penso que as coisas serão pacífi-cas. A lei enquadra-se per-feitamente, uma vez que dá a possibilidade de as freguesias dos concelhos rurais se manterem, desde que tenham um mínimo de 300 habitantes. Algumas mexidas serão necessárias, pois existem freguesias que não têm o número mí-nimo de habitantes para se manterem, mas penso que

António Afonso,presidente da Concelhia do PSDde Terras de Bouro

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Manuel Alfredo [email protected]

É o actual presidente da concelhia de Terras de Bou-ro do PSD, está disposto a recandidatar-se?

O mandato da actual Co-missão Política do PSD termi-na em 2012, há no entanto a possibilidade de se realizarem eleições antecipadas. Esse é um assunto que vai ser dis-cutido na próxima reunião da estrutura. As eleições inter-nas, quando coincidem com períodos muito próximos dos actos eleitorais, criam por ve-zes alguma confusão e trans-torno. Nesse sentido, entendo a recomendação da Comissão Política distrital para que as concelhias antecipassem as suas eleições.

Aceitei candidatar-me ao cargo porque entendi que

o momento era difícil. Depois de uma

derrota eleitoral, a situação é sempre complicada, é altura em que nós devemos abraçar as causas. Quando uma força política está no poder, não faltam apoios e pessoas para trabalhar, em caso de derrota, tudo é mais difícil.

Embora, na altura, a vontade fosse abandonar e esquecer, pois não é fácil assumir uma derrota, entendi que tinha que dar cara e aceitei liderar a concelhia. Agora, vamos conversar e, se encontrarmos outra solução, estarei dispo-nível para apoiar uma outra candidatura, tudo depende da vontade dos militantes. Estou disponível para servir, em primeiro lugar, o concelho de Terras de Bouro e, se for necessário servi-lo como pre-sidente da concelhia do PSD, estarei pronto para o que for preciso.

E para as próximas eleições autarquias, está disponível para encabeçar a lista do PSD?

O que referi em relação à presidência da Comissão Po-litica também se aplica neste caso. A situação está em aber-to e vai continuar a ser anali-sada pela Comissão Política e no plenário de militantes, a quem cabe a última palavra.

Falou na derrota eleitoral do PSD nas últimas autár-quicas. O que motivou este resultado?

Muita gente se interroga so-bre essa situação, mas ainda não chegaram a uma conclu-são. Talvez uma consulta às pessoas possa dar pistas para explicar a derrota. É um caso de estudo muito interessante e podia alargar-se às mudan-ças políticas em pequenos Municípios. Tenho as minhas opiniões, mas deixo isso para os especialistas.

Não foi um voto de protes-to?

Obviamente que, quem está oito anos como presidente e quatro como vice, não conse-gue agradar a todas as pesso-

as. Penso que não foi um voto de protesto, foi mais um voto de quem esperava alguma coisa.

Depois da derrota nas ur-nas, o PSD sofreu uma outra na eleição para a presidência da Assembleia Municipal. Como vê este processo?

Foi uma situação difícil de digerir, mas que se compre-ende se tivermos em conta a estratégia eleitoral do Partido Socialista.

O cargo de presidente da Câmara é difícil de exercer?

O cargo de presidente é mui-to exigente, não temos horá-rio de trabalho, é um trabalho de sacrifício e de entrega ao concelho. A família é também muito prejudicada pois nunca há tempo para ela. Não é fá-cil ser presidente da Câmara, mais ainda na presente con-juntura, por isso não estranhei que o actual presidente tenha mostrado ideias de abando-nar o lugar.

«Estou disponível para servir o concelho de Terras de Bouro»

a sua agregação será pací-fica.

Há uma ou outra situação que merece a minha dis-cordância, como é o caso da freguesia da Balança que é classificada como maioritariamente urbana. Penso que a sua situação não é diferente da que se verifica em Ribeira ou em Souto, que foram conside-radas predominantemente rurais.

O PSD irá acompanhar este processo de perto. Es-perávamos que houvesse, por parte da Assembleia Municipal, uma outra di-nâmica mas isso não está a acontecer. Assim, estamos a preparar uma reunião com todos os autarcas do PSD e independentes para

conversar sobre o assunto e ver qual será a melhor so-lução para o concelho.

Nesta Reforma Adminis-trativa não haverá mexi-das nos concelhos. Contu-do, a fusão de Municípios não foi completamente afastada. O concelho de Terras de Bouro corre o risco de desaparecer no futuro?

A extinção do concelho de Terras de Bouro já há muito tempo que é fala-da. Recordo que na última visita do Presidente da Re-pública a Terras de Bouro, quando inauguramos a porta do Parque da Peneda Gerês em S. João do Cam-po, coloquei essa questão e manifestei o meu receio. O Presidente da República

disse publicamente, que os terrabourenses podiam ficar tranquilos que, en-quanto ele estivesse na presidência, o concelho não seria extinto.

O concelho tem uma vas-ta área, uma história muito rica que vem do tempo da fundação da nacionalidade e seria uma perda muito significativa a sua extinção. Estou confiante que isso não vai acontecer, até por-que se falou que só seriam extintos os concelhos com menos de cinco mil habi-tantes.

O concelho tem perdi-do muitos habitantes nos últimos tempos. O que é possível fazer para inver-ter a situação?

Em primeiro lugar tem

que haver investimentos produtivos que possam gerar emprego e um cres-cimento económico sus-tentável. Deve ser feita uma aposta muito forte na área do turismo e dos ser-viços.

Por outro lado, no passa-do, o Gerês tinha os servi-ços florestais do parque com dezenas de funcioná-rios mas, com a passagem da sede do Parque para Braga, a grande maioria das famílias ligadas ao PNPG saíram do concelho. Temos vindo a assistir a uma extinção de serviços no Parque Nacional que criavam emprego, é preci-so inverter esta situação.

O Parque Nacional da Peneda Gerês tem, tradi-

cionalmente, uma relação difícil com os Municípios da sua área de influência. O que motiva esta situa-ção?

O PNPG tem sido gerido à distância, a começar pela própria sede. Não faz senti-do que esta esteja fora da área do parque. Há meia dúzia de anos foi investi-do mais de um milhão de euros na recuperação do Centro de Interpretação Ambiental de Vidoeiro e tínhamos a garantia que a sede do parque voltaria para o Gerês, para o ‘cora-ção’ do parque nacional. Hoje, o edifício está suba-proveitado e é tempo de fazer a sede voltar para cá.

