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I N F O R M A T I V O D A V I G É S I M A S U B S E Ç Ã O D A O A B / C A B O F R I O ( R J ) Fórum Permanente de Saneamento e Saúde Ambiental 2012 (Pág 04) CABO FRIO ARMAÇÃO DOS BÚZIOS ARRAIAL DO CABO DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA ANO 2 - N O 05 AGOSTO 2012 Subseções fazem reunião com TRT/RJ (Pág 02) Direito em Foco A OAB na TV (Pág 05) Certificação Eletrônica em Cabo Frio (Pág 08) DIREITO CIDADANIA EISENHOWER DIAS MARIANO Defende a exigência de idenficação para advogados como uma forma para evitar fraudes em processos e uso indevido da carteira da Ordem (Pág 03) Direito Esportivo Grandes eventos colocam matéria em pauta. Advogado Oswaldo Benjamim, estudioso da disciplina, fala sobre o tema e sua evolução no Brasil (Pág 12) Artigos (Págs 05,09 e 11) Flash A 20 a Subseção em fotos (Pág 10) ResexMar Em busca do ordenamento (Pág 06) &

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I n f o r m a t I v o d a v I g é s I m a s u b s e ç ã o d a o a b / C a b o f r I o ( r J )

Fórum Permanente de Saneamento e Saúde Ambiental 2012 (Pág 04)

Cabo Frio

armação dos búzios

arraial do Cabo

distribuição dirigida

ano 2 - no 05agosto 2012

Subseções fazem reunião com TRT/RJ (Pág 02)

Direito em Foco A OAB na TV (Pág 05)

Certificação Eletrônica em Cabo Frio (Pág 08)

DIREITO CIDADANIA

EisEnhowEr Dias Mariano Defende a exigência de idenficação para advogados como uma forma para evitar fraudes em processos e uso indevido da carteira da Ordem (Pág 03)

Direito Esportivo

Grandes eventos colocam matéria em pauta. Advogado Oswaldo Benjamim, estudioso da disciplina, fala sobre o tema e sua evolução no Brasil (Pág 12)

Artigos(Págs 05,09 e 11)

Flash A 20a Subseção em fotos (Pág 10)

ResexMarEm busca do ordenamento (Pág 06)

&

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A PAlAvrA do Presidente 2 Agosto 2012 - no 05

Eisenhower Dias Mariano Presidente da 20a. Subseção da OAB/RJ

o aDvogaDo E o EstEnDEDor DE tapEtEs

20ª subsEção faz rEunião coM banco Do brasil

Por solicitação do presi­dente da 20a Sub seção da OAB/RJ, Eisen hower Dias Mari a no e com

a intermediação do advogado Ricardo Menezes, tesoureiro da CAARJ e presidente da Comissão dos Advogados Trabalhistas da OAB­RJ, a presidente do TRT 1ª região, Drª Maria de Lourdes Sallaberry recebeu reivindicações das Sub seções de Cabo Frio, Macaé e Rio das Ostras, em reunião realizada no dia 11 de Julho último no prédio do TRT, no Rio de Janeiro.

O encontro teve o objetivo de trazer à administração do Tribunal algumas reivindicações que, no entender dos advogados, podem trazer melhorias para a prestação jurisdicional naquelas localidades.

A principal delas diz respeito ao retorno para a jurisdição das Varas do Trabalho de Macaé, dos municípios de Casimiro de Abreu e Rio das Ostras. Essas cidades passaram para a jurisdição de Cabo Frio através da Resolução Nº 2/2009, o que, segundo os

prEsiDEntEs DE subsEçõEs apresentam reivindicações a presidente do TRT-RJ

advogados, acarretou prejuízos aos jurisdicionados devido à redistribuição das ações e à dis­tância entre os municípios e a nova sede trabalhista.

Eisenhower Dias Mariano disse que a intervenção de Ricardo Menezes foi fundamental para a marcação da reunião. “A intervenção de Ricardo Menezes foi, como sempre, providencial no sentido de conseguir agendar imediatamente a audiência com a presidente do Tribunal, já que nós temos hoje um problema sério, causado pela transferência do acervo processual de Macaé, que tramitava em Rio das Ostras, e que veio para Cabo Frio. Então as três subseções Macaé, Rio das Ostras e Cabo Frio estavam solidárias na solução desse pro­blema que se tornou comum às unidades, e a ajuda do Ricardo foi providencial”, disse o presidente da 20ª Subseção.

Eisenhower também se mani­festou satisfeito com os resul tados do encontro. “Nós conseguimos

a promessa da presidente que tão logo esteja instalada a 3ª Vara do Trabalho de Macaé, os processos que eram de Rio das Ostras serão imediatamente transferidos para lá. Isso vai provocar um alívio para os advogados, servidores e juízes de Cabo Frio, e também para Rio das Ostras e Macaé, cujos advogados hoje precisam se deslocar até Cabo Frio. Nossa expectativa é de que até o final do ano isso esteja concretizado”, salientou o advogado.

Participaram da reunião, além dos advogados Ricardo Menezes e Eisenhower Dias Mariano, a advogada Andrea Vasconcelos Meirelles, presidente da 15ª Sub seção e o advogado Alan Macabú Araujo, presidente da 52ª Subseção. Acompanharam o presidente da 20ª Subseção os advogados Fran cisco Carlos Antonio da Costa e Luzemberg Soares. Tam bém participou do encontro o advogado Bruno Daumas Gabriel, acompanhando a presidente da 15ª Subseção.

Fique Legal com a OABOAB/RJ está oferecendo uma série de facilidades para que os advogados inadimplentes quitem suas dívidas de anuidade com a instituição. A campanha Fique Legal II acontece do dia 1º de agosto ao dia 28 de setembro e abrange valores devidos até 2011, com amplas condições de parcelamento e descontos.

Para saber mais sobre os termos da campanha, entre em contato com a Central de Atendimento OAB/RJ/Caarj pelo telefone: (21) 2730­6525.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto, atendeu pedido da Advocacia­Geral da União (AGU) e suspendeu no dia 31 de Julho último a decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) que impedia a divulgação dos salários dos membros da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj).

stf obriga juízEs Do rio a DivulgarEM salários

Com o objetivo de facilitar o acesso dos advogados aos serviços do Banco do Brasil, a Subseção providenciou duas reuniões com o Banco do Brasil. Numa delas comparecu a gerente geral da Agência 0150­3 de Cabo Frio, Magda Terezinha de Andrade

Magalhães, e os resultados já começam a aparecer. Foi designada uma senha especial para os advogados, que agora não precisam mais enfrentar as longas filas podendo agendar o serviço a ser feito e se dirigir diretamente aos caixas preferenciais.

A indispensabilidade é o pálio que inscreveu, com exclusividade, a profissão do advogado no texto constitucional brasileiro.

Além disso, desde tempos imemoriais que a profissão do advogado restou consagrada, no melhor sentido, entre as mais importantes existentes no planeta, isso por dedicar-se, entre outros, à defesa das liberdades, da cidadania, dos direitos humanos e da justiça.

Exatamente em razão disso que os profissionais do direito devem ser livres, destemidos, arrojados, de bons costumes, dedicados às causas mais elevadas da cidadania, tanto quanto possível autônomos, liberais, distantes dos comandos e vínculos que os impeçam de manifestarem a própria vontade.

Sempre encontramos defensores do pensamento de que a OAB deve manter um relacionamento intimista, condescendente e complacente com as autoridades, assim denominado de “boas relações” com os poderes constituídos.

Essa pretensão desagua quase sempre na satisfação individualista de interesses particulares de algumas pessoas, o que não raramente conduz os profissionais, a profissão e a própria instituição a uma desprezível condição de subserviência, o que desvaloriza o cidadão, as instituições jurídicas, o direito e os poderes constituídos.

O que os profissionais e a OAB precisam, ao nosso ver, é de se afirmarem como instituições, impondo-se nos meios de suas atuações, exigindo o respeito e o prestígio que merecem e dos quais necessitam para se firmarem à altura das suas qualificações. Nesse contexto é preferível a lhaneza, que permite quase tudo sem mascarar identidades, nem subverter ideais e posturas.

