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José Alberto Azeredo Lopes Ministro da Defesa Nacional Intervenção do Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, por ocasião da Tomada de Posse do Conselho do Ensino Superior Militar Lisboa, 19 de maio de 2017

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José Alberto Azeredo Lopes

Ministro da Defesa Nacional

Intervenção do Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, por ocasião da

Tomada de Posse do Conselho do Ensino Superior Militar

Lisboa, 19 de maio de 2017

As minhas primeiras palavras, compreenderão todos os presentes,

dirijo-as, naturalmente, àqueles que hoje tomam posse como membros do

Conselho do Ensino Superior Militar - e que designo por ordem alfabética -

: Dr. Alberto Coelho, Vice-Almirante Bastos Ribeiro, Professora Doutora

Daniela Nascimento, Major-General Dias Pascoal, Contra-Almirante

Henriques Gomes, Professor Doutor José Carlos Nascimento, Professora

Doutora Maria do Rosário Gambôa, Professor Doutor Nuno Severiano

Teixeira, Major-General Rafael Martins, Major-General Vieira Borges,

Professor Doutor Wladimir Brito. Agradeço, a título institucional, mas

também pessoal, a disponibilidade de todos – e cada um – para abraçarem

estas funções, e desejo-vos as maiores felicidades e sucesso neste exercício

que agora iniciam.

Este “novo” Conselho do Ensino Superior Militar (CESM) é um órgão

consultivo do Ministro da Defesa Nacional. Compete-lhe pronunciar-se

sobre as questões que lhe sejam por mim colocadas, e, portanto, é sua

função contribuir quer para a conceção, a definição, o planeamento e o

desenvolvimento dos projetos educativos e das políticas relacionadas com

o ensino superior militar, quer para uma harmoniosa integração deste no

sistema nacional de educação e formação.

O Ensino Superior Militar, tal como hoje o conhecimento (a ciência, a

investigação), é o resultado de profundas reformas ao longo da última

década, tanto ao nível das estruturas que o integram, como dos ciclos de

estudos proporcionados. Este Ensino tem afirmado continuamente o

modelo de ensino-aprendizagem de matriz militar e, de igual modo, a

excelência e a plena integração no Sistema Nacional de Ensino Superior.

Não é este o momento para ser exaustivo na descrição do percurso

já efetuado, mas devo relembrar a implementação do Modelo de

Governação Comum dos então Estabelecimentos de Ensino Superior

Público Universitário Militar, com o objetivo de promover a cooperação

reforçada na oferta formativa, eliminando redundâncias e potenciando as

áreas do saber de interesse para a Defesa Nacional e, mais em geral, da

coisa militar – fase que determinou o reforço da eficiência na utilização dos

recursos disponíveis, com a devida salvaguarda das especificidades de cada

área de formação.

Esse modelo de Governação Comum foi, claramente, o embrião

daquele que é, desde dezembro de 2014, o Instituto Universitário Militar,

beneficiando, aliás, de uma “nova orgânica” que então se gizou do Estado-

Maior General das Forças Armadas.

A existência de “um” Instituto Universitário permite (é incontestável)

potenciar a outro nível as sinergias entre os diversos estabelecimentos de

ensino, designadamente no que respeita à docência; e permite, também,

simultaneamente, iniciar a integração do Ensino Superior Militar no quadro

do Sistema de Ensino Superior Nacional, salvaguardando-se a sua

especificidade.

O caminho já percorrido é significativo e deve ser sublinhado. Porém,

há quem diga “Roma e Pavia não se fizeram num dia”. Há etapas

importantes a concretizar, como, por exemplo, a implementação plena do

modelo organizativo do Ensino Superior Militar assente na afirmação da sua

natureza binária – universitária e politécnica. A criação de uma Unidade

Politécnica Militar, como estabelecido no estatuto do Instituto, assume a

natureza de peça sine qua non no projeto do IUM e na consolidação

prestigiada e definitiva do Ensino Superior Militar, até porque, sabemo-lo

bem, essa é dimensão fundamental na formação dos nossos militares. Ora,

numa área tão exigente, escrutinada e competitiva como a do ensino

superior, a margem de erro é diminuta.

Uma outra dimensão que gostaria de destacar como fundamental na

afirmação de um Ensino Superior Militar de excelência prende-se,

naturalmente, com a investigação, elemento que é indissociável do Ensino

Superior. Permitam-me que, a este propósito, partilhe algumas ideias mais

concretas. No domínio da investigação, vejo aqui terreno fértil (muito fértil)

de onde podem nascer parcerias de investigação com outras instituições de

Ensino Superior, quer sejam parceiros, start-ups ou empresas, numa

dinâmica em que todos ganham. Este processo reforça a excelência do

Ensino Superior Militar, sem dúvida, mas também representa um valor

acrescentado para os potenciais parceiros. Numa altura em que a

tecnologia de duplo uso domina no Plano Europeu - veja-se, por exemplo,

a Estratégia Global da União Europeia -, ter como parceiro aqueles que, por

excelência, conhecem/operam o uso militar, é, indubitavelmente, um fator

diferenciador de atratividade, de competitividade num mundo em que a

investigação se faz, cada vez mais, através de grupos plurais constituídos

por equipas de múltiplas origens.

Acredito que o Instituto Universitário Militar cumpre um papel

fundamental naquela que é uma das traves-mestras da ação política que

este Ministério tem vindo a desenvolver: a aproximação da Defesa Nacional

aos cidadãos. A Academia (a Universidade) é, por excelência, espaço de

diálogo e de encontro, de conhecimento e de partilha de conhecimento; a

Universidade não é um edifício, um espaço fechado sobre si; a Universidade

é, hoje mais do que nunca, um fórum aberto, um espaço de muitas

universidades, de muitas ciências, de muitas culturas.

Para as universidades em geral, a investigação constitui-se, hoje,

numa relevante (imprescindível, diria) fonte de financiamento. Assim,

considerando os programas de apoio à investigação que se aproximam (por

exemplo, no quadro da implementação da Estratégia Global da União

Europeia), é importante que sejam identificadas as inúmeras possibilidades

e oportunidades que, por estar plenamente inserido no Sistema Nacional

de Ensino Superior, se apresentam ao IUM.

Esta integração é exigente, já o sabemos; mas traz também

oportunidades. Saibamos aproveitá-las.

Esta breve síntese é suficiente para se perceber o quão importante

será o contributo que este Conselho representará no apoio às políticas

relacionadas com o ensino superior militar e com a sua harmoniosa

integração no sistema nacional de educação e formação.

Além disso, o CESM, ao acompanhar a aplicação do modelo de ensino

superior militar e a sua avaliação e acreditação por parte da A3ES, é uma

peça fundamental na garantia da qualidade e da excelência que se espera

perante os diversos atores internos e externos e, em última análise, perante

os próprios Portugueses.

Necessitamos, por isso, de um CESM que, com responsabilidade e

eficiência, contribua decisivamente para o desenvolvimento do ensino

superior militar, em especial no âmbito das ciências militares; um CESM que

promova a excelência do ensino de matriz militar.

Muito obrigado.