Há também um desco-nhecimento das popula-

ções que vivem no PNPG. O Parque é humanizado, a maior parte dos terrenos são de particulares, não podemos assistir a uma si-tuação em que o próprio Estado, através da direcção do PNPG, elabora planos para terrenos de particula-res sem falar sequer com eles.

Por outro lado, os planos de ordenamento do Par-que são um conjunto de restrições e imposições que vêm dificultar a vida de quem mora cá. Isso, faz com que muita gente opte por sair da cá e vá para Amares, Vila Verde e, sobre-tudo, Braga.

A lei enquadra-se perfeitamente, uma vez que dá a possibilidade de as freguesias dos concelhos rurais se manterem, desde que tenham um mínimo de 300 habitantes. Algumas mexidas serão necessárias, pois existem freguesias que não têm o número mínimo de habitantes para se manterem, mas penso que a sua agregação será pacífica.

Caderno de Terras de Bouro

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Empreendedoras amarenses apostam nas ervas aromáticas

As irmãs Sandra e Elisa-bete Silva, residentes na freguesia de Barreiros, são dois dos rostos do empre-endedorismo no concelho de Amares, tendo iniciado, no Verão deste ano, o pro-jecto ‘Arco-Íris Aromático’, que consiste na produção de um conjunto de ervas aromáticas cultivadas nos moldes da agricultura bio-lógica. «O produto chega ao consumidor ainda na forma de planta, podendo continuar a ser cuidada no domicílio de cada um», afir-mou Elisabete Silva, desta-cando ainda que «os clien-tes poderão optar por três tipos de vasos, pintados à mão por uma empresa de Barcelos, que apresentam o motivo dos Lenços dos Namorados». De forma a distinguirem

o seu produto da variada oferta que pode ser en-contrada nas grandes su-

perfícies comerciais, cada vaso contém informações específicas referentes às próprias ervas aromáticas, bem como indicações re-lacionadas com a história do produto. «As ervas aro-máticas estão associadas a diversas lendas e histórias ancestrais, pelo que junto de cada planta vem um desdobrável com as carac-terísticas, a origem, o sig-nificado do nome, alguns mitos, ou seja, informação muito variada relaciona-da com a planta», vincou, avançando os motivos que justificam esta aposta. «Estas informações trazem valor acrescentado ao pro-duto. Hoje em dia, nota-se muito a vontade de as pes-soas retomarem o contacto com as tradições».

«O ‘feed-back’ foi muito positivo»O ‘Arco-Íris Aromático’

encontra-se associado à marca Namorar Portugal e foi apresentado publica-mente, pela primeira vez, na edição deste ano da Festa das Colheitas de Vila Verde, que decorreu de 5 a 9 de Outubro. Elisabete Silva mostrou-se agradada com a participação no cer-tame, encarando com boas perspectivas o futuro do projecto. «Ficámos muito satisfeitas, as pessoas mos-traram curiosidade, acha-ram o produto interessante e acabaram por comprar, o ‘feed-back’ foi muito posi-tivo», afirmou, avançando ainda que será alargado o actual número de ervas aromáticas em função da procura existente, além da construção de uma estufa para que o cultivo deixe de estar dependente das va-riações climatéricas.Inicialmente, o produto

será vendido em feiras e

casas de turismo rural mas, se as coisas correrem de feição, a comercialização poderá ser alargada a ou-tros postos de venda. Para um futuro mais longínquo, está já a ser projectado o desenvolvimento de um novo produto, nomeada-mente velas decorativas relacionadas com as ervas aromáticas. No entanto, o investimento mais recente, juntamente com algumas dificuldades encontradas, fazem com que este pro-jecto tenha que ser adiado. «Para já vamo-nos focar no aumento do número de er-vas aromáticas disponíveis para venda, até porque foi muito complicado encon-trar formação na área das velas. Por tal, este projecto fica para mais tarde», vin-cou.

Octávio [email protected]

Produto ‘Arco-Íris Aromático’ está a ser desenvolvido em Barreiros

Construção de capela mortuária em SequeirosA freguesia de Sequeiros vai dar início à construção de uma capela mortuária, uma obra que, de acordo com o presidente da Junta local, Alexandre Vieira, «já é desejada há muitos

anos pela freguesia, pelo que é com grande satisfação que vamos arrancar com a construção da capela». Alexandre Vieira acrescentou ainda que este é um investimento necessário em qualquer localidade, salientando a importância que assume em Sequeiros, «desta forma, teremos condições de maior dignidade para acolher os defuntos». De acordo com o autarca local, a capela mortuária será construída através de uma parceria entre a Junta de Freguesia de Sequeiros e a Câmara Municipal de Amares, terá um custo total que deve rondar os 70.000 euros e deverá estar concluída a meados do ano de 2012.

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sociedade

Partidos, juntas e população vão ser chamados para discutir o processo

Amares quer apresentarnovo mapa até ao final do ano

O Município de Amares pretende apre-sentar até ao final do ano uma proposta sobre o processo de agregação de fregue-sias imposto pela Reforma Administrati-va. O presidente do Município, José Bar-bosa, diz que o Governo classificou este processo como prioritário e garante que a Câmara de Amares não pretende adiar esse propósito.

O autarca salienta, no entanto, que tem reservas em relação ao modelo propos-to, considera que o caminho apontado é incerto, mas pensa que o Governo terá abertura para ajustar as medidas que es-

tão agora a ser definidas. Na última Reunião de Câmara, José Bar-

bosa pediu aos partidos presentes para colaborarem no processo e defendeu a organização de um seminário que con-te com a participação de especialistas. À discussão, e para além dos partidos, serão também chamadas as juntas de freguesia e a população. O presidente do Município é também apologista da constituição de uma comissão que faça um estudo sobre o processo e ajude a formular uma pro-posta.

No concelho de Amares o processo não

deverá causar grandes polémicas apesar de cerca de metade das actuais freguesias desaparecerem. José Barbosa diz que «há realidades locais que justificam algum ajustamento, mas é preciso que o dossier seja discutido com muita sensatez e não prejudique o bom entendimento entre as freguesias».