E são exatamente estes requisitos que afastam, do nosso meio, essas ridículas posturas subservientes, lisonjeiras, impróprias que apequenam e nulificam o profissional do direito.

Um é o advogado. Outro deve ser o que estende tapetes.

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segurAnçAAgosto 2012 - no 05 direito & CidAdAniA 3

A carteira em questão teria sido entregue a uma terceira pessoa, que passou a usá­la para retirar processos em cartórios, um deles volumoso na 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, que segundo informações, seria de uma ação penal contra um parente das pessoas envolvidas na utilização da carteira. O processo desapareceu.

Também na 1ª Vara Cível de Cabo Frio, a mesma carteira estava sendo utilizada e, segun­do relata o Presidente da 20ª Subseção, os funcionários do Cartório tiveram a oportunidade de prender o falsário e não o fizeram. O fato inédito ocorreu quando a titular da carteira foi retirar um processo e foi in­formada por um funcionário que já existia uma outra cartei ra sua no Cartório. Nesse momen to, a mulher que estava usando a carteira usurpada entrou também no Cartório. “Os serventuários não tiveram a iniciativa de pren ­der a pessoa que estava come­tendo um crime. Isso dentro de um Cartório de Justiça”, nota Eisenhower.

A ocorrência do primeiro ca­so acima foi registrada na 1ª Delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, por comando do Juízo da 4ª Vara Criminal daquela Comarca. O Presidente da Subseção, juntamente com outro advogado, esteve no Rio de Janeiro para acompanhar o reconhecimento dos criminosos, com base em fotos obtidas a partir do Fórum de Cabo Frio e do Fórum do Rio de Janeiro.

assinaturas FalsasOutro fato ocorrido também

no Fórum de Cabo Frio mostra a extensão do problema. No dia 25 de julho de 2012, uma pessoa circulava nas dependências do Fórum de Cabo Frio com Petição Inicial e documentos para impetrar um Mandado de Segurança, onde constavam assinaturas de um advogado que tem sede advocatícia em Alagoas e de um outro profissional que, chamado ao Fórum, disse não ter assinado a documentação. O

IDEnTIFIcAR é prEciso

“Constrangedor não é um advogado ter que se identificar e sim um processo penal desaparecer”

O desvio e a utilização de carteiras da Ordem dos Advogados por pessoas diversas do seu titular,

não chega a ser uma novidade para a OAB. Eisenhower Dias Mariano, Presidente da 20ª Subseção diz que a ação é coordenada e serve para interagir nos processos de interesses até criminosos.

“Isso acontece há muito tempo. Há uns quatro anos atrás enviamos ofícios a todos os Juízes, Cartórios e Delegacias de Polícia pedindo que idenficassem corretamente os advogados e estagiários de advocacia no ato das audiências e demais procedimentos forenses”, informa Eisenhower.

Para o Presidente, entretanto, é o advogado quem deve ter a iniciativa de se identificar, “por que é isso que vai impedir que aconteçam as fraudes. Imagina uma pessoa se apresentando com uma carteira vencida, ou falsa, e o Cartório entrega um processo ou o Juiz permite a prática de um ato privativo do profissional de Direito sem verificar corretamente a identidade, podendo com isso facilitar o extravio de autos ou peças processuais, além de nulidades insanáveis, o que é um absurdo”, diz.

“Quando o profissional se iden­tifica, evita que outros que não são advogados, exerçam ilegalmente a atuação advocatícia. O mercado está saturado e tem muita gen­te enfrentando dificuldades, então é preciso valorizar a pro ­fissão impedindo essas pra­ticas inaceitáveis”, ressalta o Presidente.

Estagiária tEm Cartão dE idEntidadE Extraviado

O caso aconteceu em Arraial do Cabo. Uma estagiária de advocacia que foi retirar um processo no Cartório do Juizado Especial Cível de Arraial do Cabo, depositou a carteira, retirou o processo e foi tirar xerox. Quando retornou para devolver o processo e pegar a carteira, a mesma não foi encontrada. Ela registrou a ocorrência na Delegacia Policial da cidade e providenciou uma nova.

caso foi parar na 126ª Delegacia de Polícia, onde foi Registrada Ocorrência.

Segundo se apurou mais tarde, outra carteira de advogado inscrito na OAB Cabo Frio, igualmente extraviada, fora utilizada em Curitiba­PR, onde o seu portador havia feito dívidas em nome do advogado titular.

“Estamos encaminhando toda documentação aqui reunida à OAB­RJ, a todos os Juízes, ao tribunal de Justiça e demais Autoridades, para ciência e

Extravio de carteiras da OAB vai parar na Delegacia

providências cabíveis”, informou Eisenhower.

O presidente lembra que as carteiras da OAB têm um chip de identificação, que não é bem reproduzido quando se faz uma cópia e, no caso da carteira da estagiária, a mesma já estava vencida, pois tem validade de apenas dois anos. “Os Cartórios recebem essas cópias como originais e não conferem a sua identidade com a do portador. Além disso, a estagiária de advocacia titular do cartão

EisEnhowEr dias mariano

extraviado e a pessoa acusada de utilizar este cartão são pessoas distintas e muito diferentes fisicamente”, ressalta.

“O advogado tem o dever de se identificar e o Juiz e os Cartórios o de exigir essa identificação. Muitos alegam que isso pode ser constrangedor para o advogado, mas constrangedor não é um profissional ter que se identificar, e sim o desaparecimento de qualquer processo judicial ou administrativo, em decorrência da ausência de identificação”, finaliza o presidente.

xErox dE CartEira da oab usada como original para retirada de processos mostra área do chip borrada.

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Mais um serviço prestado pela CDAE para a Comunidade

fóruM pErManEntE de Saneamento e Saúde Ambiental 2012

“O Fó rum não tem uma data fixa para seu tér mino, posto que as demandas estão se multiplicando”

EuriCo spallaPresidente da CDAE

ComunidAde 4 Agosto 2012 - no 05

Idealizado pelo presidente da 20ª Subseção, Eisenhower Dias Mariano, e implementado pela Comissão de Direitos Ambientais e Ecológicos

(CDAE), que tem na presidência o advogado Eurico Medeiros Spalla e na vice­presidência o biólogo Roberto Noronha Campos, o Fórum Permanente de Saneamento e Saúde Ambiental passou a integrar a agenda da OAB de Cabo Frio e transformou­se numa ferramenta para buscar soluções para os problemas que afligem as comunidades.

Agregando pessoas das mais diversas especialidades que, sem nenhuma remu­neração, buscam encontrar ou indicar caminhos para solucionar problemas e conflitos para assuntos da alta complexidade, como por exemplo, a crônica falta de água no Segundo Distrito de Cabo Frio. “O Fórum não tem uma data fixa para seu término, posto que as demandas estão se multiplicando em razão do pouco serviço prestado pelo município e empresas delegadas (concessionárias) nas áres aqui tituladas”, informou o presidente da CDAE, Eurico Medeiros Spalla.

São muitos os assuntos tratados nas reuniões que, em geral, chegam à OAB sob a forma de reclamações e pedidos de ajuda. A CDAE convida os órgãos envolvidos para discutir junto com a comunidade o problema existente. “Sempre convidamos para as reuniões as Concessionárias, o Ministério Público Estadual, o prefeito do município onde há a demanda, bem como o secretário da pasta pertinente, sendo certo que o prefeito de Cabo Frio, bem como o seu secretário de Meio Ambiente, alegando "compromissos agendados ante­riormente", jamais se dignaram a com­parecer ou mandaram representantes”, evidenciou Spalla. Mas esse fato não tem impedido o Fórum de avançar na solução dos problemas. “Na penúltima reunião, tivemos o comparecimento do Sr. Wagner Oliveira de Carvalho, Gestor de Engenharia

da Prolagos, representando o Presidente da Concessionária, acompanhado também de um engenheiro da empresa responsável pelo 2º Distrito de Cabo Frio, Sr. Lucas Govea Menegazzo, acenando a possibilidade próxima de resolver o problema de fornecimento de água para Tamoios, Unamar e adjacências”, adiantou Wagner.

agEnda ChEiaAlém do desenvolvimento do Fórum, a

CDAE também busca solução para muitos outros assuntos relativos ao Meio Ambiente. “Os resultados têm sido satisfatórios, posto que, não chegando as partes em conciliação, remetemos nosso entendimento com as provas colhidas ao Ministério Público e hoje temos vários processos em tramitação, como o caso da Prefeitura de Búzios por invasões do espelho d'agua das lagoas daquele município, feitos fundamentados em denúncia e informações levadas pela CDAE”, informou o advogado.

