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Jornal o momento.(10 ago2013).n01 (2)

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EXTENSÃO RURAL: FUNDAMENTAL PARA A COMPETIVIDADE DO

AGRONEGÓCIO

Prof. Ricardo Pedroso Oaigen

UNIPAMPA/Campus de Uruguaiana

Curso de Medicina Veterinária

O agronegócio é um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira, contribuindo de forma decisiva para a geração de emprego e renda, aumento do PIB (produto interno bruto), produção de alimentos para o mercado interno e externo, e tem colaborado diretamente com o superávit da balança comercial nos últimos anos. O Brasil se destaca no cenário internacional pelo aumento de produção, a cada safra, graças ao uso crescente de tecnologias. A produção de grãos cresceu entre as safras de 1990/1991 e 2011/2012 cerca de 170% enquanto a área plantada cresceu apenas 36%, resultado da maior eficiência nos processos produtivos. No mercado de carnes o país é o maior exportador mundial de carne bovina desde 2003 e o 2º maior produtor, além de ser um dos principais fornecedores de carne de aves e suínos, consequência dos avanços no melhoramento animal, manejo nutricional, sanitário, reprodutivo e produtivo dos rebanhos.

Porém, existe um grande potencial de ganho através da verticalização dos sistemas produtivos por meio da geração, transferência, disponibilização e a EFICIENTE utilização de inovações tecnológicas. Neste sentido, a assistência técnica, via extensão rural, torna-se fundamental, seja esta pública ou privada. O IBGE, por meio do censo agropecuário de 2006, aponta que a ATER (assistência técnica e extensão rural) impacta o valor bruto de produção (VBP) de todos os segmentos do agronegócio. Para os médios e grandes produtores que não usufruem de ATER o VBP fica em torno de R$ 232,00/ha, enquanto aqueles que possuem passam a ter um VBP de R$996,00/ha, um aumento de cerca de 430%. O ganho é considerável também para a agricultura familiar.

Apesar de todo o avanço atual na disseminação de informações, seja por sites (internet), canais de televisão, eventos técnicos, revistas específicas, entre outros, existe ainda uma evidente lacuna na utilização e no gerenciamento das tecnologias de produção. A escolha, pela adoção destas, depende basicamente do produtor (empresário rural), isto é, da sua pró-atividade, capacidade de empreendedorismo e acima de tudo, capacidade de investimentos (recursos disponíveis). No entanto, verifica-se uma grande limitação para a utilização eficiente destas técnicas, fundamentais na busca de uma maior produção, por área ou por animal, em consonância com a legislação existente e que traga o devido retorno econômico à empresa rural.

As universidades, centros de pesquisa, laboratórios, entre outros, apresentam uma gama considerável de tecnologias ao alcance do produtor rural, desta forma nos resta perguntar onde está a falha no processo de difusão do

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conhecimento? Será que os órgãos de extensão rural não estão desempenhando o seu papel? Será que os produtores estão descapitalizados ou estão descrentes em relação ao futuro da atividade? Faltam políticas públicas ou crédito para o setor? Será que os profissionais, Médicos Veterinários, Agrônomos ou Zootecnistas, são meros difusores de tecnologias, não valorizando o gerenciamento aliado a uma visão sistêmica quando da aplicação de uma tecnologia? Com certeza as causas são multifatoriais, cabe a todos corrigirmos!

Uma iniciativa do Poder Executivo Federal, que está tramitando atualmente no Congresso Nacional, envolve a criação da ANATER (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural) que visará integrar a ATER à pesquisa, aumentar o número de produtores que acessarão as tecnologias, credenciar e acreditar entidades que executarão o serviço e formar recursos humanos para trabalhar nesta área. Esperamos que esta ação se concretize e que os recursos disponibilizados sejam efetivamente utilizados com eficiência pelos órgãos reguladores e entidades beneficiadas fazendo com que o campo gere cada vez mais riquezas para a nação.

Inúmeros casos de sucesso em propriedades rurais de SUL a NORTE DO BRASIL demostram a viabilidade técnica e econômica da intensificação dos sistemas de produção agropecuários através do uso de tecnologias de insumos como fertilizantes nitrogenados, sistemas de irrigação, sementes melhoradas, suplementos alimentares, biotecnologias, entre outras. No entanto, o insumo CONHECIMENTO CIENTÍFICO deve estar aliado a uma GESTÃO EFICIENTE dos estabelecimentos rurais. Neste sentido é fundamental que as universidades, escritórios municipais de ATER, SEBRAE, EMBRAPA, fornecedores de insumos e demais núcleos de pesquisa/ensino/extensão auxiliem na difusão destas tecnologias por meio da capacitação dos recursos humanos envolvidos e/ou por meio de parcerias público-privadas com sindicatos rurais, associações de produtores, federações e demais órgãos representativos do setor.

Gostaria ao final desta primeira coluna de relatar que este espaço, originado especialmente para o JORNAL MOMENTO TRIBUNA, tem por objetivo transmitir ao produtor rural, quinzenalmente, informações relevantes geradas por docentes e discentes da UNIPAMPA/Campus Uruguaiana. Esperamos que seja um instrumento de apoio à administração, ao manejo e à rotina diária das propriedades rurais, a partir de elaboração de artigos relacionados com o AGRONEGÓCIO DA FRONTEIRA OESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, especialmente em temas relacionados com a bovinocultura de corte, bovinocultura leiteira, ovinocultura, equinocultura, produção animal, gestão rural, agricultura, mercado agropecuário e assim por diante. Façam um bom proveito!

Obs.: Sugestões, críticas ou questionamentos relacionados a esta coluna devem ser

encaminhados por e-mail para [email protected].