O presidente da Câmara refere ainda que os presidentes de junta «estão a en-carar o processo com normalidade, assu-miram que é irreversível e não fogem à discussão do problema». Até ao momen-to, nenhuma Junta de Freguesia tomou

posição. «Os autarcas têm as suas posi-ções, mas ainda não apresentaram nada de concreto», diz José Barbosa.

Quanto às chefias municipais, o docu-mento diz que deve ser efectuada uma redução de 50 por cento, passando de seis para três. O presidente da edilidade salienta, no entanto, que «oficialmen-te, nada se sabe em concreto» e diz que «também me chegou a informação que aquilo que se preconiza para o imediato é uma redução de 15%».

Estou de acordo com a Reforma Administrativa, uma vez que não se justifica que existam juntas de freguesia que não têm dinâmica e se encontram, praticamente, paradas. A fusão de freguesias vai também permitir um corte nos gastos do país. A minha freguesia, Lago, não é abrangida pela refor-ma pois tem mais de mil habitantes. Por outro lado, é uma localidade bem estruturada, o que justifica a exis-tência de uma Junta.Joaquim Rodrigues

Lago

Existem freguesias que estão muito próximas e isso faz com que a despesa seja enorme. Penso que é uma forma de economizar dinheiro numa altura em que passam a vida a dizer-nos para ‘apertar o cinto’. Sou da opinião que se deve unir pequenas freguesias uma vez que prestam serviços a um reduzido número de habitantes. No caso de Rendufe, a freguesia não vai ser abrangida por esta política uma vez que possui um número de habitantes significativo, justificando-se ter uma Junta própria.

Carlos Fernandes Rendufe

Para os idosos poderá ser mais complicado perce-ber esta situação. É de facto uma forma de se cortar à despesa, mas os líderes vão encontrar novas formas e novos sítios para aplicar/gastar esses dinheiros, no-meadamente, em obras públicas. Sou da opinião que a informação é pouca sobre o que se vai fazer. É como a ‘história’ do IVA, aumentaram o imposto e está feito. No caso desta reforma creio que estão a seguir o mesmo caminho. A informação é insuficiente e as pessoas ain-da não sabem bem como é que tudo se vai processar.

Miguel Pinheiro Ferreiros

Ainda sou do tempo do Regedor e, nessa altura, não ganhavam dinheiro. Existe um número elevado de freguesias extremamente pequenas justificando-se a união das mesmas. Entendo que cada Junta tem co-nhecimento exacto daquilo que se passa com os seus munícipes, mas a distância que existe entre estas e o dinheiro que se gasta em cargos, dentro da própria Junta, não se justifica.

Avelino PeixotoLago

O concelho de Amares tem uma concentração geo-gráfica muito pequena e não há necessidade de existi-rem tantas juntas de freguesia. Bastava uma por cada pólo (Norte, Sul, Este e Oeste) e ficar tudo junto numa Câmara Municipal. Ia-se poupar muito dinheiro. Nesta ordem de ideias, também não seria necessário existirem tantos edifícios e obras nos mesmos, o que se traduziria numa poupança real.

António CarvalhoBouro Sta. Marta

Acho que estamos bem assim. Mudando vai ser uma confusão, principalmente para os mais idosos. As coi-sas sempre foram assim e mudar vai ser um erro. Não estou nada de acordo com esta reforma.Se falam em crise, juntando as freguesias ainda vai ser pior. Principalmente aqui, em Amares ,onde as pesso-as são mais velhas, uma vez que os jovens partiram todos para o estrangeiro, vai ser uma confusão.

Anabela SoaresAmares

Acho que cada localidade deve ter a sua Junta de Freguesia para resolver os seus problemas, senão vai ser uma confusão ainda maior. A nível burocrático vai dificultar os processos. Da forma como está, as pesso-as sabem onde se dirigir e quem os recebe sabe como o deve fazer.Adoptando esta nova reforma, vão-se misturar as coi-sas e complicar aquilo que é fácil. É necessário um presi-dente por cada freguesia para falar pelas pessoas.Conceição Almeida

Ferreiros

Estou em desacordo, as coisas estão bem assim. A re-forma só vai trazer coisas negativas ao concelho. Qual é a lógica de unir as freguesias? Se assim já temos di-ficuldade para resolver os nossos problemas quando vamos à Junta, uma vez que é só gente, imagine-se quando se fundir duas ou mais freguesias numa só. Faz-me lembrar a história de juntarem as escolas, é tudo uma fantochada.

António Silva Prozelo

Manuel Alfredo [email protected]

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cultura

Mau tempo condicionou o desenrolar da iniciativa

Festival de Bandas de Santa Maria de Bouro com muita animação e chuva

Desde o início do processo imposto pelo memorando da troika, que tenho vindo a alertar as consciências das partes envolvidas, directa e indirectamente, no sentido do lançamento de uma discussão pública, de-sapaixonada mas responsável, sobre a causa efeito das alterações que, inevitavelmente, serão produzidas no reordenamento autárquico tratando-se de Freguesias do tipo APU, AMU, APR. *

Está em causa a vertente social e política, mas sobre-tudo o legado histórico, usos e costumes, da vida de uma população. Não podemos ser cegos e surdos aos “apelos”nem violentar consciências, só porque temos que cumprir as normas de um memorando. Se impor-tante é reduzir custos, temos que fazer os sacrifícios, economicamente, necessários para resolver esta gra-ve situação, esquecendo o orgulho próprio, sendo so-cialmente abrangente e tolerante para salvaguardar a nossa própria identidade. Se o problema é económico não tem que ser, necessariamente, resolvido geografi-camente alterando os nomes do mapa, porque a ques-tão estará sempre para além desses nomes e desse mapa.

Impõe-se pois um debate alargado, urgente, entre os responsáveis das mais diversas áreas sociais, culturais e políticas, sob pena de termos que “levar em cima” com um DOCUMENTO BRANCO COM LETRAS PRETAS, já feito e aprovado para cumprir e fazer cumprir. Se há Freguesias que poderiam respeitar de alívio, com o texto do documento verde, outras debatem-se com a angústia e a ansiedade para lutar pelo seu futuro. Mas o dito documento não passa de um conjunto de inten-ções, daí todos, sem excepção, termos a obrigação de fazer algo de válido para contribuir no esclarecimento dos reais interesses da nossa comunidade. Não inte-ressa se somos do tipo APU, AMU ou APR, será de todo indiferente, importante é saber se estamos ou vamos estar inseridos numa organização administrativa que irá salvaguardar os interesses de todos nós.