E trabalho é o que não falta. A Comissão tem acompanhado de perto a situação dos antigos empregados da Cia Nacional de Álcalis em Arraial do Cabo , os problema oriundos do licenciamento do Shopping Parklagos, a situação das pedras caídas do morro da Guia em Cabo Frio que, segundo se averiguou, estão escoradas por telas de arame e com paredes de folhas de alumínio, “o que a qualquer momento pode provocar uma tragédia”, explicou Spalla. E não para por aí, a Comissão ainda acompanha o processo de matança de tartarugas, nas praias de Arraial do Cabo e no Canal Itajuru em Cabo Frio, e desde 2011 tem dado forte apoio aos moradores do bairro de Maria Joaquina, vítimas de ações de despejo e demolição por parte da prefeitura de Cabo Frio.

Na último Fórum Permanente de Saneamento e Saúde Ambiental 2012, houve a presença da Sra. Ana Paula Medina

de Oliveira – Diretora Executiva da Concessionária de Serviços Públicos de Água e Esgoto , representando o Sr. Emerson Luiz Bittar, Presidente da Concessionária Prolagos , acompanhado pelo Gestor Comercial da mesma Empresa, Sr. Justino Brunelli Junior, verificando formas solucionar a problemática das tarifas cobradas na Região dos Lagos no fornecimento de serviços de água e Esgoto; contou, também, com a participaçãodo Sr. Ronan dos Santos Gomes , chefe do gabinete da Agência Reguladora de Energia e saneamento Básico do estado do Rio de Janeiro – AGENERSA, e de outras entidades como:a Comissão de Direitos e Defesa do Consumidor da 20ª Subseção da OAB/RJ ­CDDC , a Associação de Hotéis de Búzios – AHB, a União das Associações de Moradores de Cabo Frio ­UNIAMACAF e diversas Associações de Moradores dos bairros de Cabo Frio.

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Mais um serviço prestado pela CDAE para a Comunidade Com formato simples e comunicação direta, o programa Direito em Foco estreou em 07 de Março de 2012, sendo mais um canal a serviço da

advocacia e da sociedade. Com pauta voltada para os acontecimentos que giram em torno da 20ª Subseção da OAB e para a discussão de matérias dos mais diversos ramos do Direito, o programa convida advogados e estagiários que trabalham com os temas enfocados para falar de suas especialidades.

Direito em Foco conta com a produção da estagiária da OAB/Cabo Frio, Kellen Cristine Euzébio Leandro, que elabora as pautas e os convites aos entrevistados, além de formular roteiros de perguntas sobre os temas abordados para os apresentadores, que são os advogados Getúlio da Silveira

sai dEmóstEnEs torrEs e entra Wilder Pedro Morais, o novo senador por Goiás. O momento é propício para rimas e combinações. Wilder já chega conhecido por ter sido casado com a atual mulher de Carlos Cachoeira, Andressa Mendonça. Filiado ao DEM, ele disse aos amigos que não pretende seguir a linha do partido em fazer oposição sistemática ao governo Dilma Rousseff. Ele promete atuação “independente”, ou seja, negociar pra si é melhor no entendimento do novo senador, e justifica suas razões: tenho muitos amigos no PT.

Construtor de uma das fortunas de Goiás, Wilder Pedro Morais tinha participação na política como financiador de campanha. Num modelo que é muito usado em vários cantos do país, ele chegou a ser indicado suplente de Demóstenes, sendo um importante doador para a campanha de Pedro Wilson (PT) a prefeito de Goiânia, em 2004. Aproveitando a onda dos slogans eleitorais, aqui vai a minha sugestão: seja um doador e vire senador!

Nas eleições municipais em outubro deste ano, 222 candidatos resolveram escolher seus nomes de urna, aquele que aparece na urna eletrônica, iguais aos de três campeões em votações anteriores. Ao todo, 106 políticos optaram por Lula, 68 candidatas escolheram Dilma e 48 por Tiririca, de acordo com dados do TSE. Segundo a Justiça Eleitoral, os candidatos podem escolher o nome de urna que quiserem, seja um apelido ou nome próprio. Em 2002 e 2006, o ex­presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito e reeleito utilizando apenas Lula como nome de urna. Ou seja, para muitos, entrar na política significa desvio de personalidade. Imaginem se eleitos forem. O pior que esse risco é eminente.

Seguindo esse raciocínio, é impressionante a inoperância do Tribunal Superior Eleitoral no tocante da lisura e da seriedade que representam as eleições municipais. Esta deveria ser impulsionada e protegida pelos laços éticos e morais que requer todo o processo político eleitoral. Não bastasse a maquiagem dada à lei da Ficha Limpa para favorecer candidatos processados a concorrerem ao pleito, não bastasse o Tribunal de Contas deixar de exigir a aprovação das contas dos que buscam a reeleição, ainda teremos de votar em candidatos que não confiam no próprio nome e ainda querem um voto de confiança.

Na Região dos Lagos, pelo menos, não corremos esse risco. Conhecemos e sabemos muito bem quem são os candidatos. São sempre os mesmos ou quase os mesmos. Há os que entraram pobres e hoje estão ricos, há os que entraram ricos e hoje estão ainda mais ricos, há os que entraram e não querem mais sair, como os vereadores de carreira. Há também os que sempre tentaram, mas que nunca conseguiram, ainda bem, diga­se de passagem.

Acredito que com inteligência, sabedoria, confiança e esperança, o povo eleitor saberá identificar quem são as bactérias nocivas ao processo eleitoral. Procedimento este que possibilita lutarmos pelas mudanças desejadas e que nos são usurpadas para que continuemos reféns das próprias necessidades. O povo eleitor saberá escolher aquele que o representará frente aos desafios impostos, prostados e perpetuados na luta pela empregabilidade, divisão de renda mais justa que minimize o sofrimento dos que têm fome, dos que não têm saúde, educação e dignidade.

Veiga Junior e Evandro Aloísio Campos de Aquino, tendo a participação especial do Presidente da Subseção, Eisenhower Dias Mariano.

Mas, o programa não se restringe apenas aos advogados inscritos na 20ª Subseção, que abrange os municípios de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e Cabo Frio, dando também destaque à pessoas da sociedade civil e tratando de assuntos voltados ao desenvolvimento das cidades, como o Turismo e o Comércio, entre outros.

O advogado Evandro de Aquino, um dos apresentadores fixos do programa, do qual participa desde o seu lançamento, diz que o objetivo é “mostrar as belezas da nossa região, os problemas e soluções, o que tem de bom e de ruim nas cidades de

abrangência da Subseção, além de discutir a advocacia em geral e o judiciário na nossa região”, explica.

Novidade para muitos, o enfrentamento das Câmaras tem sido pouco sentido pelos advogados. Evandro conta que “as primeiras vezes são sempre as mais difíceis para os advogados que participam, mas quando retornam já se apresentam mais relaxados”.

O advogado também não vê com grande preocupação a reação do público em geral com um tema tão específico. “Não vejo como problema. As pessoas vão gostar ou não. Críticas construtivas são sempre bem vindas. Nosso grande desafio é tornar o programa interessante ao público. Até aqui, o resultado tem sido positivo”, avalia

Evandro.Direito em Foco é apresentado ao vivo

todas quartas­feiras, às 19:00 horas na Jovem TV, canal 8 (Cabo), com reprise duas vezes por semana, com duas inserções diárias, ou seja, será veiculada seis semanais, em horários diversos, com o apoio institucional da 20ª Subseção da OAB/RJ e do Movimento Ecoar. Contatos com a produção do programa podem ser feitos através do email: direito­em­[email protected]; e do Telefone: 2643­0026 (Ramal – 27). Todos os programas são disponibilizados na página oficial do youtube “Direito em Foco – Cabo Frio”. Também, é possível assistir o programa, ao vivo, no site www.jovemtv.com.br.