Desde a primeira hora em que a medida foi imposta, defendi que a organização do mapa de freguesias po-deria passar pela carta educativa, sei que outros tam-bém defendem essa ideia e essa poderá ser a base da discussão. Na parte que me toca sempre fui um acér-rimo defensor de que as Freguesias para “terem força” tinham que estar unidas em torno do projecto e ideias. Não vale a pena assobiar para o lado e fazer de conta que não se entende, uma coisa é certa, politicamente falando, uma freguesia com um 1.000 ou 1.500 eleito-res não é a mesma coisa que uma com 300 eleitores, tenha o nome que tiver.

Não comecem pelo fim, não se preocupem com a questão de quem é que ou de onde é que vai ser o Presi-dente, deixem isso mais lá para a frente, comecem pelo que é importante.

* APU - Predominantemente Urbanos AMU - Maioritariamente UrbanosAPR - Predominantemente Rurais

A propósito do Documento VerdeReforma administrativa

A igreja de Santa Maria de Bouro acolheu mais uma edição do festival organi-zado pela Banda Filarmó-nica de Bouro. Inicialmente previsto para o terreiro da freguesia, o evento acabou por ser transferido para a igreja devido ao mau tem-po. Para além da banda organizadora, o festival contou com a presença da Banda Musical 81 de Ferrei-rim, Sernancelhe.

No final das actuações, o presidente da direcção da banda bourense, Manuel Afonso, fez um balanço po-sitivo do festival e salien-tou a qualidade dos músi-cos. O dirigente associativo lamentou que a chuva que caiu durante toda a tarde tenha afastado muita gen-te, mas salientou que «os presentes puderam apre-ciar o calor humano e ouvir boa música».

«O mau tempo estragou um pouco a festa. A comu-nicação social acabou por assustar as pessoas ao pre-ver muita chuva e vento», afirma Manuel Afonso que considera que «os repeti-dos avisos levaram muita gente a optar por ficar em casa».

Manuel Afonso reconhe-ce também que o progra-ma do festival deste ano foi menos rico que em edi-ções anteriores, uma vez que contou apenas com a participação da banda de Ferreirim. «A outra ban-

da que foi convidada, não pôde estar presente por impossibilidades econó-micas e a decisão foi-nos comunicada muito tarde, pelo que não houve tempo para proceder à substitui-ção», afirma o presidente da colectividade.

As dificuldades não as-sustam a Banda de Santa Maria de Bouro e Manuel Afonso garante que «en-quanto puder, o festival de bandas vai continuar a realizar-se e não vamos quebrar uma tradição que leva já 11 anos».

Intercâmbio e novos pro-jectos

Por sua vez, o maestro Joaquim Vidal considerou que a banda convidada es-teve à altura das expectati-vas e salienta que, ao lon-go do dia, se estabeleceu um intercâmbio bastante interessante entre as duas colectividades. «Foi um óptimo convívio, há uma troca de experiências e isso é o mais importante», diz o maestro que lembra que «apesar de serem mú-sicos amadores, é sempre importante que eles co-nheçam outros ambientes e reportórios. Desta forma, podemos analisar o que os outros fazem, aprender coisas novas e crescer com isso».

Em relação ao futuro, Jo-aquim Vidal confessa que gostava de ter mais ele-

mentos na banda e consi-dera que a solução passa por relançar a escola de música. «Há bastantes pro-jectos, queremos incen-tivar os jovens a inscre-verem-se na escola para, posteriormente, poderem ingressar na banda. Ao mesmo tempo, pretende-mos lançar um reportório mais acessível às camadas jovens, ou seja, um leque de músicas mais ligeiras de modo a que seja mais fácil cativar os mais novos e trazê-los para a banda que é um meio social mui-to saudável». O maestro não deixa no entanto de acrescentar que «a Banda necessitará sempre de um reportório mais clássico, pois há eventos com outro tipo de características que obrigam a um tipo de mú-sica mais formal».

A Banda Filarmónica de Santa Maria de Bouro está também apostada em ‘re-cuperar’ alguns elementos que se têm afastado da instituição. «Ultimamente, tem-se notado que há mui-tos jovens que procuram empregos em cafés, aos fins-de-semana, para jun-tarem algum dinheiro», diz Joaquim Vidal que consi-dera que a situação acaba por impedir os jovens de participarem nos ensaios. «Com algum ajuste nos ho-rários, talvez se consiga re-cuperar para a banda esses elementos, mas a gestão

do processo é um pouco difícil», conclui.

À espera de uma nova sede

A banda de Bouro está à espera que a autarquia lhe ceda instalações para a sede, na antiga escola pri-mária da Sobreira. «Logo que isso aconteça, vamos avançar com obras e pôr a funcionar a nossa escola de música em melhores condições que as actuais», refere Manuel Afonso. O presidente da colectivida-de lembra que as actuais instalações são muito de-ficientes e diz que «che-gamos ao ponto de, numa sala, ter quatro naipes a ensaiar ao mesmo tempo, o que é manifestamente mau».

Os responsáveis da Filar-mónica de Bouro esperam que a partir de Dezembro já haja autorização para a utilização da antiga escola e Manuel Afonso acrescen-ta que «o edifício, que foi feito por gente da terra, vai voltar a promover a cultura da freguesia».

De referir ainda que, no final das actuações, os ele-mentos das duas bandas, bem como os acompanhan-tes, participaram num con-vívio que se realizou junto ao santuário da Senhora da Abadia.

Manuel Alfredo [email protected]

correioleitor

do

ArlindoGomesLopes

Lago - Amares

Page 21: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

21Jornal

1 de Novembro, 2011

Eduarda [email protected]

Iniciativa procurou sensibilizar a população local para a música

Associação de Fomento Amarense celebrou Dia da Música

A Associação de Fomento Amarense comemorou, em Outubro, no Salão Nobre da Cruz Vermelha de Ama-res, o Dia Mundial da Mú-sica. A iniciativa, que mar-cou também o arranque do ano lectivo, procurou sensibilizar o público local para a música.A actuação de alguns

músicos convidados foi o grande momento de des-taque. De salientar as par-ticipações de Inês Pereira, de 15 anos, que está a fre-quentar o 6º grau do Cur-so Secundário Articulado na Companhia da Música; Laura Inês Almeida, que faz

parte da Banda Filarmóni-ca de Amares e da Orques-tra da Escola do ensino artístico da Companhia da Música; José Augusto Reis, docente no CMCGB; Caroli-na Peixoto, aluna na escola vocacional do ensino artís-tico na companhia da mú-sica no 6º grau de violino e elemento pertencente à orquestra da escola do en-sino artístico da Compa-nhia da Música.Quem esteve também

presente foi Tiago Silva, fi-nalista do Curso de Música na Universidade do Minho, bem como Carolina Almei-da que é, actualmente, ele-

mento integrante da Ban-da Filarmónica de Amares. De referir ainda a partici-pação de Sílvia Pinheiro e Carolina Araújo, elementos que frequentaram a escola de música durante doze anos e já leccionaram aulas de Guitarra na Associação.Os alunos da escola de

música da Associação de Fomento Amarense tam-bém fizeram uma peque-na intervenção na festa. A professora Maria de Luz Fernandes considera que, para além de tocarem, é muito importante que os jovens vejam e ouçam mú-sicos mais experientes.

A acção mostrou ainda que, quando se gosta mui-to de alguma coisa, tudo é possível. Os promotores apresentaram um vídeo de um homem sem braços que toca guitarra com os pés e Maria de Luz Fernan-des referiu que «com esta projecção quisemos mos-trar aos nossos alunos que tudo é possível e que se pode ultrapassar qualquer obstáculo quando se gosta daquilo que se faz».

sociedade

in Jornal O Amarense, ed. 6, de 01/11/2011

JUNTA DE FREGUESIA DE LAGO

EDITALDelfim Manuel Silva Rodrigues, Presidente da Junta de Freguesia de Lago,

Concelho de Amares, TORNA PÚBLICO, para dar cumprimento do dis-posto na Lei 5-A/2002 de11 de Janeiro e conforme deliberação da Junta de Freguesia, tomada em reunião extraordinária, celebrada no dia 22 de Se-tembro de 2011, que se consideram abandonadas, podendo vir a ser decla-radas prescritas a favor da Junta de Freguesia, as sepulturas perpétuas do ce-mitério de Lago, cujos concessionários ou responsáveis não são conhecidos:

Sepultura n.º 01/0019 Sepultura n.º 03/0095Sepultura n.º 01/0024 Sepultura n.º 03/0106Sepultura n.º 01/0031 Sepultura n.º 03/0145Sepultura n.º 01/0058 Sepultura n.º 03/0167Sepultura n.º 01/0069 Sepultura n.º 03/0081

Ficam por este meio, citados todos os interessados de que se dispõem do prazo de 60 dias a contar da data da publicação do presente Edital para reivindicar os seus direitos sobre as sepulturas atrás mencionadas, findo este prazo a Junta to-mará posse das referidas sepulturas.

Para constar se lavrou o presente EDITAL que vai ser publicado na imprensa regional e afixado nos lugares públicos habituais.

Lago, 15 de Outubro de 2011-10-21

O Presidente da JuntaDelfim Manuel Silva Rodrigues

Nasce a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género

A Comissão para a Cidada-nia e Igualdade de Género (CIG) está a reunir condi-ções para protocolar uma representação no conce-lho de Amares, criando um grupo de trabalho que actuará na defesa dos seus princípios, nomeadamen-te, a defesa da mulher em situações sociais de discri-minação.Após algumas conversas

e contactos, ‘O Amarense’ sabe que estão a reunir-se as condições para a consti-tuição de uma equipa que deverá ser liderada por Sara Leite, vereadora do Municí-pio de Amares, apontada para ser conselheira da es-trutura local, por inerência do seu cargo no Município e na Rede Social.A CIG tem por missão ga-

rantir a execução de políti-cas públicas no âmbito da cidadania e da promoção da defesa da igualdade de género. Através desta instalação no concelho, a comissão espera dinamizar acções de educação para a

cidadania. Para além disso, o objectivo é desenvolver mecanismos de identifica-ção de situações discrimi-natórias para as mulheres e sua erradicação.No protocolo constam ac-

tividades pró-activas que visem proteger as mulhe-res de todo o tipo de discri-minações sociais. Para Sara Leite, «o concelho nunca teve uma estrutura deste tipo, que é fundamental para a promoção da igual-dade de género”, enfatizan-do o facto desta ser uma temática muito actual e pertinente, pelo facto de a sociedade estar a vencer al-gumas das barreiras que le-

sam os direitos da mulher.De momento, a CIG de

Amares está na fase de constituição de uma pro-posta para o grupo ope-rativo, que, para além da Conselheira Sara Leite, deverá ser composto por mais quatro elementos, apontando-se, de momen-to, individualidades da ac-ção social amarense como Andreia Soares, técnica do Município, Elisabete Teixei-ra, coordenadora do pro-jecto Valor Humano e Ma-nuela Rodrigues, do Centro de Saúde de Amares.

Defender mulheres em Amares

Pedro Peixoto [email protected]

Page 22: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

22Jornal

1 de Novembro, 2011

sociedade

Comemorações dos 60 anos de Santa Casa da Misericórdia

Arcebispo de Braga pede mais ao Governo

No passado dia 30 de Ou-tubro, a Santa Casa da Mi-sericórdia de Amares cele-brou o seu 60º aniversário, numa cerimónia apadri-nhada por D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga, que celebrou uma missa comemorativa e presidiu à sessão solene que se se-guiu.A sessão, assinalada por

discursos das entidades oficiais, ficou marcada pe-las palavras do Arcebispo que, para além de voltar a marcar uma posição da

Igreja Católica, enquanto entidade mãe da Santa Casa da Misericórdia, en-fatizou a actual crise social, realçando que «a igreja tem feito a sua parte, na partitura social que precisa harmonizar-se. Não esque-çamos que a Igreja tem um papel supletivo e é ao Esta-do que cabe a defesa dos cidadãos».O discurso de D. Jorge

Ortiga parecia ir ao en-contro das preocupações patenteadas já nos dis-cursos anteriores. Bernar-

do Reis, representante da União das Misericórdias Portuguesas, referiu que «as medidas de conten-ção actuais não podem afectar o normal funcio-namento das instituições, pois o país terá problemas sérios se a economia so-cial não tiver expansão», reforçando a posição de Paulo Tinoco, Provedor da Santa Casa da Misericór-dia de Amares,que, não fazendo qualquer referên-cia à eventual dificuldade de executar o projecto de