Diretor da Rádio Estação 104 FM – Região dos Lagos­RJ

a página virou, mas o tExto é o mEsmo

nElson aguiar

ComuniCAçãodireito & CidAdAniA 5

À esquerda os entrevistadores, advogados Getúlio da Silveira Veiga Junior e Evandro de Aquino, ao centro a pódologa Maria da Glória e à direita o Presidente da OAB/Cabo Frio, Eisenhower Dias Mariano, e o Delegado da 20ª Subseção da OAB/ RJ em Arraial do Cabo, Renato Gonçalves.

Um canal para discutir os problemas da Classe e da Sociedade

DirEito EM foco

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ParaísoDividido

Criada em 1997 por um Decreto do então presidente Fernando Henrique Cardoso, a ResexMar abrange todo o entorno marítimo de Arraial do Cabo indo até três milhas (4,8 Km). A área tornou-se exclusiva dos pescadores artesanais do município e nela é proibida a entrada de outros barcos de pesca. As determinações do Decreto presidencial, porém, nunca chegaram a ser cumpridas e o objeto da criação da Reserva, que é preservar a tradição da pesca artesanal local, permanece inatingido.

15 anos após a sua criação, a Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo (ResexMar) ainda não tem um Plano de Manejo e disputa as paradisíacas e ricas águas do município com o turismo descontrolado, a pesca predatória e um porto em expansão.

barCos dE pEsCa dividem espaço com área de quiosques na Prainha

Os beneficiários da Reserva são donos de pequenos barcos, que deixam ancorados nas areias das praias da cidade. Como não têm como se aventurar em mar aberto, eles

dependem que os cardumes cheguem até onde suas embarcações possam ir. Não se sabe quantos estão em atividade no município. Estima­se que possam chegar a 1.500, mas não se sabe quantos vivem exclusivamente da pesca.

Para conhecer esses números, o ICMBio está fazendo o cadastramento de todos os extrativistas. A médica veterinária Viviane Lasmar Pacheco, chefe da Unidade, informou que o cadastramento, junto com a revisão do Plano de Utilização, são as prioridades de 2012. “Este ano temos algumas frentes de trabalho, a primeira delas é o cadastramento de todos os pescadores, pois não temos isso organizado. Então, essa é a primeira atividade em que estamos nos concentrando, a outra é a revisão do Plano de Utilização”, explica Viviane, que veio de Brasília designada pelo ICMBio para a ResexMar em 2011, e que

agora assume a chefia da Reserva.

é muito pEixE!Beneficiada pelo afloramento de correntes marítimas

vindas do polo sul carregadas de nutrientes, as águas de Arraial do Cabo são ricas em biodiversidade e pródigas para a pesca.

“A nossa área é de uma riqueza e diversidade biológica enormes, e a Reserva é uma forma de garantir que essa riqueza fique para o pescador artesanal”, diz Viviane.

Porém, um conjunto de situações vem dificultando o acesso a essa riqueza. Segundo Viviane, “há um potencial, mas na verdade esse peixe não está disponível por causa de conflitos que existem. Há um número muito grande de embarcações que trabalha dentro da área da Reserva e conflita diretamente com a área de uso do pescador. Por mais que eles não acessem o recurso, que é o peixe, o trânsito dessas embarcações espanta o pescado e atrapalha a atividade pesqueira”, diz.

A sobrepesca, a invasão de barcos industriais, a colocação de redes de 3 malhas em muitos pontos da Reserva, o trânsito

de barcos de Turismo e a atividade portuária são alguns do fatores que impedem a chegada dos peixes até áreas próximas às praias. “A realidade é que o pescador está sofrido e não está numa situação tranquila, não”, afirma a chefe da Reserva.

Segundo ela, a falta de ordenamento na Unidade é o grande problema a ser resolvido. “Está muito desordenado, tanto no turismo como na pesca em si, e isso vem causando grandes conflitos. O único documento que temos é o Plano de Utilização, que é de 99 e está desatualizado, mas que estamos em processo de revisão ”, lembra Viviane.

A chefe da Unidade diz achar possível a coexistência de todas essas atividades dentro da Reserva. “O negócio é criar regras e fazer com que sejam cumpridas” diz. Para isso, a Unidade vem intensificando a fiscalização, mas Viviane reconhece que o serviço está ainda muito aquém da situação ideal. “Uma vez por mês fazemos uma operação grande de fiscalização que tem como foco prioritário as embarcações de pesca industrial. Só mesmo intensificando a fiscalização

C A P A

Page 7: Jornal OAB Cabo Frio

pEsCa artEsanal

Pescador no alto do morro do Atalaia

mostra o ritual de gestos usados para orientar os barcos

sobre a localização dos cardumes

vivianE lasmar paChECochefe da ResexMar

“O negócio é criar regras e fazer com que sejam cumpridas”

grandEs barCos invadem a reserva diariamente

é que a gente vai obter algum resultado”, afirma.Para isso a ResexMar tem contado com a ajuda dos

pescadores que fazem denúncias e pedem mais fiscalização. “O Poder Público não fez o dever de casa aqui e não tinha nenhuma fiscalização. Por isso o pescador está meio desacreditado do sistema, mas na medida que o trabalho avança eles estão vindo, estão acreditando. Então, eu acho que é possivel que se reverta um pouco essa situação e que eles se aproximem ainda mais”, acredita.

porto do Forno E turismoUm dos causadores de impacto sobre a Reserva é a

expansão do Porto do Forno. “O porto existe antes da Reserva, mas é logico que causa um impacto. O processo de licenciamento do porto, que é uma coisa recente, está sofrendo uma revisão. Com os estudos que estão sendo feitos é que vamos poder saber realmente se o impacto é grande ou não. A gente não considera possível hoje, sem ter essas informações, ampliar as atividades portuárias”, observa Viviane.

Entretanto, na avaliação da chefe da ResexMar nada causa mais impacto sobre a Reserva que o desordenamento do turismo. O grande número de embarcações circulando com turistas dentro da Reserva tem sido determinante para afastar os peixes e prejudicar a pesca artesanal. O excesso de barcos barateia o preço dos passeios, que se tornaram roteiros atrativos e obrigatórios para quem visita a região.

administração CompartilhadaA ResexMar é administrada a partir de um Conselho

Deliberativo que compartilha a gestão com a Unidade e tem reuniões bimestrais, segundo o regimento. Mas, Viviane lembra que este ano além das reuniões ordinárias, muitas outras estão sendo feitas para dar suporte aos dois grupos de trabalho em ação neste momento, um tratando do processo de cadastramento e outro fazendo o acompanhamento da revisão do Plano de Utilização . Todas as 13 associações de pescadores da cidade participam, além da Aremac (Associação da Reserva Marinha Extrativista de Arraial do Cabo) concessionária de direito do uso da Reserva. “ A

Aremac foi a associação­mãe da criação da Reserva, mas hoje nem todas as associações participam dela. Perante o ICMBio, ela é a representante dos extrativistas, mas todas as demais associações têm cadeiras no Conselho Deliberativo da entidade e participam das discussões em igualdade de condições”, informa Viviane.

A nova chefe da ResexMar diz que a intenção é ajudar na melhoria da qualidade de vida do pescador artesanal que é o objeto da criação da Unidade de Conservação. “Através do cadastramento saberemos quais são os exclusivos, de forma a que tenham acesso às políticas de governo voltadas para reservas extrativistas, e com o ordenamento que virá com a atualização do Plano de Utilização, pensamos trazer uma melhoria não só para o pescador, mas para os outros setores que atuam na Reserva, como é o caso do turismo”, almeja.