Hospital de Continuados, acabou por mencionar «a actual conjuntura social preocupante, que nos tem obrigado a procurar solu-ções», acrescentando mes-mo que «o desafio actual é a constante adaptação às necessidades».Do sector político, as po-

sições não destoaram nas preocupações invocadas, pois Alberto Esteves, Pre-sidente da Assembleia Ge-ral da instituição, também Presidente da Assembleia Municipal, saudou os que

dão corpo ao termo mise-ricórdia, pedindo «apoio de todos os que puderem ajudar a mesa administra-tiva a cumprir a sua missão e os seus objectivos». Sara Leite, vereadora da acção social e que representou o Município de Amares na cerimónia, foi mais uma voz a referir os «tempos di-fíceis» acrescentando que «é nas IPSS que se colma-tam as crescentes carên-cias sociais».Após a cerimónia seguiu-

-se uma visita a uma ex-

posição fotográfica come-morativa e foi servido um verde de honra. A Santa Casa da Misericórdia de Amares, fundada em 1951, é uma das mais jovens das Santas Casas da Miseri-córdia portuguesas e tem actualmente valências de creche, jardim-de-infância, ATL, centro de dia, centro de convívio, lar de terceira idade e apoio domiciliário.

Pedro Peixoto [email protected]

Page 23: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

DESPORTO

António [email protected]

Direcção do FC Amares quer chegar ao atleta número 200 no Natal

Formatados para os seis primeiros lugares

O presidente do FC Ama-res mostrou-se apreensivo com a falta de resultados positivos do clube em casa, mas não preocupado com o futuro desportivo da equipa. Alberto Mendes reafirmou que o plantel foi construído para ficar nos seis primeiros lugares e diz que o clube é avesso às chi-cotadas psicológicas. O lí-der dos amarenses preten-de ainda atingir o número mágico dos 200 atletas nas camadas jovens. Sobre a utilização das novas infra--estruturas pelos outros

clubes do concelho, Alber-to Mendes pretende renta-bilizar o relvado sintético mas sublinha que ainda não estão reunidas todas as condições para uma uti-lização em massa do novo tapete dos amarenses. ´O Amarense`: Está preo-

cupado com os maus re-sultados da equipa, prin-cipalmente, em casa?Alberto Mendes: O FC

Amares soube-se precaver em relação ao futuro, ao contrário de outros clubes que agora estão a passar

sérias dificuldades. Claro que formámos um bal-neário para ficar nos seis primeiros lugares, mas devido a alguma juventu-de do plantel temos des-perdiçado alguns pontos, principalmente, em casa. Isso preocupa-nos, mas não nos assusta. Sabemos do valor do plantel e da nossa equipa técnica, ape-nas vamos ficar satisfeitos quando atingirmos o sexto lugar.O plantel vai ser reforça-

do?Em Dezembro vão entrar

mais um ou dois jogadores, porque temos consciência que o plantel terá de ser reequilibrado em alguns sectores.Com o novo sintético a

formação deu um salto qualitativo?Foi uma grande lufada de

ar fresco para este clube. Esta direcção pretende ca-minhar com passos segu-ros rumo ao projecto do ‘Século XXI’. Aumentámos o número de alunos e de equipas, e estamos com uma dinâmica muito gran-de. No Natal queremos

atingir o número mágico de 200 atletas na nossa formação o que seria facto inédito no FC Amares. Neste momento o sintéti-

co está apenas ao serviço do FC Amares?A direcção pretende ren-

tabilizar este espaço, por-que como todos sabem o clube dispendeu muito dinheiro para concretizar este sonho antigo. Agora, não queremos estragá-lo. Por isso, neste momento, a direcção do clube decidiu que ainda não era a altura exacta para abrir as portas

às outras instituições do concelho. Tivemos o cui-dado de informar todos os clubes e associações e qua-se todos compreenderam a nossa decisão. Num futu-ro muito próximo o sintéti-co poderá ser utilizado por outros clubes e escolas, cla-ro que teremos de ser com-pensados monetariamente para colmatar as despesas que continuamos a ter.

CD Amares ainda não venceu fora de portas Dos sete jogos realiza-dos, até ao momento, no campeonato distrital da II Divisão da AF Braga, série B, o CD Amares ainda não venceu qualquer partida fora do seu habitat natu-ral. No entanto, a equipa orientada por Jorge Ma-cedo tem colmatado os pontos perdidos fora com vitórias contundentes no seu recinto. Mas este cam-peonato também tem sido fértil em resultados sur-preendentes. O técnico do CD Amares diz que esta discrepância de resultados

(casa/fora) deve-se, princi-palmente, à juventude do plantel. «Os jogadores sentem

alguma pressão fora de casa. Com mais dois ou três jogadores experien-tes podíamos fazer outros resultados fora de casa. Não considero que o Ucha tenha equipa para nos ga-nhar por aqueles números (8-2). Chegamos a estar empatados, mas em meia hora sofremos seis golos. Mas repare, a nossa equi-pa goleou o MARCA (6-1) e o Caldelas, que era líder

nessa jornada perdeu com eles por 4-1. Isto é apenas um exemplo de como nes-te campeonato o último pode vencer o primeiro», atirou Jorge Macedo que vai reforçar o plantel com mais um guarda-redes, pois apenas contava com Marco Campelo. A solução foi encontrada dentro do grupo de trabalho com o seu adjunto, Hugo, a pre-encher essa vaga na baliza.

«Juventude acusa a pressão»

António [email protected]

Page 24: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

DESPORTOJornal

241 de Novembro, 2011

Jantar de confraternização do Estrelas de Figueiredo juntou mais de 150 pessoas

«Aqui temos a noção da importância das pessoas»

A paixão ainda é o quesegura os projectos.

José Manuel Faria, natural da freguesia de Figueire-do, foi outro dos partici-pantes no jogo de futebol entre antigos jogadores do clube, que antecedeu o jantar/convívio de con-fraternização do E. Figuei-redo. O ex-dirigente do FC Amares diz que é impor-tante os mais novos co-nhecerem a realidade do passado e também apro-veitar a onda positiva do

presente para aumentar a paixão pelo clube.«Olhando às dificuldades

financeiras que o país atra-vessa, os jogadores tam-bém já se aperceberam que, em alguns escalões, não se pode andar no fute-bol por dinheiro, mas sim por paixão. O E. Figueiredo é um caso paradigmático daquilo que estou a falar. É um grupo constituído por jogadores que, na sua

maioria, têm formação profissional e desportiva. Muitos deles formaram-se nas camadas jovens do FC Amares e jogaram na III Di-visão Nacional. Estão aqui pela amizade, num pro-jecto que envolve apenas paixão, porque tudo o que se vive por interesse tem tendência a terminar. A paixão ainda é o que segu-ra os projectos», concluiu.

Joguei no clube na década de 70 e tenho muitas sau-dades desses tempos em que jogávamos por amor à camisola. Mas é bom saber que estes jogadores tam-bém estão aqui sem ter qualquer benefício financeiro. O futebol agora está muito diferente, antigamente era pontapé para a frente e fé em Deus. O Figueiredo este-ve inactivo alguns anos, mas agora julgo que está no bom caminho. É um encontro bonito e devia-se realizar mais vezes.

António RodriguesAntigo jogador

Antigos jogadores e amigos do Estrelas de Figueiredo em jogo de confraternização

A direcção do Estrelas de Figueiredo organizou, no passado dia 22 de Outu-bro, um jantar de confra-ternização com o intuito de angariar fundos para o clube, que este ano ascen-deu à I Divisão Distrital da AF Braga. Uma iniciativa que reuniu, no restaurante Tróia, mais de 150 pessoas e que, segundo Francis-co Melo, demonstrou que «este é um clube aberto e que tem noção da im-portância do apoio das pessoas». Por outro lado, adianta o dirigente, «este jantar também premeia os jogadores pela sua dedica-ção a um clube que se rege por padrões, valores e prin-cípios diferentes, entre os quais o acreditar nas pes-

soas (jogadores) da terra é o exemplo maior, e isso, evidentemente, reflecte-se no entusiasmo com que as pessoas nos seguem. Este grupo de amigos pagou o jantar aos jogadores como prova do reconhecimento da sua dedicação ao clu-be pelo mais puro amor à camisola», frisou Francisco Melo, sublinhando depois que a direcção do clube pretende repetir esta ini-ciativa bem como organi-zar uma prova de BTT.

Reviver o passado Antes do repasto, os an-

tigos jogadores e amigos do Estrelas de Figueiredo disputaram uma partida de futebol para reviverem mo-mentos do passado. Alber-

to Ribeiro é um dos «ami-gos do clube» que também aderiu a esta iniciativa. «A ideia passa por angariar recursos financeiros para ajudar o clube nas suas despesas logísticas, já que os jogadores não auferem qualquer vencimento», frisou, acrescentando que «acompanho sempre os jogos em casa e fora. Esta-mos a falar de uma equipa com jogadores que na sua maioria têm cursos supe-riores e com um percurso futebolístico de respeito. Muitos deles formaram-se no FC Amares e jogaram na equipa principal. Agora, es-tão aqui por paixão a este projecto e quando assim é devemos contribuir com a nossa ajuda», disse.

AV / [email protected]

Page 25: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

DESPORTOJornal

251 de Novembro, 2011

Miguel Rodrigues, presidente do Terras de Bouro,confiante numa grande temporada

«Aproveitar esta onda positiva»

«Vamos surpreender na segunda volta»Equipa feminina de Terras de Bouro à procura da primeira vitória

A treinadora da equipa feminina do Terras de Bouro mostrou-se satisfeita com o rendimento e evolução das jogadoras neste arranque do campeonato. Carla Ma-lainho lembra que esta equipa é composta por atletas muitos jovens e muitas delas sem experiência no futebol de 11. Apesar de ainda não ter vencido qualquer parti-da - duas derrotas e um empate no campeonato, até ao momento – a treinadora diz que a equipa vai melhorar muito com o acumular de jogos e acredita que na se-gunda volta vai surpreender muitas equipas. «Era isto que eu esperava. Aliás, na primeira partida

com o Cortegaça, depois do jogo o empate soube-me a pouco, porque podíamos ter vencido. Mas estou satis-feita com a evolução das nossas atletas que têm cresci-do imenso como jogadoras. Quero lembrar que muitas

delas não tinham qualquer experiência de futebol de 11 e, por exemplo, as nossas defesas centrais têm 15 e 16 anos. Somos uma equipa muito jovem que vai crescer ao longo da época. Na segunda volta podemos surpre-ender muitas equipas», atirou a treinadora que também está a viver a sua primeira experiência no futebol de 11.«Eu também estou a apreender e a estudar muito com a ajuda da minha adjunta», frisou Carla Malainho que esteve mais de uma década ligada ao futsal, tendo passado por clubes como o Vitória de Guimarães, Ma-ria da Fonte e Gondomar. A sua estreia como jogadora ocorreu quando tinha 20 anos de idade e a passagem para o comando técnico das equipas aconteceu há qua-tro anos. Em Guimarães e Gondomar, Carla Malainho acumulou os treinos de futsal com o futebol de 7.

A equipa do Terras de Bouro arrancou a meio gás no campeonato da Divisão de Honra da AF Braga com um empate e uma derrota caseira. No entanto, a viragem deu-se à passagem da 3.ª jornada com o empate no reduto do Arões. A partir daí, a equipa orientada por Francisco Nascimento nunca mais conheceu o sabor da derrota, conquistando três vitórias e um empate nos úl-timos quatro jogos. Uma recuperação notável que deixa o presidente do clube satisfeito.

A equipa demorou um pouco a ‘encontrar-se’ porque entraram muitos jogadores novos e também uma nova equipa técnica. Mas depois as coisas começaram a correr bem e penso que estamos no bom caminho. Penso que a aposta nesta equipa técnica tem dado os seus frutos», começou por sublinhar Miguel Rodrigues que pretende manter esta onda vitoriosa para andar no primeiro ter-ço da tabela classificativa. «Esta época não apostámos em nomes tão sonantes, mas a construção do plantel

foi muito criteriosa e penso que ganhámos a aposta. Temos jogadores de escalões inferiores que têm dado nas vistas, isso também é mérito dos nossos treinadores que não têm receio em lançar esses valores num cam-peonato tão exigente como este. Neste momento, estou satisfeito com o rendimento do grupo de trabalho. Va-mos aproveitar esta embalagem de bons resultados para somar o máximo de pontos possíveis», rematou.