Viviane ressalta que a Reserva deve ser um vetor de desen volvimento para o município, “mas de uma forma que garanta a sustentabilidade econômica, social e ambiental dos recursos que aqui existem, valorizando a cultura tradicional e também a beleza cênica”, diz, complementando,“estamos vivendo um momento onde todo mundo está sentando para conversar. As pessoas estão se organizando, associações estão se reunindo. As pessoas estão percebendo que se não participarem das discussões poderão ficar fora do ordenamento”. Segundo ela a expectativa é de que até o início de 2013 já existam alguns pontos revistos no Plano de Utilização, “pelo menos para o turismo”, finaliza a chefe da Reserva.

Page 8: Jornal OAB Cabo Frio

cErtificação Digital

Apesar de ser um procedimento relativamente simples e apli­cável a diversas situações nos mais diversos setores, muitos

advogados ainda encontram dificuldades com a novidade, que passou a ser uma exigência na tramitação de processos em determinadas Varas.

Para obter o documento digital através da OAB/RJ, é necessário, primeiramente, comprar o Certificado no site da Certsign (empresa parceira da OAB), cujo valor gira em torno de R$ 120,00 com validade de três anos. Será preciso também apresentar documentação de identificação completa e inquestionável, originais e cópias, presencialmente para a Autoridade Certificadora.

A Certificação poderá ser feita na própria carteira da OAB, desde que o chip tenha capacidade para isso. De outra forma, o usuário terá que adquirir um “token”, aparelho similar ao usado no sistema bancário para movimentação de contas pela internet, mas que é fornecido sem custo pela CAARJ (Caixa dos Advogados do Rio de Janeiro) aos seus associados.

Feito isso, o interessado obterá seu Certificado, que é, basicamente, uma iden­

tidade reconhecida legalmente, até aqui, para uso apenas na internet, mas que vai se transformando numa tendência irreversível, passando a ser uma garantia de identidade também fora da web. Exemplo disso é a Junta Comercial do Estado de São Paulo que passou a exigir a Certificação Digital na formação de empresas de sociedade limitada (LTDA).

prEsEnça Em Cabo FrioUma parceria entre a 20ª Subseção e a

CAARJ tem procurado levar orientação para os advogados da região sobre o processo com a realização de vários cursos e palestras sobre o tema. Além disso, a Subseção tem trazido para Cabo Frio a Autoridade Certificadora e técnicos do sistema para dar suporte àqueles que encontram dificuldades e fazer a validação presencial dos advogados da região.

No dia 20 de Julho último, mais uma vez uma equipe formada por Rui da Silva Ferraz e Patrick Cardoso, funcionários da OAB/RJ, acompanhados de Beatriz Dutra, da Ar Minc, Autoridade Certificadora, esteve na sala da Subseção, no Fórum de Cabo Frio, à disposição dos advogados para fazer a certificação, que, de outra forma,

teria que ser feita no Rio de Janeiro ou Niterói.

O trabalho começou às 09:00 horas e se estendeu até às 16:30 horas com atendimentos a cada 15 minutos. Muitos associados foram atendidos pela equipe, e diversos certificados foram emitidos.

Processo SimplesOs advogados que já tinham cumprido

as etapas preliminares, puderam fazer a Certificação, como Mônica Batista Passos, uma das primeiras a chegar à sala da OAB para isso. A advogada achou fácil o processo e em poucos minutos já tinha em mãos o seu“token” e a sua Identidade Digital. “O procedimento é bem simples, no site já tem toda a orientação. E com relação aos programas, que é uma coisa técnica, eles estão sanando as minhas dúvidas. E daqui para frente a gente tem também um certo suporte, o que dá tranquilidade”, afirmou a advogada.

Os programas necessários para que o computador reconheça o Certificado podem ser baixados no site da OAB/RJ. Segundo Patrick Cardoso, o procedimento é muito

simples e autoexplicativo, mas a OAB tem um sistema de suporte por telefone e também presencial na sede do Rio de janeiro e em Niterói, onde se dá assistência técnica sobre o Certificado. “A dificuldade maior é porque é um sistema novo, e o novo parece mais complicado. Só isso.”

Beatriz Dutra, técnica da Autoridade Certificadora AR Minc, diz que o principal problema do sistema até aqui diz respeito à senha, que muitas vezes é perdida e não é possível recuperar. “O token não funciona como nos bancos, que você pode pedir uma nova senha. O Certificado é sigiloso, não tem como recuperar. Quando isso ocorre, é necessário pedir o cancelamento da Certificação e fazer uma nova inscrição”, explica Beatriz.

Parceria entre 20a Subseção e CAARJ possibilita aos advogados da região realizar o procedimento em Cabo Frio

EquipE do rio dE JanEiro presta atendimento no Fórum de Cabo Frio, na sala da 20a Subseção.

advogada môniCa batista passos fez a Certificação em poucos minutos

Negócioscomércio de cabo Frio se prepara para crescer

O empresário Ricardo Guadagnin, uma das vozes mais ativas do setor em Cabo Frio, diz que hoje o Comércio está bastante diversificado, com um grande número de ofertas, produtos e soluções.

Mas, segundo ele, o crescimento não está ocorrendo de forma ordenada e está mantendo um nível de qualidade abaixo do exigido pelos consumidores.

“A desunião e a desarticulação dos comerciantes é notada pela inexistência de ações conjuntas, exceto Feira Forte, que já começa a dar sinais de fadiga”, diz o empresário, que participa desde 2009 de um projeto do Sebrae de valorização do Comércio, que já vem apresentado alguns resultados positivos, como a elaboração de um Plano de Marketing do Comércio, a formação da Central de Negócios Costa do Sol, e projetos de melhoria da auto estima, impulso nas

venda em períodos de baixa temporada e mais um projeto envolvendo toda a comunidade para o Natal.

“No dia 01 de agosto último, realizamos mais uma reunião onde foram listadas as prioridades de ações que deveremos praticar no transcorrer deste ano e em 2013”, informa.

Ricardo observa que a chegada do shopping Parklagos afetará a realidade do setor e critica a postura da Associação Comercial da cidade. “Além de se mostrar como uma alternativa para o comércio de rua, com mais atratividade e ações de marketing, o shopping também inflacionará e criará problemas no quesito potencial humano. Assim, mais uma vez, percebo o quanto uma associação de classe ativa é importante para nossa realidade, fato este que não está ocorrendo em Cabo Frio”, finaliza.

riCardo guadagnin

serviço 8 Agosto 2012- no 05

Page 9: Jornal OAB Cabo Frio

classes mais altas, vai repercutir ainda mais gravemente nas classes mais baixas. Nós não temos no Brasil de hoje um projeto ou uma orientação de con duta ética, levando as nossas instituições a serem desvirtuadas e a não corresponderem aos objetivos para os quais foram criadas.

Nesse estado de coisas, os grupos so­ciais deterioram­se, a gru pando­se em gue tos e tendo cada um sua realidade, co­mo se vivessem em países diferentes. As classes privilegiadas permitem violações aos direitos humanos todos os dias, fazendo com que te­nhamos dois tipos de lei: A dos que têm direito ou poder e as dos que não têm nem um nem outro.

Estamos criando uma estrutura do caos, estrutura essa que tirou a nossa cordialidade, tornou­nos mais vulneráveis, medrosos e invertendo valores. Os ricos protegem­se com grades nas suas casas pensando que assim estarão a salvo da violência urbana; os pobres vivem entre as balas da polícia e as dos bandidos que entre eles proliferam. É nessa sociedade injusta que criamos nossos filhos, e o abismo que separa ricos e pobres, cada dia aumenta mais”.

Assim para não mais nos alongarmos concluímos: resgatar a dignidade da vida para com os cidadãos; para com os nossos irmãos sem vez e sem voz é nosso dever. É, sobretudo, dever maior das autoridades constituídas no Poder. Ou estas se voltam totalmente para a erradicação desse desequilíbrio social, ou muito breve, seremos todos nós expectadores, como já estamos sendo, do maior crime da humanidade: “SUPRESSÃO TOTAL DO DIREITO A VIDA”. E isto está acontecendo por termos desprezado, e ignorado essa prerrogativa primordial e intocável: A digna sobrevivência dos irmãos que só acontecerá com a preservação e o respeito aos DIREITOS HUMANOS.