Jogar fora de casa causa prejuízos avultados ao GD Gerês

Clube procura guarda-redesO Campo da Pereira vai ter

mais quatro metros para ficar com as medidas exigi-das pela FIFA e assim ter as condições exigidas para re-ceber equipas que queiram aí estagiar. Para além disso vai ter, igualmente, uns novos sanitários públicos. Por isso, a inauguração do novo sintético sofreu um substancial atraso e apenas deverá estar pronto no iní-cio de 2012. Um facto que tem causado vários preju-ízos financeiros ao clube geresiano.

«Vai ser difícil suportar es-tas despesas com tão pou-cas receitas. A nossa direc-ção tinha algum fundo de maneio financeiro devido à gestão rigorosa que fize-mos nos últimos anos, mas assim vai ser complicado aguentar. Existem clubes que recebem o mesmo subsídio que o Gerês e não têm estas despesas todas. A Câmara diz que não tem dinheiro. Temos de aguen-tar», frisou Mário Costa que não se arrepende na apos-ta em João Jorge.

«Tem correspondido às nossas expectativas. Em Vieira fizemos um grande jogo e não merecíamos ter perdido, e com o Ruivanen-se voltámos a ter um pou-co de azar. Mas também sabemos que enquanto não regressarmos a nossa casa vamos passar por al-gumas dificuldades. Julgo que teríamos mais seis ou sete pontos, nesta altura, se estivéssemos a jogar no Campo da Pereira. De qual-quer das formas não es-tamos nada arrependidos

em termos apostado neste treinador», finalizou. Entretanto, o clube está à

procura de um novo guar-da-redes para substituir Bruno Silva que deixou o grupo de trabalho por mo-tivos profissionais. Nesta altura, o técnico João Jorge tem apenas um guarda-re-des à sua disposição e pro-cura outro para fazer frente a China, que tem sido ti-tular insdiscutível desde o início do campeonato.

António Valdemar

António [email protected]

Page 26: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

DESPORTOJornal

261 de Novembro, 2011

António [email protected]

Juniores do Terras de Bouro com muita ambição no regresso à competição

«Podemos lutar pelos primeiros lugares»

«Temos equipa para subir de divisão»Augusto Silva, treinador do Rendufe FC, promete lutar pelos cinco primeiros lugares

O treinador dos juniores do Rendufe FC acredita que a sua equipa pode lu-tar pelos cinco primeiros lugares da tabela classi-ficativa que dão acesso à subida de divisão. Augusto Silva conhece bem o va-lor dos seus adversários, até porque a maioria das equipas competiram na época passada na II Divisão

Distrital. «A AF Braga não conseguiu arranjar equi-pas para formar uma série da II Divisão, por isso, as equipas que não subiram acabaram por transitar para esta divisão. Conheço bem esta série porque são praticamente as mesmas equipas da época passada, tirando três ou quatro. Por isso, estou convicto que

vamos integrar o lote das equipas que vão lutar pela subida de divisão», afirmou Augusto Silva, que apesar de não ter entrado como o desejava no campeona-to acredita na recuperação da equipa. «Perdemos em Terras de Bouro e depois empatámos em casa com o Maximinense. No entan-to, na última jornada, já

vencemos por 5-1. Claro que esperava começar me-lhor, porque esta equipa tem qualidade para fazer melhor», frisou o técnico, apontando depois os prin-cipais adversários na luta pelos lugares cimeiros do campeonato. «Lomarense, Vieira, Bairro da Misericór-dia e talvez o Arsenal da Devesa sejam os nossos

adversários. Penso que, apesar de ter iniciado bem o campeonato, o Terras de Bouro não vai ter capacida-de para acompanhar estas equipas, isto apesar de se ter reforçado com alguns jogadores do Nogueiren-se», disse o técnico que conhece bem a realidade do clube que treina há três épocas. «Conheço bem a

realidade do Rendufe, por-que joguei nas camadas jovens do clube e já estou aqui há três anos. A direc-ção apoia-nos e temos as condições possíveis face às dimensões do clube. Não nos podemos queixar em relação a isso», completou.

Os juniores do Terras de Bouro não poderiam de-sejar um melhor regresso à competição. Depois de dois anos de ausência dos campeonatos da AF Braga, António Soares, lidera um grupo ambi-cioso que «vai lutar pe-los primeiros lugares» da tabela classificativa. Nas primeiras três jornadas da série B, do campeo-nato da AF Braga, os ter-rabourenses perderam apenas um jogo e frente ao actual líder da prova, que é o Lomarense.

«Não estou minima-mente surpreendido com este bom início de campeonato, porque for-mamos um bom grupo que pode lutar pelos pri-meiros lugares da tabela classificativa. Temos joga-dores com boas bases e

que podem surpreender muitas equipas. Temos boas perspectivas para o futuro», afirmou Antó-nio Soares que preten-de lançar as bases para um futuro mais risonho. «Estamos a apostar em jogadores de muita qua-lidade, em atletas com capacidade futebolística para integrarem a nossa equipa principal», atirou o técnico, sublinhando que a direcção fez uma forte aposta na forma-ção. «Este ano temos duas equipas a competir (juniores e juvenis) na AF Braga, mais as escolinhas e a equipa feminina. A direcção colocou à frente da coordenação o doutor Salgado que tem uma larga experiência nesta área», concluiu.

Se a equipa dos juniores arrancou bem no campeo-nato, o mesmo não se pode dizer da formação dos ju-venis que, até ao momento, não venceu qualquer jogo, no campeonato da II Divisão, série B. No entanto, o téc-nico Mário Pereira não se mostra preocupado com os resultados desportivos porque o principal objectivo do clube é «formar jogadores e homens, os resultados virão sempre por acréscimo. Mas, se conseguirmos juntar o útil ao agradável, seria óptimo». Mário Pereira considera que «os objectivos serão cumpridos se, no final do percurso, tivermos formado uma equipa de jogadores com mais valor que aquele que possuem neste momento». O técnico, que veio do Nogueirense, está satisfeito com as condições de trabalho e diz que «o Terras de Bouro é um clube com uma dimensão aci-ma da média».

Mário Pereira é o treinador

Juvenis ainda não venceram

Page 27: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

27Jornal

1 de Novembro, 2011

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Page 28: Jornal O Amarense e Caderno de Terras de Bouro

1 de Novembro, 2011