E eu com isso?

É muito fácil e cômodo fechar os olhos para o que existe além dos limites do nosso ego, porém, não estamos sozinhos aqui.O ser humano desde os primórdios da

história vive em sociedade. É o instinto. A ideia de grupo transcende essa cultura do “eu” que invade nossos lares diariamente, ou seja, o bem comum faz parte da nossa índole, a isso damos o nome de cidadania, e exercê­la é a condição “sine qua non” para que sejamos chamados cidadãos.

Pensar no próximo não é unicamente fazer a caridade financeira. Sua ajuda pode acontecer de outras maneiras, como, por exemplo, o engajamento social. Ser voluntário em campanhas ou trabalhos socioambientais já é uma relevante ajuda ao semelhante. Poder ser útil, desprendido de interesses pessoais, é gratificante e con forme pesquisas recentes, ainda é benéfico para o cérebro do indivíduo: Cientistas descobriram que pessoas altruístas apresentam um significativo incremento na massa cinzenta do cérebro.

Outra opção para trabalhar em prol do bem comum é o controle social da administração pública. Uma simples denúncia do mau uso da verba pública pode representar a garantia de boa educação ou atendimento médico a centenas de pessoas.

Estar atento às atividades dos gestores públicos, seja na esfera executiva ou legislativa, é um belíssimo trabalho voluntário. Não precisa ter experiência e muito menos tempo de sobra, basta desprendimento e boa vontade. Sua participação pode ser através de associações de bairros, entidades de classe, igrejas e atualmente, por meio de organizações de transparência e combate à corrupção.

A Região dos Lagos já conta com importantes associações monitorando as contas públicas. A mais nova vem de Cabo Frio, o “Movimento Ecoar pela Transparência e Cidadania”.

O Movimento Ecoar, ou simplesmente Ecoar, nasceu da iniciativa de três das principais instituições locais: a 20ª Subseção da OAB/RJ, a ASAERLA – Associação dos Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos e a ACIA – Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Cabo Frio, em unir forças em prol de um futuro melhor para o município e seus habitantes. Foram várias as ações do poder público, executivo e legislativo, que impactaram negativamente na cidade. Ações questionadas por muitos, porém, em vão, daí a necessidade da união de vozes.

Dentre as finalidades da Ecoar, estão a disseminação da informação e a promoção da cidadania. Explicar de modo especial às crianças e jovens o seu papel na sociedade, seus direitos e deveres, o valor do voto, a importância de ter opinião crítica e principalmente não ser indiferente pelo bem estar alheio.

Mais vale um grito solitário contra o silêncio da impunidade do que se render ao ensurdecedor e irreversível estrondo da indiferença.

* José Deguchi Júnior é Engenheiro Civil, vice-presidente da ASAERLA – Associação de Ar quitetos da Região dos Lagos e diretor do Movimento Ecoar pela Transparência e Cidadania.

por José Deguchi Júnior *

Artigosdireito & CidAdAniA 9

O que quer dizer: “Direitos Humanos?” Com certeza, todos sabemos! Mas, não custa nada reavivarmos a memória! O termo já exprime aquilo a que queremos nos referir.

É isso mesmo, o que vocês estão pensando: ­ os seus direitos; os meus direitos; os nossos direitos. Os direitos dos cidadãos e das cidadãs. Todos são filhos de Deus e têm os mesmos direitos!

Já há algum tempo atrás, dizíamos, em “editorial”, nos primeiros Jornais por nós criados, quando exercíamos a presidência da nossa 20ª. Subseção da OAB (período 2000/2003), jornal que se denominava BOLETIM INFORMATIVO, dizíamos, naquela oportunidade: “todos têm direitos, e também obrigações”. Direito, prerrogativa de todo “ser humano”, dizíamos!

Bem sabemos, que, desde o princípio dos tempos, já na criação, Deus criou o homem e a mulher, e lhes outorgou maior autoridade entre os seres de sua criação, porque os criou à sua imagem e semelhança.

Assim está na Palavra: ­ “Façamos o homem à nossa “imagem e semelhança”. Deus criou o homem e a mulher a sua imagem e semelhança como está escrito: “À imagem de Deus Ele os criou: homem e mulher.” (Gênesis 1,26­27). Criou­os outorgando­lhes direitos de liberdade e de autoridade: “sede fecundos e multiplicai­vos; enchei a terra e submetei­a”.

Mas, sabemos que o ser humano usando a liberdade dada por Deus, não respeitando e não temendo às suas Leis, muitas vezes extrapola em suas ações e descamba para o mal, cometendo as maiores aberrações e ofendendo o Autor da Criação, e quando assim acontece, não respeitando o bem maior: “a própria vida”. Verificamos que o “direito à vida” está sendo aniquilado a cada dia.

A Constituição Federal, a nossa Carta Magna, no seu Capítulo I, artigo 5º, trata dos direitos fundamentais do ser humano, como: liberdade, Igualdade, segurança e à inviolabilidade do “direito a Vida”, esse o maior direito do cidadão e da cidadã, prerrogativa que não lhes pode ser suprimida.

Lembramos, que consultando um Exemplar Come­morativo, quando dos 50 (cinquenta) anos da Decla­ração Universal dos Direitos Humanos, que nos fora encaminhado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (Brasília), ali, nas páginas 147/148, apreciávamos o comentário da jornalista Yvonne Bezerra de Mello, defensora dos direitos dos pobres e marginalizados. Ela, ativista dos Direitos Humanos e detentora do Prêmio Cidadania Mundial de 1996, comenta, com muita propriedade, a situação dos problemas sociais do nosso país, dizendo entre outras coisas: “A deterioração dos padrões de comportamento dos brasileiros das

José antunEs gonçalvEs (*)

Direitos Humanos

(*) Ex-Presidente da 20ª subseção da OAB/RJ

A OAB/RJ, e a Comissão Nacional da Verdade (CNV) assinaram em 14 de agosto último o termo de cooperação mútua para a apuração e o esclarecimento de violações de direitos humanos praticadas durante a ditadura militar.Os três membros do grupo nacional presentes à assinatura do termo, Rosa Cardoso , Paulo Sérgio Pinheiro e José Paulo Cavalcanti Filho, ressaltaram a importância do trabalho em conjunto com a Seccional. “O simbolismo dessa cooperação é imenso, tendo em

vista a história da Ordem na luta pela democracia”, disse Pinheiro.O principal foco de trabalho no Rio de Janeiro é a investigação sobre as Casas da Morte, que, segundo Pinheiro, existiram em maior profusão No estado do Rio de Janeiro. Nas audiências realizadas na sede da Seccional, foram apresentadas diversas propostas pela Ordem, dentre elas, o tombamento dos locais que funcionaram como centros de tortura e sua transformação em memoriais e espaços de debates para o fortalecimento da democracia, além da sinalização de locais da cidade associados à violação dos direitos humanos no período.O relatório final do grupo federal será apresentado publicamente no dia 15 de maio de 2014

Direitos Humanos II

oab/rj assina tErMo DE coopEração coM coMissão Da vErDaDE

Page 10: Jornal OAB Cabo Frio

f l a s h

Eisenhower Dias Mariano se reúne com advogados de Arraial do CaboO encontro organizado pelo advogado Renato Gonçalves aconteceu no mês de Agosto no Sindicato da Álcalis

advogados prestigiam almoço mensal da OAB no Restaurante Cabo Grill.

proFEssora bEnizEtE ramos mEdEiros discursa durante solenidade de entrega de carteiras na sede da OAB/Cabo Frio.

novos advogados posam com o presidente da 20a Subseção após recebem suas carteiras da Ordem

EisEnhowEr dias mariano, presidente da 20a Subseção analisa processos na sede da entidade

Sede da OAB/Cabo Frio.

advogados Edmar Almenara, Keti Alves Barbosa (à esquerda) e Tania Maria Calcagno Vaz Vellasco Pereira (à direita)

advogados ComEmoram o dia do advogado Com CaFé da tardE

advogados Saulo Bichara Mendonça e Ana Carolina

Barreto (à direta) com novas inscritas

Sede da OAB/Arraial do Cabo

EisEnhowEr dias mariano almoça com advogados no restaurante Cabo Grill

Um programa feito pra vocês e

por vocês advogados

Quartas-feiras - 19:00 HorasJovem TV- Canal 08 (cabo)

DIREITO EM FOcO

O programa tem como finalidade apresentar o trabalho e a determinação dos advogados na Região dos Lagos, discutindo a problemática do cotidiano jurídico, sobre a ótica do Direito e de profissionais de áreas diversas. dirEito Em FoCo é exibido ao vivo às quartas-feiras e reprisado em mais dois dias durante a semana. São duas inserções diárias, sendo, no total, veiculado seis vezes semanalmente.o programa tem duração de uma hora e é voltado, especialmente, para a advocacia além de outros segmentos.

dirEito Em FoCo também pode ser assistido ao vivo pelo site da Jovem TV (www.jovemtv.com.br), ou através da página da 20a. Subseção no Youtube (www.www.www. www).

apoio Cultural E instituCional da oab/ Cabo Frio E movimEnto ECoAR

Page 11: Jornal OAB Cabo Frio

direito & CidAdAniA 13Artigos

CNPJ 33.648.981/0021­80 Rua Dr. José Waltz Filho, nº 58 sala 209Centro ­ Cabo Frio/RJ CEP: 28905­270Tels: (22) 2643­0026 / 2643­0561www.oabcabofrio.org.br

Eisenhower Dias MarianoPresidenteprodução NSMartinez Editora MECNPJ: 08.409.118/0001­80Fotografias: OAB/Cabo Frio Colaboração:Fabiana Lobo e Kellen CristineRevisão: Alice da C. Alexandre Brum

bolEtim inFormativo da 20a subsEção da oab/rJ

* Os artigos assinados por terceiros são de responsabilidade de seus autores.

Na contra mão da sus­tentabilidade, o mundo capi­talista tem como missão enriquecer através do con­

sumo desenfreado da população, ou seja, Consumir é a meta, mesmo que de forma desnecessária ou desenfreada, isso acontece com nós mesmos, é fácil culpar o governo, dizer que leis não são cumpridas, porém, o que estamos fazendo para melhorar a situação? De quem estamos cobrando tais atitudes?

O Brasil lançou a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, que faz parte de uma gama de legislações específicas visando a proteção do nosso planeta, porém, o que estamos fazendo com relação a PNEA? Lá diz que é obrigação de todos a educação ambiental, que seja ela de maneira informal ou formal, então não quer dizer que só nas unidades de ensino ela deve ser ensinada, isso também tem que partir de casa.

Quando vemos um celular novo na vitrine, será que pensamos no que fazer com o velho? Ou simplesmente damos sequência ao consumismo e nos esquecemos da origem da cadeia produtiva desses ou de outros aparelhos, e vamos direto ao caixa?

Quando muitos culpam a legislação ou políticos eles não deixam de ter razão, mas não podemos esquecer­nos de culpar a nós mesmos, pois temos leis, orientações seja formal ou informal, porém, insistimos em deixar a torneira aberta quando estamos ensaboando um prato ou tomando um banho.

Acredito que se nós fizermos a nossa parte, que é sendo sustentável na base, em primeiro lugar nos reeducando com relação a nossa real necessidade, consumir de forma equilibrada, entender que a educação parte de casa, quando equilibrarmos nossas ações, ai sim vamos poder cobrar dos governantes que façam cumprir as leis, pois a fiscalização não esta dentro de nossas casas, os fiscais de nosso consumo somos nós mesmos, ou pelos menos deveríamos ser.

Às leis cabem serem cumpridas a risca, pois não adianta nada fazermos isso tudo e vermos indústrias e pomposos Shoppings Centers serem construídos em áreas de preservação ambiental, e da mesma forma, os governantes devem por obrigação se inclinar a utilizar uma política sustentável em beneficio do planeta, e não em favor de seu marketing pessoal.

Para transformarmos o Brasil num país sustentável precisamos nos unir em torno de um único objetivo, a sociedade, os produtores e os governantes. Precisamos consumir o necessário, ninguém precisa passar fome ou deixar de comprar coisas, mas que o faça de forma inteligente, pois se o fizermos assim, as Indústrias passam obrigatoriamente a produzir de forma inteligente (sustentável), e os governantes entendam que é uma obrigação deles e não um favor, fazerem a sua parte, fiscalizando, criando leis e maneiras de que as mesmas sejam realmente cumpridas de forma transparente.

Se querem construir um mega empreendimento na cidade, parabéns, porém, que ele seja erguido em uma área própria para isso, e não em uma área que deveria no mínimo ser respeitada pelo poder público, ou por empreendedores que apenas se preocupam se o elevador panorâmico fica melhor de frente para Área de Preservação Ambiental­ APA, ou ao lado da Área de Preservação Permanente ­ APP.

Acho que nós deveríamos nos fazer algumas perguntas, aproveitando essa época de “campanha eleitoral”.

Nós realmente lembramos em quem votamos nas últimas eleições? Aliás, vou melhorar a pergunta, por que votamos no candidato Z ou Y? Quais as reais motivações que nos levaram a tal atitude? E, por fim, ele atendeu as suas expectativas?

CharlEs dominguEs, Gestor Ambiental e Químico Não deixem de ler o meu blog: www.charlesdomingues.blogspot.com

consuMisMo ExcEssivo Uma necessidade Insustentável

O Direito deve ser percebido bem mais do que mero instrumento de regulação dos fatos

sociais, posto que, como mero sistema perderia seu vínculo com a moral e com a ética, romperia assim com suas bases filosóficas. Desta forma, as palavras de Sócrates quando assevera que “não é lícito fazer o mal a ninguém e em nenhuma ocasião”1 precisam ser interpretadas de forma ampla para que o estudante do Direito compreenda a extensão da sua responsabilidade para com a sociedade.

Mesmo aceitando as críticas dos que afirmarem ser um enten­dimento cabível apenas na Ilha de Utopia2 , importante se faz insistir na defesa da “discussão livre”3

e na “cooperação voluntária”4

pos to que, imprescindível que se abandone o “estado de torpor em que nos encontramos e do estado de deslumbramento diante daquilo que vem de fora e também diante do novo, que desde há muito não é mais novo”5.

A combatividade do estudante do Direito fustiga a investigação, a pesquisa científica por novas e diferentes soluções, permite a criação do novo e o abandono da importação de soluções ali­e nígenas. O anseio pelo des­cobrimento precisa ser fomentada no intróito do Curso de Direito

1PLATÃO, A República. Trad. Enrico Corvisieri, Nova Civita. São Paulo, 2004, p. 17.2MORE, Thomas. A Utopia. Editora Universidade de Brasí1ia. Brasí1ia, 2004.3FRIEDMAN, Milton. Capitalismo e Liberdade. Trad. Luciana Carli, Abril Cultural, São Paulo, 1984, p. 29.Idem nota 3.5SILVA, Virgílio Afonso da Interpretação constitucional e sincretismo metodológico. In: __________. (Org.). Interpretação constitucional. São Paulo: Malheiros, 2005.6BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil.7“Iniciei este ensaio com a questão: o que é justiça? Agora, ao final, estou absolutamente ciente de não tê-la respondido. A meu favor, como desculpa, está o fato de que me encontro nesse sentido em ótima companhia. Seria mais do que presunção fazer meus leitores acreditarem que eu conseguiria aquilo em que fracassaram os maiores pensadores. De fato, não sei e não posso dizer o que seja justiça, a justiça absoluta, esse belo sonho da humanidade. Devo satisfazer-me com uma justiça relativa, e só posso declarar o que significa justiça para mim: uma vez que a ciência é minha profissão e, portanto, a coisa mais importante em minha vida, trata-se daquela justiça sob cuja proteção a ciência pode prosperar e, ao lado dela, a verdade e a sinceridade. É a justiça da liberdade, da paz, da democracia, da tolerância” KELSEN, Hans. O que é justiça? Trad. Luis Carlos Borges. 3° ed. São Paulo. Martins Fontes, 2001, p. 25.

(*) saulo biChara mEndonçaProfessor da Universidade Federal Fluminense - UFF, Mestre e Doutorando em Direito pela Universidade Gama Filho – UGF

e renovada por toda a vida profissional, porque o resultado dos seus estudos e trabalhos não se restringem à parte que eventualmente esteja a patrocinar; gera precedentes, não raras vezes de suma importância dentro do contexto social.

É ignóbil o pensamento que o estudante do Direito deve estar pronto apenas para abraçar causas de outorgantes em troca de honorários, não que estes não sejam deveras importantes; não se está pretendendo fazer apologia ao desprendimento, mas apenas chamar atenção à função social do Profissional da área Jurídica, tal como determinado pelo Artigo 133 da Constituição Federal6 .

Breve esboço sobre a Responsabilidade Social do Estudante do Direito

DIREITO &CIDADANIA

saulo biChara mEndonça (*)

O Direito, enquanto ciência social aplicada exige do seu Estudante atenção aos fatos sociais circunvizinhos aos problemas próprios do seu cotidiano, haja vista que toda alteração nos rumos sócio­políticos podem influenciar na interpretação e aplicação das leis em prol da realização da Justiça. Essa é uma consequência da abstração do conceito de Justiça, tal como pesquisada por Kelsen7.

Em suma: não se pode reproduzir a crítica alardeada sem perquirir sua fonte, esse era um procedimento do profissional que brigava pela voz, o Estudante do Direito con­temporâneo não deve abandonar os livros, posto que são fontes de argumentos, e, estes, quanto mais fortalecidos melhores ficam, enrijecem o caráter e dignificam a moral.

Page 12: Jornal OAB Cabo Frio

DirEito EsportivoO advogado buziano, Oswaldo Benjamim,

tornou­se um estudioso do Direito Esportivo por influência da filha, a jornalista esportiva Leandra Benjamim que trabalha com atletas de

ponta como a remadora Fabiana Beltrame, que representou o Brasil nas Olimíadas de Londres. “Isso me instigou, até mesmo para responder aos anseios de alguns atletas com quem ela trabalha”, conta.

Falando para o jornal Direito e Cidadania, o advogado lembra que o Brasil atravessa um período de grande importância para o Direito Esportivo com a proximidade da Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo em 2014 e Olímpiadas em 2016 . “Todos esses grandes eventos vão nos deixar um legado muito importante em todos os segmentos. E o Direito Esportivo regulamenta uma raiz, porque com a disciplina que o esporte traz, por si só nós teremos a oportunidade de construir um país melhor, uma educação melhor. Nós, como advogados, temos a responsabilidade de contribuir no dia a dia para que o direito daquelas pessoas, que são as motivadoras dessa mudança, sejam assegurados , porque um atleta é sempre um ídolo, ele não pode ser aviltado, não pode ser prejudicado nos seus direitos. É importante que ele seja um exemplo, que seja um formador de opinões e para isso precisa da contribuição intelectual de pessoas preparadas para estabelecer essa condição pra eles. Então, nós advogados precisamos mergulhar mais nessa questão da legislação do direito do Atleta para isso. É importante principalmente nesse período que estamos vivendo”, diz Oswaldo

Ao contrário do que se pensa, o Direito Esportivo não é uma novidade no país. Oswaldo explica que a disciplina vem se desenvolvendo desde 1939, quando começaram a acontecer os primeiros even­tos esportivos de vulto no país. “No Brasil a disciplina veio se aperfeiçoando, mas sempre foi dada maior ênfase ao futebol, grande carro­chefe do desenvolvimento da ma téria, mas abrange todas as atividades esportivas, e se fundamenta em vários outros diplomas: Direito do Trabalho, Direito Civil, Direito Constitucional, Di rei to Penal, Direito Ad­mi nistrativo e até mesmo no Direito Internacional, uma vez que existe um gran de in­ter câmbio de atletas brasi lei­ros do vôlei, ginástica, nata­ção, futebol para outras agre­miações internacionais”, ex plica o advogado.

Segundo ele, a mais conhecida das leis esportivas brasileiras, a Lei Pelé ( Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998), apenas modernizou a l eg i s ­lação existente dando um tratamento melhor para os atletas profissionais, e teve como escopo principal banir a lei do passe.

“Com a Lei Pelé, o atleta deixou de ficar refém de um contrato assinado com o clube. A lei deu uma maior liberdade ao atleta profissional de gerir a sua carreira. Foi um aperfeiçoamento de toda a legislação existente, dos códigos que regiam as relações esportivas para o

Região dos Lagos oferece muitas oportunidades de profissionalização em várias modalidades esportivas

advogado oswaldo bEnJamim tornou-se um estudioso da Disciplina

profissional e não está voltada só para o futebol , mas para todas as demais categorias esportivas. O que acontece no Brasil é que o futebol é o esporte de maior visibilidade entre as atividades esportivas profissionais, por isso sempre chama mais a atenção”, expõe.

avançosUm desses avanços está relacionado aos casos de

“dopping”. “O novo Código de Direito Esportivo contemplou várias situações que antes não existiam . Hoje

se aplicam penalidades severas para o atleta que usa o dopping e também tivemos um avanço grande com o novo Código Brasileiro da Justiça Desportiva, que é o direito de defesa. An tes se o atleta fosse pego num exame de anti dopping, ele seria punido simplesmente e não te ria a possibilidade de defesa. Hoje existe a prova e contra prova.

Um grande avanço, que deu ao atleta a possibilidade de recurso”, observa

Oswaldo.Outra matéria polêmica dentro da Disciplina diz respeito

ao uso da imagem. “Quando o atleta faz um contrato de trabalho, uma parte dele diz respeito ao Direito de Imagem. Segundo o entendimento de algumas correntes, isso seria uma maneira de burlar a legislação trabalhista porque os valores acordados são muito altos. Se esse valor todo fosse considerado como salário, e não como contrato de uso de imagem, haveria a necessidade de alguns recolhimentos a fazer, previdenciários, FGTS, etc”, nota o advogado.

Etapa do CampEonato brasilEiro dE snipE na praia do FortE

sElEção dE vôlEi FEminino no ginásio poliEsportivo dE Cabo Frio

JovEns buzianos Conquistam 22 mEdalhas no

brasilEiro dE Jiu-Jitsu

O sistema adotado hoje trata trabalho e imagem como coisas diferentes. Em geral os contratos, sempre feitos através de uma empresa, separam as duas coisas, fixando valores menores para o trabalho e colocando o uso da imagem à parte. Dessa forma não se vincula o direito de imagem com o trabalho da atividade esportiva. “Essa é uma questão que se discute muito. Porém, os casos são isolados e pouquíssimos, embora tenham sempre muita notoriedade por se tratar de pessoas famosas. No Brasil tem­se a ilusão que todos os jogadores de futebol ganham muito dinheiro, ­o que não é a realidade”.

Oswaldo alerta para que os jovens atletas passem a se preocupar com esses detalhes desde cedo. “O jovem precisa se cercar de profissionais competentes que sejam ligados à área e que conheçam mecanismos de Marketing e de Direito de Imagem, para que ele tenha uma carreira protegida e que possa exercer seus direitos”.

O advogado considera a legislação esportiva brasileira excelente, mas lembra: “As leis às vezes acabam não trazendo os benefícios projetados e sempre dependem de regulamentações, veja o caso da Lei Pelé, que deveria transformar os clubes em empresas como acontece no exterior com enorme sucesso, mas que aqui no Brasil não funcionou. A lei por si só não resolve, é preciso uma mudança de atitude, de prática. Legislação, nós temos as melhores em vários segmentos, mas as práticas deixam a desejar”, finaliza Oswaldo.(Fotos: Pedro Campos, Ronaldo Pantoja e PapiPress)

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